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Técnicas de Execução
em Alvenarias
Carga horária: 35hs
Conteúdo
Definição de alvenaria
Introdução
1. Finalidade das alvenarias e principais exigências
2. Tipos de alvenarias
3. Organização dos trabalhos
4. Fabrico das argamassas de assentamento
5. Assentamento de tijolos
Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II
Alvenarias A importância histórica da alvenaria, deve-se sobretudo ao facto de ser o principal material estrutural
responsável pela habitabilidade dos abrigos construídos pelo homem e de ser a principal estrutura dos
edifícios ao longo de 4000 anos de civilização. Desde o passado que a construção de abrigos permanentes
para os humanos, evoluindo progressivamente até aos edifícios de hoje em dia, anda na maior parte das
civilizações interligada sobretudo à alvenaria. Sabemos que os edifícios são espaços habitáveis, concebidos e realizados fundamentalmente de acordo com
exigências e tecnologias variáveis com os utentes, as épocas, os locais e os materiais disponíveis. A subdivisão, ou mais simplesmente o “desmonte” de um edifício, pode ser feito de várias maneiras, sendo
habitual considerar dois tópicos:
1. A subdivisão em órgãos, por analogia com o corpo humano, sendo esta divisão única estrutura,
envolvente, compartimentação interior, instalações e divisões exteriores;
2. A subdivisão em componentes, desempenhando cada um deles uma ou mais funções: suportar,
separar, isolar, etc. Sendo neste caso possível imaginar várias subdivisões em componentes.
As exigências dos utilizadores para as construções são variáveis com enumeras características, no entanto, as
realizações construtivas humanas são a síntese de três critérios (engenharia, economia e estética), com
importância relativa variável em diferentes obras, sendo no entanto a estética o elemento distintivo dos
abrigos humanos do dos animais.
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Universidade Fernando Pessoa Materiais de Construção II
Definição de alvenaria
Apresentam-se várias definições sobre este tema:
As alvenarias são elementos discretos construídos de pedras ou blocos, naturais ou
artificiais, ligadas entre si de modo estável pela combinação de juntas e interposição
de argamassa ou somente por um desses meios;
Alvenaria é o termo que designa as paredes executadas com pedra, tijolo ou blocos de
cimento e que, travados em sobreposição por meio de argamassas, servem para a
execução de edifícios.
Alvenaria é o sistema construtivo de paredes e muros, ou obras semelhantes,
executadas com pedras naturais, tijolos ou blocos unidos entre si com ou sem
argamassa de ligação, em fiadas horizontais ou em camadas parecidas, que se
repetem sobrepondo-se umas sobre as outras, formando um conjunto rígido e coeso.
Alvenaria é o conjunto de materiais pétreos, naturais ou artificiais, unidos entre si por
meio de uma argamassa
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Introdução
Nos últimos anos os traçados das redes internas das instalações técnicas aumentaram
significativamente, bem como a quantidade dos aparelhos de comando ou de utilização no
interior das habitações.
Das soluções tradicionais passámos à necessidade de prever instalações telefónicas em
todos os compartimentos, várias tomadas por compartimento, redes de aquecimentos, de
música ambiente, iluminação decorativa e aumento do número de instalações sanitárias.
Estas redes implicam espaços mais amplos nas paredes interiores, sem que o sistema
tradicional de construção tenha sido adoptado para o efeito.
Após a execução das alvenarias interiores, habitualmente em tijolo, assiste-se à sua
demolição para a abertura de roços que posteriormente, serão refechados com argamassas
sujeitas a processos de fissuração.
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1. Finalidade das alvenarias e principais exigências
Divisão, vedações e protecção;
Estrutural: paredes que recebem esforços verticais (lajes e coberturas em
construções não estruturadas) e horizontais (empuxo de terra);
Resistência mecânica;
Isolamento térmico;
Isolamento acústico;
Proteger contra acções do meio externo;
Segurança ao fogo;
Segurança ao contacto;
Economia de facilidade construção;
Estética;
Estanquidade à água e ao ar;
Estabilidade;
Durabilidade e facilidade de manutenção.
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2 – Tipos de alvenarias
2.1 - ALVENARIAS EXTERIORES
A espessura das paredes exteriores deve ser definida com muito rigor tendo em conta
diversos condicionantes, nomeadamente no que diz respeito, à estrutura, isolamento
térmico e ás caixas de estore, cujas dimensões variam de caso para caso (figura 1 ).
Fig. 1 - Caixa de estore
Apesar da definição da espessura das paredes depender das condições particulares do
projecto, no geral, as paredes exteriores são constituídas pelos seguintes elementos:
Parede dupla, com tijolo 30x20x15cm ou 30x20x11cm a aplicar pelo exterior e
30x20x11cm no interior, deixando-se uma caixa-de-ar de 5cm, a qual deverá ser preenchida
com um isolamento térmico – normalmente de 3 cm (figura 2).
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Fig. 2 - Parede dupla
Nas condições referidas a parede terá a espessura final de 35cm no limpo.
Nas paredes expostas a Norte e decorrente do estudo do comportamento térmico, poderá ser
utilizada uma solução do tipo indicado na (figura 3).
Na parte inferior da caixa-de-ar deverá ser executado uma caleira para recolha de eventuais
águas provenientes de infiltrações ou de condensações, sendo desejável a drenagem das
caleiras para o exterior através de furos e tubos colocados na alvenaria exterior.
Recentemente foram introduzidas no mercado soluções de isolamento da caixa-de-ar
através da projecção de poliestireno sobre a face interior da alvenaria exterior.
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Fig. 3 - Parede dupla exposta a Norte
2.2 - ALVENARIAS INTERIORES
Devido á necessidade de embeber as redes nas paredes interiores, a espessura das paredes
separadoras e confinantes dos compartimentos que possuam tubagens de instalações
especiais, tais como as cozinhas e as instalações sanitárias, deverão ser estudadas com
muito rigor, uma vez que as espessuras habitualmente apresentadas são insuficientes. A
quantidade de roços é em número tão elevado que obriga à quase total reconstrução das
paredes já executadas (figuras 4 e 5).
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Fig. 4 e 5 – Parede com roços
Deverá ser estudada a compatibilização sistemática entre os projectos de arquitectura e das
redes de esgotos, de águas e eléctricas, tendo como objectivo garantir uma adequada
espessura das paredes para comportarem as diferentes tubagens.
Um dos aspectos relevantes a ter em conta, e que foi agravado pelo acréscimo das redes
internas, é a possibilidade das mesmas serem perfuradas pelos futuros utilizadores das
habitações, decorrentes da sua adequação funcional.
Neste contexto destacam-se como frequentes as perfurações de tubagens nas situações
seguintes:
Instalações de esquentadores e de caldeiras mural;
Fixação de móveis de cozinha;
Colocação de toalheiros;
Fixação dos batentes das portas, para evitar o seu encosto nas paredes;
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Fixação de candeeiros.
Devido ao elevado número de redes e ao reduzido espaço para a sua passagem é
recomendável a definição de critérios na instalação, tendo em conta o exposto e, a posterior
comunicação aos utilizadores das fracções.
À semelhança do que se verifica noutros países da Europa desde há muitos anos, em
Portugal, tem vindo a ser introduzidos sistemas de divisórias interiores com revestimento a
placas de gesso, permitindo um compromisso entre as novas exigências e soluções mais
adequadas.
A questão que se coloca é ainda de custo, quando se compara com sistemas com
características acústicas equivalentes ao tijolo, mas, inevitavelmente, tal como já sucede
com os tectos falsos, também as divisórias leves irão ocupar o seu espaço, com destaque
para as obras de reabilitação urbana.
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3 - Organização dos trabalhos 3.1 - ANÁLISE DO PROJECTO E PREPARAÇÃO PARA OBRA
O planeamento e a programação da execução de alvenarias devem obedecer aos mesmos
princípios aplicados a outras actividades, nomeadamente, (execução da estrutura,
acabamentos, instalações técnicas, etc.), adaptados, em cada caso, ao volume e
complexidade da obra.
Os principais aspectos a considerar no planeamento da execução das alvenarias são os
seguintes:
Quantificação global dos trabalhos;
Programação da sequência e duração das diversas tarefas (cronograma); Avaliação dos meios necessários (mão-de-obra, materiais, acessórios especiais e
equipamentos);
Avaliação das exigências logísticas (aquisição de materiais, armazenamento, transporte
e elevação, manutenção de equipamentos, etc.);
Definição de equipas de trabalho e sua qualificação;
Definição dos instrumentos de previsão e controlo da produtividade e custos;
Definição de procedimentos de controlo de qualidade.
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3.2 - INFLUÊNCIA DA PROGRAMAÇÃO DA EXECUÇÃO DAS ALVENARIAS NO PLANO DA
OBRA
Recomenda-se que se retarde o início das alvenarias e que se aguarde algum tempo ate à
execução dos revestimentos, devido:
À deformabilidade das estruturas sob acção das cargas;
À retracção das estruturas e das paredes.
As estruturas em geral e em particular as de betão armado, têm deformações imediatas sob
a acção do seu próprio peso e dos elementos construtivos que suportam, além destas
deformações têm também, deformações posteriores a médio e longo prazo.
As alvenarias só deverão ser executadas depois de terminada a estrutura e por ordem
inversa, isto é, de cima para baixo. Esta prática é em geral, impossível, recomendando-se
em alternativa a construção de piso sim, piso não, ou ainda, começando do 3º para o 1º,
depois do 6º para o 4º e assim sucessivamente.
