cultura e história oral: uma abordagem dos movimentos da cultura ... · palavras-chave: cultura....
TRANSCRIPT
Cultura e História Oral: uma abordagem dos movimentos da cultura
popular no município de Tururu (CE) no ensino de História
IVANILDO COSTA BARROSO1
ANALINE MARIA MARTINS PARENTE2
RESUMO: O presente artigo tem como propósito expor a realidade cultural na qual o
município de Tururu (CE) perpassa, lançando um olhar sobre os movimentos culturais que
por décadas mantiveram erguidos os pilares da cultura local e destacar a valorização da
memória para a compreensão da história tururuense. Para tanto, recorreu-se a testemunhos
diretos de populares, perdidos até então no tempo, mas que subsidiaram a construção dos
relatos inclusos, e atividades culturais em sala de aula de maneira a reavivar o desejo do
educando pela preservação, produzindo um conhecimento inteiramente objetivo na busca por
recuperar a essência de um povo, que se encontra perdida no passado, partido do eixo escolar.
O ensejado projeto não deve ser visto como solução da causa, mas buscar dentro desta
perspectiva, explorar a abertura para o reflorescimento de seus valores culturais, neutralizando
de certa forma aquilo que os corrompem, e reconhecendo sua subjetividade enquanto
indivíduos construtores de sua própria História. No trabalho observou-se a técnica de
triangulação dos dados ao se buscar a análise dos pontos de vista comuns, o que possibilitou a
reconstituição de alguns fatos da história local e a análise discursiva da pesquisa.
Palavras-Chave: Cultura. História Oral. Memória. Ensino de História.
1. INTRODUÇÃO
Ao optarmos em abordar os movimentos culturais populares via história oral no
presente artigo, partimos da compreensão de que a oralidade ressignifica a história por meio
da memória, contada de forma oral ou escrita. Entende-se que a narrativa está presente no
simples ato do viver, agir e refletir, no ato de contar histórias, tendo em vista que nós seres
humanos somos contadores de história, e de forma individual e social relatamos nossa forma
de viver, em nosso cotidiano.
Ao analisarmos a paisagem do complexo dos padrões de crenças e manifestações
artísticas típicos de uma sociedade, o município de Tururu (CE) perpassa por um declínio
cultural, o que logo leva-nos a identificar o declínio da identidade e com isso as portas para
aumentar a alienação são abertas.
1 Especialista em Metodologia do Ensino de História e Geografia pela Faculdade Padre Dourado. 2 Professora Orientadora Mestre em Geografia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).
Email:[email protected].
No Brasil, é predominante o movimento cultural europeu. Isso porque tudo o que o
europeu produz em exagero, logo é imitado na mesma frequência, principalmente no âmbito
escolar, onde crianças e jovens aderem a cada dia a esse estilo de ser, seja na moda, música,
alimentação, modo de expressar-se, etc., e isso é apenas um exemplo, tendo em visto que
também aderimos caracteres advindos de outras culturas. Não que estes hábitos sejam algo
negativo, o problema é que as grandes práticas culturais, importantes para a subsistência da
cultura e identidade do próprio educando e de seu povo, não é vista com o mesmo sentimento,
consistindo simplesmente em um trabalho pouco lapidado.
Observa-se que apesar de ainda subsistir resistência de alguns manifestos culturais
em poucas comunidades do município, os mesmos não se importam com a manutenção
destes, e sendo assim, muito menos com a cultura popular local. É mais do que tempo para
iniciarmos a conscientização dos indivíduos partindo do contexto escolar. Direcionados por
testemunhos populares, promover atividades internas e externas a sala de aula da EEM Luiza
Bezerra de Farias, buscando fundamentação em múltiplas teorias, o intuito não é ocultar esse
modernismo com a ascensão da cultura local, mas permitir que ambas caminhem
simultaneamente, resgatando e resguardando a identidade do aluno e do povo tururuense.
A temática abordada, se concebida como processo formador da identidade cultural,
objetiva aprimorar o exercício da problematização da vida escolar e social do discente como
ponto de partida para a investigação produtiva e criativa, buscando identificar e se possível,
aprimorar a relação sociocultural do mesmo com os grupos locais, tendo uma visão
conceituada dos regionais, nacionais e de outros povos.
Dentro desse contexto, a história oral tem um papel importante, na medida em que
contempla pesquisa e reflexão da relação construída socialmente e da relação estabelecida
entre indivíduo, grupo e o mundo social. Nesse sentido, a memória é capaz de possibilitar o
educando refletir sobre seus valores e suas práticas cotidianas e relacioná-los com a
problemática histórica inerente ao seu grupo de convívio, à sua localidade, à sua região e à
sociedade nacional.
Alguns mecanismos (gravador, câmeras fotográficas, livros, artigos, questionários)
foram usados como ferramentas para pesquisa, estes suplementaram o desenvolvimento das
entrevistas e de todo o corpo textual, assim também das atividades propostas permitindo uma
análise melhor detalhada no lócus da pesquisa e favorecendo a implantação desta ideia na
geração do século XXI.
