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Cultivo do cogumelo shiitake em substratos – cultivo axênico e pasteurização severaCultivo do cogumelo shiitake em substratos – cultivo axênico e pasteurização severaDiscussão em 'Medicinal e Comestíveis' iniciada por mirador, 12 Maio 2011.
mirador: Podia colocar apenas o link mas achei que pode ser interessante estar disponível aqui para pesquisa.
Cultivo do cogumelo shiitake em substratos – cultivo axênico e pasteurização severa
Os cogumelos comestíveis são altamente apreciados em culturas orientais e européias e sua importância no mercado
cresce a cada dia devido aos avanços tecnológicos. Os sistemas de crescimento e cultivo são resultados desses
avanços e, por meio da modernização da produção, a qualidade, a produtividade e os custos da produção vêm sendo
aprimorados.
Pode-se dizer que o cultivo do cogumelo comestível é um processo biotecnológico e utiliza resíduos da agricultura,
pecuária e agroindústria. Alguns exemplos são o esterco – bovino, eqüino, de aves e outros animais domésticos – e
também a palha e resíduos do trigo, arroz, milho, algodão, madeira, dentre outros.
São inúmeros os tipos de cogumelos que podem ser cultivados e utilizados na alimentação, como nutracêuticos e em
fitoproteção. Em países em desenvolvimento, normalmente com alto índice de desnutrição populacional, o
cogumelo, por ser rico em proteínas, vem sendo usado como incremento alimentar.
O crescimento do uso da tecnologia para o cultivo desses fungos é relativamente novo, pois até a década de 80,
apenas Agaricus bisporus, mais conhecido como champignon, e algumas espécies do gênero Agaricus e
edodes, o shiitake, contavam com uma moderna tecnologia de produção. O que se vê hoje é um quadro
diferenciado, uma vez que, em alguns países, já se moderniza a produção de espécies como: Volveriella volvacea,
Kuhneromyces mutabiles, Flammulina velutipes, Hypholoma capnoides e Coprinos comatus.
No Brasil, é possível dizer, que o cultivo comercial de fungos comestíveis restringe-se ao Agaricus bisporus
em pouca quantidade, ao Lentinula edodes – shiitake.
Shiitake é o nome mais conhecido do Lentinula edodes e vem de uma palavra japonesa que significa “fungo da
árvore Shii”. Lentinula é um fungo de madeira saprófito que absorve nutrientes que precisa de madeiras mortas, de
várias espécies de árvores e em diferentes condições climáticas.
Cultivo do Shiitake
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O cultivo do shiitake começa pela escolha de matrizes e sementes, pois quando mal conservadas ou velhas perdem o
vigor. Como a produtividade do shiitake cultivado em toras de madeira é relativamente baixa – devido à ocorrência
de pragas e contaminação das toras – outras opções vêm sendo desenvolvidas. Uma das mais promissoras é o
cultivo em blocos de substratos.
As características essências do cultivo do shiitake em substratos são:
Os materiais utilizados como substrato podem ser serragem, bagaço de cana-de-açúcar, farelo de trigo, farelo de
arroz, farelo de soja dentre outros resíduos agrícolas.
No cultivo em substrato a produtividade é maior e em menor tempo.
Maior facilidade operacional
No cultivo em substrato há menos probabilidade de contaminação e doenças no cogumelo.
É mais fácil de utilizar o espaço podendo, até mesmo, ser cultivado nos centros urbanos.
Apesar de terem a aparência inferior aos cultivados em toras, os cogumelos em substratos têm melhor qualidade
protéica.
Como o micélio acontece mais rapidamente, a produtividade torna-se maior. A prática usada para o crescimento em
câmeras de cultivo envolve a esterilização do substrato em embalagens resistentes ao calor (cultivo axênico), seguida
de inoculação – que pode ser substituído pelo cultivo em substratos submetidos à pasteurização severa.
No cultivo axênico – quando o microorganismo é inoculado sozinho ou em um substrato previamente esterilizado –
o cogumelo poderá ser muito enriquecido, pois não terá que competir com outros microorganismos. Mas não se
esqueça: é fundamental que seja mantida a assepsia para que não venha ocorrer a biostase. Quando o shiitake tiver
domínio sobre o substrato ele poderá ser exposto ao ar e sofrer induções para a frutificação. Nos casos de algumas
contaminações, as hifas mortas do shiitake tornam-se matéria orgânica fresca para a invasão dos contaminadores.
