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Curso: Psicopedagogia e Educação infantil Disciplina: Psicomotricidade da Educação Professor: Ms. Luciano Osmar Menezes

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Curso: Psicopedagogia e Educação infantilDisciplina: Psicomotricidade da Educação

Professor: Ms. Luciano Osmar Menezes

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Pós-Graduação Lato Sensu em Psicopedagogia e Educação InfantilProf. Ms. Luciano Osmar Menezes

A Psicomotricidade é uma prática pedagógica que visa contribuir para desenvolvimento integral da criança no processo de ensino-

aprendizagem, favorecendo os aspectos físicos, mental, afetivo-emocional e sócio-cultural, buscando estar sempre condizente com a

realidade dos educandos.

Segundo Le Bouche (1969), a Psicomotricidade se dá através de ações educativas de movimentos expontâneos e atitudes corporais da

criança, proporcionando-lhe uma imagem do corpo contribuindo para a formação de sua personalidade.

Av. Gabriel Muller, 1065– Modulo 01 – Juína – MT – CEP 78320-000www.ajes.edu.br – [email protected]

Todos os direitos reservados aos autores dos artigos contidos neste material didático.De acordo com a Lei dos Direitos Autorais 9610/98.

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Apostila extraída abaixo disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/19504194/Apostila-de-Psicomotricidade-e-Educacao> acesso em: 12 maio 2012

APRESENTAÇÃO

Este módulo propõe-se à analisar a psicomotricidade, os objetivos, a estrutura, a importância para o professor de educação e possibilidades de educação nas diferentes condutas motoras da criança em idade pré-escolar e em idade escolar.

I – PSICOMOTRICIDADE

Introdução

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“Psicomotricidade é a ciência do Homem em movimento, das relações consigo e com o mundo, com o corpo, através do corpo e de sua corporeidade” – Freinet.

O estudo da psicomotricidade permite compreender a forma como a criança toma consciência do seu corpo e das possibilidades de se expressar por meio desse corpo, é um dos aspectos que o trabalho psicomotor assumirá durante o período escolar será, precisamente, o de fazer com que a criança passe da etapa perspectiva à fase da representação mental de um espaço orientado tanto no espaço como no tempo.

Ao estudarmos o comportamento de uma criança, percebemos como é o seu desenvolvimento. O comportamento e a conduta são termos adequados para todas as suas reações, sejam elas reflexas, voluntárias e espontâneas, ou aprendidas. Assim como o corpo cresce, o comportamento evolui. No processo de desenvolvimento a criança evolui tanto física, quanto intelectual e emocionalmente. As primeiras evidências de um desenvolvimento normal mental são as manifestações motoras.

À medida que ocorre a maturação do sistema nervoso, o comportamento se diferencia e também se modifica. Inicialmente a criança apresenta uma coordenação global ampla, que são realizadas por grandes feixes de músculos. À medida que os feixes de músculos mais específicos são usados, a criança desenvolve sua coordenação fina.

Para que ocorra um desenvolvimento motor adequado, é necessário um amadurecimento neural, ósseo, muscular, além de crescimento físico, juntamente com o aprendizado.

O desenvolvimento motor percentual se completa ao redor de 07 anos, o correndo, posteriormente, um refinamento da integração perceptiva-motora com o desenvolvimento do processo intelectual propriamente dito.

1.1 - O que é Psicomotricidade?

É o controle mental sobre a expressão motora. Objetiva obter uma organização que pode atender, de forma consciente e constante, às necessidades do desenvolvimento do corpo. Esse tipo de Educação é justificado quando qualquer defeito localiza o indivíduo à margem das normas mentais, fisiológicas, neurológicas ou afetivas. É a percepção de um estímulo, a interpretação da elaboração de uma resposta adequada. É uma harmonia de movimentos, um bom controle motor, uma boa adaptação temporal, espacial, boa coordenação viso-motora, boa atenção e um esquema corporal bem estruturado.

Psicomotricidade é a ciência da educação que educa o movimento ao mesmo tempo em que põe em jogo as funções da inteligência. Movimento é o deslocamento de qualquer objeto, mas a ação corporal em si, a mesma unidade bio-psicomotora em ação.

A psicomotricidade está associada à afetividade e à personalidade, porque o indivíduo utiliza o seu corpo para demonstrar o que sente, e uma pessoa com problemas motores passa a ter problemas de expressão. A reeducação psicomotora lida com a pessoa como um todo, porém, com um enfoque maior na motricidade. A reeducação psicomotora deverá ser efetuada por um psicólogo com especialização em psicomotricidade (psicomotrista), pois não

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será apenas uma mera aplicação de exercícios, mas será desenvolvida uma adaptação de toda a personalidade da criança.

1.2 - O que busca?

1.3 - Como se estrutura?

• No desenvolvimento do seu “eu” corporal;• Na sua localização e orientação no espaço;• Na sua orientação temporal.

1.4 - Como se fundamenta?

Em Atividades:

• Motoras - São as atividades globais de todo o corpo.• Sensório-motoras - É a percepção de diversas lições através da manipulação dos

objetos.• Percepto-motoras – É uma análise profunda das funções intelectuais, motoras, tais

como a análise perceptiva, a precessão de representação mental, determinação de pontos de referência. Destaca-se: percepção visual.

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1.5 - Objetivos da Psicomotricidade

As atividades psicomotoras visam propiciar a ativação dos seguintes processos:

• Vivenciar estímulos sensoriais para discriminar as partes do próprio corpo e exercer um controle sobre elas;

• Vivenciar, através da percepção do próprio corpo em relação aos objetos, a organização espacial e temporal;

• Vivenciar situações que levem a aquisição dos pré-requisitos necessários para aprendizagem da leitura escrita.

Para entender tais objetivos, é necessário considerar que durante a primeira infância, motricidade e psiquismo estão estreitamente ligados, da mesma forma como sabemos que o desenvolvimento motor, o afetivo e o intelectual encontram-se inseparáveis no homem.

A educação psicomotora, antes utilizada somente como recurso reeducativo, atualmente é parte integrada de toda a atuação passiva do aluno, frente à atitude expositiva e controladora do professor. A psicomotricidade tem como ponto de partida o desenvolvimento psicobiológico da criança, na medida em que acompanha as leis do amadurecimento do sistema nervoso através da mielinização.

A psicomotricidade não deve ser considerada como uma matéria entre outras. Isto é, não deve dispor apenas de um momento ou um ambiente específico na programação escolar.

Qualquer que seja a atividade ou tema utilizado, a psicomotricidade vai estar presente. O pensamento se constrói a partir da atividade motora que permite à criança a exploração do ambiente externo, proporcionando-lhe experiências concretas indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual. A liberdade deve explorar e conhecer o espaço físico e o mundo é muito importante para o seu desenvolvimento afetivo. Como fazer para oferecer condições que permitiam esse desenvolvimento? Antes de tudo a criança precisa ter um conhecimento adequado de seu corpo, porque é o corpo o intermediário obrigatório entre a criança e o mundo. Esse conhecimento abrange três aspectos que são: a imagem do corpo, o conceito do corpo e a elaboração do esquema corporal.

1.6 - Elementos Básicos da Psicomotricidade

A imagem do corpo é a própria experiência que a pessoa tem de seu corpo e se revela frequentemente através do desenho, da modelagem e que demonstra o nível de elaboração do esquema corporal.

O conceito do corpo desenvolve-se posteriormente à imagem do corpo, sendo mais o conhecimento intelectual dele e de cada função de seus órgãos.

O esquema corporal, segundo Pierre Vayer, é definido como organização das sensações relativas aos dados do mundo exterior, notando-se aí dois sentidos na atividade motora cinética, dirigida para o mundo exterior.

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A construção do Esquema Corporal elabora-se progressivamente com o desenvolvimento e o amadurecimento do Sistema Nervoso e é, ao mesmo tempo, paralela a evolução sensório-motora. A educação do Esquema Corporal é, então, o ponto-chave de toda prática educativa. Dos 02 aos 05 anos, toda educação é baseada na estrutura do Esquema Corporal.

• Dos 05 aos 07 anos a psicomotricidade passa a ser a base sobre a qual se constroem as primeiras relações lógicas e a decorrente aprendizagem escolar. Toda aprendizagem deve ser feita através de experiências concretas e vivenciadas com o corpo inteiro. Voltando ao primeiro objetivo, temos que trabalhar os seguintes aspectos:

• Percepção e controle do corpo;• Equilíbrio;• Lateralidade;• Independência dos membros em relação ao tronco e entre si;• Controle muscular;• Controle de respiração.

a) Percepção e controle do corpo

A criança adquire primeiro a sensação, depois o uso, e finalmente, o controle de seu corpo. Ponto de partida o conhecimento do corpo, partes do corpo, através de estímulos sensoriais – superfície, temperatura, unidade, peso etc. – referenciará as partes do corpo e suas sensibilidades. Numa segunda etapa fará uso e controlará as partes independentemente uma das outras.

Como? – Brincando com água, tinta, areia, barro, blocos, sucata; usando determina das partes do corpo em jogos ou em movimentos propostos; dramatizando.

b) O equilíbrio

É condição indispensável para qualquer ação diferenciada. As ações serão tanto coordenadas quanto mais à criança conseguir em posição ereta, sem precisar esforçar-se ou ficar tensa. A sensibilidade da planta do pé é muito importante para desenvolver qualquer equilíbrio, por isso é essencial que as crianças se movimentem e brinquem, tanto na areia como na sala de aula, de pé no chão. O contato do corpo com o chão deve estender-se a todo o corpo, rolando,deitando, sentando, rastejando, ajoelhando. Em movimentos de repouso a criança deverá, sempre que possível, relaxar seu corpo em direto contato com o chão que oferece sensação de segurança.

Como? – Andar sobre linhas de várias maneiras, sobre beiradas de canteiros, bancos de diferentes alturas, trilhos de madeira, tijolos. Imitar animais e posições estáticas. Lançar e recebera bola.

c) Lateralidade

O homem, por natureza, tem um lado do corpo dominante. Quer dizer que usa melhores olhos, ouvidos, pé e mão de um determinado lado. Normalmente, a lateralidade se define entre os 05 e os 07 anos. As crianças que, a partir dessa idade apresentam uma

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lateralidade não definida ou cruzada, facilmente encontrarão dificuldades na aprendizagem escolar.

Como? – Atividade que exijam o uso de todo corpo com objetos grandes (pneus, bolas, caixas, blocos) e pequenos, desenvolvendo a coordenação funcional da mão e dos dedos (contas, sementes, pinos, clips, tampinhas, pregadores, cartas). Atividades em que ordena a mão a ser usada (com bolas, saquinhos de areia/feijão).

d) Independência dos membros em relação ao tronco e entre si

Para a criança é mais fácil fazer movimentos simétricos e simultâneos, pois só numa segunda etapa é que ela virá a movimentar os membros separadamente um do outro.

