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  • CURSO DE PLANTAS MEDICINAIS: FITOTERPICOS,

    FITOCOSMTICOS E SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS

    Prof. Luiz Henrique Silva www.portalsaudeeducacao.rg3.net

  • 2

    As informaes contidas nesta apostila possuem propsitos

    educativos e no tm a inteno de substituir cuidados mdicos

    e teraputicos apropriados, diagnstico ou prescrio. Ignorar

    tais cuidados pode causar danos sua sade.

    PLANTAS MEDICINAIS: FITOTERPICOS, FITOCOSMTICOS E SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS

    O USO DE PLANTAS MEDICINAIS

    O Conhecimento histrico do uso de plantas medicinais se d ao longo da Histria da

    Humanidade que pela prpria necessidade humana, as plantas foram os primeiros recursos

    teraputicos utilizados.

    Estudos arqueolgicos tm mostrado atravs da anlise de plens e outros materiais, que os

    homens das cavernas j utilizavam plantas medicinais. As primeiras testemunhas do uso das

    plantas na medicina, foram os papiros egpcios, os escritos chineses nas folhas de bambu e as

    taboas de argila dos Sumrios. No Papiro de Ebers, de 1550 a. C. descoberto em meados de

    sculo passado em Luxor, no Egito, foram mencionadas cerca de 700 drogas diferentes,

    incluindo extratos de plantas, metais (chumbo e cobre) e veneno de animais (Almeida, 1993 in

    Carneiro, S. M. de B, 1997).

    Entre as mais antigas civilizaes, a medicina, atravs das plantas medicinais, j era praticada

    e transmitida desde os tempos mais remotos: na antiguidade egpcia, grega e romana, quando

    acumularam-se conhecimentos empricos e foram transmitidos posteriormente, atravs dos

    rabes seus descendentes europeus (Alzugary e Alzugary, 1983 in Silva, dina B., 1997).

    A arte de embalsamar cadveres foi desenvolvida pelos antigos egpcios, evitando que estes

    entrassem em estado de putrefao. Foram necessrios vrios experimentos com muitas

    plantas para dar conhecimento ao mundo e deixar tal arte como herana (Alzugary e Alzugary,

    1983 in Silva, . B.,1997).

    No ano 3.000 a.C, os pases orientais praticavam o cultivo de plantas medicinais tendo como

    iniciante SHE UING (Alzugary e Alzugary op. cit.in Silva, . B.,1997).

    Assrios e Hebreus tambm se dedicaram ao cultivo de vrias plantas consideradas teis

    (Balbach, op. cit.in Silva, . B.,1997).

  • 3

    A ndia foi considerada por alguns autores como o Eldorado dos Medicamentos Ativos, pela

    riqueza de sua flora medicinal (Delaveau, in Silva, . B., 1997). O primeiro Tratado de Medicina

    s aparece mil anos antes de Jesus Cristo no vale do Tigre e Eufrates (atual Ir e Iraque).

    Posteriormente vieram os estudos de Hipcrates (460-377 AC), Dioscorides (100 DC) e Galeno

    (130-200 DC). Hipcrates, considerado "o pai da medicina", com a publicao da "Corpus

    Hippocraticum", consagrando a existncia da terapia com os vegetais. Sucedeu-o Dioscpride

    qu^ com seu famoso trabalho "De Matria Mdica", constitui para o aumento do arsenal

    fitoterpico. Mais tarde, j nos anos 160 e 180 D. C, surge o mdico grego Galeno, que inicia a

    "Farmcia Galnica" utilizando somente os vegetais. A medicina deixa o esoterismo e a

    imprevisibilidade dos caprichos divinos e avana cientificamente no terreno da teraputica,

    classificao das doenas, posologia e diagnstico. Durante mil anos, porm, fez-se trevas na

    Europa, e s em 1220 nasce a primeira Grande Escola de Medicina da Idade Mdia, em

    Salerno, perto de Roma, fundada por Carlos Magno. Os estudos de Farmcia avanaram

    celeremente neste perodo. Extratos alcolicos, como o vinho ou os destilados como a vodka e o

    gim, j eram bem conhecidos na Europa para extrair o "esprito das plantas".

    A partir do incio da sintetizao de substncias de estrutura qumica definida e de ao

    farmacolgica iniciou a Fitoterapia um ciclo declinante, com a diminuio da prescrio mdica

    de produtos vegetais. As plantas medicinais foram praticamente esquecidas, cedendo lugar s

    sintticas. Tal fase percorre o incio da dcada de 50 at o final dos anos 70. Os grandes

    centros de pesquisas em todo mundo direcionaram, com o vivo entusiasmo, vultosos recursos,

    tanto governamentais como de iniciativa privada, para a pesquisa de propriedades curativas

    das plantas medicinais. Multiplicaram-se na imprensa informaes sobre as vantagens da

    farmacobotnica. Tal movimento naturalmente acompanhado pelo surgimento de um nmero

    expressivo de estabelecimentos comerciais especializados em ervas.

    Quando o Brasil foi descoberto, a Fitoterapia reinava praticamente sozinha, no havia vacinas

    nem os medicamentos sintticos, que s aparecem no final do sculo XIX com a aspirina.

    essencial no esquecer que o grande mestre de Piso, foi o ndio brasileiro, e ele honestamente

    em mais de uma passagem reconheceu a superioridade da teraputica indgena sobre a

    europeia. Note-se o testemunho de Piso em Pernambuco:

    Os ndios precedem de laboratrios, ademais, sempre tem mo sucos

    verdes e frescos de ervas. Enjeitam os remdios compostos de vrios

    ingredientes, preferem os mais simples, em qualquer caso de cura, visto

    que por estes medicamentos os corpos no ficam to irritados. (Pereira,

    op. cit in Silva, dinaB., 1997).

  • 4

    Estima-se que somente de 1% a 3% das espcies vegetais conhecidas foram estudadas. Com a

    reduo progressiva de grande parte desta biodiversidade, ocorrer

    tambm uma enorme perda cientfica e econmica, principalmente para os pases menos

    desenvolvidos. No comrcio de plantas medicinais e produtos fitoterpicos encontra-se em

    expanso em todo o mundo em razo de diversos fatores, como o alto custo dos medicamentos

    industrializados ou o prprio modismo alm da constatao dos efeitos medicamentosos

    produzidos com o seu uso. A m qualidade destes produtos no Brasil, no entanto, um fato

    conhecido e que colabora para que grande parte dos mdicos deixem de prescrever e at

    colocam em dvida a ao dos fitoterpicos (Stelfelld, 1955; Farias et ai., 1985), razo pela qual

    constantemente a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria - ANVISA tem elaborado legislaes

    para a produo destes medicamentos. E apesar do crescimento de programa de

    farmacovigilncia, a atividade de farmacovigilncia para estes produtos ainda pequena no

    Brasil.

    O MERCADO DAS PLANTAS MEDICINAIS

    O Brasil um dos 14 pases com grande biodiversidade contendo mais de 10% de todos os

    organismos descritos na Terra. Das plantas florferas conhecidas, aproximadamente 55.000

    espcies, cerca de 22% destas ocorrem no Brasil, principalmente nas regies da floresta

    amaznica, mata atlntica e cerrado. Estima-se que aproximadamente 1,25% da pesquisa

    cientfica no pas se destina a plantas medicinais. Dos medicamentos atualmente

    produzidos, cerca de 25% tm componentes qumicos de plantas. Nossa flora tem cerca de 120

    mil espcies vegetais, de aplicaes teraputicas. O alto custo dos medicamentos fabricados

    pela indstria farmacutica, .dentre outros motivos, tm aumentado o interesse das pessoas

    nesse tipo de terapia. A OMS estima que mais de 3 bilhes de pessoas em todo o mundo

    confiam nas "medicinas tradicionais", onde as plantas tm grande emprego. Entre as plantas

    silvestres e algumas poucas cultivadas, os ndios brasileiros, alm de as usarem para a

    construo de suas casas, na confeco de ferramentas e utenslios delas obtiveram fibras,

    gomas, colas, combustveis, pigmentos, tinturas, sabes, borracha, bebidas, alimentos, veneno

    de flechas para a guerra e caa e pesca e tambm produziam substncias estimulantes,

    alucingenas medicamentosas. Dados da Organizao Mundial da Sade (OMS) mostram que

    cerca de 80% da populao mundial faz uso de algum tipo de erva para tratar doenas ou aliviar

    sintomas. "O Brasil apresenta uma grande diversidade de plantas medicinais em seus biomas.

    Entretanto, com o extrativismo descontrolado e com a excessiva fragmentao dos

    ecossistemas, em virtude da ampliao das reas agrcolas, tem ocorrido acelerao na

  • 5

    extino das espcies", alerta. O mercado mundial de medicamentos fitoterpicos cresce desde

    a dcada de 80, movimentando algo em torno de US$ 20 bilhes ao ano. Em 1996, na Europa,

    as vendas foram estimadas em US$ 7 bilhes, e nos Estados Unidos o valor situava-se entre

    US$ 2 3,4 bilhes. No Brasil em 1998, o mercado de medicamentos fitoterpicos foi estimado

    em US$ 566 milhes. Considerando o mercado informal nos pases em desenvolvimento e do

    "terceiro mundo" esta cifra deva ter alcanado centenas de bilhes de dlares por ano.

    Estimativas no oficiais relatam que o mercado global de bioprodutos na faixa de US$ 500

    bilhes/ano. Segundo informaes da Bioamaznia (2001), o setor de frmacos apontou uma

    receita de US$ 300 bilhes neste mercado, vale lembrar que 40 % dos medicamentos em uso

    teve origem direta ou indiretamente, em produtos naturais e estes representam 17% deste

    mercado.

    CONCEITOS IMPORTANTES

    A RESOLUO-RDC N 48, DE 16 DE MARO DE 2004, que dispe sobre os medicamentos

    fitoterpicos traz importantes conceitos que precisamos saber antes de prosseguir:

    Adjuvante - substncia de origem natural ou sinttica adicionada ao

    medicamento com a finalidade de prevenir alteraes, corrigir e/ou

    melhorar as caractersticas organolpticas,

    biofarmacotcnicas e tecnolgicas do medicamento.

    Droga vegetal - planta medicinal ou suas partes, aps processos de

    coleta, estabilizao e secagem, podendo ser ntegra, rasurada, triturada

    ou pulverizada.

    Derivado d^ Hrngffl y^flptal - produtos de extrao da matria prima

    vegetal: extrato, tintura, leo, cera, exsudato, suco, e outros.

    Fitoterpico - medicamento obtido empregando-se exclusivamente

    matrias-primas ativas vegetais. caracterizado pelo conhecimento da

    eficcia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e

    constncia de sua qualidade. Sua eficcia e segurana validada atravs

    de levantamentos etnofarmacolgicos de utilizao, documentaes

    tecnocientficas em publicaes ou ensaios clnicos fase 3. No se

    considera medicamento fitoterpico aquele que, na sua composio,

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    inclua substncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem as

    associaes destas com extratos vegetais.

    Frmula Fitoterpica - Relao quantitativa de todos os componentes de

    um medicamento fitoterpico.

    Formula Mestra ou Frmula Padro - documento ou grupo de documentos

    que especificam as matrias-primas e os materiais de embalagem com as

    suas quantidades, juntamente com a descrio dos procedimentos e

    precaues necessrias para a produo de determinada quantidade de

    produto terminado. Alm disso, fornece instrues sobre o

    processamento, inclusive sobre os controles em processo.

