controladoria - a eficaz ferramenta na gestão empresarial...

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ INSTITUTO BRASIL DE EXTENSÃO E PÓS-GRADUAÇÃO CONTROLADORIA - A EFICAZ FERRAMENTA NA GESTÃO EMPRESARIAL ENFOCANDO O BALANCED SCORECARD Outubro de 2009

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ INSTITUTO BRASIL DE EXTENSÃO E PÓS-GRADUAÇÃO

CONTROLADORIA - A EFICAZ FERRAMENTA NA GESTÃO

EMPRESARIAL ENFOCANDO O BALANCED SCORECARD

Outubro de 2009

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MARCUS VENICIUS LIMA DOS SANTOS

CONTROLADORIA - A EFICAZ FERRAMENTA NA GESTÃO

EMPRESARIAL ENFOCANDO O BALANCED SCORECARD

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de

Especialização em Ciências Contábeis da

Universidade Tuiuti do Paraná - UTP, como parte das

exigências para obtenção do título de Especialista em

Controladoria, Auditoria, Perícia Contábil e Docência

Superior.

Orientador da Monografia: Professor M. Sc. Cláudio Nogas

Outubro de 2009

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RESUMO

Atualmente, na moderna gestão empresarial, há a real necessidade, por parte

dos usuários da contabilidade gerencial, de conhecer as informações contábeis para

embasar suas tomadas de decisões.

Verifica-se que essas informações têm passado por mudanças substanciais e

até mesmo os próprios usuários têm mudado. Assim sendo, é correto afirmar que a

função dos sistemas de informações permanece, mas o enfoque precisa ser

continuamente revisto. Um ponto importantíssimo e complexo é a identificação do que

é útil ou não para o processo decisório, a fim de evitar a produção de informação

irrelevante. Isso ocorre com freqüência no ambiente da Contabilidade, em função da

diversidade de dados disponíveis.

O objetivo deste trabalho é demonstrar a Controladoria e sua eficácia na

gestão empresarial, fazendo uso do sistema de informação contábil e dos subsistemas

utilizados para fornecer aos usuários dos demonstrativos financeiros, as informações

necessárias para a tomada de decisões gerenciais e ainda enfocar a potencialidade do

Balanced Scorecard.

Portanto, afirma-se que os sistemas de informações contábeis devem gerar

seguras rotas de navegação que nortearão os rumos a serem tomados pelos gestores da

empresa.

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Conclui-se que os assuntos tratados estão fortemente presentes na realidade

da função do gestor, e que é essencial pelo menos um conhecimento básico de

controladoria e sistema de informação contábil para uma bem sucedida tomada de

decisão, principalmente nas grandes corporações, ainda que as pequenas e médias

empresas também possam ser beneficiadas pelo uso das informações contábeis como

ferramentas de tomada de decisões empresariais.

Palavras-chaves: Controladoria, Gestão Empresarial, Tomada de Decisão,

Informações Contábeis, Sistemas de Informações, Balanced Scorecard.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 -A EMPRESA COMO UM SISTEMA. (PADOVEZE,1998, P. 31)..................... 30

FIGURA 2 -ÁREAS E SUBSISTEMAS DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL (PADOVEZE, 1998, P. 123) ................................................................................................................ 48

FIGURA 3 -INTEGRAÇÃO DO SUBSISTEMA DE ORÇAMENTO E OUTROS SUBSISTEMAS. (PADOVEZE, 1998, P. 125). .............................................................................. 59

FIGURA 4 -INTEGRAÇÃO DO SUBSISTEMA DE CUSTOS E OUTROS SUBSISTEMAS. (PADOVEZE, 1998, P. 128). .............................................................................. 62

FIGURA 5 -PERSPECTIVA ORGANIZACIONAL. KAPLAN E NORTON, 1997 P. 10). ....................................................................................................................... 71

FIGURA 6 -SISTEMA DE GERENCIAMENTO ESTRATÉGICO. (KAPLAN E NORTON, 1997, P. 12). ............................................................................................................. 73

FIGURA 7 -AUMENTO DA PRODUTIVIDADE DO FUNCIONÁRIO. (KAPLAN E NORTON, 1997, P. 161). .................................................................................................. 78

FIGURA 8 -MEDIÇÃO DOS TEMAS FINANCEIROS ESTRATÉGICOS. (KAPLAN, 1997, P. 55). ................................................................................................................. 82

FIGURA 9 -A PERSPECTIVA DO CLIENTE – MEDIDAS ESSENCIAIS (KAPLAN E NORTON, 1997, P. 72). .................................................................................................... 84

FIGURA 10 -INDICADORES COM PROPOSTA DE VALOR (KAPLAN E NORTON, 1997, P. 79). ................................................................................................................. 85

FIGURA 11 -A PERSPECTIVA DOS PROCESSOS INTERNOS – O MODELO DA CADEIA DE

VALORES GENÉTICA. (KAPLAN E NORTON, 1997, P. 102). ............................... 86

FIGURA 12 -A PERSPECTIVA DOS PROCESSOS INTERNOS – O PROCESSO DE

INOVAÇÃO. (KAPLAN E NORTON, 1997, P. 104). .............................................. 88

FIGURA 13 -A PERSPECTIVA DOS PROCESSOS INTERNOS – O PROCESSO DE

OPERAÇÕES. (KAPLAN E NORTON, 1997, P. 110). ............................................ 89

FIGURA 14 -SISTEMA ORGANIZACIONAL – CRITÉRIO DA EFICÁCIA. (PEREIRA, 2000, P. 30) .................................................................................................................. 90

FIGURA 15 -SISTEMA ORGANIZACIONAL – CRITÉRIO DA EFICÁCIA. (PEREIRA, 2000, P. 31) .................................................................................................................. 91

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FIGURA 16 -SISTEMA ORGANIZACIONAL – CRITÉRIO DA QUALIDADE . (PEREIRA, 2000, P. 32) ..................................................................................................... 92

FIGURA 17 -SISTEMA ORGANIZACIONAL – CRITÉRIO DA PRODUTIVIDADE. (PEREIRA, 2000, P. 34) ..................................................................................................... 95

FIGURA 18 -MODOS BÁSICOS PARA MELHORA DA PRODUTIVIDADE. (PEREIRA, 2000, P. 36) ............................................................................................................... 97

FIGURA 19 -A PERSPECTIVA DOS PROCESSOS INTERNOS – O PROCESSO DE

OPERAÇÕES. (KAPLAN E NORTON, 1997, P. 112). ............................................ 99

FIGURA 20 -USANDO O SISTEMA GERENCIAL PARA ORQUESTRAR A MUDANÇA. (KAPLAN E NORTON, 1997, P. 291). ............................................................... 105

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 14

1. CAPÍTULO I - CONTROLADORIA - CARACTERIZAÇÃO GERAL ... 18

1.1. CONCEITO ....................................................................................................... 18

1.2. MISSÃO ........................................................................................................... 19

1.3. FUNÇÕES E ATIVIDADES DA CONTROLADORIA ................................................. 21

1.4. FUNÇÃO FINANCEIRA E CONTROLADORIA ....................................................... 24

1.5. A CONTROLADORIA COMO ÓRGÃO ADMINISTRATIVO ...................................... 27

2. CAPÍTULO II – A EMPRESA COMO UM SISTEMA ............................. 28

2.1. A EMPRESA ..................................................................................................... 28

2.2. VISÃO SISTÊMICA DA EMPRESA ....................................................................... 29

2.3. SUBSISTEMAS EMPRESARIAIS .......................................................................... 31

2.3.1. SUBSISTEMA INSTITUCIONAL ................................................................ 32

2.3.2. SUBSISTEMA FÍSICO .............................................................................. 33

2.3.3. SUBSISTEMA SOCIAL ............................................................................. 34

2.3.4. SUBSISTEMA ORGANIZACIONAL ............................................................ 34

2.3.5. SUBSISTEMA DE GESTÃO ....................................................................... 34

2.3.6. SUBSISTEMA DE INFORMAÇÃO .............................................................. 35

2.4. SISTEMA DE INFORMAÇÕES ............................................................................. 35

2.4.1. CONCEITO ............................................................................................. 35

2.4.2. CLASSIFICAÇÃO DO SISTEMA ................................................................ 36

2.4.3. COMPOSIÇÃO DO SISTEMA .................................................................... 38

2.4.4. A IMPORTÂNCIA DOS SISTEMAS PARA AS ORGANIZAÇÕES ...................... 39

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2.5. A INFORMAÇÃO CONTÁBIL NO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO

EMPRESARIAL ................................................................................................. 42

2.6. BENEFÍCIOS OU GANHOS NUM SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL NA GESTÃO

EMPRESARIAL ................................................................................................. 46

2.7. OS SUBSISTEMAS CONTÁBEIS LEGAIS E GERENCIAIS ....................................... 47

2.7.1. SUBSISTEMA DE CONTABILIDADE SOCIETÁRIA E FISCAL ....................... 50

2.7.2. SUBSISTEMA DE CONTROLE PATRIMONIAL ........................................... 52

2.7.3. SUBSISTEMA DE ANÁLISE FINANCEIRA E DE BALANÇO ......................... 54

2.7.4. SUBSISTEMA DE GESTÃO DE IMPOSTOS ................................................. 55

2.7.5. SUBSISTEMA DE ORÇAMENTO ............................................................... 57

2.7.6. SUBSISTEMA DE CUSTO......................................................................... 60

2.7.7. SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DO NEGÓCIO ............................... 63

2.7.8. CONTABILIDADE POR RESPONSABILIDADE ............................................ 65

3. CAPÍTULO III – BALANCED SCORECARD .......................................... 67

3.1. CONTEXTUALIZAÇÃO ...................................................................................... 67

3.2. BALANCED SCORECARD .................................................................................... 70

3.2.1. CONCEITOS E OBJETIVOS ...................................................................... 70

3.2.2. ETAPAS DO BALANCED SCORECARD ....................................................... 73

(1) TRADUZINDO A VISÃO ................................................................ 74

(2) COMUNICANDO E LIGANDO ........................................................ 74

(3) PLANEJAMENTO DE NEGÓCIOS ................................................... 75

(4) FEEDBACK E APRENDIZADO ........................................................ 76

3.3. INTEGRAÇÃO DAS MEDIDAS DO BALANCED SCORECARD À ESTRATÉGIA ........... 77

3.4. PERSPECTIVAS DO BALANCED SCORECARD ....................................................... 79

3.4.1. PERSPECTIVA FINANCEIRA .................................................................... 79

3.4.2. PERSPECTIVA DOS CLIENTES ................................................................. 82

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(1) INDICADORES ESSENCIAIS AOS CLIENTES ................................... 83

(2) INDICADORES COM PROPOSTA DE VALOR ................................... 84

3.4.3. PERSPECTIVA DOS PROCESSOS INTERNOS.............................................. 85

(1) INOVAÇÃO.................................................................................. 86

(2) OPERAÇÕES ................................................................................ 88

(2) A. EFICÁCIA ....................................................................................... 89

(2) B. EFICIÊNCIA .................................................................................... 90

(2) C. QUALIDADE ................................................................................... 92

(2) D. PRODUTIVIDADE............................................................................ 95

(2) E. TEMPO DE PROCESSO .................................................................... 98

(2) F. FLEXIBILIDADE ............................................................................. 98

3.5. PERSPECTIVA DE APRENDIZADO E CRESCIMENTO ............................................ 99

(1) EFICIÊNCIA DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ............................ 100

(2) MOTIVAÇÃO, EMPOWERMENT E ALINHAMENTO ........................ 101

(3) CAPACITAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS .......................................... 101

(4) TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO....................................... 101

(5) IMPLEMENTANDO UM BALANCED SCORECARD CORPORATIVO ... 102

CONCLUSÃO ..................................................................................................... 105

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 108

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INTRODUÇÃO

Desde a era mais remota, o homem, como pivô de sua evolução histórica,

teve como preocupação o controle de suas posses e direitos, ou seja, sua riqueza,

advindo daí a noção de patrimônio. Na era atual, toda complexidade do universo

empresarial se baseou no desenvolvimento das empresas, que vêm sofrendo mutações

cada vez mais constantes e velozes, com a ruptura de velhos paradigmas que têm

alterado as estruturas e os conceitos até então tidos como consolidadores das ciências

humanas, econômicas e sociais de um modo geral.

Não se pode esquecer que as lutas pelo poder e pela riqueza sempre

andaram juntas, e agora mais ainda. Com a velocidade das informações, os blocos

continentais distantes entre si geograficamente se tornaram bem próximos. E, o que se

costumava chamar de novo e velho mundos hoje se confundem nas empreitadas de

negócios. Tal observação vem reforçar que a precisão da informação em tempo real

possibilita a melhor decisão.

O atual mercado globalizado fez emergir novas tendências da gestão

empresarial que prescrevem qualidade de produtos e serviços, atendimento ao

consumidor, participação, comprometimento e diversos outros elementos capazes de

proporcionar às organizações uma vantagem competitiva no mercado. Este processo

vem incrementando um aumento na qualificação intelectual dos profissionais que

administram as empresas, com intuito de aperfeiçoar suas gestões.

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Como conseqüência, as empresas passaram a utilizar conceitos e técnicas

que possibilitam o controle de seu desempenho, disponibilizando aos seus gestores,

respostas rápidas e consistentes para tomada de decisões. Com essa visão, algumas

empresas criaram formalmente órgãos com essa finalidade específica, com os mais

diferentes nomes: Contabilidade Gerencial, Diretoria de Planejamento e Controle,

Superintendência de Finanças, Controladoria e etc.

Nesse sentido, a Controladoria é, por excelência, uma ciência utilizada para

tentar, de forma eficaz, viabilizar os recursos necessários ao perfeito funcionamento da

organização, direcionando-os para que haja aumento de produção, melhoria da

produtividade, aumento do volume de vendas e diminuição do volume de custos,

gerando com isso, um maior rendimento, através da boa aplicação dos recursos

obtidos.

Entretanto, por ser uma abordagem relativamente contemporânea nas

empresas brasileiras, persistem ainda muitas dúvidas sobre qual é o efetivo papel da

controladoria no processo de gestão, o que fundamenta o fato de muitas empresas não

a implantarem ou insistirem em manter formas empíricas de controle.

Através de estudos e discussões, é possível identificar falhas dentro de

ambientes empresariais diversos, que podem trazer resultados negativos. Tais falhas

variam desde a inexistência de planejamento e de manuais organizacionais, até a falta

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de instrumentos adequados para a identificação de resultados da própria empresa,

sendo alvo de críticas para um crescimento saudável.

A constante busca de resultados e objetivos é sempre discutida pelos

gestores de empresas de pequeno e grande portes, mas a forma de como avaliar os

resultados ainda continua fora das prioridades e prejudica os meios de prevenção de

eventuais prejuízos perfeitamente evitáveis.

O objetivo fundamental deste trabalho é versar sobre a relevância da

Controladoria como órgão administrativo, valendo-se de sua missão, funções e

princípios norteadores definidos no sistema de gestão empresarial, objetivando a

ratificação de sua eficácia no processo gerencial, demonstrando também a importância

do controle nas organizações.

Tratar-se-á também dos objetivos específicos que consistem em conceituar a

Controladoria, mencionando suas principais características; apresentar a empresa

como um sistema organizacional, conceituando e classificando seus subsistemas e seus

significados; e ainda enfocar o Balanced Scorecard como modelo de gestão.

Portanto, o questionamento que se faz nesta pesquisa é se o Balanced

Scorecard é uma ferramenta que possa auxiliar a controladoria quanto à eficácia da

gestão empresarial.

