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Curso de Prevenção dos Problemas Relacionados ao Uso de Drogas: Capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias - 6ª Edição Núcleo Multiprojetos de Tecnologia Educacional - NUTE Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC ANDRÉ LUIZ DANTAS DA CUNHA PROJETO DE INTERVENÇÃO: CONDIÇÕES DE SAÚDE BUCAL EM DEPENDENTES DE CRACK. JEQUIÉ-BA NOVEMBRO DE 2014 Projeto de Intervenção apresentado ao Curso de Prevenção dos Problemas Relacionados ao Uso de Drogas: Capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias - 6ª edição, promovido pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça (SENAD-MJ) e executado pelo Núcleo Multiprojetos de Tecnologia Educacional da Universidade Federal de Santa Catarina (NUTE-UFSC), como requisito parcial para conclusão do curso. Tutora: Larissa Costa Santana.

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Curso de Prevenção dos Problemas Relacionados ao Uso de Drogas: Capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias - 6ª

Edição Núcleo Multiprojetos de Tecnologia Educacional - NUTE Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

ANDRÉ LUIZ DANTAS DA CUNHA

PROJETO DE INTERVENÇÃO:

CONDIÇÕES DE SAÚDE BUCAL EM DEPENDENTES DE CRACK.

JEQUIÉ-BA

NOVEMBRO DE 2014

Projeto de Intervenção apresentado ao Curso de Prevenção dos Problemas Relacionados ao Uso de Drogas: Capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias - 6ª edição, promovido pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça (SENAD-MJ) e executado pelo Núcleo Multiprojetos de Tecnologia Educacional da Universidade Federal de Santa Catarina (NUTE-UFSC), como requisito parcial para conclusão do curso. Tutora: Larissa Costa Santana.

Resumo

O projeto de intervenção “Condições de Saúde Bucal em Dependentes de Crack”,

busca analisar a ação local dos efeitos do crack na cavidade oral, apresentando efeitos

deletérios na saúde periodontal e resultando em níveis aumentados de cárie dentária e perdas

dentais. Objetivos: identificar e analisar a relação do uso do crack com o nível de saúde

bucal entre os usuários; fornecer dados sobre: número de dentes perdidos, número de

dentes cariados, condições periodontais, e o uso e necessidade de próteses; orientar as

ações preventivas e curativas, diante desta nova categoria de paciente especial.

Justificativa: Teixeira Neto A (2009), afirma que o profissional da Odontologia busque

conhecer o mecanismo de ação, os efeitos tóxicos sistêmicos e as manifestações bucais

específicas do crack e outras drogas, a fim de reduzir possíveis riscos oriundos até de um

tratamento rotineiro. Sendo assim, é salutar que ações preventivas sejam tomadas no

intuito de dar melhor qualidade de saúde bucal, efetuando um tratamento odontológico em

conjunto com uma equipe multiprofissional.

Palavras-Chave: Cocaína; Crack; Saúde Bucal.

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Sumário

1. Introdução 3

2. Objetivos 4

2.1. Geral 4

2.2. Específicos 4

3. Justificativa 4

4. Referencial Teórico 5

4.1. Histórico e Características 5

4.2. Vias de Exposição 6

4.3. Farmacologia 6

4.4. Efeitos Sistêmicos 7

4.5. Alterações Bucais 8

5. Metodologia 11

5.1. Tipo de estudo 11

5.2. Local de estudo 11

5.3. População de estudo. 11

5.4. Instrumentos de coleta de dados. 11

5.5. Métodos de análise dos dados. 12

5.6. Aspectos éticos 12

6. Cronograma 13

7. Orçamento 13

8. Referências 14

9. Apêndices 18

Apêndice A – Formulário de Pesquisa 18

Apêndice B – Ficha de Exame Clinico 20

10. Anexo 21

Anexo A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) 21

Anexo B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para Menores 24

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1. Introdução

Este projeto busca analisar a ação local dos efeitos do crack na cavidade oral,

apresentando efeitos deletérios na saúde periodontal e resultando em níveis aumentados de

cárie dentária e perdas dentais.

A Organização Mundial de Saúde define toxicofília como um estado de intoxicação

periódico ou crônico, nocivo ao indivíduo ou à sociedade, produzida pelo repetido consumo

de uma droga natural ou sintética.

A partir de uma solução de cloridrato de cocaína e água tratada por uma substância

alcalina como o bicarbonato de sódio, obtêm-se após aquecimento e resfriamento dessa

mistura, um precipitado na forma de massa sólida, pequenos pedaços cristalinos conhecidos

por crack (ISAACS ET AL., 1987; HAIM ET AL., 1995; CHASIN, SALVADORI, 1996).

Segundo Pedreira et al. (1999) os principais achados bucais em pacientes que usam

drogas são: xerostomia (boca seca), índice CPOD (Dentes Cariados, Perdidos e Obturados )

elevado, redução da capacidade tampão da saliva, queilite angular (popularmente conhecida

como boqueira), bruxismo (ranger ou apertar dos dentes durante o sono), perdas dentais,

doença periodontal, halitose (mau hálito) e estomatites (processo inflamatório que acometa a

cavidade oral e orofaringe).

Colodel et al (2009) mostraram em estudo que um grupo de indivíduos dependentes

químicos apresentaram alterações bucais constantes que não desapareceram com o fim do

uso, seja qual for a substância.

