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Condições Ambientais da Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Prof. Bruno Barbosa Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência

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Page 2: Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência

O RN, a Enfermagem e O RN, a Enfermagem e UTI NeonatalUTI Neonatal

O grande desafio que é cuidar do RNPT(recém-nascido pré-termo) e gravemente enfermo provoca um turbilhão de emoções. A emoção envolve a equipe de saúde, a família desse RN e o RN.

Nesse cenário de constante embate com a morte, buscando vida e qualidade de vida, são muitos os desafios com que nós deparamos.

Page 3: Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência

Objetivos da Objetivos da Enfermagem na UTI Enfermagem na UTI Neonatal para o RNNeonatal para o RN

Facilitar a maturação e adaptação do recém-nascido durante sua hospitalização na Unidade Terapia Intensiva Neonatal (UTIN).

Modificar as práticas que podem aumentar os transtornos motores, transtornos de integração sensorial secundárias e agravar patologia de base;

Moderar o impacto sensorial;Proporcionar ao RN os estímulos sensoriais e

motores de acordo a seu estado e desenvolvimento;Participação ativa e dirigida dos pais na estimulação

sensorial do RN;

Page 5: Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência

Ambiente Intra-UterinoAmbiente Intra-Uterino O feto, durante uma gestação sem

intercorrências, encontra no meio ambiente uterino todo os suporte fisiológico de que necessita em termos de nutrição, excreção, oxigenação, controle térmico etc.

Page 7: Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência

O Nascimento PrematuroO Nascimento Prematuro Ele constitui-se em uma agressão

ao feto, uma vez que, em sua última etapa intra-uterina, ele apresenta órgãos em fase de desenvolvimento, com imaturidade morfológica e funcional.

Page 8: Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência

A Unidade Terapia A Unidade Terapia Intensiva NeonatalIntensiva Neonatal

Um dos acontecimentos importantes na atenção ao RNPT foi a implantação das modernas UTIN, repercutindo na redução da morbi-mortalidade neonatal. É um local altamente especializado e pode contribuir para o aparecimento de iatrogênias no processo de crescimento e desenvolvimento destas crianças.

Page 9: Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência

Ruídos

Iluminação Excessiva

Excesso de manipulação

Interrupção do sono

constante

Superfícies rígidas

Falta de Contenção Postura pouco adequadas

Procedimentos dolorosos

Page 10: Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência
Page 11: Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência

O Ambiente Sensorial em O Ambiente Sensorial em UTINUTIN

Se frente as demandas do meio ambiente, a capacidade de auto-regulação do pequeno prematuro é excedida, impedindo o retorno à uma função integrada, ele apresentará condutas de má adaptação traduzidas em sinais clínicos, como:

Page 12: Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência

Alguns Sinais ClínicosAlguns Sinais Clínicos Alterações dos sinais vitais; Movimentos corporais estranhos; Distúrbios metabólicos; Regurgitação voluntária; Dificuldades de alimentar; Maior gasto calórico; Distermias; Irritabilidade;

Page 13: Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência

Como Proceder ante os Sinais de Como Proceder ante os Sinais de EstresseEstresse

Fazer uma pausa, de modo a aguardar que o próprio bebê dê um sinal para continuar a interação ou o procedimento;

Instituir manobras de organização, observando as respostas do bebê diante delas;

Suspender a interação ou o procedimento, caso o bebê não responda adequadamente às duas manobras anteriores e continue a apresentar sinais de estresse;

Page 14: Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência

Sinais de EstresseSinais de Estresse

Page 15: Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência

Flacidez da Porção Superior do Flacidez da Porção Superior do Corpo com Hipertonicidade da Corpo com Hipertonicidade da Porção InferiorPorção Inferior

Page 16: Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência

Repercussão Clinica da Repercussão Clinica da SuperestimulaçãoSuperestimulação

IluminaçãoIluminação: a iluminação é continua, 24 horas por dia, de grande intensidade e florescente, podendo causar dano cromossômico, alterações endócrinas da função gonodal, do rítmo biológico e da síntese de vitamina D, bem como privação do sono e labilidade térmica.

Page 17: Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência

Minimizando a Luz do Minimizando a Luz do AmbienteAmbiente Facilita o descanso; Melhora o padrão de movimentos do

RN; Aumenta os períodos de sono; Diminui a atividade motora; Diminui a freqüência cardíaca; Diminui as flutuações da pressão

arterial; Aumento do ganho ponderal;

Page 18: Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência

Cobrindo os Olhos do Cobrindo os Olhos do BebêBebê

Page 19: Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência

O RuídoO Ruído Uma das principais fontes de estresse para

o prematuro. Intra-útero, o feto está exposto a um som

constante e regular. Dentro da incubadora os níveis de ruídos

variam de 50 à 108 dB; Conseqüências: pode levar danos na

cóclea com perda auditiva, irritação refletindo em instabilidade dos SSVV e impossibilitar o sono;

Page 20: Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência

Os Neonatos estão Expostos Os Neonatos estão Expostos a um Ruído Constantea um Ruído Constante

Tamborilar dos dedos na incubadora – 70- 95dB;

Fechar a porta da incubadora – 82-111 dB;

Fechar a portinhola da incubadora – 70- 95 dB;

Alarme da BI – 60-78 dB; Alarme do oxímetro de pulso – 86 dB; Água borbulhando em circuito do

ventilador – 62-87 dB;

Page 21: Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência

Sinais de Estresse no Sinais de Estresse no NeonatoNeonato Mudança da cor; Mudança da freqüência e ritmo

respiratório; Mudança da FC; Extensão e hipotonia das extremidades; Boca aberta; Bocejos; Atividades frenéticas e desorganizadas; Retorces; Choro sem consolo;

Page 22: Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência

Extensão de Braço, Extensão de Braço, Sinalizando: Pare!Sinalizando: Pare!

