conceitos de segurança industrial aplicados na prevenção de danos patrimoniais
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Apresentam-se informações e sugestões para a implantação de programas de segurança industrial que preservem a integridade das instalações e a vida das pessoas.TRANSCRIPT
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CAPÍTULO VII
Conceitos de Segurança Industrial aplicados na prevenção de danos
patrimoniais
Nota: Este capítulo faz parte do livro Gerenciamento de Riscos Industriais, registrado. Qualquer utilização deste texto sem a correta citação da origem sujeita o infrator às penas legais.
Gerenciamento de Riscos Industriais Fundação Biblioteca Nacional - Ministério da Cultura - Escritório de Direitos Autorais - Certificado de Registro ou Averbação nº 123.087, Livro 190, Folha 202 (Análises de Property Loss Control, Análises de Risco, Segurança Industrial, Controle Patrimonial), Inspeções de Riscos Industriais, Inspeções de Segurança. Eng. Antonio Fernando Navarro Rio de Janeiro, outubro de 1996
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VII. Análise dos riscos quanto a segurança patrimonial
Segurança Patrimonial é a parte da Segurança Industrial que trata das ações
prevencionistas relacionadas ao patrimônio das empresas, especialmente no que concerne ao controle e a
proteção física das instalações, equipamentos, bens e pessoas. A Segurança Patrimonial é um dos
assuntos de características e abrangência geral, relacionados à preservação e ou proteção de bens quanto
a aspectos de roubo, furto, incendiarismos, depredações entre outros, que podem assumir características
semelhantes e paralisar processos, provocar perdas, gerar acidentes que muitas vezes apresentam o
potencial de atingir instalações de terceiros.
Inúmeros são os casos de empresas que tiveram sérios problemas porque a Segurança
Patrimonial não foi tratada de modo adequado. Casos de Incendiarismo são hoje estudados como ações
criminosas. Antigamente, quando o incêndio ocorria e não se podia atribuir a sua origem a um problema
específico, p.ex. como causado por um dano elétrico (acidente de origem elétrica que pode gerar aumento
de tensões e curtos-circuitos, com produção de fagulhas), enquadrava-o como gerado por causas diversas.
Hoje se sabe que o Incendiarismo é relevante, seja ele intencional ou não.
Afora esta questão considera-se também que têm ocorrido muitos casos de furto de
tecnologias e projetos por empresas concorrentes, sabotagens, entre outras ações. Com o
desenvolvimento da ciência computacional há que se considerar também a "invasão" nos sistemas da
empresa, que terminam por provocar paralisações em quase todos os circuitos conectados, seja para o
operação de grandes equipamentos, ou para a emissão de folhas de pagamento. Enfim, uma empresa
produtiva que está situada em um contexto de concorrência comercial, ou que vem a se destacar dentre as
demais empresas concorrentes, está sempre sujeita a ser afetada por perdas ou danos de origem na
insegurança patrimonial.
Neste capítulo abordaremos aspectos relativos à Segurança Patrimonial. Esses assuntos
dizem respeito a questões que envolvem a segurança das edificações e instalações, a segurança das
pessoas envolvidas no processo, a segurança ou integridade de documentos e dados, enfim, de aspectos
gerais de segurança que não os relativos a incêndios ou operações fabris.
Desde o advento da Revolução Industrial e em decorrência da maciça implantação de
empreendimentos industriais, com centenas de milhares de operários, muitos têm sido os riscos
relacionados à Segurança Patrimonial que uma empresa constantemente está sujeita. Para fins de
gerenciamento de riscos industriais, grupam-se esses riscos da seguinte forma:
� riscos decorrentes da própria atividade industrial:
São considerados como riscos decorrentes da atividade industrial aqueles que podem ser
definidos como consequentes dessa mesma atividade. Por exemplo, poderá se ter os riscos abrangendo:
• poluição industrial;
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• quebra de máquinas ou quebra de equipamentos;
• incêndio;
• explosão de aparelhos ou de substâncias;
• roubo ou de furto de bens;
• furto de tecnologia;
• vazamentos ou derrames de substâncias;
• contaminação ambiental;
• vazamentos de efluentes sólidos, líquidos ou gasosos;
• desabamento, etc..
O risco de maior incidência em praticamente todas as atividades industriais é o incêndio,
cerca de 40% do total. Esse também é responsável pelas maiores perdas, cerca de 70%. Nos capítulos
anteriores fornecemos inúmeros exemplos e informações de como se prevenir a respeito desse tipo de
evento, como identificá-lo corretamente, como mensurá-lo e quais as medidas preventivas que
normalmente podem vir a ser empregadas. Por haver esgotado, em linhas gerais a análise para esse risco,
vamos nos dedicar aos outros riscos, muitas vezes não mensuráveis convenientemente.
� riscos decorrentes da atividade humana:
Os riscos decorrentes da atividade humana são aqueles nos quais há participação direta
ou indireta de seres humanos. A bem pouco tempo atrás, duas grandes montadoras de veículos européias
passaram a discutir na justiça o roubo de tecnologia, ou vazamento de informações, alegadamente
promovida por um alto executivo que havia se demitido de uma delas. O caso tomou vulto, culminando
com a demissão desse executivo pela outra montadora que o havia contratado, sem que tenha sido
provado coisa alguma contra ele. Haviam coincidências muito grandes em alguns projetos, segundo
informações prestadas pela imprensa.
Inúmeros outros casos costumam ocorrer envolvendo indústrias químicas, de
biotecnologia, informática, e outras onde o desenvolvimento e a maturação de um projeto pode levar
anos, nas quais os possíveis ganhos financeiros são altíssimos. Há exemplos de estudos paralelos levados
a cabo por indústrias de vacinas, notadamente contra AIDS, nos quais a imprensa levantou a suspeita de
vazamentos de informações. Alguns desses riscos são os seguintes:
• roubo;
• roubo ou furto de projetos;
• seqüestros visando ou não a transferência de informações privilegiadas;
• grampos telefônicos efetuados principalmente para desmoralizar concorrentes importantes;
• assaltos;
• sabotagens;
• incendiarismos;
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• explosões provocadas;
• vazamentos de tecnologias.
Pela complexidade das estruturas administrativas das empresas, às vezes ocorre uma
superposição de atividades envolvendo as áreas de segurança patrimonial, com grandes dispêndios de
tempo, recursos, e principalmente, redundando na má execução dos serviços. Criam-se aquelas zonas
cinza, onde uma área pensa que a outra está cuidando, e vice-versa. “Ah! pensei que isso era com você,
por isso é que não providenciei nada.” "Imaginei que isso era com você”. "Ninguém fez nada por que não
sabíamos que era para fazer”. Alguns acidentes de grande monta poderiam ter sido perfeitamente
controlados se todos soubessem executar corretamente as suas responsabilidades.
No presente capítulo iremos abordar a Segurança Patrimonial sob a ótica da proteção do
patrimônio da empresa, contra danos eventualmente provocados por ou com a participação humana,
sejam esses intencionais ou não. Os conceitos que iremos expressar a seguir são fruto de considerações
próprias, desenvolvidas e aprimoradas através de inúmeros trabalhos realizados. Algumas propostas são
meramente elucidativas, não podendo caracterizar-se como normativas ou impositivas. Em outras
circunstâncias, para a execução das medidas preconizadas a empresa teria gastos adicionais elevados. É
lógico que, se o risco é elevado a empresa tem que investir para que possa reduzi-lo. Se, ao contrário, o
risco é de menor importância, cabem apenas medidas de supervisão e controle.
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Introdução à Segurança Patrimonial
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Periodicamente novos conceitos e termos técnicos são divulgados, alguns modificando
radicalmente a noção que antes se tinha a respeito deles. Pelas características de serem passageiros,
criados para certas situações, pode-se considerá-los como modismos. Assim vem ocorrendo com o
significado da expressão Segurança Patrimonial. Hoje esse termo, conforme o querem divulgar,
representa a área ou segmento da Segurança Industrial ao qual está afeto o patrimônio da empresa. Sob o
seu manto protetor encontra-se o controle de ações de roubo, tumultos, greves, seqüestros, ações políticas
e incendiarismos. Quando se pensa em Segurança Patrimonial, associa-se quase que de imediato, o nome
com o da área onde existem vigilantes, guardas e brigadas de incêndio. Porém, por julgarmos que esse
conceito não expressa corretamente as atividades desenvolvidas pelo setor, tentaremos elucidá-lo melhor.
O figura a seguir posiciona a Segurança Industrial no topo de uma árvore que abrange:
• Segurança do Trabalho;
• Segurança Patrimonial;
• Segurança das Instalações;
• Segurança dos Processos;
• Segurança contra Incêndio.
SEGURANÇA INDUSTRIAL SEGURANÇA SEGURANÇA PATRIMONIAL DO TRABALHO
SEGURANÇA DAS INSTALAÇÕES SEGURANÇA SEGURANÇA CONTRA DOS INCÊNDIO PROCESSOS
A Segurança Patrimonial, como uma das atividades ou um dos braços da Segurança
Industrial, e consequentemente uma das ferramentas empregadas no Gerenciamento de Riscos, tem
algumas de suas atribuições interagindo com as de outras áreas afins.
A interação com a área da Segurança de Processos pode dar-se com o controle do
vazamento de informações ou do roubo de tecnologia; a interação com a Segurança contra Incêndio,
dá-se no desenvolvimento de planos conjuntos de desocupação de áreas; com a Segurança do Trabalho
a interação verifica-se na análise dos ambientes de trabalho com vistas a evitar situações anormais; com a
Segurança das Instalações, a interação dá-se no estudo da vulnerabilidade das mesmas instalações.
Apesar de todas essas superposições de tarefas, muitas vezes benéficas, o Gerente de
Riscos deve administrar as interfaces, de forma que os desperdícios de tempo e de recursos sejam
diminuídos ou evitados, bem como não sejam criadas áreas de vácuo de controle ou de gestão.
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Atividades do setor de Segurança Patrimonial
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As atividades desenvolvidas pelo setor de segurança patrimonial compreendem todas
aquelas necessárias à preservação do patrimônio da empresa. Consideram-se como principais as ações de
controle e apoio:
→ de pessoal em situações de emergência;
→ das instalações e edificações;
→ de acesso a zonas perigosas;
→ de acesso de elevadores e plantas de edifícios;
→ de acesso de veículos e de carga;
→ de acesso do pessoal empregado e de visitantes;
→ de áreas internas e externas;
→ de áreas restritas à direção da empresa;
→ de entrada e saída de pessoal e de material;
→ de horário de funcionamento e visitantes;
→ de horário e de acesso em áreas de recreação.
→ sobre as situações de emergência.
→ de restrição à utilização de máquinas e equipamentos de escritório;
→ de restrição de passagem a zonas de alta segurança;
→ de supervisão de alarmes e sistemas de segurança;
→ de supervisão de sistemas de energia, iluminação, ar condicionado, etc.;
a. Controle de pessoal e material
A finalidade maior do controle de entrada e saída de pessoal e de material é a de evitar e
mesmo impedir que estranhos tenham acesso às instalações industriais, como também fiscalizar essas
movimentações com vistas a não existência de prejuízos de quaisquer natureza. Os riscos mais comuns
podem ser: roubo; sabotagem; colocação de artefatos explosivos, etc.. Por razões de desenvolvimento dos
serviços a serem executados as atividades desmembram-se em:
⇒ controle de terceiros;
⇒ controle de funcionários;
⇒ controle sobre a movimentação de pessoal.
b. Controle de terceiros
O controle de acesso de terceiros faz-se por meio de fiscalização e identificação de
pessoal convidado ou a serviço, com vistas à prevenção de situações anormais. Em grandes edificações,
onde a Segurança Patrimonial é insipiente, é comum um funcionário estar trabalhando em sua mesa e de
repente aproximar-se dele um vendedor de joias, de carnês de pecúlio, de doces e comidas, de video-
locadoras, etc.. Se essa entrada é facilitada para essas atividades, também o pode ser para: atear um
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incêndio criminoso; colocar uma bomba; roubar um equipamento ou um documento valioso; seqüestrar
alguém; provocar ações de sabotagens, etc..
Um grande hotel, situado em importante capital do país, teve que fixar molduras de
madeira em suas tapeçarias, porque essas desapareciam das paredes tão logo eram colocadas, furtadas
por hóspedes. Está certo que mandar um hóspede abrir a sua bagagem para se examinar o conteúdo por
suspeita de ele haver furtado algo não é bom para a imagem do estabelecimento. Assim, antes que se
chegue a essa situação, deve-se tomar conta do patrimônio que pode vir a ser levado como “brinde”.
Importante banco teve vários equipamentos elétricos de última geração furtados por
pessoas que se faziam passar por funcionários de empresas de manutenção. Os seguranças da portaria
nada fizeram porque a empresa era uma antiga prestadora de serviços e retirava várias máquinas por
semana para reparos.
Grande empresa com elevado número de computadores teve a surpresa de verificar que
os gabinetes dos micros que não estavam sendo utilizados com freqüência, encontravam-se
completamente vazios, sem as placas, furtadas por funcionários com a conivência de funcionários da
manutenção.
Grande banco comercial que usualmente tinha uma de suas agências assaltadas, detectou
que funcionários seus com a função de caixas de uma dessas agências, retiravam dinheiro das gavetas de
numerário e os colocavam entre duas lixeiras superpostas junto a seus pés. Se naquele dia a agência fosse
assaltada, o funcionário informava que também tinha sido roubado daquela quantia que antes ele mesmo
havia retirado do caixa. Em um outro banco, o próprio vigilante ao final do expediente assaltou a agência
em que trabalhava.
Várias são as formas e os meios de fiscalização e de identificação. Entretanto, todas têm
em comum a necessidade de enquadramento das áreas de acordo com o grau de segurança exigido pela
empresa. Para cada um desses enquadramentos o controle a ser exercido será maior ou não.
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Identificação de pessoal de serviço
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De modo geral, o pessoal de serviço em uma empresa faz parte do quadro funcional de
firma contratada. Enquadram-se nessa categoria as seguintes atividades, mais comuns:
⇒ fornecimento de alimentação;
⇒ manutenção de máquinas e equipamentos;
⇒ vigilância;
⇒ instalação de máquinas e equipamentos;
⇒ reformas e pequenas obras de construção civil;
⇒ serviços de jardinagem;
⇒ pinturas e reparos diversos;
⇒ pavimentação e arruamento;
⇒ desenvolvimento de softwares;
⇒ serviços de tesouraria e compensação bancária;
⇒ serviços de vistoria e inspeções para seguradoras;
⇒ serviços de decoração, etc..
Em função das características e duração dos serviços executados há sempre a
possibilidade de existirem funcionários circulando pelo interior das edificações. São pessoas alheias ao
quadro funcional da empresa contratante com outras características funcionais, com diferentes formas de
controle e de treinamento, e enfim tantas outras peculiaridades divergentes que as tornam potencialmente
perigosas. Fazendo parte do quadro funcional dessas empresas podem estar ex-funcionários que foram
demitidos por razões várias e que guardam alguma mágoa de seu ex-empregador. A rotina para o controle
e identificação do pessoal contratado pode variar de empresa para empresa, mas o que normalmente é
feito tem a seguinte sistemática:
⇒ Após a assinatura do contrato de prestação de serviços a contratada deve remeter para a contratante a
relação nominal das pessoas destacadas para o trabalho, bem como os dados e informações
identificadoras de cada funcionário, devendo-se ter em mente que o objetivo dessas informações é o
da rastreabilidade dos dados;
⇒ Deve-se evitar contratar empresas que possuam em seus quadros ex-funcionários que foram
demitidos sem qualquer razão aparente;
⇒ Chegando ao local de serviço o funcionário contratado passa por uma triagem no setor de vigilância,
a qual se inicia com: entrega da carteira de trabalho; carteira de identidade ou qualquer outro tipo de
documento. Somente após isso recebe um documento de identificação provisório para ingresso nas
instalações.
Esse sistema de identificação e controle é o mais simples e mais adotado. Porém,
apresenta uma série de desvantagens, dentre as quais citamos:
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a) Não é verificada a autenticidade dos documentos fornecidos pelos empregados
A principal razão da não verificação da autenticidade dos documentos fornecidos pelos
empregados talvez seja a do desconhecimento das rotinas necessárias. Invoca-se muito a credibilidade da
empresa contratada, ou então a falta de tempo disponível, como justificativa para a não execução de um
trabalho de maior profundidade. Também se menciona que o nível de segurança exigido pela empresa
não compensa todo esse trabalho. Os dados mais importantes a serem observados nos documentos
fornecidos pelos funcionários são os seguintes:
� violabilidade do documento (um documento violado necessita de um Check-up mais rigoroso);
� fotografia constante do documento (muitas pessoas, por desconhecerem a sistemática dos órgãos
oficiais de identificação, não renovam seus documentos de identidade a cada 10 anos. Nesse meio
tempo, adquirem características que antes não possuíam, por quando do retrato original, como por
exemplo, a perda de cabelos, cicatrizes por acidentes, etc.);
� comparação de assinaturas (esse é um item muito difícil de ser analisado, já que existem pessoas que
assinam cada hora de uma maneira diferente. Entretanto, o talhe da letra sempre se aproxima.
