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Material disponibilizado pela Universidade Paulista – UNIP 1
Aula – 01
1. Introdução ao pensamento científico sobre o social: Renascimento e Ilustração
Nesta unidade, temos como objetivo compreender os fundamentos sob os quais
o capitalismo se desenvolveu na Europa a partir do século XVI. Para isso, vamos
analisar dois movimentos intelectuais que levaram a mudança de mentalidade na época
e propiciaram o desenvolvimento da sociedade moderna: o Renascimento e a
Ilustração. Com a analise do pensamento de autores como Rousseau, Maquiavel e
Comte, é possível compreender as transformações sociais que culminaram com a
formação do mundo moderno, capitalista, que é o que pretendemos analisar no decorrer
deste curso.
A partir do século XV significativas mudanças ocorrem na Europa, que
culminaram com a crise do sistema feudal. Inicia-se uma nova era não só para a
organização do trabalho, o conhecimento humano também sofre modificações. O ser
humano deixa de apenas explicar ou questionar racionalmente a natureza, para se
preocupar com a questão de como utilizá-la melhor. Essa nova forma de conhecimento
da natureza e da sociedade, na qual a experimentação e a observação são fundamentais,
aparece neste momento, representada pelo pensamento de Maquiavel (1469-1527),
Galileu Galilei (1564-1642), Francis Bacon (1561-1626), René Descartes (1596-1650).
O pensamento social do Renascimento se expressa na criação imaginária de
mundos ideais que mostrariam como a realidade deveria ser, sugerindo, entretanto, que
tal sociedade seria construída pelos homens com sua ação e não pela crença ou pela fé.
Thomas Morus (1478-1535) em A Utopia defende a igualdade e a concórdia.
Concebe um modelo de sociedade no qual todos têm as mesmas condições de vida e
executam em rodízio os mesmos trabalhos.
Maquiavel em sua obra O Príncipe afirma que o destino da sociedade depende
da ação dos governantes. Analisa as condições de fazer conquistas, reinar e manter o
poder. A importância dessa obra reside no tratamento dado ao poder, que passa a ser
visto a partir da razão e da habilidade do governante para se manter no poder, separando
a análise do exercício do poder da ética.
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Segundo (COSTA: 2005,p.35) as idéias de Thomas Morus e Maquiavel
expressam os valores de uma sociedade em mudança, portadora de uma visão laica* da
sociedade e do poder.
Com a Ilustração*, as idéias de racionalidade e liberdade se convertem em
valores supremos. A racionalidade aqui é compreendida como a capacidade humana de
pensar e escolher. Liberdade significa que as relações entre os homens deveriam ser
pautadas na liberdade contratual, no plano político isto significa a livre escolha dos
governantes, colocando em xeque o poder dos monarcas. Os filósofos iluministas
concebiam a política como uma coletividade organizada e contratual. O poder passa a
ser visto como uma construção lógica e jurídica.
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) em sua obra O contrato social, afirma que a
base da sociedade estava no interesse comum pela vida social, no consentimento
unânime dos homens em renunciar as suas vontades em favor de toda a comunidade
(COSTA: 2005, p. 48). Rousseau identificou na propriedade privada a fonte das
injustiças sociais e defendeu um modelo de sociedade pautada em princípios de
igualdade.
Diferentemente de Rousseau, John Locke (1632-1704) reconhecia entre os
direitos individuais e o respeito à propriedade. Defendia que os princípios de
organização social fossem codificados em torna de uma Constituição.
Concluímos que a sociologia pré-científica é caracterizada por estudos sobre a
vida social que não tinham como preocupação central conhecer a realidade como ela
era, e sim propor formas ideais de organização social. O pensamento filosófico de então,
já concebia diferenças entre indivíduo e coletividade, e como afirma (COSTA:2005,
p.49) “Mas, presos ainda ao princípio da individualidade, esses filósofos entendiam a
vida coletiva como a fusão de sujeitos, possibilitada pela manifestação explícita das
suas vontades”.
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Questão resolvida:
O renascimento é considerado um dos mais importantes momentos da história do Ocidente, entendido
como o momento da ruptura entre o mundo medieval, com características de sociedade agrária,
estamental, teocrática e fundiária e o mundo moderno, urbano, burguês e comercial. Neste período
emerge um novo pensamento social que tem por base:
a-) Estímulo ao individualismo, rejeição ao pensamento religioso, valorização da razão.
b-) Estímulo à atrividade agrária, rejeição do pensamento racional e valorização da igreja.
c-) Estímulo à vida coletiva, rejeição ao pensamento religioso e valorização das práticas
consideradas mágicas.
d-) Estímulo ao individualismo, rejeição ao pensamento racional e valorização da igreja.
e-) Estímulo a atividade manufatureira, rejeição ao pensamento científico e valorização do
pensamento mágico.
2. O pensamento científico sobre o Social
A preocupação em conhecer e explicar os fenômenos sociais sempre foi uma
preocupação da humanidade. Porém a explicação com base científica é fruto da
sociedade moderna, industrial e capitalista. A Sociologia como ciência, surgiu no século
XIX e significou que o pensamento sobre o social se desvinculou das tradições morais e
religiosas, Como afirma (COSTA: 2005, p.18).