    Marcador - componente ou classe de compostos qumicos (ex: alcalides,

    flavonoides, cidos graxos, etc.) presente na matria-prima vegetal,

    idealmente o prprio princpio ativo, e preferencialmente que tenha

    correlao com o efeito teraputico, que utilizado como referncia no

    controle de qualidade da matria-prima vegetal e dos medicamentos

    fitoterpicos.

    Matria prima vegetal - planta medicinal fresca, droga vegetal ou

    derivados de droga vegetal.

    Medicamento - produto farmacutico, tecnicamente obtido ou elaborado,

    com finalidade profiltica, curativa, paliativa ou para fins de diagnsticos.

    Nomenclatura botnica oficial completa - gnero, espcie, variedade,

    autor do binmio, famlia.

    Nomenclatura botnica oficial - gnero, espcie e autor.

    Nomenclatura botnica - gnero e espcie .

    Princpio ativo de medicamento fitoterpico - substncia, ou classes

    qumicas (ex: alcalides, flavonoides, cidos graxos, etc), quimicamente

    caracterizada, cuja ao farmacolgica conhecida e responsvel, total

    ou parcialmente, pelos efeitos teraputicos do medicamento fitoterpico.

    FITOCOSMTICOS

  • 7

    A fitocosmetica pode ser definida como o segmento da cincia cosmetolgica que em proveito da higiene, da esttica, da correo e da manuteno de estado normal e sadio da pele. O emprego dos produtos vegetais para fins de embelezamento encontra referncias h milhares de anos.

    A grande incidncia de plantas aromticas na China e ndia, levou s extraes de leos

    essenciais. Tambm o Egito e, depois a Mesopotmia, se destacaram no conhecimento e

    emprego destes leos e extratos vegetais em preparaes de unguentos e blsamos com

    finalidade cosmticas.

    Clepatra, com sua conhecida vaidade, motivou a pesquisa cosmtica e um primeiro formulrio

    Cleopatre Gynoecirium Libri foi editado durante seu reinado. Neste formulrio foram descritos

    cuidados higinicos e tratamentos de diversas afeces da pele, sem, no entanto, dispensar

    pomadas coloridas e linimentos base de plantas e leos vegetais, com finalidade teraputica e

    cosmtica.

    Do Oriente, o uso de produtos naturais difundiu-se para o mundo grego. O formulrio "Os

    cosmticos de Ovdio", no que so mencionadas receitas e pomadas da poca base de

    vegetais, surge no ano IV.

    Arnauld de Villeneuve, um alquimista e mdico catalo do sculo XIII, deixou em seus

    manuscritos registros dos primeiros ensaios de destilao de vegetais.

    Dessa poca, at os dias atuais, o estudo dos vegetais e a aplicao dos seus ativos, seja na

    forma de extratos ou os princpios ativos isolados, vem ganhando cada vez mais espao na

    indstria moderna.

    MTODOS DE COLETA DE PLANTAS MEDICINAIS PARA IDENTIFICAO

    Para a coleta de plantas medicinais, importante o seu estgio desenvolvimento pois, a

    concentrao de princpio ativo varia conforme a poca e maturao ou crescimento da erva,

    sendo o ideal:

    - Folhas - no usar folhas novas ou muito velhas, sendo o ideal, as folhas adultas e

    viosas e o melhor perodo antes do incio da florao at o trmino da mesma.

    - Talos - colhidas da mesma forma e com os mesmos cuidados aplicados as folhas.

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    - Cascas - usar as cascas de plantas adultas principalmente durante a florao da

    planta tomando sempre cuidado para no retirar a casca em toda a volta do caule o que

    promoveria a morte da planta. "Preserve a natureza e a vida".

    - Raiz - Aps o trmino da florao.

    H diferena na quantidade de princpio ativo dependendo da coleta, da poca do ano, grau de

    maturao da planta, do armazenamento, etc.

    importante que antes de colher uma erva, se observe alguns itens como:

    a) Colher sempre plantas adultas;

    b) Saber qual a parte da planta se concentra maior quantidade do princpio

    ativo desejado (raiz, casca, flor, etc);

    c) Escolher as que no estejam atacadas por pragas;

    d) Evitar a coleta de ervas que estejam prximas a locais onde se tenha

    utilizado substncias qumicas como defensivos agrcolas ou prximas a rodovias.

    O horrio da colheita tambm importante:

    No caso das folhas e flores: Deve ser feito pela manh, depois da evaporao do orvalho e em

    dia de sol, de preferncia sem vento.

    No caso das razes: Deve ser feito no finalzinho da tarde. OBS: Evitar

    colheitas na chuva ou logo aps a mesma.

    No caso das plantas aromticas: Devem ser colhidas no final da tarde; perodo em que h maior

    concentrao de principio ativo.

    Lembramos que o uso de plantas medicinais para fins de comercializao na forma de

    medicamentos fitoterpicos, devem obedecer legislao especfica da rea, a ser discutida nos

    mdulo seguintes. Ming (1996) informa que, para amostras de plantas medicinais devesse

    coletar a parte utilizada da planta e recomenda que as plantas herbceas ou pequenos arbustos

    devem ser coletados inteiros incluindo ramos, folhas, flores e partes subterrneas inteiras

    (tubrculo, bulbo ou rizoma), sendo que estas devem ser retiradas com equipamentos

    adequados como a p e devem estar limpas devidamente preparadas para a prensagem.

  • 9

    J arbustos maiores e, rvores ou cip devem ser coletados em amostras com cerca de 30 a 40

    cm, acondicionando-os ao tamanho do jornal. Esta mesma fonte recomenda que necessrio

    coletar tambm nas plantas:

    Diicas - as flores (masculina e feminina) em ps diferentes. Parasitas - incluir tambm o

    hospedeiro.

    Trepadeiras- a amostras devem conter partes especializadas como: gavinhas, unhas

    espinhos, razes adesivas atentando para sua disposio e origem.

    Dimorfismo foliar - folhas em ramos jovens diferentes das dos ramos adulto. Para que a

    coleta atinja o seu controle de qualidade (Martins et ai.1998), indica em que fase tima

    da planta deve ser colhida: casca e entrecasca na florao ; flores no incio da fenofase;

    frutos e sementes quando maduro razes somente em plantas adultas ; Talos e folhas

    antes do seu florescimento. De acordo com o Manual de Herbrio (1998), a coleta para

    estudos fitoqumicos deve envolver vrios rgos como: folha, flor , raiz , casca e fruto.

    Isto porque agentes qumicos secundrios podem variar muito dependendo das

    condies, especialmente do tecido vegetativo.

    O lugar onde pretendemos plantar a horta medicinal deve:

    Observar as caractersticas de cada planta.

    Ter gua em abundncia e disponvel,

    Ter boa incidncia de sol.

    Observar o espaamento entre linhas e plantas exigida por cada espcie que deseja

    plantar. Sugere-se 30cm de largura por 30 cm de comprimento e 30 de profundidade.

    Os canteiros devem ter 1 a 1,2 metro de largura e 0,2 de altura.

    A terra das sementeiras devem ser bem fofas e as sementes devem ser cobertas com

    rea bem fina e peneirada.

  • 10

    O solo deve ser frtil, com terra bem fofa. Fazer uma limpeza da rea, revolvendo o solo,

    retirando todas as plantas indesejveis.

    Planejar a distribuio das espcies e a formao dos canteiros para evitar a

    eroso.

    recomendvel que se faa a anlise do solo.

    ADUBAO

    Uma adubao equilibrada proporcionar plantas resistentes a pragas e doenas. Recomenda-

    se:

    Usar 150g de fosfato por metro quadrado de canteiro

    Fazer a correo bsica do solo usando 150g de cal dolomtico por m2 de canteiro.

    Acrescentar 2 litros de hmus por m2 de canteiro.

    Adubar as sementeiras com a mesma dosagem que os canteiros.

    As plantas medicinais, em geral, apresentam muita resistncia ao ataque de pragas

    num ambiente equilibrado. O uso de agrotxico desaconselhado para evitar

    alteraes das propriedades das plantas.

    COLETA

    Pela manh, logo que secar o orvalho das plantas.

    sempre melhor colher as plantas medicinais em dias amenos, sem chuva, no perodo

    de estio, em horrio de sol fraco e suave. As razes podem permanecer por algum tempo

    ao sol.

  • 11

    As folhas, brotos e talinhos devem ser escolhidos antes das floradas at o trmino da

    mesma.

    Flores como camomila e rosa-branca, devem ser colhidas antes da maturao completa.

    Espere que o boto se abra pela metade e ento colha.

    Coletar frutos e sementes quando atingirem a maturao total.

    Casca e entrecasca devem ser colhidos quando a planta estiver florida.

    Raiz deve ser colhida aps a florao.

    Evite a coleta de plantas com manchas, terra, poeira, rgos deformados, etc.

    Nunca use gua para lavar folhas e razes que voc pretende conservar, o que

    acarretar imediato incio da extrao do princpio ativo, alm do acmulo de umidade

    proporcionando a instalao de fungos.

    Estenda fios de nilon ou sobre estrados com tela na parte inferior mantendo assim uma

    boa circulao de ar, em local livre de poeira e insetos, arejado e ao abrigo do sol.

    Prenda as ervas separadas, deixando-as secar de dia, e recolhendo-as noite para

    evitar o sereno.

    "Lembre-se: Para fazer uso de uma planta como medicamento, ela deve ser tratada como

    tal, ou seja, Mant-la sempre em lugar ao abrigo do calor, luz e umidade".

    aconselhvel renovar o estoque de ano em ano.

    SECAGEM

    Recomenda que a secagem seja feita ao ar livre, fora da luz direta do sol ou preservar em

    lcool. Macedo et ai. (1998), informa que aps a coleta a planta deve ser prensada entre folhas

    de jornais, papelo e/ou alumnio enrugado, em seguida deve

  • 12

    coloca-la e amarra-la em prensas (grades de madeira) com cordes incluindo a ficha de

    coleta com as caractersticas do material botnico colocando-a na estufa

    para desidratao.

    Aps a desidratao as prensas so retiradas e o material desidratado amarrado

    apenas no jornal e conduzido para descontaminao da amostra em freezer

    A partir destas etapas o material enviado para herbrios para ser identificado.

    Antes de fazer a secagem, observe os seguintes cuidados:

    Nunca lave as plantas antes da secagem, use escovas para fazer a limpeza.

    Separe as plantas de espcies diferentes.

    Plantas que so colhidas inteiras devem ter suas partes colocadas para secar em

    separado, e serem conservadas em recipientes separados.

    Espalhe a planta ou suas partes sobre um pano ou estrado com tela na parte

    inferior:

    Secar o material sombra, evitando secagens ao sol e ao fogo, que

    alteram a qualidade da planta;

    Raizes, caules e cascas podem ser secos ao sol da manh;

    As flores precisam secar sem receber luz solar direta;

    Brotos, folhas e plantas inteiras so secos sombra, em lugares arejados;

    Quando se tornarem quebradias, as plantas estaro prontas para uso, devendo

    serem guardadas em vidros fechados, longe da luz, p umidade e possveis

    ataques de pragas.

    ARMAZENAMENTO

    Aps a identificao, o armazenamento deve ser feito rapidamente, evitando assim a

    perda dos princpios ativos das plantas, preferencialmente em ambiente arejado e seco,

    sem acesso de poeira ou animais. Pequenas quantidades podem ser colocadas em potes

    de vidro ou sacos (polietileno ou polipropileno). recomendvel evitar colocar

  • 13

    embalagens de espcies diferentes perto uma das outras ou coloca-las diretamente

    sobre o solo.