O revestimento só deverá ser efectuado no fim da construção integral das alvenarias,
porque o fecho superior destas – no remate à viga ou piso superior, por exemplo – só deve
ser feito quando todas as alvenarias estiverem executadas ou pelo menos 50% destas, e de
preferência de cima para baixo.
Recomenda-se ainda que nenhuma alvenaria seja fechada antes de decorridos 14 dias após
a execução da última fiada.
Uma alternativa é elevar as alvenarias conforme os pisos são concluídos, mas deixando um
espaço entre última fiada e o tecto (ou viga), que virá a ser preenchida, quando todos os
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pisos estiverem concluídos, por uma argamassa deformável (à base de gesso, por exemplo),
de modo que a carga estrutural nunca assente nas paredes.
Fig./s. 6 e 7 – Exemplos de alternativas à execução das alvenarias a partir do último para o
1º Piso (X – alvenarias a executar depois da estrutura concluída).
3.3 – Materiais utilizados para execução de alvenarias
3.3.1 – TIJOLOS CERÂMICOS
3.3.1.1 – CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DOS TIJOLOS CERÂMICOS:
Regularidade na forma e dimensões;
Arestas vivas e cantos resistentes;
Som "claro" quando percutido;
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Resistência suficiente para resistir esforços de compressão
Ausência de fendas e cavidades;
Facilidade no corte;
Homogeneidade da massa e cor uniforme;
Pouca porosidade (baixa absorção).
3.3.1.2 – VANTAGENS
Menor peso por unidade de volume;
Aspectos mais uniformes, arestas e cantos mais fortes;
Diminuem a propagação da humidade;
Economia de mão-de-obra;
Economia de argamassa;
Melhores isolantes térmicos e acústicos.
3.3.2 – CORRECTA EXECUÇÃO DE ALVENARIA DE TIJOLOS CERÂMICOS
Efectuar a "marcação" das paredes com base na planta baixa (arquitectónica) da
edificação, executando os cantos e, logo após, a primeira fiada com argamassa e
com o auxílio de linha, esquadro, prumo e nível;
Nas extremidades da parede suspendem-se prumadas de guia, controlando com o
prumo e assentando os tijolos alternados.
Executar todas as fiadas, seguindo um fio de nylon nivelado de acordo com as
prumadas-guia das extremidades. Uma parede bem executada é plana, vertical, sem
ondulações e necessita de pouca espessura de argamassa de revestimento
3.4 – ARGAMASSAS Alvenarias 14
3.4.1 – TIPOS DE ARGAMASSAS
O projectista deverá seleccionar o tipo de argamassa em função dos requisitos mecânicos
da alvenaria, do tipo de material que a constitui, da exposição da fachada, da possibilidade
da exposição ao gelo e das propriedades inerentes à sua composição.
As argamassas podem ser de duas origens. Argamassas pré-doseadas em fábrica e
argamassas executadas em obra. Segundo o “Eurocódigo 6”, as argamassas pré-doseadas
devem respeitar as condições constantes da norma “EN998-2”. Segundo este documento as
argamassas são de 3 tipos: de uso geral; de reduzida espessura e leves.
De modo a que as argamassas possuam uma razoável trabalhabilidade torna-se necessária
uma proporção de ligante e areia de, pelo menos, 1:3. Uma vez que estas argamassas são
em geral demasiado ricas para o assentamento de alvenarias, torna-se necessário reduzir a
quantidade de ligante. Para que se mantenha a trabalhabilidade deve-se acrescentar cal
apagada ou plastificante. Debate-se agora as características mais relevantes das diferentes
argamassas:
Argamassas de cimento – as argamassas de cimento Portland permitem resistências
mecânicas elevadas, assim como um rápido desenvolvimento das suas características.
Contudo, o ajuste da resistência pretendida não é fácil, uma vez que para dosagens
fracas de cimento, as argamassas tornam-se “ásperas” e pouco trabalháveis;
Argamassas de cimento e cal – o emprego da cal apagada, em substituição de parte do
cimento Portland, conferem às argamassas maior trabalhabilidade, maior retenção de
água e adesão (aumentando a resistência à penetração da água);
Argamassas de cimento com aditivos plastificantes – os plastificantes, introdutores
de ar nas misturas de cimento e areia, são alternativas à adição da cal em argamassas
fracas, uma vez que asseguram a sua trabalhabilidade.
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3.4.2 - ESPECIFICAÇÕES QUE AS ARGAMASSAS DEVEM VERIFICAR
Sinteticamente, são:
As argamassas hidráulicas correntes são constituídas por uma mistura de
ligantes, inerte e água, podendo ainda conter aditivos ou adjuvantes que lhes
conferem propriedades hidrófugas, de endurecimento e de aceleramento ou
retardamento da presa.
O seu fabrico pode ser por processos mecânicos ou manuais, sendo contudo
preferível a utilização de meios mecânicos.
Depois de fabricadas as argamassas deverão ser levadas para os locais de
aplicação com o auxílio de meios de transporte limpos, não absorventes e que
não provoquem a segregação dos materiais.
As argamassas não devem ser utilizadas, após se ter iniciado a presa. Em geral
não devem ser empregadas depois de uma hora de fabrico, salvo nos casos de
utilização de retardadores de presa.
3.5 – TIPOS DE BLOCOS E TIJOLOS MAIS UTILIZADOS
3.5.1 - BLOCO DE BETÃO ESTRUTURAL
Aplicação em alvenaria estrutural armada e parcialmente armada. Permite que as
instalações eléctricas e hidráulicas fiquem embutidas já na fase de levantamento da
alvenaria.
3.5.2 - BLOCO DE BETÃO DE VEDAÇÃO
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Para fechamento de vãos em prédios estruturados. Devem ser observados os vãos entre
vigas e pilares, de modo a propor vãos modulados em função das dimensões dos blocos.
3.5.3 - BLOCO CERÂMICO DE VEDAÇÃO
Deve-se procurar a modulação dos vãos, apesar de ser mais fácil o corte neste tipo de bloco.
Dimensões mais encontradas (cm): 9x19x19 e 9x19x29.
3.5.4 - TIJOLO CERÂMICO MACIÇO
Empregado geralmente para alvenaria de vedação ou como estrutural para casas térreas.
Devido às suas dimensões, a produtividade da mão-de-obra na execução dos serviços é
mais baixa. Os tijolos maciços também são usados em alvenaria aparente. Dimensões (cm):
5x10x20 aproximadamente.
3.5.5 - BLOCO SILICO-CALCÁREO
Empregado como bloco estrutural ou de vedação. Mistura de cal e areia silicosa, curadas
em autoclaves, com vapor e alta pressão e temperatura. Também conhecidos como blocos
de betão celular autoclavados.
3.5.6 – PERPIANHO
Bloco paralelepipédico que é, hoje em dia, apenas utilizado por razões económicas em
construção de casas individuais. Este é feito de cimento endurecido ao ar sem qualquer
cozedura em forno, e é usado para construção de paredes de fundações, paredes de suporte,
interiores e exteriores, muros não de suporte e divisórias de distribuição
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3.5.7 – ACESSÓRIOS E ARMADURAS PARA ALVENARIAS
As armaduras para alvenarias e os acessórios usados para a execução de ancoragens de
paredes, de fixação aos pilares, etc., são em geral, metálicos e, para além da resistência
mecânica necessária, devem ter uma protecção que assegure durabilidade contra corrosão.
Para essa protecção, recorre-se em geral à galvanização quando os materiais são ferrosos,
com uma micragem suficiente para os defender, não só da acção da humidade e das
argamassas, mas também da eventual dobragem quando manuseados em obra. Em
situações de maior agressividade do meio ambiente, é usual o emprego de armaduras e
acessórios em aço inoxidável (AISI 314 ou AISI 316).
Podem ser empregues no fabrico dos acessórios outros metais não ferrosos, tais como o
cobre ou o alumínio. Contudo, enquanto o cobre não é corroído pelo betão ou pelas
argamassas ainda frescas, o mesmo já não se passa com o alumínio. Este deverá ser
protegido por pintura betuminosa ou por pintura de cromato de zinco (que deverá
permanecer intacta durante o assentamento do acessório). O emprego do cobre ou do
alumínio, obriga a que não exista contacto directo entre estes materiais e outros elementos
em aço. Se tal acontecer, ocorrerá corrosão de origem galvânica.
As “BS5628”, em função do tipo de materiais que constituem os acessórios de fixação,
definem as características de protecção mínimas a que os mesmos deverão obedecer.
A introdução de armaduras nas juntas horizontais das alvenarias possibilitam o aumento da
ductilidade e as capacidades resistentes à tracção, à flexão, e ao corte dessas alvenarias. As
armaduras são normalmente comercializadas em forma de varões isolados ou em forma de
treliça, variando o diâmetro dos varões principais entre 4mm e 5mm.
3.5.8 - VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DO BETÃO ARMADO EM ALVENARIAS
O betão armado é um material: Alvenarias 18
Económico – A associação do aço e do betão permite resistir aos esforços de tracção
e compressão.
Utilização maleável – O betão armado presta-se a todas as formas possíveis de acordo
com a confecção das cofragens.
Resistente às intempéries – Desde que o betão tenha sido bem executado
(compacidade) e que as armaduras tenham sido dispostas a uma distância suficiente, o
betão armado resiste às intempéries sem a necessidade de manutenção, o que consiste
em ser uma vantagem em relação aos outros materiais.
