controle em processo em industria farmaceutica

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    Aplicao do controle estatstico de processo naindstria farmacutica

    Lima, A.A.N.1; Lima, J.R.1; Silva, J.L.1; Alencar, J.R.B.3; Soares-Sobrinho, J.L.1; Lima, L.G.2; Rolim-Neto, P.J.1*

    1Laboratrio de Tecnologia dos Medicamentos, LTM, Departamento de Cincias Farmacuticas, Universidade Federal de Pernambuco, UFPE,Recife, PE, Brasil.

    2Laboratrio Farmacutico do Estado de Pernambuco S/A, LAFEPE, Recife, PE, Brasil.3Centro de Tecnologia, Escola de Qumica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

    Recebido 01/11/06 / Aceito 05/03/07

    *Autor correspondente: Pedro Jos Rolim Neto - Laboratrio de Tecnologiados Medicamentos - Departamento de Cincias Farmacuticas - Universi-

    dade Federal de Pernambuco, UFPE - Av. Prof. Arthur de S, s/n - CidadeUniversitria - CEP: 50740-521 - Recife - PE, Brasil - Telefone / Fax:(81) 3272-1383 - E-mail: [email protected]

    RESUMO

    O controle estatstico de processo (CEP) uma das maispoderosas metodologias desenvolvidas visando auxiliarno controle eficaz da qualidade. Atravs das cartas ougrficos de controle, podem-se detectar desvios de

    parmetros representativos do processo, reduzindo aquantidade de produtos fora de especificaes e com issoos custos da produo. O controle estatstico de processoembora pouco utilizado na indstria farmacutica, umaferramenta de grande utilidade, pois incorpora tambmo conceito de boas prticas de fabricao, alm defornecer informaes imprescindveis para a validaode processos, uma vez que permitem a investigaodetalhada de todos os pontos crticos de controle,diagnosticando as possveis no conformidades em todasas etapas do processo, alm de sinalizar as possveis fontesdesses desvios de qualidade possibilitando correes einteraes com o processo. Apesar de no existir muitas

    publicaes do CEP na indstria farmacutica, osexemplos de aplicaes desta ferramenta provam suagrande importncia para a compreenso dos processosque envolvem a obteno de medicamentos.Palavras-chave: controle estatstico de processo; indstriafarmacutica; processo farmacutico; validao de processo.

    INTRODUO

    A dinmica das Boas Prticas de Fabricao eControle dentro da indstria farmacutica tende a incorporarconceitos de otimizao de processos, reduo de perdas egesto ambiental plena, alm das j consagradas prticas demonitoramento especficas para a produo demedicamentos, conforme mostramos em publicao denossos dados (Alencar et al., 2005a).

    Processo um conjunto de causas que provoca umou mais efeitos (Campos, 1992) ou qualquer atividade querecebe uma entrada, agrega-lhe valor e gera uma sada paraum cliente interno ou externo, fazendo uso dos recursos daorganizao para gerar resultados concretos (Harrington,

    1993). Na indstria farmacutica de hoje, o controle deprocesso est cada vez mais sincronizado com outrasoperaes, controles de fabricao, e aplicaes degerenciamento de projeto (Abel, 2002).

    A ateno rigorosa aos requisitos de Boas Prticasde Fabricao (BPF) de medicamentos tem colocado as

    empresas sob vigilncia constante no que concerne aos seussistemas de qualidade. As BPF so aplicveis a todas asoperaes envolvidas na fabricao de medicamentos, e ocumprimento das BPF est dirigido primeiramente para adiminuio dos riscos inerentes a qualquer etapa da produode uma foma farmacutica, os quais no podem ser detectadosatravs da realizao dos ensaios nos produtos acabados(Brasil, 2003; FDA, 2006).

    A Agencia Nacional de Vigilncia Sanitria(ANVISA) adota a garantia de qualidade para omedicamento, que consiste no acompanhamento de todo oprocesso desde a aquisio de uma matria-primafarmacutica pelo fabricante at sua transformao em um

    produto acabado disposio do consumidor (Nunes et al.,2005).

    A ANVISA, para essa finalidade, conta com aexistncia de legislao regulamentando todas as etapas dacadeia do medicamento e executa aes de fiscalizao paraavaliar a qualidade dos processos produtivos de fabricao,das condies de armazenagem, transporte e consumo dessesprodutos (Martins & Penna, 2004).

