comunicação e ecologia da mente

Upload: robertoburura

Post on 07-Jul-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/19/2019 Comunicação e Ecologia Da Mente

    1/25

    S E M I O S F E R A | Revista de Comunicação e Cultura Ano 10. Edição Especial. Abril de 2010. ISSN 1679.0995

    COMUNICAÇÃO E ECOLOGIA DA MENTE - O PROGRAMA PACEM -UFRJ

    Priscila Kuperman1 

    Resumo

    Comunicação é aqui entendida partindo da concepção do termo cunhado porGregory Bateson, que marcou o debate acadêmico como um grande pensadorsistêmico e epistemólogo da comunicação. Ele a definiu como um campo deressonâncias e da não-localidade das informações, delineando para a áreanovos horizontes epistemológicos, novos modelos teóricos e diversosprocedimentos metodológicos. A sustentabilidade remete ao conceito de ‘desenvolvimento sustentável’ da Agenda 21, agora em sentido amplo e o papelcontemporâneo e estratégico da comunicação neste processo de mudança

    cultural nos sistemas político, econômico e social. Ecologia da Mente é aqui a base ética da sustentabilidade, e é definida por Bateson como um  padrão deconexão  universal, em diferentes níveis de manifestação da uma auto-organização da vida (‘autopoiesis’, na conceituação da Escola de BiologiaCognitiva de Santiago): interconexão fundamental entre matéria e energia denatureza essencialmente dinâmica, que fundamenta aqui a possibilidade deconstrução de uma de um código de conduta para um mundo sustentável - umaarticulação entre a unidade de uma ordem integrativa do cosmos e adiversidade de manifestações de vida. Deve manifestar-se como prática decidadania, voltada para um projeto de sustentabilidade planetária.

    Palavras-Chave: Comunicação, Sustentabilidade, Ecologia da Mente,

    Diversidade, Cidadania.

    Programa PACEM - APRESENTAÇÃO: 

    “ Idéias são como peixes.

     Se você quer pegar um peixinho, pode ficar em águas rasas. Mas se quer um peixe grande, terá que entrar em águas profundas. (...) Tudo, qualquer coisa que seja essencial, vem deum nível mais profundo. A física moderna chama esse nível deCampo Unificado. Quanto mais você expande a consciência – aatenção – mais fundo é o mergulho na direção dessa fonte,maior é o peixe que pode pegar 1”.

    1 Professora Associada da ECO/UFRJ. Professora Colaboradora e Pesquisadora do PPG-PMUS,UNIRIO/MAST. Coordenadora Acadêmica do Programa PACEM /HESFA /ECO/ UFRJ. 

  • 8/19/2019 Comunicação e Ecologia Da Mente

    2/25

  • 8/19/2019 Comunicação e Ecologia Da Mente

    3/25

    S E M I O S F E R A | Revista de Comunicação e Cultura Ano 10. Edição Especial. Abril de 2010. ISSN 1679.0995

    Ocorre que o intróito não teve eco (perdão... trocadilho irresistível) naprática acadêmica que se seguiu, até estes dias - e escrevemos esta versão emoutubro de 2008. Lamentavelmente para a comunidade, que com isso perde apossibilidade de novos horizontes de questionamentos e práticas, no ritmo dainvestigação que se dá nos países de onde vem usualmente a referência teórica.

    No olhar de David Lynch, poderíamos dizer que o poder político do saber,neste caso, prefere pescar na facilidade segura das águas rasas, e vender seuspeixes pequenos – manjubas: talvez agradáveis, mas corriqueiras – como sefossem instigantes e raros espécimes, mesmo que não necessariamentegrandes, que apenas habitam as profundezas.

    Indiferentes aos obstáculos característicos do bom combate, porsabermos quão bem acompanhados estamos, em escala mundial, aquiapresentamos nossa linha de pesquisa:

     Antropologicamente falando, preferimos dizer que estamos imersos em

    uma rede de diferentes sistemas simbólicos que interagem, atribuindo sentidoàs experiências do sujeito e de seus grupos de referência em sua dinâmicasocial, reconhecendo fronteiras de diversidade na representação do real, emarticulação com as variáveis socioeconômicas e políticas: a cultura é, portanto,uma potência significante criadora de identidades, sendo impossível nãocomunicar-se.

    Penso, como Jesús Martín Barbero, que “ É preciso pesquisar o quenos dá esperança (diante da) ... decadência do social e de suaheterogeneidade. Face aos mídia ventrílocos, precisamos de políticas que permitam a expressão de outras vozes. O desafio fundamental das políticas públicas é afirmar a heterogeneidade do

    social (...)“Jesús Martín Barbero também sugeriu pensar as temporalidadedos processos culturais (... ) ”a identidade não é um fato, mas umrelato. As culturas permanecem vivas enquanto se comunicamentre si, sendo a comunicação uma dimensão constitutiva da vidacultural e não apenas sua exibição. 2”

    Quanto à dimensão da sustentabilidade, é preciso esclarecer que o termooriginal "desenvolvimento sustentável,3" foi adaptado pela Agenda 21,programa das Nações Unidas. Hoje implica em desenvolvimento continuado.“Sustentabilidade" então é, hoje em dia, usado em sentido amplo para todas asatividades humanas, e consistiria em prover o melhor para a população e parao ambiente tanto agora como para um futuro indefinido. Segundo o Relatório

    de Brundtland (1987), sustentabilidade é: "suprir as necessidades da geraçãopresente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas". Isso émuito parecido com a filosofia dos nativos dos Estados Unidos, que diziam que

    2 Portal de la Comunicación, 21/05/2008, UAB INCOM. 3 http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Sustentabilidade&oldid=10907700

  • 8/19/2019 Comunicação e Ecologia Da Mente

    4/25

    S E M I O S F E R A | Revista de Comunicação e Cultura Ano 10. Edição Especial. Abril de 2010. ISSN 1679.0995

    os seus líderes deviam sempre considerar os efeitos das suas ações nos seusdependentes após sete gerações futuras4.

     Assim, é na busca da mediação entre as individualidades dos sujeitos, suasdiferenças culturais e o ideal de redução das desigualdades na estrutura social,

    que o Programa PACEM trabalha: elaborando discursos e práticas que auxiliemna prevenção de conflitos e conseqüentes desequilíbrios físicos, mentais erelacionais, promovendo diferentes códigos de qualidade de vida, através depalestras, cursos, workshops, consultorias e práticas em oficinas, com acomunidade acadêmica e profissionais diversos, adultos em geral e em especialcom crianças e adolescentes de baixa renda, excluídos da oferta de bensculturais disponível à comunidade de renda média e alta.

    O Programa PACEM –  Programa Ttransdisciplinar em Artes Dramáticas, Ciências Sociais e Ecologia da Mente - surgiu como resultado deiniciativas realizadas a partir de um campo interdisciplinar de estudos epesquisas desenvolvido por diversas unidades da UFRJ, e por outras

    Universidades e Centros de Pesquisa no Brasil e no exterior, que serãomencionados adiante.

    Partindo das premissas e da metodologia exposta, busca-se estruturarnovos conceitos e desempenhos sociais através da pesquisa e prática em ArtesDramáticas e em Artes Plásticas, Educação Física e Qualidade de Vida, atravésde uma compreensão da Comunicação tal como se exerce no cenáriotranscultural da globalização contemporânea, dando uma atualidade históricaà dinâmica de uma Ecologia da mente.

     A superação de antigos paradigmas do conhecimento ocidental implicouno desenvolvimento deste novo campo transdisciplinar, a Ecologia da Mente5.

    Nesse sentido, inicialmente foram desenvolvidos pelo Professor RaffaeleInfante, do Instituto de Psiquiatria da UFRJ, estudos em áreas como Teoriados Papéis, Identidade Psicocultural e Sistemas Antropológicos de Significação,abordando a religiosidade popular e as subjetividades alterativas (emarginalizadas sócio-culturalmente, como as psicóticas), buscando favorecersuas possibilidades de interação grupal – visando a promoção de uma SaúdeIntegral, a construção de um bem-estar social, conforme a definição da OMS, enão apenas ausência de doenças), utilizando amplamente novas síntesesmetodológicas de criatividade popular (abordadas preliminarmente no sul daItália, no Rio de Janeiro, em Cuba e na Inglaterra).

