da escola pÚblica paranaense 2009 - … · (carlos kozel) o ser humano atual pode ser compreendido...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
FATIMA INES SCHNEIDER
Produção Didático-Pedagógica
UNIDADE DIDÁTICA
Diamante D’Oeste 2010
1- DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
NOME: Fatima Ines Schneider
ÁREA: Ciências
NÚCLEO: Toledo
ORIENTADORA: Rosali Constantino Strassburg
IES: UNIOESTE
ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: Colégio Estadual Diamante D'Oeste
PÚBLICO ALVO: Alunos da 6ª Série
2 – TEMA
Automedicação, Medicamentos Alopáticos e Ervas Medicinais
3 - TÍTULO
Automedicação: Analogia entre Medicamentos Alopáticos e Ervas
Medicinais
Por quais motivos as pessoas se automedicam? Se a procura por medicamentos a base de ervas medicinais tem aumentado nos últimos anos, por que o Brasil está no ranking dos países que mais consomem medicamentos no mundo? E você? Julga-se uma pessoa controlada em relação ao uso de medicamentos?
“É mais fácil desintegrar um átomo do que tirar um preconceito da cabeça das pessoas”.
Albert Einstein
4. Introdução
http://www.sxc.hu/photo/1202977
“A saúde e a felicidade são valiosos tesouros que se conservam ou se recuperam vivendo de acordo com as leis da natureza.”
(Carlos Kozel)
O ser humano atual pode ser compreendido e diferenciado das demais
épocas por diversos motivos, e um deles é seu consumo elevado de medicamentos.
As pesquisas químicas e farmacêuticas no decorrer do Século XX permitiram o alívio
para doenças que devastaram a humanidade por séculos, como a tuberculose, a
sífilis, a hanseníase e o câncer, assim como para as endemias do mundo moderno,
como a depressão, as cardiopatias e a AIDS. “O advento da medicina cientifica
contribuiu para o aumento da sobrevida humana. E, no cotidiano das práticas de
saúde, a aplicação de princípios científicos desencadeou a descoberta de
terapêuticas que melhoraram a qualidade de vida das pessoas” (França et al., 2008).
No entanto, as pesquisas científicas não param, estão conseguindo avançar muito
também no campo dos fitoterápicos aproveitando muito do saber popular para obter
resultados significativos. Mais de 80% dos avanços científicos e inovações técnicas
ocorreram nos últimos cem anos, destes, mais de dois terços após a Segunda
Guerra Mundial. “Todos lutam para que as doenças crônicas e o processo
degenerativo biológico sejam eficientemente combatidos” (Spethmann, 2003).
Porém, o elevado consumo de medicamentos alopáticos, contudo, não resolveu os
problemas de saúde da maior parte da população. “Segundo a Organização Mundial
de Saúde, 80% da humanidade não têm acesso ao atendimento primário de saúde,
por estarem muito distantes dos centros de saúde ou por não terem recursos para
adquirir os medicamentos prescritos” (Akarele, 1993 apud, Veiga Jr., 2008). Para
essa população, a medicina alternativa, ou seja, tratamento à base de plantas
medicinais é uma opção e vem alcançando importantes vitórias sobre as doenças
modernas. E assim mesmo, o Brasil está entre os países que mais consomem
medicamentos no mundo.
O ser humano é um ser em permanente construção. Nunca estamos
completamente prontos. Caminhando se abre caminhos e vivendo se constrói a vida.
Cada um é livre para fazer escolhas, porém o que somos e o que fazemos depende
de nossa consciência. A modernidade revela que o homem é um ser racional de cuja
livre vontade depende suas realizações e seu destino. Mas, com relação à saúde,
temos que ter consciência de que atitudes impensadas podem trazer consequências
indesejáveis.
