como escrever e publicar um artigo- robert a. day

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OMO ESCREVER E PUBLICAR UM ARTIGO CIENTÍFICO Robert A. Day Este material foi adaptado pela Biblioteca Digital e Sonora da Universidade de Brasília. Permitido o uso apenas para fins educacionais de pessoas com deficiência visual. Este material não pode ser reproduzido, modificado e utilizado com fins comerciais. Endereço de contato: Campus Universitário Darcy Ribeiro. Instituto Central de Ciências – ICC – Ala Norte, sala BT 678. Brasília – DF. CEP: 70910-900 Telefone: (61) 3307-2971 ou 3307-2972 (fax) http://www.unb.br/ppne e-mail: [email protected] Texto digitalizado e adaptado por: Joana D'arc, Fernando S. Sousa e Ana Caroline Freitas – Brasília/DF Revisado por: Jaqueline de Almeida Sousa e Nathalia Martins Peres Costa – Brasília/DF Brasília, abril de 2008. Sugestão de referência bibliográfica: DAY, Robert A. Como escrever e publicar um artigo científico Livraria e Editora Santos, 2001. 275 p. (Capa) Robert A Day Como Escrever e publicar um artigo científico Livraria e Editora Santos 5ª edição (Contra capa) Robert A Day Como escrever e publicar um artigo científico ROBERT A. DAY é professor de Inglês dos cursos de graduação e pós graduação da Universidade de Delaware, onde ensina como escrever e editar artigos científicos e técnicos. Por 19 anos, ele

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Page 1: Como Escrever e Publicar Um Artigo- Robert a. Day

OMO ESCREVER E PUBLICAR UM ARTIGO CIENTÍFICORobert A. DayEste material foi adaptado pela Biblioteca Digital e Sonora da Universidade de Brasília. Permitido o uso apenas para fins educacionais de pessoas com deficiência visual. Este material não pode ser reproduzido, modificado e utilizado com fins comerciais.

Endereço de contato:Campus Universitário Darcy Ribeiro. Instituto Central de Ciências – ICC – Ala Norte, sala BT 678. Brasília – DF. CEP: 70910-900Telefone: (61) 3307-2971 ou 3307-2972 (fax)http://www.unb.br/ppnee-mail: [email protected]

Texto digitalizado e adaptado por:Joana D'arc, Fernando S. Sousa e Ana Caroline Freitas – Brasília/DF

Revisado por:Jaqueline de Almeida Sousa e Nathalia Martins Peres Costa – Brasília/DF

Brasília, abril de 2008.

Sugestão de referência bibliográfica:DAY, Robert A. Como escrever e publicar um artigo científico Livraria e Editora Santos, 2001. 275 p.

(Capa)

Robert A Day Como Escrever e publicar um artigo científico

Livraria e Editora Santos5ª edição

(Contra capa)

Robert A DayComo escrever e publicar um artigo científico

ROBERT A. DAY é professor de Inglês dos cursos de graduação e pós graduação da Universidade de Delaware, onde ensina como escrever e editar artigos científicos e técnicos. Por 19 anos, ele dirigiu o programa de publicação da American Society for Microbiology e trabalhou como editor-chefe do Journal of Bacteriology e em outras oito revistas da American Society for Microbioloy. Ele também foi diretor da ISI Press. Day é ex-presidente da Society for Scholarly Publishinge ex-diretor do Council of Biology Editors. É também autor do livro Scientific English: A Guide for Scientists and Other Professionals.

(Créditos)

Robert A. Day

Como escrever e publicar um artigo científico 5º edição

Page 2: Como Escrever e Publicar Um Artigo- Robert a. Day

Título em Inglês: How to Write & Publish a Scientific PaperTítulo em Português: Como Escrever e Publicar um Artigo CientíficoAutor: Robert A.Day

Tradução: Profª Marina André de Alvarez Diagramação: Adriano Volnei Zago Revisão de Texto: Profª Drª Cínthia P. M. TabchouryDesign & Capa: Gilberto R. Salomão

Tradução autorizada da edição em inglês por The Oryx Press Copyrightc 1979,1983,1988,1994,1999 por Robert A.Day Livraria Santos Editora Com. Imp. Ltda., 2001Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida sem a permissão previa do Editor

Santos Editora Rua Dona Brígida, 701 - Vila Mariana 04)11-081-São Paulo-SP Tel.:(11)5574-1200 -Fax: (11) 5573-8774 E-mail: [email protected]

Para BETTYNancy, Bart, Robin, Joe, Sarah, Ron,Hilary, Hannah, lan e Matt

TecmeddAonde você quer chegar Centro administrativo RP Tel (61) [email protected]

Página V

Sumário

Prefácio - ix

Agradecimentos - xv

Capítulo 1O que é Redação Científica? - 1

Capítulo 2Origens da Redação Científica - 4

Capítulo 3O que é um Artigo Científico? - 8

Capítulo 4Como Preparar o Título - 15

Capítulo 5

Page 3: Como Escrever e Publicar Um Artigo- Robert a. Day

Como Listar os Autores e Endereço - 22

Capítulo 6Como Preparar o Resumo - 29

Capítulo 7Como Escrever a Introdução - 33

Capítulo 8Como Escrever a Seção de Materiais e Métodos - 36

Capítulo 9Como Escrever os Resultados - 42

Capítulo 10Como Escrever a Discussão - 45

Página VI

Capítulo 11Como Expressar os Agradecimentos - 49

Capítulo 12Como Citar as Referências Bibliográficas - 51

Capítulo 13Como Construir Tabelas Eficazes - 61

Capítulo 14Como Preparar Gráficos Eficazes - 70

Capítulo15Como Preparar Fotografias Eficazes - 84

Capítulo 16Como Digitar o Manuscrito - 92

Capítulo 17A quem e Como Enviar o Manuscrito - 109

Capítulo 18O Processo de Revisão (Como Lidar com Editores) - 117

Capítulo 19O Processo de Publicação (Como Lidar com Provas) - 130

Capítulo 20Formatos Eletrônicos de Publicação: CD-ROM e composições Eletrônicas - 139

Capítulo 21A Internet e a World Wide Web - 142

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Capítulo 22O Periódico Eletrônico - 151

Capítulo 23E-mail e News groups - 154

Capítulo 24Como Solicitar c Utilizar Reimpressões - 158

Capílulo25Corno Escrever um Artigo de Revisão - 163

Página VII

Capítulo 26Como Escrever um Relatório de Encontro - 168

Capítulo 27Como Escrever uma Revisão Crítica de um Livro - 172

Capítulo 28Como Escrever uma Tese - 178

Capítulo 29Como Apresentar Oralmente um Artigo - 182

Capítulo 30Como Preparar um Pôster - 189

Capítulo 31Ética, Direitos e Permissões - 193

Capítulo 32Uso e Mau Uso do Inglês - 200

Capítulo 33Evitando Jargão - 215

Capítulo 34Como e Quando Usar Abreviações - 222

Capítulo 35Um Resumo Personalizado - 227

Apêndice 1Abreviações de Títulos de Periódicos Conhecidos - 230

Apêndice 2Abreviações que Podem ser Usadas sem Definição em Cabeçalhos de Tabelas - 233

Apêndice 3EITOS Comuns de Estilo e Ortografia - 234

Page 5: Como Escrever e Publicar Um Artigo- Robert a. Day

Apêndice 4Palavras e Expressões a Evitar 238

Apêndice 5Prefixos e Abreviações para Unidades do SI (Sistema Internacional) 244

Página VII Apêndice 6Abreviações c Símbolos Aceitos - 245

Apêndice 7Requisitos para Submissão de Amostra para um Periódico Eletrônico - 248

Glossário e Termos Técnicos - 250

Referências Bibliográficas - 257

Índice - 261

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Prefácio

(início de epígrafe) Análise e teste são a essência de nosso trabalho. Isto significa que a Ciência é uma atividade fundamentalmente social, que implica nela depender de boa comunicação. Na prática da Ciência, estamos cônscios disto e é por esta razão que é correto, por parte de nossos periódicos, insistirem na clareza e inteligibilidade...(fim de epigrafe)

Hetmann Bondi

Publicação científica boa não é uma questão de vida ou morte; é muito mais sério que isto.

O objetivo de uma pesquisa científica é a publicação. Os cientistas, iniciando-se como estudantes de pós-graduação, são avaliados primariamente não por suas destrezas nas manipulações de laboratório, não pelos seus conhecimentos inatos de assuntos científicos amplos ou restritos e, certamente não, por suas vivacidades intelectuais ou seus charmes; eles são avaliados, e tornam-se conhecidos (ou permanecem desconhecidos), por suas publicações.

Um experimento científico não está completo até que os resultados sejam publicados, não importa quão espetaculares eles sejam. De fato, a pedra angular da Filosofia da Ciência é baseada na suposição fundamental de que pesquisa original deve ser publicada; somente isto pode autenticar o conhecimento científico novo e assim incorporá-lo ao acervo existente, que chamamos de conhecimento científico.

Não é necessário ao encanador escrever sobre canos, nem é necessário ao advogado escrever sobre causas (exceto breves relatos), mas o pesquisador científico é talvez o único, consideradas as carreiras e profissões, que precisa fornecer um documento escrito, mostrando o que ele ou ela fez, porque foi feito, como foi feito e o que foi aprendido a partir disso. A palavra-chave é reprodutibilidade. Isto é que faz a Ciência e as publicações científicas únicas.

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Assim, o cientista deve não somente fazer Ciência, mas "escrever" Ciência. O mau escritor pode, e freqüentemente o faz, frustrar ou retardar a publicação

Página X

de boa ciência. Infelizmente, a educação dos cientistas é, em geral, tão terrivelmente comprometida com os aspectos técnicos da Ciência, que as artes de se comunicar são negligenciadas ou ignoradas. Em resumo, muitos bons cientistas são escritores medíocres. Certamente, muitos cientistas não gostam de escrever. Como Charles Darwin disse, "a vida de um naturalista seria feliz se ele tivesse só que observar e nunca escrever" (citado por Trelease, 1958).

Muitos dos cientistas atuais não tiveram a oportunidade de fazer um curso formal de redação científica. Como estudantes de pós-graduação, eles aprenderam a imitar o estilo e a abordagem de seus professores e autores anteriores. Alguns cientistas tomam-se bons escritores, de qualquer forma. Muitos, entretanto, aprendem apenas a imitar a prosa e o estilo de autores anteriores a eles -com todo seu conjunto de defeitos - assim estabelecendo um sistema de erros em perpetuidade.

O propósito deste livro é ajudar os cientistas e estudantes de ciências, em todas as disciplinas, a prepararem manuscritos que tenham uma alta probabilidade de serem aceitos para publicação e de serem completamente entendidos quando são publicados. Pelo fato de as exigências das publicações especializadas variarem muito de disciplina para disciplina e mesmo dentro da mesma disciplina, não é possível oferecer recomendações que sejam universalmente aceitas. Neste livro, eu apresento certos princípios básicos que são aceitos na maioria das disciplinas.

Para aqueles de vocês que compartilham minha tremenda admiração por Como escrever e publicar um artigo científico, deixe-me relatar-lhes um pouco de sua história. O desenvolvimento deste livro começou muitos anos atrás, quando eu dava um seminário para pós-graduação, sobre redação científica, no Instituto de Microbiologia, na Universidade de Rutgers. Rapidamente aprendi que os estudantes de pós-graduação em ciências tanto queriam como precisavam de informação prática sobre redação. Se eu lecionasse sobre prós e contras da subdivisão dos infinitivos, meus estudantes ficariam sonolentos; se eu ensinasse sobre como organizar dados numa tabela, eles ficariam vivamente acesos. Por esta razão, eu usei um direto "como fazer", quando mais tarde eu publiquei um artigo (Day, 1975), baseado em minhas velhas anotações de aula. O artigo tornou-se surpreendentemente popular e isto levou naturalmente à publicação da primeira edição deste livro.

E a primeira edição levou naturalmente à segunda edição e então às sucessivas edições. Porque este livro está sendo, no momento, usado em programas de ensino cm centenas de faculdades c universidades, é desejável mantê-lo atualizado. Eu agradeço àqueles leitores que gentilmente me forneceram comentários e criticas das edições anteriores c eu inclusive solicito sugestões adicionais e comentários que possam melhorar futuras edições deste livro. (Escre-

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vam para mim, aos cuidados da editora, Oryx Press, 4041 North Central Avenue, Phoenix, AZ 85012-3397.)

Embora esta quinta edição seja maior e melhor (dizem) que as primeiras edições, a diretriz básica do livro não foi alterada. Porque as revisões das edições anteriores foram, na maioria, amplamente favoráveis, uma revisão drástica parecia imprudente. E as críticas/oram favoráveis. Um crítico descreveu o livro como "tão bom quanto original". Infelizmente, ele continuou acrescentando (citado por Samuel Johnson) que "as partes

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que são boas não são originais e as partes que são originais não são boas". Vários outros revisores críticos compararam meu estilo de escrever com aqueles de Shakespeare, Dickens e Thackeray, mas não favoravelmente. Um outro crítico disse (parafraseando George Jean Natham) "Day é um escritor para as idades -para as idades de quatro a oito".

Porém, por que uma quinta edição, realmente? O que aconteceu desde o lançamento da quarta edição (1994) que justifique uma nova edição agora? A resposta é tudo à nossa volta. A Ciência e o relato da Ciência sofreram mudanças realmente revolucionárias nestes poucos anos passados.

Em termos amplos, considere a Internet e a World Wide Web. "Em todo o mundo, de acordo com quatro milhões de cientistas, estão inseridos no labirinto rapidamente crescente de redes interligadas, cujo número atual é de 11.252 e que são conhecidas como Internet, ou, algumas vezes, apenas como a rede. Milhares de cientistas emergem dela, pela primeira, vez todos os dias."

"Este emaranhado de conexões eletrônicas pode ligar um pesquisador isolado, sentado em frente a uma tela de computador, a coisas como experimentos distantes e a supercomputadores, a colegas em continentes longínquos, numa espécie de colaboração íntima, impossível antes do correio eletrônico, a montanhas de dados muito caros para serem enviados de outra forma, a grandes encontros e sessões de trabalhos eletrônicos, a uma página de boletins em que, colocada uma questão, ela pode ter prontamente centenas de respostas, c a periódicos eletrônicos que disseminam amplamente descobertas a grandes distâncias." (William J. Broad, The New York Times, 18 de maio de 1993.)

Periódicos eletrônicos são uma realidade atualmente. Assim, os periódicos tradicionais não são mais o único meio de apresentar artigos científicos.

Levem-se em conta, também, os muitos pacotes de programas ("softwares") que chegaram ao mercado nos últimos anos. A produção de gráficos e alguns outros tipos de ilustrações passaram, quase que completamente, a ser produzidos por computador. Mesmo todo um pôster, para apresentação cm encontros científicos, pode hoje ser produzido por computadores, empregando programas de impressão.

Felizmente, os princípios da comunicação científica não mudaram signifi-

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cativamente em comparação com as mudanças tecnológicas que vêm aflorando com velocidade vertiginosa. A ênfase, neste livro, continuará a ser nos princípios da redação científica, mas esta quinta edição também acompanha de perto as modificações de procedimentos e as novas tecnologias.

Sem intenção de combater a competição, eu deveria observar que meu livro é claramente um livro de "como fazer", enquanto a maioria dos outros livros sobre o tema redação científica são escritos em termos mais gerais, com ênfase na linguagem da Ciência. Este livro foi escrito a partir da perspectiva dos meus muitos anos de experiência como chefe de edição, como revisor e como professor. Desta forma, os conteúdos têm a intenção de serem específicos e práticos.

Ao escrever este livro, eu tinha quatro metas em mente. Primeiro, eu retardei sua escrita e sua publicação até estar razoavelmente seguro de que não iria violar o credo dos chefes de edição: "Não inicie vastos projetos com idéias meio vastas". Segundo, eu queria apresentar alguma informação sobre artigo científico propriamente dito e como "cozinhá-lo". (Sim, este é um livro de receitas.) Terceiro, embora este livro não seja de forma alguma um substituto para um curso de gramática inglesa, eu realmente comento repetidamente sobre o uso e mau uso do inglês, com tais comentários espalhados por um certo número de capítulos c com um resumo sobre o assunto em um dos últimos

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capítulos. (Leitores que desejam um livro completo sobre este assunto, mais do que um resumo, devem ler o meu Inglês científico: um guia para cientistas e outros profissionais, 2º ed. Oryx Press, 1995.) Quarto, porque livros como este são normalmente tão maçantes quanto ultrapassados, enfadonhos de ler e aborrecidos de escrever, eu também tentei fazer o leitor rir. A redação científica é rica em enganos ilustres (que os britânicos às vezes chamam de "gafes") e, através dos anos, amealhei praticamente uma coleção destas monstruosidades gramaticais e científicas, que eu tenho agora o prazer de compartilhar. Pretendi divertir-me escrevendo este livro e espero que vocês aproveitem, ao lê-lo.

Note que eu disse "ao lê-lo", mesmo tendo em mente que eu anteriormente tenha descrito este livro como um livro de receitas. Se ele fosse simplesmente um livro de receitas, ele dificilmente seria adequado para uma leitura abrangente. De fato, eu tentei organizar este material de forma que seja lido logicamente do início ao fim, enquanto, ao mesmo tempo, forneça as receitas necessárias para fabricar um artigo científico. Eu espero que os usuários deste livro possam, pelo menos, fazer uma leitura completa dele. Dessa maneira, o leitor, particularmente o estudante de pós-graduação e escritor inexperiente, pode obter algo cio sabor que um artigo científico exatamente tem. Então, o livro pode ser usado como uma referência, toda vez que surgirem dúvidas. O livro tem um índice detalhado de assuntos para esta última finalidade.

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Nos dois primeiros capítulos, tento definir como a redação científica difere de outras formas de redação e como a história levou a isto.

No terceiro capítulo, eu procuro definir um artigo científico. Para escrever um artigo científico, o escritor deve saber exatamente o que fazer e por quê. Isso torna o trabalho não só maleável, mas esse é precisamente o conhecimento que o cientista praticante deve ter sempre em mente, para evitar as armadilhas que arruinaram a reputação de muitos autores científicos. Ser responsável por publicações dúbias ou por usar a palavra de outros sem referência apropriada é o tipo de violação da ética científica que é considerada como imperdoável por seus pares. Entretanto, a exata definição do que pode constar em um artigo científico e o que não pode é de importância capital.

Nos nove capítulos seguintes, cada elemento individual do artigo científico é analisado, elemento por elemento. Um artigo científico é a soma de suas partes componentes. Afortunadamente, de modo igual para o estudante e para o cientista praticante, há certas regras comumente aceitas com relação à construção do Título, do Sumário, da Introdução e das outras partes principais do artigo. Essas regras, uma vez colocadas, servirão ao cientista por toda sua carreira de pesquisa.

Nos últimos capítulos, são dadas informações correlatas. Parte dessas informações é técnica (como preparar material de ilustração, por exemplo) e parte delas está relacionada aos estágios posteriores à redação (submissão, revisão c processos de publicação). Em seguida, de forma breve, as regras relacionadas aos artigos científicos propriamente ditos são adaptadas para servir a diferentes circunstâncias, tais como escrever artigos de revisão, relatórios de encontros, revisão crítica de livros e elaboração de teses. Os capítulos 29 e 30 apresentam informação acerca de apresentações orais e apresentações de posters. Os capítulos 20 a 23, incluindo novos formatos de publicações eletrônicas, a Internet, periódicos eletrônicos e correios eletrônicos (e-mails) são novos nesta edição. Finalmente, nos últimos quatro capítulos, apresento algumas das regras de Inglês aplicadas à redação científica, um sermão contra jargões, uma discussão sobre abreviações e um sermão contra ofensa.

No final do livro, há sete apêndices, o Glossário de Termos Técnicos, as Referências Bibliográficas e o índice. Com relação às referências bibliográficas, note-se

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que eu usei duas formas de citação aqui neste livro. Quando eu cito algo de ligeiro interesse, por exemplo, um título defeituoso de um artigo publicado, a citação é dada brevemente e entre parênteses dentro do texto. Artigos e livros, que contêm informação substancial sobre o assunto em discussão, são citados pelo nome e ano, no texto, e a citação completa é dada nas Referências Bibliográficas, no final do livro. Estudantes sérios podem desejar consultar algumas destas referências para informação correlata ou adicional.

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Eu não tenho todas as respostas. Eu pensava que tinha, quando era um pouco mais jovem. Talvez eu possa mostrar algo sobre o desenvolvimento do meu caráter no tempo em que o Dr. Smith submeteu a um dos meus periódicos um manuscrito surpreendentemente bem escrito e bem preparado; seus manuscritos anteriores tinham sido redigidos de forma medíocre, eram emaranhados mal organizados . Após a revisão do novo manuscrito, eu escrevi: "Dr. Smith, estamos felizes em aceitar, para publicação no Periódico, seu artigo soberbamente escrito." entretanto, eu não pude deixar de acrescentar: "diga-me, quem o escreveu para o senhor?"

Dr. Smith respondeu: "Eu estou muito feliz por você considerar meu artigo aceitável, mas diga-me, quem o leu para você?"

Assim, com humildade apropriada, eu tentarei dizer-lhes uma série de coisas que serão de utilidade ao escrever artigos científicos.

No Prefácio da Primeira Edição, eu afirmei que "veria o livro como um sucesso, se ele lhes fornecesse a informação necessária para redigir artigos científicos eficientes e se ele me tornasse rico e famoso". Não tendo conseguido, desde então, nem fama nem fortuna, não obstante, continuo a desejar que este livro seja um "sucesso" para vocês, leitores.

Finalmente, eu espero que aqueles de vocês que usaram as primeiras edições deste livro percebam melhorias nesta edição. De uma coisa eu tenho certeza: eu não sou um tão grande tolo como eu costumava ser; eu tenho feito regime.

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Agradecimentos

(início de epígrafe) A maior parte da gratidão humana é meramente uma secreta esperança de maiores favores. (fim de epígrafe)

Duc de Ia Rochefoucauld

Como um livro de culinária, um livro de "como fazer" apresenta muitas receitas que o autor coletou pelos anos afora. Poucas receitas podem ser originais. Algumas podem ter variações dos originais de outrem. Muitas das receitas em uma tal coleção, entretanto, são completamente "emprestadas" de outras fontes.

Neste livro, eu fiz um trabalho razoável, acredito, citando as fontes de material emprestado da literatura publicada. Mas, o que fazer com relação às muitas idéias e procedimentos que se extrai das discussões com colegas? Com o passar do tempo, não se pode mais lembrar quem originou que idéia. Com o passai- de mais tempo, parece-me que todas as idéias realmente boas originaram-se de mim, uma proposição que eu sei ser indefensável.

Sou devedor a meus amigos e colegas que trabalharam comigo em Publications Board of the American Society for Microbiology, durante os 19 anos que eu servi àquela

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Sociedade. Sou também grato a Society for Scholarly Publishing e a Council of Biology Editors, as duas organizações com as quais eu aprendi a maior parte do que sei sobre redação científica e publicação.

Não há nenhuma dúvida sobre isso. Eu fui incrivelmente afortunado com este livro. No momento em que agora ele entra na sua quinta edição, é ainda amplamente usado em centenas de faculdades e universidades. A Oryx Press fez um belo trabalho, distribuindo o livro nos Estados Unidos e no Canadá e a Cambridge University Press controlou a publicação na maior parte do resto do mundo. Além da edição inglesa, o livro é disponível em espanhol, (publicado pela Panamerican Health Organization) e em japonês (publicado pela Maruzen). Por que tenho sido tão afortunado? Acredito que seja, porque selecionei algu-

Página XVI

mas pessoas maravilhosamente talentosas para ler e criticar as várias edições deste livro. Quando passo os olhos pelos nomes das várias pessoas que leram um manuscrito ou mais para as edições precedentes, até agora fico assustado com o brilho de suas reputações. Ainda, também estou cônscio e fico quase penalizado, ao perceber quanto da sabedoria deles veio para o conteúdo de "meu" livro. Novamente, eu digo obrigado. Aqui estão seus nomes:

Robert E. Bjork Estella BradleyL. Leon CampbellMorna ConwayCheryl A. CrossLycllC. DawesBarton D. DayBetty J. DayRobin A. DayBarbara FrechEugene GarfieldBarbara GasteiJay L.HalioKarl HeumannEdward J.HuthLinda M.IligKirsten Fisher LindahKaren KictzmanR.G.E.MurrayEvelynS.MyersErwin NeterMaeve O' ConnorAllie C.PeedJrMichael PohuskiGisella PollockNancy SakadushiCharles Shipman, JrAlex ShriftSimon SilverRivers Singleton, Jr.David W. Smith

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Robert Snyder

E agora envio agradecimentos, agradecimentos muito sinceros, àqueles colegas que realmente leram tudo ou partes do manuscrito para esta quinta edição: Robert E. Bjork, L. Leon Campbell, Betty J. Day, Robin A. Day, Richard H. Duggan, Ronald J. Hirschhorn, Linda M. Illig, Robin W.Morgan, Nancy Sakadushi, Brian H. Schaffer e David W. Smith. Além disso, quero destacar duas pessoas que contribuíram substancialmente para iniciar e organizar muito das novas informações eletrônicas que entraram nesta edição: Bernice Glenn, uma consultora muito eficiente e John Wagner, um editor-sênior da Oryx Press muito experiente. Estou em débito com toda essa boa gente.

Página 1

CAPÍTULO 1

O que é Redação Científica?

(início de epígrafe) Coloque seus fatos da forma mais simples possível, corajosamente, mesmo. Ninguém quer flores de eloqüência ou ornamentos de literatura num artigo científico. (fim de epígrafe)

R. B. McKerrow

A NECESSIDADE DE CLAREZAA característica chave da redação científica é a clareza. Experimentação científica

bem-sucedida é o resultado de uma mente lúcida, abordando um problema claramente estabelecido e produzindo conclusões perfeitamente estabelecidas. De forma ideal, a clareza deveria ser uma característica de qualquer tipo de comunicação; entretanto, quando alguma coisa está sendo dita pela primeira vez, a clareza é essencial. A maior parte dos artigos científicos, aqueles publicados em nossos periódicos de pesquisa original, são aceitos para publicação exatamente porque eles realmente contribuem com conhecimento novo. Conseqüentemente, necessita-se de clareza absoluta na redação científica.

RECEBENDO OS SINAISA maioria das pessoas, sem dúvida, ouviram esta questão: Se uma árvore cai em

uma floresta e não há ninguém lá para ouvi-la cair, ela produz um som? A resposta correta é não. Som é mais do que "ondas de pressão" e, de fato, não pode haver um som sem um ouvinte.

Página 2I

Similarmente, a comunicação científica é um processo de mão-dupla. Da mesma forma que um sinal de qualquer tipo só é aproveitável quando perceptível, um artigo científico publicado (sinal) é útil somente quando for recebidos entendido pela clientela pretendida. Assim, podemos reescrever axioma da Ciência como: Um experimento científico não fica completo até que os resultados tenham sido publicados e entendidos. A publicação nada mais é que "ondas de pressão", a não ser que o artigo publicado seja entendido. Muitos artigos científicos caem silenciosamente nas matas.

ENTENDENDO OS SINAISA redação científica é a transmissão de um sinal claro para um receptor. As

palavras do sinal deverão ser tão claras, simples e bem ordenadas quanto possível. Na

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redação científica, há pouca necessidade de ornamentação. O embelezamento da literatura floreada - as metáforas, os sinônimos, as expressões idiomáticas - servem para causar confusão e deveriam ser usadas raramente ao serem redigidos artigos de pesquisa.

A comunicação da Ciência é simplesmente tão importante que não pode ser feita de qualquer forma que não seja através de palavras com certos significados. Posto isto com clareza, um determinado significado deve pertencer não somente aos especialistas da área do autor, mas também aos estudantes que estão acabando de embarcar em suas carreiras, aos cientistas que lêem além de suas próprias disciplinas específicas e, especialmente, àqueles leitores (a maioria dos leitores, hoje em dia,) cuja língua nativa não é o inglês.

Muitas espécies de redação são destinadas a entretenimento. Redação científica tem um propósito diferente: comunicar novas descobertas científicas. Redação científica deve ser tão clara e simples quanto possível.

LINGUAGEM DE UM ARTIGO CIENTÍFICOAlém da organização, o segundo principal ingrediente de um artigo científico

deveria ser a linguagem apropriada. Neste livro, eu dou ênfase ao uso próprio da língua, porque a maioria dos cientistas tem problema nesta área. Todos os cientistas devem aprender a usar a língua com precisão. Atualmente, dispomos de um livro (Day, 1995), todo dedicado ao Inglês para cientistas.

Se o conhecimento obtido cientificamente é, afinal de contas, tão importante quanto (qualquer outro conhecimento, ele deve ser comunicado de maneira afetiva, clara, por meio de palavras com certos significados. Os cientis-

Página 3

tas, para serem bem-sucedidos neste esforço, conseqüentemente, devem ser literatos. David B. Truman, quando ele era reitor da Universidade de Colúmbia, disse bem: "Na complexidade da existência contemporânea, o especialista que foi treinado, mas não educado, tecnicamente habilitado, mas incompetente culturalmente, é uma ameaça."

Embora o resultado final de uma pesquisa científica seja a publicação, sempre tem-me surpreendido o fato de que tantos cientistas negligenciem as responsabilidades aí envolvidas. Um cientista gastará meses ou anos de trabalho duro para obter dados e então tranqüilamente deixa muito de seu valor ser perdido, por causa da falta de interesse no processo de comunicação. O mesmo cientista que ultrapassará tremendos obstáculos para levar a cabo medidas até a quarta casa decimal estará em profundo cochilo quando uma secretária estiver casualmente mudando de "microgramas/mililitros" para "miligramas/mililitros" e enquanto o editor dorme em um ocasional "libras/ barril", dando significado de "dinheiro para propina" a esta unidade (* - Nota de rodapé).

A linguagem não precisa ser difícil. Em redação científica, dizemos: "A melhor linguagem é aquela que dá o sentido com o menor número de palavras curtas" (um dito impresso por muitos anos nas Instruções aos Autores de Journal of Bacteriology). Artifícios literários, metáforas e assemelhados desviam a atenção, da essência para o estilo. Eles devem ser raramente usados na redação científica.

Nota de rodapé:* - NT: Trata-se de um trocadilho do autor, para os possíveis significados de "pounds per barrel".

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CAPÍTULO 2

Origens da Redação Científica

(início de epígrafe) Aquilo que a boa Ciência procura eliminar, a boa arte procura provocar - mistério, que é letal para uma e vital para a outra. (fim de epígrafe)

John Fowles

OS PRIMÓRDIOS DA HISTÓRIAOs seres humanos têm sido capazes de se comunicarem por milhares de anos.

Já a comunicação científica como a conhecemos hoje é relativamente nova. Os primeiros periódicos foram publicados somente há 300 anos atrás e a organização dos artigos científicos conhecida como IMRAD (Introduction, Methods, Results, and Discussion - Introdução, Métodos, Resultados e Discussão) foi desenvolvida nos últimos 100 anos.

Conhecimento, científico ou de outro tipo, não pôde ser transmitido de forma eficiente, até que mecanismos apropriados de comunicação tornaram-se disponíveis. Os povos pré-históricos podiam comunicar-se oralmente, claro, mas cada nova geração começava praticamente da mesma linha basal, porque, sem registros escritos em que consultar, o conhecimento era perdido quase tão rapidamente quanto tinha sido obtido.

Pinturas e inscrições em cavernas, entalhadas sobre rochas, estavam entre as primeiras tentativas humanas de deixar registros para as sucessivas gerações. Num certo sentido, hoje somos afortunados pelo fato de nossos ancestrais primitivos terem escolhido tal meio, porque algumas dessas primeiras "mensagens" sobreviveram, enquanto mensagens em materiais menos duráveis teriam sido perdidas. (Talvez isso tenha ocorrido com muitas

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delas.) Por outro lado, comunicação por tal meio era incrivelmente difícil. Pense, por exemplo, nos problemas de distribuição que o Serviço Postal dos Estados Unidos teria, hoje, se o meio de correspondência fosse 100 libras (cerca de 45 kg) de pedra. Eles têm problemas suficientes com cartas de meia onça (cerca de 14 g).

O primeiro livro que conhecemos é um relato caldeu sobre o Dilúvio. Esta história está inscrita numa placa de argila de 4000 a.C, ante datando o Gênesis em cerca de 2000 anos (Tuchman, 1980).

Um meio de comunicação que fosse leve e portátil era necessário. O primeiro meio bem-sucedido foi o papiro (lâminas feitas da planta do papiro e coladas, de maneira a formar um rolo de 20 a 40 pés - cerca de 6 a 12 metros - de comprimento, às vezes, fixado a um cilindro de madeira), que passou a ser usado mais ou menos a partir de 2000 a.C. Em 190 a.C, pergaminhos (feitos de couro de animais) passaram a ser usados. Os gregos montaram grandes bibliotecas em Efeso e Pérgamo (no que hoje é a Turquia) e em Alexandria. De acordo com Plutarco, a biblioteca de Pérgamo continha 200.000 volumes, em 40 a.C. (Tuchman, 1980).

No ano 105 da Era Cristã, os chineses inventaram o papel, o meio moderno de comunicação. Entretanto, porque não havia um meio efetivo de duplicação das comunicações, o conhecimento erudito não podia ser amplamente distribuído.

Talvez, a maior invenção isolada, na história intelectual da raça humana, tenha sido a imprensa. Embora os tipos móveis tenham sido inventados na China, por volta de 1100 (Tuchman, 1980), o mundo ocidental deu seu crédito a Johannes Gutenberg, que imprimiu sua Bíblia com tipos móveis, em uma impressora, em 1455. A invenção de Gutenberg foi efetiva e imediatamente colocada em uso em toda a Europa. Pelo ano de

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1500, milhares de cópias de centenas de livros (chamados "incunabula") foram impressas.

O primeiro periódico científico surgiu em 1665, quando, coincidentemente, dois diferentes periódicos começaram sua publicação: o Journal cies Sça vans, França, e o Philosophical Transactions of the Royal Society of London, na Inglaterra. Desde aquela época, os periódicos têm servido como o principal meio de comunicação nas ciências. Atualmente, cerca de 70.000 periódicos científicos e técnicos são publicados em todo o mundo (King et al., 1981).

A HISTÓRIA DA IMRADOs primeiros periódicos publicavam artigos que chamamos "descritivos".

Tipicamente, um cientista reportaria "Primeiro, eu vi isto e então eu vi

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aquilo" ou "Primeiro fiz isto e então fiz aquilo." Geralmente, as observações eram em ordem cronológica simples.

Este estilo descritivo era apropriado para o tipo de ciência que estava sendo reportada então. De fato, esta forma direta de relatar é ainda usada hoje em periódicos do tipo "letters" ("relatos"), no caso, relato de casos em Medicina, descrições de levantamentos geológicos, etc.

Na segunda metade do século dezenove, a Ciência começou a mudar rapidamente e de modos crescentemente sofisticados. Especialmente por causa do trabalho de Louis Pasteur, que confirmou a teoria de moléstias causadas por germes e que desenvolveu métodos de culturas puras para estudar microrganismos, tanto a Ciência como o relato da Ciência fizeram grandes avanços.

Neste tempo, a metodologia tornou-se de suma importância. Para aquietar seus críticos, muitos dos quais eram fanáticos partidários da teoria da geração espontânea, Pasteur achou necessário descrever seus experimentos com apurado detalhe. Porque pesquisadores razoavelmente competentes puderam reproduzir os experimentos de Pasteur, o princípio da reprodutividade dos experimentos tornou-se um dogma fundamental da Filosofia da Ciência e uma seção de métodos separada abriu caminho para a forma mais estruturada do formato IMRAD.

Por eu ter estado próximo à ciência da Microbiologia por muitos anos, é possível que eu superestime a importância deste ramo da Ciência. Não obstante, realmente acredito que a cura de doença infecciosa foi o maior avanço na História da Ciência. Além disso, defendo que um breve recordar desta história pode ilustrar a Ciência e o seu relato. Aqueles que acreditam que a Energia Atômica ou a Biologia Molecular são os "maiores avanços" devem ainda prezar o paradigma da Ciência moderna fornecido pela história da doença infecciosa.

O trabalho de Pasteur teve prosseguimento, no início dos 1900s, pelo trabalho de Paul Ehrlich e, nos anos 30, pelo trabalho de Gerhard Domagk (drogas a base de sulfa). A Segunda Guerra Mundial foi a razão do desenvolvimento da penicilina (pela primeira vez descrita por Alexander Fleming, em 1929). A estreptomicina foi descrita em 1944 e logo depois da Segunda Gueixa Mundial, a louca, mas maravilhosa procura por "drogas milagrosas" produziu as tetraciclinas e dúzias de outros antibióticos eficientes. Assim, esses desenvolvimentos levaram à eliminação virtual dos flagelos da tuberculose, da septicemia, da difteria, das pestes, do tifo e, através de vacinações, da varíola e da paralisia infantil (polio).

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Como estes milagres estavam emergindo de nossos laboratórios de pesquisa médica depois da Segunda Guerra Mundial, é lógico que o investimento em pesquisa cresceria muito. Este fator indutor positivo para a Ciência foi logo (1975) somado a um fator negativo, quando os soviéticos lançaram o Sputnik ao redor do planeta. Nos anos seguintes, quer por conta de mais "milagres", quer por medo dos soviéticos, o governo dos Estados Unidos (e outros) despejaram bilhões de dólares adicionais em pesquisa científica.

Dinheiro produz Ciência. E Ciência produz artigos. Montanhas deles. O resultado foi uma poderosa pressão para a existência e a criação de muitos periódicos novos. Os editores de periódicos, em defesa própria, se não por outras razões, começaram a exigir que os manuscritos fossem escritos de forma sucinta e bem organizada. O espaço do periódico tornou-se muito precioso para ser desperdiçado com verbosidade ou redundância. O formato IMRAD, que havia lentamente progredido desde a última parte do século dezenove, agora tornou-se usado quase universalmente, em periódicos de pesquisa. Alguns editores aderiram ao IMRAD, porque eles ficaram convencidos de que era a forma mais simples e mais lógica de comunicar resultados de pesquisa. Outros editores, talvez não convencidos pela lógica simples do IMRAD, não obstante, entraram na onda, porque, de fato, a rigidez do IMRAD economiza espaço (e custo) nos periódicos e porque o IMRAD faz a vida mais fácil para os editores e aqueles que dão os pareceres (também conhecidos como revisores), "padronizando" a maioria das partes de um manuscrito.

A lógica do IMRAD pode ser definida na interrogativa: Que questão (problema) foi estudada? A resposta é a Introdução. Como o problema foi estudado? A resposta são os Métodos. Quais foram as descobertas? A resposta são os Resultados. O que estas descobertas significam? A resposta é a Discussão.

Agora, parece-nos claro que a simples lógica do IMRAD ajuda o autor a organizar e escrever o manuscrito e o IMRAD fornece um caminho simples para os editores, revisores e, por último, para os leitores seguirem, na leitura do artigo.

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CAPÍTULO 3

O que é um Artigo Científico?

(início de epígrafe) Sem publicação, a Ciência está morta. (fim de epígrafe)

Gerará Piei

DEFINIÇÃO DE ARTIGO CIENTÍFICOUm artigo científico é um relatório escrito e publicado, descrevendo resultados de

pesquisa original. Esta curta definição deve ser incrementada, porém, esclarecendo que um artigo científico deve ser escrito de uma certa forma e deve ser publicado de um certo modo, como definido pelos três séculos de desenvolvimento de uma tradição, de uma prática editorial, de ética científica e o concurso de procedimentos de impressão e publicação.

Para definir "artigo científico" apropriadamente, precisamos definir o mecanismo que cria um artigo científico, a saber, a publicação válida (isto é, original). Resumos, teses, relatórios de encontros e muitos outros tipos de literatura são publicados, mas tais publicações não têm o compromisso de publicação válida. Além disso, mesmo que um artigo científico preencha todas as exigências (discutidas abaixo), eles não são publicados de forma válida se forem publicados nos lugares errados. Quer dizer, um relatório de

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pesquisa relativamente pobre, mas que preenche as exigências, é publicado de forma válida se aceito e publicado no lugar certo (periódico de artigos originais ou outro tipo de publicação deste tipo); um relatório de pesquisa soberbamente preparado não é publicado de forma válida se publicado no local errado. A maior parte dos relatórios governamentais e da literatura de

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encontros, assim como boletins institucionais e outras publicações efêmeras não se qualificam como literatura original (primária).

Muitas pessoas colocaram empenho em definir publicação primária ou válida, da qual deriva a definição de artigo científico. O "Council of Biology Editors" (CBE - Conselho de Editores de Biologia), uma organização normativa (em Biologia, pelo menos), ao lidar com estes problemas, chegou à seguinte definição (CBE, 1968):

(início de epígrafe) Uma publicação científica primária aceitável deve ser a primeira descoberta, contendo suficiente informação que permita aos especialistas na área: (1) obter informações, (2) repetir os experimentos e (3) avaliar o processo intelectual; sobretudo, ela deve ser susceptível à percepção sensorial, essencialmente permanente, disponível para a comunidade científica sem restrições e acessível ao julgamento regular de um ou mais dos principais serviços secundários (por exemplo, normalmente, Biological Abstracts, Chemical Abstracts, Index Medicus, Excerpta Medica, Bibliography of Agriculture etc, nos Estados Unidos, e serviços similares em outros países).(fim de epígrafe)

À primeira leitura, esta definição pode parecer excessivamente complexa ou, pelo menos, prolixa. Aqueles entre nós, entretanto, que deram nina mão em seu esboço, pesamos cada palavra cuidadosamente e duvidamos que urna definição aceitável possa ser fornecida de forma adequada, em poucas palavras. Porque é importante que estudantes, autores, editores e todos os demais interessados entendam o que é um artigo científico e o que não 6, pode ser útil trabalhar com esta definição, para ver o que ela de fato significa.

"Uma publicação científica primária aceitável" deve ser "a primeira descoberta". Certamente, as primeiras descobertas de novos dados de pesquisa geralmente ocorrem através de uma apresentação via oral em um encontro científico. O ponto de vista da postulação do CBE, porém, é que esta descoberta seja mais do que a regurgitação do autor; a primeira descoberta efetiva completa-se somente quando toma uma forma que permita aos especialistas da mesma área do autor (tanto agora, como no futuro) compreender completamente e usar aquilo que foi descoberto.

Assim, informação suficiente deve ser apresentada de forma que usuários potenciais dos dados possam (1) ter acesso às informações, (2) repetir os experimentos e (3) avaliar o processo intelectual. (As conclusões do autor são justificáveis pelos dados?). Então, a descoberta pode ser "suscetível à percepção sensorial". Isto pode ser visto como uma frase inábil, porque, na prática normal, isto simplesmente significa publicada; entretanto, esta definição permite que a descoberta seja fornecida não apenas em termos de ma-

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teriais visuais (periódicos impressos, microfilme, microficha), mas também, quem sabe,

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em formas não impressas, não visuais. Por exemplo, "publicação" na forma de fitas cassetes, se aquela publicação atinge os outros requisitos fornecidos pela definição, constituir-se-á em uma publicação efetiva. E, certamente, os novos periódicos eletrônicos estão de acordo com a definição de publicação válida, (ou, como pode-se gaiatamente observar: "Publicações eletrônicas têm a capacidade de adicionar toda uma nova demência ao modo como as pessoas obtêm ou lêem literatura.") O que se pode dizer sobre material colocado numa página eletrônica? Alguns editores tomaram a posição de que isto realmente é "publicação" e que bloqueará publicação posterior em um periódico. Aqui está como a American Society of Microbiology (ASM) estabeleceu sua orientação (Instruções aos Autores, Journal of Bacteriology, janeiro, 1998):

(início de epígrafe) Um artigo científico, ou sua essência, publicado em relatório de encontro ("conference report"), em anais de simpósio ("symposium proceeding") ou em boletim técnico, colocado em um terminal de computador, ao qual há acesso pela Internet, ou tornado disponível por meio de qualquer outra fonte reproduzível, incluindo CD-ROM e outros meios eletrônicos, não é aceito para ser apreciado em um periódico da ASM na forma de publicação original. Um manuscrito cujo conteúdo foi incluído numa tese ou numa dissertação, colocado em um terminal de computador, ao qual há acesso via Internet, não é aceitável para apreciação em um periódico da ASM, no nível de publicação original. (fim de epígrafe)

Independentemente da forma de publicação, essa forma precisa ser essencialmente permanente, deve ser disponível para a comunidade científica, sem restrição, e deve estar disponível para os serviços de recuperação da informação (Biological Abstracts, Chemical Abstracts, Index Medicus etc). Assim, publicações como matéria de jornal, como publicações de corporações ou de jornais de circulação controlada, muitos dos quais são de valor por suas notícias ou outras características, não podem servir como depositárias do conhecimento científico.

Para estabelecer de novo a definição do CBE em termos mais simples, mas não menos acurados, publicação original é (1) a primeira publicação de resultados de pesquisa original, (2) de maneira que os especialistas da mesma área do autor possam repetir os experimentos e testar as conclusões e (3) em periódico ou outra forma de documentação facilmente disponível, dentro da comunidade científica. Para entender esta definição, entretanto, devemos adicionar uma importante advertência. A parte da definição que se refere aos "especialistas da mesma área do autor" é aceita como significando revisão da pré-publicação por especialista da área. Então, por definição, ar-

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tigos científicos são publicados em publicações revisadas por especialistas do mesmo ramo.

Expliquei excessivamente esta questão da definição por duas razões. Primeiro, toda a comunidade da Ciência tem por muito tempo trabalhado com um sistema de comunicação científica ineficiente e custoso, precisamente porque ela (autores, editores, publicadores) têm sido incapazes ou não se dispuseram a definir publicação original. Como resultado, muita da literatura é sepultada em resumos de encontros, obscuros relatórios de encontros, documentos governamentais ou livros, ou periódicos de minúscula circulação. Outros artigos, da mesma forma ou com ligeira alteração, são publicados mais de uma vez; ocasionalmente, isto é devido à falta de definição de quais relatórios de encontro, livros e compilações são (ou deveriam ser) publicações originais e

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quais não o são. O resultado é redundância e confusão. Segundo, um artigo científico é, por definição, um tipo particular de documento que contém certos tipos de informação específica, numa ordem (IMRAD) prescrita. Se os estudantes de pós-graduação ou os cientistas em formação (e mesmo alguns daqueles cientistas que já publicaram muitos artigos) puderem apreender totalmente o significado desta definição, a tarefa de redigir será bem mais fácil. Uma tarefa amorfa resulta em confusão. A tarefa mais fácil é aquela na qual vocês sabem perfeitamente o que deve ser feito e exatamente em que ordem deve ser feito.

ORGANIZAÇÃO DE UM ARTIGO CIENTÍFICOUm artigo científico é organizado para preencher as necessidades de uma

publicação válida. Ele é, ou deveria ser, altamente estilizado, com partes componentes distintas e claramente evidentes. Os rótulos mais comuns das partes componentes, na ciência básica, são a Introdução, o Método, os Resultados e a Discussão (portanto, o acrônimo IMRAD). Atualmente, o termo "Materiais e Métodos" pode ser mais comum que o mais simples "Métodos" (Metodologia), mas foi a última forma que foi fixada no acrônimo.

Eu ensinei e recomendei a abordagem IMRAD por muitos anos. Até recentemente, entretanto, tem existido vários sistemas de organização algo diferentes, que eram preferidos por alguns periódicos e alguns editores. A tendência em direção à uniformidade aumentou desde que o sistema IMRAD foi prescrito como um padrão pelo American National Standards Institute, pela primeira vez, em 1972 e, novamente, em 1979 (American National Standards Institute, 1979a). Uma variação recente no IMRAD foi introduzida pelo Celle vários outros periódicos. Nesta variação, os métodos aparecem por último, em vez de na segunda posição. Talvez nós poderíamos chamar isto de IRDAM.

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A ordem do IMRAD básico é tão eminentemente lógica que, cada vez mais, ela é usada por muitos outros tipos de redações descritivas. Se se está escrevendo um artigo sobre Química, Arqueologia, Economia ou crime nas ruas, o formato IMRAD é geralmente a melhor escolha.

Isto é normalmente verdade para artigos que descrevem estudos científicos. Há, claro, exceções. Como exemplo, relatórios de estudos de campo nas Ciências Agrárias e relatórios de casos clínicos nas Ciências Médicas não se enquadram perfeitamente neste tipo de organização. Entretanto, mesmo nestes artigos "descritivos", a mesma progressão lógica do problema à solução é geralmente apropriada.

Ocasionalmente, a organização, mesmo dos artigos de laboratório, deve ser diferente. Se alguns métodos são usados para atingir diretamente resultados relacionados, é desejável combinar Materiais, Métodos e Resultados em uma seção "Experimentação". Raramente, os resultados podem ser tão complexos ou fornecer tais contrastes que a discussão imediata torne-se necessária e uma combinação de Resultados e Discussão é então desejável. Além disso, muitos periódicos de publicação de originais apresentam "Notas" ou "Pequenas Comunicações", nas quais a organização IMRAD é abreviada.

Vários tipos de organização são usadas nas áreas descritivas da Ciência. Para determinar como organizar certos artigos e qual padrão geral usar, vocês terão que consultar as Instruções aos Autores de seu periódico alvo. Se vocês estiverem em dúvida de qual periódico ou se o periódico publica artigos com tipos muito diferentes, vocês podem obter informação geral em livros de consulta apropriados. Por exemplo, os vários tipos principais de artigos médicos são descritos em detalhe por Huth (1990) e os muitos tipos de artigos e relatórios de engenharia estão delineados por Michaelson (1990).

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Resumindo, eu defendo a posição de que a preparação de um artigo científico tem menos a ver com uma tarefa literária do que com organização. Um artigo científico não é literatura. O artífice de um artigo científico não é um autor, no sentido literário.

Alguns de meus colegas antiquados acreditam que artigos científicos devam ser literatura, que o estilo e o talento de um autor devam estar evidentes e que as variações no estilo aumentam o interesse do leitor. Eu discordo. Eu acredito que os cientista devem, de fato, estar interessados em ler literatura e talvez, mesmo, em escrever literatura, mas a comunicação de resultados de pesquisa 6 um procedimento mais prosaico. Como Booth (1981) colocou, “Grandiloqüência não tem lugar na redação científica".

Hoje, o cientista médio, para manter-se em um campo, precisa examinar os dados reportados em um grande número de artigos. Conseqüentemente, os

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cientistas (e, claro, os editores) devem procurar um sistema de relato de dados que seja uniforme, conciso e claramente inteligível.

OUTRAS DEFINIÇÕESSe o "artigo científico" é o termo empregado para o relatório de pesquisa original,

como poderia isto ser diferenciado de relatórios de pesquisa que não são originais ou que não são científicos ou de alguma maneira falham em qualificar-se como artigos científicos? Vários termos específicos são comumente usados: "artigos de revisão", "relatórios de encontro", "resumo de encontro".

Um artigo de revisão pode rever qualquer coisa, mais tipicamente o trabalho recente em uma área de assunto definido, ou o trabalho de um indivíduo ou grupo em particular. Assim, o artigo de revisão é construído para resumir, analisar, avaliar ou sistematizar informação que já foi publicada (relatórios de pesquisa em periódicos). Embora muito do ou todo o material de um artigo de revisão já tenha sido previamente publicado, o espectro de publicação duplicada não aflora, normalmente, porque a natureza de nova discussão do trabalho de revisão fica usualmente óbvio (geralmente, no título da publicação, como Microbiology and Molecular Biology Reviews, Annual Review of Biochemistry, etc). Não se assuma, entretanto, que as revisões não contenham nada de novo. Dos melhores artigos de revisão surgiram novas sínteses, novas idéias e teorias e, mesmo, novos paradigmas.

