coração e pulmões

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Arcanos Celestes Continuação sobre o Maximo Homem e sobre a Correspondência; aqui, sobre a Correspondência com o Coração e o Pulmão. &3883. Já se disse o que é o Maximo Homem, e o que é a correspondência com ele, a saber, que o Maximo Homem é o Céu inteiro, que, no Comum, é a semelhança e a imagem do Senhor, e que há correspondência do Divino do Senhor com os celestes e os espirituais eu lá estão, e dos celestes e espirituais que lá estão com os naturais que estão no mundo, e principalmente com os que estão com o homem; por conseguinte correspondência do Divino do Senhor pelo Céu ou o Maximo Homem com o homem, e com cada uma das coisas que estão com o home, até ao ponto que é por esse modo o homem existe, isto é, subsiste. &3884. Côo no mundo se ignora absolutamente, que haja uma correspondência no Céu ou Maximo Homem em cada uma das coisas que estão com o homem, e que por esse modo é que existe e subsiste, e que em conseqüência parecerá paradoxal e incrível, é-me permitido relatar coisas que pertencem á experiência e por conseguinte a uma fé confirmada comigo. Um dia, sendo-me aberto o céu interior, e falando eu com os anjos, permitiu-se-me observar o que segue: É necessário saber que, embora eu á me achasse, eu estava entretanto não fora de mim, mas em meu corpo, pois o Céu está no homem, em qualquer lugar que esteja o homem. Assim, quando apraz ao Senhor, o homem pode estar no Céu, e contudo não estar desprendido do corpo; concedeu-se-me perceber as operações comuns do Céu tão manifestamente como o que eu percebo por um de meus sentidos. Houve quatro Operações que então percebi: a primeira no Cérebro para a têmpora esquerda; essa operação era comum quanto aos órgãos da Razão. Com efeito, a parte esquerda do Cérebro corresponde os racionais ou intelectuais, e a parte direita ás afeições ou aos voluntários. Percebi uma segunda operação comum na Respiração dos pulmões; ele dirigia brandamente a minha respiração pelo interior, de modo eu que não tinha necessidade de dirigir o meu sopro ou de respirar por alguma coisa de minha vontade; então a própria Respiração do céu foi claramente percebida por mim. Ela é interna, e por conseguinte imperceptível ao homem, mas influi por uma admirável correspondência na respiração do homem, que é externa ou pertence ao corpo; se o homem fosse privado desse influxo, ele cairia morto imediatamente. A terceira operação que percebi era na sístole e

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o coração e os pulmões

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Page 1: Coração e Pulmões

Arcanos Celestes

Continuação sobre o Maximo Homem e sobre a Correspondência; aqui, sobre a Correspondência com o Coração e o Pulmão.

&3883. Já se disse o que é o Maximo Homem, e o que é a correspondência com ele, a saber, que o Maximo Homem é o Céu inteiro, que, no Comum, é a semelhança e a imagem do Senhor, e que há correspondência do Divino do Senhor com os celestes e os espirituais eu lá estão, e dos celestes e espirituais que lá estão com os naturais que estão no mundo, e principalmente com os que estão com o homem; por conseguinte correspondência do Divino do Senhor pelo Céu ou o Maximo Homem com o homem, e com cada uma das coisas que estão com o home, até ao ponto que é por esse modo o homem existe, isto é, subsiste.

