crise economica mundial e as politicas sociais do governo...

Sumário Executivo

Pesquisa de opinião pública “Crise Econômica Mun-dial e as Políticas Sociais do Governo, na Opinião

dos Brasileiros”

Vox PopuliSecretaria de Avaliação e Gestão da Informação

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

Brasília, fevereiro de 2009

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Pesquisa de opinião pública “Crise Econômica Mundial e as Políticas Sociais do Governo, na Opinião dos Brasileiros”

Sumário Executivo

PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA “CRISE ECO-NÔMICA MUNDIAL E POLÍTICAS SOCIAIS DO GOVERNO, NA OPINIÃO DOS BRASILEIROS”

1. APRESENTAÇÃO

O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) fez realizar entre os dias 17 de dezembro de 2008 e 8 de janeiro de 2009, em todo o território nacional, um survey nacional de opinião através do instituto de pesquisas Vox Populi. A pesquisa foi contratada no âmbito do projeto de cooperação BRA/04/046 – Fortalecimento Institucional da Avaliação e Gestão da Informação do MDS – firmado entre esse Ministério e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) por meio do Edital de Concorrência Pública Internacional nº 40-7525/2006. Essa pesquisa consiste no segundo de três módulos de pesquisas contratadas com o objetivo de contribuir para a avaliação periódica das ações, programas e políticas do MDS, de forma a subsidiar ações estratégicas que promovam a melhoria da implementação e alcance dos resultados esperados no marco da política social e econômica brasileira. O segundo módulo, além de averiguar o entendimento da opinião pública brasileira sobre as políticas e programas sociais implementados pelo MDS, teve o objetivo de conhecer o nível de informação e a opinião dos brasileiros sobre a crise econômica mundial, seu impacto sobre a realidade brasileira e, de modo especial, as possíveis consequências desta crise sobre as políticas sociais do Governo Federal.

2. METODOLOGIA

A pesquisa de opinião pública “Crise Econômica Mundial e as Políticas Sociais do Governo, na Opinião dos Brasileiros” é o segundo módulo de um conjunto de três conduzidos pelo Instituto Vox Populi entre maio de 2008 e julho de 2009. Em cada um dos três momentos foram entrevistadas cerca de 2.400 pessoas maiores de 16 anos, estratificadas por grande região (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste) e porte do município. A seleção dos entrevistados obedeceu a cotas de sexo, idade, escolaridade e renda familiar. No entanto, não se tratou de uma pesquisa de painel, ou seja, não foram entrevistadas as mesmas pessoas nos três períodos.

O segundo módulo investigou, na opinião dos brasileiros, a relação entre a crise econômica e as políticas sociais do governo, junto a uma amostra probabilística estratificada, representativa da população brasileira com idade igual ou superior a 16 anos. O questionário contém 33 perguntas e 93 variáveis, incluindo as destinadas à caracterização dos entrevistados. Foram realizadas 2.401 entrevistas

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face-a-face, domiciliares, distribuídas de forma a garantir representatividade para o conjunto da população e ainda para cada uma das grandes regiões do país: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. As cotas amostrais utilizadas, de modo a garantir congruência com os dados censitários, foram: sexo, idade, escolaridade, renda familiar e situação perante o trabalho.

As margens de erro – balizadas por um intervalo de confiança de 95% - para o Brasil e para as grandes regiões estão descritas no Quadro 1:

Quadro 1: Margens de erro amostral da Pesquisa de Opinião Pública “Crise Econômica Mundial e Políticas Sociais do Governo, na opinião dos Brasileiros– Brasil e Grandes Regiões.

Fonte: Pesquisa de opinião pública “Crise econômica mundial e políticas sociais do governo, na opinião dos brasileiros”, Vox Populi – SAGI/MDS, Fevereiro/2009.

A distribuição dos entrevistados segundo as principais variáveis sociodemográficas pode ser apreciada no Quadro 2 que indica uma segura proximidade entre os padrões amostrais e os censitários.