“Tornava-se necessário entender as bases da vida social humana e da organização da
sociedade, por meio de um pensamento que permitisse a observação, o controle e a formulação
de explicações plausíveis, que tivessem credibilidade num mundo pautado pelo racionalismo”.
Augusto Comte (1798-1857) foi o autor que desenvolveu pela primeira vez,
reflexões sobre o mundo social sob bases científicas. Para este autor, o papel da
Sociologia seria conhecer as leis sociais para poder prever os fenômenos e agir com
eficácia. (QUINTANEIRO. 2007 p. 19); Em um contexto de grande desenvolvimento
das ciências físicas e biológicas, se inspirou no avanço dos conhecimentos sobre o
corpo humano para traçar analogia entre o corpo humano e uma corpo social. Em sua
análise compreendia a sociedade como um grande organismo, no qual cada parte possui
uma função específica. e o bom funcionamento do corpo social depende da atuação de
cada órgão. Esta ideia é passível de ser exemplificada em nosso cotidiano se
observamos as relações de trabalho em uma empresa, onde cada um depende do
trabalho do outro e o bom funcionamento da organização é identificado na interrelação
do trabalho de diferentes indivíduos.
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Segundo Comte, ao longo da história a sociedade teria passado por três fases: a
teológica, a metafísica e a científica. Concebia a fase teológica como aquela em que os
homens recorriam à vontade de deus para explicar os fenômenos da natureza. A segunda
fase, o homem já seria capaz de utilizar conceitos abstratos, mas é somente na terceira
base, que corresponde à sociedade industrial, que o conhecimento passa a se pautar na
descoberta de leis objetivas que determinam os fenômenos.
Comte procurou estudar o que já havia sido acumulado em termos de
conhecimentos e métodos por outras ciências como a matemática, biologia, física, para
saber quais deles poderiam ser utilizados na sociologia.
O conhecimento sociológico permite ao homem transpor os limites de sua
condição particular para percebê-la como parte de uma totalidade mais ampla, que é o
todo social. Isso faz da sociologia um conhecimento indispensável num mundo que, à
medida que cresce, mais diferencia e isola os homens e os grupos entre si.
Questão resolvida:
O despontar da Sociologia no século XIX significou o aparecimento da preocupação do homem com o
seu mundo e a sua vida em grupo, numa nova expectativa, livre das tradições morais e religiosas
provocando assim, uma preocupação com as regras que organizavam a vida social que, se observadas e
apreendidas, poderiam dar a este homem explicações razoáveis que tornassem possível prever e controlar
os fenômenos sociais. Resultando assim:
a-) na possibilidade de se poder intervir conscientemente nos processos, tanto para reforçá-los
como para negá-los, dependendo dos interesses em jogo;
b-) no tratamento das questões relativas à vida social, como temas do senso comum e não de
interesse do cientista;
c-) na definição do objeto de estudo da Sociologia
d-) na criação de um vocabulário próprio com conceitos que designam aspectos precisos da vida
social;
e-) numa indagação a respeito de como as sociedades devem se organizar para serem tão
perfeitas quanto possível.
Texto base: COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 3a. ed.
São Paulo: Moderna, 2005
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Exercícios:
1) A Sociologia surgiu em um contexto social específico, marcado por profundas transformações sociais
que criaram a necessidade de compreender a sociedade sob a perspectiva da ciência. Este contexto
histórico foi:
a) o pensamento grego e as guerras púnicas influenciaram decisivamente na constituição da
sociologia;
b) as revoluções burguesas inglesas foram fundamentais para que a sociologia se fundamentasse
como ciência;
c) a revolução francesa não constituiu um fator importante para o pensamento ocidental e o
surgimento da sociologia;
d) a revolução industrial e a revolução francesa foram fundamentais para a instalação da sociedade
capitalista e o surgimento da sociologia;
e) o movimento sindical foi influenciado pela sociologia assim como os sociólogos atuam nesse
movimento no século XIX.
2) O renascimento foi caracterizado como o momento histórico em que floresceu um novo pensamento
social marcado pelo laicismo e pelo aparecimento de novas instituições políticas e sociais, como as
nações, os estados, as legislações e os exércitos. Neste contexto, as atividades econômicas ligadas ao
comércio se desenvolveram favorecendo que classe social ?
a) a burguesia comercial
b) a aristocracia rural
c) o campesinato
d) a classe operária
e) o operariado urbano
3) Foi no Renascimento que o homem europeu retornou a prática do pensamento especulativo,
concebendo o seu papel na história dos acontecimentos como agente. O pensamento social
renascentista expressou-se nas obras de pensadores como Nicolau Maquiavel e Thomas Morus.
Nestas duas obras observa-se:
a) uma análise clara das bases em que se assenta o poder pólítica da época;
b) a expressão dos ideais de vida moderada, laboriosa e igualitária;
c) a vida dos homens já aparecendo como resultado das condições econômicas e políticas e não de
sua fé ou de sua consciência individual;
d) o modelo de monarca ideal para reinar e manter seu poder;
e) uma apurada crítica da ordem social;
4) Pode-se dizer que a partir do Renascimento ocorreram transformações profundas na Europa. Entre
elas destacam-se:
a) A formação de uma mentalidade laica e a negação do individualismo
b) A formação de uma postura crítica em relação ao conhecimento científico
c) A formação de uma mentalidade laica e a defesa do emprego de métodos científicos
d) A consolidação da mentalidade religiosa já que o teocentrismo foi adquirindo maior credibilidade.
e) A formação de uma mentalidade laica, embora os filósofos e pintores deste período tenham
valorizado os princípios religiosos.