Resistente ao fogo – O betão armado resiste relativamente bem aos incêndios da
violência média, mas pelo contrário, é dependente do tempo pois se o incêndio durar
muito tempo, este corre o risco de se desmoronar.
3.5.9 – MÃO-DE-OBRA
Todos os trabalhos devem ser executados por pessoal devidamente qualificado e experiente.
O empreiteiro deverá empregar pessoal devidamente qualificado e experiente para a
direcção da obra. Devem ser especificados requisitos para a mão-de-obra que não sejam
menos exigentes que as recomendações da ENV 1996-1-1. O nível de execução deve ser
especificado como sendo, em ordem decrescente, de Categoria A, Categoria B ou Categoria
C.
3.6 – EQUIPAMENTOS PARA EXECUÇÃO DE ALVENARIAS
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3.8.7 – RECEPÇÃO E ARMAZENAMENTO DOS MATERIAIS EM OBRA A recepção dos materiais em obra destina-se a garantir e verificar se estes corresponde às
exigências de projecto, se apresentam a uniformidade desejada e se não sofreram qualquer
deterioração durante o transporte.
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O controlo em obra é sobretudo visual e diz respeito às principais características dos
materiais. Em obras especiais ou de maior envergadura podem estabelecer-se
procedimentos laborais.
Os limites de aceitação devem corresponder aos que estiverem definidos na normalização
aplicável e ás exigências estabelecidas no caderno de encargos do projecto.
3.8.1 - PROCEDIMENTOS DA RECEPÇÃO DOS MATERIAIS EM OBRA POR PARTE DA
FISCALIZAÇÃO
Os procedimentos normais por parte da fiscalização, no que diz respeito á qualidade e
condições em que se encontra os materiais, necessários á execução de determinada obra,
são os seguintes:
Verificação da integridade dos sacos de cimento (e outros ligantes) e de eventuais sinais
de humidade que possam constituir indícios de que se deu o início da hidratação;
Verificação da presença de ramos, folhas ou outros materiais indesejáveis (como por
exemplo, argilas) nas areias, procedendo sempre que possível a uma análise
granulométrica das mesmas (como se refere no parágrafo referente ao fabrico das
argamassas);
Verificação do aspecto do tijolo e de eventuais defeitos aparentes, confirmando ainda
que a produção dispõe da necessária certificação;
Verificação do prazo de validade e da documentação técnica de produtos deterioráveis
(adjuvantes, etc.) bem como a integridade das suas embalagens.
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Fig. 8 - Embalagem de tijolo em obra, protegido com filme plástico, apenas nas faces
laterais
No caso dos tijolos furados, ao serem armazenados no estaleiro, os tijolos deverão ser
protegidos da sujidade e não ficarem em contacto com solos húmidos e poluentes.
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4 - Fabrico das argamassas de assentamento
As argamassas de assentamento têm como principais funções, a capacidade de unir os
vários blocos ou tijolos, a distribuição uniforme das cargas verticais, a absorção de
deformações, a resistência a esforços laterais e a selagem das juntas contra a entrada de
águas.
Para garantir estes desempenhos, temos que efectuar um estudo ás argamassas quanto:
À sua capacidade de resistência à flexão e à compressão;
Ao seu módulo de elasticidade;
As possíveis retracções;
À sua aderência;
À sua capacidade de retenção de água;
Á trabalhabilidade;
Depois de efectuados os testes, aos desempenhos das argamassas nos critérios acima
referidos, estas devem cumprir também as seguintes condições:
As argamassas de assentamento das alvenarias serão realizadas com Cimento Portland
Normal (CPN) e areia, ao traço 1:5, ou ao traço 1:5:5 de CPN, cal e areia.
A sua aplicação deve respeitar sempre as indicações do fabricante e deverão estar
adequadas aos diferentes tipos de trabalho.
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A espessura dos leitos e juntas não deverá ser superior a 0.01 m.
A espessura das massas de assentamento, de alvenarias de pedra, tijolo ou betão
estrutural, são variáveis de acordo com as peças mas nunca inferiores a 0.02m e
superiores a 0.04m.
Deverá existir um especial cuidado no aprovisionamento das matérias-primas. No caso de
duas areias diferentes, estas deverão estar convenientemente separadas e deve evitar-se
qualquer tipo de contaminação.
Deverá, também, existir um cuidado especial no aprovisionamento dos ligantes hidráulicos.
Se o fornecimento destes for em sacos, estes deverão ser armazenados num espaço fechado,
assentes sobre um estrado com boa ventilação. Deve garantir-se que a pressão exercida
sobre os sacos que ficarem debaixo não seja excessiva.
Igualmente deve garantir-se que os adjuvantes se mantenham nos recipientes vindos de
fábrica, para que não haja qualquer contaminação destes produtos.
Os trabalhos de assentamento têm baixos consumos de argamassa (cerca de 10 a 15 litros
de argamassa por m2 de alvenaria), pelo que se deve considerar pequenos volumes. É de ter
em atenção que na evolução de uma argamassa, após o seu fabrico, temos um período
dormente, um período de presa, com o respectivo início e fim, e um posterior período de
endurecimento.
As argamassas devem ser utilizadas antes do início de presa.
4.1 - VERIFICAÇÃO E CONTROLO DAS ARGAMASSAS
4.1.1 - ESTADO FRESCO
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O estado fresco de uma argamassa define-se pela sua trabalhabilidade, sendo esta a
primeira característica e a introdutora de todas as outras. Uma argamassa que não possua
boa trabalhabilidade, será difícil de aplicar e tornar-se mais porosa do que o desejável.
Existe um aparelho de laboratório, a chamada mesa de espalhamento, que nos permite uma
boa avaliação da trabalhabilidade de uma determinada argamassa, (flow-test).
4.1.2 - ESTADO ENDURECIDO
Deverá proceder-se a uma recolha, para fazer uma escolha racional dos produtos mais
adequados, nomeadamente no que diz respeito á:
Resistência à flexão;
Resistência à compressão;
Retracção;
Arranque (pull-off);
Determinação do módulo de elasticidade (dinâmico).
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5 - Assentamento de tijolos
5.1 - TAREFAS PRELIMINARES
Antes de se iniciar a execução das paredes de alvenaria, cujas tarefas e etapas são descritas
nas alíneas seguinte, é necessário realizar diversas verificações preliminares:
Verificar o estado da estrutura (geometria, desempeno e alinhamentos);
Verificar a necessidade de uma reparação pontual da estrutura, e se decorreram 3 dias
após a eventual reparação;
Verificar a limpeza e nivelamento dos pavimentos;
Verificar se as peças de betão armado foram chapiscadas e se decorreram pelo menos 3
dias após essa operação;
Verificar se existem ferros de espera na estrutura para ligação das alvenarias (se
estiverem previstos em projecto);
Verificar se estão implementadas as medidas de segurança colectivas necessárias à
execução das alvenarias;
Verificar se foram executadas todas as tarefas antecedentes previstas no plano de obra.
Depois de se ter efectuado todas as verificações descritas anteriormente, entramos na fase
de execução da alvenaria, propriamente dita, sendo a execução de alvenarias tem três etapas
principais:
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A marcação da primeira fiada;
A elevação da parede;
Fecho (ou fixação).
Estas tarefas devem ser intercaladas com diversos procedimentos de verificação e controlo.
5.2 - TIPOS DE TIJOLOS MAIS USADOS NAS CONSTRUÇÕES EM PORTUGAL
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Fig. 9 – Formas e medidas dos tijolos mais usados em alvenarias
5.3 – PAREDES DE ALVENARIA
5.3.1 - CLASSIFICAÇÃO DO TIPO DE PAREDES (QUANTO À SUA FORMA DE
CONSTITUIÇÃO)
As paredes podem ser classificadas pela sua forma de constituição de acordo com o EC6, e
são classificadas como podendo ser:
Paredes simples:
São constituídas por um único pano de alvenaria, podendo ser com junta horizontal
continua ou descontinua na espessura da parede, e com ou sem junta longitudinal
(existência de junta vertical preenchida no comprimento do bloco e localizada a meia
espessura.
Paredes duplas:
Actualmente muito utilizadas na construção, são constituídas por dois panos de
alvenaria separados por caixa-de-ar e podendo ter ligadores metálicos de fixação de
distância entre panos.
Paredes de face à vista:
São constituídas por um ou dois tipos de unidades de alvenaria, em que o
acabamento final de uma ou de ambas as faces é assegurado pelo próprio bloco.
Paredes compostas ou dois panos:
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São constituídas, no sentido da sua espessura, por mais do que um material unidos
entre si por argamassa podendo essa ligação ser reforçada por meio de ligador metálico.
Parede-cortina:
É um tipo de parede constituído por dois panos, sendo um em alvenaria e outro em
betão armado ou similar. Neste tipo de parede, é usual a fixação do pano de alvenaria ao
pano de betão através de fixadores adequados.
Fig. 10 - Ilustração dos tipos de paredes atrás referidos
5.3.2 - CLASSIFICAÇÃO DO TIPO DE PAREDES (QUANTO AOS MATERIAIS QUE AS
CONSTITUEM)
5.3.2.1. ALVENARIA DE PEDRA
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A alvenaria de pedras pode ser de pedra bruta com ou sem argamassa. É muito usada em
muros de contenção de terra (muros de arrimo), que no caso de não levarem argamassas,
permitem a saída de água pelos intervalos entre as pedras.