De acordo com Pedreira et al. (1999) as contribuições trazidas pela odontologia têm

possibilitado a atuação de um maior número de profissionais no tratamento especializado ao

paciente toxicômano ou drogadito, que por suas características locais constitui uma nova

categoria especial de paciente.

4

2. Objetivos

2.1.Geral

Identificar e analisar a relação do uso do crack com o nível de saúde bucal

entre os usuários.

2.2.Específicos

Fornecer dados sobre: número de dentes perdidos; número de dentes cariados;

condições periodontais e o uso e necessidade de próteses;

Orientar as ações preventivas e curativas, diante desta nova categoria de

paciente especial;

Verificar a concomitância do uso do crack com outras drogas lícitas (tabaco e

álcool) e ilícitas (cocaína).

3. Justificativa

O tema foi escolhido para a maior percepção dos acometimentos que o crack traz sob a

mucosa e a cavidade oral, causando efeitos deletérios e resultando em níveis aumentados de

cárie dentária e perdas dentais, afetando a saúde bucal dos usuários.

Teixeira Neto (2009) afirma que o profissional da Odontologia busque conhecer o

mecanismo de ação, os efeitos tóxicos sistêmicos e as manifestações bucais específicas do

crack e outras drogas, a fim de reduzir possíveis riscos oriundos até de um tratamento

rotineiro.

Sendo assim, através dos dados coletados durante a pesquisa, ficarão mais didáticas e

práticas as ações preventivas e curativas, no intuito de dar melhor qualidade de saúde bucal,

efetuando um tratamento odontológico em conjunto com uma equipe multiprofissional.

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4. Referencial Teórico

4.1. Histórico e Características

As folhas da Erythroxylon coca, planta nativa da região andina, são utilizadas há

séculos, mesmo por civilizações anteriores aos incas, como fonte adicional de resistência à

fadiga, à fome, sede e ao frio (DRISCOLL, 2003; MOTTA ET AL., 2004; BLANKSMA;

BRAND, 2005) e também para induzir uma sensação de euforia (BRAND ET AL., 2008).

Durante o século XIX, a purificação da cocaína permitiu sua utilização na medicina,

como estimulante, na terapia de determinadas desordens psíquicas e no tratamento de

narcoviciados, sendo Freud um dos primeiros estudiosos a experimentar e a difundir o seu

uso, pois acreditava que a cocaína pudesse tratar uma variedade de complicações como

alcoolismo, sífilis, asma, histeria e exaustão nervosa (CREGLER; MARK, 1986; LEE ET

AL., 1991). Halsted e Hall introduziram a droga em 1884, como o primeiro anestésico local

na odontologia (BROWN; JOHNSON, 1994; KARCH, 1999; CALATAYUD; GONZÁLEZ,

2003).

Entretanto, em 1891, o aumento do uso levou aos primeiros relatos sobre intoxicações

relacionados à cocaína (CHASIN; SALVADORI, 1996), como comportamento psicótico,

dependência, convulsões e mortes, levando seu uso médico a declinar (HERCULIANI, 2007)

e, em 1914, tornou-se ilegal nos EUA, exceto, pela sua limitada utilização como anestésico

local nas áreas médicas (BROWN; JOHNSON, 1994; DRISCOLL, 2003).

Nos últimos anos, no Brasil, a cocaína só é suplantada pelo álcool, quanto à

internações por uso de drogas ilícitas (LUFT; MENDES, 2007). O maior responsável por este

aumento de consumo foi o surgimento do crack, desenvolvido na segunda metade dos anos

80, quando as características da cocaína foram alteradas para ser fumada (TERRA FILHO ET

AL., 2004). Fatores como custo mais barato, se comparado a outras drogas; a não necessidade

de material para injetar a droga e a obtenção quase imediata de seus efeitos por via circulação

pulmonar, têm contribuído para o aumento do uso do crack nos últimos anos (COSTA

LEITE; ANDRADE, 1999; DRISCOLL, 2003; BLANKSMA; BRAND, 2005).

A partir de uma solução de cloridrato de cocaína e água tratada por uma substância

alcalina como o bicarbonato de sódio, obtêm-se após aquecimento e resfriamento dessa

mistura, um precipitado na forma de massa sólida, pequenos pedaços cristalinos conhecidos

por crack (ISAACS ET AL., 1987; HAIM ET AL., 1995; CHASIN; SALVADORI, 1996).

Recebe este nome devido ao som de estourar quando os cristais ou pedras são queimados

(LEE ET AL., 1991; BRAND ET AL., 2008). Com aproximadamente 90% de base livre pura

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de cocaína (ISAACS ET AL., 1987; TERRA FILHO ET AL., 2004), são fumadas geralmente

em pequenos cachimbos (chamados de maricas, os quais muitas vezes são improvisações de

latas, papel de alumínio, canos e conexões hidráulicas) (ZORZETTO, 2007), ou misturadas a

cigarros de maconha ou tabaco (ISAACS ET AL., 1987; HAIM ET AL., 1995; CHASIN;

SALVADORI, 1996).