O presente trabalho tem por objetivo fazer uma síntese através dos vários
estudos e pesquisas realizados, é composto por três textos que relatam sobre os
medicamentos: Automedicação e Uso Abusivo de Medicamentos, Medicamentos
Alopáticos e Ervas Medicinais, abordam reflexões e preocupações acerca desses
temas. Alertam sobre o problema da automedicação tão agravante para a saúde da
população e fazem uma analogia entre o uso de medicamentos alopáticos e as
ervas medicinais, tendo em vista que a procura por terapias naturais vem crescendo
nos últimos anos e percebe-se que as pessoas continuam consumindo
medicamentos alopáticos em grande escala. Para tanto, deve-se alertar as pessoas
contra o uso indiscriminado de medicamentos e quando se faz necessário, procurar
ler a bula para obter maiores informações quanto ao consumo, como indicações,
contraindicações, posologia, composição, enfim são aspectos muito importantes
para se observar.
A diferença entre medicamentos alopáticos e ervas medicinais é que na
medicina alopática, após descobrir o princípio ativo de uma planta, extrai e purifica
esse princípio ou até mesmo consegue produzi-lo em laboratório com técnicas
sofisticadas, de modo que é possível dispor da droga pura, sabendo exatamente
quantos gramas há em um comprimido ou em uma medida de qualquer
medicamento. Após estudos e testes em animais, é possível saber qual a dose ideal
para o efeito desejado e se tem contraindicação. Com as plantas e mais difícil saber
exatamente isso, porém os recursos fitoterápicos produzem no organismo efeitos
contrários aos da doença, restauram a saúde e promovem o bem estar sem causar
danos ao organismo. Mas é bom lembrar que para obter bons resultados com o
consumo de ervas medicinais é importante conhecer bem a planta a ser usada.
Atualmente, a mídia tem muita influência sobre as pessoas. As propagandas
de medicamentos seduzem e prometem algo que não podem cumprir. São palavras
que acompanham as marcas, estão inseridas em anúncios e diariamente veiculadas
na mídia de massa. O ser humano é facilmente influenciado por esses meios e
torna-se um ser alienado, acreditando que a solução para os seus problemas de
saúde é fornecida por propagandas, muitas vezes enganosas, e também por venda
de medicamentos sem prescrição médica.
5. Automedicação e Uso Abusivo de Medicamentos
http://www.istockphoto.com/file_closeup/?id=11085790&refnum=3629359&source=sxchu04
Automedicação é a utilização de medicamentos sem a prescrição, orientação
ou supervisão médica. Diversos são os fatores que levam uma pessoa a
automedicar-se e dentre eles, pode-se citar desde a orientação de pessoas não
qualificadas como (amigos, parentes, etc.), a influência da mídia, os problemas
econômicos, a tendência cultural, as recomendações dos funcionários de farmácias
(balconistas, atendentes, farmacêuticos, etc.) ou, ainda, segundo a OMS, numa
opção responsável deste indivíduo, uma automedicação considerada como parte
das suas ações de autocuidado, numa prática onde as pessoas assumem a
responsabilidade sobre sua saúde, podendo tratar de seus problemas com
medicamentos aprovados e disponíveis para serem adquiridos sem prescrição.
Para a OMS, ter saúde vai muito além do simples fato da ausência de
doenças, para se ter saúde um indivíduo tem que contar, também, com bem estar
físico mental e social. Mas, infelizmente, no anseio de viver com saúde, as pessoas
buscam na automedicação, a solução para seus problemas. E não é só a
automedicação que preocupa, mas também o abuso de medicamentos prescritos.
A OMS alerta também que os principais riscos da automedicação são:
diagnosticar a doença incorretamente; escolher uma terapia inadequada; retardar o
reconhecimento da doença, e com isso agravá-la; tomar medicamentos de maneira
errada; usar uma dose excessiva ou insuficiente; utilizar o medicamento por um
período curto ou prolongado; tornar-se dependente do medicamento; possibilitar o
aparecimento de efeitos indesejáveis graves; não reconhecer riscos farmacológicos
especiais; desconhecer as possíveis interações com outros medicamentos;
possibilitar o aparecimento de reações alérgicas.
