criação de valor compartilhado...É no campo que reside a grande força de nossa economia e foi...
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Criação de Valor CompartilhadoDesenvolvimento Rural
RelatóRio Nestlé BRasil – 2010
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6 Compromisso Sustentabilidade e Criação de Valor Compartilhado
8 Princípios Nestlé As bases sólidas da confiança
11 Mais alimentos com menos recursos Conhecimento, produtividade e renda no campo
14 Alimento sustentável Qualidade e sustentabilidade na cadeia leiteira
22 Tecnologia no campo Uma ponte entre a pesquisa científica e a agricultura familiar
30 Qualificação e assistência rural Assistência técnica eleva resultados do produtor
34 Responsible sourcing Relações éticas e duradouras com a cadeia de fornecedores
36 Desenvolvimento local Bons negócios e bem-estar na comunidade
40 Regionalização e BoP Qualidade, nutrição e inclusão social
44 Ciência e nutrição Nutrição para a saúde e o bem-estar
50 Gestão ambiental Compartilhando recursos naturais
56 Gestão de pessoas A multiplicadora de benefícios
62 Projetos culturais incentivados Arte cria valor
65 Eventos Criação de Valor Compartilhado Fórum de Criação de Valor Compartilhado destaca desenvolvimento rural
“É no campo que reside a grande força de nossa economia e foi seu desempenho que posicionou o Brasil como um dos maiores produtores de alimentos do mundo”.
Ivan F. Zurita
4 | Relatório Social Nestlé - 2O1O
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Relatório Social Nestlé - 2O1O | 5
Harmonizar a necessidade de produzir alimentos para atender uma população mundial
crescente e, ao mesmo tempo, conservar os recursos naturais do planeta é um dos
principais desafios do século XXI.
A Nestlé se orgulha de contribuir para a superação desse desafio, tanto ao oferecer
alimentos de alto valor nutricional, cada vez mais acessíveis à população, quanto
estimulando o desenvolvimento da agricultura sustentável. Nesta, a qualidade da
produção está intrinsecamente associada aos cuidados com a conservação da água,
do solo, do ar e da biodiversidade.
A sustentabilidade dos negócios da Nestlé tem como fio condutor a estratégia de
Criação de Valor Compartilhado ao longo de todos os elos da cadeia produtiva.
Além disso, alinha-se aos objetivos de combate à fome e à miséria e no respeito aos
direitos humanos e trabalhistas expressos nas Metas do Milênio e no Pacto Global da
Organização das Nações Unidas (ONU), dos quais somos signatários.
É no campo que reside a grande força de nossa economia e foi seu desempenho que
posicionou o Brasil como um dos maiores produtores de alimentos do mundo.
Tema central deste relatório, o desenvolvimento rural é também um dos pilares em que a
Nestlé se apoia para compartilhar valor com a sociedade brasileira.
Para isso, trilhamos a via do conhecimento, a fim de capacitar produtores rurais
e garantir seu acesso à tecnologia. Conduta que resulta não apenas em maior
geração de renda e qualidade das culturas e criações, mas também impacta
positivamente a oferta de alimentos para a população.
Embora este relatório resuma nossas práticas mais recentes, a Geração de Valor
Compartilhado vinculada ao desenvolvimento rural data da chegada
da Nestlé ao Brasil, 90 anos atrás.
Já no início dos anos 1920, colaboradores da Nestlé percorriam pela manhã e
à tarde as chamadas “estradas do leite”, recolhendo o leite produzido pelas fazendas
da região. Passaram posteriormente a prestar assistência técnica aos produtores,
mostrando como era possível aumentar a produção e os lucros, com a melhora da
nutrição do gado, a modificação dos cuidados e práticas mais amplas da higiene.
A força do Brasil como protagonista da segurança alimentar global certamente se
concretizará nas próximas décadas e a Nestlé contribuirá para isso com estratégias que
evidenciam nosso modo de ser: criando e compartilhando valor com toda a sociedade.
Ivan F. Zurita
Geração de Valor Compartilhado
Uma história de 90 anos no Brasil
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6 | Relatório Social Nestlé - 2O1O
Sustentabilidade e Criação de Valor Compartilhado
Compromisso
Criar valor para a sociedade e para seus
acionistas, no longo prazo, por meio de
uma atividade sustentável, está no centro
da estratégia da Nestlé para perenizar
o seu negócio. Esse é um compromisso
que leva a empresa a promover, em
suas cadeias produtivas, a Criação de
Valor Compartilhado, que vai além do
cumprimento de leis e das premissas da
sustentabilidade.
A Criação de Valor Compartilhado é uma
forma de conduzir a gestão dos negócios
e dos processos cotidianos de modo a
gerar benefícios para todos os envolvidos:
os parceiros que integram as cadeias
produtivas, as comunidades presentes no
entorno de suas unidades, os consumidores
e a sociedade.
A companhia identifica três pilares
de maior potencial para compartilhar
valor com a sociedade: Nutrição, Água
e Desenvolvimento Rural. São áreas
estratégicas para os negócios e vitais para
o bem-estar das pessoas nos países
em que a Nestlé está presente.
Para realizar a estratégia de Valor
Compartilhado, a companhia busca
ativamente parcerias capazes de acentuar
o impacto positivo sobre essas áreas.
Ao fazer isso, mantém uma visão ampla
de desenvolvimento de negócios e
acolhe o diálogo com parceiros externos
comprometidos a agir em consonância
com esses valores. Isso inclui autoridades
governamentais e órgãos regulatórios,
organizações não governamentais,
entidades acadêmicas e profissionais, e
comunidades locais.
Criação de Valor Compartilhado
Nutrição, Água, Desenvolvimento Rural
sustentabilidade
Proteger o futuro
Compliance
Princípios Nestlé de Gestão Empresarial, Leis, Códigos de Conduta
É uma forma de conduzir a gestão dos negócios e dos processos cotidianos de modo a gerar benefícios para todos os envolvidos.
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8 | Relatório Social Nestlé - 2O1O
Os Princípios Nestlé de Gestão
Empresarial constituem a base da cultura
organizacional da companhia e são a
garantia da confiança que os consumidores
e parceiros vêm depositando na empresa
ao longo de seus 145 anos de história.
O crescimento da Nestlé tem se
baseado na premissa de que o sucesso
contínuo no seu relacionamento com
parceiros de negócios exige a criação de
valor significativo para a sociedade, além
do cumprimento das leis vigentes e da
garantia de que todas as atividades são
sustentáveis.
CoNsumidoRes
1 - Nutrição, saúde e Bem-estar
O principal objetivo da Nestlé é melhorar
a qualidade de vida do consumidor a
cada dia, em todos os lugares, pela oferta
de opções de alimentos e bebidas mais
saborosos e saudáveis, bem como encorajar
um estilo de vida mais saudável, e expresso
na frase Good Food, Good Life.
2 - Qualidade e segurança do produto
Em qualquer parte do mundo, o
nome Nestlé representa uma garantia ao
consumidor de que o produto é seguro e
produzido segundo os mais altos padrões.
3 - Comunicação com o consumidor
A Nestlé se compromete a realizar uma
comunicação responsável e confiável
– que confere ao consumidor o direito
de escolher com base em informação
recebida – e promover dietas mais
saudáveis. A Nestlé respeita a privacidade
do consumidor.
diReitos HumaNos e PRátiCas
tRaBalHistas
4 - direitos Humanos nas atividades
profissionais da Nestlé
A Nestlé apoia plenamente os princípios
norteadores do Pacto Global das Nações
Unidas no que tange a direitos humanos
e trabalhistas. A empresa tem por objetivo
proporcionar um exemplo de boas práticas
de direitos humanos e conduta laboral em
todas as suas atividades corporativas.
As bases sólidas da confiança
Princípios Nestlé
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Relatório Social Nestlé - 2O1O | 9
ColaBoRadoRes
5 - liderança e responsabilidade
individual
O sucesso da Nestlé está vinculado
aos seus colaboradores. Prevalece em seu
ambiente de trabalho um tratamento
mútuo de respeito e dignidade.
A Nestlé seleciona pessoas competentes
e motivadas, que respeitem os valores da
companhia. Oferece oportunidades iguais
para o desenvolvimento e o progresso de
todos os colaboradores, protegendo sua
privacidade. Não tolera qualquer forma de
assédio ou discriminação.
6 - segurança e saúde no trabalho
A Nestlé assume o compromisso de
prevenir acidentes, lesões e doenças
decorrentes das condições de trabalho,
bem como de proteger os colaboradores,
parceiros de negócios e outros envolvidos
na cadeia de valor.
FoRNeCedoRes e ClieNtes
7 - Relacionamento com fornecedores
e clientes
É prática da Nestlé estabelecer
compromissos – com todos os seus
fornecedores, representantes, terceiros e
funcionários – baseados na honestidade,
integridade e lealdade, bem como na
adesão aos princípios não negociáveis de
conduta da companhia. Da mesma forma,
a empresa assume esse compromisso
perante seus clientes.
8 - agricultura e desenvolvimento Rural
A Nestlé contribui para melhorias na
produção agrícola, na condição social
e econômica dos produtores e das
comunidades rurais, bem como dos
sistemas de produção, adequando-os para
torná-los ambientalmente mais sustentáveis.
meio amBieNte
9 - sustentabilidade ambiental
A Nestlé está comprometida com
a busca de práticas corporativas
sustentáveis do ponto de vista ambiental.
Em todos os estágios do ciclo de vida do
produto, a companhia procura utilizar
eficientemente os recursos naturais e
favorecer o uso de recursos renováveis
por sistemas de gestão sustentável, tendo
por meta o desperdício zero.