    A validao de processo do qual resulta o produtofinal constitui um instrumento primordial e imprescindvel.Conforme RDC n 210, de 04 de agosto de 2003 (Brasil,2003), validao um ato documentado que atesta quequalquer procedimento, processo, equipamento, material,operao ou sistema realmente conduza aos resultadosesperados. Os estudos de validao representam parteessencial das Boas Prticas de Fabricao e Controle e devemser conduzidos de acordo com protocolos pr-definidos esofrer revalidaes peridicas para que seja assegurado queos itens validados permaneam capazes de atingir osresultados planejados.

    Pouco se tem publicado sobre aplicaes industriaisde controle estatstico de processo. Algumas raras

    Revista de CinciasFarmacuticasBsica e AplicadaJournal of Basic and Applied Pharmaceutical Sciences

    Rev. Cinc. Farm. B sica Apl., v. 27, n.3, p.177-187, 2006ISSN 1808-4532

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    experincias so devotadas indstria alimentcia (Hayeset al., 1997; Srikaeo et al., 2005). Para processosfarmacuticos estas so ainda mais raras.

    CONTROLE ESTATSTICO DE PROCESSO (CEP)

    A nfase para buscar melhorias da qualidade deve

    ser concentrada em melhoramentos contnuos, atitudes que,promovidas continuamente, permitam reconhecer osproblemas, priorizar aes corretivas, implant-las e darseqncia a postura pr-ativa, agindo corretamente (Silva, 1999).

    A utilizao de mtodos estatsticos no garante asoluo de todos os problemas de um processo, porm umamaneira racional, lgica e organizada de determinar ondeeles existem, sua extenso e a forma de solucion-los. Essesmtodos podem ajudar na obteno de sistemas queassegurem uma melhoria contnua da qualidade e daprodutividade ao mesmo tempo (Chambers & Wheeler, 1992;Carneiro Neto, 2003; Moreira, 2004).

    O Controle Estatstico de Processo (CEP) pode ser

    descrito como um conjunto de ferramentas de monitoramentoon-line da qualidade. Com tais ferramentas, consegue-se umadescrio detalhada do comportamento do processo,identificando sua variabilidade e possibilitando seu controleao longo do tempo, atravs da coleta continuada de dados eda anlise e bloqueio de possveis causas especiais,responsveis pelas instabilidades do processo em estudo,conforme dados de nossos estudos (Alencar, 2004) e tambmconfirmados por Cortivo (2005). O Controle Estatstico deProcesso abrange a coleta, a anlise e a interpretao de dadoscom a finalidade de resolver um problema particular(Paranthaman, 1990)

    A idia principal do CEP melhorar os processos

    de produo com menos variabilidade proporcionando nveismelhores de qualidade nos resultados da produo. muitocomum nas fbricas que processos industriais no sejamotimizados no sentido de serem caracterizados por altos nveisde eficincia, no entanto, dentro do CEP existem ferramentaspara monitorar o processo e, portanto, melhor-lo. (Paladini,2002; Carvalho & Paladini, 2005).

    A eficcia da utilizao do CEP baseia-se noseguinte conceito: se um processo ocorre sob condiesconhecidas e estas so cuidadosamente mantidas, esteprocesso estar sujeito apenas aos efeitos de Causas Comuns- que definem a posio e a disperso do processo,configurando-se por uma Distribuio Normal. Assim, sendoum processo conhecido, pode-se prever toda sua ocorrncia(Pinton, 1997).

    Agir no processo , antes de tudo, evitar defeitos,independente de onde eles possam manifestar-se. Este oprincpio do Controle Estatstico de Processos, que, alm deatuar sobre o processo produtivo, sem se fixar, portanto, noproduto em si, utiliza-se da Estatstica como instrumentobsico para a organizao, tratamento e anlise dasinformaes do processo. O Controle Estatstico de Processoopera preventivamente; utiliza-se de uma base objetiva deanlise; tem atuao abrangente: no se limita a alguns casos

    especficos, mas produo como um todo, e, enfim, permiteadequada avaliao da qualidade (Paladini, 1990; Diniz, 2001).