     A premissa desta cosmovisão é fundamentada em um paradigma de

    conhecimento que se origina na Física Quântica e Relativista, e vem sendodesenvolvida principalmente pelas Neurociências e pela Biologia Cognitiva, eafirma que existe uma unidade na auto-organização do universo, umainterconexão fundamental entre matéria e energia de natureza essencialmentedinâmica: todas as coisas só existem em processo - a única coisa que não muda

    4 Wikipedia, op. cit.5 Gregory Bateson Mente e Natureza, Edit. Francisco Alves, RJ. 1986. 

  • 8/19/2019 Comunicação e Ecologia Da Mente

    5/25

    S E M I O S F E R A | Revista de Comunicação e Cultura Ano 10. Edição Especial. Abril de 2010. ISSN 1679.0995

    é a própria mutação.

    Gregory Bateson chamou esta ordem de "padrão de conexão”, capaz desuperar o limite do "ego encapsulado", na expressão cunhada por Alan Watts.Uma linha de pensamento dentro da ciência contemporânea considera que

    existe uma interdependência entre todos os sistemas constitutivos do universo,através de uma forma de mente (Schroedinger disse: “o estofo do universo émental”), ou seja, uma ordem que dá ao cosmos uma autoconsistência e, aomesmo tempo, capacidade de autosuperação - por isso Bateson nos propõe oconceito de uma "ecologia da mente”.

     Atualidade da proposta:

     A mídia contemporânea apresenta fartos exemplos de oferta/demanda nomercado editorial e cinematográfico de temas que abordam uma dinâmicaintegrativa de encaminhamento de projetos para um futuro sustentável. Estatendência manifesta-se naturalmente nas discussões sobre política ambiental,

    com o conseqüente holofote sobre o modelo econômico vigente no mundocontemporâneo – ressalte-se o destaque dado ao filme “ An inconvenienttruth” , do ex-futuro presidente americano Al Gore, como ele mesmo se intitula.

    O estudo “Racionalidades Médicas e Terapias Alternativas6”, entre outrostextos instigantes da Profa. Madel Luz e sua equipe da Pós-Graduação emSaúde Coletiva do Dpto. De Medicina Social da UERJ, destaca oquestionamento da racionalidade ocidental contemporânea por sua falha ematender à imensa maioria da população que busca o atendimento na rede desaúde pública. Observa-se a busca de medicinas complementares, queoferecem alívio e atenção através de propostas de transformação da rotinadiária dos indivíduos, de seu estilo de vida, questionando valores e práticas emeducação e em saúde. Por isso o sucesso da abordagem de racionalidades não-ocidentais, pela abrangência cosmológica da representação de suas práticas dealimentação, exercícios físicos e mentais, com uma ênfase na prevenção,não apenas na terapêutica – ainda que esta também seja amplamentedivulgada e adotada, com técnicas como acupuntura, massagens, feng-shuientre outras. Algumas práticas ocidentais integrativas, como homeopatia,florais, radiestesia e fitoterapia. Assim, também nossa medicina caseira,composta de chás, ungüentos, garrafadas e banhos de ervas, é cada vez maisredescoberta pela população, em busca de tratamentos menos invasivos,relações mais humanizadas entre médico ou terapeuta e paciente, e baixoscustos de medicamentos e terapias.

    No filme que em 2006 esteve durante alguns meses em exibição no cinemaEstação Botafogo, e que o Programa PACEM exibiu na ECO/UFRJ em22/03/06, intitulado “WHAT THE BLEEP DO WE (K) NOW” e traduzido por”QUEM SOMOS NÓS", vários cientistas de diferentes especialidades,nacionalidades e instituições, discutiam teorias da Ciência Contemporâneaquanto à unidade mente-corpo e ser humano-universo.

    6 ...

  • 8/19/2019 Comunicação e Ecologia Da Mente

    6/25

    S E M I O S F E R A | Revista de Comunicação e Cultura Ano 10. Edição Especial. Abril de 2010. ISSN 1679.0995

    Entre eles, o físico nuclear indiano AMIT GOSSWAMI, residente nos EUA,PhD em Física Quântica e prof. titular da Universidade de Oregon, quepublicou entre outras obras " A Física da Alma" e " O Universo auto-consciente", traduzidos no Brasil , entre outros.

    Ele nos mostra como, nesta virada do milênio, as transformações na Físicase deram, de modo descontínuo Neste último ele afirma a relevância de 3disciplinas principais para a visão científica contemporânea do mundo: 1. AsNeurociências (Medicina), 2. A Biologia (Cognitiva), e 3. A Psicologia(Transpessoal).

     A não-localidade na transmissão das informações é uma realidade físicae mental, e não apenas consciente, representando um ponto decisivo em que se baseia nosso projeto, pois, neste cenário, é a consciência do observador quetransforma as ondas de possibilidades (os objetos quânticos) em eventos,perceptíveis aos sentidos.

    Trabalhamos em uma dinâmica integrada de pesquisa, ensino e práticasem oficinas voltadas para uma elaboração da consciência dos sujeitos,acreditando que este é um dispositivo-chave, responsável pelos valores quedeterminam as escolhas no meio sócio-histórico, definindo eventos concretos.Persistimos assim em imaginar a possibilidade de contribuir para um futurofísica e psiquicamente sustentáveis, para cada cidadão e para as comunidades,respeitados em sua diversidade.

    Para conceber uma visão mais abrangente de saúde, dentro da abordagemde um conceito da Ecologia da Mente, precisamos retomar a idéia de que oséculo XX foi uma época desencadeadora de uma mudança de paradigma doconhecimento e de percepção da realidade, pela insatisfação dos próprios

    cientistas. Assim observamos que, ao contrário do que supunha a lógicacartesiana e a Física newtoniana, afirmam que o universo não esgota suacompreensão através de uma leitura apenas dualista e linear da ordem doobservável e do mensurável. O que isto quer dizer?

     Atualmente sabe-se - e o boom editorial e cinematográfico que ilustraclaramente isto - que a Física Quântica e Relativista, a Biologia Cognitiva e aQuímica parecem demonstrar a existência de uma unidade na auto-organização do universo, uma interconexão fundamental entre matéria eenergia, de natureza essencialmente dinâmica: suas características intrínsecassão o Tempo e a Mudança. : todas as coisas só existem em processo, comoqueria Heráclito: "é na mutação que as coisas encontram repouso". Bateson

    chamava esta unidade dinâmica de auto-organização, de "o padrão deconexão”.

    Os diversos processos de pensamentos e práticas mencionados supõemque a heterogeneidade da existência possui uma coerência lógica, nem sempreperceptível a olho nu, que se revela muitas vezes através de 'outros modos deser', não codificados pelo racionalismo, e que poderia ser resumida em trêsaspectos:

  • 8/19/2019 Comunicação e Ecologia Da Mente

    7/25

    S E M I O S F E R A | Revista de Comunicação e Cultura Ano 10. Edição Especial. Abril de 2010. ISSN 1679.0995

    a) a unidade essencial ligando homem e universo, ainda presente noOriente e praticamente esquecida no Ocidente (principalmente pelos arautosda verdade e da credibilidade, como a academia, a mídia e o próprio sensocomum);

    (b) a unidade intrínseca do homem (corpo-mente); o psiquismo seria umestado mais sutil da matéria e esta, energia psicofísica em estado mais denso;

    c) a unidade do conhecimento - ciência, filosofia, religiões e artes -inspiradas e/ou debruçadas sobre a) e b).

    Pode-se dizer que estes ângulos são uma descrição possível do arquétipohermético (alquímico) do unus mundus, retomado por Jung. E que asdiferentes formas da energia, ou os diferentes graus de densidade da matéria,seriam manifestações de um movimento fundamental, que seria essa imagemda ordem autoconsistente, dessa realidade última irrepresentável - pois seriapura força de criação/destruição. Aquilo a que os hindus chamam de 'a dança

    de Shiva', e tal como concebem os antigos chineses no I Ching -'tudo émutação' - o único fator que não muda é a própria mutação.