10 - água
A Nestlé compromete-se a utilizar os
recursos hídricos de modo sustentável e
sob um gerenciamento continuamente
aperfeiçoado. A companhia reconhece que
o mundo enfrenta um desafio crescente
com relação à água e que a gestão
responsável dos recursos hídricos mundiais
por todos aqueles que os utilizam é uma
necessidade absoluta.
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Augusto Blaschi Neto planta salsão em sua propriedade, em São José do Rio Pardo.
É produtor assim como seu pai, Natalino, também foi. Com o neto de Natalino também tocando a
produção, agora três gerações permanecem no campo fornecendo para a Nestlé alimentos de alta
qualidade. O programa que a Nestlé desenvolve na região, em parceria com a ESALQ, contribui
para a fixação do homem no campo, geração de renda e sustentabilidade da atividade e dissemina
o conceito de Criação de Valor Compartilhado.
10 | Relatório Social Nestlé - 2O1O
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Relatório Social Nestlé - 2O1O | 11
Natalino Blaschi é um pequeno produtor
rural de São José do Rio Pardo, no interior de
São Paulo. Em 1998, ele começou a fornecer
as cenouras que planta em sua propriedade
de quatro hectares para a fábrica da Nestlé,
que fica a quatro quilômetros de suas
terras, dando início ao que se tornaria uma
tradição familiar. Em 2003, seu filho, Augusto
Blaschi Neto, assumiu as atividades da
propriedade e manteve a parceria com a
empresa. Hoje, o neto de Natalino, Dimas
Augusto Blaschi, estuda e aprende técnicas
de plantio e de boas práticas agrícolas
por meio de um programa de excelência
contínua que a Nestlé promove na região e
envolve 22 produtores rurais que vivem da
agricultura familiar.
Quando inaugurou a planta de
São José do Rio Pardo, em 1974, que
hoje fabrica a linha de cereais, produtos
infantis e culinários, com papinhas, sopas
e cremes, a Nestlé proporcionou uma
alternativa de renda e de bem-estar social
para dezenas de pequenos produtores
de verduras e legumes como Natalino,
Conhecimento, produtividade e renda no campo
Mais alimentos com menos recursos
que extraem de suas terras cenoura, salsa,
alho-poró, aipo e espinafre. Essa parceria
vem compartilhando valor entre todos os
participantes da cadeia produtiva e tem
apresentado resultados formidáveis.
Em 2010, esses agricultores forneceram
cerca de 4,7 mil toneladas de legumes para
a Nestlé, ante 1.400 toneladas, em 2006, ou
quase triplicaram o volume nesse intervalo.
A produtividade dos plantios de cenoura
passou de 28 toneladas por hectare,
em 2006, para 52 toneladas por hectare,
em 2010. Os legumes e verduras frescos
fornecidos são matérias-primas de alta
qualidade, que conferem ao produto final
o diferencial de excelência que a Nestlé
oferece aos consumidores. Significa dizer
que o programa de desenvolvimento de
fornecedor da Nestlé São José do Rio Pardo
está gerando valor.
O programa envolve o repasse aos
agricultores das melhores técnicas
agrícolas, que vão desde a escolha das
sementes, passando pelo plantio e a
colheita, e resultando em significativos
aumentos de produtividade e de renda.
Com isso, os agricultores podem viver
de suas terras, o que vem garantindo
a permanência das novas gerações no
campo, como ocorre com a família de
Natalino. Para a realização desse programa,
a Nestlé firmou um acordo de cooperação
com a Escola Superior de Agricultura Luiz
de Queiroz, da Universidade de São Paulo,
(ESALQ/USP), câmpus de Piracicaba (SP).
Quando inaugurou a fábrica de São José do Rio Pardo, em 1974, a Nestlé proporcionou uma alternativa de renda e de bem-estar social para dezenas de pequenos produtores.
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12 | Relatório Social Nestlé - 2O1O
Contra o desperdício
metodologia leaN para Criação de
Valor Compartilhado
Com a introdução, em 2009, da
metodologia LEAN para Criação de Valor
Compartilhado na cadeia de fornecedores
de São José do Rio Pardo, a Nestlé
aprofundou ainda mais a parceria com
os produtores rurais da região. O LEAN
é uma forma de analisar uma cadeia de
valor, visando aumentar a eficiência em
todos os seus elos pelo mapeamento de
pontos de desperdício e pela capacitação
de todos os envolvidos. Assim, cada um
pode contribuir para a melhoria de sua
área de atuação, abrindo oportunidades de
geração de valor para todos. A aplicação da
metodologia promove o desenvolvimento
baseando-se no tripé tecnologia, economia
e impacto social. A disseminação da
tecnologia na cadeia produtiva aumenta
a produtividade e a renda, possibilitando
uma cadeia sustentável compartilhada.
Mas a aplicação da metodologia vai além,
com reflexos significativos na qualidade
do produto final e na redução do impacto
ambiental da atividade.
O projeto piloto de LEAN para a Geração
de Valor Compartilhado em São José do
Rio Pardo envolveu seis produtores e
foi centrado em dois produtos – salsa e
cenoura. Os técnicos da Nestlé analisaram
e identificaram oito pontos de desperdício,
que incluíam possibilidades de economia de
combustível na hora da entrega, redução do
consumo de água, melhor uso de sementes,
entre outros. A ideia era a de fazer o
produtor entender toda a cadeia produtiva
e avaliar seu próprio processo de produção.
Na etapa de implantação, conduzida
pela área de LEAN Corporativo e pela
equipe de São José do Rio Pardo, a cenoura
Mais alimentos com menos recursos
A disseminação da tecnologia na cadeia produtiva aumenta a produtividade e a renda, possibilitando uma cadeia sustentável compartilhada.
A família Martini fornece há mais de 20
anos verduras e legumes para a fábrica
da Nestlé de São José do Rio Pardo.
João Carlos de Martin segue a
atividade de seu pai, Antonio de Martini,
e repassa conhecimentos para seu filho,
Leonardo de Martini. Três gerações que
permanecem no campo e se beneficiam
dos programas de excelência contínua
que a Nestlé desenvolve junto
a seus fornecedores.
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chegava à fábrica com talo e muita terra,
o que exigia maior consumo de água para
sua lavagem. Na média, havia cerca de
100 quilos de terra por tonelada de
cenoura. Detectado o problema, os
produtores foram orientados a limpar a
cenoura, sem uso de água, apenas usando
as mãos para remover a terra. Com isso, eles
também passaram a avaliar as cenouras
que estavam entregando, separando as
que apresentavam irregularidades, como as
trincadas que estavam com problemas.
Com a correção, os produtores deixaram
de ser descontados, pois melhoraram a
qualidade do produto entregue.
Na área de produção, houve uma redução
do consumo de água, da geração de
resíduos, eliminando-se os custos de
remoção da terra que ficava dentro da
fábrica. “A filosofia do LEAN, que estamos
aprendendo, vai servir tanto para a cenoura
quanto para outras culturas”, diz Nelson
Gomes, produtor de cenoura. “Então, é uma
grande coisa que a Nestlé está fazendo
para a gente. Em troca, vamos conseguir
melhorar cada vez mais a qualidade do
produto que entregamos para a empresa”.
Para Cláudio Sarti, gerente da fábrica de
São José do Rio Pardo, o produtor já está
comprometido com essa parceira para
agregar e compartilhar valor: “A gente vê
hoje o produtor fazendo o mapa de criação
de valor e aprendendo, com entusiasmo, o
uso de uma nova ferramenta”.
Novas técnicas para agregar valor às
plantações
Investir na capacitação técnica dos
produtores de verduras e legumes é o
foco da parceria firmada entre a Nestlé e a
ESALQ/USP em 2007. Os alunos do último
ano de Agronomia da ESALQ ajudam os
produtores de São José do Rio Pardo
Ganho de produtividade(Toneladas/ hectare)*
Ano Aipo Alho-poró Espinafre Salsa Cenoura
2006 65,00 63,70 60,00 30,00 28,00
2007 72,00 63,70 62,00 45,00 43,00
2008 75,00 65,00 65,00 58,00 48,00
2009 75,00 65,00 69,00 55,00 50,00
2010 93,80 75,50 70,00 61,00 52,00
*Resultados da parceria Nestlé/ESALQ, em São José do Rio Pardo
* Evolução dos volumes da colheita de legumes contratados pela Nestlé em São José do Rio Pardo
Evolução da colheita legumes* (em toneladas)
1.391
3.850
3.042
3.989
4.712
Aprender a planejar suas atividades e depois a avaliá-las reduz o desperdício, corrige desvios, aumentando a qualidade e a produtividade.
2006 2007 2008 2009 2010
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a desenvolverem suas culturas,
preparando-se, assim, para o mercado
de trabalho. Eles são orientados por um
coordenador especialista e as experiências
realizadas em campo são utilizadas como
fonte de pesquisas pela universidade.
Os produtores são capacitados a
desenvolver as boas práticas agrícolas, o
que envolve adubação, irrigação, controle
fitossanitário, entre outras ações. São
estimulados a fazer um manejo integrado
de suas propriedades para o controle de
ervas daninhas, de pragas e de doenças
e recebem recomendações sobre como
trabalhar com as sementes. Aprendem
a planejar suas atividades e depois a
avaliá-las – desde a preparação do solo
até a entrega na fábrica. Isso proporciona
ótimos resultados, pois reduz o desperdício,
corrige desvios, aumentando a qualidade e
a produtividade.
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O leite e seus derivados são alimentos de
grande importância na mesa dos brasileiros.