&3884. Côo no mundo se ignora absolutamente, que haja uma correspondência no Céu ou Maximo Homem em cada uma das coisas que estão com o homem, e que por esse modo é que existe e subsiste, e que em conseqüência parecerá paradoxal e incrível, é-me permitido relatar coisas que pertencem á experiência e por conseguinte a uma fé confirmada comigo. Um dia, sendo-me aberto o céu interior, e falando eu com os anjos, permitiu-se-me observar o que segue: É necessário saber que, embora eu á me achasse, eu estava entretanto não fora de mim, mas em meu corpo, pois o Céu está no homem, em qualquer lugar que esteja o homem. Assim, quando apraz ao Senhor, o homem pode estar no Céu, e contudo não estar desprendido do corpo; concedeu-se-me perceber as operações comuns do Céu tão manifestamente como o que eu percebo por um de meus sentidos. Houve quatro Operações que então percebi: a primeira no Cérebro para a têmpora esquerda; essa operação era comum quanto aos órgãos da Razão. Com efeito, a parte esquerda do Cérebro corresponde os racionais ou intelectuais, e a parte direita ás afeições ou aos voluntários. Percebi uma segunda operação comum na Respiração dos pulmões; ele dirigia brandamente a minha respiração pelo interior, de modo eu que não tinha necessidade de dirigir o meu sopro ou de respirar por alguma coisa de minha vontade; então a própria Respiração do céu foi claramente percebida por mim. Ela é interna, e por conseguinte imperceptível ao homem, mas influi por uma admirável correspondência na respiração do homem, que é externa ou pertence ao corpo; se o homem fosse privado desse influxo, ele cairia morto imediatamente. A terceira operação que percebi era na sístole e na diástole da Oração; então esses movimentos eram mais brandos em mim do que jamais em toda outra situação. As pulsações do pulso eram regulares cerca de três em cada volta da respiração e contudo de tal natureza, que terminavam nas coisas do pulmão, e assim regiam essas coisas. Era-me concedido observar de algum modo no fim de cada respiração de que maneira os movimentos alternados do Coração se ensinavam nos movimentos alternados dos Pulmões. As alternativas do pulso eram tão fáceis a observar que teria podido contá-los; elas eram distintas e brandas. A quarta operação comum era nos Rins; também se me outorgou percebê-la, mas de um modo obscuro, vi claramente por esse fato que há no céu ou Maximo Homem, pulsações cardíacas, e que há respirações; e que as pulsações cardíacas do Céu ou Maximo Homem têm uma correspondência com o Coração e com os seus movimentos de sístole e de diástole, e que as respirações do Céu ou Maximo Homem Têm uma correspondência com o pulmão e com as suas respirações; mas que um e outro desses fatos não poderia ser observado pelo homem, porque isso é imperceptível pela razão que tais fatos são internos.

&3885. Em dia em que também eu estava desprendido das idéias provenientes dos sensuais do corpo, deparou-se-me uma luz celeste; essa Luz desprendeu-me mais dessas idéias, por isso que na luz do Céu há a vida espiritual; ver N° 1524, 2776, 3167, 3195, 3339, 3636, 3643. Enquanto eu me achava nessa Luz e os corporais e os mundanos apareciam como abaixo de mim, e com tudo eu os avistava, mas como muito afastados de mim e como me não pertencendo; parecia-me então estar no Céu pela Cabeça

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e não pelo Corpo: nesse estado pude também observar a respiração comum do Céu e até qual era ela. Ela era interior, fácil estiver ainda, e correspondente à minha respiração como três; também se me proporcionou observar as reciprocações das pulsações das pulsações do coração; e então os anjos me informaram que daí provinham às pulsações do coração e as respirações em todos e em cada um na terra, e que si elas se fazem em momentos diferentes, vinha o fato de que a pulsação cardíaca e a respiração pulmonar, que se fazem nos Céus, passam em uma sorte de contínuo, e assim em um esforço, que é tal, que ele excita esses movimentos de um modo diferente conforme o estado de cada um.

&3886. Cumpre, porém, saber que as variações quanto às pulsações e quanto às respirações nos céus são de muitas sortes e que há tantas quantas são as Sociedades, porque elas são lá segundo os estados do pensamento e da afeição dos anjos, e esses estados são segundo os estados da fé e do amor; mas a pulsação comum e a respiração se efetuam como acabamos de dizer. Concedeu-se-me também um dia observar as pulsações cardíacas dos que eram da província do oeciput, e em particular das pulsações dos celestes ai e particularmente as pulsações dos espirituais ai. As dos celestes eram tácitas e brandas, mas as dos espirituais eram fortes e vibrantes; os movimentos da pulsação dos celestes lá eram com relação às dos espirituais como único é dois; porque a pulsação dos celestes influi na pulsação dos espirituais, e assim sai e passa na natureza. E o que é admirável, é que a conversação dos Anjos celestes não é entendida pelos anjos espirituais, mas é percebida sob a forma da pulsação do coração; e isso, porque a conversação dos anjos celestes não é inteligível para os anjos espirituais, por isso que ela se faz pelas afeições pertencentes ao amor, enquanto que a dos espirituais se faz pelas idéias intelectuais, ver N° 1647, 1759, 2157; 3343; ora, essas afeições pertencem á província do coração, e essas idéias a providencia dos pulmões.

