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CONSIDERAÇÕES SOBRE MIGRAÇÕES NO MUNICÍPIO DE PIRAPORA -
NORTE DE MINAS - MINAS GERAIS, CENSO 20101
JÉSSICA CAROLINE PORTO TAVARES
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS (UNIMONTES)
GILDETTE SOARES FONSECA
UNIMONTES - [email protected]
RESUMO
As migrações se configuram em processo social com grandes implicações cultural,
social, política, entre outras. No Brasil, a mobilidade da população é acentuada em
função das disparidades socioeconômicas existentes entre municípios, microrregiões,
mesorregiões e Unidades da Federação. Não importa a escala de análise sempre pode
identificar fatores de atração e perda populacional. Neste contexto, este trabalho tem por
objetivo apresentar o destino dos emigrantes e a origem dos imigrantes de Pirapora -
município da Mesorregião Norte de Minas - Minas Gerais. Para tanto, utilizou-se dados
do Censo Demográfico de 2010. A abordagem metodológica consistiu em pesquisa
bibliográfica, tratamentos dos dados e elaboração de tabelas e mapas. Os resultados
obtidos indicam que o número de emigrantes supera o de imigrantes. Quanto ao destino
dos emigrantes e a origem dos imigrantes predomina maior volume de fluxo
intraestadual.
Palavras - Chave: Pirapora. Norte de Minas. Emigração. Imigração. Censo 2010.
INTRODUÇÃO
O estudo das migrações interna ou internacional, torna-se cada vez mais relevante, uma
vez que envolvem aspectos sociais, políticos, econômicos, culturais, entre outros. Por
ser um processo social, as pesquisas podem refletir a organização e a des(re)organização
das sociedades e retratar desigualdades. A migração se configura em mobilidade
geográfica ou espacial "[...] um país para outro ou, dentro do mesmo país, de uma
região para outra, envolvendo, em geral, a transferência de residência do lugar de
origem ou local de partida para o lugar de destino ou lugar de chegada" (IBGE, 1969,
p.62).
As migrações se distinguem entre espontâneas quando se migra por vontade própria, ou
forçada, quando o sujeito é obrigado a se deslocar por motivo de guerra, perseguições
de Estado ou política e até mesmo desastres naturais. Muitos indivíduos migram
1 Trabalho de Conclusão de Curso.
temporariamente ou definitivo, podendo ocorrer por etapas. “Muitos imigrantes não
sabem se vão ou não abandonar por completo a terra natal; levados pela necessidade
partem por um período de tempo [...]” (BEAUJEU - GARNIER,1980, p. 203).
Diante do exposto, este trabalho tem por objetivo apresentar o destino dos emigrantes e
a origem dos imigrantes de Pirapora - Mesorregião Norte de Minas. A abordagem
metodológica baseou-se em pesquisa bibliográfica, tratamento de dados no software
Statistical Package for Social Sciences (SPSS), elaboração de tabelas e mapas. A base
de dados utilizada foi do Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) de 2010. Em termos operacionais considerou-se o quesito: Município
de Residência em 31 de julho de 2005 (data fixa).
Conforme Rigotti (1999, p. 16-17), o quesito data fixa do “[...] ponto de vista analítico,
este é um dado de fácil interpretação. O migrante será conceituado como aquele que
residia em lugares diferentes nas duas datas, enquanto o não-migrante residia no mesmo
local”. No quesito data fixa, referente ao Censo de 2010, foi identificado a residência do
indivíduo em 2005 em relação a 2000, portanto os dados apontam a emigração e
imigração em um período de cinco anos (2000 a 2005).
Após a compilação dos dados identificou-se mais emigrantes do que imigrantes. O
maior volume de emigrantes teve como destino municípios de Minas Gerais, portanto
emigração intraestadual, com destaque para municípios da Mesorregião Triângulo
Mineiro/Alto Paranaíba; quanto a emigração interestadual, identificou-se para outras
Unidades da Federação, principalmente São Paulo e Goiás. Em relação à origem dos
imigrantes, também predomina imigrantes intraestaduais.
