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Projeto de Conclusão de curso Design Gráfico da Universidade do Vale do Itajaí, do aluno Willian Fernando Mengarda Paulo.

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Expediente #00 / Segundo Semestre ‘11

CAPA:Willian Fernando Mengarda Paulo

Colaboradores

01- Marcos Holtz02- Ana Kaczen03- Andressa Pavanello04- Martha Kienast05- Guilherme Sisnandes Dos Reis06- Dani Sisnandes07- André Rodrigues08- Giovani Canan09- Alex Reuter10- Felipe Hort11- Lucas Bittencourt Muller12 -Max Yan13- André Horta14- Bruno Seára15- Válvula Rock16- Leyla Beraldo17- Vinicius de Oliveira18- Mary Meürer19- Daniel Cajal20- Carol Macam21- Maíra Marenzi22- Junior Gonçalves23- Renan Pocahy24- Carolina Vieceli25- Bullet Bane

Direção:Willian Fernando Mengarda PauloMarco Aurelio Dos Santos

Diretor de Criação:Willian Fernando Mengarda PauloMarco Aurelio Dos Santos

Editor Chefe:Willian Fernando Mengarda Paulo

Editoras:Dani SisnandesMartha Kienast

Revisão:Dani SisnandesMartha Kienast

JornalistaConvidado:Anderson Davide Oliveira

Design:Willian Fernando Mengarda Paulo

Redação:Dani SisnandesMartha Kienast

Gerente de Projeto:Willian Fernando Mengarda Paulo

Fotografos:Willian Fernando Mengarda PauloAna Kaczen

Ilustrador Convidado:Felipe Hort

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Desde que a cena teve um grande declínio e praticamente fechou as portas para festivais na região de Balneário Camboriú, as coisas têm mudado significativamente por essas terras.

As casas de shows aderiram a ramos (muito) mais rentáveis, vários dos músicos se desplugaram e assumiram a roupa social e o público...ah o público migrou para baladas que antes repudiava.

O caos se instalou e o silencio predominou nos palcos abandonados. Até que graças aos resistentes apoiadores da música independente, o rock tomou novamente um fôlego de adolescente. Várias foram as iniciativas corajosas, algumas nem tão bem sucedidas é verdade, mas mesmo assim, plausíveis de respeito.

O segundo semestre de 2011 estampou uma nova realidade. Shows, festivais, grandes nomes, bandas locais se destacando. Uma inebriante sensação de que estamos na ativa novamente e sim, reassumimos o lugar no roteiro nacional dos festivais.

A Condutor foi para a linha de frente, registrou shows épicos, conversou com as bandas, condensou uma série de experiências e traz uma amostra do que aconteceu nos últimos meses.

A expectativa agora é como serão os próximos tempos. Será que a efervescência escancarada nesse período é o prenúncio de um futuro para o rock na região?

Difícil afirmar alguma coisa. Difícil pensar que não se considerarmos a contagiante vontade das bandas, a brava relutância dos organizadores e o início da formação de um público afoito por fazer história. Camisas pretas, rodas punk, rock, hardcore, sejam bem-vindos de volta!

Condutor #00

Achados e Perdidos

Sugar Kane

Valvula Rock

Enjoy Hardcore Festival

Coverfest

Mute

Undermusic

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inglês?

Capilé – O próximo CD vai ser em russo (risos) Qual a língua da República Tcheca?

Rick – Tcheco.

Capilé – Tcheco, isso. Acho que vai ser em português, talvez uma música ou outra em inglês. Que também a gente não quer abandonar o lance de tocar fora, como a gente já vem fazendo. Mas a priori ele vai ficar em sua grande parte em português.

Como é o resultado desse tipo de trabalho na gringa? Vocês percebem que o pessoal acaba se interessando mais pela banda? Eles olham com outros olhos pelas músicas serem

Vocês vêm quase todos os anos lançando novos trabalhos e vão

continuar com as vendas do último EP, Digital Native, até o final do ano. Vocês já estão trabalhando em algo para 2012?

Capilé – Para ano que vem já começa-mos a pensar nosso próximo disco. Com certeza vamos lançar um disco de estúdio e também o DVD em comemo-ração aos 15 anos da banda. Não sabemos ainda o que vem antes, porque não depende só da gente, mas com certeza são os dois projetos que temos para 2012, antes do mundo acabar.

E o que o público pode esperar dele? Vai ter músicas em português, ou vão continuar investindo nas de

Com quase quinze anos de estrada, a banda Sugar Kane comemora com muito bom humor a fase atual do quarteto. Depois de mudanças na formação, saída de Curitiba para alçar novos vôos na terra prometida

de São Paulo, centenas de shows (dentro e fora do país) e muita música, o SK celebra a maturidade com novos planos e promete pra 2012, antes

que o mundo acabe, mais um álbum pra coleção e um DVD ao vivo.Na passagem da banda por Balneário Camboriú, antes do show no Arena, no dia 30 de outubro, Alexandre Capilé (vocalista e guitarra),

André Dea (baterista), Flávio Guarnieri (baixo) e Rick Mastria (guitarra solo e vocais) receberam a Condutor para um bate papo sobre

o passado, presente e futuro da banda. Confere aí.

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em inglês?

André Dea – Na verdade a gente che-gou lá pensando em só tocar músicas em inglês. E aí o cara que era o tour manager falou, “olha vocês têm que tocar umas músicas em português”. Porque a galera aqui acha estranho, eles querem olhar vocês e ver tipo, que vocês são do Brasil mesmo.

Rick – É isso é um caso da Alemanha também né, não sei se a gente fosse para os Estados Unidos, talvez fosse diferente.

Capilé – É que inglês facilita que os outros países entendam o que a gente está passando. O português pode ser tipo

legal pra eles, mas eles não vão entender nada. Por isso acho importante ter um material em inglês também pra quem gosta de fazer shows fora do Brasil.

Mas rola algum tipo com dilema, entre agradar o publico lá fora, mas também fazer músicas em português para o pessoal que acompanha vocês aqui no Brasil?

Capilé – Não, na real a gente só fez em inglês porque queria ter um material pra levar pra turnê.

É mais vocês já fizeram antes outros trabalhos em inglês, né?

Musica - Por Dani Sisnandes

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evolução de todas as épocas, colhe o que plantou também. Mas a banda está super bem, se diverte, fica bem louco. (risos)

Como vocês percebem esse momento do cenário underground? Aqui tínhamos uma cena bem forte, mas passou por uma época de declínio. Como vêem isso por aí?