Conhecimentos de grafotécnica podem auxiliar bastante nessa tarefa);
� verificação do prazo de validade do documento de identificação. Varia de acordo com o órgão
expedidor, não ultrapassando o prazo máximo de 10 anos. A fixação desses prazos decorre do fato
das mudanças que se operam no indivíduo classificado (documentos com prazo de validade superior a
10 anos não deveriam ser aceitos);
� comparação das impressões digitais.
b) Ausência de confrontação de dados do funcionário visitante
Pelas mesmas razões anteriores não se costumam analisar as características físicas dos
funcionários, a tomada de suas impressões digitais e a anotação de dados antropométricos. Esses dados,
que devem ser coletados em intervalos de tempo nunca superiores a dois anos permitem a geração do
banco de informações necessário por quando de eventuais comparações, em momentos que exijam essa
análise. Assim, recomendamos a obtenção de dados como:
• idade;
• cor da pele;
• estatura;
• peso;
• marcas e cicatrizes;
• cor dos cabelos e dos olhos, etc.
Independentemente da aplicação das medidas preconizadas anteriormente, não se
verifica junto aos órgãos oficiais a existência de fatos desabonadores da conduta dos funcionários
contratados. Mais uma vez cabe ao responsável pelo setor de Segurança Patrimonial tomar as decisões
melhor aplicadas, calcadas nos seguintes parâmetros:
I - Vulto da empresa;
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II - Características da produção; III - Número de funcionários; IV - Grau de segurança exigido.
Quando o serviço contratado é de menor importância, ou relevância para a segurança,
como por exemplo, jardinagem, pintura de fachadas, pavimentação externa, obras civis externas,
manutenção de edificações e instalações e outras atividades correlatas, o controle não precisa ser tão
rígido. Nesses casos, podem-se analisar simplesmente os documentos, com a confrontação da impressão
digital e assinatura.
A tabela apresentada a seguir ilustra melhor a relação que existe entre o grau de
segurança exigido, classificado em três itens, as ocupações principais desenvolvidas nas instalações, de
acordo com o grau de segurança e, finalmente, as exigências mínimas feitas quanto à segurança do local.
É conveniente frisar que todas as medidas implantadas em uma empresa para a sua segurança, destinam-
se à prevenção de perdas e a redução dos custos, como já comentado. Assim, por mais banais que possam
parecer, essas medidas tem demonstrado serem importantes em um contexto geral. O caso mais comum é
o do fornecimento do crachá. Em indústrias que tem mais cuidado com a segurança não é admitido, em
hipótese alguma que os funcionários e os visitantes transitem sem os crachás, visíveis. Não aqueles por
sob a roupa ou pendurados de qualquer forma no corpo, como presos ao cinto ou na parte interna dos
casacos. O crachá deve estar visível à altura do peito, com a face onde consta a fotografia do funcionário
visível.
Graus de Segurança
Ocupações Principais
Exigências quanto à Segurança Patrimonial
Pequeno
Hospitais (excluindo centros cirúrgicos), escolas, igrejas, escritórios, oficinas de manutenção, unidades de apoio, áreas externas de unidades fabris, etc.
• Fornecimento de documentos de identificação pelo empregado.
• Preparação de ficha de identidade conforme Modelo 1. • Utilização de crachá.
Médio Almoxarifados, depósitos (excluindo de produtos perigosos), unidades de produção, áreas internas de unidades fabris, etc.
• Fornecimento de documentos de identificação pelo empregado.
• Obtenção de dados antropométricos. • Confrontação de assinaturas e impressões digitais. • Preparação de ficha de identidade conforme Modelo 2. • Utilização de crachá.
Grande
Centros de processamento de dados; unidades de processamento; centrais de geração de energia; guarda de documentos, numerário, obras de arte; laboratórios de pesquisa; depósitos de produtos perigosos; centros de pesquisa; depósitos de produtos explosivos; casas de força; casa de caldeiras; centros de controle operacional; etc.
• Fornecimento de documentos de identificação pelo empregado.
• Obtenção de dados antropométricos. • Confrontação de dados dos documentos de
identificação. • Pesquisa junto aos órgãos policiais. • Preparação de ficha de identificação conforme Modelo
3. • Utilização de crachá.
Em algumas atividades é necessário que os funcionários contratados se movimentem por
outras áreas da empresa, que não necessariamente aquelas onde efetivamente trabalham, ou onde estão
sendo realizados os serviços para os quais foi contratado. Para o vigilante, a não ser que existam meios
de identificação imediatos, fica difícil saber o que aquele funcionário está fazendo em local diferente do
estipulado na sua ocupação ou contrato.
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Ingresso de pessoal em áreas não controladas
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Na tentativa de implementar-se medidas de segurança que evitem ou impeçam que os
funcionários de empresas contratadas tenham livre trânsito a todas as áreas da indústria, são definidos
critérios que facilitam a identificação das pessoas. Tal medida objetiva permitir o acompanhamento dos
funcionários enquanto estiverem executando suas atividades. Sempre que possível o sistema de
identificação possibilitará o reconhecimento das pessoas à distância, por intermédio de crachás,
uniformes, capacetes, ou quaisquer outros meios.
Vários são os processos ou formas de identificação, ou mesmo de restrição a áreas. Um
dos mais empregados é o do crachá com cores diferenciadas por atividade. A identificação pode ser com
selos próprios, coloridos, com validade somente para um momento, uma tarde, por exemplo. As cores
que podem ser adotadas são as seguintes:
� Branco - pessoal visitante ou a serviço;
� Azul - ingresso em áreas com grau de segurança pequeno;
� Vermelho - ingresso em áreas de segurança médio;
� Preto - ingresso em áreas com grau de segurança grande.
Considera-se como área não restrita aquela que por razões de segurança ou da própria
atividade não apresente riscos à empresa. Excluem-se dessas áreas as seguintes atividades, dentre outras:
⇒ processamento e fabricação;
⇒ estocagem de matéria-prima e de produtos acabados;
⇒ laboratórios e centros de pesquisa;
⇒ centros de processamento de dados, tratamento de informações ou fitoteca;
⇒ guarda de numerário e de documentos;
⇒ casas de força, subestações elétricas, casas de caldeiras;
⇒ centros de comando e painéis de controle.
Incluem-se como áreas não restritas, com grau de segurança pequeno:
⇒ ambientes externos às edificações;
⇒ corredores de circulação enclausurados;
⇒ vestiários e sanitários;
⇒ escritórios (somente as áreas para atendimento ao público).
Para o controle de pessoal em áreas não restritas recomenda-se a adoção da Ficha de
Identificação - Modelo 1 e o Cartão de Identificação Modelo 1.
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Ingresso de pessoal em áreas controladas
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As áreas restritas ou controladas são aquelas nas quais o ingresso de pessoal estranho à
atividade é permitido, desde que ocorra qualquer uma das seguintes situações:
� visita acompanhada;
� treinamento;
� supervisão à distância.
A restrição de acesso a determinadas áreas pode se dar não somente pelo temor de
sabotagens, espionagens industriais, ou qualquer outro fator similar, mas também por representar risco à
saúde, ou à vida de terceiros. Nesses critérios podem ser consideradas como áreas restritas:
� processamento e fabricação de bens e produtos;
� estocagem de matérias-primas e de produtos acabados, inclusive as áreas de tancagem;
� laboratórios, centros de pesquisa, centros de ensaios e testes;
� centros de informação, centros de processamento de dados, locais de guarda de fitas e discos
magnéticos;
� almoxarifados e arquivos;
� centros de controle operacional;
� oficinas eletromecânicas;
� casas de força, caldeiras, centrais de ar condicionado, centrais de compressores;
� áreas circundantes de equipamentos com partes móveis, etc.
Generalizando-se, toda a área industrial é sempre restrita, salvo poucas exceções. A
restrição ao ingresso às áreas pode ser devida a:
• particularidades dos processos;
• tipos de equipamentos em operação;
• matérias-primas;
• produtos intermediários e produtos finais;
• salubridade do meio ambiente;
• riscos de explosões, etc.. Uma caldeiraria de pequeno porte pode não apresentar áreas restritas. Porém, uma
caldeiraria pesada sempre as possui.
Em se tratando de serviços executados em áreas restritas, o recomendável é que o
cadastro do visitante ou pessoal a serviço seja o mais severo quanto mais restrita for a área.
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Identificação de pessoal visitante
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A característica do visitante para fins de fiscalização e controle é a mais ampla possível,
isso porque considera-se como visitante o contínuo que vem trazer uma correspondência até o cliente que
vem assinar um contrato importante para a empresa. Todos têm em comum uma certa particularidade,
que é a da sua estada limitar-se a um curto espaço de tempo na empresa.
A identificação de visitantes é a mais simples e discreta possível. O que é feito é o
recebimento do documento de identidade e o fornecimento de um cartão de identificação. Eventualmente,
de acordo com o tempo disponível, tipo de visita e o local visitado, é preenchida uma ficha simplificada
de identificação, ou são feitas anotações em um livro registro, no qual deverá constar:
• nome da pessoas visitada;
• motivo da visita;
• início e término da visita;
• número do documento de identidade.
Há empresas que filmam o visitante, gravando uma imagem de seu rosto, na mesma tela
em que há uma ficha de identificação. As informações ficam armazenadas em um disco ótico durante
determinado tempo, findo o qual são apagadas. Em outras empresas é tirada uma cópia do documento de
identificação e do crachá fornecido, ou do selo que deverá ser fixado à lapela.
Independentemente do visitante conhecer as instalações, em riscos com grau de
segurança médio ou grande deverá estar sempre acompanhado, seja por um vigilante, seja pela própria
pessoa visitada.
Em áreas de maior segurança, ou de segurança máxima, as visitas devem ser
limitadas ao máximo e deve ser feita uma pesquisa permanente de todas as pessoas visitadas e da
frequência de visitas.
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Fiscalização de terceiros
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A fiscalização do interior da área industrial deve ser sempre feita de forma coercitiva,
visto que inúmeros são os riscos afetando as próprias instalações e maquinismos, bem como a saúde ou a
vida das pessoas.
O sucesso dos programas de fiscalização a serem adotados irá depender em muito, das
diretrizes traçadas pela alta gerência da empresa, como também da valorização atribuída ao setor de
vigilância.
Em se tratando do controle de terceiros, o projeto deverá ser encaminhado sob a ótica de
ser ostensivo e ao mesmo tempo discreto.
a) Fiscalização ostensiva
A fiscalização é dita ostensiva quando se faz presente em todos os locais da empresa com
a presença do vigilante. Os objetivos do trabalho são o do controle efetivo e a prevenção dos riscos
através da intimidação.
Dizem os estudiosos do comportamento humano que uma parcela das pessoas é traída
pelo olhar. No trabalho de fiscalização ostensiva empregam-se:
• câmeras;
• rondas permanentes;
• vigilantes fixos;
• guaritas.
Considera-se como fiscalização ostensiva o emprego de câmeras de circuito interno de
TV, postadas ostensivamente. Esse é um dos métodos que exerce uma influência bem acentuada sobre as
pessoas, já que está implícito que o controlador do equipamento está imune a ameaças e há gravação do
que está sendo filmado, para posterior reprodução. Muitos assaltos a bancos e a supermercados foram
desvendados com o auxílio dessas câmeras. Tumultos em estádios foram investigados com o auxílio da
reprodução de fitas de vídeos amadores e de vídeos de televisões.
A divulgação pelos jornais e TVs do desbaratamento de quadrilhas, presas por terem sido
identificadas por câmeras de circuito interno faz com que o emprego do equipamento seja mais realçado.
b) Fiscalização discreta
A característica básica a adotar-se quanto à fiscalização discreta depende em muito do
tipo de empresa que se está fiscalizando.
A vigilância ou fiscalização é dita discreta, quando é percebida por todos, sem entretanto ser
ostensiva.
A ideia de que a pessoa pode estar sendo fiscalizada é sempre um fator inibidor de atos
ou fatos danosos. Normalmente a atividade é exercida a distância sob a forma de supervisão. Os
processos desenvolvidos podem ser os seguintes:
• vigilantes postados à distância, em pontos estratégicos;
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• câmeras ocultas ou semi-ocultas;
• sistemas eletrônicos especiais (células fotoelétricas, fios sensores, placas eletrônicas, etc.).
Em função do grau de segurança adotado para o local podem ser combinados processos
ou equipamentos distintos. Por exemplo, em uma linha de produção em áreas de alto risco empregam-se
vigilantes em pontos estratégicos e câmeras semi-ocultas. Poderão ser adotados mais de dois processos,
como em uma fábrica de joias, com vigilantes, câmeras e sistemas eletrônicos especiais.
É importante frisar que o vigilante necessita estar fardado, para a fiscalização ostensiva.
Na fiscalização discreta não há essa necessidade.
Esse tipo de fiscalização não é utilizado somente no controle de processos, como poderia
vir a ser evidenciado, mas também em reunião de pessoas influentes (presidentes de empresas, políticos,
celebridades, etc.), em exposição pública de joias, objetos de arte, manuscritos valiosos, etc.
Controle de acesso de funcionários
Existem várias maneiras de se exercer o controle e a fiscalização sobre os funcionários
de uma empresa, com vistas a se prevenir situações anormais. A primeira delas e a mais usual, é a do
funcionário ao chegar ao serviço ser obrigado a portar o crachá de identificação funcional.
Normalmente, a plaqueta de identificação é fornecida por quando da contratação do
funcionário pela empresa, servindo como identificação funcional. O modelo mais comumente empregado
é o constante da figura a seguir. Empresa: ------------------- Nota: o funcionário obriga-se a portar este documento de identificação -------------------------------- enquanto estiver a serviço na empresa. Nome: ------------------------ --------------------------------- Foto Função: ----------------------- Identidade: ------------------ CTPS Identidade Validade: -------------------- Admissão Grupo sangüíneo Selo de restrição de área
Esse tipo de identificação possibilita que o funcionário execute o seu serviço sem
precisar ser interrompido pelos vigilantes. Ainda assim, com esse sistema ocorrem várias deficiências.
Uma delas é o de que o único controle de permanência desse na empresa ser o cartão de ponto, de
eficiência duvidosa já que pode vir a ser manuseado por outras pessoas para encobrir faltas.
Em uma empresa de grande porte com centenas de funcionários entrando ou saindo
praticamente no mesmo horário, talvez esse seja o único modo, ou pelo menos o mais simplificado de se
exercer algum tipo de controle, mesmo que precariamente.
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Em decorrência do grau de segurança exigido pela instalação, pode-se recomendar outra
forma de controle, como por exemplo a do funcionário entregar a carteira funcional e receber o cartão de
identificação ao ingressar na empresa. Na saída do expediente faria exatamente o inverso. No crachá
fornecido, além da fotografia deverá constar:
• nome;
• função;
• número de identificação;
• validade do documento;
• carteira profissional;
• carteira de identidade;
• data de admissão;
• grupo sangüíneo;
• selo de restrição de áreas.
O selo de restrição de áreas contém um código de cores através do qual o funcionário tem
acesso a determinadas áreas.
Existem outras formas de identificação de funcionários mais modernas, como os crachás
com tarjas magnéticas, onde em cada local por onde o funcionário transita, abrindo ou fechando portas
fica registrado o tempo em que por passou e o período de permanência. Esse mesmo crachá com tarja
serve como ponto. Outra forma de identificação é através de códigos de barra.
Todos esse processos de identificação visam exclusivamente, controlar os passos dos
funcionários contratados ou dos visitantes em áreas de acesso restrito da empresa. Com a evolução dos
sistemas de informática, já há controles que antigamente só se viam em filmes como o reconhecimento
do fundo do olho ou da impressão digital. Infelizmente são sistemas caros, onde o seu emprego somente é
compensado se houver um grande risco para a empresa.
A seguir, apresentamos dois modelos de fichas de identificação de pessoal, relativamente
simples. O Modelo 1, mais simplificado, destina-se a atividades de pequeno grau de segurança. O
Modelo 2, mais complexo, destina-se a atividades com grau médio de segurança. A diferença básica
entre eles é a do maior volume de informações disponibilizadas à empresa. É interessante frisar-se que
quanto maior o número de informações, verdadeiramente apuradas, melhor o controle. De nada adiante
perguntar-se uma quantidade enorme de dados se esses não são verificados antes da contratação do
funcionário.