A alvenaria de pedra pode também ser de pedra aparelhada, nesse caso sempre
argamassada, possuindo geralmente a forma de paralelepípedo e chamadas de alvenaria de
cantaria, sendo menos usada, devido exigir mão-de-obra especializada e cara.
A argamassa destinada à alvenaria de pedra deve garantir a união das pedras, mantendo a
mesma resistência das aglomeradas. O traço indicado como normal para alvenaria de pedra
é 1:4 de cimento e areia grossa ou 1:2:2 de cimento, areia e saibro.
5.3.2.2 – ALVENARIA DE TIJOLO CERÂMICO
Confeccionadas com blocos cerâmicos maciços ou furados, são as mais utilizadas nas
construções de um modo geral. O consumo de tijolo por m² de alvenaria, bem como, o
consumo de argamassa para assentamento, depende do tipo de tijolo, das suas dimensões e
da forma de assentamento.
5.3.2.3 – ALVENARIA DE BLOCO CERÂMICO MACIÇO
São indicados para fundações em baldrames, revestimento de poços, silos enterrados,
cisternas para armazenamento d’ água, fossas sépticas, muros de arrimo e paredes, externas
ou internas, em que se haja necessidade de melhores características de resistência. Em
edificações residências, a alvenaria de blocos maciços aparentes, permite a obtenção de
composições arquitectónicas de ambientes rústicos, de agradável visual.
5.3.2.4 – ALVENARIA DE BLOCO CERÂMICO FURADOS
São constituídas por paredes executadas com blocos cerâmicos furados que proporcionam
paredes mais económicas, por apresentarem custo inferior ao do maciço, bem como, sendo
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maiores e mais leves, propiciam maior rapidez de execução. Os blocos furados têm também
um bom comportamento quanto ao isolamento térmico e acústico, devido ao ar que
permanece aprisionado no interior dos seus furos.
5.3.2.5 - ALVENARIA DE BLOCOS AGLOMERADOS COM CIMENTO
A alvenaria de blocos de concreto quando ao aspecto económico, dependendo da região,
pode-se comparar aos tijolos cerâmicos furados. Estes blocos são mais resistentes e maiores
que os cerâmicos, possibilitando com isso rapidez na execução, dispensando até, se
desejarmos, o emboço como revestimento.
5.3.3 - CLASSIFICAÇÃO DA FUNÇÃO ESTRUTURAL DE PAREDES
5.3.3.1 - PAREDE RESISTENTE DE ALVENARIA
Define-se como sendo uma componente estrutural contínua vertical, rectilínea ou
curvilínea, constituída pela solidarização, por meio de um ligante (argamassa), de um
conjunto de elementos resistentes (unidades de alvenaria) e que podem integrar elementos
de reforço de outra natureza (varões metálicos, ligadores ou outros). De acordo com a
função estrutural que desempenham, as paredes podem ser classificadas como paredes
armadas, não armadas, confinadas, ou de contenção.
Paredes armadas:
São normalmente definidas como paredes principais (ou parede mestra) destinadas
a resistir a esforços verticais e horizontais. Na sua constituição, podem dispor-se de
armaduras verticais (através de furação vertical nos blocos preenchidos posteriormente
com argamassa ou em alinhamentos verticais de células para colocação de armaduras
especificas envolvidas em argamassa) e/ou de armaduras horizontais (embutidas na
argamassa de assentamento de fiadas de blocos e destinadas para o efeito), ou soluções
mistas.
Alvenarias 31
Neste tipo de paredes a colocação de armaduras é feita através de uma distribuição
uniforme.
Paredes não armadas:
Têm normalmente uma definição de contraventamento das paredes principais,
podendo ser dimensionadas para resistir a acções horizontais no seu próprio plano. É
frequente a execução de cintas armadas no topo de cada painel de parede com o objectivo
de garantir a ligação entre as paredes e as lajes que nelas se apoiam.
Paredes confinadas:
São normalmente concebidas com funções de resistência conjunta do pano de
alvenaria e de elementos armados de confinamento, horizontais e verticais. Estes elementos
de confinamento são executados em simultâneo com a alvenaria podendo ser embutidos no
interior da alvenaria ou executados com recurso a cofragem ficando com faces de
acabamento à vista.
Nestas paredes a colocação de armaduras de confinamento é feita através de
alinhamentos espaçados, não tendo por isso uma distribuição homogénea conforme se
verifica nas paredes armadas. É viável a solução mista de paredes confinadas reforçadas
com armaduras especificas colocadas nas juntas horizontais e/ou nas juntas verticais de
assentamento.
Paredes de contenção
Devem garantir a resistência à flexão bem como suportar acções verticais provenientes
do peso de paredes ou de lajes superiores.
5.3.3.2 - PAREDE NÃO RESISTENTE DE ALVENARIA
Alvenarias 32
Até hoje, têm sido vulgarmente utilizadas paredes simples como elemento de definição de
divisórias interiores e de enchimento de estruturas reticuladas de betão armado ou mesmo
de estruturas metálicas. Para estruturas de alvenaria, estas paredes devem desempenhar uma
função similar devendo no entanto assegurar-se limites geométricos para caracterização da
sua esbelteza e garantia de suporte do seu próprio peso.
5.3.4 - LEVANTAMENTO DE PAREDES EM ZONA CORRENTE
A espessura da alvenaria é definida pela dimensão do tijolo, medida perpendicularmente ao
paramento vertical da parede. Assim, em função deste posicionamento, as paredes podem
designar-se, no que se refere á espessura em, paredes a um quarto de vez, a meia vez e a
uma vez, no caso de o tijolo ser assente com a sua menor dimensão, (largura ou
comprimento), perpendicularmente à face da parede.
A combinação do posicionamento de dois tijolos, na mesma fiada, conduz a paredes de uma
vez e meia, duas vezes, etc.
5.3.4.1 - MARCAÇÃO E 1ª FIADA
Depois de se ter verificado (ou corrigido) o nivelamento do pavimento (térreo ou elevado),
com uma régua de 2 metros, marca-se as paredes de acordo com o projecto de execução
(plantas, alçados e cortes).
Na realização desta marcação (em planta), aplica-se uma fina camada de argamassa de
cimento e areia (com largura compatível com a espessura da parede a marcar), na qual é
implantada em primeiro lugar os ângulos (geralmente esquadrias), e de seguida os
alinhamentos rectos (ou curvos) e a localização das aberturas (estas têm uma tolerância de
+ 5 mm).
Alvenarias 33
Os ângulos são geralmente marcados com o assentamento de 2 tijolos, a partir dos quais são
traçados os restantes alinhamentos no pavimento, quer este seja efectuado por "batimento"
de um fio pigmentado bem esticado, quer por utilização de uma régua ou por um riscador
de aço.
A ortogonalidade das paredes pode ser verificada com um esquadro rígido, e não deve
apresentar desvios superiores a 2 mm/m.
Fig.11 - Marcação e 1ª fiada de paredes simples no interior
5.3.4.2 - MARCAÇÃO EM ALTURA E NIVELAMENTO
Realizada a 1ª fiada, torna-se necessária a marcação em altura da parede de modo a garantir
a horizontalidade das fiadas e a verticalidade do paramento. Para tal, recorre-se ao uso das
“fasquias” nas quais são marcadas as fiadas de tijolo a realizar. Esta divisão em altura, que
também visa minimizar o número de fiadas a realizar com tijolos cortados, é realizada por
tentativas sucessivas com a fita ou com o compasso, sendo esta condicionada pela altura
dos peitoris das janelas, padieira dos vãos e pelo pé-direito da parede.
O “cordel” esticado entre fasquias permite uma constante verificação do nivelamento
pretendido das juntas horizontais, e com o auxílio do fio-de-prumo, a sistemática
Alvenarias 34
verificação da verticalidade do pano da parede. Este procedimento facilita e melhora os
tempos de execução, (não dispensa o uso do nível e do fio de prumo) e garante ainda a
correcta interligação das fiadas na junção de duas paredes.
Face ao peso próprio da alvenaria e ao ritmo de presa da argamassa, num dia de trabalho
não deve ser executada uma altura superior a 1,60 m de parede, o que corresponde a cerca
de 4 fiadas por período de trabalho (meio dia).
Fig.12. Verificação de aprumo a alinhamento de uma parede.
5.3.4.3 - ELEVAÇÃO DA PAREDE
5.3.4.3.1 - MOLHAGEM PRÉVIA
Os tijolos, antes de serem assentes, devem ser molhados. Quando não é efectuada uma
molhagem previa aos tijolos, estes absorvem parte da água da amassadura da argamassa.
Esta por sua vez, sem a água necessária, em vez de adquirir a dureza necessária, torna-se
desagregável.
Alvenarias 35
A melhor aderência entre os tijolos e a argamassa obtêm-se com teores médios, sendo
recomendado o uso de retentores de água nas argamassas de assentamento.
A porosidade excessiva, como se referiu, também é prejudicial, porque pode retirar água
em excesso da argamassa, que seria necessária para as reacções de hidratação.
Fig.13 - Aspecto da capacidade de absorção do tijolo que, em geral, obriga à molhagem
prévia (de reparar o excesso de argamassa na base dos tijolos).