O leite também é matéria-prima
componente de uma cadeia de alimentos
essenciais para a dieta cotidiana da
população. O Brasil é o quinto maior
produtor mundial de leite e sua produção é
fonte de renda para aproximadamente 1,35
milhão de famílias, a grande maioria, 81%,
formada por pequenos produtores familiares.
Em 2010, estima-se que o Brasil
produziu cerca de 29,4 bilhões de litros
de leite. Deste total, a Nestlé Brasil e sua
coligada DPA – Dairy Partners Americas,
empresa dos grupos Nestlé e Fonterra –
captaram em torno de 2,12 bilhões de
litros, consolidando sua posição de maior
compradora individual do setor.
Consciente de sua posição de liderança,
a Nestlé/DPA desenvolve programas
visando aprimorar a qualidade do leite,
melhorar a gestão e a lucratividade das
propriedades, bem como reduzir o impacto
ambiental da atividade.
Disponíveis para seus 6.550
fornecedores diretos e cerca de
40 mil indiretos e oferecidos por meios
próprios ou em parcerias com outras
organizações, esses programas envolvem
assistência técnica, cursos e treinamentos,
promovem a capacitação dos produtores,
técnicos e estudantes e a transferência
de tecnologia para o campo. Com ações
que se entrelaçam e se complementam,
adquirem aspectos diferenciados nas
diversas regiões brasileiras, em função das
características da produção local e das
parcerias estabelecidas para realizá-los.
Seus objetivos, no entanto, convergem:
gerar e compartilhar valor com a sociedade.
Qualidade e sustentabilidade na cadeia leiteira
Alimento sustentável
A Nestlé desenvolve programas visando aprimorar a qualidade do leite, melhorar a gestão e a lucratividade das propriedades, bem como reduzir o impacto ambiental da atividade.
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O produtor Marco Antônio Bordin, fornecedor de leite da Nestlé/DPA,
teve sua fazenda, uma das mais equipadas de Guararapes, em São Paulo,
certificada na categoria Boas Práticas. Um reconhecimento à produção
de leite de alta qualidade.
Relatório Social Nestlé - 2O1O | 15
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Entre os programas desenvolvidos
pela Nestlé/DPA visando à melhoria da
qualidade do leite, destacam-se o Boas
Práticas na Fazenda (BPF), que contribui
para a melhoria de gestão, manejo e
rentabilidade para o produtor; o Sistema
de Valorização do Leite (SVL), um método
de precificação que oferece um diferencial
no pagamento de leite de melhor
qualidade e composição; e o Pró-Sólidos,
que incentiva a produção de leite com
maior teor de sólidos, ou seja, como mais
proteína e gordura, portanto de maior
valor nutricional. Esses programas são
complementares a outros desenvolvidos
pela companhia, como os de transferência
de tecnologia e de assistência técnica.
Fazendas de excelência
O programa Boas Práticas na Fazenda
(BPF), lançado pela Nestlé/DPA em
2005, teve como ponto de partida uma
Alimento sustentável Leite de melhor qualidade
Jaime Polo da Cruz, produtor de leite, cria vacas em sua Estância Shangrilá, em
Birigui, São Paulo. Recebe assistência técnica do NATA, programa da Nestlé/DPA
que o ajuda com orientações sobre produção e gestão da propriedade, além de
prever a visita mensal de um técnico.
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Relatório Social Nestlé - 2O1O | 17
parceria com a Embrapa, responsável pela
condução do Programa Alimento Seguro
no Campo, e foi estruturado tendo como
referência experiências realizadas em
países como França, Espanha, Austrália e
Nova Zelândia, onde o programa existe
há vários anos. Pioneiro no Brasil e até
hoje incomparável em sua escala, seu
objetivo é o de garantir a segurança e a
qualidade da matéria-prima, bem como a
sustentabilidade ambiental e econômica
das fazendas. Avanços nesse sentido têm
impacto em todo o setor, elevando o
patamar da pecuária leiteira brasileira.
A importância dessa questão é crescente
para quem está na atividade, pois o
consumidor, tanto no Brasil como no exterior,
está cada vez mais consciente e exigente.
Atualmente, 1.200 propriedades são
atendidas pelo BPF, sendo 844 delas
aprovadas nas auditorias realizadas.
Isso significa que atingiram um nível de
excelência em qualidade, segurança e em
suas práticas gerenciais. Tal desempenho
contribui para a sustentabilidade do
negócio – pois reflete práticas que
reduzem o impacto no meio ambiente –
e para o seu crescimento como empresa
rural. A expectativa é a de que, em
três anos, cerca de 3 mil propriedades
fornecedoras da DPA tenham atingido
a classificação de aprovadas em Boas
Práticas na Fazenda.
Categoria Boas Práticas
Ao entrar no programa, o produtor
compromete-se a introduzir ou
aperfeiçoar gradualmente um conjunto
de procedimentos. Como suporte,
recebe visitas periódicas de técnicos
que orientam as atividades e fazem
pré-auditorias preparatórias para a
auditoria final. A fazenda pode chegar
à categoria Boas Práticas em pouco
tempo, desde que demonstre ter adotado
os procedimentos indicados para um
processo de melhoria contínua.
A auditoria é feita por empresa
terceirizada, nesse caso pela Qualit
Consultants of New Zealand (Qconz).
“O leite é um alimento nobre, de grande
importância para o ser humano.
Produzi-lo com qualidade e segurança é
uma exigência de mercado, no mundo
todo. Nesse aspecto, o programa BPF
oferece uma contribuição indiscutível”,
afirma Bernard John Woodcock,
representante da Qconz no Brasil.
A adoção das boas práticas proporciona a
melhoria da gestão e dos procedimentos
da propriedade. Além disso, o leite de
mais qualidade trará ganhos adicionais ao
produtor via Sistema de Valorização do Leite
(ver página 18).
mais agilidade e resultados
Em 2010, o programa Boas Práticas na
Fazenda (BPF) da DPA ultrapassou a marca
de 700 propriedades aprovadas em todo o
Brasil, e o objetivo para 2011 é terminar o
ano com 1.500 propriedades certificadas.
Para o especialista em qualidade da DPA,
Luiz Guedes, alguns fatores contribuem
para o grande interesse pelo programa:
“Podemos perceber que os produtores
estão mais conscientes sobre a importância
de adotar procedimentos que garantam a
qualidade e a segurança do leite”.
A entrada do produtor Mozart Moreira
Braz, da Fazenda Ponte Alta, em Lagoa
Formosa (MG), no programa Boas Práticas
na Fazenda ocorreu no primeiro semestre
de 2010. Num balanço de como era e
como ficou, Mozart é enfático: “Agora
existe uma organização na propriedade
Para Helton Leonardo Rossafa, cuja propriedade foi aprovada pela auditoria
do Programa Boas Práticas na Fazenda, produzir com qualidade é um motivo de
orgulho: “ O leite com mais qualidade tem preço diferenciado”, explica Helton.
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18 | Relatório Social Nestlé - 2O1O
que antes não existia. Quem chegava, se
quisesse, podia entrar em qualquer local,
já que os armazéns ficavam abertos. O BPF
me mostrou a importância de estabelecer
critérios e criar regras de acesso, o que
aumenta a segurança do que produzimos
e dos animais”.
Fator determinante para a entrada de
Mozart no BPF foram relatos de outros
produtores que já tinham aderido ao
programa e estavam bem satisfeitos com
os resultados. Segundo ele, o processo até
a propriedade ser aprovada na auditoria
foi simples: “Inclusive, estava com dois
funcionários novos, mas como eles já
conheciam o programa foi fácil chegar até
a certificação”.
Com relação ao leite, ele percebe
que houve melhoras na qualidade e na
produtividade: “Já trabalhava em cima da
qualidade e, se estava bom, ficou melhor”.
incentivo ao aperfeiçoamento
Em 2005, a Nestlé foi uma das pioneiras
na criação do Sistema de Valorização do
Leite (SVL), com o intuito de reconhecer
o esforço dos produtores de melhorar a
qualidade de seu leite e de seus rebanhos.
Trata-se de um método de precificação
diferenciado que vem resultando em
melhorias significativas nos países
exportadores de derivados lácteos. Hoje,
o SVL é uma referência na cadeia láctea
brasileira e responde às expectativas
dos consumidores, que buscam no leite
qualidade e alto valor nutricional.
Os indicadores de qualidade são níveis
baixos de Contagem de Células Somáticas
(CCS), que se relacionam com a saúde
da glândula mamária e as condições
sanitárias do rebanho; e os de Contagem
Bacteriana Total (CBT), que indicam
o padrão de higiene. Os indicadores
de eficiência são a maior presença de
sólidos no leite, ou seja, maiores teores de
proteína e de gordura, que têm alto valor
para a indústria por se relacionarem
ao maior rendimento na produção
de derivados lácteos, principalmente leite
em pó e queijo.
A precificação diferenciada baseia-se
nesses critérios, que são conhecidos por
todos os fornecedores da DPA, e tem
grande efeito multiplicador. Desde 2003,
o Brasil já é autossuficiente em relação à
produção de leite. O próximo passo é o
País se tornar um grande exportador.
Alimento sustentável
“ Com a orientação que recebemos do BPF, mudamos o que precisava de ajustes”, diz Ivo
Gentil Pereira (à direita). Para Vivaldo de Melo Júnior, anotar corretamente o tratamento
das vacas foi crucial: “ Identificamos medicamentos que não funcionavam bem e os
substituímos, melhorando nossos resultados”.