Autores como Brandão (2001), Delgado (2010) dentro de seu conceito de memória,
tempo e identidade, nos possibilita a se posicionar enquanto seres subjetivos da própria
História. Thompson (1981) e Le Goff (1994) em suas obras deram suporte teórico ao artigo.
Paralelamente, Bittencourt (2009) aponta a relevância da memória tanto para a História Local
quanto para o ensino, incrementando a análise discursiva.
Com a abordagem dos movimentos da cultura popular local, os discentes passam a
ter uma nova possibilidade de gradativamente observarem e perceberem o significado de
costumes e tradições construídas no passado; identificarem sua subjetividade na ascensão
cultural do município, e a compreender que a realidade histórica do município de Tururu (CE)
e seus habitantes no transcorrer do tempo não se dão isoladas do mundo, mas como parte do
processo histórico em que a população local deve edificar valorizar e defender sua identidade
cultural e social.
2.AS ORIGENS DA HISTÓRIA ORAL
Apesar de estarem sob um cuidado unilateral, as finalidades sociais da história são
inúmeras, na medida em que ela passa a ser de responsabilidade única dos historiadores
profissionais. De acordo com Thompson é grande o número de historiadores que se
preocupam muito pouco ou quase nada em discutir problemas sociais do passado com algum
espírito de contestação ao sistema social e/ou político que possa fazer compreender problemas
contemporâneos e, de alguma forma, provocar mudanças de posturas.
A princípio, a história oral teve como propósito o de servir de apoio para políticos
que virão nela uma fonte de alegoria para suas promoções: “vitórias imperiais, mártires,
valores vitorianos, marchas da fome” (THOMPSON, 1992). Tal caráter admitido pela história
principalmente nos anos finais do século XIX, segundo Thompson, é reflexo de seu enfoque
essencialmente político, despreocupado com as vidas das pessoas comuns, com as realizações
econômicas e religiosas, a não ser em épocas de crise, como no tempo da Reforma ou da
Revolução Francesa. A busca por depoimentos advindos de pessoas comuns devia-se à
impossibilidade de um documento individual, local ou não oficial existir: “a própria estrutura
de poder funcionava como um grande gravador, que modelava o passado a sua própria
imagem” (THOMPSON, 2000), ou seja, a História oral a princípio, surge em função de
fundamentos positivistas, de forma a enaltecer a história elitista e assim tiranizando a História
vinda de baixo, da classe até então oprimida.
Ao discutirmos as circunstâncias da história oral na época em que a história se tornou
Ciência, Joutard segue um caminho análogo ao de Thompson, considerando que no começo
do século XIX a disciplina constituiu-se como ciência com a adoção dos princípios da
tradição beneditina por parte dos historiadores Niebuhr e Von Ranke, que exercitaram seu
espírito crítico contra a tradição oral. Afirma que tais críticas foram corroboradas por
historiadores franceses até o final do século XIX.
Tanto Thompson quanto Joutard concordam que os efeitos cumulativos dos séculos
XVI e XVII e, notadamente, o advento da imprensa, fizeram com que eclodisse uma porção
de recursos históricos, tanto qualitativos quanto quantitativos. A partir de então, foram muitos
os documentos impressos produzidos, por todo tipo de profissional, que valorizavam os
costumes, leis, práticas tradicionais, comércio, finanças, agricultura, população.
Paralelamente, em 1929, surge na França uma revista intitulada Annales d’Histoire
Économique et Sociale, fundada por Lucien Febvre e Marc Bloch. Ao longo da década de
1930, a revista se tornaria símbolo de uma nova corrente historiográfica identificada como
Escola dos Annales.
O campo de ação da história aumentou prodigiosamente com tais publicações. O
novo movimento historiográfico foi muito impactante e renovador, colocando em
questionamento a historiografia tradicional e apresentando novos e ricos elementos para o
conhecimento das sociedades, dentre estes a própria História Oral, apresentando junto das
novas ferramentas uma História bem mais vasta do que a que era praticada até então,
evidenciando todos os aspectos possíveis da vida humana ligada à análise das estruturas.
2.1 OS CAMINHOS DA HISTÓRIA ORAL NO BRASIL
Apontaremos aqui, alguns caracteres da história oral no Brasil, assim como um breve
histórico de seu desenvolvimento. As linhas que se seguem estão amplamente baseadas na
apresentação que fizeram conjuntamente para o livro organizado pelas mesmas, intitulado
“Usos e abusos da história oral”.
O Brasil não demorou a ingressar na onda da história oral. De forma geral, pode-se
afirmar que os estudos realizados com fontes orais tiveram fonte impulso a partir dos anos de
1960, devido ao avanço tecnológico que, ao produzir gravadores cassetes, viabilizou o
arquivamento de depoimentos orais. O primeiro passo, no Brasil, foi dado pela Fundação
Getúlio Vargas (FGV) que, em meados da década de 1970, criou um programa de História
Oral ligado ao CPDOC, que tinha como objetivo obter depoimentos de líderes políticos que
atuaram a partir da década de 19203.