    De qualquer modo, somos mais do que percebemos e do que podemosdizer do que somos. Se o conhecimento por representação é aquele onde anatureza se mostra em imagens através da força simbólica, e se o símbolo éaquele que aponta a origem e o destino de cada coisa em sua identidade,diferenciando-a - então este movimento não abrange a totalidade deinformações disponíveis porque, como sabemos, um mapa não cobre umterritório.

     A ciência do Caos - através da Física, da Química e da Biologia, sobretudo -

    há décadas vem trabalhando com novas idéias sobre a inteligibilidade doUniverso, centradas não mais na busca das leis gerais, mas na observação docircunstancial, como os fenômenos de catástrofe, do caos, do acasoorganizador, da complexidade, imprevisibilidade, da desordem organizadoraou da ordem através de flutuações. Fala-se de uma nova racionalidadecientífica, que possa ter respostas para fenômenos de turbulências, mudançasclimáticas, oscilações na Bolsa de Valores... Ilya Prigogine fala das 'estruturasdissipativas', que dispersam energia pela desordem organizadora; Henri Atlantrabalha sobre a 'auto-organização dos seres vivos; Edgar Morin refere-se a'ordem/desordem/organização’. O grupo Lindsfarn Fellows, fundado porGregory Bateson, caminha no mesmo sentido, quando dirige seu trabalho paraum diálogo entre unidade e diversidade na dinâmica organizacional do

    Universo físico e social : Bateson nos fala de um 'padrão-que- liga' todos osseres em sua diversidade; James Lovelock defende a 'hipótese de Gaia' - adeusa grega da Terra - para descrever a totalidade do planeta como um ser vivo, autoregulado; Maturana e Varela concebem a auto-organização como'autopoiese'(de auto=próprio e poiese=forma, em grego). Podemos citar aindaKarl Pribram e David Bohm, que percebem uma 'ordem implícita' na naturezaque, invisível, é a condição de nosso mundo observável, ou 'ordem explícita'; eRupert Sheldrake, com sua teoria dos também invisíveis 'campos

  • 8/19/2019 Comunicação e Ecologia Da Mente

    8/25

    S E M I O S F E R A | Revista de Comunicação e Cultura Ano 10. Edição Especial. Abril de 2010. ISSN 1679.0995

    morfogenéticos', modelando as formas sensíveis em intercâmbio com oambiente.

    Como um caso de desobediência civil, a ordem em certos instantesimprevisíveis origina-se do caos, transgredindo leis e quebrando simetrias. No

    movimento de ruptura está contido a reorganização do todo, pela reserva deenergia flutuante que compõe o cosmos.

    Nesse quadro o organismo - o sistema vivo - define-se unicamente por suatravessia constante através desse oceano de energia-informação, no ritmo deuma incessante criação-destruição-recriação. O vínculo temporário queformata a densidade dos corpos é feito de um feixe de momentos, um "buquêde tempos", como quer Michel Serres.

    Cada ser vivo constrói sua identidade internalizando, em alguma medida,a ordem cósmica. Cada elemento, então, prefigura o todo. E todas astransformações que os seres vivos sofrem (sem morrer) não alteram sua

    autocriação, pois são a ela subordinadas.

    O Princípio de Incerteza, ou de Indeterminação, que deu a Heisenberg oPrêmio Nobel em 1931, sugere que "uma vez chegados ao nível atômico, omundo objetivo do espaço e do tempo deixa de existir, e os símbolos da FísicaTeórica referem-se meramente a possibilidades, não a fatos."4 

     A concepção de matéria e energia, e de sua relação, é decisiva: aspartículas ínfimas da matéria comportam-se ora como partículas, ora comoonda ou vibração. Sobre esta natureza paradoxal, Niehls Bohr, destaque naFísica teórica da Escola de Kopenhagen, formulou o Princípio daComplementaridade. Para Wolfgang Pauli, também destaque no campo da

    Física Quântica, este Princípio seria a solução mais satisfatória para a eternaquestão da relação entre espírito e corpo.

     A organização do conhecimento e a dinâmica da sociedade derivam deuma mesma exteriorização da consciência:  talvez por isso Bateson diga queuma Teoria da Comunicação deve ser uma Teoria da Ressonância, espécie detroca de padrões de onda entre a realidade física e a consciência, estafuncionando como um campo de intensidades, operador psíquico de vontades, juízos, decisões: a atividade (inconsciente) da vida seria a expressão de algumtipo de mente (enquanto princípio auto-organizador) que, para ser percebida,precisa que se observe não apenas sua face manifesta - as mensagens - massobretudo sua estrutura subjacente, ou seja, o processo de significação.

    Uma dimensão transpessoal, como expansão do domínio consciente, podemelhor compreender e contextualizar o que escapa do absoluto visível, dointeligível, do determinável. Se há uma linguagem para dizer da informaçãoque parece surgir como ruído, que ela possa nos resgatar a capacidade deadmiração diante do inusitado, atitude originária do pensamento ocidental - ea competência (a humildade) do convívio com o enigma.

  • 8/19/2019 Comunicação e Ecologia Da Mente

    9/25

    S E M I O S F E R A | Revista de Comunicação e Cultura Ano 10. Edição Especial. Abril de 2010. ISSN 1679.0995

    Penso que uma abordagem complementar ao pensamento científico,constituída por pensamentos e práticas das sociedades tradicionais, amplia ocampo informacional da realidade psicofísica.. Desse modo revelam-se novoshorizontes de sentido na representação do evento extraordinário, e se podeobter subsídios para o desenvolvimento de uma hipótese: a de que o canal para

    o processo de comunicação acausal passa pela superação dos limites do ego' .

    Nessa viagem, a ciência contemporânea - a Física, a Medicina, a PsicologiaTranspessoal e a Biologia, principalmente - aliada ao estudo do pensamento edas práticas socioculturais das sociedades tradicionais (afro-asiáticas,européias, americanas) podem nos colocar no rastro de experiências de mundo- algumas presentes no pensamento pré-socrático - que nos fazem pensar emdualidades básicas, como unidade e diversidade da existência, matéria eenergia, corpo e mente, tempo, espaço e consciência., unidosconstitucionalmente pelo padrão de conexão.

    4 in KOESTLER, A. - As razões da coincidência, Nova Fronteira, RJ, 1972.

     ÁREAS DE ATIVIDADES E COLABORAÇÕES:

    O PACEM vem desenvolvendo estudos, pesquisas, intercâmbio deexperiências e propostas de novas sínteses teóricas e metodológicas, visando acomplexa integração da multiplicidade dos três campos referidos.

    Pode ser descrito por um mapa que articula diversos territórios teórico-práticos de ação: os territórios da Saúde Integrativa, das SubjetividadesMarginalizadas, da Arte e Cultura Popular e das Formas Discursivas Alternativas, os Sistemas Simbólicos Multiculturais.

     A proposta de conhecimento interdisciplinar que permeia este Programa vem contando com a colaboração das seguintes unidades da UFRJ: Escola deComunicação - ECO, Hospital-Escola São Francisco de Assis (CCS/UFRJ),Escola de Educação Física.

    B – EQUIPE INICIAL:

    O Programa PACEM foi criado pelo Prof. Dr. Raffaele G.G. Infante (Faculdadede Medicina/ Instituto de Psiquiatria - UFRJ), em 1990, e hoje conta em suaequipe com os seguintes profissionais: § Priscila de Siqueira Kuperman

    (Professora Associada da Escola de Comunicação da UFRJ, professoraColaboradora e Pesquisadora do PPG-PMUS UNIRIO/MAST, e Coordenadora Acadêmica do PACEM / EC0 / UFRJ), § Profa. Dalva de Castro Moreira daSilva (Arquiteta e Professora de Desenho e Artes Plásticas, CoordenadoraExecutiva do Programa PACEM/ECO/UFRJ). * Prof. Vinicius Branco FreireSilva (EEFD/CCS/UFRJ) - Conselheiro, doutorando em Antropologia Visualpela Universidade de Paris V, * Prof. Dr. Rubens Turcci, engenheiro químico(UFRJ) e filósofo (UFRJ), PhD em Estudos de Religião pela McMaster

  • 8/19/2019 Comunicação e Ecologia Da Mente

    10/25

    S E M I O S F E R A | Revista de Comunicação e Cultura Ano 10. Edição Especial. Abril de 2010. ISSN 1679.0995

    University, Ontário, Canadá, pesquisador associado da Faculdade de Economiae Administração da UFRJ – Coordenador Acadêmico.