5.3.4.3.2 - JUNTAS E APARELHO
As juntas devem ser executadas tal como especificado no projecto. As juntas devem ter
espessura e aparência uniformes, excepto se especificado de outro modo. Quando for
especificado que as juntas transversais não são preenchidas, as faces contíguas das unidades
de alvenaria devem ser firmemente encostadas. Quando especificado, as juntas podem
permanecer abertas, por exemplo, para ventilação, drenagem ou assentamento por faixas
(juntas descontínuas).
O assentamento de tijolos, para qualquer espessura de parede, deve ser realizado de modo
que as juntas verticais e horizontais (no caso de paredes com espessura superior a uma vez)
fiquem desencontradas a pelo menos 1/3 do comprimento do tijolo (“matar a junta”).
Alvenarias 36
As juntas, com espessura final de cerca de 10 mm, devem ser realizadas com argamassas
pouco consistentes, de modo a preencher completamente o intervalo entre os tijolos.
1,5cm
1 cm
Fig. 14 – Juntas de argamassa
A forma do acabamento das juntas pode influenciar na qualidade e na durabilidade das
alvenarias. Os tipos de juntas mais frequentes, são ilustradas mais abaixo, as juntas
recomendadas (R) inclusivamente algumas não recomendadas, pois podem causar
problemas graves como infiltração de humidade, retenção de poeira, formação de musgo,
estática, entre muitos outros problemas.
Figura15 - Exemplo de juntas
5.3.4.3.3 – ASSENTAMENTO
O assentamento de tijolos deve verificar as seguintes condições:
Alvenarias 37
Cada tijolo deve ser assente sobre o leito de argamassa colocada na fia inferior (junta
horizontal) levando no seu topo uma “chapada” de argamassa distribuída à colher (junta
vertical).
O tijolo deve ser ligeiramente carregado, esfregado e percutido pelo maço (ou cabo da
colher) de modo a que a argamassa possa refluir pelas juntas. Esta argamassa excedente
é imediatamente retirada da face do tijolo (raspada com a colher) e aproveitada para o
assentamento do tijolo seguinte.
Durante o assentamento, deve ser permanentemente controlado o acabamento das juntas
na face oposta à face de trabalho do operário, de modo a recolher a argamassa em
excesso que reflui das juntas, garantindo, deste modo, o desempeno dessa superfície.
O espalhamento da argamassa na junta horizontal, criando o leito de assentamento.
Pode abranger, de cada vez, o comprimento de um ou mais tijolos, dependendo do
ritmo de aplicação e das condições climatéricas.
Com o tempo seco severo é preferível a aplicação da argamassa tijolo a tijolo, para
evitar a sua dessecação precoce e a diminuição de trabalhabilidade.
O fecho superior das paredes contra a laje ou viga deve ser feito alguns dias depois
(como já referido).
Após cada dia de trabalho as paredes devem ser protegidas com filme plástico para
evitar uma secagem demasiado rápida ou para as resguardar da chuva.
5.3.4.3.4 – PROCESSOS DE ASSENTAMENTO DE TIJOLOS MACIÇOS
Alvenarias 38
Argamassa aplicada no tijolo com a colher
Argamassa rebatida com a colher
Argamassa abundante
1º método 2º método
Fig. 16 – Métodos para assentamento de tijolos maciços
5.3.4.3.4.1 – ASSENTAMENTOS TRADICIONAIS E ESPECIAIS DE TIJOLOS MACIÇOS
a chato 1/2 vez
Para paredes de 22 a 25 cm de espessura
Ajuste
Ajuste
a chato 1 vez Fileira ímpar em planta
Fileira par em planta
Fig.17 – Ajuste normal de tijolos maciços
Alvenarias 39
Para paredes de 22 a
25 cm de espessura
Ajuste inglês ou gótico
Fileira ímpar em planta
Fileira par em planta
Fig. 18 – Ajuste inglês ou gótico de tijolos maciços
Fileira ímpar em planta
Para paredes de 34 a 38 cm de espessura
Ajuste francês Fileira par em planta
Fig.19 – Ajuste francês de tijolos maciços
Alvenarias 40
Para paredes de 34 a 38 cm de espessura
Ajuste inglês ou gótico
Fileira ímpar em planta
Fileira par em planta
Fig. 20 – Ajuste inglês ou gótico de tijolos maciços
Fiada par Fiada ímpar Para pilares de 25x25 cm
Fiada par Fiada ímpar Para pilares de 38x38 cm
Fiada par Fiada ímpar
Para pilares de 50x50 cm
Ajuste de pilares de tijolos maciços
Fig. 21 – Ajuste em pilares para tijolos maciços
5.3.4.3.4.2 – TIPOS DE AMARRAÇÕES EM TIJOLOS
Alvenarias 41
Consideram-se alvenarias amarradas as que apresentam juntas verticais descontínuas. A
seguir, nas figuras, são mostrados os tipos de amarrações mais comuns para tijolos maciços
ou de dois furos.
Os esquemas também são válidos para outros tipos de tijolos cerâmicos ou blocos de
concreto.
1ª fiada 2ª fiada
Em T - parede de 1/2 vez
1ª fiada 2ª fiada
Cruzamento - parede de 1/2 vez
1ª fiada 2ª fiada
Parede de meia vez em paredes de uma vez
Fig. 22 – Tipos de amarrações
Alvenarias 42
1ª fiada 2ª fiada
Parede de meia vez
1ª fiada 2ª fiada
1ª fiada 2ª fiada
Parede de uma vez
Canto em parede de meia vez
1ª fiada 2ª fiada
Canto em parede de uma vez
Fig. 23 – Amarrações em cantos
Parede de espelho (cutelo) Parede de meio tijolo
Parede de um tijolo Parede de um tijolo e meio
Fig. 24 – Tipos de paredes
Alvenarias 43
5.3.4.3.5 - CORRECÇÃO DO POSICIONAMENTO
Qualquer erro no posicionamento inicial do tijolo que não possa ser corrigido com ligeira
percussão, deve ser corrigido mediante o levantamento do tijolo, retirando completamente a
argamassa das juntas e tornando a executar a operação com argamassa fresca.
A tentativa de bascular o tijolo em torno do seu eixo longitudinal, para obter a
verticalidade, ou eventual percussão acidental depois do assentamento, conduzem com
frequência ao abaulamento transversal da junta da argamassa, reduzindo o desempenho da
junta (resistência, isolamento térmico e acústico, resistência à passagem da água, etc.).
5.3.4.3.6 - CUNHAIS
Nos cunhais e ângulos das paredes deverá existir um cuidado especial de modo que os
tijolos fiquem bem travados entre si, usando-se para tal meio tijolo ou três quartos de tijolo
para se conseguir o desencontro vertical das juntas.
Nos cunhais das paredes de fachada, ombreiras e outras extremidades de parede em
contacto com o exterior, é fundamental que o tijolo não fique com furos voltados para o
exterior.
Na ausência de tijolos de formato especial para estas situações, pode usar-se o tijolo furado
corrente, ao alto (furação na vertical) cortado para as dimensões convenientes, mas sempre
devidamente travado.
Nos cunhais, como nos resultantes cruzamentos de paredes é muito vantajoso que as
fiadas das duas direcções estejam niveladas, para permitir um adequado travamento.
Quando se pretender uma maior rigidez da ligação, podem aplicar-se grampos
metálicos na junta horizontal de forma a ligar as duas paredes.
Alvenarias 44
Fig. 25 - Cunhal mal executado e esquema do princípio para uma correcta execução.
5.3.4.3.7 – CALAFETAGEM OU ENCUNHAMENTO DAS PAREDES
Sejam quais forem as dimensões dos tijolos utilizados, é impossível montar a divisória para
que esta chegue ao tecto. Ficará sempre um espaço vazio que necessita de ser ocupado, tal
operação designa-se por calafetagem ou encunhamento das paredes (Figura 24) e que
consiste em tapar esse espaço com gesso.
Se o espaço entre a parte superior da divisória e o tecto for muito grande, a calafetagem
feita apenas de gesso irá originar o risco de fendilhação quando este começar a adquirir
presa.
Nesse caso, será necessário incorporar bocados de tijolos ou gravilha com junção de
cimento.
-Figura 26 e 27 – Encunhamento de parede
Alvenarias 45
A prática anterior, contudo, tem sido substituída pelo uso de novos materiais e também
técnicas que oferecem melhor rendimento. Uma delas é a utilização de cimento expansor,
que é uma argamassa pronta, à base de cimento, cujo adicionamento de água permite sua
expansão, ocupando o espaço vazio.
Figura 28 – Encunhamento com cimento expansor
5.3.4.3.8 - VERIFICAÇÃO DO LEVANTAMENTO DE PAREDES
Terminada a execução de cada pano de parede é necessário proceder ás seguintes
verificações:
Alinhamento da parede com as paredes confinantes do mesmo piso e com a estrutura;
Alinhamento com as paredes dos outros pisos, em particular nas fachadas;
Aspecto geral das juntas (sem rebarbas, sem irregularidades e com espaçamento
regular);
Dimensão das juntas horizontais (tolerância da ordem de 3mm);
Alvenarias 46
Completo preenchimento das juntas verticais de ligação à estrutura de betão armado;
Confirmação das características necessárias à aplicação do revestimento previsto
(porosidade, rugosidade, aprumo).
5.3.4.4.1 – PAREDES DUPLAS
As paredes duplas são definidas como duas paredes separadas por uma caixa de ar, paredes
essas que são de alvenaria e compostas por elementos cuja espessura bruta é superior a
10cm e inferior ou igual a 20cm.