Em pasteurização severa somente uma fração dos microorganismo é combatida. A pasteurização normalmente
acontece quando o processo térmico acontece, normalmente, a 75ºC, de 6 a 8 horas. Como essas temperaturas são
facilmente alcançadas, a pasteurização pode ser feita até em envases menos resistentes a altas temperaturas, como
os sacos de polietileno. Essa técnica de pasteurização para o shiitake ainda é pouco explorada no Brasil.
Como número de microorganismo presente influencia no tempo e na temperatura necessário para esterilizar o
substrato, é muito importante que seja analisada a qualidade microbiológica das matérias primas.
Os substratos
O substrato é o maior responsável pela fonte de nutrientes e água para o posterior desenvolvimento do cogumelo e é
também o que sustenta o cultivo. Devido ao seu alto grau de importância no processo, é preciso que se tenha
cuidados especiais em sua formulação. A falta de cuidados com o substrato faz com que os microorganismos o
colonizem muito antes dos cogumelos. Os substratos ricos são submetidos a compostagem, pasteurização e
condicionamento – esse processo demora de 21 a 30 dias e, quando chega ao fim, ele está parcialmente estabilizado
e condicionado. Existem alguns organismos termófilos, antagônicos ao shiitake, que apenas são mortos quando
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elevados a altíssimas temperaturas. Isso faz com que os cultivos axênicos e os pasteurizados sejam eficientes, pois as
temperaturas a que elevam o cultivo conseguem exterminá-los. Porém, lembre-se, que existem microorganismos
que são altamente resistentes e não serão eliminados e darão biostase em ambientes onde a assepsia não for tão
rigorosa.
Os substratos para o cultivo axênico em blocos precisam ser em sacos resistentes a 125ºC, ou seja, o polipropileno ou
o polietileno de alta densidade, serragem enriquecida de nutrientes e condições ambientais controladas ou semi-
controladas. Acompanhe a formulação de um substrato para a produção axênica no quadro abaixo:
link tabela
A formulação para os substratos de pasteurização severa é menos nutritiva para que os nutrientes usados não
possibilitem a proliferação de microorganismos. Com C/N entre 50 e 65/1, o que pode envolver inúmeras
combinações de matérias-primas.
Preparo do substrato
Como o substrato é um dos fatores de maior importância no cultivo dos cogumelos é preciso que seu preparo seja
feito com o máximo de cuidados possíveis.
Primeiramente, se escolhe o material a ser usado. No caso da serragem (quem deve estar frescos e não conter mofo),
o primeiro passo é o seu peneiramento. Isso acontece porque a serragem contém pedaços de madeiras ou outros
materiais duros que precisam ser retirados, pois se ficam podem causar perfurações nos sacos – essas perfurações
facilitam a entrada de microorganismos contaminantes.
A composição do material deve ser bastante estável não estando nem muito fina, pois dessa forma compacta
demasiadamente o bloco, e nem muito grosso, pois, dessa maneira, forma bolsões de ar que diminuem a produção.
Depois de misturados os substratos devem ser colocados nos sacos apropriados e a quantidade a ser adicionada varia
de acordo com o tamanho do saco – normalmente de um quilo e meio a quatro quilos.
Depois de prontos os substratos são levados para a autoclave, máquina que funciona como uma panela de pressão, e
elevados a uma temperatura de 121ºC por duas horas ou mais.
Na pasteurização severa a temperatura é aumentada a partir da emissão de vapor, mas sob pressão ambiente. Os
blocos devem permanecer nesse ambiente por um período de seis a 10 horas. Essa diferença de tempo existe devido
ao fato de que na pasteurização severa a temperatura é mais baixa.
A autoclavagem, no processo axênico, é de alto custo de implantação, contudo é a única forma eficiente para
esterilização do material. A pasteurização severa tem custo inferior e é indicada quando o cultivo do cogumelo
acontece em galpões.