&3887. No Céu ou no Maximo Homem, há dois Reinos, um denominado celeste, o outro espiritual: O Reino Celeste é constituído pelos Anjos que são chamados celestes, e são os que estiveram no amor para com o Senhor, e por conseguinte em toda a sabedoria, porque eles estão mais do que os outros no Senhor, é por conseguinte mais do que os outros no estado de paz e de inocência. Eles aparecem aos outros como meninos, pois o estado de paz e de inocência apresenta essa aparência; tudo que lá existe vive por assim dizer diante deles, porque o que vem imediatamente do Senhor é vivo; tal é o Reino celeste. O outro Reino, denominado espiritual, é constituído pelos Anjos que são chamados espirituais, e lá se acha os que estiveram no bem da caridade para com o próximo. Eles põem o prazer da vida em poder fazer bem aos outros sem retribuição; para eles a retribuição, é que lhes seja permitido fazer bem aos outros; quanto mais eles o querem e o desejam, tanto mais eles estão na inteligência e na felicidade, pois na outra vida cada um é gratificado o de inteligência e de felicidade pelo Senhor segundo o uso que ele fez segundo a afeição da vontade; tal é o Reino espiritual. Os que estão no Reino celeste do Senhor pertencem todos a província do Coração, e os que estão no Reino espiritual pertencem todos a província dos Pulmões. Dá-se com o influxo proveniente do Reino celeste no Reino espiritual absolutamente como com o influxo do Coração nos Pulmões, e como com o influxo de todas as coisas que pertencem ao Coração nas que pertencem aos Pulmões, por isso que o Coração reina em todo o corpo e em cada uma de suas partes pelos vasos sanguíneos, e o Pulmão reina também em cada parte do corpo pela respiração; de onde resulta que em toda a parte no Corpo há como um influxo nos Pulmões, mas segundo as formas das partes e segundo os estados; por esse modo existe toda sensação, e também toda ação, coisas que são os próprios do corpo; isso até pode ser visto pelos embriões e as crianças recém nascidas; com efeito, não podem ter sensação alguma corporal, nem ação voluntaria, antes que os pulmões lhes tenham sido abertos, e que por esse modo o influxo dos corações nos pulmões haja sido dado. O mesmo acontece no mundo espiritual, mas com esta diferença que lá há não corporais e naturais, mas celestes e espirituais, que são o bem do amor e o bem da fé. Daí os movimentos cardíacos com eles são segundo os estados do amor, e os movimentos respiratórios

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segundo os estados da fé, o influxo de um no outro faz com que eles sintam espiritualmente e atuem espiritualmente. Essas asserções não podem deixar de parecer ao homem senão como paradoxos, porque eles não têm outra idéia sobre o bem do amor e sobre o vero da fé, senão que são sortes de abstrações sem poder de efetuar alguma coisa, quando a verdade é o contrario, a saber, que é daí que procedem toda percepção e sensação, e toda força e ação, te mesmo as que estão no homem.

&3888. Esses dois Reinos são apresentados no homem por dois. Reinos que estão com ele, a saber, pelo reino da vontade e pelo reino do entendimento, que constituem ambos a mente do homem, ou antes o próprio homem; é a vontade que corresponde à pulsação do coração, e é ao entendimento que corresponde à respiração do pulmão; daí vem ainda que há também no Corpo do homem dois reinos, a saber, o do coração e o dos pulmões. Quem conhecer esse arcano, pode conhecer também o que se dá com o influxo da vontade no entendimento, e do entendimento na vontade, conseqüentemente o que se dá com o influo do bem do amor no vero da fé e reciprocamente, assim o que se da com a regeneração do homem. Aqueles, porém, que estão unicamente nas idéias corporais, isto é, na vontade do mal e no entendimento do falso, não podem compreender tais coisas, porque não podem pensar sobre os espirituais e sobre os celestes senão de um modo sensual e corporal, por conseguinte senão obscuramente sobre as coisas que pertencem á luz celeste ou ao vero da fé, e senão friamente sobre as que pertencem á chama celeste ou ao bem do amor. Tanto um como o outro, a saber, essa obscuridade e esse frio apagam de tal modo os celestes e os espirituais, que eles se lhes parecem como nulos.

&3889. Para que eu soubesse que não só há uma correspondência dos celestes que pertencem ao amor com os movimentos do coração, e dos espirituais que pertencem á fé segundo o amor com os movimentos dos pulmões, como também o que se dava com isso, outorgou-se-me estar durante um longo espaço de tempo entre os anjos, eu estavam imbuídos de m’o mostrar de um modo vivo (advivum). Estes, por meio de um admirável curso de giros (Fluxionem in gyros) formavam uma semelhança de coração e uma semelhança de pulmões, com todas as contexturas interiores e exteriores que ai se acham; e então eles seguiam o fluxo do Céu de um modo espontâneo, porque o Céu está em esforço para uma tal forma segundo o influxo do amor que procede do Senhor; por conseguinte eles apresentavam cada uma das coisas que estão no coração, e depois a união entre o coração e os pulmões eu eles representavam mesmo pelo casamento do bem e do vero. Por esse modo também vi claramente que o coração corresponde ao celeste pertencente ao bem, e que os pulmões correspondem ao espiritual pertencente ao vero; e que a conjunção de um e do outro em forma material é como a do coração e dos pulmões: e me disseram que o mesmo acontece em todo o corpo, a saber, em cada um dos seus membros, de seus órgãos e de suas vísceras, entre ao que pertence ao coração e o que pertence aos pulmões; porque em toda a parte onde os dois não atuam, e onde cada um deles não tem distintamente as suas alternativas, não pode haver nenhum movimento de vida por algum principio voluntario, nem senso de vida por algum principio intelectual.