Capilé - Tem lugares que diminuiu mesmo. Camboriú era um lugar super forte. A gente chegava aqui e tocava pra duas, três mil pessoas naqueles festi-vais que tinha no começo do século, no Armazém e tal. Mas sempre existiu uma galera hardcore aqui. Pra cena, Cambo-riú sempre foi um pólo forte. Mas as coisas mudam, tem horas que na cena, às vezes as bandas estão na moda e em outras não. Há uns tempos atrás a cena estava bem caída no Brasil inteiro. Agora começou a dar um revival, mas não tão moda quanto foi no começo do século.

E como é que é passar por isso, vocês acabam tendo que se

Capilé – É, o nosso primeiro CD foi inglês, porque na época era normal. Todo mundo que tocava hardcore no Brasil tocava em inglês. Não existia nenhuma referência em português, mas a gente gosta dos dois. Se sente bem fazendo tanto letras em português como em inglês. A gente sabe que nossa grande base é a galera do Brasil, então temos que continuar investindo no português.

Rick – É e numa dessas dá pra pegar a mesma gravação e fazer a letra em português.

Depois desses anos na estrada como vocês vêem o momento atual do Sugar Kane?

Capilé - A história da banda já teve três formações. A primeira foi a galera que formou a banda mesmo, que durou uns quatro, cinco anos. Depois veio a formação que ficou conhecida em nível nacional. E essa formação que está agora, que é tão forte quanto e trouxe ainda mais coisa. Acho que a gente vive a

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reinventar né?Capilé – Ah a gente vende o corpo. (risos)

André Dea – Mas aí que tá. O Sugar Kane conseguiu ter uma galera nova que começou a gostar da banda. Não é só a galera das antigas. Então tipo com esse último disco e o de 2009 a gente con-seguiu que muita gente mais nova tam-bém gostasse da banda de novo. Então o público meio que dá uma renovada. Talvez se a gente fosse depender só da galera das antigas, não tivesse tanto público. Porque a galera das antigas também pára de ir em shows né, fica véia e pára. (risos)

Capilé – E a gente também não ficou

tão preso à cena hardcore. A gente é amigo de um monte de bandas que não são de hardcore. Dá um role, às vezes toca em esquemas que não tem a ver com o hardcore em si.

Então vocês não se rotulam como hardcore?

Rick – A gente é uma banda de rock’n roll tocando hardcore. Acho que hoje em dia, com essa formação a gente tem muita influência de rock’n roll. Eu por exemplo, ouço hardcore desde moleque, mas nunca foi a minha raiz. Eu sempre curti um som mais pesado e agora vai passando essas influências pra banda. Mas ainda é uma banda de hardcore.

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com a gente, chegando lá, na convivên-cia, no dia a dia, percebemos que o cara não tinha muito a ver com a gente. Daí trocamos e entrou o Flavinho. Tem o Vini que era o guitarrista da formação original. Ele nunca chegou a se mudar pra São Paulo. Então nesse vai e volta acabou desgastando o cara, porque ele é casado e também trabalhava. Daí nisso o Rick estava ali, já tinha substituído ele algumas vezes. Então essa nova fase da banda surgiu com uma galera que não era o Sugar Kane. Tanto o Flavinho que já tocou em várias bandas como o Rick, acabou juntando uma entidade ali. “Você toca? Não quer parar? Então vamos tocar no nome Sugar Kane todos juntos”. E é legal porque hoje é uma galera bem resolvida.

E como é lá, vocês vivem juntos e tal?

Capilé – Eu sou casado com o André. (risos)

André Dea – É a gente é casado há quatro anos, vamos adotar uma criança

André Dea – Mas a gente tem plena convicção que o Sugar Kane é uma banda de punk rock/hardcore, apesar de as influências serem diversas, com outros tipos de rock o SK é hardcore.

Capilé – Na hora de compor a gente sabe. Essa é uma musica para o Sugar Kane, essa não é. Teve épocas em que a gente teve crises existenciais musicais, de querer ser tudo dentro do nome Sugar Kane. Hoje não, a gente sabe que o SK tem a estética punk rock. Isso é legal, não é uma limitação, é um conceito. Então a gente tenta trabalhar isso. O nosso lado punk rock, mas sempre trazendo as coi-sas que a gente gosta, naturalmente.

Existe essa coisa que as bandas precisam ir pra São Paulo pra acontecer. Como foi pra vocês saírem de Curitiba e encarar isso?

Capilé – Nessa mudança, a gente teve que mudar. Porque nem todo mundo acompanhou o ritmo. O baixista que foi

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Rick – A galera do sul gosta muito de rock, então é muito bom sempre vir pra cá, porque a galera gosta mesmo. Tem gente que nem conhece a banda e vem no role e acaba curtindo do mesmo jeito.

agora. Mas sério, eu e Capilé moramos juntos e Flavinho e Rick moram cada um nas suas casas. Flavinho é casado e tem uma filha.

Então tá certo, vocês gostariam de falar alguma coisa, pro pessoal aqui do Sul que curte a banda e tal? Ouça Sugar Kane em

myspace.com/sugarkanemp3

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A fusão de dois bares deu origem ao Baja Califórnia Bar, o ponto de encontro de

tribos de todos os gostos, em especial dos apreciadores de rock e seus derivados.

Isso tem explicação. Um dos bares originais, o Rabiscos, tinha os dois pés no rock’n roll a começar pelos nomes dos pedidos no cardápio, batizados com nomes de bandas como Led Zeppelin, a maior e mais famosa batata frita com queijo do velho oeste.

Depois que se uniu ao Baja, um tradicional bar com cardápio mexicano, o tempero ficou apimentado e a bebida preferida, a cerveja em abundância, tomou conta do Calçadão da Rua 11.

Além dos fieis seguidores, o Baja caiu no gosto dos clientes graças às promoções

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pontuais como da segunda em dobro, quando a garrafa de Antárctica é vendida a R$ 5,00 e vem acompanhada de uma gêmea de graça.

As noites da tequila também atraem os clientes sedentos às sextas, fora que durante os dias da semana, a Antárctica Litrão pode ser adquirida por meros R$ 5,00.