Um relatório de encontro é um artigo publicado em um livro ou periódico, como parte dos relatórios de um simpósio, de um congresso nacional ou internacional, de um "workshop" (oficina de aprendizagem), de uma mesa redonda ou assemelhados. Tais encontros não são normalmente delineados para a apresentação de dados originais e os relatórios resultantes (em um livro ou periódico) não são qualificados como publicações originais. Relatórios de encontros são geralmente artigos de revisão, contendo releitura de trabalho recente de determinados cientistas ou trabalhos atuais de certos laboratórios. Algo do material relatado em alguns encontros, (especialmente os excitantes), é uma forma preliminar de reportagem, na qual dados novos, originais, são descritos, geralmente acompanhados de especulação interessante. Mas, usualmente, estes relatos preliminares não qualificam, eles nem têm a intenção de qualificar-se, como artigos científicos. Mais tarde, geralmente muito mais tarde, tal trabalho é validamente publicado em um periódico de artigos originais; nesta ocasião, os becos sem saída foram resolvidos, todos os detalhes experimentais essenciais foram descritos (de forma que um pesquisador competente possa repetir os experimentos) e a especulação prévia amadureceu em conclusões.

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Conseqüentemente, a vasta literatura referente a encontros que surge na imprensa, normalmente não é original. Se dados originais são apresentados em tais contribuições, os dados podem e devem ser publicados (ou republicados) em um periódico de arquivo (de originais). Por outro lado, a informação pode efetivamente ser perdida. Se uma publicação em um periódico de originais segue-se à publicação em um relatório de encontro, podem ocorrer problemas de direitos autorais e de permissão (veja capítulo 31), mas o problema mais grave da publicação duplicada (duplicata de publicação de dados originais) normalmente não ocorre e nem deve ocorrer.

Resumos de encontros (meeting abstracts), assim como anais de encontros ou assemelhados (conference proceeding), são de vários tipos. Conceitualmente, entretanto, eles são semelhantes a relatórios de encontros, no fato deles poderem conter e geralmente contêm informação original. Eles não são publicação original, nem tampouco publicação de um resumo pode ser considerada um impedimento para uma publicação posterior de um relatório completo.

No passado, houve um pouco de confusão com relação ao típico resumo de um parágrafo publicado como uma parte do programa ou distribuído durante um encontro nacional ou um congresso internacional, junto com o programa. Sempre foi entendido que os artigos apresentados nestes encontros seriam, mais tarde, submetidos para publicação em periódicos de originais. Mais recentemente, entretanto, tem havido uma tendência a fazer resumos estendidos (ou "sinopses"). Porque a publicação de todos artigos completos, apresentados em um grande encontro, como a maioria dos congressos internacionais, é muito caro, e porque tal publicação ainda não é um substituto para a publicação válida, oferecida pelo periódico de originais, o movimento no sentido de ampliar o resumo faz muito sentido. O resumo estendido pode fornecer virtualmente tanta informação quanto um artigo completo; tudo que lhe falta são os detalhes experimentais. Entretanto, precisamente porque faltam detalhes experimentais, ele não pode ser qualificado como um artigo científico.

Aqueles que estão envolvidos com publicação destes materiais deveriam ver a importância da definição cuidadosa dos diferentes tipos de artigos. Mais e mais publicadores, organizadores de encontros e cientistas, individualmente, estão começando a concordar com essas definições básicas e sua aceitação geral irá tornar muito clara a comunicação da informação científica, lauto a primária quanto a secundária.

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CAPÍTULO 4

Como Preparar o Título

(início de epígrafe) As primeiras impressões são impressões fortes; um. título deverá, então, ser bem estudado e dar, tanto quanto seus limites permitirem, uma indicação precisa e concisa do que se segue. (fim de epígrafe)

T. Clifford Allbutt

IMPORTÂNCIA DO TÍTULOAo preparar um título para um artigo, o autor fará bem em recordar um fato

importante: aquele título será lido por milhares de pessoas. Talvez poucas pessoas, se alguma, irão ler o artigo inteiro, mas muita gente lera o título, tanto no jornal original quanto em uma das publicações secundárias (resumos e índices). Por isso, todas as palavras no título devem ser escolhidas com grande cuidado e suas associações umas

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com as outras devem ser cuidadosamente manejadas. Talvez, o erro mais comum em títulos defeituosos, e certamente o mais desastroso em termos de compreensão, é uma sintaxe (ordem das palavras) defeituosa.

O que é um bom título? Eu defino como o menor número possível de palavras que descrevem adequadamente o conteúdo do artigo.

Lembrem-se de que os serviços de resumo e de indexação dependem muito da precisão do título, assim como acontece com muitos sistemas computadorizados individuais de catalogação de literatura em uso, hoje. Um artigo impropriamente intitulado pode ser virtualmente perdido e nunca alcançar a clientela pretendida.

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COMPRIMENTO DO TÍTULOOcasionalmente, o título é muito pequeno. Um artigo foi submetido ao Journal of

Bacteriology com o título "Studies on Brucella" (Estudos sobre Brucella). Obviamente, um tal título não ajuda muito o leitor em potencial. O estudo é taxonômico, genético, bioquímico ou médico? Nós vamos querer, certamente, saber pelo menos isso.

Muito mais comumente, os títulos são muito longos. Ironicamente, títulos longos geralmente são menos significativos do que os curtos. Há mais ou menos uma geração, quando a Ciência era menos especializada, os títulos tendiam a ser longos e não específicos, como "On the addition to the method of microscopic research by a new way of producing colour-contrast between an object and its background or between definite parts of the object itself ("Sobre a adição ao método de pesquisa microscópica, através de uma nova forma de produzir contraste de cor entre um objeto e seu fundo ou entre partes definidas do objeto em si") (J. Rheinberg, J. R. Microsc. Soe. 1896:313). Isso certamente parece ser um título pobre; talvez ele pudesse ser um bom resumo.

Indubitavelmente, a maior parte dos títulos excessivamente longos contém "desperdício" de palavras. Geralmente, as palavras desnecessárias aparecem logo no início do título, tais como "Estudos sobre", "Investigações sobre" e "Observações sobre". As palavras Um ou O de abertura são também desnecessárias. Certamente, estas palavras são inúteis para fins de indexação.

NECESSIDADE DE TÍTULOS ESPECÍFICOSAnalisemos um título simples: "Ação de antibióticos em Bactérias". É um bom

título? Na forma, ele é; é curto e não porta excesso de bagagem (desperdício de palavras). Certamente, ele não vai melhorar, mudando para "Observações preliminares sobre o efeito de certos antibióticos sobre várias espécies de bactérias". Entretanto (e isto me leva a meu próximo ponto), a maioria dos títulos que são muito curtos o são, porque eles contêm termos gerais e não específicos.

Nós podemos seguramente assumir que o estudo apresentado pelo título acima não testou o efeito de todos os antibióticos sobre todo tipo de bactéria.

Entretanto o título é essencialmente sem conteúdo. Se somente um ou poucos antibióticos foram estudados, seria mais fácil listá-los no título. Se somente um ou poucos organismos foram testados, ele devem ser listados individualmente, no título. Se o número de antibióticos ou organismos foi muito grande pata ser listado no título, talvez um nome genérico seria admissível.Exemplos de títulos mais aceitáveis são:

Página 17 "Ação da estreptomicina em Mycobacterium tuberculosis ""Ação de estreptomicina, neomicina e tetraciclina sobre bactérias Gram-positivas "

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"Ação de antibióticos de largo espectro sobre bactérias que causam patogenia em plantas"

"Ação de vários antibióticos antifúngicos sobre Cândida albicans e Aspergillus fumigatus"

Embora estes títulos sejam mais aceitáveis que o simples, eles não são bons o suficiente, porque são ainda muito gerais. Se o "Ação de" puder ser expresso facilmente, seu significado deve ficar claro. Por exemplo, o primeiro título acima poderia ser assim construído: "Inibição do crescimento de Mycobacterium tuberculosis por estreptomicina".

Muito tempo atrás, Leeuwenhoek usou a palavra "animahinculos", uma palavra descritiva, mas não específica. Howard Raistrick publicou uma importante série de artigos com o título "Estudos sobre bactérias". Um artigo similar, hoje, teria um título muito mais específico. Se um estudo focaliza um organismo, o título dará o gênero e a espécie e, possivelmente, mesmo o número da cepa. Se o estudo focalizar uma enzima em um organismo, o título não dever se algo como "Enzimas em bactérias". Ele deverá ser alguma coisa como "Dihidrofolato Redutase produzida por Bacillus subtilis ".

IMPORTÂNCIA DA SINTAXEEm títulos, seja especialmente cuidadoso com a sintaxe. A maior parte dos erros

gramaticais são devidos a falhas na ordem das palavras.Um artigo foi encaminhado ao Journal of Bacteriology com o título "Mecanismo de

supressão de pneumonia não-transmissível em rato induzido por Virus da Doença de Newcastle". A não ser que este autor tenha, de alguma forma, trabalhado em demonstrar geração espontânea, deve ter sido a pneumonia que foi induzida e não o rato. (O título seria melhor da seguinte forma: "Mecanismo de supressão de pneumonia não-transmissível induzida em rato pelo Vírus da Doença de Newcastle".)

Se vocês ainda não acreditarem que bebês resultam de uma visita da cegonha, eu ofereço este título (Bacteriol. Proc, p. 102, 1968): "Infecções múltiplas entre recém-nascidos resultantes de implantação com Staphylococcus aureus 502A". (É este o "Estado-Maior da Vida"?)

Um outro exemplo, encontrei por acaso (Clin. Res. 8:134, 1960): "Primeira avaliação canina clínica de um novo agente antitumoral, estreptovitacina". Já que aquele cachorro consegue avaliar estreptovitacina, tenho certo trabalho no qual gostaria que esse cachorro desse uma olhada.

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Como uma gramática à parte, eu os encorajo a serem cuidadosos quando empregarem o termo "usando". A palavra "usando" é, acredito, a expressão dúbia mais comum em redação científica. Ou há alguns cães mais inteligentes, ou o "usando" está mal empregado nesta sentença de um manuscrito recente: "Usando um broncoscópio de fibra ótica, cães foram imunizados com glóbulos vermelhos de carneiro".

Os cães não são os únicos animais inteligentes. Um manuscrito foi enviado ao Journal of Bacteriology sob o título "Isolamento de antígenos de macacos usando técnicas de fixação de complemento".

Mesmo bactérias são espertas. Um manuscrito foi enviado ao Journal of Clinical Microbiology com o título "Caracterização de bactérias causadoras de mastite usando cromatografia líquido-gasosa". Não seria maravilhoso que bactérias pudessem usar GLC?

O TÍTULO COMO UM RÓTULOO título de um artigo é um rótulo. Ele não é uma sentença. Por que não é uma

sentença, com o arranjo usual, constituído de sujeito, predicado e complementos, ele é

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realmente mais simples que uma sentença (ou, pelo menos, geralmente mais curto), mas a ordem das palavras torna-se ainda mais importante.

Atualmente, uns poucos periódicos permitem que um título seja uma sentença. Aqui está um exemplo: "OCT-3 é um fator maternal necessário para a primeira divisão embrionária de camundongos" (Cell 64:1103, 1991). Suponho que esta seja apenas uma questão de opinião, mas tenho objeções contra tal título, em dois níveis. Primeiro, o verbo ("é") é um desperdício de palavra, no fato dele poder ser perfeitamente retirado sem afetar a compreensão. Segundo, a inclusão do "é" resulta em um título que agora parece uma afirmação categórica. Há uma conotação dogmática nele, porque não estamos acostumados a ver os autores apresentando seus resultados no tempo presente, por razões que são amplamente discutidas no capítulo 32. Rosner (1990) deu o nome de "título de sentença afirmativa" ("assertive sentence title - AST") a este tipo de título e apresentou uma série de razões para que tais títulos não devessem ser usados. Em particular, ASTs são "impróprios e imprudentes", porque "em alguns casos, o AST ousadamente estabelece uma conclusão que é então mais brandamente afirmada no resumo ou em outra parte" e "ASTs trivializain um relatório científico, reduzindo-o a uma linha".

O significado e a ordem das palavras no título são de importância para o

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leitor em potencial que vê o título na lista de conteúdos do periódico. Estas considerações, entretanto, são igualmente importantes para todos os usuários potenciais da literatura, inclusive aqueles (provavelmente a maioria) que tomaram conhecimento do artigo por meio de fontes secundárias. Assim, o título deveria ser útil como um rótulo que acompanha o artigo em si e ele também deveria estar numa forma acessível para o sistema eletrônico de indexação usado pelo Chemical Abstracts, pelo Index Medicus e outros. Muitos dos serviços de indexação e resumo são conectados a sistemas de "palavras chaves", gerando tanto entradas por KWIC (key word in context - palavra chave no contexto), como por KWOC (key word out of context - palavra chave fora do contexto). Ademais, é fundamentalmente importante que o autor forneça as "chaves" certas para o artigo, ao rotulá-lo. Isto é, os termos do título devem limitar-se àquelas palavras que esclarecem o conteúdo significante do artigo, com termos que são inteligíveis e recuperáveis.

Como uma ajuda aos leitores, "títulos de página" ou "cabeçalhos de página" são impressos no alto da página. Geralmente, o título do periódico ou livro é dado no alto das páginas da face esquerda e o título do artigo ou capítulo é dado no alto das páginas da face direita (como neste livro). Geralmente, uma versão resumida do título é necessária, por causa das limitações de espaço. (É desejável que o número máximo de caracteres seja fornecido pelas Instruções aos Autores do periódico.) É sensato sugerir um título de página do manuscrito que seja apropriado.

ABREVIAÇÕES E JARGÕES

Os títulos nunca devem conter abreviações, fórmulas químicas, nomes próprios (em detrimento dos genéricos), jargões e assemelhados. Ao delinear o título, o autor deve perguntar: "Como eu olho para esta espécie de informação num índex?" Se o artigo refere-se ao efeito do ácido clorídrico, o título deve incluir as palavras "ácido clorídrico" ou o muito mais curto e perfeitamente reconhecível HO?" Eu acredito que a resposta é obvia. Muitos de nós procuraria por "ácido" em um índice, não em "hc". Além do mais, se alguns autores usam (e o periódico permite) HC1 e outros usam ácido clorídrico, o usuário dos serviços bibliográficos poderia localizar somente parte da literatura publicada, nada mais

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que referências adicionais são listadas, abreviadamente, abaixo de outra entrada. Na verdade, os maiores serviços secundários têm programas de computadores que são capazes de juntar entradas tais como ácido desoxirribonucléico, DNA e mesmo ADN. Entretanto, até segunda ordem, a regra para os autores (e editores) é evitar abreviações nos títulos. E a

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mesma regra aplicar-se-á a nomes próprios, jargões ou terminologia incomum ou ultrapassada.

TÍTULOS EM SÉRIEA maior parte dos editores com quem falei são contra os arranjos com título-

subtítulo e vinculação entre títulos. O principal arranjo título-subtítulo (títulos em série) era extremamente comum alguns anos atrás. (Exemplo: "Estudos sobre bactérias: IV. Parede celular de Staphylococcus aureus"). Atualmente, muitos editores acreditam que é importante, especialmente para o leitor, que cada artigo publicado "deva apresentar os resultados de um estudo corrente, independente; assim, títulos de séries numeradas não são permitidos" ("Instruções aos Autores", Journal of Bacteriology). Artigos em série, no passado, tinham a tendência a relacionar-se uns com o outros muito de perto, dando somente partes dos resultados; assim, o leitor ficava em séria dificuldade, a não ser que toda a série pudesse ser lida de forma consecutiva. O sistema em série era sobretudo aborrecido para os editores, porque provocava problemas e atrasos. (O que aconteceria, quando o número IV era aceito, mas o III era rejeitado ou suspenso na revisão?) Objeções adicionais são que títulos em série geralmente fornecem considerável redundância; a primeira parte (antes do número romano) é usualmente tão geral, que não é útil, e os resultados, quando os serviços secundários usam um índice KWIC, ficam quase inteligíveis, tornando impossível reconstruir tais títulos duplos. (Títulos colocados como questões também se tornam inteligíveis e, em meu ponto de vista, títulos interrogativos não devem ser usados).

Títulos vinculados (assim como um título em série, exceto aquele onde dois pontos substituem o número romano) é consideravelmente melhor, evitando alguns dos problemas mencionados acima, mas não, certamente, a peculiaridade que resulta da indexação KWIC. Infelizmente, um periódico científico conceituado, Science, é o proponente do título vinculado, presumivelmente por considerar importante obter as palavras mais importantes do título na frente. (Exemplo: "A estrutura do canal de Potássio: Base molecular do transporte e seletividade de K+- Science 280:69, 1998). Ocasionalmente, títulos vinculados podem ser um acréscimo para o leitor, mas em minha opinião, eles parecem pedantes, geralmente colocam a ênfase num termo geral, em vez de em um termo mais significante, necessitam de pontuação, índices escalonados e, em geral, resultam em títulos pobres.

O uso de um título direto não torna menor a necessidade da sintaxe própria ou a forma própria de cada palavra no título. Por exemplo, um título em que se lê "Novo padrão de cor para a Biologia" parece indicar o desenvolvi-

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mento de especificações de cor para uso em descrever espécimes de plantas e animais. Entretanto, no título "Novo padrão de cor para Biólogos (BioScience 27:762, 1977), o novo padrão pode ser usado para estudo da taxonomia de biólogos, permitindo-nos separar os biólogos verdes dos azuis.

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CAPÍTULO 5

Como Listar Autores e Endereços

(início de epígrafe) Alguns deveriam defender o ponto de vista de que pesquisadores devem ter responsabilidade pelos artigos em que constam seu nome. O chefe de um laboratório que coloca o nome de alguém num artigo, sem que este tenha tido envolvimento ou supervisão direta sobre o mesmo, está incontestavelmente abusando do sistema de crédito. Houve ocasiões em que cientistas renomados puseram seu nome, de forma irresponsável, em um artigo que foi descartado por conter erros sérios ou fraudes. Corretamente, alguns deles pagaram um alto preço. (fim de epígrafe)

Editorial, Nature, p.831, 26 de junho de 1997

A ORDEM DOS NOMES"Se vocês tiverem co-autores, problemas com relação à autoria podem surgir, do

trivial ao catastrófico"(O'Connor, 1991).A parte mais fácil do preparo de um artigo científico é simplesmente o início da

seção de autoria: os autores e os endereços. Às vezes.Eu ainda não ouvi falar de uma dupla que lutou por causa da ordem de listagem

dos autores, mas eu sei de situações nas quais colegas razoáveis, racionais em outras situações, ficaram inimigos implacáveis somente porque eles não conseguiram chegar a um acordo quanto aos nomes de quem deveria ser colocados ou em que ordem.

Qual é a ordem correta? Infelizmente, não há regras comuns ou convenções aceitas de forma geral. Alguns autores, talvez para evitar discussões entre eles, concordam em listar seus nomes em ordem alfabética. No campo

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da Matemática, esta prática parece ser universal. Tal sistema simples, ordenado de forma não significante, tem muito a recomendá-lo, mas o sistema alfabético ainda não se tornou comum, especialmente nos Estados Unidos.

No passado, houve uma tendência a listar o chefe de laboratório como um autor, quer ele tenha participado ativamente na pesquisa ou não. Geralmente o "cabeça" era listado por último (segundo de dois autores, terceiro de três etc). Como resultado, a posição terminal passou a dar prestígio. Assim, dois autores, dos quais nenhum era chefe de laboratório ou necessariamente professor mais titulado, competiam pelo segundo lugar. Se havia três ou mais autores, o autor "importante" iria querer a primeira ou a última posição, mas nunca a do meio.

Uma tendência conciliadora e mais moderna tem sido definir o primeiro autor como o autor principal e pai original do trabalho que está sendo relatado. Mesmo quando o primeiro autor é um estudante de pós-graduação e o segundo (terceiro, quarto) autor é o chefe do laboratório, talvez até um ganhador do Prêmio Nobel, hoje é aceita a forma que se refere ao primeiro autor como o "autor principal" e que assume que ele ou ela fez a maior parte da pesquisa.

A tendência dos diretores de laboratório em insistir em ter seus próprios nomes em todos os artigos publicados a partir de seus laboratórios ainda é de nosso convívio. Também é o caso da tendência de usar a abordagem "lista de lavanderia", nomeando

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como autor praticamente todo mundo do laboratório, incluindo técnicos que devem ter limpo a vidraria depois que os experimentos acabaram. Além disso, a tendência de realizar pesquisa em colaboração está seguramente aumentando. Assim, o número médio de autores está em crescimento.

DEFINIÇÃO DE AUTORIATalvez possamos agora definir a autoria, considerando que a lista de autores

inclui aqueles, e apenas aqueles, que ativamente contribuíram para o planejamento total e execução dos experimentos. Além do mais, os autores deveriam ser normalmente listados em ordem de importância para os experimentos, o primeiro autor sendo conhecido como autor principal, o segundo autor sendo o associado mais importante, o terceiro autor possivelmente sendo equivalente ao segundo, mas tendo, supostamente, menos envolvimento com o trabalho relatado. Colegas ou supervisores não devem solicitar que seus nomes estejam nos manuscritos nem permitir que seus nomes sejam postos em manuscritos que relatam pesquisa com as quais eles mesmos não tenham

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estado intimamente envolvidos. O autor de um artigo deve ser definido como aquele que assume a responsabilidade intelectual pela pesquisa que está sendo relatada, Entretanto, esta definição deve ser atenuada pela consciência de que a Ciência moderna, em muitos campos, é colaborativa e multidisciplinar. Pode ser fora da realidade assumir que todos os autores possam defendei' Iodos os aspectos de um artigo escrito por colaboradores de uma variedade de disciplinas. Mesmo assim, cada autor deve ter completa responsabilidade por sua escolha de parceiros.

Admitamos, a resolução desta questão não é sempre fácil. É geralmente incrivelmente difícil analisar a contribuição intelectual em um artigo. Certamente, aqueles que trabalharam juntos intensivamente por meses ou anos, em um problema de pesquisa, podem ter dificuldade em lembrar quem fez a concepção original da pesquisa ou qual idéia brilhante foi a chave do sucesso do experimento. O que estes colegas fazem quando, de repente, tudo fica claro, como resultado da busca pelo tradicional "gaiato do laboratório ao lado" que nunca teve nada a ver com a pesquisa?

Cada autor listado deve ter feito uma contribuição importante ao estudo que está sendo relatado; "importante", no que se refere àqueles aspectos do estudo que produzem informação nova, o conceito que define um artigo original.

A seqüência de autores em um artigo publicado deve ser decidida, unanimemente, antes que a pesquisa comece. Uma mudança pode ser necessária posteriormente, dependendo do rumo que a pesquisa tome, mas é tolo deixar esta importante questão de autoria para ser verificada no final do processo de pesquisa.

Ocasionalmente, eu vi 10 ou mais autores listados no cabeçalho de um artigo (às vezes só uma nota). Por exemplo, um artigo de F. Bulos et al. (Phys. Rev. Letters 73:486, 1964) tinha 27 autores e somente 12 parágrafos. Tais artigos freqüentemente vêm de um laboratório que é tão pequeno que 10 pessoas não podem ficar dentro do laboratório, ao mesmo tempo; deixar o outro sozinho é uma contribuição significante ao experimento.

O que conta na tendência a listar um grande número de autores? Deve haver várias razões, mas a principal, sem dúvida, relaciona-se à síndrome de publicar ou morrer Alguns pesquisadores adulam ou bajulam seus colegas tão efetivamente que- eles se tornam autores da maioria ou de todos os artigos que são produzidos em seu laboratório. Sua produtividade em pesquisa deve ser, de fato escassa, mas no final do ano, sua lista de publicações é realmente extensa. Em algumas instituições, tais listas inchadas podem resultar em promoção, Apesar disso, a prática não é recomendada. Talvez alguns administradores

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sejam leitos de bobo e vantagens momentâneas são ás vezes obtidas por esses folgados. Suponho, entretanto, que bons cientistas não permitem n diluição de seu próprio trabalho, adicionando o nome de outras pessoas pelas suas minúsculas contribuições, nem eles querem seus próprios nomes manchados pela adição dos nomes de todo um rebanho de pesos-leves.

Em resumo, o artigo científico deve listar como autores aqueles que contribuíram substancialmente para o trabalho. O efeito de diluição da abordagem multiautoral afeta os verdadeiros investigadores. (E, falando como um chefe de edição no passado, é importante acrescentar que esta prática repreensível leva a pesadelos bibliográficos para todos nós envolvidos com o uso e o controle da literatura científica). Uma discussão ampla foi publicada sobre "Diretrizes para autoria em artigos médicos", por Huth (1986).

DEFININDO A ORDEM: UM EXEMPLOTalvez, o seguinte exemplo auxilie no esclarecimento do nível de envolvimento

conceituai ou técnico que definirá a autoria.Suponha que o cientista A delineie uma série de experimentos que podem

resultar em um importante conhecimento novo e então o cientista A explica ao técnico B exatamente como realizar os experimentos. Se os experimentos dão certo e resultam em uma publicação, o cientista A será o único autor, mesmo que o técnico B tenha feito todo o trabalho. (Claro, a assistência do técnico B deve ser reconhecida nos Agradecimentos.)

Agora, suponhamos que os experimentos acima não tenham dado certo. O técnico B leva os resultados negativos ao cientista A e diz algo como, "Acredito que poderemos conseguir que esta maldita linhagem (de bactérias) cresça se mudarmos a temperatura de incubação de 24 para 37"C e se adicionarmos albumina sérica ao meio". O cientista A concorda com uma experimentação e os experimentos, desta vez, atingem os resultados esperados e surge uma publicação. Neste caso, o cientista A e o técnico B, nesta ordem, devem ser ambos listados como autores.

Tomemos este exemplo um passo depois. Suponha que os experimentos a 37°C e com albumina sérica funcionem, mas o cientista A perceba que há, agora, uma evidente contradição, isto é, o crescimento nestas condições sugere que o organismo testado é um patógeno, enquanto que a literatura precedente indicava que o organismo era não-patogênico. O cientista A. agora, pede ao cientista C, um especialista em microbiologia de patógenos, para testar este organismo quanto à sua patogenicidade. O cientista C realiza um teste rápido, injetando a substância-problema em um camundongo de labo-

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ratório, num procedimento padrão que qualquer médico microbiologista usaria e confirma a patogenicidade. Alguma sentenças importantes são então adicionadas ao manuscrito e o artigo é publicado. O cientista A e o técnico B são listados como autores; a assistência do cientista C é noticiada em Agradecimentos.

Suponhamos, entretanto, que o cientista C fique interessado nesta linhagem peculiar e prossiga, realizando uma série de experimentos bem planejados que levam à conclusão de que esta linhagem particular não é apenas patogênica para o camundongo, mas é a responsável por certas infecções humanas raras, cujas causas foram tão longamente procuradas. Assim, os dois novos conjuntos de dados são adicionados ao manuscrito e os Resultados e a Discussão são reescritos. O artigo é então publicado, listando o cientista A, o técnico B e o cientista C como autores. (Pode ocorrer de se listar o cientista C como segundo autor).

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FORMA PRÓPRIA E CONSISTENTEPara designar o nomes dos autores, a forma preferida é, normalmente, o primeiro

nome, inicial mediana e último nome. Se um autor usa apenas iniciais, o que se tornou uma tendência lamentável na Ciência, a literatura científica pode ficar confusa. Se há duas pessoas chamadas Jonatham B. Jones, os serviços de literatura podem provavelmente citá-los um em seguida do outro (pelos endereços). Se, entretanto dúzias de pessoas publicarem com o nome J.B. Jones, (especialmente se, por acaso, alguns deles usarem Jonathan B. Jones), os serviços de recuperação têm pouca possibilidade de manter as coisas claras e organizadas. Alguns cientistas resistem à tentativa de mudar seus nomes (depois do casamento, por questões religiosas ou por ordem judicial), sabendo que seus trabalhos de publicação serão separados.

Em vez do primeiro nome, inicial mediana e último nome, não seria melhor colocar o nome do meio inteiro? Não. Novamente, devemos ter em mente que a literatura de recuperação é um processo computadorizado (e que os computadores podem ser facilmente confundidos). Um autor com prenomes (por exemplo Robert Jones) poderia tentar colocar seu nome mediano, pensando que Robert Smith Jones é mais fácil de distinguir que Robert S. Jones. Entretanto, o nome duplo resultante é um problema. O computador deve indexar o autor como "Jones" ou como "Smith Jones"? Porque nomes duplos, com ou sem hífen, são comuns, especialmente na Inglaterra e na América Latina, este problema não é fácil para os computadores (ou para seus programadores).

Além do mais, muitos catálogos de bibliotecas e sistemas de recupera-

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ção de literatura computadorizados são baseados no princípio da truncagem. Assim, não é necessário entrar, como chave, com um longo título ou um nome completo: economiza-se tempo, encurtando (truncando) a entrada. Mas, se indicamos "Day, R. A", por exemplo, aparecerá na tela todas as Racheis Days, os Ralphs Days, os Raymonds Days etc, mas nenhum Robert A. Day. Portanto, o uso de iniciais, mais que os prenomes, podem causar problema.

Em geral, periódicos científicos não publicam graus ou títulos após os nomes dos autores. Todos nós sabemos o que quer dizer "B. S." (Bachelor of Science - Bacharel em Ciências), "M. S. "(Master of Science - Mestre em Ciências), "Ph. D." (Doctor of Philosophy - Doutor em Filosofia), "M. D. "(Doctor of Medicine - Doutor em Medicina) (* - Nota de rodapé). Entretanto, muitos periódicos médicos dão graus após os nomes. Os títulos também são freqüentemente listados em periódicos médicos, tanto depois dos nomes e graus ou em notas de rodapé na página frontal. Mesmo em periódicos médicos, entretanto, graus ou títulos (Dr., por exemplo) não são colocados nas Referências Bibliográficas. Os colaboradores devem consultar as "Instruções aos Autores" do periódico ou uma matéria recente relacionada ao uso preferencial.

Se um periódico permite tanto graus como títulos, talvez um pouco de propaganda deveria ser também recomendada, como sugerido pelo terrível Leo Rosten(1968):

Dr. Joseph Kipnis - Psiquiatra Dr. Eli Lowitz – ProctologistaEspecialistas em Loucos e Extremidades (** - Nota de rodapé)

Drs. M. J. Korblum e Albert Steinkoff,Obstetras com Serviço 24 Horas... Entregamos em casa.

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LISTANDO OS ENDEREÇOSAs regras para listar os endereços são simples, mas geralmente não obedecidas.

Como resultado disso, os autores não podem sempre ser encontrados pelos endereços. Com mais freqüência, entretanto, é o estilo do periódico que cria confusão, mais do que a não obediência às regras ou omissão do autor.

Com um autor, é dado um endereço (o nome e endereço do laboratório no qual o trabalho foi feito). Se, depois da publicação, o autor mudou-se para um

Notas de rodapé:* - NT: Aqui, o autor faz uma série de brincadeiras, dando significados diferentes a estas siglas consagradas, usando palavras que só têm sentido se colocadas na língua inglesa. ** - NT: Odds and Ends, em inglês.

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endereço diferente, o novo endereço deve ser indicado em uma nota de rodapé como "Endereço Atual".

Quando dois ou mais autores são listados, cada um em uma instituição diferente, os endereços devem ser listados na mesma ordem dos autores.

O problema mais crucial aparece quando um artigo é publicado por, digamos, três autores de duas instituições. Em tais situações, cada nome e endereço de autor deve ter o acréscimo de uma designação tal como os expoentes a, b ou c depois do nome do autor e antes (ou depois) do endereço apropriado.

Esta convenção é freqüentemente útil para os leitores que podem querer saber se R. Jones está em Yale ou em Harvard. A identificação clara dos autores e dos endereços é também de prima importância para vários dos serviços secundários. Para estes serviços funcionarem apropriadamente, eles necessitam saber se o artigo publicado por J. Jones é de autoria do J. Jones do Estado de Iowa ou pelo J. Jones da Cornell ou do J. Jones da Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Apenas quando os autores podem ser adequadamente identificados, suas publicações podem ser agrupadas em índices de citação.

PROPÓSITOSLembrem-se de que um endereço serve a dois propósitos. Ele serve para

identificar o autor; ele também fornece (ou deveria fornecer) o endereço postal do autor. O endereço postal é necessário por muitas razões, a mais comum é deixar claro a fonte de separatas. Embora isto não seja necessário, via de regra, ao fornecer as ruas dos endereços da maioria das instituições, é imprescindível, atualmente, fornecer o código postal.

Alguns periódicos usam asteriscos, notas de rodapé ou os Agradecimentos para indicar "a pessoa a quem perguntas relativas ao artigo devam ser endereçadas". Os autores deveriam estar atentos à orientação do periódico a este respeito e eles deveriam decidir previamente quem comprará e distribuirá as separatas e a partir de que endereço (uma vez que normalmente é a instituição que compra as separatas, não o indivíduo).

A não ser que um cientista deseje publicar anonimamente (ou o mais perto disso possível), um nome completo e um endereço completo devem ser considerados obrigatórios.

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CAPÍTULO 6

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Como Preparar o Resumo

(início de epígrafe) Tenho a forte impressão de que comunicação científica tem sido seriamente encoberta por resumos qualitativamente pobres, escritos em enigmáticos jargões do tipo mambo-jambo. (fim de epígrafe)

Sheila M. McNab

DEFINIÇÃOUm resumo deve ser visto como uma mini-versão do artigo. O Resumo deve

fornecer um breve sumário de cada uma das principais seções do artigo: Introdução, Materiais e Métodos, Resultados e Discussão. Como Houghton (1975) colocou, "Um resumo pode ser definido como o sumário da informação em um documento".

"Um resumo bem preparado permite aos leitores identificar o conteúdo básico de um documento de forma rápida e acurada, determinar sua relevância com relação a seu interesse e, assim, decidir se é necessário ler o documento em sua integridade" (American National Standards Institute, 1979b). O Resumo não deve exceder 250 palavras e deve ser destinado a definir claramente a que se refere o artigo. O Resumo deve ser redigido como um único parágrafo. (Alguns periódicos médicos agora redigem resumos "estruturados", constituídos de alguns parágrafos breves). Muitas pessoas lerão o Resumo, tanto nos periódicos originais quanto em Biological Abstracts, Chemical Abstracts ou em uma das outras publicações secundárias (mesmo na edição de impressão ou em buscas "online", em computadores).

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O Resumo deve: (1) estabelecer os principais objetivos e o escopo da pesquisa, (2) descrever os métodos empregados, (3) resumir os resultados e (4) estabelecer as principais conclusões. A importância das conclusões é indicada pelo fato de que elas geralmente são escritas três vezes: primeiramente, no Resumo, novamente, na Introdução e, de novo, (com mais detalhes, provavelmente) na Discussão.

A maioria ou todos os Resumos deve ser escrita no tempo passado, porque refere-se ao trabalho feito.

O Resumo não deve nunca dar qualquer informação ou conclusão que não esteja colocada no artigo. Referências à literatura não devem ser citadas no Resumo (exceto em raras situações, como uma modificação de um método previamente publicado).

TIPOS DE RESUMOAs regras acima aplicam-se aos resumos usados em periódicos de originais e, em

geral, sem alterações, nos serviços secundários (Chemical Abstracts, etc). Este tipo de resumo é freqüentemente conhecido como resumo informativo e é planejado para condensar o artigo. Ele pode e deve estabelecer de forma breve o problema, o método usado para estudar o problema e os principais dados e conclusões. Muitas vezes, o resumo suplanta a necessidade de ler todo o artigo; sem tais resumos, os cientistas não seriam capazes de manter-se em áreas de pesquisa que evoluem rapidamente. Este é o tipo de resumo que é usado como um "cabeçalho", na maioria dos periódicos.

Um outro tipo comum de resumo é o resumo indicativo (algumas vezes chamado de resumo descritivo). Este tipo de resumo é feito para indicar os assuntos contidos em um artigo, tornando mais fácil, para o leitor em potencial, decidir se lê o artigo. Entretanto, por causa de sua natureza mais descritiva do que conteudista, ele raramente serve como um substituto para o artigo completo. Assim, resumos indicativos não devem ser usados como resumos de cabeçalho em artigos de pesquisa, mas eles podem ser usados em

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outros tipos de publicações (artigos de revisão, relatórios de encontros, literatura de relatórios governamentais etc); tais resumos indicativos são freqüentemente de grande valor para arquivos de referências bibliográficas.

Uma discussão efetiva sobre os vários usos e tipos de resumo foi feita por McGirr (1973), cujas conclusões valem a pena ser repetidas: "Quando se escreve o resumo, lembrem-se de que ele será publicado por si só e deve ter conteúdo em si próprio. Isto quer dizer que ele não deve conter nem bibliografia, nem figura ou referências... A linguagem deve ser familiar ao leitor em

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potencial. Omita abreviações obscuras e siglas. Escreva o artigo antes de escrever o resumo, sempre que for possível".

A não ser que um termo longo seja usado várias vezes no resumo, não abreviem termos. Esperem e introduzam a abreviação apropriada, quando for usada a primeira vez no texto (provavelmente na Introdução).

ECONOMIA DE PALAVRASOcasionalmente, um cientista omite algo importante no Resumo. Geralmente, a

falha mais comum, entretanto, é a inclusão de detalhes estranhos.Eu uma vez ouvi falar de um cientista que teve uma teoria terrivelmente

complicada sobre a relação entre matéria e energia. Então, ele escreveu um artigo terrivelmente complicado. Entretanto, o cientista, conhecendo as limitações dos editores, percebeu que o Resumo de seu artigo deveria ser pequeno e simples, já que era para o artigo ser julgado aceitável. Então, ele gastou horas e horas afiando seu Resumo. Ele eliminou palavra após palavra até, que, finalmente, todos a verborréia fosse eliminada. O que ele deixou foi o Resumo mais curto jamais escrito: "E = mc ao quadrado”.

Hoje, muitos periódicos imprimem um Resumo de cabeçalho com cada artigo. Ele é geralmente impresso (e deveria ser feito) como um parágrafo simples. Pelo fato do Resumo preceder o artigo em si e porque os editores e revisores gostam de um pouco de orientação, o Resumo é quase universalmente a primeira parte do manuscrito lido durante o processo de revisão. Por isso, é de fundamental importância que o Resumo deva ser escrito de forma clara e simples. Se vocês não conseguirem atrair o interesse do revisor em seu Resumo, sua causa pode estar perdida. Muito freqüentemente, o revisor pode estar perigosamente perto de um julgamento final de seu manuscrito depois de ler apenas o Resumo. Isto poderia acontecer, porque o revisor teve a atenção pouco atraída (geralmente é o caso). Entretanto, se, por definição, o Resumo for simplesmente uma pequena versão de todo o artigo, é lógico que o revisor atingirá com ele, geralmente, uma conclusão preliminar e esta conclusão estará próxima de ser a correta. Com freqüência, um bom Resumo é seguido por um bom artigo; um Resumo pobre é anunciador do que está por vir.

Pelo fato de um Resumo de cabeçalho ser solicitado pela maioria dos periódicos e porque um Resumo para reuniões é um requisito para participação em inúmeros grandes encontros nacionais e internacionais (participação, às vezes, determinada com base no resumo apresentado), os cientistas deveriam assenhorar-se dos fundamentos da preparação de um Resumo.

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Quando escreverem o Resumo, examinem cada palavra cuidadosamente. Se vocês puderem contar suas histórias em 100 palavras, não usem 200. Econômica e cientificamente, não tem sentido desperdiçar palavras. O conjunto total da comunicação

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pode conter somente muito abuso verbal. De maior importância para vocês é o uso da clareza, palavras significantes impressionarão os editores e revisores (para não mencionar os leitores), enquanto que o uso de construções verbosas, confusas, provavelmente tende a ser rejeitado durante a revisão.

Em curso sobre redação científica, eu às vezes conto uma história para colocar a essência de uma boa redação do Resumo. Eu peço a meus alunos para retirar somente os pontos "chaves" na história, o que, claro, é a chave para escrever um bom resumo.

A história é a seguinte: uma noite, uma orquestra sinfônica foi escalada para tocar a famosa Nona Sinfonia de Beethoven. Antes da apresentação, os músicos que tocam a viola medieval estavam batendo papo entre eles e um dos músicos lembrou aos outros que havia um longo intervalo, para os que tocam viola medieval, na parte final da Nona de Beethoven. Um deles disse: "Hoje à noite, em vez de ficarmos sentados no palco, olhando sem falar nada lodo o tempo, por que não rastejamos pelo palco, saímos pela porta traseira, vamos ao bar do outro lado da rua e relaxamos um pouco? Todos concordaram. Aquela noite, quando o "tal intervalo" chegou, eles realmente rastejaram pelo palco, foram ao bar e voltaram depois de dois uísques duplos cada. Um músico disse, "Bem, chegamos em tempo para o final". Em seguida, um outro músico replicou: "Não se preocupe. Depois que decidimos fazer isto, eu fui ao estrado do maestro e, no ponto onde estão as nossas partes finais, eu dei várias voltas de barbante em torno de sua partitura. Isto fará com que ele leve alguns minutos para desatar aqueles nós. Vamos tomar outra". E eles foram.

Neste momento, eu disse aos estudantes, "Agora, esta história chegou a um ponto muito dramático. Se vocês retirarem o essencial, como deveriam fazer num bom resumo, aqui está o que vão obter: É o final da Nona, a partitura está atada e os músicos estão chumbados".

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CAPÍTULO 7

Como Escrever a Introdução

(início de epígrafe) Um mal começo faz um mal final. (fim de epígrafe)Eurípedes

REGRAS SUGERIDAS

Agora que temos as questões preliminares fora do caminho, chegamos ao artigo em si. Devo mencionar que alguns escritores experimentados preparam seu título e seu Resumo depois que o artigo foi escrito, embora, pela localização, estes elementos venham antes. Vocês devem, entretanto, ler em mente (se não por escrito) um título provisório e um esboço do artigo que vocês se propõem a escrever. Vocês devem também considerar o nível dos leitores para o qual estão escrevendo, de forma que vocês tenham uma base para determinar que termos e procedimentos precisam de definição ou descrição e quais não. Se vocês não tiverem um objetivo claro, poderão atirar para todo lado.

É uma boa orientação começar a escrever o artigo enquanto o trabalho ainda estiver em andamento. Isto torna a redação do mesmo mais fácil, porque tudo está fresco em suas mentes. Além do mais, o processo de escrita, em si, aponta as inconsistências nos resultados ou talvez sugira interessantes linhas paralelas que possam ser seguidas. Então, comecem a escrever enquanto o aparato experimental e os materiais ainda estão disponíveis. Se vocês tiverem co-autores, é conveniente escrever o trabalho enquanto

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eles estão ainda disponíveis para consulta.A primeira seção do próprio texto, claro, é a Introdução. O propósito da Introdução

deve ser suprir informação básica suficiente para permitir ao leitor

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compreende e avaliar os resultados do presente estudo, sem necessidade de referir-se a publicações prévias sobre o tópico. A Introdução deve também estabelecer a relevância do presente estudo. Acima de tudo, vocês devem deixar claro, de forma breve e clara, o propósito de escrever este artigo. Escolham cuidadosamente as referências bibliográficas, a fim de fornecerem a informação prévia mais importante. A maior parte da Introdução deve ser escrita no tempo presente, porque vocês estão se referindo principalmente ao seu problema e ao conhecimento estabelecido antes do início de seu trabalho, que com ele se relaciona.

As regras sugeridas para uma boa Introdução são as seguintes: (1) A Introdução deve ter presente, em primeiro lugar, com a maior clareza possível, a natureza do assunto que o problema investiga. (2) Ela deve rever a literatura necessária para a orientação do leitor. (3) Ela deve estabelecer o método de investigação. Se necessário, as razões para a escolha de um método em particular devem ser acrescentadas. (4) Devem-se estabelecer os principais resultados da investigação. (5) Ela deve conter a(s) principal(is) conclusão(ões) sugeridas pelos resultados. Não deixem o leitor em suspense; permitam-lhe seguir o desenvolvimento da evidência. Um final surpresa, do tipo dos de O. Henry, pode resultar em boa literatura, mas ele dificilmente atinge os moldes do método científico.

Permitam-me estender-me no último ponto. Muitos autores, especialmente os iniciantes, cometem o erro (e é um erro) de esconder suas descobertas mais importantes até o final do artigo. Em casos extremos, os autores omitem, às vezes, importantes descobertas no Resumo, presumivelmente na esperança de fazer suspense enquanto prosseguem para um clímax bem concebido e dramático. Entretanto, este é uma pegadinha tola que, entre os cientistas experimentados, vale como um duplo negativo numa gincana de gramática. Basicamente, o problema com os finais surpresas é que os leitores ficam entediados e param de ler antes de chegar ao ponto crucial. "Ler um artigo científico não é a mesma coisa que ler uma história de investigação policial. Queremos saber, desde o começo, que o mordomo é o culpado" (Ratnoíf, 1981).

RAZÕES PARA AS REGRASAs primeiras três regras para uma boa Introdução não precisam de maior

ampliação, sendo razoavelmente bem aceitas pela maioria dos escritores-cientistas, mesmo os iniciantes. E importante manter em mente, entretanto, que o propósito da Introdução é introduzir (o artigo). Assim, a primeira re-

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gra (definição do problema) é a mais importante. E, obviamente, se o problema não é colocado de uma forma razoável, inteligível, os leitores não terão interesse em nossas soluções. Mesmo que o leitor trabalhe com todo o artigo, o que não parece provável, se vocês não apresentarem o problema de uma forma significante, ele ou ela não ficarão impressionados com o brilhantismo de suas soluções. Em um certo sentido, um artigo científico é como outros tipos de jornalismo. Na Introdução, vocês devem ter um certo "gancho" para ganhar a atenção dos leitores. Por que escolheram aquele assunto e por que ele é importante!

As segunda e terceira regras reportam-se à primeira. A revisão da literatura e

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escolha de um método devem ser apresentadas de tal forma que o leitor irá entender qual era o problema e como vocês tentaram solucioná-lo.

Estas três regras, então, naturalmente levam à quarta, a colocação dos principais resultados e conclusões, que devem ser a pedra fundamental da Introdução. Este caminho do problema para a solução é tão importante que um pouco de redundância com o Resumo é geralmente desejável.

CITAÇÕES E ABREVIAÇÕESSe vocês já publicaram uma nota preliminar ou resumo do trabalho, devem

mencioná-lo (com citação) na Introdução. Se artigos muito relacionados foram ou estão para serem publicados em outro lugar, vocês devem dizê-lo na Introdução, costumeiramente no ou próximo ao final. Tais referências dão clareza e nitidez à literatura para aqueles que precisam encontrá-la.

Em adição às regras acima, não esqueçam que seus artigos podem bem ser lidos por pessoas fora de suas especialidades restritas. Além do mais, a Introdução é o local apropriado para definir termos especializados ou abreviações que vocês pretendem usar. Deixem-me colocar isto no contexto, citando uma sentença de uma carta de reclamação que eu uma vez recebi. A reclamação referia-se a um anúncio que havia aparecido no Journal of Virology durante minha gestão como Editor-chefe. A seção de avisos anunciou uma vaga para um virologista no National Institute of Health (NIH) e concluiu com a afirmação "Um empregador imparcial, M&F". A carta sugeriu que "a designação 'M&F' poderia ser que o NHI é muscular e aparelhado (fit), musical e flatulento, hermafrodita (masculino e feminino) ou deseja um candidato maduro (mature applicant) em seus cinqüenta anos (fifties)".

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CAPÍTULO 8

Como Escrever a Seção de Materiais e Métodos

(início de epígrafe) A maior invenção do século dezenove foi a invenção do método de invenção. (fim de epígrafe)

A. N. Whitehead

PROPÓSITO DA SEÇÃONa primeira parte do artigo, a Introdução, vocês estabeleceram (ou deveriam tê-lo

feito) a metodologia empregada no estudo. Se necessário, também defenderam a razão de terem escolhido um método em particular em detrimento de outros métodos pertinentes.

Agora, em Materiais e Métodos, vocês devem dar todos os detalhes. A maior parte desta seção deve ser escrita no tempo passado. A principal finalidade da seção de Materiais e Métodos é descrever (e, se for necessário, defender) o delineamento experimental e então fornecer detalhes suficientes, de forma que um pesquisador competente possa repetir o experimento. Muitos (provavelmente a maioria) dos leitores de seus artigos pularão esta seção, porque eles já conhecem (da Introdução) os métodos gerais que vocês usaram e eles provavelmente não têm interesse nos detalhes experimentais. Entretanto, uma redação cuidadosa desta seção é altamente importante, porque a pedra de toque do método científico é que seus resultados, para que tenham mérito científico, devam ser reproduzíveis; e, para que os resultados sejam julgados reproduzíveis, vocês elevem fornecer a base para a repetição dos experimentos por outrem. Que estes experimentos não serão provavelmente reproduzidos está fora de

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cogitação; o potencial para a reprodução

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dos mesmos ou de resultados similares deve existir ou seus artigos não representam boa ciência.

Quando seus artigos são sujeitos à revisão por especialistas, um bom revisor irá ler Materiais e Métodos cuidadosamente. Se há uma dúvida séria de que seus experimentos possam ser repetidos, o revisor recomendará uma rejeição de seus manuscritos, não importa quão assustadoramente inspirados sejam seus resultados.

MATERIAISComo materiais, incluam as especificações técnicas exatas e as quantidades e

fontes ou método de preparação. Algumas vezes, é até necessário listar as propriedades químicas e físicas pertinentes dos reagentes usados. Evitem o uso do nome das marcas; o emprego dos nomes genéricos ou químicos é usualmente preferível. Isso evita os obstáculos inerentes aos nomes patenteados. Além do mais, os nomes comuns são conhecidos em todo o mundo, enquanto os nomes patenteados podem ser conhecidos somente no país de origem. Entretanto, se há diferenças conhecidas entre produtos patenteados e se essas diferenças podem ser críticas (como com certos meios de cultura microbiológicos), então o uso dos nomes patenteados, mais o nome do fabricante, é essencial. Quando nomes patenteados, que usualmente são registrados, são usados, eles devem constar com letras maiúsculas no início (Teflon, por exemplo) para distingui-los dos nomes genéricos. Normalmente, a descrição genérica deve imediatamente seguir-se ao nome patenteado, como em lenços faciais Kleenex.

Animais experimentais, plantas e microrganismos devem ser identificados acuradamente, usualmente pelo gênero, espécie e designações de linhagem. As fontes devem ser listadas e as características especiais (idade, sexo, tipo genético e estado fisiológico) descritas. Se um indivíduo humano for usado, o critério de seleção deve ser descrito e o documento de consentimento deve ser adicionado ao artigo, se pedido pelo periódico.

Por causa do valor de seus artigos (e de suas reputações) poder ser danificado se seus resultados não forem reproduzíveis, vocês devem descrever os materiais de pesquisa com grande cuidado. Estejam atentos às instruções aos autores do periódico ao qual vocês planejam enviar o manuscrito, porque importantes especificações são detalhadas lá. Abaixo está uma regra cuidadosa mente descrita, aplicável a linhagens de células (tirada das Informações aos Autores do In Vitro, um periódico da Associação de Cultura de Tecido):

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(início do trecho em destaque) Dados da linhagem celular: a fonte da célula utilizada, a espécie, o sexo, a linhagem (variedade), a raça, a idade do doador, se primária ou estabelecida, devem ser claramente indicados. O nome do fornecedor, a cidade e a abreviação do estado devem ser colocados entre parênteses, quando citados pela primeira vez. testes específicos usados para verificação da origem pretendida, características dos doadores e detecção para a presença de agentes microbianos deve ser identificada. Devem ser realizados testes específicos, com relação à presença de contaminação micoplasmática, em substratos da cultura celular, usando tanto uma cultura direta em agar como uma coloração indireta ou procedimentos bioquímicos. Uma breve descrição ou urna citação bibliográfica apropriada do procedimento usado devem ser incluídos. Se estes testes não foram feitos, este fato deve ser claramente colocado na

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seção de Materiais e Métodos. Outros dados relacionados sobre marcadores biológicos, bioquímicos e/ou imunológicos específicos devem ser incluídos, se possível. (fim do trecho em destaque)

MÉTODOSPara métodos, a ordem usual de apresentação é a cronológica. Obviamente,

entretanto, métodos relacionados devem ser descritos juntos e a ordem cronológica estrita não pode ser seguida sempre. Por exemplo, mesmo se um determinado experimento não foi feito antes de um certo tempo, na pesquisa, o método deste experimento deve ser descrito junto com os demais métodos experimentais, não isoladamente numa parte posterior de Materiais e Métodos.