1 CONSIDERAÇÕES SOBRE MIGRAÇÕES NO BRASIL
É difícil conceituar migração, pois “[...] inexiste unanimidade no entendimento do que
seja migração, migrante ou, simplesmente, mobilidade [...]” (SALIM, 1992, p. 119). No
entanto, é válido refletir e entender que se trata de um processo social que envolve
vários aspectos: socioeconômico, desequilíbrio financeiro, motivos políticos, guerras,
antagonismos, catástrofes naturais, entre outros.
Pode-se distinguir as migrações internas em: intrarregional na mesma região;
interregional entre regiões diferentes; intraestadual no contexto do mesmo Estado;
interestadual entre dois ou mais Estados; intramunicipal no mesmo município;
intermunicipal entre municípios distintos; além das migrações rural e urbana. Deve-se
diferenciar também emigração e imigração. Para o IBGE (1969, p. 62):
As palavras imigração e emigração se referem ao movimento para dentro e
para fora, respectivamente, de certo território. A migração processada de um
mesmo país e que consiste no deslocamento entre diferentes partes dêsse (sic)
território constitui a migração interna.
Assim, pode-se apontar que o indivíduo é emigrante ao sair do local de origem e torna-
se imigrante ao chegar ao local de destino. Em relação ao saldo migratório, se configura
na diferença entre o número de imigrantes (I) e o número de emigrantes (E).
No Brasil, para Théry; Mello (2005), a primeira grande mobilidade interna ocorreu de
1877 a 1880, em função da seca que assolou a Região Nordeste. A população afetada
pelos efeitos da seca migrou para a Região Norte, acreditava que o fato de ser local com
muita água teria uma vida mais digna. “Mais de um milhão de nordestinos vieram,
assim, instalar-se na Amazônia, e muitos ficaram após o desmoronamento do sistema da
borracha” (THÉRY; MELLO, 2005, p. 40). Muitos migrantes tiveram o próprio
governo como incentivador, alguns retornaram, outros morreram de malária e outras
doenças, poucos resistiram e adaptaram a Região Norte.
A história migratória se perpetua no Brasil, ligada intrinsecamente aos aspectos
econômicos característica que ocasiona novas emigrações ou imigrações de retorno,
pressupondo que: “[...] quando a sobrevivência dos habitantes de uma região é
ameaçada, a tendência é procurarem outras regiões, principalmente, aquelas onde há
promessa de vida melhor” (MARTINS; VANALLI, 1997, p. 43).
Para Théry; Mello (2005), a migração interna tem momentos históricos e destacam:
final do século XIX, migração do Nordeste para o Norte (em função do longo período
de seca); no século XX, migração do Nordeste para o Norte,do Sul para o Centro-Oeste
e Sul para Norte (fronteiras agrícolas), do Sul para o Sudeste e do Nordeste para o
Sudeste (industrialização). A partir de 1950, houve no Brasil crescimento da população
na Região Sudeste, devido a industrialização, principalmente nas Regiões
Metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro.
Neste contexto, surgiram graves problemas sociais, aumento da violência, exclusão
social, expansão urbana desordenada, entre outros, em consequência aumenta "[...] o
fenômeno da chamada "urbanização por expansão de periferias", forçando ainda mais a
pressão por infraestrutura urbana, transporte coletivo, etc" (SCHMIDT; FARRET, 1986,
p.9).
Além da migração rural / urbana, ocorreu migração intraestadual e interestadual, mas os
grandes centros não tinham infraestrutura para absorver toda a mão de obra. Além do
que aumentou a demanda por serviços básicos, desemprego, desigualdade social,
hostilidade e grandes aglomerações subnormais. As aglomerações subnormais
representam, para o IBGE (2013, p. 2):
O conjunto constituído por 51 ou mais unidades habitacionais caracterizadas
por ausência de título de propriedade e pelo menos uma das características
abaixo:- irregularidade das vias de circulação e do tamanho e forma dos lotes
e/ou - carência de serviços públicos essenciais (como coleta de lixo, rede de
esgoto, rede de água, energia elétrica e iluminação pública).