4.2. Vias de Exposição

A cocaína utilizada recreacionalmente é, via de regra, o cloridrato de cocaína, cuja

forma mais comum de administração é a intranasal (aspiração nasal). Pode também ser

utilizado por via oral, o que não é muito comum. Na segunda metade dos anos 80, surgiu a

prática da administração da cocaína na forma de base livre, vulgarmente denominada de crack

ou pedra, através do ato de fumar, atravessando a membrana alveolar pulmonar; uma mucosa

ricamente vascularizada (KARCH, 1999; TERRA FILHO ET AL., 2004).

Enquanto a inalação da cocaína necessita de três a cinco minutos para atingir a

circulação cerebral, pela via fumada a cocaína requer de seis a oito segundos e pela via

intravenosa entre dezesseis a vinte segundos (HAIM ET AL., 1995). O tempo médio da

cocaína na circulação sanguínea varia de sessenta a noventa minutos, de acordo com a via de

administração (EGRED; DAVIS, 2005). A administração da cocaína pela via pulmonar, na

forma de base livre ou crack, pode ser comparada à via intravenosa em termos de velocidade

de absorção, pico de concentração plasmática, duração e intensidade de efeitos.

4.2. Farmacologia

O provável mecanismo de ação do SNC é o bloqueio da receptação pré-sináptica da

dopamina, resultando em excesso desses neurotransmissores nos sítios receptores pós-

sinápticos e tendo como consequência a sensação de prazer e euforia transientes. Da mesma

forma, a estimulação adrenérgica parece ocorrer pelo mesmo mecanismo sendo que no uso

crônico de cocaína, tanto a norepinefrina quanto a dopamina se tornam significativamente

reduzidas no cérebro (MOTTA ET AL., 2004; BAINS; HOSSEINI-ARDEHALI, 2005;

BLANKSMA; BRAND, 2005; GLAUSER; QUEEN, 2007).

A diminuição da dopamina cerebral pode resultar em anormalidade das vias

dopaminérgicas, desenvolvendo, por exemplo, a disforia observada durante a abstinência do

uso da droga (LEE ET AL., 1991) ou ainda, levando a complicações psiquiátricas (CHASIN;

SALVADORI, 1996); a depleção da dopamina está relacionada com o comportamento de

busca uma vez que o usuário crônico se autoadministra repetidamente para aumentar os

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níveis de dopamina. A cronicidade, ou seja, reforço/comportamento de busca, expresso por

aumento/diminuição dos níveis de dopamina, constitui a base bioquímica do ciclo

euforia/disforia, caracterizando o desenvolvimento da farmacodependência à cocaína

(CHASIN; SALVADORI, 1996). Ambas as formas de cocaína, cloridrato e base livre (crack),

têm alto potencial de desenvolver o vício (LUFT; MENDES, 2007).

4.3. Efeitos Sistêmicos

Os efeitos provocados pela cocaína independem da via de administração, pois tanto o

crack quanto o pó apresentam efeitos semelhantes, diferindo quanto à duração e magnitude

dos efeitos (CEBRID, 2013).

Uma variedade de complicações sistêmicas também está relacionada ao uso da

cocaína, como por exemplo: psicoses, alterações renais, pulmonares, digestivas, complicações

mãe-feto (anormalidades congênitas, gestação de curta duração, maior risco da síndrome da

morte súbita infantil entre outras), midríase; contrações musculares; tremores das

extremidades; convulsões; hipertermias (por ação central); reações alérgicas. Os efeitos mais

intensos ocorrem no sistema cardiovascular, causando arritmias, seguidas por ataques e

colapsos cardiopulmonares, infartos, taquicardias, hipertensão e acidente vascular cerebral

(GLAUSER; QUEEN, 2007).

A cocaína quando fumada, segundo Queen (2007), pode ser indutora de perfuração

intestinal. Entretanto, as manifestações gastrointestinais não parecem ser influenciadas pela

rota de administração. Outras complicações intestinais resultantes do uso da cocaína incluem

ulcerações gástricas, fibrose retro-peritoneal e enfarte visceral.

Devido ao efeito anestésico e vasoconstritor da droga, o uso exacerbado de cocaína

pela via inalatória, pode causar necrose do septo nasal e do palato, podendo resultar em

perfuração desses tecidos (BAINS; HOSSEINI-ARDEHALI, 2005; GLAUSER; QUEEN,

2007). Em geral, a perfuração do septo nasal ocorre primeiro e é seguida meses depois por

uma lenta perfuração palatal (BRAND ET AL., 2008) podendo causar perfuração no palato

duro e mole (BAINS; HOSSEINI-ARDEHALI, 2005).

A rota de administração fumada na forma de crack ou base livre são mais associadas a

complicações pulmonares, com relatos por parte dos usuários de dor nos pulmões e

expectoração de sangue e de material escuro resultado da inalação de resíduos dos produtos

da combustão (TERRA FILHO ET AL., 2004).

A fumaça produzida pelo crack é instantaneamente absorvida pelos pulmões chegando

rapidamente ao sistema nervoso central. Os primeiros efeitos aparecem de dez a quinze

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segundos e como a duração dos efeitos é menor (em média vinte minutos), o usuário passa

a utilizar a droga com mais frequência, tornando-se dependente muito mais rápido

(CEBRID, 2013).