SUBTÍTULOS

A seção de Materiais e Métodos usualmente tem subtítulos (veja Cap. 16, para a discussão de como e quando subtitular). Quando possível, construam subtítulos que "se casem" com aqueles a serem usados em Resultados. A redação das duas seções será mais fácil se vocês esforçarem-se por obter consistência interna, e o leitor será capaz de encontrar rapidamente a relação de uma metodologia particular com os Resultados relatados.

MEDIDAS E ANÁLISESSejam precisos. Métodos são semelhantes a receitas de um livro de culinária. Se

uma mistura de reação for aquecida, dê a temperatura. Questões como "de que. forma" e "quanto" deverão ser precisamente respondidas pelo autor e não serem deixadas para o revisor ou o leitor montarem o quebra-cabeça.

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Freqüentemente são necessárias análises estatísticas, mas vocês devem apresentar e discutir os dados, não as estatísticas. Geralmente, uma longa descrição dos métodos estatísticos indica que o escritor adquiriu recentemente esta informação e acredita que os leitores necessitam de explicações semelhantes. Métodos estatísticos comuns devem ser usados sem comentários; métodos avançados ou incomuns podem necessitar de uma referência bibliográfica.

E, novamente, cuidado com sua sintaxe. Um manuscrito recente descreveu o que se poderia chamar de um método de desaparecimento. O autor colocou, "A radiatividade na região do RNAT foi determinada pelo método "do ácido tricloroacético solúvel de Britten et al.". E, então, há o método doloroso: "Depois de ficar em água fervente por uma hora, examine o frasco."

NECESSIDADE DE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASAo descrever os métodos de investigação, vocês devem dar detalhes suficientes,

de forma que um pesquisador competente possa repetir os experimentos. Se seu método é novo (não publicado), devem providenciar todo o detalhe necessário. Entretanto, se um método foi previamente publicado em um periódico padrão, somente a referência bibliográfica deve ser dada. Recomendo, entretanto a mais completa descrição do método ser a única publicação prévia foi, digamos, no South Tasmanian Journal of Nervous Diseases of de Gnat (Jornal da Tasmânia do Sul de Doenças Nervosas do Mosquito).

Se vários métodos alternativos são comumente empregados, é útil identificar brevemente os métodos usados por vocês, assim como citar a referência bibliográfica. Por exemplo, é melhor colocar "as células foram quebradas por tratamento ultrassônico,

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como previamente descrito (9)" do que colocar "as células foram quebradas como previamente descrito (9)".

TABELAS COM MATERIAISQuando um grande número de linhagens de micróbios ou mutantes é usado no

estudo, prepare uma tabela com as linhagens, identificando a fonte e o proprietário dos mutantes, bacteriófagos, plasmídeos, etc. As propriedades de um número de compostos químicos pode também ser apresentado na forma de tabela, geralmente em benefício tanto do autor quanto do leitor.

Um método, uma linhagem, etc, usados somente em um dos vários experimentos relatados no artigo, devem ser descritos na seção de Resultados ou,

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em forma bem breve, podem ser incluídos no rodapé de uma tabela ou na legenda de uma figura.

FORMA CORRETA E GRAMÁTICANão cometam o erro comum de misturar alguns dos resultados nessa seção. Há

apenas uma regra para redação correta da seção de Materiais e Métodos: deve ser dada informação suficiente de forma que os experimentos possam ser reproduzidos por um especialista competente.

Um bom teste, a propósito, (e um boa forma de evitar rejeição de seus manuscritos), é darem uma cópia de seus manuscritos acabados para um colega e perguntarem se ele ou ela consegue seguir a metodologia. É bastante provável que, lendo os seus Materiais e Métodos, seus colegas percebam um erro berrante que vocês simplesmente deixaram passar, porque estão muito próximos ao trabalho. Por exemplo, vocês podem ter descrito, com infinito cuidado, seu aparelho de destilação, procedimento, produtos e, inadvertidamente, esquecido de definir o material inicial ou de colocar a temperatura de destilação.

Erros de gramática e pontuação não são sempre sérios; o significado dos conceitos gerais, como expresso na Introdução e Discussão podem geralmente sobreviver a um pouco de mutilação lingüística. Em Materiais e Métodos, entretanto, itens exatos e específicos estão envolvidos e o uso preciso da língua é uma necessidade. Mesmo a falta de uma vírgula pode causar uma devastação, como nesta sentença: "Placas de agar de sangue de coelho, de carneiro e humano empregando um arame de platina reto, foram inoculadas...". Esta sentença começou apresentando problemas ao usar o termo "empregando", porque a palavra é dúbia. A compreensão não teria sido totalmente jogada pela janela, entretanto, se o autor não esquecesse de colocar a vírgula depois de humano.

Porque a seção de Materiais e Métodos usualmente dá informações pequenas e discretas, a redação, às vezes, torna-se hermética; detalhes essenciais à compreensão podem então ser omitidos. O erro mais comum é colocar a ação sem nomear o agente da ação. Na sentença "Para determinar seu i oriente respiratório, o organismo era...", o único agente nomeado da ação é "o organismo" e , não sei porque, eu duvido que o organismo fosse capaz de fazer tal determinação. Aqui está uma sentença similar: "Tendo completado n estudo, as bactérias não eram de posterior interesse". Novamente, eu duvido que as bactérias "completaram o estudo"; se elas o fizeram, a falta de posterior interesse" era certamente um ato de ingratidão.

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Amostras de sangue foram tomadas de 48 pacientes que concordaram por escrito... os sujeitos variando em idade de 6 meses a 22 anos (Pediatr. Res. 6: 26, 1972). Não há problema gramatical com esta sentença, mas a redação hermética deixa o leitor desejando apenas saber como crianças de seis meses de idade deram seu consentimento por escrito.

E, claro, sempre olhe para erros de ortografia, tanto nos manuscritos como nas provas.

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CAPÍTULO 9

Como Escrever os Resultados

(início de epígrafe) Resultados! Porque, homem, eu consegui uma porção de resultados. Eu sei vários milhares de coisas que não funcionam. (fim de epígrafe)

Thomas A. Edison

CONTEÚDO DOS RESULTADOS

Agora, então, chegamos ao coração do artigo, os dados. Esta parte do artigo á chamada de seção de Resultados.

Ao contrário do que popularmente se acredita, vocês não devem iniciar a seção de Resultados, descrevendo métodos que inadvertidamente omitiram na seção de Materiais e Métodos.

Há geralmente dois ingredientes na seção de Resultados. Em primeiro lugar, vocês devem dar algum tipo de descrição geral dos experimentos, fornecendo o "quadro geral", sem, entretanto, repetir os detalhes experimentais previamente descritos em Materiais e Métodos. Em segundo lugar, devem apresentar os resultados. Seus resultados devem ser apresentados no tempo passado (veja "Tempo na redação Científica", no Cap. 32).

Obviamente, não é tão simples. Como vocês devem apresentar os resultados? Uma simples transferência de dados do caderno de anotações do laboratório para o manuscrito raramente funcionará.

Mais importante, no manuscrito vocês deverão apresentar dados significativos cm vez de dados indefinidamente repetitivos. O fato de terem realizado o mesmo experimento 100 vezes, sem divergência significante nos resultados, pode ser de considerável interesse para seu orientador, mas os edi-

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tores, para não mencionar os leitores, preferem um pouco mais de digestão prévia. Aaronson (1977) disse isso de outra forma: "A compulsão de incluir tudo, não deixando nada de fora, não prova que se tenha informação ilimitada; prova que se teve falta de discriminação". Exatamente o mesmo conceito, e ele é importante, foi estabelecido há quase um século atrás por John Wesley Powell, um geólogo que foi Presidente da Associação Americana para o Progresso da Ciência, em 1888. Nas palavras de Powell: "O tolo coleta os fatos; o homem sábio os seleciona."

COMO LIDAR COM OS NÚMEROSSe uma ou algumas determinações forem ser apresentadas, elas podem ser

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tratadas de forma descritiva, no texto. Determinações repetitivas devem ser fornecidas em tabelas ou gráficos.

Qualquer determinação, repetitiva ou de outro tipo, deve ser significante. Suponha que, num grupo particular de experimentos, um número de variáveis foram testadas (uma de cada vez, claro). Aquelas variáveis que afetam a reação tornam-se determinações ou dados e, se extensas, são tabuladas ou colocadas em gráfico. Aquelas variáveis que não parecem afetar a reação não precisam ser tabeladas ou apresentadas; entretanto, geralmente é importante definir mesmo os aspectos negativos de seus experimentos. Geralmente, é de bom alvitre deixar claro o que vocês não encontraram, nas condições de seus experimentos. Alguém outro, com certeza, pode encontrar resultados diferentes sob diferentes condições.

Se são usadas estatísticas para descrever os resultados, elas devem ser estatísticas significantes. Erwin Neter, o último editor chefe de Infection and Immunity, costumava contar uma história clássica para enfatizar este ponto. Ele referia-se a um artigo que supostamente lera: "33 1/3 % dos ratos usados neste experimento foram curados pela droga testada; 33 1/3 % da população testada não foi afetada pela droga e ficou agonizante; o terceiro camundongo sumiu".

A LUTA PELA CLAREZAOs resultados devem ser breves e atraentes, sem palavrório. Mitchell (1968),

disse que Einstein, teria dito: "Se vocês estiverem a fim de descrever a verdade, deixem a elegância para o alfaiate". Embora a seção de Resultados de um artigo é a parte mais importante, ela é geralmente a mais curta, particularmente

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se precedida de uma seção de Materiais e Métodos bem escrita e seguida de uma Discussão bem redigida.

Os Resultados precisam ser estabelecidos de forma clara e simples, porque são os Resultados que constituem o conhecimento novo que vocês estão fornecendo ao mundo. As primeiras partes do artigo (Introdução e Materiais e Métodos) têm como utilidade relatar porque e como vocês obtiveram os resultados; a última parte do artigo (Discussão) tem como finalidade dizer o que eles significam. Obviamente, entretanto, todo o artigo deve sustentar-se mi falir, com base nos Resultados. Assim, os Resultados devem ser apresentados com clareza cristalina.

EVITAR REDUNDÂNCIANão sejam culpados de redundância nos Resultados. A falha mais comum é a

repetição, em palavras, do que já está claro para o leitor, pelo exame das figuras e das tabelas. Pior ainda é a apresentação propriamente dita, no texto, de todos ou de muitos dos dados mostrados nas tabelas e figuras. Este erro grave é cometido com tal freqüência que eu o comento mais longamente, com exemplos, nos capítulos de como preparar as tabelas e as ilustrações (Caps. 13 e 14).

Não sejam prolixos ao citar as figuras e tabelas. Não digam "E claramente mostrado, na Tabela 1, que a nocilína inibe o crescimento de N. gonorrhoeae." Diga "Nocilina inibiu o crescimento de N. gonorrhoeae (Tabela 1)".

Alguns escritores vão muito longe em evitar verbosidade, entretanto. Tais escritores violam a regra dos antecedentes, a violação mais comum sendo o uso de artigos definidos ubíquos. Aqui está um iten retirado de um manuscrito médico: "A perna esquerda, às vezes, apresentou dormência e ela andou... Em seu segundo dia, a região do joelho estava melhor e no terceiro dia, esta havia desaparecido por completo. "A palavra esta, presumivelmente, refere-se à dormência, mas do jeito que está escrito, pode

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parecer que o antecedente para a palavra seja a região do joelho, mas eu acredito que a forma de colocar as palavras na segunda frase foi um caso de dormência (do autor).

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CAPÍTULO 10

Como Escrever a Discussão

(início de epígrafe) É um erro de nossos retóricos, que não se pode estabelecer firmemente um fato sem parecer desmentir algum outro.(fim de epígrafe)

Ralph Waldo Emerson

DISCUSSÃO E PALAVREADO

A Discussão é mais difícil de definir que as outras seções. Por isso, é usualmente a seção mais difícil de escrever. E, quer saibam disso ou não, muitos artigos são rejeitados pelos editores de periódicos, por causa de uma Discussão incompleta, mesmo que os dados do artigo possam ser tanto válidos como interessantes. Mais freqüentemente, o verdadeiro significado dos dados pode ficar completamente obscuro com a interpretação presente na Discussão, novamente resultando em rejeição.

Muitas, se não a maioria, das seções de Discussão são muito longas e prolixas. Como Doug Savile disse, "Ocasionalmente, eu reconheço o que eu chamo de técnica da lula: o autor tem dúvida acerca de seus fatos ou de suas explicações e esconde-se atrás de uma nuvem de tinta protetora" (Tableau, setembro 1972).

Algumas seções de Discussão lembra-nos o diplomata descrito por Allen Drary no Advise and Consent (Doubleday & Co., Garden City, NY, 1959, p.47), que caracteristicamente deu "respostas que ficaram cada vez mais intrincadas, enroscadas nos interstícios da língua inglesa, até que elas finalmente foram tremeluzentemente desaparecendo, todas juntas, e nada mais restando que uma expressa confusão e um sorriso polido."

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COMPONENTES DA DISCUSSÃOQuais são os componentes essenciais de uma boa Discussão? Eu acredito que

os principais componentes serão fornecidos se forem mantidas as seguintes premissas:1. Tentem apresentar os princípios, as relações e as generalizações indicadas

pelos Resultados. Mantenham em mente que, numa boa Discussão, vocês discutem - não recapitulam - os Resultados.

2. Apontem qualquer exceção ou qualquer falta de correlação e definam pontos não estabelecidos. Nunca optem pela alternativa de alto risco de tentar esconder ou falsificar dados que não estão bastante estabelecidos.

3. Mostrem como seus resultados e interpretações concordam (ou contrastam) com trabalho publicado anteriormente.

4. Não sejam tímidos; discutam a implicação teórica de seu trabalho, assim como quaisquer aplicações práticas possíveis.

5. Estabeleçam suas conclusões tão claramente quanto possível.6. Resumam suas evidências para cada conclusão. Ou, como os cientistas mais

sábios e experientes lhes dirão, "Nunca assumam nada mais que 4% de hipoteca."

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RELAÇÕES FATUAISEm termos simples, o objetivo principal da Discussão é mostrar as relações entre

os fatos observados. Ao enfatizar este ponto, eu sempre conto a velha história acerca do biólogo que treinou uma pulga.

Depois de treinar a pulga por muitos meses, o biólogo foi capaz de obter respostas a certos comandos. O experimento mais gratificante foi aquele em que o professor gritava o comando "pule" e a pulga saltava para o ar, no momento em que o comando era dado.

O professor estava por submeter este memorável feito à posteridade por meio de um periódico científico, mas ele - à maneira de um verdadeiro cientista - decidiu levar mais longe seus experimentos. Ele tentou determinar a localização do órgão receptor envolvido. Em um experimento, ele removeu as pernas da pulga, uma de cada vez. A pulga amavelmente continuou a pular sob o comando, mas a cada perna que era sucessivamente arrancada, seus pulos tornavam-se cada vez menos espetaculares. Finalmente, com a remoção de sua última perna, a pulga tornou-se imóvel. Vezes seguidas o comando não teve a resposta usual.

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O professor decidiu que finalmente poderia publicar suas descobertas. Ele colocou mãos à obra e descreveu meticulosamente os experimentos executados ao longo dos meses precedentes. Sua conclusão pretendia estarrecer o mundo científico: Quando as pernas da pulga são removidas, a pulga não pode mais ouvir

Claude Bishop, o decano dos editores canadenses, contou uma história similar. Uma professora de ciências montou um experimento simples para mostrar para sua classe o perigo do álcool. Ela tomou dois copos, um contendo água e outro contendo gin. Nos dois, ela colocou uma minhoca. Na água, a minhoca nadou feliz. A minhoca, no gin, rapidamente morreu. "O que este experimento prova?", ela perguntou. O pequeno Joãozinho, do fundo, começou a falar: "Isto prova que se a gente tomar gin, a gente não tem vermes".

SIGNIFICÂNCIA DO ARTIGOMuito freqüentemente, a significância dos resultados não é discutida ou não é

discutida adequadamente. Se o leitor do artigo se pega perguntando "E daí?", depois de ler a Discussão, o que pode ter acontecido é que o autor ficou tão absorvido com as árvores (os dados) que realmente não percebeu quanto de sol apareceu na floresta.

A Discussão deve terminar com um breve resumo ou conclusão relacionados à significância do trabalho. Eu gosto da forma como Anderson e Thistle (1947) colocaram isso: "Finalmente, boa redação, como boa música, termina com um clímax. Muitos artigos perdem muito de seu efeito, porque o claro fluxo da discussão termina num delta pantanoso." Ou, nas palavras de T. S. Eliot, muitos trabalhos científicos terminam "não com um estampido, mas com um soluço."

DEFININDO VERDADE CIENTÍFICAAo mostrar as relações entre fatos observados, vocês não necessitam de

alcançar conclusões cósmicas. Às vezes, vocês serão capazes de esclarecer toda a verdade; mais freqüentemente, o melhor que podem obter é fazer brilhar um faixo de luz sobre uma parte da verdade. Suas próprias áreas da verdade podem ser esclarecidas por seus dados; se vocês extrapolarem para um quadro mais geral do que aquele abarcado por seus dados, podem parecer tolos a ponto de, mesmo com o apoio de seus dados, suas conclusões serem colocadas em dúvida.

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Um dos pensamentos mais significantes em poesia foi expresso por Sir Richard Burton em The Kasidah;

Toda Crença é falsa, toda Crença é verdadeira:A verdade é um espelho estilhaçado, espalhadoEm miríades de pequenos cacos; enquanto cada um acreditaSeu pequeno caco a totalidade possuir. (* - Nota de rodapé)

Assim, exibam seu pequeno caco do espelho ou façam brilhar um foco de luz em suas áreas da verdade. A "verdade total" é assunto que melhor seria deixar para os ignorantes, que proclamam suas descobertas em alta voz, todos os dias.

Quando vocês descreverem o significado de seus pequenos pedaços da verdade, façam-no de forma simples. As afirmações mais simples evocam maior sabedoria; a linguagem verbosa e palavras técnicas fantasiosas são empregadas para expressar pensamentos nebulosos.

Nota de rodapé:* - NT: Tradução livre. 411

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CAPÍTULO 11

Como Expressar os Agradecimentos

(início de epígrafe) A vida não é tão curta que não haja tempo suficiente para a cortesia. (fim de epígrafe)

Ralph Waldo Emerson

INGREDIENTES DOS AGRADECIMENTOS

O texto principal do artigo científico é usualmente seguido por duas seções adicionais, a saber, os Agradecimentos e as Referências Bibliográficas.

Como Agradecimentos, dois possíveis ingredientes requerem consideração.Primeiramente, vocês devem agradecer qualquer ajuda técnica significante que

receberam de qualquer pessoa, quer em seu laboratório, quer em outro local. Vocês devem também agradecer às fontes de equipamento especial, de culturas ou de outros materiais. Devem, por exemplo, dizer algo como "Devo agradecer a J. Jones pela assistência aos experimentos e a R. Smith pela valiosa discussão". (Claro, a maioria de nós que estivemos por aí algum tempo, reconhecemos que isto é simplesmente uma refinada forma dissimulada de admitir que Jones fez o trabalho e Smith explicou o que ele significa.)

Em segundo lugar, é costume colocar em Agradecimentos aqueles que se referem a qualquer assistência financeira externa, como patrocínios, contratos ou bolsas, que vocês devam mencionar. (Nos dias atuais, vocês devem disfarçadamente mencionar a falta de tais patrocínios, contratos ou bolsas.)

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SENDO CORTÊS

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O elemento importante nos Agradecimentos é simplesmente cortesia. Não há nada realmente científico sobre esta seção de um artigo científico. As mesmas regras que se aplicariam em qualquer outra área da vida civilizada devem ser aplicadas aqui. Se vocês pedirem emprestado um cortador de grama de um vizinho, vocês (eu espero) lembram-se de agradecer. Se seu vizinho lhes deu uma idéia realmente boa para ajardinar suas propriedades e vocês então a colocam em prática, vocês deveriam (eu espero) lembrar de dizer obrigado. E o mesmo em Ciência: se seu vizinho (seu colega) fornece idéias importantes, auxílio importante ou equipamentos importantes, vocês devem agradecer-lhe. E devem dizer obrigado por escrito, porque esta é a forma que a produção científica é apresentada a seu público.

Uma palavra de advertência é necessária. Geralmente, é conveniente mostrar a redação proposta para Agradecimentos à pessoa cuja ajuda vocês estão agradecendo. Ela pode pensar que seu agradecimento é insuficiente ou (pior), que ele é muito efusivo. Se vocês estiveram trabalhando tão de perto com um indivíduo, de quem usaram tanto os equipamentos como as idéias, esta pessoa é sobretudo um amigo e um colega valioso. Seria tolo arriscar, tanto sua amizade como as oportunidades de futuras colaborações, colocando, numa publicação aberta, uma palavra impensada que possa ser ofensiva. Um agradecimento impróprio pode ser pior que nenhum, afinal, e se vocês prezarem este conselho e a ajuda de seus amigos e colegas, deverão ser cuidadosos ao agradecer-lhes de uma forma que os agrade e não que os aborreça.

Além do mais, se seus agradecimentos relatam uma idéia, uma sugestão ou interpretação, sejam bem específicos a respeito disso. Se a colaboração de seus colegas for muito enfatizada, ele pode ser colocado na posição delicada e embaraçosa de ter que defender todo o artigo. Certamente, se seu colega não é um co-autor, vocês não devem fazê-lo parcialmente responsável pelas considerações básica tratadas em seus artigos. De fato, seu colega pode não concordar com alguns de seus pontos centrais e não é cientificamente correto nem ético para vocês expressarem os Agradecimentos de forma que denote endosso.

Eu gostaria que a palavra "gostaria" desaparecesse dos Agradecimentos. Gostaria é uma palavra perfeitamente boa, quando vocês querem dizer desejo, como em "Eu gostaria que tivesse sucesso". Entretanto, se disserem "Eu gostaria de agradecer a John Jones", vocês estão desperdiçando palavras. Vocês devem também estar introduzindo a implicação de que "Gostaria de poder agradecer a John Jorres por sua ajuda, mas ela não foi assim tão grande". "Agradeço a John Jones" é suficiente.

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CAPÍTULO 12

Como Citar as Referências Bibliográficas

(início de epígrafe) Manuscritos contendo inumeráveis referências são mais um sinal de insegurança do que uma marca de erudição. (fim de epígrfe)

William C. Roberts

REGRAS A SEGUIRHá duas regras a seguir na seção de Referências Bibliográficas, assim como na

seção de Agradecimentos.Primeiro, vocês devem listar somente referências publicadas significantes.

Referências a dados não publicados, resumos, teses e outros materiais secundários não devem tumultuar a seção de Referências Bibliográficas ou Literatura Citada. Se uma tal

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referência parece ser absolutamente essencial, podem adicioná-la entre parênteses ou como nota de rodapé, no texto. Um artigo que foi aceito para publicação pode ser listado na Literatura Citada, colocando o nome do periódico seguido de "no prelo" (in press).

Segundo, confira todas as partes de cada referência com o original da publicação, antes do manuscrito ser submetido e talvez, novamente no estágio de prova. Considere o que disse um livreiro de outrora: Há mais erros na seção de Referências Bibliográficas de um artigo que em qualquer outro lugar.

E não se esqueçam, como revisão final, assegurem-se que todas as referências citadas no texto estão, sem dúvida, listadas na Literatura Citada e que todas as referências listadas sob o nome Literatura Citada estejam realmente em algum lugar do texto.

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ESTILOS DE REFERÊNCIAS

Os periódicos variam consideravelmente em seus estilos de apresentar as referências bibliográficas. Uma pessoa examinou 52 periódicos científicos e encontrou 33 diferentes estilos de listar referências [M. O'Connor, Br. Med. J. 1 (6104);3I, 1978], Alguns periódicos imprimem o título dos artigos e alguns uno. Alguns insistem em incluir a paginação, enquanto outros colocam somente as primeiras paginas. O autor esperto escreve as referências bibliográficas (em fichas, geralmente) com toda a informação possível ou armazena toda a informação cm uni arquivo de computador. Então, ao preparar o manuscrito, tem toda a informação necessária. É fácil editar informação; é realmente trabalhoso campear 20 referências, ou mais ou menos isso, para adicionar títulos de artigos ou páginas finais, quando se é solicitado a fazer isso por um editor de periódico. Mesmo que vocês saibam que o periódico para o qual planejam enviar o manuscrito usa uma forma breve (sem os títulos dos artigos, por exemplo), devem ainda ser espertos e colocar suas listas de referências bibliográficas na forma completa. Esta é uma boa prática, porque: (1) o periódico que vocês selecionaram pode rejeitar seus manuscritos, resultando em suas decisões de submetê-los a outro periódico, talvez um que exija mais e (2) é mais do que provável que vocês usem algumas destas referências novamente, em outros artigos de pesquisa, em artigos de revisão (e a maioria dos periódicos de revisão exigem as referências completas) ou em livros. Quando vocês enviarem um manuscrito para publicação, assegurem-se de que as referências bibliográficas estão apresentadas de acordo com as Instruções aos Autores. Se as referências bibliográficas estão radicalmente diferentes, o editor e os revisores podem assumir que isto é um motivo para a rejeição prévia ou, na melhor das hipóteses, uma evidência óbvia de falta de cuidado.

Embora haja quase uma variedade infinita de estilos de referências bibliográficas, a maioria dos periódicos cita as referências em uma de três formas genéricas que podem ser referidas como: "nome e ano", "número de acordo com a ordem alfabética" e "ordem de citação".

SISTEMA DE NOME E ANOO sistema de nome e ano (geralmente referido como o sistema de Harvard) foi

muito popular por muitos anos e é usado por muitos periódicos e livros (como este aqui). Sua maior vantagem é a conveniência para o autor. Pelo fato das referências bibliográficas não serem numeradas, as referências podem ser colocadas ou retiradas facilmente. Não importa quantas vezes a lista de referencia seja modificada, "Smilh e Jones"( 1998) continua exatamente assim. Se

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houver duas ou mais referências "Smith e .Jones" (1998), o problema é facilmente resolvido, colocando o primeiro como "Smith e Jones"(1998a), o segundo como "Smith e Jones"(1998b), etc. As desvantagens do sistema de nome e ano relacionam-se com os leitores e publicadores. A desvantagem para o leitor ocorre quando (geralmente na Introdução) um grande número de referências precisam ser citadas em uma sentença ou parágrafo. Às vezes, o leitor tem que pular várias linhas de referências entre parênteses para retomar o texto. Mesmo duas ou três referências, citadas juntas, podem distrair o leitor. A desvantagem para o publicador é óbvia: aumenta o preço. Quando "Smith, Jones e Higginbotham (1998) pode ser convertido em "(7)", os custos da composição e da impressão podem ser reduzidos.

Pelo fato de alguns artigos serem escritos por um grande número de autores, a maioria dos periódicos que usam o sistema de nome e ano aplicam a regra "et al.". Mais freqüentemente, as coisas funcionam como se segue. Os nomes são sempre usados ao citar artigos com um ou dois autores, p. ex., "Smith (1998)", "Smith e Jones (1998)". Se o artigo tem três autores, listam-se os três na primeira vez que o artigo é citado, por exemplo, "Smith, Jones e McGillicuddy (1998)". Se o artigo é citado novamente, ele deverá ser citado como "Smith et al. (1998)". Quando um artigo citado tem quatro ou mais autores, ele deverá ser citado como "Smith et al. (1998), mesmo na primeira citação. Na seção de Referências Bibliográficas, alguns periódicos preferem que todos os autores sejam citados (não importa quantos); outros periódicos citam apenas os primeiros três autores e seguem com "et ai.". O "Uniform Requirements for Manuscriprs Submitted to Biomedical Journals", International Comittee of Medical Journal Editors, 1993 (Exigências Uniformizadas para Seleção de Artigos por Periódicos Biomédicos, Comitê Internacional dos Editores de Periódicos Biomédicos, 1993) diz que: "liste todos os autores, mas, se o número exceder seis, cite seis e siga com "et al."

SISTEMA DE NÚMERO DE ACORDO COM A ORDEM ALFABÉTICAEste sistema, de citação com um número de uma lista de referências

bibliográficas organizada em ordem alfabética, é uma modificação do sistema de nome e ano. A citação por números mantém o custo da impressão dentro de limites; a lista em ordem alfabética, particularmente se é uma lista longa, é realmente fácil para os autores prepararem e para os leitores (especialmente os bibliotecários) usarem.

Alguns autores, que têm habitualmente usado o sistema de nome e ano tendem a não gostar do sistema de número de acordo com a ordem alfabética, alegando que a citação de números engana o leitor. O leitor deve ser informado,

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e por aí vai a argumentação, sobre o nome das pessoas associadas com o fenômeno citado; às vezes, o leitor deve também ser informado da data, na base de que unia referência de 1897 deva ser vista diferentemente de uma de 1977.

Afortunadamente, estes argumentos podem ser rebatidos. À medida que vocês citam as referências no texto, decidam se os nomes e datas são importantes. Se eles não o são (como, em geral, é o caso), usem somente o número de referência: "Tirosina 6 convertida a fenilalanina nestas condições (13)". Se vocês desejarem salientar o nome do autor, façam-no no contexto da sentença: "O papel do seio carótido na regulação da respiração foi descoberto por Heymans (13)". Se vocês desejarem salientar a data, também podem fazê-lo dentro da sentença: "Estreptomicina foi primeiramente usada no tratamento da tuberculose em 1945 (13)".

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SISTEMA DE ORDEM DE CITAÇÃO

O sistema de ordem de citação é simplesmente um sistema de colocar as referências bibliográficas (por número) na ordem em que ela aparece no artigo. Este sistema evita o custo substancial da impressão do sistema de nome e ano e geralmente agrada os leitores, porque eles podem rapidamente ir às referências, se assim o desejarem, na ordem um-dois-três, à medida que elas vão chegando no texto. É um sistema útil para um periódico que é basicamente um periódico de "notas", cada artigo contendo apenas poucas referências. Para artigos longos, com muitas referências, a citação na ordem em que aparece no texto, não é provavelmente um bom sistema. Não é bom para o autor, devido ao grande número de mudanças na numeração que se tornam necessárias pela adição ou retirada de referências bibliográficas. Não é o ideal para o leitor, porque a apresentação não-alfabética da lista de referências pode resultar na separação de várias referências de trabalhos do mesmo autor.

Na primeira edição deste livro, eu afirmei que o sistema de número de acordo com a ordem alfabética "parecia estar ganhando lentamente ascendência". Logo depois disso, entretanto, a primeira versão dos "Requisitos para Manuscritos Submetidos a Periódicos Biológicos" (o sistema de "Vancouver") apareceu, adotando o sistema de ordem de citação no texto para os periódicos cooperados. Os "Requisitos Uniformizados" (International Committee of Medical Journal Editors, 1993) foram adotados por várias centenas de periódicos biomédicos. Assim, não fica claro qual sistema de citação, se algum, ganhará "ascendência". Os "Requisitos Uniformizados" são expressivos de tantas formas, que eles estão tendo forte impacto. Há um acordo substancial com relação aos padrões estabelecidos pelo American National Standads Institute (1977). Nesta área específica de citação da literatura, entretanto, o uso de outros sistemas continua forte. Por exemplo, o Council of Biology Editors decidiu usar o

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sistema de nome e ano na sexta edição do Estilo e Padronização de Texto Científico (Scientific Style and Format - Style Manual Committee, Council of Biology Editors, 1994). No texto, o Estilo e Padronização de Texto endossa tanto o sistema "de nome e ano" como o "de ordem de citação". Ele mostra também como o sistema dos "Requisitos Uniformizados", de simplificar pontuação, pode ser usado tanto no sistema "de nome e ano" como no "de ordem de citação". Além disso, a 14a ed. do Manual de Estilo de Chicago (1993), a bíblia da maioria da comunidade de intelectuais que publicam, aparece com seu sempre alardeado endosso às referências bibliográficas em ordem alfabética. Em suas mais de cem páginas de detalhadas instruções de como lidar com referências bibliográficas, várias vezes faz comentários tais como (página 522): "O meio mais útil e prático de colocar entradas para a bibliografia é a ordem alfabética, por autor". (* - nota de rodapé)

TÍTULOS E PÁGINAS ABRANGIDAS

Os títulos dos artigos devem ser dados nas referências bibliográficas? Normalmente, vocês devem seguir o estilo do periódico; se o periódico oferece uma escolha (e alguns o fazem), eu recomendo que coloquem as referências completas. Para dar uma idéia do assunto geral, os títulos dos artigos facilitam, para os leitores interessados (e para os bibliotecários), quando eles têm de decidir se necessitam consultar todas, algumas ou nenhuma das referências citadas.

O costume de colocar as páginas (números da primeira e da última páginas) torna mais fácil, para os usuários em potencial, distinguirem entre artigos de 1 ou de 50

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páginas. Obviamente, o custo de obtenção das referências, para vocês ou para seus bibliotecários, particularmente se as adquirirem como fotocópias, pode variar consideravelmente, dependendo do número de páginas envolvidas.

ABREVIAÇÕES DE PERIÓDICOS

Embora os estilos dos periódicos variem consideravelmente, um aspecto da citação de referências bibliográficas foi padronizado nos anos recentes, a saber, as abreviações dos periódicos. Em decorrência de larga adoção de um padrão (American National Standards Institute, 1969), quase a maioria dos periódicos de publicações originais e de serviços secundários agora usam o mesmo sistema de abreviação. Antigamente, a maioria dos periódicos abreviavam os nomes dos

Nota de rodapé:* - NT: No Brasil, as recomendação da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas são as mais usadas.

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periódicos (custos significantes de impressão podem ser evitados pela abreviação), mas não havia uniformidade. O Journal of the American Chemical Society era abreviado de várias formas como "J. Amer. Chem. Soe", "Jour. Am. Chem. Soe", "J.A.C.S.", etc. Estes sistemas diferentes criaram problemas tanto para os autores como para os publicadores. Atualmente, há, essencialmente, um único sistema e ele é uniforme. A palavra "Journal" é agora sempre abreviada com um "J.". (Alguns periódicos omitem os pontos depois das abreviações). Seguindo algumas regras, os autores podem abreviar muitos títulos de periódicos, mesmo aqueles pouco familiares, sem consultar a lista na fonte. É útil saber, por exemplo, que todas as palavras terminadas em "ology" são abreviadas como "I". ("Bacteriology" é abreviada para "Bacteriol."; "Physiology" é abreviada para "Physiol.", etc). Assim, se a pessoa memoriza as abreviações de palavras comumente usadas nos títulos, a maioria dos periódicos pode ser abreviada com facilidade. Uma exceção a ser lembrada é aquela de títulos com uma única palavra (Science, Biochemistry) que não são nunca abreviados. O Apêndice I lista as abreviações corretas para as palavras mais comumente usadas em títulos de periódicos.

CITAÇÃO NO TEXTO

Eu acho deprimente o fato de muitos autores usarem métodos displicentes ao citar a literatura (nunca fico deprimido muito tempo - meu tempo de atenção é muito pequeno). Uma ofensa comum é o "referência vaga", na qual o leitor é loquazmente introduzido a "contribuição elegante de Smith", sem sugerir o que Smith relatou ou como os resultados de Smith relacionam-se com os resultados do autor em questão. Se uma referência é valorizada, o leitor deve ser informado do porquê.

Pior mesmo é o hábito detestável de alguns autores de insultar os autores previamente estudados. E provavelmente correto dizer "Smith (1997) não estudou...". Não é direito, entretanto, dizer "Smith (1997) omitiu totalmente..." ou "Smith (1997) ignorou...".

Alguns autores têm o hábito de colocar todas as citações no final das sentenças. Isto é errado. A referência bibliográfica deve ser colocada naquele ponto da sentença ao qual ela se aplica. Michaelson (1990) deu este bom exemplo:

(início da citação) Examinamos um método digital de modulação de espectro de espalhamento para comunicação por satélite de acesso múltiplo e para radiotelefonia

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móvel. (1,2 – Nota) (fim da citação)

Note como as citações ficam claras quando a sentença é estruturada assim:

(início da citação) Examinamos um método digital de modulação de espectro de espalhamento para uso no desenvolvimento de Smith de comunicação de múltiplo acesso e na técnica de Brown de radiotelefonia digital. (2 – Nota) (fim da citação)

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EXEMPLOS DE DIFERENTES ESTILOS DE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Para que vocês possam visualizar rapidamente as diferenças entre os três principais sistemas de referência, aqui estão três referências escritas na forma como elas deveriam aparecer na seção de Referências Bibliográficas de um periódico.

SISTEMA DE NOME E ANODay, R. A. 1998. How to write and publish a scientific paper. 5. ed. Phoenix: Oryx

Press. Huth, E. J. 1986. Guidelines on authorship of medical papers. Ann. Intern. Med.

104:269-274. Sproul, J., H. Klaaren, and F. Mannarino. 1993. Surgical treatement of Freiberg's

infraction in athletes. Am. J. SportsMed. 21:381-384.

SISTEMA DE NÚMERO DE ACORDO COM A ORDEM ALFABÉTICA1. Day,R. A. 1998. How to write and publish a scientific paper. 5.ed. Phoenix: Oryx

Press.2. Huth, E. J. 1986. Guidelines on authorship of medical papers. Ann. Inlern, Med.:

269-274.3. Sproul, J., H. Klaaren, and F. Mannarino. 1993. Surgical treatement of

Freiberg's infraction in athletes. Am. J. Sports Med. 21:381-384.

SISTEMA DE ORDEM DE CITAÇÃO1. Huth EJ . Guidelines on authorship of medical papers. Ann Intern Med

1986;104:269-274.2. Sproul J, Klaaren H, Mannarino F. Surgical treatement of Freiberg's infraction in

athletes. Am J Sports Med 1993; 21:381-4.3. Day R A. How to write and publish a scientific paper. 5.ed. Phoenix: Oryx Press,

1998.

Além do arranjo não-alfabético das referências bibliográficas, o sistema de ordem de citação é marcadamente diferente dos outros no fato de defender a abolição dos pontos após as abreviações (de títulos de periódicos, por exemplo), pontos após as iniciais dos autores e vírgulas depois dos sobrenomes dos autores. Se vocês desejarem submeter um manuscrito à apreciação de qualquer

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periódico que use este sistema de citação, devem obter uma cópia dos Requisitos Padronizados para Manuscritos Submetidos à Apreciação em Periódicos Biomédicos. Cópias individuais sem taxa podem ser obtidas no Secretariat Office, Annals of Internal Medicine, American College of Physicians, Independence Mall West, Sixth St. at Race,

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Philadelphia, PA 19106.

CRIAÇÕES ELETRÔNICAS PARA RODAPÉS, REFERÊNCIAS E CITAÇÕES

Muitos programas de processador de texto tornam fácil numerar as citações e colocar referências bibliográficas no final de seus documentos. Coloquem simplesmente seu cursor onde vocês querem que o número da citação apareça e selecionem o comando notas de rodapé ou notas finais de seus programas para inserir o número de citação. O número é automaticamente colocado e aparece uma janela na qual coloca-se o item de referência. Vocês podem selecionar o estilo de letra e tamanho tanto da citação como da referência. As preferências de referências estão também disponíveis, incluindo localização, estilo de letra e tamanho.

Algumas publicações preferem o esquema de numeração em expoente, no qual os números são menores que os do corpo do trabalho e situam-se acima da linha do texto, como indicado no seguinte exemplo:

(início da citação) Este é a conclusão mais surpreendente que surgiu do estudo de Wilson. (5 – Nota) (fim da citação)

No Microsoft Word, o número do expoente será inserido automaticamente com letra tamanho 9 e sobe 3 pontos em relação à linha básica do texto. Meramente coloque o cursor onde querem que o número apareça e escolha o comando de nota de rodapé. As notas podem ser colocadas no rodapé da página na qual sua referência em expoente aparece ou no final do artigo, como preferido pela maioria dos periódicos. O programa automaticamente mantém o esquema de número, mesmo que o número de citação seja adicionado ou retirado de uma seção anterior do texto. O número de citação pode ser arábico, números romanos, letra minúscula ou maiúscula ou símbolos.

"SOFTWARE" DE CITAÇÃO E REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

EndNote (Sistema de nota no final) é um "software" aplicativo que fornece formatos de muitos dos estilos padrões de referências bibliográficas aceitos por periódicos. Tocando uma tecla, o EndNote mostra uma bibliografia completa para ser formatada no estilo selecionado. Se seus manuscritos são rejeitados para uma publicação, vocês podem dar novo formato às referências para obter

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os requisitos de outro periódico, novamente ao toque de uma tecla. Além disso, o EndNote pode reformatar as citações do texto, assim como a seção de Literatura Citada do manuscrito. EndNote e outros aplicativos similares trouxeram grande precisão e facilidade de uso à compilação de referências. Uma vez que uma referência foi arquivada de forma completa e correta, não é necessário gravá-la novamente, a não ser que ela seja mudada de alguma forma, ela estará sempre correta.

CITAÇÃO DE FONTES ELETRÔNICASCom tantos trabalhos em andamento, listados eletronicamente na Internet, as

citações, hoje em dia, podem requerer que vocês também listem as fontes eletrônicas. Por ser o World Wide Web um meio tão volátil, uma página eletrônica rapidamente deixa de ser atualizada e desaparece logo depois da publicação de seu artigo ou porque as pessoas e organizações que mantêm a página podem movê-la para outra localização, com uma referência eletrônica ou URL (Uniform Resource Locator - Locadores de

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Recursos Uniformes) diferente. Os leitores de seu artigo, usando o endereço eletrônico antigo, ficarão frustrados quando não conseguirem acessar a página. A única solução para este problema é o autor de um artigo manter uma cópia impressa de um URL eletrônico, como um arquivo de referência que qualquer um possa solicitar.

Outro problema reside na natureza das páginas do Web, que podem variar grandemente em comprimento. Um longo documento do Web não terá número de páginas para serem referidas, caso vocês queiram salientar uma localização exata para os fatos que desejam citar. Uma forma geral de contornar este problema é nomear o subtítulo sob o qual a referência se encontra. Pode-se, também, contar os parágrafos abaixo, a partir da margem superior, ou acima da margem inferior, o que for mais fácil.

Várias fontes do Web fornecem modelos de formatos para citação eletrônica. A International Standards Organization (ISO - Organização Internacional de Padrões) <http://www.iso.ch/infoe/guide.html> oferece uma longa lista de sugestões para referências bibliográficas de documentos eletrônicos ou de partes de documentos (ISO 690-2:1977). Estas sugestões do catálogo da ISO podem ser pedidas "online", através do endereço Web da ISO. A página do Web da Universidade de Toronto <http://www.fis.utoronto.ca/internet/citation.htm> lista uma variedade de modelos e formatos, incluindo aqueles da ISO. Outros endereços incluem os seguintes:

<http://www.askanexpert.eom/p/cite.html> oferece aos estudantes ajuda nos formatos de citação com relação à gramática e estilo.

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<http://www.uvin.edu/~xli/reference/apa.html> lista exemplos do estilo de citação de fontes eletrônicas da APA (American Psychological Association).

<http://www.famu.edu/sjmga/ggrow> <http://www.famii.edii/sjmga/ggrow> é um guia adequado para o estilo da APA para Macintosh.

<htlp://www,tivin.edii/~ncrane/estyles/mla.html> permite aos usuários alcançar Xia Li e Nancy Crane, autores de um livro popular sobre citações da Web, c lisla os modelos para citações eletrônicas da MLA (Modern Language Association).

<http://iism.edu/~engdept/mla/niles.html> cita material eletrônico com novas normas.

RECOMENDAÇÕES DA ISO (INTERNATIONAL STANDARDS ORGANIZATION) PARA CITAÇÕES ELETRÔNICAS

A ISO é um grupo internacional que desenvolve padrões internacionais para apresentação, identificação e descrição de documentos. As recomendações da organização (ISO 690-2:1997) para padrões de citações eletrônicas podem ser pedidas "online" a partir do catálogo da ISO pelo endereço < <http://www.iso.ch/>infoe/guide.html>. As recomendações dão exemplos de estilos de referências para documentos inteiros, para monografias eletrônicas, para banco de dados e para programas de computadores. Também listam exemplos de citações eletrônicas para artigos de periódicos, comunicações pessoais por correio eletrônico e comunicações por "listserv" (Lista de serviços).

MANUAIS PARA ESTILO DE IMPRESSÃO PARA CITAÇÃO ELETRÔNICA

O periódico para o qual vocês estão escrevendo geralmente fornecem um modelo para a colocação de referências eletrônicas às quais vocês se referem em seus artigos. Várias referências de cópias de trabalhos constantes em páginas eletrônicas podem ser também fornecidos neste guia. As publicações mais importantes neste assunto são:

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Eletronic Styles: A Handbookfor Citing Electronic Information (Estilos Eletrônicos: Um manual para citar Informações Eletrônicas) (edição revisada, 1996), por Xia Li e Nancy Crane, a 14.ed. de The Chicago Manual ofStyle (Manual cie Estilo de Chicago) (1993) e a 6.ed. de Scientific Style and Formal (Estilo Científico e Formato) (1993), pelo Council of Biology Editors.

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CAPÍTULO 13

Como Construir Tabelas Eficazes

(início de epígrafe) Uma apresentação de dados em tabelas é geralmente o coração ou, melhor, o cérebro de um artigo científico. (fim de epígrafe)

Peter Morgan

QUANDO USAR TABELAS

Antes de prosseguir com o "como fazer" com relação a tabelas, examinemos a questão "se deve ser feito".

Como regra básica, não construa uma tabela a não ser que devam ser apresentados dados repetitivos. Há duas razões para esta regra geral. Primeiro, simplesmente não é científico regurgitar uma resma de dados só porque vocês os têm em seus cadernos de anotação de laboratório; somente amostras e pontos onde houve mudança precisam ser dados. Segundo, o custo de publicação de uma tabela é muito mais alto, comparado com o do texto, e todos nós que estamos envolvidos com a geração e a publicação de literatura científica devemos nos preocupar com o custo.

Se vocês fizerem (ou precisarem apresentar) somente algumas determinações, forneçam os dados no texto. As Tabelas 1 e 2 são desnecessárias, embora elas sejam exemplos de muitas tabelas que são submetidas aos periódicos.

A Tabela 1 está errada, porque duas das colunas dão condições padrões e não variáveis ou dados. Se a temperatura é uma variável no experimento, ela deve ter sua coluna. Se todos os experimentos foram feitos à mesma temperatura, entretanto, esta pequena informação deve ser colocada em Materiais e Métodos e, talvez, como uma nota de rodapé na tabela, mas não em uma coluna da tabela. Os dados apresentados em uma tabela podem ser fornecidos no próprio texto, numa forma que seja perfeitamente compreensível ao leitor, ao mesmo tempo que se evita o substancial aumento de custo de impressão da tabulação.

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Muito simplesmente, os resultados deverão ser apresentados da seguinte forma: "A aeração do meio de cultura foi essencial para o crescimento do Streptomyces coelicolor. A temperatura ambiente (24°C), não houve crescimento evidente em culturas estacionadas (não aeradas), enquanto que crescimento substancial (7N unidades Kletl) ocorreu em culturas com agitação".

Tabela 1. Efeito da aeração no crescimento de Streptomyces coelicolor

Adaptação de tabela. A tabela se refere a:Tem. (ºC) – Nº de exposições - Aeração do meio – Crescimentoª

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24 – 5 - +b – 7824 – 5 - - - 0

a Como determinado por densidade óptica (unidades Klett).b Símbolos: +, Erlenmeyer de 500ml foram aerados por sopro de um estudante de graduação, nos frascos, por 15 minutos em cada hora; -, condições de teste iguais, exceto que a aeração foi feita por um professor mais velho.

Tabela 2. Efeito da temperatura sobre crescimento de embriões de carvalho (Quercus)ª

Figura (adaptada).Os dados da tabela se refere à:Temp. (°C) - Crescimento em 48 h (mm) -50 - 0-40 - 0-30 - 0-20 - 0-10 - 00 - 010 - 020 - 730 - 840 - 150 - 060 - 070 - 080 - 090 - 0100 - 0

ª Cada embrião foi mantido individualmente em um frasco cilíndrico com 10 cm de diâmetro e 100 m de altura, em um meio de cultura rico, contendo turfa 50% de Michingan e estéreo de cavalo seco 50%. Realmente, não era "50% de Michigan": a turfa era 100% "de Michigan", toda ela proveniente do estado em questão Todo o estéreo não era meio-seco (50%): ele era todo seco. E, reflita, eu deveria lei dito "50% de esteiro seco (de cavalo)": eu não sequei o cavalo, afinal.

A Tabela 2 não tem colunas de leituras idênticas e ela parece uma boa tabela, Mas ela é? A coluna da variável independente (temperatura) parece ser suficientemente razoável, mas a coluna da variável dependente (cresci-

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mento) tem um número de zeros suspeitos. Vocês devem questionar qualquer tabela com um grande número de zeros (qualquer que seja a unidade de medida) ou um grande número de 100s, quando são usadas percentagens. A Tabela 2 é uma tabela inútil, porque toda ela nos relata que "O embrião de carvalho cresceu em temperaturas entre 20 e 40°C; nenhum crescimento mensurável ocorreu em temperaturas abaixo de 20°C ou acima de 40°C".

Além de zeros e 100s, suspeite de sinais + e -. A Tabela 3 é de um tipo que

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geralmente aparece na imprensa, embora ela não seja, obviamente, muito informativa. Tudo que esta tabela mostra é que "S. griseus, S. coelicolor, S. everycolor e S. rainbowenski cresceram sob condições aeróbicas, enquanto que S. nocolor e S. greenicus necessitaram de condições anaeróbicas ". Toda vez que uma tabela, ou colunas dentro de uma tabela, possam ser perfeitamente colocadas em palavras, façam-no.

Alguns autores acreditam que todo dados numéricos devem ser colocados em uma tabela. A Tabela 4 é um triste exemplo. Isso fica mais triste quando percebemos (após o fim da nota de rodapé) que os resultados não são estatisticamente significantes, afinal (P = 0,21). Se esses dados merecessem ser publicados (o que eu duvido), uma sentença nos resultados seria o suficiente: "A diferença entre os níveis de insucesso - 14% (5 de 35) para nocilina e 26% (9 de 34) para penicilina V potássica - não foi significante (P = 0,21).

Ao apresentar números, dê somente conteúdos significantes. Valores não-significantes enganam o leitor ao criarem um falso senso de precisão; eles também tornam a comparação dos dados mais difícil. Dados não-essenciais, como números de laboratório, resultantes de simples cálculos, e colunas que não mostram variações significantes, devem ser omitidos.

FIGURATabela 3. Necessidades de oxigênio de várias espécies de StreptomycesOs dados da tabela se refere à: Organismo / Crescimento em condições aeróbicasª / Crescimento em condições anaeróbicasStrepíomyces griseus / + / -S. coelicolor / + / -S. nocolor / - / +S. everycolor / + / -S. greenicus / - / +S. rainbowenski / + / -

ª Veja Tabela 1 para explicação dos símbolos. Neste experimento, as culturas foram aeradas por agitação mecânica (New Brunswick Shaking Co. Scientific, NJ).

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Tabela 4. Níveis de insucesso de bactériasFigura (adaptada)Os dados da tabela referem-se à:Nocilina - K Penicilina5/35(14)ª - 9/34(26)ª Resultados expressos em número de insucesso em relação ao total, que então foram convertidos em percentagem (entre parênteses). P = 0,21.

Uma outra tabela muito comum, mas inútil é aquela com uma lista de nomes. A Tabela 5 é um exemplo típico. Esta informação pode ser facilmente apresentada no texto. Um bom editor de texto retirará este tipo de tabela e incorporará os dados no texto. Eu mesmo fiz isso milhares de vezes. Além do mais, ao fazê-lo (e isto leva à próxima regra sobre tabelas), eu encontrei muito freqüentemente que não muito da informação, senão toda, já estava no texto. Assim, fica a regra: Apresentem os dados no texto ou em uma tabela ou em uma figura. Nunca apresentem o mesmo resultado em mais de uma forma. Claro, dados selecionados podem ser isolados para a discussão, no texto.

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As Tabelas 1 a 5 fornecem exemplos típicos de espécies de materiais que não devem ser tabulados. Agora, vejamos o material que deve ser tabulado.