Apesar dos problemas no processo de urbanização seja pela chegada ou não de
emigrantes, a mão de obra dos migrantes foi e continua sendo de suma importância para
a economia do Brasil. Brito; Marques (2005, p.14) relatam: “[...] o Brasil de hoje fez da
migração interna uma atividade risco. Antes era uma alternativa para a mobilidade
social, agora é uma mera alternativa para a sobrevivência, e, mesmo assim
indispensável.”
A emigração ou imigração interna no Brasil é e continuará sendo um processo social
com implicações territoriais, culturais e econômicas. O país tem grande potencial,
apesar da crise política e econômica que acabou com vários postos de trabalho, arranjos
produtivos, mas assim que ocorrer retomada do crescimento novos fluxos migratórios
surgirão.
2 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE PIRAPORA - NORTE DE MINAS
- MINAS GERAIS E RESULTADOS DA PESQUISA
O Estado de Minas Gerais foi regionalizado pelo IBGE (1990), em 12 mesorregiões e
66 microrregiões. Dentre as mesorregiões, tem-se a Mesorregião Norte de Minas que
abrange 89 municípios distribuídos em sete microrregiões: Bocaiúva, Grão Mogol,
Janaúba, Januária, Montes Claros, Salinas e Pirapora.
No Norte de Minas, as Microrregiões de Bocaiúva e Grão Mogol compreendem menos
municípios, sendo respectivamente cinco e seis; as Microrregiões de Pirapora (10),
Janaúba (13), Januária (16), Salinas (17) e a Microrregião de Montes Claros possui 22
municípios (IBGE, 2010).
O município de Pirapora, área deste estudo, integra a Microrregião de Pirapora,
juntamente com os municípios de Buritizeiro, Ibiaí, Jequitaí, Lagoa dos Patos,
Lassance, Riachinho, Santa Fé de Minas, São Romão e Várzea da Palma.
Geograficamente Pirapora limita-se com os municípios de Buritizeiro e Várzea da
Palma (Figura 1).
Figura 1 - Localização e limites de Pirapora na Microrregião de Pirapora - MG
Pirapora ocupa posição geográfica regional privilegiada, pois dista em linha reta 169 km
de Montes Claros (polo regional), acesso pela BR 365; 340 km da capital mineira, Belo
Horizonte, acesso pela BR 496 e 540 km de Brasília - Distrito Federal, acesso pela BR
040, todas pavimentadas.
A cidade de Pirapora localiza-se à margem direita do Rio São Francisco e tem como
marco 17° 21' 55" Latitude Sul e 44° 56' 59" Longitude Oeste. Apresenta a maior
dinâmica econômica da Microrregião de Pirapora, com parque industrial. Fonseca
(2015, p. 97), aponta que predomina indústrias do setor metalúrgico e minerais não-
metálicos na cidade de Pirapora:
[...] Ligas de Alumínio S.A (LIASA), Companhia Ferro Ligas de Minas
Gerais (MinasLigas), Inonibrás Inoculantes e Ferro Ligas Nipo-Brasileira,
Cachoeira Velonorte, Companhia de Fiação e Tecidos (Cedronorte), Grisbi
Nordeste S.A e Transportes Wamag Ltda.
Também faz parte da economia local a rede de comércio, projetos de irrigação com
significativa produção de frutas, além do Terminal Intermodal de Pirapora que integra o
Programa Pró-Noroeste, parceria com o governo de Minas Gerais, Federação da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (FAEMG) e Banco do Brasil,
fundamental no escoamento de grãos produzidos na Mesorregião Noroeste de Minas.
Como já mencionado, este estudo, tem como base os dados do Censo Demográfico de
2010, os mesmos foram processados no software SPSS, utilizou-se o quesito: Município
de Residência em 31 de julho de 2005 (data fixa). Analisou-se o volume de emigrantes
e imigrantes de 2000 a 2005 de Pirapora em relação à malha de municípios do Brasil.
