corantes-naturais

28

Upload: daniel-alencar

Post on 17-Feb-2015

21 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: corantes-naturais
Page 2: corantes-naturais

“Alimentos com corantes e conservantes podem causar quadros alérgicos. Muitas vezes aparece uma rinite ou tosse persistente em vez de dermatite (lesões na pele), que é o mais comum”, ressalta a médica.http://acritica.uol.com.br/vida/

Jovem consumidora gaúcha quase morre por consumir pão que continha corante amarelo

(17.06.08)Atenção consumidores brasileiros que ingerem pães, bolos, sucos, balas, farinhas, cosméticos etc. que contenham o chamado "corante amarelo"! Dependendo de condições orgânicas e pessoais, a ingestão pode causar alergia e choque anafilático, com sério risco de morte. A preocupação deverá ser maior especialmente se a pessoa for asmática.

“O pão tipo trança continha o corante tartrazina, mas sem qualquer referência ou advertência no rótulo a respeito dos riscos da substância utilizada no fabrico do produto“.Indenização (cifra atualizada)  de R$ 60 mil, já atendida.

www.espacovital.com.br/noticias

Page 3: corantes-naturais

O USO DE CORANTES NOS ALIMENTOS

CAMPUS TERESINA CENTRALPRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃOCURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM CONTROLE DE QUALIDADE DE ALIMENTOSDISCIPLINA: MÉTODO DE ANÁLISE DE ALIMENTOSPROF(A). MSC. ROSILDA

TERESINA - 2011

Page 4: corantes-naturais

COMPONENTES:CÉLIASANDRASUELMA DA SILVA SANTIAGOVALDILÉIA TEIXEIRA UCHÔAVERALICE PESSOA CABRAL

Page 5: corantes-naturais

CORANTES ALIMENTÍCIOS

Page 6: corantes-naturais

INTRODUÇÃOA aceitação do produto alimentício pelo consumidor está

diretamente relacionada à sua cor;

A aparência do alimento pode exercer efeito estimulante ou inibidor do apetite. Além de necessária para a sobrevivência, a alimentação também é fonte de prazer e satisfação;

Muitos alimentos industrializados não apresentam cor original, em outros, a cor natural é alterada ou destruída durante o processamento e/ou estocagem, com isso o uso de corantes para suplementar ou realçar a coloração perdida.

CONSTANT; STRINGHETA; SANDI, 2002; PRADO & GODOY, 2007

Page 7: corantes-naturais

Corantes alimentícios são aditivos alimentares definidos como toda substância que confere, intensifica ou restaura a cor de um alimento.

Classificação1.Corante orgânico natural;2.Corante orgânico artificial;3.Corante orgânico sintético idêntico ao natural;4.Corante inorgânico ou pigmento;5.Caramelo;6.Caramelo (processo amônia).

ANVISA, 2010

Page 8: corantes-naturais

RISCOS PARA A SAÚDETem-se discutido a respeito da toxicidade dos corantes

sintéticos e dos riscos que podem causar à saúde;

Muitos dos problemas de saúde, como alergias, rinite, broncoconstrição, hiperatividade, danificação cromossômica, tumores, entre outros, têm sido reportados por diversos autores;

Alguns corantes artificiais, denominados a eritrosina e a tartrazina apresentam potencial carcinogênico.

GUARATINI & ZANONI, 2000; MOUTINHO; BERTGES; ASSIS, 2007

Page 9: corantes-naturais

ALIMENTOS COM CORANTES

Page 10: corantes-naturais

A mudança do hábito alimentar da população brasileira.

A tecnologia aplicada pela indústria de alimentos.

Estudos apontam reações adversas aos corantes alimentícios.

JUSTIFICATIVA

Diante da relevância dessas informações, torna-se essencial discutir os pontos mais importantes sobre o assunto de forma a favorecer a divulgação de informações claras e seguras sobre o consumo de tais substâncias e dos riscos que podem causar à saúde.

Page 11: corantes-naturais

Geral Discutir os pontos mais importantes que abrange

um tipo de aditivo alimentar, os corantes.