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Aula 02
1. – Transformações sociais do século XVIII: Revolução Francesa
Nesta unidade nosso objetivo é compreender a maneira como o capitalismo se
afirmou como modo de organização social a partir do século XVIII. Para isso
recorreremos a análise das revoluções burguesas1 pela capacidade de provocar as
mudanças que puseram fim ao sistema feudal. A importância dessas revoluções é que
estimularam o desenvolvimento do capitalismo, pondo fim às monarquias absolutistas e
contribuíram para a eliminação de barreiras que impediam o livre desenvolvimento
econômico.
As idéias propagadas pelo iluminismo, conduziram a crítica ao pensamento
teológico e o avanço do pensamento racional, contribuindo para mudança dos costumes
e do pensamento da época. Buscava-se transformar não só o pensamento, mas a própria
sociedade, criticando os fundamentos da sociedade feudal. Autores como Rousseau,
Montesquieu procuravam mostrar como a sociedade feudal era injusta e irracional,
impedindo o exercício da liberdade humana.
No final do século XVIII a monarquia francesa procurava garantir os privilégios
da nobreza, que não pagava impostos e possuía o direito de receber tributos, em um
contexto no qual crescia a miserabilidade do povo. A burguesia também se opunha ao
regime monárquico, pois este, não permitia a livre constituição de empresas, impedindo
a burguesia de realizar seus interesses econômicos.
Em 1789, com a mobilização das massas em torno da defesa da igualdade e da
liberdade, a burguesia toma o poder e passou a atuar contra os fundamentos da
sociedade feudal. Procura organizar o Estado de forma independente do poder religioso
e promove profundas inovações na área econômica ao criarem medidas para favorecer o 1 As revoluções burguesas foram: Revolução Gloriosa (1680) na Inglaterra, a Revolução Francesa
(1789), a Independência Americana (1776) e a Revolução Industrial inglesa a partir de 1750.
Enfocaremos em nosso curso somente as Revoluções Francesa e Industrial por constituírem as duas faces
de um mesmo processo: a consolidação do regime capitalista moderno.
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desenvolvimento de empresas capitalistas. Dentre as mudanças significativas impostas
pela Revolução Francesa, vale destacar a promulgação de uma legislação que limitava o
poder da família,proibindo os abusos da autoridade paterna. Os bens da Igreja foram
confiscados e a educação deixa de ser controlada pela Igreja e se torna obrigação do
Estado.
As massas que participaram da revolução, logo foram surpreendidas pelas
medidas da burguesia, que proibiram as manifestações populares e os movimentos
contestatórios passam a ser reprimidos com violência.
Questão resolvida:
Podemos dizer que a Revolução Francesa (1789) foi um fato histórico crucial para o desenvolvimento e consolidação do mundo moderno, tendo em vista que:
a) Teve como principal conseqüência a centralização do poder da igreja católica, que terminou firmando-se como a principal instituição responsável pelo controle do poder político, antes muito diluído entre as famílias nobres que governavam a Europa.
b) Criou condições para a separação definitiva, no mundo ocidental, entre Estado (política) e Igreja (religião), de modo que os fatos políticos passaram a ser entendidos como fenômenos sociais definidos pelo jogo de forças entre indivíduos e grupos que formam uma dada sociedade. Em outras palavras, consolidou a política como ação livre de qualquer tipo de influência mágica ou mística, seja na condução e sentido dos acontecimentos, seja na legitimação do poder.
c) Criou as condições de florescimento da moderna indústria, tendo em vista que, pela primeira vez na história, combinou-se, no ambiente de trabalho, emprego de tecnologia (máquinas) e organização racional dos trabalhadores no processo fabril.
d) Abriu espaço para uma série de movimentos de caráter conservador, que buscavam a restauração dos princípios da sociedade feudal
e) Foi responsável pela consolidação de uma nova forma de governo, conhecido como monarquia constitucional, em que a figura do rei perdeu poder de decisão política e, em seu lugar, entrou a figura do primeiro-ministro.
2. Transformações do capitalismo no século XVIII: Revolução Industrial
A revolução industrial eclodiu na Inglaterra na segunda metade do século XVIII. Ela
significou algo mais do que a introdução da máquina a vapor, e aperfeiçoamento dos
métodos produtivos. A revolução nasceu sob a égide da liberdade: permitir aos
empresários industriais que desenvolvessem e criassem novas formas de produzir e
enriquecer.
Desde modo, a revolução industrial constitui uma autêntica revolução social que
se manifestou por transformações profundas na estrutura institucional, cultural, política
e social.
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O desenvolvimento de técnicas leva os empresários a incrementar o processo
produtivo e aumentar as taxas de lucro. Isto leva os empresários a se interessar cada vez
mais pelo aperfeiçoamento das técnicas de produção, visando produzir mais com menos
gente. A relação de classes que passa a existir entre a burguesia e os trabalhadores é
orientada pelo contrato – o que permite inferir que a liberdade econômica e a
democracia política – temos o trabalhador livre para escolher um emprego qualquer e o
empresário livre para empregar quem desejar.(MEKSENAS:1991, p. 47) , ela
significou uma profunda transformação na maneira dos homens se relacionarem.