&3890. Já se têm dito algumas vezes, que o Céu ou o Maximo Homem foi discriminado em sociedades inúmeras, e em geral em tantas sociedades quantos órgãos e vísceras há no corpo, e que cada uma dessas sociedades pertencem a um desses órgãos ou dessas vísceras, N° 3745; e também, que as sociedades, embora sejam inúmeras e diferentes, fazem sempre um só todo, do mesmo modo que todas as partes do corpo, embora diferentes, só fazem um todo. As sociedades que lá pertencem à província do coração, são as sociedades celestes, e elas se acham no meio ou nos íntimos; mas as que pertencem à província dos pulmões são as sociedades espirituais, e elas estão ao redor e nos exteriores. O influxo que procede do Senhor passa das sociedades celestes ás sociedades espirituais, ou do meio no que está ao redor, isto é, dos íntimos para os exteriores; isso vem de que o Senhor influi pelo amor ou a misericórdia, daí todo o celeste que está em Seu Reino, e pelo amor ou a misericórdia Ele influi no bem da fé, daí todo o espiritual que está em Seu Reino, e isso com uma variedade inefável, mas a variedade

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existe não pelo influxo, mas pela recepção.

&3891. Que não só o céu inteiro respira como um só homem, como também cada uma das sociedades em seu conjunto, e até todos os anjos e todos os espíritos, é o que me foi provado por um grande numero de vivas experiências, de tal modo que me não restou à menor duvida. Digo mais, os espíritos se admiram de que alguém ponha duvida nesses. Como, porem, há poucos homens eu tenham, a respeito dos Anjos e dos Espíritos, uma outra idéia que não seja a que se tem do imaterial, e como por conseguinte se imagina que eles devem ser unicamente pensamentos, por conseguinte meras substancias, e que eles não devem ter, como os homens, o gozo do sentido da vista; do sentido do ouvido, do sentido do tato, nem, por conseguinte, a respiração, e que assim a sua vida não é como a do homem mas que ela é interior, tal qual é a vida do espírito respectivamente a do homem, foi-me permitido, por isso mesmo, referir ainda experiências: Um dia foi prevenido, no momento em que eu ia dormir, que havia muitos espíritos que conspiravam contra mim com o intuito de me matar por sufocação, mas não prestei atenção alguma ás suas ameaças, porque eu estava sob a égide do Senhor. Dormi pois com segurança; mas, tendo sido despertado em sobressalto no meio da noite, senti manifestamente que eu não respirava por mim próprio, mas que era pelo Céu; a respiração não era, de fato, a minha, mas a verdade era que eu respirava. Alem disso, em milhares de outras circunstâncias, concedeu-se-me sentir a animação ou a respiração dos espíritos, e também a dos Anjos, por isso que eles respiravam em mim e que minha respiração existia, contudo, ao mesmo tempo distinta da sua, mas essa só pode ser sentido por aqueles cujos interiores foram abertos, e que por esse modo recebeu comunicação com o Céu.

&3892. Fui informado pelos Antiqüíssimos, que foram homens celestes e mais do que todos os outros estiveram no amor para o Senhor, eu eles tiveram uma respiração, não externa tal qual a tiveram os seus descendentes, mas interna, e que eles respiravam com os Anjos em cuja companhia eles estavam; e isso, porque eles estavam no amor celeste. Também fui informado que os estados de sua respiração foram absolutamente conformes aos estados de seu amor e da fé que provém dele; ver o que já foi relatado, N° 608, 805, 1118, 1119, 1120.