Não obstante, aqui o início da história oral foi complicado, encontrando vários
obstáculos para serem suplantados, como por exemplo, a acolhida entre os pesquisadores e a
comunidade acadêmica, que muitas vezes se posicionaram desfavoravelmente à mesma. Nas
palavras de Ferreira e Amado (2000), foi apenas nos anos 1990 que a história oral passou a ter
maior visibilidade no Brasil.
Daí em diante, o debate sobre as fontes orais avultaram-se, tanto que os congressos
sobre o tema tornaram-se recorrentes e, durante o II Encontro Nacional de História Oral,
realizado no Rio de Janeiro, em 1994, a Associação Brasileira de História Oral (ABHO) foi
criada.
Assim como já haviam afirmado Ferreira e Amado (2000), até então, esse campo é
mais ocupado por acadêmicos, sendo raras as aparições de pesquisadores diletantes,
vinculados a associações de moradores, sindicatos, empresas, classes etc. Tal quadro só vem
sofrer mudanças, no III Encontro Nacional de História Oral, realizado em Campinas, no ano
de 1996, quando esse tipo de produção foi um pouco mais significativo (2000: IX-X).
Com o passar do tempo, importantes temáticas desenvolveram-se a partir dos
trabalhos com história oral e memória. Por exemplo, os estudos sobre memórias escritas,
tomando como objetos e fontes de pesquisas cartas pessoais, diários, postais, cartões,
anotações, entre outros, culminaram em interessantes resultados.
Hoje, é possível identificar que as possibilidades de estudos nesse campo são
variadas, já que os acervos que dão embasamento às pesquisas não se constituem apenas por
fontes orais. Além das entrevistas, encontram-se documentos escritos, imagens, memórias e
outros registros, como bem exemplificam os arquivos do CPDOC, o que não significa que
outros acervos espalhados pelo país estejam carentes desse tipo de material.
3Informação retirada do site do CPDOC. Lá, também é possível ter acesso a grande parte dessas gravações, o que
constitui uma opção de pesquisa bastante fértil. Acessar www.cpdoc.fgv.br.
Diante do exposto, podemos perceber que os primeiros passos da História oral no
Brasil, assim como seu surgimento na História, nasce em benefício das classes detentoras do
poder, da elite burguesa, melhor difundindo os grandes feitos e seus supostos heróis.
Gradativamente, a classe dita “de baixo” é apresentada a esta nova ferramenta que na mesma
proporção vem colocando-a em maior evidência no hall da História contemporânea.
2.2 AS CONTRIBUIÇÕES DA HISTÓRIA ORAL COMO FERRAMENTA
DIFUSORA DA CULTURA POPULAR LOCAL
Já foi dito que a história oral surgiu juntamente com as novas concepções
historiográficas dos anos 1960-1970, principalmente ligada à “história dos de baixo”, voltado
a acontecimentos e a valorização do indivíduo. Enfim, ligava-se à nova linha de estudos
culturais que se afastava dos estudos puramente estruturais e quantitativos, levando em conta
novos objetos, metodologias e fontes. Joutard (2000) explica que a história oral apareceu com
três inspirações iniciais, que seriam: 1) ouvir a voz dos excluídos; 2) trazer à tona as
realidades indescritíveis; 3) testemunhar as situações de extremo abandono. Nesse sentido,
dava força àqueles que não a tinham e possibilitava revelar o que não se encontrava nos
documentos escritos. No limite, Joutard atestou que por meio do oral seria possível apreender
com mais clareza as verdadeiras razões de uma decisão, por se penetrar no mundo do
imaginário e do simbólico (2000: 33-34).
O estudo sobre a memória se universalizou no momento em que, o passado está cada
vez mais distante do presente, quando as pessoas não mais identificam sua essência pela perda
dos antigos padrões de relacionamento social e a desintegração dos antigos laços entre as
gerações. Observa-se que, tal questão é fruto de uma herança cultural que tempos atrás não
fixou sua raiz e que vem sendo sucumbida pelas agitações momentâneas.
A memória é a principal responsável pela construção de identidades individuais e
coletivas, permitindo que cada geração estabeleça vínculos com as gerações anteriores. Uma
das intenções do sugerido trabalho é que os indivíduos, assim como a sociedade tururuense,
ao identificarem a relevância do seu contexto histórico, procurem preservar o passado de seu
povo não apenas como uma História que irá ser recontada, mas, sobretudo como um guia que
servirá de orientação para enfrentar as incertezas do presente e do futuro, estreitando as
relações sociais entre criatura e o meio que vive e atua.
A História oral dos movimentos culturais locais possibilitará uma visão e melhor
compreensão do entorno do indivíduo, identificando passado e presente nos vários espaços de
convivência. Essa temática permite que histórias individuais e de grupos, possam ser inseridas
em um contexto mais amplo, elevando a História local e promovendo uma espécie de
intercâmbio cultural entre passado e presente. E assim, invalidar aquilo que os adultera
culturalmente, reconhecendo sua subjetividade enquanto formadores de sua própria História.