Aspectos importantes da Revolução Industrial
1. A produção passa a ser organizada em grandes unidades fabris, onde predomina
uma intensa divisão do trabalho.
2. Aumento sem precedentes na produção de mercadorias.
3. Concentração da produção industrial em centros urbanos.
4. Surgimento de um novo tipo de trabalhador: o operário
A revolução industrial desencadeou uma maciça migração do campo para
cidade, tornando as áreas urbanas o palco de grandes transformações sociais. Formam-
se as multidões que revelam nas ruas uma nova face do desenvolvimento do
capitalismo: a miserabilidade.
No interior das fábricas as condições de trabalho eram ruins. As fábricas não
possuíam ventilação, iluminação e os trabalhadores eram submetidos à jornadas de
trabalho de até 16 horas por dia. Era usual nas fábricas a presença de mulheres e
crianças a partir de 5 anos atuando na linha de produção. Quanto aos homens,
amargavam a condição de desemprego.
Os problemas sociais inerentes à Revolução Industrial foram inúmeros: aumento
da prostituição, suicídio, infanticídio, alcoolismo, criminalidade, violência, doenças
epidêmicas, favelas, poluição, migração desordenada.
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Por fim, é preciso esclarecer que os problemas acima expostos são típicos da
sociedade capitalista. Tornando a vida em sociedade altamente complexa, por isso
precisamos de uma ciência para compreender os nexos que ligam a realidade.
Questão resolvida:
Podemos apontar como consequência da Revolução Industrial: a-) O decréscimo da população urbana, que era explorada no penoso trabalho da indústria. b-) A humanização imediata das relações de trabalho, principalmente no que se refere a salários, condições de higiene e jornada de trabalho. c-) O crescente controle por parte do operário do conjunto do processo produtivo, impedindo a fragmentação do saber e a alienação. d-) O desenvolvimento da urbanização, dos transportes, das comunicações e da produção em série. e-) Fim da exploração dos operários urbanos e o nascimento das ideias socialistas.
Texto base: MARTINS, Carlos B. O que é Sociologia.São Paulo: Brasiliense, 1992.
Exercícios:
1) A Sociologia, enquanto uma ciência social básica, surgiu num específico momento histórico,
relacionada aos efeitos de importantes fatos e processos históricos que colaboraram para o seu
aparecimento. Assinale a alternativa correta, que diz respeito àquele momento histórico:
a) A Sociologia foi fruto da Revolução Científica que caracterizou o racionalismo no século XVII.
b) A sociologia surgiu devido a Reforma Protestante e da influência das Igrejas luteranas e
calvinistas, no século XVI.
c) A Sociologia foi fruto de grandes transformações decorrentes das Revoluções Industrial e
Francesa, que caracterizaram a afirmação do modo de produção capitalista, no início do século
XIX.
d) Esta ciência foi fruto das Grandes Navegações e Descobertas, que no século XVI colocaram os
europeus diante de nova realidade, devido ao contato com o Novo Mundo.
e) A Sociologia nasceu no século XI, juntamente com as Universidades na Europa feudal e em
função da ação esclarecedora da Igreja.
2) No início da Revolução Industrial o trabalho infantil foi utilizado com grande intensidade pelos
capitalistas por quê:
a) apelava para o ideal de homem ativo e poupador
b) apelava para o dever do trabalho e o repúdio a ociosidade
c) orientava a criança para a disciplina, o esforço físico e o bem estar social
d) supunha, na criança, maior docilidade e obediência em virtude de sua fragilidade.
e) exigia da criança a subsistência e a liberdade de ocupar o tempo livre.
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3) ENADE 2004
"O homem se tornou lobo para o homem, porque a meta do desenvolvimento industrial está
concentrada num objeto e não no ser humano. A tecnologia e a própria ciência não respeitam valores
éticos e, por isso, não tiveram respeito algum com o humanismo, para a convivência e para o sentido
mesmo da existência. Na própria política, o que contou no pós-guerra foi o êxito econômico e, muito
pouco, a justiça social e o cultivo da verdadeira imagem do homem. Fomos vítimas da ganância e da
máquina. Das cifras. E, assim, perdemos o sentido autêntico da confiança, da fé, do amor. As
máquinas andaram por cima da plantinha sempre tenra da esperança. E foi o caos."
ARNS, Paulo Evaristo. Em favor do homem. Rio de Janeiro: Avenir, s\d, p. 10.
De acordo com o texto, pode-se afirmar que:
a) A industrialização, embora respeite os valores éticos, não visa o homem.
b) A confiança, a fé, a ganância e o amor se impõem para uma convivência possível.
c) A política do pós-guerra eliminou totalmente a esperança entre os homens.
d) O sentido da existência encontra-se instalado no êxito econômico e no conforto.
e) O desenvolvimento tecnológico e científico não respeitou o humanismo.
4) A Revolução Industrial ocorrida no final do século XVIII transformou as relações do homem com o
trabalho. As máquinas mudaram as formas de trabalhar, e as fábricas concentraram-se em regiões
próximas às matérias-primas e grandes portos, originando vastas concentrações humanas. Muitos dos
operários vinham da área rural e cumpriam jornadas de trabalho de 12 a 14 horas, na maioria das
vezes em condições adversas. A legislação trabalhista surgiu muito lentamente ao longo do século
XIX e a diminuição da jornada de trabalho para oito horas diárias concretizou-se no início do século
XX.