    CARTAS DE CONTROLE

    Na estratgia do CEP, processos so controladosefetuando-se medies de variveis de interesse em pontos

    espaados no tempo e registrando os resultados em cartas decontrole. As cartas de controle so as ferramentas principaisutilizadas no controle estatstico de processo e tm comoobjetivo detectar desvios de parmetros representativos doprocesso, reduzindo a quantidade de produtos fora deespecificaes e os custos de produo. Sua utilizaopressupe que o processo seja estatisticamente estvel, isto, no haja presena de causas especiais de variao ou, aindae de outra forma, que as sucessivas amostragens representemum conjunto de valores independentes ou nocorrelacionados. Este pressuposto quase sempre no atendido e muitas vezes leva utilizao das cartas decontrole com limites inadequados e com a freqente

    ocorrncia de alarmes (pontos fora ou prximos aos limitesda carta) sem que, necessariamente, representem a presenade uma causa especial (Juran, 1992; Ogunnaike & Ray, 1994;Montgomery, 2004).

    Os grficos de controle representam uma dastcnicas estatsticas que servem de apoio ao controle daqualidade de um processo, fornecendo evidncias de suasvariaes tanto de carter aleatrio quanto de carterdeterminvel. Eles permitem que se possa atuar no processode forma preventiva, corrigindo possveis desvios dequalidade, em tempo real, no momento em que eles estoocorrendo, no deixando que a situao de possibilidade deocorrncia de no conformidade perdure e acabe com uma

    possvel reprovao do lote final. (Toledo, 1987). importante destacar que um grfico de controle

    no permite a identificao de quais so as causas especiaisde variao que esto atuando em um processo fora decontrole estatstico, mas ele processa e dispe informaesque podem ser utilizadas na identificao destas causas(Werkema, 1995).

    As cartas ou grficos de controle consistem em umalinha central, um par de limites de controle, um dos quais selocaliza abaixo e outro acima da linha central, e valorescaractersticos marcados no grfico representando o estadode um processo. Se todos esses valores marcados estiveremdentro dos limites de controle, sem qualquer tendnciaparticular e a disposio dos pontos dentro dos limites foraleatria, o processo considerado sob controle. Entretanto,se os pontos incidirem fora dos limites de controle ouapresentarem uma disposio atpica, o processo julgadofora de controle (Kume, 1993; Vieira, 1999). A Figura 1representa num mesmo grfico, o mesmo processo emcontrole e fora de controle.

    O modelo estabelecido por Shewart utiliza a mdiaaritmtica dos valores resultantes das medies realizadasde forma amostral, como medida de posio do processo.Fixa trs desvios - padres acrescidos mdia, definindo o

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    Limite Superior de Controle (LSC) e trs desvios - padresdecrescidos mdia, definindo o Limite Inferior deControle (LIC) do processo (Pinton, 1997; Thompson &Koronacki, 1993).

    Existem dois tipos bsicos de cartas de controle dequalidade: as cartas baseadas em variveis e as cartasbaseadas em atributos. As cartas por atributos referem-se asituaes que podem ser traduzidas por um sistema binriodo tipo ou , em que cada amostra inspecionada testada para determinar se est ou no conforme com osrequisitos. Os controles de atributos so aqueles que sebaseiam na verificao da presena ou ausncia de umatributo, ou seja, quando as medidas representadas no grficoresultam de contagens do nmero de itens do produto queapresentam uma caracterstica particular de interesse(atributo). Alguns exemplos so os grficos de controle parao nmero de peas cujos dimetros no satisfazem sespecificaes (peas defeituosas) (Werkema, 1995; Pintoet al., 2003).

    As cartas por variveis baseiam-se na distribuiocontnua das medies que podem de certa forma medir ograu de aceitabilidade ou a no aceitabilidade. Variveis socaractersticas cujo resultado est associado a algum tipo de

    medio, como, por exemplo, velocidade, tempo,comprimento, resistncia, etc (Alves, 2003). Os controlesde variveis so aqueles que se baseiam em medidas dascaractersticas de qualidade (Carneiro Neto, 2003), ou seja,quando a caracterstica da qualidade expressa por umnmero em uma escala contnua de medidas (Werkema,1995). As cartas de controle de qualidade, quer por variveisquer por atributos, desenvolvidas com base em algumascaractersticas de qualidade ajudam a manter o produto sobcontrole (Lachman et al., 2001).