A automedicação pode disfarçar diagnósticos na fase inicial da doença, como
é o caso da apendicite aguda. O doente se automedica com antibióticos. Como
consequência a apendicite aguda em fase inicial, que se resolveria com uma
remoção cirúrgica do apêndice, pode evoluir para uma peritonite grave com
conseqüências às vezes trágicas. Outro exemplo é o uso abusivo de antibióticos,
sem prescrição médica. Se for desprovido de eficácia, pode levar ao aparecimento
de cepas de microorganismos resistentes, com óbvias repercussões clinicas e
prognosticas.
Não é só a automedicação fator preocupante, mas também o abuso de
medicamentos prescritos. Segundo informações divulgadas pela Imprensa, “ONU
alerta que abuso de medicamentos prescritos cresce e número de viciados supera o
de usuário de drogas ilegais”. As pessoas tendem a achar que o abuso de
medicamentos prescritos é apenas um uso inadequado de substâncias para tratar
problemas de saúde. Há pouco tempo, um pop star saía de cena após abusar de
remédios controlados. A morte de Michael Jackson levou a refletir sobre o problema
das drogas prescritas. Esses incidentes são frequentemente resultado de um vício
que pode ser tão letal como a dependência de heroína ou a cocaína.
Converse com os alunos sobre a quantidade de remédios que as pessoas
costumam tomar, na maioria das vezes, sem prescrição médica, e como isso tende
a aumentar, dependendo da estação do ano. No inverno, por exemplo, as pessoas
estão mais sujeitas as gripes, resfriados, pneumonia e dores reumáticas e nessa
época, a tendência é aumentar o consumo. O quanto isso é perigoso para a saúde a
automedicação, indicada por parentes, ou o próprio farmacêutico, com o interesse
em vender medicamentos.
Como pode o Brasil apresentar um quadro precário de saúde pública e, no
entanto, estar no ranking dos países que mais consomem medicamentos no mundo?
A indústria farmacêutica mundial é considerada como o segundo melhor
negócio do planeta, ficando atrás apenas de companhias de petróleo. Segundo a
revista inglesa “Focus”,o setor faturou em 2002, 406 bilhões de dólares (Revista
Super Interessante, fev. 2003, p 44).
Medicamento é droga, portanto os remédios têm efeitos colaterais. Os
antialérgicos causam sonolência; antibióticos fazem mal aos rins; cortisona provoca
pressão alta e, diante disso, nenhum medicamento poderia ser consumido sem o
acompanhamento de um médico. A automedicação no Brasil já é um problema
grave de saúde pública. O medicamento é visto como mercadoria comum, doentes
como meros clientes e apenas um terço dos medicamentos vendidos por ano vem
de prescrições médicas.
A falta de informações adequadas sobre as propriedades das plantas
medicinais, seu consumo concomitante com os medicamentos alopáticos sem aviso
ao médico, também é fator preocupante da automedicação, podendo levar a efeitos
sinérgicos e interações não esperadas pelo médico.
O Problema da automedicação é tão antigo que Hipócrates, o “Pai da
Medicina” já sentenciou: “Toda vez que um indivíduo diz que segue exatamente o
que eu peço, está mentindo”. É difícil acabar com a automedicação, mas é
necessário minimizá-la.
Sugestão de Vídeos...
Anvisa e ministério da saúde lançam campanha sobre os riscos da automedicação.
http://www.youtube.com
O Perigo da automedicação: http://www.youtube.com
Consumo Indiscriminado de remédios pode matar:
http://www.dzai.com.br/jajf/video/playvideo?tv_vid_id=54467
O texto leva a refletir sobre o uso indevido de remédios. Tanto a automedicação
como o uso abusivo de medicamentos prescritos é um problema sério. Diante disso,
responda:
1 - Você conhece pessoas que costumam tomar remédio sem necessidade?
2 - Essas pessoas são hipocondríacas, isto é, acham que estão doentes? Ou tomam
para se prevenir contra a doença?