Como? – Macaco mandou – de início pedindo movimentos simétricos, aumentando a dificuldade, na medida em que as crianças puderem realizar naturalmente, movimentos assimétricos e não simultâneos.

e) Controle muscular

É muito difícil para uma criança interromper um movimento, mas esse controle da inibição é indispensável para que ela venha a adquirir, mais tarde, não só uma caligrafia, mas também a concentração necessária para a aprendizagem escolar.

Como? – Inibição dos movimentos globais que envolvem todo o corpo como o andar, o correr – “Batatinha Frita”. Recreação com o uso de música. Trabalhar os movimentos segmentários – jogos cantados “O meu chapéu tem 03 pontas”, “ A galinha e o seu Kara Kara”, jogo de estátua.

f) Controle da respiração

O controle respiratório contribui na formação de hábitos de se concentrar, relaxar, se acalmar.

Como? – Bolhas de sabão, bolas de encher, pintura com canudo de soprar, corridas de soprar. Dramatização de aspirar e soprar. Relaxamento sentido o próprio corpo ou do companheiro.

II - EDUCAÇÃO PSICOMOTORA

2.1 - Desenvolvimento Psicomotor

A psicomotricidade caracteriza-se por uma intervenção educativa que se centra no movimento e auxilia a atingir outras aquisições mais elaboradas, como as intelectuais.

O desenvolvimento psicomotor da criança, e as dificuldades de aprendizagem estão intimamente ligados. Há uma série de questões sobre as causas da dificuldade na aprendizagem de alguns alunos, sendo que muitas vezes, essas decorrem de dificuldades

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seriam decorrentes de problemas relacionados com o trabalho do professor em sala de aula? Como melhorar a qualidade do trabalho docente? Como eles são preparados pra isso?

Le Boulch, “enfatiza a necessidade da educação psicomotora baseada no movimento, pois acredita ser preventiva, assegurando que muitos dos problemas de alunos detectam dos posteriormente e tratados pela reeducação, não ocorreriam se a escola prestasse mais atenção à educação psicomotora, juntamente com a leitura, a escrita e a aritmética”. O autor considera a psicomotricidade um importante elemento educativo, como um instrumento indispensável para aguçar a percepção, desenvolver formas de estimular a atenção e estimular processos mentais.

A educação psicomotora deve ser uma formação de base indispensável para toda criança, pois oferece uma melhor capacitação ao aluno para uma maior assimilação das aprendizagens escolares. Um bom desenvolvimento psicomotor proporciona ao aluno algumas capacidades básicas para um bom desempenho escolar.

2.2 - Funcionamento do Desenvolvimento Psicomotor

Para que possamos compreender melhor a importância da psicomotricidade no desempenho escolar das crianças, é preciso entender como esse processo acontece.

•Sistema Nervoso:

O movimento e a integração do homem às condições do meio ambiente, dependem do sistema nervoso. Esse sistema coordena e controla todas as atividades do organismo, integra sensações e ideias, interpreta os estímulos vindos da superfície do corpo, e de todas as funções é selecionar e procurar informações, canalizando-as para as regiões motoras correspondentes do cérebro, para que depois sejam emitidas respostas adequadas, de acordo com cada indivíduo. As células que compõe o sistema nervoso são os neurônios, que possuem a função de condutibilidade e excitabilidade.

A maturação nervosa é um dos fatores relevantes no desenvolvimento mental, sendo importante considerar fatores como interação do indivíduo com o meio.

A psicomotricidade pode auxiliar o aluno a alcançar um desenvolvimento integral, que o preparará para uma aprendizagem mais satisfatória.

Algumas habilidades são muito importante no desenvolvimento psicomotor da criança. Essas habilidades permitem, por exemplo, que uma pessoa manipule objetos da cultura em que vive. Para que essa pessoa se movimente no espaço com desenvoltura, equilíbrio e coordenação é preciso ter o domínio do gesto e do instrumento. A coordenação e o equilíbrio são elementos de base para qualquer movimento.

2.3 - Desenvolvimento Psicomotor e a Interação Escolar

Os argumentos geralmente invocados para justificar a educação psicomotora na escola primária colocam em evidência a superação de dificuldades escolares.

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Na tentativa de uma verdadeira preparação para a vida é que entra o papel da escola, e os métodos pedagógicos renovados tendem a ajudar as crianças a se desenvolverem da melhor maneira possível.

O desenvolvimento psicomotor auxilia a criança para a vida, desde a fase escolar até a fase profissional. Como por exemplo, para as crianças com difusões da memória, o cavalgar auxilia porque exige planejar e criar estratégias, que são progressivamente, memorizadas. Isto não é fácil de ser executado e é necessário vincular pela repetição, memória, e pela cuidadosa explanação para completar tarefas cotidianas. Crianças com dificuldades viso-espaciais podem aprender com adornos e objetos dispostos no picadeiro, sobre outras relações e entre eles e o espaço. Cavalgar auxilia na aquisição e desenvolvimento de cognições de ordem superior, que se referem a sofisticadas habilidades: formação de conceitos, solução de problemas, pensamento crítico e criatividade. Enquanto anda a cavalo, a criança necessita desenvolver habilidades e atitudes conceituais diversas. Ajuda a manter um comportamento social adequado, enquanto em atividade de grupos na equitação.

É com programa educacionais, de ensino e de aprendizagem centrados na criança e integrados com os princípios e fundamentos da psicomotricidade, podem ser tratadas crianças com dificuldades de aprendizagem por uma equipe multiprofissional e interdisciplinar, devendo estar sempre em parceria e coordenação com a família e com os outros professores da escola em que a criança estiver estudando.

III - PSICOMOTRICIDADE E EDUCAÇÃO FÍSICA

A finalidade da educação psicomotora não é a aquisição de habilidades gestuais. Entretanto, o trabalho psicomotor, resulta numa melhor aptidão para a aprendizagem, dentro do respeito ao desenvolvimento da criança.

Sendo que, a Educação Física deve ser considerada uma disciplina educativa como outra qualquer, que se preocupa e procura ao mesmo tempo o desabrochar das aptidões da criança e a aquisição das capacidades extraídas do comportamento humano, utilizando uma pedagogia de desenvolvimento associada a uma pedagogia de formação, onde uma se preocupa com aquilo que a criança traz em si, e a outra em lhe proporcionar mais controle e conhecimento sobre si próprio e sobre o mundo.

É necessário que se faça à utilização da Educação Física como instrumento para a prática do movimento. Desenvolvendo com a criança atividades como: jogos de expressão livre, exercícios rítmicos, exercícios perceptivos, coordenação global, sessões de jogos etc., chegando assim, ao controle do próprio corpo, com movimentos controlados, coordenados, que influenciam no desenvolvimento satisfatório da leitura, e de todas as atividades escolares que são necessárias para a formação da criança.

O professor deve dedicar uma atenção especial ao desenvolvimento psicomotor da criançada Educação Infantil, em suscitar todas as formas de expressão, em favorecer, no decorrer dos jogos, as experiências relacionadas à relação das crianças entre si para atraí-las progressivamente à cooperação. Assegurando o desenvolvimento harmonioso dos componentes corporais, afetivos, intelectuais da personalidade da criança.

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O trabalho com Educação Física nas séries iniciais do Ensino Fundamental é importante, pois possibilita aos alunos terem, desde cedo à oportunidade de desenvolver habilidades corporais e participar de atividades culturais, como jogos, esportes, lutas, ginásticas e danças, com finalidade de lazer, expressão de sentimentos, afetos e emoções.

É preciso que o aluno se aproprie do processo de construção de conhecimentos relativos ao corpo e ao movimento e construa uma possibilidade autônoma de utilização de seu potencial gestual. O trabalho com as habilidades motoras e capacidade física devem estar contextualizado em situações significantes com o recurso para o professor poder olhar, analisar e criar intervenções que auxiliem de modo integral.

Sabe-se que o desinteresse pela matéria escolar pode ser de origem efetiva e corresponder assim a problemas de organização da personalidade. Por outro lado o desinteresse pode estar ligado aos problemas de organização da imagem do corpo, daí a necessidade de um trabalho de psicomotricidade.

A Educação Física é indispensável tanto no processo de alfabetização estruturando a criança como um ser total, quanto na complementação da educação geral, onde as atividades psicomotoras, recreativas e esportivo-educacionais têm papel relevante na formação integral do educando.

A educação psicomotora ou psicomotricidade vem oferecer ao desenvolvimento de nossas crianças uma bagagem infinita de situações de atividades naturais, possibilitando um melhora justamento aos ambientes e às situações novas; aperfeiçoando os mecanismos da leitura, escrita, cálculos, abstrações etc., bem como favorecendo o desenvolvimento da sua auto-estima, autoconfiança e capacidade de sua socialização, evitando o surgimento de vários distúrbios de aprendizagem e contribuindo de maneira significativa na diminuição dos índices de repetência nas escolas.

– Criar condições para a criança:

• Sentir-se aceita;• Expressar seus sentimentos, pensamentos e emoções;• Ser curiosa, criativa e responsável;• Ampliar seu vocabulário;• Desenvolver e aprimorar os aspectos motores, cognitivos e afetivo-sociais;• Desenvolver atividades que permitem a sua convivência com situações sociais dentro

da realidade cultural;• Desenvolver hábitos saudáveis e higiênicos.

3.1 - O Papel do Professor na Psicomotricidade

Deve-se ressaltar, no trabalho da psicomotricidade, o papel do professor, que será de maior relevância se este, ao invés de ensinar, de transmitir conhecimentos já estabelecidos, assumir o papel de facilitador do desenvolvimento da capacidade de aprender, dando à criança tempo para as suas próprias descobertas, oferecendo situações e estímulos cada vez mais variados, proporcionando experiências concretas e plenamente vividas com o corpo

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inteiro; nunca transmitidas apenas verbalmente, para que ela própria possa construir seu desenvolvimento global.

O professor não deverá esquecer que o material de seu trabalho é o seu aluno. Portanto, não deverá preocupar-se apenas em preparar o ambiente escolar com cartazes, painéis, faixas. Mas em preparar a si mesmo. É necessário que ele conheça seus alunos, torne-se seu amigo.

Para que haja intercâmbio entre professor X aluno X aprendizagem, o trabalho da psicomotricidade é da mais valiosa função, tanto no maternal como na pré-escola e alfabetização, por haver um estreito paralelismo entre o desenvolvimento das funções psíquicas que são as principais responsáveis pelo bom comportamento social e acadêmico do homem.