Quadro 2: Distribuição dos entrevistados segundo as principais variáveis sociodemográficas

Zona residencial (%) Gênero (%)Urbana 85 Masculino 48Rural 15 Feminino 52

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Região (%) Idade (%)Centro-Oeste 17 16 a 24 anos 23Nordeste 21 25 a 29 anos 11Norte 17 30 a 39 anos 21Sudeste 27 40 a 49 anos 18Sul 19 50 anos ou mais 27

Escolaridade (%) Raça (%)Ensino Fundamental 57 Branca 51Ensino Médio 30 Preta 13Superior 11 Parda 35Pós-Graduação 02 Outras 02

Renda Familiar (%) Atividade Econômica (%)Até 1 SM 18 Carteira assinada 221 a 3 SM 41 Sem carteira assinada 193 a 5 SM 18 Autônomo 175 a 10 15 Empregador 03

10 a 20 07Desempregado e procurou trabalho no último ano

07

Mais de 20 SM 02 Desempregado há mais de um ano e não procurou trabalho

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Estudante, aposentado, pensionista ou dona de casa

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3. PRINCIPAIS RESULTADOS

3.1 Brasil: principais problemas

A maioria dos entrevistados cita em primeiro lugar as questões da segurança/violência (22%) - Gráfico 1 - e do desemprego (20%), quando incitados a espontaneamente identificar quais são os principais problemas do Brasil atual. A referência às questões de segurança e violência são um pouco mais frequentes na região Nordeste. A região Sul é a que menos se refere ao tema e coloca a saúde em primeiro lugar, na lista dos problemas.

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Gráfico 1: Principais problemas do Brasil


Os cruzamentos destes resultados por algumas variáveis demográficas permitem destacar ainda algumas tendências, como:

a) Violência e segurança são referências mais frequentes na zona urbana que na rural; mais entre os de menor que os de maior nível de escolaridade.

b) Desemprego é problema citado mais frequentemente por mulheres que por homens; por jovens que pelos com mais idade; menos pelos que têm escolaridade superior que pelos demais.

c) Saúde é mais frequentemente citada pelos que têm acima de 40 anos que pelos mais jovens; pelos que têm até o curso primário que pelos com nível mais elevado de escolaridade.

Coerentemente com tais respostas, os entrevistados apontam que o governo deveria priorizar o investimento em “geração de empregos” – Gráfico 2 - , em “segurança pública” e em “saúde pública”, como medidas para enfrentar os problemas citados. As demandas por políticas de geração de empregos e segurança tendem a ser maiores que a média nacional na região Nordeste. Fica claro, nas respostas dadas, que a maior parte dos que se referem a “investimento em segurança” o faz referindo-se ao “aumento do número de policiais”.

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Gráfico 2: O que o Governo deveria fazer ?


3.2 Situação econômica do Brasil

Quase a metade (49%) dos brasileiros pensa que o desemprego vai aumentar, nos próximos anos – ver Gráfico 3. Esta opinião é um pouco mais intensa que a média nacional entre os da região Nordeste e mostra-se um pouco menor que a média para os que têm menor renda e menor escolaridade.

O pessimismo quanto à evolução da taxa de desemprego é mais nítido na zona urbana que na rural, e entre os de maior renda e escolaridade.

Gráfico 2: O que o Governo deveria fazer?

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Gráfico 3: Tendência do desemprego


Quando o tema é a “situação econômica do Brasil” – Gráfico 4 -, genericamente considerada, apenas 30% dos brasileiros consideram que esta “vai piorar”, nos próximos anos. Predominam os que pensam que “vai continuar do mesmo jeito” (45%), sendo que 22% consideram que “vai melhorar” - opinião significativamente mais frequente na zona rural e ainda entre os homens, comparados às mulheres. Não há diferenças regionais significativas, quanto a esta opinião. Vê-se que o pessimismo quanto ao desemprego não se estende às previsões da população sobre a situação geral do país.