Muitos questionaram e questionam a veracidade histórica destas pesquisas, outros
percebem que a história não é feita apenas de grandes feitos de personalidades ilustres como
prefeitos, coronéis fazendeiros, todos, direta ou indiretamente, faziam parte de um mesmo
contexto, certa vez lutando pelos mesmos ideais. Assim, entende-se que fazemos parte de um
mesmo processo histórico onde estão presentes múltiplos personagens, porém, em muitos
casos, a grande parcela dos verdadeiros conquistadores torna-se mais uma lacuna no eixo da
História Contemporânea.
Esse anonimato vem se desfazendo na medida em que o oprimido passa a ganhar
voz, adotando-se uma postura investigativa onde não só documentos escritos e oficiais podem
ser usados, mas uma gama de outros registros estão sendo incorporados ao cabedal de fontes
dos historiadores. Entre estas fontes, a memória através da História Oral vem se tornando não
só uma fonte primordial para se reconstruir a essência de um povo, mas podendo colocar “em
cheque” certas facetas do presente.
Adotando como base os depoimentos orais e, sustentado por métodos de teóricos da
História Oral, o historiador tem em mãos a ferramenta que faltava para tirar desse anonimato
vários personagens, de maneira a possibilitar a reconstrução de uma história menos elitista,
concedendo vez aos até então “esquecidos”.
Como podemos perceber a História Oral se tornou indispensável para a historia dos
“derrotados” possibilitando a este tornar conhecida a ação de muitos indivíduos pela memória
que um dia foi vivida, mas que sempre foram ignorados pela História oficial. A História Oral
pode ser usada sim como forma de tirar do anonimato estes que até então foram ignorados e
depreciados em sua dignidade histórica.
O artigo dentro de suas pretensões visa trazer à tona todo o valor daqueles que em
seu esforço dentro dos movimentos da cultura local, deixaram suas marcas e um legado para a
cultura Tururuense, na terra onde trabalharam e produziram, todavia soube plantar um dia sua
cultura, que de certa forma ainda resiste, porém não como gostaríamos.
Sendo assim, os valores transferidos entre gerações, assim como a personalidade
moldada dentro da família, dos movimentos sociais e nos demais polos culturais são questões
de importância crucial para a História cultural de Tururu. Para tanto, ressalta-se a necessidade
de se valer não só da simples utilização da teoria já preestabelecida, mas procurar pôr em
prática todo o conhecimento existente e adquirido, pois o papel da história oral é realizar o
que tais teorias não conseguem fazer de forma distinta, ou seja, associar intrinsecamente o
objetivo com o subjetivo, gerando possibilidades para que possamos difundir a história
popular local entre os vários segmentos socioculturais, assim também em todo o âmbito do
Vale do Curu.
2.3. HISTÓRIA ORAL E MEMÓRIA: A CULTURA TURURUENSE
Vive-se em uma era, onde se intensifica a cada momento a influência de outras e
novas formas de cultura, sufocando e colocando em risco nossa identidade enquanto seres
socioculturais. Grande parte dos movimentos da cultura popular local encontra-se parados em
um tempo distante, caindo num notório esquecimento, tornando-se parte desconhecida, porém
fundamental, para as sucessoras gerações. A riqueza da cultura local não se reflete nas suas
práticas, movimentos como o São Gonçalo, a vaquejada, o reisado, etc., raramente são
realizados com frequência, o que se pressupõe logo podemos perder nossa essência cultural.
É intenção do trabalho que o educando passe a entender como é preciso uma
melhoria nas práticas dos costumes e tradições populares, pois através dessa convalescença
poderão ocorrer efeitos muito significativos na cultura cotidiana. O mesmo tem o intuito de
incentivar os mesmos a trabalhar seus hábitos e reacendê-los a um caráter costumeiro,
especialmente nas comunidades onde se acentuavam e que muitos residem. É importante
destacar que o projeto não deve ser visto como a solução do problema, mas que tais ações
podem modificar aos poucos a cultura da nossa sociedade, melhorando assim, a qualidade de
vida local.
Ao analisarmos a inserção dos movimentos culturais da comunidade tururuense
dentro de sala de aula, a História Oral será de essencial importância para levar os alunos a
entenderem o panorama da cultura popular no cenário atual. A memória popular tem como
propósito levar-nos de volta ao passado, trazendo à tona o contexto de determinadas práticas e
de certa forma, restituindo o desconhecido agora conhecido. Segundo Delgado (2010) a
história oral é um procedimento metodológico que busca, pela construção de fontes e
documentos, registrar, através de narrativas induzidas e estimuladas, testemunhos versões e
interpretações sobre a História em suas múltiplas dimensões: factuais, temporais, espaciais,
conflituosas, consensuais.
Não é, portanto, uma parte isolada da história de vida, mas o registro de depoimentos
sobre essa história vivida que envolve entrevistado, entrevistador e as dimensões da narrativa.