     Atualmente, o Programa funciona através das seguintes Linhas de Pesquisa:

    1) COMUNICAÇÃO E SOCIEDADE:1.1) Projeto NEDEART:

    1. 

    INTRODUÇÃO

    O projeto NEDEART compreende que a transformação social é feitanuma dinâmica histórica, através da ação de consciências críticas, em açõescriativas. A integração Universidade/ Comunidade como expressão cultural,nos modos de fazer e viver comunitário produz e expressa o pensamento, aarte, o saber popular e universitário. Assim, constitui - se em uma instânciaconsistente de superação dos desafios do presente, mais além do espaçoescolar, como espaço de ação psicopedagógico/cultural em EducaçãoContinuada, oportunizando aos participantes a auto - inserção crítica narealidade.

    O NEDEART é, então, um espaço novo crítico, pois conduz aqueles queo integram a uma avaliação dos desequilíbrios sociais e à criação dealternativas criativas de superação dos impasses socioculturais.

    2. BREVE HISTÓRICO

    Sabemos que o PACEM surgiu como resultado de um novo campo de pesquisainterdisciplinar, criado pelo Prof. Dr. RAFFAELE, em novembro de 1995, apartir de trabalhos desenvolvidos em diversas unidades da UNIVERSIDADEFEDERAL DO RIO DE JANEIRO e de outros Centros de Pesquisa eUniversidades do Brasil e do exterior. Com a finalidade de prover o bem estardos grupos humanos recorre, para tanto, à EDUCAÇÃO, nos diversos Camposdas Ciências Humanas e Sociais como Arte Dramática, Artes Plásticas,Educação Física e Vídeo Antropológico, mediados pela Ecologia da Mente, baseada na obra de Gregory Bateson.

    O NEDEART desenvolve e sustenta a educação fora do espaço regularda escola oficial. Acredita na Educação Continuada, aquela que se forja nadinâmica de um imaginário social em processo, transformandocomportamentos e mentalidades, produzindo um sujeito mais consciente e

    crítico, e uma prática que responda à uma ética de comprometimento ecológicoe histórico. A relevância do projeto está em imprimir à UFRJ e às Instituições

    Governamentais e Privadas com que estabeleça parceria essecomprometimento social, com abertura efetiva para práticas pedagógicas einstitucionais que invistam na pesquisa teórica, de ação formativa, visando a :

  • 8/19/2019 Comunicação e Ecologia Da Mente

    11/25

    S E M I O S F E R A | Revista de Comunicação e Cultura Ano 10. Edição Especial. Abril de 2010. ISSN 1679.0995

    O NEDEART é portanto um núcleo de Educação Continuada, depromoção e ativação da saúde sócio-ambiental, de convivência comunitária,ligado diretamente ao Programa PACEM –  Programa de Estudos Interdisciplinares em Arte Dramática, Ciências Sociais e Ecologiada Mente.

    O Projeto afirma que existem camadas sociais cujas expressõesculturais não têm visibilidade, ou são mal aproveitadas como capacidadeexpressiva e organizativa. Estas comunidades populares são a meta do projetoNEDEART, que pretende ser um espaço onde, através da interação vivida pelascrianças de baixa renda nas atividades programadas, produzam-se relaçõesinterpessoais mais críticas e autônomas com o seu meio, valorizando eexpressando suas referências culturais, construindo-se uma identidade maisconsistente para os futuros cidadãos.

    5. DESCRIÇÃO DO PROJETO

    O NEDEART propõe auxiliar a promoção, para as crianças decomunidades de baixa renda, na sociedade industrial contemporânea em suafeição predatória e excludente, do direito à compartilharem da busca pelaqualidade e valor de bens e serviços comuns, na construção de umaconsciência crítica para uma identidade social mais sólida. A proposta destina-se a todas as áreas e setores da Universidade e da Comunidade que possamintegrar-se ao projeto.

    O público alvo em potencial são crianças entre seis a doze anos,cursando o ensino fundamental. Sem a seriação do ensino regular, é necessáriauma sala que comporte vinte e cinco crianças (em média) no horáriocompatível com o horário Escolar dos usuários. Propõem-se a desenvolver os

    aspectos da aprendizagem, do pensar,da percepção, da maturação e daemotividade. Para cumprir suas metas conta com o apoio de um professor daEscola de Educação Física e Desporto da UFRJ, de um Profissional da área deSaúde (Doutorando em Saúde Coletiva pela UERJ) e de uma Arquiteta comformação em Belas Artes. O trabalho conta com o apoio da Escola deComunicação.. Utiliza diferentes formas de atuação: estudo dirigido, oficinasde artes plásticas ,esporte e meditação

    .O NEDEART, além de ser um projeto de saúde e educação preventiva

    proveniente de anseios dos funcionários e comunitários próximos ao Campusda UFRJ, tornou-se também um projeto de investigação que, organizando-sepermanentemente como uma proposta de educação continuada, persegue

    reforços constantes para a mobilidade e articulações que se mostremnecessárias.

    Em suas atividades relacionadas aos cursos de graduação envolvidos(educação física, artes, psicologia, educação), destacam-se na organização doNEDEART a montagem de equipe e oficina, recrutamento e treinamento depessoal, supervisão e revisão das propostas das unidades respectivos materiaisde consulta para a investigação e uso na prática efetiva. E ainda, a gerência dos

  • 8/19/2019 Comunicação e Ecologia Da Mente

    12/25

    S E M I O S F E R A | Revista de Comunicação e Cultura Ano 10. Edição Especial. Abril de 2010. ISSN 1679.0995

    recursos financeiros e administrativos; assessoramento a órgãos afins da UFRJpara ter suporte contábil - gerencial; emissão de relatórios deacompanhamento e avaliativos aos órgãos de onde proverá a ajuda financeira.

    6. 

    EXECUÇÃO

    O Projeto NEDEART é desenvolvido no Campus da Praia Vermelha-UFRJ, em salas cedidas pela Escola de Educação Física. No primeiro momentoas crianças (de 15 a 20 no total) são recebidas pelo estagiário responsável dodia que os levará para almoçar. As atividades do Projeto começam às 13h econtam com estagiários de pedagogia, que atuam na parte de estudo dirigido,com ênfase na leitura e interpretação de textos, diariamente. Temos às 3 as  asatividades com Artes, introduzindo os conceitos da pesquisa “Uma Novaabordagem em Radiestesia e Radiônica” e do curso de extensão “LinguagemSimbólica e qualidade de vida”; na 5as há atividades dirigidas pelo professor de

    Esportes e estagiários. A Psicodramaturgia será desenvolvida nas 6as feiras,sempre acompanhada por estagiários de Psicologia e Comunicação. Asatividades se encerrarão às 17h.

     A existência do projeto NEDEART data de 1991, sendo desenvolvido na sala daEEFD no Campo de Futebol da UFRJ. Ficou inativo de 1997 a 1999. Reiniciouem 2000 com as crianças da escola Municipal tia Ciata e crianças do entornodo HESFA, na Praça XI, para onde foi transferido. Parou novamente suasatividades em 2005 e 2006.

    Retornou no dia 26 de junho de 2007, novamente no Campus da Praia

     Vermelha. Desta vez com enfoque maior na linha de pesquisa “ Processoscomunicativos Mente e Matéria”, onde estão sendo introduzidos à Meditação eao reequilíbrio energético, e “ “Narrativas simbólicas e o caminho do herói”,com práticas de leitura e interpretação simbólica, aplicando o que é ensinadonos cursos ministrados pelo PACEM, apresentados a seguir.

    2) COMUNICAÇÃO E SISTEMAS SIMBÓLICOS: CIÊNCIA ETRADIÇÃO

    (PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA E CRÍTICA EMECOLOGIA DA MENTE: PROECC-EM), que se exerce através de

    CURSOS E CONSULTORIAS:

    2.1) Discursos de interação mente-matéria:

    2.1.1 - “ Ecologia da Mente - Uma Nova Abordagem (Radiestesia / Radiônica eBioprogramação)”.