Pode-se afirmar que as conquistas no início do século XX são decorrentes de:
a) a expansão do capitalismo e a consolidação dos regimes monárquicos constitucionais
b) a expressiva diminuição da oferta de mão-de-obra, devido à demanda por trabalhadores
especializados.
c) a capacidade de mobilização dos trabalhadores em defesa dos seus interesses
d) o crescimento do Estado ao mesmo tempo que diminuía a representação operária nos parlamentos.
e) a vitória dos partidos comunistas nas eleições das principais capitais européias.
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Aula 03
1. As contribuições de Émile Durkheim e Max Weber
O objetivo desta unidade é compreender as diferentes contribuições teóricas das
Ciências Sociais para a compreensão da sociedade moderna. É importante compreender
como estes conceitos permanecem atuais e podem ser aplicados para estudar os
fenômenos contemporâneos.
Outro elemento importante deste conteúdo é compreender que existem diferentes
princípios explicativos para a sociedade capitalista, evidenciando o grau de
complexidade do mundo moderno.
Os três teóricos clássicos da sociologia: Durkheim, Weber e Marx criaram
concepções norteadoras para a observação social e seguramente pode-se afirmar que
qualquer estudo sociológico vai, invariavelmente, ter uma filiação clara a um destes
modelos teóricos ou a aspectos combinados destes modelos.
Émile Durkheim (1858-1917) foi o criador do organicismo ou funcionalismo,
pois comparou a sociedade a um organismo vivo. Para ele, assim como no organismo,
em que cada órgão tem que cumprir a sua função para que o todo se mantenha saudável,
na vida social cada indivíduo deve cumprir a sua função, do contrário a sociedade ficará
doente, ou seja, entrará num estado patológico.
Durkheim desenvolveu conceitos fundamentais para a compreensão da vida
social como: fatos sociais, que podem ser normais ou patológicos; coerção social;
solidariedade mecânica e orgânica. A importância da obra de Durkheim é identificar
como o social se sobrepõe ao individual restringindo a possibilidade de exercício da
liberdade.
Para Max Weber (1864-1920) as instituições produzidas pelo capitalismo, como
a grande empresa, constituíam clara organização racional que desenvolvia suas
atividades dentro de um padrão de precisão e eficiência. O capitalismo lhe parecia à
expressão da modernização e de racionalização do homem ocidental, porém ele alertou
para os perigos dessa racionalização crescente que leva a excessiva especialização a um
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mundo cada vez mais tecnicista e artificial e a deterioração das relações humanas e dos
aspectos existenciais do indivíduo. Para Weber esse sistema cria a burocracia, que é um
dos principais problemas gerados pelo capitalismo. Além disso, Max Weber volta sua
reflexão para a análise das subjetividades humanas analisando a importância do
protestantismo no desenvolvimento da sociedade capitalista.
Questão resolvida:
Leia com atenção a frase a seguir:
"Se não me submeto às convenções mundanas; se, ao me vestir, não levo em consideração os usos
seguidos em meu país e na minha classe, o riso que provoco, o afastamento em que os outros me
conservam, produzem os mesmos efeitos de uma pena propriamente dita (...) Não sou obrigado a falar o
mesmo idioma que meus compatriotas, nem empregar as moedas legais; mas é impossível agir de outra
maneira (...) Se sou industrial, nada me proíbe de trabalhar utilizando processos e técnicas do século
passado; mas, se o fizer, terei a ruína como resultado inevitável". (DURKHEIM: 1985, p.02)
A frase acima expressa a relação entre o indivíduo e a sociedade, que podem ser compreendida:
a) A sociedade moderna nasceu sob o princípio da liberdade e da individualidade,
por isso é garantido em todas as instâncias da vida, a livre expressão de idéias e
ações.
b) Existe uma imposição do social sobre o individual, pois quando nascemos já
encontramos uma sociedade pronta com regras e valores que devemos seguir.
c) Existe o domínio do individual sobre o social tendo em vista que a sociedade é
constituída de indivíduos livres e soberanos.
d) Existe uma imposição do social sobre o individual porque a democracia ainda não
se manifesta como um valor universal.
e) Existe uma imposição do individual sobre o social pois ainda existem ditadores
em vários países do mundo.
2. A contribuição teórica de Karl Marx
Karl Marx (1818-1883) é um pensador que exerceu grande influência sobre os
movimentos políticos do século XX. O conjunto de sua obra guarda atualidade pela
crítica que faz ao modo de organização social do mundo moderno. Segundo Marx, as
sociedades, assim como tudo o que vive traz em si o gérmen da sua própria destruição.
A história dos sistemas e modos de produção é uma constante superação do velho pelo
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novo, segundo ele o declínio dos sistemas sociais se dá no seu próprio interior, quando
os indivíduos ao repetir suas formas vão recriando e transformando seu funcionamento.
Karl Marx demonstra que nos diferentes períodos históricos esse processo
produtivo sempre foi organizado com base na exploração de uma classe sobre a outra.