    O controle da mdia do processo ou usualmentefeito atravs do grfico de controle para mdias, ou grfico

    de x. A variabilidade do processo pode ser monitorada tantoatravs do grfico de controle para o desvio padro, chamadogrfico S como para o grfico de amplitude, chamado grficoR. A diferena bsica entre os grficos S e R que o primeirose aplica a casos onde o nmero de amostras moderadamente grande. Exemplificando melhor a funo decada grfico, observa-se que atravs do grfico de x,monitora-se a variabilidade entre amostras e atravs dogrfico de S monitora-se a variabilidade dentro da amostra(ASFQC, 1986; Thompson & Koronacki, 1993). Resultadosde nossos experimentos confirmam estes dados (Alencaret al. 2005b)

    As cartas de controle so teis para realar osvalores dos parmetros analisados que permitem verificar avariao no lote ou entre lotes, por acompanhamento davariao da mdia de uma especificao, como seja a durezade um comprimido ou o doseamento de uma substncia ativa(Lachman et al., 2001).

    No controle estatstico de processo clssico, cadavarivel ou caracterstica de qualidade plotada em grficosde controle separados, no levando em considerao a relaoentre cada uma das variveis, isto , assume-se que taisvariveis do processo so independentes e normalmente

    distribudas. Segundo Montgomery (2004), quando existemmltiplos parmetros do processo e que so monitoradossimultaneamente, os grficos de controle tambm conhecidoscomo univariados no mais devem ser utilizados, pois, asvrias caractersticas de qualidade podem apresentarcorrelaes entre si, o que prejudica o desempenho destespara sinalizar uma falta de controle do processo. Nos grficosde controle multivariados, a estabilidade do processo obtidaquando o vetor das mdias, varincias e covarincias dasvariveis do processo permanecem estveis ao longo dasobservaes. O tipo mais comum de grfico de controlemultivariado o T2 de Hotelling.

    Figura 1. Representao grfica de processos sob controle e fora de controle. (CarneiroNeto, 2003).

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    ESTABILIDADE DO PROCESSO

    A anlise dos grficos de controle permite que sedetermine se um dado processo estvel, ou seja, se no hpresena de causas especiais de variao atuando sobre omesmo. Para um processo ser considerado estatisticamenteestvel, os pontos nos grficos de controle devem distribuir-

    se aleatoriamente em torno da linha mdia sem que hajapadres estranhos do tipo, tendncias crescentes oudecrescentes, ciclos, estratificaes ou misturas, pontos forados limites de controle (Ramos, 2000).

    Um processo estvel ou sob controle estatsticoapresenta previsibilidade, todavia possvel que mesmo umprocesso com variabilidade e conjeturada produza itensdefeituosos ou no-conformes. Depois da estabilizao deum processo, a anlise sobre a capacidade do mesmoproporcionar as diretrizes para as tomadas de deciso comoa mudana ou no do sistema produtivo, de acordo com ocaso constatado (Santos & Batista, 2005)

    CAPACIDADE DO PROCESSO

    Verificada a estabilidade do processo, pode-sequantificar sua capacidade empregando os ndices decapacidade (Bothe, 1997). Basicamente, o estudo dacapacidade visa verificar se o processo consegue atender sespecificaes, ou no (Ramos, 2003). Montgomery (2004)cita as principais utilizaes da anlise de capacidade, isto, predizer at que ponto o processo manter as tolerncias,auxiliar os elaboradores/planejadores do produto na seleoou modificao de um processo, especificar exigncias dedesempenho para um equipamento novo, planejar a seqnciade processos de produo quando h um efeito interativo de

    processo sobre as tolerncias e reduzir a variabilidade emum processo de fabricao.