  • 8/19/2019 Comunicação e Ecologia Da Mente

    13/25

    S E M I O S F E R A | Revista de Comunicação e Cultura Ano 10. Edição Especial. Abril de 2010. ISSN 1679.0995

    Professor Juan Ribaut, Graduado em Filosofia, Psoterapeuta e Radiestesista.

    2.1.2 – “Um mito fundador da Comunicação: O Bhagavah Gita” .Prof. Dr. Rubens Turcci, graduado em Engenharia Química, Filosofia eCiências Sociais, PhD em Estudos de Religião pela McMaster University,

    Ontário, Canadá, pesquisador associado da Faculdade de Economia e Administração da UFRJ. 

    2.2) Multiculturalidade e Território:

    2.2.1- "Uma poética do espaço: O Feng Shui”Professores: Raul de Sorôa e Antonio Carlos Farias, pesquisadores econsultores de Feng-Shui.

    2.2.2- "A significação de espaço habitado”(A confirmar para o segundo semestre)Professor Loryel Ferreira, Professor Visitante de Filosofia da PUC-RJ.

    2.3) Discurso simbólico e o Caminho do Herói:2.3.1 -"Por uma cidadania das imagens: o poder cognitivo dalinguagem simbólica”Professora Dra. Priscila Kuperman (ECO-UFRJ e PPG-PMUS UNIRIO/MAST)

    2.4) Interculturalidade e Representações da Saúde:Racionalidades terapêuticas tradicionais e hibridações contemporâneas 2.4.1 – “ AYURVEDA, A CIÊNCIA DA VIDA”.Prof. Dr. Aderson. Moura - Reumatologista, Homeopata, Acupunturista eClínico Ayurvédico, Doutor em Saúde Coletiva pelo Instituto de MedicinaSocial da UERJ, ex-bolsista da Capes por 4 meses em um hospital público

    ayurvédico na Índia.* * *

     Assim, uma vez apresentados, veremos agora como tudo começou, através dedois testemunhos, iniciando por um depoimento fundador: 

    Depoimento 1: “Como tudo começou...”. A ordem do espaço como linguagem, informando uma vidasustentável.

  • 8/19/2019 Comunicação e Ecologia Da Mente

    14/25

    S E M I O S F E R A | Revista de Comunicação e Cultura Ano 10. Edição Especial. Abril de 2010. ISSN 1679.0995

     Arquiteta Dalva de Castro, HESFA _ UFRJ.Professora de Educação Artística e

    Coordenadora Executiva do ProgramaPACEM/ECO/HESFA/UFRJ. 

    “Os Arquitetos são responsáveis pela “segunda pele” do Ser Humano.”.Prof. Dr. Raffaele Infante.

     _ O meu ingresso (consciente) na pesquisa “Ecologia da Mente”, do ProgramaPACEM, começou com esta única afirmativa. “Bem”, eu pensei... – “Arquitetaeu sou, mas não gosto de “pele”, “sangue”, de ver pessoas sentirem dor esofrerem. Eu gosto de cimento, pedra, terra, tijolo, de sentir o cheiro damistura do concreto... Enfim, gosto de projetar; estudar e ver executar os

    espaços”.Esta conversa teve início por se aproximar o 3° INFORUN (1995), que seriaapresentado em Sheffied, Inglaterra, e o Prof.Dr. Raffaele achava importanteque todos aqueles que estavam com projetos de pesquisa em desenvolvimentofossem apresentá-lo. Eu havia escrito e posto em prática o projeto NEDEART – Novo Ensino Dirigido, Esporte e Arte, desde 1990/91, e havia então doisgrupos de 20 crianças, entre 6 e 12 anos, distribuídos em dois turnos.

  • 8/19/2019 Comunicação e Ecologia Da Mente

    15/25

    S E M I O S F E R A | Revista de Comunicação e Cultura Ano 10. Edição Especial. Abril de 2010. ISSN 1679.0995

    Eu me recusava de participar: - Primeiro, porque do grupo que estava indoeram todos da área da saúde, e em segundo lugar, porque não me sentia a vontade, como arquiteta, de apresentar uma pesquisa na área de Educação,apesar de possuir também graduação no magistério.

    Os dias se passavam, a cobrança ia aumentando e a afirmativa não saia deminha cabeça, ainda como um enigma.

    Resolvi participar com uma condição: que ele me decifrasse este enigma.“Muito simples” - ele disse. É a Casa.Embarquei com o grupo e apresentei o Projeto NEDEART (ver “Linhas de Pesquisa”). Observei que havia outros profissionais que não pertenciam à áreada saúde, e entendi que o que os ligava era a linha de pesquisa “Ecologia daMente”.

    Nos dias que passei na Europa ouvi falar do “Feng Shui”, achei o nomeinteressante e tive curiosidade de saber do que se tratava. A resposta que obtiveé que era um estudo feito pelos arquitetos e que deixava a Casa maisharmoniosa, mais equilibrada para as pessoas habitarem. Uma voz gritoudentro de mim: “Eureka”. Eu precisava descobrir melhor o que era Feng Shui,porque com certeza eram essas informações que me ligavam como Arquiteta à“Ecologia da Mente” e consequentemente ao PACEM.

    De volta ao Brasil, logo depois o Professor Dr. Raffaele adoeceu, e continuousempre com uma cobrança: para que eu fizesse o Mestrado, uma vez que jápossuía um projeto pronto. O tempo foi passando a doença dele se agravando e

    eu não conseguia descobrir o que era o “Feng Shui”. Resolvi então, fazer umapós-graduação em Docência Superior só para escrever uma monografialevando em conta o Projeto NEDEART.

    Quando descobri, mergulhei nos estudos do “Feng Shui”. O professor já estavadesenganado, vindo a falecer em maio de 1998. Nesse mesmo ano já estavaprogramado para outubro, o 4° INFORUN, que acontecia de três em três anos,e Cuba foi o país escolhido no INFORUN anterior, para sediar o evento. Nós doPACEM, com a ajuda do Decano do CFCH, prof. Dr. Carlos Alberto Messeder,fomos apresentar o resultado dos Projetos do programa PACEM.

    Com o falecimento do prof. Dr. Raffaele Infante e estando o PACEM instalado

    na decania do CFCH, o prof. Carlos Alberto Messeder e a Superintendenteprofa. Iza Labelle, convidaram dois professores Doutores, um da Comunicaçãoe outro da Psiquiatria, porque o prof. Raffaele lançava mão do teatro paratratar os “clientes” (a Psicodramaturgia). Ele tinha, portanto, pessoas com asduas formações para assumirem a Coordenação Acadêmica do PACEM, e eufiquei como coordenadora Executiva.

  • 8/19/2019 Comunicação e Ecologia Da Mente

    16/25

    S E M I O S F E R A | Revista de Comunicação e Cultura Ano 10. Edição Especial. Abril de 2010. ISSN 1679.0995

    Foi possível, desta forma, dar continuidade às pesquisas na linha da Ecologiada Mente e eu, que acabava de me encontrar como Arquiteta, no PACEM, trateirapidamente de montar um curso juntamente com outra arquiteta que jáestava mais inteirada do assunto (Feng Shui). Assim, não só eu própria obteriamais conhecimento nessa área que me fascinou e me fascina, como também

    daria oportunidade a outras pessoas, já que um dos pilares da UFRJ é aPesquisa/Extensão.

    Com esses conhecimentos adquiridos, abriu-se meu horizonte com Arquiteta. Eabriu-se também a viabilidade da continuação do Programa Pacem após ofalecimento do Prof. Dr. Raffaelle Infante.

    * * *

    DEPOIMENTO 2:

    Linha de Pesquisa - Multiculturalidade e Território"Uma poética do espaço: O Feng Shui" 

     AUTOR: Prof. Antônio Carlos Farias – Graduado em Economia e Administração, Professor e Consultor de Feng-Shui.