Por esse motivo Marx cunhou uma frase que se tornou famosa: “A história da
humanidade é a história da luta de classes”.
O processo de extração da mais-valia que foi descrito por Marx no princípio do
capitalismo se dá da mesma maneira atualmente. O trabalho do proletário (mão-de-obra
assalariada) engrossa o lucro da burguesia (industriais que investem na produção) a
medida que o trabalhador nunca ganha o salário condizente com a sua produtividade, os
salários são sempre mantidos o mais baixos possível. Uma forma de manter os salários
baixos é a existência do desemprego e a tecnologia que gradativamente vai tomando
conta dos processos produtivos, desta maneira há sempre mais profissionais procurando
emprego do que cargos à disposição.
A análise da obra de Karl Marx é fundamental para a compreensão das
desigualdades sociais, um dos problemas centrais do mundo contemporâneo pois
mostra como a riqueza produzida pelos trabalhadores é apropriada pela classe dominate.
Karl Marx desenvolveu conceitos importantes como ideologia,
concebida como um sistema de inversão da realidade, em que as ideais da classe
dominante aparecem como as ideias dominantes de uma época. Para ele, a ideologia
burguesa tem como objetivo fazer com que as pessoas não percebam que a sociedade é
dividida em classes sociais, atuando para a manutenção das estruturas sociais.
Desenvolveu o conceito de alienação que faz com que o trabalhador perca a
consciência da sua realidade concreta, não se percebendo como o verdadeiro produtor
das riquezas. O trabalhador passa a ser controlado externamente, pelo seu patrão, que
determina o seu salário, a sua jornada. A alienação política, que significa que o
trabalhador não se vê como agente capaz de intervir nos rumos políticos da sociedade.
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Conceitos como ideologia e alienação possibilitam a compreensão das razões
pelas quais os oprimidos não se rebelam contra o sistema, pois o sistema de dominação
e introjetado na suas cabeças, que passam a ver com naturalidade a desigualdade e a
opressão, dificultando os processos de transformação social.
Questão resolvida:
Com o objetivo de entender o capitalismo, Karl Marx, proporcionou à sociologia uma
grande contribuição com novos conceitos, que seriam de extrema importância para os
estudos da sociedade. Sendo assim, um deles é chamado de ALIENAÇÃO que é:
a) a condição que o ser humano alcança quando vive em razão do dinheiro, condição
análoga a de um viciado.
b) a visão utópica da vida em sociedade
c) a implantação do comunismo, como solução para uma sociedade justa e
igualitária.
d) um distúrbio mental ocasionado pelos altos índices de produtos nocivos à saúde
das pessoas que trabalhavam nas indústrias sustentadas pelo capitalismo.
e) a separação do homem de seus meios de produção, dos frutos de seu trabalho, e
também vida política, em razão da imposição do mundo capitalista
Textos base:
COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 3a.ed. São Paulo:
Moderna, 2005
FERREIRA, Delson. Manual de Sociologia: dos clássicos à Sociedade da Informação.
São Paulo: Atlas, 2001
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Exercícios
1) Na teoria de Émile Durkheim há a importante análise dos fatos sociais, considerado pelo autor o
objeto de estudo da Sociologia. Segundo o autor, os fatos sociais:
a) Caracterizam-se por sua generalidade, por seu caráter coercitivo sobre os indivíduos, sendo ainda,
independentes e exteriores a eles.
b) caracterizam-se por seu aspecto altamente específico, dependem das ações individuais e são
somente por elas alterados.
c) São considerados como algo absoluto e não exercem influência sobre cada indivíduo, pois cada
pessoa possui o poder de interferir sobre o contexto coletivo.
d) É explicado como dependentes das ações de alguns indivíduos que por terem posição social
elevada conseguem determinar o que ocorre no contexto social.
e) Os fatos sociais, para Durkheim, dependem fundamentalmente da soma dos fatos individuais, pois
esses é que determinam o contexto social.
2) O conceito de mais-valia desenvolvido por Karl Marx significa:
a) o lucro do empresário advém da venda de mercadorias
b) a mais valia é obtida pela parte da riqueza produzida pelo capitalista, que investe seu lucro no
sistema produtivo.
c) a mais valia é obtida pela parte da riqueza produzida pelo trabalhador que fica com o capitalista
d) a mais valia é obtida pelo trabalhador como fruto do seu trabalho, seu empenho e sua dedicação
aos interesses da organização.
e) a mais valia significa o lucro do empresário no processo de circulação simples da mercadoria.
3) Max Weber elaborou importante teoria sobre os tipos ou formas de poder e de dominação. Assinale a
alternativa que, de acordo com o autor, contém os três tipos de poder e de dominação:
a) Legislativo, executivo e judiciário
b) Legal ou racional, tradicional e carismático
c) Econômico, político e cultural
d) Democrático, liberal e totalitário
e) Laico, religioso e militar
4) Baseando-se na dinâmica econômica, Karl Marx (1818-1883) desenvolveu a teoria da alienação do
operário pelo trabalho que é:
a) A pena ou servidão do homem à natureza
b) O esforço de sobrevivência do Homem no mercado de trabalho
c) A gratificação em termos existenciais das atividades desenvolvidas pelos trabalhadores
d) O preparo do trabalhador para o processo produtivo
e) A atividade parcelada, rotineira, despersonalizada que leva o operário a sentir-se distante ou
estranho àquilo que produz.