    Devido ao de uma espcie sobre o desenvolvimento da outra, recomenda-se

    algumas vezes o plantio de duas ou mais espcies diferentes.Exemplos de associaes

    benficas:

    Manjerona - Melhora o aroma das plantas

    Catinga-de-mulata - seu aroma afasta insetos voadores

    Funcho e Losna - No devem ser plantadas perto de nenhuma outra planta

    Hortel - Pode ser plantada como bordadura

    Alfavaca - No deve ser plantada perto da Arruda. Seu cheiro repele moscas e

    mosquitos

    Tomilho - Seu cheiro mantm afastada a borboleta-da-couve

    Mil-folhas - Serve como bordadura aumentando a produo de leos essenciais

    quando plantadas perto de ervas aromticas

    COMBATE DE PRAGAS COM SOLUES NATURAIS

    Alguns mtodos naturais, embora sem ter 100% de eficcia, tm trazido bons resultados

    no combate de pragas, tais como:

    TDoenas no viveiro: tintura de camomila - 50 gs de flores em 1 litro de gua fria.

    Descansar 2 dias. No terceiro filtrar. Aplicar sobre mudas recm transplantadas tambm.

    TFungicidas do solo - Calda bordalesa, enxofre, ch de cavalinha (200 gramas de

    caules fervidos em 10 litros de gua por 20 minutos).

    TFungos: 100 gramas de sulfato de cobre bem triturado num saco de fralda e ponha o

    saco em 5 litros de gua. parte, misture 5 litros de gua com 100 gramas de cal virgem

    (leite de cal). Junte-os para usar depois.

    TFungos: 100g de sulfato de cobre, 100g de cal virgem e 10 litros de gua. Coloca-se o

    sulfato de cobre, bem triturado, num saquinho de pano ralo, na superfcie de meio litro de

    gua, num recipiente que no seja de ferro. Fazer pasta (leite de cal) adicionando 100 g

    de cal virgem em meio I litro de gua. Coar o "leite" e coloca-lo num recipiente (nunca de

    ferro). Em outro recipiente j deve constar a soluo de sulfato de cobre. Misturar as

    duas solues simultaneamente, usando uma pazinha de madeira. Agora o teste de

  • 14

    acidez: pegue uma faca ou canivete e sobre a lamina, bem limpa, coloque duas ou trs

    gotas da calda preparada e, aps trs minutos, sacuda a lamina. Se ficarem manchas

    avermelhadas nos pontos onde estavam as gotas de calda, esta ainda est cida. Quer

    dizer: adicionar mais uma pouco de "leite de cal" at que fique neutra ou ligeiramente

    alcalina. O ideal aplicar a calda no mesmo dia, mas se tiver que conservar a calda por 2

    ou 3 dias para depois aplica-la, adicione 5 g de acar para cada 1 litro de calda

    preparada.

    Desinfetantes de canteiros : Folhas secas de slvia incorporadas aos canteiros.

    Nematides: Plantar ps de tagetes pelos canteiros ajuda manter afastados nematides

    e afdeos.

    Pulges e colchonilhas: 100 gs de urtiga previamente secas por 7 dias. Colocar em 10

    litros de gua macerando por 8 dias. Juntar mais 100 litros de gua aps coar.

    Trips: 50 gramas de pimenta malagueta esmagada em 1 litro de gua, deixar curtir 24

    horas. Aps esse perodo, mexa bem e coe. Adicione 1 col de sopa de sabo e mexa.

    Pulverize sobre as plantas, repetindo a cada 5 dias at acabar.

    FORMAS E UTILIZAO

    Para alcanar sua ao medicinal, uma planta deve ser tratada de tal forma que se

    obtenham produtos derivados com ao especfica.

    Com uma mesma planta, ou com a mesma parte da planta, pode-se preparar diversos

    derivados levando-se em considerao:

    modo de preparao

    as propriedades fsicas

    aspecto

    as caractersticas organolpticas

    a concentrao dos princpios ativos

    as propriedades farmacolgicas

    sua finalidade

    As diferentes formas de apresentao dos derivados das plantas medicinais podem

    classificar-se da seguinte forma:

  • 15

    a) Produtos obtidos por tratamentos mecnicos

    Plantas empregadas in natura

    Ps vegetais

    Polpas

    Produtos lquidos obtidos por expresso (suco fresco de planta)

    b) Produtos obtidos por ao do calor

    Por destilao:

    leos

    essenciais -

    guas

    destiladas

    Alcoolatos

    c) Produtos obtidos utilizando a ao de um solvente:

    lcool => alcoleos: - Tinturas

    - Tinturas mes

    - Alcoolaturas

    - Suco fresco da planta

    gua ^> Hidrleos: -.tisanas: - infusos e decoctos

    Soluo aucarada c>- Sacarleos: - xaropes e melitos

    Solventes diversos => - Vinhos

    - cervejas

    - vinagres

    - leos

    - propilenoglicol

    - glicerina

    d) Produtos obtidos por concentrao das solues extrativas:

  • 16

    extratos fludos extratos moles extratos

    secos

    PS VEGETAIS

    Os vegetais na forma de p possuem uma grande aplicao no arsenal teraputico,

    podendo ser incorporados facilmente s formas galnicas secas como cpsulas e

    comprimidos. Possuem tambm grande importncia como matria-prima para a

    preparao de outras formas galnicas.

    Aps a eliminao dos corpos estranhos e das partes inertes, as ervas devem ser secas

    a uma temperatura de 25C a 45C.

    As ervas so trituradas em moinhos de diversos modelos e peneiradas, tendo ento a

    sua granulometria padronizada.

    Sendo todas estas operaes realizadas de maneira correta, no havero diferenas

    notveis nas diversas partes da erva, mesmo apresentando texturas diferentes.

    As vantagens de utilizar os vegetais na forma de p so diversas, como: administrao

    da droga relativamente segura, ajuste ou eventual concentrao do princpio ativo e

    manipulao simples, possibilitando misturas.

    HIDROLATOS. ALCOOLATOS E ALCOLEOS

    A separao do leo essencial da gua, constitui o hidrolato, que a gua destilada

    contendo cerca de 0,2 g/l de leo essencial disperso na forma ionizada, no decantvel.

    Os hidrolatos possuem grande quantidade de produtos volteis como cidos, aldedos e

    aminas.

    So preparadas por simples destilao com vapor de gua, e plantas frescas ou secas.

    As plantas rasuradas so maceradas por horas com uma quantidade relativamente

    grande de gua e depois destiladas. A destilao suspensa quando se obtm uma

    quantidade razovel de destilado. O excesso de essncia separado por decantao ou

    filtrao.

  • 17

    Para preparao do hidrolato so utilizadas de preferncia as plantas frescas. O Codex

    preconiza, por exemplo, para a gua de hortel a utilizao de 1.000 g de planta fresca

    ou 200 g de planta seca para obter 1000 g de hidrolato. Os hidrolatos de plantas

    aromticas contm geralmente de 0,05 a 0,20 g de leo essencial por litro.

    A conservao dos hidrolatos delicada, pois contaminam-se com facilidade.

    Os hidrolatos so utilizados, por suas propriedades aromticas para a preparao de

    xaropes; e em cosmetologia, por suas propriedades adstringentes, calmantes e

    antipruriginosas, sob a forma de loes e cremes.

    Os alcoolatos so preparados pela macerao com lcool das plantas frescas seguida

    por uma destilao.

    Atualmente a denominao alcoolato foi substituda no Codex por solues alcolicas de

    essncias ou tinturas de essncias. Foram mantidos, porm, alguns nomes como o

    alcoolato de Garus, base do elixir de Garus e o alcoolato de Fioravanti.

    O alcoolato de mirtilo, por exemplo, preparado da seguinte forma:

    - Macera-se por 24 horas 2.000 g de mirtilo fresco mais 1.000 g de

    lcool a 70%.

    - Destila-se e recolhe-se 1.000 g de

    alcoolato.

    XAROPE

    a forma na qual se emprega 2/3 do peso da planta ou fruto em acar ou mel

    preferencialmente. Coloca-se para ferver, no permitindo o aumento da temperatura

    superior a 80C. Aps solubilizado, filtrar sobre gaze conservando em frasco mbar

    (escuro). Existem xaropes especficos para pacientes diabticos.

    Xarope simples Acar ..................................................... 850g

    gua qsp ..................................................................... 1000 ml

    Dissolva a quente em 450 ml_ de gua, o acar, filtrar e logo aps, passar pelo filtro

    gua ate completar 1000 mL.

    Obs: A gua pode ser substituda por ch de plantas as quais se queira usar como

    xarope medicinal.

  • 18

    Obs: Pode ser adicionado mel de abelha.

    ELIXIRES

    Elixires so lquidos hidroalcolicos, adicionados, destinados ao uso oral contendo,

    geralmente glicerina, sorbitol ou xaropes simples.

    ALCOLEOS

    Os alcoleos so preparaes lquidas resultantes da ao dissolvente do lcool,

    empregado em quantidade determinada a um ttulo definido sobre as matrias vegetais.

    O ttulo do lcool utilizado estar na funo dos princpios ativos a dissolver ou de

    textura do material a tratar.

    TINTURAS VEGETAIS

    As tinturas vegetais so preparadas temperatura ambiente pela ao do lcool sobre

    uma erva seca (tintura simples) ou sobre uma mistura de ervas (tintura composta). So

    preparadas por soluo simples, macerao ou percolao.

    A tintura simples corresponde a 1/5 do seu peso em erva seca, quer dizer que 200 g de

    erva seca permitem preparar 1.000 g de tintura. Na maioria das vezes se utiliza um lcool

    a 60 G.L.

    Existem algumas excees, como as tinturas de materiais resinosos como o tol, ou

    drogas ricas em essncias ou resinas como o boldo, canela, eucalipto, grindlia, ou ricas

    em mucilagens como casca de laranja amarga, onde o ttulo do lcool de 80 G.L..

    As drogas muito ativas (hericas), como o acnito e a beladona so preparadas por

    percolao com lcool 70 G.L.

    As tinturas de pio e noz-vmica so preparadas por simples dissoluo do extrato

    correspondente em um lcool a 70 G.L., obtendo-se um ttulo final de aproximadamente

    10% de planta seca.

    As tinturas-me so definidas como preparaes lquidas resultante da ao dissolvente

  • 19

    de um veculo alcolico sobre drogas de origem vegetal ou animal.

    As tinturas-me de drogas vegetais so obtidas pela macerao em lcool de diferentes

    ttulos, da planta fresca, da planta fresca estabilizada ou, raramente, da planta seca.

    Correspondem a 1/10 de seu peso em droga desidratada, com algumas excees como

    a calndula e o mirtilo que correspondem a 1/20.

    O ttulo alcolico das tinturas-me so geralmente de 45 +/- 5o GL como o caso da

    camomila e da aveia, ou de 65 +/- 5, como o caso da calndula e da noz-vmica.

    Para a preparao das tinturas-me devem ser observados alguns cuidados na hora da

    colheita, levando-se em considerao a parte da planta a ser utilizada. Por exemplo, caso

    das folhas, deve-se colher aps o seu desenvolvimento completo, antes da florao. As

    tinturas-me so mais utilizadas como forma galnica, na homeopatia.

    ALCOOLATURAS / SUCO / HIDRLEO

    As alcoolaturas so obtidas pela ao do lcool sobre plantas frescas que no podem

    sofrer processos de estabilizao e secagem, pois perdem a sua atividade.

    Na alcoolatura, so empregadas partes iguais em peso de planta fresca e de lcool a um

    ttulo elevado para evitar uma diluio elevada pela gua liberada pela planta.