Tabela 5. Efeitos adversos de nicklecilina em 24 pacientes adultosNa de pacientes - Efeito colateral14 - Diarréia5 - Eosinofilia (> 5 eos./mm3)2 - Gosto metálico"1 - Vaginite de levedurab1 - Crescimento significante do Nitrogênio na forma de uréia1 - Hematúria

ª Os dois pacientes que sentiram gosto metálico trabalhavam em uma mina de zinco.b O organismo infectante era uma cepa rara de Cândida albicans que causa vaginite na levedura, mas não em humanos.

COMO ORGANIZAR MATERIAL DE TABELA

Decidindo-se a tabular, façam a si mesmos a questão: Como eu devo organizai os dados? Como uma tabela tem dimensões da esquerda para a direita e de cima para baixo, vocês tem duas escolhas. Os dados podem ser apresentados tanto horizontalmente como verticalmente. Mas podem não quer dizer devem; os dados devem ser organizados de tal forma que os elementos análogos sejam lidos para baixo e não de forma cruzada.

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Examinem as Tabelas 6 e 7. Elas são equivalentes, exceto em que a Tabela 6 é lida de forma cruzada, enquanto que a Tabela 7 lê-se de cima para baixo. Para usar uma antiga expressão de pesca, a Tabela 6 é " na direção oposta do peixe". A Tabela 7 tem um formato preferível, porque ela permite que o leitor perceba a informação mais facilmente e é mais compacta e, assim, menos dispendiosa para imprimir. A questão com relação a facilidade para o leitor parece ser o óbvio. (Vocês já tentaram alguma vez adicionar números listados horizontalmente e não verticalmente?) A questão com relação a reduzir custos de impressão refere-se ao fato de que todas as colunas devem ser largas ou com mais de uma linha no arranjo cruzado, por causa da diversidade de elementos, enquanto que algumas colunas (especialmente aquelas com números) poderiam ser mais estreitas, sem continuar na próxima linha, no arranjo de leitura para baixo. Assim, a Tabela 7 parece ser menor que a Tabela 6, embora elas contenham exatamente a mesma informação.

FIGURATabela 6. Características de Streptomyces produtores de antibióticosOs dados da tabela referem-se à:Determinação - S. Fluoricolor - S. Griseus - S. Coelicolor - S. nocolorTemp. de crescimento ótimo ("C)- -10 – 24 – 28 – 92Cor do micélio – bronze – cinza – vermelho - PúrpuraAntibiótico produzido – Fluoricillinmicina – Estreptomicina – Rholmondelay ª - NomicinaProdução de antibiótico (mg/ml) - 4.10878 – 2 - 0

a Pronunciada "Rumley" pelos britânicos.

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Tabela 7. Características de Streptomyces produtores de antibiótico!)

A tabela se refere a:Organismo – Temp. de crescimento ótimo (ºC) – Cor do micélio – Antibiótico produzido –ção de antibiótico (mg/ml)

S. fluoricolor - -10 – Bronze – Fluoricilinmicina – 4.108S. griseus – 24 – Cinza – Estreptomicina – 78S.coelicolor – 28 – Vermelho – Rholmondelayª – 2S. nocolor – 92 – Púrpura – Nomicina - 0

ª Onde os peixes voadores brincam.

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Palavras em uma coluna são colocadas à esquerda. Números são colocados à direita (ou sobre o ponto decimal). A Tabela 7, por exemplo, ilustra esta questão.

A Tabela 8 6 um exemplo de uma tabela bem construída (reimpressa das Instruções aos Autores do Journal of Bacteriology). Ela se lê de cima para baixo e não de forma cruzada. Foi montada de forma clara suficiente para tornar os significados dos dados inteligíveis sem referência no texto. Ela tem rodapés explicativos, mas eles não repetem detalhes experimentais excessivos. Notem a distinção aqui. Ela é própria para fornecer informação suficiente, de forma que o significado dos dados seja claro, sem referência no texto, mas ela é imprópria para fornecer na tabela os detalhes experimentais que deveriam ser necessários para repetir o experimento. Os materiais e métodos detalhados, usados para obter os dados, devem ficar na seção com este nome.

FIGURATabela 8. Indução de creatinina deiminase em C. neoformans e C. hacillisporusFigura (adaptada)Os dados da tabela refere-se à:Fonte de nitrogênioª – C. Neoformans NIH12 Enzima total - C. Neoformans NIH12 Atividade (U/mg de proteína) – C. Bacillisporus NIH191 enzima total - C. Bacillisporus NIH191 Atividade (U/mg de proteína)

Amônia – 0,58 – 0,32 – 0,50 - 0,28Ácido glutâmico – 5,36 – 1,48 – 2,18 - 0,61Ácido aspártico – 2,72 – 0,15 – 1,47 - 0,06Arginina – 3,58 – 2,18 – 3,38 - 2,19Creatinina – 97,30 – 58,40 – 104,00 - 58,30

a O inóculo cresceu em caldo de glicose com sulfato de amônio, foi lavado duas vezes e transferido para um meio com as fontes de N listadas abaixo.

b Unidades de enzima no extrato celular obtidas a partir de cerca de 10'° células.

Notem que estas tabelas têm três traços horizontais, mas não verticais. Virtualmente, todas as tabelas são construídas desta forma. Ocasionalmente, linhas intermediárias (como acima "NIH12 eNIH191", na Tabela 8) são usadas. Os traços verticais não são usados, porque eles são difíceis de inserir na maioria dos sistemas tipográficos.

EXPOENTES NOS CABEÇALHOS DAS TABELAS

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Se possível, evite usar expoentes nos cabeçalhos das tabelas. Surge confusão, porque alguns periódicos usam expoentes positivos e alguns usam expoen-

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tes negativos para significar a mesma coisa. Por exemplo, o Journal of Bacteriology usa "cpm X 10 ao cubo" para referir-se a milhares de contagens por minuto, enquanto que o Journal of Biological Chemistry usa "cpm X 10 ao cubo” para os mesmos milhares de contagem. Não é possível evitar tais rótulos no cabeçalho da tabela (ou em figuras), seria mais razoável colocar a convenção que está sendo usada no rodapé (ou na legenda da figura), em palavras que eliminassem a ambigüidade.

INDICADORES DE MARGEM

É uma boa idéia identificar, na margem do texto, a localização da primeira referência de cada tabela. Simplesmente escrevam "Tabela 3" (por exemplo) na margem e circule-a. Este procedimento é uma boa forma de verificação para assegurarem-se que realmente citaram cada tabela no texto, em ordem numérica. Principalmente, entretanto, este procedimento fornece indicações para o compositor na hora de fazer a estruturação da página, ele saberá onde quebrar o texto para inserir as tabelas. Se vocês não marcarem a localização, o editor de cópia o fará; entretanto, o editor de cópia pode esquecer a primeira referência a uma tabela e a tabela pode então ser colocada muito longe da primeira menção sobre ela, no texto. Sobretudo, vocês podem querer passar a referência para uma tabela o mais cedo possível, no artigo, mas podem preferir que a tabela apareça mais adiante no artigo. Somente por meio de suas notas de margem, o editor de cópia e o compositor sabem onde vocês desejam que a tabela apareça.

TÍTULOS, NOTAS DE RODAPÉ E ABREVIAÇÕES

O título da tabela (ou a legenda de uma figura) é como o título do artigo em si. Isto é, o título ou a legenda devem ser concisos e não divididos em duas ou mais cláusulas ou sentenças. Palavras desnecessárias devem ser omitidas.

Tome extremo cuidado com os rodapés de suas tabelas. Se devem ser definidas abreviações, vocês podem freqüentemente dar toda ou a maior paradas definições na primeira tabela. Então, as demais tabelas podem ter simplesmente a nota de rodapé: "Abreviações como na Tabela 1".

Note que "temp."(Tabelas 1, 2, 6 e 7) é usada como uma abreviação de "temperatura". Por causa do espaço limitado das tabelas, a maioria dos periódicos encoraja as abreviações de certas palavras, nas tabelas, que não devem ser abreviadas no texto. Coloquem com letra maiúscula tais abreviações usadas como primeiras palavras em um cabeçalho de coluna; não use ponto (exceto

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depois de "no." (número, quando o idioma é o Inglês). Habituem-se a usar as abreviações do Apêndice 2, de forma que vocês possam fazer tabelas apropriadas (para periódicos em língua inglesa). Isto é particularmente útil no caso de (alicias adequadas para serem fotografadas.

CÓPIAS ADEQUADAS PARA FOTOGRAFAR

Uma vez que vocês aprenderam como montar tabelas eficientes, podem usar

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equipamento do processador de texto para prepararem tabelas para serem fotografadas. Mais e mais autores estão fazendo isso, tanto com suas próprias tabelas, como depois de colocadas pelos editores do periódico. As vantagens para o autor, para o periódico e para a literatura é substancial. Uma tabela própria para fotografar é reproduzida fotograficamente, salvando-os do trabalho exaustivo de conferir as provas da tabela (a câmara não comete erros tipográficos). A vantagem para o periódico é que o custo de reproduzir a tabela fica reduzido, porque não há necessidade de enquadrar o material, conferir a prova ou fazer correções. A vantagem para a literatura é que os dados publicados conterão menos erros. Quaisquer erros em sua cópia original serão, evidentemente, mantidos, mas os erros dos impressores, comuns no passado, aos quais as tabelas eram especialmente suscetíveis, podem ser evitados pela entrega de cópias adequadas para fotografar.

Outras partes do manuscrito podem também ser beneficiadas pelo uso de cópias adequadas para fotografar. Desta forma, vocês obterão o que desejam, não aquilo que o editor de cópia ou o compositor pensam que vocês desejam. Cópias adequadas para fotografar funcionam com perfeição para complicadas fórmulas Matemáticas e da Física, estruturas químicas, porções de mapas genéticos, diagramas e fluxogramas. Por que não tentar?

Um cuidado final: Estejam seguros de ter lido as Instruções aos Autores do periódico ao qual vocês planejam enviar seus manuscritos, antes de produzirem suas tabelas com o formato definitivo. O periódico pode deixar bem claro os tipos de tabelas que eles aceitarão, as dimensões das tabelas e outros instruções para preparar tabelas eficientes.

A maioria dos periódicos insiste que cada tabela seja escrita em páginas separadas e que as tabelas (e figuras) sejam juntadas no final do manuscrito. As tabelas não devem ser submetidas na forma de fotografias.

Finalmente, "adequadas para serem fotografadas" quer dizer exatamente isto. A página deve ser clara (sem manchas ou marcas estranhas). A tinta deve ser preta. Impressões em impressora do tipo matricial não produzem cópias fotográficas boas. Deve-se usar impressora laser ou jato de tinta.

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TABELAS GERADAS POR COMPUTADOR

Nos dia atuais, muitos autores que estão familiarizados com técnicas de computação, podem facilmente criar eletronicamente suas próprias tabelas. O Word e o Word Perfect permitir-lhes-á criar uma tabela diretamente num formato, usando o aplicativo de processamento do word. No Word, vocês podem criar uma tabela meramente escolhendo a Inserção de Tabela desejada. Podem, também, transformar texto em um formato de tabela, selecionando o texto que vocês desejarem converter e "clicando" a opção Converta Texto em Tabela no menu da Tabela. O menu permitirá a vocês selecionarem o número de colunas que desejam, o número de linhas e a largura da coluna requeridos. Todos este itens podem ser facilmente mudados, se vocês descobrirem que suas tabelas necessitam de ajustes. Vocês podem também partir uma tabela para inserirem um texto, adicionarem linhas de grades e arrumarem textos na tabela em ordem crescente ou decrescente.

Uma vez que vocês criam o formato de sua tabela, coloquem o texto em cada quadro. A tecla "tab" leva-os de um quadro ao próximo. Vocês podem escolher o tamanho e tipo de letra. Se vocês alinharem suas tabelas pela margem esquerda, não é necessário alinhar a margem direita. Seus alinhamentos vão depender do número de colunas que a tabela inclui e da largura que a coluna deve ter para conter os dados. Muito espaço entre

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os dados em cada coluna pode tornar a tabela difícil de ler.Os dados para tabelas podem também ser colocados, usando o Excel ou outros

programas semelhantes. O Excel pode também converter dados num for mato de tabela. Alguns periódicos aceitam tabelas colocadas cm seus programas de processamento do redator de texto como parte de seus manuscritos. Outros preferem que vocês imprimam a tabela separada, adequada pai a copia fotográfica (veja "Cópia Adequada para Fotografia" acima). Tabelas adequadas para fotografia devem ser imprimidas em papel com maior gramatura, impressas em impressora a laser com 600 dpi (dots per inch - pontos por polegada). Naturalmente, a tabela não deve ter manchas e ser rotulada claramente com o número e o cabeçalho.

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CAPÍTULO 14

Como Preparar Gráficos Eficazes

(início de epígrafe) Um boa ilustração pode auxiliar o cientista a ser ouvido, quando fala, a ser lido, quando escreve. Pode ajudar a compartilhar informações com outros cientistas. Pode auxiliar a convencer as agências patrocinadoras a financiar a pesquisa. Pode ajudar a ensinar aos alunos. Pode ajudar a informar o público sobre o valor do trabalho. (fim de epígrafe)

Mary Helen Briscoe

QUANDO ILUSTRAR

No capítulo anterior, discuti certos tipos de dados que não devem ser tabulados. Eles não devem ser colocados em figuras também. Basicamente, gráficos são tabelas na forma de figuras.

A questão é a seguinte. Certos tipos de dados, particularmente aqueles esparsos ou monotonamente repetitivos, não precisam ser colocados juntos nem numa tabela, nem num gráfico. Os fatos são sempre os mesmos: o custo de preparar e imprimir uma ilustração é alto e devemos considerar necessário ilustrar nossos dados apenas quando o resultado é realmente um ganho para o leitor.

Isto leva-me à repetição, porque muitos autores, especialmente aqueles que estão apenas começando, pensam que uma tabela, um gráfico ou um esquema, de alguma forma adicionam importância aos dados. Assim, em busca de credibilidade, há uma tendência a converter uns poucos elementos dos dados em vistosos gráficos ou tabelas. Meu aviso é: não façam isto. Seus colegas mais experimentados e a maioria dos periódicos não serão enganados; eles logo deduzirão que (por exemplo) três ou quatro de suas curvas em seus gráficos são

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simplesmente as condições padrões e que o significado da quarta curva poderia ser colocado em poucas palavras. Tentativas de enfeitar dados científicos são geralmente fadadas ao fracasso.

Se há apenas uma curva em um dado gráfico, vocês podem descrevê-la em palavras? Possivelmente, apenas um valor é significante, talvez um máximo ou um mínimo; o resto é enfeite. Se determinaram, por exemplo, que o valor ótimo de pH, para uma dada reação, era pH 8,1, será provavelmente suficiente colocar algo como "A

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atividade máxima foi obtida em pH 8,1". Se determinaram que o máximo crescimento de um organismo ocorreu a 37°C, uma simples afirmação sobre este efeito é mais econômica e mais científica que um gráfico mostrando a mesma coisa.

Se a escolha não for gráfico versus texto, mas gráfico versus tabela, suas escolhas devem considerar se vocês quiserem fornecer aos leitores valores numéricos exatos ou simplesmente uma visão da tendência ou da forma dos dados. Raramente, deve haver uma razão para apresentar os mesmos dados tanto em tabelas como em gráficos, a primeira apresenta os valores exatos e o segundo mostra uma tendência que de outra forma não ficaria clara. (Este procedimento parece ser mais comum em Física). A maioria dos editores, entretanto, resistem a essa redundância óbvia, a não ser que a razão para ela existir seja irrefutável.

Um exemplo de gráfico de barras desnecessário é mostrado na Fig. 1. Esta figura pode ser substituída por uma sentença no texto: "No grupo-teste de 56 pacientes, hospitalizados para uma avaliação durante 14 dias, 6 adquiriram infecções".

Quando uma ilustração se justifica? Não há uma regra clara, mas examinemos os tipos de gráficos comumente usados em redação científica, com algumas indicações para seu uso eficaz.

QUANDO USAR GRÁFICOS

Gráficos (que são denominados desenhos ou representações gráficas lineares na terminologia de impressão) são muito semelhantes a tabelas em termos de apresentação de dados numa forma organizada. De fato, os resultados de muitos experimentos podem ser apresentados tanto por meio de tabelas como por meio de gráficos. Como decidirmos qual é preferível? Isto é freqüentemente uma decisão difícil. Uma boa diretriz pode ser esta: Se os dados mostram inclinações pronunciadas, fazendo uma figura interessante, usem gráfico. Se os números apenas ficam lá, sem nenhuma inclinação em evidência, uma tabela será satisfatória (e certamente mais fácil e mais barata de se preparar). As tabelas também são melhores para apresentar números exatos.

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FIGURAFig. 1. Incidência de infeções hospitalares.(Cortesia de Erwin F. Lessel.)

Figura (adaptada): Gráfico de barras que marca 56 como número total de pacientes; 6 como número de infecções e 14 como média do número de dias no hospital.

Examinem a tabela 9 e a figura 2, que relatam exatamente os mesmos dados. Ambos formatos são aceitáveis para publicação, mas eu acredito que a figura 2 é claramente superior à tabela 9. Na figura, a ação sinergética da combinação das duas drogas fica imediatamente aparente. Assim, o leitor pode rapidamente perceber a significância dos dados. É também óbvio, no gráfico, que a estreptomicina é mais efetiva que a isoniazida, embora sua ação seja ligeiramente mais lenta; este aspecto dos resultados não fica claramente evidente na tabela.

FIGURATabela 9. Efeito de estreptomicina, de isoniazida e de estreptomicina mais isoniazida sobre Mycobacterium tuberculosisªFigura (adaptada)Os dados da tabela referem-se à :

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Tratamento b – Porcentagem de culturas negativas em sem. – Porcentagem de culturas negativas em 4 sem. – Porcentagem de culturas negativas em 6 sem. – Porcentagem de culturas negativas em 8 sem.

Estreptomicina – 5 – 10 – 15 - 20Isoniazida – 8 – 12 – 15 - 15Estreptomicina + isoniazida -30 -60 – 80 – 100

a A população de pacientes, atualmente algo diminuída, foi descrita em uma publicação precedente. b A mais alta qualidade disponível em nosso fornecedor (Town Pharmacy, Podunk, IA).

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FIGURAFigura (adaptada): Gráfico da Duração do tratamento (semanas) pelas Culturas negativadas (%).Os dados da tabela referem-se à:

A estreptomicina identificada por um círculo, apresenta aproximadamente os seguintes valores: 2 semanas, 4%; 4 semanas, 8%; 6 semanas, 12%; 8 semanas, 15%.

A isoniazida identificada por um triângulo, apresenta aproximadamente os seguintes valores: 2 semanas, 8%; 4 semanas, 9%; 6 semanas, 12%; 8 semanas, 11%.

A estreptomicina mais ionizada identificada por um quadrado, apresenta aproximadamente os seguintes valores: 2 semanas, 24%; 4 semanas, 48%; 6 semanas, 73%; 8 semanas, 93%.

COMO PREPARAR GRÁFICOSEm edições anteriores deste livro, eu forneci diretrizes precisas de como usar

papel milimetrado, tinta Nankin, normógrafo, etc. Os gráficos eram preparados com estes materiais e por meio destas técnicas, por gerações.

Atualmente, todos nós vivemos em um mundo revolucionado pelo computador. As capacidades gráficas dos computadores aumentaram grandemente, nos

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anos recentes. E agora, que as impressoras a jato de tinta e a laser tomaram o lugar das impressoras matriciais, baratas, mas de baixa qualidade de impressão, a maioria dos laboratórios científicos têm capacidade de produzir gráficos min a qualidade adequada para publicação, por meio de métodos de computador (veja "Criando Eletronicamente Gráficos para Artigos Científicos", abaixo).

As técnicas de produção eletrônica de gráficos variam muito de programa puni programa. Entretanto, os princípios de produção de bons gráficos, quer leitos na forma antiga, quer por meio de computador, pelos mais modernos programas, não variam. O tamanho das letras e símbolos, por exemplo, deve ser escolhido de forma que a impressão final do gráfico no periódico seja clara e legível.

O tamanho da legenda deve ser baseado na redução fotográfica, feita antecipadamente, que será usada no processo de impressão. Este fator torna-se especificamente importante, se vocês combinarem dois ou mais gráficos em uma única ilustração. Combinado ou não, cada gráfico deve ser tão simples quanto possível. "O

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desastre mais comum em ilustração é incluir muita informação em uma figura. Quanto mais pontos são feitos em uma ilustração, maior é o risco de confusão e desencorajamento do revisor" (Briscoe, 1990).

A figura 3 é um gráfico agradável. A legenda é grande suficiente para permitir redução fotográfica. A figura é enquadrada, em vez de ter dois lados (comparada com a Fig. 2), tornando um pouco mais fácil estimar os valores do lado direito do gráfico. O autor marcou os pontos no interior da curva e não no exterior.

TAMANHO E ARRANJO DOS GRÁFICOS

Examinem a figura 4. Obviamente, as letras não são grandes o suficiente para sustentar a redução que ocorreu e a maioria dos leitores terão dificuldade de ler os dizeres da ordenada e da abcissa. De fato, a figura 4 efetivamente ilustra dois pontos. Primeiro, as letras devem ser de tamanho suficiente para suportar redução do tamanho da coluna ou da página. Segundo, porque o tamanho é um elemento importante do ponto de vista do impressor, é sempre recomendável combinar figuras em arranjos "em cima e em baixo", em vez de "lado a lado"; se a redução fotográfica aqui não tivesse sido tão drástica, os dizeres ficariam mais legíveis

O arranjo espacial da figura 4 pode não ser o ideal, mas a combinação de três gráficos num arranjo composto é inteiramente próprio. Toda vez que figuras forem relacionadas e possam ser combinadas em uma composição, elas devem ser combinadas. O arranjo composto economiza espaço e assim reduz os

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FIGURA(Pedir orientação)

Fig. 3. Efeito da espermidina na transformação de B. subtilis BR 151. Células competentes foram incubadas com espermidina por 40 min., antes da adição de 5 ug de DNA doador por ml (círculo fechado) ou 0,5 ug de DNA doador por ml (triângulo fechado). Amostras de DNA de 5 ug (círculo aberto) ou de 0,5 ug por ml (triângulo aberto) foram incubadas por 20 minutos, antes da adição das células. (Mol. Gen. Genet. 178: 21-25, 1980; cortesia de Franklin Leach).

(pedir orientação)

custos de impressão. Mais importante, o leitor tem uma compreensão muito melhor, vendo, em justaposição, elementos relacionados. Não estenda a ordenada ou a abcissa (ou a legenda explanatória) mais do que o gráfico necessita. Por exemplo, se seus dados têm valores entre 0 e 78, o número máximo deve ser 80. Vocês podem ter a tendência de estender o gráfico até 100, um simpático número redondo; esta necessidade é especialmente difícil de resistir, se os dados fornecem porcentagens, para as quais a variação natural é de 0 a 100. Precisam resistir a esta tentação, entretanto. Se vocês não o fizerem, parte de seus gráficos será vazia; pior, a parte viva de seus gráficos ficará em dimensão menor, porque desperdiçaram talvez 20% ou mais da largura (ou altura) com espaço vazio, em branco.

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FIGURA(Pedir orientação)Fig. 4. Relação dose-efeito de cefazolina e de cefradina (44).

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No exemplo acima (dados com valores variando de 0 a 78), seus números de referência devem ser 0, 20, 40, 60 e 80. Vocês devem usar pequenas linhas para indicação destes números e também nas dezenas intermediárias (10, 30, 50, 70). Obviamente, uma linha de referência entre 0 e 20 só pode ser 10. Assim, vocês não precisam legendar os 10s e podem usar letras maiores nos 20s, sem precisar espremer. Usando tais técnicas, vocês podem fazer gráficos simples e eficazes, em vez de desordenados e confusos.

SÍMBOLOS E LEGENDASSe há espaço no gráfico em si, usem-no para apresentar as chaves dos símbolos.

No gráfico de barras (Fig. 1), os sombreamentos das barras seriam um pouco difícil de definir na legenda; fornecendo-os como chaves, eles não necessitam de definições posteriores (e são evitados montagem adicional, conferência de provas e custos).

Se precisarem definir os símbolos na legenda da figura, vocês devem usar somente símbolos que são considerados padrões e que estão disponíveis na maioria dos sistemas de impressão. Talvez os símbolos mais padronizados são círculos, triângulos e quadrados abertos e fechados. Se vocês tiverem somente uma curva, usem círculos abertos para os pontos de referência; usem triângulos abertos para a segunda, quadrados abertos para a terceira, círculos fechados para a quarta e assim por diante. Se necessitarem de mais símbolos, vocês provavelmente têm muitas curvas para um gráfico e devem tentar dividi-lo em dois. Se precisarem usar um pouco mais de símbolos, qualquer editor de texto tem o sinal de multiplicação (x). Diferentes tipos de linhas

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de união (sólida, tracejada) podem também ser usadas. Mas não usem diferentes tipos de linhas de união e diferentes símbolos.

Gráficos devem ser desenhados com nitidez. Ao imprimir, estes "emaranhados de linhas" ficam em branco e preto; não há cinzas. Qualquer coisa desenhada muito de leve (mais a maioria das manchas e rasuras) não aparecerão na impressão; entretanto, o que aparece, pode aparecer muito preto, talvez de forma embaraçosa. Felizmente, vocês podem determinar antecipadamente como seu gráfico ficará depois de impresso, simplesmente fazendo fotocópias. A maior parte das fotocopiadoras funcionam como câmaras próprias para imprimir.

O que eu disse acima assume que irão construir os gráficos vocês mesmos. Se isso ocorrer, estas diretrizes são úteis. Se alguma outra pessoa em sua instituição prepara os gráficos, vocês devem ser capazes de fornecer instruções razoáveis, estando de posse dos elementos essenciais. Se vocês não tiverem experiência em construção de gráficos, e tal talento não está facilmente disponível em sua instituição, vocês devem provavelmente tentar encontrar um bom estabelecimento comercial de arte. Os cientistas, às vezes, se surpreendem pelo fato de artistas poderem fazer em minutos, a preço razoável (usualmente) o que, para eles, levaria horas para fazer. Confecção de gráficos não é um trabalho para amadores.

Com relação às legendas, elas normalmente devem ser feitas em páginas separadas, não na base ou no alto das ilustrações. A principal razão para isso é que as duas porções devem ser separadas no processo de impressão, sendo a legenda produzida por processos de impressão a as ilustrações por processos fotográficos.

CRIANDO ELETRONICAMENTE GRÁFICOS PARA ARTIGOS CIENTÍFICOS

A tecnologia de hoje permite colocar facilmente qualquer número de dados

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variáveis em um único gráfico. Infelizmente, a facilidade com a qual esquemas e gráficos complexos podem ser criados eletronicamente geralmente resultam em gráficos confusos ou falsos. Programas de computador permitem uma larga escolha de modelos e formatos, mas não ajudam vocês a escolherem os mais apropriados para seus dados. Embora eles possam tornar a criação de ilustrações detalhadas mais fácil e rápida, a aplicação de "softwares" não eximem os autores de suas responsabilidades de desenhar ilustrações que comuniquem dados de forma acurada e eficaz.

Uma informação ilustrada eficaz salienta o que o gráfico supostamente possui em termos de seu conteúdo de dados. Ela inclui a tipologia usada para a apresentação do gráfico, o significado das linhas e o arranjo visual dos dados.

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SOFTWARE" PARA GRÁFICOS E ESQUEMAS

Esquemas e gráficos podem ser preparados usando aplicativos com telas quadriculadas, como os seguintes:

Excel: Dados do Excel podem ser convertidos em formato de figura dentro do programa do Excel. Dados do Excel podem também ser exportados para o DeltaGraph Pro (veja abaixo) ou para programas para fazer slides como o PowerPoint e o Persuasion (veja abaixo). Microsoft Office: Dados do Excel ou do Word podem ser convertidos em formato de figura, usando Microsoft Chart na coleção de programas do Microsoft Office. Deltagraph Pro: DeltaGraph Pro é um programa exclusivamente devotado a fazer gráfico. Ele contém uma ampla biblioteca de tipos de gráficos, com extensiva documentação de como dar formato a cada tipo. Word: Este programa de processamento do redator de texto contém as ferramentas para construir tabelas, mas não gráficos.

"SOFTWARE" PARA SLIDES (E TRANSPARÊNCIAS)

PowerPoint e Persuasion são programas para "slides" (diapositivos e/ou transparências - Nota da Tradutora) com funções similares; ambos são disponíveis tanto para Mac como para PC. PowerPoint é parte do conjunto do Microsoft Office e tem a vantagem de se conectar com os aplicativos do mesmo. O Persuasion do Adobe pode facilmente importar dados de outros aplicativos. Se é transportado de um computador para outro, estes aplicativos contêm facilidades para mudar para vídeo ou filmes rápidos. Eles também incluem funções para esboçar e imprimir desenhos feitos a mão. Aplicações do processador de texto podem imprimir todo tipo de transparências em lâminas de acetato próprias para impressoras a laser. Se vocês desejarem converter seu "datashow" do computador em diapositivos fotográficos de 35 mm, vocês poderão selecionar uma função que fornecerá a informação digital para fazer a conversão em dia-positivo por meio de um "bureau" de serviço. O pacote Astound difere do PowerPoint e do Persuasion no fato de ter funções de movimento que podem ser úteis numa apresentação de palestra.

"SOFTWARE" PARA ILUSTRAÇÕESHá dois diferentes tipos de "software" de ilustração. Programas Draw ou de

Ilustração são baseados em formas geométricas ou curvas que podem ser colocadas na leia através de cálculos matemáticos. Tintas coloridas ou em tons

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de cinza podem ser incluídas. Aplicativos do tipo desenho são melhor usados para desenhos lineares. Programas de desenho incluem o Adobe Illustrator e o MacromediaFreeHand. Estes programas não foram projetados para amadores. Embora o Illustrator e o FreeHand sejam similares em funções, o FreeHand tem propriedades tipográficas melhores. O Illustrator é popular, porque ele trabalha bem com outros aplicativos do Adobe. Um programa de desenho barato e fácil de usar para o Macintosh é o SmartSketch. O ChemDraw é um programa de desenho para criação de estruturas químicas. Enquanto outros programas de desenho foram aperfeiçoados, o ChemDraw tem omissões no que se refere a tipos de superfície, a comprimento e espessura de ligações químicas, a espessura de linhas e a outros parâmetros para criação de estruturas químicas.

Programas de pintura usam brochas eletrônicas, borrachas e pincéis de uma maneira semelhante a dos pintores para criar novas ilustrações ou para limpar ou retocar fotografias e desenhos existentes. Programas de pintura são baseados em pixel. Pixels são blocos retangulares ou quadrados minúsculos que compõem uma tela gráfica de computador. Quando vocês "pintam" sobre uma tela de computador, estão, na realidade, tornando cada pixel aceso ou apagado, permitindo que ele apareça preto, branco ou em uma determinada cor. O PhotoShop do Adobe é o programa de pintura melhor conhecido; ele trabalha com o Illustrator, podendo-se importar e exportar imagens entre os dois programas. PhotoShop é um programa bem acabado, empregado por usuários especialistas no assunto e experientes. Para usuários menos sofisticados, a Adobe tem um programa muito menos extenso e fácil de usar, o PhotoDeluxe, que tem muitas das funções do PhotoShop. Estes dois programas podem ser usados para retocar fotografias ou desenhos que estão desbotados ou que estão muito claros ou muito escuros ou com pouco contraste de cor. Paintshop Pro do Windows é um aplicativo similar.

FORMATOS PARA GRÁFICOS ELETRÔNICOS

Gráficos usados em aplicativos para computador vêm em vários tipos de arquivos diferentes. Os formatos de gráficos mais comumente usados, no Win dows, são PIC, TIFF (Tag Image File Format), EPS (Encapsulated PostScript) e WMF; aqueles da Macintosh incluem PICT, TIFF e EPS. Felizmente, a maioria dos programas de gráfico permitem-lhes salvar seus arquivos, a escolher, em inúmeros formatos diferentes. Os periódicos geralmente aceitam arquivos TIFF ou PICT do PhotoShop, ou outros programas de pintura, e arquivos EPS do FreeHand ou do Ilustrator. Antes de criarem gráficos eletronicamente, confiram com a publicação, para a qual vocês planejam enviar, quais são as preferências deles quanto aos formatos.

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GRÁFICOS GERADOS POR COMPUTADOR

Uma das mais úteis contribuições para escrever e publicar artigos científicos é o uso de aplicativos eletrônicos para criar gráficos. O Excel, um programa de planilha, contém alguns formatos de esquemas e gráficos. Dados que entram em células nas colunas do programa podem ser convertidos em um esquema ou gráfico, usando outra propriedade do programa. Programas de planilha oferecem um número limitado de estilos. Muitas pessoas usam programas deste tipo, como o Excel, Lotus ou outros, para gravar dados provisórios, a medida que eles estão sendo obtidos. Os dados em um programa de planilha podem também ser exportados para um programa de figuras, a fim de se obter uma maior variedade de formatos.

DeltaGraph Professional é um software de programas especificamente projetados

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para esquemas e gráficos. Muitos formatos estão disponíveis, embora seja mais prudente ficar com os de desenhos bidimensionais simples. Dados colocados no Excel ou outros aplicativos de planilha podem ser importados para o DeltaGraph. Os formatos incluem os gráficos tipo pizza, de barras e lineares, mas também incluem tanto esquema de dispersão de pares XY e formatos lineares como gráficos polares. Programas dedatashow também têm a facilidade de produzir gráficos, embora estes sejam orientados para uso empresarial e são geralmente impróprios para uso científico.

ESCOLHENDO O TIPO CERTO DE GRÁFICO

Inicialmente, vocês devem analisar cuidadosamente seus dados para determinar o formato mais claro, menos ambíguo para demonstrar seus dados, de maneira que suas informações possam ser rapidamente percebidas pelos leitores. O formato de gráfico que vocês escolherem deve deixar claro para o leitor a informação numérica, permitindo comparações fáceis e fornecendo os conceitos cobertos pelo texto associado. Quando vocês selecionarem o formato do esquema no DeltaGraph, Excel ou outro software de programa, escolham o formato que apresente seus dados da maneira mais clara e simples possível, sem elementos de desenhos desnecessários ou que provoquem confusão. A maioria das representações gráficas usadas para descrições científicas são baseadas nos seguintes tipos de configurações:

Gráficos de barras para comparar proporções e quantidades relativas e mostrar tendências e mudanças no tempo. Tabelas fazem comparações de proporções e quantidades. Gráficos tipo pizza ilustram proporções e mostram mudanças no tempo. Gráficos lineares mostram tendência e mudanças no tempo.

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Gráficos multiplotados mostram correlações entre eventos. Gráficos multi-plotados podem ser construídos das seguintes formas: (I) combinando dados em linhas e barras verticais; (2) usando um gráfico com barras verticais duplas, com cada barra representando um de dois conjuntos de dados, o da base e o outro do alto; (3) usando um gráfico linear com linhas individuais representando cada variável do dado ou (4) usando uma representação em dispersão com duas distribuições.

CONSISTÊNCIA NA REPRESENTAÇÃO DOS DADOS

Os intervalos de medida que vocês escolherem devem ser os mesmos por todo o gráfico. Por exemplo, se um gráfico de linha de tempo representa incrementos anuais, faça cada intervalo de tempo no eixos dos xs igual a todos os outros, tanto em medida como no período de tempo representado. Se vocês estiverem usando linhas, assegurem-se de que cada linha colocada no gráfico tenha igual destaque visual em relação às outras. Variem o visual somente se quiserem que uma dada variável, presente nos dados, apareça realçada, quando comparada a outras. Uma alternativa é criar linhas de igual espessura e cor, nas quais cada linha usa um símbolo diferente no ponto do nódulo. Defina claramente cada dado colocado, com uma legenda ou usando texto de explicação ao lado de cada linha.

PREPARANDO GRÁFICOS PARA PUBLICAÇÃO

Há várias vantagens de criarem-se gráficos para publicação, eletrônica mente. Uma é a possibilidade de trabalhar na dimensão final para reprodução, especificada pela

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publicação. Gráficos pequenos são usualmente de uma coluna de largura; gráficos grandes podem ter duas colunas de largura, se necessário, Assegurem-se de que todo o texto tenha extensão suficiente para ser lido facilmente, mas não tão extenso que domine a página e confunda o revisor. Muitas publicações preferem uma tipo de letra mais simples, como a Helvetica, para rótulos e títulos. Números são mais fáceis de ler e reproduzir em tipos de letras simples. O tamanho final do tipo (se o gráfico for ser reduzido) não deve ser menor que 8 pontos. O tipo de letra Boldface pode ser usado para rótulos importantes, como o nome dos eixos.

Quando criarem gráficos de barra, evitem usar modelos diferentes para distinguir os dados colocados. Branco, preto e duas ou três níveis de cinza usualmente são suficientes. Quando usarem sombras cinzas para diferenciar dados, usem as seguintes porcentagens de preto: 25, 50 ou 75%. Quando os dados

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colocados incluem um grande número de variáveis, podem ser colocados rótulos para dar nome a cada variável.

Quando usarem linhas como variáveis dos dados, grafem-nas com pelo menos 0,5 pontos de espessura, mas não mais grossas que 1,0 ponto, se suas linhas forem 100% pretas. As linhas podem ser diferenciadas por símbolos ou usando um diferente padrão de traçado para cada variável dos dados. Quando usarem símbolos, mantenham-nos com o mesmo tamanho; 10 ou 11 pontos funcionam bem. Quando trabalharem com linhas tracejadas, mantenham todas as linhas com a mesma espessura, mas assegurem-se que cada padrão de linha seja suficientemente diferente dos outros, para clareza. Evitem usar linhas de grade dentro do gráfico, a não ser que elas sejam necessárias para a clareza. Pequenas marcas isoladas podem freqüentemente fornecer a informação necessária. A informação que descreve as variáveis dos dados pode geralmente ser realçada, criando uma legenda que mostre seu uso. Quando escreverem a legenda para um gráfico, descrevam cada colocação de dados de forma não ambígua e fácil de seguir.

O gráfico indicado na figura 5 é o gráfico mostrado anteriormente na figura 3, refeito em DeltaGraph Pro. A chave no canto superior direito da figura 5

FIGURAPedir orientação

Fig. 5. Efeito da espermidina na transformação de B. subtilis BR 151. Ensaios 1 e 2: amostras de DNA de 5 pg (círculo aberto) ou 0,5 pn de DNA doador por ml (triângulo aberto) Coram incubados por 20 minutos, antes da adição de células. Ensaios 3 c 4: células competentes foram incubadas com espermidina por 40 minutos, antes da adição de 5 μg de DNA doador por ml (círculo fechado) ou 0,5 μg de DNA doador por ml (triângulo fechado).

(Mol. Cen, Genet 178:21-25, 1980; cortesia de Franklin Leach; refeito em DeltaGraph Pro por cortesia de IV T. Glenn).

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descreve cada variável dos dados, visualmente. A legenda abaixo do gráfico descreve cada variável num texto detalhado.

O gráfico da figura 6 contém os mesmos dados do gráfico da figura 5. Na figura 6, as variáveis dos dados são indicadas com linhas tracejadas.

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FIGURAPedir orientação

Fig. 6. Efeito de espermidina na transformação de B. subtilis BR 151.(Mol. Gen. Genet. 178:21-25, 1980; cortesia de Franklin Leach; refeito em DeltaGraph Pio por cortesia de B. T. Glenn.)

A figura 7 é o mesmo gráfico com o eixo dos xs indicado em cinza mais claro, de forma a não confundir o traço com os importantes indicadores de dados. Se vocês desejarem incluir linhas de grade para clareza, façam-no com a espessura de 1 ponto com 15% de cinza. Entretanto, as linhas de grade da figura 7 dão ao gráfico uma aparência muito confusa.

FIGURAPedir orientação

Fig. 7. Efeito da espermidina na transformação de B. subtilis BR 151.(Mol. Gen. Genet. 178:21-25, 1980; cortesia de Franklin Leach; refeito em DeltaGraph Pio por cortesia de B. T. Glenn.)

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CAPÍTULO 15

Como Preparar Fotografias Eficazes

(início de epígrafe) A vida não é sobre detalhes significantes, iluminados por um flash, fixado para sempre. As fotografias são. (fim de epígrafe)

Susan Sontag

FOTOGRAFIAS E MICROFOTOGRAFIASSe seus artigos tiverem que ser ilustrados com uma ou mais fotografias, que se

transformam em fotogravuras (veja Glossário de Termos Técnicos) no processo de impressão, há vários fatores que devem ter em mente.

O principal fator com o qual devem se preocupar, entretanto, é a apreciação adequada do valor das fotografias para a história que vocês estão apresentando. O valor pode variar de essencialmente zero (neste caso, como no caso de tabelas e gráficos desnecessários, elas não devem ser apresentadas), até o valor que transcende àquele do texto em si. Em muitos estudos da ultraestrutura celular, por exemplo, a significância do artigo está nas fotografias.

Se suas fotografias (especialmente microfotografias eletrônicas) são de prima importância, vocês devem primeiro se perguntarem qual periódico tem a mais alia qualidade de padrões de reprodução (telas de .fotogravuras de 150 a r'()() linhas, fundo coberto) para imprimir estudos de estrutura fina. Em Biologia, os periódicos publicados pela American Society for Microbiology e pela The Rockefeller University Press são especialmente conhecidos pelos seus altos padrões com relação ao assunto.

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Assim como em gráficos, o tamanho (especialmente a largura) do que deve ser impresso, em relação à largura da coluna e da página do periódico, c extremamente

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importante. Assim, as dimensões devem ter importância para vocês, ao adequarem o material à página do periódico. É importante para o periódico, porque os custo da reprodução de fotogravuras são muito altos.

ENQUADRAMENTO E MONTAGEMQualquer que seja a qualidade de suas fotografias, vocês querem que elas sejam

impressas de forma legível. Até certo ponto, podem controlar este processo, se usarem suas cabeças.

Se vocês estiverem conscientes de que certos detalhes podem ser perdidos por redução excessiva, há várias formas de evitarem isso. Toda vez que precisarem da fotografia toda, enquadrem os quatro cantos. Depois, selecionem a parte importante; isto é especialmente útil se vocês puderem adaptar o tamanho da foto ao tamanho da coluna ou da página do periódico. Vocês podem então, sem susto, escrever na margem da impressão ou na capa: "imprima com o tamanho de uma coluna (ou com o tamanho de uma página), sem redução fotográfica". Lidando com fotografias tão cuidadosamente produzidas, contendo instrução razoável, provinda do autor, a maior parte dos editores de cópia terão prazer em concordar. As figuras 8,9 e 10 mostram fotografias com e sem produção. Uma maior fidelidade de reprodução é obtida, quando vocês fornecem fotografias do tamanho exato, não necessitando nem de aumento nem de redução. Uma redução significante (mais de 50%) deve ser evitada. Maior redução de gráficos é possível, se as letras puderem resistir a isso. Não há necessidade de impressão em papel "glossy", como pedido por certos periódicos, desde que a superfície sensível da folha seja polida.

Usualmente, vocês podem colocar marcas de montagem nas margens das fotografias. Vocês não devem jamais colocar marcas de montagem diretamente sobre uma fotografia (excetuando as margens). Marcas na margem podem ser usadas, às vezes, especialmente se as fotografias são montadas sobre cartolina ou outro material de apoio. Por outro lado, marcas de montagem podem ser colocadas em um papel transparente de cobertura ou sobre uma fotocópia que acompanhe a fotografia. Lápis de rotulação costuma ser adequado para isso.

Um truque útil que vocês podem tentar é o seguinte: Cortem dois "Ls", talvez com 15 cm de altura, 7,5 cm na base, 2,5 cm de largura feitos de papel cartão preto. Se agora vocês invertem um dos "Ls" e o colocarem sobre o outro, vocês têm à disposição um retângulo ajustável com o qual podem montar suas fotos. Através deste tipo de montagem, vocês podem colocar marcação i\c \v produção nos locais onde se podem obter melhores figuras.

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FIGURADescrição de figura: figuras microscópicas.Pedir orientação

Fig. 8. Culturas de Desulfovibrio vulgaris em placas de Petri. A fotografia original (no alto) foi reduzida em 50% para adaplar-se ao tamanho desta página. A versão remontada (em baixo) não necessitou redução fotográfica. A versão originalmente produzida obviamente forneceu mais detalhes sobre as colônias. (Cortesia de Rivers Singleton Jr. E Robert Kelcham).

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FIGURA

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Descrição de figura: Figuras microscópicas.Pedir orientação

Fig. 9. Microfotografia eletrônica de um corte fino de Desulfomaculum nigrificans.Fotografia original (no alto); reprodução para dar uma figura mais clara da formação do esporo (em baixo). (Cortesia de Rivers Sangleton Jr. e Roger Buchanan.)

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FIGURADescrição de figura: Figuras microscópicas.Pedir orientação

Fig. 10. Microfotografia de fratura por congelamento de um segmento de capilar arterial. Fileiras de partículas intercaladas de membrana, características de junções de oclusão compactas, são evidentes. Permanecem os sulcos onde outras partículas foram removidas com o pedaço fraturado complementar. Original (no alto). Somente uma pequena fração (canto esquerdo, ao alto) do original permaneceu após a reprodução, com o detalhe muito aumentado. A microfotografia eletrônica reproduzida em baixo foi publicada no Microvascular Research .W:349-362, 1987.

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CHAVES E GUIAS NECESSÁRIOS

Se vocês não puderem produzir com as características de seus interesses particulares, tentem colocar setas superpostas ou letras sobre as fotografias. Neste caso, vocês podem chamar a atenção dos leitores para características significantes, enquanto tomam mais fácil fazer uma legenda com conteúdo adequado.

Sempre marquem "alto" no lado que vocês querem que fique para cima na fotografia. Marquem-no no verso, com lápis macio. De outra forma, a fotografia (a não ser que ela tenha uma parte superior muito óbvia) pode ser imprimida de cabeça para baixo ou de lado. Se a fotografia é sobre um campo que pode ser impresso com qualquer orientação, marque "alto" no lado mais estreito. (Isto é, sobre uma cópia 4 por 6 ou 8 por 10, as dimensões 4 polegadas ou 8 polegadas devem ser os tamanhos necessários para que, sem redução, preencham as dimensões de uma coluna ou de uma página).

Assim como com tabelas, é uma boa idéia indicar a localização preferencial para cada ilustração. Desta forma, vocês asseguram-se de que todas as ilustrações foram referidas no texto, na ordem um-dois-três, e o redator saberá como entremear as ilustrações no texto, de forma que cada uma fique perto do texto a ela relacionado.

Em microfotografias eletrônicas, coloquem o marcador micrométrico diretamente na fotografia. Desta forma, independentemente da porcentagem de redução (ou mesmo de ampliação), no processo de reprodução, o fator ampliação do tamanho do material real, na fotografia, fica claramente evidente. A prática de colocar a ampliação na legenda (por exemplo, X 50.000) não é prudente e alguns periódicos não o permitem mais, precisamente porque este tamanho (e assim sua ampliação em relação ao material original) pode ter mudado na impressão. E, usualmente, os autores se esquecem de mudar a ampliação no estágio de prova.

FOTOGRAFIAS COLORIDAS

Embora muitos laboratórios estão atualmente equipados para executá-las,

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fotografias coloridas são raramente impressas em periódicos; os custos são, às vezes, proibitivos. Muitos periódicos imprimirão uma ilustração colorida se o editor concordar que a cor é necessária para mostrar um determinado fenômeno e se o autor puder pagar (talvez por meio de patrocínio) parte ou todo o custo adicional de impressão. Portanto, suas fotos de laboratórios devem ser normalmente feitas em preto e branco, porque isto é que pode ser impresso. Embora

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fotografias coloridas possam ser impressas em preto e branco, elas sempre ficam esmaecidas e não têm a fidelidade das fotografias originais em preto e branco.

Nos últimos anos, o custo para imprimir ilustrações com quatro cores diminuíram um pouco e o uso de cores em alguns campos (Medicina Clínica, Cristalografia, por exemplo) tornou-se comum. Além disso, muitos periódicos médicos têm um grande número de anúncios em quatro cores e fotografias coloridas podem então ser impressas no texto com custo mínimo (a maior parte do custo sendo absorvido pelos anunciantes). Ocasionalmente, diapositivos coloridos são preferíveis às cópias, para reprodução em periódicos.

ILUSTRAÇÕES EM BICO DE PENAEm algumas áreas (especialmente Biologia Descritiva) ilustrações a bico de pena

(desenhos com linhas) são superiores a fotografias para mostrar detalhes significantes. Tais ilustrações são também comuns em Medicina, especialmente ao apresentar figuras anatômicas e, com certeza, tornaram-se virtualmente uma forma de arte. Normalmente, são requeridos serviços de ilustradores profissionais, quando tais ilustrações são necessárias.

PREPARAÇÃO ELETRÔNICA DE FOTOGRAFIAS E DESENHOSMuitos periódicos que aceitam manuscritos digitais também aceitarão imagens

digitais juntamente com os desenhos e fotografias preparados da forma tradicional. Se vocês estiverem enviando imagens feitas à mão, em preto e branco, elas podem ser escaneadas com um "scanner" convencional de escritório, preferencialmente aqueles que trabalham com 600 pontos por polegada (dpi). Se vocês planejarem enviar suas fotografia ou desenhos em gradações de cinza, de forma digital, assegurem-se de que a reprodução seja de pelo menos 1200 dpi, ou mais alto, para melhor qualidade da imagem. Pelo fato de a qualidade da maioria dos "scanners" de escritório não fornecerem esta alta resolução, vocês precisarão fazer o escaneamento em uma gráfica. Quando encomendarem o escaneamento, digam à gráfica que as figuras escaneadas serão usadas para reprodução.

Fotografias digitais podem ser criadas com câmaras digitais. Câmaras digitais que podem ser compradas por 800 dólares ou menos não são boas; suas resoluções são adequadas para projeção, não para impressão. Câmaras de qualidade digital de alta resolução são caras, com preços da ordem de 10.000 até

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50.000 dólares, dependendo de suas características. Uma outra forma de obter imagens digitais é usar uma câmara padrão e processar as fotografias num formato digital, tal como um Photo-CD.

FORMATO DE IMAGEM TIPO PHOTO-CDQuando vocês têm uma série de fotografias para digitar, podem usar Photo-CDs,

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um formato digital inventado pela Kodak. Com esse processo, seu rolo de filme comum é convertido em imagens digitais, cada uma com quatro níveis de resolução, do menor ao maior. As imagens digitais, fornecidas a vocês na forma de um CD, podem ser usadas para apresentação na forma de diapositivos ou na de imagens do Web, assim como para impressão, dependendo da resolução com que vocês escolheram para trabalhar. Vocês podem também selecionar imagens individuais a partir de vários rolos de filmes e tê-las em uma determinada ordem. Este tipo de processamento custa um pouco mais, mas é ainda menos caro que escanear uma certa quantidade de imagens individuais.

Vocês podem querer mudar o formato Photo-CD Web que a Kodak fornece para um formato JPEG, no caso de algo que necessite ser implantado mais rapidamente. Vocês podem ver e selecionar as imagens que desejam, usando o drive de CD-ROM em seu computador. As imagens selecionadas podem ser transferidas para um disquete comum ou um disquete zipado. (Um disquete zipado é um disquete que pode conter quantidades muito maiores de informação que os disquetes normais). Para maiores informações, entrem em contato com seu processador de Photo-CD local ou para "Informação sobre "Photo-CD", diretamente com a Kodak, pelo endereço <www.kodak.com/daiHome/products/photoCDs.html>

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CAPÍTULO 16

Como Digitar o Manuscrito

(início de epígrafe) Então, a preta-brilhante, de clique claro, macia ao correr, Escovada, lubrificada e elegante máquina de escrever, Com teclas de estanho, esperando pelos desastres Que logo a martelarão em verso e prosa. (* - Nota de rodapé) (fim de epígrafe)

John Masefield

IMPORTÂNCIA DE UM MANUSCRITO BEM PREPARADOQuando vocês terminarem os experimentos e escreverem o trabalho, a digitação

final do manuscrito não é importante, porque, se seu trabalho é bom, se parece científico, ele será aceito para publicação. Certo? Isto está errado. Não somente um manuscrito mal digitado não será aceito para publicação, mas também, em muitas rotinas de periódicos, um manuscrito preparado com displicência nem sequer será considerado.