A presença de uma caixa-de-ar fornece à parede qualidades de isolamento térmico e de luta
contra a humidade. Existem numerosos tipos de paredes duplas, embora essa técina seja
sobretudo utilizada no caso dos tijolos maciços e furados ou numa solução mista que
recorre à utilização de ambos os tipos de tijolos.
Devem ser adoptadas as mesmas medidas e precauções descritas para as paredes simples,
com as seguintes particularidades:
A primeira operação corresponde à marcação dos 2 panos de alvenaria a que se segue a
execução da 18 fiada interior;
A seguir executa-se a meia cana ou caleira que remata o fundo da caixa-de-ar e assenta-
se a 18 fiada exterior, com aplicação de tubos de drenagem (em plástico) salientes para
o exterior (espaçados em cerca de 2 metros);
Os tubos de drenagem devem recolher as águas do fundo da caleira, que deve ter a
inclinação e impermeabilização adequadas, e conduzi-las ao exterior, com uma
saliência em relação ao revestimento final não inferior a 15mm. Face à eventual
Alvenarias 47
incerteza relativa à espessura dos revestimentos, os tubos devem ficar mais compridos,
para posterior alinhamento por corte.
A execução das paredes duplas devem ter em conta os seguintes aspectos, para se poder
proceder à limpeza:
Protecção da caldeira com forra de papel, a retirar posteriormente por aberturas
provisórias na 1ª ou 2ª fiada exteriores;
Utilização de uma régua horizontal, com a largura da caixa-de-ar, suspensa, que vai
recolher os restos de argamassa que caem na caixa-de-ar, sem que estes atinjam a
caldeira;
Execução da parede interior, depois de executada a parede exterior e limpa a caixa-de-
ar, de encontro ao isolante térmico rígido contínuo que protege a caixa-de-ar.
No caso de paredes duplas envolventes deverá sempre recordar-se o facto de que a face
da parede resultante é mais “cuidada” do lado que o operário está a trabalhar, ficando
bem aprumada deste lado e com algumas irregularidades do outro.
Fig. 29 - Parede dupla com placas isolantes encostadas ao pano interior
Alvenarias 48
Fig. 30 – Caixa-de-ar com isolante, obstruídas e com isolante mal posicionado (situações
não recomendadas)
Figs.31 e 32 - Tubos de drenagem da caixa de ar
Fig. 33 - Caldeira do fundo da caixa-de-ar
Alvenarias 49
5.3.4.4.2 – ANOMALIAS EM CAIXAS-DE-AR DE PAREDES DUPLAS
A caixa-de-ar de paredes duplas apresenta frequentemente diversas anomalias que impedem
o seu adequado desempenho: (i) irregularidade das superfícies, com eventual contacto entre
as “rebarbas” de argamassa das juntas de assentamento dos 2 panos; (ii) inexistência de
caleira ou deficiente execução da mesma (superfície não alisada, falta de curvatura e
pendente para os tubos de drenagem); (iii) obstrução da caleira resultante da acumulação de
detritos durante a construção, sem a posterior limpeza; (iv) largura insuficiente ou
excessiva; (v) inexistência de tubos de drenagem, sua inadequação ou colocação deficiente.
5.3.4.5 - PAREDES EM PAVIMENTO TÉRREO OU EM CONTACTO COM O TERRENO
As paredes de alvenaria devem ser assentes sobre base rígida e indeformável no tempo,
razão pela qual é necessário a criação de lintéis ou sapatas contínuas, quando construídas
sobre o terreno, e de eventuais lintéis de reforço quando executadas sobre pavimento térreo;
As paredes em contacto com o terreno ou com sapatas, ou outros elementos do betão
armado, que contactem com o terreno, devem ser objecto da colocação de uma barreira
contra a humidade ascensional. Esta barreira deve ser colocada numa das primeiras fiadas
acima do terreno, em particular quando o nível freático é elevado ou existem condições
favoráveis à infiltração no solo junto às paredes;
As paredes enterradas, devem ser impermeabilizadas em todas as superfícies em contacto
com o terreno.
5.3.4.6 - VÃOS E CORTE DE TIJOLO
Alvenarias 50
O corte de tijolo pode ser feito manualmente com pequenos golpes de martelo ou por meios
mecânicos (serra circular com arrefecimento a água), mais rentáveis e com menor
desperdício de material, permitindo o total desempeno da face de corte.
Quer na ligação às estruturas de betão armado, quer nos vãos, o topo cortado deve ficar
voltado para o interior da parede, isto é, deve constituir a última junta vertical interior e não
a ligação ou extremidade.
Na execução de vãos devem usar-se moldes ou pré-aros indeformáveis que permitam a
execução da parede nas dimensões exactas, evitando posteriores demolições ou
enchimentos.
5.3.4.7 – ABERTURAS
Quando é necessário interromper a parede de alvenaria para dar lugar a vãos de porta ou
janela, quer seja ou não guarnecida com cantaria, deve cuidar-se ainda mais do travamento
e da rigidez do conjunto, porquanto, para além da necessidade de respeitar formas
adequadas, há que prever a concentração de cargas transmitidas pelos lintéis ou arcos de
ressalva desses vãos.
Há também que ter em conta que as cantarias de guarnecimento não só não participam na
resistência da parede, como ainda têm de ser “aliviadas” e protegidas contra qualquer
hipótese de transmissão de cargas, ao mesmo tempo que terão de ser rigidamente fixadas. O
contorno vertical dos vãos (ombreiras) é portanto uma zona a ser executada com especial
cuidado.
A verga, se não formada por um lintel de betão, aliviado também da verga de cantaria,
deverá ser protegida por um arco de alvenaria.
Alvenarias 51
Quando sobre os vãos devam existir arcos para ficarem à vista ou não, os cuidados terão de
ser ainda maiores e a ordem de execução de trabalhos terá de obedecer a fases que
garantam o bom comportamento dos elementos intervenientes e a conveniente rigidez.
Os arcos começam ainda antes de se iniciar a volta, com a preparação da alvenaria para os
receber. É nessa altura que se colocam os moldes (cimbres) de madeira, tão robustos quanto
necessários para suportar o peso da argola resistente antes de receber a pedra de fecho.
Simultaneamente, de ambos os lados, guarnece-se o cimbre com as aduelas do arco até 1/3
da altura total, acompanhando-se com as fiadas de alvenaria bastantes para garantia da
estabilidade das aduelas assentes.
Depois disto, e ainda simultaneamente, assentam-se as restantes aduelas rematando com a
pedra de fecho. De novo se vão acrescentando fiadas de alvenaria até se atingir a altura
desejada, encastrando e acompanhando bem esta alvenaria contra a aduela do arco. A
argamassa entre as pedras da aduela deve ser a mínima necessária a um aperto equilibrado,
evitando-se no entanto, o contacto directo com as pedras.
5.3.4.8 - ROÇOS PARA ALOJAMENTO DE CABOS E TUBAGENS
As tubagens embutidas nas paredes só deverão ser executadas aquelas que estão
previstas no projecto, incluindo as zonas de cruzamento e atravessamento.
O planeamento dos traçados e a sua marcação devem ser rigorosos e a abertura limitada
ao mínimo indispensável, sem deteriorar os tijolos e juntas confinantes.
Em paredes de espessura reduzida deve evitar-se a execução de roços, em particular se
não forem verticais.
Alvenarias 52
Em qualquer parede, os roços não devem afectar, se possível, mais do que um alvéolo
do tijolo, tendo o cuidado, todavia, de recobrir convenientemente as tubagens para
evitar a fissuração do revestimento posterior.
Quando é necessário abrir roços de maior dimensão, pode ser útil preencher o roço com
argamassa e pequenos fragmentos de tijolo, reduzindo a quantidade da primeira e,
consequentemente, os riscos de fissuração por retracção.
Figs. 34, 35 e 36 - Abertura de roços com diferentes graus de danos.
5.3.4.9 – LINTÉIS
Os lintéis são vigas com fraca capacidade para suportar cargas e ficam situados por cima
das aberturas praticadas nas paredes (portas, janelas e porta-janelas). Antigamente os linteis
eram feitos de madeira ou pedra, mas hoje em dia estes são feitos normalmente de betão
armado, devido ao facto de os linteis serem vigas que recebem cargas, cargas essas que na
parte superior da viga obrigam esta a trabalhar à flexão, enquanto na parte inferior obriga a
trabalhar à tracção, e como nós sabemos, o betão trabalha mal à tracção logo este levar
armaduras que ajudam a resistir aos esforços de tracção.
Os linteis suportam:
O peso da parte de alvenaria situada por cima deles;
Alvenarias 53
O peso de parte do pavimento, dependendo do caso.
Podemos distinguir lintéis como:
Os linteis de pequena amplitude (amplitude inferior a 1,50 m) cuja altura não
ultrapasse os 20 cm
Os linteis das baías de maiores dimensões: feitas de vigas e cuja altura é maior do
que a amplitude (exemplo: porta de garagem)
Podemos igualmente distinguir os linteis isolados e os linteis em série caso em que
estão ligados uns aos outros.
5.3.5 – REVESTIMENTOS
As camadas que constituem o revestimento são:
Crespido (chapisco) – Tem como finalidade assegurar a aderência do revestimento ao
suporte, e esta deve ser rugosa, fluída e rica em cimento;
Camada de base (emboço) – Finalidade de garantir a impermeabilização e a
regularidade das paredes;
Camada de acabamento (reboco) – Finalidade essencial é o aspecto estético. (Espessura
entre 5mm a 10mm).