    O modo de preparao muito simples, basta macerar por 8 dias a droga fresca

    rasurada em um recipiente fechado, com lcool fazer uma expresso e logo aps uma

    filtrao.

    O suco da planta fresca a suspenso da planta, com seus constituintes ativos e

    inativos, em lcool a 30 G.L. . Por diversos processos modernos, so estabilizados,

    inativando as enzimas e evitando uma degradao rpida dos princpios ativos.

    Essa forma nova de apresentao das plantas permite a utilizao de todo o fitocomplexo

    da planta fresca sem perda de nenhum princpio ativo.

    Os hidrleos so derivados obtidos pela dissoluo em gua de uma substncia

  • 20

    medicamentosa. Os hidrleos so obtidos por infuso, decoco ou macerao.

    INFUSO

    Usada para partes tenras como flores e folhas e preparada da seguinte forma: colocar

    as ervas numa vasilha e jogar gua fervendo, abafar e esperar dez minutos no caso de

    folhas e partes tenras e at meia hora caso seja feito o uso de razes ou cascas.

    A infuso quando usada para cascas ou razes deve-se ter o cuidado de picar bem,

    reduzindo as ervas em pedaos aumentando assim a superfcie de contato com a gua

    e consequentemente, facilitando a extrao do princpio ativo.

    DECOCCCO

    Usada para partes mais duras como casca ou raiz - Colocar as ervas numa vasilha,

    despejar gua fria sobre as mesmas, levar ao fogo para o cozimento, deixando ferver pr

    cinco ou dez minutos e em caso de partes mais endurecidas at trinta minutos. Aps o

    cozimento, retirar do fogo e abafar por mais alguns minutos.

    TISANA

    Ferver a gua, jogar a erva sobre a gua fervente, tampar deixando ferver pr mais

    alguns minutos, coar e tomar.

    MACERAO

    Ao contrrio do que muita gente pensa, macerar no significa "macetar",

    simplesmente colocar as ervas em contato com a gua fria, lcool, glicerina ou outro

    veculo e deixar que a extrao do princpio ativo ocorra naturalmente por um tempo

    determinado.

    O tempo de macerao de partes tenras de dez a doze horas e das partes mais duras

    de at vinte e quatro horas.

    Quando o objetivo for a preparao de um ch onde se tenha partes tenras e partes

    duras, pode-se proceder da seguinte maneira: Preparar separadamente e juntar os chs

  • 21

    posteriormente. A maneira que recomendamos, por ser mais prtica, a colocao para

    cozimento primeiro da partes mais duras (casca ou raiz) deixando ferver pr mais ou

    menos dez minutos e depois adicionar as outras como folhas e flores, deixando pr

    mais alguns instantes, retire do fogo abafe e seguir o procedimento normal.

    EXTRATOS

    EXTRATOS GLICLICOS

    Os extratos gliclicos so obtidos por processo de macerao ou percolao de uma

    erva em um solvente hidro-gliclico, podendo ser este o propilenoglicol ou a glicerina.

    Estes extratos normalmente so utilizados nos fitocosmticos. A relao erva/solvente

    varia, sendo que normalmente se utiliza a relao indicada para as tinturas vegetais.

    EXTRATOS FLUIDOS

    Segundo a farmacopeia brasileira, os extratos fluidos do preparaes oficinais, obtidas

    de drogas vegetais manipuladas, de forma que 1.000 g de extrato contenham o

    equivalente a 1.000 g de erva seca. Por no terem sofrido ao do calor, seus princpios

    ativos so exatamente os mesmos encontrados nos frmacos respectivos.

    Os extratos fluidos apresentam uma relao ponderal simples entre droga e extrato, o

    que facilita a posologia e a prescrio.

    -1 g de extrato fluido equivale a: -1 g de droga seca -

    5 g de tintura ou alcoolatura -10 g de tintura-me -50

    g de xarope

    EXTRATOS MOLES

    Os extratos moles so solues extrativas que possuem consistncia de mel, que,

    quando dessecados a 105C perdem entre 15 e 20% de gua.

    EXTRATOS SECOS

    Os extratos secos ou pulverentos se apresentam sob a forma de p e perdem de 5 a 8%

  • 22

    de gua. Eles podem ser facilmente manipulados, apesar de muito higroscpicos.

    A posologia a mesma dos extratos moles. So conservados em recipientes hermticos,

    em presena de desidratantes e ao abrigo da luz.

    Os extratos secos obtidos por atomizao so conhecidos tambm por nebulizantes.

    O princpio da nebulizao consiste em dispersar a soluo extrativa a dessecar em

    minsculas gotculas sob uma corrente de ar quente. As gotculas so secas

    instantaneamente e transformadas em um p finssimo. Os fenmenos de oxidao e

    desnaturao pelo calor so reduzidos ao mnimo.

    Os nebulizantes se apresentam sob a forma de p tnue, aromtico e de colorao mais

    clara que o extrato seco correspondente. No microscpio se apresenta como minsculos

    glbulos de aspecto esponjoso e irregular. O volume especfico aparente muito

    elevado.

    Os nebulizantes, a grosso modo, substituem peso por peso os extratos semi-slidos. A

    gua residual destes substituda por adjuvantes como aerosil, amido, celulose

    modificada e outros.

    Atualmente os extratos secos na forma de nebulizantes so amplamente utilizados, e

    os laboratrios farmacuticos procuram desenvolver vrios tipos de extratos com os

    seus princpios ativos titulados.

    OS EXTRATOS NA FITOCOSMTICA

    Os extratos gliclicos so indicados para aplicao em solues aquosas, gis sem

    lcool, emulses gua/leo e tensoativos (sabes, banhos de espuma, xampus).

    Extratos fluidos podem ser utilizados em solues alcolicas, gis com lcool e

    emulses alcolicas. Os extratos moles apresentam as mesmas aplicaes do extrato

    fluido, com a vantagem de possuir uma concentrao maior. Estes extratos podem ser

    facilmente diludos antes do uso.

    Os extratos secos podem ser usados nos produtos para banho, como sais, e em

    mscaras cosmticas.

  • 23

    AS MEDIDAS

    Apresentamos a seguir uma relao de medidas aproximadas:

    Medida Peso aproximado em gramas

    Uma colherada de folhas verdes cinco gramas.

    Uma colherada de folhas secas dois gramas.

    Uma colher das de caf 2,5g ou 2,5 cm3

    Uma colher das de ch 5g ou cinco cm3

    Uma colher das de sobremesa 10gou 10 cm3

    Urna colher das de sopa 15g ou 15 cm3

    Uma xcara tamanho mdio 100gou 100 cm3

    Um copo comum contm 200g ou 200cm3

    Um prato fundo, abaixo da primeira borda 200g ou 200 cm3

    COMPRESSAS / LOO / UNGUENTO / CATAPLASMA / LINIMENTOS

    Compressas

    So feitas com pedaos de pano limpo, algodo ou gazes embebidos em ch ou sumo

    de plantas aplicadas quentes ou frias no local afetado. Uso externo.

    Loo

    So lquidos aquosos, solues coloidais, emulses e suspenses empregadas de

    acordo com a solubilidade do frmaco destinados a aplicaes sobre a pele.

    Unguento

    Prepara-se com o sumo de erva ou ch mais forte misturado em leo vegetal. Aplicao

    externa

    Cataplasma

    So formas constitudas por massa mida e mole de materiais slidos, compes-se de

    p, farinha ou semente diludas em cozimento ou infuso de plantas at adquirirem

    consistncia de uma pasta. A planta medicinal pode ser incorporada por triturao

    pasta mole. Aplica-se quente, morna ou fria entre 2 tecidos, para reduzir a inflamao ou

    exercer ao revulsiva.

  • 24

    Linimentos

    So preparaes lquidas contendo geralmente leos ou lcoois, que se destinam

    aplicao cutnea por frico. Podem ser incorporadas plantas especficas com o

    objetivo de serem friccionadas.

    PRINCPIOS ATIVOS VEGETAIS

    Os princpios ativos das plantas medicinais so substncias que a planta sintetiza e

    armazena durante o seu crescimento. No entanto, nem todos os produtos metablicos

    sintetizados possuem valor medicinal. Em todas as espcies existem ao mesmo tempo

    princpios ativos e substncias inertes. Estas ltimas, determinam a eficcia da erva

    medicinal acelerando ou retardando a absoro dos princpios ativos pelo organismo.

    Geralmente, numa mesma planta, encontram-se vrios componentes ativos, dos quais

    um ou um grupo determinam a opo principal.

    Quando isolado este princpio ativo, normalmente apresenta ao diferente daquela

    apresentada pelo vegetal inteiro, ou seja, pelo seu fitocomplexo.

    Os princpios ativos no se distribuem de maneira uniforme no vegetal. Concentram-se

    preferencialmente nas flores, folhas e razes, e, s vezes nas sementes, nos frutos e na

    casca.

    Outra caracterstica dos vegetais que no apresentam uma concentrao uniforme de

    princpios ativos durante o seu ciclo de vida, variando com o habitat, a colheita e a

    preparao.

    Para uma compreenso melhor dos componentes vegetais e de sua ao,

    apresentamos a seguir um breve resumo dos principais princpios ativos:

    ALCALIDES

    Os alcalides formam um grupo heterogneo, de substncias orgnicas, definido pela

    funo amina, raramente amida, que d a seus constituintes propriedades qumicas

    prprias, as quais se aliam uma toxidade elevada e, muitas vezes, uma atividade

  • 25

    farmacolgica notvel.

    Como exemplo de alcalides podem se citadas a atropina, a morfina, a cafena e a

    quinina.

    Fenilalaninas capsicina da pimenta, colquicina ou colchichina do clquico {Colchium autumnale).

    Alcalides morfina, etilmorfina, codena e papaverina contidas no pio

    isoquinoleicos da dormideira ou papoula-dormideira(Papa\/er somniferum).

    Alcalides indlicos ergometrina, ergotamina, ergotoxina da cravagem dos cereais

    Alcalides quinoleicos: caule folhoso da arruda comum {Ruta graveolens)

    Alcalides piridnicos e piperidnicos

    ricinina do rcino (Ricinus communis), trigonelina do feno-grego, conina (veneno violento) da cicuta (Conium maculatum)

    Alcalides derivados do trqpano

    escopolamina e atropina da beladona {Atropa belladonna)

    Alcalides esterides raiz do veratro (Veratro viride), doce-amarga (Solanum dulcamara), aconito (Aconitum napellus - aconitina). Fonte: Adaptado de Rocha (1998)

    PRINCPIOS AMARGOS

    ROCHA (1998) cita que estas substncias apresentam um gosto amargo, excitam as

    clulas gustativas, estimulam o apetite e aumentam a secreo dos sucos gstricos. A

    farmacologia agrupa, sob o nome de princpios amargos, as substncias vegetais

    terpenicas susceptveis de libertar azuleno, assim como glucosdeos de diversas

    estruturas bioqumicas. O primeiro grupo engloba, por exemplo, os sucos amargos do

    absinto e do cardo-santo. O segundo grupo o mais comum: rene os sucos das

    gencianceas (genciana, triflio), da centurea, entre outros. Apresentando os leos

    essenciais atividade antissptica.

    TANINOS

    Os taninos so componentes vegetais que possuem a propriedade de precipitar as

    protenas da pele e das mucosas, transformando-as em substncias insolveis. Os

    taninos possuem ao adstringente, anti-sptica e antidiarrica.

    HETEROSDEOS

  • 26

    So substncias amplamente distribudas no reino vegetal. Apresentam aes e efeitos

    to diversos que difcil agrup-las sob um conceito qumico.