302
Ficha Modelo 1 Empresa ____________________________ Informações Gerais Ficha de identificação Ficha nº de Pessoal Contratado Nome:---------------------------------- Função: --------------------------------- Contratada: ----------------------------- Foto Endereço: -------------------------------- ---------------------------------- Filiação: ------------------------------------------ -------------------------------------------- Residência: ---------------------------------------- ------------------------------------------ Pessoa p/ contato: ------------------------------- Telefone: -------------------------------------------- Endereço: ------------------------------------------ Doc. Identidade: --------------------------------- Polegar direito Crachá nº: --------------------- Assinatura
Ficha Modelo 2 Empresa ____________________________ ____________________________ Informações Gerais Ficha de identificação Ficha nº de Pessoal Contratado Nome:------------------------------- Função: ----------------------------- Contratada: ------------------------ Foto Endereço: -------------------------- --------------------------- Filiação: ----------------------------------------- e ------------------------------------------ Residência: ----------------------------------------- ------------------------------------------ Referências Pessoais: --------------------------- --------------------------------------------------------- Telefones: ------------------------------------------ Endereços: ----------------------------------------- ------------------------------------------- Idade : ------------------------------------ Cor : ------------------------------------ Estatura : ------------------------------------ Peso : ------------------------------------ Estado Civil : ------------------------------------ Grupo Sangüíneo : ------------------------------- Marcas /Cicatrizes: ------------------------------- --------------------------------- --------------------------------- Doc. Ident.: ----------------- Emissão: -------------------- nº crachá: ------------------- Polegar Direito Assinatura
303
Entrada e saída de materiais
Pode-se classificar, para fins de execução de tarefas, os seguintes materiais e bens da
empresa, com movimentação em seu interior:
• matérias-primas;
• produtos acabados;
• materiais diversos;
• peças de reposição;
• equipamentos/componentes em substituição ou instalação.
a) Controle de entrada e saída de matéria-prima
O controle de entrada e saída de matérias-primas é normalmente feito através da
conferência de notas fiscais e de guias de compra e venda de mercadorias.
A carga sob a forma de granel sólido, líquido ou gasoso, acondicionada em caixarias,
sacarias, tonéis, garrafas, etc., é inspecionada externamente com o objetivo de verificar-se; disposição,
violabilidade, danos aparentes, contaminações, rompimentos de embalagens, etc., a seguir é encaminhada
ao local de sua guarda ou consumo. Se for para guarda, provavelmente será o almoxarifado. Se for para
consumo com certeza será a área de produção.
O controle para o recebimento e expedição de matérias-primas deve ser executado pelo
setor de vigilância patrimonial. Dentre as tarefas necessárias destacam-se:
⇒ conferência do meio de transporte;
⇒ verificação da documentação de acompanhamento da carga;
⇒ conferência visual da carga;
⇒ anotação de irregularidades ou ressalvas;
⇒ encaminhamento do veículo ao local de descarga;
⇒ acompanhamento da descarga;
⇒ encaminhamento do veículo à saída da empresa.
Na conferência visual devem ser verificados itens como os destacados a seguir:
���� disposição da carga no veículo;
���� formas de acondicionamento;
���� proteções adotadas contra intempéries;
���� danos materiais aparentes;
���� contaminação por água de chuva ou outros produtos;
���� rompimento de embalagem;
���� identificação de material transportado, existência de ficha de informações, caso se trate de produtos
perigosos.
304
No acompanhamento do veículo toda e qualquer anormalidade encontrada deverá ser
imediatamente notificada à transportadora. A segurança não deve manusear produtos ou abrir
embalagens lacradas, excetuando-se casos de embalagens violadas ou danificadas, sobre as quais pairem
qualquer dúvida.
b) Controle de saída de produtos acabados
Cabe ao setor de Segurança Patrimonial checar a entrada do veículo e seu condutor e
ajudantes na entrada do mesmo no interior das instalações fabris, verificar a guia de liberação na saída da
carga.
Quando se tratar de produtos que possam ameaçar ou por em risco a integridade das
instalações ou das pessoas envolvidas na operação, tais como: produtos tóxicos, explosivos, inflamáveis,
corrosivos, etc., o setor deve acompanhar o embarque da carga e a retirada da mesma até os limites do
terreno da empresa. Para produtos perigosos a área de segurança deve analisar adequadamente as formas
de transporte, à luz das determinações do DNER.
c) Controle do fluxo de materiais diversos
O roubo de materiais praticados por funcionários ou por pessoal contratado pode vir a ser
elevado, dependendo do tipo de bem processado e dos produtos fabricados. Em fábricas de confecções de
roupas íntimas femininas há sempre muito desvio de peças. Entretanto, não existe só a retirada do
material fabricado, como também dos próprios produtos existentes no local de trabalho, como por
exemplo:
• materiais de limpeza (sabão, esponjas, etc.);
• materiais de escritório (blocos de papel, borrachas, lápis e canetas, apontadores, grampeadores,
furadores, pastas, etc.);
• equipamentos de uso diverso (máquinas calculadoras, estabilizadores, cafeteiras, garrafas térmicas,
etc.);
• café e açúcar;
• lâmpadas, ferramentas e peças de pequeno porte;
• suprimento de impressoras e Cds;
• cinzeiros, porta-lápis, e outros objetos mais.
Além desses materiais tem sido bastante comum o roubo de esguichos de mangueiras de
hidrantes e volantes de válvulas, posteriormente vendidos a peso no ferro velho mais próximo.
Quase sempre o produto do roubo é de pequeno valor. Porém, se somados uns com os
outros, assume maior importância para a empresa. A prática mais usual é a da prevenção da ação através
de uma fiscalização constante. A fiscalização pode ser dividida em duas etapas a saber:
• revista de funcionários;
• verificação dos ambientes de trabalho ao término do expediente.
305
A revista pode ser feita individualmente, em cabinas, muito adotada em fábricas de
confecções, além da abertura de volumes e bolsas transportadas. Se o número de funcionários for grande
a revista pode ser aleatória ou não. O tempo médio despendido para uma revista mais minuciosa,
incluindo a dos volumes transportados pelo funcionário pode variar de 1 a 3 minutos por pessoa, desde a
sua entrada no setor até a sua liberação. Esse dado é um parâmetro indicador do número de vigilantes a
serem contratados, somente para essa atividade.
Particularmente, achamos constrangedora a revista em cabinas, podendo estar sujeita a
problemas judiciais, principalmente se mulheres forem revistadas. Outro ponto também discutido é que
algumas empresas utilizam-se somente de vigilantes homens, que abusam quando a revistada é uma
mulher. A empresa tem que avaliar corretamente se vale a pena investir nesse tipo de ação, comparando o
risco da perda da imagem e das prováveis ações legais com as perdas efetivamente manifestadas. O que
costuma-se denominar como roubo ou perda, não passa muitas vezes de uma apropriação por parte dos
funcionários. Não são poucos os que carregam em suas bolsas canetas ou blocos da empresa em que
trabalham. Outros têm em casa grampeadores, cinzeiros e até furadores de papel da empresa.
Algumas pessoas têm prazer de levar para casa um objeto de alguém. Um famoso hotel
do nordeste passou a contabilizar os furtos de cinzeiros de seus apartamentos pelos hóspedes, passando a
gravar no fundo desses a seguinte mensagem: furtado do hotel ... . Os hóspedes deveriam ficar surpresos
com a mensagem. Os cinzeiros de argila além de serem uma peça do mobiliário do apartamento passaram
a ser peças promocionais do hotel.
O setor de vigilância deve recomendar aos funcionários não entrem na empresa portando
embrulhos. Outra prática que também deve ser evitada é o uso de bolsas, sacolas e mochilas. Nessas
situações pode-se recorrer a uma revista na entrada e a outra na saída, ou simplesmente disponibilizar-se
um local para guarda de pacotes e embrulhos, como fazem muitos supermercados.
Todas as situações aqui descritas devem ser avaliadas caso a caso pelo Gerente de Riscos
da empresa, não só em função ao grau de segurança exigido pela instituição como também por problemas
de imagem da própria empresa. Medidas relativamente simples costumam produzir bons resultados,
como o simples controle de material por parte da secretária, em um escritório, já passa a ser um fator
inibidor dos furtos.
306
Controle de áreas externas
307
Compreendem áreas externas para fins de controle por parte dos vigilantes:
• corredores de circulação externos;
• áreas livres ao redor das edificações;
• áreas programadas para expansões;
• edificações de pequeno porte e não destinadas ao setor fabril, como: sanitários, guaritas, refeitórios,
etc..
O controle dessas áreas deve ser sempre feito por rondas fixas e por vigilantes postados
em locais estratégicos. Durante o horário de expediente o serviço assume as seguintes características:
• inspeção periódica em todas as áreas, em período nunca superior a duas horas;
• verificação do estado em que se encontram as portas, janelas, grades, sistemas de fechamento
(cadeados, fechaduras, ferrolhos), sensores eletrônicos, etc.
Além desses itens, em decorrência do horário de realização da vigilância durante o
expediente ou fora desse há sempre pequenas modificações na rotina dos serviços, tais como:
Controle de áreas durante o horário de expediente
As principais tarefas a serem executadas com o objetivo do controle de áreas são as
seguintes:
a) controle por rondas móveis, em intervalo de tempo nunca superior a duas horas;
b) verificação do sistema de fechamento das aberturas;
c) Check up dos dispositivos eletrônicos de prevenção contra a entrada de estranhos;
d) controle do pessoal visitante a serviço.
Durante a execução dessas tarefas os vigilantes não necessitam andar armados, podendo
usar sistema de radiocomunicação. O número mínimo de vigilantes para a execução dessas tarefas pode
ser dimensionado da seguinte forma:
���� um vigilante para cada 8.000 m2 de superfície de terreno, até 80.000 m2;
���� um vigilante para cada 5.000 m2 ou fração, excedente a 80.000 m2 de terreno, incluindo-se aqui as
áreas construídas contidas no interior do terreno.
Controle de áreas fora do horário de expediente
Fora do horário de expediente, a rotina de inspeção já deixa de ser afetada pelo
burburinho dos funcionários falando, das máquinas operando, etc. A rotina a ser seguida é a seguinte:
a) controle de área executado por ronda móvel, em intervalo de tempo nunca superior a uma hora;
b) vigilância feita por homens armados;
c) verificação de sistemas de fechamento das aberturas;
d) Check up dos dispositivos eletrônicos de vigilância.
e) Check up do sistema de iluminação ambiental. Não é recomendada a existência de superfícies com
nível de iluminamento inferior a 100 LUX.
308
Durante a execução dessas tarefas os vigilantes, por questões de racionalidade dos
serviços devem se comunicar com o responsável pela equipe de vigilância através de
radiocomunicadores, em intervalos de tempo nunca superiores a 15 minutos entre cada chamada,
transmitindo uma senha para situações normais e outra para situações anormais.
A noite, o número de vigilantes deve ser sempre maior do que durante o dia, em
cerca de 50%.
309
Dimensionamento da equipe efetiva para o controle de áreas externas
310
Tomando-se como exemplo uma empresa com as características a seguir indicadas,
dimensionaremos uma equipe mínima de vigilância, a saber:
⇒ superfície do terreno : 118.000 m2
⇒ área total construída : 46.000 m2
⇒ três turnos de trabalho : 0600/1400 - 1400/2200 - 2200/0600
Nota: É importante que os turnos de trabalho da equipe de vigilância não coincidam com as
jornadas de trabalho da empresa.
• Dimensionamento da equipe mínima:
118.000 m2 - 80.000 m2 = 38.000 m2
80.000 m2 : 8.000 m2 = 10 vigilantes
38.000 m2 : 5.000 m2 = 8 vigilantes
Total de vigilantes = 18 vigilantes
Com a existência de três turnos, e o da noite devendo conter 50% a mais de pessoas, tem-
se: 1 + 1+ 1,5 = 3,5 ∴ 18 : 3,5 ≅ 6 vigilantes. A distribuição dos funcionários nos turnos será a
seguinte:
1º Turno : 6 vigilantes;
2º Turno : 6 vigilantes;
3º Turno : 9 vigilantes.
Partindo-se da premissa de que do total da equipe no máximo 50% poderão estar em
postos fixos, temos:
1º Turno : 3 vigilantes em ronda + 3 vigilantes em postos;
2º Turno : 3 vigilantes em ronda + 3 vigilantes em postos;
3º Turno : 5 vigilantes em ronda + 4 vigilantes em postos.
Este número não inclui o pessoal de reserva, necessário para cobrir eventuais faltas ou
férias, e nem ao descanso remunerado, já que por se tratar de equipe que trabalha em rodízio terão direito
a pelo menos 1 domingo de folga no mês.
Após cada turno de serviço deve ser feito um relatório pelo chefe da equipe, contendo
todas as anormalidades e fatos ocorridos em seu turno.
311
Vigilância de áreas internas
312
A maior ou menor complexidade atribuída à atividade de vigilância depende,
fundamentalmente:
⇒⇒⇒⇒ das obstruções à visão do vigilante;
⇒⇒⇒⇒ da possibilidade de refúgios;
⇒⇒⇒⇒ da luminosidade interna;
⇒⇒⇒⇒ do tipo de operação executada;
⇒⇒⇒⇒ da densidade populacional;
⇒⇒⇒⇒ dos equipamentos existentes;
⇒⇒⇒⇒ do arranjo adotado na arrumação interna;
⇒⇒⇒⇒ da quantidade de portas e janelas;
⇒⇒⇒⇒ da existência de corredores limpos e desobstruídos;
⇒⇒⇒⇒ da arrumação das mercadorias, etc.
Por essas razões a vigilância em áreas internas é sempre mais difícil de ser feita, além de
exigir um maior conhecimento técnico por parte dos vigilantes, os quais devem ser capazes de detectar e
identificar falhas, além de situações anormais em equipamentos e instalações e de integrar-se
perfeitamente ao próprio ambiente.
O vigilante não deve expor-se nos corredores da empresa portando ostensivamente uma
arma, ou exibindo os seus músculos, deve sim, portar-se como um funcionário da empresa treinado para
detectar situações anormais ou inibir ações predatórias contra o patrimônio da empresa. Nas áreas
internas a vigilância deve ser executada da seguinte forma:
Vigilância durante o horário de expediente
Durante o horário de expediente vários são os problemas normalmente encontrados pelos
vigilantes, dentre os quais destacam-se: maior aglomeração de pessoas; trabalho contínuo de
equipamentos e maquinismos. Uma rotina de trabalho sugerida nessas situações é a seguinte:
a) vigilância executada por rondas móveis;
b) verificação do sistema de fechamento das aberturas;
c) inspeção visual dos equipamentos de detecção e combate a incêndios;
d) inspeção dos corredores e circulações de pessoal e material de forma a evitar obstruções que
dificultem a evacuação das áreas;
e) verificação de situações anormais nos equipamentos e instalações (falta de dispositivos de proteção
dos circuitos, vazamentos, superaquecimentos, produção anormal e todo um conjunto de observações
já feitas nos capítulos anteriores);
f) verificação das placas de sinalização, controles e avisos (por intermédio das placas consegue-se obter
a informação necessária ao comando dos equipamentos. A título de curiosidade lembramos que ainda
existem pessoas que sentem prazer em danificar avisos e advertências operacionais ou retirar as
placas indicativas para guardar como souveniers);
313
g) acompanhamento dos serviços dos operários, notadamente os das empresas contratadas, objetivando
inibi-los quanto à iniciativa de ações predatórias;
h) promover o Check up dos dispositivos eletrônicos de segurança e vigilância;
i) promover o Check up dos sistemas de iluminação, principalmente os de emergência, analisando-se as
luminárias, projetores, dutos, tomadas, baterias, etc..
É importante que a vigilância seja executada por homens desarmados em rondas com
intervalos de tempo nunca superiores a 3 horas.
Vigilância fora do horário de expediente
Após as jornadas de trabalho a rotina a ser adotada pelos vigilantes sofre uma brusca
transformação, em virtude da menor movimentação de pessoal, da paralisação dos equipamentos, etc.. A
metodologia de trabalho sugerida é a seguinte:
a) vigilância feita por homens armados e com sistema radiocomunicador;
b) verificação e testes dos sistemas de fechamento das aberturas e passagens entre os vários locais da
empresa;
c) inspeção visual dos equipamentos de detecção e combate a incêndios;
d) inspeção de todos os corredores e passagens, não se permitindo obstruções, mesmo que provisórias;
e) verificação das condições de manutenção de todos os painéis de aviso e sinalizadores;
f) verificação de situações anormais nos equipamentos e instalações;
g) Check up nos quadros e painéis de controle elétrico, verificando-se as condições de anormalidade;
h) rondas em intervalos de tempo nunca superiores a uma hora;
i) Check up dos dispositivos eletrônicos de segurança;
j) Check up do sistema de iluminação de emergência;
k) verificação dos depósitos de líquidos e gases, principalmente os contendo produtos perigosos
(inflamáveis, explosivos, corrosivos), visando-se detectar situações anormais, principalmente
vazamentos.
Durante a execução de suas tarefas os vigilantes devem comunicar-se com o responsável
pela equipe através de radiocomunicadores em intervalos de tempo nunca superiores a 30 minutos,
transmitindo uma senha para situações normais e outra para as anormais. Após a passagem do serviço o
vigilante deve apresentar relatório contendo anormalidades encontradas e providências tomadas para
saná-las. À noite, o número de vigilantes deverá ser sempre superior ao existente durante o dia, em cerca
de 50%.