    Em setembro de 2004 tive a honra, o imenso prazer e porque não dizer ogrande desafio, de levar para um seminário sobre Terapias Complementaresminha visão sobre o papel do Feng Shui na sustentabilidade da vida humana.Como poderia fazer a ligação entre a lógica ocidental e um mundo oriental,repleto de códigos diversos e cuja finalidade é tão somente expressar anatureza?

    Como aliar a visão sistêmica de Gregory Bateson ao pensamentotradicional chinês, calcado na milenar Tradição das Mutações? Ainda que

  • 8/19/2019 Comunicação e Ecologia Da Mente

    17/25

  • 8/19/2019 Comunicação e Ecologia Da Mente

    18/25

    S E M I O S F E R A | Revista de Comunicação e Cultura Ano 10. Edição Especial. Abril de 2010. ISSN 1679.0995

    Isto, porém, é muito pouco. Acostumados como estamos a ser superficiais nasolução dos problemas que criamos em nossas vidas, com a ecologia fazemos amesma coisa. Grupos de ecologistas que, com toda boa vontade “lutam” parapreservar nossa Natureza, se debatem tentando tirar sintomas sem modificar acausa.Temos que mudar o Paradigma.

    Nosso Lar não é só o Planeta com sua fauna e flora. Há algo mais: sereshumanos que com sua vida, suas mentes, completam o ciclo, a teia da vida denosso Planeta. E como vamos preservar nossas florestas se não preservamosantes nossas mentes, fio fundamental nesta teia da vida, capaz dedesarmonizar tudo a sua volta?Nosso Lar primeiro é nossa mente que precisa de um novo modelo que sejacapaz de criar uma unidade interna, que saiba que é parte integrante de todasas demais vidas e da Consciência da qual tudo faz também parte.Só desta forma poderemos desenvolver uma ecologia capaz de realizarnaturalmente sua finalidade que é criar uma sociedade sustentável. E que éuma sociedade sustentável? Segundo Lester Brown “Uma sociedadesustentável é aquela que satisfaz suas necessidades sem diminuir as

    perspectivas das gerações futuras”. A percepção ecológica profunda reconhece a interdependência de todos osfenômenos e o fato de que estamos todos encaixados nos processos cíclicos danatureza. “A essência da ecologia profunda consiste em formular questões maisprofundas” Arne Naess A ecologia profunda não separa os seres humanos da natureza. Vê o mundocomo uma rede de fenômenos que estão interconectados e interdependentes, eos seres humanos são parte dessa teia da vida.Este é o nosso desafio: desenvolver seres humanos que tenham estaConsciência e que, donos de sua vontade, sejam capazes de dirigirsuas vidas e, conseqüentemente, a vida do Planeta, rumo a umaConsciência maior. Estes seres humanos são os Magos.

    Esta mente ecológica será capaz de fazer a magia da unidade e da paz. É porisso que o nosso desafio é desenvolver Magos capazes de fazer essa Magia.Este vai ser o nosso trabalho: desenvolver uma mente mágica, que é o mesmo quedesenvolver a ecologia da mente.Os temas de Radiestesia e Radiônica que nós temos desenvolvidoentram dentro de um sistema de desenvolvimento da mente e daconsciência dentro dos conceitos de uma nova educação.Estamos com uma tecnologia muito avançada, e nosso processo de evolução nocampo humano não tem acompanhado este avanço, o que cria cada vez maisuma ameaça para nossa sobrevivência. O grande problema atualmente é ainconsciência: não nos conhecemos e não o sabemos. Pensamos que por teresta tecnologia, o ser humano está em estágio avançado de evolução. Grande

    erro que pode levar-nos ao desastre. Se não acordamos logo, e começamos oreal caminho da evolução humana, podemos ter uma desagradável surpresa. A tecnologia é tão avançada porque algumas pessoas mudaram o paradigma daciência e começaram a ver a realidade de outra forma. Isto está ajudando adesenvolver uma pequena parte de nosso potencial, porém cria um grandeequívoco: nos faz pensar que estamos evoluindo como seres humanos.Basta ver um pouco ao nosso redor para perceber que isso não é verdade. Pelosfrutos se conhece a árvore, e pelas nossas ações se conhece o grau de

  • 8/19/2019 Comunicação e Ecologia Da Mente

    19/25

    S E M I O S F E R A | Revista de Comunicação e Cultura Ano 10. Edição Especial. Abril de 2010. ISSN 1679.0995

    inconsciência que temos.A evolução é ir expressando a Consciência em nós eem tudo o que fazemos. São fatos de inconsciência, as guerras por um poucomais de poder, de ganância (que não é riqueza, pelo contrário), de um pedaçode terra.Para ter ibope, os meios de comunicação não hesitam em colocar nas telas da

    televisão, ou nas manchetes dos jornais as mais horrendas cenas de violência edesumanidade, e o mais preocupante é que as pessoas assistem. Isto éinconsciência: no saber quem somos nós que estamos fazendo neste mundo doqual estamos nos queixando continuamente quando algo nos atinge. Ainda não somos conscientes da lei mais simples: o que se semeia se colhe emabundância. Inconsciência é destruir florestas, poluir rios, destruir vidas pornada, porque nada é um pedaço de papel que chamamos dinheiro quando porele acabamos com uma vida.O Projeto Social mais urgente é trabalhar pela evolução humana, pelaconscientização de quem somos, como estamos feitos, por que e para que.AEvolução é passar da inconsciência para a Consciência por meio de uma novaeducação.

    Uma nova educação se faz necessária.Uma educação para aprender a viver, aprender a pensar, aprender a criar,aprender a aprender, aprender a ser saudáveis, prósperos, criativos, livres, aser os donos de nossa própria vida, para viver uma vida mais realizada, maishumana, desenvolvendo toda nossa capacidade física, emocional, mental,espiritual e desta forma criar a unidade com tudo o que existe.

    Radiestesia -  Hoje, mais do que nunca, sabemos que estamos imersosnum universo energético multidimensional, onde a realidade fundamental estáfora de nossa visão e sentidos físicos. Basta olhar a nova tecnologia parapercebê-lo: aparelhos celulares, fax computadores, Internet... Comofuncionam? Por onde vão as informações?

    O que faz possível esta tecnologia avançada é o que não conseguimos ver. Estamos num universo multidimensional, onde muitas dimensões seinterpenetram e interconectam através de espaços diferentes a este que nósconhecemos.

    Somos Consciência com informação que é o padrão de funcionamentoda energia e o corpo é sua materialização. Na verdade tudo o que vemos é amaterialização de um pensamento, uma imagem, uma energia, umainformação. O que não vemos é mais importante que aquilo que vemos, pois é asua fonte. Aquilo que vemos é uma ínfima parte do contexto em que estamosimersos.

    Como entrar em contato direto, consciente, com esta realidade que senos escapa à visão, audição... razão? Como entrar em contato com a energia?

    Com a informação oculta? Com aquilo que não sabemos conscientemente?Se conseguíssemos ter um instrumento adequado, estaríamos numa

    situação privilegiada, tendo em vista que somos influenciados por tudo istomais do que imaginamos. Esse instrumento seria muito valioso, não é? Esteinstrumento existe. E temos a possibilidade de entrar em contato com tudo oque existe, sim!! Este instrumento é a Radiestesia. 

    É um sistema mental de conhecimento, um dos sistemas mais simples epráticos que conheço para entrar em contato com tudo aquilo que

  • 8/19/2019 Comunicação e Ecologia Da Mente

    20/25

    S E M I O S F E R A | Revista de Comunicação e Cultura Ano 10. Edição Especial. Abril de 2010. ISSN 1679.0995

    queiramos. Um sistema que usa um reflexo inconsciente que nossoorganismo físico tem de refletir através de seu sistema nervoso e muscular,as respostas de nossa mente, intuição, instinto...a qualquer estímulo, sejapensamento, emoção, contato, ou simplesmente perguntas que podemos nosfazer. O estudo destes reflexos na área muscular se chama Cinesiologia ou

    Kinesiologia. É um trabalho muito interessante desenvolvido por grandespesquisadores. As respostas são claras. Dependendo da pergunta,sentimento ou emoção que a pessoa esteja formulando, ou sentindo, aresposta é sentida através de uma maior ou menor resistência muscular. Se,por exemplo, nos sintonizamos com açúcar, ou com um pensamento... queacontece? A resposta, positiva ou não, a aquela sintonia já está no corpofísico, modificando o tônus muscular, embora, normalmente, não sejamoscientes dela.