Com base no IBGE (2010), emigraram de Pirapora 6.689 pessoas, sendo que no mesmo
período identificou-se 4.312 imigrantes, portanto saldo migratório negativo. O volume
de emigrantes representa 13,29% da população total de 2000 e 12,53% de 2010. O
número de imigrantes representa 8,57% da população total de 2000 e 8,08% da
população recenseada em 2010.
Em relação ao destino dos emigrantes de Pirapora por Unidades da Federação,
identificou-se maior volume para Minas Gerais, sendo 4.526 (Figura 2).
Figura 2 - Destino dos emigrantes de Pirapora - MG
Para as demais Unidades da Federação verificou-se menor quantidade, sendo: para São
Paulo (725); Goiás (464); Brasília-DF (244); Bahia (196); Rio de Janeiro (164); Rio
Grande do Sul (112); Mato Grosso do Sul (70); Paraná (57); Maranhão (38); Santa
Catarina (34); Pará (20); Tocantins (19); Espírito Santo (14) e por fim, Mato Grosso
com apenas seis.
Em relação aos destinos dos emigrantes de Pirapora para Minas Gerais, identificou-se
maior volume para a Mesorregião Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba (1.627); na
sequência Norte de Minas (1.347) e 1.021 para a Mesorregião Metropolitana de Belo
Horizonte (Figura 3).
As demais mesorregiões receberam de Pirapora bem menos emigrantes: emigraram 164
pessoas para a Mesorregião Central Mineira; 131 para o Noroeste de Minas ; 104
pessoas para a Zona da Mata ; 87 para o Oeste de Minas. As mesorregiões que
receberam menor quantidade de emigrantes foram Vale do Rio Doce (13); Campo das
Vertentes (três) e Jequitinhonha (dois). Não teve emigrantes com destino para a
Mesorregião do Vale do Mucuri.
Figura 3- Destino dos emigrantes de Pirapora para as Mesorregiões geográficas
de Minas Gerais
Selecionou-se e agrupou-se os municípios por mesorregião com menos de 300
emigrantes (Tabela 1).
Tabela 1 – Destino dos emigrantes de Pirapora para Mesorregiões de Minas
Gerais Municípios
Quantidade de
emigrantes
Mesorregião
Felício dos Santos
2
Jequitinhonha
Ritápolis
3
Campo das Vertentes
Timóteo
13
Vale do Rio Doce
Ubá 11
Zona da Mata
Juiz de Fora
93
Ibiraci 5
Sul / Sudoeste de Minas
Capitólio 6
São Gonçalo do Sapucaí 9
São Sebastião do Paraíso
10
Córrego Danta 5
Oeste de Minas
continua
Conceição do Pará 10
Divinópolis 10
Itaúna 18
Nova Serrana
42
conclusão
Varjão de Minas 3
Noroeste de Minas
São Gonçalo do Abaeté 4
Guarda-Mor 5
Unaí 10
Brasilândia de Minas 27
João Pinheiro 33
Buritis
49
Augusto de Lima 3
Central Mineira
Presidente Juscelino 3
Buenópolis 5
Felixlândia 8
Inimutaba 9
Curvelo 10
Martinho Campos 36
Três Marias 82
Fonte: IBGE, Censo 2010 (data fixa). Org.: PORTO, J. C., 2017
A partir da leitura dos dados pode-se identificar forte relação de Pirapora com
municípios das Mesorregiões Central Mineira, Noroeste de Minas e Oeste de Minas,
especialmente Três Marias (Central Mineira); Buritis (Noroeste de Minas) e Nova
Serrana (Oeste de Minas). No entanto, o maior volume foi para Juiz de Fora, inserido na
Zona da Mata.
De todos os municípios do Norte de Minas, Montes Claros foi o principal destino dos
emigrantes de Pirapora. Todavia ao analisar por microrregião tem-se maior volume na
Microrregião de Pirapora (786), depois as Microrregiões de Montes Claros (456),
Januária (44); Salinas (39); Janaúba (28) e apenas 16 para a Microrregião de Bocaiúva.