Na Divisão de Periódicos da American Society for Microbiology, que não é atípica com relação a esta questão, todo manuscrito recentemente enviado é examinado antes, simplesmente com relação à apresentação. O mínimo aceitável é que o manuscrito esteja bem digitado (não à mão), feito em espaço duplo (não com espaçamento simples), somente em uma face da folha (não frente e verso); três cópias completas (incluindo três conjuntos de tabelas, gráficos e fotografias) devem ser fornecidas e uma adequação razoável ao estilo do pe-

Nota de rodapé:* - NT: Tradução livre.

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riódico (títulos apropriados, citação apropriada da literatura, presença de um resumo inicial) deve estar em evidência. Se o manuscrito for falho em um destes pontos, ele pode ser imediatamente devolvido ao autor ou a revisão poderá ser retardada até que o autor

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forneça os materiais que faltem.Considerem isto uma regra fundamental: Antes que a cópia final de seus

manuscritos seja preparada, examinem cuidadosamente as Instruções aos Autores do periódico para o qual vocês os estão enviando. Alguns periódicos e publicadores - A American Society for Microbiology (1998), a American Medical Association (1998), a American Psychological Association (1994) e a American Chemical Society (Dodd, 1997), como bons exemplos, estabelecem instruções muito completas e úteis (manuais de estilo). Também examinem detalhadamente uma edição recente do periódico. Prestem particular atenção àqueles aspectos do estilo editorial que tendem a variar muito de periódico para periódico, como o estilo de citação de literatura, títulos e subtítulos, tamanho e colocação do resumo, desenho das tabelas e figuras e tratamento das notas de rodapé.

A propósito, um número crescente de periódicos parece estar recusando notas de rodapé no texto. A principal razão para isto é o alto custo de impressão, quando se colocam as notas de rodapé na base da página, com um tipo diferente de fonte e tendo de montar separadamente cada página com nota de rodapé, a fim de colocá-lo na base da página (depois que o compositor identificar que notas de rodapé são citadas em quais páginas). Além do mais, as notas de rodapé provocam interrupção durante a leitura, tornando os artigos mais difíceis de serem lidos rapidamente, com compreensão. Então, não usem notas de rodapé, a não ser que um periódico em particular as peça por alguma razão. A maior parte dos periódicos pedem notas de rodapé com "endereços atuais", caso um autor tenha se mudado; alguns periódicos solicitam que os nomes dos produtos manufaturados estejam citados em notas de rodapé, com esse fornecendo os nomes e endereços dos fabricantes. Toda vez que algum material de algum modo estranho precise ser mencionado, façam isso entre parênteses, no texto. Alguns periódicos têm uma seção de "Referências e Notas" no final de cada artigo, assim tornando óbvio a necessidade de notas de rodapés no texto.

Num mundo ideal, talvez boa ciência possa ser publicada sem a preocupação com o formato do veículo (o manuscrito depois de digitado). No mundo real, entretanto, editores e revisores ocupados, que trabalham sem salário, na maioria das tarefas, simplesmente não podem e não gastarão tempo lidando com manuscritos confusos e incompletos. Além disso, muitos dos editores experientes acreditam que há uma relação direta aí envolvida: um manuscrito pobremente preparado é, com pouca probabilidade de erro, o veículo transportador de uma ciência pobre.

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Portanto, meu aviso para vocês é firme neste ponto. Se desejarem que seus manuscritos sejam publicados (e para que mais vocês os estão enviando?), tenham plena certeza de que o manuscrito enviado esteja digitado claramente, sem erros, no estilo do periódico e que esteja completo em todos os sentidos. Isto é uma obrigação.

Seus manuscritos devem estar digitados ou impressos em papel branco, de 216 por 279 mm (8 1/2 por 11 pol.) ou ISO A4 (212 por 297 mm), com margens de pelo menos 25 mm (1 pol.). Esta cópia é enviada em disquete, se essa for a solicitação do publicador.

PAGINAÇÃO DO MANUSCRITOÉ conveniente que se comece cada seção do manuscrito em uma nova página. O

título e os nomes dos autores ficam usualmente na primeira página e esta deve ser a página 1. O resumo é a segunda página. A Introdução começa na terceira página e cada uma das seções seguintes (Materiais e Métodos, Resultados ele.) então se iniciam em uma nova página. As legendas de figuras são agrupadas em uma página separada. As tabelas e figuras (e as legendas das figuras) devem ser colocadas no final do manuscrito,

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não entremeadas ao longo dele.Historicamente, o sistema de "nova página" foi uma necessidade de muitos

periódicos, porque a antiga tecnologia de impressão necessitava de separação de materiais diferentes. Se, por exemplo, o estilo do periódico exigia tipos de 8 pontos no Resumo e de 9 pontos na Introdução, estas duas seções deveriam ir para máquinas de composição diferentes. Então, a cópia deveria ser cortada, a não ser que as divisões naturais fossem fornecidas antes.

Devido à flexibilidade das fotocopiadoras modernas, as cópias não precisam ser cortadas. Ainda assim, é uma boa idéia preservar estas divisões naturais. Mesmo que as divisões não ajudem mais os processos de impressão, elas lhes são freqüentemente úteis no processo de revisão do manuscrito. Geralmente, por exemplo, vocês podem decidir (ou o revisor pode exigir) que um determinado método seja adicionado, expandido, diminuído ou retirado. A vantagem é que a seção de Materiais e Métodos pode ser redigitada da página da mudança até o fim, sem perturbar o resto do manuscrito. Provavelmente, apenas a quantidade de espaço em branco na última paginados Materiais e Métodos mudará. Mesmo se o novo material exigir espaço adicional, vocês não precisam perturbar as seções posteriores. Suponham, por exemplo, que a seção de Materiais e Métodos em seus manuscritos originais acabe na página 5, os Resultados comecem na página 6 e então não exista espaço em branco suficiente na página 5

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para a inserção do novo material necessário. Simplesmente redigitem Materiais e Métodos da página da mudanças em diante, indo para as páginas 5a, 5b etc, se necessário. Os Resultados e as seções posteriores não precisam ser locados

MARGENS E TÍTULOSSeus manuscritos devem ter margens largas. Uma polegada (cerca de 25 mm) no

alto, uma na base e uma em ambos os lados 6 o mínimo. Precisarão deste espaço para seus próprios usos, durante a revisão tio manuscrito. Depois, o editor de cópia e o compositor necessitarão desse espaço para colocar as instruções necessárias. Também, é vantajoso usar papel com linhas numeradas para facilitar a indicação dos problemas durante os processos de editoração e de impressão.

Depois de digitarem a versão final, examinem seus títulos cuidadosamente. Os títulos principais ("Materiais e Métodos" etc.) não têm problemas, geralmente. Esses títulos devem ser centrados, com espaço acima e abaixo.

Além dos títulos principais, a maior parte dos periódicos usam subtítulos (por exemplo, parágrafo introdutório em negrito). Estes devem ser planejados como uma forma de marcação, para orientar o leitor através do artigo. Consultem um número recente do periódico para determinar que tipos de títulos ele usa. Se o periódico usa negrito ou itálico em subtítulos, faça-o dessa forma. Títulos e subtítulos devem ser "rótulos", não sentenças.

Não cometa o erro comum de usar um terceiro (ou mesmo um quarto) nível de título, a não ser que tal uso seja especificado pelo periódico. Dois níveis de título são usualmente suficientes para artigos de pesquisa e muitos periódicos não permitem mais. Periódicos de revisão, entretanto, especificam em geral três ou quatro níveis de títulos, devido ao maior comprimento dos artigos de revisão.

PROBLEMAS ESPECIAISTenham em mente que a digitação feita por vocês não é muito diferente daquela

que será feita mais tarde pelo compositor. Se tiverem um problema com seus manuscritos, é provável que o compositor também terá um problema. Vejam se podem

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identificar e então resolver alguns destes problemas, no sentido de facilitar para vocês e para o compositor. Por exemplo, a maior parte dos aparelhos para escrever (como a ultrapassada máquina de escrever) move-se inexoravelmente para frente, significando que é difícil ou impossível estabelecer localizações acima e abaixo de uma linha. Os computadores resolveram ou tornaram mais fácil muitos problemas, mas colocar uma fração numérica com

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seu traço na vertical, como ab-c / de-x pode ainda ser difícil. Mude a forma para (ab-c)/(de-x) e não haverá problema. Do mesmo modo, é difícil colocar uma letra inferior diretamente abaixo de uma superior. Assim, a2 elevado a primeira potência não é problema, mas a elevado a primeira potência sobre 2 é um problema. O termo ax ao quadrado no texto é um problema para alguns aparelhos de escrever. A alternativa mais fácil é colocar "a raiz quadrada de ax ao quadrado”. Se uma fórmula não pode ser colocada de uma forma adequada para ser digitada, vocês devem considerar a possibilidade de enviá-la na forma de um desenho feito a tinta Nankin. Vocês irão assim evitar um monte de problemas pata si e para o compositor e poderão salvar-se de bastante aflição. A câmera colocará sua fórmula perfeitamente; os aparelhos de escrever não.

Um outro problema é a diferença de grafia entre o Inglês americano e o Inglês britânico. Para evitar dificuldades para vocês mesmos, assim como para os compositores e revisores das provas, usem a grafia americana em um manuscrito que será enviado para um periódico, nos Estados Unidos e usem a grafia britânica em um manuscrito a ser enviado para um periódico, na Grã- Bretanha.

O MANUSCRITO ELETRÔNICOOs computadores agora têm um enorme impacto na forma como os artigos

científicos são escritos e publicados. A maior parte dos periódicos de Ciência estão atualmente aceitando envios de autores no formato digital, e muitos estão começando a manter versões eletrônicas "online" (disponível por computador). Tradicionalmente, o processo de escrever e publicar artigos científicos desenvolveu-se passo a passo, em um processo linear. O autor enviava um sumário de seu manuscrito a um periódico. O artigo, se fosse de interesse do publicador, era revisado pelos editores e especialistas da área. Seus comentários eram usados para aperfeiçoar o trabalho. Quando o trabalho era publicado, uma biblioteca classificava o artigo e catalogava-o para futuro acesso.

No passado, estes processos eram independentes um do outro e indivíduos e departamentos separados os faziam. Nos atuais periódicos de publicação, o processo mudou. O orçamento encolheu e o processo de revisão ficou mais veloz. As funções evoluíram, com os autores tomando-se digitadores e artistas gráficos, além de cientistas; os publicadores freqüentemente dão aos autores diretrizes e modelos para uso na redação de seus manuscritos. Os publicadores, em geral, fornecem padrões para a apresentação visual que têm a intenção de ajudar o processo de impressão e de melhorar a clareza dos conceitos contidos no texto. (!om o advento da publicação computacional, poucos indivíduos ou departamentos acadêmicos ainda se fiam no digitador. De fato, muitos editores dr periódicos deixaram a cargo dos autores, pelo menos parte da montagem paia publicação do manuscrito.

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"HARDWARE"

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COMPUTADORES E IMPRESSORASUm computador pessoal - quer usando um sistema de operação da Macintoch,

quer do Windows - é, claro, a peça essencial do "hardware" (conjunto compreendido pelo computador e seus acessórios). A maioria dos laboratórios e das universidades agora usam computadores pessoais conectados uns aos outros, em grandes redes, com um servidor que fornece, a todas as unidades, acesso a arquivos, a aplicativos e à Internet. Se vocês estiverem usando Windows, um computador com um processador mais lento como um 4K6 e a velha versão 3.1 do Windows servirá plenamente à maioria de seus propósitos. Entretanto, se estiver disponível, um processador Pentium de 133 mHz fornecerá melhor adequação para a criação de gráficos. Os computadores Macintosh mais velhos, mais lentos, preencherão satisfatoriamente a maior parte de suas necessidades do processador de texto, embora o Power Macs, mais moderno, mostrar-se-á mais útil no que se refere a aplicativos (documentos previamente preparados para preenchimento pelo usuário) para confecção de gráficos. Estão listados abaixo algumas outras características importantes a serem consideradas, quando forem preparar seus manuscritos eletrônicos.

Disco rígido: seus discos rígidos portam seus aplicativos e programas. A não ser que vocês planejem usar muitos aplicativos e criarem muitos arquivos de gráficos, um disco de 1,2 gigabytes tem usualmente memória suficiente. A maioria das máquinas atuais vem com um disco rígido de pelo menos 1,2 gigabytes. "Drive" de CD-ROM: Muitos computadores hoje vêm com um "drive" (dispositivo de entrada) que pode ler CDs ("Compacl disks"). Muitos "softwares" de programas estão atualmente disponíveis em CD-ROM. Memória: se vocês estiverem usando seus computadores para escrever algo, podem realizá-lo com 8 megabytes de RAM ("random access meinory" -memória de acesso randômico). Entretanto, se vocês planejarem criar gráficos e correr mais de um aplicativo de cada vez, vocês necessitarão de pelo menos 16 megabytes de RAM. A maioria das máquinas modernas vem com pelo menos 16 megabytes. Se vocês estiverem trabalhando com fotografias digitais e outros gráficos com tons contínuos, planejem uma necessidade de pelo menos 32 megabytes de RAM. Monitor: Os monitores vêm em vários tamanhos - 15 pol., 17 pol. e 20 pol.; são grandes o suficiente para visualizar quase uma página inteira do texto, de uma vez. Além disso, vocês abrem uma segunda página para com-

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paração ou abrem um gráfico relacionado para visualização lado a lado. Um monitor de 17 pol. é um de seus próximos melhores objetivos. A maioria dos novos monitores permite-lhes ajustar a resolução da tela de forma que vocês vejam mais da imagem, ficando esta apenas um pouco menor.

Uma outra peça vital de "hardware" é a impressora. Periódicos profissionais freqüentemente aceitam material gráfico gerado por computador; vocês necessitarão de uma impressora a laser que seja capaz de produzir gráficos de alta qualidade, claros, assim como texto facilmente legível, escuro. Os periódicos requerem que o produto gerado por laser seja imprimido com resolução de 600 dpi; qualquer resolução menor que isso é inaceitável, porque não será bem reimpresso.

"DRIVES" PORTÁTEIS, "MODEMS" E CÂMERAS DIGITAISPara evitar de se perder um duro trabalho em algum evento catastrófico que

possa ocorrer com o computador, vocês devem fazer cópia de segurança ("backup") de

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seus dados, separadamente do seu disco rígido. Alguns arquivos de manuscritos são pequenos o suficiente para serem arquivados em um disquete. Entretanto, se vocês estiverem trabalhando com uma série de arquivos, manter um conjunto de discos pode ser um problema. Para evitá-lo, vocês podem usar um "drive" portátil, que guarda mais dados.

"Syquest Drive": embora o venerável Syquest esteja gradualmente sendo substituído por novos tipos de equipamentos, ele é, ainda, um dos "drives" portáteis mais amplamente usados. Os cartuchos facilmente transportáveis vêm com tamanhos de 44,88 e 200 megabytes. Um "drive" de 200 megabytes irá ler todos os três tipos; escreverá ou copiará dados para cartuchos de 88 e de 200 megabytes. Os cartuchos custam cerca de 50 dólares cada. "Zip Drive": se vocês planejarem comprar um "drive" novo, o "zip drive" Iomega é uma excelente escolha para muitos usos gerais. O "drive" custa por volta de 150 dólares e o cartucho, que se parece com um disquete grosso, é vendido por 15 dólares a peça. Cada um porta 100 megabytes de dados. O Zip está gradualmente substituindo o Syquest em termos de disponibilidade geral. O "drive" é leve e pequeno e pode ser facilmente transportado em uma pasta. O Zip pode ser conectado tanto a um PC como a um Mac e o "software" do Zip, para cada tipo de computador, é fornecido pelo produtor do "drive". "Jaz Drive": o Jaz Iomega c uma boa escolha, se vocês precisarem armazenar uma grande quantidade de dados. O "drive" é mais caro que o Zip, sendo vendido por cerca de 400 dólares. O cartucho porta todo um gigabyte de dados custa cerca de 130 dólares.

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Os "modems" são a ligação entre um servidor da Internet e o seu computador. Quanto mais rápido é seu modem, mais facilmente as páginas da Web aparecerão em sua tela. O modem v28 corre a 28.8 kbps (28.800 bits por segundo) e pode ser comprado por 125 dólares ou menos. Velocidades algo mais rápidas (32 e 54 kbps) estão disponíveis por 50 a 100 dólares a mais. Para uma velocidade duas vezes maior, linhas ISDN (Integrated Services Digital Network - Rede Digital de Serviços Integrados), correndo a 57,6 kbps, estão disponíveis em suas companhias telefônicas. Os preços e a disponibilidade variam muito para esta linhas, de local para local e de urna companhia telefônica para outra. Seus provedores de serviços de Internet cobrarão mais por uma conexão ISDN. Se vocês estiverem usando um modem em uma escola ou em instalações de empresas, as conexões são provavelmente as tradicionais linhas TI e T2, que podem estabelecer várias conexões de uma vez. A não ser que o tráfego de linha esteja especialmente pesado, as páginas da Web apresentam-se rapidamente em conexões TI eT2.

Se seus trabalhos exigem o uso de evidência fotográfica, vocês devem considerar a possibilidade de comprar uma câmera digital. Entretanto, câmeras de baixa resolução são excelente escolha para imagens que vocês planejam ver somente em uma tela de computador ou mesmo para apresentação oral ou para a Web.

"SOFTWARE"

APLICAÇÕES DO PROCESSADOR DE TEXTOProgramas do processador de texto podem fazer certas diagramações de página,

mas eles foram essencialmente planejados para escrever. Incluem funções para copiar, cortar e colar texto e permitem a vocês estabelecerem margens e trabalhar com uma ou

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mais coluna do texto. Vocês podem escolher uma série de tipos de fontes em uma variedade de tamanhos. Os programas do processador de texto mais completos incluem corretores de ortografia, enciclopédia, numeração automática de página e inserção automática de citação. Alguns processadores de texto permitem criar tabelas e trabalhos artísticos simples, enquanto outros incluem um revisor gramatical. Muitos periódicos recomendam o uso do Microsoft Word ou o WordPerfect, dois dos programas do processador de texto mais comuns e mais populares. O Word e o WordPerfect estão disponíveis tanto para os sistemas operacionais Windows como para os Macintosh.

As funções de correção de ortografia e de gramática são úteis, mas não se pode confiar muito nelas. Corretores de ortografia devem ser usados somente para corrigir erros de digitação. A conferência das provas ainda é necessária

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para prevenir erros no contexto; entretanto, a revisão das provas para erros contextuais é usualmente muito mais eficiente, se vocês não tiverem que parar constantemente para corrigir erros de digitação. Virtualmente, Iodos os corretores ortográficos permitem a criação de um dicionário com os termos científicos costumeiros e palavras incomuns. Para afastá-los da possibilidade de confiarem demais em corretores de ortografia, eu lhes ofereço o seguinte poema de Janet Minor, intitulado "Spellbound" (que pode significar encantado ou escrito corretamente - Nota da Tradutora):

Eu tenho um corretor de ortografia,Ele veio com o meu PC;Ele marca com perfeição, para minha revisão1.Erros que eu não consigo ver2.Eu redigi3 este poema por meio4 dele,Eu tenho certeza que vocês5 gostarão de saber6,Ele foi7 avaliado como perfeito em sua correção do sentido textual,Meu corretor assim me disse8. (* - Nota de rodapé)

APLICATIVOS DE DIAGRAMAÇAO DA PÁGINAOs programas de diagramação de página ajudam a dar formato a construções de

página elaboradas. Colunas múltiplas são muito mais fáceis de criar num aplicativo de diagramação de página do que num programa do processador de texto, fornecendo um grau muito maior de controle dos elementos colocados. Esses são programas geralmente usados por artistas gráficos que fazem a produção definitiva das páginas para impressão. Embora vocês possam bater o texto como deve aparecer no processo final de diagramação da página, a maior parte das pessoas escreve em uma aplicação do processador de texto e então transporta o texto escrito para o aplicativo de diagramação de página. Programas de diagramação de página populares incluem o Quark Express e o Adobe PageMaker. Muitos periódicos preferem que os escritores enviem seus artigos em um programa do processador de texto, para que o publicador crie as páginas definitivas em um programa de diagramação.

Nota de rodapé:* - NT: A finalidade deste poema é mostrar que quando a palavra está grafada certa, mas não tem sentido no contexto, ou a frase está gramaticalmente incorreta, o corretor de texto nada assinala. Assim, a autora, no título, usou palavra que tem dois sentidos diferentes, dependendo do contexto. No poema, usa palavras, que estão sublinhadas na tradução, cujos sons, ao ler o poema em voz alta, parecem querer dizer o que está escrito acima, mas, pela grafia das palavras, ou está escrito errado ou tem outro significado ou

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está gramaticalmente incorreto, a saber: 1, revue, teatro de revista em vez de review, revisão; 2. sea, mar, em vez de see, ver; 3. run, em vez de runned erro gramatical; 4. threw, arremessado, em vez de trought, através dele; 5. your, seu, em vez de you, você; 6. too no, muito não, em vez de to know, saber; 7. tolled me sew, multou-me, costurando-me com linha, referindo- se a linhazinha vermelha que aparece em baixo da palavra errada, feita pelo corretor de texto, em vez told me so, assim me disse.

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O Adobe FrameMaker é um programa de diagramação de página que é preferido por escritores técnicos. Escrever neste aplicativo de diagramação de página pode ser tão fácil quanto escrever num programa do processador de texto. Entretanto, o FrameMaker também permite uma multiplicidade de tipos de formatos, particularmente adequados para materiais técnicos, incluindo a possibilidade de colocar fórmulas matemáticas. O programa permite o processo de indexação, fornecendo marcações de texto e códigos especialmente destinados à indexação. Podem ser criados modelos para apresentações complexas com o objetivo de automatizar a diagramação e o processo de confecção de páginas. Alguns periódicos, particularmente aqueles ligados à Matemática e à Química, aceitam trabalho escrito no FrameMaker.

O Adobe Acrobat é um tipo de programa de diagramação de página híbrido. Seu aplicativo Distiller converte um arquivo eletrônico, tanto de texto quanto de imagem, em um formato com caracteres (fontes) universais que pode ser interpretado por todos os usuários. A apresentação do arquivo original é mantido, inclusive o posicionamento dos gráficos. O artigo convertido, que termina com a designação .pdf, pode ser colocado na Internet para ser transportado. Quando visto na tela, usando o leitor do Adobe, de fácil acesso, o arquivo .pdf simula páginas de livro, enquanto, ao mesmo tempo, oferece as vantagens dos arquivos eletrônicos. Quando impresso, o arquivo .pdf fica parecido com seu arquivo original, independentemente de que tipo de fontes o usuário tem disponível.

APLICATIVOS ESPECIALIZADOSVárias disciplinas e mesmo determinados periódicos geralmente têm diferentes

necessidades com relação a seus formatos de citação. Além do mais, muitos programas do processador de texto não criam formatos de citação próprios para certas disciplinas. Estão disponíveis aplicativos para fornecer-lhes os formatos de citação ou de bibliografia que vocês querem ou necessitam. EndNotes, um dos aplicativos mais comumente usados, permite-lhes produzir modelos que se adequam às suas necessidades. (Veja capítulo 12, "Como citar as Referências", para obter mais informação sobre programas de citação e bibliografia.)

Se vocês precisam criar tabelas e esquemas eficazes, muitos programas estão à sua disposição. O Microsoft Word permite-lhes criar excelentes tabelas. Vocês podem colocar tantas linhas e colunas quantas forem preciso, no tipo e tamanho de letra que forem necessários para seu periódico. O DeltaGraph Pro, tanto para Macintoch como para Windows, tem muitos diferentes tipos de estilo de esquemas e gráficos para serem escolhidos. Os dados podem ser batidos diretamente ou importados de um programas de montagem, como o Lotus ou o

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Excel. Tipos e tamanhos de letras podem ser padronizados. Linhas de grade podem ser selecionadas por espessura e localização, de acordo com a necessidade. Chart, um programa da Microsoft, que é também parte do conjunto de programas do Microsoft Office 96, serve para construir esquemas, usando dados do próprio programa ou do Excel, um

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outro componente do Office 96. Ele pode transportar um esquema que vocês criaram no PowerPoint, o aplicativo de apresentação de "slides" do Office. Os desenhos encontrados nestes modelos gráficos estão focalizados principalmente nas necessidades de empresas, mas também podem ser úteis para confeccionar esquemas e gráficos científicos simples.

Alguns periódicos aceitam tabelas intercaladas com o texto. A maior parte dos periódicos, entretanto, requerem que os gráficos sejam impressos em forma de cópias feitas com a resolução mínima de 600 dpi. As fotografias precisam ser geralmente entregues impressas em papel glossy, no tamanho de 8 X 10 pol.. Alguns periódicos aceitam fotografias digitalizadas, com a resolução mínima de 1200 dpi. Certos periódicos aceitam gráficos confeccionados eletronicamente. Pesquisem as exigências do periódico antes de fazerem a confecção definitiva dos gráficos ou outra forma artística de apresentação. (Veja Cap. 13. "Como construir Tabelas eficazes", e Capítulo 14, "Como preparar Gráficos eficazes", para maiores informações sobre programas de criação de gráficos e tabelas.)

USANDO SEU PROGRAMA DO PROCESSADOR DE TEXTOMuitos escritores usam, atualmente, programas do processador de texto para

prepararem seus manuscritos. Praticamente todos os periódicos aceitam, e muitos agora exigem, os artigos ou os relatórios em disquete, no formato eletrônico. Abaixo estão listadas algumas das vantagens que os programas do processador de texto oferecem aos escritores:

A apresentação é construída em muitos aplicativos. A revisão e a edição são muito simplificadas. Múltiplas configurações são mais facilmente construídas. Trabalho cooperativo é feito com maior facilidade. Tabelas e esquemas podem ser construídos em muitos aplicativos.

MODELOSModelos são combinações de texto e formatos de página que codificam o arranjo

básico da página. Um modelo inclui especificações para cada iten, como margens, tipos de letras para o texto, cabeçalhos maiores ou menores e título. Um modelo pode ser criado tanto para as aplicações do processador de texto, como para os de diagramação de página. Os modelos não automatizam inteira-

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mente os processos; melhor, eles tornam mais fácil, para o escritor, a preparação do manuscrito, fornecendo um formato básico que pode ser modificado para necessidades específicas. Por exemplo, um autor pode modificar um modelo para obter todas as exigências de estilo de um determinado periódico. Modelos são também uma forma de manter uniformidade, quando se trabalha em colaboração. Modelos podem ser criados para definir letras, páginas de títulos e o manuscrito completo.

EDITANDO E REVISANDO SEUS MANUSCRITOSAlguns escritores gostam de editar diretamente na tela. Outros preferem fazer

suas modificações editoriais em uma cópia impressa e muitos usam uma combinação de ambos os procedimentos. Desde que temos a tendência de ver as coisas de forma diferente na tela do computador, comparado com uma apresentação em papel, o processo de edição funciona melhor com a combinação dos dois procedimentos. Como vocês vão agir é essencialmente uma questão de preferência pessoal. Impressos são

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também úteis se desejarem que colaboradores e colegas critiquem seus artigos à medida que os desenvolvem.

GRAVANDO, FAZENDO CÓPIA DE SEGURANÇA E IMPRIMINDO DOCUMENTOSEnquanto escrevem, vocês devem gravar seus arquivos pelo menos a cada 10

minutos. Podem também regular seu programa do processador de texto para lembrá-lo de salvar ou para salvar automaticamente. Se o computador desliga, vocês perderão apenas um pouco de seu trabalho. Depois de escrever uma seção, assegurem-se de que fizeram uma cópia de segurança de seus trabalhos. Gravem em um disquete, em cartucho de Syquest ou de Zip. Estejam seguros de que gravaram seus arquivos com nomes e em diretórios definidos, de forma que possam localizá-los facilmente. Este procedimento é particularmente importante se vocês estão compartilhando o computador com outras pessoas. Se são iniciantes em computação, consultem o manual que vem com a máquina, sobre convenções com relação a nomeação de documento.

Ocasionalmente, vocês podem querer manter duas diferentes apresentações de seus artigos, porque vocês gostam das duas versões e ainda não estão seguros de com qual querem prosseguir. Vocês podem gravar duas ou mais versões separadas, desde que os nomes do arquivo para as duas sejam diferentes. Lembrem-se de que nomes de arquivos são para seus usos e devem ser fáceis para vocês. Por exemplo, se eu nomeio a primeira versão de meu manuscrito como DAY1, a segunda versão pode ser simplesmente nomeada DAY2. O principal é nomear seus artigos de forma que possam recordar a que eles se

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referem. Quando estão buscando seus artigos, um outro fator que ajuda, tanto no Macintoch como no Windows, é a possibilidade de ver a data e a hora de criação deles. Se vocês estão procurando pelas versões mais recentes e não se lembram do nome que vocês deram, procurem pela data de criação.

Quando estiverem prontos para editar uma versão eletrônica de seus manuscritos, imprimam-na. Estes impressos podem ser feitos em baixa resolução, se vocês não têm acesso imediato a impressoras de alta resolução. Quando vocês enviarem seus artigos ao periódico, isto deve seu feito com uma impressão de pelo menos 300 dpi. Cópias manchadas ou de baixa resolução, feitas por impressoras de jato de tinta, ou com a qualidade de impressão matricial não são aceitáveis. Como mencionado acima, a maior parte dos periódicos preferem que o trabalho artístico, incluindo esquemas e tabelas, tenham a qualidade de impressão a laser de 600 dpi ou mais.

GRAVANDO TEXTOS USADOS FREQÜENTEMENTE PARA USO REPETITIVOMuito tempo pode ser economizado quando vocês escrevem seus documentos

eletrônicos, devido à capacidade de estocar textos freqüentemente usados na forma de "placas de aquecimento". No redator de texto, expressões são armazenadas no Glossário de Palavras ("Word Glossary") e associadas com um nome de referência para chamar o nome completo ou a frase. No WordPerfect, uma expressão armazenada é acessada pelo comando da macro (tecla ou conjunto de teclas que, ao serem batidas, colocam um nome ou toda uma frase no texto) junto com um pequeno nome de referência.

Abreviações e acrônimos podem também ser armazenados para uso repetitivo. (Acrônimos são palavras formadas por uma letra, ou mais de urna, de cada um dos nomes que aparecem em uma locução. Por exemplo, a palavra sonar foi montada da expressão inglesa sound navigation ranging, que quer dizer "alcance de som de navegação, ou ultrassom"). Se vocês desejam catalogar abreviações relacionando-as com seus nomes completos, usem o Glossário de Palavras. Quando vocês escolherem o

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termo do menu do Glossário ou pressionarem a tecla de acesso, toda a expressão será colocada em seu arquivo, automaticamente, toda vez que vocês colocarem o cursor num determinado local. Se armazenaram a expressão como um macro no WordPerfect, usem o comando da chave da macro. Procurem, em seus manuais do usuário, maiores instruções de como usar estas facilidades.

TRANSMISSÃO ELETRÔNICA DE UM DOCUMENTOA maior parte dos periódicos aceitam seus documentos (material de tabela

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pode ser excluído) num disquete ou outra forma de disco, como cartuchos de Syquest ou de Zip. Os periódicos também pedem três a cinco cópias do manuscrito, acompanhando a versão eletrônica. Toda a correspondência enviada para um periódico, incluindo o disco e todas as cópias em papel, deve ser rotulada com as iniciais do autor e o último nome. Vocês também devem colocar se o disco é para Macintoch ou Windows, que "softwares" usaram e qual versão. Além disso, forneçam uma cópia impressa dos arquivos armazenados em seu disco ou cartucho, com a descrição do que cada arquivo contém.

SUBMISSÃO DE UM RESUMO ELETRÔNICOAs associações, hoje em dia, geralmente pedem os resumos de artigos antes dos

artigos propriamente ditos serem enviados para um encontro. Muitas organizações aceitarão o resumo na forma de uma cópia simples ou em uma versão eletrônica em disquete. Outras associações podem pedir que o autor insira códigos de digitação para agilizar o processo. A American Society for Microbiology <http://www.asmusa.org/>, quando pediu aos membros resumos para um encontro recente, exigiu que os autores inserissem marcações especiais para indicar formatação em itálico, negrito, superescrito e subscrito. Um exemplo de como ela pediu que fosse feita a marcação de início e fim do texto em itálico é o seguinte:$\IPseudomonas aeruginosa$$END é detectado...

Ela também pediu que caracteres gregos fossem grafados e apresentados pela marca $. Os resumos são enviados na Forma Oficial de Resumo, constante na página da Web da Associação. Itens desse formato incluem caixas para tipo de submissão, nomes dos autores e afiliações, o resumo em si e três palavras-chaves. Para enviar o resumo, o autor meramente pressiona o botão "enviar".

DIAGRAMAÇÃO E TIPOLOGIAPelo fato de muitos periódicos e publicações profissionais atualmente aceitarem

artigos no formato eletrônico, vocês podem ter a necessidade de descobrir que formato a publicação requer e colocar as páginas do processador de texto de acordo com ele, antes da submissão. As exigências da publicação devem incluir colocação de margens, tipos de letras e estilos de cabeçalho. Os periódicos usualmente especificarão tais considerações sobre o formato, assim como sobre a justificação e o alinhamento do texto. Se estão enviando seus artigos eletronicamente, vocês precisam saber um pouco mais sobre tipologia e sobre confecção de página, além do básico do processador de texto.

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MARGENSMuitos periódicos especificam os tamanhos de margem preferidos. Seus

programas do processador de texto permitem-lhes colocar larguras para todas as suas margens. Dentro das margens do alto e da base, vocês podem colocar números de

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página sucessivos, qualquer texto identificador que selecionem e mesmo a data e a hora. A informação colocada desta forma é referida como cabeçalho ou rodapé, dependendo se é colocada no alto ou na base da página. Vocês podem colocar o número da página no alto da mesma, como um cabeçalho, ou na base, como um rodapé. Vocês podem centrar o número da página no alto ou na base ou podem colocá-lo à esquerda ou à direita, no alto ou na base. Vocês ainda podem posicionar os números de página de rosto dentro das margens internas ou das externas ou em ambas. Vocês precisam consultar os editores dos periódicos, ao qual vocês estão enviando, com relação às suas preferências sobre a colocação do número das páginas.

JUSTIFICAÇÃO E ALINHAMENTOA justificação descreve o alinhamento particular das letras. O texto justificado à

esquerda, o formato mais comum, alinha verticalmente pelo lado esquerdo. Ele pode ficar irregular à direita, significando que as letras não ficam alinhadas verticalmente no lado direito. Um texto justificado, o estilo usualmente empregado na impressão de livros, alinha verticalmente em ambas as margens, esquerda e direita. As aplicações do processador de texto produzem textos justificados, adicionando ou subtraindo os espaços entre palavras em cada linha, para forçar o alinhamento em ambas as margens, esquerda e direita. Embora seu programa do processador de texto permita-lhes fazer isto facilmente, muitos periódicos preferem que vocês enviem material eletrônico no formato justificado à esquerda e irregular do lado direito. Fazendo isso, evitam a necessidade do sistema de impressão deles ter que cancelar os comandos de seus programas do processador de texto.

HlFENIZAÇÃOAplicações do processador de texto permitem hifenização automática. O

computador consulta um dicionário e as regras de hifenização que são construídas dentro do aplicativo. Estes dicionários nem sempre podem ser-lhes úteis, especialmente porque a terminologia científica não é freqüentemente encontrada no dicionário comum do processador de texto. Seus programas do processador de texto lhes permitirão, também, hifenizar manualmente palavras desconhecidas.

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As novas palavras serão gravadas em um dicionário prático para uso futuro. Dicionários especializados estão disponíveis para algumas disciplinas científicas. A maior parte dos periódicos solicita que vocês não hifenizem o texto, porque a hifenização pode interferir em seu sistema de impressão. Além do mais, certas palavras perdem clareza de significado quando quebradas por um hífen. Em um texto desalinhado do lado direito, longas palavras não precisam ser hifenizadas. Publicações que permitem hifenização devem ter uma necessidade particular de estilo, tal como nunca colocar mais de três hífenes em uma fileira vertical.

TIPOLOGIAA tipologia eletrônica vem em duas diferentes arquiteturas - TrueType e

PostScript. O PostScript foi desenvolvido para impressoras a laser e fornece fontes (letras) estreitas e claras, independente de como a imagem aparece na tela. O TrueType trabalha bem sobre a tela, mas pode causar problemas quando convertido para impressão. É mais útil para "slides" projetados do computador e para outros materiais que serão vistos no monitor. Sempre usem fontes do PostScript para propósitos de publicação.

Times Roman é o tipo de fonte mais freqüentemente especificada para letra do

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texto do corpo do artigo. Ela é um tipo de letra serifada de fácil leitura. (A letra serifada tem tracinhos, chamados serifas, no final das linhas mais grossas, formando cada caractere). A fonte usualmente especificada para títulos em artigos enviados eletronicamente é o Helvetica, uma fonte não-serifada. (Os caracteres não-serifados não têm terminais serifados nos finais das linhas mais grossas e, ao contrário dos serifados, são balanceados por igual, com espessuras iguais em todas as linhas). Os periódicos também geralmente preferem que a letra do texto para um manuscrito enviado tenha 12 pontos de tamanho e espaço duplo entre linhas para tornar fácil ler e comentar por sobre o que está escrito. (Nos Estados Unidos, as letras são medidas em pontos, com 72 pontos perfazendo uma polegada).

O tipo de letra padrão para símbolos científicos é, apropriadamente, a Symbol. Periódicos científicos geralmente preferem que vocês usem Symbol quando preparem seus artigos. Outros tipos de letras são especificamente delineados para fórmulas matemáticas e químicas. Algumas publicações os aceitam, mas outras não. Se vocês estão usando um tipo de letra diferente de Symbol, vocês devem estar seguros que o periódico tenha uma cópia do tipo de letra que vocês estão usando. Consultem o periódico sobre as preferências do editor a este respeito. Usando um tipo de letra para símbolos, especial para gráfico, e enviando uma cópia impressa do gráfico como trabalho artístico para publicação, geralmente não haverá nenhum problema.

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TeX é um programa de composição de letras do processador de texto criado por Donald Knuth, da Universidade de Stanford, para impressão de manuscritos técnicos complexos. O nome TeX, pronunciado "tec ", é baseado nas letras gregas Tau, Epsilon e Qui, cujos equivalente romanos são T, E e X. O programa é disponível nas versões para os ambientes Unix, Windows e Macintosh. Certas organizações, como a American Mathematical Society < hllp://www.ams.org <http://www.ams.org/>, preferem que os manuscritos sejam enviados a elas com o formato do TeX. Estão disponíveis modelos para formatação eletrônica de manuscrito no TeX.

REVISÃO FINALDepois que o manuscrito foi implantado, é conveniente que vocês façam duas

coisas.Primeiramente, leiam vocês mesmos. Ficarão surpresos de quantos manuscritos

são enviados a periódicos sem terem sido verificados depois do final da digitação - manuscritos tão cheios de erros de digitação que às vezes mesmo o nome do autor está escrito errado. Recentemente, um manuscrito foi enviado por um autor que estava muito ocupado para fazer a revisão, não só da versão final do manuscrito, mas também da carta de apresentação. Sua carta dizia: "Espero que vocês considerem este manuscrito não aceitável." Nós o consideramos.

Em segundo lugar, peçam a um ou mais de seus colegas que leiam seus manuscritos antes de enviá-los ao periódico. Pode ser que o significado de uma ou mais partes de seus artigos esteja completamente confuso para seus colegas. Claro, isto pode ser porque seus colegas sejam burros, mas é possível que estas partes de seus manuscritos não estejam claras como deveriam estar. Vocês devem também pedir a um cientista, que é especialista em um campo de trabalho diferente, para ler seus artigos e anotar palavras e frases que ele ou ela não entenderam. Isto, talvez, seja a forma mais fácil de identificar jargões que podem estar presentes em seus manuscritos. Além disso, peçam a alguém, cujo conhecimento da língua seja razoavelmente especializado, para que leia os manuscritos. Em resumo, a revisão doméstica de seus manuscritos, feita por especialistas, deve incluir revisão por (1) um cientista que trabalha no mesmo campo que

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vocês, (2) por um cientista que trabalha em um campo não-relacionado e (3) por uma pessoa altamente competente na língua em que os manuscritos foram escritos. O gerenciamento cuidadoso deste processo anterior a submissão é necessário para aumentar as chances de aceitação pelo periódico. Esperem suar um pouco, se vocês ainda não o fizeram. Como certa vez as Instruções aos Autores do Journal of General Microbiology colocou, podemos afirmar que "A leitura fácil é fruto de uma escrita trabalhosa".

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CAPÍTULO 17

A Quem e Como Enviar o Manuscrito

(início de epígrafe) Grandes periódicos nascem nas mãos de editores; eles morrem nas mãos de homens de negócio.(fim de epígrafe)

Bernard de Voto

ESCOLHA DO PERIÓDICOAs escolhas de a quem e como enviar o manuscrito são importantes. Alguns

manuscritos são enterrados em periódicos impróprios. Outros são perdidos, danificados ou têm sua publicação atrasada por causa da displicência por parte do autor.

O primeiro problema é a quem submeter o manuscrito. (Na verdade, vocês terão que ter chegado a uma decisão sobre isso, antes de digitar o manuscrito de acordo com as Instruções aos Autores). Obviamente, suas escolhas dependem da natureza de seus trabalhos; vocês precisam identificar aqueles periódicos em sua área específica.

Uma boa forma de começar ou de refrescar suas memórias é pesquisar em um número recente do Current Contents. É geralmente fácil determinar, apenas na base do título, que periódicos podem publicar artigos em suas áreas. Somente pelo exame da lista de conteúdos, entretanto, vocês podem determinar que periódicos estão publicando artigos em suas áreas. Vocês podem também obter informações úteis, conversando com colegas.

Para identificar que periódicos poderiam publicar seus manuscritos, vocês

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devem fazer várias coisas: leiam a declaração de cabeçalho (uma frase usualmente encontrada na página frontal, na frente da publicação, dando o nome do periódico, o publicador e uma breve afirmação ou propósito), numa edição recente de um determinado periódico que vocês estão considerando; leiam os parágrafos de "abrangência" que geralmente são fornecidos nas Instruções aos Autores e examinem cuidadosamente a lista de conteúdos de uma edição atual.

Pelo fato dos periódicos terem-se tornado mais especializados e porque mesmo os periódicos mais antigos têm mudado freqüentemente seu propósito (por necessidade, à medida que a Ciência, ela própria, mudou), vocês precisam estar seguros de que o periódico que estão considerando está presentemente publicando trabalho do tipo que vocês se propõem a enviar.

Se vocês enviarem seus manuscritos para um periódico errado, uma de três coisas pode acontecer, todas ruins.

Primeiro, seus manuscritos podem simplesmente retornar a vocês com o comentário de que seu trabalho "não é adequado para este periódico". Geralmente, entretanto, este julgamento não é feito antes da revisão do manuscrito. Um parecer de

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"não adequado" depois de semanas ou meses de espera não é nada que os façam felizes.

Segundo, se o periódico é periférico em relação a seus trabalhos, seus manuscritos podem ter recebido uma revisão pobre ou injusta, porque os revisores (ou editores) do periódico podem estar vagamente familiarizados com suas áreas específicas. Vocês podem ser submetidos ao trauma da rejeição, mesmo que os manuscritos tivessem a possibilidade de serem aceitos no periódico certo. Ou podem terminar com uma perda de qualidade, através das revisões sugeridas, com as quais vocês não concordam, e que não melhoram seus manuscritos. E, se seus manuscritos realmente têm deficiências, vocês não serão capazes de beneficiar-se da crítica que vem dos editores do periódico certo.

Terceiro, mesmo que seus artigos forem aceitos e publicados, suas alegrias terão vida curta se vocês posteriormente descobrirem que seus trabalhos são virtualmente desconhecidos, porque foram enterrados em uma publicação que os especialistas de sua área não lêem. Esta é outra boa razão, a propósito, para conversar com os colegas, antes de decidir sobre o periódico.

O FATOR PRESTÍGIOSe vários periódicos forem adequados, importa qual vocês selecionam? Talvez

não deveria, mas importa. É uma questão de prestígio. Pode ocorrer que seu progresso futuro (promoções, patrocínios) seja determinado somente pela sorte. Mas não necessariamente. Pode, perfeitamente, ser que um velho

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pássaro esperto, sentado no comitê da faculdade ou no de revisão de concessão de bolsas reconheça e aprecie fatores qualitativos. Um artigo publicado em um periódico de "restos" simplesmente não é igual a um artigo publicado em um periódico de prestígio. De fato, o velho pássaro esperto (e há muitos pela ciência fora) pode ficar mais impressionado pelo candidato com uma ou duas publicações sólidas em um periódico de prestígio do que por um candidato com 10 ou mais publicações em um periódico de segunda categoria.

Como vocês percebem a diferença? Não é fácil e, claro, há muitas gradações. Em geral, entretanto, vocês podem formar julgamentos razoáveis através de um pouco de pesquisa bibliográfica. Vocês irão certamente ficar sabendo de artigos importantes que foram recentemente publicados em seus campos de trabalho. Tomem a seus cargos determinar onde eles foram publicados. Se a maioria das contribuições reais em seus campos foram publicadas no Periódico A, no Periódico B e no Periódico C, vocês devem provavelmente limitar suas escolhas a estes três periódicos. Os periódicos D, E e F, quando inspecionados, contêm somente os artigos menos importantes, então eles podem ser eliminados como suas primeiras escolhas, mesmo que o propósito deles seja o correto.

Vocês podem então escolher entre os Periódicos A, B e C. Suponham que o Periódico A seja um periódico novo, atrativo, publicado por um publicador comercial, como uma estratégia comercial, sem vínculo com uma sociedade ou outra organização; que o Periódico B seja um pequeno periódico antigo, bem conhecido, publicado por um famoso hospital ou museu; que o Periódico C seja um periódico grande, publicado pela principal sociedade científica que representa o campo de atuação de vocês. Em regra (embora haja muitas exceções), o Periódico C (o periódico de uma sociedade) é provavelmente o de maior prestígio. Ele também terá a maior circulação (parcialmente por causa de fatores de qualidade e, em parte, porque periódicos de sociedade são menos caros do que a maioria dos outros, pelo menos para os membros da sociedade).

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Publicando em tais periódicos, seus artigos podem ter suas melhores chances de causar um impacto na comunidade de especialistas a qual vocês estão ligados. O Periódico B pode ser de igual prestígio, mas ele deve ter uma circulação muito limitada, o que será um fator desfavorável; ele pode também ser muito difícil de penetrar, se a maior parte de seu espaço for reservada para o material "da casa". O Periódico A (o periódico comercial) certamente, sobretudo, tem a desvantagem de ter baixa circulação (por causa do preço comparativamente mais alto, o que é o resultado tanto do aspecto de lucratividade do publicador, como do fato dele não ter o respaldo de uma sociedade ou instituição com uma lista de subscrição já consolidada). A publicação em tal periódico pode resultar numa distribuição algo restrita de seus artigos.

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Fiquem de sobreaviso com relação a periódicos novos, especialmente aqueles não-vinculados à sociedade. A circulação pode ser minúscula e o periódico pode falir antes que seus artigos sejam conhecidos pelo mundo científico.

O FATOR CIRCULAÇÃOSe vocês desejarem determinar a circulação comparativa de vários periódicos, há

uma forma fácil e acurada de fazê-lo nos periódicos dos Estados Unidos. Procure entre as páginas finais das edições de novembro e dezembro e vocês encontrarão "Statement of Ownership, Manegement and Circulation" (Declaração de Bens, Administração e Circulação). O serviço postal dos Estados Unidos solicita que cada publicador agraciado com privilégios de desconto em envio postal (e quase todos os periódicos científicos se beneficiam desta facilidade) arquive e publique uma declaração anual. Esta declaração inclui dados de circulação básica.

Se vocês não podem determinar a circulação comparativa dos periódicos que estão considerando e não têm nenhuma outra maneira de acessar fatores de prestígio para compará-los, existe um instrumento muito útil para avaliar comparativamente os periódicos científicos. Eu refiro-me no Journal Citation Reports (Relatório de Citação dos Periódicos), um suplemento do Science Citation Index (índice de Citação do Science). Usando este documento de referência, vocês podem determinar que periódicos são citados mais freqüentemente, tanto em termos quantitativos totais como em termos de média de citação por artigo publicado ("fator de impacto"). Especialmente, o fator de impacto parece ser uma base razoável para o julgamento da qualidade dos periódicos. Se a média de citação de artigo do periódico A é duas vezes maior que a média de citação de artigo do periódico B, há pouca razão para se questionar que o periódico A seja o periódico mais importante.

O FATOR FREQÜÊNCIAUm outro fator a considerar é a freqüência do periódico. O tempo de espera para

publicação num periódico mensal é quase sempre menor do que aquele de um periódico quadrimestral. Assumindo que os tempos de revisão sejam iguais, a demora adicional dos periódicos quadrimestrais alcançará 2 ou 3 meses. Desde que a espera para publicação, incluindo o tempo de revisão editorial que é muitas vezes (provavelmente na maioria das vezes) de 4 a 7 meses, em média, o tempo de espera de um periódico quadrimestral chega a ser de até 10 meses. Lembrem-se, também, de que muitos periódicos, quer men-

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sais, quer bimestrais ou quadrimestrais, têm acúmulo de pedidos. Às vezes, ajuda perguntar aos colegas quais suas experiências com relação ao(s) periódico(s) que vocês

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estão considerando. Se o periódico publica datas de "recebimento para publicação", vocês podem verificar qual é a média de espera.

FATOR AUDIÊNCIAPrestígio, circulação e freqüência são todos importantes, mas qual clientela vocês

estão pretendendo atingir ? Se estão relatando um estudo fundamental em Bioquímica, vocês deveriam, claro, tentar fazer seu artigo ser publicado em um periódico internacional de prestígio. Por outro lado, suponham que seus estudos relatem uma moléstia tropical encontrada somente na América Latina. Nesta situação, a publicação no Nature não alcançará a clientela que necessita e pode usar sua informação. Vocês deveriam publicar em um periódico da América Latina, provavelmente em espanhol.

EMPACOTAMENTO E ENVIODepois que vocês decidiram a quem submeter seus manuscritos, não

negligenciem a tenacidade necessária para enviá-los.Como vocês os embalam? Cuidadosamente. Sigam o conselho de um velho

editor-chefe: Muitos manuscritos são perdidos, retardados desastrosamente ou danificados no correio, geralmente porque são impropriamente empacotados. Não grampeiem o manuscrito. Danos podem resultar tanto da grampeamento, como da posterior remoção do grampo. São preferíveis clips gigantes. (Nota especial: Sempre retenham pelo menos uma cópia dos manuscritos, mesmo que conservem o manuscrito em um arquivo de computador. Eu fiquei sabendo de vários patetas que enviaram as únicas cópias existentes de seus manuscritos e houve um inesquecível ranger de dentes quando os manuscritos e as ilustrações originais foram perdidos para sempre). Quando enviarem um disquete de computador com uma ou mais cópias do manuscrito, usem um pacote especial para disquete ou assegurem-se de que ele esteja recoberto por pedaços de papelão.

Coloquem o manuscrito e os disquetes em um envelope de papel manila grosso ou mesmo uma caixa de correio reforçada. Quer vocês usem ou não um envelope bem fechado, devem ser espertos o suficiente para colocar uma fita adesiva de reforço sobre a aba de fechamento.

Autores não devem enviar fotografias maiores que as adequadas. O tamanho máximo é de 8 1/2 por 11 polegadas. Fotografias maiores geralmente danificam-se durante o trânsito.

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FIGURADescrição de figura: Tirinha animada do Snoop formada por 4 quadrinhos.Legenda: No primeiro, o Snoop lê uma folha próximo a uma caixa de correio. Está escrito: “Querido colaborador,”. No segundo, o Snoop caminha enquanto lê. Está escrito: “Estamos devolvendo-lhe seu manuscrito. Ele não preenche nossas necessidades atuais.” No terceiro, Snoop está sentado de frente a uma máquina de escrever com uma folha na mão. Está escrito: “Obs.: Notamos que você enviou sua história por postagem de primeira classe.” No quarto, Snoop está sentado de frente para a máquina de escrever fazendo uma expressão facial de dúvida. Está escrito: “Refugo deveria ser enviado por postagem de terceira classe.”.