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Jonas Rodrigues Junior, produtor e fornecedor de leite da Nestlé, na região de
Coroados, em Araçatuba, São Paulo. Além de ter sua propriedade certificada
pelo programa Boas Práticas na Fazenda, Jonas faz parte do Núcleo de
Assistência Técnica Autorizada (NATA) da Nestlé/DPA.
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Evolução das fazendas BPF em relação às fazendas sem BPF:
% de volume abaixo de 100 mil UFC/ml
Evolução do programa BPF: Número de fazendas aprovadas
no programa de Boas Práticas na Fazenda
150%
140%
130%
120%
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Fazendas BPF Fazendas sem BPF 2010 2011
900800700600500400300200100
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CaPaCitação de oRdeNHadoRes
Melhorar a qualidade do leite pode depender de iniciativas relativamente simples,
como a capacitação dos ordenhadores para a ordenha mecânica. Foi pensando
nisso que, desde 2005, a Nestlé/DPA passou a oferecer gratuitamente para seus
fornecedores o Curso de Capacitação de Ordenhadores, que já treinou mais de 4 mil
pessoas. Disponível nas principais regiões leiteiras da Nestlé/DPA, o curso consiste
em uma palestra técnica e demonstrações práticas sobre manejo de ordenha,
manutenção e cuidados higiênicos com os equipamentos e utensílios.
eFiCiêNCia Na oRdeNHa maNual
O Cinturão da Qualidade DPA e o Kit Limpeza de Utensílios conseguem melhorar
muito a qualidade do leite na ordenha manual. O produtor que faz ordenha manual e
utiliza corretamente essas duas ferramentas tem diversos benefícios, como:
Atender aos parâmetros de Contagem Bacteriana Total (CBT) estabelecidos
no Sistema de Valorização do Leite (SVL) da DPA e, portanto, conseguir melhor
remuneração pelo preço do produto de acordo com o SVL;
Seu uso correto garante maior mobilidade nas operações, além de tornar possível a
produção de leite de qualidade; e
Maior sanidade do rebanho com a diminuição de casos de mastite.
Nas regiões leiteiras da DPA, o produtor pode participar gratuitamente de um
curso de capacitação, que mostra como utilizar o Cinturão da Qualidade DPA
e o Kit Limpeza de Utensílios.
Alimento sustentável
20 | Relatório Social Nestlé - 2O1O
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Composição consistente
Complementar aos programas Boas
Práticas na Fazenda e Sistema de Valorização
do Leite, o Programa Pró-Sólidos, lançado
em abril de 2010, é mais uma iniciativa
pioneira da Nestlé/DPA com potencial
de transformar a cadeia láctea brasileira.
Por meio de incentivos financeiros e de
transferência de tecnologia ao produtor,
o programa visa ao aumento do teor de
sólidos no leite, com menor custo e mais
qualidade. Com isso, o leite brasileiro
ganhará mais competitividade no mercado
internacional, atendendo também a
uma exigência ambiental, já que permite
produzir mais sólidos por área e por
animal e, em consequência, por unidade
de gás emitido. Esse é um grande desafio
para toda a cadeia láctea, uma verdadeira
mudança cultural no setor.
Para atingir esses resultados, o
Pró-Sólidos prevê um conjunto de ações
na pecuária leiteira: aprimoramento dos
rebanhos, com a seleção de sêmen de
touros melhoradores de sólidos; mudanças
na alimentação e no manejo do rebanho;
e remuneração por sólidos. O produtor que
aderir ao programa será favorecido.
As tabelas da Nestlé/DPA de pagamento
por composição foram alteradas para
valorizar a maior presença de sólidos no
leite, como já ocorre nos principais países
produtores.
Relatório Social Nestlé - 2O1O | 21
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22 | Relatório Social Nestlé - 2O1O
Uma ponte entre a pesquisa científica e a agricultura familiar
Tecnologia no campo
Levar ao produtor rural o conhecimento
científico e as melhores tecnologias
desenvolvidas em universidades e centros
de pesquisas brasileiros tem sido um
dos caminhos escolhidos pela Nestlé
para compartilhar valor. Os pequenos
produtores familiares empenhados na
produção de leite vêm se beneficiando
de quatro projetos que levam até
suas propriedades os conhecimentos
desenvolvidos nos principais centros de
excelência em pesquisa rural do País.
Em parceira com a Universidade
Federal de Viçosa (UFV-MG) , a empresa
promove o Programa de Desenvolvimento
da Pecuária Leiteira (PDPL). No interior
de São Paulo, em convênio com a Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
(ESALQ/USP), implementa o Programa
Andradina. E, em Santa Maria, no Rio
Grande do Sul, deu início, em julho de
2009, ao Programa Ficus. São projetos
de transferência de tecnologia que
vêm contribuindo para gerar renda e
melhorar a qualidade de vida no campo
e para a permanência de dezenas de
famílias de pequenos produtores em
suas propriedades. Voltado para jovens
moradores da zona rural, a empresa
promove, em parceria com o Conselho
de Exportadores de Café (CeCafé),
o Projeto Criança do Café na Escola,
de inclusão digital.
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Há 23 anos, o PDPL, por meio de uma parceria com a Universidade Federal de
Viçosa, leva até o produtor rural informações gerenciais sobre agronegócio.
Um dos beneficiados pelo programa é o produtor Paulo Martiniano Cupertino,
que aprecia sua plantação de milho, em Coimbra (MG), a qual servirá de ração
para seu rebanho leiteiro.
Relatório Social Nestlé - 2O1O | 23
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Programa de desenvolvimento da
Pecuária leiteira (PdPl)
Criado há 23 anos, o Programa de
Desenvolvimento da Pecuária Leiteira
(PDPL) é uma atividade de extensão rural,
ou seja, prepara jovens profissionais
para o mercado de trabalho e
oferece assistência técnica e
gerencial às propriedades
de famílias de pequenos
produtores rurais. Participam alunos
cursando os últimos anos de Medicina
Veterinária, Agronomia, Zootecnia, entre
outros cursos, que aplicam no campo
teorias e técnicas desenvolvidas na
universidade. Desse modo, transferem
tecnologia para os produtores, interagem
com as diferentes áreas das propriedades
e aprendem a desenvolver soluções para
o meio rural.
Em 2010, o PDPL mobilizou 224
estudantes junto a 42 produtores em
Viçosa. O acesso ao conhecimento
e à tecnologia permite ao produtor
apurar o gado, fazer o manejo correto, ter
controle sobre os custos, produzir mais,
aumentar os ganhos, sempre respeitando
o meio ambiente. Produzindo com
sustentabilidade, ele pode permanecer
na atividade e manter os filhos no campo
para dar continuidade ao trabalho.
Produtividade com qualidade
O PDPL vem apresentando
resultados significativos de melhoria de
produtividade e de qualidade do leite.
Na região de Viçosa, a produção
Tecnologia no campo
24 | Relatório Social Nestlé - 2O1O
por vaca saltou de 4,3 litros por dia,
em 1989, para 16,7 litros por dia, em 2010,
um crescimento de 370%. O produtor
Geraldo Aleixo Gonçalves, dono do Sítio
Água Limpa, em Porto Firme, cidade a
cerca de 30 quilômetros de Viçosa,
é um bom exemplo. Ele faz parte do PDPL
desde o início do programa, quando não
chegava a produzir 100 litros/dia
de leite. Sua produção atual é de 500
litros/dia. “Aprendi muito com as equipes
do PDPL, consegui melhorar a genética
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Participante do Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira (PDPL),
José Afonso Frederico, produtor de leite do município de Coimbra, na região de
Viçosa (Minas Gerais), recebe orientações técnicas e gerenciais que melhoram
significativamente a sua produção e a gestão de sua propriedade.
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e a alimentação e aumentar muito a
produção”, diz o produtor.
A contribuição do PDPL tem sido
relevante para o desenvolvimento da
pecuária leiteira do Brasil, que já é o
quinto maior produtor mundial de leite –
em 2010, estima-se que foram coletados
29,4 bilhões de litros. A produtividade
no País, porém, ainda é baixa: apenas
1.261 litros/vaca/ano em média. Elevar
a produtividade com qualidade está,
portanto, entre os maiores desafios da
atividade, que se encaminha para figurar
entre as mais importantes do mundo.
Relatório Social Nestlé - 2O1O | 25
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26 | Relatório Social Nestlé - 2O1O
PDPL VIÇOSA
Início 1988
Estudantes treinados 1.108 (1988-2010)
PDPL Viçosa
Produção diária (litros/dia)
1989 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
Produção/área (l/ha/ano)
1989 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Tecnologia no campo
Fonte: Revista DPA
5.000
4.500
4.000
3.500
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
500
0
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Relatório Social Nestlé - 2O1O | 27
Programa andradina
Implantado em um assentamento
rural no interior de São Paulo, em 2005,
o Programa Andradina tem sua missão
alinhada às demais ações da empresa
dirigidas ao pequeno produtor familiar:
desenvolver e tornar a produção de leite
sustentável, contribuir para a permanência
do produtor e sua família no campo,
abrindo-lhes oportunidades de aumentar
a renda obtida com a atividade.
Fruto da parceria entre a Nestlé/DPA
com a ESALQ/USP, o programa é
financiado pela empresa e prevê a visita
mensal de pesquisadores da ESALQ e
coloca um técnico em período integral
à disposição dos pequenos produtores.
Em 2010, 30 famílias foram assistidas e
os resultados são animadores. “Antes do
programa, o máximo que eu conseguia
tirar de leite eram 60 litros por dia. Hoje
chego a tirar até 130 litros”, afirma a
produtora Jandira Vieira Pereira.