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A metodologia utilizada na elaboração do presente estudo valer-se-á da

pesquisa bibliográfica, que, conforme nos ensina Marcantonio (1993, p.58):

Pesquisa bibliográfica é o levantamento, a seleção, o fichamento e o arquivamento de informações sobre documentos de interesse para o estudo de determinado assunto. É a busca das fontes, específicas para recuperar as informações armazenadas nos documentos, e assim chegar-se à bibliografia necessária a pesquisa.

Para o desenvolvimento deste trabalho, serão utilizados como fontes de

pesquisa: livros, periódicos científicos, instruções e revistas, tendo por base o que há

de mais atual sobre o assunto.

O mesmo será estruturado em três capítulos, apresentando no primeiro, a

caracterização da controladoria, comentando conceito, missão, funções e atividades,

além da distinção entre função financeira e controladoria e ainda sua abordagem como

órgão administrativo. No segundo capítulo, conceitua-se a empresa como um sistema

organizacional e apontam-se os subsistemas. Tem-se ainda o terceiro e último capítulo,

que aborda uma das ferramentas de gestão utilizada pela controladoria, denominada

Balanced Scorecard.

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1. CAPÍTULO I - CONTROLADORIA - CARACTERIZAÇÃO GERAL

1.1. CONCEITO

A Controladoria é uma ferramenta fundamental, utilizada para se obter de

forma eficaz, os recursos necessários ao perfeito funcionamento da empresa,

direcionando-os para que haja aumento de produção, melhoria de produtividade,

aumento do volume de vendas e diminuição de custos, proporcionando com isso, o

maior rendimento possível através da boa aplicação dos recursos obtidos.

É, por excelência, uma área coordenadora das informações sobre gestão

econômica. No entanto, ela não substitui a responsabilidade dos gestores, por seus

resultados obtidos, mas busca induzi-los à otimização do resultado econômico.

Portanto, os gestores, além de suas especialidades, devem ter conhecimento adequado

sobre gestão econômica, tornando-se gestores de negócios, cuja responsabilidade

envolve as gestões operacional, financeira, econômica e patrimonial e suas respectivas

áreas, desde o planejamento inicial até a apuração do resultado final.

A controladoria surgiu para ampliar e disseminar o entendimento do

processo de gestão. Identifica a razão de existência de uma empresa e que fatores estão

contribuindo, ou não, para a eficiência e eficácia de suas operações, de modo a

assegurar a continuidade do negócio pela geração de resultados econômicos

favoráveis. Surgiu nas grandes organizações norte-americanas, com a finalidade de

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controlar, de forma centralizada, todos os negócios da empresa, englobando, inclusive

suas filiais, subsidiárias, divisões, etc. Na época em que surgiu, a função de

controladoria era exercida por profissionais da área financeira ou contabilidade, devido

às suas experiências em manusear as informações econômico-financeiras, além da

ampla visão sistêmica que dispunham da dinâmica empresarial.

1.2. MISSÃO

Segundo Figueiredo e Caggiano (2004, p. 68), “A missão da Controladoria é

zelar pela continuidade da empresa, assegurando a otimização do resultado global.”

Em outros termos, a missão é a razão de existir de uma empresa, é a

determinação do motivo central do planejamento estratégico, ou seja, a determinação

de a̋onde a instituição quer ir˝. Na missão é necessário identificar: quem somos; o

que fazemos; para quem fazemos e de que modo fazemos.

Nesse sentido, a missão da controladoria é otimizar os resultados

econômicos da empresa, para garantir sua continuidade, por meio da integração dos

esforços das diversas áreas.

Nessa perspectiva, os objetivos da controladoria, tendo em vista sua missão

estabelecida, são:

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� Promoção da eficácia empresarial;

� Viabilização da gestão econômica; e

� Promoção da integração das áreas de responsabilidade.

Observa-se que, para ser eficaz em sua missão, a controladoria é

profundamente dependente da cultura organizacional vigente. Referida cultura tem sua

origem no subsistema institucional, a ser tratado em capítulo especifico, e em função

do modelo de gestão adotado, estabelecerá a melhor maneira de a empresa ser

conduzida ao cumprimento da missão para qual se predestinou.

Tal observação vem complementar que a missão e os objetivos da

controladoria devem estar intimamente voltados ao cumprimento da missão e

continuidade da empresa, idealizado através da coordenação dos esforços dos vários

gestores existentes em todos os níveis da empresa. Assim sendo, cabe à controladoria

servir como indutora da evolução da cultura organizacional como um todo, com a

finalidade de promover a melhoria da qualidade das decisões, pois sua atuação, para

ser eficaz, envolve a implementação de um conjunto de ações, cujos resultados

materializam-se em informações de orientação e controle disponíveis aos gestores.

Nota-se, a partir dessas ações, que a controladoria procura induzir os

gestores na utilização dos instrumentos de orientação e controle que disponibiliza. A

certeza disso decorre, em função de cada vez mais, do uso de informações contábeis,

de dados estatísticos e de outras informações processadas pela controladoria sobre os

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ambientes interno e externo, e habilitam, de modo mais qualificado e profissional, os

gestores, para planejar, dirigir e controlar as operações, indo além da simples

observação e supervisão empírica das pessoas envolvidas. O pressuposto é de que os

gestores, melhor informados sobre as operações da empresa sob sua responsabilidade,

estão em posição de vantagem para aproveitar as ações positivas que contribuíram para

assegurar a continuidade da empresa no mercado.

A partir da coordenação e controle das áreas, deseja-se manter a

organização em equilíbrio com suas demandas internas e externas, ou seja, que os

processos internos estejam bem estruturados para otimizar o fluxo das operações.

Além disso, é necessário que os clientes estejam satisfeitos com os produtos e serviços

oferecidos, e o corpo funcional motivado e em condições de responder a novas e

freqüentes demandas.

1.3. FUNÇÕES E ATIVIDADES DA CONTROLADORIA

Na concepção de Jucius & Schelender (Apud, Catelli, 2006, p. 349), “...

funções são definidas como atos”.

Assim, as funções da controladoria estão ligadas a um conjunto de objetivos

que, ao serem desempenhados, viabilizam o processo de gestão. Na concepção de

Catelli, cabe à controladoria:

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- Subsidiar o processo de gestão – essa função envolve ajudar a adequação

do processo de gestão à realidade da empresa perante o seu meio

ambiente. Será materializada tanto no suporte à estruturação do processo

de gestão, como pelo efetivo apoio às fases do processo de gestão, por

meio de um sistema de informações que permita simulações e projeções

sobre eventos econômicos no processo de tomada de decisão. A

controladoria estará suprindo os gestores com instrumentos gerenciais

que forneçam informações sobre desempenhos e resultados econômicos.

- Apoiar a avaliação de desempenho – seja dos gestores ou das áreas de

responsabilidade, a avaliação de desempenho deve ser feita

individualmente por todos os gestores e seus respectivos superiores

hierárquicos.

- Apoiar a avaliação de resultado – por meio de elaboração da análise do

resultado econômico dos produtos e serviços; por meio do

monitoramento e orientação do processo de estabelecimento de padrões;

e ainda, por meio da avaliação do resultado de seus serviços.

- Gerir os sistemas de informações – definindo a base de dados que

permita a organização da informação necessária à gestão; elaborando

modelos de decisão para os diversos eventos econômicos, considerando

as características físico-operacionais próprias das áreas, para os gestores;

e padronizando e harmonizando o conjunto de informações econômicas.

- Atender aos agentes do mercado – a empresa como sistema aberto,

interage com o seu meio ambiente, trocando os mais diferentes tipos de

recursos. Assim, cabe à mesma analisar e mensurar o impacto das

legislações no resultado econômico da empresa e atender aos diversos

agentes do mercado, seja como representante legal formalmente

estabelecido, ou apoiando o gestor responsável.

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Ante o exposto, tem-se uma visão ampla da abrangência da atuação da

controladoria, sempre ancorada no sistema de informações, do qual, torna-se a gestora,

no esforço contínuo de viabilizar a gestão empresarial.

Segundo Kanitz (1976, p.6), “A função da Controladoria não se limita a

administrar o sistema contábil da empresa. Explica que, por isso, os conhecimentos de

contabilidade e finanças não são mais suficientes para seu desempenho”.

E ainda, Kanitz (1976, p.18) resume como função primordial da

controladoria, a direção e a implantação dos sistemas de:

Informação – compreendendo os sistemas contábil e financeiro da

empresa, sistema de pagamentos e recebimentos, folha de pagamento

etc.

Motivação – referente aos efeitos dos sistemas de controle sobre o

comportamento das pessoas diretamente atingidas.

Coordenação – visando centralizar as informações com vistas à aceitação

de planos sob o ponto de vista econômico e a assessoria da direção da

empresa, não somente alertando para situações desfavoráveis em

alguma área, mas também sugerindo situações.

Avaliação – com o intuito de interpretar fatos e avaliar resultados por

centro de resultado, por área de responsabilidade e desempenho

gerencial.

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Planejamento – de forma a determinar se os planos são consistentes ou

viáveis, se são aceitos e coordenados e se realmente poderão servir de

base para uma avaliação posterior.

Acompanhamento – relativo à contínua verificação da evolução dos

planos traçados para fins de correção de falhas ou revisão do

planejamento.

Observa-se que no contexto da Administração Financeira, resumidamente, a

Controladoria serve como órgão de observação e controle da cúpula administrativa,

preocupando-se com a constante avaliação da eficácia dos vários departamentos no

exercício de suas atividades.

1.4. FUNÇÃO FINANCEIRA E CONTROLADORIA

Embora as funções sejam distintas, pode-se identificar em algumas

empresas, a função financeira sendo exercida por um responsável por outra atividade,

ou mesmo por outra pessoa responsável por diversas áreas. Isso se dá em virtude do

porte ou do grau de desenvolvimento da empresa.

Ante o exposto, numa empresa pequena, a função financeira pode ser uma

atividade subsidiária ao gestor de produção ou ao gestor administrativo. Embora haja

uma preocupação com a gestão econômica, na maioria das pequenas empresas não há

um órgão denominado controladoria para o exercício da função. Entretanto para que a

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função possa ser exercida, ao gestor é suficiente o conhecimento de conceitos a ela

intrínsecos.

À proporção que a empresa se desenvolve, há descentralização das funções,

surgindo assim, um responsável pelo exercício dessa função. Neste sentido, esse

profissional encarrega-se da gestão econômica da empresa, mesmo ainda não existindo

o órgão controladoria.

A partir da descentralização de atividades da área financeira, distingue-se

primordialmente o gestor financeiro e, o controller com a responsabilidade de um

gestor ou como gestores da cúpula administrativa, surgindo assim o órgão

Controladoria, e sua preocupação específica com a gestão econômica empresarial.

A função financeira é Controladoria, como resultado da descentralização da

área financeira.

Walker e Baungh (Apud, Pereira, 2000, p. 22) não consideram as tarefas da

controladoria como funções financeiras, mas alertam para a grande dependência da

área financeira em relação às informações fornecidas pela controladoria para sua

gestão.

O Financial Executives Institute define para a área financeira, basicamente

as seguintes funções:

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a) Obtenção do capital para andamento dos negócios, incluindo as

negociações com as fontes e a manutenção dos convênios financeiros

necessários;

b) Relações com investidores, pela manutenção de um mercado

adequado para os valores da companhia, e contratos com banqueiros,

investidores, analistas financeiros e acionistas;

c) Financiamento de capital de giro;

d) Manutenção de convênios com bancos, como: recebimento, custódia e

desembolso de dinheiro e valores da empresa;

e) Crédito e cobrança;

f) Investimento de fundos excedentes; e

g) Seguros dos ativos.

Observa-se o funcionamento da área financeira como um banco que supre

as demais áreas com os recursos financeiros necessários ao andamento de suas

atividades. A controladoria, por sua vez, identifica, mensura e informa através de seu

sistema de informações, o efeito econômico das receitas e despesas oriundo do fluxo

financeiro dessa área com as demais.

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1.5. A CONTROLADORIA COMO ÓRGÃO ADMINISTRATIVO

A controladoria como órgão administrativo, tem por objetivo básico prover

informações de avaliação e controle do desempenho das diversas áreas da empresa,

bem como dar apoio aos gestores no processo de tomada de decisões, assumindo assim

cada vez mais papel preponderante no contexto administrativo das organizações.

Igualmente nos ensinam alguns autores:

Mosimann e Fisch (1999, p.88) conceituam que:

O órgão administrativo Controladoria tem por finalidade garantir informações adequadas ao processo decisório, colaborar com os gestores em seus esforços de obtenção da eficácia de suas áreas quanto aos aspectos econômicos e assegurar a eficácia empresarial, também sob aspectos econômicos, por meio da coordenação dos esforços dos gestores das áreas.

Kanitz (1976, p.2) afirma que:

Os controladores foram inicialmente recrutados entre os indivíduos das áreas de contabilidade ou de finanças da empresa, por possuírem, em função do cargo que ocupam, uma visão ampla da empresa que os habilita a enxergar as dificuldades como um todo e propor soluções gerais. Além disso, as informações que chegam ao controller são predominantemente de natureza quantitativa, seja física, monetária, ou ambas.

Garrison (1976, p.7) defende que:

O controller faz parte da cúpula administrativa e participa ativamente nos processos de planejamento e controle empresarial. Como gestor do sistema de informações, está em posição de exercer o controle por meio do relato e da interpretação dos dados necessários à tomada de decisões, desempenhando um papel fundamental no direcionamento da empresa aos seus objetivos.

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Nakagawa (1980, p.7) sugere que:

O controller atue como o executivo criador e comunicador de informações na organização. Dessa forma, poderá auxiliar, por exemplo, o executivo da área de marketing em sua meta de lucratividade no âmbito geográfico e de consumidores e na eficiência da mídia e política de promoções. Da mesma maneira, a área de produção poderá ser auxiliada com vistas à utilização mais eficiente dos custos diretos e indiretos aplicados à produção. Para tanto, cabe-lhe a tarefa de projetar, implementar, coordenar e manter um sistema de informações capaz de atender adequadamente às necessidades informativas do processo de planejamento e controle da empresa.

Ante os conceitos, entende-se que, independentemente de ser vista como um

órgão administrativo ou como um ramo de conhecimento, a Controladoria é de

fundamental importância para a cúpula administrativa, visto que proporciona a

avaliação e o controle do desempenho da organização como um todo e é capaz de

prover informações úteis à tomada de decisões.

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2. CAPÍTULO II – A EMPRESA COMO UM SISTEMA

2.1. A EMPRESA

Lauzel (Apud, Pereira, 2000, p.16), assim conceitua a empresa:

Empresa é um grupamento humano hierarquizado que põe em ação meios intelectuais, físicos e financeiros, para extrair, transformar, transportar e distribuir riquezas ou produzir serviços, conforme objetivos definidos por uma direção, individual ou de colegiado, fazendo intervir em diversos graus, motivação de beneficio e de utilidade social.

Para Figueiredo (1997, p. 24) ˝a empresa é uma unidade produtora que visa

criar riquezas, transacionando em dois mercados, um fornecedor, outro consumidor˝.

Já Mosimann e Fisch (1999, p. 17), consideram empresa toda entidade ou

organização que transforma insumos em produtos os serviços, para atender às

necessidades da sociedade. Essa organização pode ser de fins lucrativos, filantrópicos

ou sociais, não sendo relevante sua constituição social.

A partir destes conceitos, pode-se ainda incrementar que a empresa,

enquanto atividade organizada, não existirá pela simples prática de uma atividade

econômica de produção ou circulação de bens ou serviços, mas dependerá

substancialmente do esforço organizacional do empresário (pessoa natural ou

sociedade empresarial), para a constituição dos elementos necessários à realização dos

seus objetivos - constituição do estabelecimento empresarial e da dinâmica evolutiva

dos negócios com fins de lucro, etc.