Serviço!Local: Baja Califórnia Bar (Calçadão da Rua 11 – centro – Balneário Camboriú)Couvert: sem couvert ou consumaçãoMais infos e promoções: (47) 3363-2900

Lugar - Por Dani Sisnandes

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Oito horas de muita pancadaria, casa cheia, roda punk interminável e muita

diversão. O Enjoy Hardcore Festival do dia 29 de outubro em Curitiba, garantiu casa cheia no Music Hall. A galera reservou o fim de semana pra conferir de perto Plastic Fire, Zander, Garage Fuzz e Dead Fish.

A abertura do festival ficou sob a responsa dos paulistas da Hunger United, os curitiba-nos da No Reply e os locais da End Of Pipe que levaram até a gelada Curitiba o punk rock de Floripa. Logo depois foi a vez dos cariocas da Plastic Fire subirem ao palco pra tocar as músicas dos EPs “Existência Parcial” e “A última cidade livre”. A galera retribuiu com muito agito e um coro.

No início da noite a Zander tomou o

espaço. Com a casa já socada e muito quente, abriram o show com “Até a próxima parada”, do último álbum, Brasa. Por diversas vezes o publico deixava a roda punk de lado pra olhar pro palco hipnotiza-do e cantar em coro junto com a banda.

Duas horas depois os veteranos da Garage Fuzz detonaram por lá. Mostraram por que depois de 20 anos com a mesma formação mantém o prestigio e o destaque entre as bandas de HC do Brasil. O set list seguiu a ordem do DVD, abrindo com “A Mutt Running Nowhere”.

A Garage, agitou a galera, que não deixou a roda punk de lado em nenhum minuto e cantou os singles sem parar durante o pouco mais de uma hora de show.

Enjoy Hardcore Festival

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Show/Evento - Por Martha Kienast

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A quebraceira só terminou com “The Morning Walk”.

No fim da noite o público provou que ainda não estava cansado pra encarar o Dead Fish que abriu com “Asfalto”. O início do show foi marcado pelos maiores suces-sos dos CDs “Zero e um” e “Sonho médio”. No final, a banda fez uma sequência de músicas pancadaria e a galera garantiu um dos melhores coros da noite, com gri-tos de “Liberdade” com a música “Propri-etários do Terceiro Mundo” e “Paz verde”.

Mesmo sendo raro, o vocal, Rodrigo Lima, não estava rouco e até esbanjava um fôlego de dar inveja há muito jovem. “Eu estou cansado, mas o público me fortalece”, disse à reportagem da Condutor.

Libera o mosh!

A noite só não foi perfeita pros fãs que tiveram que se controlar pra subir no palco e se jogar de cabeça no mosh. No meio do show da Garage Fuzz alguns seguranças resolveram fazer a galera parar de subir no palco e fazer o mosh. O público gritou: “Libera o mosh”. Depois dos apelos da galera, a banda chegou a parar de tocar.Farofa, o vocalista, negociou com os seguranças. Disse pros caras que a prática é comum nos shows e não há HC sem mosh. Ele pediu pros fãs serem mais responsáveis, evitarem machucados e prezarem pela vida. Depois da negociação, o mosh foi liberado pra alegria de todos.

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Com cores fortes e carregadas de significados, irreverência e muita crítica

social, a arte das ruas ainda sofre com o preconceito, falta de informação e de espaço. Mesmo com as dificuldades, o grafitti supera a discriminação e conquista pela beleza e pelo tom de suas mensagens.

Para os artistas, a inspiração reside no abandono. “Procuro partes da cidade não residenciais que estão sem vida, cinza e estragadas. Até porque

sempre tem alguém que liga para polícia e diz que tem pichadores”, conta o artista de Balneário Camboriú, Jean Villegas, conhecido no grafitti como Vegas.

O grafiteiro Luis Felipe Berejuk, que assina como BRJK, segue a mesma linha de raciocínio.

“Geralmente procuro muros abandonados que estão feios, com aparência bem velha e degradada. Então vou lá, revitalizo pintando

Grafitti: expressão, protesto e respeito

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Para ganhar meu espaço comecei a mandar meus grafittis sempre do lado do dele. Tudo isso para eu ter o respeito no meio do grupo”, admite Jean.

Já Luis Felipe Berejuk foi incentivado pela namorada a colocar em prática sua paixão pela arte.

“Sempre gostei de desenhar. Algumas vezes convidei amigos para pintar um muro, mas eles nunca davam o primeiro passo. Foi então que resolvi fazer meu primeiro stencil. Minha namorada me ajudou bastante, sem ela eu não teria começado. Sempre foi difícil, o

com bastante cor e dando vida pra cidade”, comenta.

Influências e vivências

Pode ser pelas cores, pelos traços ou pela liberdade de expressão escancarada, mas pintar os muros é algo instigante para quem quer que seja.

Jean Villegas conta que se interessava por desenhos desde os 12 anos. Aos 16, começou no grafitti e para se consolidar no movimento, buscou as referências do grafitti local.

“Minha influência nesse tempo e ainda hoje é o Batata, percussor do grafitti de Balneário Camboriú.

Arte / Design - Por Dani Sisnandes

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material é caro e antes eu não tinha acesso às tintas de maior qualidade”.

Causos das ruas

O tempo passa e as condições em que a arte de rua surge, algumas vezes criam situações, no mínimo inusitadas. Abordagens policiais são rotina, mas às vezes chegam a ser até cômicas.

“Uma vez dois militares vieram correndo e gritando em minha direção, “Aí, e agora maloqueiro? Flagrante”. Eu fiz de conta que não era comigo, bem esnobe. Quando chegaram perto dei boa noite, e tal, quando eles viram a arte já mudaram o tom de voz, gostaram e foram embora”, se diverte Jean.

Meu espaço vai até onde começa a sua tag

O grafitti não é só uma arte, faz parte de um movimento e envolve acima de tudo, muito respeito entre os artistas. Cada um conquista seu espaço, mas é possível ir até onde vai a tag do outro.

Tag na linguagem da arte de rua é a assinatura do artista. Às vezes, o artista passa por um muro e “marca o território” com a tag, assim, nenhum outro grafiteiro pode fazer interferências naquele local.

“É inaceitável alguém atravessar uma tag ou grafitti de outro artista, porém, o que acontece são as tags

em muros grandes aonde pode se desenvolver trabalhos enormes de grafitti e ficamos travados por conta das tags que já estão nela. Os grafiteiros mesmo mandam as tags para guardar a parede e depois voltar e desenvolver um trabalho fantástico”, explica Jean.