Para o assentado Clóvis Gonçalves Ribeiro,
a produção pode aumentar muito.
“O professor falou que a gente tem
condição de tirar de 500 litros a mil litros
por dia. E é nesse pensamento que eu vou.”
Nestlé Faz Bem saber
O Programa Andradina é uma das
iniciativas do programa Nestlé Faz
Bem Saber, um dos três programas
desenvolvidos pela Fundação Nestlé Brasil
para gerar valor para a sociedade por
meio das atividades da Nestlé.
Os outros dois são o Nestlé Faz Bem Nutrir,
que promove a educação alimentar
para a população de baixa renda, e
o Nestlé Faz Bem Cuidar, que oferece
educação ambiental, com o foco na
preservação da água.
Hélio Luz da Silva vive no
assentamento Timboré e produz
leite no seu sítio Dois irmãos, no
município de Andradina. Por meio
do Programa Andradina, Hélio
teve acesso a conhecimentos para
melhor gerir sua produção
e a práticas de agricultura
sustentável.
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Programa Ficus
Na mesma linha de tornar sustentável
a produção leiteira na agricultura familiar,
a Nestlé/DPA iniciou, em julho de 2009,
o Programa Ficus, na região de Palmeira
das Missões, município do Rio Grande
do Sul. Com a coordenação técnica da
Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM), o programa em 2010 já atende
30 produtores, conta com um técnico
em período integral e visita quinzenal de
pesquisadores da universidade à região.
O programa visa promover o
desenvolvimento socioeconômico das
propriedades rurais, estimular a cadeia de
suprimentos da Nestlé/DPA e propiciar
a permanência do produtor no campo.
A iniciativa gera valor na produção
do leite pela introdução de técnicas
de gestão, incremento da qualidade
e da produtividade. A experiência das
propriedades assistidas servirá de modelo
para outras famílias da região.
Tecnologia no campo
Iniciativas que geram valor na
produção do leite pela introdução
de técnicas de gestão, incremento da
qualidade e da produtividade.
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AndradinaAndradina FicusFicus
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Nº de produtores assistidosProdução por vaca em lactação (l/dia/animal)
Para participar dos programas Ficus
e Andradina, o produtor não precisa ser
fornecedor da DPA, mas deve seguir
100% das orientações técnicas
combinadas e participar pelo menos
de 70% das reuniões.
Para a Nestlé/DPA, o Programa
Ficus, o PDPL e o Andradina são
expressões concretas de Geração de
Valor Compartilhado que contribuem
para o desenvolvimento de sua cadeia
de suprimentos. Os reflexos dos
programas são muito amplos, pois o
aperfeiçoamento da extensão rural eleva
o nível de formação dos estudantes
universitários e o de desenvolvimento
da pesquisa aplicada, ampliando
o conhecimento acumulado pela
agropecuária brasileira.
Projeto Criança do Café na escola
O Projeto Criança do Café na Escola tem
proporcionado um novo horizonte para
crianças e adolescentes do meio rural ao
promover a inclusão digital nas escolas
das comunidades produtoras de café.
Desenvolvido por iniciativa do Conselho
dos Exportadores de Café (CeCafé), com
apoio da Nestlé e de outras empresas,
o projeto prevê a doação, entrega e
montagem de salas de informática com
dez computadores cada e adiciona um
programa de informática ao currículo de
escolas rurais.
Em dezembro de 2009, a Nestlé
patrocinou, junto com a Unicafé, a
inauguração da 100ª sala digital do
programa, na Escola Pedro Balbino de
Menezes, no município de Sooretama (ES),
beneficiando mais de 600 alunos
do Ensino Fundamental. Nesse mesmo
ano, a empresa também patrocinou salas
digitais em mais três escolas, beneficiando
cerca de 1.000 crianças. O Projeto Criança
do Café na Escola também procura
sensibilizar as crianças e a comunidade
para a produção de um café sustentável,
que atenda aos preceitos básicos de
conservação ambiental e de inclusão social
das famílias cafeicultoras.
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Não faz muito tempo, os latões de leite à
beira das estradas dominavam a paisagem
das regiões leiteiras Brasil afora. No interior
das propriedades, a ordenha era manual, o
leite ia para um balde e dali para os latões,
que ficavam à espera do caminhão do leite.
Hoje os latões já não enfeitam as estradas
vicinais de boa parte dessas regiões, mas
as mudanças vão bem além da paisagem.
Cada vez mais, os produtores se beneficiam
dos avanços nas pesquisas desenvolvidas
em grandes centros especializados em
produção leiteira. Utilizam equipamentos
de alta tecnologia para ordenhar o rebanho,
manter o leite resfriado e transportá-lo.
As condições sanitárias melhoraram
radicalmente e, com elas, o aproveitamento
do leite. A produtividade dos rebanhos
cresceu, graças ao aperfeiçoamento das
matrizes, melhor alimentação e conforto
animal. A renda do produtor também
cresceu e, com ela, sua qualidade de vida.
A Nestlé/DPA tem exercido influência
crucial para tornar possíveis esses
avanços, por meio de várias ferramentas
de assistência técnica e de qualificação.
Programas desenvolvidos pela empresa,
como o Núcleo de Assistência Técnica
Autorizada (NATA), ou em parceria com
outras organizações, como o Educampo,
realizado com o Sebrae de Minas
Gerais, têm levado conhecimento
especializado para dentro da
propriedade leiteira, envolvendo
tanto proprietários e familiares
quanto seus funcionários.
A assistência faz a diferença: dados
no Brasil apontam para um aumento
da produção anual leiteira de 15%
entre os produtores que possuem
assistência técnica e apenas de 3% para
os que não contam com esse apoio.
Assistência técnica eleva resultados do produtor
Qualificação e assistência rural
A produtividade dos rebanhos cresceu, graças ao aperfeiçoamento das matrizes, melhor alimentação e conforto animal.
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Quando entrou no PDPL, há cerca de oito anos, Sergio Henrique Viana
Maciel, dono da Fazenda Oásis, em Viçosa (MG), tirava uma média
de 250 litros de leite por dia. Hoje, por meio da parceria com o PDPL,
atinge média de 1.000 litros de leite por dia.
Relatório Social Nestlé - 2O1O | 31
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32 | Relatório Social Nestlé - 2O1O
Consultoria intensiva e resultado certo
O Educampo e o NATA são programas
de assistência e consultoria gerencial e
tecnológica intensiva e contínua. Seus
objetivos são aumentar a produtividade,
reduzir custos, elevar o retorno financeiro
e a sustentabilidade da atividade. Para isso,
técnicos qualificados e treinados pela DPA
– engenheiros agrônomos, veterinários
ou zootecnistas – atendem grupos de
produtores em todas as regiões de atuação
da empresa, fazem um diagnóstico da
propriedade e indicam caminhos para que
o produtor consiga aprimorar o manejo de
forma econômica e sustentável.
“Chega um momento em que não
conseguimos mais avaliar as tecnologias
que aparecem e acabamos nos sentindo
perdidos. Resolvi que precisava de um apoio
técnico, procurei o Educampo e o resultado
foi excelente”, explica o produtor Elmar
Flausino Dias, da Fazenda Córrego Bento,
em Perdizes (MG), que faz parte do grupo
de Patrocínio (MG). Dono de uma área de
17 hectares, antes do Educampo chegava a
alugar pasto para colocar uma parte do seu
rebanho, quadro que mudou radicalmente.
Ele passou a aplicar melhores técnicas de
manejo de pastagens, deixou de alugar
terras, o que, além de oneroso, fazia com
que perdesse tempo para ir onde o gado
estava. A produção média de leite em sua
fazenda aumentou 60% em comparação
ao que produzia antes do Educampo.
Elmar fala com orgulho da evolução de
sua propriedade: “Formei meu menino em
faculdade particular em Araxá (MG), estou
formando outro neste ano e tem mais um
começando Agronomia. Praticamente foi
tudo com recursos tirados daqui”.
Gestão e planejamento
Com um trabalho baseado na genética,
nutrição e gestão, os técnicos da DPA
indicam os caminhos, por meio do
Educampo e do NATA, para que cada
produtor possa melhorar o desempenho da
sua fazenda leiteira. É o caso de Magnólia
Martins da Silva, da Fazenda Valinhos, em
Monte Alegre de Minas (MG), que está no
Qualificação e assistência rural
“ Precisava de um apoio técnico e procurei o Educampo. O resultado foi excelente”,
explica o produtor Elmar Flausino Dias, da Fazenda Córrego Bento, em Perdizes (MG).
Já a produtora Magnólia Martins da Silva, da Fazenda Valinhos, em Monte Alegre de
Minas (MG), também está muito satisfeita: com a assistência técnica que recebeu
por meio do Educampo, a produção média de litros de leite por dia na propriedade
dela saltou 195%.
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Educampo desde a formação do grupo da
região de Ituiutaba (MG). “Com o programa,
entre outras coisas, criei o hábito de me
organizar e fazer registros. Percebi que, se eu
não tiver dados confiáveis, corro o risco de
não acertar em minhas decisões. Um ponto
que destaco é o do controle de custos. Seja
qual for a condição de mercado, tenho que
saber como e onde gastar melhor”, diz a
produtora. Com o Educampo, a produção
média de litros de leite por dia na sua
propriedade saltou 195% e a produção por
vaca em lactação subiu 35%.
O médico-veterinário Matozalém Camilo
orientou as ações de melhoramento
genético do rebanho há cerca de cinco
anos. Com as ações adotadas, a produtora
passará a ter três fontes de renda em sua
propriedade: a comercialização do leite, a
venda de matrizes e de sêmen.