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Portanto, há a necessidade de reconhecer que a empresa é um sistema em

transformação, formado por vários níveis de subsistemas que são interdependentes e

que interagem entre si, buscando prover aquilo que o mercado valoriza. Diversos

trabalhos publicados enfocam a empresa como um sistema aberto que troca

informação, energia e materiais com seu ambiente.

2.2. VISÃO SISTÊMICA DA EMPRESA

Figueiredo (1997, p. 24) ainda ensina: ˝a empresa é um conjunto organizado

de recursos econômicos, sociais e humanos, e pode ser vista como um sistema aberto˝.

Para Oliveira (2001, p. 23), ˝sistema é um conjunto de partes interagentes e

interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado

objetivo e efetuam determinada função˝.

Segundo o Principio da Entidade, Resolução nº. 750/93 do CFC, ˝A

empresa é um sistema aberto à medida que é uma unidade identificada˝.

Como visto, a empresa utiliza-se de recursos materiais e humanos, que

aliados à tecnologia, tem como resultado a produção de bens e serviços, gerando

assim, emprego e conseqüentemente riqueza para a sociedade, confirmando o seu

objetivo principal, a sua existência e continuidade.

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A figura 1 demonstra a visão da empresa como um sistema, ressaltando as

mais variadas pressões a que o ambiente a submete, de acordo com Padoveze.

FIGURA 1 - A Empresa como um sistema. (Padoveze,1998, p. 31).

Bio (1991, p. 19) ao analisar esta figura, descreve que:

Os sistemas abertos envolvem a idéia de que determinados inputs são introduzidos no sistema e, processados, geram certos outputs. Com efeito, a empresa vale-se de recursos materiais, humanos e tecnológicos, de cujo processamento resulta bens ou serviços a serem oferecidos no mercado.

É possível se notar perfeitamente a interação da empresa como o ambiente

na qual está inserida, ao representar seu sistema na forma de figura. Tal ambiente é tão

dinâmico que oferece ao mesmo tempo fatores que podem gerar oportunidades ou

ameaças à sobrevivência da empresa. Desse modo, a empresa deve estar atenta tanto

Ambiente Remoto

Clima Economia

Ambiente Próximo

Entradas

Materiais Equipamentos Energia Pessoas Informações

EMPRESA

Produtos Bens Serviços

Saídas Processamento

Fornecedores

Recursos Naturais

Legislação e tributos

Política

Demografia

Cultura

Educação

Tecnologia

Sociedade

Clientes

Comunicação

Sindicatos

Acionistas Governo

Comunidades

Concorrentes

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para defender-se, quanto para as diversas formas de aproveitar as oportunidades de

crescimento.

2.3. SUBSISTEMAS EMPRESARIAIS

O subsistema de informações se caracteriza por um conjunto de atividades

de obtenção, processamento e geração de informações ambientais, operacionais e

econômico-financeiras, destinadas a orientar o processo de gestão em todas as suas

fases.

Por exemplo, na fase do planejamento estratégico, cabe ao subsistema de

informações, municiar os gestores com informações sobre o ambiente externo. Essas

informações podem derivar de periódicos especializados, jornais, pesquisas de

mercado, entre outras fontes.

Ressalta-se que não se deve confundir subsistema de informações com

sistema de processamento de dados. O primeiro é muito mais abrangente, pois diz

respeito a todo tipo de informação útil ao desenvolvimento das atividades

organizacionais. Já o sistema de processamento de dados geralmente se define como

uma junção de elementos humanos, tecnológicos, materiais e financeiros, destinados a

captar, processar e acumular dados.

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Para melhor compreensão do que vem a ser o subsistema de informações e

de sua função no ambiente organizacional, é importante visualizar a empresa como um

conjunto de elementos interdependentes, que interagem entre si rumo à consecução de

um objetivo comum e que se encontra em constante inter-relação com o seu ambiente.

Adotando essa visão, Guerreiro (1989, p. 165) afirma que:

A empresa pode ser considerada como um sistema aberto composto dos seguintes elementos que interagem no sentido de ela cumprir a sua missão: subsistema institucional; subsistema físico; subsistema social; subsistema formal ou organizacional; subsistema de informação; e subsistema de gestão.

Catelli (1999, p. 55), corroborando com essa divisão, comenta cada um

desses subsistemas, como se vê em seguida.

2.3.1. Subsistema institucional

Formado por um conjunto de crenças, valores e expectativas dos

proprietários da empresa, que se evidencia ao constituírem-na ou posteriormente nas

decepções relacionadas à sua sobrevivência e desenvolvimento.

Esse conjunto de crenças, valores e expectativas convertem-se em diretrizes

que orientam todos os demais componentes do sistema empresa aos resultados

desejados e referem-se aos princípios que norteiam o comportamento diante de seus

clientes, fornecedores, empregados, comunidade, governo, segmento, tais como:

imagem no ambiente externo, ética, credibilidade, confiança em seus produtos, etc.

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O subsistema institucional relaciona-se aos propósitos do sistema empresa e

com a filosofia que orienta sua atuação geral. Engloba o modelo de gestão da empresa,

que se refere ao conjunto de crenças e valores especificamente relacionados à forma de

administrá-la, tais como: grau de participação e autonomia dos gestores, critérios de

avaliação de desempenho, postura gerencial etc.

Sua importância releva-se ao tempo em que influencia todos os subsistemas

da empresa e condiciona a interação da mesma com os demais sistemas que compõem

seu ambiente externo.

2.3.2. Subsistema físico

Compreende todos os elementos materiais do sistema empresa, tais como:

imóveis, instalações, máquinas, veículos, estoques etc., e ainda os processos físicos

das operações, que se materializam nas diversas atividades que utilizam recursos para

a geração de produtos ou serviços.

É importante frisar que não inclui o elemento humano que compõe o

subsistema social, e sim todos os recursos físicos que as pessoas utilizam para

desempenhar suas funções na empresa.

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2.3.3. Subsistema social

Refere-se ao conjunto dos elementos humanos na organização, bem como as

características próprias dos indivíduos, tais como: necessidades, criatividade, objetivos

pessoais, motivação, liderança etc. O nível de motivação e satisfação das pessoas

reflete-se diretamente no desempenho da empresa, por meio de absenteísmo, turnover,

paralisações, reclamações trabalhistas.

Da mesma forma, o nível de capacitação técnica e de competência gerencial

determina a qualidade das decisões, requerendo desenvolvimento e treinamento de

pessoal.

2.3.4. Subsistema organizacional

Refere-se à organização formal da empresa, ou seja, à forma como são

agrupadas suas diversas atividades em departamentos (departamentalização), aos

níveis hierárquicos, às definições de amplitude e responsabilidade, ao grau de

descentralização das decisões e à delegação de autoridade.

2.3.5. Subsistema de gestão

Refere-se ao processo que orienta a realização das atividades da empresa a

seus propósitos, ou seja, é responsável pela dinâmica do sistema. Sua existência

justifica-se pela necessidade de planejamento, execução e controle das atividades

empresariais, para que a empresa alcance seus propósitos. Requer um conhecimento

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adequado da realidade, obtido por meio das informações geradas pelo subsistema de

informação.

2.3.6. Subsistema de informação

É constituído de atividades de obtenção, processamento e geração de

informações necessárias à execução e gestão das atividades da empresa, incluindo

informações ambientais, operacionais e econômico-financeiras.

2.4. SISTEMA DE INFORMAÇÕES

2.4.1. Conceito

Rodrigues (1985, p. 26) conceitua Sistema de Informação como:

Um sistema de informações cujos fluxos alimentam o processo de tomada de decisões, não apenas da empresa como um todo, mas também de área de responsabilidade. O conjunto de recursos humanos, físicos e tecnológicos que o compõe transforma os dados captados em informações, com a observância dos limites impostos pelos usuários quanto, a relação dos dados de entrada. Tais limites evidenciam a intenção dos usuários quanto à determinação dos sacrifícios que devem ser feitos para obter um retorno esperado de suas decisões, tomadas em condições de incerteza.

Não se pode comentar o processo de gestão - planejamento, execução e

controle - sem mencionar os sistemas de informação, que são alicerce de qualquer

processo que envolva a Contabilidade, pois é por meio da informação que os gestores

avaliam e identificam as oportunidades e as ameaças que rondam o ambiente de uma

empresa.

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O sistema de informações gerenciais alimenta a base de dados dos gestores

para que tomem as decisões. Para isso, deve-se filtrar e analisar as informações

existentes, assim quanto melhor possa se encaixar uma informação dentro da

necessidade do gestor, melhor será a decisão a ser tomada. E essas informações devem

ser precisas e na freqüência certa.

Como afirma Martin (1980, p. 3):

Informação contábil deve, pois necessariamente, ser significativa para os problemas decisoriais do usuário (relevância) e não custar mais para ser produzida do que o valor esperado de sua utilização (economicidade). Por outro lado, como uma atividade decisória especifica determina as necessidades, a relevância esta em direta inter-relação (adaptação) com o contexto decisório dessa decisão e com as atitudes e preferências de quem assumira a decisão.

Entende-se que o desenvolvimento, implantação e manutenção de sistemas

de informação, dependem muito das teorias de decisão, mensuração e informação que

sustentam o sistema de geração de informações.

2.4.2. Classificação do Sistema

Para Ackoff (1971, p. 661-671) os sistemas podem ser classificados da

seguinte maneira:

� Sistemas abertos e fechados;

� Sistemas estáticos, dinâmicos e homeostáticos.

E o mesmo ainda conceitua:

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- Sistemas abertos são os que interagem com seu ambiente, em relação ao

qual recebem e transmitem energia. Exemplos: animais, organizações,

sociedade humana, etc.

- Sistemas fechados, ao contrário, não interagem com seu ambiente, ou

seja, as interações neles observadas ocorrem apenas entre as partes ou

elementos que os compõem, como o que ocorre, por exemplo, com

relógios, máquinas, etc.

- Sistemas estáticos são aqueles em que não ocorrem eventos, ou seja,

durante determinado tempo não se observam alterações em nenhuma de

suas propriedades estruturais. Exemplo: casa, cadeira, terreno.

- Sistemas dinâmicos são aqueles em que ocorrem eventos que modificam,

periodicamente, sua própria estrutura e as características das partes ou

elementos que os compõem. É o que ocorre com a maioria dos sistemas

sociais, organizacionais, biológicos, etc.

- Sistemas homeostáticos são sistemas estáticos, mas cujas partes ou

elementos são dinâmicos, ou seja, são sistemas que conseguem manter

suas propriedades relevantes, mesmo que ocorram mudanças

significativas em seu ambiente, através de mecanismos de

retroalimentação (feedback), que realizam ajustes internos necessários à

manutenção de seu estado original de equilíbrio. Exemplo: Geladeira.

Entretanto, Nakagawa (1993, p. 23) observa que esta classificação não é tão

absoluta, e o que se encontra na prática, na verdade são sistemas relativamente abertos

ou fechados.

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2.4.3. Composição do Sistema

No que tange a sistema de informações, Mosimann e Fisch (1999, p. 54)

afirmam: ˝Pode ser conceituado como uma rede de informações cujos fluxos

alimentam o processo de tomada de decisões, não apenas da empresa como um todo,

mas também de cada área de responsabilidade˝.

Também GIL (1999, p. 14) afirma que: ˝Os sistemas de informações

compreendem um conjunto de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros

agregados segundo uma seqüência lógica para o processamento dos dados e a

correspondente tradução em informações˝.

A despeito destas afirmações, é possível identificar alguns elementos que

compõem a estrutura básica de um sistema de informação. São eles:

� Dados ⇒ conjunto de observações. Representam a “matéria-prima”

que por si só não permite assimilar conhecimento, ou ainda, não

difunde nenhum significado;

� Processamento ⇒ compreende o processo de transformação do dado

em informação.

� Informação ⇒ é um dado processado de uma forma que é

significativa para o usuário e que tem valor real ou percebido para

decisões correntes ou posteriores;

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2.4.4. A importância dos sistemas para as organizações

Oliveira (2001, p. 34) cita que: ˝sistema de informação é o processo de

transformação de dados em informação que são utilizadas na estrutura decisória da

empresa, proporcionando ainda a sustentação administrativa para otimizar os

resultados esperados˝.

Na atualidade existe a necessidade de constantes modificações das

estratégias organizacionais adequando-as às rápidas transformações dos cenários, face

ao ambiente cada vez mais inconstante e globalizado.

Dentro dessa perspectiva, os sistemas de informação são importantíssimos,

pois aquilo que é gerado por eles, ou seja, a informação passa a ser um fundamental

ativo para a gestão das organizações. Vale ressaltar que, quando se fala sobre sistemas

de informação, não está se referindo apenas aos sistemas informatizados, mas sim, a

todo e qualquer processo que gere informação para a tomada de decisão.

Para acompanhar a velocidade de tais mudanças, as organizações devem ser

cada vez mais flexíveis, revisando permanentemente seus processos. No entanto, para

que se tenha sucesso nessa revisão, é imprescindível a visão e o conhecimento da

empresa como um todo, o que permite a identificação dos diversos sistemas e

subsistemas da instituição, bem como a respectiva interdependência e inter-relação

entre eles. Além disso, devem ser levados em consideração outros fatores, como a

missão e cultura da organização.

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O que faz uma organização ser mais eficiente é esta pensar a sua

administração financeira e contábil de maneira integrada com todos os outros setores

da entidade, evidenciando em seus relatórios o equilíbrio de seus gastos, o que

demonstra a eficiência nas suas opções de investimento sociais.

No mundo globalizado de hoje, o uso efetivo da Contabilidade como

elemento da estratégia competitiva é primordial, e neste contexto, passam a serem

necessários sistemas integrados que possibilitem a obtenção de informações

consistentes, em tempo real, de todas as áreas das entidades, permitindo o fluxo de

informações entre todas as atividades.

Nota-se o quanto é difícil avaliar de forma quantitativa qual o beneficio que

um sistema de informações gerenciais pode trazer a uma empresa. Mas se aplicados a

determinadas condições podem trazer os seguintes benefícios:

� Redução dos custos;

� Possibilidade de relatórios mais precisos e rápidos, causando uma

melhoria na tomada de decisões;

� Melhoria na produtividade;

� Melhoria nos serviços realizados e oferecidos;

� Estímulo de maior interação dos tomadores de decisões na empresa;

� Adaptação da empresa para enfrentar novas variações de mercado.

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Para que as empresas possam usufruir desses benefícios, devem ser

considerados alguns aspectos:

� Necessidade do envolvimento da alta e média administração com o

sistema de informação gerencial (SIG), não menosprezando a baixa

administração, que é fonte de informação e geração de dados para o

processo decisório.

� Os envolvidos no SIG devem ter competência, pois podem

apresentar dificuldades no desenvolvimento das operações, não

apresentando resultados satisfatórios.

� O SIG deverá ter um plano mestre, que poderá ser adaptado,

implementado e operacionalizado pelas unidades operacionais da

empresa.

� Os funcionários envolvidos no desenvolvimento e implementação do

SIG deverão ser responsabilizados.

� Os executivos devem ter perspicácia para identificar a necessidade

de informação e tomarem decisões com essas informações.

� Apoio dos setores de planejamento da organização, do planejamento

estratégico, tático e operacional.

� A estrutura organizacional devera racionalizar o SIG por meio de

normas e procedimentos.

� Deve haver apoio dos sistemas de contabilidade, custos e orçamento.

� Os vários usuários e administradores do SIG devem ser treinados,

para terem conhecimento e confiança no sistema.

� Atualização constante das informações relevantes.

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� Adequada relação de custo/benefício.

2.5. A INFORMAÇÃO CONTÁBIL NO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO

EMPRESARIAL

A literatura de economia, administração e contabilidade reconhecem a

importância da informação como um recurso, e a teoria da informação tem-se tornado

cada vez mais um tema importante, principalmente nas organizações que buscam

eficiência e eficácia.