Não foi identificado município da Microrregião de Grão Mogol.
Foram destino dos emigrantes na Microrregião de Bocaiúva, somente os municípios de
Bocaiúva e Olhos D'Água, sendo que a microrregião é composta por cinco municípios.
Na Microrregião de Janaúba, que compreende 13 municípios, identificou-se: Janaúba e
Porteirinha. Na Microrregião de Salinas, que abrange 17 municípios, apenas o
município de Taiobeiras foi destino dos emigrantes de Pirapora.
Na Microrregião de Januária, que compreende 16 municípios, têm-se os municípios de
Januária, Itacarambi e Urucuia. Na Microrregião de Montes Claros, que abrange 22
municípios, além de Montes Claros identificou-se: São João do Pacuí; Ubaí; Patis;
Luislândia; Ponto Chique e Francisco Sá.
Todos os municípios da Microrregião de Pirapora foram destino dos emigrantes de
Pirapora. Os municípios de Várzea da Palma e Buritizeiro se destacaram com mais de
200 emigrantes; identificou-se com menos de 100 emigrantes: Jequitaí; Ibiaí; Lassance;
São Romão; Santa Fé de Minas; Lagoa dos Patos Riachinho (Tabela 2).
Tabela 2 - Municípios de destino dos emigrantes de Pirapora para a Mesorregião
Norte de Minas
Municípios Nº de emigrantes Microrregião
Taiobeiras
39
Salinas
Porteirinha 10 Janaúba
Janaúba
18
Olhos-d'água 3 Bocaiúva
Bocaiúva
13
Urucuia 7 Januária
Itacarambi 8
Januária
29
Juramento 4
Montes Claros
São João do Pacuí 4
Ubaí 5
Patis 7
Luislândia 11
Ponto Chique 23
Francisco Sá 50
Montes Claros
352
Riachinho 7
Pirapora
Lagoa dos Patos 20
Santa Fé de Minas 30
São Romão 39
Lassance 45
Ibiaí 52
Jequitaí 76
Buritizeiro 245
Várzea da Palma 250
Fonte: IBGE, Censo 2010 (data fixa). Org.: PORTO, J. C., 2017
Em relação a imigração, ou seja, a origem das pessoas que chegaram em Pirapora no
período de 2000 a 2005, mensuradas pelo Censo de 2010, pode-se apontar que
predomina imigração intraestadual (Figura 4).
Figura 4 - Origem dos imigrantes de Pirapora - MG
Predomina imigrantes de municípios de Minas Gerais, em segundo lugar, com menor
volume, tem-se a Bahia (389). Das demais Unidades da Federação identificou-se
volume de imigrantes inferior a 300: São Paulo (255); Distrito Federal (252); Rio de
Janeiro (154); Goiás (121); Mato Grosso (24); Santa Catarina (22); Paraná (20); Ceará
(13); Paraíba (12); Pernambuco (10) e nove do Mato Grosso do Sul. Não foram
registrados imigrantes dos Estados da Região Norte, assim como do Espírito Santo,
Região Sudeste; do Rio Grande do Sul, Região Sul e do Maranhão, Piauí, Rio Grande
do Norte, Alagoas e Sergipe, todos da Região Nordeste.
Ao selecionar os municípios por Estados identificou-se apenas nove imigrantes de
Brasilândia (Mato Grosso do Sul); 10 de Recife (Pernambuco); 12 de Nazarezinho,
(Paraíba); 13 de Fortaleza (Ceará); 20 de Mallet (Paraná); 22 de Joinville (Santa
Catarina); 13 de Cuiabá e 12 de Canarana (Mato Grosso).
Em relação aos imigrantes de Minas Gerais selecionados por mesorregiões, identificou-
se maior volume do Norte de Minas (1.358) e nenhum imigrante da Mesorregião Vale
do Mucuri (Figura 5).