Específicos Apresentar dados relacionados a história; Apresentar o que a Legislação Brasileira prevê em

relação a esse aditivo “corantes”; Debater sobre a ingestão diária dos corantes; Questionar a respeito da toxicidade dos corantes

sintéticos e dos riscos que podem causar à saúde.

OBJETIVOS

Page 12: corantes-naturais

HISTÓRICO

DOWNHAM & COLLINS, 2000

Com a descoberta dos corantes sintéticos nos séculos XVIII e XIX, bem como a influência da cor na aceitação dos produtos pelos consumidores, o interesse das industrias pelos corantes artificiais aumentou, inclusive na tentativa de mascarar alimentos de baixa qualidade.

Sulfato de cobre

Chumbo preto

Chumbo vermelho

Page 13: corantes-naturais

LEGISLAÇÃOEm 1961 foi promulgada pela primeira vez um decreto

regulamentando o emprego de corantes em alimentos. A legislação atual conta do decreto de 1965, e foi modificada pela última vez em 1987 através de portaria.

Decreto nº 50.040, de 24 de janeiro de 1961 Art 9º Os corantes tolerados pelo presente Decreto

compreendem: corantes naturais, caramelo e corantes artificiais.

§ 1º Considera-se "corante natural" os pigmentos inócuos extraídos de produtos vegetais ou animais.

§ 2º Considera-se "caramelo" o produto obtido, a partir de açucares, pelo aquecimento a temperatura superior ao seu ponto de fusão, e ulterior tratamento indicado pela tecnologia.

§ 3º Considera-se "corantes artificial", a substância corante artificial de composição química definida, obtida por processo de síntese.

Art 10. Nos alimentos contendo corante artificial é obrigatória a declaração: "Colorido Artificialmente".

Art 11. É tolerada a adição nos alimentos de, no máximo, 3 (três) corantes.

ANVISA,2010; SILVA; ALBINO; GODÓI, 2000

Page 14: corantes-naturais

LEGISLAÇÃO Informe Técnico nº. 30, de 24 de julho de 2007 Assunto: Considerações sobre o corante amarelo tartrazina Estudos realizados nos Estados Unidos e na Europa desde a

década de 70 demonstraram casos de reações alérgicas ao corante amarelo tartrazina (INS 102), como asma, bronquite, rinite, náusea, broncoespasmos, urticária, eczema e dor de cabeça. Apesar da baixa incidência de sensibilidade à tartrazina na população (3,8% nos Estados Unidos), foi identificada a necessidade de informar a presença da substância nos rótulos de produtos, pois as reações alérgicas podem ser confundidas com efeitos colaterais ao princípio ativo de medicamento.

www.abima.com.brAssociação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias

Page 15: corantes-naturais

Os corantes naturais têm origem preferencialmente nos sucos e extratos vegetais conhecidos, podendo ser também de origem animal.

Podem ser divididos em grupos principais: -compostos heterocíclicos (vegetais e clorofila) -heme e as bilinas (animais). -carotenos -taninosEsses pigmentos às vezes não toleram altas temperaturas

sem perder as tonalidades que lhes são características. É necessário, em cozimentos obrigatórios a altas temperaturas, utilizar os corantes inorgânicos

SALINAS, 2002; CONSTANT; STRINGHETA; SANDI, 2002;

CORANTES NATURAIS

Page 16: corantes-naturais

PRINCIPAIS CORANTES NATURAIS

curcumina

riboflavina

Éster carotenic

o

clorofila

carotenos

bixina

Ext. de pimentão

licopeno

Ac. carmínico

Carvão medicinal

luteína

cataxantina

antocianinas

Vermelho beterraba

caramelo

urucum

Page 17: corantes-naturais

Doetilopius coccusÁCIDO CARMÍNICO

ANVISA, 2010

Page 18: corantes-naturais

CARAMELO

ANVISA, 2010

Page 19: corantes-naturais

URUCUM O pigmento do urucum é um carotenóide amarelo-alaranjado,

obtido da semente do urucuzeiro (Bixa orellana, L.), planta que cresce nas áreas tropicais da América do Sul, Índia e África. 500g anual, per capita, nas regiões norte e nordeste.