As informações geradas devem beneficiar a empresa em sua totalidade e

estimular os gestores para as tomadas de decisões, com a utilização de conceitos e

critérios que sejam lógicos, racionais e imparciais.

Segundo alguns autores, pode-se mencionar as seguintes definições de

contabilidade e o objetivo da informação contábil:

Iudícibus (1997, p.42) define: “construção de um arquivo básico de

informação contábil, que possa ser utilizado de forma mais flexível por vários tipos de

usuários... porém extraídos todos os informes do arquivo básico ou data-base

estabelecido pela Contabilidade...”

...a função da Contabilidade (objetivo) permanece praticamente inalterada através dos tempos, ou seja, quanto a prover informação útil para a tomada de decisões econômicas.

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CVM-IBRACON-FIPECAFI definem:

A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização. Os objetivos da Contabilidade, pois, devem ser aderentes, de alguma forma explícita ou implícita, àquilo que o usuário considera como elementos importantes para seu processo decisório.

Segundo Marion (1989, p. 51), as informações contábeis são expostas

resumidamente pelos relatórios contábeis, também chamados de informes contábeis,

compostos pelas seguintes demonstrações financeiras (presentes em alguns

subsistemas já descritos):

� Balanço Patrimonial;

� Demonstração do resultado do exercício;

� Demonstração de lucros ou prejuízo acumulados;

� Demonstração de origens e aplicações de recurso.

No rodapé das demonstrações contábeis apresentam há explicativas que

complementam as informações. Segundo Magalhães e Lunkes (2000, p. 40) as

informações para a formulação de cada decisão, em síntese, podem ser descritas dessa

maneira:

� Informações referentes ao ambiente externo:

� Situação geral da área econômico-geográfica na qual opera a

empresa;

� Situação do setor particular no qual a empresa está incerta.

� Informações sobre os recursos do sistema empresarial (estrutura do

sistema):

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� Meios financeiros;

� Armazéns e estoques;

� Disponibilidade imobiliária e outras;

� Pessoal.

� Informações sobre o funcionamento do sistema, levando-se em conta

as influências do ambiente externo:

� Situação econômica: custos e ingressos e o resultado econômico;

� Situação comercial: encomendas recebidas, executadas e pendentes,

tendência de vendas;

� Situação operativa: fluxo de produção, eficiência da produção,

utilização das instalações.

Para Magalhães e Lunkes (2000, p. 49), na avaliação dos sistemas é

necessário saber que elas podem ser afetadas por variáveis organizacionais e

comportamentais, especialmente as seguintes: Políticas; Pessoas e Cenários.

Para a formulação das decisões em cada nível se fazem necessários a

utilização e o compartilhamento dos sistemas contábil operativo (input) e informativo

(output). Além das variáveis que devem ser consideradas existem alguns elementos

que são comuns a esses elementos, praticamente em todas as empresas:

� Plano de contas para sistema integrado/computadorizado;

� Contas patrimoniais com estrutura e classificação adequadas à lei das

sociedades por ações (6.404/76), e suas atualizações;

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� Contas de resultado com estrutura e classificação adequadas ao vulto

das operações e as atividades da empresa;

� Codificação de contas em níveis de detalhamento adequado ao

funcionamento dos sistemas, estrutura e classificação de contas;

� Elenco de históricos adequados aos registros dos fatos contábeis;

� Manuais de operações contábeis com instruções adequadas ao

funcionamento dos sistemas e aplicações de diretrizes contábeis;

� Controles contábeis auxiliares computadorizados ou não;

� Arquivamento adequado dos documentos que comprovam fatos

contábeis (pastas, encadernações, caixas, microfilmes, mídia

eletrônica etc.);

� Conjunto de demonstrativos contábeis pretendidos.

Ainda conforme Magalhães e Lunkes (2000, p. 66), esses sistemas

objetivam fornecer informações para os usuários que são classificados em:

� Diretos: os proprietários, credores, fornecedores, gerentes,

autoridades tributárias, clientes e empregados;

� Indiretos: analistas e consultores financeiros, mercado de ações,

advogados, autoridades reguladores de registros, empresas

financeiras e agências diversas, associações comerciais e sindicatos;

� Internos: definem-se, por si, para cada organização (como dirigentes,

gerentes, executivos, entre outros). Nas empresas menores e médias

são restritos a poucos usuários. Contudo, nas empresas maiores é

mais amplo, alcançando tipos diferentes de usuários;

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46

� Externos: investidores, financiadores, fornecedores, fisco,

instituições públicas entre outros.

2.6. BENEFÍCIOS OU GANHOS NUM SISTEMA DE INFORMAÇÃO

CONTÁBIL NA GESTÃO EMPRESARIAL

Os principais benefícios ou ganhos esperados para um sistema de

informação contábil são, conforme Padoveze (1997, p. 49):

� redução do tempo de liberação das informações e entrega de

relatórios, essa redução deverá trazer benefícios reais para os

processos de tomada de decisão dos principais usuários da

informação contábil;

� redução do uso de softwares aplicativos;

� redução ou eliminação de equipamentos em duplicidade;

� redução do uso de materiais de expediente com emissão de relatórios

substituídos por informações em tela;

� redução dos gastos com licenciamento de sistemas antigos e caros;

� redução da utilização do departamento de informática da empresa;

� redução de gastos de comunicação tradicional telefônica e fax;

� redução da estrutura física do departamento de contabilidade e

controladoria;

� liberação de mão de obra para ocupar outras tarefas mais

importantes.

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Ainda Magalhães e Lunkes (2000, pg. 54), ˝as políticas, os objetivos e

programas nada mais são que uma hierarquia de decisões sobre aspectos detalhados

das atividades que o sistema deve desenvolver; e a gestão da empresa pode ser

entendida como um conjunto dessas decisões com a finalidade de estabelecer um

equilíbrio entre seus objetivos e atividades empresariais.˝

Para que uma gestão empresarial seja eficiente é necessário um conjunto

completo de demonstrativos em forma de relatórios. É neste sentido que será

desenvolvido o tópico seguinte, evidenciando a aplicação do sistema de informações

contábeis na gestão empresarial.

2.7. OS SUBSISTEMAS CONTÁBEIS LEGAIS E GERENCIAIS

Como se viu em Padoveze (1997, p. 26):

A contabilidade gerencial e relacionada com o fornecimento de informações para os administradores, isto e, aqueles que estão dentro da organização e que são responsáveis pela direção e controle de suas operações. A contabilidade gerencial pode ser contrastada com a com a contabilidade financeira, que relacionada com o fornecimento de informações para os acionistas, credores e outros que estão de fora da organização.

Observa-se que as empresas vêm comumente partilhando o sistema de

informação contábil em duas grandes áreas: a área societária e fiscal e a área gerencial.

Esta divisão é válida para fins de entendimento, mas, na verdade, o ideal é a perfeita

integração entre ambas, que tem a mesma importância para a empresa

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operacionalizada como um todo. O responsável pelo sistema, na questão de relevância,

não deve fazer nenhuma diferenciação.

Dentro da área legal há subsistemas de informação para análises de

elaboração rotineira, tais como análise de balanço e de caixa e a gestão dos impostos

destinados ao primeiro gerenciamento da empresa, mesmo tendo uma abordagem

gerencial.

A figura 2 apresenta o sistema de informação contábil em três grandes áreas

e nos principais subsistemas:

• Orçamentos e Projeções

• Custos e Preços de Venda

• Contabilidade por Resultados

• Centro de Lucros e Unidades

de Negócios

• Acompanhamento do Negócio

SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL

• Contabilidade Geral

• Correção Monetária Integral

• Contabilidade em outras Moedas

• Análise de Balanço

• Análise de Fluxo de Caixa

• Gestão de Impostos

ÁREA LEGAL/FISCAL ÁREA DE ANÁLISE ÁREA GERENCIAL

• Consolidadação de Balanços

• Valorização de Inventários

• Controle Patrimonial FIGURA 2 - Áreas e subsistemas de Informação Contábil (Padoveze, 1998, p. 123)

Os subsistemas de informação contábil devem, preferencialmente, ter as

seguintes facilidades e operacionalidades, conforme Padoveze (1998, p. 123):

� Flexibilidade e integridade: a flexibilidade é necessária tendo em

vista o aspecto gerencial da informação contábil; a segurança é

necessária pela própria característica de ser um grande sistema de

informações legais e fiscais que deve ser mantido por muitos anos;

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49

� Parametrização: deve permitir a criação, por meio de parâmetros, de

novas estruturas de informações a partir do banco de dados existente.

Ex.: a possibilidade de se criar outros tipos de períodos utilizando o

banco de dados de datas, tais como período semanal, período

decendial, período quinzenal, período bimestral, entre outros;

� Multiempresa e multiusuário: o conceito de multiempresas não

necessariamente implica que seja uma empresa dentro de formas

legais. O conceito de multiempresas pode ser o conceito de unidades

de negócios em que não há uma empresa diferente de forma

explícita. É necessário, também, o atendimento a todos os usuários

do grupo empresarial;

� Sistema corporativo e de consolidação de balanços: este sistema

deve permitir qualquer processo de aglutinação de informações para

a corporação. Para atender as necessidades legais, tanto quanto as

necessidades gerenciais, devem ter todas as operacionalidades para o

processo de consolidação de balanços;

� Internação dos dados e atualização das informações: o processo de

entrada dos dados deve ser imediato em cada conta (on-line) e a

atualização deve ser imediata (real time);

� Tabelas e relacionamentos: é importante que o sistema tenha

condições de construir tabelas (centros de custos, linhas de produtos,

etc.) para facilitar o processo de construção de contas e planos de

contas. Além disso, o sistema deve propiciar uma estrutura de

“relacionamentos”. Relacionamento é uma facilidade operacional de

ligação entre contas contábeis, seja uma a uma ou por meio do

conceito de tabelas de contas, centros de custos ou outras estruturas

da conta contábil;

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� Gerador de relatórios: operacionalidade que permite aos usuários da

informação contábil formatar seus próprios relatórios com muita

facilidade, sem necessidade de conhecimento das tecnologias de

informática. É um conceito próximo ao de sistema de suporte à

decisão. Os geradores desses relatórios devem propiciar a

possibilidade de um relatório completo, ou seja:

� acessar todas as informações do sistema;

� fazer a edição da forma desejada pelo usuário;

� possibilitar introdução de cálculos com as informações oriundas do

sistema (índices, percentuais, entre outros);

� adicionar textos e informações não constantes do sistema;

� o relatório deve passar a fazer parte do processo de atualização do

sistema-mãe.

� Essas operacionalidades, em linha geral, devem estar dentro de todos

os subsistemas contábeis, porém mais fortes no subsistema de

contabilidade societária e fiscal, conforme será detalhado em seguida

conforme Padoveze (1998, p. 121).

2.7.1. Subsistema de Contabilidade Societária e Fiscal

Também conhecido como sistema de Contabilidade Geral, pode ser

considerado como o coração do sistema de informação contábil. Dentro de um enfoque

gerencial, quando bem estruturado, terá a sua utilização melhor integrada com os

demais subsistemas. Esse subsistema tem como objetivo atender as informações de

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caráter legal, da legislação societária ou fiscal, criando e estruturando a base de dados

dessas informações.

Como enfoque básico, tem como objetivo as informações contábeis

fundamentais, processamento, armazenamento e a geração dos seguintes relatórios e

arquivos:

� lançamentos contábeis;

� livro Diário;

� livro Razão e fichas Razão;

� balancetes;

� plano de contas;

� balanço patrimonial e demonstração de resultados;

� arquivo contábil.

O administrador desse subsistema é o responsável pelo fluxo geral das

informações e tem como tarefa a abertura e o encerramento dos períodos contábeis e a

manutenção dos modelos de informação contábil já adotados pela empresa. Deve levar

em conta qual o formato ideal de informação, se o dado já existe em outro subsistema,

quais os prazos e qual o processo de arquivamento, entre outros.

A conciliação contábil ou análise contábil é a tarefa complementar da

Contabilidade que consiste em rever os lançamentos e as classificações contábeis para

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garantir a segurança das informações. Com a implantação dos sistemas integrados de

gestão empresarial esta tarefa tende a diminuir.

Esse subsistema se integra com quase todos os subsistemas empresariais,

sejam contábeis ou operacionais. Recebe interfaces e informações de outros

subsistemas e fornece dados para outros sistemas, sendo, assim, um grande banco de

dados da Contabilidade.

2.7.2. Subsistema de Controle Patrimonial

A necessidade desse subsistema é o controle dos ativos permanentes

principalmente os imobilizados. Os principais objetivos são:

� assegurar o controle físico e escritural de todos os itens considerados

como ativos permanentes dentro da empresa;

� permitir o processo de valorização contábil fiscal e gerencial do

ativo permanente;

� permitir o processo de planejamento e controle dos recursos

permanentes à disposição da empresa;

� armazenar todas as informações necessárias para todas as gestões

relacionadas com ativo permanente;

� permitir o processo de segurança e responsabilidade dos bens e

direitos à disposição dos funcionários da empresa.

As atribuições e funções do administrador desse subsistema são:

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- Conceito de controle: o administrador pode optar por três conceitos de

controle, são eles:

o Controle geral e irrestrito, físico e escritural, de todos os itens

considerados permanentes;

o Controle apenas escritural e nenhum controle físico;

o Controle parcial físico e escritural dos itens relevantes e controle apenas

escritural dos itens classificados como não relevantes.

- Normalização dos procedimentos dos eventos patrimoniais:

classificar e normalizar os procedimentos dos eventos patrimoniais

(entradas e saídas de bens e direitos permanentes) como, por exemplo, a

aquisição de bens e direitos permanentes e a doação de bens e direitos,

entre outros;

- Critérios de atribuição de valor e depreciações e decisão de

ativamento de gastos: após a determinação dos eventos patrimoniais

para definir o valor a ser registrado no sistema existem critérios de

cálculo de depreciação e a decisão de ativamento de gastos;

- Identificação patrimonial: com as plaquetas de patrimônio atribui-se

número e ordem aos bens e direitos da empresa. Elas são necessárias

para a escrituração de controle das depreciações, baixas patrimoniais e

inventário físico. Esse Subsistema está ligado aos valores de entradas e

saídas, dessa forma se integra com os seguintes subsistemas:

o Entradas: entradas fiscais, controle de projetos e saídas fiscais;

o Saídas: contabilidade em outras moedas, contabilidade societária e

fiscal, custos, orçamentos e contabilidade por responsabilidade. São

gerados relatórios comuns atendendo qualquer usuário da empresa de

acordo com suas necessidades:

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� Aquisições ou entradas do mês;

� Baixas do mês;

� Resultados nas vendas de permanentes;

� Depreciações por equipamentos;

� Depreciações do mês por centro de custo;

� Imobilizado por centro de custo;

� Ativos por divisão ou unidades de negócios;

� Livro razão auxiliar de correção monetária de balanço

(obrigatório para legislação fiscal);

� Controle dos impostos creditados (para fins fiscais).

2.7.3. Subsistema de Análise Financeira e de Balanço

Esse subsistema se apresenta dentro do subsistema de contabilidade geral é

a principal ferramenta de análise da contabilidade gerencial.

Para a análise financeira são necessários: o fluxo de caixa, demonstração

das origens e aplicações dos recursos (DOAR) e demonstrações das movimentações do

capital e dos investimentos.

Para análise de balanço é preciso uma análise vertical e horizontal;

indicadores de análise de balanço; análise de rentabilidade; análise de valor

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patrimonial e das ações e análise de valor da empresa. As informações constantes

nesses relatórios são:

� Valores absolutos em várias moedas;

� Avaliações percentuais;

� Indicadores específicos e inter-relacionados;

� Indicadores de potencial, entre outros.