3.2 - O Lúdico como Sinalizador do Desenvolvimento Psicomotor

“Cada vez que ensinamos algo a uma criança estamos impedindo que ela descubra por si mesma. Por outro lado, aquilo que permitimos que descubra por si mesma, permanecerá com ela” (Jean Piaget).

O brinquedo é oportunidade de desenvolvimento. Brincando, a criança experimenta, descobre, inventa, aprende e confere habilidades. Além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração e atenção.

Brincar é indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança. Irá contribuir, no futuro, para a eficiência e o equilíbrio do adulto.

Brincar é um momento de auto-expressão e auto-realização. As atividades livres com blocos e peças de encaixe, as dramatizações, a música e as construções desenvolvem a criatividade, pois exige que a fantasia entra em jogo. Já o brinquedo organizado, que tem uma proposta e requer desempenho, como os jogos (quebra-cabeça, dominó e outros) constituem um desafio que promove a motivação e facilita escolhas e decisões à criança.

O brinquedo traduz o real para a realidade infantil. Suaviza o impacto provocado pelo tamanho e pela força dos adultos, diminuindo o sentimento de impotência da criança. Brincando, sua inteligência e sua sensibilidade estão sendo desenvolvidas. A qualidade de oportunidades que estão sendo oferecidas à criança através de brincadeiras e brinquedos garantem que suas potencialidades e sua afetividade se harmonizem. A ludicidade, tão importante para a saúde mental do ser humano é um espaço que merece atenção dos pais e educadores, pois “é o espaço para expressão mais genuína do ser”, é o espaço e o direito de toda criança para o exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos.

Um bichinho de pelúcia pode ser um bom companheiro. Uma bola é um convite ao exercício motor, um quebra-cabeça desafia a inteligência e um colar faz a menina sentir-se bonita e importante como a mamãe. Enfim, todos são como amigos, servindo de intermediários para que a criança consiga integrar-se melhor.

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As situações problemas contidas na manipulação dos jogos e brincadeiras fazem a criança crescer através da procura de soluções e de alternativas.

O desempenho psicomotor da criança enquanto brinca alcança níveis que só mesmo a motivação intrínseca consegue. Ao mesmo tempo favorece a concentração, a atenção, o engajamento e a imaginação. Como consequência a criança fica mais calma, relaxada e aprende apensar, estimulando sua inteligência.

Para que o brinquedo seja significativo para a criança é preciso que tenha pontos de contato com a suas realidades. Através da observação do desempenho das crianças com seus “brinquedos podemos avaliar o nível de seu desenvolvimento motor e cognitivo”. No lúdico, manifestam-se suas potencialidades e ao observá-las poderemos enriquecer sua aprendizagem, fornecendo através dos brinquedos os nutrientes só seu desenvolvimento.

3.3 - A relação criança X brinquedo X adulto

A criança trata os brinquedos conforme os receberam. Ela sente quando está recebendo por razões subjetivas do adulto, que muitas vezes, compra o brinquedo que gostaria de ter tido, ou que lhe do status, ou ainda para comprar afeto e outras vezes para servir como recurso para livrar-se da criança por um bom espaço de tempo. É indispensável que a criança sinta-se atraída pelo brinquedo e cabe-nos mostrar a ela as possibilidades de exploração que ele oferece, permitindo tempo para observar e motivar-se.

A criança deve explorar livremente o brinquedo, mesmo que a exploração não seja a que esperávamos. Não nos cabe interromper o pensamento da criança ou atrapalhar a simbolização que está fazendo. Devemos nos limitar a sugerir, a estimular, a explicar, sem impor nossa forma de agir, para que a criança aprenda descobrindo e motivá-la a falar, pensar e inventar.

Brincando, a criança desenvolve seu senso de companheirismo. Jogando com amigos, aprende a conviver, ganhando ou perdendo, procurando aprender regras e conseguir uma participação satisfatória.

No jogo, ela aprende a aceitar regras, esperar sua vez, aceitar o resultado, lidar com frustrações e elevar o nível de motivação.

Nas dramatizações, a criança vive personagens diferentes ampliando sua compreensão sobre os diferentes papéis e relacionamentos humanos.

As relações cognitivas e afetivas da interação lúdica propiciam amadurecimento emocional e vão pouco a pouco construindo a sociabilidade infantil.

O momento em que a criança está absorvida pelo brinquedo é um momento mágico e precioso, em que está sendo exercitada a capacidade de observar e manter a atenção concentrada e que irá inferir na sua eficiência e produtividade quando adulto.

Vamos Brincar?

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Brincar junto reforça os laços afetivos. É uma manifestação do nosso amor à criança. Todas as crianças gostam de brincar com os pais, com a professora. Com os avós ou com os irmãos. A participação do adulto na brincadeira da criança eleva o nível de interesse, enriquece e contribui para o esclarecimento de dúvidas durante o jogo. Ao mesmo tempo, a criança sente-se prestigiada e desconfiada, descobrindo e vivendo experiências que tornam o brinquedo recurso mais estimulante e mais rico em aprendizado. Guardar os brinquedos com cuidado pode ser desenvolvido através da participação da criança na arrumação feita pelo adulto. O hábito constante e natural dos pais e da professora ao guardar com zelo o que utilizou, faz com que a criança adquira automaticamente o mesmo hábito, ocorrendo inclusive satisfação tanto no guardar como no brincar.

3.4 - A Importância da Psicomotricidade na Educação Infantil

Tentar definir o ser humano é frustrante, já que a complexidade humana, com seu constante apelo à transcendência, a sua incessante busca de sentido, forma um todo indizível. No entanto, se a pretensão é pesquisar a motricidade humana, é preciso ter presente uma noção de homem que favoreça a eclosão do conhecimento que se pretende analisar. Ora se o ser humano é um ser aberto à transcendência e, como tal, um ser práxico e essa sua praxidade é simultaneamente motricidade – motricidade humana é o tropismo imparável à transcendência, que tanto pode revelar-se no movimento como, por exemplo, na meditação transcendental.

A psicologia busca compreender e solucionar o desenvolvimento da criança na medida em que a criança cresce e amadurece fisicamente, pois sua inteligência também se desenvolve e muda seu comportamento social e emocional, influenciando sua inteligência.

O desenvolvimento inicial da criança depende da maneira pela qual o corpo da criança foi investido com qualidade e quantidade, com a intencionalidade que constitui a base do domínio afetivo.

Ora a psicologia indica o estudo do comportamento do organismo e a motricidade corresponde a toda resposta motora composta de elementos, tais como perceber um estímulo, processar a informação que tal estímulo proporciona, elaborar um padrão motor, estruturar uma ordem motora que será conduzida pelos nervos periféricos e que enervará músculos, articulações e ossos que configuram o aparelho locomotor. Sobre esse prisma, psicomotricidade corresponde à ciência ou área de estudo dos ritmos e movimentos do corpo humano.

Nesse sentido, o objetivo central da educação pelo movimento é contribuir com o desenvolvimento psicomotor da criança, de quem depende a evolução de sua personalidade e o sucesso escolar, além de fazer do corpo um instrumento perfeito de adaptação do individuo ao meio físico e social.

Considerar o movimento de um ponto de vista funcional é considerá-lo não como um processo tendo sua razão de ser nele mesmo, mas ao contrário, como tendo um significado em relação à conduta do ser na sua totalidade.

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O movimento nessa perspectiva é o fio condutor do desenvolvimento em torno do qual se cria unidade da pessoa corporal e mental. Não é, portanto, um elemento facultativo que se acrescenta à educação intelectual. O organismo, sistema autônomo, só pode ser desenvolvido de maneira equilibrada por meio de uma interação ativa com o seu meio ambiente; a autonomia do pensamento passa pela autonomia motora e, separado de suas raízes corporais, o pensamento corre risco de ser tonalizado.

A educação infantil tem por princípio básico o desenvolvimento de ações que venham suprir as necessidades das crianças e busca estabelecer uma atuação educacional qualitativa, que respeita o tempo da infância e promove a construção de novas práticas e concepções, através de propostas pedagógicas fundamentais, que promovam o seu desenvolvimento integral (físico, cognitivo, social e emocional).

A psicomotricidade na educação infantil tem por objetivo a educação pelo movimento e contribui para a evolução da personalidade da criança como o seu sucesso escolar, pois a imagem do corpo não é uma função, mas um conceito útil no plano teórico, na medida em que serve de guia para compreender melhor o desenvolvimento psicomotor através de diversas etapas.

Na primeira infância, a realidade interior e a exterior são confundidas e estabelecem o equilíbrio entre duas forças: o ímpeto pulsional (tradução das necessidades do indivíduo) e a pressão do mundo exterior, das quais dependerá a satisfação ou a frustração. É mais importante nessa fase à experiência subjetiva e a maneira pela qual o corpo é unido. A primeira infância é uma fase de grandes significas mudanças na vida do ser humano. O indivíduo deve alcançar razoável nível de ajustamento para que seu desenvolvimento ocorra satisfatoriamente.

As principais tarefas evolutivas dessa idade são: aprender a andar, aprender a tomar alimentos sólidos, aprender a falar, aprender a controlar o processo de eliminação de produtos excretórios, aprender a diferença básica entre os sexos, alcançar certa estabilidade fisiológica, formar conceitos da realidade física e social, aprender a relacionar-se emocionalmente com pessoas próximas, aprender a distinguir entre o certo e o errado, formando assim a base de uma consciência moral.

Durante a primeira infância o ser humano experimenta extraordinário desenvolvido motor, sendo de natureza sequencial. A idade em que uma criança desenvolve certa habilidade motora pode variar ligeiramente, em função das inevitáveis diferenças individuais, mas a ordem do desenvolvimento motor é constante para todos os indivíduos. Há duas habilidades motoras fundamentais que devem ser desenvolvidas durante a primeira infância.

A primeira é a postura ereta e a locomoção. A segunda é a capacidade depreensão e manipulação de objetos. Em todo esse complexo processo do desenvolvimento sensório-motor o córtex cerebral desempenha papel grande relevância. Em função do córtex, no processo de evolução sensório-motora, observam-se os padrões típicos de desenvolvimento céfalo-caudal e próximo-distal.

Percepção corresponde a um processo cognitivo através do qual os vários sentidos se tornam conscientes dos estímulos internos e externos a que são expostos, e pelo qual se

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transmitem esses estímulos ao sistema nervoso central, onde eles recebem a devida interpretação.

O desenvolvimento dos aspectos motores dos mecanismos da percepção constitui a basedos processos cognitivos. Sem o adequado desenvolvimento motor, o processo perceptivo e conceitual da criança pode ser prejudicado.

Sendo assim, o desenvolvimento satisfatório de habilidades motoras e perceptivas depende do desenvolvimento simétrico do mecanismo de postura e de equilíbrio do indivíduo.