Mesmo limitados pelo espaço de cada um, o grafiteiro Luis Felipe Berejuk, revela que a amizade e parceria prevalecem no

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muito difícil alguém ir sozinho. Um grafiteiro sempre tem outro amigo grafiteiro”.

movimento. “Geralmente marcamos para todos pintarmos juntos, mas cada um faz a sua arte com sua técnica, seu estilo, sem que ninguém interfira”, diz.

Jean reafirma o sentimento de parceria. “Eu na maioria das vezes vou sozinho na madrugada aplicar minhas artes, mas volta e meia vou com meus parceiros do grafitti. É

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Quem são eles?

Nome: Jean VillegasAssinatura: Vegas Idade: 30 anosNo grafite: desde os 16 anosTécnicas usadas: Stencil (arte impressa e recortada a mão, chamados de layer cut-outs). LAMBE-LAMBE (posters impressos em papel ou artes desenvolvidas em folhas enormes e coladas nas ruas). Stickers (adesivos menores). Past cut-cuts (colagem com aproveita-mento da textura da parede).

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Nome: Luis Felipe BerejukAssinatura: BRJKIdade: 23 anosNo grafite: há três anosTécnicas usadas: “Minha técnica principal é o stencil, mas pinto também a mão livre personagens, letras, “lamb”. Gosto de variar e misturar as técnicas, pinto com spray, rolo pincel, caneta e vários tipos de superfícies e objetos, muro, madeira, telas, roupas”.

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Segundo os atletas, é boa pra quem curte transições com altura. A velocidade do drop permite radicalizar nos obstáculos.

O piso em granilite é considerado um dos melhores pra prática dos esportes, pois tem mais resistência e ao mesmo tempo, garante muito deslizamento.

O sk8 park existe há mais de 20 anos, mas só recebeu uma reforma grande em 2008, quando foram colocados até arquibancada de concreto e instalados quatro postes com 12 metros de altura que garantem iluminação de toda a área e a segurança dos atletas.

Quem curte estar em cima de rodinhas deve passar pelo skatepark de Itajaí.

A pista, que fica na avenida Ministro Victor Konder, a popular Beira-rio, tem rampas e corrimões que agradam a galera do skate, patins e bikes.

Pico de campeonatos da região, a pista conta com rampas e uma porrada de obstáculos feitos com concreto armado, e corrimões perfeitos pras manobras.

Sk8 park de Itajaí une skate, patins e bikes num só lugar

PRA TODOS

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lugar - Por Martha Kienast

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Campeonato de BMX reúne atletas em Itajaí

entre seis e 12 anos mostrou que já manda bem em cima da ziquinha e está caminhando pra mandar bem nas manobras.

No domingo o público pode conferir os atletas mais velhos e experientes das categorias iniciante e pró.

Segundo Fagner, todo o evento rolou sem apoio de prefeitura ou

Fagner Rosa, 27 anos, afirma que a nova geração precisa ter mais contato com os atletas.

Pra garantir a convivência entre todos, bolaram o campeonato/reunião.

O evento começou na manhã de sábado com competidores da categoria dente de leite e amador.

O pessoal com idades

Itajaí foi sede de um campeonato que não

visa o prêmio, mas sim a reunião de atletas.

Cerca de 100 caras participaram do campeonato de BMX nos dias 22 e 23 de outubro.

O palco foi montado no SK8 park da Beira-rio e trouxe atletas de Blumenau, Itapema e Balneário Camboriú.Um dos organizadores,

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empresas patrocinadoras. “A entrada é um quilo de alimento e a exigência do equipamento de segurança. É mais pra divulgar mesmo o esporte pra quem está iniciando”.

Como estava perto do dia das bruxas, alguns chegaram a se fantasiar, pra descontrair os participantes.

Esporte - Por Martha Kienast

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Mute revive era dos festivais

internacionaisBrasil e até fora dele.

Itajaí na rota

A banda canadense Mute chegou ao Brasil cheia de entusiasmo e simpatia. Sem transparecer cansaço das noites anteriores tomadas pelos concertos seguidos, os rapazes anglo-saxônicos fizeram em Itajaí um show carregado de energia.

“Estamos viajando bastante, visto muita coisa diferente. É sempre divertido estar fora, em outros lugares. Você acaba tendo que aprender a dividir a vida com outras pessoas, mas todos têm sido muito amistosos”, comentou antes do show, o líder da banda e baterista, Étienne Dionne.

Na passagem pelas terras tupiniquins, os rapazes da Mute aproveitaram para lançar o novíssimo disco, intitulado Thunderblast.

“Trabalhamos dois anos nele. Acho que ganhamos uma maturidade que não existia no primeiro álbum.

A banda canadense Mute não trouxe só as influências do bom e velho

hardcore ao show que realizou no Greenwich Pub, em Itajaí, em setembro.

Atraídos pela sonoridade com grandes referências ao hardcore do início do final dos anos 90, dezenas de antigas figuras da cena se uniram aos novos fãs para um festival forrado de grandes nomes.

Mesmo que mais tímido que outrora, o pessoal compareceu mais que se esperava para o show que reuniu Mute (Canadá), Rancore (SP), Bullet Bane (SP) e Fatal Blow (BC). Tudo para marcar os 12 anos do selo de Florianópolis, Undermusic, hoje considerada a maior produtora da cena independente do país.

Naquela tarde quente de final de inverno, a imagem que se tinha era de um salto no tempo. Movimentação, vans chegando, grupos de confraternização em frente ao bar antes do show. Nostalgia?

Que nada! Um suspiro revigorante da cena local e uma prova que a região ainda tem muito para oferecer e con-tinua viva na história do hardcore no

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A qualidade sonora é basicamente a mesma do The Raven, o álbum anterior, até porque foi gravado no mesmo lugar. Mas ele soa melhor”, destacou o baterista.

Étienne admitiu que influências clássicas como Bad Religion e Pennywise

continuam fortes no novo trabalho. “Ele seguiu a mesma linha, mantivemos as influencias que nós chamamos de punk rock e vocês de hardcore. Mas está rápido, mais técnico, com vocais fortes e muita energia”, detalhou.

Musica - Por Dani Sisnandes

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Punk rock Pelo Mundo

fluxo, e isso acaba nos dando energia também”, revelou.Na Europa, contudo, as coisas são um pouco diferentes.

“Quando você está na Europa é engraçado, são tantos países, um tão perto do outro, mas cada um com suas particularidades”.