Esse subsistema tem como objetivos dar uma visão geral da empresa;

avaliar sua liquidez financeira e de sua solidez; analisar as tendências de todos

indicadores, mostrar o potencial da empresa em termos de fluxo futuro de lucros e

caixa, avaliar o valor da empresa e acompanhar a sua imagem no mercado.

2.7.4. Subsistema de Gestão de Impostos

São inúmeros os impostos, taxas, contribuições, bases de cálculos e

tributações existentes no país; a gestão de impostos permite um gerenciamento eficaz

dos impostos gerados pela empresa reduzindo o impacto financeiro. De forma geral,

esse subsistema pode ser dividido em quatro grandes blocos de informações:

� Impostos e contribuições sobre mercadorias;

� Impostos e contribuições sobre o lucro;

� Contribuições sobre folha de pagamento;

� Outros impostos, taxas e contribuições.

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Os principais objetivos são: informar as bases de cálculos e exceções de

incidência dos tributos, buscar a gestão operacional dos tributos, permitir a visão do

impacto dos tributos sobre todos os estabelecimentos da empresa e das empresas o

grupo corporativo, possibilitar o acompanhamento sistemático dos impostos a

recuperar, dos créditos tributários pendentes e dos impostos parcelados e fornecer

informações para o balanço social.

A principal função do administrador desse subsistema é, após a coleta de

dados de outros subsistemas, saber identificar com clareza e precisão as informações

relevantes que serão utilizadas para a tomada de decisão.

Os sistemas operacionais ou contábeis que geram as informações de base de

cálculo, ou exceções de base de cálculo, como emissão de notas fiscais (saídas),

entradas de notas fiscais, apuração fiscal, contabilidade fiscal e societária e folha de

pagamento, devem estar totalmente integrados com o subsistema de gestão de

impostos.

Os principais relatórios gerados devem conter as seguintes informações

sobre cada tributo:

� Principais bases de incidências dos impostos;

� Principais bases de não incidências dos impostos;

� Tipos de movimentação mais relevantes;

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� Prazos de recolhimento, indexador legal, se existir, prazo de entrega

das guias ou declarações;

� Alíquotas básicas para as movimentações mais relevantes;

� Valor dos impostos, debitados, creditados, aproveitados,

postergados, diferidos, a recuperar entre outros dados.

2.7.5. Subsistema de Orçamento

O sistema de orçamento soma-se ao sistema de contabilidade geral; esse

conjunto de subsistemas trabalha as informações contábeis de forma integrada, em três

módulos: informações contábeis do passado, informações contábeis do presente e

informações contábeis do futuro, onde estão as informações do orçamento.

O controle do sistema orçamentário é a análise das variações dos dados

orçados com os dados reais que se encontram na contabilidade geral.

O objetivo básico é cumprir o plano orçamentário. O processo de orçamento

dentro de uma empresa não se limita às informações inseridas no sistema, esse

processo é longo e exige uma integração muito grande em todas as áreas da empresa.

O subsistema de orçamento tem os seguintes objetivos principais:

� Executar o plano orçamentário da empresa;

� Pré-orçar e orçar o que deve acontecer;

� Administrar as responsabilidades e a integração das informações;

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� Programar, calcular e contabilizar todos os dados orçados;

� Efetuar o controle orçamentário.

As principais funções do administrador são:

� Definição da metodologia de orçamento e critérios de inserção dos

dados orçamentários no sistema de informação;

� Revisão dos conceitos de classificação das receitas e despesas;

� Revisão ou elaboração do manual de contabilização das despesas e

receitas;

� Definição dos métodos e critérios de valorização, tais como: que

moeda(s) utilizar critérios de indexação (se necessário), tabelas das

projeções dos indicadores de variação de preços, índices de

quantificação ou dados gerais de volume de venda e produção, etc.

O sistema orçamentário fornece os seguintes relatórios:

� Relatório de pré-orçamento;

� Orçamento por centros de custos ou departamentos;

� Orçamento por divisões ou unidades de negócio;

� Orçamento geral da empresa;

� Orçamento original e orçamento ajustado;

� Orçamento em várias moedas;

� Orçamento consolidado;

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� Relatórios de controle orçamentário (real x orçado e análise das

variações).

Além disso, deve fornecer informações para a formação do custo-padrão,

formação e/ou análise de preços de venda, planejamento e simulação de resultados e

avaliação de projetos e investimentos.

O subsistema de orçamentos necessita de informações oriundas das diversas

áreas da empresa, como, por exemplo: o estudo da capacidade e logística; orçamentos

de materiais, de mão-de-obra, de despesas gerais, de produção, de caixa, de

investimentos e principalmente o orçamento de vendas que determina todos os demais.

A Figura 3 ilustra os principais subsistemas que devem conectar-se com o

sistema de orçamento.

FIGURA 3 - Integração do Subsistema de Orçamento e outros Subsistemas. (Padoveze, 1998, p. 125).

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2.7.6. Subsistema de Custo

Para se tratar o subsistema de custo com o enfoque gerencial, tem-se

dificuldade de generalização, pois a ciência contábil desenvolveu diversos métodos

para custear um produto, e cada empresa tem seu modo individual de interpretar esse

Subsistema.

Dentro de um grande leque do sistema de custos, o principal objetivo é

apurar os custos unitários dos produtos fabricados pela empresa. Partindo desse

objetivo, é preciso estar preparado para gerar e fornecer informações e relatórios para

análise de custos e tomadas de decisões. A seguir, alguns relatórios fixos que são

gerados por esse subsistema:

� Custo unitário dos produtos;

� Comparação entre preços de vendas praticados x preços de vendas

calculados;

� Levantamento de custos das ordens de trabalho, no custeio por

ordem;

� Custo de fabricação por setor ou departamento, no custeio por

processo;

� Análise das variações entre custo padrão e custo real.

Os atributos do administrador são definir formatos de cálculos de valores a

serem utilizados pela empresa, o conceito de mensuração e qual o método de

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custeamento unitário dos produtos que podem ser por absorção ou variável. Na

apuração dos custos unitários, é necessária a integração com outros subsistemas.

Para as informações quantitativas os sistemas utilizados são: estrutura de

produtos (composição e quantidade dos produtos) e processos de fabricação (tempo

para execução das fases de fabricação). Para as informações de valores são os:

sistemas de compras e cotações (valorização dos materiais); sistema de contabilidade

fiscal e societária (valorização dos custos de fabricação) e sistema de controle

patrimonial (valorização das depreciações).

Na acumulação dos gastos por ordem de trabalho se integram os seguintes

sistemas: coletor de dados (horas trabalhadas), chão de fábrica (fases trabalhadas),

controle de estoques de materiais (requisições de materiais), inventário de materiais

(mensuração dos materiais) e contabilidade societária e fiscal (mensuração do custo de

fabricação).

Na análise de custos e rentabilidade dos produtos se integram os seguintes

sistemas: faturamento, lista de preços, compras e cotações e estoque de produtos

acabados.

A Figura 4 ilustra este processo:

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FIGURA 4 - Integração do Subsistema de Custos e outros Subsistemas. (Padoveze,

1998, p. 128).

Este é o subsistema gerencial por excelência, também conhecido por

contabilidade divisional. Tem como objetivo, apresentar a contabilidade por

segmentos da empresa onde exista um responsável por determinados custos e receitas.

Os principais centros de responsabilidade são: centros de custos ou centros

de despesas, atividades, centros de lucros e centros de investimentos ou unidades de

negócios. Para cada um desses centros é necessário um responsável hierárquico.

Dentro do sistema contabilidade geral o objetivo é separar e identificar as informações

contábeis para cada um dos centros de responsabilidade.

Os atributos do administrador desse sistema são: identificação das áreas de

responsabilidade e dos centros de resultado em que se deve segmentar a empresa;

definição dos conceitos de mensuração a serem aplicados; definição do sistema de

transferência entre os centros de resultado e as atividades; definição do momento das

Faturamento

Sistema de Custos

Sistema Orcamentario

Contabilidade por Responsabilidade

Analise de Balanco

Contabilidade Fiscal e Societaria

Controle Patrimonial

Coletor de Dados

Chao de Fabrica

Estrutura do Produtos

Processo de Fabricacao

Compras e Cotacoes

Controle de Estoques

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transferências e definição dos procedimentos gerais do fluxo de informações entre os

centros de resultados ou atividades segmentadas no sistema.

Esse subsistema consiste no apoio à gestão da empresa e no máximo

aproveitamento que se pode ter dos dados dos sistemas, como contabilidade fiscal ou

societária, controle patrimonial e sistemas de custos, entre outros. Os principais

relatórios gerados são:

� Demonstração de resultados por atividade ou centro de lucro;

� Balanço patrimonial por responsabilidade ou centro de lucro;

� Receitas e despesas por filial;

� Despesas por centro de custo ou despesas;

� Análise da rentabilidade por centro de investimento, entre outros.

Esse subsistema tende a ser específico para cada empresa, dependendo da

ênfase que ela dá aos seus produtos e divisões e às necessidades de informações para

gerir os negócios.

2.7.7. Subsistema de Acompanhamento do Negócio

Para a empresa situar-se no mercado de seus produtos, analisar o país e o

mundo necessita do acompanhamento do negócio que reúna informações para o seu

planejamento estratégico e para análise das oportunidades e ameaças do ambiente.

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Essas informações devem ser inseridas de alguma forma dentro desse

subsistema, e em conjunto com as informações internas (informações de outros

subsistemas) e externas (dados dos concorrentes, dados econômicos) permitirão dar

uma visão do acompanhamento do negócio e seus mercados.

Os atributos do Administrador desse subsistema são: definir que

informações farão parte do banco de dados do sistema, identificar as fontes das

informações, bem como os meios e processos de coleta, e definir os critérios de ajustes

das informações externas que devem ser inseridos no sistema.

Esse sistema é abastecido pelo sistema de vendas interligado ao sistema de

cadastro de clientes para análise das vendas. Para análise dos concorrentes utiliza-se o

sistema de análise de balanço.

As coletas de dados dos diversos sistemas operacionais da empresa servem

para as informações de produtividade e evolução de preços comparados com o setor.

Para as informações externas, a coleta de dados é feita pela tecnologia de EDI

(Exchange Data Informations) – Troca Eletrônica de Dados.

O sistema de acompanhamento de negócios é o grande monitor do

planejamento estratégico, fornecendo informações para o sistema orçamentário e para

suporte à tomada de decisão. As principais informações e relatórios gerados nesse

subsistema são:

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� Análise de balanço dos concorrentes;

� Análise percentual e evolutiva dos dados da conjuntura econômica e

do setor;

� Análise comparativa e evolutiva entre a empresa e os dados do setor;

� Estatística de vendas por regiões, clientes, produtos, mercados, entre

outros;

� Estatísticas e gráficos para avaliação do consumo aparente.

Este tópico demonstrou os diversos subsistemas que compõem o Sistema de

Informações Contábeis que podem ser utilizados no Sistema Integrados de Gestão

Gerencial, ferramenta fundamental no processo decisório das empresas modernas,

principalmente nas grandes corporações.

2.7.8. Contabilidade por Responsabilidade

Este e o subsistema gerencial por excelência. Tem como objetivo apresenta

a contabilidade por segmentos da empresa onde existia um responsável por

determinados custos e receitas.

Esse subsistema consiste no máximo aproveitamento que se pode ter dos

dados dos demais sistemas de informações operacionais e de apoio a gestão da

empresa, pois a contabilidade por responsabilidade precisa ser abastecida de

informações como receitas, despesas gerais, investimentos, depreciações, materiais,

entre outros. Os principais relatórios gerados são:

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� Demonstração de resultados por atividades ou centro de lucro;

� Balanço patrimonial por responsabilidade ou centro de lucro;

� Receitas e despesas;

� Analise da rentabilidade por centro de investimentos, entre outros.

Esse subsistema tende a ser especifico para cada empresa, dependendo da

ênfase que ela dá para seus produtos, divisões e suas necessidades de informações para

gerir os negócios.

E, por fim, é necessário analisar o desempenho dos sistemas contábeis

levando-se em conta os pontos básicos que são comuns às empresas, conhecendo,

então, quais são os mais importantes no planejamento, que podem formar um conjunto

adequado de informações para atender os interesses dos usuários.

É necessário também, como se viu no capítulo anterior, a fundamental

importância da organização possuir um adequado sistema de informação que

subsidiem os gestores no processo de tomada de decisão.

Neste sentido, Guerreiro (1989, p. 275), relaciona o Sistema de informação,

com o planejamento:

Deste modo, o Sistema de Informação de Gestão Econômica é que, na prática, traduz o planejamento, ou seja, quantifica os planos ao nível do Sistema Orçamentário, registra a execução através do Sistema de Contabilidade e do Sistema de Custos e apresenta as bases para ao controle a partir da análise das variações detectadas...

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Kaplan apresenta o modelo “Balanced Scorecard”, que atende a lacuna do

planejamento que busca englobar os principais pontos da organização, através de

perspectivas de acompanhamento, que serão as bases para verificar o alinhamento da

estratégia.

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3. CAPÍTULO III – BALANCED SCORECARD

3.1. CONTEXTUALIZAÇÃO

No cenário atual a realidade econômica, as organizações enfrentam

mudanças constantemente. Estas organizações precisam estar municiadas de

dispositivos que sinalizem se as decisões tomadas trazem os resultados esperados e se

estão de acordo com a estratégia adotada.

Ansoff (Apud Pereira, p. 20) menciona estas mudanças constantes no

ambiente organizacional:

Desde a década de 1960, o ambiente global das empresas tem passado por mudanças significativas que, na maioria dos casos, não têm precedentes no clima empresarial anterior. As mudanças têm se tornado mais freqüentes e rápidas, e o mundo empresarial ficou ainda mais complexo. Em conseqüência disso, um número extraordinariamente elevado de empresas, nos países mais desenvolvidos, passou a enfrentar problemas: desaceleração do crescimento, decréscimo da rentabilidade e perda da participação no mercado para novos concorrentes. A necessidade de recuperar a competitividade perdida por tais empresas transformou-se em assunto de preocupação generalizada para administradores e autoridades governamentais; e passou a sem uma questão nacional importante nos Estados Unidos em 1987.

Este mesmo autor, logo em seguida, menciona também a importância das

mudanças econômicas no planejamento estratégico: “O Planejamento Estratégico foi

uma resposta a duas necessidades: uma necessidade de preparar a empresa para um

futuro que não seria uma simples projeção do passado, e uma necessidade de prepará-

la de uma maneira abrangente e sistemática”.

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Nota-se que o modelo conceitual de indicadores de desempenho incorpora

às medidas financeiras de performance do passado a outros indicadores que

demonstram coma a organização está caminhando rumo ao cumprimento de sua

missão.

O processo de planejamento constitui-se numa abordagem estruturada

visando encontrar, por meio da reflexão e debate, respostas a três questões

fundamentais:

� Quem somos, o que fazemos agora e por quê?

� Que devemos ser no futuro e por quê?

� Como chegaremos lá?

O planejamento é destinado a aumentar a capacidade de uma organização

para pensar, decidir e agir estrategicamente. Os benefícios potenciais do processo são

vários e incluem, dentre outros:

� Aumento do desempenho;

� Introdução de inovação, construção de vantagens competitivas e

melhoria de processos;

� Melhoria da aprendizagem;

� Melhoria da tomada de decisão;

� Melhoria da integração;

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� Melhoria das comunicações e relações públicas e aumento de apoio

político.

É necessário também, como se vê no capítulo anterior, e de fundamental

importância, a organização possuir um adequado sistema de informação que subsidiem

os gestores no processo de tomada de decisão.