A cocaína bloqueia a condução nervosa similarmente a alguns anestésicos locais

utilizados na odontologia, a exemplo da lidocaína, xilocaína e articaína; além disso, sua ação

vasoconstricora aumenta a resposta a epinefrina, que frequentemente é utilizada como

vasoconstritor nesses anestésicos. Consequentemente, após o uso recente de cocaína, a

administração de anestésicos locais à base de epinefrina e até mesmo o uso de fios retratores

impregnados com esse vasoconstritor, pode provocar um aumento agudo da pressão

sanguínea seguida de uma crise de angina, infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral.

A combinação com a lidocaína também aumenta o risco de convulsões (DRISCOLL, 2003;

BLANKSMA; BRAND, 2005; BRAND ET AL., 2008).

4.5. Alterações Bucais

Devido ao seu alto preço no mercado e também ao alto risco quando usada em estado

puro, a cocaína é misturada (adulterada), freqüentemente, com sacarose e com cremor tártaro

(bitartarato de potássio), substâncias amórficas, mas altamente cariogênicas e que não

interferem no efeito anestésico durante o “teste do sabor” efetuado pelos usuários da droga

(DRISCOLL, 2003; BLANKSMA; BRAND, 2005). Este teste é quase sempre efetuado

quando da verificação da pureza da cocaína e consiste em esfregar o pó na mucosa gengival

com o dedo indicador, em geral nas regiões de canino e dentes adjacentes. Por meio deste

procedimento, em curto espaço de tempo, podem surgir lesões cariosas nos dentes das regiões

citadas, como também eritemas, ulcerações e necroses nas mucosas (DRISCOLL, 2003;

BLANKSMA; BRAND, 2005). Alguns pacientes podem acusar dor, retração gengival e

muitas vezes apresentar um filme esbranquiçado facilmente removível recobrindo a gengiva

(KAPILA; KASHANI, 1997; BLANKSMA; BRAND, 2005).

Os metabólitos, oriundos da cocaína, por serem ácidos, têm a capacidade de atacar

a hidroxiapatita do esmalte e da dentina (BLANKSMA; BRAND, 2005).

De acordo com alguns autores, como nem sempre os pacientes relatam serem usuários

de drogas, os cirurgiões dentistas devem estar atentos aos sinais característicos de uso como:

midríase, comportamento agitado, taquicardia, defeitos do septo nasal e devido a

trombocitopenia, sangramento gengival espontâneo (MOTTA ET AL., 2004; BLANKSMA;

BRAND, 2005; ROBINSON ET AL., 2005; BRAND ET AL., 2008).

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Usuários que utilizam grande quantidade de cocaína, frequentemente apresentam

bruxismo severo, o que resulta em desgastes e planificações das cúspides de pré-molares e

molares, além de poderem apresentar xerostomia, principalmente se seu uso estiver associado

ao uso do álcool. A associação com álcool representa alta taxa de destruição dental, grande

número de dentes perdidos, doença periodontal avançada e xerostomia (PEDREIRA ET AL.,

1999; BLANKSMA; BRAND, 2005; ROBINSON ET AL., 2005).

A erosão dental pode ser desencadeada pela ação de ácidos provenientes tanto do meio

interno, como do meio externo. Todo ácido com pH inferior a 5,5 em contato com a estrutura

dental, é potencialmente capaz de desmineralizar os tecidos duros (GRIPPO ET AL., 2004).

As erosões de origem endógena estão presentes em pacientes bulímicos, anoréxicos, com

distúrbios gastresofágicos, que regurgitam e/ou vomitam com frequência, expondo assim as

superfícies dentais à ação do ácido gástrico. Os ácidos de origem extrínseca, capazes de

provocar erosões dentais, são provenientes da dieta alimentar, do meio ambiente ou de

medicamentos (AMAECHI; HIGHAM, 2005; MAGALHÃES ET AL., 2005).

Como a solubilidade do esmalte é dependente do pH, qualquer solução com um baixo

pH pode causar erosão, particularmente, se o contato for extenso e intermitente,

consequentemente, desmineralizando a matriz dental inorgânica por meio de ácidos de

diferentes origens (LITONJUA ET AL., 2003).

Além do pH, outros fatores interferem na estabilidade dos cristais de apatita no

esmalte: as concentrações de íons cálcio, fosfato e flúor na saliva, as quais variam no próprio

e entre os diferentes indivíduos, dependendo da taxa do fluxo e das proporções de saliva

proveniente das glândulas salivares. O valor do pH crítico, entre 5,2 e 5,5, depende das

concentrações de cálcio e fosfato na saliva e mesmo quando a saliva está subsaturada de

hidroxiapatita, ainda assim, pode permanecer supersaturada de fluorapatita (SOBRAL ET

AL., 2000). Entretanto, em pH 4,0, a saliva apresenta-se subsaturada de ambas as apatitas

perdendo portanto, a capacidade mineralizante. O risco de desmineralização do esmalte

envolve um pH abaixo de 5,5 e para a dentina e o cemento radicular, abaixo de 6,2

(JOHANSSON ET AL., 2002).