314
Dimensionamento da equipe efetiva de vigilantes para controle de áreas
internas
Por questões de simplificação de raciocínio, partiremos do mesmo exemplo anterior, ou
seja:
superfície do terreno 118.000 m2
área total construída 46.000 m2
turnos de trabalho 3 turnos
Influenciam bastante no dimensionamento da equipe de vigilância os seguintes dados:
⇒⇒⇒⇒ a área construída corresponde a área de uma só edificação ou de várias edificações?
⇒⇒⇒⇒ a área total construída está distribuída em um só pavimento ou em vários pavimentos?
⇒⇒⇒⇒ as construções possuem uma densidade de equipamentos, maquinismos ou instalações pequena, média
ou grande (considera-se densidade, neste caso, a quantidade de bens disposta em uma determinada
área ocupada)?
Imaginemos agora que após respondidas as perguntas formuladas obtivemos o
seguinte resultado:
⇒⇒⇒⇒ tratam-se de várias construções, quase todas isoladas uma das outras (conceito de isolamento já
definido em capítulo anterior), sendo a maior delas com 8.000 m2 de área construída;
⇒⇒⇒⇒ excetuando-se a maior construção, todas as demais possuem mais de um pavimento;
⇒⇒⇒⇒ em todas as edificações, os espaços ocupados por maquinismos não superam a 40% da área útil total
de cada edificação;
No dimensionamento de Equipes de Vigilância a análise individualizada dos elementos
questionados anteriormente não conduz a resultados práticos, visto que são várias as hipóteses que se
desdobram dessas simples perguntas.
Por exemplo, os pavimentos a que nos referimos podem ser meros mezaninos, ocupando
parcialmente a área total do andar. Assim sendo, a área total vistoriada pode ficar menor do que o
esperado. Outro ponto a ser considerado é que existem equipamentos em linha de produção contínua que
ocupam quase que todo um pavimento, como máquinas engarrafadoras de bebidas, laminadores de
siderúrgicas, extrusoras em indústrias de materiais plásticos, etc., onde o trabalho de inspeção pelo
vigilante fica mais fácil. Para melhor compreensão de nossa metodologia adotaremos índices
combinados, como propostos a seguir:
área construída distribuída em uma única edificação - fator 1,0; área construída distribuída por várias edificações - fator 0,7.
Com o fator determinado verifica-se na tabela a seguir qual a área máxima construída,
admitida para cada vigilante em efetivo serviço, e a partir daí inicia-se o dimensionamento da equipe de
vigilância patrimonial que irá operar na empresa.
315
É importante ressaltar que os números obtidos são aproximados, como se verá adiante.
Uma das simplificações empregadas é a obtenção do total de vigilantes por quantidade de turnos,
agravando em 50% o efetivo do turno da noite. Contudo, para os fins a que nos propomos a simplificação
é plenamente válida:
Qde de pavimentos Densidade
Pequena Média Grande
até 1 pavimento 6.000 m2 4.500 m2 3.000 m2
mais de 1 pavimento 5.000 m2 3.000 m2 1.500 m2
O conceito de densidade empregado no quadro acima é o seguinte:
Densidade pequena
é aquela onde a área ocupada pelos equipamentos, maquinismos ou instalações poderá
estar compreendida entre 0% a 20% da área útil da edificação, área essa avaliada pela
projeção das dimensões externas dos equipamentos no solo (conceito de layout descrito
em capítulo anterior). Um equipamento pode ser muito grande, com o formato de uma
torre. Porém, a sua projeção sobre o solo ser pequena. O que vale é a projeção dos
contornos do equipamento sobre o solo;
Densidade média
é aquela em que a soma das áreas projetadas pelos equipamentos, maquinismos e
instalações, no piso das edificações, está situada entre 21% a 40% da área útil da
mesma;
Densidade alta
é aquela na qual o somatório das áreas projetadas pelos equipamentos, instalações e
maquinismos sobre o piso das edificações é superior a 40% da área útil total do
prédio.
Em nosso exemplo, temos:
→ área total construída : 46.000 m2
→ densidade de ocupação : média
→ quantidade de pavimentos : mais de 1 pavimento
→ quantidade de prédios : mais de 1 prédio (fator 0,7)
Com esses dados entra-se na tabela apresentada anteriormente e obtém-se 3.000 m2.
3.000 m2 x 0,7= 2.100 m2 p/c/vigilante
46.000 m2 : 2.100 m2 = 22 vigilantes
Como os vigilantes acham-se distribuídos em três turnos, e o turno da noite deve ter 50%
mais pessoas que os demais turnos, o resultado a que se chega é o seguinte:
1º turno = (a) vigilantes + 2º turno = (a) vigilantes + 3º turno = (a + 50%) vigilantes = total = 3,5 (a)
1º = 22 vigilantes
2º = 22 vigilantes
3º = 33 vigilantes
316
Este número não inclui o pessoal de reserva, para suprir eventuais faltas ao serviço e
escalas de férias. A cada jornada de trabalho deverá ser elaborado pela chefia do turno, um relatório
contendo todas as situações de anormalidade e os fatos ocorridos no período. Para empresas com elevado
grau de segurança, no turno da noite deve ser preparado um relato das principais comunicações feitas
pelos vigilantes em ronda, com o horário em que essas ocorreram. Esse relato pode ser em meio
eletrônico ou magnético. A seguir, apresentamos um modelo simplificado de Relatório de Ocorrência por
Turno de Vigilância. Empresa: ................................................. Hora/Comunicações ................................................. Relatório de Ocorrência Nº: .......... por turno de vigilância Equipe: .................................. Turno: Componentes da Equipe: Ocorrências/Local/Hora: Local/data assinatura da Chefia da Equipe
317
Controle das instalações e edificações
318
Em qualquer empresa, o controle sobre as condições de funcionamento e de manutenção
das instalações e edificações deve ser sempre exercido pelos funcionários da área industrial.
No tocante à Segurança Patrimonial o controle sobre o patrimônio físico deve ser
executado pela equipe de vigilantes. Não queremos dizer com isso que os vigilantes passem a cuidar da
manutenção e muito menos preocupar-se com a operação dos bens, porque isso não seria nada lógico. O
que queremos dizer é que o vigilante durante o seu trabalho de VIGILÂNCIA irá encontrar situações
anormais, como por exemplo, um painel elétrico aberto, um tanque vazando, uma válvula de um duto de
vapor com problemas, um motor ligado sem motivo aparente, e outras coisas mais. O seu conhecimento
técnico acerca do qual já nos referimos anteriormente deve ser tal que consiga saber ou identificar o que
está ocorrendo e comunicar de imediato a área afim, para que essa possa tomar as providências cabíveis.
Nem sempre isso fica muito claro. Porém em determinadas horas, a única pessoa que está
circulando por entre os equipamentos é o vigilante.
Cabe ao setor de vigilância patrimonial fiscalizar os bens evitando que os mesmos
venham a ser atingidos por ações danosas. Assim, durante suas rondas qualquer situação de anormalidade
deve ser comunicada de imediato. O objetivo dos serviços desenvolvidos pelo setor é tão simplesmente o
de fiscalizar áreas.
Excepcionalmente um vigilante pode fechar a porta de um painel que tenha sido
inadvertidamente mantida aberta ou fechar uma válvula que esteja vazando. É lógico que isso não deve se
constituir em rotina, já que todos esses serviços podem e devem ser feitos pelos funcionários que operam
os equipamentos. Um exemplo muito comum é o que ocorre em escritórios. Ao final do expediente o
funcionário desliga o computador, porém esquece-se de desligar a impressora ou o monitor.
Controle sobre as instalações
As instalações normalmente encontradas em indústrias são as seguintes:
���� água potável e água industrial;
���� instalações de luz e força;
���� instalações de esgoto sanitário e industrial;
���� redes de ar comprimido;
���� redes de gases industriais (oxigênio, acetileno, hidrogênio, gás carbônico, etc.);
���� linhas de óleos combustíveis e inflamáveis;
���� linhas de vapor;
���� linhas de vácuo, etc.
Cada uma dessas instalações possui características diferentes e formas de controle
diferenciadas. As situações de anormalidades que usualmente são detectadas em uma inspeção visual
são:
• vazamentos;
• amassamentos;
319
• flexões das redes de dutos pela ausência de suportes;
• perda de envoltórios térmicos;
• rompimentos;
• falta de equipamentos (conexões, registros, válvulas, etc.);
• ligações elétricas aparentes, sem qualquer tipo de isolamento;
• falhas do aterramento elétrico dos equipamentos;
• vazamentos em redes de gases;
• ausência de proteção nos circuitos elétricos, do tipo: disjuntores e fusíveis.
Em particular, ressaltam-se as instalações elétricas, como um dos itens mais vulneráveis
quase sempre motivo de dor de cabeça para os vigilantes. São nessas instalações que ocorrem acidentes
com uma frequência bastante superior às das demais instalações. Dos componentes de uma instalação
elétrica os que apresentam mais problemas são os disjuntores. Algumas vezes, por sobrecarga elétrica da
instalação costuma-se substituir os disjuntores por: moedas, arames, palhas de aço, fios de cobre, papel
laminado de maços de cigarros, etc., situações essas já bastante comentadas em capítulos próprios e que
põem em risco toda a empresa.
O vigilante deverá ter o bom senso para entender o que é uma situação anormal e acionar
de imediato o setor responsável, para as providências cabíveis.
Controle sobre edificações
Do mesmo modo que no item referente ao controle das instalações o controle sobre as
edificações, a cargo do setor de segurança patrimonial, é apenas o visual, tendo por meta evitar ações
predatórias contra o patrimônio da empresa. Considera-se como fazendo parte das edificações não só a
própria construção como tudo a elas incorporado. Os principais aspectos que devem ser observados são
os seguintes:
���� pisos;
���� paredes internas e externas;
���� estruturas da construção (colunas, vigas, lajes);
���� aberturas internas e externas;
���� dispositivos de isolamento contra o fogo (portas corta-fogo, paredes corta-fogo sistemas de sprinklers
cut off);
���� proteção contra a entrada de estranhos;
���� condições do telhado e dos travejamentos.
As anormalidades encontradas devem ser comunicadas imediatamente e anotadas em
relatório diário, elaborado após cada turno de trabalho.
320
Controle de situações de emergência
Constituem situações de emergência aquelas que pela sua existência e gravidade podem
por em risco a saúde ou a vida de terceiros e mesmo de funcionários, além de expor seriamente os bens
da empresa. São exemplos de situações de emergência:
� existência de artefatos explosivos;
� ocorrências de incêndios;
� acidentes pessoais, incluindo crimes;
� acidentes envolvendo as instalações e edificações, do tipo: explosões de equipamentos, acidentes
elétricos, rompimentos de tubulações, desabamentos, vazamentos de efluentes, etc.;
� inundação e alagamento;
� seqüestros;
� sabotagens;
� roubos e assaltos;
� contaminação ambiental;
� riscos de desabamento ou de desmoronamento;
� vazamentos de gases combustíveis;
� vazamentos de produtos tóxicos, inflamáveis ou corrosivos.
A equipe de Segurança Patrimonial deve estar preparada para prestar apoio a cada uma
dessas situações. O seu envolvimento nunca é direto, excetuando-se nos casos de: artefatos explosivos;
seqüestros; sabotagens; roubos e correlatas. Afora esses, sua participação restringe-se ao isolamento e
controle das áreas afetadas e a evacuação dos locais.
Eventualmente o setor tem uma participação mais direta. Como exemplo citamos o fato
de uma grande instituição bancária, onde em uma de suas agências houve falta de água no final do
expediente de sexta-feira. Na manhã de sábado o fornecimento normalizou-se. Entretanto, um
funcionário da agência havia esquecido uma torneira da pia na copa totalmente aberta. Com o
restabelecimento do suprimento de água essa começou a transbordar da pia inundando o chão. A equipe
de vigilância patrimonial em uma ronda, detectou o problema e encontrou a solução de imediato. Não
houve prejuízos materiais elevados. Ocorre que nem todos os problemas referem-se a um simples
fechamento de uma torneira de copa. Vejamos algumas situações, imaginando que ocorram durante o
expediente normal, momento esse o mais crítico quanto à segurança das pessoas, já que há movimentação
de funcionários, de terceiros, de prestadores de serviços, de fornecedores, tudo isso com a empresa em
plena atividade.
� Existência de artefatos explosivos
A colocação de bombas visando à intimidação, obtenção de vantagens financeiras ou à
sabotagem, cria sempre uma situação de pânico bastante prejudicial e de difícil controle. Os artefatos
explosivos são formados por uma substância explosiva, sólida (granulada ou não), ou pastosa, com um
321
elemento detonador (mecânico, elétrico, eletrônico, ou manual). A aparência às vezes simples dos
artefatos explosivos não deve servir como elemento comparador de seu poder de destruição. As
providências a serem tomadas pelo setor de segurança patrimonial são as seguintes:
���� verificar a exata localização do artefato e as características visuais do mesmo, procurando fazer com
que ninguém o toque ou mova de posição;
���� avisar à Polícia Civil e a Militar, e eventualmente ao Exército;
���� criar um cordão de isolamento ao redor da área, formando uma região de segurança em volta do
artefato com um mínimo de 30 metros;
���� providenciar a desocupação do local encaminhando as pessoas para um local seguro, até que novas
ordens venham a ser dadas;
���� o artefato somente deve ser manuseado pelos especialistas militares, os quais poderão optar por sua
remoção ou pelo desmonte no próprio local;
���� antes da área vir a ser liberada deverá ser feita uma completa varredura, com vistas a detectar-se
qualquer outra anormalidade;
���� após a liberação da área pelos militares o setor de segurança deverá encaminhar os funcionários às
suas atividades normais;
���� acompanhar posteriormente o desenvolvimento dos serviços no local, principalmente quanto ao
comportamento dos funcionários.
� Ocorrência de incêndios
Ocorrendo um incêndio ou um princípio de incêndio, várias são as medidas que deverão
ser tomadas de imediato, a saber:
���� identificação do local e do tipo de fogo bem como do tipo de material envolvido na combustão;
���� aviso à Brigada de Incêndio própria, ou à guarnição do Corpo de Bombeiros Militar mais próxima;
���� providenciar a imediata evacuação do local, criando um cordão de isolamento ao redor da área
atingida;
���� apoiar o deslocamento dos equipamentos de combate a incêndios para próximo da área onde serão
utilizados;
���� apoiar a brigada de incêndio no combate ao fogo, preocupando-se em empregar as mangueiras de
incêndio para isolar o fogo enquanto que os funcionários que compõem a brigada cuidarão do
combate efetivo do fogo;
���� retirar os materiais e equipamentos valiosos situados próximos ao fogo, se houver possibilidade;
���� manter os funcionários que foram deslocados de seus locais de trabalho em ambiente de tranqüilidade
e conforto, fazendo com que não haja possibilidade deles virem a ser atingidos pelo fogo ou pelo calor
das chamas;
���� providenciar um tratamento especial às pessoas portadoras de deficiências físicas e aos idosos;
322
���� liberar de imediato todos os visitantes e terceiros que não precisem estar comprometidos com o
reinicio das atividades, após o rescaldo do incêndio.
Caberá ao chefe da brigada a responsabilidade pela avaliação das condições do fogo e
das possibilidades do mesmo vir a se alastrar a outros locais e com isso avisar ou não à guarnição do
Corpo de Bombeiros.
A evacuação do local de incêndio pode ser empreendida contando-se com o auxílio do
Grupo de Apoio existente na empresa treinado para essas ocasiões. O encaminhamento do pessoal
evacuado será feito para um local seguro quer quanto à incidência de radiações de calor incidente quer
quanto à possibilidade de intoxicação por fumaças e gases tóxicos, bem como afastado dos centros de
atividades e das rotas de deslocamento de pessoal, material e viaturas.
O isolamento da área afetada pelo fogo pode ser conseguido formando-se cordões de
isolamento. É muito importante que a área destinada ao combate ao fogo fique livre de pessoas estranhas
que não estejam em missão de extinção do incêndio.
Durante o isolamento não deve ser permitido o ingresso de pessoas que desejem reaver
os seus objetos pessoais. Isso somente deverá ocorrer após a liberação da área.
Após o rescaldo a área atingida deve ser mantida isolada para fins de perícia técnica e
apuração das causas do incêndio.
Não se deve esquecer que a Seguradora contratada pela empresa deve ter imediata
ciência do ocorrido, cabendo a ela, manifestar-se por escrito (formalmente), à respeito do reinicio
das atividades do setor.
Em princípio, o combate ao incêndio deve ser feito pela própria brigada da empresa.
Porém, como os funcionários do setor de segurança patrimonial são obrigados a ter conhecimento de
combate a incêndios e treinamento adequado, poderão ajudar nesse combate. Contudo, sugerimos que a
equipe de segurança atue apenas como apoio à brigada.