Neste sentido, Guerreiro (1989, p. 275), relaciona o Sistema de informação,

com o planejamento:

Deste modo, o Sistema de Informação de Gestão Econômica é que, na prática, traduz o planejamento, ou seja, quantifica os planos ao nível do Sistema Orçamentário, registra a execução através do Sistema de Contabilidade e do Sistema de Custos e apresenta as bases para ao controle a partir da análise das variações detectadas...

Uma vez definido o planejamento estratégico, surgem dificuldades para a

sua implementação, tais como:

� Barreira da Visão: a estratégia não é entendida por aqueles que

devem implementá-la e não é traduzida em termos de objetivos.

� Barreira Gerencial: os sistemas gerenciais são desenhados para

oferecer controle operacional e estão ligados aos orçamentos e não à

estratégia.

� Barreira Operacional: os processos são críticos, não são desenhados

para alavancar os impulsores da estratégia empresarial.

� Barreira das Pessoas: as metas pessoais, construção do conhecimento

e competência não estão vinculadas à implementação da estratégia.

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70

O modelo apresentado por Kaplan, o “Balanced Scorecard”, preenche a

lacuna do planejamento buscando englobar os principais pontos da organização,

através de perspectivas de acompanhamento, que serão as bases para verificar o

alinhamento da estratégia.

3.2. BALANCED SCORECARD

3.2.1. Conceitos e Objetivos

Kaplan e Norton (1997, p. 19) conceituam: “O Balanced Scorecard é um

instrumento de avaliação que integra as medidas derivadas da estratégia da empresa,

sem desprezar as medidas financeiras de desempenho passado, ele incorpora os vetores

do desempenho financeiro do futuro”.

Além de um sistema de indicadores de desempenho baseado nas estratégias

da organização, o Balanced Scorecard configura um dispositivo de revisão da

estrutura organizacional básica dos processos gerenciais da empresa.

Neste sentido, um sistema de Balanced Scorecard pode ter como objetivos,

dentre outros:

� Esclarecer e obter consenso em relação à estratégia;

� Comunicar a estratégia para toda a empresa;

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71

� Alinhar metas departamentais e pessoais à estratégia;

� Associar os objetivos estratégicos com metas de longo prazo e

orçamentos anuais;

� Identificar e alinhar as iniciativas às estratégias através de

“ feedback”;

� Realizar revisões estratégicas periódicas e sistemáticas;

O Balanced Scorecard mede a performance organizacional através de

quatro perspectivas: Econômico-Financeira; Clientes; Processos internos de Negócios;

e Aprendizado e Crescimento.

APRENDIZADO E CRESCIMENTOPara alcançar nossa visão, como sustentaremos

nossa habilidade de mudar e melhora?

CLIENTE

ECONÔMICO-FINANCEIRAPara obter êxito financeiro, como devemos

parecer para os nossos acionistas?

Para alcançar nossa visão, como

devemos parecer para os nossos

clientes?

DE NEGÓCIOSPara satisfazer acionistas eclientes, em que processos denegócios devemos nos destacar?

VISÃO E ESTRATÉGIA

PROCESSOS INTERNOS

FIGURA 5 - Perspectiva Organizacional. Kaplan e Norton, 1997 p. 10).

O Balanced Scorecard propicia às organizações serem guiadas pelos

resultados financeiros, enquanto monitoram, simultaneamente, o desenvolvimento de

novas competências internas e investimentos em pessoas, sistemas e procedimentos

necessários para melhoria da performance futura. Enquanto mantém, através da

perspectiva financeira, um interesse na performance ao curto prazo, o Balanced

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Scorecard revela também os valores que garantirão resultados financeiros e

desempenho competitivo ao longo prazo.

Verifica-se que mesmo as organizações que já utilizam métricas não-

financeiras, o fazem numa visão de curto prazo e para controle a nível tático.

O Balanced Scorecard enfatiza que os indicadores financeiros e não-

financeiros devem fazer parte do sistema de informações para os colaboradores em

todos os níveis da organização: os empregados da linha de frente devem entender as

conseqüências financeiras de suas decisões e ações; os executivos devem entender os

condutores do sucesso de longo prazo.

Os indicadores na concepção de um sistema de Balanced Scorecard:

� São derivados de um processo top-down orientados pela missão e

estratégia da unidade de negócios, traduzindo objetivos tangíveis;

� Representam um balanço entre medições externas, para os

acionistas, e clientes, e internas, para processos críticos, inovações e

aprendizado e crescimento;

� São equilibrados entre resultados, refletindo os esforços passados e

aqueles que indicam o desempenho futuro. E o Balanced Scorecard

também é equilibrado entre objetivo, indicadores cujos resultados

são facilmente quantificados e subjetivos, através de um julgamento

dos resultados alcançados;

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� Possuem a função de articular a estratégia do negócio, de comunicar

essa estratégia e ajudar a alinhar as iniciativas individuais e

intradepartamentais com objetivo de atingir uma meta comum.

Mais do que um sistema de indicadores tático ou operacional, o Balanced

Scorecard tem sido usado como um sistema de gerenciamento estratégico. No tópico

seguinte são apresentadas as etapas desse sistema.

3.2.2. Etapas do Balanced Scorecard

A figura a seguir apresenta um sistema de gerenciamento estratégico sob

a perspectiva do Balanced Scorecard. As etapas desse sistema são detalhadas em

seguida.

SISTEMA DE GERENCIAMENTO ESTRATÉGICO

(1) Traduzindo a visão

(3) Planejamento de Negócios

(2) Comunicando e Ligando

(4) Feedback e AprendizadoESTRATÉGIA

FIGURA 6 - Sistema de Gerenciamento Estratégico. (Kaplan e Norton, 1997, p. 12).

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(1) Traduzindo a visão

O processo se inicia com o grupo de executivos, trabalhando para

construírem um consenso em torno da visão e estratégia da organização.

Para estabelecer metas financeiras, esse grupo deve considerar se a ênfase

está na receita e crescimento de mercado, rentabilidade. Ou geração de caixa. Mas,

especialmente na perspectiva do cliente, a equipe dirigente deve ser explícita quanto

aos segmentos de mercado em que a empresa decide competir.

(2) Comunicando e Ligando

Esta etapa permite que as estratégias sejam comunicadas a todos os níveis

Organizacionais, conectando-as aos objetivos departamentais e individuais,

Todos os instrumentos disponíveis devem ser utilizados para a comunicação dos

objetivos estratégicos. Essa comunicação serve para sinalizar a todos os empregados

os objetivos críticos que devem ser concretizados para que a estratégia da organização

seja bem sucedida. Uma vez que os empregados entendem os indicadores e os

objetivos de alto nível da organização, eles podem estabelecer objetivos locais que

suportem as estratégias.

Assim estabelece-se o encorajamento do diálogo entre as unidades de

negócio e os executivos corporativos e os membros da diretoria, não apenas pelos

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objetivos financeiros de curto prazo, mas também pela formulação e implementação de

estratégias para altas performances no futuro.

Ao final dessa etapa, todos na organização deverão entender as metas de

longo prazo da unidade de negócio, assim como as estratégias para alcançar essas

metas. Todos os esforços da organização deverão estar alinhados para as mudanças

necessárias do processo.

(3) Planejamento de Negócios

O Balanced Scorecard tem grande impacto quando é desdobrado para

promover as mudanças organizacionais. Os executivos devem estabelecer alvos para

os indicadores do scorecard, três a cinco anos à frente, de forma que, se atingidos,

irão transformar a empresa.

As primeiras metas devem ser no campo financeiro e devem ser ambiciosas.

Para atingi-Ias, os gerentes deverão estendê-las às metas ligadas aos clientes, aos

processos internos de negócios e ao aprendizado e crescimento. Uma vez que essas

metas foram estabelecidas, os gerentes poderão alinhar suas estratégias de qualidade

reengenharia de processos para atingir alta performance, integrando todos os

programas de melhorias da organização, inclusive o processo de orçamentação anual.

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(4) Feedback e Aprendizado

A etapa final do processo de gerenciamento consiste em um importante

momento de aprendizagem para a organização no nível executivo, através do

recebimento de feedback de suas estratégias e oportunidade de testar as hipóteses sobre

as quais a estratégia foi baseada.

O Balanced Scorecard permite a monitoração e ajustes da implementação

das estratégias e, se necessário, a realização de mudanças fundamentais na própria

estratégia.

Revisões mensais e quadrimestrais devem ser realizadas para examinar se os

resultados em todos os campos estão sendo alcançados. Os gerentes discutem não

apenas como os resultados passados foram atingidos, mas também se as suas

expectativas para o futuro estão mantidas dentro da mesma rota.

Os sistemas tradicionais de gerenciamento não encorajam e nem facilitam a

formulação, implementação e o teste da eficácia das estratégias em ambientes em

contínua mudança. O Balanced Scorecard propicia um processo de aprendizagem em

"circuito" duplo.

(Kaplan e Norton, 1997 p.18) concluem: "Os executivos questionam

pressupostos e avaliam se as teorias com que estão trabalhando continuam coerentes

com os indícios, às observações e experiências reais... Os gerentes necessitam de

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informações, que lhes permitam avaliar se os pressupostos utilizados por ocasião do

desenvolvimento da estratégia continuam válidos".

Se a conclusão for "não, não continuam válidas", a estratégia terá que ser

modificada e atualizada de acordo com as novas condições. O aprendizado de ciclo

duplo reforça a idéia de que sempre se está disposto a mudar a estratégia a partir dos

novos conhecimentos adquiridos.

3.3. INTEGRAÇÃO DAS MEDIDAS DO BALANCED SCORECARD À

ESTRATÉGIA

São três os princípios que permitem a integração do Balanced Scorecard à

estratégia.

1. Relações de Causa e Efeito - Um scorecard quando é bem elaborado conta

a história da estratégia da unidade através de uma seqüência de relações de

causa e efeito, expressas por afirmativas do tipo "se então". O sistema de

medição deve explicitar as relações entre os objetivos e as medidas nas

diversas perspectivas, de modo que possam ser gerenciadas e validadas.

2. Resultados e Vetores de Desempenho - Um scorecard deve ser uma

combinação adequada de resultados essenciais (lucratividade, market-share

(participação no mercado), satisfação e retenção dos clientes e habilidades

dos funcionários) e de vetores de desempenho que são específicos. Para

uma determinada unidade de negócio (tempos de ciclos e taxas de defeito

por milhão).

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As medidas de resultados são indicadores "lag" (de ocorrência) que

indicam os objetivos maiores da estratégia e se suas iniciativas de curto

prazo geraram os resultados desejáveis. As medidas dos vetores de

desempenho são indicadores "lead" (de tendência), que alertam toda a

empresa para o que deve ser feito hoje, a fim de criar valor no futuro.

O exemplo a seguir mostra como objetivo estratégico:

“Desenvolver as competências para apoiar o processo de vendas”.

Objetivo Estratégico

6. Elaborar plano de desenvolvimento de pessoalVendedor

2. Formar perfis de competência

3. Avaliar o pessoal atual

4. Projetar necessidades

5. Identificar a defasagem

Iniciativa Estratégica

Reprojetar um processo de

Desenvolvimento de Pessoal

1. Identificar as funções estratégicasÍndice de

cobertura de

Funções

Estratégicas

Vetor deDesempenho

(indicador lead)

Receita por

Vendas por

Funcionário

IndicadorEstratégico

de Resultados

FIGURA 7 - Aumento da produtividade do funcionário. (Kaplan e Norton, 1997, p. 161).

3. Relação com os Fatores Financeiros - Todas as melhorias operacionais

devem ser associadas a resultados econômicos.

Qualquer programa de mudança, como a gestão pela qualidade total e a

reengenharia, deve ter como foco a melhoria do desempenho para os

clientes e, consequentemente, o desempenho financeiro.

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79

3.4. PERSPECTIVAS DO BALANCED SCORECARD

3.4.1. Perspectiva Financeira

Segundo Kaplan, para definir objetivos, indicadores e metas, é necessário

responder a seguinte questão: “Para sermos bem sucedidos financeiramente como

devemos aparecer perante nossos acionistas”?

A perspectiva financeira procura mensurar, de forma efetiva, através da

reunião de elementos que explicitem os objetivos, indicadores e metas, os anseios dos

acionistas. Por outro lado, o acionista deve ter subsídios para avaliar a sua decisão de

investimento na empresa. A vantagem está no fato de se ter um acompanhamento

constante das demais variáveis da empresa, permitindo ao acionista um constante

controle das razões que estão influenciando o resultado, através dos indicadores

obtidos, possibilitando a adoção de medidas tempestivas para a solução do problema.

Esta perspectiva se interliga com as demais, de forma direta e indireta,

porém permite que os gestores analisem seus indicadores e identifiquem a razão do

problema para sua solução.

Kaplan e Norton (1997, p. 54) posicionam-se da seguinte maneira:

Com o Balanced scorecard no centro de seus sistemas de gerenciamento, uma empresa pode monitorar os resultados de curto prazo a partir de três diferentes perspectivas adicionais - Cliente, Processos Internos de negócio e Aprendizado e Crescimento - e assim avaliar a estratégia adotada à luz do recente desempenho. O scorecard possibilita assim, que as empresas

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modifiquem suas estratégias refletindo em tempo real o aprendizado da organização.

Todos os aspectos relacionados com a parte econômico-financeira da

empresa são encontrados nesta perspectiva. Alguns exemplos de objetivos que podem

ser considerados:

� Ser a empresa mais rentável de seu ramo de atividade;

� Maximizar o retorno sobre o patrimônio líquido;

� Manter uma boa relação receita / despesas;

� Maximizar a margem operacional; etc.

A maioria dos indicadores que é utilizado pelas empresas para mensurar o

desempenho está concentrada nesta perspectiva, tais como:

� Retomo sobre Patrimônio Líquido;

� Retomo sobre Ativos;

� Evolução do Lucro Líquido;

� Receitas sobre Despesas;

� Índices de Preço/Lucro das Ações;

� Margem de Contribuição;

� Vendas sobre Total de Ativos;

� Lucro Líquido por produto; etc.

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81

As informações financeiras, apesar de serem muito importantes para

empresa, pois tratam da sua real situação em termos de resultados, que representam o

objetivo final da organização, não trazem informações concretas quanto a sua

capacidade futura de geração de resultado em longo prazo. Uma situação financeira

tranqüila hoje, não necessariamente representa a mesma situação no futuro, se não

houver o devido acompanhamento no sentido de manter a sua competitividade no

mercado.

Os objetivos financeiros são utilizados por todas as divisões ou unidades de

negócio. Vale ressaltar que cada uma das dessas áreas pode situar-se em diferentes

estágios em relação ao ciclo de vida do negócio: crescimento, maturidade ou declínio.

Para cada um desses três estágios existem três diferentes temas financeiros que

orientam as estratégias: crescimento e mix da receita; redução de custos; aumento de

produtividade; utilização dos ativos e estratégia de investimentos.

Uma matriz pode ser construída se identificadas às medições importantes a

serem conduzidas no cruzamento de cada um desses blocos.

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FIGURA 8 - Medição dos Temas Financeiros Estratégicos. (Kaplan, 1997, p. 55).

3.4.2. Perspectiva dos Clientes

Esta perspectiva mostra a situação da organização perante os clientes,

permitindo que se estabeleçam objetivos direcionando a empresa, visando à satisfação

dos clientes sob diversos aspectos. Vale salientar que ter um atendimento de excelente

qualidade não é suficiente quando a política de preços não condiz com a realidade do

mercado. Para manter clientes antigos e atraírem novos, deve-se aliar uma série de

fatores.