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Aula 03
1. A formação da sociedade capitalista no Brasil
O objetivo desta unidade é refletir sobre a maneira como o Brasil foi inserido
no mundo capitalista, e a partir daí , identificar as causas da dependência externa.
A sociedade brasileira se formou a partir do processo de expansão do
capitalismo europeu a partir do século XV. No início todas as relações comerciais eram
voltadas para a metrópole e aqui se mantinha relações sociais baseadas na escravidão.
Somente no século XIX, com a abolição da escravidão e a chegada de um
grande contingente de imigrantes é que se introduziu o trabalho livre. Com o ciclo do
café, outras atividades econômicas se desenvolveram como: transporte ferroviário, o
sistema bancário, pequenas indústrias de alimentos e têxteis, que dinamizaram a vida
nas áreas urbanas
Vários estudos indicam que o processo de industrialização do Brasil esteve
ligado ao desenvolvimento da economia cafeeira no Estado de São Paulo.
O processo de industrialização teve início com a introdução do trabalho livre
e com o grande surto migratório que o país viveu no século XIX, que gerou um
mercado consumidor de produtos industriais.
Segundo (VITA: 1989,p. 137) a forma como os negócios do café se
organizaram, possibilitou a formação de uma ‘consciência burguesa’ entre os
fazendeiros. Pois o capital acumulado no café era utilizado na diversificação das
atividades econômicas. Desde modo, o capital acumulado com a venda do café era
investido em outra atividade que possibilitasse a obtenção de lucro.
Já no início dos anos 20, grandes empresas norte-americanas instalaram filiais
no Brasil. Ford, Firestone, Armour, IBM etc. (NOVAES:1984 p.117). Com a crise
mundial do início dos anos 30, a economia brasileira deixa de ser voltada para a
exportação e se apóia na interiorização e na industrialização. Porém, somente na década
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de 50, com a chegada de um grande número de empresas estrangeiras, que buscam
produzir para o mercado externo, o desenvolvimento industrial ganha forte impulso.
Questão resolvida:
Em determinados países, como o Brasil, a formação de uma indústria local de bens de consumo dependeu
de recursos acumulados com a exportação agrária. A socióloga Cristina Costa , em relação a este processo
afirma: "Um caso típico, neste sentido, ocorrido no Brasil, foi a industrialização de São Paulo, que, sem
a concorrência dos produtos europeus, pôde se desenvolver com a utilização do capital gerado pela
exportação do café". Esta colocação está relacionada:
a) Aos momentos iniciais do processo de formação da sociedade capitalista no Brasil,
principalmente, a partir do início do século XX.
b) Ao processo de globalização da economia brasileira, iniciado após a industrialização da década de
50.
c) Ao momento gerado pela 2a. Guerra Mundial, independente do que ocorreu no setor agrário
nacional.
d) Ao processo de desenvolvimento da agricultura brasileira que sempre possuiu características de
desenvolvimento capitalista.
e) Ao processo de industrialização atual, incentivado pelas exigências da globalização da economia.
2. O capitalismo dependente
O grau de dependência que a economia brasileira têm com relação às potências
estrangeiras pode ser compreendido a partir da análise do modelo de desenvolvimento
industrial que o país teve, onde se privilegiou a indústria de bens de consumo em
detrimento na indústria de bens de capital.
Outro aspecto que merece ser mencionado à respeito da dependência estrangeira,
diz respeito à ausência de produção de tecnologia no país, que optou por um modelo de
desenvolvimento industrial marcado tanto pela dependência tecnológica como pela de
capital estrangeiro.2
2 Não é possível pensar no processo de industrialização brasileiro, sem levar em conta o processo de
expansão das empresas européias e norte-americanas no pós-guerra.
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Uma das mais importantes teorias explicativas para a dependência estrangeira,
surgiu no encontro de exilados de diversos regimes ditatoriais que proliferavam na
América Latina. Destaca-se nos estudos sobre a dependência, a obra Dependência e
desenvolvimento na América Latina de Fernando Henrique Cardoso e Enzo Faletto. É a
obra que teve maior repercussão das Ciências Sociais em nível internacional.
A obra destaca a natureza política e social do desenvolvimento na América
Latina e trata das particularidades do desenvolvimento do capitalismo na América
Latina. A constituição social do povo brasileiro, que tem uma burguesia nacional de
origem agrária, colocou a burguesia internacional como o principal agente do
desenvolvimento capitalista brasileiro. Para não correr os riscos inerentes ao
empreendedorismo, a burguesia nacional optou por sua aliança com o capital
internacional e forte dependência do Estado.
A obra aponta a fragilidade do povo brasileiro, com uma elite que atua como
agente dependente do capitalismo internacional e do Estado. Quanto ao povo, a
ausência de uma consciência de classe (veja conteúdo sobre Karl Marx) dada a situação
inicial de um povo escravo e sem terra, atua como mero figurante ou espectador nas
principais decisões sobre os destinos do país. Assim é exposta a fragilidade da
sociedade civil, o povo age como massa e a elite como agente dos interesses
internacionais.