As marcas do BrasilApesar da passagem rápida pelo Brasil, o quarteto da Mute teve uma boa impressão da cena e das bandas brazucas.

“Fizemos três shows com a Bullet Bane até agora. São caras ótimos, em uma banda muito boa. Com certeza vamos procurá-los no futuro, até porque agora estão com um novo CD para sair. Com certeza vai ficar ótimo”, elogiou o baterista da Mute.

Para ele, voltar ao Brasil já está nos planos da banda. “Talvez no ano que vem, para divulgação do nosso novo CD e dar continuidade a

Sem dar trégua para a inércia, a Mute chegou ao Brasil logo depois de

lançar o álbum Thunderblast no Canadá. Na sequência partiu para a Europa para uma jornada de 27 shows marcados em países como Rússia, Espanha e França.

“Esta viagem tem sido como férias. Nós trabalhamos duro, mas temos alguns intervalos e ir por aí, viajando pelo mundo e levando punk rock para outros países é absolutamente fantástico. Voltar para casa então, e ter o apoio que temos é muito bom também”, disse o baterista Étienne Dionne.

Para ele, cada lugar tem suas particularidades. “Aqui sabemos que as pessoas são muito expressivas, têm muita energia, e isso é ótimo porque é exatamente o que esperamos quando fazemos um show de punk rock. Você não quer que as pessoas fiquem paradas, olhando, você quer entretê-las, quer que elas se movimentem, no seu

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Ouça Mute emmyspace.com/mutepunkrock

esse ótimo projeto que é tocar por aqui”, concluiu.

Musica - Por Dani Sisnandes

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Hc na Pele

A banda teve tempo de tocar apenas metade do que foi preparado, mas garantiram o fechamento com chave de ouro. Depois de abrir com “Liberta”, e tocar os hit´s mais conhecidos, como “Respeito é a lei” e alguns do último CD, “Seiva”, a Rancore teve que sair do palco, sem terminar o set list. Teco, o vocalista, não deixou barato, com microfone cortado, se jogou na roda punk do Pub e deixou os fãs cantarem.

O coro tomou conta da casa e fez levantar até os poucos que ainda estavam sentados. “A galera supera qualquer equipamento”, disse Teco.

MTVA Rancore assinou com a gravadora Deck Disc e deixou pra trás a produção de discos independentes. Com o novo selo gravaram o disco Seiva que garantiu mais destaque pra banda.

Este ano, o clipe da música “Jeito livre” chegou a emplacar entre os mais cotados da MTV Brasil e concorreram, em

A frase do fã demonstra a importância da banda pro

hardcore atual. Os paulistas da Rancore fecharam festival em Itajaí e deixaram mais uma vez o gosto de quero mais.

Tiago Rodrigues tem 23 anos e cinco tatuagens. A última feita no início do ano, em São Paulo. Gravou no braço esquerdo o símbolo da banda paulista de Hard Core Rancore que fechou o festival do dia 3 de setembro, em Itajaí. “Não é uma simples banda, é uma filosofia”, conta orgulhoso. Assim como Tiago, uma legião de admiradores da Rancore têm marcado na pele o símbolo da banda.

Entre os mais famosos e respeitados na cena underground atualmente, a Rancore tocou duas vezes neste ano, em Itajaí. A primeira, em março. Já o último show por aqui causou polêmica. Fecharam festival que reuniu cinco bandas, incluindo a gringa, Mute, mas subiram ao palco já nos últimos minutos que o Greenwich Pub poderia ficar com as portas abertas.

Rancore: “Não é uma simples banda, é uma filosofia”

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outubro, ao Vídeo Music Brasil (VMB), prêmio oferecido pela MTV pros destaque da música no ano.

A bandaCom início em 2002 a Rancore levou pouco tempo pra se tornar a queridinha entre os festivais da cena no país. Formada por Teco Martins no vocal,

guitas de Candinho Ubá e Gustavo Teixeira, na batera Ale Iafelice e Caggegi no baixo, já têm três CD´s gravados. O hardcore melódico do início tem se transformado, misturado ritmos e influencias. Com tanta mistura, conquistam cada vez mais fãs. Embora não tenha todos os elementos do HC, o último CD da banda, Seiva, ganhou uma

Musica - Por Martha Kienast

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maior repercussão.

SímboloO símbolo da banda, o “Sanyasa”, foi inspirado num dos símbolos de estágio de vida do hinduísmo e representaria a libertação através do desapego.

Ouça Rancore em myspace.com/rancore

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soM deProtesto

O primeiro EP da banda foi lançado em 2009 e gravado as cegas.

Com dois anos de formação, a banda foi até o Estúdio Norcal pra ver no que dava.

No fim gravaram seis faixas e ganharam destaque no cenário. A música que dá nome ao álbum “We took off” nem tinha letra quando entraram no estúdio.

“Baixou a inspiração e escrevi na hora”, conta o vocal, Victor.

Com influência de Reffer, Pennywise e Belvedere, riffs técnicos, vocal melódico e batera cheia de gás, aos poucos a banda ganhou repercussão e hoje é considerada uma das grandes revelações do HC.

Abriram pra “No Funt At All”, “Millencolin” e “Mute”.

“Não é questão de sorte. É mais dedicação, é acreditar no

Depois de seguir em turnê pelo Brasil ao lado da gringa Mute,

passando por Itajaí em setembro, os paulistas da Bullet Bane lançam o segundo álbum da sua carreira, o “New World Boradcast”.

O disco traz pegadas tradicionais da banda somada a um som mais pesado. Foi lançado em novembro.

A grande surpresa é a música “Angels Haarp” que vem cheia de riffs e gritos.

Os próprios integrantes classificam como: música protesto. “Você meio que se cansa de tanta melodia”, admite o guita Danilo.

A música já bombou cinco meses antes do lançamento do CD no youtube.

A galera da Bullet Bane está com as músicas prontas desde junho, mas em função da turnê ao lado da Mute, deixaram a edição e mixagem apenas pro mês de outubro.

Bullet Bane lança novo CD.Banda paulista da nova geração do HC vem com um som mais pesado e maduro no segundo álbum.

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que está fazendo”, afirma Danilo.

Ainda independentes, os caras vendem camisetas e suam a camisa pra conseguir pagar a gravação do CD.

E ainda buscam um reconhecimento maior. Fazem questão de cantar só em inglês pra atingir um maior público.