Gráfico 3: Tendência do desemprego

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Gráfico 4: Situação econômica do Brasil


O otimismo quanto à evolução da situação econômica “de sua família” - Gráfico 5 - é ainda mais evidente: 41% consideram que “vai melhorar”, nos próximos anos. Não há grandes diferenças quanto a isto, considerados os segmentos demográficos analisados - a não ser em um caso: os classificados como membros da população economicamente ativa tendem a ser um pouco mais otimistas que os demais.

Gráfico 5: Situação econômica familiar

Fonte: Pesquisa de opinião pública “Crise econômica mundial e políticas sociais do governo,

na opinião dos brasileiros”, Vox Populi – SAGI/MDS, Fevereiro/2009.

Gráfico 4: Situação econômica do Brasil

Gráfico 5: Situação econômica familiar

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3.3 A crise econômica mundial

A grande maioria dos entrevistados (85%) já sabia ou tinha ouvido falar sobre a “crise econômica mundial” – Gráfico 6. Os menores níveis de informação ocorrem na região Nordeste, entre os menos escolarizados e os de menor renda. O meio utilizado para acessar tais informações é, para mais de 90%, a televisão.

Gráfico 6: Nível de conhecimento


Os entrevistados foram convidados a se posicionar frente a algumas frases, alguns conceitos possíveis sobre a crise – Gráfico 7. A frase que despertou o maior nível de discordância (59%) foi: “Esta crise terá impacto apenas para quem aplica na bolsa de valores, não terá consequências para a maioria da população”. Coerentemente, as frases com as quais os pesquisados mais concordaram foram: “A crise econômica mundial vai causar o aumento da inflação no Brasil” (69%), “A crise econômica mundial vai aumentar o desemprego no Brasil” (71%) e “O crédito ficará mais difícil, com juros altos e redução dos prazos de pagamento (70%)”.

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Gráfico 7: Grau de concordância com alguns conceitos sobre a crise


A população pesquisada demonstra ter, portanto, plena consciência da vulnerabilidade do país à crise mundial. Mesmo assim, a maioria (51%) concorda com a ideia de que “O Brasil de hoje tem uma economia forte e pode enfrentar a crise econômica mundial sem sofrer graves consequências”. Apenas 36% discordam desta afirmação. Em suma, a ideia geral de que o país sofrerá, sim, as consequências da crise, mas que tais consequências não serão de maior magnitude, prevalece, na opinião dos brasileiros.

Os cruzamentos destes resultados com algumas variáveis demográficas – Gráfico 8 - demonstram que a percepção da gravidade da crise econômica é um pouco mais intensa entre os de maior escolaridade e renda, os mais jovens, os residentes na zona urbana e os da região Centro-Oeste. Quanto às hipóteses sobre a duração da crise, a maioria pensa que será de no máximo dois ou três anos.

Gráfico 7: Grau de concordância com alguns conceitos sobre a crise

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Gráfico 8: Tempo de duração da crise


3.4 Programas sociais do governo

Perguntados sobre qual órgão do governo federal é responsável pela condução das políticas sociais, pouco mais de 7,2% acertaram, citando o MDS. Ampla maioria – 89,6% - não quis arriscar um nome e declarou, explicitamente, não saber. Os resultados correspondem aos encontrados na pesquisa de maio de 2008. A região Centro-Oeste surge como aquela em que o Ministério é espontaneamente mais conhecido (17%).

De modo geral, a identificação do MDS como responsável pelas políticas sociais mostrou-se mais frequente entre os de maior escolaridade e renda, quando comparados aos demais.

O Programa Bolsa Família foi espontaneamente lembrado por 32% dos pesquisados – Gráfico 9 - que, se somados aos que se lembraram do Fome Zero, perfazem 43% do universo – resultados praticamente iguais aos de maio de 2008. O Programa Bolsa Escola é o segundo mais citado.