     A Radiestesia merece ser colocada dentro das ciências humanas,tirando-a das superstições e misticismos baratos. Na verdade, a Radiestesia éum sistema de desenvolvimento mental.

    Quando há mais de 30 anos atrás comecei a ministrar cursos deRadiestesia, energia de formas, Radiônica, estava sendo um dos pioneiros noBrasil destes temas que já na época considerava-os muito importantes dentrode um contexto maior, de um desenvolvimento mental e humano, de umaforma geral.

    Muitos anos se passaram até que estes assuntos se fizeram mais comuns,naturais. Mas infelizmente, este despertar não aconteceu como eu esperava.Pormotivos de sobrevivência, mas do que por motivos espirituais, ou deconhecimento, muitos chamados esotéricos tem distorcido estesconhecimentos.

    Hoje parece que tudo é válido. Qualquer teoria, e se for estranha, tantomelhor, atrai grupos de pessoas à procura de uma resposta, ou de solução deproblemas de forma mágica. E se essa teoria for um “conhecimento oculto” vindo do Oriente... é prato cheio para quem está à procura de “espiritualidade”.

    Eu acredito na boa fé da maioria dos que trilham estes caminhos, massinto-me na obrigação de ajudar àqueles que procuram um caminho maisseguro no meio de tanta teoria sem muito sentido.

    Nosso trabalho é dar uma base séria e profunda deste tema, e fazer comque ele seja uma ferramenta que nos ajude a desenvolver uma mente capaz deconhecer o que poucos conhecem: o mundo que não se vê, porém é oresponsável por tudo que vemos. E o que é mais importante, interagir com elede uma forma harmoniosa, ecológica.

     A Radiestesia não é a manifestação de forças desconhecidas, exterioresao próprio Radiestesista. É a atividade mental do Radiestesista. Esta é a suaessência.

    Os primeiros que se entregaram à procura de água, remédios... foram osprimeiros Radiestesistas. Isto lhes deu prestígio e poder, e daí começaram osadivinhos, curadores, feiticeiros, e... charlatões.Na medida em que se davamais importância ao sistema racional, a intuição ia regredindo.

    No início seu aprendizado tinha caráter sagrado e não se ensinava aqualquer um. Quem tinha este conhecimento o guardava em segredo.ARadiestesia de forma geral parece não ter dado um grande salto. Dá a

  • 8/19/2019 Comunicação e Ecologia Da Mente

    21/25

    S E M I O S F E R A | Revista de Comunicação e Cultura Ano 10. Edição Especial. Abril de 2010. ISSN 1679.0995

    impressão que se continua com resultados semelhantes aos obtidos pelosZahorís antigos. Porem não é verdade. Nós, os que trabalhamos comRadiestesia, sabemos que é uma ferramenta da mente, e a medida que vamosampliando a capacidade desta, também fazemos desta ferramenta uminstrumento melhor para ela.

    Este é um sinal de que avançamos na essência do fenômeno, à medidaque trabalhamos para colocá-la no lugar que lhe corresponde. E este lugaré o desenvolvimento mental.

    É fundamental que quem pratica a Radiestesia saiba a verdadeiranatureza do fenômeno que utiliza. Somente o empirismo não funciona, comotampouco é bom ir atrás de teorias sem sentido.

    Teorias sem sentido e empirismo sem teorias tem feito muito mal àRadiestesia, fazendo com que muitos a classifiquem de charlatanismo. Osegredo é melhorar o processo mental. A formação mental do Radiestesista é ofundamento de tudo.

     A Radiestesia não é nada de oculto e misterioso. É o resultado daeducação da mente.A física quântica, a teoria do caos e da complexidade,

    linguagens científicas responsáveis pela fantástica tecnologia que temos,dizem-nos que estamos num universo extremamente complexo, e que nossocérebro tem a possibilidade de entrar em todos os planos de existência. Sãopesquisas sobre o cérebro, não estou falando nem da mente, que grandescientistas do cérebro mundialmente conhecidos, como o Dr. Pribram, RogerPenrose... estão fazendo com o maior rigor científico.

    Esta mente, com capacidade ilimitada, entrando por estes meandros,pode resgatar segredos esquecidos, usados em eras muito antigas, comotambém ir além.

     A Radiestesia como a entendemos hoje, como instrumento de umamente capaz de conhecer tudo que é capaz de perguntar, em interligação comoutras mentes e, em definitiva, com o universo, pela capacidade que tem de

    entrar em qualquer plano de existência, desde que bem treinada, serve paratrazer à consciência qualquer informação que queiramos, não só de camposmagnéticos ou elétricos, mas pensamentos, emoções, sintonias ou não, enfim,em teoria, tudo o que sejamos capazes de perguntar.É por isto que cada vezmais dou uma importância maior à esta ferramenta da mente, que é aRadiestesia, porque é um método de desenvolvimento mental, prático epreciso.

     A Radiestesia merece um lugar na ciência?Com toda certeza, e muitomais no paradigma quântico.Mesmo na ciência tradicional onde a prova estános aparelhos de medição já se tem provado a veracidade da Radiestesia.“Aciência avança... sim, a Radiestesia existe” Palavras da revista Science et vie,ano 1963.Esta mesma revista, em 1956 tinha afirmado, “a Radiestesia não

    existe; assim que se torna científica, desaparece”.Que tinha acontecido nesseínterim?Um dos mais eminentes físicos franceses, Ives Rocard, professor dafaculdade de ciências de Paris, diretor do laboratório de física da escola normalsuperior, acabava de publicar um trabalho em que mostrava que oRadiestesista, quando procurando alguma coisa era sensível a uma fracadesigualdade local do campo magnético terrestre.As pesquisas do professorIves Rocard tiveram um grande mérito: dizer publicamente através de seus

  • 8/19/2019 Comunicação e Ecologia Da Mente

    22/25

    S E M I O S F E R A | Revista de Comunicação e Cultura Ano 10. Edição Especial. Abril de 2010. ISSN 1679.0995

    escritos que a Radiestesia é um objeto digno de estudos científicos e que opendulo e a forquilha são instrumentos válidos para uma pesquisa radiestésica.

    Ultimamente, graças ao trabalho de pesquisadores cubanos, depois de váriosanos de intensas pesquisas fazendo comparações com aparelhos que a “ciência”entende, foi considerada a Radiestesia uma ciência, pela Academia de Ciências

    de Cuba.Para aqueles que necessitam do aval da “ciência” para aceitar as coisas, aquitem uma prova de que a Radiestesia existe e vale a pena ser levada a sério.Hámuitos anos, porém, que estou convencido de uma coisa. Que cada um vêaquilo que quer, ou que pode ver.Por muito tempo tentei provar o mais“cientificamente” possível tudo o que eu fazia dentro do campo da Radiestesia eradiônica. Com certeza ajudei a muitos a respeitar estas matérias. Mas, comcerteza também, a quem tinha já uma predisposição para estes temas eprecisava uma confirmação mais... racional.

    Estou convencido, porém, que quem não quer ver, por muito que se proveque funciona, vai continuar colocando estes temas no patamar das“superstições”, “misticismos” ou “charlatanices”. Sinto que estas pessoas não se

    permitam uma análise mais imparcial, sem preconceitos para poder usar emsua vida ou profissão uma das ferramentas mais importantes para descobertasque poderiam modificar suas vidas.

    E para aqueles que não precisam que a “ciência” constituída lhes diga se aRadiestesia existe ou não, para saber que existe, estas idéias podem servir paraque continuem se desenvolvendo na Radiestesia cada vez mais convencidos deque tem nas suas mãos uma ferramenta fantástica para sua vida, e para terargumentos que posam ajudar a quem falta pouco para se convencer daseriedade deste tema.