“Quem sabe um dia a gente toca lá fora”, fala Victor.

Mudou de nomePor ter nome gringo, a hoje, Bullet Bane, teve problemas com o significado do nome da banda.

Originalmente chamada de Take Off The

Musica - Por Martha Kienast

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Halter, tiveram que trocar pra Bullet

Bane em meados de 2011, pois na gringa o Halter teria duplo sentido, sendo o mais comum ligado a sutiã.

Os rapazes afirmam que, quando pensaram no nome, Halter significaria a cabeça do cavalo.

Pra evitar dupla interpretação, optaram por deixar o nome original de lado e adotar o novo nome.

Ouça Bullet Bane em myspace.com/bulletbane

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Undermusic é nossa

público para aquilo tinha.

Ao longo desses anos fiz turnês em vários lugares da Europa, EUA, lancei bandas de fora.

O que o nome Undermusic engloba hoje?

Uirá - Hoje a Undermusic é dividida em três segmentos: a Records, que tem o casting de bandas, lanço CDs e trabalho em cima da imagem da banda, como é o caso do Mute, que está no meu selo.

Não estou só trazendo a banda, estamos lançando CD, fazendo divulga. A parte do Booking é de agenciamento de bandas como Nitrominds, Aditive, Garage Fuzz e Hateen, mas não lanço nada, só agencio shows, e atuo como tour manager.

E tem a parte do Distro – pego bandas de fora que não estão no meu selo, mas pego material para vender e para agregar valor.

Quando você percebeu que dava pra ousar, ir pra fora, trazer

O entusiasta cultural Uirá Medeiros aproveitou a era das vacas gordas

do hardcore, no final dos anos 90, e se jogou no mundo da organização de shows e viagens.

Lançou a Undermusic Records, em Floripa, e não se abalou com os altos e baixos na cena independente.

Hoje ele colhe os louros de tanta ousadia com o título de uma das maiores produtoras do país.

Para soprar as 12 velinhas da Undermusic, Uirá promoveu 12 festivais pelo Brasil, incluindo o show da Mute e companhia em Itajaí.

Em meio ao turbulento corre-corre de um tour manager, ele sentou com a Condutor para fazer um apanhado da trajetória da produtora. Acompanhe.

Conta como começou a história da Undermusic?

Uirá - Em 97, comecei fazendo excursões. Fechava um micro, fechava um ônibus e percebi que podia começar a fazer os shows, porque

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bandas gringas?

Uirá - Na verdade a coisa mais difícil foi peneirar bastante os contatos pra ver quem trabalha bem e quem você pode confiar.

Ter uma base, criar uma rede de contatos forte é o primeiro passo para começar a encaminhar os projetos.

O pessoal tem uma ideia de que banda gringa, tem um custo muito alto para trazer, mas não é bem assim.

Há bandas que vêm pela passagem, têm outros que pedem o cachê.

Mas o nome Undermusic é forte, principamente em Floripa?

Uirá - Acho que dá pra considerar hoje a Undermusic como uma das maiores produtoras do país, de agenda de bandas e tour.

Claro, tem a Web Rockers, outras produtoras maiores de São Paulo que trabalham com bandas mayors, mas falando em bandas independentes, sem mentir, acho que somos a maior produtora do Brasil.

Musica - Por Dani Sisnandes

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Ano passado fiz uma turnê na Europa com uma banda da Alemanha, parando de van de cidade em cidade.

Eu sempre tentei sugar como eles trabalham lá para aplicar aqui também.

Morei na Califórnia um tempo pra ver como rolava a cena por lá, como os produtores agiam, os procedimentos, a produção e foi nessas diárias que eu tive uma base de produção. Foi só observação.

Hoje quem faz parte da Undermusic?

Uirá - Só eu. Mas nas turnês tem a equipe, técnicos, pessoal que trabalha com merchandising.

Pretendo trazer shows grandes, como Goldinger, com eventos que chegam a R$ 50 mil.

Pra isso não adianta ter só dinheiro, tem que ter credibilidade, tem que ter uma boa produção.

E como funciona essa parada de acompanhar as bandas, porque são lugares, momentos diferentes. Como é isso?

Uirá - É cada lugar é um lugar. Cada momento é um momento diferente.

E qual você acha que é o ponto forte da Undermusic hoje?

Uirá - Acho que são as turnês. E agora tenho a ideia de fazer que nem na Europa, dez shows, um atrás do outro.

É um preço muito alto, sempre estou tentando trazer bandas, pra troca de cultura.

E como fica a parte do retorno financeiro?

Uirá - É, hoje vivo só de música.

+ informações em: myspace.com/undermusicrecords

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O VálVula ROck pOR ele mesmO

“pogando”, moshando e gritando “mais um!” quando a banda principal encerra o show.

Essa é a razão do Válvula Rock produzir shows ao longo destes cinco anos, fazemos porque queremos ver as bandas que gostamos tocando aqui, queremos que o público conheça as coisas novas e boas que circulam pelo meio independente brasileiro.

Aprendemos a ser mais profissionais ao longo desse tempo todo, é verdade, mas sempre levamos em primeiro lugar a paixão pela música e pelo novo.

Acrescento, com propriedade e estatísticas, que a grande maioria dos nossos ‘headliners’ nunca teriam tocado em Balneário Camboriú não fosse o Válvula Rock. Cito algumas: Matanza (RJ - primeiro show em Santa Catarina, em 2007), Walverdes (RS), Tequila Baby (RS), Júpiter Maçã (RS), Pata de Elefante (RS) - essas duas com grande parceria dos irmãos Lenzi, Macaco Bong (MT), Black Drawing Chalks (GO) e por último Apanhador Só (RS). Foi cansativo, mas valeu a pena na maioria das vezes.

Esta sempre foi a fórmula do Válvula

Falar sobre as próprias produções de shows é algo engraçado e ao mesmo

tempo egocêntrico (você vai perceber isso neste texto, mas pode desconsiderar se quiser).

A via crucis de um produtor de shows começa pelo menos um mês antes, quando o evento começa a ser divulgado. A partir daí não se pode mais voltar atrás.

Quando o Válvula Rock começou, em 2007, o ponto de partida era quando o primeiro cartaz era postado no Fotolog (alguém sabe se isso ainda existe?).

Hoje, com o avançar das redes sociais, é quando se cria o evento no Facebook (sem ele e sem colar cartaz na Univali, não tem show).