&3893. Havia Coros angélicos, que celebravam junto ao Senhor e isso pela alegria do coração. A celebração tinha sido às vezes ouvida como provindo de um canto dulcíssimo, porque os espíritos e os Anjos entre si têm uma voz sonora, e eles se ouvem também como um homem houve o outro, mas o canto humano quanto á sua vaidade e á harmonia, que são celestes, não pode ser comparado ao seu canto. Pela variedade do som eu percebi que havia muitos coros: os anjos eu estavam comigo instruíam-me que esses pertenciam á província e ás funções dos pulmões, porque o canto lhes pertence, pelo fato de ser esse o oficio dos pulmões, o que me era permitido sabê-lo por experiência. Permitiu-se-lhes que governas sem a minha respiração, o que se fazia tão suave e brandamente, e ao mesmo tempo tão interiormente, que apenas eu tinha alguma respiração que fosse minha. Eles também me instruíam que os anjos foram dedicados à respiração involuntária e os que o foram á respiração voluntaria são distintos; diziam-me que os que eram dedicados a respiração involuntária estão presentes quando o homem dorme, por isso que desde que o homem dorme, o voluntaria de sua respiração cessa, e ele recebe o involuntário de sua respiração.

&3894. A respiração dos anjos e dos espíritos sendo absolutamente conformes aos estados de seu amor e da fé procedendo de seu amor, como se disse N° 3892, daí resulta que uma sociedade não respira como uma outra; daí é que também os maus que estão no amor de si e do mundo e por conseguinte no falso não podem se achar na companhia dos bons; mas quando se aproximam deles, parece-lhes que eles não podem respirar e que ficam como sufocados, e por conseguinte caem como semi-mortos e como pedras até no inferno, onde eles recebem de novo a sua respiração, que eles têm de comum com

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os que lá estão. Sendo assim é possível ver que os que estão no mal e no falso não podem estar no Maximo Homem ou no Céu, pois quando a sua respiração á aproximação do Céu começa á cessar, toda sua apercepção e o seu pensamento, e também todo o seu esforço de fazer o mal e persuadir o falso começam também a cessar, e com o esforço falece com eles toda ação e todo movimento vital, por isso eles não podem deixar de se lançarem precipitadamente de lá.

&3894 (bis). Ora, sendo assim, e que os bons, quando entram na outra vida são primeiramente repostos na vida que eles tiveram no mundo, N° 2119, por conseguinte também nos amores e nas voluptuosidades dessa vida, eles não podem pois ainda, antes de terem sido preparados, ser admitidos na companhia dos Anjos, mesmo quanto á respiração; por isso, quando eles são preparados; eles são primeiro inaugurados na vida angélica por meio de respirações concordantes, e ao mesmo tempo então eles entram em percepções interiores e na liberdade celeste. Isso se faz em sociedade de muitos ou em coros, nos quais um respira como o outro, percebe do mesmo modo e procede do mesmo modo segundo a liberdade; também mostram-se ao vivo como isso se opera.

&3895. O persuasivo do mal e do falso, e até o persuasivo do vero, quando o homem está na vida do mal, é tal na outra vida, que ele sufoca os outros por assim dizer, e até os bons espíritos antes de terem sido inaugurados na respiração angélica; é por isso que os que estão no persuasivo são afastados pelo Senhor e detidos no inferno, onde um não pode prejudicar o outro; porque lá o persuasivo de um é quase semelhante ao de outro, e por conseguinte as respirações são concordantes. Alguns espíritos, que estavam em um tal persuasivo, dirigiam-se a mim com o fim de me sufocarem, e até eles tinham introduzido em mim uma sorte de sufocação, mas eu fui livrado pelo Senhor; então o Senhor enviou uma criancinha, cuja presença os atormentou de tal modo, que eles com muito custo podiam respirar. Eles foram mantidos nesse estado, até que fizessem suplicas, e assim eles foram precipitados no inferno. O persuasivo de vero, quando o homem está na vida do mal, é tal, que ele fica persuadido de que o vero é o vero, não por causa de um fim do bem, mas por causa de um fim do mal, a saber, para adquirir pelo vero honras, reputação e riqueza. Os mais perversos de todos podem estar em um tal persuasivo, até mesmo com um zelo aparente, a tal ponto que eles condenam ao inferno todos que não estão no vero, ainda que estejam no bem. Ver sobre esse persuasivo os N° 2689, 3865; tais homens, quando entram na outra vida, crêem que no começam que são anjos, mas eles não podem aproximar de nenhuma sociedade Angélica, eles lá ficam como que sufocados pelo seu próprio persuasivo. É deles que o Senhor disse Matheus: “Muitos dirão a Mim no dia esse: Senhor, Senhor, pelo Nome teu não profetizamos, e pelo Nome teu não expulsamos os demônios, e no Nome teu muitos milagres não fizemos? Mas então direi-lhes: Não conheço-vos, apartai-vos de Mim, obreiros de iniqüidade.