Os potenciais corrosivos dos ácidos, aos quais os indivíduos estão expostos são

fortemente influenciados pela capacidade tampão salivar, propriedades de quelação do cálcio,

frequência e duração da exposição ao ácido e temperatura (WEST ET AL., 2000; GRIPPO ET

AL., 2004). A ação dos ácidos pode ser exacerbada por situações clínicas como bruxismo e

xerostomia, a qual tem importante papel no tamponamento dos ácidos. A xerostomia pode

ocorrer devido à ação de medicamentos, como tranquilizantes, anti-histamínicos, antieméticos

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(SERAIDARIAN; JACOB, 2002; PUY, 2006), condições sistêmicas fisiológicas ou

patológicas ou uso de substâncias tóxicas, como a cocaína, ecstasy e álcool (AMAECHI;

HIGHAM, 2005; PUY, 2006), tornando dessa forma, o indivíduo susceptível à erosão dental.

Segundo Puy (2006), a saliva protege os dentes da corrosão dental diluindo e

eliminando substâncias corrosivas através da capacidade tampão, balanceamento dos

processos de remineralização e desmineralização e formação da película adquirida.

Entretanto, quando o fluxo salivar é menor, o tampão de fosfato assume papel essencial, uma

vez que a capacidade de diluir e eliminar substâncias sobre os dentes fica extremamente

reduzida. Quando o pH atinge o nível crítico, 5,5, a hidroxiapatita começa a se dissolver,

liberando cálcio e fosfatos que tentam restaurar o equilíbrio. Isto é dependente dos íons cálcio

e fosfato contidos no meio circundante salivar e, somente quando a saliva se torna subsaturada

desses íons, e o ambiente bucal continua ácido, o esmalte dental começa a dissolver. Os

fatores que regulam o equilíbrio da hidroxiapatita são o pH e a concentração de íons cálcio

livres, fosfatos e fluoretos. Tanto a saliva quanto o biofilme são supersaturados desses íons, os

quais protegem os dentes e recuperam a hidroxiapatita. Algumas proteínas salivares também

se ligam à hidroxiapatita inibindo a precipitação espontânea de cálcio e fosfato e mantendo a

integridade dos cristais de esmalte.

Na literatura analisada ficou evidenciado que, de alguma maneira, a ação local das

drogas na cavidade bucal apresenta efeitos deletérios periodontais, resultando em níveis

aumentados de cárie dentária e perdas dentais.

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5. Metodologia

5.1. Tipo de Estudo

Trata-se de um estudo epidemiológico transversal, de caráter analítico e descritivo.

5.2. Campo de Estudo

O projeto será focado em Estudo de Campo, no município de Jequié – BA, a ser

realizado nos:

Centro de Acompanhamento Psicossocial em Álcool e Drogas (CAPS-AD);

ONG Ser Livre.

5.3. População de Estudo

Devido o caráter de evasão dos dependentes de crack, dos centros e clínicas de

tratamento, serão avaliados aqueles que estão em tratamento de desintoxicação, durante o

período previsto para coleta de dados, não podendo nos restringir, no momento, a um número

exato de pesquisados.

5.4. Instrumentos de Coleta de Dados

Será utilizado como instrumento para coleta de dados sociodemográficos, biológicos e

características odontológicas, um formulário (APÊNDICE – A), contendo informações

referentes à: gênero, escolaridade e idade; saúde bucal; tabagismo e consumo de bebidas

alcoólicas; consumo de refrigerantes e açúcar; última visita ao dentista; orientação recebida

sobre higiene bucal, uso de escova, pasta e fio dental.

A ficha de exame clínico (APÊNDICE B), bem como os códigos e critérios de

classificação para coleta de dados sobre a condição dentária, serão o mesmo padrão da

utilizado pelo Ministério da Saúde, em 2009, para o levantamento epidemiológico das

condições de saúde bucal da população brasileira no país, descritos no Manual da Equipe de

Campo, produzidos pela equipe de coordenação do Projeto SB Brasil 2010.

Os códigos e critérios de classificação estão baseados nos parâmetros adotados pelo

Ministério da Saúde (BRASIL, 2009).

Serão avaliados:

Número de dentes cariados, perdidos e obturados – CPOD;

Índice Periodontal Comunitário – CPI;

Perda de Inserção Periodontal – PIP;

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Uso e necessidade de próteses;

Alterações nos tecidos moles.

Os instrumentos, que auxiliarão no exame visual e táctil dos tecidos bucais, serão:

Espelho bucal plano;

Espátulas de madeira;

Sonda periodontal OMS.

5.5. Métodos de Análise dos Dados

As análises dos dados terão as seguintes etapas: a pré-análise, a exploração do

material, o tratamento dos resultados e interpretação. Serão confeccionados um banco de

dados utilizando os programas SPSS (Statical Package for Social Sciences), na versão15.0 e

Office Excel 2007®, em seguida serão realizados os cálculos estatísticos utilizando-se o

programa EpiBuco, de livre distribuição pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Os resultados serão apresentados em forma de gráficos e tabelas e divulgados em

artigo a ser publicado em periódico especializado.

5.6. Aspectos Éticos

Será seguida fielmente a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde,

principalmente no que condiz ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),

baseada nos princípios da beneficência, do respeito à dignidade e da justiça, que norteiam o

desenvolvimento de pesquisas envolvendo seres humanos. Esse projeto será também

encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa, da Universidade Estadual do Sudoeste da

Bahia – UESB, para sua análise e aprovação antes da coleta de dados.