Quanto mais perto do show chega, menos se dorme e só é possível descansar quando o evento acaba. Por isso, na teoria, o produtor não vê a hora do show acabar.

Digo na teoria porque, no caso do Válvula Rock, nossa equipe sempre acaba os eventos no meio da galera,

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Rock. Trazer novidades de qualidade e abrir espaço para grupos locais e estaduais mostrarem seu trabalho autoral.

Se nossa prioridade fosse fazer algo lucrativo (a maioria dos shows tem gastos iguais ou superiores às receitas) grande parte dos eventos não teriam saído da nossa imaginação - teríamos partido direto para os shows covers (algo que bravamente resistimos em fazer, não sei por quanto tempo ainda).

Várias ideias em cinco anos

Balneário Camboriú vivia um momento de estagnação e de pouca produção de shows independentes, depois do brilhante trabalho feito pela turma do hardcore no começo da década.

Aos 16 anos - outubro de 2006 - criei um jornal (revista, fanzine, chame como quiser) com a ideia de divulgar a música independente catarinense e de juntar dinheiro para um amigo ir no show do NOFX (nunca deu dinheiro e ele muito menos viu a banda californiana ao vivo). Chamava-se apenas Válvula (e teve cinco edições).

Musica - Por Anderson Davi de Oliveira

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Depois vieram outros festivais, outras atrações, muitas histórias, muitas bandas gente boa que se tornaram amigas, uma minoria de frescos, e muitas horas de sono dispensadas (nunca fizeram falta).

O site também cresceu, ficou conhecido no Estado, apesar de nunca ter um layout definitivo (ele virá no começo de 2012, junto com o fim do mundo) conseguimos botar no ar a nossa ideia.

Criamos um canal de divulgação da música catarinense de

Logo a ideia evoluiu, pensamos em criar um site (o único domínio que tinha era www.valvularock.com.br) e com isso surgiu o primeiro Festival Válvula Rock, em maio de 2007.

Era a desculpa perfeita para eu ver um show do Forgotten Boys (SP), banda que estava no seu auge e que era uma das maiores na cena independente brasileira na época.

Assim, muito empolgada e ao mesmo tempo trágica ($$), começou a nossa produção de shows.

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um momento de divergências de opiniões e informações (um choque entre o antigo Clube da Luta e um novo Clube, inspirado no precursor), é gratificante e estranho parar para sintetizar o que foram estes cinco anos de Válvula Rock.

Realizamos tanta coisa e ao mesmo tempo estamos tão distantes do ideal que é difícil dizer quanto tempo mais de produção haverá pela frente com o Válvula Rock. A única certeza é de que já fizemos a nossa parte.

qualidade, incentivando a produção autoral em Santa Catarina.

Fizemos inclusive um prêmio para as bandas, produtoras e casas de show que se destacam em cada ano, com votação aberta pela internet e até festa de premiação.

Em um tempo em que os modelos de produção independente brasileiros são alvo de discussões calorosas via internet (mais precisamento sobre a atuação da Rede Fora do Eixo) e até mesmo o cenário de Floripa passa por

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VAMOS DESCER LADEIRA!Dream trike é o sonho dos apaixonados por velocidade e grandes descidas. O triciclo pode passar dos 60 km/h dependendo da inclinação da ladeira.

loja paulista que fabrica as ziquinhas, explica que a estrutura dela deve ser diferente pra garantir uma gravidade baixa e, com isso, derrapar bastante.

Na produção do triciclo os caras usam o garfo da BMX, que são aquelas estruturas de aço que

Mesmo sentado e em cima de três rodinhas, o atleta pode chegar fácil aos 60 km/h.

O triciclo é perfeito pra prática do drift, que nada mais é que deslizar nas curvas puxando a traseira do carrinho.

A galera da Drean BMX,

Andar de triciclo deixou de ser atividade de criança pra se tornar esporte dos apaixonados por adrenalina.

O dream trike é o sonho da galera que curte uma ladeira inclinada.

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dão corpo à bicicleta. Na traseira são usadas rodas em alumínio com rolamento revestido de PVC, que dá um gás pra derrapar nas curvas. Até o design aerodinâmico ajuda a garantir a velocidade perfeita. E o banquinho de plástico garante o conforto.

O esporte é novidade no Brasil, mas em Balneário Camboriú um grupo de atletas já tem dado algumas deslizadas. Cerca de 20 amigos ganharam duas trikes dos produtores e tocaram a descer ladeira.

Um dos encontros rolou no fim de semana, num dos picos mais altos da cidade, no bairro Ariribá, que é basicamente área de morro asfaltado. Não faltaram tombos, derrapagens e muita adrenalina.

Esporte - Por Martha Kienast

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coverfest

O clima já fervia dentro do Porão quando Sphera assumiu o som com vários sons do Slipknot e System of a Down.

Aí em diante, o negócio só esquentou. Literalmente. Pra ter uma ideia, teve gente passando mal de calor.

Claro que teve gente passando mal de cerveja, mas por sorte foi antes de tocar (não vou contar de qual banda) e deu pra aliviar com o hot dog da pracinha.

Mas não era só o show que estava bom não. O clima de confraternização do lado de fora, nos arredores do bar, era sensacional. Telecine Pipoca no telão, troca de cordas da guitarra em cima da mesa. “É hoje que eu só durmo amanhã”, alguém eterniza na mesa entre um gole e outro.

Às 20h do dia 12 de novembro, Resound e Rodinaldos lotaram

duas vans com amigos, rumo à Blumenau.

Ir pra show com as bandas que vão tocar é sempre uma experiência ímpar. Tem topic cheia, sarro do amigo, garrafa de cerveja rolando, atraso, gritaria.

Chovia fino quando a van caiu na estrada. Raimundos tocando, vídeo no celular e como não pode falta na trip pra Blumenau, música alemã cantada em coro.

Em Blumenau, percebemos que o atraso nos fez perder o NOFX pelos acordes da local Hero for a Life, mas ganhamos Bullets For My Valentine por Swords. Garotos Podres e Dead Kennedys no intervalo.

Realmente queriam (e conseguiram) fazer um show nostálgico. Épico.

Fazia tempo que a região não recebia um festival como o Coverfest, que rolou em Blumenau. Casa cheia, sonzeira, roda punk e claro, polícia pra fechar com chave de ouro. O objetivo era fazer uma festa regada a clássicos do rock e vertentes, mas o talento das bandas

locais se sobressaiu e mostrou que sim, prata da casa faz milagre! Confira o relato do show.