3 - Segundo informações divulgadas pela mídia, outro agravante também é o uso
abusivo de medicamentos prescrito. Como você vê essa questão?
4 - Automedicação é o ato de uma pessoa tomar remédio por conta própria, por
achar que isso vai fazer bem a ela. Você concorda com essa atitude?
5 - Com relação ao texto sobre automedicação. Faça uma pesquisa com algumas
pessoas que você conhece, para ver por que elas tomam medicamentos e quem
indica.
Algumas questões para refletir com relação ao texto: “Os Perigos da
Automedicação”
- Com relação à venda de medicamentos, vale tudo, até mesmo comprometer a
saúde da população?
- Por que as leis existem e não são cumpridas? Falta fiscalização ou uma política
efetiva nesse sentido?
- A indústria farmacêutica investe em pesquisas científicas, buscando a cura para
diversos males, e é a mesma que não mede esforços ao recorrer a todo o tipo de
marketing e propaganda para vender remédios?
- Atualmente, as pessoas têm mais acesso as informações do que em épocas
passadas, mas por que continuam alienadas e se deixam enganar facilmente?
- O uso abusivo de medicamentos prescritos também é um fator preocupante. Seria
isso que teria causado a morte de Michael Jackson?
- O lucro a qualquer preço gera índices alarmantes de automedicação no Brasil e
com isso, intoxicações.
6. Medicamentos Alopáticos
http://www.sxc.hu/photo/879871
É preocupante a situação da saúde da população brasileira. Segundo a
OMS “A saúde – estado de completo bem estar físico, mental e social, e não apenas
ausência de enfermidades, é uma das necessidades básicas da espécie humana.”
Para manter ou restaurar a saúde, o ser humano utiliza recursos variados, tais como
atividades físicas, hábitos de higiene, alimentação saudável, lazer, etc. Mas, nem
sempre essas práticas são suficientes, então os medicamentos integram o conjunto
de meios empregados na promoção à saúde.
Medicamento é toda substância que administrada convenientemente ao
organismo é capaz de prevenir, minorar ou curar um estado patológico. São
classificados em duas categorias:
- Químicos – quando se tem uma composição definida.
- Complexos – quando constituídos por misturas de princípios ativos e substâncias
inertes obtidas a partir de fármacos vegetais ou animais.
Esses medicamentos são de uso mais difundido no Ocidente e os que
possuem maior expressão econômica no mundo, porém, geralmente expõem o
paciente a efeitos colaterais.
O progresso da medicina têm sido notável, desde a manifestação dos
primeiros antiinfecciosos na década de 1930 e 1940, tendo se convertido em
elemento de primeira necessidade para amenizar o sofrimento humano, curando
enfermidades, prolongam a vida e retardam o surgimento de doenças. Mas, quanto
mais à população consome medicamentos mais está doente. Segundo Brüning,
nunca se viu em nenhum lugar alguém gozar de boa saúde em consequência da
quantidade de drogas químicas que tomou... Pelo contrário, essas pessoas são as
mais doentes, dependentes dessas drogas para o resto da vida.
Fique ligado!
Combater doenças é o mesmo que combater moscas e outros insetos perto de um
monte de lixo, sem remover o lixo onde elas se multiplicam. Não basta combater doenças,
é preciso promover a saúde. Mas como? Instruindo o povo desde a escola para a proteção
do meio ambiente, alimentação correta, vida natural, cuidados com o corpo (atividade física,
hábitos de higiene), controle da mente, justiça social, amor ao criador e aos semelhantes,
dentre outras. (Brüning)
1 - Discutir com a turma os pontos positivos e negativos dos medicamentos
alopáticos. Utilize vários argumentos para despertar a curiosidade dos alunos e
verificar o que eles sabem a respeito.
2 - Em grupo, faça uma pesquisa sobre os tipos de medicamentos mais consumidos
pela população.
3 - Trace um paralelo entre os tipos de medicamentos mais utilizados e suas
consequências ao organismo.