� Acidentes Pessoais, incluindo crime
Os acidentes pessoais sem gravidade, ocorridos em indústrias, são os mais comuns,
consistindo de luxações, intoxicações leves, arranhaduras e esfoladuras, picadas de insetos ou animais
daninhos, especialmente vetores, fraturas de membros, e outros. Todavia, não se descarta a possibilidade
de ocorrerem acidentes mais sérios, do tipo, queimaduras, lesões múltiplas, fraturas múltiplas,
intoxicações pneumônicas graves, e até mesmo óbitos.
Vimos anteriormente que um grande número de produtos e substâncias empregadas em
indústrias geram sérios problemas à saúde das pessoas. Os contatos com esses produtos podem se dar
acidentalmente ou como consequência de um ato de sabotagem.
Outra hipótese é de que a pessoa que provoca um acidente pode muitas vezes o estar
fazendo para prejudicar determinado colega ou até mesmo a chefia. Um momento crítico se dá por
ocasião de época de demissões coletivas. O que fazer nessas situações?
323
Em princípio a responsabilidade pelo atendimento ao acidentado é exclusivamente do
Serviço Especializado em Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho. Caso não o haja mas a indústria
possua um ambulatório médico o atendimento ainda será do pessoal do ambulatório. Dificilmente surgirá
o momento em que os vigilantes terão que prestar atendimento a acidentes pessoais. Porem, o exigido da
equipe de vigilância é o isolamento da área onde o acidentado se encontra e a garantia de sua pronta
remoção para um local de atendimento mais adequado, sob a supervisão de um médico ou de um
enfermeiro.
O setor de vigilância deve ter sempre à mão uma relação de hospitais, clínicas,
ambulatórios e médicos, de acordo com as respectivas especialidades, e os telefones para contato
imediato.
O ideal é que essas empresas que porventura venham a ser contatadas em uma situação
dessas, sejam previamente visitadas pela equipe que terá oportunidade de avaliar melhor os serviços
oferecidos. Dessa forma dificilmente uma pessoa intoxicada por um gás será levada a um pronto socorro
que trate de fraturas.
Após a remoção do acidentado e em conjunto com o setor específico, deverão ser
apuradas as causas do acidente, sobretudo em investigações ou suspeitas de casos de sabotagem ou
crimes. O resultado da apuração deve constar do Livro de Ocorrências e da Ficha do Funcionário.
A ocorrência de óbito, seja ou não por crime, é sempre mais trabalhosa, haja vista que a
polícia deve ser notificada de imediato, não podendo ser desfeito o local até a liberação final pela Polícia.
� Vazamentos de efluentes e contaminação ambiental
Efluentes são todos os rejeitos ou despejos resultantes de um processamento. Podem ser
sólidos, líquidos ou gasosos. Os efluentes podem ter origem no próprio processamento ou no
esgotamento sanitário de um banheiro.
Independentemente de sua origem os efluentes antes de serem lançados no meio exterior
sofrem um processo de depuração e tratamento. Esses processos de tratamento variam de acordo com o
tipo de material a ser tratado. Alguns desses sistemas são:
• lavadores de gases;
• filtros de manga;
• ciclones;
• precipitadores;
• decantadores;
• aeradores;
• gradeamento;
• floculadores, etc..
Eventualmente, por uma falha no processo no sistema de tratamento ou função de uma
condição ambiental adversa há possibilidade dos efluentes virem a vazar para fora de seus naturais
324
contenedores, contaminando o meio ambiente. De vez em quando surgem notícias nos jornais à respeito
de indústrias que poluíram determinado rio ou cidade, com grandes prejuízos financeiros, com graves
danos à imagem da empresa, seja essa culpada ou não.
Cabe ao órgão de segurança patrimonial, após ser cientificado do vazamento, como órgão
de apoio verificar a extensão dos danos e as áreas atingidas. É muito comum surgirem reclamações de
pessoas que não foram atingidas e nem tiveram seus bens atingidos, porém moram em uma região afetada
pelo vazamento.
Há sempre uma tendência das pessoas de tirarem proveito de situações envolvendo
empresas de grande porte. Aí é que está uma das áreas que o setor de segurança patrimonial
poderá atuar.
A área de segurança dará apoio às ações envolvendo riscos ao patrimônio da empresa.
Para cada uma das situações que se apresentam haverá sempre uma solução. Ocorre entretanto, que as
soluções nunca devem ser “tiradas do bolso do colete”, ou surjam de última hora. Sempre existirá um
planejamento amplo e sério, abrangendo todas as situações imagináveis de riscos envolvendo a segurança
patrimonial.
325
Processos que envolvem calor
326
Um incêndio pode ter início devido a um superaquecimento ocorrido no em um
componente ou parte do processamento, envolvendo a geração de calor, ou vir a ser decorrente do
contato de materiais combustíveis com fontes de calor não controladas.
A exaustão inadequada de vapores desprendidos nos processos à seco pode conduzir à
explosões e, por conseguinte, a incêndios. Torna-se fundamental que o Gerente de Riscos analise o
projeto de exaustão e ventilação, de modo a que as concentrações de gases dissolvidos na atmosfera
ambiente não esteja acima dos limites máximos permitidos em normas.
Uma outra causa de origem dos incêndios são as falhas dos mecanismos de controle dos
equipamentos que operam com chamas, empregando para isso a queima de óleo ou de gás,
principalmente o fornecido por refinarias de petróleo. Os mecanismos defeituosos não costumam
interromper a sequência de formação das chamas, impedindo dessa forma o alastramento do fogo a
outros locais.
Em uma empresa gerenciada um equipamento para a secagem de matéria prima,
empregando a geração de calor a partir da queima de gás de refinaria, teve um problema no acionamento
do queimador. Havia controle à distância para o acendimento da chama piloto caso essa tivesse se
apagado. Por um problema de projeto não haviam portinholas para a exaustão do gás. Durante a fase de
testes do equipamento a chama apagou-se. Imediatamente acendeu-se uma lâmpada piloto no painel de
controle. O operador, seguindo uma sequência de procedimentos reacendeu o piloto. Ocorre que como
havia um grande volume de gás na câmara de combustão, em função da inexistência de um adequado
sistema de exaustão, bem como da falta da queima, ocorreu uma explosão causando prejuízos de cerca
de US$ 1,600,000.00 e uma paralisação no início das atividades da empresa de cerca de 6 meses. Nessa
explosão a tampa do equipamento, pesando mais de 50 toneladas foi projetada a mais de 200 metros de
distância, atingindo outros equipamentos nas proximidades.
Recomendações de caráter geral para processos que envolvam calor
Dentre as precauções recomendadas citamos:
• projetar dispositivos de segurança para a interrupção do aquecimento, de sorte a acusar falha no
sistema de exaustão ou ventilação ou indicar a queda de pressão nos dutos de alimentação, devido a
ruptura das canalizações de vapor;
• prever a existência de aberturas para reduzir os efeitos de explosões em fogões e secadores à chama
de gás, e onde possa haver concentração explosiva de vapores ou de pós;
• empregar aberturas nas paredes somente em locais onde os sistemas de exaustão venham a ser
desaconselháveis, pelo fato de conduzirem a um aumento da ventilação natural;
• projetar sistemas de ventilação compatíveis para locais onde haja desprendimento de pós ou de
vapores inflamáveis. Se o edifício industrial for construído em estrutura metálica, os pavimentos
poderão vir a ter grades e menor número possível de paredes laterais, como forma de evitar ou
amenizar o risco de explosão;
327
Proteção dos sistemas elétricos
328
Sistemas elétricos são todos aqueles destinados a transmitir luz e força aos vários locais
de uma edificação. São sistemas constituídos de eletrodutos rígidos ou flexíveis, fios e cabos, tomadas,
disjuntores, etc., todos fazendo parte de um mesmo circuito.
Circuito é definido como um conjunto de pontos ativos no mesmo par de condutores,
ligados a dispositivos de proteção, tais como: chaves, disjuntores, relês, interruptores, etc.
O isolamento dos fios condutores depende da utilização a que se destinam, devendo
atender a uma tensão mínima de serviço de 1.000 volts. Ainda hoje são empregados como isolantes dos
condutores e cabos elétricos materiais do tipo:
• borracha sintética;
• borracha butílica;
• papel impregnado;
• sintanax, etc.
Na proteção dos condutores contra impactos mecânicos lança-se mão de eletrodutos
rígidos. Se a instalação vier a ser embutida pode-se empregar eletrodutos flexíveis ao invés de rígidos.
Na conexão de motores ou equipamentos que apresentem vibração durante o seu
funcionamento, pode-se utilizar eletrodutos metálicos flexíveis ou de material à base de borracha
clorada. O mais importante é que os fios condutores não venham a ficar expostos e nem estarem
sujeitos a danos, que não teriam se estivessem no interior de dutos, flexíveis ou não.
Cuidados especiais ao examinar-se um sistema elétrico:
⇒⇒⇒⇒ assegurar-se que as emendas dos condutores sejam feitas com fios de mesmo diâmetro, a fim de se ter
uma resistência mecânica adequada e um contato elétrico perfeito. Nas emendas de condutores pode-
se empregar conectores apropriados ou recorrer-se à solda de estanho, essa aplicável exclusivamente a
fios de cobre recozido e não sujeitos a tensões mecânicas;
⇒⇒⇒⇒ o isolamento elétrico das emendas e derivações deve ter características físico-químicas equivalentes
às dos isolamentos dos condutores empregados no restante da instalação, para um isolamento elétrico
perfeito e uma proteção contra danos mecânicos equivalente à proporcionada pelas próprias capas dos
condutores;
⇒⇒⇒⇒ o diâmetro interno do eletroduto deve ser proporcional ao somatório dos diâmetros dos condutores
elétricos nele contido, para evitar-se o superaquecimento dos fios. A soma dos diâmetros dos
condutores deve ser no máximo igual à metade do diâmetro interno do eletroduto, para aumentar-se a
circulação interna de ar;
⇒⇒⇒⇒ As fitas de isolamento devem envolver não somente a emenda como também as partes dos condutores
adjacentes à ela;
⇒⇒⇒⇒ ao acondicionar-se um determinado número de fios condutores emendados em uma caixa de
derivações deve-se fazer com que as emendas estejam posicionadas alternadamente, evitando assim o
329
contato entre emendas, mesmo que acidental, bem como aumentando a segurança contra possíveis
vazamentos de corrente elétrica. Não se deve emendar dois pares de fios condutores em uma mesma
altura ou posição. Recomenda-se que entre essas emendas exista um distanciamento mínimo de 10
centímetros;
⇒⇒⇒⇒ nos condutores de entrada de corrente, logo após o medidor de consumo, deve ser instalado um
interruptor geral com capacidade suficiente para a carga total da instalação ou do circuito elétrico, e
nunca da capacidade total dos equipamentos por esse alimentado, que devem estar providos de
disjuntores compatíveis com os circuitos elétricos de alimentação. Não se deve empregar nesses
casos chaves do tipo faca;
⇒⇒⇒⇒ qualquer capa de isolamento de fios condutores deteriora-se, com mais de 500 horas de uso em
regime de sobrecarga. Assim, quando a instalação tiver a possibilidade de estar em sobrecarga deve-
se inspecioná-la periodicamente, com alicates medidores de tensão, a fim de detectar-se ocorrências
de vazamentos de corrente elétrica;
⇒⇒⇒⇒ a capacidade de proteção do disjuntor deve ser idêntica à capacidade de transmissão de energia
elétrica do fio condutor. Isso quer dizer que é a instalação elétrica que é protegida e não os
equipamentos a ela conectados. Se a instalação estiver sobrecarregada por qualquer razão, o disjuntor
deve desarmar-se de imediato, protegendo não só os cabos condutores de energia elétrica como
também os equipamentos a eles conectados;
⇒⇒⇒⇒ a segurança das instalações requer um bom projeto que contemple, inclusive: possibilidade de
expansão futura; facilidade de acesso aos vários compartimentos; confiabilidade nos sistemas de
proteção; facilidade de leitura e entendimento do circuito pelo pessoal responsável pela manutenção.
Além disso, o projeto deve prever que todos os circuitos serão adequadamente sinalizados. Sempre
que possível serão empregados condutores com capas de proteção de cores distintas para indicar as
fases e os retornos, ou as várias fases.
⇒⇒⇒⇒ comum observar-se durante inspeções que os painéis elétricos ficam aquecidos em determinado
circuito. Isso ocorre porque não foi prevista a ampliação de carga. Isso ocorre com mais freqüência
com os circuitos de iluminação;
⇒⇒⇒⇒ ao desligar-se um circuito elétrico deve-se começar sempre pelos pontos de menor carga e nunca pelo
de maior, com o objetivo de evitar o risco de formação de arcos elétricos junto às chaves gerais;
⇒⇒⇒⇒ as instalações elétricas que transportam maior carga devem estar sinalizadas e protegidas. O mesmo
deve ocorrer com as tomadas de luz e de força, as quais deverão ter adesivos que indique a
capacidade de carga das mesmas;
⇒⇒⇒⇒ se as instalações elétricas tiverem que ficar expostas, por qualquer razão técnica, os fios condutores
devem estar posicionados em bandejas ou calhas apropriadas. Admite-se, entretanto, que parte dos
circuitos elétricos fique aparente, fixados em castanhas de isolamento junto às paredes. Nesses casos
os circuitos serão posicionados a uma altura tal que os mantenham livres de contatos acidentais com
pessoas ou equipamentos;
330
Operações de içamento e de transporte de cargas
331
Toda operação envolvendo o manuseio de cargas em recintos abertos ou não, deve ser
sempre cercada de todos os cuidados indispensáveis a essa atividade, visto que os acidentes costumam
ser em grande número. Invariavelmente, poderão ocorrer perdas ou danos envolvendo:
• as próprias cargas transportadas;
• os equipamentos que estão no trajeto das cargas móveis;
• os equipamentos que transportam as cargas;
• as pessoas que estejam nas proximidades da operação;
• as instalações da empresa.
Visitamos empresas onde a carga transportada por ponte rolante desprendeu-se, afetando
não só as próprias cargas transportadas como também os equipamentos que estavam sob o trajeto da
mesma. Em outra indústria uma carga com 400 toneladas de peso, transportada por duas pontes rolantes
ao longo de um galpão de mais de 400 metros de comprimento em uma operação extremamente
complexa, ao ser desviada de equipamentos recentemente instalados no trajeto das pontes veio a colidir
contra um dos pilares do galpão provocando severas perdas. Houveram danos a uma das pontes rolantes,
à carga transportada e ao pilar do galpão. O somatório dessas perdas representou mais de US$
5,000,000.00. O acidente poderia ter sido previsto se houvesse um planejamento na disposição das cargas
e dos equipamentos no interior do galpão. Acidentes como esses podem vir a ocorrer em empresas que
realizam montagens mecânicas de grande porte. Quanto maiores forem as dimensões da carga maiores
serão os riscos que podem advir desse transporte.
Como forma de prevenir-se os danos físicos e materiais abordaremos a seguir alguns
aspectos envolvendo o envolvimento de três itens existentes em uma operação de transporte. São eles:
���� carga;
���� cabos;
���� máquinas de guindar.
• Carga
Toda carga movimentada deve estar bem arrumada ou disposta e perfeitamente amarrada,
de forma que mudanças súbitas ocorridas tanto na direção quanto no sentido do trajeto não venham a
provocar a queda ou o seu tombamento.
Se a carga for única e com grande dimensão passam a ser necessários pontos de pega ou
pontos de içamento. Se a carga for composta por vários volumes, o seu empilhamento deve ser feito de
forma que o conjunto permaneça em equilíbrio. Se os volumes forem dispostos sobre estrado metálico ou
de madeira, deverão ser projetados pontos de pega e de amarração das caixas. O estrado terá que ter
resistência mecânica compatível com a carga apoiada sobre ele.
Os pontos para içamento situar-se-ão de modo tal que o cruzamento das lingadas ou
cabos de içamento não danifiquem própria carga. Isso quer dizer que os cabos devem estar, sempre que
332
possível, na vertical, partindo dos pontos de pega para o equipamento de içamento. Um exemplo disto é o
apresentado esquematicamente a seguir:
• ← ponto de içamento → •
← lingadas →
← cargas →
errado certo
Ao empilhar-se várias embalagens objetivando facilitar o manuseio das mesmas ou seu
armazenamento, deve-se verificar as condições de resistência de cada embalagem, bem como as
recomendações dos fabricantes, de modo que não haja o rompimento das embalagens inferiores pelo
excesso das que estão acima, preservando assim as mercadorias nelas contidas. Alguns produtos são
embalados com recomendações bastante explícitas para o transporte e estocagem. Essas recomendações
devem-se não só em função do peso ou das dimensões das mercadorias como também do modo de serem
transportadas. Por exemplo, não se pode empilhar mais do que 5 embalagens de televisores ou duas
embalagens de geladeiras a fim de que as mercadorias não venham a se danificar ou tombem nos
depósitos das lojas ou das transportadoras.