Por fim ,a obra nos permite compreender a dependência das elites empresariais
do Estado e do capitalismo internacional e do povo como agente passivo. Esta
fragilidade da sociedade civil, contribuiu para o fortalecimento do Estado, que assumiu
entre nós a função centralizadora e agente patrocinador do desenvolvimento econômico.
Questão resolvida:
ENADE 2000 - Após a Segunda Grande Guerra, muitos países em desenvolvimento, sobretudo os da
América Latina, adotaram um modelo de desenvolvimento que ficou conhecido como industrialização por
substituição de importações. Esse modelo se caracterizava por:
a) Incorporar uma estratégia de orientação do desenvolvimento para fora, ou seja, em direção ao
mercado internacional.
b) Praticar elevado grau de subsídios à exportação de produtos manufaturados com o objetivo de
estimular a produção interna destes bens.
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c) Conceder elevados incentivos à exportação de insumos e produtos intermediários, como forma de
estimular a produção doméstica de bens finais.
d) Utilizar barreiras comerciais para dificultar a importação de bens manufaturados e,
conseqüentemente, estimular a produção interna destes bens.
e) Incentivar as importações de bens de consumo final de alto conteúdo tecnológico, no lugar das
importações de produtos de baixo conteúdo tecnológico, com o intuito de modernizar a indústria
doméstica
4.3. Referências Bibliográficas:
NOVAIS, Carlos E. Capitalismo para principiantes. 8ª. Ed. – São Paulo: Ática, 1984.
SINGER, Paul. A formação da classe operária. 5ª ed. São Paulo: Atual; Campinas:
Editora da UNICAMP, 1988.
VITA, Álvaro. Sociologia da Sociedade Brasileira. São Paulo: Ática, 1989.
Exercícios:
1) No início do século XX, contata-se que não havia no Brasil desenvolvimento econômico e industrial
comparável aos países da Europa EUA. Esta constatação levou as oligarquias rurais a afirmar que "o
Brasil era um país com vocação agrária". Esta afirmativa exprimia os interesses desses grupos
que eram contrários ao desenvolvimento da indústria.
Assinale a afirmativa que expressa os interesses da oligarquia rural.
a) A ascensão econômica da burguesia industrial significaria uma ameaça aos interesses e aos
domínios das oligarquias de origem rural.
b) A forte convicção de que a industrialização era uma atividade que traria benefícios econômicos e
sociais para o país.
c) Seria impossível que a burguesia industrial conseguisse romper a resistência do governo central.
d) Seria impossível que a burguesia industrial conseguisse romper o cerco imposto pelos países de
capitalismo avançado.
e) Acreditavam que a burguesia industrial deveria investir no setor agrícola pois seria impossível
competir com a qualidade dos produtos importados.
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2) O padrão clássico de desenvolvimento do capitalismo ocorreu na Europa, a partir do século XVI,
com o desenvolvimento das atividades comerciais,acumulo crescente de capital e ascenção da
burguesia como classe social. No Brasil, o desenvolvimento do capitalismo ocorreu a partir do século
XIX, e teve caracteristicas específicas que o diferenciam do padrão clássico. Assinale a alternativa
que indique as características e aspectos da constituição do capitalismo no Brasil.
a) Formação de uma indústria de bens de consumo em São Paulo , no início do século XX, que
dependeu de recursos e capital acumulados com a exportação do café e da existênca da mão de
obra assalariada decorrente, principalmente, dos imigrantes europeus.
b) Existência de capitais gerados pelas exportações acumulados ao longo dos ciclos econômicos da
cana-de-açucar e ouro. Este acumulo de capitais propiciou a formação da burguesia nacional e o
desenvolvimento das atividades industriais.
c) O desenvolvimento do capitalismo industrial no Brasil ocorreu em virtude do grande investimento
estrangeiro ao longo do século XIX.
d) Influência do desenvolvimento da agricultura brasileira, que sempre possuiu características de
inovação e modernização capitalista.
e) Formação de capital advindo da época da mineração do século XVIII, quando uma sofisticada
tecnologia foi introduzida, favorecendo a criação de um parque industrial brasileiro.
3) A cultura do café no Oeste paulista a partir do século XIX teve consequências relevantes para o país.
Assinale a alternativa que NÃO corresponde a este contexto.
a) A cultura do café provocou a decadência do trabalho escravo e a introdução do trabalho livre.
b) A cultura do café contribuiu para dinamizar outras atividades econômicas como: a criação das
primeiras ferrovias e o sistema bancário.
c) A cultura do café contribuiu para o processo de urbanização, pois era nas áreas urbanas que se
realizava a comercialização do café e o financiamento da produção.
d) A necessidade de garantir mão-de-obra para a lavoura do café foi responsável pela imigração de
1.400.000 trabalhadores europeus.
e) A cultura do café contribuiu para a preservação do trabalho escravo e para a crise das cidades
industriais, que perderam população.
4) O grau de dependência que a economia brasileira têm em relação às potências estrangeiras deve ser
analisado a partir da compreensão do modelo de desenvolvimento industrial que o país adotou que
privilegiou:
a) Indústria de bens de consumo e ausência de pesquisa tecnológica no pais
b) Desenvolvimento baseado na produção agrícola
c) Desenvolvimento industrial baseado nas empresas de capital aberto
d) Desenvolvimento industrial baseado no lucro da especulação financeira
e) Desenvolvimento industrial baseado nas empresas estatais