No mesmo grupo de Magnólia está
Marcus Novais Costa, proprietário da
Fazenda Olhos d’Água, em Ituiutaba (MG),
que faz uma avaliação altamente positiva
dos resultados que conseguiu com o
programa. “Eu precisava mudar muita coisa
e não sabia como fazer. O Educampo me
mostrou o caminho. Ganhei muito em
produtividade e em redução de gastos.”
Também contando com a assessoria do
médico-veterinário Matozalém Camilo,
Marcus alicerçou seu crescimento no
melhoramento genético e no controle de
custos. “Quando vemos uma propriedade
bem-sucedida, percebemos que ali se
trabalham corretamente três pilares
básicos da agropecuária: genética, nutrição
e gestão”, afirma o veterinário.
Os resultados de Elmar, Magnólia
e Marcus são uma prova indiscutível da
importância da assistência técnica na
Criação de Valor Compartilhado.
Marcus Novais Costa, proprietário da
Fazenda Olhos d’Água, em Ituiutaba (MG):
“ Eu precisava mudar muita coisa e não sabia
como fazer. O Educampo me mostrou o
caminho e ganhei muito em produtividade e,
principalmente, em redução de gastos”.
Relatório Social Nestlé - 2O1O | 33
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O impacto mais direto da Nestlé na
agropecuária brasileira poderia ser medido
apenas pelo volume de matérias-primas
adquirido a cada ano. Cerca de 45% do
total de compras da empresa em 2010
é de produtos originados no meio rural.
Considerando apenas o leite fresco, as
compras chegam a R$ 1,5 bilhão. Valores
expressivos vão também para café, cacau,
açúcar, óleos e gorduras vegetais, entre os
mais importantes; além de ingredientes,
como os cereais.
No entanto, por mais robustos que
sejam esses números, a empresa vai
além, criando meios para que os valores
gerados sejam compartilhados em
todos os elos e com todas as pessoas
que compõem sua cadeia produtiva.
Um dos instrumentos para isso é o seu
Código do Fornecedor Nestlé (Nestlé
Supplier Code), que especifica e apoia
o cumprimento de padrões mínimos
e não negociáveis por parte dos
fornecedores, incluindo seus funcionários,
representantes e subcontratados, em
seis áreas-chave: integridade do negócio,
legislação trabalhista, saúde ocupacional
e segurança no trabalho, meio ambiente,
sustentabilidade e assistência aos produtores.
Tais práticas garantem o padrão ético,
produtivo e responsável na cadeia produtiva
e na sociedade, coibindo, por exemplo, a
prática de trabalho escravo, o uso de mão
de obra infantil, a corrupção, a sonegação
de impostos e outras atividades ilegais.
Compras responsáveis
Para estimular práticas de compras
responsáveis e a sustentabilidade na cadeia
produtiva, o departamento de Procurement
da empresa introduziu uma inovação em
2010, a política de Responsible sourcing.
Por meio dessa iniciativa, a Nestlé Brasil
audita quatro aspectos do desempenho
do fornecedor: integridade do negócio,
legislação trabalhista, saúde e segurança no
trabalho e meio ambiente.
Para garantir a integridade do negócio,
por exemplo, os fornecedores são
auditados em aspectos como a
não-existência de suborno e corrupção
e o cumprimento de normas legais e
tributárias, como recolhimento de taxas e
impostos. Em relação à legislação trabalhista,
são avaliados procedimentos como o
pagamento adequado de horas extras e de
benefícios ou a existência de discriminação
no ambiente de trabalho, o emprego
de mão de obra infantil, entre outros.
Os fornecedores são auditados quanto
às condições de saúde e segurança no
ambiente de trabalho e também quanto aos
impactos gerados no meio ambiente.
As auditorias solicitam aos fornecedores
que apresentem um nível de
cumprimento de normas semelhante ao
que a Nestlé pratica. Poucas empresas
Relações éticas e duradourascom a cadeia de fornecedores
Responsible sourcing
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Relatório Social Nestlé - 2O1O | 35
têm esse nível de exigência no Brasil.
Em compensação, o fornecedor que se
enquadra nesses quatro pilares passa a ser
referência no mercado, o que lhe garante
grande vantagem competitiva.
Até dezembro de 2010, foram auditados
150 fornecedores, entre eles a Cargill,
empresa que fornece à Nestlé produtos
derivados de milho e de cacau, óleos e
gorduras, entre outros. “Os critérios de
avaliação de fornecedores da Nestlé
vão ao encontro dos compromissos de
responsabilidade corporativa assumidos
pela Cargill em relação à ética, às pessoas,
à comunidade e ao meio ambiente”,
comenta Edson Janaudis, líder de
Corporate Account da empresa.
Boas práticas nos negócios
O Código do Fornecedor Nestlé
(Nestlé Supplier Code) adota critérios
estabelecidos pelo AIM-Progress, iniciativa
global patrocinada e apoiada pela AIM
(Association des Industries de Marque
– European Brands Association) e pela
GMA (Grocery Manufacturers Association),
da América do Norte. O AIM-Progress é
um fórum composto por 24 empresas
multinacionais, fabricantes de produtos
para o consumo direto, que objetiva
compartilhar informações sobre suas
cadeias de fornecedores e estimular
práticas de compras éticas e responsáveis.
Além da Nestlé, participam desse fórum
organizações como Coca-Cola, Colgate-
Palmolive, Heinz, Kellogg’s, Heineken,
Sara Lee e Procter & Gamble, entre outras.
A Aim-Progress visa assegurar as bases
para boas relações de negócios, com
uma visão de longo prazo e garantia do
cumprimento dos preceitos legais. Assim,
o programa estabelece um grau justo de
competição entre fornecedores e cria um
ambiente de melhoria de eficiência e de
vantagem competitiva.
Lourival Fernandes da Cruz planta salsa e
cenoura, em sua propriedade em São José
do Rio Pardo (em São Paulo). Há três anos
fornece para a Nestlé. Por meio da parceria
entre a Nestlé e a ESALQ, o pequeno
produtor tem acesso à tecnologia de ponta,
tem preço garantido para sua produção
e apoio técnico.
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Quando a Nestlé anuncia investimentos em
novas linhas de produção ou na instalação
de uma nova fábrica em um município
brasileiro, a comunidade local, urbana e
rural tem motivos para celebrar. A política
global da empresa é fazer a expectativa
do negócio convergir para uma sociedade
melhor, com inclusão social crescente,
produção sustentável e respeito ao meio
ambiente. Há 90 anos no Brasil e com
30 fábricas instaladas em sete Estados,
cada unidade da empresa é um polo de
geração e de distribuição de valor que
dinamiza a economia local e promove o
desenvolvimento regional.
Para os produtores rurais, a presença da
Nestlé representa a abertura de um novo
canal para a venda de sua produção,
estímulos para a modernização da
propriedade, incremento da produtividade
e aumento de seus ganhos. A população
local se beneficia das novas oportunidades
de empregos diretos e indiretos e
novas possibilidades de geração de
renda. Comerciantes e prestadores de
serviços participam da nova dinâmica da
economia local. O município arrecada
mais, as demandas sociais aumentam,
propiciando investimentos sociais, como
a melhoria nos níveis de educação e de
saúde, de transferência de conhecimento
técnico e científico, de capacitação
profissional em todas as áreas e melhoria
da qualidade de vida.
Uma frase reiterada pelo presidente
da Nestlé Brasil, Ivan F. Zurita, sintetiza
o compromisso da empresa com o
desenvolvimento local: “A Nestlé não
acredita em ‘consumidores globais’;
cada região tem características muito
peculiares e, para isso, oferecemos produtos
próprios para os diferentes grupos.”
A mensagem do presidente resume
duas ideias centrais na estratégia da
empresa: promover o desenvolvimento
local e reconhecer e atender aos hábitos
de consumo das diferentes regiões
brasileiras. Por isso, a Nestlé dá andamento,
a todo vapor, ao seu plano de expansão
e regionalização no Brasil, que prevê a
instalação de novas unidades.
Em 2010, a empresa inaugurou novas
fábricas em Carazinho, no Rio Grande do Sul;
em Garanhuns, a primeira em Pernambuco;
e anunciou a segunda ampliação da
unidade de Feira de Santana, na Bahia.
Cada nova unidade da Nestlé traz
embutidas décadas de pesquisas e
conhecimento científico aplicados à cadeia
de produção de alimentos e à nutrição.
Bons negócios e bem-estar na comunidade
Desenvolvimento local
A política global da empresa é fazer a expectativa do negócio convergir para uma sociedade melhor, com inclusão social crescente, produção sustentável e respeito ao meio ambiente.
36 | Relatório Social Nestlé - 2O1O
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Relatório Social Nestlé - 2O1O | 37
Geração de valor
A unidade de Carazinho, município a 192
quilômetros de Porto Alegre, no Rio Grande
do Sul, é a segunda fábrica da Nestlé nesse
Estado, depois da unidade de Palmeira
das Missões. Desde o início das operações,
em março de 2010, criou 750 empregos
diretos e indiretos e vem movimentando
a economia local, já que todo o leite
processado é captado na região.
Com instalações e equipamentos de última
geração, em uma área de 36.500 metros
quadrados, a unidade conta ainda com
seis postos de recepção e resfriamento de
leite, instalados nas cidades gaúchas de
Giruá, Augusto Pestana, Casca, Boa Vista
do Buricá e São Paulo das Missões, além
da catarinense Xanxerê. Toda a rede de
fornecedores é rastreada, desde a coleta
na fazenda até o recebimento na fábrica,
assegurando a qualidade do produto final.