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Assegurem-se de que vocês colocaram o suficiente de selo e que enviaram o pacote por um meio postal de primeira classe. A maioria dos envelopes de papel manila postados no coireio dos Estados Unidos é enviada como postagem de terceira classe e seus manuscritos serão tratados como de terceira classe e entregues no mês seguinte, se vocês negligenciarem em indicar "First Class Mail" (Postagem de Primeira Classe - carta registrada ou Sedex, no Brasil) de forma bem visível, no pacote, ou se não colocarem uma quantidade de selos suficiente (ou pagar as taxas mais altas do Sedex).

A maior parte dos periódicos científicos não pedem que o autor forneça envelopes de retorno com taxa postal previamente paga, embora muitos periódicos em outros campos de trabalho insistam em tal exigência. Aparentemente, o tamanho comparativamente reduzido dos manuscritos científicos faz com que o custo efetivo, para os publicadores, de pagar a postagem de volta, seja menor que o do armazenamento de estoque de envelopes.

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Envio trans-oceânico deve ser por via aérea. Um manuscrito enviado da Europa para os Estados Unidos, ou vice versa, chegará dentro de 3 a 7 dias, se enviado por via aérea; por mar, o tempo é de 4 a 6 semanas.

A CARTA DE APRESENTAÇÃOFinalmente, notem que devem sempre enviar uma carta de apresentação junto

com o manuscrito. Cartas de apresentação de manuscritos trazem problemas imediatos: A qual periódico o manuscrito está sendo submetido? É um manuscrito novo, de revisão pedida por um editor (e, se for isso, qual editor?) ou um manuscrito talvez mal-enviado por um revisor ou um editor? Se há vários autores, qual deve ser considerado o autor responsável pelo envio, em que endereço? O endereço é de especial importância, porque aquele indicado no manuscrito pode não ser o normalmente usado pelos autores que estão contribuindo. O autor responsável deve também incluir seu número de telefone, endereço eleletrônico e número de fax na carta de apresentação ou na página frontal do manuscrito. Normalmente convém sugerir o editor apropriado (em periódicos com vários editores) e possíveis revisores.

Sejam gentis com o editor e coloquem porque vocês enviaram aquele pacote em particular. Devem tentar dizer algo gentil, como feito recentemente por uma carta em Inglês impecável, mas escrita por alguém cuja língua nativa não é o Inglês: "Ficaremos felizes se nosso manuscrito der a vocês um orgasmo completo". (* - Nota de rodapé)

EXEMPLO DE CARTA DE APRESENTAÇÃO

Prezado Dr.______ :Nesta correspondência, estão incluídas duas cópias completas do manuscrito de

Mary Q. Smith e John L. Jones, intitulado "Fatty Acid Metabolismo in Cederia neteri", que está sendo enviado para possível publicação na seção de Fisiologia e Metabolismo do Journal of Bacteriology.

Este manuscrito é novo, ele não está sendo avaliado em nenhum outro lugar e relata descobertas que ampliam os resultados que publicamos anteriormente em The Journal of Biological Chemistry (145:112-117, 1992). Um resumo deste manuscrito foi apresentado anteriormente (Abstr. Annu. Meet. Am. Soe. Microbiol., p. 406, 1993).

Sinceramente, Mary Q. Smith

Nota de rodapé:* - NT: O autor da carta usou o termo "satisfaction", em Inglês, querendo dizer satisfação.

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Entretanto este termo pode ter, para os nativos da língua inglesa, a conotação de orgasmo.

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APÓS A CORRESPONDÊNCIAA maioria dos periódicos envia uma carta de "aviso de recebimento", quando o

manuscrito é recebido. Se souberem que o periódico não o faz, adicionem ao manuscrito um envelope com o próprio endereço, para que o editor possa acusar o recebimento. Se vocês não receberem um aviso de recebimento em duas semanas, telefonem ou escrevam para o escritório editorial a fim de verificar se seus manuscritos foram realmente recebidos. Eu soube de um autor cujo manuscrito foi perdido no correio e que somente depois de 9 meses descobriu o problema, por ocasião de ter humildemente perguntado se os revisores teriam chegado a uma decisão sobre o manuscrito.

Os correios sendo o que são e os editores e revisores ocupados sendo o que são, não fiquem espantados se não receberem uma decisão dentro de um mês, após o envio do manuscrito. A maioria dos editores de periódicos, pelo menos os bons, tentam chegar a uma decisão num prazo de 4 a 6 semanas; se for necessária uma demora maior, por alguma razão, eles fornecem alguma explicação ao autor. Se vocês não receberem nenhuma palavra sobre a situação do manuscrito depois de transcorridas 6 semanas, não é impróprio enviar ao editor um polido pedido de explicação. Se nenhuma resposta for recebida e o tempo de espera chegar a 2 meses, um telefonema pessoal não deve ser descartado.

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CAPÍTULO 18

O Processo de Revisão (Como Lidar com Editores)

(início de epígrafe) Muitos editores vêem a si próprios como escultores talentosos, tentando tornar um bloco de mármore numa adorável estátua, e escritores, como toscos cinzéis. Na realidade, os escritores são estátuas e os editores, pombas. (fim de epígrafe)

Doug Robarcheck

FUNÇÕES DOS EDITORES E DOS EDITORES-CHEFESEditores e editores-chefes têm trabalhos impossíveis. O que torna seus trabalhos

impossíveis é a atitude dos autores. Esta atitude foi bem expressa por Earl H. Wood da Clínica Mayo em sua contribuição a uma painel sobre o assunto "O que o Autor Espera do Editor". O Dr. Wood disse: "Eu espero que o editor aceite todos os meus artigos, aceite-os da forma como eles foram enviados e os publique prontamente. Eu também espero que ele examine todos os outros artigos com o máximo cuidado, especialmente aqueles de meus concorrentes".

Alguém uma vez disse: "Os editores são, na minha opinião, uma forma inferior de vida - inferior aos vírus e apenas um pouco acima dos reitores acadêmicos".

E, então, há a história sobre o Papa e o editor que morreram e chegaram ao céu simultaneamente. Eles foram submetidos ao processo inicial de rotina e então designados para seus alojamentos celestes. O Papa inspecionou seu apartamento e descobriu que realmente ele era espartano. O editor, por outro lado,

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foi enviado a um magnífico apartamento, com móveis de veludo, grossos carpetes e posição privilegiada. Quando o Papa viu isso, ele foi a Deus e disse: "Talvez deva ter havido um engano. Eu sou o Papa e fui designado para acomodações gastas, enquanto que este mísero editor foi enviado para um apartamento adorável". Deus respondeu: "Bem, em minha opinião, não há nada de muito especial com relação a você. Nós admitimos cerca de 200 Papas nos últimos 2000 anos. Mas este é o primeiro editor que consegue ser admitido no Céu".

Voltando para a primeira sentença deste capítulo, distingamos entre os editores e os editores-chefes. Os autores devem conhecer a diferença, nem que seja para saber a quem reclamar quando as coisas derem erradas.

Um editor (alguns periódicos têm vários) decide se os manuscritos são aceitos ou rejeitados. Assim, o editor de um periódico científico é um cientista, geralmente de posição proeminente. O editor não somente coloca as decisões finais de "aceito" ou "rejeitado", como designa os revisores especialistas da área em questão a quem ele ou ela recorre para aconselhamento. Toda vez que tiverem motivo para não concordar com a qualidade dos revisores de seus artigos (ou com a decisão a que chegaram), sua reclamação deve ser endereçada ao editor.

Tem sido dito que o papel do editor é separar a palha do trigo e então assegurar-se de que a palha seja publicada.

O editor-chefe é normalmente um profissional em tempo integral, enquanto que os editores usualmente são cientistas voluntários que trabalham graciosamente. (Alguns dos maiores periódicos científicos e médicos têm editores pagos, em tempo integral. Um certo número de outros periódicos, especialmente periódicos médicos, e sobretudo aqueles publicados comercialmente, pagam salários aos seus editores em tempo parcial). Normalmente, o editor-chefe não é diretamente envolvido com as decisões de "aceitação - rejeição". Por outro lado, o editor-chefe procura salientar para o editor os detalhes com relação a forma de escrever ou às questões administrativas do processo de revisão e ele ou ela é responsável pelos eventos posteriores que convertem os manuscritos aceitos em artigos publicados. Assim, quando ocorrem problemas nos estágios de prova e de publicação, vocês devem comunicar-se com o editor-chefe.

Resumindo, problemas antes da aceitação são normalmente da alçada do editor, enquanto que os posteriores à aceitação estão dentro das atribuições do editor-chefe. Entretanto, do alto de meus anos de experiência como editor-chefe, eu posso afirmar-lhes que parece haver uma lei fundamental que todo mundo endossa: "Toda vez que algo der errado, culpe o editor-chefe".

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FIGURADescrição de figura: Tirinha animada do Snoop formada por 4 quadrinhos.Legenda: No primeiro, o Snoop lê uma folha enquanto caminha. Está escrito: “Querido colaborador”. No segundo, o Snoop pára próximo de sua casa continuando a ler. Está escrito: “Obrigado por enviar sua história à nossa revista.” No terceiro, Snoop está sobre sua casa, próximo a uma máquina de escrever com uma folha na mão. Está escrito: “para economizar tempo, estamos incluindo duas tiras de rejeição...” No quarto, Snoop está deitado sobre o telhado de sua casa, sobre a máquina de escrever fazendo uma expressão facial de tristeza. Está escrito: “... uma para esta história e uma para a próxima história que você nos enviar!”

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O PROCESSO DE REVISÃOVocês, como autores, devem ter alguma idéia dos porquês e dos para quês do

processo de revisão. Para isso, eu descreverei as orientações e os procedimentos que são típicos da maioria das editoras. Se vocês puderem entender (e, quem sabe, até apreciar) algumas das razões que levam as decisões editoriais a serem tomadas, talvez possam aumentar, em tempo, a taxa de aceitação de seus manuscritos, simplesmente ficando cientes de como lidar com editores.

Quando seus manuscritos chegam pela primeira vez à editora, o editor (ou o editor-chefe, se o periódico tem um) toma algumas decisões preliminares. Primeiro, o manuscrito tem a ver com o assunto da área coberta pelo conteúdo do periódico? Se claramente isso não acontece, o manuscrito é imediatamente devolvido ao autor que o enviou, junto com uma breve nota sobre a razão desta ação. Raramente um autor seria capaz de desafiar tal decisão com sucesso e não é usualmente nada engraçado tentar. É uma parte importante do trabalho do

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editor definir a abrangência do periódico e os editores que eu conheci raramente aceitam amavelmente sugestões dos autores, não importa quão polidamente os comentários sejam escritos, de que o editor é, de alguma forma, incapaz de definir a característica básica de seu periódico. Lembrem-se, entretanto, de que uma tal decisão não é uma rejeição de seus dados ou conclusões. O que devem fazer é óbvio: tentem outro periódico.

Segundo, se o assunto do manuscrito é apropriado para consideração, está o manuscrito, propriamente dito, na forma adequada para ser considerado? Há duas cópias do manuscrito com espaçamento duplo? (Alguns periódicos requerem três ou mais). Elas estão completas, sem faltarem páginas, tabelas ou figuras em qualquer das duas cópias do manuscrito? O manuscrito está no estilo editorial do periódico, pelo menos com relação ao básico? Se a resposta a qualquer destas perguntas é "não", o manuscrito pode ser imediatamente devolvido ao autor ou, no mínimo, a revisão será retardada até que a deficiência seja retificada. A maior parte dos editores de periódico não desperdiçarão o tempo de seus preciosos membros do corpo editorial e consultores, enviando-lhes, para revisão, manuscritos mal preparados.

Eu conheci um editor, um homem gentil por natureza, que ficou totalmente exasperado, quando um manuscrito mal preparado, devolvido ao autor, foi reenviado ao periódico com muito poucas mudanças. O editor, então, escreveu a seguinte carta, que eu tenho o prazer de colocar aqui, como uma advertência a todos os estudantes de ciências em todo lugar:

Querido Dr._________ :Examinei seu manuscrito_______ e notei, em sua carta de 23 de agosto, que o

senhor se justifica, sem pedir desculpas pela condição da submissão original. Não há realmente nenhuma desculpa para a porcaria que submeteu posteriormente em seu reenvio.

O manuscrito está sendo aqui devolvido ao senhor. Eu sugiro que procure outro periódico.

Atenciosamente, ________________.

Somente depois que estas duas condições básicas (um manuscrito apropriado sobre o assunto adequado) são preenchidas é que o editor está pronto a aceitar o

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manuscrito para publicação.Neste ponto, o editor deve realizar duas importantes funções. Primeiro, precisa

fazer o serviço de casa. Isto é, devem ser feitos registros cuidadosos, de forma que as duas cópias do manuscrito possam ser seguidas através do processo de revisão e (se o manuscrito for aceito) do processo de produção. Se o

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periódico tem um editor-chefe, e muitos dos grandes têm, esta atividade é normalmente uma parte de sua atribuição. E importante que este trabalho seja feito acuradamente, de forma que o que está acontecendo com o manuscrito seja conhecido todo o tempo. É também importante que o sistema inclua a construção de vários dispositivos de detecção, para que as inevitáveis demoras na revisão, extravio nos correios e outros desastres possam ser percebidos pelo editor ou pelo editor-chefe, no menor tempo possível.

Segundo, o editor deve decidir quem irá rever o manuscrito. A forma de agir da maioria dos periódicos é selecionar dois revisores para cada manuscrito. (De novo, lembrem-se de que alguns periódicos têm mais de um editor, geralmente chamados "editores associados", que lidam diretamente com revisores e autores). Obviamente, os revisores devem ser especialistas na área do autor, ou suas recomendações não terão valor. Normalmente, o editor começa com o Corpo Editorial do periódico. Quem, no corpo editorial, tem a experiência apropriada sobre o assunto, para avaliar um manuscrito em particular? Geralmente, por causa do caráter altamente especializado da Ciência moderna, somente um (ou nenhum) membro do corpo editorial tem a requerida familiaridade com o assunto de um determinado manuscrito. O editor deve então obter um ou os dois revisores fora do corpo editorial, freqüentemente chamados "revisores temporários" ou "consultores editoriais". (Uns poucos periódicos não têm Corpo Editorial e dependem inteiramente de avaliadores temporários). Às vezes, o editor deve fazer uma porção de contatos antes de conseguir identificar os revisores apropriados para um dado manuscrito. A seleção de revisores pode ser facilita da se forem mantidos registros apropriados. Muitos dos periódicos publicados pela American Chemical Society, por exemplo, mandam questionários aos revi sores em potencial. Com base em suas respostas aos questionários, registros computadorizados das áreas de especialização dos revisores são estabelecidos e mantidos.

A revisão por especialistas da mesma área funciona? De acordo com Bishop (1984), "A resposta a esta questão é um sonoro Sim! Todos os editores, e muitos autores, afirmarão que dificilmente há um artigo publicado que não tenha sido, com freqüência, melhorado substancialmente pelas revisões sugeridas pelos avaliadores".

A maioria dos periódicos usam revisores anônimos. Alguns periódicos colocam os autores no anonimato, retirando seus nomes das cópias do manuscrito enviadas aos revisores. Minha própria experiência está de acordo com o que disse um famoso cientista canadense, J. A. Morrison, (1980): "Argumenta-se, ocasionalmente, que, para evitar injustiça, os autores também deveriam ser anônimos, mesmo considerando-se que será muito difícil consegui-lo. Na verdade, os editores encontram poucas situações de injustiça e tendência a estardalhaço

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por parte dos avaliadores; talvez para 0,1 %, ou menos, dos manuscritos manuseados, um editor é obrigado a desconsiderar os comentários do avaliador".

Se os revisores forem escolhidos de forma correta, as revisões serão significativas e o editor ficará numa posição confortável para tomar uma decisão com relação à publicação do manuscrito. Quando os revisores devolverem os manuscritos com

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seus comentários, o editor deve então encarar o momento da verdade.Normalmente, os editores não querem e não podem usar comentários que não

documentados. Entretanto, uma vez eu pedi a um distinto historiador da Ciência que revisasse o manuscrito de um livro a respeito da História da Filosofia da Ciência. Sua revisão compreendia somente três sentenças, embora tenha sido uma das revisões mais claras que eu jamais vira:

Querido Bob:Eu nunca antes ouvira falar sobre [o nome do autor] e a partir do que está no

resumo do livro eu realmente não quero ouvir falar dele a partir de agora. Parece para mim muito distante de qualquer idéia que eu tenha de Ciência, História ou, seguramente, de Filosofia. Eu não o tocaria nem com uma longa haste.

Cordialmente, ________________.

Muito tem sido escrito sobre o processo de revisão por especialistas da mesma área. Afortunadamente, foi publicado um livro (Lock, 1985), contendo descrições e análises desta literatura (281 referências). Embora muita crítica tenha sido apontada, sobre vários aspectos do sistema de revisão por especialistas da mesma área, o fato dela ter sido usada quase universalmente, de forma praticamente imutável, desde cerca de 1750, prova sem dúvida seu valor.

A DECISÃO DO EDITORÀs vezes, a decisão do editor é fácil. Se ambos os revisores colocam "aceito" com

nenhuma ou pouca revisão, o editor não tem problema. Infelizmente, há muitas situações em que as opiniões dos dois revisores são contraditórias. Em lais casos, o editor precisa tomar a decisão final ou enviar o manuscrito para um ou mais revisores adicionais, para determinar se pode ser estabelecido um consenso. O editor pode assumir a primeira opção se for razoavelmente especialista no assunto da área do manuscrito e, assim, servir como um terceiro revisor; é especialmente obrigado a fazer isto, se o comentário detalhado de um

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FIGURADescrição de figura: Tirinha animada do Snoop formada por 4 quadrinhos.Legenda: No primeiro, o Snoop lê uma folha próximo a uma caixa de correio. Está escrito: “Querido colaborador”. No segundo, o Snoop lê uma folha enquanto caminha. Está escrito: “Obrigado por enviar sua história.” No terceiro, Snoop está sentado sobre sua casa lendo a folha. Está escrito: “Nós lamentamos que ela não preencha nossas necessidades atuais” No quarto, Snoop está sentado sobre o telhado de sua casa lendo a folha. Está escrito: “Se ela algum dia o fizer, estaremos em apuros”

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dos revisores é consideravelmente mais substancial do que o do outro. A segunda opção é obviamente mais lenta e é usada comumente pelos editores fracos; entretanto, qualquer editor deve optar por esta abordagem se o manuscrito for relacionado a um assunto com o qual não está familiarizado.

Completado o processo de revisão e tendo o editor tomado uma decisão, em que base seja, o autor é notificado da decisão do editor. E ela é a decisão do editor. Os

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membros do Corpo Editorial e os revisores temporários podem somente recomendar; a decisão final é, e deve ser, do editor. Isto é especialmente verdadeiro para aqueles periódicos (a maioria) que usam revisores anônimos. O

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editor, assumindo-se que seja um bom caráter, não se esconderá atrás de revisores anônimos. As decisões serão apresentadas aos autores como sendo de autoria do editor e de fato elas o são.

A decisão do editor será uma de três tipos gerais, comumente expressas por uma palavra, como "aceito", "rejeitado" ou "modificar". Normalmente, uma destas três decisões será alcançada dentro de 4 a 6 semanas, depois da submissão do manuscrito. Se vocês não forem comunicados a respeito da decisão do editor dentro de 8 semanas, ou não lhes fornecerem nenhuma explicação pela demora, não tenham medo de telefonar ou escrever ao editor. Vocês têm o direito de esperar uma decisão, ou pelo menos um relatório, dentro de um período de tempo razoável; também, seus pedidos de informação podem trazer à luz um problema. Obviamente, a decisão do editor pode ter sido feita, mas a carta portando esta decisão pode ter sido perdida ou retardada pelo correio. Se a demora foi causada dentro do escritório do editor (usualmente por falta de resposta de um dos revisores), suas solicitações servirão para desencadear o esforço no sentido de resolver o problema, qualquer que seja ele.

Além disso, vocês não devem nunca ter medo de falar com o editor. Com raras exceções, os editores são quase sempre pessoas terrivelmente agradáveis. Nunca os considerem adversários. Eles estão do seu lado. Sua única meta como editores é publicar boa ciência em linguagem inteligível. Se esta não é a sua meta também, vocês seguramente estão lidando com um adversário mortal; entretanto, se compartilham o mesmo objetivo, terão no editor um aliado resoluto. Vocês estão aptos a receber conselho e orientação que possivelmente não estão à venda.

A CARTA DE ACEITAÇÃOFinalmente, recebe-se a "palavra". Suponha que a carta do editor anuncie que

seus manuscritos foram aceitos para publicação. Quando receberem tal carta, vocês têm todo o direito de brindar-se com uma taça de champagne ou com um sundae incrementado ou o que quer que vocês costumem fazer quando têm motivo para celebrar e admirarem-se a si próprios. A razão desta celebração ser adequada é a relativa raridade do evento. Nos bons periódicos (nos de Biologia, pelo menos), somente cerca de 5% dos manuscritos são aceitos na forma como foram enviados.

A CARTA DE MODIFICAÇÃOMais freqüentemente, vocês receberão do editor um conjunto de envelo-

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pes de papel manila, contendo seus disquetes, as duas cópias do manuscrito, duas ou mais listas, rotuladas como "comentários dos revisores", e uma carta do editor. A carta deve ser algo como "Seu manuscrito foi recebido e está sendo devolvido com os comentários e sugestões pertinentes. Acreditamos que estes comentários lhes ajudarão a melhorar seu manuscrito". Esta é a fraseologia inicial de uma carta de modificação típica.

De forma alguma, vocês devem ficar desconsolados quando receberem tal carta. Realisticamente, não devem esperar pela coisa mais rara de acontecer, a carta de aceitação sem um pedido de modificação. A vasta maioria dos autores que submetem seus trabalhos receberão uma carta de modificação ou uma carta de rejeição, de forma

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que vocês devem contentar- se com a primeira.Quando receberem uma carta de modificação, examinem cuidadosamente a carta

e os comentários dos revisores que a acompanham. (Com maior probabilidade, a carta de modificação é uma carta formal e os comentários anexos é que são significantes). A grande questão, agora, é se vocês podem e estão dispostos a fazer as mudanças pedidas pelos revisores.

Se os dois revisores apontam para o mesmo problema no manuscrito, quase sempre ele é um problema. Ocasionalmente, uma avaliação pode ser tendenciosa, mas raramente duas delas simultaneamente o serão. Se os avaliadores interpretarem mal, os leitores o farão. Assim, meu conselho é: se dois avaliadores interpretaram mal o manuscrito, descubram o que está errado e corrijam-no, antes de reenviar o manuscrito ao mesmo periódico ou a outro.

Se as mudanças requeridas são relativamente poucas e superficiais, vocês devem seguir em frente e fazê-las. Como o Rei Arthur costumava dizer: "Não fiquem montados em seus altos cavalos a não ser que tenham um fosso profundo a atravessar".

Se uma revisão mais ampla é pedida, entretanto, vocês devem voltar atrás e dar uma olhada geral em suas posições. Uma de várias circunstâncias deve existir.

Primeiro, os revisores estão certos e vocês agora vêem que há falhas fundamentais em seus artigos. Neste caso, devem seguir as indicações deles e reescre-verem os manuscritos de acordo com elas.

Segundo, os revisores pegaram vocês em um ou dois pontos, mas alguma coisa da crítica não é válida. Neste caso, vocês devem reescrever o manuscrito com dois objetivos em mente: incorporar todas as mudanças sugeridas, que vocês podem razoavelmente aceitar, e tentar cortar ou deixar mais claro aqueles pontos aos quais os revisores (erradamente, em suas opiniões) fizeram objeção. Finalmente e muito importante, quando vocês enviarem o manuscrito revisado, forneçam anotações, indicando, ponto por ponto, onde vocês colocaram os assuntos que se referem a cada comentário dos revisores.

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Terceiro, é inteiramente possível que um ou os dois revisores e o editor realmente leram de forma inadequada ou interpretaram mal seus manuscritos e que vocês acreditem que as críticas deles são quase que completamente infundadas. Neste caso, vocês têm duas alternativas a seguir. A primeira, e mais fácil de realizar, é enviar os manuscritos para outro periódico, esperando que os mesmos sejam julgados de maneira mais justa. Se, entretanto, vocês têm fortes razões para quererem publicar aquele manuscrito em particular, naquele determinado periódico, não recuem; reenviem os manuscritos. Neste caso, entretanto, usem todo o tato em seus procederes. Não somente devem fornecer uma defesa, ponto a ponto, para cada comentário dos revisores, mas devem fazê-lo de forma não agressiva. Lembrem-se de como o editor está se esforçando muito, provavelmente sem pagamento, para alcançar uma decisão científica. Se vocês começarem suas cartas, dizendo que os revisores, selecionados obviamente pelo editor, são estúpidos (eu vi tais cartas), eu aposto 100 contra 1 que seus manuscritos serão imediatamente devolvidos sem mais considerações. Por outro lado, todo editor sabe que todo revisor pode estar errado e, em algum momento, (lei de Murphy) estará errado. Então, se vocês, desapaixonadamente, apontarem ao editor, exatamente porque vocês estão certos e o revisor errado (nunca digam que o editor está errado), o editor estará pronto a aceitar, a essa altura, seus manuscritos ou, pelo menos, enviá-los a um ou mais revisores adicionais para posterior consideração.

Se vocês decidirem revisar e reenviar o manuscrito, esforcem-se muito para não ultrapassar o prazo que o editor estabeleceu. A maior parte dos editores realmente

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colocam prazos limites. Obviamente, muitos dos manuscritos que retornam para revisão não são reenviados ao mesmo periódico; então, os registros do periódico podem ser apagados ou arquivados depois que o prazo final passou, por se considerar que os manuscritos foram retirados.

Se vocês conseguem atender ao prazo final do editor, ele ou ela pode aceitar sem demora o manuscrito. Ou, se a modificação foi substancial, o editor pode retorná-lo aos mesmos revisores. Se vocês procederam de acordo com a crítica precedente ou defenderam seus artigos contra elas, seus manuscritos serão provavelmente aceitos.

Por outro lado, se não conseguirem respeitar o prazo final, seus manuscritos revisados podem ser tratados como um novo manuscrito e, outra vez, ser submetido a toda a revisão, possivelmente por um diferente conjunto de revisores. li melhor evitar este duplo risco, mais o tempo de revisão adicional, observando os prazos finais impostos pelo editor, se, de todo, for possível fazê-lo.

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A CARTA DE REJEIÇÃOAgora vamos supor que vocês recebam uma carta de rejeição. (Quase todos os

editores dizem "inaceitável" ou "inaceitável na presente forma"; raramente é usado o termo mais forte "rejeitado"). Antes que vocês comecem a lastimar-se, façam duas coisas. Primeiro, lembrem-se de que vocês têm muita companhia; a maior parte dos bons periódicos têm uma laxa de rejeição de aproximadamente 50 % (ou mais). Segundo, leiam a carta de rejeição cuidadosamente, porque, como as cartas de modificação, há diferentes tipos de rejeição.

Muitos editores classificarão a rejeição em um de três tipos. Primeiro, há (raramente) uma rejeição total, o tipo de manuscrito que o editor "nunca

FIGURADescrição de figura: Tirinha animada do Snoop formada por 4 quadrinhos.Legenda: No primeiro, o Snoop lê uma folha próximo a uma caixa de correio. Está escrito: “Querido colaborador”. No segundo, o Snoop lê uma folha enquanto caminha. Está escrito: “Recebemos seu último manuscrito” No terceiro, Snoop está sentado sobre o telhado de sua casa, ao lado se uma máquina de escrever, lendo a folha. Está escrito: “Por que você remeteu ele para nós?” No quarto, Snoop está sentado sobre o telhado de sua casa, ao lado da máquina de escrever, lendo a folha. Está escrito: “Já fizemos, alguma vez, algo para ofendê-lo? ”

PEANUTS – Tm. Reg. U.S. Fot. Off. - All rigth is reserved Copyrigth 1976 by United Feature Syndicate, Inc.Quadrinhos reimpressos com permissão do United Feature Syndicate, Inc.

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mais quer ver" (uma frase direta, mas que nenhum editor de tato colocaria numa carta de rejeição). Segundo e muito mais provável, há o tipo de manuscrito que contém alguns dados úteis, mas os dados têm falhas sérias. O editor provavelmente reconsidera um tal manuscrito, se ele for amplamente revisado e reenviado, mas ele não recomenda reenvio. Terceiro, há um tipo de manuscrito que é basicamente aceitável, exceto por um defeito no trabalho experimental - talvez a falta de um experimento-controle - ou pela presença de uma grande falha na composição do manuscrito (sendo os dados aceitáveis).

Se suas "rejeições" forem do terceiro tipo, vocês devem considerar os necessários reparos, como detalhados nos comentários dos revisores, e reenviar uma

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versão revista ao mesmo periódico. Se vocês puderem adicionar o experimento controle, como pedido pelo editor, a nova versão poderá com certeza ser aceita. (Muitos editores rejeitam um artigo que necessite de experimentação adicional, mesmo que seja fácil modificá-lo para que fique aceitável). Ou, se vocês fizerem, no manuscrito, a importante mudança pedida; por exemplo, totalmente reescreverem a Discussão ou converterem todo o artigo em uma nota, seus manuscritos reenviados provavelmente serão aceitos.

Se suas rejeições são do segundo tipo (com falhas sérias, de acordo com a carta de rejeição do editor e os comentários dos revisores), vocês provavelmente não devem reenviar o mesmo manuscrito para o mesmo periódico, a não ser que possam convencer o editor de que os revisores julgaram erradamente seus manuscritos. Vocês devem, entretanto, reter os manuscritos até que eles possam ser fortalecidos com maiores evidências e conclusões mais claras. Reenvio destes "novos" manuscritos ao mesmo periódico poderia então ser uma opção razoável. Suas cartas de apresentação devem citar o manuscrito anterior e estabelecer brevemente a natureza do novo material.

Se suas rejeições são do primeiro tipo (rejeição total), seria inadequado reenviar os manuscritos ao mesmo periódico ou ainda argumentar sobre isto. Se os manuscritos forem realmente ruins, vocês provavelmente não devem reenviá-los para lugar nenhum, por medo de que a publicação possa prejudicar suas reputações. Se há, neles, trabalho que possa ser salvo, incorporem as partes pertinentes num novo manuscrito e tentem novamente, em um periódico diferente.

Coragem! Vocês terão algum dia uma quantidade de cartas de rejeição suficiente para cobrir uma parede. Vocês devem começar a apreciar o fraseado delicado que às vezes é usado. Poderia ofender alguém uma carta como a seguinte? (Esta é supostamente a nota de rejeição de um periódico econômico chinês.)

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(início do trecho em destaque) Nós lemos seu manuscrito com ilimitado deleite. Se for para publicarmos seu artigo, seria impossível para nós publicarmos qualquer trabalho de qualidade inferior. E como é impensável que, nos próximos milhares de anos, nós vejamos algo igual a ele, nós somos, para nosso pesar, compelidos a devolver sua divina composição, e pedir-lhe milhares de vezes que não leve em conta nossa limitação e timidez. (fim do trecho em destaque)

EDITORES COMO PORTEIROSTalvez, o ponto mais importante a ser lembrado, quando se tem que lidar com

uma modificação ou com uma rejeição, é que o editor é um mediador entre vocês e os revisores. Se vocês lidam com o editor de forma respeitosa, e se podem defender cientificamente seus trabalhos, muitas de suas "modificações", e mesmo suas "rejeições", serão, a seu tempo, artigos publicados. O editor e os revisores estão geralmente do seus lados. A função primária deles é ajudá-los a expressarem-se de forma efetiva e dar a vocês uma avaliação da ciência envolvida. É de bom alvitre vocês cooperarem com eles de todas as formas pertinentes. Os possíveis resultados do processo editorial são nitidamente descritos por Morgan (1986): "A metáfora moderna para editar seria um lava-rápido pelo qual devem passar todos os carros que encabeçam uma meta. Carros imundos retornam; carros sujos emergem mais limpos, enquanto carros limpos sofrem pequena mudança."

Gastando o proverbial "mais anos do que eu possa recordar", trabalhando com muitíssimos editores, eu estou totalmente convencido de que, se não fosse pelo papel de porteiro tão valentemente mantido pelos editores, nossos periódicos científicos seriam logo reduzidos a ininteligíveis algaravias.

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Não importa como vocês sejam tratados pelos editores, tentem, de alguma forma, manter um pouco de simpatia pelos membros dessa profissão selvagem H. L. Mencken, um de meus autores favoritos (literariamente, quero dizer), escreveu uma carta, datada de 25 de janeiro de 1936, a William Saroyan, dizendo, "Notei o que você disse sobre sua aspiração de editar uma revista, Eu estou lhe enviando, por esta correspondência, um revólver de seis balas. Carregue-o e detone cada um dos projéteis em sua cabeça. Você me agradecei a depois dr chegar ao inferno e ouvir de outros editores quão terrível era seu trabalho na Terra".

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CAPÍTULO 19

O Processo de Publicação (Como Lidar com Provas)

(início de epígrafe) Confira as provas cuidadosamente para ver se tira alguma palavra. (fim de epígrafe)

Anônimo

O PROCESSO DE PROVAO que se segue é uma breve descrição do processo que seus manuscritos

seguem depois que eles foram aceitos para publicação.O manuscrito usualmente vai para um procedimento de edição de cópia durante o

qual os erros ortográficos e gramaticais são corrigidos. Além disso, o editor de cópia padronizará todas as abreviações, unidades de medida, pontuação e grafia, de acordo com o "estilo" do periódico em particular, no qual seus manuscritos serão publicados. O editor de cópia pode dirigir-lhes perguntas, se qualquer parte de suas apresentações não estão claras ou se qualquer informação adicional for necessária. Estas questões aparecerão como "questões ao autor", na margem das provas enviadas ao autor. Alguns periódicos mandam a cópia editada do manuscrito de volta ao autor para aprovação, antes que a matriz seja feita.

O manuscrito é digitado ou o arquivo eletrônico em seu disquete é colocado em um sistema de computador que pode comunicar-se com um sistema de impressão, que produzirá as provas de seus artigos. Os códigos do compositor, que indicam as letras e a diagramação da página, caso vocês não tenham enviado um arquivo eletrônico, serão também empregados para compor as palavras

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contidas em seus manuscritos. Se vocês enviaram seus manuscritos em disquete, o compositor colocará as correções e revisões feitas durante a edição. O resultado deste trabalho é o conjunto de provas, que então retorna a vocês para que verifiquem se o trabalho editorial expressa o que foi feito em seus artigos; verifiquem os erros tipográficos e respondam as questões feitas pelo editor de cópia.

Finalmente, o compositor irá introduzir as correções que vocês fizeram em suas provas. Esta versão final se tornará o formato que vocês vêem nas páginas do periódico, depois de publicado.

Um dia, provavelmente logo, todos os autores enviarão manuscritos tanto em disquetes como por transmissão direta, via Internet. A necessidade de redigitar o texto será então eliminada. Isto também irá reduzir substancialmente (mas não eliminar) as dores de cabeça ao conferir as provas.

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PORQUE AS PROVAS SÃO ENVIADAS AOS AUTORESAlguns autores parecem esquecer de seus manuscritos, uma vez que eles foram

aceitos, dando pouca atenção às provas, quando elas chegam, e assumem que seus artigos irão aparecer magicamente sem erros, nos periódicos.

Por que as provas são enviadas aos autores? As provas dos artigos são enviadas aos autores por uma razão essencial: para conferirem a precisão da composição tipográfica. Em outras palavras, vocês devem examinar as provas cuidadosamente para a verificação de erros tipográficos, especialmente se o compositor teve que compor a partir da cópia de seus manuscritos editados. Mesmo que vocês submetam seus manuscritos em disquete e tenham feito uma revisão cuidadosa e verificado a ortografia de seus arquivos antes de enviá-los, podem permanecer erros ou eles podem ocorrer quando são feitas mudanças editoriais. Não importa quão perfeitos possam ser seus manuscritos, é somente a versão impressa no periódico que conta. Se o artigo impresso contém erros sérios, todas as espécies de problemas podem aparecer, não pouco deles podem causar danos irreparáveis às suas reputações.

O dano pode ser real, pelo fato de muitos erros poderem destruir totalmente a compreensão. Algumas vezes, apenas a colocação errada de uma vírgula que indica casa decimal pode, às vezes, tornar um artigo publicado praticamente inútil. Neste mundo, nós podemos estar certos somente de três coisas: morte, impostos e erros tipográficos.

PALAVRAS ERRADASMesmo que o erro não afete grandemente a compreensão, não é muito bom para

suas reputações que ele se torne motivo de chacota. Os leitores

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saberão o que vocês queriam dizer se seus artigos referirem-se à "nosocomical infeccion" e eles rirão disso, mas vocês não acharão graça. (* - Nota de rodapé)

Com relação a eixos de ortografia, eu me lembro do professor de Inglês que teve a oportunidade de fazer um comentário produtivo sobre este assunto. Um estudante escreveu errado, numa redação, a palavra "burro" (em vez de "burrow"-Nota da Tradutora). Num comentário na margem, o professor escreveu: "Um 'burro' é um asno; um 'burrow' é um buraco no chão. As pessoas deveriam realmente saber a diferença." Sendo eu mesmo um professor de Inglês, claro, concordo com este sábio comentário. Entretanto, eu acabei talvez defendendo uma opinião contrária (por causa de minhas precárias habilidades matemáticas), em uma ocasião anterior, quando eu disse, "Eu não tenho notícia de colheita/matemática a partir de um buraco no chão". (** - Nota de rodapé)

Uma corporação de suprimentos para grandes laboratórios enviou um anúncio com letras garrafais em negrito, no cabeçalho, proclamando que "A qualidade é consistante, (# - Nota de rodapé) porque nós nos preocupamos". Certamente espero que eles se preocupem mais com a qualidade de seus produtos do que eles o fizeram a respeito da qualidade de sua ortografia.

Embora todos nós, relacionados com publicação, ocasionalmente não dormimos, preocupados com relação a erros tipográficos típicos, eu me consolo em saber que, quaisquer que sejam as falhas causadas por minha vista, elas serão provavelmente menos graves do que alguns dos eixos monumentais cometidos pelos meus antecessores de publicação.

Meu erro favorito de todos os tempos ocorreu em uma Bíblia publicada na Inglaterra, em 1631. No sétimo mandamento lê-se: "Tu cometerás adultério" (## - Nota de rodapé). Eu acredito que o Cristianismo ficou realmente muito popular após a publicação desta edição. Se esta afirmação parece blasfema, eu preciso somente contar-lhes de uma outra edição da Bíblia, impressa em 1653, na qual aparece a linha: "Saiba tu, que os

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iníquos herdarão o reino de Deus".Se vocês conferem a prova da mesma forma e na mesma velocidade com que

ordinariamente lêem artigos científicos, provavelmente não perceberão 90% dos erros tipográficos.

Descobri que a melhor forma de conferir a prova é lê-la e, em seguida, estudá-la. A leitura, como eu mencionei, deixará passar 90% dos erros, mas ela

Nota de rodapé:* - NT: O artigo apareceu erradamente, em Inglês, com a palavra "nosocomical" em lugar de "nosocomial" que, em português, quer dizer nosocômica ou nosocomial ou hospitalar, dando, no texto, em Inglês, uma idéia de algo cômico.** - NT: A palavra colheita, em Inglês é "math", que é também usada como abreviação da palavra matemática, na linguagem coloquial.# - NT: Foi grafado "consistam" em vez de "consistent", em Inglês, que quer dizer consistente, em português.## - NT: "Thou shalt commit adultery", na forma arcaica, com thou, forma antiga de you, e shalt, segunda pessoa de shall, no Inglês antigo; está faltando a palavra not: "Thou not shalt adultery".

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captará erros de omissão. Se o impressor pulou uma linha, ler com a finalidade de compreensão é a única forma de percebê-lo. Alternativamente, ou além disso, duas pessoas podem conferir a prova, um lendo enquanto outro segue o manuscrito.

Para perceber a maioria dos erros, entretanto, vocês precisam examinar devagar cada palavra. Se deixam seus olhos pularem de um grupo de palavras para o próximo, como se faz na leitura normal, perceberão nada mais que poucos erros de ortografia. Especialmente, vocês devem estudar os termos técnicos. Lembrem-se de que compositores tipográficos não são cientistas. Um bom compositor será capaz de colocar a palavra "cherry" (cereja) 100 vezes, sem erro; entretanto, eu me lembro de ter visto em uma prova de artigo, que a palavra "Escherichia" foi escrita erradamente 21 vezes consecutivas (de quatro formas diferentes). Eu também fico imaginando os possíveis usos para um composto cuja fórmula foi impressa como C12H6Q3.

Mencionei a devastação que pode ocorrer pela colocação errada da vírgula na casa decimal. Esta observação leva a uma regra geral na conferência das provas. Examinem detalhadamente cada um dos números. Sejam especialmente cuidadosos na conferência das tabelas. Esta regra é importante por duas razoes Primeiro, erros freqüentemente ocorrem na digitação de números, especialmente em material de tabelas. Segundo, vocês são as únicas pessoas que podem perceber tais erros. Muitos erros ortográficos são pegos na seção de impressão das provas ou na seção editorial do periódico. Entretanto, estes profissionais conferentes das provas pegam erros, passando os olhos pelas provas; o conferente das provas não tem meios de saber se "16" deveria ser "61".

MARCAÇÃO DAS CORREÇÕESQuando vocês encontrarem um erro, é importante que ele seja marcado duas

vezes, uma, no ponto onde ele ocorre e outra, na margem oposta a que ele ocorre. O compositor usa as marcas na margem para identificar os erros. Uma correção indicada somente no corpo do texto pode facilmente passar despercebida; a anotação na margem é necessária para chamar a si a atenção. Este sistema de dupla marca está ilustrado na figura 11.

Se vocês indicarem suas correções claramente e de forma inteligível, as

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correções apropriadas provavelmente serão feitas. Entretanto, vocês podem reduzir a chance de haver falta de compreensão e economizar tempo, seus e de todos que estão envolvidos no processo, se usarem as marcas de correção de provas de impressão. Estas marcas são uma linguagem universalmente usada em todos os tipos de publicações. Assim, se gastarem tempo aprendendo uns

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FIGURADescrição de figura: Texto com vária marcações. A esquerda há uma numeração por linha que vai de 4 a 52. A direita há, nas linhas que são marcadas no texto, alguns símbolos.

Fig. 11. Uma cópia da prova corrigida. (Agradecimentos à Waverly Press Inc. pela impressão desta amostra com vários erros. Uma prova normal da Waverly teria tão poucos erros que seria inútil para ilustrar nossos propósitos.)

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FIGURADescrição de figura: Figura descrita no corpo do texto.

Tabela 10. Marcas de correção de provas de impressão usadas freqüentemente

poucos elementos desta linguagem, serão capazes de usá-los na revisão de provas em todos os tipos de materiais impressos com que venham a lidar, ao longo de suas carreiras. As marcas de correção de provas de impressão mais comuns estão citadas na Tabela 10.

ACRÉSCIMOS ÀS PROVASNo início deste capítulo, eu afirmei que são enviadas provas aos autores a fim de

que eles possam assegurar-se da precisão da composição do artigo. Na forma de negativa, devemos afirmar que o estágio de prova não é o momento para revisão, refraseamento, adição de material mais recente ou qualquer outra mudança significante em relação à edição final do manuscrito. Há três boas razões para que vocês não façam mudanças substanciais nas provas.

Primeira, uma consideração ética: desde que nem as provas nem as mudanças nas provas são vistas pelo editor, a não ser que o periódico seja tão pequeno a ponto de ter apenas um funcionário, é simplesmente impróprio fazer mudan

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ças substanciais. O manuscrito aprovado pelo editor, depois de revisão por especialistas, é aquele que deverá ser impresso, não alguma nova versão, contendo material que não foi visto nem pelo editor, nem pelos revisores.

Segunda, não é conveniente perturbar o material já composto, a não ser se de lato necessário, porque novos erros tipográficos podem ser introduzidos.

Terceira, as correções são caras. Por serem caras, vocês não devem abusai do publicador (possivelmente uma sociedade científica da qual vocês são membros leais em outras circunstâncias); além disso, vocês podem ser golpeados com uma cobrança substancial em dinheiro, pelas alterações feitas. Muitos periódicos absorvem os custos de um número razoável de alterações dos autores, mas muitos, especialmente aqueles com

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editores-chefes ou gerentes de empresas, irão, cedo ou tarde, cair em cima de vocês, caso sejam inegavelmente responsáveis por muita alteração nas provas.

Um tipo de acréscimo à prova é freqüentemente permitido. A necessidade ile se fazer isso aparece quando um artigo do mesmo assunto ou de assunto correlato é publicado, enquanto os seus estão em processo de impressão. À luz do novo estudo, vocês ficam tentados a reescrever várias partes de seus artigos. Vocês precisam resistir a esta tentação, pelas razões que colocamos acima. O que podem fazer é preparar uma breve nota (apenas algumas sentenças), Adendo às Provas, descrevendo a natureza geral do novo trabalho e dando a referência bibliográfica. O Adendo pode então ser impresso no fim, sem perturbar o corpo do artigo.

ACRÉSCIMO ÀS REFERÊNCIASMuitas vezes, aparece um novo artigo que vocês gostariam de acrescentar às

suas Referências Bibliográficas, de forma que não seja necessário fazer nenhuma mudança apreciável no texto, a não ser adicionar umas poucas palavras, talvez, e o novo número da nova referência. (O que se segue assume que o periódico empregue o sistema de número de acordo com a ordem alfabética.)

Agora, ouça o seguinte. Se vocês adicionarem uma referência bibliográfica na prova, não renumerem as referências. Muitos, se não a maioria dos autores, cometem este erro e é um erro sério. É um erro, porque as muitas mudanças então necessárias na lista de referências e no texto, onde quer que o número apareça, envolvem custo significante; novos erros podem ser introduzidos, quando as linhas afetadas forem redigitadas e, quase sempre, vocês perderão pelo menos uma das referências do texto. O(s) velho(s) número(s) aparecerá(ão) na impressão, provocando confusão na literatura.

O que vocês devem fazer é adicionarem à nova referência uma letra "a". Se a nova referencia, colocada em ordem alfabética, for cair entre as referências

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16 e 17, coloquem a nova referência como "16 a". Desta forma, a numeração do resto da lista não precisa ser mexida.

REVISÃO DAS PROVAS DAS ILUSTRAÇÕESÉ especialmente importante que vocês examinem cuidadosamente as provas das

ilustrações, principalmente se o manuscrito e as ilustrações originais retornarem a vocês junto com as provas. Embora possam contar com os revisores de provas do escritório editorial do periódico, para ajudá-los a perceber erros tipográficos, vocês precisam esclarecer se as ilustrações foram reproduzidas corretamente, porque vocês é que têm os originais com os quais as provas devem ser comparadas.

Se seus artigos têm fotografias de ultra-estruturas importantes e se vocês escolheram aquele periódico em particular por causa de sua reputação em relação a padrões de reprodução de qualidade (telas finas, estoque coberto), vocês não devem somente esperar fidelidade, como deverão também cobrá-la. E vocês são os únicos que podem fazê-lo, porque estão com os originais. Vocês e só vocês devem servir como inspetores de controle de qualidade.

Geralmente, não há problemas com gráficos e outros desenhos lineares, a não ser que o editor de cópia tenha reduzido os mesmo a um tamanho que os tomem ilegíveis ou, raramente, modifique a porcentagem de redução de um entre um grupo de desenhos relacionados, de forma que eles não se casem.

Com fotografias, entretanto, há problemas, às vezes, e é de sua responsabilidade corrigi-los. Comparem a ilustração da prova com a do original. Se a prova é mais escura por inteiro, trata-se simplesmente de um caso de superexposição; se, por outro lado,

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foram perdidos detalhes, vocês devem, claro, solicitar ao impressor para refazer a fotografia. (Não se esqueçam de devolver o original da ilustração junto com a prova.)

Se a prova é mais clara que a cópia, ela foi provavelmente subexposta. Pode ser, entretanto, que o "impressor" (eu uso o termo "impressor" como uma simplificação para as muitas das ocupações envolvidas no processo de impressão) propositalmente subexpôs aquela foto. Às vezes, principalmente no caso das fotografias com pouco contraste, subexposição retém mais os detalhes finos que a exposição normal. Assim, suas comparações não devem realmente estar ligadas com o nível de exposição, mas com a fidelidade dos detalhes.

Pode ser que uma área da fotografia seja de particular importância. Se é assim, e vocês estão descontentes com a reprodução da mesma, digam ao impressor, através de notas na margem ou usando uma cobertura sobre a fotografia, exatamente em que partes das provas estão faltando detalhes que são evi-

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dentes na fotografia. Então, o impressor será capaz de concentrar-se sobre o que é importante para vocês.

QUANDO RECLAMARSe vocês não aprenderam nada mais neste capítulo, eu espero que pelo menos

agora saibam que vocês devem fazer o controle de qualidade na reprodução das ilustrações, em periódicos. De acordo com minha experiência, acho que autores demais reclamam do fato depois de consumado (depois da publicação), sem ter nunca percebido que só eles poderiam ter evitado o que quer que seja que eles tenham a reclamar. Por exemplo, os autores, muitas vezes, reclamam que suas figuras foram impressas de cabeça para baixo ou do lado errado. Quando pude verificar, constatei que, em quase todos os casos, a parte da fotografia que estava marcada com a palavra "alto", na prova, era também aquela que estava voltada para cima no periódico; o autor simplesmente não o percebeu. Na realidade, o autor enganou-se duas vezes, a primeira, ao ser negligente na marcação da palavra "alto" na fotografia enviada ao periódico e novamente, falhando em notar que o impressor marcou "alto" no lado errado da prova.

Assim se vocês vão reclamar, façam-no no estágio de prova. E, acredite ou não, sua queixa será recebida com prazer. Aqueles de nós que pagamos a conta achamos que investimos pesadamente em colocar as especificações que podem fornecer qualidade à reprodução. Nós precisamos de seus controles de qualidade, entretanto, para assegurarmo-nos de que nosso dinheiro não foi gasto em vão.

Os bons periódicos são impressos por bons impressores, pagos por bons publicadores. Os artigos publicados terão seus nomes neles, mas as reputações, tanto dos publicadores como dos impressores, também estão em jogo. Eles esperam que vocês trabalhem a seus lados para produzir um produto superior.

Porque os editores-chefes deste tipo de periódico devem proteger a integridade do produto, aqueles que eu conheci nunca contratam um impressor exclusivamente na base de preço baixo. John Ruskin estava sem dúvida certo, quando disse que "Há raramente algo neste mundo que alguém não possa fazer um pouco pior e vender um pouco mais barato e as pessoas que levam em conta somente o preço são as legítimas vítimas disso".

Um aviso em uma gráfica salientou o mesmo ponto:

PREÇOQUALIDADESERVIÇO

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(escolha quaisquer dois dos acima)

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CAPÍTULO

Formatos Eletrônicos de Publicação: CD-ROM e Composições Eletrônicas

(início de epígrafe) Tecnologia significa a aplicação sistemática do conhecimento científico ou de outro tipo de conhecimento organizado, em tarefas práticas.(fim de epígrafe)

J.K. Galbraith

Tanto gravações em CD-ROM, quanto composições eletrônicas, oferecem aos cientistas uma forma melhor de disseminar suas pesquisas para uma clientela mais ampla. Novos formatos eletrônicos de publicação estão substituindo microfichas e microfilmes como a maneira mais conveniente de armazenar material arquivado para acesso e impressão. O formato CD-ROM pode armazenar uma publicação inteira de resultados de um encontro ou vários meses de trabalho de um periódico científico, em um único CD. Composição eletrônica (apostila) significa compor um "livro", colocando juntos capítulos formados por materiais tirados de várias fontes, incluindo outros livros ou artigos de periódicos. Os professores podem selecionar e produzir guias de estudo a partir destas fontes; os cientistas podem colocar juntos procedimentos para laboratórios de pesquisa e podem preparar materiais de encontros e seminários. Compiladores podem fazer seleções para montar a composição eletrônica a partir de dados eletrônicos fornecidos por um publicador, por uma universidade ou a partir de cópias de um material impresso. Impressão e embalagem do material copiado são feitos por uma máquina copiadora de alta velocidade, como a impressora Xerox DocuTech.