Através do desenvolvimento dos órgãos sensoriais o indivíduo começa a perceber e a sentir o mundo que o cerca. Começa a conhecer as coisas e a si mesmo.

Piaget foi o primeiro a investigar a criança, compreendendo-a como tendo uma lógica diferente da lógica do adulto. Era de seu interesse compreender a construção ontogenética da razão numa perspectiva finalista. Os limites desta perspectiva têm deixado suas marcas nas produções cientificas e nas práticas pedagógicas de intervenção. Trabalhamos com o desenvolvimento lógico sustentado no paradigma da ciência ocidental e reduzimos as diferentes formas de estrutura de compreensão do mundo presentes na criança e noutras culturas a uma menoridade cognitiva a ser superada na infância pelo seu processo de socialização e desenvolvimento.

Para Piaget o desenvolvimento mental cognitivo se realiza em estágios, ou seja, a natureza ou caracterização da inteligência muda significativamente com o passar do tempo.

Assim Piaget esquematiza o desenvolvimento intelectual em: estágio sensório-motor (0 a 2 anos), estágio pré-operacional (2 a 6 anos), estágio de operações concretas (7 a 11 anos) e estágio de operações formais (12 anos em diante).

No estágio sensório-motor, a atividade intelectual é de natureza sensorial e motora: a criança percebe o ambiente e age sobre ele.

No estágio pré-operacional, o principal progresso é o desenvolvimento da capacidade simbólica.

Em relação ao estágio das operações concretas, as operações mentais da criança ocorrem em resposta a objetos e situações reais.

Finalmente, no estagio das operações formais, o pensamento não mais depende tanto da percepção ou da manipulação de objetos concretos.

O desenvolvimento do indivíduo quer do ponto de vista físico, quer do ponto de vista cognitivo e emocional, ocorre dentro de um contexto psicossocial que lhe dá significação. O processo de socialização do indivíduo começa muito cedo na vida e é através desse processo que ele adquire as características que distinguem o ser humano de outros animais. Esse processo é extremamente complexo e é através dele que se desenvolvem os padrões típicos de comportamento do indivíduo que constituem aquilo a que se chama sua personalidade.

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Na primeira infância o ser humano adquire, através da aprendizagem social, os elementos básicos da linguagem articulada.

Entre 9 e 10 meses de idade a criança começa a repetir os sons que ouve dos seres humanos que a cercam. Ordinariamente estes sons emitidos pela criança são repetidos por alguém com quem se relaciona. Essa repetição da parte das pessoas que constituem o mundo significativo da criança.

É interessante ressaltar que a criança compreende a linguagem de outras pessoas mesmo antes de ser capaz de usar sua própria linguagem.

A palavra emoção, no contexto da psicologia, significa algo de natureza afetiva e envolve um elemento consciente de sentimento. A emoção está relacionada com a motivação, como elemento energizante do comportamento; ela também se sujeita à aprendizagem do seu processo evolutivo.

No desenvolvimento emocional do ser humano a figura materna desempenha importante papel, bem como o contato físico, a excitação e a família.

O senso moral de cada indivíduo não é algo geneticamente determinado, e sim, relativo ao meio que o produziu.

Em princípio o comportamento moral da criança é de caráter imitativo e mais ou menos guiado pelos impulsos. Nessa fase da vida, a criança age em função de suas necessidades e é basicamente orientada pelo princípio de prazer.

O desenvolvimento da personalidade de um indivíduo não é um processo que se possa observar do mesmo modo como se observa seu desenvolvimento físico, cognitivo ou até mesmo seu desenvolvimento emocional. Mas, de alguma forma, todos esses aspectos do seu desenvolvimento constituem a base desse conceito maior que chamamos personalidade.

O desenvolvimento da personalidade, portanto, é um processo de socialização através do qual interagem os fatores biológicos e os fatores culturais.

Enfim, a primeira infância é a fase da vida em que as estruturas básicas da personalidade são lançadas. É possível dar expressão diferente e modificar elementos dessa estrutura básica, mas não há dúvida de que aqui se encontram os alicerces sobre os quais esse edifício é construído.

A idade pré-escolar é considerada a fase áurea da vida, em termos da psicologia evolutiva, e por isso mesmo, tem sido objeto de extensas formulações teóricas.

Segundo a teoria de Piaget, a fase pré-escolar corresponde ao período pré-operacional do desenvolvimento cognitivo. As operações mentais da criança nessa idade se limitam aos significados imediatos do mundo infantil. A primeira fase desse estágio é caracterizada pelo pensamento egocêntrico. Na segunda fase a criança começa a ampliar o seu mundo cognitivo, o que constitui o chamado pensamento intuitivo.

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Na fase pré-escolar o mundo é representado para a criança de modo “icônico”, ou seja, de modo viso perceptivo. Do ponto de vista é o processo de “descentralização” que possibilita à criança a percepção de mais de um aspecto de lado objeto de uma só vez.

Um dos aspectos mais importantes do processo evolutivo do ser humano é a aquisição da linguagem articulada. Não se sabe, porém, como o homem aprendeu a falar. Ao que tudo indica, a linguagem humana resulta de fatores biológicos combinados com elementos do meio e um que o homem vive. Do ponto de vista histórico, as teorias místicas, imitativas e interjetivas procuram explicar a origem da linguagem articulada, mas nenhuma delas oferece explicação satisfatória.

A psicologia evolutiva do desenvolvimento submeteu a infância a uma lógica adultizada onde a existência da vivência toma significado como preparação para a vida adulta.

Ao ministrarmos uma atividade na educação infantil, precisamos saber como a criança é e se está madura para aquela atividade, como poderá ser motivada e quais os melhores meios de ensiná-la, para que a aprendizagem se torne duradoura.

O jogo simbólico prossegue ao longo do período escolar e estabelece a realidade traduzida e a evolução da relação corpo espaço, resultando numa organização egocêntrica do universo.

A educação pelo movimento na escola fundamental coloca em evidencia seu papel na prevenção de dificuldades escolares, pois possui virtudes que possibilitam o desenvolvimento total da criança. Portanto, prepara a criança para a vida escolar através de métodos pedagógicos renovados, ajudando a mesma a desenvolver-se da melhor maneira possível e tirando melhor partido de recursos que a preparem para a vida social.

O compromisso político social com a inclusão social e com o processo educacional, orientado pelo paradigma da qualidade em educação, se expressa na compreensão, da educação como constituição cultural de sujeitos livres. Desse modo, torna-se necessário viabilizarmos forma se inovações que efetivamente produzam um resultado de elevação da capacidade de intervenção de educadores e de educandos no processo de construção de uma sociedade justa e igualitária.

A atuação da educação infantil precisa fundamentar-se em amplas áreas de conhecimento para que consiga trabalhar de forma integrada os três eixos que a fundamentam: brincar, cuidar e educar.

A aprendizagem se dá em um complexo de inter-relações entre os diversos aspectos que compõe a criança como pessoa que tem direito a viver o presente como a criança que é, que se encontra em constante processo de aprendizagem, de descobertas e de constituição como sujeito histórico social.

O movimento de renovação pedagógica da educação básica vem buscando um novo estilo de inovação educativa que surge com a prática cotidiana de professores a alunos que pensam e fazem a educação, pois reconhecem o aluno como sujeito sócio cultural e assim

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sujeito da inovação, compreendendo o ato educativo como ação humana formadora de caráter flexível.

A construção histórica da infância é compreendida como um momento específico, distinto do adulto, não apenas biológica, mas cognitiva e socialização da criança nos diferentes espaços sociais: a família, a escola, a cidade, definindo o que é a criança, como esta deve ser tratada, através de que estratégias de socialização.

Portanto, na educação infantil, é necessário se conhecer a psicologia da criança para compreender seu comportamento, prevê-lo e, em alguns casos, modificá-lo de forma significativa. Educar uma criança, ensiná-la, evitando perturbações em seu comportamento, exige do educador, além de amor e dedicação, o conhecimento das características infantis em cada fase do desenvolvimento: seus interesses, necessidades, motivações e possibilidades. Daí a importância de trabalhar a psicomotricidade na educação infantil.

3.5 - A Importância da Psicomotricidade na Aprendizagem da Criança na Fase Escolar

A educação pelo movimento deveria ter um espaço reservado, principalmente na escola primária. O programa de desenvolvimento motor é preciso ter atividades recreativas compensatórias. No currículo da escola primária é necessário também como básica a educação pelo movimento. As crianças que possuem dislexia e disgrafia devem superar estas dificuldades. A dislexia, por exemplo, é consequência de uma perturbação específica da relação em um determinado momento da evolução pessoal.

Na realidade, vários problemas de reeducação não aconteceriam junto à leitura, escrita e matemática se a psicomotricidade fosse utilizada como principal meio educativo, associada a exercícios gráficos e de manipulação. A educação básica, através do movimento. Associada a jogos e atividades esportivas que deveria ocupar um lugar de destaque no ensino da criança de 6 a 12 anos. Dessa forma, a psicomotricidade contribui para educação por se utilizar o movimento para atingir o desenvolvimento motor e a formação do esquema corporal da criança.

3.6 - As Áreas da Psicomotricidade

Didaticamente a psicomotricidade está subdividida em áreas que facilitam a compreensão e o trabalho do dia-a-dia do professor em sala de aula contribuindo assim para a eficiência do processo ensino-aprendizagem. Todas as atividades de prática psicomotora visam estimular as várias áreas mencionadas a seguir:

a) Comunicação e Expressão

A linguagem é função de expressão e comunicação do pensamento e função de socialização. Permite ao indivíduo trocar experiências e atuar – verbal e gestualmente – no mundo. Por ser a linguagem verbal intimamente dependente da articulação e da respiração, incluem-se nesta área os exercícios fonoarticulatórios e respiratórios.

b) Percepção

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Percepção é a capacidade de reconhecer e compreender estímulos recebidos. A percepção está ligada à atenção, à consciência e a memória. Os estímulos que chegam até nós, provoca numa sensação que possibilita a percepção e a discriminação. Primeiramente sentimos, através dos sentidos: tato, visão, audição, olfato e paladar. Em seguida, percebemos, realizamos uma mediação entre o sentir e o pensar. E, por fim, discriminamos – reconhecemos as diferenças e semelhanças entre estímulos e percepções. A discriminação é que nos permite saber, por exemplo, o que é verde e o que é azul, e a diferença entre o 1 e o 7. As atividades propostas para esta área devem auxiliar o desenvolvimento da percepção e da discriminação.

c) Coordenação

A coordenação motora é mais ou menos instintiva e ligada ao desenvolvimento físico. Entendida com a união harmoniosa de movimentos, a coordenação supõe integridade e maturação do sistema nervoso. A coordenação motora pode ser subdividida em coordenação dinâmica global ou geral, visomanual ou fina e visual.