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6. Cronograma

ANO 2015 FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

X X X

X X

X X X X X

X

MESES Levantamento/Revisão bibliográfica Encaminhamento ao Comitê de Ética em Pesquisas Pesquisa/Coleta em Campo Resultado da pesquisa Análise dos dados X

7. Orçamento

MATERIAL QTD VALOR UNIT/R$

TOTAL / R$

1. Espelho Bucal Plano 10 5,00 50,00 2. Espátulas de Madeira (Pct) 02 10,00 10,00 3. Sonda Periodontal OMS 10 7,00 70,00 4. Caneta 20 2,00 40,00 5. Lápis 10 1,00 10,00 6. Borracha 10 1,00 10,00 7. Classificador plástico 20 2,00 40,00 8. Envelope A4 20 1,00 20,00 9. Impressão 40 0,07 2,80 10. Marca texto 10 2,00 20,00 11. Notebook 01 1.200,00 1.200,00 12. Papel A4 (Resma) 02 13,00 26,00 13. Pen Drive (4G) 02 25,00 50,00

Valor total (R$) 1.548,80

14

8. Referências

AMAECHI B.T., HIGHAM S.M. Dental erosion: possible approaches to prevention and

control. J Dent 2005; 33:243-252.

BAINS M.K., HOSSEINI-ARDEHALI M.Palatal perforations: past and present. Two case

reports and a literature review. British Dent J 2005; 199:267-269.

BLANKSMA C.J., BRAND H.S. Cocaine abuse: orofacial manifestations and implications

for dental treatment. Int Dent J 2005; 55:365-369.

BRAND H.S., GONGGRIJP S., BLANKSMA C.J. Cocaine and oral health.British Dent J

2008; 204:365-369.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Secretaria de Atenção à

Saúde. Departamento de Atenção Básica. Coordenação Nacional de Saúde Bucal. Projeto

SBBrasil 2010: Pesquisa Nacional de Saúde Bucal: Manual da Equipe de Campo. Brasília:

Ministério da Saúde; 2009. p.37-43.

BROWN R.S., JOHNSON C.D. Corrosion of dental gold restorations from inhalation of

“crack” cocaine. General Dentistry 1994: 242-246.

CALATAYUD J., GONZÁLEZ A. History of the development and evolution of local

anesthesia since the coca leaf. Anesthesiology 2003; 98 (6):1503-1508.

CEBRID. Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas. Disponível em:

URL: http://www.cebrid.epm.br/index.php. Acessado em 04 de março de 2013.

CHASIN A.A.M., SALVADORI M.C. Estimulantes do sistema nervoso central. In: OGA

S. Fundamentos de toxicologia. São Paulo: Atheneu; 1996. p.251-269.

COLODEL E.V. ET AL. Alterações Bucais Presentes em Dependentes Químicos.Rsbo.

Revista Sul-Brasileira de Odontologia, Vol. 6, Núm. 1, 2009, pp. 44-48.

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COSTA LEITE M., ANDRADE A.G.Cocaína e crack: dos fundamentos ao tratamento.

Porto Alegre: Artmed;1999. p.317.

CREGLER L., MARK H. Medical complications of cocaine abuse. N Engl J Med 1986;

315:1495-1500.

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9. Apêndices

Apêndice A – Formulário de Pesquisa

Curso de Prevenção dos Problemas Relacionados ao Uso de Drogas: Capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias - 6ª Edição

Núcleo Multiprojetos de Tecnologia Educacional - NUTE Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

CONDIÇÕES DE SAÚDE BUCAL EM DEPEDENTES DE CRACK

QUESTIONÁRIO Nº_______

Entrevistador: __________________________________________ Data: ___/___/___

Local da entrevista:

I. DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS

1. SEXO Feminino Masculino

2. DATA NASCIMENTO: ____/____/____3. IDADE: ____ anos

4. ESCOLARIDADE Não alfabetizado/1º grau incompleto Superior incompleto 1º grau completo Superior completo 2º grau incompleto Pós-graduado 2º grau completo Não sei

II. CONSUMO DE DROGAS

5. Com que freqüência você usa estas substâncias?

COCAÍNA: ( ) nunca ( ) menos de 1 vez por mês ( ) 1 a 3 dias por mês ( ) 1 dia por semana ( ) 2 a 3 dias por semana ( ) 4 a 6 dias por semana ( ) pelo menos 1 vez ao dia ( ) não usa mais

CRACK: ( ) nunca ( ) menos de 1 vez por mês ( ) 1 a 3 dias por mês ( )1 dia por semana ( ) 2 a 3 dias por semana ( ) 4 a 6 dias por semana ( ) pelo menos 1 vez ao dia ( ) não usa mais

CAPS – AD SER LIVRE

19

6. Além de COCAÍNA / CRACK você usa cigarro e/ou álcool? Sim ______ Não _______

7. Se você respondeu Sim. Assinale abaixo a freqüência para cada substância utilizada:

TABACO (Cigarro) ( ) nunca ( ) < de 1 vez por mês ( ) 1 a 3 dias por mês ( ) 1 dia por semana ( ) 2 a 3 dias por semana ( ) 4 a 6 dias por semana ( ) pelo menos 1 vez ao dia ( ) não usa mais

ÁLCOOL ( ) nunca ( ) < de 1 vez por mês ( ) 1 a 3 dias por mês ( ) 1 dia por semana ( ) 2 a 3 dias por semana ( ) 4 a 6 dias por semana ( ) pelo menos 1 vez ao dia ( ) não usa mais

8. Qual a via de administração mais utilizada no último ano para consumirCOCAINA/CRACK? ( ) Cheirada ( ) Injetada na veia ( ) Fumado ( ) Engolida/ Esfregada na gengiva ( ) Outras ________________________________________

9. DADOS NUTRICIONAIS SIM SE SIM, COM QUE

FREQUÊNCIA? (em dias, semanas, meses?)