Assim, será por meio da oralidade, em oposição a práticas positivistas das ciências sociais,
que se fundamentarão possibilidades de se reconstituir o desejo pelas práticas da tradição
popular, assim vindo a ser o indivíduo protagonista de sua História. Tamanha relevância não
passa despercebida ao olhar de autores preocupados em difundir este segmento da História,
que vive de um passado em função de um presente. Neste trecho da obra de Thompson (1992)
o mesmo afirma que:
A história oral pode dar grande contribuição para o resgate da memória nacional,
mostrando-se um método bastante promissor para a realização de pesquisa em
diferentes áreas. É preciso preservar a memória física e espacial, como também
descobrir e valorizar a memória do homem. A memória de um pode ser a memória
de muitos, possibilitando a evidência dos fatos coletivos (THOMPSON, 1992: 17).
Observa-se na ensejada análise o quanto é versátil e importante tal ferramenta para o
aprendizado e a revitalização dos movimentos da cultura popular de Tururu (CE). Em outra
perspectiva, poderá também trazer uma nova roupagem para a historiografia contemporânea.
Há de se destacar, que os usos das memórias são de extrema importância no campo da história
oral. Essa vertente que sofreu diversos ataques no momento em que surgiu hoje se fortifica, a
cada investida da memória, como um campo de estudo da historiografia.
A memória no sentido primeiro da expressão é a presença do passado. A memória é
uma construção que acarreta de fato uma representação seletiva do passado, que nunca é
somente aquela do indivíduo, mas de um indivíduo inserido num contexto histórico, familiar,
social e nacional. Deve-se haver um vínculo entre a história e a memória, conforme afirma Le
Goff (1994) a memória, onde cresce a história, que por sua vez a alimenta, procura salvar o
passado para servir o presente e o futuro. Devemos trabalhar de forma que a memória coletiva
sirva para libertação e não para a servidão dos homens.
Para Circe Bittencourt: “a memória é, sem dúvida, aspecto relevante na configuração
de uma história local tanto para historiadores quanto para o ensino (Bittencourt, 2009: 168)”.
Ambos teóricos acreditam que a História Local não se faz sem o testemunho do vivido.
Entende-se assim que, História Oral não é somente a lembrança de um indivíduo qualquer,
mas daquele que esteja inserido no contexto sociocultural do município, possibilitando o
permear dos movimentos da tradição popular em benefício de um todo.
Complementando a análise discursiva, na visão de Halbwachs (1990: 60), “não é na
história aprendida, é na história vivida que se apoia nossa memória”, nesse intuito buscamos
investigar a memória de indivíduos protagonistas dessa história, em busca de confirmações
dos depoimentos e procurar fatos, elementos que possibilitassem a confrontação dessas
memórias, com a realidade da cultura popular, na qual os mesmos indivíduos encontram-se
inseridos.
Neste processo de relações sociais, mantemos as lembranças formando grupos de
referências, “ancoradas no vivido, na experiência histórica” (OTERO, 1998: 42). Portanto, na
rememoração “a memória assume a forma de ‘trabalho’ e revela sua ‘dimensão cognitiva’,
seu ‘caráter’ de saber” (BRANDÃO, 2001: 3).
Tais visões teóricas e a História Local das práticas e tradições populares, no bojo das
várias narrativas, nos ajudaram a interpretar e entender o panorama da cultura tururuense. Por
meio da Memória e História Oral, os depoimentos e os relatos pessoais passaram a ser
ouvidos, valorizados e muitos dos seus defeitos relativizados, permitindo o crescimento da
história no tempo presente e o fortalecimento dos movimentos da cultura popular de Tururu,
que há algum tempo está marginalizada no campo da História Local.
Hoje a História Oral é uma extensão da história, sendo um objeto recorrente de
difusão da identidade cultural local. Assim deixou de ser apenas fonte, como o era nos anos
1970, passando à metodologia da história. Sua posição tão bem fixada, que é comum levar-se
a cabo, atualmente, pesquisas acerca da história oral e memória, como no presente artigo.
Henry Rousso (2000) nos esclarece melhor que o próprio fato de escrever uma história da
memória significa, por definição, que se ultrapassa essa oposição sumária entre história e
memória, pois isso equivale a admitir que a memória tem uma história que é preciso
compreender.
O que se observa é a história social da memória, além de outras pesquisas
desenvolvidas pela história oral. Com a supressão da separação radical entre história e
memória e a aceitação desta última como fonte e objeto de estudo, foi possível vislumbrar e
desmistificar a noção de que os historiadores são guardiões da verdade, pois entre a história
feita pelos historiadores e a história apreendida pelos indivíduos no seio de uma sociedade, há
uma lacuna muitas vezes enorme (Idem: 97-98).
O processo de relembrar propiciou a exploração da subjetividade através da
experiência vivida e a natureza da memória coletiva e individual, em especial os movimentos
da cultura popular tururuense. A história oral já ocupa o seu lugar no cenário cultural deste
município como ferramenta difusora dos movimentos da cultura popular de Tururu.
3. METODOLOGIA
A evocação da memória dos movimentos da cultura popular local para a transmissão
do vivido por meio dos depoimentos constitui a principal matéria de estudos do ensejado
projeto, cujo método é a história oral de vida. Nesta pesquisa, foram considerados os
silêncios, os esquecimentos, as reiterações, a linguagem não verbal e o cotejamento com
fontes escritas e imagéticas. Tudo isso comporá os dados de análise, levando-nos a entender
que a memória presente nos relatos orais pode ser interpretada como sinônimo de História
Oral.