5.4 - COLOCAÇÃO DE MATERIAIS DE ISOLAMENTO TÉRMICO
5.4.1 - ISOLAMENTO TÉRMICO NA CAIXA-DE-AR
Alvenarias 54
Para reforçar o isolamento e o valor do coeficiente K, coloca-se entre duas paredes um
isolante que poderá ser composto por placas de poliestireno, lã de vidro, etc. Se o material
isolante contiver um para-vapor é importante que este último fique bem posicionado. Esse
ecrã anti-vapor deverá ser sempre colocado no interior da construção.
Se a parede estiver exposta à chuva, cria-se uma caixa-de-ar entre o isolante e a parede
exterior. Nesse caso, é a parede interior que é erguida em primeiro lugar e o isolante
mantido em posição através de uma rede de nylon encostada à parede.
5.4.1.1 - MATERIAIS RÍGIDOS
A colocação deste tipo de placas na caixa-de-ar de uma parede dupla deve obedecer às
seguintes exigências gerais:
O material deve ser imputrescível e indeformável (nas condições de aplicação e de
serviço) e apresentar, de preferência, uma reduzida absorção de humidade (uma vez que
em geral não está garantida a total estanquidade da parede exterior, que os fluxos de
vapor de água que atravessam a parede podem ser significativos e que a resistência
térmica diminui com o aumento do teor de humidade).
As placas de isolamento térmico devem estar aprumadas, encostadas à parede interior
(com uma caixa de ar livre remanescente de 2 a 7 cm) e cobrir toda a sua superfície;
As placas devem constituir uma barreira contínua sem juntas verticais ou horizontais
abertas entre elas, de modo a impedir fenómenos de conservação entre as suas duas
faces.
A colocação das placas rígidas do isolamento deve ser coordenadas com sequência de
operações da execução das alvenarias, uma vez que inviabiliza, por exemplo, o
levantamento simultâneo dos 2 panos de parede (exterior e interior). Em geral a
Alvenarias 55
marcação da 2ª fiada dos 2 planos de parede e à execução da caldeira de drenagem, à
qual se segue a elevação do plano exterior.
Para manter as placas de isolamento térmico afastadas da parede exterior terá de se utilizar
um dos seguintes processos:
Atravessamento do isolamento pelos grampos de ligação das duas paredes, previamente
fixados nas juntas da parede exterior e que serão posteriormente inseridos nas juntas
horizontais a construir depois da colocação do isolante.
Utilização de espaçadores metálicos ou de plástico, ligados ou não à parede exterior,
com um batente (anilha) de posicionamento do isolante, com eventual ajuste através de
rosca;
Utilização de calços fabricados no local (eventualmente a partir de tiras de isolante
excedente) colocados à placa pela face exterior.
As placas de material isolante não hidrófilo podem ser aplicadas entre os dois panos de
parede sem caixa-de-ar.
Verifica-se todavia que a contribuição da caixa-de-ar remanesce (com largura mínima livre
de 2cm) traz significativas vantagens do ponto de vista da prevenção de problemas ligados
à humidade, quer no que respeita às infiltrações exteriores, quer às eventuais condensações
devidas à difusão do vapor de água proveniente do interior do edifício.
Alvenarias 56
Figs. 37, 38, 39 e 40 - Exemplos da utilização de placas de isolamento térmico na caixa-de-
ar.
5.4.1.2. MATERIAIS FLEXÍVEIS
Condicionantes de fixação em zona corrente:
Os materiais flexíveis devem ser fixados por pontos à parede interior, com densidade
compatível com a sua flexibilidade e resistência mecânica;
Para uma correcta colocação e garantia do cumprimento das diversas exigências já
definidas para os isolamentos em placas, devem ser aplicados depois de construída a
parede interior, o que obriga a inverter a ordem do processo de construção, isto é,
obriga à construção da parede exterior em último lugar, a partir de andaimes exteriores
e com maiores dificuldades na limpeza final da caldeira da caixa de ar;
A utilização de materiais de isolamento térmico flexíveis sem caixa de ar, fixados ao
pano exterior da parede, poderia permitir a construção posterior da parede interior, mas
está limitada, em geral, pela elevada capacidade da absorção de água destas mantas e
pela fragilização da parede exterior nos pontos de fixação, que poderão constituir zonas
preferências para a entrada de água.
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5.4.1.3. MATERIAIS A GRANEL
É necessário garantir o total preenchimento da caixa-de-ar, sem vazios ou zonas de
diferente compacidade (o que é particularmente difícil em paredes com aberturas ou
outros elementos singulares).
È igualmente necessário garantir que o material não sofre qualquer compactação ou
adensamento natural com o tempo, que provoque a diminuição do volume que ocupa na
caixa-de-ar;
O material deve ser imputrescível, não absorvente e insensível à água;
A face exterior do pano exterior deve ser impermeável à água mas permeável ao vapor
de água;
Deve ser garantida a drenagem do fundo da caixa-de-ar, apesar de totalmente
preenchida com material granular, mas impedindo que os grânulos de isolante saiam ou
obstruam os tubos de drenagem.
5.4.1.4 – VENTILAÇÃO DAS PAREDES DUPLAS
A ventilação nas paredes duplas não é obrigatória mas continua a ser aconselhada para
permitir uma secagem mais rápida da parede externa. Criam-se orifícios protegidos na parte
superior e inferior da parede.
5.4.2 - REVESTIMENTO DOS LINTÉIS
É importante falar no revestimento exterior dos linteis, pois esse revestimento permite
evitar os pontos térmicos e o risco do aparecimento de fissuras no revestimento exterior.
Esse revestimento far-se-á com pedras de 5cm ou blocos especiais em forma de U e serve
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de cofragem para os linteis. O material a utilizar deverá ser obrigatoriamente da mesma
natureza que o das paredes (terra-cota, perpianhos, etc.)
5.5 – PATOLOGIAS EM ALVENARIAS
5.5.1 – POSSÍVEIS PATOLOGIAS
As patologias mais frequentes relacionam-se com a humidade que pode ser proveniente:
a) Do solo (eflorescências junto ao chão);
b) Por infiltração (manchas de água);
c) Por condensação (fungos ou bolores);
d) Também é frequente em alvenarias verificar-se o aparecimento de fissuras. Estas podem
ter diversas designações em função da sua abertura, podendo identificar-se como:
Microfissuras: quando a largura é inferior a 0,2mm;
Fissuras: quando a fissura varia entre 0,2 e 2mm;
Fendas ou gretas: quando a largura é superior a 2mm.
As fissuras podem ainda ser superficiais - quando só afectam o revestimento – ou profundas
– quando a sua extensão atinge os elementos estruturais.
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Fig. 41 – Alvenaria com manchas de água
Juntas de argamassa de
dimensão inexplicável Humidade na construção
Eflorescências Condensações, fungos e bolores.
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5.5.2 – CAUSAS PARA AS PATOLOGIAS
As causas das anomalias são de natureza muito diversa, podem estar relacionadas com
razões de natureza estrutural ou à presença de água e à acção dos agentes climatéricos.
As causas para as patologias referidas anteriormente são as seguintes:
Humidade ascensional. Quando as paredes de alvenaria ou betão contactam com
solos húmidos, de forma directa ou através de elementos construtivos porosos, ocorre
um fenómeno de ascensão capilar da água.
Devido é rotura nas impermeabilizações, das canalizações de águas e esgotos ou do
entupimento das tubagens.
Deficiente isolamento térmico das paredes.
Retracção devido á secagem rápida dos materiais, execução defeituosa, acção
térmica, ou deficiências estruturais do edifício;
A inexistência de juntas de expansão/contracção (vulgarmente conhecidas como
“juntas de dilatação”) nas paredes de alvenaria de extensão considerável conduz,
frequentemente, a fenómenos de fissuração, esmagamento localizado e destacamento
de revestimentos. Estas anomalias resultam do facto de haver movimentos naturais de
expansão ou contracção - resultantes de variações de teor de humidade ou
temperatura - que estão total ou parcialmente impedidos, por ausência ou
inadequação das referidas juntas.
O apoio deficiente das paredes para correcção das pontes térmicas. As assimetrias de
resistência térmica das fachadas conduzem ao fenómeno conhecido por “pontes
térmicas” cujo efeito se impõe evitar ou, pelo menos, minimizar, e que se traduz
Alvenarias 61
numa perda de energia significativa e na formação de condensações superficiais
internas com consequente formação de fungos e bolores. O fenómeno das
condensações superficiais interiores, é um fenómeno complexo cuja solução passa
sempre pela conjugação da ventilação (e/ou redução da produção de vapor de água),
do aquecimento interior e do reforço de isolamento térmico.
Deficiente execução da caixa-de-ar de paredes duplas. Uma das funções principais da
caixa-de-ar das paredes duplas é a protecção do interior da habitação contra a acção
da água da chuva. Em complemento, contribui para a resistência térmica da parede.
Para cumprir a sua acção contra a humidade deve ter capacidade de drenagem das
águas infiltradas e da condensação resultante da migração de vapor de água do
interior para o exterior, através da parede. Uma fraca ventilação da caixa-de-ar
contribui eficazmente para a desejável secagem da parede.
