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30/09/2013 1 Cultivo do pinhão-manso Professor Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva [email protected] Nome científico: Jatropha curcas L. Família botânica: Euphorbiaceae Outros nomes populares: Pinhão-paraguaio, pinhão-de-purga, pinhão-de-cerca, purgante- de-cavalo, manduigaçu, mandubiguaçú, figo- do-inferno, purgueira, mandythygnaco, pinhão croá. Importância Considerado opção agrícola para a região nordeste Ser uma espécie nativa, exigente em insolação e com forte resistência a seca. Origem Acredita-se = América do Sul, possivelmente originária do Brasil

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30/09/2013

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Cultivo do pinhão-manso

Professor Dr. Tiago Roque Benetoli da Silva

[email protected]

• Nome científico: Jatropha curcas L.

• Família botânica: Euphorbiaceae

• Outros nomes populares: Pinhão-paraguaio, pinhão-de-purga, pinhão-de-cerca, purgante-de-cavalo, manduigaçu, mandubiguaçú, figo-

do-inferno, purgueira, mandythygnaco, pinhão croá.

Importância

• Considerado opção agrícola para a região nordeste

Ser uma espécie nativa, exigente em insolação e com forte resistência a seca.

Origem

• Acredita-se = América do Sul, possivelmente originária do Brasil

30/09/2013

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O nome Jatropha, deriva do grego iatrós (doutor) e trophé (comida), implicando as

suas propiedades medicinais.

Curcas é o nome comum para o pinhão manso em Malabar, Índia.

Será que eu posso comer também???

Descrição

Família das Euforbiáceas, a mesma da mamona e da mandioca

• Arbusto grande, de crescimento rápido

• Altura 2-3m (pode alcançar até cinco metros)

• Diâmetro do tronco � 20 cm

• Raízes curtas e pouco ramificadas

• Caule liso, de lenho mole e medula desenvolvida mas pouco resistente

• Floema com longos canais que se estende até as raízes, nos quais circula o látex (ferimento)

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Folhas e Flores• Verdes, esparsas e brilhantes, largas e alternas, em

forma de palma com três a cinco lóbulos e pecioladas

• Floração monóica, apresentando na mesma planta, mas com sexo separado, flores masculinas, em maior

número, nas extremidades das ramificações e femininas nas ramificações

• Amarelo-esverdeadas e diferencia-se pela ausência de pedúnculo articulado nas femininas que são

largamente pedunculadas.

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Fruto

• O fruto é capsular ovóide com diâmetro de 1,5 a 3,0 cm

• Trilocular

• Indeiscente, inicialmente verde, passando a amarelo, castanho e por fim preto

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Semente

• Secas medem de 1,5 a 2 cm de comprimento e 1,0 a 1,3 cm de largura;

• Tegumento rijo, quebradiço, de fratura resinosa.

• Possui de 33,7 a 45% de casca e de 55 a 66% de amêndoa.

• 37,5% de óleo e 55,3% de açúcar, amido, albuminóides e materiais minerais

Vantagens• Severo na natureza; pode crescer e sobreviver com poucos

cuidados em terra marginais (de pouco fertilidade).

• Crescimento rápido e planta de vida longa.

• Planta de fácil de propagação.

• Sementes não comestíveis (tóxica), nem levadas por pássaros ou animais.

• Suportou com sucesso secas em Orissa, Índia.

• Biodiesel produzido foi testado analiticamente por DaimlerChrysler e recebeu status de promissor.

• Planta altamente adaptável, com grande habilidade para crescer em locais pobres, secos.

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Desvantagens

• Baixa resistência ao frio

• Má qualidade da madeira

• Sementes tóxicas

• A torta que sobra não pode ser usada para alimentação animal, devido as suas

propiedades tóxicas

Como plantar

• Muda

• Transplantar para o local definitivo a partir da primavera até o mês de janeiro.

• Viveiro entre os meses de dezembro a março, as mudas estariam prontas para serem transplantadas

com cerca de 90 dias.

• Na hora de transplantar a muda, molhar bem o viveiro e fazer o arranque com as mãos. A muda será

com as raízes nuas.

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• Deixar a muda com 30 a 50 cm de altura no máximo. Corta do ponteiro, � emitir brotos laterais ao caule.

• Estes brotos laterais � formar em estilo taça,

• Preencham o maior volume possivel do espaço,

• Aceita muito bem a poda.

• As podas de manutenção � saída do inverno (ocupar) possíveis espaços que possam vir a existir

entre as plantas e para manter a planta numa altura que favoreça a colheita sem necessidade de usar escadas, ou seja em torno de 2 metros de altura

mesmo quando adultas.

Em um plantio experimental, o espaçamento poderá ser de dois metros entre plantas e de

três metros entre linhas.

Preparo do solo, adubação e calagem

• Arado + grade leve

• Em solos ácidos, com pH abaixo de 4,5 �necessário a realização de calagem

• Calagem ???

• A adubação deve seguir as recomendações da análise química completa do solo, incluindo o teor de matéria orgânica (M.O.% = N% x 20).