A empresa mantém um eficiente sistema
de comunicação com os produtores,
visando a uma relação transparente e de
longo prazo. Esse apoio aos produtores se
reflete na ampliação da bacia leiteira local,
e gera diversificação e renda no campo.
Com investimento de mais de
R$ 110 milhões, a unidade tem capacidade
para processar 150 milhões de litros de
leite/ano. Fabrica leite líquido premium
com diferencial nutricional das marcas
Ninho e Molico (Ninho Fortificado, leite
integral enriquecido com Ferro e Vitaminas
A, C e D; e Molico A&D, leite desnatado
enriquecido com Vitaminas A e D), além
de Leite Moça e Creme de Leite Nestlé e
Nescau RTD pronto para beber.
Consciente do impacto da presença
da empresa na sua região, o prefeito
de Carazinho, Aylton Magalhães, não
se acomoda. “Estamos felizes com a
presença da Nestlé e vamos oferecer toda
a infraestrutura necessária para que a
empresa também instale aqui o seu centro
de distribuição de toda a linha de produtos
para o Sul do Brasil.”
Com instalações e equipamentos
de última geração, a planta de
Carazinho (RS), inaugurada em
março de 2010, criou 750 novos
empregos diretos e indiretos
e movimenta a economia local.
No centro, o presidente da Nestlé,
Ivan F. Zurita, durante cerimônia
de inauguração da unidade, que
exigiu investimentos de mais de
R$ 110 milhões e tem capacidade
para processar 150 milhões de
litros de leite/ano.Fo
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A fábrica multiprodutos de Feira de Santana (Bahia) triplicou sua produção desde
sua inauguração, em 2007. “ Eu olho para trás e vejo que estou crescendo junto
com a Nestlé”, comenta Ana Gabriela de Carvalho, funcionária da fábrica.
Cadeia local de fornecedores
Um dos pilares do crescimento da Nestlé
no Brasil está assentado na regionalização
de suas atividades, voltada para atender às
necessidades e demandas diferenciadas
da população de cada região. Outro pilar
é o do desenvolvimento de produtos de
alto valor nutricional e custo reduzido para
a população de baixa renda. Em 2007, a
empresa inaugurou a fábrica de Feira de
Santana, sua primeira unidade destinada
a produtos regionais e para população de
baixa renda.
O projeto foi tão bem-sucedido que, em
2008, a fábrica foi ampliada e, em 2010, foi
anunciado novo plano de expansão de
sua produção. Ana Gabriela de Carvalho,
funcionária da fábrica, expressa com
precisão o que isso significa: “Eu olho
para trás e vejo que estou crescendo com
a Nestlé”. A cidade, a 110 quilômetros da
capital, Salvador, está estrategicamente
localizada em um importante polo
industrial da região, o que contribui para
reduzir custos – sobretudo logísticos – e
fazer com que os produtos Nestlé tenham
preços mais competitivos e acessíveis à
população da região.
“A ampliação dos negócios em nossa
unidade de Feira de Santana ocorreu
apenas um ano e quatro meses depois da
inauguração da fábrica. O compromisso
que assumimos na ocasião foi antecipado
em razão da velocidade da expansão do
nosso projeto de regionalização”, afirmou
Ivan F. Zurita.
A unidade acumula investimentos de
R$ 150 milhões e já gerou 3 mil empregos
diretos e indiretos, movimentando a cadeia
Desenvolvimento local
38 | Relatório Social Nestlé - 2O1O
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Relatório Social Nestlé - 2O1O | 39
produtiva da região e arrecadando cerca
de R$ 25 milhões em impostos municipais
e estaduais. O empreendimento conta
com fornecedores locais de serviços de
segurança, alimentação e limpeza, e 75% do
maquinário das linhas de produção e envase
da nova unidade foi adquirido no Brasil.
Seguindo a política de sustentabilidade
da Nestlé, a nova unidade conta com
uma zona de tratamento de efluentes,
caldeira para combustão à base de
gás natural e programas internos de
reciclagem de materiais.
Bem-estar e cidadania
Entre 2007 e 2009, a fábrica multiprodutos
de Feira de Santana triplicou sua produção,
passando de 40 mil para 120 mil toneladas/
ano. A perspectiva é a de quintuplicar
rapidamente a produção. Cinco novas
linhas de fabricação integraram o projeto
de Feira de Santana, incluindo os produtos
cereais matinais, duas linhas de lácteos
e bebidas achocolatadas. Para atender
ao paladar e às necessidades específicas
dos mercados do Nordeste, a Nestlé
oferece, por exemplo, um café solúvel mais
suave (NESCAFÉ Dolca), biscoitos Bono e
Negresco em embalagens menores, além
do Ideal, produto lácteo enriquecido com
ferro, cálcio e vitaminas A, C e D. A unidade
produz também o La Frutta, único suco
em pó do País sem corantes artificiais e
acrescido de ferro e oito vitaminas.
Desenvolver estratégias de menor custo,
sem prejuízo da qualidade, não é somente
bom senso empresarial, mas também bom
senso ético. “A fábrica de Feira de Santana
é um patrimônio para o desenvolvimento
sustentável, para aumentar a inclusão e
construir cidadania”, afirma Zurita.
A região Nordeste, uma das prioridades
estratégicas da Nestlé, ganhou sua terceira
fábrica em setembro de 2010, quando a
unidade de Garanhuns, a primeira no Estado
de Pernambuco, iniciou suas operações.
Alinhada com a estratégia de regionalização
da Nestlé, ali são fabricados produtos
refrigerados, como iogurtes e bebidas
lácteas fermentadas com as marcas Nestlé,
Ninho Soleil e Neston, direcionados para os
consumidores das Regiões Norte e Nordeste.
Para atender a essa produção, a empresa
capta 100 mil litros de leite/dia, fornecidos
por produtores locais.
A fábrica tem capacidade de produzir
50 mil toneladas por ano e gerou 1.000
empregos diretos e indiretos.
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Quando a Nestlé investe em
desenvolvimento rural está ajudando a
melhorar a qualidade de vida de toda a
população. O aumento da produtividade
no campo se traduz em mais renda, mais
alimentos e preços mais acessíveis para
todos, mas principalmente para quem tem
menos renda, sejam moradores da cidade,
do campo ou populações ribeirinhas,
como as da Amazônia. Pensando nesse
público, a empresa criou o Nestlé até Você,
um sistema de vendas porta a porta que
leva alimentos de qualidade e orientações
nutricionais para mais de 3,2 milhões
de lares brasileiros. Os resultados são
expressivos para todos – consumidores,
clientes, vendedores, distribuidores e
também para a Nestlé.
“Nos últimos dois anos, compramos carro,
DVD, tanquinho e um monte de coisinhas
para a casa”, afirma Cremilde Rosa Nicolau
Rodrigues, moradora de Belo Horizonte
(MG), casada, mãe de um filho e uma
das cerca de 8 mil revendedoras
autônomas do Nestlé até Você.
Cremilde abastece seu carrinho de vendas
em um dos mais de 250 microdistribuidores
exclusivos e autorizados pela empresa.
Ali pode escolher entre 800 produtos
Nestlé aqueles que mais atendem às
preferências de seus clientes, recebendo-os
embalados em kits.
Criado em 2006, o Nestlé até Você gera
empregos e renda nas comunidades,
proporcionando a inclusão social. Idealizado
para ser um complemento do orçamento
familiar, já se tornou a principal fonte de
renda de muitas famílias. “Chego a vender
35 kits em um dia e a tirar dois mil reais por
mês”, atesta Cremilde.
Valor nutricional
A ação do Nestlé até Você vai bem além das
vendas. A empresa lançou um programa
exclusivo para capacitar as revendedoras
autônomas e líderes de vendas com
o objetivo de incrementar a atividade
e disseminar informações nutricionais.
Recursos diferenciados, como a telenovela
“As Aventuras de Rosa e Azulão”, apoiam
o programa de treinamento, que envolve
conhecimentos de nutrição, saúde e
bem-estar, além de dinâmicas para orientar
as boas práticas comerciais.
Denominado Projeto ABC, o conteúdo
inovador foi desenvolvido em parceria com a
Unidade Estratégica Wellness. O treinamento
começou por São Paulo e Rio de Janeiro e a
expectativa é a de que todas as revendedoras
autônomas participem. “Depois de vários
treinamentos sobre as qualidades dos
produtos Nestlé, a revendedora autônoma
fica apta a levar conhecimento nutricional
básico do produto para seus clientes”, afirma
Luciana Alves Fagundes, da equipe de
treinamento do programa.
Qualidade, nutrição e inclusão social
Regionalização e BoP
Idealizado para ser um complemento do orçamento familiar, o Nestlé até Você já se tornou a principal fonte de renda de muitas famílias.
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Relatório Social Nestlé - 2O1O | 41
O Nestlé até Você, um sistema de vendas porta a porta, leva alimentos de
qualidade e orientações nutricionais para mais de 3,2 milhões de lares
brasileiros de baixa renda. A revendedora do Nestlé até Você
Maria Aparecida da Silva,entrega na zona leste de São Paulo produtos
de alto valor nutricional para o consumidor José Luiz Guimarães Neto.
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inclusão social
O Nestlé até Você é uma das iniciativas da
divisão de Regionalização e BoP (Base of
Pyramid) da companhia, área responsável
por desenvolver estratégias e produtos
específicos para as classes de baixa renda
de cada região brasileira. “Estamos levando
produtos da Nestlé, com valor nutricional
agregado, para milhares de consumidores
que antes não tinham acesso a eles. Para
nós, a baixa renda já não é um segmento
de mercado: hoje, é o mercado”, afirma
Ivan F. Zurita, presidente da Nestlé Brasil.