    A verificao da capacidade do processo em atendercom segurana as especificaes foi demonstrada peloclculo do parmetro C

    pkdefinido pelas equaes:

    O ndice Cpk

    avalia a distncia da mdia do processo aos

    limites da especificao, tomando aquela que for menor,e, portanto, mais crtica em termos de chances de seremproduzidos itens fora de especificao. Se C

    pk> 1 temos

    um processo capaz. Alguns autores (Montgomery, 2004),recomendam, para processos existentes e para parmetroscrticos de processo, que o C

    pkmnimo para o processo

    deva ser 1,45, podendo assumir valores de 1,60. Outros

    autores, consideram que o Cpk mnimo a ser adotado naetapa de validao de um processo farmacutico comosendo 2,0, porm, admitem que tal rigor desnecessrio,uma vez que durante as operaes de rotina avariabilidade dos processos bem maior que aquelasrotinas obtidas no estgio de validao quandonormalmente se utiliza anlise de trs lotes (Kieffer &Torbeck, 1998).

    APLICAO DO CEP NA INDSTRIAFARMACUTICA

    1- Estabilidade e Validao da fase de compresso de

    comprimidos (glibenclamida)(Alencar et al., 2004; 2005 b);

    Foram utilizadas em nosso laboratrio observaesde controle de processo relativo aos parmetros peso mdio,dureza, friabilidade, teor, uniformidade de contedo edissoluo ao longo do tempo, utilizando metodologiasfarmacopicas especficas e validadas.

    Para construo das cartas de controle, foramutilizados dados retrospectivos de 24 lotes visando avaliar oestado de controle do processo e obteno dos limites decontrole destes para utilizao dos mesmos nas produesfuturas.

    Para uma das variveis - dureza dos comprimidos -o processo no apresenta estabilidade de controle estatstico,o que inviabiliza a utilizao dos dados analisados paravalidao do processo (Figura 2). Atravs do estudo decapacidade do processo verificou-se que o processo no capaz o suficiente de produzir itens dentro das especificaescom a segurana requerida. Com tais deficincias, conclui-se que o processo deve ser melhorado, de modo a atingir aestabilidade e reduzir a variabilidade do mesmo contribuindopara o aumento do Cpk.

    Cpk = min (Cps, Cpi )

    Figura 2. Grfico de Controle da mdia para dureza dos comprimidos x o nmero de lotes.

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    Cps = LSE -x3s

    pi = x LIE3s

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    2- Validao do processo de envase de xarope desalbutamol (Santos & Batista, 2005);

    Os dados foram obtidos a partir de cinco lotesconsecutivos. Primeiramente definiu-se o peso mdiototalizando, um nmero de amostragem igual a 30. Calculou-se a mdia de cada amostra e os valores obtidos foram

    tratados estatisticamente. Foram geradas Cartas de Controle(mdia e amplitude), histograma e valores correspondentes

    aos ndices de capacidade do processo.Dos cinco lotes tratados estatisticamente, trs

    apresentaram-se estveis e dois no estveis: j em relao capacidade, todos os lotes mostraram-se incapazes. Istodemonstra que nem sempre um processo estvel tambmum processo capaz, isto , a estabilidade estatstica de umprocesso no assegura que este seja um processo capaz. As

    Figuras 3, 4 e 5 ilustram os grficos das mdias, amplitude ehistograma dos lotes um, dois e cinco, respectivamente.

    Figura 3. Cartas de Controle, Amplitude e Histogramas das mdias do lote 01

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    Figura 4. Cartas de Controle, Amplitude e Histogramas das mdias do lote 02.

    Entre as alternativas para tornar esse processo capazest a mudana do processo para uma tecnologia de maiorconfiana, o estudo do processo com mais cuidado e a

    utilizao de tcnicas de melhoria para reduzir a variabilidade,centrar o processo para minimizar as perdas totais fora doslimites das especificaes e inspecionar 100% o processo.

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    Figura 5. Cartas de Controle, Amplitude e Histogramas das mdias do lote 05.

    3- Desempenho das mquinas de enchimento atravs damassa, de uma suspenso parenteral relativamenteviscosa, em recipientes de dose mltipla (Lachman et al., 2001).

    Atravs das cartas de controle, foi demonstrado odesempenho de duas mquinas de enchimento. Foram

    retiradas e pesadas, duas amostras do material debitadodurante a produo, a mdia e a gama (amplitude) dasmedies obtidas foram usadas para construir a carta decontrole.