O empilhamento pode ser limitado por normas de segurança em função do volume das
substâncias estocadas. Essa situação ocorre principalmente com produtos extremamente voláteis,
produtos que reagem em contato com o ar ou com outros produtos, substâncias inflamáveis ou corrosivas.
Um exemplo de armazenamento de mercadorias sobre pallets é o esquematizado a seguir.
É importante que os pallets possuam “pés” ou calços para proteger as mercadorias da infiltração de água.
Se as mercadorias forem sensíveis a água os pallets serão de material plástico ou metálico. No nosso
exemplo, o excesso de peso estar por esmagar a caixa debaixo, deformando a embalagem e pondo em
risco o conteúdo da mesma.
caixa esmagada pelo peso -->
333
• Cabos
Cabos são elementos de amarração e de içamento de cargas. Podem ser constituídos por:
fibra natural, fibra sintética ou aço. São confeccionados para oferecer grande resistência a esforços
longitudinais. São comercializados com vários diâmetros, compatíveis com a carga que irão transportar.
São constituídos pela união de vários fios retorcidos ao redor de um fio central, formando as pernas, as
quais, por sua vez, são enroladas ao redor da alma do cabo. Nas indústrias, o cabo mais empregado e de
maior durabilidade é o de aço, feito de arames de fio de aço.
Inúmeros são os cuidados para prolongar-se a vida útil dos cabos. Um desses cuidados é
o da verificação da capacidade de carga. A carga de trabalho de um cabo de uso geral, especialmente
quando empregado na movimentação de cargas, não deve exceder a 1/5 da carga de ruptura mínima
efetiva do mesmo. Qualquer esforço ou carga adicional põem em risco toda a operação. Os fatores de
segurança mínimos, aplicáveis a cabos e cordoalhas de diversos usos são:
Aplicação dos cabos de aço Coeficiente de Segurança
Cabos e cordoalhas estáticas 03 a 04
Cabos para tração horizontal 04 a 05
Cabos para guinchos 05
Cabos para pás, guindastes, escavadeiras 05
Cabos para pontes rolantes 06 a 08
Cabos para talhas elétricas 07
Cabos para derricks 06 a 08
Cabos para laços (slings) 05 a 06
Cabos para elevadores de carga 08 a 10
Cabos para elevadores de passageiros 10 a 12
Para a composição dos arames na fabricação dos cabos de aço existem inúmeros
modelos, dentre os quais destacamos: Seale, Filler e Warrington. Para a composição da alma dos cabos
de aço pode-se empregar algum dos seguintes materiais abaixo:
• alma de fibra natural;
• alma de fibra artificial;
• alma de aço formada por cabo independente;
• alma de aço formada por uma perna.
De acordo com a sua resistência os cabos de aço são classificados de várias maneiras.
Uma das mais empregadas para cabos e cordoalhas para uso marítimo é a seguinte:
• extra improved plow steel;
• improved plow steel;
• plow steel;
• mild plow steel;
334
• traction steel.
As almas de fibra, de modo geral, tornam o cabo mais flexível e leve, podendo ser de
Rami, Sisal ou Polipropileno. Apresentam como desvantagens: deterioração quando em contato com a
água ou com substâncias agressivas; fraca resistência ao esmagamento; aparecimento de gaiolas de
passarinho (quando as pernas se abrem sob a forma de uma gaiola, com a alma do cabo em seu interior),
etc..
As almas de aço garantem maior resistência aos amassamentos e aumentam a resistência
dos cabos à tração.
A lubrificação dos cabos de aço é muito importante para a proteção contra a corrosão,
contribuindo também para o aumento da sua vida útil. Muitas empresas costumam envolver os cabos de
aço com grossas camadas de graxa, não as removendo nem mesmo para inspecionar periodicamente os
cabos. Ocorre que a graxa vai se contaminando com produtos químicos e resíduos e, por essa razão,
termina sendo nociva ao cabo, afetando principalmente a alma do cabo.
Os cabos de aço, quando em serviço, devem ser inspecionados periodicamente a fim de
que a sua substituição seja determinada sem que seu estado chegue a apresentar perigo de ruptura. Em
geral, uma inspeção compreende as seguintes análises:
a) número de arames rompidos
Deve-se anotar o número de arames rompidos em um passo ou em 5 passos do cabo
(passo é a volta que uma perna faz ao redor da alma do cabo).
Observar se as rupturas estão distribuídas uniformemente ou se estão concentradas em
uma ou duas pernas apenas. Neste caso, há o perigo das pernas se romperem antes do rompimento do
cabo.
pernas que compõem o cabo alma do cabo
b) arames gastos por abrasão
Mesmo que os arames não cheguem a romper-se, podem atingir um ponto de desgaste tal
em que há considerável diminuição do coeficiente de segurança do cabo, tornando inadequado ou contra-
indicando para muitos usos. A carga máxima suportada por um cabo está diretamente correlacionada ao
somatório das áreas de cada um dos arames que o compõem. Assim, se essa área passa a ser menor em
decorrência de uma abrasão, mesmo que superficial, a carga suportada pelo cabo também passa a ser
menor.
c) corrosão
335
Durante uma inspeção periódica deve-se verificar cuidadosamente se o cabo de aço: está
sofrendo corrosão; se está sofrendo redução de diâmetro, mesmo que localizada, seja ela por
esmagamento, por falta de pernas, por desgaste ou por corrosão. Uma outra hipótese para a redução do
diâmetro é a decomposição da alma do cabo se de fibra natural ou artificial. A corrosão poder-se-á dar
pelo ataque de substâncias químicas agressivas como também pelo contato com a água salgada, com o ar
atmosférico, incidindo sob superfície desgastada por abrasão. Cabos que costumam ser arrastados sob
superfícies duras estão muito mais sujeitos de ataque por corrosão.
d) maus tratos e nós
Deve-se inspecionar todo o comprimento do cabo para a verificação da existência de nós,
ou de qualquer outra anormalidade que possa ocasionar um desgaste prematuro, ou a ruptura,
principalmente junto às fixações. A periodicidade para a inspeção pode ser determinada: pelo fabricante
do cabo; pelas condições de uso ou pelos esforços a que são submetidos. Qualquer deficiência
encontrada já é um ponto negativo na análise. Os maus tratos referem-se à forma de como o cabo é
manuseado. Os fatores que denotam bom uso são os seguintes:
���� limpeza;
���� ausência de nós (provocados pela maneira incorreta de enrolamento nas bobinas);
���� ausência de sinais de corrosão ou de abrasão;
���� ausência de fios rompidos;
���� ausência de esmagamento de alma ou de fios do cabo.
Máquinas de guindar
Máquinas de guindar são equipamentos destinados ou empregados na elevação e na
movimentação das cargas. As dimensões e capacidade devem ser compatíveis com as cargas a
movimentar e com os locais de trânsito, de sorte a obter-se um melhor aproveitamento do equipamento.
Se empilha-se cargas em prateleiras distantes umas das outras 1,50 metros, não se pode trabalhar com
equipamentos de largura superior a essa. Os equipamentos mais comumente empregados no içamento
e/ou transporte de cargas são:
⇒⇒⇒⇒ elevadores;
⇒⇒⇒⇒ gruas;
⇒⇒⇒⇒ pórticos rolantes;
⇒⇒⇒⇒ pontes rolantes;
⇒⇒⇒⇒ empilhadeiras;
⇒⇒⇒⇒ talhas;
⇒⇒⇒⇒ tifors, e outras.
Um outro aspecto importante é aquele que diz respeito ao acionamento das máquinas,
principalmente o relacionado ao combustível empregado. Essa escolha é muito importante em função do
336
local onde o equipamento será operado. Os tipos mais comuns empregam: eletricidade, vapor, gasolina,
Diesel ou gás. Os equipamentos a gás são mais indicados para locais onde a produção de fagulhas no
cano de descarga é perigosa, capaz de gerar explosões em atmosferas contendo a presença de vapores
inflamáveis.
Para o manuseio de cargas com equipamentos apoiados no solo deve-se verificar
previamente se o terreno está firme e se possui capacidade de suporte suficiente para o somatório dos
pesos do próprio equipamento e da carga transportada. Para um equipamento com peso de 5 toneladas e
que transporte 15 toneladas, a capacidade de resistência do piso deverá ser de no mínimo 20 toneladas.
O índice de acidentes envolvendo o manuseio de cargas é bem grande devido a uma série
de fatores, dentre os quais destacamos:
���� imperícia do operador, acarretando tombamento, queda ou perda da carga transportada;
���� defeitos mecânicos no equipamento, conduzindo à queda ou quebra da carga transportada;
���� rompimento das lingadas, com a queda da carga;
���� rompimento dos pontos de pega, com danos à carga ou a sua queda;
���� tombamento da carga por má arrumação ou má estiva;
���� tombamento da carga por excesso de velocidade do transporte, provocada, principalmente, por má
arrumação ou falta de fixação;
���� problemas com o piso, como buracos ou ondulações, que podem fazer com que os equipamentos de
transporte das cargas se desequilibrem ou tombem;
���� danos com o equipamento de içamento ou transporte, etc.
Pelo fato do grande número de acidentes estar correlacionado a imperícia do operador,
dever-se-á dar uma maior atenção a esse aspecto. Os acidentes mais comuns em que a imperícia é
flagrante são os seguintes:
• excesso de velocidade;
• abalroamento por falta de visibilidade;
• tombamento do veículo ou da carga;
• queda da carga pela precariedade na amarração da mesma, e outras causas mais.
As consequências desses acidentes podem ser conduzir a danos físicos ou materiais à
pessoas, máquinas, equipamentos, mercadorias e construções.
337
Cuidados especiais adotados na Segurança Patrimonial
338
O setor ou área de segurança patrimonial das empresas, além das rotinas de trabalho
apresentadas anteriormente, deverá enfocar os seguintes pontos:
• iluminação ambiental externa;
• condições de limpeza das áreas;
• controle do fluxo de documentos;
• análise dos pontos críticos de segurança;
• situações emergenciais.
Iluminação ambiental externa
A iluminação de ambientes é um dos tripés onde se apoia o serviço de vigilância de
áreas. Quando bem projetada, além de possibilitar uma visibilidade plena torna-se um elemento inibidor
de ações predatórias comuns. Todos nós sabemos que um dos modos mais simples de afastar ladrões é
acender as luzes. Pelo menos é o que aprendemos desde crianças.
Normalmente quando o setor de Segurança Patrimonial é criado pela empresa essa já está
em plena atividade. Isso significa que o setor não teve qualquer participação, nem como assistente e
muito menos como executor dos projetos de segurança. Assim sendo, são comuns as revisões dos
projetos e as modificações de instalações com vistas a adequá-las a parâmetros mais seguros. Como se
não bastasse esse fato, a contínua evolução da área obriga a contínuas adaptações.
A experiência tem nos demonstrado que o gerenciamento de projetos voltados para a
segurança tem como foco principal o atendimento à premissa básica imposta da contínua avaliação da
relação “custos versus benefícios”. Infelizmente muito se deixa fazer premido pelos custos. A iluminação
de ambientes é um desses problemas mais comuns, principalmente de áreas externas, isso se deve ao fato
dos projetistas preocuparem-se com a valorização dos aspectos arquitetônicos das fachadas e outros,
esquecendo-se da segurança, a qual, por sua vez, preocupa-se com a existência de sombras e penumbras
em áreas vulneráveis, com a mudança de cor dos objetos em função da iluminação incidente e outros
fatores mais. Por essa razão, cabe ao setor consertar aqui, retificar ali, acrescentar acolá, de maneira a
adaptar as condições existentes às reais necessidades da empresa.
Um dos aspectos que requerem todas as atenções o do efeito da incidência de luzes
coloridas sobre os objetos. Para que não haja o mimetismo convém saber-se que um objeto vermelho, ao
receber uma luz branca, absorve os raios luminosos de todas as cores à exceção dos raios vermelhos,
refletidos pela superfície do objeto. O que nós vemos é a luz vermelha refletida pelo objeto. O mesmo
objeto ao ser iluminado por uma luz amarela, transforma-se visualmente em objeto laranja. Caso seja
atingido pela luz violeta passará a ter a aparência de um objeto verde.
Várias são as tabelas de cores empregadas em luminotécnica. Porém, uma das mais
completas, atribuída ao Dr. Engº J.O.Kraehenbuehl (Electric Ilumination), é reproduzida parcialmente a
seguir:
339
Cor do Objeto Cor da luz Incidente
vermelho laranja amarelo verde azul
negro vem. escuro laranja escuro amararelo escuro verde escuro azul escuro
branco vermelho laranja amarelo verde azul
cinza vem. sob. laranja sob. amarelo sob. verde sob. azul sob.
vermelho vermelho escarlate laranja marrom púrpura esc.
laranja vermelho laranja amarelo laranja amarelo verde cinza escuro
amarelo vem. laranja amar. laranja amarelo amarelo verde cinza verde
verde claro vemelho sob. negro verde amarelo verde verde verde azul
verde escuro negro cinza amarelo verde verde verde azul
azul claro violeta azul cinza amarelo sob. verde azul azul
azul escuro púrpura púrpura cinza verde azul azul
violeta negro vem. vermelho cinza azul azul violeta
rosa vermelho vermelho verde negro azul sob.
Em um projeto de iluminação ambiental adequado deve-se considerar o aspecto da
aparente mudança de cor dos objetos de acordo com a luz incidente e também os seguintes pontos:
���� ausência de ofuscamento direto devido à reflexão de superfícies polidas causadas por fontes de luz
excessivamente intensas, posicionadas no campo visual do operador do equipamento. O campo visual
máximo do observador a ser considerado em projeto é de 120º no sentido vertical e 160º no sentido
horizontal;
���� iluminação projetada de modo que sejam empregadas cores claras, como forma de aumentar-se o
nível de iluminamento ambiental;
���� iluminação projetada de modo a ser suficientemente difusa, dirigida e distribuída para evitar
sombras acentuadas e contrastes nocivos;
���� acessórios empregados na iluminação simples, seguros, com alto rendimento e de fácil conservação;
���� nível mínimo de iluminamento no plano normal de trabalho de 100 LUX;
���� sistema de iluminação com elevado rendimento, conciliando-se o tipo de iluminação com o ambiente
a ser iluminado, o nível de iluminamento mínimo necessário e a vida útil das lâmpadas;
���� correlação do nível de iluminamento mínimo necessário e a vida útil das lâmpadas.
Algumas lâmpadas à venda são mais eficientes do que outras. Outras iluminam bem mais.
Algumas chegam a ser mais econômicas. Existem aquelas que duram mais. Vários são os fatores que
devem ser levados em consideração na hora de se escolher uma lâmpada, principalmente se essa vier a
iluminar áreas críticas para a segurança patrimonial, ou então áreas de trabalho onde a atividade
desenvolvida possua elevado potencial de causar acidentes de trabalho. A título de ilustração, apresenta-
se o rendimento de algumas lâmpadas e suas potências:
→ As lâmpadas incandescentes são as que menos quantidade de luz produzem, comparativamente à
energia consumida. Uma lâmpada de 100 watts produz um máximo de 2.300 lúmens, para uma vida
útil variável de 500 a 1.000 horas.
340
→ As lâmpadas fluorescentes possuem um bom rendimento luminoso e uma vida útil maior do que as
lâmpadas incandescentes, da ordem de 10.000 a 20.000 horas. Uma lâmpada de 40 watts produz,
aproximadamente, 3.500 lúmens.
→ Um terceiro grupamento de lâmpadas é conhecido como lâmpadas de descarga de alta intensidade -
HID - compreendendo lâmpadas de vapor de mercúrio, halogênio metálico e vapor de sódio de alta
ou baixa pressão.
→ Uma lâmpada de vapor de mercúrio de 40 watts produz cerca de 5.000 lúmens, para uma vida útil da
ordem de 20.000 horas.
→ As lâmpadas de halogênio, com 100 watts, produzem , aproximadamente, 10.000 lúmens, contra
cerca de 6.500 lúmens de uma lâmpada de vapor de mercúrio de igual potência.
→ Uma lâmpada de vapor de mercúrio de 200 watts, com rendimento de 12.600 lúmens, pode vir a ser
substituída por uma lâmpada de vapor de sódio - HPSV - com rendimento de 14.000 lúmens e
potência de 100 watts.
→ Independentemente do projeto de iluminação ambiente geral, é recomendável, como iluminação de
apoio, o emprego de sistemas manuais, localizados junto às guaritas, de forma a permitir a varredura
luminosa do ambiente.
Independentemente do projeto de iluminação ambiente geral é recomendável, como
iluminação de apoio, o emprego de sistemas manuais localizados junto às guaritas, de forma a
permitir a varredura luminosa do ambiente.
Em determinados pontos fixos, comandados à distância, podem ser instalados spots que
proporcionarão uma iluminação suplementar nas áreas críticas, sem alterar-se o projeto de iluminação
geral.