Figura 5 - Origem dos imigrantes das Mesorregiões geográficas de Minas Gerais
Das demais mesorregiões têm-se: Metropolitana de Belo Horizonte (542); Triângulo
Mineiro/Alto Paranaíba (472); Jequitinhonha (171); Noroeste de Minas (168); Central
Mineira (11); Vale do Rio Doce (50); Sul/Sudoeste de Minas (55); Zona da Mata (42);
Campo das Vertentes (27) e nove do Oeste de Minas. É válido pontuar que 26
imigrantes declararam não saber o nome do município.
Ao selecionar por município, apenas de Diamantina foi registrado mais de 100
imigrantes para Pirapora; o menor número de imigrantes foi seis de Joaquim Felício,
Mesorregião Central Mineira. Identificou-se apenas um município da Mesorregião
Oeste; dois municípios da Zona da Mata, Campo das Vertentes e da Mesorregião Vale
do Rio Doce; cinco municípios do Sul/Sudoeste de Minas, do Jequitinhonha e da
Central Mineira e da Mesorregião Noroeste de Minas, seis municípios. O maior volume
total de imigrantes tem como origem a Mesorregião Jequitinhonha (Tabela 3).
Tabela 3- Destino dos imigrantes das Mesorregiões de Minas Gerais para o município
de Pirapora- MG
Origem Nº de imigrantes
Mesorregiões
Divinópolis 9
Oeste de Minas
São João Del Rei 7 Campo das Vertentes
Lavras 20
Ipatinga 11
Vale do Rio Doce Governador Valadares 39
Manhuaçu 11
Zona da Mata Juiz De Fora 31
Bom Despacho 8
Central Mineira
Corinto 59
Curvelo 29
Joaquim Felício 6
Três Marias 9
Caraí 12
Jequitinhonha
Medina 12
Datas 13
Pedra Azul 15
Diamantina 118
São Gonçalo do Abaeté 12
Noroeste de Minas
Varjão de Minas 19
Brasilândia de Minas 19
Unaí 21
João Pinheiro 41
Paracatu 56
Cachoeira de Minas 8
Sul / Sudoeste de Minas
Fortaleza de Minas 13
Lambari 12
Passos 11
Poços de Caldas 11
Fonte: IBGE, Censo (data fixa ), 2010. Org.: Porto, J. C., 2017
Do Norte de Minas, o município de Pirapora recebeu maior número de imigrantes dos
municípios da Microrregião de Pirapora, sendo 806. Da Microrregião de Montes Claros
identificou-se 395 e das demais microrregiões menor volume: Januária (125); Salinas
(18) e Janaúba (14). Não foi identificado nenhum imigrante das Microrregiões de Grão
Mogol e Bocaiúva. Identificou-se a maior origem dos imigrantes de Buritizeiro, Várzea
da Palma, Montes Claros e Ibiaí (Tabela 4).
Tabela 4 - Origem dos imigrantes da Mesorregião Norte de Minas para Pirapora - MG
Origem Número de imigrantes Microrregião
Janaúba 14 Janaúba
Águas Vermelhas 6 Salinas
Vargem Grande do Rio Pardo 12
Pintópolis 9 Januária
São Francisco 20
Januária 30
Urucuia
66
Campo Azul 9
Montes Claros São João da Lagoa 22
São João do Pacuí 22
Ponto Chique 10
Brasília de Minas 40
Coração de Jesus 51
Montes Claros 241
São Romão 27
Pirapora
Jequitaí 45
Lagoa dos Patos 69
Ibiaí 133
Buritizeiro 265
Várzea da Palma 267
Total 1.358
Fonte: IBGE, Censo (data fixa ), 2010. Org.: Porto, J. C., 2017
O maior volume de imigrantes teve como origem os municípios de Várzea da Palma,
Buritizeiro e Montes Claros, todos relativamente próximos de Pirapora, sendo
respectivamente em linha reta: 34,72 km; 5,06 km; 170 km. Com exceção de Montes
Claros, os demais municípios apresentam menor população que Pirapora. No Censo de
2010, foram recenseados em Pirapora 53.358 habitantes; em Montes Claros, 361.915
habitantes; em Várzea da Palma, 35.809 habitantes e em Buritizeiro 26.922 habitantes
(IBGE, 2010).