A empresa se antecipou ao mercado ao
olhar para essas classes sociais e atender
às suas necessidades de consumo,
adaptando seus processos e tecnologias
para essa faixa de renda. Com isso, não só
manteve a liderança nesse segmento, como
construiu um negócio lucrativo para todos.
Para cumprir sua missão, a divisão
lançou canais de vendas específicos.
Além do programa Nestlé até Você,
inclui iniciativas como as Parcerias e o
Supermercado Flutuante.
As Parcerias são responsáveis pela
montagem de quiosques de venda de
produtos da empresa em locais de grande
fluxo de pessoas, como estádios de futebol,
estações do metrô e redes varejistas. Essa
iniciativa marca a presença da Nestlé no
dia a dia do consumidor de baixa renda,
mesmo quando está em movimento. Nesse
caso, os produtos mais procurados são
bebidas, sorvetes, biscoitos e chocolates.
A divisão de Regionalização e BoP também
13,322,409
65,871,283
96,204,328 75,260,044
91,762,175
19,418,071 19,967,739
94,934,828
73,291,816
2003 2008 2009
A pirâmide populacional dividida em classes econômicas
Classe DE Classe C Classe AB
Fonte: Centro de Políticas Sociais da FGV a partir dos microdados da PNAD/IBGE
Definição das classes econômicasRenda domiciliar total de todas as fontes limites
Reais
Classe E R$ 0 a R$ 583
Classe D R$ 584 a R$ 1.167
Classe C R$ 1.168 a R$ 2.919
Classe B R$ 2.920 a R$ 5.839
Classe A R$ 5.840 ou mais
lidera as iniciativas da Nestlé Brasil no
ramo de produtos para os consumidores
de baixa renda, ou PPP (sigla em inglês de
Popular Positioned Products). Além das
inovações que introduziu no mercado nos
últimos anos, como o produto lácteo Ideal,
o Nescafé Dolca ou os sachês de Leite
Ninho e Mucilon, a companhia entrou em
novas categorias. Um dos exemplos é o
La Frutta, um suco em pó com alto valor
nutricional (sem corantes artificiais
e acrescido de ferro e oito vitaminas) e
preço acessível.
Com sua experiência acumulada e
comprovada por meio de pesquisas,
a Nestlé percebeu que o perfil do
consumidor não é homogêneo nas
diferentes regiões brasileiras. Para
atendê-los, foram criadas equipes de
negócios regionalizadas, que trabalham
para adaptar os produtos, a comunicação
e as promoções de modo a atender às
expectativas do consumidor regional.
Regionalização e BoP
-
suPeRmeRCado FlutuaNte
Em iniciativa inédita no Brasil, a Nestlé
inaugurou, em julho de 2010, o primeiro
supermercado flutuante do Norte do Brasil -
uma ação integrada ao programa Nestlé até
Você, direcionado para a comercialização de
produtos para comunidades de baixa renda.
Com mais de 300 itens nas prateleiras, o
Nestlé até Você a Bordo sai do Porto de Belém
(PA), navega na região do Baixo Amazonas,
alcançando 18 municípios ribeirinhos.
O percurso é feito em 36 dias e a embarcação
permanece um dia em cada uma das
18 cidades visitadas. A estimativa é a de
atender até 800 mil pessoas, ampliando
a presença da Nestlé nos lares brasileiros.
O barco expressa bem o conceito de
regionalização da empresa, de buscar o
cliente onde ele está. “Como a população
da Amazônia tem rios como ruas e avenidas,
nada mais natural do que um barco para
atendê-la”, comenta o presidente da
companhia no Brasil. Com uma estrutura
completa – equipe de vendas, estoque
e gerência de operação –, conta com o
trabalho de onze pessoas, entre funcionários
do supermercado e tripulantes. Com
27,5 metros de comprimento, sua loja de
100 metros quadrados tem acesso para
pessoas com necessidades especiais e
idosos. O Nestlé até Você a Bordo é mais do
que supermercado flutuante. Com ele, a
Nestlé pretende desenvolver um canal de
incentivo à nutrição, à saúde e ao bem-estar
para comunidades de áreas remotas da
Região Norte.
Supermercado flutuante, o Nestlé Até Você
a Bordo leva mais de 300 produtos para
populações do Baixo Amazonas, alcançando
inicialmente 18 municípios ribeirinhos.
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Os alimentos produzidos no campo,
em particular o leite, o café, o cacau e os
cereais, são as matérias-primas que estão na
base dos produtos da Nestlé. A busca pela
qualidade e valor nutricional que atendam
às necessidades das pessoas percorre
toda a cadeia de alimentos Nestlé, do
produtor rural aos laboratórios e cozinhas
experimentais, e está na origem da própria
empresa. Foi essa busca pela qualidade
nutricional que levou Henri Nestlé a criar a
Farinha Láctea, em 1866, na Suíça, produto
pioneiro em alimentação infantil e pedra
fundamental na edificação da empresa.
Começava ali a construção de um amplo
e perene arco sustentável, capaz de gerar
valor para toda a sociedade.
Um exemplo da permanência desses
princípios pode ser visto na inauguração das
novas linhas de produção de leites premiuns
Ninho e Molico em versão
longa-vida na fábrica de Araraquara, no
interior de São Paulo, em novembro de 2009.
“A iniciativa representa um crescimento
da empresa no segmento de leites
líquidos UHT (Ultra High Temperature),
com diferenciais nutricionais e funcionais”,
afirma Ivan F. Zurita, presidente da Nestlé
Brasil. Com as novas instalações, o Ninho
Fortificado, leite integral enriquecido com
vitaminas A, C e D, e o Molico A&D, leite
desnatado enriquecido com vitaminas A e
D, passaram a ser comercializados em todo
o País, em 2009.
Essas novas linhas de produção geram
1,6 mil novos empregos diretos e indiretos
e impulsionam a pecuária leiteira local,
estimulando a produção de qualidade.
“Precisamos trabalhar com matéria-prima
superior e estar próximos de nossos
fornecedores para reduzir ao máximo o
tempo entre a retirada do leite na fazenda
e sua chegada na linha de produção, pois
isso contribui para a qualidade do insumo”,
afirma Francisco Marino, gerente da fábrica
de Araraquara.
Líder mundial em Nutrição, Saúde e
Bem-estar e pioneira em pesquisa
nutricional voltada para atender às demandas
de uma população mundial crescente,
principalmente para as camadas de baixa
renda dos países emergentes, a Nestlé
acredita que o futuro da companhia está em
Nutrição para a saúde e o bem-estar
Ciência e nutrição
A busca pela qualidade e valor nutricional que atendam às necessidades das pessoas percorre toda a cadeia de alimentos Nestlé.
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Relatório Social Nestlé - 2O1O | 45
ajudar as pessoas a se alimentarem com base
em uma dieta equilibrada e saudável.
A empresa se propõe a superar os
desafios do século XXI, abrindo novas
fronteiras entre alimentação e saúde. Dietas
saudáveis, desnutrição infantil, alimentação
de idosos são apenas algumas das questões
que se colocam hoje para a ciência da
nutrição, área em que a Nestlé tem expertise
secular, desenvolvida em mais de 140 anos.
Rede global de pesquisa
Os produtos Nestlé têm por base a maior
rede privada mundial de investigação
científica aplicada à nutrição humana,
compreendendo 28 centros de pesquisa,
tecnologia e desenvolvimento, com mais
de 5.200 funcionários. O coração dessa
rede é o Nestlé Research Center, localizado
em Lausanne, na Suíça, que reúne 300
cientistas, mantém parcerias com cerca
de 200 universidades, centros médicos e
institutos de pesquisa independentes e
publica em torno de 300 artigos científicos
por ano.
No Brasil, a Nestlé cultiva parcerias
profícuas e longevas com sociedades
científicas, entidades de pesquisa e
universidades. Entre essas, destacam-se
as realizadas com a Sociedade Brasileira
de Pediatria (SBP), a Associação Brasileira
de Nutrição (ASBRAN), a Associação
Brasileira de Nutrologia (ABRAN), a
Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a
Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral
e Enteral (SBNPE), a Sociedade Brasileira
de Alimentação e Nutrição (SBAN) e a
Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia
de Alimentos (SBCTA).
Em agosto de 2010, o 67º Curso Nestlé
de Atualização em Pediatria reuniu quase
quatro mil pediatras, em Belo Horizonte,
fruto de um longo trabalho conjunto entre
a Nestlé Nutrition e a Sociedade Brasileira
de Pediatria. A pauta de debates incluía
temas como Saúde Mental, Nutrição, Prática
Clínica, Aleitamento Materno, Neonatologia,
Neurologia, entre outros. A mesma parceria
lançou a campanha veiculada na TV Quem
vai ao pediatra volta tranquilo.
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Cerimônia de premiação da segunda edição do Prêmio
Henri Nestlé – Nutrição e Saúde: 18 trabalhos de
pesquisa científica reconhecidos, com seis vencedores.
PRêmio HeNRi Nestlé
Instituído em 2008, o Prêmio Henri Nestlé - Nutrição e Saúde é uma iniciativa da
empresa para incentivar e reconhecer a pesquisa científica no Brasil nas áreas de
Nutrição em Saúde Pública, Tecnologia e Bioquímica de Alimentos e Nutrição Química.
Direcionado para estudantes, pesquisadores e profissionais, o prêmio conta com
amplo apoio da comunidade médica e científica brasileira. Em 2010, em sua segunda
edição, foram reconhecidos 18 trabalhos, com seis vencedores