    Todos os heterosdeos possuem em comum a caracterstica de, por hidrlise, se

    desintegrarem em um acar e uma poro aglicona. A glicona que determina,

    geralmente, a ao do heterosdeo.

    Os primeiros heterosdeos isolados eram produtos condensados da glicose, motivo pelo

    qual foram chamados de glicosdeos; termo depois generalizado para todos os

    heterosdeos e hoje reservado somente para aqueles derivados da glicose,

    reconheceram-se vrios compostos da natureza anloga, mas derivados de oses

    designados de galactosdeos, ramnosdeos, etc.

    Como por exemplo, podemos citar as substncias cardioativas da digitalis, os princpios

    ativos da uva-ursi e o efeito sudorfico das flores de tlia.

    FLAVONIDES

    Os flavonides foram um grupo muito extenso, pelo nmero dos seus constituintes

    naturais e ampla distribuio no reino vegetal. So substncias diferentes com uma

    composio qumica base, que compreende fundamentalmente os derivados flavnicos

    (flavos-amarelo), os derivados antocinicos (anthos-flor e kyanus-azul), as catequinas ou

    catecis e outros constituintes com eles relacionados.

    As propriedades fsicas e qumicas so muito variveis, no entanto, podem ser

    relacionadas algumas propriedades farmacolgicas do grupo como:

    Ao sobre os capilares

    Ao em determinados distrbios cardacos e

    circulatrios a Ao antiespasmdica

    SAPONINAS

    As saponinas ou saponosdeos formam um grupo particular de heterosdeos.

    O seu nome provm da propriedade de formar espuma abundante, quando agitadas com

  • 27

    gua, semelhana do sabo, que emulsionam o leo na gua e que possuem um

    efeito hemoltico.

    As plantas que contm saponinas so utilizadas tambm por sua ao mucoltica,

    diurtica e depurativa.

    As saponinas favorecem a ao dos demais princpios ativos da planta e em excesso

    podem ser irritantes da mucosa intestinal.

    MUCILAGENS

    No sentido botnico-farmacolgico entende-se por mucilagens as substncias

    macromoleculares de natureza glicdica e que incham quando em contato com a gua

    proporcionando um lquido viscoso.

    As plantas com mucilagens esto amplamente distribudas no reino vegetal, mas

    somente algumas espcies possuem aplicao teraputica como a malva e o linho.

    As mucilagens agem protegendo as mucosas contra os irritantes locais, atenuando as

    inflamaes.

    CIDOS ORGNICOS

    Diversos vegetais apresentam cidos orgnicos, que lhes conferem sabor cido e

    propriedades farmacuticas caractersticas, como ao refrescante e laxativa. Dentre os

    cidos presentes pode-se destacar o tartrico, mlico, ctrico e o silcico.

    As plantas das famlias das borragincias, das equisetceas e das gramneas absorvem

    grande quantidade de sais orgnicos do solo, principalmente o silcico, armazenando-o

    nas membranas das clulas ou no seu protoplasma.

    Este cido um elemento fundamental para o tecido conjuntivo, pele, cabelos e unhas.

    As plantas ricas em cidos orgnicos so muito utilizadas na fitocosmtica.

    LEOS ESSENCIAIS

  • 28

    Os leos essenciais so compostos aromticos, geralmente volteis, retirados dos

    vegetais, onde so encontrados pr - formados ou na forma combinada. So extrados

    por destilao, por expresso ou por extrao por solventes.

    Os medicamentos magistrais base de leos essenciais variam com as propriedades

    qumicas e fsicas, em particular a solubilidade. Com um excipiente alcolico ou oleoso,

    se trabalha por simples dissoluo.

    Uma tcnica nova de micro-encapsulao dos leos vegetais permite a utilizao dos

    leos essenciais sob a forma de p acondicionado em cpsulas. Com excipientes no

    graxos pode-se utilizar externamente, na forma de gis ou emulsionados com

    emulsionantes no inicos, que fornecem emulses estveis.

    Os leos essenciais, nas suas diferentes apresentaes, so muito utilizados na

    perfumaria e tambm na aromaterapia.

    As hormonas vegetais (fito-hormonas)

    Segundo ROCHA (1998), so substncias de composio qumica muito complexa,

    geralmente biocatalisadores que atuam sobre o crescimento e as trocas metablicas

    (biostimulantes). Existem, por exemplo, no lpulo, no anis, na salvia, na sorveira, na

    alteia, na bolsa-de-pastor, na aveia e na cenoura.

    Os anti-spticos vegetais

    Segundo Rocha (1998), so substncias antibiticas produzidas pelos vegetais

    superiores, exercendo uma ao antimicrobiana de largo espectro, na maior parte dos

    casos instveis e volteis. Atuam mesmo em aerossol, por via respiratria. Existem no

    alho, na cebola, na mostarda, no rbano silvestre, no sabugueiro, no zimbro, no pinheiro,

    na tanchagem, entre outros. Continuam a ser estudadas nos nossos dias.

    Resumo dos Princpios Ativos

    ALCALIDES Atuam no sistema nervoso central (calmante, sedativo,estimulante, anestsico, analgsicos). Alguns podem ser cancergenos e outros antitumorais. Ex.: Cafena do caf e guaran, teobromina do cacau, pilocarpina do jaborandi, etc.

    MUCILAGENS Cicatrizante, antinflamatrio, laxativo, expectorante e antiespasmdico.Ex.: babosa e confrei.

  • 29

    FLAVONIDES Antinflamatrio, fortalece os vasos capilares, antiesclertico, anti-dematoso, dilatador de coronrias, espasmoltico, antihepatotxico, colertico e antimicrobiano. Ex.: rutina (em arruda e favela).

    TANINOS Adistringentes e antimicrobianos (antidiarrico). Precipitam protenas. Ex.: barbatimao e goiabeira.

    LEOS ESSENCIAIS

    Bactericida, antivirtico, cicatrizante, analgsico, relaxante, expectorante e antiespasmdico. Ex.: mentol nas hortels, timol no tomilho e alecrim pimenta, ascaridol na erva-de-santa-maria, etc.

    Fonte: Adaptado de MARTINS (1995)

    CONTROLE DE QUALIDADE DE PLANTAS MEDICINAIS

    Desde a dcada de 30, os autores brasileiros discutem o problema da qualidade dos

    fitoterpicos e plantas medicinais, relacionando, desde ento, o conjunto de fatores que

    influenciam na qualidade de um produto desta natureza. Ainda hoje esta situao

    persiste, pois a qualidade das drogas oferecidas no mercado ao consumidor

    preocupante.

    Entende-se por qualidade o conjunto de critrios que caracterizam a matria-prima para

    o uso ao qual se destina. A partir do estabelecimento dos parmetros de qualidade para

    a matria-prima, e considerando-se um planejamento adequado e um controle do

    processo de produo do medicamento, a qualidade do produto final estar em grande

    parte, assegurada. Portanto, a qualidade da matria prima vegetal a determinante

    inicial da qualidade do fitoterpico.

    A segurana e a eficcia dependem de diversos fatores, como a metodologia de

    obteno, a formulao e a forma farmacutica, entre outros e, portanto, devem ser

    definidas para cada produto, estabelecendo-se parmetros de controle de qualidade do

    produto final.

    Na anlise de plantas medicinais os problemas mais frequentes so as adulteraes, a

    no uniformidade da composio e as contaminaes, por isso, imprescindvel que

    todo material adquirido pelo laboratrio, farmcia, e outros estabelecimentos devem ser

    analisados por profissionais capacitados, atestando a autenticidade e a qualidade da

    matria prima.

    muito importante saber que no caso de plantas medicinais muito utilizado o mito de

    que produto natural no apresenta efeitos indesejveis e contra-indicaes. No entanto,

    ou deveria ser do conhecimento geral que muitas plantas so potencialmente txicas,

  • 30

    inclusive algumas utilizadas na teraputica, lembre-se, que a diferena entre o

    medicamento e o veneno pode estar na dosagem.

    Os procedimentos descritos abaixo seguem a sequncia de controle de qualidade.

    1. Dados da Amostragem

    A analise da qualidade de um lote de matria prima realizada por amostragem, sendo a

    tomada da amostra um fator determinante para a confiabilidade do resultado. A amostra

    deve ser, por definio, representativa do todo.

    Segundo a Farmacopeia Alem (Deustches,1991) para ate 3 recipientes, todas a

    embalagens devem ser amostradas e, no caso de um numero superior a 3,

    preconizado o emprego da formula (n+1)

    2. Pesagem (deve-se pesar toda a amostra, embalar e rotular).

    3. Caracterizao

    Organolptica (cheiro, cor, textura...).

    Macroscpica (examinar toda a amostra, separar matria orgnica

    estranha e matria inorgnica, observar a presena eventual de fungos,

    insetos...).

    Microscpica (cortes histolgicos).

    4. Pesquisa qualitativa e quantitativa de princpios ativos

    Feito atravs de mtodos cromatogrficos.

    5. Pesquisa de impureza

    Determinao de material estranho.

    Separa-se manualmente os materiais estranhos da planta inicialmente a olho nu, em

    seguida com auxilio de lentes de aumento. Pesar o material separado e determinar sua

  • 31

    porcentagem com base no peso da tomada do ensaio.

    Determinao de cinzas totais

    A determinao de cinzas totais destina-se a estabelecer a quantidade de substncias

    residual no voltil. As cinzas totais incluem as derivadas de tecido vegetal (cinzas

    fisiolgicas) e de materiais estranhos, especialmente areia e terra aderente a superfcie

    da droga (cinza no fisiolgica)

    O mtodo utilizado : Pesar e distribuir uniformemente em cadinho, inciner-la a uma

    temperatura no superior a 450C, at que todo o carvo seja eliminado.

    Determinao de umidade.

    A presena de quantidade excessiva de gua em drogas vegetais propicia o

    desenvolvimento de microorganismos, insetos e hidrolise, e consequentemente

    deteriorao de constituintes de drogas.

    O limite de umidade para drogas vegetais varia de 8 a 14%.

    Um dos mtodos empregados o gravimtrico.

    6. Pesquisa de falsificao

    Deve-se sempre fazer um parmetro comparativo com o padro da planta, isto para

    verificar a autenticidade da planta.

    7. Concluso

    Depois de feito todos os procedimentos citados, podemos demonstrar a qualidade ou

    no do produto.

    RECOMENDAES GERAIS

    Abaixo colocamos algumas recomendaes feita pelo Ncleo de Cincias Agrrias da

    Universidade Federal de Minas Gerais a respeito do uso de plantas medicinais:

  • 32

    O uso fitoterpico de plantas medicinais na sade deve ser feito com critrios. As

    plantas medicinais devem ser escolhidas em funo do conhecimento disponvel a

    respeito delas. Assim, esto aptas a ser utilizadas pela populao aquelas que

    tenham conhecidas sua eficincia teraputica e sua toxicologia ou segurana de

    uso. Por isso, deve-se evitar o uso de plantas cujas informaes sejam

    provenientes de "modas ou popularsmos"; tem-se que duvidar sempre das

    plantas tidas como "milagrosas".

    Toda planta que venha a ser utilizada deve ter sido identificada corretamente: Os

    nomes populares variam muito de um lugar para outro. Por exemplo, a "artemsia"

    conhecida em Viosa pode no corresponder quela encontrada no Nordeste

    brasileiro. Assim, as plantas apresentadas numa publicao deve vir com nomes

    populares seguidos do nome cientfico, sendo este ltimo importante para consulta

    em outras publicaes, se possvel com fotos coloridas ou desenho que permitam

    identificar melhor as espcies utilizadas na regio, para o que, os botnicos so

    os profissionais mais competentes.