A serragem é componente mais comum nos substratos, pois são ricos em nitrogênio e em outros nutrientes. Palhas
de capim e bagaço de cana-de-açúcar também são materiais utilizados – ricos em carbonos e pobres em nitrogênio e
fósforo.
Como existe uma interação significativa entre linhagem e substrato é fundamental que um comerciante de semente
as teste antes de colocá-la em comercialização. É preciso saber sua produtividade, qualidade e características dos
basidiocarpos. Saber em que tipo de substrato e qual método de cultivo elas se desenvolvem melhor também é
importante.
Após o resfriamento do substrato, deve ser inoculado o micélio do fungo. As sementes devem ser de linhagem
selecionadas para as condições de cultivo. Depois de selecionada as sementes, a inoculação pode acontecer em dois
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diferentes tipos de ambientes:
Câmaras de fluxo laminar para o cultivo axênico ou em salas de inoculação, no caso de pasteurização severa. No
primeiro caso, as câmaras geram um ambiente estéril no momento de introduzir o inoculante nos sacos.
Crescimento do micélio
Antes que o substrato seja tomado pelo micélio, acontece a corrida micelial. Essa etapa ocorre logo após a
inoculação. Logo após esse etapa, o micélio começa a atingir sua estabilidade e, finalmente, o endurecimento da
capa micelial. Quando o bloco do substrato for considerado pronto para a frutificação o saco plástico deve ser
retirado completamente e o bloco colocado em local úmido. Isso acontece porque a função da capa micelial é
proteger a perda da umidade.
A capa micelial indica que o micélio está pronto para a frutificação.
Frutificação
Para que a frutificação aconteça com sucesso é preciso manter condições ótimas durante a fase de produção. Na fase
de frutificação os fatores fundamentais são a umidade relativa do ar, temperatura e conservação de oxigênio. Essas
condições só podem ser obtidas com a instalação de nebulizadores na câmara. Esses nebulizadores devem ser
acionados freqüentemente, porém por um período breve. Em galpões tecnificados instale sensores para que ocorra
esse controle. Para facilitar, as entradas dos galpões devem, sempre que possível, ficarem abertas para a entrada de
luz e aeração.
Contaminação
As principais contaminações que acontecem com os cogumelos se dão por fungos e bactérias. E como qualquer
praga, acarretam prejuízos para os produtores, pois podem limitar a produção e atrapalhar a aparência do produto
final. Para manter a produção livre de fungos e bactérias o cuidado com a higiene deve ser extremo.
Os fungos competidores que contaminam os blocos são os maiores adversários dos produtores de shiitake. Os mais
comuns são osTrichoderma viridi e Penicillium spp.
Comercialização
Antes de comercializar o shiitake, é preciso saber qual é o melhor momento para fazer a colheita. O mercado tem
preferência por cogumelos menores, firmes e escuros, mas quanto maior o cogumelo mais ele pesa.
Consequentemente, quanto maior o cogumelo maior a produtividade. A colheita deve ser feita todos os dias pela
manhã, pois nesse momento a temperatura e o metabolismo do fungo são menores. Realize a colheita em
recipientes rasos e limpos para que os cogumelos não fiquem um em cima do outro e sejam danificados.
o mercado tem preferência pelos cogumelos menores, firmes e escuros para evitar quebras, manchas e rachaduras.
Os cogumelos totalmente aberto murcham com mais rapidez e possuem menos valor, mas podem também ser
colhidos.
Os cogumelos no ponto ideal podem ser conservados por mais de 10 dias em refrigerador (4ºC) e são embalados em
bandejas de isopor coberto por filme de PVC ou em pequenas caixas de papelão para que tenha maior aeração do
produto.
Considerações
Confira no quadro abaixo as vantagens e desvantagens do cultivo do cogumelo em substrato em relação ao cultivo
em toras de madeiras.
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mirador, 12 Maio 2011
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Ecuador, 12 Maio 2011
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link tabela
Custo de produção na pasteurização severa
link tabela
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http://www.empregoerenda.com.br/paginas/104/1/cultivo-do-cogumelo-shiitake-em-substratos
É bom colocar a matéria, quando é interessante, é claro.
Porque senão o link morre e ficamos sem nada. Há alguns casos assim em tópicos pelo fórum.