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PUBLICAÇÕES EM CD-ROMA publicação em CD-ROM permite o armazenamento de imensa quantidade de

informação de uma forma relativamente estável. Os leves CDs ocupam pouco espaço e são, por isso, fáceis de transportar e estocar. Texto, imagens e mesmo pequenos filmes e animações podem ser armazenados em CD, para serem rodados quando se desejar. Material novo pode ser facilmente adicionado, de graça, em arquivos-mestres de CD-ROM e um novo CD pode ser remasterizado (feito um novo arquivo-mestre) e lançado como atualização.

Aplicativos em CD-ROM podem ser interativos, contendo ligações entre várias partes do texto que as constituem. Também podem ser feitas associações com uma animação visual ou com um filme do tipo "QuickTime". Publicadores universitários estão começando a colocar este tipo adicional de material em algumas de suas reimpressões em CD. Do modo como a velocidade da tecnologia está aumentando, tais animações visuais são algo a serem pensadas para trabalho futuro. Ao anotar seus dados, vocês podem ter feito filmes de algum processo, para outros propósitos. Vocês devem também ter pensado em preparar animações simples para processos que não são visíveis a olho nu, porque eles são muito pequenos, muito distantes, muito rápidos ou muito lentos. Animações podem, de longe, ser mais descritivas que desenhos individuais, se houver a possibilidade de serem associadas a seus relatos ou artigos. Embora o artigo científico padrão, enviado ao periódico, ainda não contenha este tipo de material eletrônico, muito provavelmente o fará num futuro próximo. Em seu livro Visualization of Natural

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Phenomena (Visualização do Fenômeno Natural) (1993), Robert S. Wolff e Larry Yaeger discutiram como o movimento nos fenômenos naturais foram captados eletronicamente e incluíram um CD de exemplos feito em QuickTime.

A American Chemical Society <http://pubs.acs.org/> fornece assinaturas para suas publicações em disco. Cada disco é uma edição, contendo o texto original da versão impressa. A versão do CD é um hipertexto associado com gráficos, esquemas e tabelas adicionais fornecidos a cores ou em preto e branco. Hipertexto é um método de criar e apresentar um texto que pode ser conectado a outro item, mesmo quando os dois são partes do mesmo documento, ou quando o outro item é um outro gráfico relacionado, um documento arquivado em outra parte do CD ou na rede. As notas de rodapé são diretamente associadas a texto e a figuras. Se um assinante deseja imprimir um artigo, a reprodução é a laser.

Como muitos outros grandes publicadores, a American Society for Microbiology ¦ http://www.asmusa.org <http://www.asmusa.org/> está em processo de implantação de versões para

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computador de seus periódicos impressos. A ASM anunciou que o texto completo de todos os 10 de seus periódicos científicos estariam disponíveis, via computador, antes do fim de 1998.

COMPOSIÇÕES ELETRÔNICASAtualmente, faz-se composição eletrônica (apostila), colocando junto cópias de

arquivos eletrônicos, a fim de criar um documento novo, personalizado. As seleções podem ser feitas a partir de livros, periódicos ou impressos de texto escrito pessoalmente. Geralmente, é necessário obter permissão dos detentores do direito autoral do material que está sendo usado (veja Cap. 31).

A versão eletrônica de diferentes composições difere do processo padrão. Nesta versão de rápido desenvolvimento, o processo é baseado em artigos selecionados, reportagens ou capítulos de livros tirados da vasta quantidade de dados armazenados nos bancos eletrônicos. Quando alguém precisa fazer uma nova compilação de um conjunto de materiais, a pessoa faz a seleção do conteúdo armazenado em um banco de dados. Quando for feita a seleção de artigos e ilustrações e o número de cópias for solicitado, a coleção é imprimida e embalada para distribuição, como se fosse um "livro". Escritores e publicadores atualmente falam mesmo em documento "virtual", que não existe fisicamente, mas somente como arquivos associados eletronicamente.

Um dos maiores bancos de dados em desenvolvimento no momento é o CUPID, o "Consortium for University Printing and Information Distribution" (Consórcio para Impressão e Distribuição Universitárias). Os participante acadêmicos do Consórcio incluem a Universidade de Cornell, a iniciadora, as Universidades de Harvard e Princeton e outras instituições. Os membros comerciais incluem a Xerox e a Kodak. Embora este sistema de armazenamento eletrônico está ainda nos primeiros estágios de seu desenvolvimento, planos futuros incluem trabalhar com os publicadores que quiserem participar, devendo estes incluírem uma parte de seu material com direito autoral.

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CAPÍTULO 21

A Internet e a World Wide Web

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(início de epígrafe) A nova interdependência eletrônica recriou o inundo na imagem de uma vila global. (fim de epígrafe)

Marshall McLuhan

A INTERNETA Internet é uma vasta rede mundial de sistemas eletrônicos que ligam "host

computers" (computadores principais ou hospedeiros) e usuários numa rede digital. Ela originou-se da ARPANET, uma rede de computadores desenvolvida pela Advanced Research Projects Agency (ARPA - Agência de Projetos em Pesquisa Avançada) e outras agências governamentais relacionadas dos Estados Unidos, nos anos 60s. Tornando-se operacional em 1969, a ARPANET permitiu aos cientistas e pesquisadores, que trabalhavam em projetos do governo, comunicarem-se eletronicamente, estando em lugares distantes um do outro. Os usuários da ARPANET podiam acessar arquivos armazenados na rede e colaborar com os colegas, através do país. As universidades estavam entre os primeiros nós, nesta grande rede de computadores.

A medida que a ARPANET cresceu em tamanho, seus arquitetos sentiram a necessidade de comunicarem-se com outras redes de computadores que estavam sendo desenvolvidas. Em 1983, a ARPANET foi dividida em duas redes separadas, mas intercomunicantes, que juntas, formaram a Internet. A associação de outras redes a Internet original aumentou rapidamente, muito além das ligações inicialmente fornecidas pelo governo. Por volta de 1985, cerca de 100 redes estavam conectadas ao sistema; em 1990, quando o sistema original ARPANET foi descomissionado, o número de redes ligadas à Internet crescera para cerca

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de 2000. As universidades e os programadores autônomos foram instrumentando e adicionando novas ligações e funções para aumentar o poder e os serviços da Internet, levando-a muito além de suas atribuições originais, a de ser um sistema de comunicação eletrônica para cientistas governamentais e acadêmicos. Nos últimos anos da década de 90, a Internet continuou a crescer num ritmo rápido, oferecendo, a uma variedade de usuários cada vez maior, correios eletrônicos (e-mails), ligações a "sites" (locais) individuais, arquivos de transferência, "newsgroups" (grupos de discussão) e mecanismos de busca.

A WORLD WIDE WEBEm 1991, Tim Berners-Lee, trabalhando no CERN, o Laboratório Europeu de

Física de Partículas, na Suiça, introduziu o primeiro código de computador para hipertexto, assim começando a expressão World Wide Web (W W W) (Teia de Alcance Mundial). Através do uso de ligações de hipertexto, a Web permitiu a seus usuários a possibilidade de ligar palavras, figuras e sons. Além de conexões de hipertexto entre tópicos relacionados, a Web pode usar cores, gráficos, movimento e os mais variados tipos de fontes (caracteres, sinais gráficos). Cientistas em todo o mundo podem usar a Web para se comunicarem uns com os outros, como faziam com a velha ARPANET. Podem ser colocados arquivos num "site" hospedeiro e então serem enviados para qualquer lugar. O correio eletrônico pode também incluir ligações com outros "sites" na Web, junto com arquivos de texto e gráficos, anexados à mensagem por correio eletrônico. Por volta de 1995, a Web compreendia o grosso do tráfico da Internet.

A Web é acessada por um "browser " (navegador) - um aplicativo que reside em seu computador ou em um servidor. O browser permite que se acesse informação disponível na Web, de qualquer lugar do mundo. O Mosaic, o primeiro browser da Web, baseado em gráficos, foi disponibilizado em 1993. O Netscape Navigator e o Microsoft

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Explorer são os dois browsers mais populares em uso na ocasião em que este livro foi escrito e suas funções economizam 90% do tempo. A função exclusiva de um browser tem sido geralmente duplicada pelo outro, até certo ponto. O Explorer e o Navigator têm, cada um, suas próprias arquiteturas e, embora estes browsers pareçam similares, ocorrem algumas diferenças na aparência, quando eles são vistos em diferentes plataformas (sistemas operacionais ou arquiteturas de computador). As cores são ligeiramente mais carregadas nas plataformas do Windows, mas são, por outro lado, as mesmas, à medida que os padrões de cores estejam na palheta de cores presentes nas plataformas, tanto da Mac, como do Windows. Arquivos-mestres da Experienced Web estão livres dessas limitações e codificam apropriadamente documentos para estas instâncias.

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PROCURANDO INFORMAÇÃO NA WEBUma das funções mais usadas na Web é a capacidade de encontrar e transferir

informação. Alguns programas, chamados "search engines" (mecanismos de busca), podem ajudá-los a localizarem termos e textos que aparecem em "sites" individuais por toda Internet. "Search engines" são aplicativos que usam código programado para indexar todo texto significante num documento. Palavras como "and" (e), "the" (o,a) e "but" (mas) não são indexadas. O índice para cada documento é mantido em um grande banco de dados. Quando uma requisição de busca é feita, o aplicativo procura pela informação requerida, baseando-se em palavras-chaves ou em uma frase do texto, fornecidas pelo usuário. Pelo fato de cada "search engine" usar um código diferente para localizar os dados, cada aplicativo de busca pode fornecer informação diferente.

Depois que uma busca é completada, lhes serão apresentadas pontos de partida para suas requisições. A lista de "hits" (acertos, dados obtidos) está em formato de hipertexto; usando as associações do hipertexto, vocês mover-se-ão até o "site" que contém a informação que requisitaram. Se lhes foi apresentada uma lista muito ampla de "hits", vocês precisam refinar o termo de busca, de forma a estreitar o campo de possibilidades. Uma forma de fazer isto é usando delimitadores booleanos (lê-se buleanos, inventado pelo matemático inglês George lioolc, para determinar se uma proposição lógica é falsa ou verdadeira). Numa pesquisa booleana, os conectores lógicos AND (e), OR (ou) e NOT (não) são usados mais freqüentemente. Por exemplo, se vocês buscarem por maçã OR laranja, vocês obterão muitos dados sobre maçãs e para laranjas, separadamente. Se vocês pedem por maçã AND laranja, a pesquisa fica restrita somente àqueles artigos que contêm menção às duas ao mesmo tempo. Se vocês pedem maçãs NOT Delicious (variedade de maçã), vocês obterão referências para todos os tipos de maçã, menos o Delicious.

Alguns "search engines" operam com a lógica booleana, usando delimitadores AND, OR e NOT. Na WEB, entretanto, estes delimitadores nem sempre funcionam como deveriam. HotBot, um mecanismo de busca muito popular, refina e limita o número de hits, assumindo que há um conector AND entre as palavras. Alta Vista, outro mecanismo de busca muito conhecido, assume um conector OR entre palavras, assim aumentando o número de hits.

Pode ajudar, às vezes, se vocês estiverem procurando por uma frase inteira, colocá-la em cotas (grupos de palavras), para manter as palavras juntas, na pesquisa. Por exemplo, se vocês querem localizar informação pertencente ao Instituto Salk e não ao Jonas Salk, coloquem em sua busca o termo "Instituto Salk". Por outro lado, se vocês estão procurando por Jonas Salk e colocarem isto em cotas, vocês podem perder-se, localizando Salk, Jonas e J. Salk.

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Se uma pesquisa não obteve sucesso, vocês precisarão refrasear sua requisição e torcer para que sejam recompensados pela sua diligência. A mudança para outro mecanismo de busca, freqüentemente funciona. Muitas das facilidades de busca têm uma seção de ajuda, que os aconselha sobre como melhor usar palavras-chaves e frases, em seus programas. Usem estas seções toda vez que puderem, porque, o fato de saberem como trabalhar com um aplicativo de busca pode não ser de ajuda, quando mudarem para outra.

Enquanto os robôs da Internet podem procurar todo um texto não-indexado, quando alguém inicia uma busca, material indexado obtém resultados mais rápidos. Para que seus materiais sejam indexados por um aplicativo de indexação, seu publicador deve arquivar a informação junto com o índice. Se vocês estão publicando independentemente na Web, terão que arquivar seus trabalhos de forma a permitir indexação para mecanismo de busca.

MECANISMOS DE BUSCA DA WEBQuando procurarem por informação em suas disciplinas, vocês têm vários

aplicativos disponíveis para usarem. Infelizmente, enquanto algumas disciplinas têm uma presença ativa na Web, outras resistem a ter uma residência eletrônica. Para estas últimas, artigos e reportagens publicados cm cópias impressas não estão ainda duplicados na Web.

O endereço da Yahoo, < <http://www.yahoo.com/>, tem um dos maiores índices da Web, mas, como outros mecanismos, seus poderes de busca são limita dos à maneira como vocês pedem esta busca. O HotBot, cujo endereço é <http://www.hotbot.com/>, é uma facilidade poderosa, mantida pelo Magazine Wired. Várias outras facilidades de busca, que têm seus próprios truques e preferências, estão disponíveis. Estas facilidades incluem Lycos, Magellan, AltaVista e Infoseek. À medida que aprendem a refinar suas buscas, vocês perceberão que algumas facilidades de busca têm mais informação indexada de suas disciplinas, em particular. Estas são aquelas que vocês devem usar primeiro. Consultem o bibliotecário "online", em sua biblioteca, para obterem outras fontes úteis e descubram, com seus colegas, que URLs (Uniform Resource Locators - Loca-dores de Recursos Uniformes) que eles acham mais úteis. (Locadores de Recursos Uniformes são endereços específicos de objetos dentro de um "site", porque este pode ter muitos objetos, como música, texto, etc).

Outras fontes eletrônicas de informação para cientistas incluem serviços "online", fornecidos por empresas, por sociedades e associações profissionais, por bibliotecas universitárias, pela Biblioteca do Congresso, por laboratórios industriais de pesquisa, pela MEDLINE (mantida pela Biblioteca Nacional de Medicina) e por outras instituições e organizações. Mecanismos governamentais,

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como a MEDLINE, estão cada vez mais disponíveis, grátis para o público em geral; a MEDLINE pode ser obtida através do Grateful Med ou do Pub Med, p.ex.. Algumas fontes "online" estão disponíveis somente para membros que pagam assinatura ou num ritmo de hora em hora. Outra fonte de informação é o "newsgroup" (grupo de discussão) (veja Capítulo 23, "E-mail e Newsgroups").

FTP (FILE TRANSFER PROTOCOL)Quando vocês importam arquivos de um "site" de um computador distante, o FTP

(Protocolo de Transferência de Arquivo) é o programa que facilita o processo. O FTP

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também se localiza em um "site" que funciona como um arquivo FTP. Alguns "sites" do FTP requerem a identificação do usuário, incluindo um "username" (nome de usuário) e uma "password" (senha) para manter a privacidade de seus materiais. Outros "sites" do FTP permitem que pessoas que não tenham senhas assinem-se como anônimo.

Companhias e instituições com suas próprias facilidades de transporte, freqüentemente armazenam arquivos populares em vários "sites" do FTP, para fornecer mais acesso aos usuários. Os usuários podem importar aplicativos completos, utilidades e "upgrades" (novas versões de softwares) para computadores e folhetos em formato de texto. Muitos publicadores montam artigos de jornais populares e mesmo cópias de jornais completos para acesso de usuários.

PUBLICANDO NA WORLD WIDE WEBA maior parte do material publicado como cópia impressa pode ser publicada na

Web. As vantagens e as desvantagens de se fazer publicação especializada na Web ainda está em debate, embora muitos publicadores de periódicos impressos tenham locais na Web. Estes "sites" da Web contêm informação sobre matérias passadas e atuais e incluem tabelas de conteúdos referentes a resumos dos artigos individuais.

LINKS E HIPERTEXTOSUm link (ou hiperlink) refere-se à capacidade da Web de usar hipertexto -um

método de criar e apresentar texto e outros objetos que podem ser associados uns aos outros, assim formando documentos não-lineares. Na Web, um "link" é conhecido como um URL (Uniform Resource Localor - Locador de Recurso Uniforme). O URL pode aparecer como um texto ou como um gráfico; cada tipo de URL tem um formato padrão. Quando o URL é acionado, o "browser" transfere vocês ao "site", onde a informação está locada.

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HTLM: A LINGUAGEM DA WebA linguagem usada para escrever toda a informação que aparece na Web é

chamada HTML (HyperText Markup Language - Linguagem de Marcação de Hipertexto). Esta linguagem, baseada no Inglês escrito, consiste de rótulos semelhantes a códigos. Baseados no tipo de estrutura do objeto, estes rótulos definem o formato da letra, o tamanho e a localização, assim como cores, desenhos e ligações do hipertexto. Tipos de estrutura de documento incluem elementos como parágrafos, cabeçalhos, listas, tabelas e fundos de tela. A HTML também permite, aos programadores da Web, encaixar outros códigos de programação, tais como Shockwave e Java, que fornecem animação visual e outros efeitos. Os "browsers" específicos, usados pelos observadores, interpretam o código da HTML escrito no documento e fazem o material aparecer codificado na tela do usuário. Cada "browser" interpreta o código da HTML de uma forma algo diferente, mas o formato geral é similar. Os padrões para a linguagem HTML são universalmente mantidos e codificados, suportando revisões e adições regularmente.

Quando um artigo científico é publicado na Web, ele não é mais feito de páginas, no sentido tradicional. O artigo pode ser uma única página, formada de uma longa janela que se desenrola, ou pode ser quebrado em segmentos curtos, com cada "página" tendo uma ligação URL separada. Para quebrar o texto em segmento semelhantes a páginas são necessários "links" para ir à próxima página, retornar à página anterior e voltar à folha inicial ou "home page". A página inicial tem que ter uma lista de conteúdos, consistindo de associações com vários segmentos de informação no artigo ou com as chamadas "screen pages" (páginas na tela). Gráficos e tabelas podem ser incluídos dentro do texto. Muitos periódicos fornecem presentemente suas próprias conversões do processador de texto

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para o formato HTML. Outros pedem ao autor do artigo para fornecer a formatação HTML, na submissão.

Mantenham em mente que, incluir muitas fotografias grandes em seus artigos, significa que os artigos publicados, se chamados pelo usuário, irão demorar muito para serem importados. Muitos "sites" dão a opção de acessar "versões exclusivamente de texto", para contornar este problema de importação. Se querem que seus trabalhos apareçam em uma busca, eles devem ser indexados pelas facilidades de busca que escolherem e vocês precisam fornecer algumas palavras-chaves significantes para acesso. Uma taxa deve ser paga para indexação. Converter textos simples para acesso na Web é relativamente fácil. Entretanto, se vocês estão colocando gráficos associados por "links" e códigos HTML mais elaborados para a diagramação da página, é uma boa idéia trabalhar com um profissional nesta área. Muitos livros sobre publicação da Internet estão

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disponíveis. Os melhores podem explicar em detalhe como a Internet funciona, que "links" há e como transcrever um documento de texto padrão em código HTML, de forma que ele possa ser lido por um "browser" da Web.

ADOBE ACROBATSe vocês desejam que o leitor seja capaz de importar cópias imprimíveis de seus

artigos, de forma a reter a diagramação do original eletrônico, vocês podem usar o aplicativo Acrobat Distiller. Acrobat, um programa criado pela Adobe, converte seus arquivos em algo chamado PDF (Portable Docu-ment Format - Formato de Documento Portátil). Um arquivo neste formato pode ser visto na tela com o Acrobat Reader, que se pode importar livremente do "site" do Adobe Web <http://www.adobe.com/>. O arquivo PDF pode ser copiado e impresso, com fontes substitutas que são parte do aplicativo. (Nota: ao contrário do Acrobat Reader, o Distiller não é um "software" livre). O Adobe Acrobat trata o texto como uma imagem e, portanto, ele gasta muita memória.

VANTAGENS E DESVANTAGENS DA PUBLICAÇÃO NA WEBEntre as vantagens de se colocarem relatórios e artigos na Web está a

possibilidade de fazer freqüentes adições de dados, mantendo a informação atualizada, quase dia a dia. Outras vantagens são o uso de "hyperlinks" para relacionar dados e a possibilidade de acessar imediatamente arquivos para trabalho em colaboração e revisões por especialistas.

Entre as desvantagens da publicação na Web, está a fluidez do texto eletrônico, que pode ser mudado por alguém que reenvie seus artigos, em desrespeito aos direitos autorais. Com as novas medidas de segurança, este problema está gradualmente sendo resolvido. Um problema mais sério é a natureza volúvel da publicação na Web; relatórios e artigos que aparecem na Web nem sempre foram submetidos a processos rigorosos de revisão por especialistas e editores, o que é inerente ao processo de publicação especializada. Os publicadores estão começando a encarar este problema de duas formas. A primeira é publicando relatórios e artigos na forma impressa antes da publicação do mesmo material na Internet. Este tipo de publicação secundaria torna n informação e os dados de um relatório ou artigo disponíveis para uma clientela internacional mais ampla. A segunda é publicando o material num "site" seguro, no qual os leitores só entram com senhas. Artigos

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científicos e outros artigos publicados nestes "sites" são revisados por editores e especialistas, da mesma forma que o material impresso.

Enquanto a impressão tem a vantagem da revisão editorial e por especialista e de fornecer vários tipos de versões da mesma informação, ela é também lenta. Outra desvantagem são os erros tipográficos e outros erros, que, uma vez impressos, não podem ser corrigidos. O estágio de prova é a última chance de perceber tais erros; depois disso, eles são eternos. Vários meses de produção são necessários para levar uma matéria até a impressão e a distribuição pelo correio toma outras dias mais. Podem levar meses a vários anos para que a literatura responda a um artigo específico, porque a interação entre especialistas via palavra escrita é lenta.

Steven Harnad foi um dos primeiros indivíduos a reconhecerem o potencial da Internet para a interação de especialistas em um meio que ele chamou "eletronic skywritting" (escrita aérea eletrônica). Ele é o editor da PSYCOLOQUY, um periódico que foi transformado, em 1989, em uma publicação eletrônica de referência, patrocinada pela American Psychological Association. Sua versão UseNet, "sci.psycology.digest", é livre para os assinantes. Para assinar, mande uma mensagem por e-mail ao seguinte endereço: <[email protected]:"sub psyc Firstname Lastname">. Os artigos de Harnad sobre publicação eletrônica de artigos científicos podem ser encontrados no endereço <ftp://ftp.princeton.edu/pub/harnad <http://ftp.princeton.edu/pub/harnad>.

ARQUIVANDO INFORMAÇÃOOs periódicos, tradicionalmente, têm arquivado seus materiais como cópias

impressas. Agora, o arquivamento pode ser feito eletronicamente, publicadores de periódicos especializados estão começando a responsabilizar-se por esta área também. Entretanto, devido aos custos em tempo, dinheiro e especialização, o arquivamento é agora também feito por parceiros terceirizados, sendo os dados fornecidos pelo publicador.

Não existe um padrão particular corrente para determinar a melhor forma de arquivar os dados. Bancos de dados eletrônicos "online", CD-ROMs e disquetes que guardam grandes quantidades de dados, são todos usados. Decisões acerca de onde e como armazenar ilustrações que estão separadas do texto ainda têm que ser tomadas. Impressos têm a vantagem de serem portáteis, mas uma cópia serve apenas a um leitor. Dados eletrônicos permitem uma busca de informação com alto nível de interatividade, com muitos leitores acessando informação ao mesmo tempo.

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PUBLICAÇÃO ELETRÔNICA INDEPENDENTEEnquanto vocês podem colocar seus próprios trabalhos na Internet, tanto em seus

"sites" particulares, como em um mantido por suas universidades ou empresas, não há realmente credibilidade, porque eles não receberam revisão editorial crítica ou revisão por especialistas, exigidas por um periódico especializado. Para que seus trabalhos sejam considerados confiáveis, vocês precisarão buscar endosso ou autorização de uma organização de reputação. Este tipo de endosso pode vir de um publicador de periódico especializado, de uma associação profissional em suas disciplinas ou de um rigoroso processo de revisão por especialistas ao qual vocês submetem seus próprios trabalhos. Quando publicarem independentemente, sempre incluam seus endereços eletrônicos e um "link" com uma descrição sobre sua experiência profissional, como informação adicional. E certamente estejam cônscios de que este tipo de publicação impede publicação posterior em um periódico com revisão por especialista.

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CAPÍTULO 22

O Periódico Eletrônico

(início de epígrafe) O computador perfeito foi desenvolvido. Vocês colocam nele seus problemas e eles nunca mais sairão. (fim de epígrafe)

Al Goodman

A publicação de periódicos dirigidos exclusivamente para meio eletrônico é um novo fenômeno da Web. O periódico eletrônico é semelhante àquele distribuído pela impressa, no qual os artigos foram revisados por especialistas e editores, antes da publicação. Periódicos eletrônicos podem também incluir pequenos filmes e movimento como referências visuais para os dados, assim como o fazem os CD-ROMs, embora com tecnologia diferente. A publicação eletrônica também inclui as vantagens secundárias de "hyperlinks" e referência cruzada. As edições são publicadas em menos tempo que em edição impressa, porque publicações impressas ainda precisam ser montadas, impressas e empacotadas para envio, antes da distribuição. A distribuição na Web é instantânea, assim que o periódico eletrônico é publicado. Publicação eletrônica é cara. Embora não haja custos de postagem, as versões eletrônicas têm seus próprios custos associados a colocá-las "online" e para terem as especificidades eletrônicas desejadas. Também, questões de cobrança, direito autoral e acessibilidade ainda estão sem solução.

Embora periódicos eletrônicos estejam disponíveis a qualquer um que possa acessar o "site", eles são mais comumente facilidades exclusivas, acessíveis somente para membros que tenham uma senha. Acesso a periódicos pode ser do tipo "exclusivo para sócios", parte das atribuições de uma associação ou patro-

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cinado por uma entidade de pesquisa ou universidade, como parte de sua Intranet (em oposição a Internet total). Entre os muitos publicaclores "online" importantes estão os seguintes:

ProjectMuse<http://www.press.jhu.edu/muse.html>, patrocinado pela Hopkins University Press, oferece acesso eletrônico pela Internet ao texto completo de cerca de 40 periódicos publicados pela editora.

Academic Press <http://www.idealibrary.com/> está oferecendo "online" sua lista completa de cerca de 170 periódicos.

Blackwell Science <http:www.blackwell-science.com <http://www.blackwell-science.com/> publica livros e periódicos "online", em Ciência, Tecnologia e Medicina.

Elsevier Press <http:www.elsevier.com <http://www.elsevier.com/> planeja ter todos os seus cerca de 1000 títulos "online" até o final de 1998.

Springer-Verlag <http:www.springer.co.uk <http://www.springer.co.uk/> está presentemente desenvolvendo seu serviço "online" em cooperação com a IBM.

O maior problema envolve a diagramação da página eletrônica. A impressão nem sempre preserva o visual de interesse e a integridade, na conversão para a Web. Embora a Web ofereça recursos adicionais, incluindo som, movimento e vídeo, estes itens precisam ser fornecidos pelo autor e inseridos no texto em HTML. Devem ser fornecidos "links" para as locações referenciadas. Outro problema é a necessidade de mudar símbolos e fórmulas matemáticas do impresso para ilustrações gráficas. Formatos gráficos para impressão não podem ser lidos pelos "browsers" da Web; eles precisam ser convertidos em formatos compatíveis com a Web, como o GIF ou o JPEG.

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As exigências aos autores variam para cada publicação eletrônica. Algumas publicações irão converter documentos do processador de texto em HTML e gráficos em formatos que o "browser" da Web possa ler. Outras publicações, particularmente aquelas dirigidas a uma clientela que entende de computador, requerem que o autor converta seus arquivos do processador de texto num formato HTML.

O PERIÓDICO ELETRÔNICO E A REVISÃO POR ESPECIALISTASEm um artigo de 1996, intitulado "Implementando Revisão por Especialista na

Net", Steven Harnad argumentou que a maioria das publicações eletrônicas especializadas "necessitam ser censuradas através de revisão por especialistas", mas ele também encontrou lugar na Internet para discussão sem-censura, mesmo em "fóruns de discussão de especialistas de alto nível, aos quais apenas

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especialistas qualificados em um dado campo têm acesso de leitura e escrita". A medida que a popularidade dos periódicos eletrônicos cresce, tais publicações estão começando a fornecer o mesmo tipo de processo de revisão que o periódico impresso aplica. Não há razão para que fóruns de discussão interativos, como descritos por Harnad, não possam também ser adicionados para enriquecer a natureza do discurso científico.

O processo de revisão eletrônica de um artigo especializado é duplo, seguindo a convenção da impressa escrita. A revisão editorial consiste de exame do trabalho por um corpo editorial. Se o artigo é considerado aceitável, dois revisores especialistas no campo são escolhidos pelos editores para avaliar e revisar o manuscrito. Se surge um empasse entre os dois, um terceiro revisor é escolhido para retirar o entrave. Embora o objetivo dos revisores especialistas seja objetividade, o processo de seleção é ainda vulnerável, quando novos paradigmas são discutidos. Manuscritos controversos, mesmo aqueles de cientistas bem conhecidos, podem ser rejeitados.

Tópicos impopulares não são os únicos fatores para a rejeição de um artigo. Em abril de 1997, The New England Journal of Medicine publicou um artigo chamado "The Messenger Under Attack-Intimidation of Researchers by Special Interest Groups" (O Mensageiro sob Ataque - Intimidação de Pesquisadores por Grupos de Interesses Especiais). O artigo descreve em detalhe vários casos de pesquisadores que foram pressionados por grupos de médicos e associações acadêmicas que esconderam envolvimento com laboratórios farmacêuticos. Como acontece com uma publicação impressa, grupos de pressão podem interferir na obtenção de financiamento para pesquisa, na promoção da mesma e na publicação na Internet.

O GUIA ACADÊMICO InterNIC PARA A INTERNETO Guia Acadêmico InterNIC para a Internet <http://www.aldea.com/guides/

ag/attframes2.html <http://www.aldea.com/guides/ag/attframes2.html> focaliza-se exclusivamente no interesse da pesquisa da educação superior e na de comunidades educacionais. O InterNIC é uma atividade cooperativa da National Science Foundation, da Network Solutions, Inc. e da AT&T. Os usuários do Guia expressam opiniões acerca do valor acadêmico de um "site". Suas avaliações são colocadas com a descrição do "site", fornecendo opiniões de especialista a respeito de seu valor. As categorias de ensino superior incluem ciências biológicas, ciências computacionais, engenharia e geocências, matemática e ciências físicas e ciências sociais. Para juntar-se à lista da InterNIC, mande uma mensagem eletrônica, incluindo as palavras "subscribe internic" para <[email protected] <mailto:[email protected]>.

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CAPÍTULO 23

E-mail e Newgroups

(início de epígrafe) Os computadores podem entender todos os tipos de problemas, exceto as coisas que no mundo realmente não combinam entre si. (fim de epígrafe)

James Magary

E-MAILE-mail refere-se a correio eletrônico, mensagens que podem ser enviadas

eletronicamente a qualquer pessoa em sua rede ou de outra rede, a qualquer momento ou lugar. A rede pode ser local, costumeiramente instalada em um "site" específico, ou ela pode ser parte da Internet. Se vocês têm acesso a uma rede em seu "site", peça ao administrador para mostrar-lhes como enviar e receber correspondência. Usar a Internet para mandar mensagens eletrônicas pode ser ainda mais fácil, fazendo com que seu computador seja também ligado à Internet. O correio eletrônico é talvez o recurso disponível aos usuários da Internet mais popular e mais amplamente usado. E-mails, faxes e videoconferência ajudam as pessoas a trabalharem em colaboração sem precisar estar face a face.

ENDEREÇOS ELETRÔNICOSPara mandar uma mensagem por correio eletrônico a alguém, vocês precisam

saber o endereço eletrônico dessa pessoa. Um endereço eletrônico usualmente consiste do nome do usuário seguido de uma @, seguida pelo nome do hospedeiro (nome do provedor de acesso do usuário), seguido pelo nome do

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domínio. O endereço c todo escrito geralmente com letra minúscula, sem espaços entre os segmentos. Por exemplo, o endereço para um Professor Magon Thompson, na Universidade Estadual do Arizona pode [email protected] <mailto:[email protected]>, onde "mthomp" é o nome do usuário, "asu" é o nome do hospedeiro e ".edu" é o domínio, neste caso, o domínio refere-se à instituição educacional. Outros sufixos de domínios freqüentemente usados são ".com" para empresas comerciais, ".gov", para endereços governamentais e ".org" para organizações sem fins lucrativos. Endereços internacionais incluirão um domínio de país, como ".uk." para United Kingdom (Reino Unido).

Vocês podem também mandar e-mail para alguém que tem uma conta em um provedor de acesso comercial "online" como a American OnLine (AOL). O endereço consistir-se-á do nome do usuário, seguido de uma @, seguida do nome do hospedeiro do provedor de acesso "online". No caso da AOL, o endereço eletrônico do Magon Thompson pode ser [email protected] <mailto:[email protected]>.

Vocês podem manter uma lista de endereços eletrônicos pessoais em um arquivo de endereços que é parte das aplicações do correio eletrônico. Novos endereços podem ser adicionados e os velhos editados, usando as funções de "pull-down" do menu (menu com uma barra para baixo que pode ser acionada à vontade pelo usuário).

RECEBENDO E ENVIANDO E-MAILCorreio eletrônico na Web pode ser acessado por aplicativos de e-mail, como

Eudora, ou diretamente através de um "browser", como o Netscape Navigator. Se vocês

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estão usando o Navigator, acionem o pequeno envelope no botão direito do "browser" para acessar a janela de correio eletrônico. Ela aparecerá juntamente com uma janela para a senha. Toda vez que colocarem suas senhas, uma mensagem é enviada aos servidores de seus provedores de serviço, perguntando que correspondência vocês têm. A correspondência é então transferida a vocês, ou vocês verão uma mensagem que não têm nenhuma correspondência. Toda correspondência que vocês receberem terá o endereço eletrônico da pessoa que a enviou. Vocês podem copiar o endereço em seus livros de endereços eletrônicos. Eudora e outros programas de correio eletrônico funcionam de forma semelhante.

Para enviar uma mensagem, vocês podem clicar (acionar com o mouse) o nome do recipiente no livro de endereços e uma forma de mensagem aparecerá preenchendo a caixa do recipiente de nome. Por outro lado, selecionem a função de nova mensagem e preencham o recipiente de nome. Outras caixas incluem a "cc", caixa para cópia, a ser enviada a outros, e uma "subject box"(caixa de assunto), para descrever os conteúdos das mensagens. Preencham estas e colo-

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quem suas mensagens na caixa principal. Quando isso for feito, acionem o botão "send" (enviar) para transmissão imediata (ou "delayed" - retardada, se vocês estão normalmente "offline"- com o computador desligado).

Para responder a uma mensagem, pressionem o botão "Reply" (resposta), quando a mensagem que vocês desejam dar de resposta estiver colocada. Digitem nas caixas apropriadas e coloquem suas mensagens. Se vocês desejam enviar uma cópia de seus manuscritos para comentários, junto com a mensagem, eles podem ser copiados e passados diretamente na caixa de mensagem, se forem curtos. De outra forma, mandem seus manuscritos como um anexo. O anexo será aberto do outro lado, na forma como ele aparece em suas telas, desde que o computador receptor tenha o mesmo programa que vocês. Se este não é o caso, salvem uma cópia de seus artigos como "Text Only" (unicamente texto) ou ASCII, e os enviem neste formato.

CORREIO ELETRÔNICO E LEI DE DIREITOS AUTORAISTodo e-mail que vocês escrevem tem direito autoral, mas não é segredo, a não

ser que vocês tenham concordado sobre sigilo com seus correspondentes, anteriormente. Se não concordaram sobre isso, vocês podem revelar o que um e-mail disse em termos gerais e mesmo colocar segmentos curtos de e-mail sob a cláusula de uso livre da lei de direitos autorais. Colocar um e-mail inteiro é uma violação, mas revelar informação sobre seu conteúdo é aceitável.

NEWSGROUPSOs "newsgroups" (grupos de discussão) são compostos de indivíduos de uma

área de interesse específica que desejam ler e escrever uns aos outros sobre tópicos que lhes concernem. Alguns grupos de discussão têm milhares de subscritos, enquanto que outros são limitados a tão poucas pessoas quanto 10 a 15 membros. O bibliotecário "online" de vocês pode dizer-lhes se há um "newsgroup" em sua disciplina.

Os "newsgroups" dependem de uma função da Internet chamada Usenet (Users Network - rede de usuários). Com este sistema, um usuário da Internet, em qualquer lugar do mundo, pode enviar uma mensagem do tipo "Usenet" aos membros de um grupo específico. Todos os grupos de discussão têm um nome, colocado em letra minúscula, com segmentos separados por pontos, tal como endereços de acesso na Internet. Por exemplo, tópicos que têm a ver com Ciência em geral podem ser acessados sob "newsgroups" com um prefixo "sei" e o prefixo "sci.med" cobre tópicos relacionados com

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medicina. Um "newsgroup"

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devotado a bibliotecas eletrônicas é nomeado "comp.internet.library", com "comp" significando grupo de computadores. Um "newsgroup" de universidade do MIT é prefixado por "mit" . O Acesso a "newsgroups" do tipo "Usenet" é livre.

Vocês podem colocar perguntas e artigos em um "newsgroup" e vocês receberão respostas de outros membros, referentes a seus tópicos. Vocês podem pedir que respostas referentes a seus materiais possam ser feitas por e-mail. Se desejarem, podem iniciar seus próprios grupos de discussão. Uma palavra de advertência - só porque algo é publicado em um grupo de discussão, não significa que ele seja verdade ou baseado em fatos. Se vocês desejam corresponder-se no formato de "newsgroup", selecionem aquele que seja moderado e pareça ser de alto nível. Muitos "newsgroups" são mantidos por laboratórios de pesquisa de universidades ou de empresas e a maioria dos correspondentes, nestes grupos de discussão, são confiavelmente sérios acerca de seus trabalhos. Entretanto, alguns grupos profissionais e acadêmicos preferem não publicar na Web, até que um sério processo de revisão tenha ocorrido ou até que um artigo seja publicado na forma impressa. The New England Journal of Medicine expressou cuidados acerca de informação indiscriminada que aparece em um ambiente inseguro como o da Web.

Se vocês estão considerando a possibilidade de colocar seus relatórios na Web, antes da publicação impressa, mas ainda gostariam de trabalhar cooperativamente com associados ou obter avaliações de colegas sobre o trabalho em andamento, outras opções estão disponíveis para vocês. O e-mail. até hoje, é relativamente seguro. "Sites" de Intranet, mantidos individualmente por uma escola ou por uma empresa para seus próprios usos, podem ser um meio seguro através do uso de senhas.

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CAPÍTULO 24

Como Solicitar e Utilizar Reimpressões

(início de epígrafe) A maioria dos autores compra entre 100 a 300 cópias de reimpressões para cada artigo que publicam, para fazer "auto-propaganda profissional", por meio de distribuição a seus colegas, de acordo com a demanda. (fim de epígrafe)

John K. Crum

COMO SOLICITAR REIMPRESSÕESReimpressões são, até certo ponto, uma questão de vaidade. "Vaidade das

vaidades; tudo é vaidade "(Eclesiastes I, 2; XII, 8). Dizendo isto, eu agora falarei umas poucas palavras de aviso de como comprar reimpressões e usá-las, porque sei que vocês o farão. Todo mundo o faz, é realmente raro um autor que não quer pedir reimpressões.

O "como pedir" é usualmente fácil. Um pedido de reimpressão em branco é geralmente enviado a vocês com as provas. De fato, este costume é tão universal que vocês podem chamar por telefone ou escrever ao periódico, se o formulário de requisição não chegar com as provas, porque a omissão foi provavelmente inadvertida.

SISTEMAS DE CONFECÇÃO DE SEPARATASAlguns periódicos ainda fabricam reimpressões (separatas) pelo sistema de

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imprimir "junto com o periódico". (As cópias são impressas pulando trechos,

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à medida que o periódico propriamente dito está sendo impresso.) Se esse processo é usado, é importante que vocês mandem logo seus pedidos. Devolvam o pedido junto com as provas, se assim vieram, no tempo mais curto possível, em vez de esperar por um pedido de compra oficial a ser moído através dos moinhos de suas instituições. Tentem obter um número de ordem de compra, mesmo que possa ser demorado obter a ordem de compra ela mesma.

Algumas reimpressões de periódicos são atualmente manufaturadas em pequenas prensas de offset, num processo essencialmente não-relacionado com a fabricação do periódico. Nos recentes anos, o custo do papel aumentou tremendamente; o desperdício de papel inerente à impressão "junto com o periódico" fez este sistema ficar economicamente inviável.

O sistema mais novo tem uma vantagem imensa: reimpressões de seus artigos podem ser feitas a qualquer momento, em qualquer número. Além disso, se vocês publicam em um periódico que o possui, vocês não precisam nunca se preocupar acerca de conseguir reimpressões.

QUANTAS SOLICITARMesmo que vocês possam pedir mais tarde, é melhor encomendar logo de início.

Muitos periódicos cobram preços altos para as primeiras 100 reimpressões, para cobrir os custos de montagem e impressão. As 100 posteriores são geralmente muito mais baratas, o pequeno acréscimo no preço total é um reflexo somente dos custos com papel e tempo de impressão adicionais. Desta forma, se vocês imaginam que precisarão de cerca de 100 reimpressões, peçam 200, peçam 300. A diferença de preço é tão irrisória que será tolo não pecar pelo excesso. A lista de preços da tabela 11 é típica de muitos periódicos.

FIGURAFigura(adaptada): TabelaLegenda: Lista de preços de reimpressões: Journal of Bacteriology

Número de cópias 100Número de Páginas: 4=$128 – 8=222 – 12=280 – 16=338 – 20=394

Número de cópias 200Número de Páginas: 4=$142 – 8=254 – 12=320 – 16=390 – 20=456

Número de cópias 300Número de Páginas: 4=$154 – 8=286 – 12=362 – 16=442 – 20=520

Número de cópias 400Número de Páginas: 4=$166– 8=316 – 12=386 – 16=494 – 20=582

Número de cópias 500Número de Páginas: 4=$178 – 8=348 – 12=446 – 16=546 – 20=644

Número de cópias “adicionais”Número de Páginas: 4=$17 – 8=46 – 12=60 – 16=74 – 20=88

COMO UTILIZAR REIMPRESSÕES

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Sobre como utilizar separatas, deixem a imaginação e a vaidade de vocês serem seus guias. Comecem mandando uma para suas mães, porque isto é mais fácil que escrever cartas que vocês deveriam ter escrito há muito tempo atrás, Se é realmente um bom artigo, enviem-no a todo mundo que vocês desejam impressionar, especialmente para qualquer colega mais categorizado, que algum dia possa estar em posição de falar bem de vocês.

A principal consideração que devem fazer é se querem ou não jogar o jogo do "cartão postal". Alguns cientistas recusam-se a entrar no jogo, usando, em seu lugar, uma lista de distribuição que eles acreditam levará as reimpressões a colegas que realmente podem precisar delas. Cartões postais de rotina ou formulários de requisição são ignorados, embora quase todo mundo responda favoravelmente a uma carta pessoal.

Ainda, embora muitos cientistas ressentem-se do tempo e do dinheiro gastos em participar do jogo do cartão postal, a maior parte deles o joga, de qualquer forma. E vaidade à parte, o jogo pode ocasionalmente valorizar a reimpressão. Se assim for, as razões são mais ou menos as seguintes.

O grande número de reimpressões pedidas será de indivíduos que podem bem ser definidos como "colecionadores". Eles tendem a ser cientistas bibliotecários, possivelmente alunos graduados ou colegas pós-doutorados, que devem ter um grande interesse pela literatura, talvez consideravelmente menos interesse pela manipulação de laboratório. Vocês provavelmente não reconhecerão os nomes, mesmo que consigam ler as assinaturas nos cartões, porque estes indivíduos certamente não publicaram em seus campos (se é que eles publicaram alguma coisa, afinal). Em tempo, vocês precisam começar a reconhecer os nomes, porque o verdadeiro colecionador coleta com pertinaz determinação. Toda vez que vocês publicarem, receberão requisições de reimpressões da mesma turma de colecionadores que trabalham em suas áreas específicas.

Se reconhecerem os colecionadores, vocês devem responder? Provavelmente. Eu acredito que haja lugar na Ciência para os tipos multi-disciplinares, que gastam horas na biblioteca, coletando constantemente, organizando e sintetizando vastas áreas da literatura. Estas pessoas ecléticas podem não estar na frente da pesquisa científica, mas eles freqüentemente tornam-se bons professores ou bons administradores e, no meio tempo, certamente publicarão uma ou mais revisões ou monografias soberbas, geralmente sobre um assunto genérico que somente um colecionador saberia como manejar.

O próximo maior grupo de requerentes de reimpressões certamente virá de países estrangeiros ou de instituições muito pequenas. E quase certo, óbvio, que estas pessoas viram seus artigos listados em um dos serviços de indexação ou de

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resumos, mas não leram o artigo em si, porque o periódico não está disponível em sua instituição. (Espere um monte de requisições pouco depois que seus artigos forem listados no Current Contents.) Vocês devem responder a tais requisições? Francamente, se vocês enviam reimpressões, afinal de contas, acredito que esse grupo mereça ser colocado em primeiro lugar.

O terceiro grupo de requerentes será o de seus colegas, pessoas das quais vocês conhecem ou os nomes ou os laboratórios, por perceberem que eles estão envolvidos em seus próprios campos de trabalho ou nos relacionados. Vocês devem responder a tais requisições? Provavelmente sim, porque sabem que as reimpressões serão realmente usadas. A principal consideração que vocês devem fazer, neste caso, é se não seria melhor preparar uma lista para envio postal, de forma que vocês e alguns de seus colegas possam trocar reimpressões sem perder tempo e dinheiro com as requisições.

Vocês devem colecionar reimpressões? Se a resposta é sim, como fazê-lo? Isto,

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claro, é com vocês, mas alguns conselhos podem ser úteis.Vocês devem considerar, a princípio, que as reimpressões são úteis, se é que

são, como uma conveniência. Diferentemente de livros e periódicos, elas não têm absolutamente valor econômico. Eu soube de muitos cientistas proeminentes que, na aposentadoria, aborreceram-se, porque suas vastas coleções de reimpressões não puderam ser vendidas, nem nenhuma instituição as aceitava como presente e porque mesmo trituradores de papel as recusaram por causa dos grampos.

COMO ARQUIVAR REIMPRESSÕESAssim, se as reimpressões forem para serem usadas por conveniência pessoal, o

que será conveniente? Considerem a possibilidade de arrumar suas reimpressões por em ordem alfabética de autor (indexando de forma cruzada com outros autores adicionais). Muitos cientistas parecem preferir um arranjo por assunto, mas, à medida que a coleção cresce, como assuntos e interesses mudam, à medida que o tempo passa, mais e mais partes da coleção tornam-se inacessíveis. Como um bibliotecário mais experiente, eu lhes asseguro que qualquer sistema por assunto que tenha sido inventado falirá com o tempo, e também lhes asseguro que não há nada tão enervante como procurar infrutiferamente por algo que vocês necessitam e que sabem que possuem em algum lugar.

Seus arquivos de reimpressões também podem ser usados para guardar as fotocópias de artigos de periódicos que vocês obtêm. Se suas bibliotecas conseguem para vocês uma fotocópia de um artigo, via intercâmbio entre bibliotecas, este é, obviamente, exatamente o tipo de item que deverá ir para suas coleções

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(porque seria inconveniente ter que recorrer ao processo de intercâmbio entre bibliotecas, de novo).

Se vocês têm, ou pretendem ter, uma vasta coleção de reimpressões, nenhum sistema de arquivamento simples irá fornecer recuperação eficiente. Devem ser feitos registros. Os registros (provavelmente em fichas de 3 X 5 pol.) podem ser mantidos de várias formas. O fichamento pode ser estabelecido de forma breve, para autores e co-autores e para qualquer número de entradas de assuntos. Todas as fichas devem ser mantidas em um arquivo (caixa de sapato?). As reimpressões, elas mesmas, podem ser armazenadas com números de acesso, com este número marcado em todas as fichas por autor ou por assunto. A manutenção de tais registros é relativamente fácil e surpreendentemente eficiente.

Alternativamente, vocês podem registrar suas reimpressões em um arquivo de computador. Vários programas de "softwares" estão disponíveis para este tipo de processamento de registros.

O QUE COLECIONARQue reimpressões vocês devem colecionar? Chegamos ao coração do problema,

ou pelo menos à aorta. A não ser que vocês sejam realmente um colecionador por personalidade, devem limitar suas coleções àqueles itens que são convenientes. Pelo fato de vocês não poderem colecionar de tudo, a melhor regra é colecionar o difícil. Vocês não devem colecionar reimpressões de artigos publicados em periódicos que possuem, e, provavelmente, não devem colecionar reimpressões de periódicos que estão facilmente disponíveis em quase todas as bibliotecas. Vocês devem colecionar reimpressões de artigos publicados em periódicos pequenos, especialmente os estrangeiros, ou em relatórios de encontros ou outras publicações extemporâneas. E vocês devem colecionar reimpressões que contêm ilustrações coloridas ou de alta qualidade, porque elas não podem ser fotocopiadas satisfatoriamente. Assim, medindo-se em termos de

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conveniência, suas coleções de reimpressões não precisam suplantar a biblioteca do saguão abaixo, mas ser convenientes para ter acesso, em seus próprios arquivos, a materiais que não estão disponíveis na biblioteca. Além do mais, as reimpressões são suas; vocês podem fazer marcas nelas, cortá-las e arquivá-las de qualquer maneira que julgarem útil.

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CAPÍTULO 25

Como Escrever um Artigo de Revisão

(início de epígrafe) Um revisor é aquele que dá as melhores anedotas de sua vida aos autores. (fim de epígrafe)

Anônimo

CARACTERÍSTICAS DE UM ARTIGO DE REVISÃOUm artigo de revisão não é uma publicação original. Na ocasião em que é escrito,

uma revisão conterá dados (do laboratório do próprio autor) que ainda não apareceram em um periódico de originais. Entretanto, o objetivo do artigo de revisão é rever literatura previamente publicada e colocá-la em algum tipo de perspectiva.

Um artigo de revisão é usualmente longo, contendo, tipicamente, de 10 a 50 páginas impressas. (Alguns periódicos imprimem pequenas "minirrevisóes"). O assunto é razoavelmente geral, comparado com os dos artigos de pesquisa. E a revisão da literatura é, claro, o produto principal. Entretanto, os artigos de revisão realmente bons são muito mais que compilação de bibliografia. Eles oferecem avaliação crítica da literatura publicada e geralmente fornecem conclusões importantes, baseadas nesta literatura.

A organização de um artigo de revisão é usualmente diferente daquela de um artigo de pesquisa. Obviamente, o arranjo em Materiais e Métodos, Resultados, Discussão não pode ser usado de forma adequada nos artigos de revisão. Atualmente, alguns artigos de revisão são preparados mais ou menos no formato IMRAD; por exemplo, eles podem conter uma seção de Métodos, descrevendo como foi feita a revisão da literatura.

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Se vocês já escreveram antes artigos de pesquisa e agora estão por escrever suas primeiras revisões, será conceitualmente útil, se visualizarem o artigo de revisão como se fosse um artigo de pesquisa, tomando por base o que se segue. Expandam muito a Introdução; retirem Materiais e Métodos (a não ser que dados originais estejam sendo apresentados); retirem os Resultados e expandam a Discussão.

Em dado momento, vocês já escreveram muitos artigos científicos. No formato, uma artigo de revisão não é muito diferente dos chamados trabalho de conclusão de curso ou tese bem organizados.

Como em um artigo de pesquisa, entretanto, é a organização do artigo de revisão que é importante. A escrita quase que se fará por si mesma, se vocês puderem manter tudo organizado.

PREPARANDO UM ESBOÇODiferentemente de artigos de pesquisa, não há uma organização prescrita para

artigos de revisão. Portanto, vocês deverão desenvolver as sua próprias. A regra principal para escrever um artigo de revisão é preparar um esboço.