Em resumo, diz-se que o projeto de iluminação atende aos requisitos mínimos traçados
pelo setor de Segurança Patrimonial, quando além de atender às exigências relativas ao trabalho dos
operários, oferece a iluminação de áreas internas e externas com potência adequada e sem a existência de
zonas de sombras ou penumbras, onde pessoas mal intencionadas a se esconder ou a camuflar objetos.
Condições de limpeza das áreas
A eficiência do serviço de vigilância pode ser ampliada com a observância de uma série
de aspectos, dentre os quais destacamos:
Topografia da área
Quanto mais plana for a área a ser fiscalizada melhor será o resultado final do trabalho.
Terrenos com ondulações ou depressões são sempre difíceis de serem fiscalizados, face a maior
necessidade de vigilantes, já que a visibilidade fica reduzida pela existência dos obstáculos naturais. Em
áreas planas pode-se empregar o recurso de posicionar os vigilantes em guaritas mais elevadas do que o
solo de forma que tenham um campo de visão ampliado.
341
Para compensar-se as deficiências encontradas quanto a relevo do local, multiplica-se o
valor encontrado anteriormente, em nosso exemplo de dimensionamento de uma equipe de vigilância,
relativo ao número de vigilantes, pelo fator 1,3.
Fator devido à topografia do terreno: 1,3
Guaritas
As guaritas devem estar posicionadas no terreno de modo que o vigilante postado em
qualquer uma delas tenha condições de ver pelo menos uma outra guarita, estando o piso dessa a no
mínimo 1,50 metros do solo. Deve-se ter o cuidado para não se instalar guaritas em áreas densamente
arborizadas ou muito perto de muros, para evitar que o vigilante venha a ser surpreendido por algum
intruso. Em algumas indústrias costuma-se posicionar as guaritas nos cantos dos muros externos. Esse
tipo de localização cria zonas mortas no campo de visão dos vigilantes.
Limpeza do terreno
A vegetação ao redor dos pontos vulneráveis deve ser mantida rala e limpa de quaisquer
detritos e lixos que possam originar uma combustão descontrolada, e mesmo impedir a visibilidade total
da área guardada. Uma das situações que comumente se depara nos serviços de vigilância patrimonial é a
da existência de arbustos e vegetações ornamentais ao redor das construções, principalmente junto às
“áreas mortas” e às reentrâncias do perímetro dos prédios. Essas vegetações trazem sempre consigo
problemas para o setor de vigilância quando dispostas ao longo das construções, já que servem como
ponto de refúgio de pessoas e de animais, local de guarda e abrigo de materiais e bens, ponto de apoio
para ações de sabotagens, além de dificultar a varredura visual das áreas com o emprego de sistemas de
iluminação ou de detecção.
Sempre que possível não se deverá permitir num raio mínimo de 10 metros ao redor das
edificações, a semeadura de plantas que não sejam rasteiras. Em áreas que exijam maior segurança a
semeadura deve ser unicamente com grama aparada bem baixa. A partir dessa faixa poder-se-á utilizar a
semeadura de arranjos de plantas, desde que em grupos isolados uns dos outros. Esses arranjos não
podem ser espessos, devendo ter uma iluminação artificial em seu interior. Uma das recomendações é a
da poda das plantas em intervalos regulares, de modo a não impedir a visão a todos os locais.
Junto às guaritas não se deve permitir a existência de arbustos ou de vegetações
ornamentais que venham a prejudicar a visão da área sob controle.
Guarda de materiais inservíveis
Em toda indústria é comum que o material ou equipamento recém adquirido não seja utilizado de
imediato. Normalmente poderá ficar algumas horas ou dias em um local de estocagem provisória até vir a
342
ser instalado ou empregado para os fins para qual foi adquirido. Durante esse período vários são os riscos
que o mesmo está sujeito, dentre os quais podemos citar:
• incêndio;
• queda, quebra, amassamento;
• danos por água de chuva ou por infiltrações;
• roubo ou furto parcial das mercadorias, ou de seus componentes;
• danos por sabotagem ou por vandalismo.
Durante uma inspeção que realizamos em uma área de estocagem de uma indústria,
chegamos a verificar que muitas das embalagens contendo equipamentos haviam sido rompidas porque
os funcionários acharam bonitos os relógios indicadores dos níveis de umidade. Em outras caixas o
motivo da abertura foi o da retirada dos dissecantes. Verificamos embalagens abertas para a simples
remoção de um parafuso ou de um manômetro. Os motivos vão dos mais fúteis até os mais sérios
envolvendo questões de sabotagem.
Cabe sempre ao setor de Segurança Patrimonial a tarefa de orientar a localização das
áreas de estocagem e a forma de guarda ou acondicionamento dos materiais, até a sua completa
utilização. Porém, uma das fontes de preocupação é com os equipamentos desativados, as embalagens
vazias, as caixarias, a sucata metálica ferrosa ou não ferrosa, as quais permanecem durante um tempo
prolongado próximas às edificações, ou no interior dessas. Esses materiais necessitam sempre de um
maior controle porque, além de servir como ponto de refúgio de vetores ou de guarda de material furtado
da empresa pode transformar-se em foco de incêndio.
Em uma grande empresa de seguros começaram a desaparecer os discos rígidos dos
microcomputadores. Após uma busca em todo o prédio descobriram-se pelo menos 5 gabinetes
totalmente vazios, amontoados em um canto de um dos andares do prédio, onde normalmente se
depositavam os equipamentos desativados. Não se procurou de imediato naquela área porque sabia-se
que ali eram depositadas sucatas de equipamentos. Também ali a porta não era mantida fechada, porque
se sabia que não ocorreriam furtos de sucatas e mesmo que ocorressem as perdas seriam irrisórias.
Especial atenção dever-se-á dar às sucatas de papéis ou de metais, objeto de constantes
furtos, incentivados por comerciantes desonestos que trabalham nas vizinhanças das empresas, os
famosos sucateiros.
Em uma empresa de grande porte localizada no centro da cidade, começaram a sumir
grampeadores e furadores de papéis, além de caixas de clipes de papel. Os funcionários alegavam que
alguém havia levado esses bens de cima de suas mesas. Logo após retirarem outros no almoxarifado,
“encontravam” os que haviam perdido e “perdiam” os novos ainda em suas caixas. Os camelôs da
esquina eram os receptadores desses bens novos e nas caixas. O lucro era dividido com os funcionários
desonestos.
Em vista desses problemas é recomendável que seja destinada uma área isolada dos
setores produtivos da empresa para a guarda provisória desse materiais, com um controle efetivo por
343
parte dos vigilantes. A sucata deve estar depositada de acordo com a sua destinação e a sua qualidade. A
sucata de material combustível comum deve ser armazenada em recipientes metálicos fechados.
Controle do fluxo de documentos
Uma das funções de maior complexidade assumida pelo setor de segurança é a da
triagem de documentos que entram e saem da empresa. Isso porque, principalmente pelos documentos
expedidos, há sempre o risco de vazamentos de dados ou de informações.
Soube-se de casos de cópias heliográficas de projetos secretos que vieram ao
conhecimento do público porque serviram como papel de embalagem para inocentes produtos. O
vigilante zeloso conferiu os produtos retirados mas não o papel de embalagem. Sua divulgação foi
acidental?
Em outra empresa, as cópias de projetos que não ficavam boas eram amassadas e jogadas
no lixo, o qual, por sua vez, era recolhido por uma empresa de aparas de papel. Parte dessas cópias
vieram a ser divulgadas e passaram a ser do conhecimento dos concorrentes da empresa. Existem pessoas
inescrupulosas que compram o “lixo” das empresas concorrentes.
É comum alguns administradores de empresas quererem “plantar” uma notícia falsa, ou
um balão de ensaio, mandando seus contínuos tirarem cópias de “documentos secretos”. Se nada fosse
dito se os documentos não fossem classificados como secretos talvez não despertassem tanto o interesse
dos outros. Essa é a maneira mais rápida de se divulgar uma notícia, ou seja, fazendo com que um
documento transite pela empresa e seja manuseado por várias pessoas a fim de que sejam tiradas cópias.
Em departamentos que manipulam papéis importantes deve-se ter uma máquina copiadora específica para
aquele local. Também é importante que se tenha uma máquina picadora de papel para inutilizar as cópias
defeituosas. Em salas de reuniões de diretorias até os simples rascunhos ou desenhos feitos na hora de
negociações deve ser picotado e não rasgado.
a) Correspondências e documentos recebidos
Toda a correspondência e documento recebido deve passar por uma primeira triagem,
com a identificação de sua origem e de seu destino e o provável conteúdo. Aí temos um problema mais
sério. As correspondências de cunho pessoal não podem ser violadas, por Lei. As correspondências da
empresa o podem, mas somente algumas. As de cunho restrito não devem ser abertas. É uma situação
difícil, mormente porque, há casos aqui no Brasil de secretárias que receberam correspondências com
bombas em seu interior, ou bouquet de flores com bombas dentro delas. No exterior, a fiscalização é
muito mais severa por causa dos ataques terroristas.
Após essa primeira triagem, destinada unicamente a separar a remessa por lotes, é feita
uma inspeção mais minuciosa para detectar-se o tipo de material recebido:
• Trata-se de uma simples correspondência?
• O documento é confidencial ou restrito?
344
• Refere-se a algum produto em divulgação, ou mesmo um catálogo?
Todo o volume com aparência ou forma duvidosa deve ser aberto para inspeção e
posteriormente remarcado com as observações necessárias. Há empresas que quando o material recebido
desperta suspeitas dos vigilantes quer seja pela sua forma, aparência, odor, barulho, etc., somente pode
ser aberto na presença do destinatário.
Após esse trabalho o documento, material ou produto é remetido aos seus destinatários,
ou colocado nas caixas de malote de cada setor.
Não podemos nos esquecer que com o aumento do número de pessoas viciadas por
drogas do tipo maconha ou cocaína, funcionários inescrupulosos costumam empregar o malote da
empresa para distribuir drogas.
b) Correspondências ou documentos expedidos
Via de regra as correspondências e documentos expedidos são envelopados no próprio
setor de origem e encaminhados à expedição, a fim de serem postos em malotes. Normalmente os
documentos já chegam à área de expedição em envelopes lacrados e subscritos. Não se pretende romper
o caráter confidencial dos documentos expedidos, mas sim evitar que informações relevantes sejam
empregadas em prol da espionagem industrial. Como se evitar a espionagem industrial? De que forma
pode-se controlar os documentos, sem romper o caráter confidencial dos mesmos? Uma das
alternativas, em nível de metodologia, é a seguinte:
1. Recebe-se o documento a ser expedido em envelope subscrito, porém não lacrado;
2. Tratando-se de correspondência comum o envelope é fechado e posto no malote;
3. Tratando-se de documentos, para saber-se o seu conteúdo e teor verificam-se as assinaturas (uma
correspondência formal deve ser assinada por duas pessoas, perfeitamente identificadas através de
seus carimbos), classifica-se sua característica e, a seguir, envelopam-os acondicionando-os no malote
para expedição;
4. Tratando-se de plantas, rascunhos, desenhos, especificações, formulações químicas ou matemáticas,
somente poderão sair da empresa com a expressa anuência do responsável pelo setor. Neste caso, o
conteúdo deverá ser descrito de forma resumida em livro próprio, com indicações do tipo: dia, hora da
expedição, responsável pela liberação, assunto, destinatário.
c) Classificação de documentos
A classificação de documentos para fins de segurança deve ser feita de modo a
simplificar o trabalho de verificação do conteúdo de cada correspondência para posterior expedição,
como forma de evitar o vazamento de informações. Em função do tipo de atividade da empresa, a
classificação dos documentos pode ser uma combinação alfanumérica, fazendo parte da identificação do
mesmo. Um exemplo que podemos oferecer de classificação é o seguinte:
345
A.3.006/97 ano corrente indicação seqüencial da emissão classificação do documento setor responsável pela execução
Para a classificação de documentos sugerimos o seguinte:
1. Correspondência comum sem conteúdo técnico;
2. Correspondência com conteúdo técnico;
3. Documentos, rascunhos e desenhos técnicos;
4. Propagandas e Panfletos de divulgação;
5. Documentos de caráter sigiloso.
No nosso exemplo acima, o Setor A enviou a correspondência de nº 6, contendo
documentos técnicos, no ano de 1997.
Análise de pontos críticos
O que são pontos críticos? Como se pode identificá-los? As definições para o que seja
um ponto crítico quanto à Segurança Patrimonial são as mais variadas possíveis. Porém, todas têm em
comum o fato de que o crítico é o que pode trazer consigo um problema de determinada natureza. Em se
tratando de Segurança Patrimonial, considera-se como ponto crítico a área ou o setor da empresa cujo
funcionamento ou característica principal, quando interrompido, poderá pôr em risco a segurança da
empresa.
Vários são os pontos críticos a serem levantados. Cada empresa tem o seu em particular.
Um dos pontos críticos mais evidentes é o de uma subestação elétrica. Qualquer acidente ali ocorrido
poderá paralisar a empresa pela falta de suprimento de energia elétrica, ou tornar inoperante um setor da
empresa ou um importante equipamento de produção. O risco apresentado por uma subestação elétrica
para uma fábrica de alumínio, é bem diferente do risco de uma subestação em uma edificação que possua
um gerador de emergência de energia elétrica. No primeiro caso, a energia elétrica no processo de
fundição de alumínio é vital. No segundo, é um dos pontos importantes. Uma subestação elétrica é uma
das áreas mais descuidadas pela segurança. Parte-se do princípio que por ser ali um ambiente com uma
voltagem elevada e haver possibilidade de pessoas levarem um choque elétrico, normalmente não seja
procurada por ninguém. Ledo engano. Normalmente as portas de entrada são mantidas abertas ou sem
que se passe uma chave, e o local é ermo. É comum ao se inspecionar uma subestação elétrica verificar
que ela é empregada como local de descanso após o almoço ou como local para a troca de uniformes de
trabalho.
Para fins de análise, poderemos posicionar os pontos críticos de uma indústria como
localizados nas seguintes áreas:
346
a) setor de utilidades
No setor de utilidades os principais pontos críticos poderão ser os seguintes:
⇒⇒⇒⇒ caldeiras;
⇒⇒⇒⇒ subestações e transformadores de corrente;
⇒⇒⇒⇒ geradores de energia elétrica;
⇒⇒⇒⇒ compressores;
⇒⇒⇒⇒ depósitos de inflamáveis e combustíveis;
⇒⇒⇒⇒ redes de distribuição de energia elétrica;
⇒⇒⇒⇒ sistemas de combate a incêndios;
⇒⇒⇒⇒ almoxarifados e peças de reposição, etc.
b) setor de fabricação
A priorização dos pontos críticos em áreas de fabricação ou produção dependerá dos
processos e dos equipamentos instalados. Em princípio, sistemas de comando e controle dos processos
são sempre pontos importantes.
Existem métodos de análises, como FMEA e HAZOP, comentadas no primeiro capítulo
deste livro, que possibilitam identificar-se os pontos críticos de linhas de processo ou de equipamentos.
Outra ferramenta de análise bastante importante é a Análise de Árvore de Falhas (FTA ou AAF) ou
Árvore de Eventos, também comentada anteriormente. Após a detecção dos pontos críticos, o que se
deve fazer?
Durante o horário de expediente deve-se checar toda a área sob vigilância, evitando-se a
aproximação de pessoas estranhas ou a criação de situações anormais. Fora do horário de expediente, o
cuidado deve ser redobrado, devendo-se observar o disposto no item III, comentado anteriormente.
Ressalta-se que todo o planejamento de segurança não deve constituir-se rotina imutável, porque em
assim sendo, deixa de ter sentido prático. As medidas de segurança têm que ser alteradas periodicamente.
Dimensionamento de equipes de segurança patrimonial
Como já tivemos a oportunidade de expor, o dimensionamento de equipes de Segurança
Patrimonial deve levar em consideração uma série de fatores, dentre os quais citamos:
���� extensão/dimensões das áreas a serem protegidas, tanto interna quanto externamente;
���� congestionamento das áreas de operação, seja por equipamentos, maquinismos ou matérias primas;
���� distanciamentos entre edificações ou entre áreas ocupadas por uma atividade na empresa;
���� número de pavimentos das várias edificações, incluindo os que se situam acima e os abaixo do nível
do solo;
���� grau de risco das várias atividades a serem vigiadas, obtidos por intermédio de comparação com as
tabelas aqui mencionadas;
347
���� vizinhança existente no entorno da instalação industrial;
���� topografia da região tanto no local onde se situam as edificações que serão protegidas como nas
cercanias;
���� arborização ambiente;
���� disponibilidade de equipamentos de segurança, e outros fatores mais.