    Jamais colete plantas medicinais em locais prximos a lavouras que possam ter

    recebido defensivos agrcolas, agrotxicos ou venenos.

    Aps a secagem, guardar em vidro fechado, em local escuro; coloque um rtulo

    com nome da planta e a data da coleta, para evitar problemas com o uso de

    plantas trocadas ou envelhecidas. As plantas guardadas por muito tempo podem

    perder a ao medicinal decorrente da iluminao de seus princpios ativos.

    Tenha cuidado ao comprar plantas medicinais. Verifique sua identidade e o estado

    de conservao ( umidade, mofo, insetos). Somente compre plantas de

    fornecedores de sua confiana, prefira lugares especializados com a presena de

    um profissional capacitado.

    As plantas medicinais, no so como dizem; milagrosas e como medicamentos tm

    limitaes prprias, isto , no resolvem todos os problemas de sade. O uso correto

    e o acompanhamento mdico muito importante para o diagnstico e a determinao

    da gravidade do caso, bem como para a indicao do medicamento mais adequado.

    Como todo medicamento, o uso em excesso de algumas plantas pode ocasionar

    intoxicaes, portanto necessrio observar bem a dosagem, indicaes, toxicologia

    e tcnicas de preparo dos fitoterpicos. Alguns destes no devem ser utilizados por

    mulheres grvidas, especialmente nos trs primeiros meses de gestao, por isso

  • 33

    recomenda-se consultar sempre um mdico nestes casos. As dosagens de

    fitoterpicos apresentadas nesta publicao foram compiladas da literatura

    consultada, listada no final do presente trabalho, e se destinam a adultos; para

    crianas, devem ser feitos ajustes de acordo com o peso.

    Recomenda-se somente adquirir plantas medicinais de empresas idneas, pois so

    muito comuns as falsificaes e a m qualidade dos produtos comercializados.

    importante ressaltar que "o melhor remdio a preveno". Por exemplo, nada

    adianta ter uma planta altamente eficiente contra verminoses quando no se utiliza de

    prticas de higiene para evit-las.

    Apresentaremos abaixo algumas tabelas sobre o uso de plantas medicinais

    (fitoterpicos), produzidas por instituies e/ou especialistas no assunto. importante

    buscarmos fontes confiveis, haja que so muitos os livros e artigos que no oferecem

    informaes precisas e adequadas sobre o assunto.

    TABELA I

    Nome

    Popular

    Nome Cientfico Propriedades Teraputicas Modo de Uso

    Alecrim Rosmarinus

    offcinalis

    Emenagogo, age contra

    afeces hepticas e

    biliares, depurativa,

    depresso, estimulante,

    estomquica, sudorfica,

    vasodilatadora, gota,

    reumatismo e afeces

    bucais. No deve ser

    ingerida em excesso.

    Infuso das folhas, leo

    essencial, p das folhas

    (cicatrizante),

    tintura, decoco, xarope,

    banho, shampoos, loes

    capilares, unguento (dores

    reumticas).

    Alfavaca Ocimum sp. Carminativas, cicatrizantes,

    digestivo, estomacal,

    diurticas e sudorferas.

    Infuso de folhas frescas.

    Alfazema Lavandula offcinalis Tnica, calmante,

    antidepressiva,

    antiinflamatria, cicatrizante,

    desodorante, tnico capilar,

    vermfugo, digestiva,

    antiespasmdica.

    Infuso, alcoolatura, tintura,

    macerao e essncias das

    folhas.

  • 34

    Alho Allium sativum Contra verminose, clera,

    escorbuto, afeces da pele,

    afeces respiratrias,

    arteriosclerose, artrite,

    enxaqueca, gota, infees

    bacterianas e fngicas,

    antivirtica, menopausa,

    nefrite, picada de insetos,

    regulador de presso,

    reumatismo, redutor de

    colesterol e triglicrides.

    Infuso de Unguentos,

    cataplasmas, infuso, leo,

    macerao, xaropes, e

    extratos dos bulbos.

    Anis Pimpinella anisum Digestiva, diurtica,

    carminativa e

    expectorante.0 infuso das

    sementes facilita a digesto,

    alivia flatulncia e clicas

    intestinais, acalma excitao

    Decoco de sementes.

    nervosa e insnia. Age contra

    a clica de recm

    nascidos. As avs

    recomendavam que as

    lactantes tomassem em

    jejum para aumentar o leite.

    Arnica Arnica montana Antiinflamatria, tnica das

    circulao e nervos. Uso

    externo: Contuses e

    hematomas.

    Uso interno: Estritamente sob

    orientao mdica.

    Tintura de folhas.

    Efeitos colaterais: Uso

    interno pode aumentar

    atividade cardaca e

    depresso. Externamente

    pode provocar vermelhido

    e ardor de peles e mucosas

    mais sensveis.

    Arruda Ruta graveolens Emenagogo, alivia dores

    intestinais e reumticas,

    dores varicosas e citicas,

    antiinflamatria para os

    olhos (uso externo), vaso

    constritor, dispostas sobre a

    testa, aliviam a dor de

    cabea.

    Infuso de folhas, cataplasmas

    e compressas.

    Esta planta no deve ser

    ingerida, pois altamente

    txica; mulheres grvidas

    tambm no devem us-la

    pois, abortiva; Causa

    confuso mental,

    convulses e dores

    violentas nos intestinos

    Assa-peixe Vernonia polyanthes Expectorante e hemosttico,

    tosses rebeldes, contuso,

    bronquites, hemorridas e

    banhos nas afeces do

    tero, pontadas no peito e

    costas.

    Infuso de folhas

    Barbatimo Stryphnodendron

    barbadetiman

    Adstringente,

    antihemorrgico,

    cicatrizante, antimictico,

    hipoglicemiante e tnico

    Decoco de cascas e

    unguento

    Bardana Articum lappa Diurtica, depurativa,

    antidiabtica,

    An ti rre um tico, tnico,

    estimulante, diafortica,

    emoliente, antiinflamatria e

    analgsica.

    Folhas e razes consumidas na

    forma de chs ou compressas.

  • 35

    Boldo Vernonia condensata Desintoxicante do fgado,

    diurtico, antidiarrico,

    digestivo, estimulante do

    apetite.

    Infuso de folhas, suco e

    macerao (abrir o apetite).

    Camomila Matricaria

    chamomilla

    Sedativa; digestiva;

    antiinflamatria; antialrgica;

    antiespasmtica, analgsica e

    contra clicas estoma-cais,

    Infuso de flores.

    intestinais e menstruais.

    Canela-da-

    china

    Cinnamomu cssia Digestiva, analgsica,

    sudorfera e diafortica

    Decoco da casca

    Capim -

    limo

    Cymbopogon citratus Digestiva, calmante,

    febrfugo, contra dores

    musculares e diafortico

    Infuso de folhas e rizomas.

    Cebola Allium cepa Vermfuga, diurtica,

    expectorante, digestiva,

    redutora de colesterol e anti-

    sptica.

    Infuso de bulbos.

    Cebolinha Allium fistulosum Vermfuga, diurtica,

    expectorante, digestiva,

    redutora de colesterol e anti-

    sptica.

    Infuso de folhas e bulbos.

    Celidnia Chelidonium majus Causticar calos e verrugas,

    ao sedativa local (externa)

    e contra problemas

    hepticos (planta txica que

    apenas deve ser ingerida

    sob orientao mdica)

    Cataplasma de folhas

    Centela

    Asitica

    Centella asitica Somente para uso externo:

    Contra celulite.

    Cataplasma e unguento de

    folhas.

    Cineraria Senecio cineraria Descongestionante e

    antiinflamatrio ocular.

    Compressas de folhas e

    flores.

    Coentro Coriandrum sativum Digestivo, antiespasmtico,

    emenagogo, febrfugo.

    Txico em grande

    quantidade.

    Infuso de folhas e

    decoco de sementes.

    Cominho Cuminum cyminum Carminativo e digestivo. Decoco de sementes.

    Dedaleira Digitalis purprea Tratamento de doenas

    cardacas. Presente em remdios

    alopticos

    Embaba Cecropia glaziovix Asma, bronquite,

    antiespasmtico, diurtico,

    expectorante,

    antiinflamatrio, o suco da

    raiz cura lceras cancerosas

    e gonorria, presso alta,

    tnico do corao (exerce a

    funo da digitalis regulando

    as batidas do corao).

    Infuso de folhas e razes.

    Estvia Stevia rebaudiana Diurtico, antidiabtico e

    auxilia no tratamento contra

    o obessidade (substitui o

    acar de cana)

    Infuso de folhas

  • 36

    Eucalipto Eucalyptus globulus Anti-sptico, Adenites,

    afeces catarrais, afeces

    das vias respiratrias, anti-

    Infuso e xarope de folhas

    sptico, expectorante, gota,

    gripes, leucorria, muco

    urinrio, nevralgia,

    reumatismo, rouquido,

    sinusite, sudorfero, tnico

    geral, sudorfero,

    expectorante, febrfugo e

    desinfetante (leo essencial).

    Fortuna Bryophyllum

    calycimum

    Emoliente, contra lceras e

    gastrites, cicatrizante e anti-

    inflamatrio local.

    Infuso, sucos (lceras e

    gastrites), cataplasma de

    folhas.

    Gengibre Zingiber officinale Anti-sptico, estimulante do

    estmago, expectorante.

    Infuso de rizomas.

    Guaatonga Casearia sylvestris Cicatrizante, anti-sptica,

    contra aftas, sapinhos,

    herpes, lceras, feridas,

    eczemas e picadas de

    insetos.

    Infuso, cataplasmas e

    tinturas de folhas.

    Guaco Mikania glomerata Antiasmtico, febrfugo,

    sudorfero, auxiliar nos

    envenenamentos por

    depressores, calmante em

    geral, cicatrizante, diurtico

    poderoso, expectorante,

    enxaqueca, ferimentos,

    flatulncias e fermentaes,

    perturbaes gstricas e

    intestinais como dispepsias,

    picada de cobras e insetos

    venenosos, pruridos e

    eczemas, reumatismo,

    tosses rebeldes

    Infuso e xarope de folhas.

    Guaran Paullinia cupana Estimulante fsico e psquico,

    diurtico, antidiarrico,

    aperiente, auxilia no

    desempenho fsico e mental

    em casos de grande carga

    de trabalho, desinfetante

    intestinal, dores de cabea e

    musculares, enxaqueca,

    hemorragias, nevralgias,

    reumatismo, tnico cardaco.

    Tintura, xarope de

    sementes.

    Guin Petiveria alliacea Antiinflamatria, analgsica

    e bactericida, Afeces da

    cabea, analgsico, anti-

    espasmtico, artrite,

    contuses, diurtico,

    emenagogo, enxaqueca,

    estados nervosos,

    estimulante, falta de

    memria, micoses, paralisia,

    Infuso de folhas e razes.

    Desaconselhamos o uso

    interno desta planta, pois

    dependendo da dosagem,

    toma-se txica, abortiva,

    alucingena, pode afetar as

    viso levando cegueira e at

    a morte.

    reumatismo, sudorfico,

    veneno de cobra, viroses.

    Altamente txica.

  • 37

    Jaborandi Pilocarpus

    microphyllus

    Amenorria, artrite,

    blenorragias, caspa,

    antiespasmtico, edema

    pulmonar, evita a queda de

    cabelos, expectorante, febres,

    glaucoma (pilocarpina),

    reumatismo, sudorfico, tnico

    capilar.

    Infuso e tintura de folhas.

    Jurubebeira Solanum

    paniculatum

    Frutos: contra problemas do

    fgado, estmago e bao; folhas:

    cicatrizante; razes:

    tnico do sistema digestivo e

    contra anemia.