Erros na utilização de pinturas impermeáveis. Para prevenção de futura fissuração,
mero receio do envelhecimento da parede ou correcção de anomalias, recorre-se, por
vezes, à aplicação de tintas de elevada elasticidade e estanquidade à água (em geral
designadas por “membranas”) mas é imperioso garantir que sejam permeáveis ao
vapor de água e não tenham o efeito de barreiras pára-vapor. Caso isso não aconteça,
é muito grande a probabilidade de condensação na face fria do isolante na caixa-de-ar
(com a sua eventual deterioração e redução da resistência térmica) ou na face exterior
da parede, sob a tinta, formando bolsas de água de dimensão significativa.
Preparação e aplicação inadequadas de rebocos hidráulicos tradicionais. Os rebocos
hidráulicos tradicionais para revestimento de fachada estão bem descritos na
bibliografia técnica nacional e têm vantagem em ser executados em 2 ou 3 camadas,
com teor decrescente de ligante para o exterior, para melhorar a sua resistência e
diminuir a fissuração. Devem evitar-se argamassas muito ricas em cimento,
quantidade excessiva de água de amassadura e areias com elevados módulos de
finura. A protecção contra o calor, o vento e a chuva e a preparação do suporte são
condições essenciais para o sucesso do reboco.
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Movimento de assentamento das fundações, e falta de resistência adequada dos lintéis
superiores ou de arcos de descarga, que pode conduzir a esforços de flexão
excessivos e fissuras verticais.
Juntas de dilatação inadequadas - A inexistência de juntas de expansão/contracção
(vulgarmente conhecidas como “juntas de dilatação”) nas paredes de alvenaria de
extensão considerável conduz, frequentemente, a fenómenos de fissuração,
esmagamento localizado e destacamento de revestimentos. Estas anomalias resultam
do facto de haver movimentos naturais de expansão ou contracção - resultantes de
variações de teor de humidade ou temperatura - que estão total ou parcialmente
impedidos, por ausência ou inadequação das referidas juntas. Estes movimentos, uma
vez impedidos, vão equivaler, em termos de efeito mecânico, a uma deformação
imposta e, consequentemente, a uma significativa tensão interna da alvenaria, com
maior expressão, em geral, na direcção horizontal. A situação é agravada se os
materiais apresentarem movimentos irreversíveis significativos.
Ausência de grampeamento em paredes duplas - As paredes duplas são concebidas,
em geral, para funcionar em conjunto, somando e por vezes aumentado os seus
desempenhos individuais em aspectos relativos à estabilidade, ao comportamento
térmico, à protecção contra a humidade, etc. Para que tal aconteça, em termos
mecânicos, exige-se um grampeamento entre os 2 panos, com uma densidade de 2 a 3
grampos/m2. Para que o grampeamento seja eficaz e não acarrete anomalias
inesperadas, os grampos devem apresentar resistência e mecânica adequada e
durabilidade, facilidade de fixação e pingadeira intercalar.
Protecção inadequada contra a humidade ascensional - Quando as paredes de
alvenaria ou betão contactam com solos húmidos, de forma directa ou através de
elementos construtivos porosos, ocorre um fenómeno de ascensão capilar da água.
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Este fenómeno tem consequências conhecidas e de difícil solução: (i) acumulação de
sais visíveis na superfície da parede; (ii) degradação da tinta e dos revestimentos
(rebocos ou estuques) numa faixa de altura variável, em geral, junto à base das
paredes do piso térreo; (iii) manchas nos revestimentos interiores na faixa referida;
(iv) descolamento de revestimentos cerâmicos ou equivalentes.
Aplicação inadequada de revestimentos cerâmicos - No que diz respeito às
infiltrações, elas são devidas frequentemente à deficiente pormenorização e execução
de remates e capeamentos, mas também à fissuração das paredes de suporte. Recorde-
se que o revestimento cerâmico de fachadas não deve ser considerado um
revestimento de estanquidade, pelo que a sua interacção com o suporte (incluindo
caixa-de-ar, quando existe, e respectiva drenagem) são fundamentais para um
equilíbrio dinâmico do teor de humidade da parede ao longo do ano sem redução
significativa do seu desempenho.
Imagens das patologias:
Fig. 42 – Alvenaria exterior sem caixa-de-ar (não evita infiltrações de água)
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5.5.3 – SOLUÇÕES PARA AS POSSÍVEIS PATOLOGIAS
Para encontrar a solução adequada é necessário em primeiro lugar identificar a causa. No
que diz respeito as causas referidas anteriormente, as soluções encontradas são as seguintes:
a) Drenar a água junto á parede e impregnar a parede com produtos impermeabilizantes.
b) Reparar a rotura, desobstruindo entupimentos ou executar paredes duplas.
c) Ventilação dos locais assim como prever um bom isolamento térmico na envolvente
exterior dos edifícios.
d) Nos casos mais simples motivados por exemplo, por retracção, a solução passa pela
limpeza da fissura e aplicação de produtos adequados disponíveis no mercado. Nos
casos mais graves pode ser necessário proceder ao reforço da estrutura.
Fig. 43 – Fenda numa alvenaria
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5.6 - MEDIDAS DE SEGURANÇA NA EXECUÇÃO DE ALVENARIAS.
5.6.1 - ENQUADRAMENTO GERAL
É necessário levar a cabo um conjunto de acções destinadas à prevenção e protecção dos
trabalhadores, através da diminuição da probabilidade de ocorrência e da atenuação dos
efeitos dos acidentes que possam vir a ocorrer.
As acções a em prender para a prevenção de riscos compreendem a preparação de um
conjunto de planos a nível do empreendimento: o plano de prevenção de riscos, plano de
inspecções e o plano de registo de acidentes e índices de sinistralidade. Estes diversos
planos devem fazer parte de um documento que reúne todas as informações e indicações
relevantes em matéria de segurança e saúde (Plano de Segurança e Saúde do
Empreendimento).
5.6.2 - RISCOS E CORRESPONDENTES ACÇÕES DE PREVENÇÃO
Após a realização da estrutura, deve proceder-se ao fecho vertical do edifício por
intermédio das paredes – assentes sobre as lajes – que constituem a envolvente exterior.
A execução destas paredes aumenta as condições de comodidade e segurança e constitui,
ela própria, uma medida de protecção colectiva contra os riscos de queda em altura e queda
de objectos, dispensando a utilização de guarda-corpos e rodapés.
5.6.3 - RISCOS RELATIVOS ÀS CONDIÇÕES DE TRABALHO
São obrigatórios os equipamentos de protecção individual e devem ser utilizados em todas
as circunstâncias.
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Quadro 1 - Riscos associados às condições gerais de trabalho na execução de alvenarias e
consequentes medidas de protecção aplicáveis.
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Riscos Medidas de protecção
Colectivas Individuais
Queda
em
altura
Utilização de guarda-corpos, nas
bordaduras das lajes dos pisos e
aberturas neles existentes (vãos, caixas
de elevadores, courettes);
Montagem de redes de grande
extensão;
Execução adequada de andaimes e
plataformas de trabalho;
Correcta utilização da escada de mão.
Utilização de cinto de segurança
Queda
ao
mesmo
nível
Limpeza do estaleiro e arrumação dos
materiais e equipamentos;
Delimitação das zonas de circulação.
Calçado de sola anti-derrapante.
Queda
de
objectos
Execução de rodapé nos guarda-
corpos;
Colocação de uma rede de protecção
na periferia do edifício;
Execução de passadeiras com
cobertura de protecção.
Utilização de capacete de protecção
* (EPO) ;
Utilização de botas de palmilha e
biqueira de aço(EPO).
Derrube da
parede por
perda de
estabilidade
Colocação de escoras ou cunhas de
madeira até fixação definitiva, (por
exemplo padieiras);
Faseamento da execução em altura
para elementos de grande dimensão.
Intempéries
e
Insolação
Execução de coberturas protecção;
Suspensão dos trabalhos em condições
climatéricas desfavoráveis (chuva,
Utilização de equipamento de
protecção adequado (vestuário).
vento forte).
* EPO (Equipamento de protecção obrigatório)
5.7 - NORMAS
Antigamente as construções e a sua concepção estrutural eram puramente intuitivas,
contrastando com as técnicas actuais de construção caracterizadas e reguladas por normas.
Esta situação encontra-se agora profundamente alterada com a entrada de normas que
regulamentam o projecto e a execução de edifícios em alvenaria resistente. Duas das
normas criadas e com maior relevância para o dimensionamento das estruturas de alvenaria
são a EC6 e a EC8.
A filosofia preconizada no Euro código 6 (EC6) e 8 (EC8) estabelecem um quadro
avançado e completo para o projecto das estruturas de alvenaria dos diversos tipos. Estas
visam o dimensionamento de estruturas de alvenaria e de acessórios de ligação consiste na
garantia de condições de durabilidade e na verificação de condições de resistência dos
estados limites durante a sua execução e utilização pelo período de vida útil do edifício.
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BIBLIOGRAFIA
ALVES, Sérgio; SOUSA, Hipólito (2003). Paredes exteriores de edifícios em pano simples. Porto,
LIDEL.
MATANA, Michel (2005). Manual de Alvenaria. Edições CETOP.
SOUSA, Hipólito (2002). ALVENARIAS EM PORTUGAL SITUAÇÃO ACTUAL E
PERSPECTIVAS FUTURAS. Porto.
Gouveia, João; Fontes, Melo; Lourenço, Paulo (2008). ALVENARIA ESTRUTURAL:
APLICAÇÃO A UM CASO DE ESTUDO.
Vítor Abrantes; Mendes da Silva (2007). Patologia em paredes: causas e soluções.
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