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Mas é no inferninho que o diabo se diverte. E Rodinaldos, de Balneário Camboriú fez o público abrir roda punk e cantar Raimundos como se fossem os próprios. Teve até “pseudo roadie”, ouvi alguém disparar.

Sillen encarnou o Rage Against The Machine e o povo urrou: “Killing in the name of”. Lindo de se ver. Escada cheia de gente, empurra para pegar cerveja, aglomero pra fumar um cigarro. Casa lotada.

Foi nessa hora que a Resound, de Balneário, subiu ao palco. Com a missão

de revitalizar Offspring, o quarteto fez um dos melhores shows desde que voltou à ativa.

Êxtase meus caros! Pensa em um lugar repleto de gente animada, gritando com dedo em riste e cantando Americana.

Mas Blumenau não estava preparada pra tanta insanidade hardcoriana e antes do fim, o som teve de parar por ordem policial.

Escoltados, os boêmios suando em bicas saíram do Porão como se

Musica - Por Dani Sisnandes

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estivessem em um cortejo sem que pudessem assistir a última banda da noite, Gunabera, revivendo Sublime.

Estrada pra casa, zuação pra não perder o costume e muita vontade de ir a outros tantos shows como esse.

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VAI UM GOLE?Com mais de 70 anos, a clássica

Margarita não perde lugar para novos e sofisticados drinks. Com uma mistura de tequila e laranja, deixa doce o que tinha pra ser uma bebida forte. Ainda garante todo um charme ao apreciador com uma borda coberta com sal.

A chefe de cozinha, Francine Schmidt, conta que a Margarita surgiu em meados de 1930, no México. Foi criada em homenagem a Marguerite Hemery, num restaurante. O barmen do local produziu o drink para a cliente mais

Margarita: a forma mais doce de beber tequila.

ilustre da época.A Margarita (se escreve com “arita” mesmo, e não marguerita, igual a pizza) logo foi divulgada pelo continente e nos anos 50 tornou-se um dos drinks mais conhecidos dos Estados Unidos. No Brasil ela se tornou popular já em 1970, com a copa do mundo no México.

Francine explica que, por ser uma bebida doce, a Margarita faz sucesso até entre as mulheres. “É considerado um short drink, ou seja, é um drink curto, que se toma em pequenos copos. E que é batido, vai na coqueteleira”, explica.

A garrafa de 760 ml da Pasion Azteca que tem teor alcoólico de 40% custa R$ 507 mil, pois é banhada a ouro.

A garrafa com 750 ml da mais popular, a José Cuervo, tem teor alcoólico de 31% e vale cerca de R$ 80.

A garrafa com 720 ml da Sierra Madre, com teor alcoólico de 40% pode ser encontrada por até R$ 30.

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Anota aí a receita: 30 ml de tequila10 ml de licor de laranja (contreau)1 colher de sopa de suco de limãogelosal para a borda da taça Molhe a taça e encoste a bordinha no sal, até que fique com uma leve camada. Junte os ingrediente na coqueteleira e bata bem. Passe na peneira e sirva. Saúde!

Drink - Por Martha Kienast

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Álbum de estréia dos paulistas da atual Bullet Bane, na época ainda chamado de Take Off The Healter, foi lançado em 2009. Com apenas seis faixas de muito hardcore, o EP traz músicas que fazem crítica à realidade social. Gravado apenas por curiosidade, acabou se tornando trampolim pros caras que teve a chance de abrir para grandes bandas da gringa como Millencolin e Mute

Com uma pegada mais forte, os caras da antiga Take Off The Healter, atual Bullet Bane lançaram o segundo CD “New World Broadcast”, em novembro. São 11 faixas com músicas inéditas, que tratam de temas atuais e política. Com uma batera mais pesada e cheio de rifs de guitarra, os caras mostram amadurecimento.

Hunger United: O recém lançado “Defusing The Common Sense” traz na estréia da banda uma soma entre o melhor da old music com o new school. Com influências do punk hardcore californiano da década de 90, a banda ainda traz letras com duras críticas aos padrões de vida e opiniões diretas.

PRA CACHOLA

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Neste ensaio, Pablo Ornelas Rosa mostra como funciona a chamada ‘cena alternativa’ do rock no Brasil. Tomando como estudo de caso o funcionamento de um bar dedicado a shows de rock underground em Florianópolis - local que acabaria fechado por conta da truculência policial -,o autor faz uma análise do comportamento de músicos, fãs e demais personagens que interagem no microcosmo da cena musical alternativa no país. O local e a cidade específicas aqui analisadas servem como retrato do mesmo tipo de lógica econômica e social que atravessa a cena alternativa brasileira em qualquer grande centro urbano e até mesmo em cidades do interior do país.

DVD: No começo dos anos 90 a cena do skate estava falida após um plao econômico do governo que quebrou a indústria. Motivados pelo amor ao skate e uma atitude “faça você mesmo”alguns amigos, adolescentes na época, se juntaram e lançaram um skate vídeo caseiro que iria mudar as suas vidas para sempre. a fita se chamava Dirty Money.

Livro: caras dessa idade já não lêem manuais: O músico e autor Leonardo Panço, botou num livro parte das suas vivências como artistas doido pelo mundo, experiências musicais, de vida e até algumas histórias que só nasceram da sua mente criativa. Editado pela Tamborete, o livro foi lançado em 2009 e sem dúvida é uma grande lição pra quem curte a cena underground e ao mesmo tempo histórias engraçadas e ousadas.

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Gritando HCShow em Itajaí(07/08)

Créditos

Willian Fernando Mengarda Paulo

O que rolou no segundo semestre de 2011

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Imagem

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Anti-Heróis em Itajaí (07/08)

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Fatal Blow em Itajaí (03/09)

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em Balneario Camboriú (21/09)

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em Balneario Camboriú (21/09)

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Criolo em Florianópolis (1º/10)

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Lançamento do livro Esporro em Joinville (05/10)

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Matanza em Jaraguá do Sul (08/10)

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Matanza em Jaraguá do Sul (08/10)

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Dead Fish em Curitiba (29/10)

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Dead Fish em Curitiba (29/10)

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Sugar Kane em Balneario Camboriú (30/10)

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Sugar Kane em Balneario Camboriú (30/10)

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Sugar Kane em Balneario Camboriú (30/10)