CONSTANT; STRINGHETA; SANDI, 2002;

Page 20: corantes-naturais

CORANTES ARTIFICIAIS

Os corantes artificiais são uma classe de aditivos sem valor nutritivo, introduzido nos alimentos e bebidas com o único objetivo de conferir cor, tornando-os mais atrativos;

Foram, progressivamente, substituindo os corantes naturais, devido à sua maior estabilidade, poder de coloração e menor preço, além de garantir a uniformidade dos alimentos produzidos em larga escala. Os alimentos coloridos com corantes artificiais devem apresentar no rótulo a indicação colorido artificialmente. PRADO & GODOY, 2007; PRADO & GODOY, 2004

Page 21: corantes-naturais

CORANTES ORGÂNICOS SINTÉTICOS IDÊNTICOS AOS NATURAISSão aqueles iguais ao princípio ativo, obtido do corante

natural, mas são obtidos por síntese orgânica, através de processos tecnológicos;

beta-caroteno, o beta apo-8-carotênico, éster etílico de beta apo-8-carotênico, cantaxanteno, complexo cúprico da clorofila e clorofilina e caramelo;

Dentre as aplicações, destaca-se o beta-caroteno, que dá cor a margarinas e o caramelo (processo amônia) que tem grande aplicação em indústrias de cerveja, refrigerantes e bebidas em geral.

FREITAS et al, 2006

Page 22: corantes-naturais

CORANTES INORGÂNICOSE 174 — Prata; corante metálico para a superfície de

alimentos; os sais de prata são tóxicos para as bactérias e outras formas simples de seres vivos; o consumo prolongado pelo ser humano pode originar argíria, uma coloração cinzento-azulada da pele, que não é perigosa.

E 175 — Ouro; corante metálico para a superfície de alimentos; é quimicamente muito inerte e, portanto, sem perigo para a saúde.

CARVALHO, 2004; ANVISA, 2010

Page 23: corantes-naturais

CORANTE ORIGEM APLICAÇÃO

Amarelo Crepúsculo Sintetizado a partir da tinta do alcatrão de carvão e tintas azóicas

Cereais, balas, caramelos, coberturas, xaropes, laticínios, gomas de mascar.

Azul Brilhante Sintetizado a partir da tinta do alcatrão de carvão

Laticínios, balas, cereais, queijos, recheios, gelatinas, licores, refrescos.

Amaranto ou Vermelho Bordeaux Sintetizado a partir do alcatrão de carvão

Cereais, balas, laticínios, geléias, gelados, recheios, xaropes, preparados líquidos.

Vermelho Eritrosina Tinta do alcatrão de carvão Pós para gelatinas, laticínios, refrescos, geléias.

Indigotina (azul escuro) Tinta do alcatrão de carvão Goma de mascar, iogurte, balas, caramelos, pós para refrescos artificiais.

Vermelho Ponceau 4R Tinta do alcatrão de carvão Frutas em caldas, laticínios, xaropes de bebidas, balas, cereais, refrescos e refrigerantes, sobremesas.

Amarelo Tartrazina Tinta do alcatrão de carvão Laticínios, licores, fermentados, produtos de cereais, frutas, iogurtes.

Vermelho 40 Sintetizado quimicamente Alimentos à base de cereais, balas, laticínios, recheios, sobremesas, xaropes para refrescos, refrigerantes, geléias.

QUADRO 01. PRINCIPAIS TIPOS DE CORANTES ARTIFICIAIS

ANVISA, 2010

Page 24: corantes-naturais

NOME CEE COR IDA (mg/kg produto)

Amaranto E123 Magenta 0,50

Vermelho eritrosina E127 Pink 0,10

Vermelho 40 E129 Vermelho alaranjado 7,00

Ponceau 4R E124 Cereja 4,00

Amarelo crepúsculo E110 Laranja 2,50

Amarelo tartrazina E102 Amarelo limão 7,50

Azul indigotina E132 Azul royal 5,00

Azul brilhante E133 Azul turquesa 10,0

Azul brilhante E133 Azul turquesa 10,0ANVISA, 2010

QUADRO 02: RESUMO DA RECOMENDAÇÃO DA INGESTÃO DIÁRIA DE CORANTES ARTIFICIAIS, ONDE O USO É PERMITIDO NO BRASIL.