Propagação da cultura

Pode ser reproduzido via sexuada ou multiplicado por estacas.

De modo geral, as plantas oriundas de sementes são mais resistentes e de maior longevidade, atingindo

idade produtiva após quatro anos,

Estacas são de vida mais curta e sistema radicular menos vigoroso, mas começam a produzir no

segundo ano.

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• Quando obtida por via sexual, em boas condições de produção, a longevidade desta

euforbiácea é de 30 a 50 anos, podendo viver até mais de um século

Cultivo por sementes

• As sementes � de plantas robustas e saudáveis,

• O sistema de propagação em viveiros é mais racional e deve ser o recomendado (melhores

cuidados)

Cultivo por estacas

• Preferido (simplicidade e economia) � não mais recomendado

• Cortadas dos ramos lenhosos com um ou dois anos, em plantas isentas de pragas e doenças,

• Ramos mais próximos da base do caule, com 40 a 50 cm e comprimento.

Plantio e espaçamento entre plantas

• O plantio das estacas = covas, enterrando-as até 20 cm de profundidade, firmando bem a terra a sua volta.

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• Após o pegamento das mudas procede-se à adubação conforme a análise química, incorporando a mistura de

fertilizantes aos primeiros 5 ou 10 cm da cova. Repete-se essa adubação após seis meses.

• Após esse período a adubação deve ser feita uma vez ao ano, sempre seguindo a recomendação do laboratório

• A melhor época para o plantio é no início das primeiras chuvas, para assegurar bom desenvolvimento das plantas. No entanto, quando se dispõe de água para irrigação, o plantio

pode ser feito em qualquer época.

Tratos culturais, pragas e doenças

• Livre de plantas daninhas, principalmente em volta das plantas

• O pinhão é uma planta pouco atacada por parasitas, mas têm sido verificadas algumas ocorrências como as apresentadas a seguir:

Saúva (Atta sexdens rubropilosa)

• Iscas ou inseticidas

(Retirada da mata � ataque severo)

Formiga “Rapa-rapa”

• Alimenta-se da casca da estaca ou da muda da planta. Podendo matá-la.

• Seus ninhos são fáceis de ser destruídos, pois são muito superficiais.

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Ácaro-branco (Polyphagotarsonemus

latus)• A planta atacada paralisa seu crescimento

(folhas branca prateadas)

• Enxofre

Ácaro Vermelho (Tetranychus sp.)

• Com corpo avermelhado, tem menos importância, ocorrendo em geral em folhas maduras do pinhão. A aplicação do enxofre em pó é também eficiente para o controle

dessa praga.

Trips (Selenothrips rubrocinatus)

• Pode causar alguns danos

Oídio (Oidium sp)

• Em geral não prejudica a planta. A aplicação de enxofre em pó é também uma boa medida

de combate.

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Cupins• Esta praga pode matar a planta em qualquer

idade.

• Destrói a casca na região basal do caule,a qual apodrece, caindo o tronco da planta ao chão.

• Inseticida na cova, sombreamento da copa

Colheita e Beneficiamento do Pinhão Manso

• Inicia a produção já no primeiro ano (500 quilos por hectare)

• No segundo ���� 1.500 kg/ha

• 3.000 quilos no terceiro

• 5.000 a partir do quarto ano.

• Manual. O ponto ideal de colheita é quando o fruto começa a mudar de cor, de verde para amarelo.

• Lona no solo e vibrar a planta (Vale lembrar que utilizando este método cairão frutos verdes

também, alem de flores)

• Aguardar que todos os frutos amadureçam, daí usar a lona e vibrar a planta.

• Períodos de umidade intercalados com períodos de seca, sob pena de aumento da acidez do óleo.

Distribuição

• Ocorre praticamente em todas as regiões, sempre de forma dispersa, adaptando-se em condições

edafoclimáticas as mais variáveis, propagando-se sobretudo nos estados do Nordeste, em Goiás e em Minas Gerais. De modo geral, cresce nos terrenos abandonados e não cultivados, não subsistindo,

porém nos locais de densa vegetação, com a qual dificilmente consegue competir.

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Jatropha pohliana (Pinhao-bravo)

Encontrado em todo o nordeste brasileiro; arbusto lenhoso, folhas longo-pecioladas,

orbiculares, palmatilobadas, pubescentes, de bordas espinhosas; inflorescência em cimos;

flores amarelo-esverdeadas com raias vermelhas; fruto deiscente em cápsula com 3

lóculos, com 3 sementes elípticas, oleaginosas.

Jatropha gossypifolia Linn. (Pinhão-roxo)

• Folhas recentes são avermelhadas;

• Propriedades purgativas mais intensas que o pinhão-manso.

Pinhão Manso e Pinhão Bravo

• O pinhão-manso tem folhas em forma de coração, e o pinhão-bravo, folhas mais

alongadas.

• Outra diferença entre ambos é que os frutos do pinhão-bravo são deiscentes, isto é, ao

atingir a maturidade, abrem-se, deixando cair as sementes.