É importante comentar que existem inúmeros outros fatores que devem ser considerados,
incluindo-se dentre esses a experiência e o feeling do profissional responsável pela montagem das
equipes de Segurança Patrimonial. Todavia, de nada adianta toda essa sistemática se os verdadeiros
interessados que são os acionistas da empresa, não estão conscientizados da importância dos programas a
serem implementados. Analisar programas de segurança sob a ótica custos versus benefícios nem sempre
é adequado. De forma a fixar bem os conceitos transmitidos, vamos retornar ao nosso exemplo
anterior:
Indústria instalada em terreno levemente ondulado, com 118.000 m2 de área, com 46.000
m2 ocupados por edificações com mais de um pavimento. A indústria possui um pequeno grau de
segurança e uma média densidade de equipamentos.
Vigilância externa
O desenvolvimento do cálculo para obtenção da quantidade de vigilantes necessária a um
bom programa de segurança industrial e/ou patrimonial é o mesmo apresentado anteriormente. Devem ser
tomadas as devidas cautelas quanto a aspectos relativos a layout ou arranjos arquitetônicos, bem como a
exigências de uma segurança mais rígida, face à aspectos operacionais da empresa, principalmente os
inerentes à presença de substâncias explosivas ou altamente inflamáveis.
Vigilância interna
O desenvolvimento dos cálculos é o mesmo apresentado anteriormente. Devendo ser
considerado todo o aspecto operacional da empresa que venha a redundar em um aumento da carga de
trabalho do vigilante.
Graus de Segurança exigidos
De posse da quantidade de vigilantes calculada como da forma anterior passamos a
avaliar os graus de segurança exigidos. Pelas peculiaridades da produção e da política de segurança
adotada pela empresa, pode-se classificá-la segundo os seguintes graus de segurança, observando-se que
os fatores encontrados devem ser multiplicados pelos números de vigilantes determinados:
grau de segurança pequeno : G= 1,00 grau de segurança médio : G= 1,20 grau de segurança grande : G = 1,45
348
No exemplo, o número de vigilantes necessários em vista da aplicação do fator de
segurança, é o seguinte:
• vigilância externa : 63 vigilantes;
• vigilância interna : 77 vigilantes.
• total : 140 vigilantes
Pela fórmula, como G = 1,0 o número de vigilantes não se altera.
Fator devido à topografia do terreno
Em decorrência da topografia do terreno ser acidentada ou não são aplicados fatores ou
coeficientes de segurança incidentes sobre o número de vigilantes, determinado em VII.3, que têm como
função agravar ou aumentar os números encontrados, conforme o seguinte:
Característica da topografia Fator
topografia plana t = 1,0
topografia levemente acidentada t = 1,1
topografia acidentada t = 1,3
Encontramos um número de vigilantes para o serviço externo como sendo de 63. Como o
terreno é levemente ondulado, aplica-se o fator 1,1, mencionado acima, como se segue:
63 x 1,1 = 70 vigilantes
Dimensionamento empregando-se outros condicionantes
Imaginemos que a nossa indústria possui agora um simples galpão industrial, com uma
área construída de 1.500 m2, que ocupa toda a superfície disponível do terreno. Pelas considerações
anteriores, não deverá existir ou não será necessária a existência de uma vigilância externa, já que não há
área para ser vigiada. Assim sendo, o dimensionamento da equipe fica restrito somente ao necessário
para serviços internos. Segundo os parâmetros fornecidos para a determinação do funcionários com
funções externas, tem-se:
⇒⇒⇒⇒ área construída de 1.500 m2;
⇒⇒⇒⇒ um nível principal e um mezanino;
⇒⇒⇒⇒ uma única edificação;
⇒⇒⇒⇒ densidade de equipamentos e instalações média.
Entrando-se com esses dados na tabela chega-se a um vigilante para cada 3.000 m2 de
área construída. Como temos apenas 1.500 m2, é necessário apenas um vigilante. Recomenda-se que o
número mínimo de vigilantes nunca seja inferior a dois, visto que pelo menos um deles deverá estar
em ronda enquanto que o outro em um ponto fixo (portaria).
349
Apenas como complemento de informações fornecidas anteriormente, quando
comentávamos sobre os serviços de ronda móvel, fixamos parâmetros quanto a ela vir a ser executada em
horários de expediente em áreas internas e externas. Em função dos vários métodos divulgados aos
profissionais, adotam-se como parâmetros tempos máximos entre rondas variando entre 2 horas a 15
minutos. O ideal é que o vigilante não saia do local a ser guarnecido. Entretanto, como isso nem sempre é
possível, estima-se um tempo de ronda em torno de uma hora, o qual poderá variar de empresa para
empresa. Modernamente, aceita-se como máximo entre as passadas ou entre o retorno ao local o intervalo
de tempo entre 30 a 60 minutos.
Em almoxarifados e depósitos de produtos, especialmente os que possam conter
combustíveis e inflamáveis, o tempo entre cada ronda não deverá ultrapassar a 15 minutos.
Deve-se verificar também o traçado de rotas alternativas, de forma a não haver
repetitividade entre cada ronda e com isso evitar o elemento surpresa. Por exemplo, o vigilante deverá
passar pelo setor D6 a cada 20 minutos. Esse fato cria uma expectativa negativa para fins de segurança
patrimonial, especialmente contra-indicada em ocasiões onde há o risco de sabotagem e de ações
criminosas.
Barreiras de Proteção - Muralhas de Segurança
Barreiras de proteção ou muralhas de segurança são dispositivos físicos naturais ou
artificiais empregados para impedir ou restringir o acesso de terceiros a instalações classificadas. De
acordo com a classificação das áreas quanto à segurança podem ser utilizados um ou mais dispositivos,
simultaneamente.
Barreiras de proteção naturais
Em função da topografia do terreno onde está instalada a empresa são utilizados os
acidentes naturais do relevo como barreiras de proteção. As mais comuns são:
• açudes;
• lagos;
• rios ou córregos;
• taludes naturais;
• morros;
• matas ou florestas;
• valas e vales.
Utilizam-se os acidentes do terreno quando pode-se tirar proveito da topografia e quando
os conhecimentos de segurança patrimonial são praticados na fase de anteprojeto, tomando-se partido das
configurações ambientais existentes. A situação ideal é aquela na qual as edificações estão situadas em
pontos elevados para facilitar a vigilância.
350
Barreiras de proteção artificiais
Consideram-se barreiras de proteção artificiais os sistemas empregados no isolamento de
áreas classificadas. As barreiras podem ser físicas, mecânicas ou eletrônicas.
a) Barreiras físicas
As barreiras físicas ou elementos físicos interpostos entre áreas para fins de segurança
patrimonial podem ser constituídas de:
⇒ Muros
Os muros podem ser de: terra; terra armada; concreto armado; alvenaria de blocos;
cantaria, etc. Todos têm a função de proteger o local com seu isolamento. Para tanto, dever-se-á analisar:
materiais de que serão construídos; alturas adotadas; resistência contra impactos mecânicos;
durabilidade; facilidade de manutenção, etc..
⇒ Cercas
Possuem a mesma função dos muros, tendo como vantagem o fato de poderem ser
provisórias e apresentarem baixo custo de instalação. Podem ser construídas: metal aramado; telas
metálicas; placas metálicas; perfis de madeira ou metal; placas de concreto armado; grades, etc.. A
diferença básica entre os dois sistemas é que o muro normalmente possui constituição sólida, maior
altura e espessura além do fato de ser autoportante. A cerca possui sempre menor altura, com
características mais leves e frágeis.
Em vista da atividade desenvolvida pela empresa, utilizam-se muros no fechamento do
terreno, pelas propriedades de indevassabilidade proporcionadas pelo mesmo. No isolamento de áreas
internas costuma-se lançar mão de cercas de tela metálica. Quanto ao isolamento de áreas deve-se
observar uma série de itens, tais como:
Altura
A altura do muro e das cercas deve ser tal que impeça a fácil transposição de pessoas. A
tendência generalizada é a que a altura do muro deva ser de pelo menos uma vez e meia a
altura média da população. Desta forma, tem-se: estatura média da população = 1,70 m.
Assim sendo, a altura do muro (H) será:
1,70 m + 1,70/2 = 2,55 metros
Iluminação
Deve-se prever uma iluminação suplementar ao longo de todo o muro, permitindo uma
ampla varredura visual do mesmo. O sistema ideal de iluminação é aquele que, além de
iluminar amplamente o lado interno, ofereça uma boa luminosidade ofuscativa pelo lado
externo. Isso quer dizer que a iluminação deve ser feita de dentro para fora das instalações.
Eventualmente a iluminação poderá ser fixa, apoiada em postes com altura mínima
equivalente a 3 vezes a altura do muro.
Resistência As características construtivas do muro deverão proporcionar uma resistência estrutural
351
estrutural compatível com as dimensões do mesmo, principalmente no que diz respeito a se evitar o
tombamento. Normalmente, em muros de alvenaria de blocos, são dispostas colunas
espaçadas entre si de 3 a 5 metros. Acima de 3 metros de altura recomenda-se um
cintamento superior, amarrando-se as colunas. Para muros de grande altura pode-se adotar a
fórmula de Rondelet, para alvenarias autoportantes.
Distanciamen
-tos
Uma das principais características de segurança que os muros possam oferecer é a de que os
mesmos encontrem-se distanciados das edificações, possibilitando a existência de espaços
seguros que evitem, pela excessiva proximidade, não só o emprego do muro como ponto de
apoio na escalada para atingirem-se pontos mais altos das edificações, como também para
impedir que entre os mesmos e as construções haja possibilidade de se criar áreas de
refúgio. A ideia do que seja uma distância segura é muito subjetiva, variando não só de
pessoa para pessoa como também em função das condições existentes.
Dentre os fatores que podem influenciar a determinação do distanciamento citamos: altura
das edificações, características dos telhados, aberturas nas paredes próximas ao muro,
acabamento externo das alvenarias de fechamento das edificações, altura do muro, etc.. Por
exemplo, hoje em dia, a ideia de distanciamento seguro é aquela onde não haja
possibilidade de vir a ser atingido por uma bala. A imprensa comenta muito a distância que
uma bala de um rifle AR15 pode atingir como sendo de 1.500 metros. É lógico que como
não se pode dispor dessas extensões todas, a ideia de distância segura passa também pelos
seguintes aspectos:
→ o que se quer proteger?
→ contra o que se quer proteger?
→ como se quer proteger?
→ por quanto tempo se quer proteger?
→ de que forma se quer proteger?
A experiência tem nos demonstrado que distanciamentos mínimos de 6 metros já podem ser
considerados relativamente seguros quanto à possibilidade de transposição, com fins de
galgar-se uma construção. Pode-se optar por outro parâmetro que é o de adotar como
distância mínima entre o prédio e o muro a metade da altura da edificação. Uma edificação
com 6 metros terá uma distância entre essa e o muro de 3 metros. Nunca é demais lembrar
que alguns dos grandes incêndios em áreas fabris foram iniciados com pontas de cigarro
atiradas criminosamente através de janelas com vidros quebrados, em prédios sem proteção
por muros, ou com muros muito próximos dos prédios.
Indevassabili
-dade
Uma maior segurança é conseguida quando há indevassabilidade das áreas classificadas. Por
essa razão não é recomendável que em áreas de maior segurança sejam empregados como
fechamento externo muros com aberturas de elementos vazados ou com grades, visto que
através das mesmas poder-se-á acompanhar toda a movimentação interna.
Característi-
cas
arquitetôni-
Apesar de não ser indicado, costuma-se recorrer ao recobrimento vegetal para disfarçar-se a
existência do muro ou da grade, com hera, cedro ou bambu. A principal desvantagem das
cercas vivas é que podem servir como ponto de refúgio de pessoas ou de animais.
352
cas
O recomendável é não considerar o muro como um elemento arquitetônico ou
decorativo, cuja forma deseja-se disfarçar, mas sim um sistema de segurança a ser preservado.
b) Barreiras eletrônicas
As barreiras eletrônicas são dispositivos ou equipamentos de segurança, cuja principal
finalidade é de controlar áreas, denunciando a presença de intrusos. Os sistemas mais empregados são os
seguintes:
Luminárias
Luminárias para exteriores acopladas com detectores de microondas incorporado, para
iluminação automática e detecção de movimentos. Para iluminação automática de lugares de passagem
pública e privada, rotas de escapes, jardins, garagens, etc., pode ser utilizada sempre que seja necessário
iluminar uma zona de interesse, de modo autônomo, e assinalar a presença de estranhos, mediante a
conexão com um sistema de alarme.
Câmeras
Câmeras de vigilância fotográfica, com programação de número de fotos bem como de
tempo de varredura de áreas;
Fechaduras de abertura programada
São fechaduras que atuam com a abertura da mesma em um intervalo de tempo
previamente determinado. Esse sistema é muito empregado na abertura de cofres de bancos.
Cartões magnéticos
Cartões de acesso a áreas restritas, com acionamento pela simples passagem do cartão,
ou com o acionamento pela passagem do cartão conjugada à digitação de uma senha, ou a conjugação da
passagem do cartão e a oposição da impressão digital ou palmar sobre uma superfície de vidro.
Equipamento de leitura de retina
O equipamento de leitura de retina é um dispositivo de controle de aberturas de portas
associado a uma da leitura do globo ocular (equipamento biométrico de exploração da retina). A abertura
da porta somente dá-se quando há coincidência entre os dados registrados no equipamento e a leitura
processada pela máquina.
Fechaduras diversas
353
As fechaduras são elementos de segurança para se impedir a abertura de portas ou de
janelas. Há um leque muito grande de opções de emprego de fechaduras, como:
⇒⇒⇒⇒ fechaduras com acionamento por teclado;
⇒⇒⇒⇒ fechaduras com acionamento vocal;
⇒⇒⇒⇒ fechaduras com acionamento por contato com a palma da mão;
⇒⇒⇒⇒ fechaduras com acionamento através da comparação com a assinatura do usuário em uma tela
eletrônica;
⇒⇒⇒⇒ fechaduras com acionamento através da emissão de uma frequência de rádio, etc.
Outros sistemas
Alternativamente poderão vir a ser empregados outros sistemas de segurança, com
funções diversas como:
⇒⇒⇒⇒ detector manual de metais, com campo pulsante de 1.000 hertz de frequência;
⇒⇒⇒⇒ sistema de fechamento automático de portas por detecção de situações anormais do tipo: calor,
fumaça, luminosidade, variação de temperatura, etc.;
⇒⇒⇒⇒ detectores visuais de explosivos e armas;
⇒⇒⇒⇒ arcos detectores de metais sob os quais passam pessoas posicionados nas passagens;
⇒⇒⇒⇒ eclusa de controle de acesso com sistema de travamento por detecção de metais;
⇒⇒⇒⇒ centralização de sinais de alarme através de ondas de radio;
⇒⇒⇒⇒ barreiras de raios infravermelhos para exteriores, com alcance máximo de 80 metros, para serem
utilizadas como barreiras paralelas ou intercaladas;
⇒⇒⇒⇒ radar portátil do tipo pistola, trabalhando com banda de freqüência K e alcance de 800 metros;
⇒⇒⇒⇒ detector volumétrico de radiação infravermelha com lente de Fresnel, possibilitando varredura do
tipo cortina contínua com raio de 12 metros;
⇒⇒⇒⇒ sensores de vibração por ondas vibratórias;
⇒⇒⇒⇒ pares condutores elétricos que sensibilizam um painel tão logo venham a ser tocados ou rompidos;
⇒⇒⇒⇒ placas sensores elétricas que podem vir a ser dispostas no piso, abaixo da área ou do equipamento
que será protegido;
⇒⇒⇒⇒ fios elétricos sensores, etc.
Dentre a pequena relação de equipamentos e sistemas apresentados acima, que
cresce a cada dia, não só em novos modelos como também em sofisticação, tem-se os sistemas
ativos e os passivos.
a) Sistemas ativos
Os sistemas ativos são aqueles que executam a ação denunciando uma situação de
anormalidade. Podem vir a ser ativados automática ou manualmente e proteger um ambiente específico
ou uma instalação completa.
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b) Sistemas passivos
Os sistemas passivos necessitam da ação humana para serem acionados (alarmes,
dispositivos de retardo de tempo e outros).
As principais desvantagens da aplicação de barreiras eletrônicas são:
• alto custo inicial de instalação;
• manutenção frequente;
• permanente monitoração do sistema.
Como vantagem principal está o fato de que, com apenas um vigilante tem-se
possibilidade de controlar áreas maiores das que ele normalmente teria condições de inspecionar.
As barreiras eletrônicas além de destinarem-se à fiscalização de áreas externas podem ser
empregadas com sucesso na preservação da segurança de áreas internas, devendo ser observados os
seguintes princípios:
⇒⇒⇒⇒ qualidade do equipamento empregado na instalação;
⇒⇒⇒⇒ condições adequadas de instalação;
⇒⇒⇒⇒ preservação dos equipamentos contra atos de vandalismo e de sabotagens;
⇒⇒⇒⇒ possibilidade de manutenção freqüente em todo o sistema;
⇒⇒⇒⇒ monitoramento adequado e contínuo;
⇒⇒⇒⇒ projeto elaborado por profissionais competentes e compatível para as instalações industriais
que deverão ser preservadas.