Page 25: corantes-naturais

QUADRO 03. RISCOS A SAÚDE

CORANTES EFEITOS ADVERSOS

Amarelo Crepúsculo Alergia, produzindo urticária, angioedema e problemas gástricos.

Azul Brilhante Hiperatividade em crianças, eczema e asma. Deve ser evitado por pessoas sensíveis às purinas.

Amaranto ou Vermelho Bordeaux Deve ser evitado por sensíveis à aspirina.

Vermelho Eritrosina Aumento de hormônio tireoidano no sangue em níveis para ocasionar hipertireoidismo.

Indigotina (azul escuro) Náuseas, vômitos, hipertensão e ocasionalmente alergia, com prurido e problemas respiratórios.

Vermelho Ponceau 4R Anemia e aumento da incidência de glomerulonefrite (doença renal).

Amarelo Tartrazina Insônia e infecção da flora gastrointestinal.

Vermelho 40 Hiperatividade em crianças, eczema e dificuldades respiratórias.

ANVISA, 2010

Page 26: corantes-naturais

CONSIDERAÇÕES FINAISOs estudos sobre os efeitos nocivos causados pelos

corantes artificiais à saúde são insuficientes e bastante contraditórios.

Os corantes podem causar desde simples urticárias, passando por asmas e reações imunológicas, chegando até ao câncer em animais de laboratório.

Apesar dos escassos estudos sobre corante alimentícios pode-se observar que as crianças são consumidores potenciais de alimentos que contem corantes artificiais em sua composição. Assim é preciso ter um olhar mais amplo para a saúde e nutrição do pré-escolar, pois diversos alimentos industrializados, estão compondo cotidianamente a alimentação deste grupo.

Page 27: corantes-naturais

REFERÊNCIASCONSTANT, P. B. L.; STRINGHETA, P. C.; SANDI, D.

Corantes Alimentícios. v. 20, n. 2, p. 203-220, 2002;PRADO, M. A., GODOY, H. T. Teores de Corantes

Artificiais em Alimentos Determinados por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência. Rev. Quim. Nova, Vol. 30, Nº. 2, 268-273, 2007;

ANVISA (Agência Nacional da Vigilância Sanitária). Resolução nº 44/77, de 1977 (DOU- Sessão I, 01/02/78 e 24/04/78). Disponível: HTTP:// www.anvisa.gov.br. Acesso em Ago/2010;

GUARATINI, C. C. I.; ZANONI, M. V. B.; Corantes Têxteis. Quim. Nova, v 23, n.1. 2000.

MOUTINHO, I. L. S.; BERTGES, L. C.; ASSIS, R. V. C, O uso prolongado do corante tartrazina alimentos (FD & C amarelo n º 5) e seus efeitos sobre a mucosa gástrica de ratos Wistar. Braz J Biol 2007.

DOWNHAM, A.; COLLINS, P. Colouring our food inthe last and next millenium. Int. J. Food Sci. Technolo., v. 3, p. 5-22, 2000.

SILVA, J. H. V.; ALBINO, L. F. T.; GODÓI, M. J. S. Efeito do Extrato do Urucum na Pigmentação da Gema de Ovos. Rev. Bra. Zootec., 29 (5), 2000.

Page 28: corantes-naturais

SALINAS, R.D. Alimentos e Nutrição: Introdução à Bromatologia. 3ª Ed. Porto Alegre: Artemed, 2002.

PRADO, M. A.; GODOY, H. T. Determinação de Corantes Artificiais por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) em pó de Gelatina. Quim. Nova, v.27, n.1, 22-26, 2004.

PRADO, M. A., GODOY, H. T. Teores de Corantes Artificiais em Alimentos Determinados por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência. Rev. Quim. Nova, Vol. 30, Nº. 2, 268-273, 2007.

FREITAS,V. P. S.; BRÍGIDO, B. M.; MAZON. E. M. A. M.; MARTINI, M. H, PASSOS, M. H. C. R. Avaliação da qualidade de doces em massa tipo junino. Hig Aliment 2006.