Kaplan e Norton (1997, p. 71) ensinam que esta perspectiva deve centrar

seu enfoque na resposta da seguinte questão: "O que uma empresa deve oferecer aos

C I C LO

D E

VI D A D O

N EGÓC I

O

TEMAS ESTRATÉGICOS

• Despesas indiretas (% devendas)

C R ESC I

MEN T O

MAT U R ID AD E

D EC L ÍN I

O

• Custos unitários (por unidade de produção, por transação

• Lucratividade por clientes e por linha de produto

• % de clientes não-lucrativos

• Market-share

• % de receita gerada por

novas aplicações de um

produto

• % de cliente por linha deproduto

• Custos X Custos dosConcorrentes

• Taxas de redução de custos

• Índices de capital de giro (ciclo financeiro)

• ROI

• "Payback

• Rendimento (throughput)

Crescimento e Mix de Receita

Redução de Custos / Aumento de Produtividade Utilização dos Ativos

• Crescimento de Vendas por segmento

• % de receita gerado por novos produtos, serviços e clientes

• Investimentos (% de Vendas)

• P&D (% de Vendas)

• Receita / Empregado

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seus clientes para alcançar altos níveis de satisfação, retenção, captação e,

conseqüentemente, participação de mercado?”

Primeiramente, a empresa deve tomar a decisão quanto à quais são os seus

clientes-alvo e os segmentos de mercado em que ela deseja competir. O Balanced

Scorecard vem em seguida descrevendo a estratégia da empresa, identificando os

objetivos relacionados aos clientes em cada um desses segmentos e os indicadores

específicos. Esses indicadores serão aqui apresentados dentro de dois grupos:

(1) Indicadores Essenciais aos Clientes

As medidas essenciais podem ser agrupadas em um diagrama que relaciona

causa e efeito:

Retenção de Clientes

Market share

Lucratividade dos Clientes

Satisfação do Cliente

Captação de Clientes

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Lucratividade dos Clientes

Reflete a proporção de negócios num determinado mercado (em termos de clientes, valores gastos ou volume unitário vendido).Mede, em termos absolutos ou relativos, a intensidade com que uma unidade de negócios atrai ou conquista novos clientes ou negócios.Controla, em termos absolutos ou relativos, a intensidade com que uma unidade de negócios retém ou mantém relacionamentos continuos com seus clientes.Mede o nivel de satisfação dos clientes de acordo com criterios específicos de desempenho dentro da proposta de valor.Mede o lucro líquido de cliente ou segmentos, depois de deduzidas as despesas específicas necesárias para sustentar esses clientes.

Market Share

Captação de Clientes

Retenção de Clientes

Satisfação de Clientes

FIGURA 9 - A Perspectiva do Cliente – Medidas Essenciais (Kaplan e Norton, 1997, p. 72).

(2) Indicadores com Proposta de Valor

Esses indicadores tomam por base os atributos ofertados aos clientes através

de produtos e serviços, para gerar fidelidade e satisfação em um segmento-alvo. Esses

atributos podem ser divididos em três categorias:

� Atributos dos produtos/serviços: abrangem a funcionalidade do

produto/serviço, seu preço e qualidade;

� Imagem e reputação: reflete os fatores intangíveis que atraem um

cliente para a empresa;

� Relacionamento com os clientes: refere-se à entrega do

produto/serviço ao cliente, incluindo prazo, qualidade da experiência

de compra e relações pessoais.

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Relacionamento

Funcionalidade Qualidade Preço

Atributos do Produto/Serviço Imagem

Tempo Atendimento

++=Valor

FIGURA 10 - Indicadores com Proposta de Valor (Kaplan e Norton, 1997, p. 79).

3.4.3. Perspectiva dos Processos Internos

Esta perspectiva consiste na estruturação de procedimentos internos de uma

organização para dar condições de atender adequadamente seus clientes e obter

resultados financeiros.

Os indicadores que serão relacionados nesta perspectiva devem evidenciar,

de forma geral, como os processos internos estão sendo realizados na empresa.

Para atender a esta perspectiva, a cadeia de valor completa dos processos

internos deve ser descrita, identificando-se aqueles mais críticos para o cumprimento

dos objetivos ligados aos clientes e acionistas.

Para cada tipo de empresa há um conjunto específico de processos a fim de

criar valor para seus clientes e produzir resultados financeiros. O modelo aqui

apresentado inclui três processos principais:

� Inovação: identificação das necessidades atuais e futuras dos clientes

e desenvolvimento de novas soluções para essas necessidades;

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� Operações: entrega dos produtos e prestação dos serviços aos

clientes existentes;

� Serviço pós-venda: complementando o valor proporcionado aos

clientes pelos produtos ou serviços de uma empresa.

Identificação das Necessidades dos

Clientes

Satisfação das Necessidades dos

Clientes

Processo de Inovação Processo de OperaçõesProcesso de Serviço Pós-

Venda

Serviços dos

Clientes

Identificar o

mercado

Idealizar Oferta de

Produtos / Serviços

Gerar Produtos / Serviços

Entregar Produtos /

Prestar Serviços

FIGURA 11 - A Perspectiva dos Processos Internos – O Modelo da Cadeia de Valores Genética. (Kaplan e Norton, 1997, p. 102).

(1) Inovação

O Balanced Scorecard, diferentemente dos sistemas tradicionais de medição

que monitoram e melhoram os processos existentes, propõe a identificação de novos

processos em que a organização deverá superar-se para atender aos objetivos

financeiros e às necessidades dos clientes.

Os sistemas tradicionais de medição dedicam-se a controlar e melhorar as

operações existentes, gerando valor na produção entrega e serviços pós-venda com

custo abaixo daquele pago pelo consumidor, enquanto o sucesso financeiro ao longo

prazo requer uma organização que cria constantemente novos produtos e serviços que

irão ao encontro das necessidades presentes e futuras dos clientes.

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A habilidade de gerenciar com sucesso o desenvolvimento contínuo de

novos produtos ou desenvolver a capacidade de atingir inteiramente novas categorias

de consumidores mostra-se mais crítica para o desempenho econômico futuro do que

gerenciar, eficientemente, as operações existentes de forma consistente e responsável.

O processo de inovação tem dois componentes:

� As empresas identificam e cultivam novos mercados, novos clientes

e as necessidades dos clientes atuais; e

� As empresas projetam e desenvolvem novos produtos e serviços que

lhes permitam atingir novos mercados e clientes e satisfazer às suas

necessidades recém-identificadas.

Antigamente a criação de indicadores de desempenho para processos de

projeto e desenvolvimento de produtos não era relevante, concentrando-se apenas nos

processos produtivos e operacionais, pois os investimentos nestes processos eram

muito maiores e o segredo do sucesso estava na fabricação eficiente de produtos.

Atualmente, os indicadores de desempenho para os processos de projetos e

desenvolvimento de produtos têm sido definidos como forma de monitorar muitas

vantagens competitivas que estão sendo alavancadas através de produtos e serviços.

Alguns exemplos:

� % de vendas geradas por novos produtos;

� lançamento de novos produtos / novos lançamento dos concorrentes;

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� coeficiente de rotação de inovação = nº de novos produtos

anunciados nos

� últimos 12 meses / nº. de produtos comercializados;

� tempo de desenvolvimento da próxima geração de produtos;

� custo total de desenvolvimento / LAIR (durante cinco anos);

� % de produtos cujo projeto original atende totalmente à

especificação dos clientes;

� tempo de equilíbrio (prazo transcorrido entre o início do

desenvolvimento do produto até que o produto seja lançado e gere

lucro suficiente para pagar o investimento).

Identificação das Necessidades dos

Clientes

Satisfação das Necessidades dos

Clientes

Processo de Serviço Pós-

VendaProcesso de OperaçõesProcesso de Inovação

Serviços dos

Clientes

Identificar o

mercado

Idealizar Oferta de

Produtos / Serviços

Gerar Produtos / Serviços

Entregar Produtos /

Prestar Serviços

FIGURA 12 - A Perspectiva dos Processos Internos – O Processo de Inovação. (Kaplan

e Norton, 1997, p. 104).

(2) Operações

O processo de operações tem início com o recebimento do pedido de um

cliente e termina com a entrega do produto ou a prestação do serviço. Seus resultados

são baseados na entrega eficiente, regular e pontual dos produtos e serviços aos

clientes atuais.

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Tradicionalmente, os indicadores eram voltados apenas para o controle e

melhoria do recebimento de pedido dos clientes, suprimentos dos materiais, produção

e entrega. Eram apresentados somente como medidas financeiras: custos-padrão e

orçamento.

Processo de Inovação Processo de OperaçõesProcesso de Serviço Pós-

Venda

Identificação das Necessidades dos

Clientes

Satisfação das Necessidades dos

Clientes

Serviços dos

Clientes

Identificar o

mercado

Idealizar Oferta de

Produtos / Serviços

Gerar Produtos / Serviços

Entregar Produtos /

Prestar Serviços

FIGURA 13 - A Perspectiva dos Processos Internos – O Processo de Operações.

(Kaplan e Norton, 1997, p. 110).

Com a influência da gestão, pela qualidade total, várias novas dimensões

passaram a serem consideradas, com, por exemplo, eficácia, eficiência, qualidade,

produtividade, tempo de processo e flexibilidade.

(2) a. Eficácia

A definição operacional de eficácia é: a realização das coisas certas. Esse é

um conceito sempre sujeito à interpretação, critério, julgamento, percepção de

indivíduos ou grupos. Fizemos as coisas “certas”? Conseguimos que elas fossem

feitas?

Estas são as questões operacionais associadas à eficácia. Muitas vezes, são

usados dois atributos para melhor definir eficácia: pontualidade e qualidade. Assim, a

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90

definição operacional de eficácia torna-se: a realização efetiva das coisas ”certas”,

pontualmente e com os requisitos de qualidade especificados.

Dentro de uma visão sistêmica da organização, a eficácia é medida através

de uma análise de inputs – outputs, ou seja, a medida operacional de eficácia é o

output obtido (OO) dividido pelo output esperado (OE). Se esse número for maior que

1, foi mais eficaz do que, pensava-se; se for menor que 1, foi menos eficaz do que se

pensava.

Conforme figura a seguir, pode-se verificar que a eficácia está do lado dos

outputs e resultados.

Sistema a Jusante

Sistema a Montante

ImputProcesso de tranformação

Outputs

EficáciaradoOutputEspe

doOutputObti

OE

OO =

FIGURA 14 - Sistema Organizacional – Critério da Eficácia. (Pereira, 2000, p. 30)

(2) b. Eficiência

A definição operacional de eficiência é "consumo previsto de recursos"

(CPR) dividido por "consumo efetivo de recursos" (CER).

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91

Se o valor desta razão for maior que 1, foi-se mais eficientes do que se

esperava; se for menor que 1, fomos menos eficientes do que esperava-se. Há uma

relação entre eficiência e eficácia, uma vez que a quantidade de recursos que se espera

consumir tem relação com o número que representa o output que espera-se obter em

outras palavras, CPR (Consumo previsto de recursos) está ligado a OE (Output

esperado). CER (Consumo efetivo de recursos) está ligado a OO (Output Obtido).

A eficiência é uma questão de consumo de input/recursos. Uma organização

pode ser eficaz e não-eficaz, eficiente e não-eficaz, nem eficiente nem eficaz e ainda

assim sobreviver.

A figura a seguir representa um sistema organizacional e mostra o critério

eficiência no ponto com o qual ele se relaciona. Observe que a eficiência está do lado

do input: trata dos assuntos relativos á consumo de recursos.

CPR Consumo Previsto de RecursosCER Consumo Efetivo de Recursos

Sistema a Jusante

=

Processo de tranformação

Sistema a Montante

Imput Outputs

Eficiência

FIGURA 15 - Sistema Organizacional – Critério da Eficácia. (Pereira, 2000, p. 31)

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92

(2) c. Qualidade

Pode-se observar que, enquanto a eficácia está relacionada ao output e a

eficiência ao input ou consumo de recursos, a qualidade é mais difusa, pois é um

critério importante em todos os estágios do ciclo de vida do fluxo de recursos e

gerenciamento de um sistema organizacional.

Por isso, a definição operacional de qualidade pode ser vista em cinco (5)

pontos de verificação, conforme figura a seguir:

Sistema a Jusante

Qualidade 1 Qualidade 1 Qualidade 1 Qualidade 1 Qualida de 1

Processo de tranformação

Sistema a Montante

Imput Outputs

FIGURA 16 - Sistema Organizacional – Critério da Qualidade. (Pereira, 2000, p. 32)

O ponto de verificação de qualidade 1 - é definido operacionalmente,

como a seleção e o gerenciamento de sistemas a montante.

Compreende atividades como: projeto e desenvolvimento de produtos e

serviços, comunicação de especificações e requisitos, seleção de sistemas a montante,

como vendedores e fornecedores, cruzamento de fronteiras, comunicação com os

clientes a respeito de suas expectativas, especificações, necessidades, requisitos etc.,

disposição para gerenciar conflitos com as pessoas e sistemas organizacionais que

fornecem os inputs ou que apóiam a performance do sistema organizacional,

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93

preocupação com a qualidade do processo de gerenciamento do sistema a montante,

trabalho com sistemas a montantes críticos para garantir que nos estão dando aquilo de

que precisamos para fazer um bom trabalho.

O ponto de verificação de qualidade 2 - enfoca a confirmação de que o

sistema organizacional está recebendo, dos sistemas a montante, aquilo que necessita,

o que quer, espera e merece. Uma descrição simples para esse ponto de verificação é o

controle/garantia de qualidade daquilo que chega ao processo. Muitas vezes, acha-se

que a estatística é relevante nesse ponto de verificação, pois ela é útil para determinar,

quantitativamente, se os processos/sistemas a montante estão sob controle.

O uso de métodos estatísticos simplesmente ajuda ou facilita esse processo,

sendo que a parte mais importante desse ponto de verificação é a ação que vem após a

confirmação de que o processo pode estar fora de controle. Voltar ao sistema a

montante que forneceu um produto ou serviço "defeituoso" gasta muito tempo e, às

vezes, cria problemas e conflitos. É muito fácil dizer simplesmente: “vamos fazer isso

nós mesmos” ou “vamos usar assim mesmo”, ao invés de fornecer feedback ao sistema

a montante.

Observa-se que o aspecto mais difícil e importante desse ponto de

verificação não está associado aos procedimentos estatísticos, mas aos processos de

solução de problemas que seguem a aplicação desses procedimentos estatísticos.

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94

O ponto de verificação de Qualidade 3 - é a parte crítica do processo de

gerenciamento de qualidade total que enfoca a criação de qualidade do produto ou

serviço. Aqui os processos de medição e avaliação são muito importantes, tornando-se

necessárias utilização e prática de procedimentos estatísticos. É utilizado o controle de

qualidade do processo. Mas, o mais importante é que para assegurar a qualidade que

está sendo "criada" no produto ou serviço, seja: medida, promovida, incentivada e

recompensada.

Esse ponto de verificação é muito mais "mental" do que estatístico. O êxito,

aqui, depende muito mais daquilo que os princípios orientadores do sistema

organizacional refletem e daquilo que os sistemas de medição e os sistemas de

recompensas comunicam, do que de estarem ou não instalados e funcionando

perfeitamente os procedimentos estatísticos. Sugere-se que existem outros fatores, bem

mais sutis e insidiosos, que precisam ser tratados neste ponto de verificação.

O ponto de verificação de Qualidade 4 - concentra-se em garantir que o que

está sendo gerado pelo sistema organizacional satisfaça às especificações e requisitos

estabelecidos.

O ponto de verificação de Qualidade 5 - enfoca os sistemas a jusante,

mediante a compreensão detalhada e pró-ativa daquilo que os clientes querem,

precisam, esperam e exigem, e de como eles estão reagindo à entrega dos bens e

serviços que estão sendo fornecidos.

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(2) d. Produtividade

A produtividade é definida operacionalmente como a relação entre o que é

gerado por um sistema organizacional e o que entra nesse sistema. Em outras palavras,

produtividade é output sobre input.