    Macerao de folhas, frutos e

    razes.

    Losna Artemsia absinthium Digestiva e vermfuga. Em

    altas doses txica.

    Macerao de folhas.

    Louro Laurus nobilis Emenagogo, digestivo e

    antiflatulento.

    Infuso de folhas.

    Malva Malva silvestris Diurtica, emoliente,

    antiinflamatrio e

    expectorante.

    Infuso de folhas e flores.

    Manjerico Ocimum basilicum Anti-hemorrgico (ch das

    razes), anti-sptico, calmante,

    digestivo, diurtico, estimula o

    apetite, excitante, p, sudorfico,

    tnico.

    Infuso de folhas.

    Manjerona Origanum majorona Digestivo, estimula o apetite e

    anti-sptico, antiinflamatrio

    (cataplasma), acalma as dores

    reumticas, inalao com

    manjerona ajuda a eliminar

    muco e catarro, prevenindo a

    sinusite.

    Infuso de folhas.

    Melissa Melissa officinalis Acidez estomacal,

    antiespasmtica, calmante

    da dor de cabea (origem

    nervosa), calmante,

    carminativa, colertica,

    antiespasmtico,

    anticonvulsivante, crises

    nervosas, depresso,

    Infuso e tinturas de folhas e

    flores.

    desmaios, digestiva,

    diurtica, dores, enjoos,

    espasmos, gases,

    hipocondria, histerismo, m

    circulao, melancolia,

    nevralgias (faciais e

    dentrias), palpitaes,

    picada de insetos.

  • 38

    Mil-folhas Achillea millefolium Cicatrizante, antiinflamatrio,

    depurativo, nervosismo (raiz),

    tratamento de peles sensveis e

    irritadas, crua, a mil-folhas

    desintoxica o organismo,

    depura o sangue e ativa as

    funes renais

    Infuso de folhas e flores.

    Noz-

    moscada

    Myristica fragans Digestiva, aperiente, contra

    anemia e diarreia crnica.

    Em grandes quantidades

    narctica.

    Decoco de sementes.

    Organo Origanum vulgare Emolientes, cicatrizante,

    digestivo anti-sptico,

    antiinflamatrio.

    Infuso e cataplasma de

    folhas.

    Pata-de-vaca Bauhinia forficata Hipoglicemiante, depurativo,

    diurtica e antidiarrica.

    Tintura (diabetes) Infuso de

    folhas.

    Pfaffia Pfaffia iresinoides Tnico geral, estimula o

    apetite e reduz os tremores

    nas pessoas idosas.

    Infuso do p das razes.

    Salsa Petroselium sativum Rica em vitaminas A, B e C.

    Anemia (erva riqussima em

    ferro), aperiente, aplica-se

    externamente em feridas

    mesmo as cancerosas,,

    contuses, diafortico,

    digestivo, diurtico, dor

    citica, estimula contraes

    uterinas, febres, fortemente

    hemosttca quando

    triturada.

    Infuso cataplasma e suco de

    folhas.

    Slvia Salvia officinalis Estimulante da digesto,

    adstringente, antiabortiva,

    antidepressiva, anti-reumtica,

    as folhas frescas clareiam os

    dentes e fortifica a gengivas

    frouxas e inflamadas, digestivo,

    emenagoga, esgotamento

    fsico, febres, regula a presso

    arterial, tnico.

    Infuso de folhas.

    Tomilho Thymus vulgaris Anti-sptico e digestivo. Infuso de folhas.

  • 39

    Zedoria Curcuma zedoria

    Regulador das funes

    digestivas, heptica e renal,

    atua no colesterol.

    Macerao e infuso de

    rizomas.

    Fonte: Centro de Divulgao Cientfica e Cultural - Setor de Biologia - Universidade de So Paulo

    TABELA II

    Nome Comum e

    Nome Botnico

    Propriedades Teraputicas Parte

    utilizada

    Forma

    comum de

    Uso

    Posologia (dosagem:

    folhas secas em 1 litro de

    gua)

    Alecrim

    Rosmarinus

    offcinalis

    antiespasmdico e tnico heptico

    Folhas ch 10g/l (4 x ao dia)

    Alfavaca

    (manjerico)

    Ocimum sp.

    digestivo, antipirtico e ant-

    reumtico

    toda planta ch, banho 15 g/l (3 x ao dia)

    Arruda Ruta graveolens

    vermfugo, anti-reumtico,

    nevralgia e conjuntivite Doses

    excessivas podem causar

    intoxicaes

    folhas,

    flores

    ch, banho 10 g/l (4 x ao dia)

    Artemsia Artemsia

    vulgaris

    febrfico, vermfugo e

    antiespasmdico

    folhas,

    flores

    ch 10 g/l (4 x ao dia)

    Blsamo Sedum

    praealtum

    cicatrizante combate gastrite Folhas cataplasma 2 folhas (3 x ao dia)

    Babosa

    Abe vera

    tnico estomacal e capilar,

    purgativo

    Folhas ch,

    compressa

    1 folha (2 x ao dia)

    Boldo Coleus barbatus

    digestivo e estimulante Folhas ch,

    macerao

    10 g/l (2 x ao dia)

    Boldo Baiano

    Vernonia

    condensata

    tnico heptico, diurtico e

    analgsico

    Folhas ch 10-15 g/l (4 x ao dia)

    Cnfora

    Artemsia

    camphorata

    antinflamatrio Folhas cataplasma,

    compressa

    4 folhas (3 x ao dia)

    Calndula

    Calndula

    offcinalis

    cicatrizante (estomacal), anti-

    sptico e antinflamatrio

    folhas,

    flores

    ch

    banho

    10-15 g/l (4 x ao dia)

    Confrei

    Symphytum

    offcinalis

    cicatrizante, anti-reumtico e

    emoliente em contuses

    Folhas banho 10-15 g/l (3 x ao dia)

    Carqueja Baccharis

    trimera

    tnico heptico, digestivo, e

    diurtico

    folhas,

    haste

    ch 10 g/l (4 x ao dia)

  • 40

    Cardo-santo

    Argemone

    mexicana

    sudorfico e expectorante

    Doses excessivas podem

    causar intoxicaes

    toda planta ch 10 g/l (3 x ao dia)

    Catinga-de-

    1 mulata

    Tanacetum

    vulgare

    combate contuses,

    vermfugo

    Doses excessivas podem

    causar intoxicaes

    flores,

    folhas

    compressa,

    frico

    10 g/l (3 x ao dia)

    Erva-de-bicho

    Polygonum

    aquifolium

    hemorridas, sarnas, artrite e

    anti-reumtico

    toda planta ch, banho,

    cataplasma

    15 g/l (3 x ao dia)

    Espinheira-santa

    Maytenus

    aquifolium

    combate gastrite e lcera folhas ch 20 g/l (4 x ao dia)

    Guaco

    Mikania

    glomerata

    combate tosse, bronquite e anti-reumtico

    folhas ch 10-15 g/l (4 x ao dia)

    Guin Petivenia alliacea

    antiinflamatrio bucal e

    analgsico

    folhas, raiz ch 10 g/l (4 x ao dia)

    Lpea (falsa

    melissa)

    Lippia alba

    digestivo, calmante e

    relaxante

    toda planta ch 10-15 g/l (4 x ao dia)

    Losna

    Artemsia

    absisnthium

    digestivo, aperitivo e

    vermfugo

    folhas ch 5 g/l (3 x ao dia)

    Mil-folhas

    Achilea

    milefolium

    estimulante, depurativo,

    digestivo e emenagoga

    folhas,

    flores

    ch 10 g/l (4 x ao dia)

    Melissa verdadeira

    Melissa officinalis

    antiespasmodico, calmante e

    digestivo

    folhas,

    haste

    ch, banho 10-15 g/l (4 x ao dia)

    Menta/hortel

    Mentha crispa

    digestivo, anti-sptico e

    antiespasmodico

    folhas,

    haste

    ch,banho 10-15 g/l (4 x ao dia)

    Pfffia (ginseng

    brasil) PIffIia

    glomerada

    tnico geral, combate

    colesterol e diabete

    tubrculos ch 10 g/l (3 x ao dia)

    Poejo Mentha pulegium

    broncodilatador, digestivo e

    carminativo

    folhas ch 5 g/l (3 x ao dia)

    Quebra-pedra

    Phylanthus niruri

    diurtico (clculo renal) toda planta ch 10 g/l (4 x ao dia)

    Sabugueiro

    Sambucus

    australis

    diurtico, sarampo e

    antipirtico

    flores ch 10 g/l (3 x ao dia

    Slvia Salvia officinalis

    antiinflamatrio, digestivo e

    carminativo

    folhas ch 10 g/l (4 xao dia

  • 41

    Tanchagem

    Plantago major

    depurativo, cicatrizante e

    antiinflamatrio

    folhas ch 10-15 g/l (3 x ao dia)

    Fonte: IAPAR - Instituto Agronmico do Paran.

    TABELA III Plantas mais usadas como anti-helmntico*

    No quadro abaixo esto relacionadas estas plantas acompanhadas de referncias taxonmicas, parte usada na

    medicina popular e a indicao pela Farmacopeia Brasileira.

    Nome

    vulgar

    Binmio Famlia Ordem Parte Usada

    (Farmacopeia

    Brasileira)

    Parte

    Usada

    (Medicina

    Popular)

    aboboreira Cucrbita pepo

    Linn.C.mxima

    Duchesne

    Cucurbitaceae Cucurbitales semente semente

    alho Allium sativum Linn Liliaceae Liliiflorae bulbo

    coentro Coriandrum sativum

    Linn

    Umbelliferae Umbellifloae fruto fruto

    erva-de-

    santa-

    maria

    Chenopodium

    ambrosioides Linn

    Chenopodiaceae Centrospermae folha parte

    area

    hortel Mentha spp Labiatae Tubiflorae folha e

    sumidade

    florida

    folha

    losna Artemsia absinthium

    Linn

    Compositae Campanulales folha e

    sumidade

    florida

    planta toda

    mamoeiro Carica papaya Linn Caricaceae Violales semente

    e fruto

    verde de

    onde se

    extrai o

    ltex

    pacov Renealmia exaltata

    Linn

    Zingiberaceae Scitamineae semente semente

    poejo Mentha pulegium Linn Labiatae Tubiflorae folha e

    sumidade

    florida

    planta

    toda

    romanzeira Pnica granatum Linn Punicaceae Myrtiflorae casca do

    caule e da

    casca do

    caule, da

  • 42

    raiz raiz e do

    fruto

    Fonte: Tabela de artigo da pesquisadora Maria Thereza Lemos de Arruda Camargo- Publicado originalmente em Cincia & Trpico 6 (1) Recife - Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais.

    TABELA IV

    Planta Uso Tradicional

    ABACATEIRO Diurtica, clculos renais, cistite, afeces hepticas.

    ABUTUA Inflamaes do tero, rins e bexiga, clicas renais e uterinas.

    AGAR AGAR Priso de ventre, constipao, inibidor de apetite, proteica.

    AGONIADA Inflamaes do tero, ovrios e menstruaes difceis.

    ALCACHOFRA Diurtica, heptica, ictercias, diminuio do colesterol.

    ALCAUZ Bronquite, laringite, tosse, inflamaes do ventre e vias urinrias.

    ALECRIM Tnico, afeces das vias respiratrias e banhos relaxantes.

    ALFAFA Raquitismo, relaxante muscular.

    ALFAVACA Digestiva, dores estomacais, gases, estafa nervosa, aftas,

    bronquite, gripes fortes.