O procedimento fundamental na construção dos dados da história oral sobre os
movimentos culturais no então projeto foi a entrevista, uma etapa essencial que embasou as
diversas discussões e idealizaram novas concepções. Para tanto, foram levados em conta os
pensamentos de autores que subsidiaram e fomentaram o campo teórico e analítico da referida
pesquisa, dentre os tais, podemos destacar Thompson (2000), Joutard (2000), Le Goff (1994),
Bittencourt (2009) e Delgado (2010) que de início esclareceram-nos enquanto a origem e as
primeiras finalidades da oralidade dentro do contexto histórico.
As reflexões teóricas das autoras Marieta Ferreira e Janaína Amado dentro da obra
Usos e Abusos da História Oral nos ajudaram a pensar e entender os primeiros passos da
mesma, e o movimento historiográfico no campo de pesquisa brasileiro. Assim também, é
necessário nos referimos ao CPDOC, que indiretamente embasaram o desenrolar da pesquisa
na proposição significativa de seu acervo. Dessa forma, analisamos as rememorações,
principalmente – ligadas aos movimentos populares da cultura local, desvendando uma
camada sociocultural, até então não prestigiada, por intermédio da memória coletiva, está
edificando historicamente sua identidade cultural.
A análise dos movimentos populares locais não partiu da simples elaboração de
hipóteses previamente estabelecidas, mas se desenvolveu a partir e na relação, produzindo um
saber de participação entre sujeito e pesquisador, que se situaram num mesmo nível. No caso
da entrevista, o entrevistador deve ir à entrevista desarmado de signos de classe, de status, de
instrução. E vão construindo juntos o processo. Assim encontramos a possibilidade desse
sujeito de refazer sua trajetória, de reconstruí-la, ressignificando seu caminho em meio à
cultura local tururuense.
Mediante estudo dos movimentos populares, como potencial atrativo a cultura de
Tururu, buscou-se promover a importância dos mesmos para a atual e posteriores gerações,
expondo e aplicando atividades culturais local na EEM Luiza Bezerra de Farias, analisando
estes movimentos dentro do conceito de produto característico dos costumes e tradições, e
identificando a possibilidade de desenvolvimento da cultura por meio da exploração dos
depoimentos colhidos e da representação destes sujeitos dentro do cenário cultural local.
Toda atividade científica requer um referencial nas fontes utilizadas. Se tratando de
história oral, citar a fonte também tende a significar citar o nome do colaborador/entrevistado.
Assim, além de dar voz ao sujeito e referenciar nossa fonte de pesquisa, garantimos a
credibilidade de nosso trabalho científico, possibilitando o mesmo a tornasse referência dentro
do âmbito cultural do Vale do Curu.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Diante do que foi exposto podemos perceber a narrativa, na interface da história oral
e da memória, como um método de fundamental importância para que possamos conhecer e
entender o percurso dos movimentos da cultura popular deste município, e consequentemente,
lançarmos nosso olhar crítico sobre a realidade e os rumos que os mesmos estão se
enveredando. Para tanto, é necessário que tenhamos uma ideia do que seria Cultura na visão
de um popular, de maneira a introduzir a análise discursiva da pesquisa:
“Cultura na minha visão, ela vem do conhecimento de um povo... de uma sociedade
e, mas também esse conhecimento ele não se prende somente a isso, ele também, ele
deve se apegar também a exposição. Não basta você somente ter conhecimento, mas
é preciso também você apresentar esse conhecimento pra outras pessoas (Romão
Francisco de Oliveira Barros, 51 anos/2015).”
A princípio, é notória a pouca ou quase nula exposição dos movimentos populares e
a disseminação deste conhecimento no decorrer das últimas décadas, o que poderia ser o
diferencial da cultura em foco. Por meio de depoimentos orais observamos que o município
de Tururu um dia foi cenário de uma considerável cultura via movimentos culturais locais,
conforme a fala do agricultor aposentado do Assentamento Mulungu:
“No tempo de nossos mais véi, nóis tinha o reisado aí, o pessoal mais véi fazia o
reisado... eu como era menino, naquelas era de 40 (quarenta) eu tinha na base de
10 (dez), 12 (doze) anos. Eu trabalhava de dama, ia ser dama no meio dos
papangus, como bem, tinha os papangus, tinha a dama, tinha o cavalo véi, tinha a
burrinha, tinha a véia dos papangus, e eu ia brincar de dama que eu achava bonito
aquilo, aí ia brincar de dama mais eles. Eu pedia o papai e a mãe pra ir, e eles
dexavo... Tinha o São Gonçalo, em tal parte tinha São Gonçalo, e nós ia brincar o
São Gonçalo, de 9 (nove) jornada, até 5 (cinco) jornada, era assim, nós achava
muito bonito e ia brincar isso aí, era particularmente a festa dos mais velhos o São
Gonçalo (Alonso Mota do Nascimento, 85 anos / 2015).”