Em geral, a imigração é intraestadual, com significativo volume de imigração
interregional. Destaca-se quantidade de imigrantes das Mesorregiões Metropolitana de
Belo Horizonte e Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba. Quanto a imigração interestadual
se destaca a origem de municípios da Bahia.
Na emigração foi registrado maior volume da Mesorregião Triângulo Mineiro/Alto
Paranaíba e na imigração da Mesorregião Norte de Minas. Na emigração a
Metropolitana de Belo Horizonte ficou em terceiro lugar em quantidade de emigrantes,
já na imigração ficou em segundo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A migração é um processo social com implicações familiar sociais, econômicas e
culturais. No Brasil, as migrações, em sua maioria estão intrinsecamente ligadas ao
dinamismo socioeconômico que cada localidade apresenta, bem como as articulações
políticas, socioeconômicas, estruturais e geográficas.
Neste estudo, analisou-se o volume de emigrantes e imigrantes de 2000 a 2005 de
Pirapora, tendo como base o Censo Demográfico de 2010. Identificou-se 6.689
emigrantes (saíram de Pirapora) e 4.312 imigrantes (chegaram a Pirapora).
Tanto a emigração como a imigração, foi analisada em relação aos municípios do
Brasil, assim classificou-se em mobilidade intraestadual e interestadual. Em relação ao
destino interestadual, identificaram-se municípios de São Paulo, Goiás, Bahia, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Paraná, Maranhão, Santa Catarina,
Pará, Espírito Santo, Tocantins e Mato Grosso. Também identificou emigrantes para
Brasília - Distrito Federal.
A emigração intraestadual, foi agrupada por mesorregiões, sendo que predominou
emigração para as Mesorregiões Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, Norte de Minas e
Metropolitana de Belo Horizonte. Apenas a Mesorregião Vale do Mucuri não recebeu
indivíduos de Pirapora. No geral, o maior volume de emigrantes teve como destino o
município de Uberlândia, inserido no Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba.
No contexto, da emigração no Norte de Minas, pode-se destacar como destino os
municípios de seis das sete microrregiões, apenas não teve emigrante para a
Microrregião de Grão Mogol. Os principais destinos foram Montes Claros
(Microrregião de Montes Claros); Várzea da Palma e Buritizeiro (Microrregião de
Pirapora).
No que se refere a origem dos imigrantes interestaduais, pode-se destacar municípios da
Bahia. Todavia, identificou-se também pessoas que vieram de municípios de São Paulo,
Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso, Santa Catarina, Paraná, Ceará, Paraíba,
Pernambuco e Mato Grosso do Sul, além de Brasília - Distrito Federal.
O maior volume de imigrantes intraestaduais foi do Norte de Minas, depois
Metropolitana de Belo Horizonte e Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba. Não se
identificou imigrante da Mesorregião Vale do Mucuri. Pode-se identificar maior número
de imigrantes de Belo Horizonte e Uberlândia.N contexto de todas as mesorregiões a
Mesorregião Jequitinhonha não apresentou significativo volume de imigrantes, apesar
de que vieram mais de cem (100) imigrantes do município de Diamantina
No Norte de Minas, o volume de imigrantes foi maior dos municípios de Montes Claros
(Microrregião de Montes Claros); Várzea da Palma, Buritizeiro e Ibiaí (Microrregião de
Pirapora). Na imigração não foi identificado imigrante das Microrregiões de Grão
Mogol e Bocaiúva.
Pode-se concluir a forte relação de integração, no que se refere a emigração de Pirapora
no contexto interestadual, principalmente para São Paulo no âmbito intraestadual,
especialmente com municípios do Norte de Minas. Há conexão significativa na
imigração interestadual, notadamente com municípios da Bahia e intraestadual com
municípios próximos de Pirapora.
REFERÊNCIAS
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Carvalho.2. ed. São Paulo: Editora Nacional, 1980.
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