7. Ervas Medicinais
Fonte: Mauri Jose Schneider
“Que o teu alimento seja teu remédio e que o teu remédio seja
teu alimento”.
(Hipócrates)
Tendo conhecido os perigos da automedicação e uso abusivo de
medicamentos prescritos e os medicamentos alopáticos e os efeitos colaterais que
causam, porém, importantes na promoção à saúde, é hora de conhecer um pouco
sobre as plantas medicinais, tão eficazes quanto os medicamentos alopáticos,
contudo seus efeitos são menos agressivos ao corpo.
A OMS define planta medicinal com sendo “todo e qualquer vegetal que
possui, em um ou mais órgãos, substâncias que podem ser utilizadas com fins
terapêuticos ou que sejam precursores de fármacos semi-sintéticos”. É sempre
bom lembrar que, para combater o mal com remédio certo, especialmente em casos
mais graves, o diagnóstico médico é indispensável.
Desde os tempos remotos o homem utiliza ervas para curar seus males.
“Mesmo na época atual em que a tecnologia médica mostra-se capaz de realizações
espetaculares, muitas pessoas continuam adeptas da medicina natural por divisarem
nela o meio ideal para recuperar a saúde e manter o equilíbrio orgânico”
(Spethmann,2003). Se a população dos países mais pobres utiliza as plantas
medicinais por tradição e ausência de alternativas econômicas viáveis, nos países
mais desenvolvidos observa-se um maior uso de fitomedicamentos influenciado
pelos modismos de consumo de produtos naturais. O conceito mais perigoso surgido
por esta época foi o de que as plantas medicinais não representam quaisquer riscos
para a saúde humana por serem naturais e terem sido testadas através de séculos
de utilização pela população de todo o mundo (Veiga Jr. et al., 2005 apud Veiga Jr.,
2008). Porém, é bom lembrar que é muito importante conhecer a planta a ser usada
para não correr nenhum risco à saúde.
“Segundo Spethmann (2003), de algumas décadas para cá um novo objetivo
médico vem se desenvolvendo no mundo e um de seus pilares é restaurar o
equilíbrio global do ser humano em vez do uso acadêmico de paliativos”. Com o
apoio de médicos e cientistas, a medicina alternativa, ou seja, tratamento a base de
plantas medicinais alcançou importantes vitórias sobre as doenças modernas.
“Estudos científicos de faculdades renomadas comprovaram que existe um tesouro
precioso nas entranhas das árvores e plantas e que muitos desconhecem o valor
dessa flora tão rica que Deus em sua infinita bondade, tão perfeitamente a distribui
pelo nosso planeta” (Spethmann, 2003).
Nenhum médico duvida do poder das plantas, pois, apesar de todo o
progresso da medicina, atualmente ainda uma série de medicamentos importantes
são extraídos ou derivados de substancias retiradas de plantas.
Fique Informado!
A morfina, um dos mais poderosos remédios contra a dor é extraído da papoula
(Papaver somniferum), a aspirina, um derivado do ácido Acetil-salicílico encontrado no
salgueiro ou chorão (Salix babylonica) e muitas outras plantas fornecem substâncias para a
produção de medicamentos.
O uso de plantas medicinais são frequentemente divulgadas pelos meios de
comunicação, os jornais, revistas e meios televisivos relatam benefícios das plantas
medicinais. Segundo informações divulgadas por esses meios a “Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu regulamentar a produção e a
comercialização, e também estabeleceu o modo de usar cada fitoterápico, para que
serve e os possíveis efeitos colaterais”. A agência divulgou uma tabela com mais de
60 drogas vegetais e a forma correta de preparar cada uma delas. A Anvisa destaca
ainda que, a ação fitoterapêutica desses fitoterápicos é totalmente influenciada pela
forma de preparo. São os poderes terapêuticos das plantas que já foram
reconhecidos por muitos médicos. Esses medicamentos naturais sempre foram
utilizados de acordo com a sabedoria popular. De agora em diante, o consumidor vai
receber uma orientação oficial da Agência de Vigilância Sanitária, que decidiu
regulamentar a produção e a comercialização desses produtos.