A figura a seguir apresenta o já conhecido modelo de sistemas

organizacionais e inclui uma representação do significado operacional de

produtividade para uma organização.

Processo de tranformação

Sistema a Montante

Imput OutputsSistema a Jusante

Produtividade

FIGURA 17 - Sistema Organizacional – Critério da Produtividade. (Pereira, 2000, p.

34)

É importante estar atento aos aspectos abaixo mencionados.

� A "tangibilidade" dos outputs - Em muitos sistemas organizacionais,

grande parte do output é difícil de ser quantificada. Com isso, fica

difícil ter certeza de que o numerador da equação da produtividade

está completo. Se, como acontece muitas vezes, o numerador estiver

incompleto os usuários dos números, questionarão a validade dos

quocientes.

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96

� O problema da unidade de análise vaga - A falta total de

compreensão sobre qual é a unidade de análise para a Medição de

produtividade causa inconsistência naquilo que definimos como

output e inputs. Uma análise de inputs/output pode resolver este

problema, mas poucas pessoas se dão ao trabalho de faceia,

minuciosamente, antes de lançar-se à Medição.

� O problema do escopo mal definido - O escopo da Medição tem

relação com a unidade de tempo durante a qual está medindo a

performance. É como determinar o tempo em que se deixa aberto o

disparador de uma máquina fotográfica. Mede–se por um período de

um dia, semana, mês, trimestre, ano, etc. Fazer a correspondência

entre outputs e inputs em uma dada unidade de tempo é um

problema correlato, associado ao escopo.

� O problema de definirmos a produtividade em nossas mentes de um

modo e operacioná-la de outro modo - As pessoas têm tendência a

definir, de modo cognitivo, produtividade como output sobre input e,

então, quando vão medi-la, elas a operacionalizam como se ela fosse

de fato a questão mais ampla de performance.

A produtividade é um importante critério de performance porque, quando

mede-se bem, acaba-se aprendendo algo sobre eficácia, eficiência e qualidade. Nesse

sentido, ela é uma boa medida de diagnóstico. É um bom indicador para ter-se no

painel de controle, pois pode dizer-se, de modo eficiente, o que está acontecendo no

sistema operacional.

É importante ter em mente que a produtividade pode melhorar de cinco

modos básicos.

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97

Permanece Constante

Aumenta

Aumenta

Aumenta

MELHORIA DA PRODUTIVIDADE

4

5

OUTPUT INPUT

Diminui

Permanece Constante

Aumenta, mas a menor velocidade

Diminui

Diminui, mas a maior velocidade

Diminui

CENÁRIO

1

2

3

FIGURA 18 - Modos básicos para melhora da Produtividade. (Pereira, 2000, p. 36)

Observe-se que essas combinações de outputs e inputs, podem ser causadas

por fatores externos, ou podem ocorrer ao que se faz como gerentes e equipes

gerenciais. Pode-se agir de maneira pró-ativa para que ocorra o cenário nº. 5, ou pode-

se ficar esperando que os concorrentes façam acontecer o cenário nº. 3. A escolha

depende do gestor e de sua equipe gerencial.

Operacionalmente, então, produtividade é a relação entre o que é gerado por

um sistema (parte-se do pressuposto de que os outputs satisfazem os atributos

estabelecidos para eles: qualidade, pontualidade, preço etc.) dividido pelo que entra no

sistema (mão-de-obra, capital, materiais, energia, dados/informações e, mais uma vez,

parte-se do pressuposto de que esses inputs passam pelo ponto de verificação 2 e

satisfazem às especificações estabeleci das para eles), durante um certo período de

tempo.

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98

(2) e. Tempo de Processo

Um dos indicadores mais importantes dentro desta dimensão é o ciclo de

produção. Este pode ser medido de diversas formas: a mais ampla corresponde ao

período entre o recebimento do pedido de um cliente e a sua entrega a esse cliente; a

mais restrita seria tempo decorrido entre o momento em que um lote entra em

produção e o momento em que seu processamento é concluído.

(2) f. Flexibilidade

Flexibilidade da produção refere-se a três aspectos distintos:

� mudanças no mix de produção;

� mudanças no volume de produção;

� introdução de novos produtos e/ou variantes.

O serviço pós-venda inclui instalação, configuração, revisão, treinamento,

garantia e conserto, correção de defeitos e devoluções, processo de faturamento e

cobrança.

Enfim, a perspectiva dos Processos Internos está ligada com as perspectivas

precedentes, visando à otimização dos processos internos, de modo a proporcionar

condições para que o atendimento ao cliente seja realizado de forma mais rápida e

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99

precisa, reduzindo o atrito e aumentando a sua satisfação. Uma melhora nestes

processos também pode permitir maior velocidade no controle das operações.

Processo de Inovação Processo de OperaçõesProcesso de Serviço Pós-

Venda

Identificação das Necessidades dos

Clientes

Satisfação das Necessidades dos

Clientes

Serviços dos

Clientes

Identificar o

mercado

Idealizar Oferta de

Produtos / Serviços

Gerar Produtos / Serviços

Entregar Produtos /

Prestar Serviços

FIGURA 19 - A Perspectiva dos Processos Internos – O Processo de Operações.

(Kaplan e Norton, 1997, p. 112).

3.5. PERSPECTIVA DE APRENDIZADO E CRESCIMENTO

Os objetivos da perspectiva de aprendizado e crescimento oferecem a infra-

estrutura que possibilita a realização dos objetivos das demais perspectivas. Esses

objetivos se refletem em investimentos na capacitação dos colaboradores e em

sistemas e processos organizacionais. Contabilmente, esses investimentos aparecem

como despesas do exercício; diferentemente daqueles em novos equipamentos e

pesquisa e desenvolvimento de novos produtos.

Desse modo, sua redução é uma maneira simples de produzir ganhos

incrementais ao curto prazo, mas são fundamentais se a empresa quiser alcançar

objetivos ambiciosos de crescimento financeiro no longo prazo.

Essa perspectiva pode ser dividida em três principais categorias:

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� Eficiência dos sistemas de informação;

� Motivação, empowerment e alinhamento; e

� Capacitação dos funcionários.

(1) Eficiência dos Sistemas de Informação

Para que os funcionários tenham um desempenho satisfatório dentro do

esperado, é necessário que lhes sejam fornecidas excelentes informações - sobre os

clientes, sobre os processos internos e as conseqüências financeiras de suas decisões.

Os funcionários ligados aos processos produtivos da empresa necessitam de

um feedback rápido e preciso sobre o produto ou serviço que acabaram de entregar. É

através desse feedback que se pode esperar uma busca de melhoria contínua, seja na

dimensão tempo, qualidade ou custo.

Podem ser criados indicadores que informem a disponibilidade de

informações aos funcionários:

� % de processos que oferecem feedback em tempo real sobre

qualidade, tempo e custo;

� % funcionários que lidam diretamente com clientes e têm acesso on-

line às informações referentes a eles.

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101

(2) Motivação, Empowerment e Alinhamento

Mesmo funcionários habilitados e com acesso adequado às informações não

contribuirão para o sucesso organizacional se não estiverem motivados ou se não

tiverem autonomia para decidir e agir. Alguns indicadores identificados:

� n° de sugestões por funcionário;

� n° de sugestões implementadas.

(3) Capacitação dos Funcionários

Os objetivos ligados aos funcionários podem ser agrupados em três medidas

essenciais de resultado:

� satisfação dos funcionários;

� retenção dos funcionários; e

� produtividade dos funcionários.

(4) Treinamento e Desenvolvimento

Em relação à capacitação propriamente dita, podemos identificar os

seguintes indicadores:

� número de habilidades dominadas por empregado;

� taxa de cobertura de cargos estratégicos.

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102

Esse último indicador, taxa de cobertura de cargos estratégicos, monitora o

número de funcionários qualificados para as funções estratégicas conforme as

necessidades organizacionais em uma visão de curto, médio e longo prazo. Entende-se

por qualificação para uma determinada função a competência do funcionário em

alcançar os objetivos dos clientes e dos processos internos.

Essa perspectiva é de fundamental importância para a formação e adequação

das pessoas, visando obter o aumento da produtividade com um melhor

aproveitamento na execução das tarefas.

Diante do exposto, pode-se verificar que todas as perspectivas estão

interligadas com o intuito de fornecer informações e indicadores necessários para a

medição e avaliação de desempenho e performance. Nelas, serão evidenciados todos os

pontos que envolvem a organização. O sucesso do modelo depende da coerência e da

consciência dos gestores da empresa na sua definição.

(5) Implementando Um Balanced Scorecard Corporativo

Kaplan e Norton ensinam:

Um sistema gerencial não surge instantaneamente. Devido ao seu alcance, complexidade e impacto, todo novo sistema gerencial deve ser introduzido gradativamente. Essa abordagem é preferível pois, conforme elementos do sistema são alterados ou incorporados, o executivo principal tem a oportunidade de desatrelar a organização de seus processos gerenciais anteriores e transmitir uma mensagem clara sobre a relevância do novo processo. Se cada mudança estiver relacionada a uma mensagem consistente

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103

– como uma nova estratégia para a organização – cada transformação reforçará e ampliará as anteriores.

Quando o Balanced Scorecard e utilizado como a estrutura organizadora

central do novo sistema gerencial, todas as mudanças têm consistência e coerência. A

dinâmica de sua elaboração pode ser compreendida nas dez fases abaixo descritas:

(1) Esclarecer a Visão - A equipe executiva da organização inicia o

Balanced Scorecard com a finalidade de traduzir uma visão genérica numa estratégia

que possa ser compreendida e comunicada. O processo ajuda na obtenção de consenso

e comprometimento com a estratégia.

(2) Comunicar aos Gerentes de Nível Médio - A equipe gerencial se reúne

para aprender e discutir a nova estratégia. A partir daí, usando o Balanced Scorecard

corporativo como modelo, cada unidade de negócio traduz sua estratégia em seu

próprio scorecard.

(3) Identificar programas de mudanças corporativas que afetam as

unidades e eliminar investimentos não-estratégicos.

(4) Avaliação do Balanced Scorecard de cada unidade de negócio pela

equipe executiva.

(5) Refinar a estratégia corporativa e validar as diretrizes e metas anuais,

com base em dados de baixo para cima.

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104

(6) Comunicar o Balanced Scorecard a toda a empresa - Os níveis

gerenciais devem, também, relacionar seus objetivos individuais e a sua remuneração

variável aos seus scorecards.

(7) Atualizar orçamentos e planos de longo prazo - Metas de cinco anos são

estabelecidas para cada indicador Os investimentos necessários para atender a essas

metas são identificados e recebem verbas. O primeiro ano do plano de cinco anos

passa a ser o orçamento anual.

(8) Realizar reuniões mensais e trimestrais - Após a aprovação dos

scorecards das unidades de negócios pela corporação, tem início um processo de

revisão mensal, complementado por revisões trimestrais que focalizam com mais

ênfase as questões estratégicas.

(9) Realizar revisões anuais de estratégia - Ao final do terceiro ano, a

estratégia inicial deve ser revisada. A equipe executiva relaciona dez temas

estratégicos. Cada unidade de negócios deverá tomar uma posição em relação a cada

tema, atualizando sua estratégia própria e seu scorecard.

(10) Relacionar o desempenho de todos ao Balanced Scorecard - Todos

devem ter seus, objetivos individuais ligados ao Balanced Scorecard. Toda a

remuneração variável da organização deve ser relacionada ao scorecard.

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105

Feedback e Aprendizado

9

Comunicação e Vinculação

Tra

duçã

o da

Vis

ão

Balanced Scorecard

Pla

neja

men

to E

mpr

esar

ial

9

5

1

2 6 10 8 4

7

3

FIGURA 20 - Usando o Sistema Gerencial para Orquestrar a Mudança. (Kaplan e

Norton, 1997, p. 291).

Toda organização tem características próprias e pode desejar seguir seu

próprio caminho para construção do Balanced Scorecard. Embora se possa desenhar

um plano típico e sistemático que se utiliza para criar scorecards em várias

organizações. Se executado adequadamente, este processo incentivará o

comprometimento com o scorecard entre os executivos e gerentes, e produzirá um

Balanced Scorecard útil e os ajudara a alcançar os objetivos de seus programas.

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CONCLUSÃO

Um trabalho científico, qualquer que seja ele, tem como premissa, a sua

aplicabilidade. Neste trabalho, espera-se ter alcançado o propósito de mensurar a

vocação da controladoria como ferramenta eficaz, transformando os sistemas de

informações contábeis em um grande sistema de informações gerenciais, capacitado

para atender aos gestores com informação útil e tempestiva para consolidar o processo

decisório na empresa.

A contabilidade está passando por uma evolução. Com o avanço

tecnológico e as necessidades do mercado, está evidenciando um enfoque gerencial

para tomadas de decisões dentro das empresas, por meio de relatórios diversos para o

acompanhamento do negócio. Mantém, porém os seus princípios de demonstrações

contábeis e controle patrimonial. Visando atender aos seus usuários, é extremamente

necessária, para a contabilidade, a sintonia entre o desenvolvimento tecnológico,

matemático e científico.

As empresas se valem de sua criatividade e ainda da tecnologia da

informação que lhes permitem opções e facilidades informacionais e sistêmicas. À

medida que a contabilidade aparece como orientadora das decisões nas organizações,

entende-se como necessária uma reformulação dos conceitos quanto a sua forma e ao

seu contexto, bem como também, uma nova dimensão para a figura do gestor do

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106

sistema de informação contábil e gerencial, constituindo-se em matéria ampla para

trabalhos futuros.

Considerando os conceitos expostos neste trabalho, conclui-se que a

necessidade de se tomar uma decisão está presente no dia-a-dia dos gestores, que

procuram amenizar os riscos de suas ações utilizando informações que possam auxiliá-

los neste processo.

A este mister, cabe à contabilidade preocupar-se em prover não somente

informações de natureza quantitativa, mas também qualitativa, e, para isso, se torna

necessário conhecer as variáveis que influenciam o processo decisório.

A tomada de decisão, em qualquer dos níveis gerenciais, é um processo

bastante complexo, na medida em que pessoas diferentes diante de uma mesma

situação tomam decisões distintas, ou até a mesma pessoa pode tomar decisões

diferentes sobre um mesmo problema, em momentos distintos. Tal fato ocorre porque

a tomada de decisões é também influenciada por fatores subjetivos como a emoção, os

sentimentos e a intuição. Além desses, podem ser citados a própria cultura

organizacional, os valores e as crenças pessoais e, principalmente, o tempo para

decidir sobre o problema.

A informação contábil não se restringe às demonstrações contábeis, mas,

também, a relatórios gerenciais diversos, de caráter de acompanhamento do negócio e

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107

preditivo. Atenção especial deve ser dada ao fato de que a existência da informação

contábil, por si só, não implica em sua utilização. As pessoas devem se sentir

motivadas a utilizar esta ferramenta, conhecendo seus benefícios.

Este trabalho demonstrou a evolução da contabilidade, a aplicação do

Sistema de Informação Contábil e a sua importância para a eficácia da gestão

empresarial, por meio da otimização dos resultados através do Balanced Scorecard.

Contudo, se pode afirmar que este modelo satisfaz plenamente a controladoria quando

se trata da eficácia e eficiência da gestão.

Conclui-se, que os assuntos abordados aqui estão fortemente presentes na

realidade da função do gestor, e que é primordial pelo menos um conhecimento básico

de controladoria e sistema de informação contábil para uma bem sucedida tomada de

decisão, principalmente nas grandes corporações industriais, ainda que as pequenas e

médias empresas também possam ser beneficiadas pelo uso das informações contábeis

como ferramenta de tomada de decisões empresariais.

Entretanto novos trabalhos sobre tema, que é amplo, serão sempre bem-

vindos.

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