• A coordenação dinâmica global envolve movimentos amplos com todo o corpo (cabeça, ombros, braços, pés, tornozelos, quadris etc.) e desse modo “coloca grupos musculares diferentes em ação simultânea, com vistas à execução de movimentos voluntários mais ou menos complexos”.

• A coordenação viso manual engloba movimentos dos pequenos músculos em harmonia, na execução de atividades utilizando dedos, mãos e pulsos.

• A coordenação visual refere-se a movimentos específicos com os olhos nas mais variadas direções.

d) Orientação

A orientação ou estruturação espacial/temporal é importante no processo de adaptação do indivíduo ao ambiente, já que todo corpo, animado ou inanimado, ocupa necessariamente um espaço em um dado momento.

A orientação espacial e temporal corresponde à organização intelectual do meio e está ligada à consciência, à memória e às experiências vivenciadas pelo indivíduo.

e) Conhecimento Corporal e Lateralidade

A criança percebe seu próprio corpo por meio de todos os sentidos. Seu corpo ocupa um espaço no ambiente em função do tempo, capta imagens, recebe sons, sente cheiros e sabores, dor e calor, movimenta-se. A entidade corpo é centro, o referencial. A noção do corpo está no centro do sentimento de mais menos disponibilidade e adaptação que temos de nosso corpo e está no centro de relação entre o vivido e o universo. É nosso espelho afetivo-somático ante uma imagem de nós mesmos, do outro e dos objetos.

O esquema corporal, da maneira como se constrói e se elabora no decorrer da evolução da criança, não tem nada a ver com uma tomada de consciência sucessiva de elementos distintos, os quais, como num quebra-cabeça, iriam pouco a pouco se encaixar uns aos outros para compor um corpo completo a partir de um corpo desmembrado.

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O esquema corporal revela-se gradativamente à criança da mesma forma que uma fotografia revelada na câmara escura mostra-se pouco a pouco para o observador, tomando contorno, forma e colocação cada vez mais nítidos. A elaboração e o estabelecimento deste esquema parecem ocorrer relativamente cedo, uma vez que a evolução está praticamente terminada por volta dos quatro ou cinco anos. Isto é, ao lado da construção de um corpo “objetivo”, estruturado e representado como um objeto físico, cujos limites podem ser traçados a qualquer momento, existe uma experiência precoce, global e inconsciente do esquema corporal, que vai pesar muito no desenvolvimento ulterior da imagem e da representação de si.

O conceito corporal, que é conhecimento intelectual sobre partes e funções; e o esquema corporal, que em nossa mente regula a posição dos músculos e partes do corpo. O esquema corporal é inconsciente e se modifica com o tempo. Quando tratamos de conhecimento corporal, inserimos a lateralidade, já que é a bússola de nosso corpo e assim possibilita nossa situação no ambiente. A lateralidade diz respeito à percepção dos lados direito e esquerdo e da atividade desigual de cada um desses lados visto que sua distinção será manifestada ao longo do desenvolvimento da experiência.

Para perceber o corpo possui dois lados e que é um mais utilizado do que outro é o início da discriminação entre a esquerda e direita. De início, a criança não distingue os dois lados do corpo; num segundo momento, ela compreende que os braços encontram-se um em cada lado de seu corpo, embora ignore que sejam “direito” e “esquerdo”. Aos cinco anos, aprende a diferenciar uma mão da outra e um pé do outro. Em seguida, passa a distinguir um olho do outro. Aos seis anos, a criança tem noção de suas extremidades direita e esquerda e noção dos órgãos pares, apontando sua localização em cada lado de seu corpo (ouvidos, sobrancelhas, mamilos etc.). Aos sete anos, sabem com precisão quais são as partes direita e esquerda de seu corpo.

As atividades psicomotoras auxiliam a criança a adquirir boa noção de espaço e lateralidade e boa orientação com relação a seu corpo, aos objetos, às pessoas e aos sinais gráficos.

Alguns estudiosos preferem tratar a questão da lateralidade como parte da orientação espacial e não como parte do conhecimento corporal.

f) Habilidades Conceituais

A matemática pode ser considerada uma linguagem cuja função é expressar relações de quantidade, espaço, tamanho, ordem, distância etc.

A medida em que brinca com formas, quebra-cabeças, caixas ou panelas, a criança adquire uma visão dos conceitos pré-simbólicos de tamanho, número e forma. Ela enfia contas no barbante ou coloca figuras em quadro e aprende sobre sequencia e ordem; aprende frases: acabou, não mais, muito que amplia suas ideias de quantidade.

A criança progride na medida do conhecimento físico (referente à cor, peso etc.), a criança necessita ter uns sistemas de referência lógico-matemático que lhe possibilite relacionar novas observações com o conhecimento já existente, por exemplo: para perceber

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que um peixe é vermelho, ela necessita um esquema classificatório para distinguir o vermelho de todas as outras cores e outro esquema classificatório para distinguir o peixe de todos os demais objetos que conhece.

g) Habilidades Psicomotoras e Processo de Alfabetização

As habilidades psicomotoras são essenciais ao bom desempenho no processo de alfabetização. A aprendizagem da leitura e da escrita exige habilidades tais como:

• Dominância manual já estabelecida (área de lateralidade);• Conhecimento numérico suficiente para saber, por exemplo, quantas voltas existem

nas letras m e n, ou quantas sílabas formam uma palavra (área de habilidades conceituais);

• Movimentação dos olhos da esquerda para a direita, domínio de movimentos delicados adequados à escrita, acompanhamento das linhas de uma página com os olhos ou dedos, preensão adequada para segurar lápis e papel e para folhear (área de coordenação visual e manual);

• Discriminação de sons (área de percepção auditiva);• Adequação da escrita às dimensões do papel, reconhecimento das diferenças dos

pares b/d, q/d, p/q etc., orientação da leitura e da escrita da esquerda para a direita, manutenção da proporção de altura e largura das letras, manutenção de espaço entre as palavras e escrita orientada pelas pautas (áreas de percepção visual, orientação espacial, lateralidade, habilidade conceituais);

• Pronúncia adequada de vogais, consoantes, sílabas, palavras (área de comunicação e expressão);

• Noção de linearidade da disposição sucessiva de letras, sílabas e palavras (área de orientação têmporo-espacial);

• Capacidade de decompor palavras em sílabas e letras (análise);• Possibilidade de reunir letras e silabas para formar novas palavras (síntese).

Atividades...

1 - Descreva uma atividade para o desenvolvimento de cada item abaixo:

a) Coordenação motora fina (manual- digital)

b) Esquema corporal

c) Percepção auditiva

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d) Coordenação viso motora

Praticando...

1- Elabore uma aula de Educação Física para a pré-escola, utilizando atividades para o desenvolvimento da percepção visual.

- Parte inicial:

- Parte principal

1-

2-

- Volta à calma

Construindo...

Organizar um circuito com 9 estações com objetivo de desenvolver a psicomotricidade ampla ou motricidade fina, para 3ª série do ensino fundamental.

Bibliografia

COSTE, J. C. A. Psicomotricidade. Tradução: A Cabral, Rio de Janeiro, Editora Guanabara, 1992.FONSECA, Vitor da – Psicomotricidade; 2ª Ed.: São Paulo: Martins Fontes, 1988.

GUILHERME, Jean Jacques. Educação e Reeducação Psicomotora. Porto Alegre: Artes Médicas, 1983.LE BOULCH, J. O Desenvolvimento Psicomotor: do Nascimento até os 6 anos. Tradução: A GBrizolara, Porto Alegre, Editora Artes Médicas, 1986.

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MOURÃO, Márcia Souto M. Sá. A Formação do Educador para a Pré-Escola Revista Criança. Ministério da Ed. E Desporto, p. 15-17, nº 27, 1994.

NASCIMENTO, Lúcia S. e MACHADO, M. Therezinha C. Psicomotricidade a Aprendizagem, 2ª Ed.Rio de Janeiro: Ene Livros, 1986.

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Texto abaixo extraído e disponível em: <http://dc125.4shared.com/img/eZQaCaih/preview.html> acesso em 13 maio 2012.

APOSTILA DE PSICOMOTRICIDADE

Ementa: Psicomotricidade - histórico e conceito. Os aspectos instrumentais do desenvolvimento: aprendizagem, linguagem, o brincar, os processos práticos de socialização. O brincar psicomotor. Os subfatores que interferem na aprendizagem: tônus, lateralidade, estruturação espaço-temporal, equilíbrio, percepções sensoriais, esquema e imagem corporal, praxias globais e finas. A educação psicomotora e suas implicações na aprendizagem.

Os fundamentos teóricos básicos; observação e avaliação do desenvolvimento psicomotor; distúrbios psicomotores; áreas de intervenção da psicomotricidade; avaliação psicomotora; a prática psicomotora, articulando o campo psicomotor e psicopedagógico. Os princípios e as práticas da educação psicomotora.

Objetivos específicos: aprofundar articulações entre a psicomotricidade e os processos de aprendizagem propiciando experiências práticas neste sentido.

Conceitos da psicomotricidade segundos diversos autores:

Ajuriaguerra, médico psiquiatra, considerado pela comunidade científica como o “Pai da Psicomotricidade”, define assim: “Psicomotricidade se conceitua como ciência da saúde e da educação, pois indiferentes das diversas escolas, psicológica, condutista, evolutista, genética, e etc, ela visa à representação e a expressão motora, através da utilização psíquica e mental do indivíduo”.

Dalila M. M. de Costallat, “A Psicomotricidade como Ciência de Síntese, que com a pluralidade de seus enfoques, procura elucidar os problemas que afetam as inter-relações harmônicas, que constituem a unidade do ser humano e sua convivência com os demais”.

Germaine Rossel, “A Educação Psicomotora é a educação de controle mental e da expressão motora”.

Giselle B. Soubiran “Psicomotricidade e Relaxação, bases fundamentais da estrutura psico corporal, estática e em movimento, precedente e condicionante a toda atividade psíquica”.

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Vítor da Fonseca, “A psicomotricidade visa privilegiar a qualidade da relação afetiva, a mediatização, a disponibilidade tônica, a segurança gravitacional e o controle postural, à noção do corpo, sua lateralização e direcionalidade e a planificação práxica, enquanto componentes essenciais e globais da aprendizagem e do seu ato mental concomitante. Nela o corpo e a motricidade são abordados como unidade e totalidade do ser. O seu enfoque é, portanto, psico somático, psico cognitivo, psiquiátrico, somato-analítico, psico neurológico e psico terapêutico”.