Gráfico 8: Tempo de duração da crise

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Gráfico 9: Conhecimento espontâneo dos programas sociais do Governo


3.5 Programas sociais do governo e a crise mundial

Perguntados sobre qual deveria ser a atitude do Governo Federal, “caso a crise econômica afetasse o Brasil”, a maioria – 53% - opina que os recursos destinados aos programas sociais deveriam aumentar (Gráfico 10). Esta opinião é mais frequente ainda que a média entre os de menor renda e escolaridade. Apenas 4% do total entendem o contrário, que tais recursos deveriam diminuir.

Gráfico 10: Os programas sociais e a crise mundial


Gráfico 10: Os programas sociais e a crise mundial

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3.6 Combate ao trabalho infantil

Em seu último bloco de perguntas, a pesquisa coloca sob exame algumas situações laborais possíveis, para que os respondentes as identifiquem – ou não – como “trabalho infantil” – Gráficos 11 e 12. Das situações testadas, praticamente todas foram definidas, pelos entrevistados, como características de trabalho infantil. A exceção se dá quando a situação descrita faz referência a atividades feitas “para a própria família”. Assim, “Tomar conta de crianças da sua própria família” e “Realizar trabalho doméstico na casa da própria família” são situações não identificadas como trabalho pela maioria da população, tanto em se tratando de crianças (até 13 anos) quanto de adolescentes (de 14 a 17 anos).

Gráfico 11: O que é ou não trabalho infantil


Gráfico 11: O que é ou não trabalho infantil

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Gráfico 12: O que é ou não trabalho de adolescentes até 17 anos


Apenas os entrevistados residentes na zona rural foram, ao final, devidamente informados sobre os principais objetivos do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) e perguntados sobre se, em sua opinião, este programa “atrapalha ou não” a produção agrícola das famílias cujos filhos são contemplados – Gráfico 13. A maioria – 71% - entende que não, não atrapalha. Na média nacional, apenas 11% consideram que o PETI “atrapalha” a produção. Na região Centro-Oeste, os que assim consideram atingem 25%.

Gráfico 12: O que é ou não trabalho de adolescentes até 17 anos

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Gráfico 13: Influência do PETI na produção agrícola familiar


Gráfico 13: Influência do PETI na produção agrícola familiar


Secretaria de Avaliação e Gestão da InformaçãoEsplanada dos Ministérios | Bloco A | Sala 323CEP: 70.054-906 Brasília | DFFone: 61 3433-1509 | Fax: 3433-1529www.mds.gov.br/sagi

Ficha TécnicaExecuçãoVox Populi

Coordenador GeralLudimila Rossetti Calijome

PesquisadoresMarta Denise Maia – Analista de Pesquisa Sênior Anice Bezri Pennini - Analista de Pesquisa Sênior Dorival Mata-Machado - Analista de Pesquisa Sênior Flávia de Couto e Silva Lage - Analista de Pesquisa Sênior Roseli Alcântara Teixeira Vicente – Diretora de Operações Margarida Maria de Mendonça – Coordenadora de Estatística Rafael Milagres – Analista de informação Maria Cecília S. Souza - Analista de informação

Unidades ResponsáveisSecretária de Avaliação e Gestão da InformaçãoLaura da Veiga

Diretora de Avaliação e MonitoramentoDiana Oya Sawyer

Coordenadora Geral de Avaliação e Monitoramento de Execução e ImpactoJúnia Valéria Quiroga da Cunha

Equipe de acompanhamento da pesquisaGilmar Trindade dos Santos Jomar Álace Santana Júnia Valéria Quiroga da Cunha

Elaboração, edição e diagramação deste sumário executivoElaboraçãoMilena Bendazzoli Simões

RevisãoJúnia Valéria Quiroga da Cunha

DiagramaçãoTarcísio Silva

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