Importante!
“Também alguns fitoterápicos estão sendo introduzidos no SUS (Sistema Único de Saúde)
e indicados por médicos nos cuidados básicos a saúde”.
Vídeo: Plantas medicinais com aprovação do Governo e Distribuídas pelo
SUS: http://www.youtube.com
O famoso escritor Humberto Rohden dizia: “Nunca homem algum curou outro
homem. Nunca remédio algum curou alguém...” Ele explica: “A cura é um processo
interno, o obstáculo criado pelo doente deve ser removido por ele mesmo. O médico,
o psiquiatra, o curador podem apenas servir de seta indicadora da encruzilhada,
podem funcionar como catalisadores. Os remédios são remendos, não é solução.
Podem quanto muito desobstruir o caminho, mas não podem curar o mal. Somente a
Natureza cura” (Brüning). As plantas utilizadas pela chamada medicina natural
distinguem-se dos medicamentos alopáticos, pelo próprio fato de que a formação de
um corpo, composto a partir de seus elementos, realiza-se artificialmente nos
remédios químicos, ao passo que ocorre naturalmente no próprio seio do vegetal
(Rudder,1997).
As plantas medicinais têm lugar garantido no "folclore" brasileiro. Quem não
conhece a babosa, chá de quebra pedra, pata de vaca, macela, chá de picão e
extratos de outras numerosas plantas? O efeito da maioria delas é desprovido de
qualquer fundamentação científica (evidências) e a sua manipulação por leigos vem
ocorrendo há séculos. Além disso, os medicamentos fitoterápicos são reconhecidos
pela OMS como recurso terapêutico desde 1978, que recomenda com insistência
aos países membros da ONU que utilizem seus conhecimentos tradicionais sobre as
plantas medicinais como recurso terapêutico viável, demonstrando assim a
importância da utilização deste recurso pela humanidade.
As plantas têm a sua missão, desde a minúscula erva à grande e majestosa
árvore da floresta, são criadas com o objetivo único de servir ao ser humano e, em
contrapartida, serem por ele protegidas e respeitadas. Das profundas raízes à
diminuta flor, da clorofila à seiva exuberante, tudo é vida – alimentar, proteger, curar,
dar alegria e, no final do ciclo, voltar à terra-mãe, que tudo cria e recria para a
eternidade!
7.1. Recomendações sobre o uso de Plantas Medicinais 1. Utilize somente as plantas conhecidas. Nunca utilize plantas de identidade
duvidosa.
2. Nunca colete plantas medicinais em locais próximos a lavouras que possam ter
recebido agrotóxicos ou venenos.
3. Não utilize plantas contaminadas ou colhidas na beira de estradas ou locais
poluídos. Nem utilize plantas furadas, amareladas, manchadas, nem folhas
velhas demais ou novas demais.
4. As plantas devem ser secas à sombra por alguns dias, em local bem arejado, até
ficarem quebradiças.
5. Após secagem, guardar em vidros fechados, em local escuro; no rótulo colocar o
nome da planta e a data de coleta.
6. Tenha cuidado ao comprar plantas medicinais. Verifique a identidade e o estado
de conservação. Somente compre plantas de fornecedores conhecidos e de
confiança.
7. Evite usar misturas de plantas. Nem sempre as plantas podem ser usadas da
mesma maneira e a mistura pode causar efeitos não esperados.
Importante!
O Brasil é considerado um dos países com maior diversidade vegetal,
abrigando 55 mil espécies catalogadas, dessas, estima-se que 4 mil espécies vegetais
sejam usadas com fins medicinais, resultado da observação e manejo da flora por
povos tradicionais.
8. Não utilize plantas durante a gravidez, a não ser sob orientação médica. Existem
plantas que podem causar sérios problemas ao bebê e a mãe.
9. Algumas plantas medicinais são recomendadas para uso externo por suas
propriedades cicatrizantes e anti-sépticas e não devem ser tomadas como chás.