O depoimento supracitado do entrevistado permite compreendermos melhor o
panorama da cultura local de Tururu, em meados do século passado, no que se refere a
movimentos populares/culturais. Percebe-se o quanto eram fortes e tinham uma significativa
relevância em meio à comunidade tururuense, sendo praticados não só no seio familiar, assim
também, percorrendo diferentes áreas no entorno do município. Entende-se que não era uma
mera prática, mas sim o principal lazer do pequeno guerreiro agricultor, algo que lhes traziam
alegria e vontade de viver, compensando de tal forma sua árdua labuta.
As transformações são inúmeras no cenário cultural de Tururu, tendo em vista que, o
indivíduo antes, mesmo que indiretamente, fazia parte de um processo sociocultural,
estimulando-o sua formação tanto pessoal e social, mas principalmente cultural. Ao passar
dos anos percebe-se uma certa desvalorização do ser para com a manutenção de sua própria
cultura, podendo em um futuro não tão distante perderem sua essência, ficando totalmente
sem a referida identidade enquanto seres culturais.
Tal entendimento está refletido nas singelas palavras do colaborador/entrevistado
Alonso do Nascimento, que avalia a sua maneira o momento que perpassa a cultura deste
município:
“Esses caso aí eles dizem assim: Não... num vou pra São Gonçalo não, que São
Gonçalo é uma coisa véia, é dos antigos, é dos mais velho... Vamo é pu forró, vamo
assistir uma novela, vamo é assistir uma coisa que é mais influente... São Gonçalo
como diz: não é coisa ... que seja favorável a todo mundo, e vão pu forró, pra essa
coisa assim.... Não se interessa aquelas coisas do passado... as coisas do passado
era mais tranquilo, era mais honesto né.”
Tendo em vista o que foi relatado, observa-se um certo declínio cultural no qual
perpassa o município de Tururu, muito disso devido à falta de sequência destes movimentos,
de uma geração pra outra, o desinteresse que logo se instalou, o preconceito da atual geração
que, e mesclado a esta última, estando as agitações momentâneas, que apesar de não fazerem
parte da essência cultural deste povo, são acolhidos e praticados com fervor, diferentemente
da cultura característica local.
Complementando a linha de raciocínio, destacou-se o seguinte trecho, com as
palavras do colaborador/entrevistado Romão Francisco de Oliveira Barros:
“Isso (declínio cultural) em função de vários aspectos, não somente a parte de
incentivo, porque eu acho que a cultura e esses movimentos, esses grupos, eles
precisam de incentivos... como também a questão da identidade das próprias
pessoas... as pessoas não se identificam mais como parte dessa cultura e desses
movimentos.”
Ao se trabalhar o vivido subjetivo dos sujeitos, através do método da História oral,
temos acesso à cultura, ao meio social, aos valores que ele elegeu e, ainda, à ideologia. Esta
última no passar dos anos tem sofrido diversas modificações.
No trecho a seguir, o depoente Romão Francisco de Oliveira Barros expõe seu
pensamento ao se verificar essa falta de interesse com relação às atividades culturais
tururuenses:
“A partir do momento que essa manifestação não é incentivada, ela fica parada... e
aí cada vez que acontece essa parada, eu acho que causa um prejuízo enorme,
porque pra você resgatar essa cultura, você vai perdendo a questão da continuidade
no tempo. Mas eu acredito que esse tempo ele não é muito distante, eu acredito que
ainda pode-se resgatar isso e colocar isso numa pauta do dia, principalmente do
nosso município.”
Apesar de sua formação ser em Geografia, Romão Barros é também um grande
admirador da cultura popular tururuense, que avalia e interpreta como poucos a atual situação
das tradições deste povo. O mesmo acredita estarmos passando por um declínio cultural por
termos parado no tempo, culturalmente falando, crer que possamos um dia voltar a está
praticando determinados movimentos de maneira a reacender a essência cultural de Tururu,
mantendo viva sua identidade. Dentro dessa perspectiva, o trecho a seguir nos faz enxergar
caminhos a serem considerados na busca por tal salvação:
“O espaço escolar, é um espaço que eu acho propicio pra você trabalhar isso...
Você chega a responder perguntas: Por que muitas pessoas não se identificam
mais? Por que essas pessoas não se interessam mais por esses movimentos? Será
que essa pessoas perderam essa identidade, ou essa identidade ficou esquecida em
algum lugar? Então eu acho assim.... esse resgate fazendo uma parceria com as
escolas... acho que dentro das escolas conseguiria resgatar essa história, esses
movimentos culturais, resgatar essa essência da cultura que a gente tem aqui em
Tururu (Romão Francisco de Oliveira Barros/2015).”