P. Vayer, “É a educação da integridade do ser, através do seu corpo”.

Beatriz Loureiro, “Psicomotricidade é a otimização corporal dos potenciais neuro, psico-cognitivo funcionais, sujeitos às leis de desenvolvimento e maturação, manifestadas pela dimensão simbólica corporal própria, original e especial do ser humano”.

Hurtado (1983), diz que a psicomotricidade é a educação dos movimentos, ou através dos movimentos, visando a melhor utilização das capacidades psicofísicas da criança. Neste caso utiliza-se o movimento como meio e não como fim a ser atingida. A Psicomotricidade é o suporte básico que auxilia a criança a adquirir tanto sensações e percepções como conceitos, os quais lhe darão o conhecimento de seu corpo e, através desse, do mundo que o rodeia.

Coste (1981), define a Psicomotricidade como uma técnica em que cruzam e se encontram múltiplos pontos de vista, e que utiliza numerosas ciências constituídas, entre a biologia, psicologia, psicanálise, sociologia e linguística. É considerada como uma terapia, “a terapia psicomotriz” a qual desenvolve a capacidade de expressão do indivíduo, fazendo com que haja um novo conhecimento do corpo.

Schinca (1992), o controle e conhecimento do próprio corpo são essenciais para o estabelecimento da ligação entre o indivíduo e o meio externo. A relação entre cada ser e o exterior se manifesta através de atos e comportamentos motores, adaptados e ajustados mediante as sensações e percepções.

Meur e Staes (1984), relatam que o estudo da psicomotricidade é recente sendo que só no início deste século abordou-o assunto ainda que superficialmente. Em uma primeira fase, a pesquisa teórica fixou-se, sobretudo no desenvolvimento motor da criança. Depois se estudou a relação entre o atraso no desenvolvimento motor e o atraso intelectual da criança. Seguiram-se estudos sobre o desenvolvimento da habilidade manual e aptidões motoras em função da idade. Hoje em dia os estudos ultrapassam os problemas motores, pesquisando também as ligações com a lateralidade, à estruturação espacial e a orientação temporal por um lado e, por outro, as dificuldades escolares de crianças com inteligência normal. Faz também com que se tome consciência das relações existentes entre o gesto e a afetividade.

Para De Meur (1984), a psicomotricidade quer justamente destacar a relação existente entre a motricidade, a mente e a afetividade e facilitar a abordagem global da criança por meio de uma técnica. A psicomotricidade baseia-se em princípios a partir da vivência do corpo no espaço e no tempo, desenvolvendo a consciência de si mesmo, como um ser capaz de sentir expressar e o mais importante, ser capaz de partilhar e comunicar-se com os demais.

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O estudo da psicomotricidade envolve cinco temas distintos: tomada de consciência do corpo, a formação da personalidade da criança, isto é desenvolvimento do esquema corporal, através do qual a criança toma consciência do seu próprio corpo e das possibilidades de expressar-se por meio desse corpo; tomada de consciência da lateralidade, a criança percebe que seus membros não reagem da mesma forma, percebe uma maior dominância dos movimentos de um hemicorpo do que no outro (assimetria funcional); tomada de consciência do espaço, tomada de consciência da situação do seu próprio corpo em um meio ambiente, tomada de consciência da situação das coisas entre si, possibilidade do sujeito se organizar perante o mundo que o cerca, de organizar as coisas entre si; tomada de consciência do tempo, que diz respeito a como a criança se localiza no tempo, capacidade de situar-se em função da sucessão dos acontecimentos (antes, durante, após), da duração dos acontecimentos (longo, curto), da sequencia (dias da semana, meses ano), caráter irreversível do tempo (ontem, hoje, amanhã) e renovação cíclica do tempo (orientação temporal); tomada de consciência da relação corpo-espaço-tempo, como a criança se expressa também através do desenho, completa com o domínio progressivo do desenho e do grafismo.

Sociedade Brasileira de Psicomotricidade - “a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo”, a psicomotricidade é um assunto que todos os profissionais de Educação Física devem tomar conhecimento. O site da SBP vale uma visita com calma e atenção. A lista de cursos de formação, especialização e pós-graduação é bastante detalhada, assim como a programação de eventos que acontecem em todo o Brasil.

Para quem se interessar pelo assunto, antes de ir à livraria adquirir as indicações da seção “publicações” deve visitar a seção “glossário”, para inteirar-se dos termos técnicos mais usados.

Elementos da psicomotricidade

A psicomotricidade envolve os seguintes elementos: esquema e imagem corporal, coordenação global, equilíbrio, dominância lateral, orientação espacial e latero-espacial, orientação temporal, coordenação dinâmica das mãos.

Estes elementos são considerados básicos para o desenvolvimento global da criança, são pré-requisitos necessários para a criança adquirir à aprendizagem da leitura e da escrita; vivenciar a percepção do seu corpo com relação aos objetos, saber discriminar partes do seu corpo e ter controle sobre elas e obter organização de espaço e tempo.

Esquema corporal

É um elemento básica indispensável para a formação da personalidade da criança. É a representação da imagem que a criança tem de seu próprio corpo. A criança se sentirá bem na medida em seu corpo lhe obedece, em que o conhece bem, em que pode utiliza-lo não somente para movimentar-se, mas também para agir. Uma criança cujo esquema corporal é mal constituído não coordena bem os movimentos, na escola a grafia é feia, e a leitura expressiva, não harmoniosa: a criança não segue o ritmo da leitura ou então para no meio de uma palavra. Segundo De Meur (1989), uma criança que se sinta à vontade significa que ele

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domina o seu corpo, utiliza-o com desenvoltura e eficácia, proporcionando-lhe bem estar, tornando fáceis e equilibrados seus contatos com os outros.

A organização do corpo no espaço (organização espacial)

É a capacidade de movimentar o próprio corpo de forma integrada, dentro de um ambiente contendo obstáculos, passando por eles. Movimentos com rastejar, engatinhar, e andar, irão propiciar a criança o desenvolvimento das primeiras noções espaciais: perto, longe, dentro, fora. Para De Meur (1989), os problemas quanto à orientação temporal e espacial, como por exemplo, com a noção “antes-depois”, acarretam principalmente confusão na ordenação dos elementos de uma sílaba. A criança sente dificuldade em reconstruir uma frase cujas palavras estejam misturadas, sendo a analise gramatical um quebra-cabeça para ela. Uma má organização espacial ou temporal acarreta fracasso em matemática. Com efeito, para calcular a criança deve ter pontos de referência, colocar os números corretamente, possuir noção de “fileira”, de “coluna”; deve conseguir combinar as formas para fazer construções geométricas. Diante de problemas de percepção espacial uma criança não é capaz de distinguir um “b” de um “d”, um “p” de um “q”, “21” de “12”, caso não perceba a diferença entre a esquerda e a direita. Se não se distingue bem o alto e o baixo, confunde o “b” e o “p”, o “n” e o “u”, o “ou” e o “on”.

A dominância lateral

Refere-se ao esquema do espaço interno do indivíduo, que o capacita utilizar um lado do corpo com melhor desembaraço do que outro, em atividades que requeiram habilidade, caracterizando-se por uma assimetria funcional. A definição da lateralidade ocorre à medida que a criança se desenvolve. A lateralidade na criança não deve ser estimulada até que não tenha sido definida, quando a criança é forçada a usar um lado do corpo torna-se prejudicial para a lateralidade, devido a fatores culturais os mais antigos acham que não é correto a criança escrever com a mão esquerda, forçando-a a utilizar a mão direita par tal ação, os pais devem favorecer a escolha feita pelas crianças. Na idade onde ainda prevalece a bilateralidade, se ainda a criança tiver tendência para o sinestrismo e os pais tentar fazer algo para que impeça, pode levar a criança a apresentar danos na motricidade e contribuir para o surgimento de problemas de aprendizagem.

O equilíbrio

É a função na qual os indivíduos mantém sua estabilidade corporal durante os movimentos e quando em estado de imobilidade (Masson,1985). Shinca (1992), relata que o bom equilíbrio é essencial para a conquista da locomoção assim como a independência dos membros superiores. A dificuldade de equilibrar-se produz estados de ansiedade e insegurança, pois a criança não consegue manter um estado estático ou de movimento e isto atrapalha a relação entre equilíbrio físico e psíquico. Picq e Vayer (1985), diz que na presença de algum distúrbio do equilíbrio pode-se observar uma indisponibilidade imediata dos movimentos, desequilíbrio corporal global, marcha não harmoniosa, tensões musculares locais, desalinhamentos anatômicos e imprevisibilidade de atitudes. Socialmente a criança pode apresentar tendência à inibição ou desejo de esconder, e falta de confiança em si mesmo.

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A organização latero-espacial

Desenvolve da seguinte maneira, aos 6 anos a criança tem conhecimento do lado direito e esquerdo do seu corpo, aos 7 anos reconhece a posição relativa entre dois objetos, aos 8 anos reconhece o lado direito e esquerdo em outra pessoa, aos 9 anos consegue imitar movimentos realizados por outras pessoas com o mesmo lado do corpo no qual a pessoa realiza o movimento, isto é transpõe o lado da pessoa para o seu, aos 10 anos reproduz movimentos de figuras esquematizadas, e aos 11 anos consegue identificar a posição relativa entre 3 objetos.

A coordenação dinâmica

A coordenação dinâmica geral da criança um bom domínio do corpo suprindo a ansiedade habitual, diminui as sincinesias e as tensões trazendo um controle satisfatório e confiança com relação ao próprio corpo.

Com relação à coordenação dinâmica das mãos Le Boulch (1982) diz que a habilidade manual ou destreza constitui um aspecto particular da coordenação global. Reveste muita importância nas praxias, no grafismo, pelo que deve dar se muita atenção particular. A criança quando apresenta algum distúrbio no desenvolvimento da coordenação (tanto global como da dinâmica das mãos), poderá apresentar dificuldades escolares com disgrafia, ultrapassa linhas e margens do caderno, pode ter dificuldades na apreensão de dedos e nos gestos.

Os potenciais humanos, são apoiados nas áreas básicas da Psicomotricidade, seu estudo e pesquisa constantes do esquema e da imagem corporal, da lateralização, da tonicidade, da equilibração e coordenação, são enriquecidos instrumentalmente, estimulando o sentimento de competência, de auto-estima, entendendo o ser humano em constantes e complexas adaptações, fazendo-o concluir que é amado e aceito, tornando-o transformador e produtor social.

Sintetizando, a Psicomotricidade subtende uma concepção holística de aprendizagem e de adaptação do ser humano, que tem por finalidade, associar dinamicamente, o ato ao pensamento, o gesto à palavra, o símbolo ao conceito.