    ALFAZEMA Calmante, vertigens, analgsica, asma, rinite, enxaqueca, gases

    intestinais.

    ALGODOEIRO Afeces dos rins, aumenta a lactao.

    AMOREIRA Diurtica, repositor hormonal, eficaz nos problemas de

    menopausa.

    ANGLICA Clicas, gases, anemia, cardiotnica.

    ANIS ESTRELADO Relaxante, insnia, gases intestinais, digestivo.

    APERTA RUO Mau hlito, afeces das vias urinrias, em banhos para prolapso do

    tero.

    ARGILA BRANCA Gases, gastrite, m digesto, externamente para limpeza de pele e

    acne.

    ARGILA VERDE Externamente para limpeza de pele, acne e cataplasma.

    ARNICA Traumatismos, reumatismo, artrite, artrose, dores.

    AROEIRA Antidiarrica, balsmica, vias urinrias, via respiratria,

    furnculos.

    ARRUDA Menstruao escassa, vermfuga, calmante.

    ASSA PEIXE Bronquites catarrais e asmticas, tosses rebeldes, pedra de rins.

    BAN CHA Digestivo e diurtico.

    BARBATIMO Fraqueza em geral, antidiarrico, anti-hemorrgico. Uso Externo:

    cicatrizante, lavagem ntima.

    BARDANA Desintoxicante, diminui o cido rico e colesterol, laxante.

    BATATA PURGA Priso de ventre, constipao crnica.

    BETULA Afeces reumticas, artrite, infeces do trato urinrio, psorase.

    BOLDO DO CHILE Hepatoprotetor, diminui a ureia, cido rico e oxalato de clcio.

    CACTUS Cardiotnico e diurtico.

  • 43

    CAJUEIRO Diabetes e cicatrizante.

    CALNDULA Cicatrizante, regula a menstruao e sistomas dolorosos. Ext.:

    feridas, queimaduras, micoses.

    CALMIZZA Promove um efeito calmante suave, no causando dependncia ou

    sono excessivo.

    CAMOMILA Clicas, regulariza a funo digestiva, enxaqueca.

    CANA DO BREJO Diurtico, depurativo, antiinflamatrio, cistite, uretrite.

    |CAROBINHA Depurativa, cicatrizante de feridas, inflamaes de garganta.

    |CARQUEJA Tnica, diurtico, depurativa, anemia, colesterol e diabetes.

    |CSCARA SAGRADA Laxante, trata a biles e o bao.

    |CASSA Diurtico, estimulante.

    [CASTANHA DA NDIA M circulao, flebite, varizes e hemorridas.

    |CATUABA Energtico, falta de memria, tnico geral.

    |CAVALINHA Revitalizante, diurtico, cido rico, inchao.

    |CENTELLA ASITICA Celulite, gordura localizada, circulatrio.

    |CHAPU DE COURO Diurtico, erupes cutneas, gota, cido rico.

    |CINZA VEGETAL Limpeza de pele, micoses e coceiras em geral.

    |CIP CABELUDO Cistite, uretrite, diminui a eliminao da albumina.

    |CIP CRAVO Estomacal, gastrite, azia, gases intestinais.

    [CIP CRUZ Reumatismo, diabetes, cido rico, inchao.

    |CIP PRATA Diurtico, diminui cido rico, clculos renais.

    CIP SUMA Depurativo, furnculos, acne, herpes, psorase.

    [CONGONHA DE BUGRE Gastrite, lcera, cicatrizante, mau hlito.

    |CORDO DE FRADE Antiespasmodico, estomacal, clicas, fraqueza geral, reumatismo.

    |DAMIANA Expectorante e incontinncia urinria.

    DENTE DE LEO Depurativo, desintoxicante, heptico, fortificante.

    DOURADINHA Diurtica, depurativa, afeces cutneas, cido rico,

    cardiotnica.

    |EFEDRA Asma, rinite, urticria.

    |EMBABA Diabetes, bronquite, tosse, antiespasmodico, vermfugo.

    [EMBURANA Fortalecedor das vias respiratrias, clicas intestinais e uterinas.

    EQUINCEA Infeces virais e bacterianas, gripes, resfriados, artrite,

    reumatide, ferimentos.

    [ERVA BALEEIRA Antiinflamatrio, anti-reumtico.

    ERVA CIDREIRA Insnia, palpitaes, gases, dores de cabea.

    ;ERVA DE BICHO Hemorridas, lceras, diarreias.

    ERVA DE St. MARIA Vermfugo, laxativo, gases, antilcera.

    ERVA DOCE Gases intestinais, clicas, expectorante.

    [ESPINHEIRA SANTA Gastrite, lcera, cicatrizante.

    ESTIGMA DE MILHO Diurtico, diminui cido rico, sedativo na clica renal, nefrite,

    cistite.

    EUCALIPTO Expectorante, sedativo da tosse, desinfetante das vias

    respiratrias e balsmico.

  • 44

    GARRA DO DIABO Reumatismo sanguneo, esporo, gota, desintoxicante.

    GENCIANA Anemia, tnica geral, vermfuga, fraqueza geral.

    GUAATONGA Gastrite, lcera, cicatrizante, picadas de insetos, coceiras, aftas,

    herpes.

    GUACO Expectorante, tosse, bronquite, resfriados, inflamaes de

    garganta.

    HAMAMELIS Circulao deficiente, varizes e hematomas.

    JABORANDI Bronquite aguda, expectorante, clicas intestinais e hepticas,

    afeces reumticas.

    JAMBOLAO Eficaz no tratamento do diabetes, colesterol.

    JASMIM Digestivo, falta de ar, clica, relaxante, insnia.

    JATOB Diarreia, clicas intestinais, afeces das vias urinrias,

    prostatite, bronquite, tosse com catarro.

    JURUBEBA Ictercia, hepatite, anemia, afeces de fgado e inflamao do bao.

    LINHAA Laxante brando, gases intestinais.

    LRIO Expectorante, bronquite, asma e dores abdominais e diarreia.

    LOBLIA Expectorante, asma, tosse, bronquite e coqueluche.

    LOSNA Falta de apetite, diabetes, fgado, vermfuga.

    LOURO Nevralgia, clicas estomacais e menstruais.

    LPULO Antilcera, calmante, insnia crnica, ansiedade, taquicardia.

    MACELA Antidiarrico, fgado, pncreas, colite.

    MALVA Inflamaes da pele, boca e problemas respiratrios.

    MARACUJ Calmante, sedativo leve, insnia, dores de cabea, reumatismo.

    MARAPUAMA Esgotamento fsico e mental.

    MASTRUO Fortalecedor pulmonar, gastrite, cicatrizante.

    MELISSA Sedativa, diurtica, dores de cabea.

    MENTA Digestivo, espasmos, clculos biliares.

    MIL FOLHAS (Aquilia) Expectorante, adstringente, tnico amargo.

    MULUNGU Sedativo, insnia crnica, asma, hepatite.

    NOGUEIRA Bexiga, inflamaes de tero e ovrios.

    NOZ DE COLA Tnico geral, adstringente, depurativo.

    PARIPAROBA Hipotensor, fgado, vescula, bao e azia.

    PATA DE VACA Antidiabtica, depurativa, diurtica.

    PAU D'ARCO (Ip Roxo) Arteriosclerose, fortificante do sangue, lceras.

    PEDRA UME KA Antidiabteica e adstringente.

    PEONIA Analgsico, antiinflamatrio e antiespasmdico.

    PFAFFIA Energtico fsico e mental, ictercia.

    PICO PRETO Ictercia, hepatite, boca amarga.

    PITI/GUINE Antiinflamatrio, anti-reumtico, imunoestimulante.

    POEJO Expectorante, gripes, resfriados, tosse crnica, asma.

    QUEBRA PEDRA Afeces das vias urinarias, clculos renais, hepatite do tipo "B".

    QUINA Anemia, convalescena, febres em geral, especialmente malria.

  • 45

    Uso Externo: queda de cabelo e caspa.

    RAUWOLFIA Sedativa, tranquilizante, regulariza a presso arterial.

    ROSA BRANCA Inflamaes uterinas, rins, laxante suave.

    ROSELIS (Hibiscus) Convalescenas, diurtico suave.

    RUIBARBO Laxante, adstringente, constipao simples.

    SABUGUEIRO Afeces catarrais, febres, resfriados, catapora e sarampo.

    SALSAPARRILHA Altamente depurativo, colesterol alto, cido rico, psorase.

    SALVIA Tnico geral, digestivo, debilidade nervosa.

    SENE FOLHA Laxativo forte e purgativo, regulador intestinal, obesidade.

    SENE FOLCULO Laxativo suave e purgativo, regulador intestinal, obesidade.

    SETE SANGRIAS Arteriosclerose, hipertenso, palpitaes do corao, insnia.

    STVIA Substitui o acar, diminui o diabetes.

    SUCUPIRA Tnico, lceras, dermatoses, reumatismo agudo, antidiabtico.

    TAIUIA Depurativo, psorase, erisipela, acne.

    TANCHAGEM Afeces das vias respiratrias, bronquite, gengivite, lceras

    varicosas, inflamaes uterinas.

    THUIA Expectorante, verrugas, estimulante e reumatismo.

    TLIA Antidepressivo, calmante, histeria, dores gstricas.

    TOMILHO Anti-sptico das vias respiratrias e intestinais, antiespasmdico,

    vermfugo.

    URTIGA Depurativo sanguneo, feridas e lcera.

    UVA URSI Inflamaes renais crnicas, hipertrofia da prstata, incontinncia

    urinria.

    VALERIANA Sedativa, histeria, insnia crnica, estresse.

    VELAME DO CAMPO Depurativo, reumatismo e eczema.

    VERBENA Hepatoprotetor, debilidade orgnica, afeces renais.

    ZEDOARIA Estimulante, gases, mau hlito, diminui colesterol.

    ZIMBRO Diurtico, balsmico, estomtico.

    Fonte: PANIZZA, S. Plantas que Curam (Cheiro de Mato). 5 ed. So Paulo: IBRASA, 1997.

    LISTA DE FITOTERPICOS

    O que a fitoterapia?

    a utilizao de vegetais em preparaes farmacutica (extratos, pomadas, tinturas

    e cpsulas) para auxlio ao tratamento de doenas, manuteno e recuperao da

    sade. Fitoterapia vem do idioma grego e quer dizer "tratamento" (therapeia)

    "vegetal" (phyton). A fitoterapia acompanha a humanidade desde os povos primitivos,

    que j utilizavam plantas medicinais para curar doenas, e hoje em dia vem

    ganhando cada vez mais popularidade no mundo todo.

    O que so fitoterpicos?

    So medicamentos feitos de partes de plantas cujos princpios ativos no foram

    purificados, como chs, extratos e tinturas. Segundo a Anvisa, alguns fitoterpicos podem

    auxiliar no tratamento de vrias doenas.

  • 46

    O uso de fitoterpicos remonta aos tempos ancestrais e seu uso na medicina popular

    sempre foi bem difundido, porm, hoje em dia, h uma abordagem cientfica desses

    medicamentos com estudos clnicos para verificar a eficcia. Muitas plantas medicinais

    bastante populares no tiveram sua eficcia comprovada e podem at ser txicas.

    Por isto, os medicamentos fitoterpicos devem ser preparados de forma correta e

    utilizados em doses e horrios definidos. Como qualquer medicamento, as plantas

    tambm podem desencadear srios efeitos colaterais.

    comum a crena errnea de que os fitoterpicos, por serem provenientes de plantas,

    no acarretam riscos sade. Porm, os fitoterpicos so medicamentos