O professor poderia começar a atividade questionando aos alunos:
1 - O que são plantas medicinais?
2 - Você conhece alguma planta que auxilia na cura de doenças? Qual? Como
funciona?
3 - Em sua casa, tem alguma planta medicinal no quintal? Elenque as mais
utilizadas pela sua família.
Depois de realizado esse questionamento, o professor pode sugerir aos
alunos para trazerem de casa algumas plantas medicinais que conhecem. Com
certeza irão trazer camomila, hortelã, erva cidreira, boldo, macela, erva doce que
são as mais conhecidas. A partir das plantas trazidas, o professor sugere aos alunos
que perguntem a seus pais, as plantas que mais utilizam para fazer chá e para que
serve. Após isso, propor aos alunos que pesquisem em livro, revistas, internet, etc.
De posse do resultado da pesquisa, os alunos apresentam na sala de aula para os
demais colegas o que aprenderam sobre as plantas pesquisadas. Após isso, é
possível elaborar um Fichário, onde os alunos deverão constar às propriedades
medicinais das plantas estudadas. Do referido trabalho, os alunos deverão produzir
uma cartilha das plantas medicinais pesquisadas, que será confeccionada em uma
Gráfica.
Sugestão para confeccionar um Fichário
Camomila
Fonte: Mauri José Schneider
- Nome Vulgar: Camomila
- Nome Científico: Matricaria chamomilla L.
- Coleta: Colher as flores antes que comecem a murchar, de preferência no
período entre maio e agosto.
- Indicações Terapêuticas: Age sobre o sistema imunológico, ajudando a
combater gripes, aliviar espasmos musculares, é um relaxante natural. Coadjuvante
no tratamento de inflamações, cólicas estomacais e alergias. A camomila é muito
usada em chás para cólicas de bebês e disputa com a erva doce o título da primeira
planta a ser usada em forma de chá, por uma pessoa. Usar preferencialmente a
infusão preparada com uma colher (sopa) de inflorescências em uma xícara de água
fervente. Cobrir e esperar de 10 a 15 minutos.
- Efeitos Colaterais: Em doses elevadas promove a paralisia da
musculatura lisa.
Passatempo
01 - Responda à cruzadinha, com palavras que se encontram nos textos
e de acordo com os questionamentos.
1 Procedimento de tomar medicamento sem prescrição médica
2 As...de medicamento seduzem e prometem algo que não podem cumprir.
3 Medicamento que tem em sua composição produtos de origem química.
4 Antes de tomar qualquer medicamento, faz-se necessário ler a... para obter
maiores informações quanto aos efeitos colaterais.
5 Todo medicamento expõe o paciente a efeitos...
6 A automedicação é preocupante quando associada em conjunto com outros
medicamentos, pois isso pode levar a efeitos...
7 Não devemos tomar medicamentos sem a prescrição...
8 Forma de tratamento de doenças mediante o uso de plantas.
1 A
2 N
3 A
4 L
5 O
6 G
7 I
8 A
02 - Encontre no caça-palavras as seguintes palavras
MEDICAMENTOS AUTOMEDICAÇÃO ALOPÁTICO
ERVAS MEDICINAIS SINÉRGICO ANALOGIA
FITOTERÁPICO SAÚDE PROPAGANDA
BULA
A D D E H L T S M S A U D E E
L S T P A M K O G I U R J K R
O U N M F Y I T U K T M B L V
P R O P A G A N D A O M O I A
A H J K U M N E Z X M C C A S
T C V D T A S M T Y E W I I M
I H J K R L C A V B D J P G E
C G Y H M G F C D A I N A O D
O S I N E R G I C O C L R L I
H Y O Q T D M D T G A L E A C
J T L W I S H E H G Ç K T N I
V R K R C K Y M F D Ã J O A N
G M J A F H Q Q C S O R T R A
F D H S S G W U X G K A I T I
G H N X A B U L A J K M F I S
8. Montagem de Exsicatas
Outra sugestão importante que é possível fazer com os alunos é a
montagem de exsicatas.