    Verificou-se que mquina de enchimento "A" enchiaas ampolas dentro dos limites pretendidos com as mdias

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    dentro dos limites de controle. No entanto, a mquina "B"apresentava grande variao, tal como se observou pela cartade controle das gamas dos valores de enchimento, bem comoatravs dos pontos que caem fora dos limites de controle,indicados nas cartas das mdias (Figura 6).

    Aps uma grande investigao e melhoria doprocesso, foi possvel estreitar os limites de controle da carta

    das mdias e deste modo, o processo passou a ter maiorcontrole estatstico e simultaneamente a variao da massade enchimento foi minimizada.

    4- Determinao do teor da substncia ativa em formafarmacutica slida oral (Ramos et al., 2006).

    Foram avaliados trs lotes de 30 comprimidos,assumindo a especificao de 85 a 115% para variao noresultado de uniformidade de contedo. Empregaram-segrficos de controle para valores individuais e amplitudesmveis e esses revelaram que o processo pode serconsiderado previsvel quanto ao seu desempenho para a

    caracterstica avaliada (Figura 7). Os pontos mantiveram-sedentro dos limites de controle. Alm disso, os pontos noapresentaram comportamento indicando causa especial, ouseja, padro extraordinrio de variao.

    Em funo desse processo pode ser avaliadamediante o clculo dos ndices de capacidade. Considerandoa quantidade de dados e C

    pkigual a 1,38, o processo pode ser

    considerado capaz. Entretanto, observa-se que este seencontra ligeiramente descentralizado na especificao. Amdia calculada de 95,42% enquanto que a mdia - alvo de 100%, referente ao centro da especificao. Ajusteefetuado na mdia permitir alcanar maior ndice decapacidade. Em funo destes resultados, todo o processopode ser considerado validado.

    5- Controle Estatstico de Processo Multivarivel:Aplicao produo de medicamentos na forma decomprimidos (Alencar et al., 2006).

    Uma das formas limitaes dos grficos de controlede Shewart que parte do pressuposto que as variveisestudadas no so influenciadas por outras variveis doprocesso, isto , so independentes uma das outras. Umaalternativa a esta limitao a utilizao de grficos decontrole multivariados onde o valor alvo no a mdia decada varivel considerada isoladamente, mas um vetor damdia de todas as variveis do processo e uma matriz de

    correlao entre estes parmetros.Neste trabalho, realizado por nosso grupo (Alencar

    et al., 2006), utilizou-se dados da produo do medicamentocaptopril na forma de comprimidos de 25 mg produzido peloLaboratrio Farmacutico do Estado de Pernambuco(LAFEPE) no perodo de 2004 e 2005, para anlise doprocesso atravs da estatstica T2 de Hotelling, uma forma

    Figura 6. Cartas de Controle para a mdia e gama (amplitude) das duas mquinas de enchimento.

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    de CEP multivariado. Neste tipo de anlise ao invs de seremanalisadas isoladamente vrias cartas de controle, utiliza-seuma nica carta que leva em considerao as variabilidadessimultneas das variveis peso mdio, dureza, friabilidade,tempo de desintegrao, teor, teor de dissulfeto de captopril,dissoluo, e uniformidade de contedo, o que se constituiuma vantagem para a tomada de decises dos operadores doprocesso.

    CONSIDERAES FINAIS

    Entre os exemplos publicados sobre CEP naindstria farmacutica, pode-se observar que se trata de umaferramenta necessria, tanto na melhoria, como na validaodos processos farmacuticos, aplicada ao processo como umtodo e ou em suas etapas. Em todos os casos, o CEPdemonstrou estatisticamente que os processos necessitam demaior compreenso e estudo em busca da identificao ecorreo das diversas e diferentes causas das noconformidades apresentadas por estes. Tais identificaes epossveis correes traro um maior conhecimento e controle

    sobre os pontos crticos do processo de fabricao. Entretantas informaes fundamentais compreenso e controledo processo demonstrado pelo uso de CEP, torna-se esta umaferramenta chave e imprescindvel no processo de validaesna indstria farmacutica.