    Mas a Radiestesia tem um lugar muito maior e melhor dentro da ciênciaQuântica, dentro do paradigma quântico.Num mundo de telefones celulares,fax, computador, Internet é muito fácil encaixar nossa capacidade de captar

    freqüências, ondas, radiações, e outras realidades como pensamentos,sentimentos, informações, com nossos sensores imensamente mais perfeitosque todos os que a tecnologia tem conseguido desenvolver.As descobertas emrelação a nosso cérebro e nossa mente, ou nosso sistema mente-cérebro, nosdeixam cada vez mais admirados.

     A Radiestesia não é a ciência do pendulo; é a ciência da mente e uma de suasinúmeras possibilidades: a de captar a energia e informação de seu entorno, e oque é mais impressionante, mas que dentro do paradigma quântico éperfeitamente possível, captar a energia ou informação de qualquer coisa, emqualquer lugar onde se encontrar. O pêndulo ou qualquer outro instrumentoque possamos usar somente nos vai ajudar a exteriorizar o que estamoscaptando em nosso sistema Mente-cérebro-corpo.

    2) 2008 _ O PROGRAMA PACEM / HESFA – UFRJ: HORIZONTESDO PRESENTE

     A partir da idéia fundadora de uma leitura do espaçocomo construção simbólica, em que as coordenadas visam não meramente a

  • 8/19/2019 Comunicação e Ecologia Da Mente

    23/25

    S E M I O S F E R A | Revista de Comunicação e Cultura Ano 10. Edição Especial. Abril de 2010. ISSN 1679.0995

    estética ou a praticidade, mas uma dimensão da idéia de sustentabilidade doquotidiano seguiram-se as atividades que pretendem contribuir para esteobjetivo, com seus discursos e práticas sobre as representações e atitudesdiante do corpo como totalidade psicofísica, interagindo com uma naturezarecortada pela cultura, dentro de uma dinâmica social, històricamente

    definida.

     Assim é que, atualmente, o Programa está registrado na Sub- Reitoria de Extensão da UFRJ (PR-5), tendo como código no SIGMA 5096 e, em dezembro de 2005, foi aprovado pelaCongregação da Escola de Comunicação da UFRJ, tendo seu antigovínculo reativado - isto porque, em 29/10/1996, quando o Professor Emmanuel Carneiro Leão foi coordenador do Programa de Pós-Graduação da ECO, assinou um memorando em que o Prof. Raffaele criava, neste mesmo Programa de Pós-Graduação, emnível de Doutorado, a disciplina "Ecologia da Saúde Mental",

    dentro da a linha de pesquisa "Comunicação e Sociedade".Estasituação foi consolidada graças ao apoio do Prof. Carlos Alberto Messeder, quando Decano do CFCH.

    Na prática isto não se realizou, e o PACEM passou a ser

    alocado no HOSPITAL-ESCOLA SÃO FRANCISCO DE

    ASSIS (HESFA/UFRJ), onde já estivera com o Prof.

    Raffaeli.

    Ainda no campus da Praia Vermelha, nas instalaçõescedidas pela Escola de Educação Física da UFRJ, o

    Programa prosseguiu oferecendo cursos, consultorias e

    oficinas para todos os alunos da UFRJ e para comunidades

    carentes, como as crianças do NEDEART, cujas mães

    espantam-se com a transformação no comportamento dos

    filhos e agradecem inclusive por se sentirem mais seguras

    para trabalhar fora. as crianças freqüentaram o Programa

    mesmo antes do início oficial, em 14 de abril de 2008.Contou com a dedicação e a força do ideal da Coordenação

    Executiva, de alunos e auxiliares voluntários, mais o apoio

    da Escola de Educação Física da UFRJ, além do aceno de

  • 8/19/2019 Comunicação e Ecologia Da Mente

    24/25

    S E M I O S F E R A | Revista de Comunicação e Cultura Ano 10. Edição Especial. Abril de 2010. ISSN 1679.0995

    propostas de parcerias com outras unidades e com

    instituições externas.

    Hoje o Programa Pacem é considerado

    oficialmente um Projeto de Extensão do Hospital-Escola

    São Francisco de Assis (HESFA-UFRJ). O curso de

    Psicodramaturgia foi aprovado pelo conselho do O curso de

    Ayurveda, igualmente oficializado, teve encaminhada às

    instâncias competentes um Projeto para sua transformação

    em uma Pós-Graduação Latu-Sensu, e aguarda a decisão.

    O Programa atualmente desenvolve-se concentrado na 2ª. linha de pesquisa, oPROECC-EM ( Promoção à Educação Continuada e Crítica em

     Ecologia da Mente), que é composto por colaboradores que oferecemcursos e consultorias dentro de uma abordagem interdisciplinar eintercultural da sustentabilidade, outro nome para a Ecologia da Mente. 

     A equipe atual é composta pela coordenadora acadêmica , Priscila Kuperman,pela coordenadora executiva, arquiteta e professora Dalva de Castro, pelo Prof.Dr. Aderson Moreira da Rocha, clínico geral, reumatologista, homeopata eacupunturista pela UNIRIO, ex-bolsista da Capes para o Doutorado emMedicina Social na UERJ, com especialização em Ayurveda na Índia, e peloprofessore, pesquisador e terapeuta Juan Ribaut, pelo administrador deempresas, pesquisador e terapeuta Antônio Carlos Farias, pelo jornalista, ex-

    doutorando da ECO e atual professor da PUC Leonel Azevedo Aguiar e, last butnot least, pelo Prof. Dr. Rubens Turcci, químico e professor de Filosofia pelaUFRJ, Doutor em Religiões Comparadas pela Universidade McMaster, noCanadá, e Pesquisador Associado ao Laboratório de Gestão da Comunicação eda Cultura das Organizações – FACC/UFRJ. 

     A proposta desta edição é apresentar algumas reflexões e depoimentos decolaboradores, professores pesquisadores aqui engajados, sobre seus estudos epráticas durante o tempo em que vêm se dedicando aos Projetos do Programa,de modo a mostrar a eficácia prática no horizonte das metas de umatransformação possível rumo a uma vida sustentável , versão políticamente

    atualizada do conceito de Ecologia da Mente.

    E apresentar a possibilidade de prática de uma pesquisa-ação baseada em umconceito de Comunicação Social de amplo expectro, capaz tanto de responderàs demandas sociais de cidadania quanto àquelas de reflexão, no cenárioacadêmico-científico contemporâneo.

  • 8/19/2019 Comunicação e Ecologia Da Mente

    25/25

    S E M I O S F E R A | Revista de Comunicação e Cultura Ano 10. Edição Especial. Abril de 2010. ISSN 1679.0995

    Gostaria ainda de observar que a bibliografia muitas vezes restrita aponta asprincipais referências apenas.

    Por razões diversas, alguns professores que participaram do PACEM emdiferentes épocas não puderam apresentar aqui seus trabalhos.

    Finalmente, e independentemente das injunções institucionais, o vínculo entre o campoteórico-prático da Comunicação Social e a busca do aprendizado voltado parasubjetividades e relações sociais sustentáveis, como exercício de cidadania, prosseguerealizando o que entendemos ser a proposta epistemológica subjacente a este Projeto -um conceito de Comunicação como campo de ressonâncias, em um padrão de

    conexão complexo e não linear, onde a diversidade cultural imprime sua marca. 

    * * *

    BIBLIOGRAFIA BÁSICA:

    - LYNCH, David, Em águas profundas – Criatividade e Meditação, Gryphus : RJ, 2008.

    -BATESON, Gregory. Mente e Natureza, A Unidade Necessária, ed. Francisco Alves, tradução de Claudia Gerpe.- ____________, Vers une Écologie de l’esprit , Seuil, Paris, 1977.

    - INFANTE, Raffaele. Ecologia da Saúde Mental , ed. UFRJ.-- TOBEN, Bob & WOLF, Fred Allan,  Espaço, Tempo e Além – em  conversacom  físicos teóricos, Cultrix, SP, 1982.

    - WEBER  Renée, Diálogos com cientistas e sábios – a busca da unidade, Cultrix, SP, 1988.

    - KOESTLER, A. - As razões da coincidência, Nova Fronteira, RJ, 1972.

    1 LYNCH, David. Em águas profundas – Criatividade e meditação. Gryphus: RJ, 2008.