Page 23: Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência

Bocejando ProtestandoBocejando Protestando

Page 24: Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência

Franzindo a TestaFranzindo a Testa

Page 25: Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência

Sinais de Estabilidade do Sinais de Estabilidade do NeonatoNeonato Cor estável; Ritmo respiratório regular; FC regular; Posição flexionada e corrigida; Movimento de levar a mão na boca; Sucção; Sorrir; Postura relaxada; Estado de sono evidente;

Page 26: Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência

Estratégias MinimizadorasEstratégias Minimizadoras

Manter níveis sonoros respeitosos; Responder rápido aos alarmes; Abrir e fechar portas suavemente; Mantas sobre as incubadoras; Diminuir o tom de voz e das conversas

próximo das incubadoras; Eliminar os impacto produzidos sobre as

incubadoras, como: fechar fortemente as portinholas, o tamborilar dos dedos;

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Estratégias MinimizadorasEstratégias Minimizadoras

Manipulação cuidadosa da incubadora; Redução dos sons das vozes, monitores,

alarmes, rádios e do acúmulo de água nas tubulações de gases;

Evitar apoiar objetos sobre a incubadora; Conscientizar da importância do

mencionado; Colocar os celulares no silencioso;• Sinalizar a UTIN como área de silêncio!!!

Page 28: Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência

Manuseio ExcessivoManuseio Excessivo• Outra fonte geradora de estresse no

prematuro é Excessiva Manipulação;• Intra-útero: o feto permanece em sono

profundo por aproximadamente 80% do tempo;

• Na UTIN um prematuro extremo é manipulado de 81 à 132 vezes por dia;

• Períodos muito breves de descanso ininterrupto, com durações de 4,6 à 6,2”;

Page 30: Condições Ambientais da UTIN: Implicações para o Cuidado de Enfermagem Prof. Bruno Barbosa Enfermagem na Infância e Adolescência

Repercussão Clinica da Repercussão Clinica da SuperestimulaçãoSuperestimulação

Tem se documentado que o bebê em sono ligeiro apresenta menor oxigenação do que em sono profundo;

O ambiente que não permite alcançar o estado de sono profundo, acrescido das freqüentes intervenções, ocasiona significativas e prolongadas reduções na oxigenação e instabilidade térmica;

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Contenção FacilitadaContenção Facilitada Após o nascimento, o bebê é colocado

em uma superfície plana com poucos limites físicos para aumentar ou dar suporte a flexão.

A contenção fornecer oportunidades tanto para flexão quanto para extensão, é essencial para ajudar o bebê a atingir estabilização motora e pode diminuir a incidência de anormalidades músculo-esquelético.

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Prematuro sem ContençãoPrematuro sem Contenção

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ContençãContenção o FacilitadaFacilitada

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Rolinhos em Volta do Bebê Rolinhos em Volta do Bebê ajuda a Manter a Flexãoajuda a Manter a Flexão

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Contenção com as MãosContenção com as Mãos

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Procedimentos DolorososProcedimentos Dolorosos

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GlicoseGlicose Observa-se que com a

administração oral de 1 ml de glicose a 25% 2 minutos antes dos procedimentos há diminuição das manifestações de dor. Mecanismo - liberação de opióides endógenos

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Humanizando a UnidadeHumanizando a Unidade

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Humanização da Assistência Humanização da Assistência em UTINem UTIN Humanização:Humanização: representa um

conjunto de iniciativas que visa à produção de cuidados em saúde capaz de conciliar a melhor tecnologia disponível com promoção de acolhimento e respeito ético e cultural ao RN, de espaços de trabalhos favoráveis ao bom exercício técnico e à satisfação dos profissionais de saúde e usuários (Puccini & Cecílio, 2004).

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Humanização do Cuidado Neonatal Humanização do Cuidado Neonatal Preconizado peloPreconizado pelo MSMS Estão voltadas para o respeito às

individualidades, à garantia de tecnologia que permita a segurança do neonato e o acolhimento ao bebê e sua família, com ênfase no cuidado voltado para o desenvolvimento e psiquismo, buscando facilitar o vinculo mãe-bebê durante a sua permanência no hospital (Lamy 2003).

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Humanização em SaúdeHumanização em Saúde

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Inicio da Interação com Inicio da Interação com AmbienteAmbiente

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Dormir...dormir...Dormir...dormir...

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Garantir uma assistência sem danos, livre de processos iatrogênicos, otimizando o

cuidado, a fim de melhorar o prognóstico e a sobrevida dos nossos pequenos prematuros.

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Referências Bibliográficas

Hiniker P.K. e Moreno A. L.; Tradução livre Ricardo Nunes Moreira da Silva. Cuidados Voltados para o Desenvolvimento, Manual de Auto-Aplicação. Teoria e Aplicação.Lawhon, g. (1986). Management of stress in premature infants. Perinatal/ neonatal nursing: A clinical handbook, (pp. 30-38). Boston, Ma: Blackwell Scientific Publications Perehudoff, B. (1990). Parents’ perceptions of environmental stressors in the special care nursery. Neonatal Network, 9 (2), 39-44. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área de Saúde da Criança. Atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso: método mãe-canguru: manual do curso/ Secretaria de Políticas de Saúde – 1° edição,-Brasília: Ministério da Saúde, 2002.