    Vale salientar que o CEP por si s no determina avalidao de um processo e que o estudo isolado de um nicoparmetro demonstrado no controle estatstico do processo,dentre tantos como: desintegrao, dureza, friabilidade,dissoluo, peso mdio e uniformidade de contedo, como o caso de formas farmacuticas slidas, no pode serconsiderado validado, como demonstra o estudo 4; em

    comparao com o estudo 1, que trata da mesma formafarmacutica, foram analisados retrospectivamente todos osparmetros de controle, e mesmo alguns destes parmetrosterem apresentados resultados satisfatrios, o processo foiconsiderado incapaz ou no passivo de validao. Observa-se que o estudo retrospectivo para uso na validao, norepresenta uma metodologia confivel, pois em sua maioria,os processos no so observados de forma to especifica edetalhada, como apresentado nos processos estudados e

    controlados estatisticamente. Isto foi claramente evidenciadono estudo 1, onde a anlise estatstica dos resultados nodemonstrou a reprodutibilidade do processo. Em todos essesestudos, o CEP foi utilizado para identificao de noconformidades, mas em apenas um deles (estudo 3), houveao corretiva para melhoria do processo.

    Dessa forma, pode-se afirmar que no mbito daindstria farmacutica, o CEP uma ferramenta simples emsua aplicao, capaz de permitir uma maior compreenso doprocesso, possibilitando muitas vezes rpidas aes decontrole pelo pessoal de operao, rica nos resultados quepode apresentar sobre o comportamento do processo e aptaa ser aplicada em vrios processos farmacuticos. O CEP

    no pode tornar-se um mero indicador de no conformidadesem um processo, pois esta ferramenta oferece um vastonmero de informaes que quando compreendidas, podemindicar precisamente quais os pontos crticos e onde asmelhorias devem ser feitas. evidente que o profundoconhecimento do processo um fator determinante nessainvestigao, mas a completa utilizao desta ferramenta deveser feita de forma investigativa, com o adjetivo de correotornando a produo de medicamentos um procedimentoseguro.

    A utilizao do CEP na indstria farmacutica secontrape a atual abordagem da especificao do produto,

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

    LSC- 103,1

    Mdia - 95,42

    LIC- 87,72

    105

    100

    95

    90

    V

    alorI

    ivi

    al

    LSC- 9,449

    Mdia - 2,87

    LIC- 0

    10

    5

    0A

    plitde

    vel

    Figura 7. Grficos de Controle do teor de Princpio Ativo de Comprimidos.

    CEP na indstria farmacutica

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    onde se compara os resultados a metas arbitrrias. Estaabordagem ainda prevalente nas indstrias farmacuticas norevela qualquer compreenso de como o processo funcionae, embora diga onde se est, no capaz de dizer como sechegou l. Esta abordagem falha principalmente porqueignora as variaes dentro do processo e tratam cadaflutuao como um sinal.

    Apesar de todo o potencial que o CEP apresentapara gerenciamento dos processos o seu uso por si s poderno surtir efeito algum, tendo em vista que este passa pelaconsolidao da cultura do pensamento estatstico em todosos nveis hierrquicos das empresas. Atualmente a indstriafarmacutica mundial est, a exemplo do que se faz emdiversos outros segmentos industriais, se abrindo para novastecnologias, flexibilizao de prticas regulatrias, utilizaode tcnicas de modelagem e simulao dos processos,utilizao de mtodos quimiomtricos nos seus processos eassumindo novas prticas de gerenciamento onde o CEP temseu lugar garantido como prtica eficaz.

    ABSTRACT

    The application of statistical process control to the

    pharmaceutical industry

    Statistical process control (SPC) is one of the mostpowerful methods developed as an aid to efficient qualitycontrol. Using tools such as control charts or graphs, itcan detect deviations in the process parameters, reducingthe amount of products that fall outside specificationsand with this, the costs of production. Although little usedin the pharmaceutical industry, SPC is a tool of great

    utility, incorporating as it does the concept of goodmanufacturing practice, besides supplying essentialinformation for the validation of processes, since it allowsdetailed checks on all the critical points of control,diagnosing possible deviations at all the stages of theprocess, besides signaling the possible sources of thesevariations in quality, enabling to be made correctionsand interaction with the process. Although these havebeen few publications on SPC in the pharmaceuticalindustry, the existing examples of applications of this toolin this field prove its great importance for theunderstanding of the processes involved in producingmedicines.Keywords: statistical process control; pharmaceuticalindustry; pharmaceutical process; process validation.

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