Um estudo mais específico em cultivo axênico de Shiitake:
CULTIVO AXÊNICO DE SHIITAKE (Lentinula edodes) EM RESÍDUOS DO
PROCESSAMENTO DA PALMEIRA-REAL-DA-AUSTRÁLIA
(Archontophoenix alexandrae)
CAROLINA NILSEN VIANNA BITTENCOUR
RESUMO
As agroindústrias têm gerado quantidades expressivas de resíduos, o que torna
necessário rever a sua destinação na cadeia produtiva, pois além de ser um problema
econômico, devido ao desperdício, é também, um sério problema ambiental. Em Santa
Catarina, um dos processos tradicionais do agronegócio é a produção de palmito que, na
última década, está sendo extraído, na sua maioria, da palmeira-real-da-austrália
(Archontophoenix spp.). O processo origina quantidades expressivas de bainhas, folhas e
estipes que ainda não possuem destinação adequada e, pouco tem sido estudado sobre a
potencialidade econômica dos mesmos. Assim sendo, este trabalho teve como objetivo
analisar a viabilidade dos resíduos de bainha mediana e estipe como substratos para a
produção axênica de shiitake (Lentinula edodes). Para o estudo foram empregadas as
linhagens de Lentinula edodes, LE-96/13, LE-98/55, CCB-515 e CCB-514 e, como
suplementos para os cultivos, foram utilizados além dos resíduos-base, outros resíduos
agroindustriais: o bagaço de mandioca e o farelo de soja. Inicialmente, foi avaliado o
crescimento micelial radial em placas de Petri com diferentes combinações de substratos que
resultaram em 9 tratamentos para cada resíduo (bainha e estipe). Em seguida, foi determinado
o crescimento micelial axial em tubos de ensaio contendo os substratos para produção axênica
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mirador, 13 Maio 2011
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RainSpirit, 18 Maio 2011
nukayo, 6 Julho 2011
(T1 = 65% de bainha, 30% de bagaço de mandioca e 5% de farelo de soja; T2 = 60% de
bainha, 35% de bagaço de mandioca e 5% de farelo de soja; T3 = 95% de bainha e 5% de
bagaço de mandioca; T4 = 65% de estipe, 30% de bagaço de mandioca e 5% de farelo de soja;
T5 = 60% de estipe, 35% de bagaço de mandioca e 5% de farelo de soja e T6 = 95% de estipe
e 5% de bagaço de mandioca). Por fim, realizou-se o cultivo axênico das linhagens em sacos
de polipropileno em condições controladas de temperatura e umidade durante 147 dias. O
crescimento micelial radial foi superior nos meios com predominância de estipe (2,9mm/dia).
No experimento com substrato axênico em tubo de ensaio, o maior crescimento ocorreu em
meio contendo 60% de estipe, 35% de bagaço de mandioca e 5% de farelo de soja (87,5mm).
No entanto, a produção do basidioma foi superior nos meios contendo bainha mediana com o
máximo de 60% de eficiência biológica. Das linhagens testadas a L. edodes LE-96/13 foi a
que apresentou a maior produção de basidiomas, seguida da LE-98/55. Quanto ao emprego do
estipe como substrato para produção axênica das linhagens testadas, o mesmo não se mostrou
apropriado, uma vez que os blocos de cultivo não apresentaram a consistência e a porosidade
adequadas. Desta forma, comprova-se a possibilidade de utilização das bainhas medianas no
cultivo de shiitake.
Palavras chave: Lentinula edodes, palmeira real, resíduo, bainhas medianas, estipe
PDF: http://proxy.furb.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=393
É, dá para por os dois. O material e o link, como você fez aí em cima.
Dá uma garantia para os dois lados.
Qual a umidade relativa do ar recomendada?
Surfista do Espiral
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RainSpirit
Hifa
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nukayo
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RainSpirit, 7 Julho 2011
(Você deve entrar ou se cadastrar para responder aqui.)
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nukayo disse: nukayo disse: ĹĹ
Qual a umidade relativa do ar recomendada?
95%. Leia sempre o fórum antes de perguntar.
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Surfista do Espiral
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RainSpirit
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