A História da Psicomotricidade no Brasil

A história da Psicomotricidade no Brasil, segue os passos da escola francesa. Era clara e nítida a influência marcante da Escola Francesa de Psiquiatria Infantil e da Psicologia na época da 1ª guerra em todo mundo. O Brasil foi também invadido, ainda que tardiamente, pelos primeiros ventos da Pedagogia e da Psicologia. Nos países europeus, pesquisadores se organizavam em grupos de trabalho: era preciso responder as aspirações e necessidades da sociedade industrial, que levava as mulheres ao trabalho formal, deixando as crianças em creches.

Os franceses se conscientizavam sobre a importância do gesto e pesquisavam profundamente os temas corporais. André Thomas e Saint-Anné Dargassie, iniciavam suas pesquisas sobre tônus axial. A maturação, os reflexos tônicos arcaicos do nascimento dos primeiros anos de vida, produziram as primeiras palavras-chave da Psicomotricidade.

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No entanto, Henri Wallon ousou falar em Tônus e Relaxamento e Dr. Ajuriaguerra combinou às suas pesquisas, a importância do tônus falada por Wallon em seus escritos sobre o diálogo tônico. Dra. Giselle Soubiran iniciou sua prática de relaxação psicotônica e fez seguidores. Empenhada cada vez mais em mostrar ao mundo, a importância do tônus no dia a dia, ela apontou aos pesquisadores, caminhos a serem seguidos e estudados e deixou clara a sintomatologia tônica corporal do século. No Brasil, Antonio Branco Lefévre buscou junto às obras de Ajuriaguerra e Ozeretski, influenciado por sua formação em Paris, a organização da primeira escala de avaliação neuromotora para crianças brasileiras.

3.1 A evolução da Psicomotricidade

1790 – Maine de Brian, primeiro a valorizar o movimento como componente essencial da estruturação do “eu”. Para ele, é na ação que o EU toma consciência de si mesmo e do mundo. O “eu” não pensa, vive-se;

1874 – C. Koupernik foi o principal indicador do que poderíamos chamar de Psicomotricidade do adulto;

1885 – Jean M. Charcot a partir do estudo sobre o membro fantasma, histeria, evidência as interferências do psiquismo sobre o corpo e do corpo sobre o psiquismo, encaminhando uma mudança progressiva da visão dualista;

1890 – Freud ressalta a noção do inconsciente, do corpo pulsão, do corpo relação, ou seja, o corpo passa a desempenhar um papel importante nas formações inconscientes;

1900 – Karl Wernicke usou pela primeira vez o termo psico-motricidade;

1901 – Phillipe Tisié falou que por Educação Física não se deve entender apenas exercício muscular do corpo, mas também e principalmente o treinamento dos centros psicomotores pelas associações múltiplas e repetidas entre movimento e pensamento;

1906 – Dupré publicou na Revue de Neurologie o resultado dos estudos sobre a Psicomotricidade, nos quais define a síndrome da debilidade motora, para evidenciar o paralelismo psicomotor, ou seja, a associação estreita entre desenvolvimento da motricidade, da inteligência e da afetividade;

1909 – Ajuriaguerra foi considerado o iniciador da psicomotricidade da criança com o relatório sobre a debilidade motora. A psicomotricidade seria a experiência do corpo, como diálogo tônico, podendo ser lida como uma linguagem. Ajuriaguerra que afirmou que o papel da função tônica não é apenas o de servir de pano de fundo da ação corporal, mas é também um modo de relação com o outro;

1925 – Dupré retoma o termo psicomotricidade na obra Pathologie de l’imagination et de l’émotivité, empregado, também, na mesma época, por Wernicke;

Henri Wallon apresenta a famosa classificação das síndromes psico-motoras e sustenta um paralelismo das manifestações motoras e psíquicas, impregnado do reducionismo neurológico, fruto do dualismo corpo-alma;

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1930 – H. Wallon distingue dois tipos de atividades motoras e faz uma escala de desenvolvimento da criança, além de relacionar diretamente o movimento com o desenvolvimento psíquico;

1935 – E. Guillmain, além de montar um teste psicomotor, analisou o paralelismo entre o comportamento geral da criança e o teste psicomotor e descobre três funções essenciais: atividades tônica, relacional e intelectual;

1937 – Jean Piaget demonstra a importância do movimento, com base de toda a estruturação da inteligência humana. Reafirma que a atividade motora é o ponto de partida para o desenvolvimento das inteligências. A partir daí, a função tônica e a coordenação dos esquemas serão reconhecidos pelas psicologias como objeto de estudo;

1948 – Heuyer fala da psicomotricidade como a associação estreita entre o desenvolvimento da motricidade, da inteligência e da afetividade;

1960 – 1º edição da obra “Educação Psicomotora e Retardo Mental” de Picq e Vayer, que significa o ponto em que a educação psicomotora ganha verdadeiramente uma autonomia, e se converte em uma atividade educativa original e com objetivos próprios;

1963 – No quadro universitário do Hospital Salpétrière, na França, expediu-se um certificado de Reeducação da Psicomotricidade;

1963-1973 –Institucionalização e dispersão das doutrinas e do método;

1974 – Existe, na França, o diploma de Estado de Psicomotricista, obtido através dos Ministérios da Saúde e da Família, envolvendo três anos de estudos, após o Bacharelado;

1980 – Com o incentivo de Françoise Desobeau, foi criada a SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA PSICOMOTORA (SBTP), integrada à sociedade Internacional de Terapia Psicomotora (SITP), num encontro em Araruama, onde estiveram presentes 40 profissionais de oito profissões diferentes e de oito Estados do Brasil.

1982 – I Congresso Brasileiro de Psicomotricidade;

Foram iniciadas as primeiras publicações na área de Psicomotricidade através dos Anais do congresso, dos exemplares IPERA, da própria Sociedade, além de revistas como CONTINUIDADE, do CESIR e CORPO E LINGUAGEM, da Editora Jacobé, que era dirigida por um dos membros da Sociedade;

1983 – Foram criados cursos de Pós-graduação de Psicomotricidade, na Universidade Estácio de Sá e no Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação (IBMR), constituindo um passo importante na história da Psicomotricidade;

1985 – Decreto 85.188, de 7.02.1985, rebatizou o diploma de Estado de Psicomotricidade;

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1989 – em Julho foi aberto, no IBMR, o curso de formação de Psicomotricidade com duração de 4 anos, a nível de graduação;

Sinopse do Reconhecimento da Psicomotricidade

Primeiro com Tissié (1894), com Dupré (1925), depois com Janet (1928), e fundamentalmente com Wallon (1925, 1932 e 1934), a Psicomotricidade ganha definitivamente o reconhecimento institucional.

4 - DESENVOLVIMENTO MOTOR

O desenvolvimento motor é o resultado da maturação de certos tecidos nervosos, aumento em tamanho e complexidade do sistema nervoso central, crescimento dos ossos e músculos. São, portanto comportamentos não aprendidos que surgem espontaneamente desde que a criança tenha condições adequadas para exercitar-se. Esses comportamentos não se desenvolverão caso haja algum tipo de distúrbio ou doença. Podemos notar que crianças que vivem em creches e que ficam presas em seus berços sem qualquer estimulação não desenvolverão o comportamento de sentar, andar na época adequada que futuramente apresentarão problemas de coordenação e motricidade.

As principais funções psicomotoras é um bom desenvolvimento da estruturação do esquema corporal que mostre a evolução da apresentação da imagem do corpo e o reconhecimento do próprio corpo, evolução de preensão e da coordenação óculo-manual que nos proporciona a fixação ocular e prensão e olhar e desenvolvimento da função tônico e da postura em pé e reflexos arcaicos da estruturação espaço-temporal (tempo, espaço, distância e retina).

Um perfeito desenvolvimento de nosso corpo ocorre não somente mecanicamente, mas sim que são aprendidos e vivenciados junto a família, onde a criança aprende a formar a base da noção de seu 'eu corporal'.

Não podemos esquecer de citar a importância dos sentimentos da criança na fase do conhecimento de seu próprio corpo, pois um esquema corporal mal estruturado pode determinar na criança um certo desajeitamento e falta de coordenação, se sentindo insegura e isso poderá desencadear uma série de reações negativas como: agressividade, mal humor, apatia que às vezes parece ser algo tão simples poderá originar sérios problemas de motricidade que serão manifestados através do comportamento.

5. AS ÁREAS DA PSICOMOTRICIDADE

Para fins didáticos subdividiremos a psicomotricidade em áreas que, embora citadas isoladamente, agirão quase sempre vinculadas umas às outras; entenderemos por "Prática Psicomotora" todas as atividades que visam estimular as várias áreas que mencionaremos a seguir:

5.1. ÁREAS PSICOMOTORAS

5.1.1. COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO

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A linguagem é função de expressão e comunicação do pensamento e função de socialização. Permite ao indivíduo trocar experiências e atuar - verbal e gestualmente - no mundo.

Por ser a linguagem verbal intimamente dependente da articulação e da respiração, incluem-se nesta área os exercícios fono articulatórios e respiratórios.

5.1.2. PERCEPÇÃO

Percepção é a capacidade de reconhecer e compreender estímulos recebidos. A percepção está ligada à atenção, à consciência e a memória.

Os estímulos que chegam até nós provocam uma sensação que possibilita a percepção e a discriminação. Primeiramente sentimos, através dos sentidos: tato, visão, audição, olfato e degustação. Em seguida, percebemos, realizamos uma mediação entre o sentir e o pensar. E, por fim, discriminamos - reconhecemos as diferenças e semelhanças entre estímulos e percepções. A discriminação é que nos permite saber, por exemplo, o que é verde e o que é azul, e a diferença entre o 1 e o 7.

As atividades propostas para esta área devem auxiliar o desenvolvimento da percepção e da discriminação.

5.1.3. COORDENAÇÃO

A coordenação motora é mais ou menos instintiva e ligada ao desenvolvimento físico. Entendida como a união harmoniosa de movimentos, a coordenação supõe integridade e maturação do sistema nervoso.

Subdividiremos a coordenação motora em coordenação dinâmica global ou geral, visomanual ou fina e visual.

A coordenação dinâmica global envolve movimentos amplos com todo o corpo (cabeça, ombros, braços, pernas, pés, tornozelos, quadris etc.) e desse modo 'coloca grupos musculares diferentes em ação simultânea, com vistas à execução de movimentos voluntários mais ou menos complexos".

A coordenação visomanual engloba movimentos dos pequenos músculos em harmonia, na execução de atividades utilizando dedos, mãos e pulsos.

A coordenação visual refere-se a movimentos específicos com os olhos nas mais variadas direções.

As atividades psicomotoras propostas para a área de coordenação estão subdivididas nessas três áreas.