Exsicata – Exemplar de planta seca e prensada numa estufa, fixada em uma
cartolina de tamanho padrão acompanhada de uma etiqueta ou rótulo contendo
informações sobre o vegetal e o local de coleta, para fins de estudo botânicos. São
normalmente guardadas num herbário.
Herbário - é uma coleção de plantas mortas, secas e montadas de forma especial,
destinadas a servir como documentação para vários fins. Ele é utilizado nos estudos
de identificação de material desconhecido, pela comparação pura e simples com
outros espécimes da coleção herborizada; no levantamento da flora de uma
determinada área; na reconstituição do clima de uma região; na avaliação da ação
devastadora do homem ou da ação deletéria da poluição; na reconstituição do
caminho seguido por um botânico coletor, etc. Muito é possível conseguir-se pelo
simples manusear de exsicatas de um herbário.
Para fazer a coleta das plantas será necessário o seguinte material:
� Tesoura de poda
� Prensa de papelão ou madeira
� Jornal (de preferência os mais antigos)
� Borrifa de álcool 92% a 98%
� Bloco de notas contendo as informações seguintes:
Modelo de Ficha de Coleta
Classificação do Vegetal:
Nome científico___________________________________________________
Nome Popular____________________________________________________
Classificação da Estrutura:
Nome___________________________________________________________
Tipo____________________________________________________________
Observação antes da herborização:
________________________________________________________________
Observação após a herborização:
_______________________________________________________________
Coletado por: ____________________________________________________
Data da coleta: ___________________________________________________
Local da coleta: ___________________________________________________
Características do local: ____________________________________________
Técnicas para coleta:
É importante coletar a partir do caule, onde tenha folhas, flor, semente, pois isso
facilita a identificação.
Preparar a posição definitiva da exsicata, deixar o lado superior das folhas a maioria
voltada para cima e algumas folhas viradas para baixo, deixa-las dentro do jornal
após a coleta.
Interpor o material coletado entre as folhas de jornal, distendendo-o, de maneira que
os órgãos ou estruturas não se sobreponham.
Intercalar cada uma das pastas do item anterior com folhas de jornal dobradas e
para cada conjunto de duas outras pastas, intercalarem folhas de papelão canelado.
Manter o material prensado em estufa ou lugar quente e seco, para que se processe
a secagem, podendo, até mesmo, expor ao Sol. Trocar periodicamente as folhas de
jornal se o material não estiver na estufa. Deixar o tempo necessário para que a
planta esteja completamente seca.
MATERIAL NECESSÁRIO PARA A MONTAGEM DA EXSICATA:
� Tesoura
� Linha fio 10
� Agulha
� Almofadinha com água
� Fitas adesivas Gomadas
� Cartolina (tamanho padrão para todas)
� Pinça
INSTRUÇÃO PARA MONTAGEM DO MATERIAL:
� Verificar o lado da exsicata. O lado superior das folhas deve ficar voltado para
cima. Observe que o lado superior da folha é mais brilhante, piloso e com
nervuras mais salientes que o inferior.
� Observar as partes mais volumosas da exsicata. Pois estas devem ficar se
possível próxima as laterais maiores da cartolina, isso evita o abaulamento
excessivo do maço de exsicatas quando forem amarradas.
� Reservar um espaço para a etiqueta em um dos cantos da cartolina.
� Ao montar, as exsicatas não podem ficar em hipótese nenhuma com alguma
parte fora da cartolina e também não deve ficar no seu limite.
� Fixar as exsicatas com fitas gomadas ou costuradas de modo que estas
fiquem bem próximas às extremidades das hastes mais grossas. Colar a
etiqueta de identificação com as observações identificadas no bloco de notas
levado a campo no momento da coleta.
8. Referências
BRÜNING, Jaime. A Saúde Brota da Natureza. Curitiba: Expoente. 2000.
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