Não há dúvidas de que com a educação podemos transformar o mundo no qual
vivemos, formando o ser crítico, dono de sua própria ideologia e lutando por um país com
uma melhor qualidade de vida. No entanto, para atingirmos tal desempenho, é necessário que
esta mesma educação esteja atrelada a cultura de seu povo, pois precisam caminhar lado a
lado para o desenvolvimento satisfatório de ambas. Sem uma identidade cultural que alicerce
os pilares da educação, jamais teremos um ensino qualificado e vice-versa.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A abordagem deste tema se torna muito importante na medida em que diz respeito a
um assunto pouco analisado pela historiografia brasileira. Ainda podemos afirmar que este
estudo tornará possível a divulgação da cultura tururuense e sua atual realidade, a diversidade
dos movimentos populares, depoimentos de praticantes, permitindo que se possa entender à
formação da mesma.
Aqui, brevemente, apontou-se o princípio da história oral dentro do contexto
histórico, alguns caminhos traçados pela mesma no Brasil e sua contribuição para o registro
dos movimentos da cultura popular local. Diante do que foi abordado, parece que a afirmação
de que esse campo da história oral já ocupa seu espaço, tanto quanto os obstáculos e os limites
que as fontes orais colocam também o são. Deste modo, parece que a postura que a história
oral deve assumir daqui para frente, não se configura mais apenas na defesa contra os ataques
que marcaram sua trajetória, mas sim no seu desenvolvimento teórico e metodológico, para
que continue a manter vivo o ontem e o hoje para um futuro incerto.
Não temos qualquer dúvida de que a narrativa, a memória e a história oral podem nos
dar suporte enquanto seres socioculturais, abrindo novas possibilidades e gerando alternativas
não só para a reconstituição da história da cultura popular tururuense, mas também servindo
de base para o despertar de um sentimento afetuoso por suas heranças e raízes culturais. No
entanto, é necessário por parte do pesquisador o reconhecimento e um novo olhar em relação
a conceitos estabelecidos por um olhar estático, na percepção de um objeto
descontextualizado.
Faz se necessário assumir que à narrativa é sempre a narrativa de um fragmento, a
experiência nunca cabe por inteiro em uma narrativa, ela se encontra na dinâmica da
organização da experiência, mas não poderá totalizá-la. Porém são nestas palavras onde o
fluxo de informação é mais tangível, adjunto de uma roupagem cultural que melhor
caracteriza os costumes e tradições nesta terra querida.
A narrativa oferece leituras plurais e torna possível o aparecimento de outros pontos
de vista, requer integração na construção do novo conhecimento, na reconstituição da história.
A análise das histórias individuais permite a reconstrução das relações sociais, dos
acontecimentos, requer conhecimento do contexto, investigação e cautela.
Portanto, a subjetividade estará sempre presente na memória, bem como em toda
produção científica, pois é indissociável do ser humano. Desenvolvida no campo da história
oral, amplia as possibilidades e alternativas do pesquisador conhecer e “vivenciar” a realidade
narrada ao interagir com o narrador. A objetividade científica não está relacionada à
neutralidade, pois esta não existe, mas na compreensão do pesquisador, que a pesquisa requer
um compromisso ético na tarefa da interpretação das narrativas e dos vestígios encontrados
em busca de uma aproximação com a realidade cultural.
6. REFERÊNCIAS
AMADO, Janaína. Usos e abusos da história oral. 3ª ed. Rio de Janeiro: FGV, 2000, p. 93-
102.
BRANDÃO, J. L. A justa memória: Paul Ricouer explora as relações entre memória, história
e esquecimento. São Paulo: Folhas de São Paulo, 2001.
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: Fundamentos e Métodos. São
Paulo: Editora Cortez, 2009.
DELGADO, L. DE A. N. História oral: memória, tempo, identidade. 2. Ed. Belo Horizonte:
Autêntica, 2010.
FERREIRA, Marieta de Moraes; AMADO, Janaína. Apresentação. In: Usos e abusos da
História oral. 3ª ed. Rio de Janeiro: FGV, 2000.
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Vértice, 1990.
JOUTARD, Philippe. Desafios à história oral do século XXI. Apud. FERREIRA, Marieta de
Moraes. Et all; História Oral: desafios para o século XXI – Rio de Janeiro: Editora
Fiocruz/Casa de Oswaldo Cruz / CPDOC - Fundação Getúlio Vargas, 2000. p. 33.
LE GOFF, Jacques. Memória. In: História e Memória. Campinas: Ed. UNICAMP, 1994.
OTERO, L. F. História e memória: a problemática da pesquisa. Passo Fundo: EDUFF, 1998.
Site InforEscola: BURKE, Peter. A Escola dos Annales: 1929-1989. São Paulo: Edit. Univ.
Estadual Paulista, 1991. Arquivado em: História
THOMPSON, Alistair; FRISCH, Michael; HAMILTON, Paula. Os debates sobre memória e
história: alguns aspectos internacionais. In: FERREIRA, Marieta de Moraes; AMADO,
Janaína. Usos e abusos da história oral. 3ª ed. Rio de Janeiro: FGV, 2000, p. 65-93.
THOMPSON, E. P. A Miséria da Teoria, ou um planetário de erros. Rio de Janeiro: Zahar
Edditores; 1981.p. 194.
__________. A voz do passado: história oral. 3. Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.