5.1.4. ORIENTAÇÃO

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A orientação ou estruturação espacial/temporal é importante no processo de adaptação do indivíduo ao ambiente, já que todo corpo, animado ou inanimado, ocupa necessariamente um espaço em um dado momento.

A orientação espacial e temporal corresponde à organização intelectual do meio e está ligada à consciência, à memória a às experiências vivenciadas pelo indivíduo.

5.1.5. CONHECIMENTO CORPORAL E LATERALIDADE

A criança percebe seu próprio corpo por meio de todos os sentidos. Seu corpo ocupa um espaço no ambiente em função do tempo, capta imagens, recebe sons, sente cheiros e sabores, dor e calor, movimenta-se. A entidade corpo é centro, o referencial. A noção do corpo está no centro do sentimento de mais ou menos disponibilidade e adaptação que temos de nosso corpo e está no centro da relação entre o vivido e o universo. É nosso espelho afetivo-somático ante uma imagem de nós mesmos, do outro e dos objetos.

O esquema corporal, da maneira como se constrói e se elabora no decorrer da evolução da criança, não tem nada a ver com uma tomada de consciência sucessiva de elementos distintos, os quais, como num quebra-cabeça, iriam pouco a pouco encaixar-se uns aos outros para compor um corpo completo a partir de um corpo desmembrado. O esquema corporal revela-se gradativamente à criança da mesma forma que uma fotografia revelada na câmara escura mostra-se pouco a pouco para o observador, tomando contorno, forma e coloração cada vez mais nítidos. A elaboração e o estabelecimento deste esquema parecem ocorrer relativamente cedo, uma vez que a evolução está praticamente terminada por volta dos quatro ou cinco anos. Isto é, ao lado da construção de um corpo 'objetivo', estruturado e representado como um objeto físico, cujos limites podem ser traçados a qualquer momento, existe uma experiência precoce, global e inconsciente do esquema corporal, que vai pesar muito no desenvolvimento ulterior da imagem e da representação de si.

O conceito corporal, que é o conhecimento intelectual sobre partes e funções; e o esquema corporal, que em nossa mente regula a posição dos músculos e partes do corpo. O esquema corporal é inconsciente e se modifica com o tempo.

Quando tratamos de conhecimento corporal, inserimos a lateralidade, já que é a bússola de nosso corpo e assim possibilita nossa situação no ambiente. A lateralidade diz respeito à percepção dos lados direito e esquerdo e da atividade desigual de cada um desses lados visto que sua distinção será manifestada ao longo do desenvolvimento da experiência.

Perceber que o corpo possui dois lados e que um é mais utilizado do que o outro é o início da discriminação entre a esquerda e direita. De início, a criança não distingue os dois lados do corpo; num segundo momento, ela compreende que os dois braços encontram-se um em cada lado de seu corpo, embora ignore que sejam "direito" e "esquerdo". Aos cinco anos, aprende a diferenciar uma mão da outra e um pé do outro. Em seguida, passa a distinguir um olho do outro. Aos seis anos, a criança tem noção de suas extremidades direita e esquerda e noção dos órgãos pares, apontando sua localização em cada lado de seu corpo (ouvidos, sobrancelhas, mamilos, etc.). Aos sete anos, sabe com precisão quais são as partes direita e esquerda de seu corpo.

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As atividades psicomotoras auxiliam a criança a adquirir boa noção de espaço e lateralidade e boa orientação com relação a seu corpo, aos objetos, às pessoas e aos sinais gráficos.

Alguns estudiosos preferem tratar a questão da lateralidade como parte da orientação espacial e não como parte do conhecimento corporal.

5.1.6. HABILIDADES CONCEITUAIS

A matemática pode ser considerada uma linguagem cuja função é expressar relações de quantidade, espaço, tamanho, ordem, distância, etc.

A medida em que brinca com formas, quebra-cabeças, caixas ou panelas, a criança adquire uma visão dos conceitos pré-simbólicos de tamanho, número e forma. Ela enfia contas no barbante ou coloca figuras em quadros e aprende sobre seqüência e ordem; aprende frases: acabou, não mais, muito, o que amplia suas idéias de quantidade.

A criança progride na medida do conhecimento lógico-matemático, pela coordenação das relações que anteriormente estabeleceu entre os objetos. Para que se construa o conhecimento físico (referente a cor, peso, etc.), a criança necessita ter um sistema de referência lógico-matemático que lhe possibilite relacionar novas observações com o conhecimento já existente; por exemplo: para perceber que um peixe é vermelho, ela necessita um esquema classificatório para distinguir o vermelho de todas as outras cores e outro esquema classificatório para distinguir o peixe de todos os demais objetos que conhece.

5.1.7. HABILIDADES PSICOMOTORAS E PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

As habilidades psicomotoras são essenciais ao bom desempenho no processo de alfabetização. A aprendizagem da leitura e da escrita exige habilidades tais como:

• dominância manual já estabelecida (área de lateralidade);• conhecimento numérico suficiente para saber, por exemplo, quantas voltas existem

nas letras m e n, ou quantas sílabas formam uma palavra (área de habilidades conceituais);

• movimentação dos olhos da esquerda para a direita, domínio de movimentos delicados adequados à escrita, acompanhamento das linhas de uma página com os olhos ou os dedos, preensão adequada para segurar lápis e papel e para folhear (área de coordenação visual e manual);

• discriminação de sons (área de percepção auditiva);• adequação da escrita às dimensões do papel, reconhecimento das diferenças dos

pares b/d, q/d, p/q etc., orientação da leitura e da escrita da esquerda para a direita, manutenção da proporção de altura e largura das letras, manutenção de espaço entre as palavras e escrita orientada pelas pautas (áreas de percepção visual, orientação espacial, lateralidade, habilidades conceituais);

• pronúncia adequada de vogais, consoantes, sílabas, palavras (área de comunicação e expressão);

• noção de linearidade da disposição sucessiva de letras, sílabas e palavras (área de orientação têmporo-espacial);

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• capacidade de decompor palavras em sílabas e letras (análise);• possibilidade de reunir letras e sílabas para formar novas palavras (síntese).

6. Distúrbios Psicomotores

"O que não percebeu, negais que exista; o que não calculastes, é mentira; o que vós não pensastes, não tem peso, metal que não cunhais, dizeis que é falso." (Goethe)

Que há com ela? O que acontece com essa criança desajeitada? Porque, apesar de sua aparência cheia de torpor e inabilidade, quando consegue aproximar-se, mostra-se com encanto e interesse?

O que há com ela? Andou tarde, caiu quantas vezes... precipitava-se pelas escadas ao invés de desce-las, ou morria de medo como se fosse um grande empreendimento... escalá-las e não apenas subi-las. E vestir-se... O que seria a manga, onde estariam os braços, as pernas das calças? Enfiam-se pela cabeça? Por que existem laços de sapato? Para atormentar crianças? Ou talvez, a sua mãe que, desoladamente, contempla sua dificuldade? E um caderno? Começa-se de que lado? Por que as coisas são assim? Que estranho é este mundo de lados que não tem lados... O que há com esta criança?

Seus movimentos são desajeitados, lentos e pesados. Quando andam, apoiam duramente o calcanhar no solo. Quando crianças custam a aprender a subir e descer escadas, nas escolas, evitam participar de jogos, nas quais geralmente são ridicularizadas e afastadas: tê-las como parceiras é perder na certa.

Tal ser é uma questão e uma dificuldade para seus pais, para seus mestres, para todos nós. Como entendê-lo. Como ajudá-lo?

DEFINIÇÃO DE DISTÚRBIO PSICOMOTOR

A criança descrita na história acima apresenta um distúrbio de motricidade: uma dispraxia.

Praxias: São sistemas de movimentos coordenados em função de um resultado ou de uma intenção. Não são nem reflexos, nem automatismos, nem movimentos involuntários. O estudo sobre os distúrbios das praxias foram primeiramente, sistematizados em adultos. Estas perturbações consistiam em perda ou alterações do ato voluntário, como de lesão no sistema nervoso central. São as apraxias.

Pesquisas foram desenvolvidas com crianças que mostraram serem algumas delas portadoras de um determinado distúrbio cujos sintomas assemelhavam-se aos adultos. Por outro lado mesmo existindo a lesão, ela incidia sobre um cérebro ainda em desenvolvimento e portanto em condições diferentes a dos adultos.

A partir destas considerações e da preocupação em estabelecer-se uma psicopatologia diferencial da criança e do adulto passa-se a encontrar, na literatura, a denominação de dispraxia ou apraxia de evolução quando se trata de distúrbios das praxias na criança.

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Apraxia aparece referindo-se ao distúrbio infantil.

Classificação das apraxias. Distinguem três variedades:

a) Apraxia sensório-cinética - que se caracteriza pela alteração da síntese sensório-motora como a desautomatização do gesto. Não há nela distúrbios de representação do ato.

b) Apracto-somato-gnosia espacial - caracterizada por uma desorganização do esquema corporal e do espaço.

c) Apraxia de formulação simbólica que se caracteriza por uma desorganização da atividade simbólica e da compreensão da linguagem.

A finalidade é de estabelecer os diferentes tipos de distúrbios.

ESTUDOS INICIAIS SOBRE O DISTÚRBIO PSICOMOTOR

Debilidade Motora é uma condição patológica da mobilidade, às vezes hereditária e familiar, caracterizada pela exageração dos reflexos tendinosos, uma perturbação do reflexo plantar, um desajeito dos movimentos voluntários intencionais que levam a impossibilidade de realizar voluntariamente a ação muscular.

Distúrbio Psicomotor: significa um transtorno que atinge a unidade indissociável, formada pela inteligência, pela afetividade e pela motricidade.

Paratonia: É a possibilidade que apresentam certas crianças de relaxar voluntariamente um músculo.

Sincinesias: São fenômenos normais em crianças.

Catalepsia: É uma aptidão anormal para a conservação de uma atitude.

Outros sinais são marcados como certas epilepsias, espasmos dos músculos lisos, alguns estados de excitação e de agitação e a instabilidade.

Assim muitos anos, os distúrbios de psicomotricidade e portanto, as dispraxias, foram vistos sob o nome de debilidade motora que é uma insuficiência de imperfeição das funções motoras consideradas do ponto de vista da sua adaptação.

Os distúrbios da Psicomotricidade é definido sob o nome de Disfunções Psicomotoras.

Pesquisas feitas com crianças deficientes mentais focalizando os processos que estariam na base das deficiências da aprendizagem. Adotaram a classificação das deficiências mentais, proposta por Straus (1933) em endógenas aquelas crianças com antecedentes familiares de distúrbios mentais; em exógenas as crianças portadoras de lesão cerebral.

Referências Bibliográficas

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