NÃO

Consome açúcar (doces, balas...)

Refrigerantes

III. ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA

10. A última visita ao dentista aconteceu há:( ) nunca foi ( ) menos de 1 ano ( ) 1 a 2 anos ( ) 2 a 3 anos ( ) entre 3 e 5 anos ( ) mais de 5 anos.

11. Qual o local do tratamento odontológico?( ) Posto de saúde ( ) Faculdades ( ) Consultório particular ( ) Outros ____________________

12. Recebeu orientação sobre higiene oral?( ) Sim ( ) Não ( ) Não lembra

13. Você falou para o dentista sobre o seu uso da droga?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não lembra

Se SIM qual foi a reação do dentista?( ) Não quis mais lhe atender ( ) Recebeu a informação com naturalidade/foi simpático ( ) Recebeu a informação com indiferença ( ) Mostrou má vontade ( ) Outras reações________ Se NÃO falou, qual foi o motivo?

( ) Teve receio de não ser mais atendido ( ) Teve receio de não se sentir aceito/acolhido ( ) Teve receio do dentista demonstrar indiferença ( ) teve receio do dentista demonstrar má vontade ( ) Outros ( ) Não usava na época

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14. Você usa escova, pasta (creme dental) e fio dental?

Escova de dente: ( ) Sim ( ) Não

Pasta (creme dental): ( ) Sim ( ) Não

Fio dental: ( ) Sim ( ) Não

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Apêndice B – Ficha de Exame Clinico

Curso de Prevenção dos Problemas Relacionados ao Uso de Drogas: Capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias - 6ª Edição

Núcleo Multiprojetos de Tecnologia Educacional - NUTE Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

FICHA DE EXAME CLÍNICO

Paciente: __________________________________________ Data: ___/___/___

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10. Anexo

Anexo A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Curso de Prevenção dos Problemas Relacionados ao Uso de Drogas: Capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias - 6ª Edição

Núcleo Multiprojetos de Tecnologia Educacional - NUTE Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

PESQUISAS COM SERES HUMANOS

Você está sendo convidado (a) a participar, como voluntário (a) da pesquisa “Condições de

Saúde Bucal em Dependentes de Crack”.

1. Justificativa e objetivos: Identificar e analisar a relação do uso do crack com o nível desaúde bucal entre os usuários.

2. Procedimentos: A pesquisa será desenvolvida através de um formulário (Apêndice A) eum exame clinico na cavidade oral (Apêndice B), aplicados pelo pesquisador, cujo público alvo são os dependentes de crack em tratamento de desintoxicação.

3. Desconfortos e riscos: Este estudo apresenta desconfortos (exame em cavidade oral) ouriscos mínimos, como sangramento à sonda OMS (doença periodontal), aos sujeitos da pesquisa, bem como, questionamentos de ordem pessoal (Apêndice A).

4. Benefícios: Apresentar os dados obtidos quanto os efeitos do crack sobre a saúde bucal dosdependentes de crack em tratamento de desintoxicação.

5. Acompanhamento assistencial: Não se enquadra na pesquisa.

6. Ressarcimento: O participante não receberá qualquer valor em dinheiro, mas terá agarantia de que todas as despesas necessárias para a realização da pesquisa serão de responsabilidade do pesquisador.

7. Liberdade de recusar ou retirar o consentimento: O participante pode deixar departicipar da pesquisa a qualquer momento, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu cuidado e tratamento. Sabendo que o pesquisador terá o compromisso de proporcionar informações atualizadas, obtidas durante o estudo, ainda que esta possa afetar a vontade do indivíduo em continuar participando da pesquisa.

24

8. Confidencialidade e privacidade: Os sujeitos da pesquisa não serão identificados emnenhum momento, mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer forma.

9. Uso de imagem: Poderá ser necessário o uso de imagens na pesquisa, somente da cavidadeoral.

10. Participantes analfabetos: Devido à natureza da pesquisa poderão ser pesquisadas pessoas não alfabetizadas.

11. Crianças e adolescentes: Serão analisadas em acordo com o pesquisado e emconsentimento com o responsável.

Após ser esclarecido(a) sobre a pesquisa e a sua participação como voluntário(a), e

havendo uma confirmação livre e espontânea em aceitar a participar como voluntário(a), você

deverá assinar ao final deste documento, em duas vias. Uma das vias ficará com você e a

outra via permanecerá com o pesquisador responsável. Em caso de dúvida em relação a esse

documento, você poderá procurar o Comitê de Ética em Pesquisa do Curso de Prevenção dos

Problemas Relacionados ao Uso de Drogas: Capacitação para Conselheiros e Lideranças

Comunitárias - 6ª Edição, Núcleo Multiprojetos de Tecnologia Educacional – NUTE,

Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.

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Curso de Prevenção dos Problemas Relacionados ao Uso de Drogas: Capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias - 6ª Edição

Núcleo Multiprojetos de Tecnologia Educacional - NUTE Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Termo de consentimento livre, após esclarecimento.

Eu, _______________________________________________, li e/ou ouvi a leitura dos esclarecimentos acima e compreendi para que serve o estudo e qual procedimento a que serei submetido. A explicação que recebi esclarece os riscos e benefícios do estudo. Eu entendi que sou livre para interromper minha participação a qualquer momento, sem justificar minha decisão. Sei que meu nome não será divulgado, que não terei despesas e não receberei dinheiro por participar do estudo.

Concordo em participar do estudo.

Município de Jequié, Bahia, ____ de _______________ de 2015.

__________________________________________________ Assinatura do Pesquisado (a) ou Impressão Digital

___________________________________________________ Assinatura do Responsável legal ou Impressão Digital

RG: _____________________ ; CPF:_____________________

Pesquisador responsável:

________________________________________________________________

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Anexo B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para Menores

Curso de Prevenção dos Problemas Relacionados ao Uso de Drogas: Capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias - 6ª Edição

Núcleo Multiprojetos de Tecnologia Educacional - NUTE Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para Menores

Gostaríamos de solicitar sua autorização para a participação de seu filho (a) na pesquisa

“Condições de Saúde Bucal em Dependentes de Crack”.

1. Justificativa e objetivos: Identificar e analisar a relação do uso do crack com o nível de

saúde bucal entre os usuários.

2. Procedimentos: A pesquisa será desenvolvida através de um formulário (Apêndice A) e

um exame clínico na cavidade oral (Apêndice B), aplicados pelo pesquisador, cujo público

alvo são os dependentes de crack em tratamento de desintoxicação.

3. Desconfortos e riscos: Este estudo apresenta desconfortos (exame em cavidade oral) ou

riscos mínimos, como sangramento à sonda OMS (doença periodontal), aos sujeitos da

pesquisa, bem como, questionamentos de ordem pessoal (Apêndice A).

4. Benefícios: Apresentar os dados obtidos quanto os efeitos do crack sobre a saúde bucal dos

dependentes de crack em tratamento de desintoxicação.

5. Acompanhamento assistencial: Não se enquadra na pesquisa.

6. Ressarcimento: O participante não receberá qualquer valor em dinheiro, mas terá a

garantia de que todas as despesas necessárias para a realização da pesquisa serão de

responsabilidade do pesquisador.

7. Liberdade de recusar ou retirar o consentimento: O participante pode deixar de

participar da pesquisa a qualquer momento, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu

cuidado e tratamento. Sabendo que o pesquisador terá o compromisso de proporcionar

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informações atualizadas, obtidas durante o estudo, ainda que esta possa afetar a vontade do

indivíduo em continuar participando da pesquisa.

8. Confidencialidade e privacidade: Os sujeitos da pesquisa não serão identificados em

nenhum momento, mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer

forma.

9. Uso de imagem: Poderá ser necessário o uso de imagens na pesquisa, somente da cavidade

oral.

10. Participantes analfabetos: Devido à natureza da pesquisa poderão ser pesquisadas as

pessoas não alfabetizadas.

11. Crianças e adolescentes: Serão analisadas em acordo com o pesquisado e em

consentimento com o responsável.

Após ser esclarecido(a) sobre a pesquisa e a sua participação como voluntário(a), e havendo

uma confirmação livre e espontânea em aceitar a participar como voluntário(a), você deverá

assinar ao final deste documento, em duas vias. Uma das vias ficará com você e a outra via

permanecerá com o pesquisador responsável. Em caso de dúvida em relação a esse

documento, você poderá procurar o Comitê de Ética em Pesquisa do Curso de Prevenção dos

Problemas Relacionados ao Uso de Drogas: Capacitação para Conselheiros e Lideranças

Comunitárias - 6ª Edição, Núcleo Multiprojetos de Tecnologia Educacional – NUTE,

Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.

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Curso de Prevenção dos Problemas Relacionados ao Uso de Drogas:

Capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias - 6ª Edição Núcleo Multiprojetos de Tecnologia Educacional - NUTE

Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Termo de consentimento livre e esclarecido para menores, após esclarecimento.

Eu, _______________________________________________, li e/ou ouvi a leitura

dos esclarecimentos acima e compreendi para que serve o estudo e concordo em participar VOLUNTARIAMENTE da pesquisa. A explicação que recebi esclarece os riscos e benefícios do estudo. Eu entendi que sou livre para interromper a participação do meu filho (a) a qualquer momento, sem justificar minha decisão. Sei que meu nome não será divulgado, que não terei despesas e não receberei dinheiro por participar do estudo.

Concordo em participar do estudo.

Município de Jequié, Bahia, ____ de _______________ de 2015.

___________________________________________________

Assinatura do Responsável legal ou Impressão Digital RG: _____________________ ; CPF:_____________________

ASSENTIMENTO DO MENOR:

Eu, _________________________________________________ declaro que recebi todas as explicações sobre esta pesquisa e concordo em participar da mesma, desde que meu pai/mãe (responsável) concorde com esta participação.

Município de Jequié, Bahia, ____ de _______________ de 2015.

___________________________________________________

Assinatura do Pesquisado (a) ou Impressão Digital Pesquisador responsável: ______________________________________________________________________