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O esboço deve ser preparado cuidadosamente. Ele os auxiliará na organização de seus artigos, o que é o mais importante. Se seus artigos de revisão forem organizados corretamente, todo o conjunto da revisão será bem definido e as partes componentes integrar-se-ão numa ordem lógica.

Obviamente, vocês devem preparar o esboço antes de começarem a escrever, é conveniente determinar se um periódico de revisão (ou periódico de originais que também publica artigos de revisão) estaria interessado em tal manuscrito. Possivelmente, o editor quererá limitar ou expandir o conteúdo dos artigos propostos por vocês ou adicionar ou retirar alguns dos tópicos.

As Instruções aos Autores do Microbiology and Molecular Biology Reviews instrui da seguintes forma: "... um sumário de tópicos recebido ... será avaliado pelos editores e, se o material for satisfatório, os autores serão convidados a escrever a revisão".

O esboço não só é essencial para o preparo da revisão, como é também muito útil para os leitores potenciais dela. Por esta razão, muitos periódicos de revisão imprimem o sumário no início do artigo, em que aquele serve como uma tabela de conteúdos, conveniente para os propósitos do leitor. Um sumário bem construído é mostrado na figura 12.

FIGURADescrição de figura: Sumário Figura 12. Sumário de um artigo de revisão.

Efeitos Patofisiológicos de Vibrio cholerae e Escherichia coli Enterotoxigênica e suas Exotoxinas sobre Células Eucarióticas

KAREN L. RICHARDS E STEVEN D. DOUGLASDepartamento de Microbiologia e Medicina da Universidade da Escola Médica do Minnesota. Minneapolis, Minnesota 55455

INTRODUÇÃO - 592PATOFISIOLOGIA - 593

Etiologia - 593Fatores de Patogenicidade - 593Bases Genéticas e Fisiológicas para a Produção da Toxina - 593

AS TOXINAS - 594Estrutura - 594Anlígenos Relacionados com a Toxina - 594Sítios de Ligação - 595Ação das toxinas sobre a Adenilato Ciclase - 596Adenilato Ciclase Solubilizada e Toxinas - 597Co/atores Requeridos para a Atividade da Toxina - 597Envolvimento da Guanosina 5'-Monofosfato (GMP) - 597Efeito do Aumento do 3', 5'-Monofosfato de Adenosina Cíclico Intracelular - 598Variabilidade na Ativação da Adenilato Ciclase - 598Similaridade entre Hormônios Glicoprotéicos e outras Toxinas Bacterianas - 598Vacinas e Imunidade - 599

ENTEROTOXINAS NOS SISTEMAS IN VIVO - 600Modelos do Animal Completo - 600Ensaio da Alça Ilíaca - 600Ensaio da Permeabilidade da Pele - 601

ENTEROTOXINAS NOS SISTEMA IN VITRO - 601Fantasmas de Eritrócito - 601Células da Adrenal - 602

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Células Adiposas Isoladas - 603Linfócitos e Linhas de Células Linfocfticas e a Resposta Imune - 603Fibroblastos - 604Outros Sistemas Celulares - 604

DISCUSSÃO - 605CONCLUSÕES - 606LITERATURA CITADA - 606

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TIPOS DE REVISÃODepois de realmente escrever uma revisão, vocês também precisam determinar

os requisitos críticos do periódico ao qual vocês planejam enviar o manuscrito. Alguns periódicos pedem avaliação crítica da literatura, enquanto que outros estão mais interessados em abranger toda a bibliografia. Há também questões de organização, estilo e ênfase que vocês devem ter em mente, antes de irem mais longe.

De forma geral, os periódicos de revisão tradicionais preferem, e alguns pedem, avaliações criteriosas e críticas da literatura publicada no assunto. Muitas das série de "livros" ("Annual Review of " - Revisão Anual de, "Recent Advances in" - Recentes Avanços em, "Yearbook of' - Livro Anual de, etc), entretanto, publicam revisões que têm a finalidade de compilar e anotar, mas não necessariamente de avaliar os artigos publicados num assunto particular, durante um período definido de tempo. Algumas áreas ativas de pesquisa são revisadas anualmente. Os dois tipos de artigos de revisão servem a um propósito, mas os diferentes propósitos precisam ser conhecidos.

Até uma certa época, os artigos de revisão tendiam a apresentar uma análise histórica. De fato, as revisões, são geralmente organizadas em ordem cronológica. Embora este tipo de revisão seja atualmente menos comum, não se deve deduzir que a História da Ciência ficou menos importante. Há ainda lugar para a História.

Hoje, entretanto, a maior parte das revisões preferem tanto revisões de qual é o "estado em que as coisas estão" como revisões que forneçam um novo entendimento para um campo em rápida evolução. Somente a literatura recente no assunto é catalogada ou avaliada. Se vocês estiverem revendo um assunto que não foi ainda revisado ou um no qual apareceram desentendimentos e polêmicas, cobrir um pouco mais as bases históricas seria apropriado. Se o assunto foi efetivamente revisado anteriormente, o ponto de partida para as suas revisões deverá ser a data da revisão prévia (não a data de publicação, mas a data até a qual a literatura foi revisada). E, claro, suas revisões devem começar citando a revisão prévia.

ESCREVENDO PARA A CLIENTELAUma outra diferença básica entre artigos de revisão e artigos originais é a

clientela. O artigo original é altamente especializado e assim é sua clientela (os colegas do autor). O artigo de revisão irá provavelmente cobrir uma variedade destes assuntos altamente especializados, de forma que a revisão será lida por

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muitos especialistas. O artigo de revisão também será lido por muita gente de campos relacionados, porque a leitura de boas revisões é a melhor forma de manter-se atualizado em sua ampla área de interesse. Finalmente, os artigos de revisão são valiosos no processo de ensino, para que o uso pelo estudante aumente. (Por estas razões, a propósito, peçam montanhas de reimpressões de qualquer artigo de revisão que publiquem, porque serão soterrados por pedidos de separata.)

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Porque o artigo de revisão deve ter uma ampla e variada clientela, seu estilo de redação deve ser muito mais geral do que costuma ser o de artigo de pesquisa. Jargões e abreviações especializados devem ser eliminados ou cuidadosamente explicados. Seu estilo de redação deve ser mais expansivo do que telegráfico.

IMPORTÂNCIA DE PARÁGRAFOS INTRODUTÓRIOSOs leitores são muito influenciados pela Introdução de um artigo de revisão. Eles

devem decidir se vão ler o resto ou não, com base no que encontram nos primeiros poucos parágrafos (se eles ainda não foram rechaçados pelo título).

Os leitores também são influenciados pelo primeiro parágrafo de cada subtítulo da revisão, decidindo o que ler, dando uma olhada ou pulando o resto da seção, dependendo da forma como eles vêem o primeiro parágrafo. Se os "primeiros parágrafos" são bem escritos, todos os leitores, incluindo os que dão uma olhadela e os que pulam trechos, serão capazes de obter um certo grau de compreensão do assunto.

IMPORTÂNCIA DAS CONCLUSÕESPelo fato de os artigos de revisão cobrirem um assunto amplo para uma clientela

ampla, a presença de uma espécie de "conclusões" é um bom motivo para se ter o trabalho de escrever. Isto é especialmente importante para um assunto altamente técnico, avançado ou obscuro. Compromissos sérios devem ser feitos, às vezes, quando realmente se pretende sumarizar um assunto complicado, para satisfazer tanto os especialistas como os amadores. Ainda, bons resumos e simplificações acabarão sendo utilizados em livros textos e serão de grande ajuda para os futuros estudantes.

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CAPÍTULO 26

Como Escrever um Relatório de Encontro

(início de epígrafe) Encontro: uma reunião de pessoas importantes que isoladamente não podem fazer nada, mas juntas decidem que nada pode ser feito. (fim de epígrafe)

Fred Allen

DEFINIÇÃOUm relatório de encontro pode ser de vários tipos. Entretanto, deixe-nos lazer

algumas considerações e, a partir destas, tentar pintar um quadro do que um encontro mais ou menos típico costuma ser.

Tudo começa, é claro, quando vocês são convidados a participar de um encontro (congresso, simpósio, "workshop", painel de discussão, seminário, colóquio), os resultados deles serão publicados. Neste início, vocês devem parar para perguntar a si mesmos e aos organizadores do encontro e editores, exatamente o que está envolvido com a publicação.

A questão mais relevante, ainda que geralmente ela fique encoberta, é se o volume de resultados será definido como primário. Se vocês ou outros participantes apresentarem previamente dados não publicados, a questão que se afigura (ou pelo menos deveria) é se os dados publicados nos resultados de encontro têm sido considerados publicação válida, assim impedindo publicação posterior em um periódico de originais.

A medida que mais e mais cientistas e suas sociedades ficam cientes da necessidade de definir suas publicações, haverá menos problemas. Por uma razão:

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encontros ficaram tão populares nos últimos anos que relatórios de en-

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contros tornaram-se uma parte muito substancial do total da literatura, em muitas áreas da Ciência.

A intenção clara, eu acredito, é definir relatórios de encontros como publicação de dados primários não-válida. Isto se deve ao reconhecimento de três importantes considerações: (1) A maior parte dos resultados de encontros são instantâneos, publicações efêmeras, não largamente compradas por bibliotecas científicas, em todo o mundo; assim, por causa de circulação e disponibilidade limitadas, elas não passam no quesito fundamental de publicação válida. (2) Muitos relatórios de encontros são essencialmente artigos de revisão, que não se qualificam como publicações primárias ou eles são relatórios preliminares que apresentam dados e conceitos que podem ainda ser exploratórios ou parciais e com os quais os cientistas ainda não se atrevem a contribuir para uma publicação primária. (3) Relatórios de encontros não são normalmente submetidos a revisão por especialistas ou a mais que o mínimo, o de ser editado; portanto, pela falta de qualquer controle de qualidade efetivo, muitos publicadores renomados agora definem os volumes de resultados de encontros como não-primários. (Há, claro, exceções. Alguns resultados de encontros são editados de forma rigorosa e seus prestígios são iguais aos dos periódicos de originais. De fato, alguns resultados de encontros aparecem como matérias de periódicos).

Isto é importante saber, para que possam resolver se, ou não, seus dados serão enterrados em um obscuro volume de resultados de encontros. Isto também responde mais amplamente como devem escrever o relatório. Se o volume de resultados é julgado como sendo publicação primária, vocês devem (e o editor não terá dúvida de assim indicar) preparar seus manuscritos no estilo do periódico. Devem fornecer detalhes experimentais completos e apresentar tanto seus dados, como suas conclusões dos dados, tão seriamente como o fariam em um periódico prestigioso.

Se, por outro lado, vocês estão contribuindo para um volume de resultados que não é uma publicação primária, o estilo de redação pode ser (e deve ser) bem diferente. O requisito fundamental de reprodutibilidade, inerente às publicações primárias, deve ser agora ignorado. Vocês não precisam, e provavelmente não devem, ter uma seção de Materiais e Métodos. Certamente, vocês não precisarão fornecer os detalhes intrincados que podem ser necessários para que os especialistas da área reproduzam os experimentos.

Nem é necessário fornecer a usual revisão da literatura. Seus artigos de periódico posteriores irão alimentar cuidadosamente, com seus resultados, a fábrica de ciência pré-existente; seus relatórios de encontros devem ser delineados para fornecer as novas descobertas e as especulações para a audiência presente. Somente periódicos de originais têm a responsabilidade de ser os depositários oficiais.

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FORMATOSe seus relatórios de encontro não são artigos científicos primários, em que,

realmente eles devem diferir do artigo científico usual?Um relatório de encontro é geralmente limitado a uma ou duas páginas impressas

ou a 1000 até 2000 palavras. Usualmente, os autores podem beneficiar-se de uma simples fórmula como "no máximo cinco páginas de manuscrito, com espaço duplo e não mais que três ilustrações (qualquer combinação de tabelas, gráficos ou fotografias)".

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APRESENTANDO NOVAS IDÉIASComo dito acima, o relatório de encontro pode ser relativamente curto, porque a

maior parte dos detalhes experimentais e muito da revisão da literatura podem ser eliminados. Além do mais, os resultados podem usualmente ser apresentados de forma breve. Pelo fato de que os resultados completos serão presumivelmente publicados mais tarde, em um periódico de originais, somente as descobertas significantes precisam ser apresentadas no relatório de encontro.

Por outro lado, o relatório de encontro deve abrir um grande espaço para especulação. Editores de periódicos de originais podem ficar bem nervosos com relação a discussão de teorias e possibilidades que ainda não foram amplamente apoiadas por dados. O relatório de encontro, entretanto, deve servir ao propósito de ser um verdadeiro relatório preliminar; ele deve apresentar e encorajar especulação, teorias alternativas e sugestões para pesquisa futura.

Os encontros, eles mesmos, podem ser excitantes, precisamente porque realmente servem como um fórum para a apresentação de idéias muito novas. Se as idéias forem realmente inéditas, elas não foram ainda totalmente testadas. Elas podem fazer água. Por isso, o encontro científico típico deve ser encarado como um anúncio e os resultados publicados devem refletir esta conotação. Os controles estritos de editores rigorosos e da revisão por especialistas são adequados para periódicos de originais, mas estão fora de cogitação para a literatura de encontros.

O relatório de encontro típico, portanto, não necessita seguir a usual progressão de Introdução, Materiais e Métodos, Resultados e Discussão, que é padrão para o artigo de pesquisa primário. Ao contrário, deve ser usada uma abordagem abreviada. O problema é estabelecido; é colocada a metodologia usada (mas não descrita em detalhes) e os resultados são apresentados brevemente, com uma, duas ou três tabelas ou figuras. Então, faz-se especulações sobre os resultados mais significantes, geralmente com considerável extensão.

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A revisão da literatura deve envolver mais a descrição de experimentos relacionados ou planejados no próprio laboratório do autor ou em laboratórios de colegas que estão normalmente trabalhando com problemas correlatas.

EDITANDO E PUBLICANDOFinalmente, é necessário somente relembrar-lhes que o editor dos resultados,

usualmente o organizador do encontro, é o único árbitro sobre as questões relacionadas com a preparação do manuscrito. Se o editor distribuiu Instruções aos Autores, vocês devem segui-las (assumindo que querem ser convidados para outros encontros). Vocês não precisam preocupar-se com rejeição, uma vez que os relatórios de encontros são raramente rejeitados; entretanto, se vocês concordaram em participar do encontro, devem então seguir todas as regras estabelecidas. Se todos os participantes seguirem as regras, quaisquer que sejam elas, o volume resultante exibirá uma consistência interna razoável e será um crédito para tudo que a ele diz respeito.

CAPÍTULO 27

Como Escrever ema Revisão Crítica de um Livro

(início de epígrafe) Sem livros, a História é silenciosa, a Literatura, muda, a Ciência, aleijada, pensamento e especulação ficam estagnados. (fim de epígrafe)

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Bárbara W. Tuchman

LIVROS CIENTÍFICOSLivros são importantes era todas as profissões, mas eles são especialmente

importantes nas ciências. Isto ocorre, porque a unidade básica da comunicação científica, o artigo de pesquisa primário, é curto (tipicamente cinco a oito páginas impressas, na maior parte dos campos de conhecimento) e muito específico. Portanto, para fornecer uma visão geral de um ramo significante da Ciência, os escritores de livros científicos organizam e sintetizam o conhecimento relatado em uma determinada área, numa embalagem muito maior e mais significante. Em outras palavras, conhecimento científico novo torna-se significante, através da seleção e da triagem de pedacinhos e porções que, unidos, fornecem uma visão mais ampla. Assim, as plantas e flores individuais e mesmo as ervas daninhas tornar-se-ão uma plantação.

Livros científicos, técnicos e de Medicina são de vários tipos. Nas categorias mais gerais, eles podem ser considerados monografias, livros de referências bibliográficas, livros textos e livros comerciais. Pelo fato de haver diferenças significantes entre estes quatro tipos, um revisor deve entender as distinções.

Monografias. Monografias são os livros mais usados pelos cientistas. As Monografias são escritas de cientista para cientista. Elas são especializadas e detalhadas. Na forma, elas são o equivalente a um grande artigo de revisão.

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Algumas monografias são escritas por autores isolados; a maior parte é escrita por vários autores. Se um grande número de autores estão contribuindo para uma monografia, deve haver um ou mais editores que juntam os tópicos individuais e então editam as contribuições na forma de um volume bem estruturado. (Esta é a teoria, mas nem sempre a prática). Tal monografia pode ser montada pelo correio; alternativamente, é organizado um encontro, são lidos artigos e um volume resultante contém os "resultados" destes eventos.

Como um publicador de longa, se não boa, permanência no cargo, eu agora expressarei uma opinião mau humorada. Se, como um bom revisor crítico, vocês querem comentar acerca de "o ultrajante preço alto dos publicadores", saibam do que vocês estão falando. (Isto, a propósito, é uma boa regra geral para todos os aspectos de fazer revisão crítica de livros.) Minha opinião é a seguinte: alguns revisores críticos têm uma visão precária acerca de preços de livros; alguns usam mesmo uma fórmula simplista, dizendo, talvez, que qualquer livro que custe até 10 cents de dólar por página impressa está bem, mas que um preço mais alto que 10 cents de dólar por página "é malograr a comunidade científica". A realidade é que os preços de livros realmente variam e devem variar muito; a variação não depende primariamente do tamanho do livro, mas do tamanho da clientela. Um livro com um potencial de venda de 10.000 ou mais exemplares pode ser barato; um livro com um potencial de venda de 1.000 a 2.000 exemplares deve ter um preço alto, se o publicador quiser continuar em seu ramo de negócios. Assim, o preço de 10 cents de dólar por página (isto é, 20 dólares para um livro de 200 páginas) pode ser uma insanidade para uma monografia especializada.

Livros de referências bibliográficas. Pelo fato da Ciência produzir dados em profusão, os publicadores de Ciência produzem uma ampla variedade de compilações de dados. Muitos deles são da variedade Manual. Alguns dos campos mais extensos têm enciclopédias e dicionários próprios. Bibliografias eram antes um tipo de livro de referências bibliográficas, mas relativamente poucas estão sendo produzidas hoje em dia. Como a busca de bibliografia através do computador ficou comum, bibliografia impressa, na maioria dos campos, tornou-se obsoleta.

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Livros de referências bibliográficas são caros de produzir. Muitos são produzidos por editores comerciais, que delineiam o produto e empregam cientistas como consultores, para assegurar a qualidade do produto. Os trabalhos de referências bibliográficas publicados, principalmente os trabalhos com mais de um volume são, em geral, caros. Do ponto de vista do revisor crítico, as considerações essenciais são a utilidade e a precisão dos dados reunidos no livro.

Livros textos. Os editores amam os livros textos (livros didáticos), porque é aí que o dinheiro reside. Um texto bem-sucedido, para cursos de graduação,

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abrangendo um campo amplo de conhecimento, pode vender dezenas de milhares de exemplares. Novas edições de textos estabelecidos são freqüentemente publicados (primariamente para matar a concorrência do mercado de livros usados) e alguns cientistas tornaram-se modestamente ricos com os "royalties" (direitos autorais) de livros didáticos.

Um livro didático é único no fato de seu sucesso ser determinado não pelos seus compradores (os estudantes), mas por aqueles que os adotam (os professores). Assim, os publicadores tentam atrair os nomes ilustres da Ciência para escrever textos, esperando que maior índice de adoção daí resulte, na base do reconhecimento do nome. Ocasionalmente, os grandes nomes, que se tornaram conhecidos por causa de suas pesquisas, escrevem bons textos. Pelo menos, a ciência, presumivelmente, será de primeira linha e atualizada. Infelizmente, alguns pesquisadores brilhantes e de sucesso são maus escritores e seus textos podem ser praticamente imprestáveis para fins didáticos. Isto não deveria precisar ser dito, mas é: um bom revisor crítico deveria avaliar um texto na base de sua utilidade como texto; o nome na capa deveria ser irrelevante.

Livros comerciais. Livros comerciais são aqueles livros que são vendidos primariamente através do mercado de livros, isto é, por atacadistas e revendedores de livros. As livrarias revendedoras típicas atendem ao gosto de uma clientela geral, aquelas pessoas que andam pelas ruas. Porque a livraria tem espaço para estocar apenas uma pequena parte do total disponibilizado pelos publicadores, ela estoca somente aqueles títulos que interessariam muitos leitores em potencial. Nas livrarias, vocês encontrarão livros que aparecem em várias listas de "best-sellers", ficção popular e não-ficção de interesse geral e, talvez, não muito mais.

Livrarias, entretanto, vendem livros científicos. Elas os vendem aos milhões. Mas estes não são as monografias, os livros de referências bibliográficas ou os livros didáticos (com exceção das livrarias universitárias). Estes são os livros sobre Ciência, escritos para o grande público. Muitos, infelizmente, não são muito científicos e alguns são claramente pseudocientíficos. Vocês andaram olhando uma lista de "best-sellers" ultimamente? Na categoria de não-ficção, talvez metade refira-se a assuntos científicos. Livros de nutrição e dieta, sobre Psicologia e sobre exercícios e "fitness" são especialmente populares no mercado atual.

Embora alguns destes livros são triviais ou mesmo uma perversão do conhecimento científico, vários livros científicos muito bons também são vendidos em livrarias. Há muitos livros de primeira linha que tratam a Ciência e os cientistas de forma interessante, educacional. Biografias de cientistas proeminentes parecem encontrar um mercado certo. Quase todas as livrarias têm livros de qualquer coisa, do átomo ao universo.

Página 175 Análise da clientela. O principal objetivo de um revisão crítica de livros é fornecer

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informação suficiente para leitores potenciais, de forma que eles possam decidir se devem comprar o livro. Para fazer isto, o revisor crítico deve definir o conteúdo do livro e também a clientela do livro. Quem poderia ler o livro e por quê?

Muitos livros têm diferentes clientelas. Por exemplo,Lady Chatterley's Lover (O amante de Lady Chatterley), de D.H. Lawrence, tem uma grande clientela geral, sendo a principal razão disso o fato do livro ser sobre sexo explícito. Entretanto, uma clientela diferenciada (mais científica?) estaria na mente do revisor crítico que escreveu a seguinte crítica que apareceu na matéria de novembro de 1959 do Field and Streain (Campo e Riacho):

(Inicio do trecho em destaque) Embora escrito há muitos anos, O Amante de Lady Chatterley acabou de ser reeditado pela Grove Press e esta ficção, que se refere à vida diária de um guarda-caças inglês, é ainda de considerável interesse para os leitores que apreciam o ar livre, na medida em que ela contém muitas passagens sobre criação de faisões, sobre o aprisionamento de caçadores ilegais, formas de controlar pragas e outras tarefas e deveres de um guarda-caças profissional. Infelizmente, a gente se vê obrigado a prosseguir com dificuldade através de muitas páginas de materiais estranhos, para poder descobrir e conhecer estas luzes, colocadas entre linhas, sobre o gerenciamento de um campo de caça das Midlands (Terras Médias da Inglaterra),e, na opinião deste crítico, este livro não pode substituir o Practical Gamelceeping (Manual Prático do Guarda-Ca-ças) de J. R. Miller.(fim do trecho em destaque).

COMPONENTES DA REVISÃO CRÍTICA DE LIVROSPor acreditar que há diferenças fundamentais entre os vários tipos de livros

científicos, descrevi-os com algum detalhe acima. Agora vou refazer o mesmo caminho, para definir o que deve ser coberto por uma revisão crítica de livros eficaz.

Monografias. Podemos definir uma monografia como um livro especializado, escrito para uma clientela especializada. Por isso, o revisor crítico de uma monografia tem uma obrigação suprema: descrever, para leitores potenciais, exatamente o que está no livro. O que, precisamente, é o assunto do livro e quais são os limites do material coberto por ele? Se a monografia tem uma série de assuntos, talvez cada um escrito por um autor diferente, cada assunto deve ser tratado individualmente. O bom revisor crítico, claro, irá espelhar a qualidade do livro; passará rapidamente por cima do material trivial e as contribuições significantes propiciarão discussão de maior peso. A qualidade da escrita, com

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raras exceções, não necessita comentário, se é a informação, na monografia, que é importante para sua clientela. Deve-se esperar linguagem altamente técnica e mesmo alguns jargões.

Livros de referências bibliográficas. O assunto de um livro de referências bibliográficas é provavelmente mais amplo do que aquele de uma monografia. Ainda, é importante, para os revisores críticos, definir em profundidade apropriada o conteúdo do livro. Diferentemente da monografia, que pode conter muitas opiniões e outro material subjetivo, o livro de referências bibliográficas contém os fatos. Por isso, a principal responsabilidade do revisor crítico é determinar, sempre que possível, a precisão do material, no livro de referências bibliográficas. Qualquer profissional de biblioteca lhes dirá que um livro de referências bibliográficas sem precisão é pior que não ter nenhum livro deste tipo, afinal.

Livros Textos. Ao analisar um livro didático, o revisor crítico tem um diferente conjunto de considerações a fazer. Ao contrário da linguagem de uma monografia, aquela do livro texto não deve ser técnica e convém evitar-se o jargão científico. O leitor será um

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estudante, não um colega do cientista que escreveu o livro. Termos técnicos serão usados, é claro, mas cada um deverá ser cuidadosamente definido por ocasião da primeira vez em que for usado. Ao contrário do livro de referências bibliográficas, a precisão não é de crucial importância. Um número ou uma palavra sem precisão, aqui ou ali, não são tão cruciais, desde que a mensagem seja passada através deles. A função do revisor crítico, então, é determinar se o assunto do texto é tratado claramente, de uma forma que provavelmente permita aos estudantes apreenderem e apreciarem o conhecimento apresentado. Os revisores críticos de livros textos têm uma responsabilidade adicional. Se existirem outros textos do mesmo assunto, o que normalmente é o caso, os revisores críticos devem fazer comparações apropriadas. Um novo livro didático deve ser bem alicerçado em seus próprios méritos evidentes; entretanto, se ele não é tão bom quanto os textos existentes, ele é desnecessário.

Livros Comerciais. Novamente, os revisores críticos têm diferentes responsabilidades. Os leitores de livros comerciais podem ser leitores gerais, não cientistas ou estudantes de ciências. Por isso, a linguagem não deve ser técnica. Além disso, ao contrário de outros livros científicos, um livro comercial precisa ser interessante. Livros comerciais são comprados mais para entretenimento do que paia educação. Os fatos podem ser importantes, mas uma aborrecida profusão de dados estaria fora de lugar. Os preceitos científicos são, às vezes, difíceis de serem compreendidos pelo leigo. A escrita científica, para este mercado, deve sempre manter em mente este ponto, e o revisor crítico de livros comerciais lambem. Se um termo não-técnico, algo impreciso, precisa vir a

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substituir um termo técnico preciso, que o seja. O revisor crítico pode espantar-se, de quando em quando, mas um livro que consegue, de forma clara, apresentar conceitos científicos ao grande público, não deve ser punido por uma imprecisão ocasional.

Finalmente, para livros comerciais (assim como para outros livros científicos do gênero), o revisor crítico deve tentar definir a clientela. Pode qualquer pessoa que lê literatura entender o livro, ou é necessário um certo nível de competência científica?

Se um revisor crítico realizou bem seu trabalho, um leitor potencial saberá se deve ou não ler o livro em consideração e porquê.

Informação para Impressão. No alto da revisão crítica do livro, o revisor crítico deve listar a lista completa de informações para impressão. A ordem usual é a seguinte: título do livro, edição (se há outra além da primeira), nome(s) do(s) autor(es) ou do(s) editor(es), publicador, local (cidade na qual o publicador está localizado), ano de publicação, número de páginas e lista de preços do livro. Por convenção, cidades bem conhecidas não são seguidas dos nomes do estado ou do país. Um publicador localizado em Nova Iorque é listado em "Nova Iorque", não em "Nova Iorque, NI." e em Londres é listada como estando em "Londres", não em "Londres, RU".

Capítulo 28

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Como Escrever uma Tese

A tese de doutoramento é nada mais que a transferência de ossos de um cemitério para outro.

J. Frank Dobie

OBJETIVO DA TESEA tese de doutoramento, na Ciência, serve supostamente para apresentar

pesquisa original do candidato. Este propósito é para provar que o candidato é capaz de fazer e comunicar pesquisa original. Portanto, uma tese apropriada deve ser semelhante a uma artigo científico, que tem o mesmo objetivo. Uma tese deve exibir a mesma forma de escrita disciplinada que seria requisitada para a publicação em um periódico. Diferentemente do artigo científico, a tese pode descrever mais de um tópico e pode apresentar mais de uma abordagem para algum tópico. A tese pode apresentar todos ou a maior parte dos dados obtidos na pesquisa relacionada com a tese do estudante. Por isso, a tese usualmente pode ser maior e mais abrangente que um artigo científico. Mas o conceito de que a tese deve ter uma extensão de um tomo de 200 páginas é errado. Muitas teses de 200 páginas contêm cerca de 50 páginas de boa ciência. As outras 150 páginas compreendem descrições inchadas de detalhes insignificantes.

Tenho visto um grande número de teses de doutoramento e assessorei a redação e organização de um bom número delas. Baseando-me nesta experiência, conclui que quase não há regras gerais aceitas para estas preparações. Muitos tipos de redação científica são altamente estruturadas. A tese não o é. A forma

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"certa" de escrever uma tese varia muito de instituição para instituição e mesmo de professor para professor, dentro do mesmo departamento, da mesma instituição.

A parte mais empoeirada da maioria das bibliotecas é aquela área onde as teses departamentais são guardadas. Sem dúvida, muitas porções de conhecimento útil estão contidas em teses, mas quem tem tempo ou paciência de aventurar-se através de centenas de páginas de trivialidade para encontrar uma página ou duas de conhecimento útil?

Reid (1978) foi um dos muitos que sugeriram que a tese tradicional não serve mais a nenhum propósito. Nas palavras de Reid, "Requisitos de que um candidato precise produzir dissertação em estilo tradicional prolixo, para obter o grau de doutor em ciências, deve ser abandonado... A dissertação tradicional expansiva alimenta a falsa impressão de que um registro típico deve ser sem qualquer tabela, gráfico ou procedimento experimental bem-sucedido ou mal-sucedido".

Se uma tese tem um objetivo real, este objetivo deveria ser o de determinar aptidão literária. Talvez, as universidades sempre tenham se preocupado acerca do que aconteceria a suas imagens se viesse à tona que um grau de doutor tenha sido dado a um iletrado. Por isso, a necessidade de tese. Colocado de forma mais positiva, o candidato atravessou um processo de maturação, disciplina e erudição. O "bilhete" de saída é uma tese satisfatória.

É de utilidade mencionar que a tese nas universidades européias são levadas muito mais a sério. Elas servem para mostrar que o candidato tem uma grande maturidade e pode tanto fazer Ciência como escrever Ciência. Tais teses devem ser defendidas, após alguns anos de trabalho e algumas publicações primárias, com a tese sendo, ela mesma, um "artigo de revisão" que traz tudo isto reunido.

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"DICAS" PARA A REDAÇÃOHá poucas regras para escrever uma tese, exceto aquelas que devem existir em

suas instituições. Se vocês não têm regras a seguir, devem ir à biblioteca departamental e examinar as teses submetidas por graduados anteriores do departamento, especialmente aqueles que tiveram fama e fortuna. Talvez vocês sejam capazes de detectar um aroma comum. Tudo que funcionou no passado, para outros, deve provavelmente funcionar para vocês, agora.

Geralmente, uma tese deve ser escrita no estilo de um artigo de revisão. Seu objetivo é rever o trabalho que os levou à obtenção do título. Seus dados originais (quer tenham sido previamente publicados ou não) devem, claro, ser incorporados, fortalecidos com todos os detalhes experimentais. Cada uma das vá-

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rias seções devem ser realmente delineadas, pautando-se pelas partes do artigo de pesquisa (Introdução, Materiais e Métodos, Resultados, Discussão). De maneira geral, entretanto, as partes devem ser colocadas juntas como num artigo de revisão monográfico.

Sejam cuidadosos acerca dos subtítulos. Se vocês têm uma ou várias seções de Resultados, estes devem ser os seus resultados, não uma mistura de seus resultados com aqueles de outros autores. Se precisam apresentar resultados de outrem, para mostrar como eles confirmam ou contrastam com os seus, vocês devem fazer isto na seção de Discussão. Por outro lado, pode surgir confusão, ou, pior, vocês podem ficar sobrecarregados de dados levantados na literatura.

Comecem com, e trabalhem a partir de, um esboço cuidadosamente preparado. Em seus esboços e em suas teses, vocês descreverão, claro, em meticuloso detalhe, seus próprios resultados de pesquisa. E também costumeiro rever todo o trabalho relacionado. Além do mais, não há nenhum obstáculo numa tese, como deve haver no estabelecido pela arte de fazer artigos de revisão, em adotar a velha tradição, de forma que é geralmente desejável voltar na história de seu assunto. Vocês podem, assim, montar uma revisão, realmente valiosa, da literatura de seu campo, enquanto, ao mesmo tempo, aprendem algo sobre a História da Ciência, o que pode tornar-se a parte mais preciosa da educação de vocês.

Recomendo que dêem especial atenção à Introdução em suas teses, por duas razões. Primeiramente, em benefício próprio, vocês precisam deixar claro que problema estão estudando, como e porque vocês selecionaram aquele problema, como o enfrentaram e o que aprenderam durante o curso de seus estudos. O resto da tese deve então fluir facilmente e logicamente, a partir da Introdução. Em segundo lugar, porque as primeiras impressões são importantes, vocês não devem querer perder seus leitores numa nuvem de ofuscação, de cara.

QUANDO ESCREVER A TESEConvém que comecem a escrever a tese muito antes dela ser feita. De fato,

quando um grupo particular de experimentos ou alguma faceta principal de seus trabalhos estiverem terminados, vocês devem escrevê-los, enquanto estão ainda frescos em suas mentes. Se armazenarem tudo até o fim, vocês podem descobrir que se esqueceram de detalhes importantes. Pior, podem descobrir que já não têm tempo de fazer um trabalho de redação apropriado. Se não escreveram muito com antecedência, ficarão espantados de quão penoso e demorado este processo pode ser. Vocês seguramente necessitarão um total de três meses para escrever a tese, numa base de tempo integral. Vocês não terão, porém,

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tempo integral, nem podem contar com a pronta disponibilidade do orientador de suas teses. Coloquem seis meses, no mínimo.

Certamente, as partes publicáveis de seus trabalhos de pesquisa devem ser escritas como artigos e enviadas, se possível, antes que vocês deixem a instituição. Será difícil fazer isto após deixarem a instituição e será mais difícil ainda, com o passar dos meses.

RELAÇÕES COM O MUNDO EXTERIORLembrem-se, suas teses levarão somente seus nomes. Estas são normalmente

registradas como direito autoral do autor. Suas reputações iniciais e talvez suas perspectivas de trabalho podem estar relacionadas à qualidade de suas teses e das publicações relacionadas que podem aparecer na literatura de originais. (Como estabelecido no Capítulo 3, vocês não poderão ter "nenhuma publicação relacionada", se permitirem que suas teses sejam colocadas em um "site" da Web.) Uma tese coerente, hermeticamente escrita, deixará vocês em um bom começo. Uma brilhante enciclopédia de minúcias não darão a vocês nenhum crédito. Os escritores de boas teses tentam muito evitar a verbosidade, o tédio e o trivial.

Sejam particularmente cuidadosos ao escrever o Resumo de suas teses. Os Resumos de teses de muitas instituições são publicados no Dissertation Abstracts, assim tomando-os disponíveis à comunidade científica geral.

Se o interesse de vocês neste livro, neste momento, centraliza-se em como escrever uma tese, eu sugiro que agora leiam cuidadosamente o Capítulo 25 ("Como Escrever Artigos de Revisão"), porque, em muitos aspectos, a tese é, de fato, um artigo de revisão.

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CAPÍTULO 29

Como Apresentar Oralmente um Artigo

Fale baixo, fale devagar e não fale muito.John Wayne

ORGANIZAÇÃO DO ARTIGOA melhor maneira (em minha opinião) de organizar um artigo para apresentação

oral é seguir os mesmos passos lógicos que se seguiria usualmente ao escrever um artigo, começando com "qual era o problema?" e terminando com "qual é a solução?" Entretanto, é importante lembrar que apresentação oral de um artigo não se constitui numa publicação e, por isso, aplicam-se regras diferentes. A grande distinção é que o artigo publicado deve conter todo o protocolo experimental, de tal forma que os experimentos possam ser repetidos. A apresentação oral, todavia, não precisa e não deve conter todos os detalhes experimentais, a não ser, por acaso, que vocês tenham sido chamados para administrar um soporífico num encontro de insones. Citação extensiva da literatura lambem é indesejável, em uma apresentação oral.

Se vocês aceitarem minha afirmação de que a apresentação oral deve ser organizada com as mesmas linhas de um trabalho escrito, eu não preciso dizer nada mais sobre "organização". Este material está coberto no Capítulo 26. "Como Escrever um Relatório de Encontro".

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APRESENTAÇÃO DO ARTIGOMuitas apresentações orais são curtas (com um limite de 10 minutos, em muitos

encontros). Assim, mesmo o conteúdo teórico deve ser adaptado em relação àquele de um artigo escrito. Não importa quão organizadas, muitas idéias apresentadas muito rapidamente ficarão confusas. Vocês devem ater-se a seus pontos ou resultados mais importantes e enfatizar isto. Não haverá tempo para apresentarem todas as suas outras novas idéias.

Há, claro, outros tipos mais longos de apresentação oral. Um tempo típico permitido para apresentações de simpósio é 20 minutos. Uns poucos são mais longos. Um seminário é normalmente de uma hora. Obviamente, vocês podem apresentar mais material, se tiverem mais tempo. Neste caso, devem seguir devagar, apresentando cuidadosamente uns poucos pontos ou temas mais importantes. Se andam muito rápido, especialmente no começo, sua audiência perderá o fio da meada; os sonhos do dia começarão e suas mensagens serão perdidas.

"SLIDES"Em pequenos encontros científicos informais, vários tipo de recursos visuais

podem ser usados. Retroprojetores, cartazes e até lousas podem ser efetivamente usados. Na maior parte dos encontros, porém, diapositivos de 35 mm são a linguagem permitida. Todo cientista deveria saber como preparar "slides" eficazes; ainda hoje, a observação da maioria dos encontros, rapidamente indica que muitos não o sabem.

Aqui estão algumas considerações que são importantes. Primeiro, os "slides" devem ser delineados especialmente para uso na apresentação oral. "Slides" preparados a partir de gráficos que foram retirados de publicação de periódicos são raramente eficazes e geralmente não são nem sequer legíveis. "Slides" preparados a partir de um manuscrito feito no processador de texto ou a partir de um periódico impresso ou livro não são quase nunca eficazes. Precisa ser também lembrado que "slides" devem ser mais largos que altos, o que é exatamente o oposto das dimensões preferidas para ilustrações impressas. Mesmo que os "slides" de 35 mm sejam quadrados (medidas externas de 2 X 2 polegadas ou 0,5 X 0,5 mm), a câmara convencional de 35 mm produz uma imagem que é de 36,3 mm de largura por 24,5 mm de altura; além disso, as telas são normalmente mais largas que altas. Assim, são preferidos "slides" orientados horizontalmente.

Segundo, "slides" devem ser preparados por profissionais ou, pelo menos, com o uso de equipamento profissional. O Processador de texto é adequado, se

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uma fonte de tamanho grande for selecionada. Uma letra não serifada, como a Helvetica, tende a ser bem adequada para "slides". Seus gráficos com certeza serão gerados por computador.

Terceiro, deve ser lembrado que a luz nas salas de encontros é raramente a ótima para "slides". O contraste é, portanto, importante. Os melhores "slides" (mais legíveis) têm texto preto em um fundo branco.

Quarto, "slides" não devem ser cheios. Cada "slide" deve ser designado para ilustrar um ponto em particular ou talvez para resumir uns poucos dados. Se um "slide" não pode ser entendido em 4 segundos, é um "slide" ruim.

Quinto, vá ao saguão ao lado da audiência. Inspecione o projetor, o controle remoto e as luzes. Esteja seguro de que seus "slides" estejam inseridos na ordem adequada e na orientação apropriada. Não há necessidade de, e não há desculpas para,

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"slides" que aparecem fora da seqüência, de cabeça para baixo ou fora de foco.Normalmente, cada "slide" deve conter uma colocação visual simples, facilmente

inteligível. O "slide" deve suplementar o que se está dizendo no momento em que o "slide" está na tela; ele não deve simplesmente repetir o que vocês estão dizendo. E vocês não devem nunca ler o texto do "slide" para a audiência; fazer isso seria um insulto às suas audiências, a não ser que vocês estejam dirigindo-se a um grupo de analfabetos.

"Slides" que são atenciosamente elaborados e bem preparados podem aumentar grandemente o valor da apresentação científica. "Slides" pobres teriam arruinado Cícero.

A AUDIÊNCIAA apresentação de um artigo em um encontro científico é um processo de mão

dupla. Porque o material que está sendo comunicado no encontro científico é, supostamente, uma informação mais recente, disponível no campo de trabalho em questão, tanto os conferencistas como a audiência devem aceitar certas regras. Como indicado acima, os conferencistas devem apresentar seus materiais clara e efetivamente, de forma que a audiência possa entender e aprender a partir da informação que está sendo comunicada.

Quase certo, a audiência para uma apresentação oral será mais diversificada que a da leitura de um artigo científico. Portanto, a apresentação oral deve ser r: posia ni iii i nível mais geral do que seria em um artigo escrito. Evitem detalhe técnico. Definam termos. Expliquem conceitos difíceis. Um pouco de redundância pode ser muito útil.

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Ensaiando o artigo perante os membros (mesmo para alguns poucos membros) de seus próprios departamentos ou grupos pode ser a diferença entre o sucesso e o desastre.

Para a comunicação ser efetiva, a audiência também tem várias responsabilidades. Estas começam com simples cortesia. A audiência deve ficar quieta e atenta. O apresentador responde bem a uma audiência interessada e atenta, enquanto a comunicação pode virtualmente ser destruída quando a audiência é barulhenta ou, pior, sonolenta.

A melhor parte de uma apresentação oral é geralmente o período de perguntas e respostas. Durante este tempo, membros da audiência têm a opção, se não a obrigação, de elaborar questões que não foram cobertas pelo apresentador e de apresentar brevemente idéias ou dados que confirmem ou contrastem com aqueles colocados pelo apresentador. Tais questões e comentários devem ser estabelecidos cortesmente e profissionalmente. Este não é o momento (embora todos tenhamos visto) de algum falador destilar bile ou descrever sua própria erudição em infindável detalhe. E permitido discordar, mas não ser desagradável. Em resumo, o apresentador tem a obrigação de ter consideração com a audiência e esta de ter consideração com o apresentador.

PREPARAÇÃO ELETRÔNICA PARA APRESENTAÇÃO ORALOs "slides" são o melhor meio, quando se está fazendo uma apresentação oral,

embora transparências em retroprojetor, conjugadas com fotografias de 35 mm de alta qualidade, em "slides", são uma alternativa possível. Tanto as transparências para retroprojetor, como as apresentações em "slides" podem ser preparadas eletronicamente e colocadas em "slides" de 35 mm, transparências, monitores de computador ou projetores. Quando trabalharem com um aplicativo de apresentação de "slide", escolham seu tipo final de apresentação, antes de desenharem seus "slides".

Independente do meio que vocês escolherem, a organização de seus tópicos é a chave. Cada "slide" deve ser feito para cobrir um ponto principal, com um texto inicial,

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listando não mais que seis subtópicos relacionados a ele. O título principal deve ser escrito com letras de pelo menos 20 a 24 pontos, com os subtítulos não menores que 16 pontos. Se a sala na qual vocês estão apresentando é grande, usem fontes maiores. Quando uma tabela ou gráfico é usado, indique-o pelo nome e coloque todos os caracteres com pelo menos 14 pontos, de forma que possam ser lidos à distância. Não entupam a página com mais tópicos e subtítulos abaixo do cabeçalho e do nome do gráfico.

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TRANSPARÊNCIAS PARA RETROPROJETORTransparências para retroprojetor podem ser criadas em seus programas do

processador de texto e imprimidas a laser, em acetato. Elas também podem ser criadas com um aplicativo de apresentação de "slide", embora isto não seja necessário. Transparências são melhor empregadas em uma apresentação informal e em salas pequenas. Transparências podem ser preparadas tanto para telas verticais como horizontais. Ao contrário da apresentação de "slides", os formatos verticais são freqüentemente preferíveis para as transparências, porque vocês podem colocar, sem problemas, um gráfico encabeçado por tópicos, nestas dimensões.

APRESENTAÇÕES POR DATA-SHOWApresentações de "slides", em forma digital, permitem-lhes os meios de criar e

apresentar data-show com um computador. Vocês podem também preparar fotografias de 35 mm que podem ser processadas por um "bureau" de serviço e podem também imprimir uma variedade de impressos e notas para distribuir para suas audiência. O data-show permite-lhes incluir sons e video clipes. Ele também oferece a possibilidade de acrescentar às suas apresentações outro material, dependendo do interesse, num tópico em particular. Claro, se vocês prepararam estes "slides" com antecedência.

Os dois programas de preparação de "slides" mais populares são o Microsoft Powerpoint e o Adobe Persuasion. Ambos servem às plataformas do Mac e do Windows e têm características similares. Se vocês decidem usar o opção modelos, meramente escolham o estilo que lhes agradem e usem-no. Se vocês estão treinados no assunto, podem criar seus próprios modelos, selecionando o fundo e o formato visual desde o começo. Este modelo pode ser gravado e usado para suas novas apresentações ou as de seus colegas. O modelo fornecerá um título do "slide" e formatos que incluem subtítulos e ilustrações. Material ilustrativo pode incluir tabelas e gráficos, assim como sinais sonoros para introdução de idéias. Uma biblioteca de desenhos está suprida de ilustrações mais adequadas ao setor empresarial que à comunidade científica. O trabalho de arte que vocês criarem, tais como gráficos e fotografias, podem ser importados e colocados no "slide" que vocês escolherem.

Vocês podem redigir um "slide", contendo um texto, em um compositor de texto em "slide" ou escrevê-lo dentro de um modelo e ver como ele aparecerá na tela. B melhor compor seu material primeiro em um compositor. Isto permitir-lhes .1 organizar seus pensamentos e prever os subtópicos em seus trabalhos. Se desejarem, podem retirar ou adicionar "slides" dentro dos compositores. Vocês

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podem mesmo rearranjar a seqüência de seus "slides", à medida que editam seus materiais. Podem também rearranjar, adicionar ou retirar "slides" através de um tipo de visualização, em tamanho reduzido, dos visuais reais.

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USANDO COR NA APRESENTAÇÃO DE "SLIDES"Quando vocês estão trabalhando com cor, decidam-se por um esquema de cores,

antes de começarem a preocupar-se com a legibilidade e o efeito em uma apresentação. A legibilidade é muito importante. O texto deve destacar-se de seu fundo e um bom contraste entre o fundo e seus textos dependerá disso. Se vocês escolherem uma cor escura para o texto, usem uma mais clara, mais suave, para os elementos de fundo. Uma boa combinação é um fundo amarelo claro com texto azul escuro brilhante. Bordas podem ser feitas com azul mais escuro. Esta combinação de cores fornecerá bons impressos para distribuição à platéia. Se desejarem usar um fundo escuro, como um cinza escuro ou azul marinho, as letras e outros elementos devem ser brancos, amarelo pálido ou outra cor pálida. Esta combinação de cor ficará bem na tela, mas não fornecerá os melhores impressos. Fiquem cônscios, entretanto, de que é fácil exagerar nos efeitos de cor e arruinar uma apresentação que poderia ser boa.

Uso consistente de cor adicionará uma qualidade adicional às suas apresentações. Se usarem a mesma cor de forma consistente, para cada elemento, através da projeção de "slides", ela comunicará suas idéias sem confusão. Por exemplo, se estão usando bordas azuis-escuras numa forma retangular padrão, não mudem a forma para um triângulo, no meio do caminho, na apresentação. Mudar a cor no meio do caminho, numa apresentação, será ainda pior. Os membros da platéia quererão saber por que fizeram a mudança e, inconscientemente, procurarão pela razão, mesmo quando não houver nenhuma. Modelos geralmente fornecem um esquema de cor que funciona bem. Se não gostam do desenho do modelo, mas gostam das cores, usem-nas como parte da apresentação do "slide" que vocês realmente preferem. Para concluir suas apresentações, adicionem um "slide" preto; isto é o que o profissional faz.

TRANSIÇÕES DO DATA-SHOWTransições são efeitos visuais aplicados a um "slide", quando ele aparece em

uma tela. Elas podem ser tão simples como um esvanecimento ou uma aparição gradual suave de um novo "slide", exatamente igual nos filmes, quando uma nova cena se abre. As transições do tipo do esvaecimento podem ser aplicadas para aparecer de cima para baixo, de baixo para cima, da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda. Muitos efeitos sonoros estão incluídos,

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mas isto está completamente fora de cogitação numa apresentação científica. Qualquer que seja a transição que vocês escolherem, usem-na de forma homogênea, de um "slide " para outro.

Vocês também podem usar uma construção para suas apresentações. Em vez de ter todo o "slide" mostrado de uma vez, ele pode ser construído. A primeira visão trará somente o título; quadros sucessivos são expostos ao público, um de cada vez. Os quadros previamente expostos permanecem ainda na tela. A construção adiciona um impacto de suspense e um pouco de ação a um formato imóvel. Embora as construções adicionem interesse a uma apresentação, limitem seu uso somente àquilo para o que elas funcionam bem. Se usada para cada "slide, a construção também fica tediosa. Vocês podem estabelecer o tempo a ser colocado entre a apresentação de um "slide" e a de outro, automaticamente, de forma a dar-lhes o tempo exato para falar sobre o material, ou vocês podem controlar a apresentação de "slide" para "slide", acionando o mouse.

Recursos como estes permitem que programas eletrônicos de data-show ofereçam muitas formas de melhorar a clareza e de adicionar interesse a uma apresentação.

Quando usarem apresentações eletrônicas, convém levar uma série de slides ou

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transparências com vocês, no caso de problemas. Aparato eletrônico nem sempre funciona, especialmente se depararem com um técnico que realmente não sabe como lidar com o equipamento.

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CAPÍTULO 30

Como Preparar um Pôster

Precisa inteligência, mesmo brilhantismo, para condensar e focalizar informação em uma simples e clara apresentação

que será lida e lembrada. Ignorância e arrogância são mostradas em um pôster abarrotado de dados, complicado e difícil de ler.

Mary Helen Briscoe

TAMANHOS E FORMATOSEm anos recentes, sessões de pôster têm-se tomado mais comum, tanto em

encontros nacionais, como nos internacionais. (Pôsteres são cartazes, nos quais cientistas mostram seus dados e descrevem seus experimentos). A medida que a presença em encontros aumentou e que foi maior a pressão exercida sobre o comitê de programação para organizar mais e mais artigos para apresentação oral, alguma coisa teve que mudar. Os grandes encontros anuais, como os da Federação das Sociedades Americanas de Biologia Experimental, chegou ao ponto em que salas de reunião disponíveis ficavam simplesmente esgotadas. E, mesmo quando uma quantidade suficiente de salas estava disponível, o grande número resultante de sessões simultâneas dificultava ou impossibilitava aos cientistas participantes assistirem ao trabalho que estava sendo apresentado por colegas.

De início, os comitês de programação simplesmente rejeitavam qualquer número de resumos que se julgasse estar além das capacidades de espaço das salas de reuniões. Então, sessões de pôster foram desenvolvidas, os comitês de programação puderam atenuar as rejeições, avisando os "rejeitados" que eles

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poderiam considerar a possibilidade de apresentar seus trabalhos como pôsteres. Nos primeiros tempos, os pôsteres eram realmente relegados aos corredores dos hotéis de encontros ou centros de convenções; mesmo assim, muitos autores, especialmente estudantes de pós-graduação que apresentavam o primeiro artigo deles, ficavam contentes de terem seus trabalhos aceitos para uma sessão de pôster, em vez de serem inteiramente retirados do programa. Também a geração mais nova de cientistas chegou à maturidade durante a era das maravilhas da Ciência e eles gostam dos pôsteres.

Nos dias atuais, claro, as sessões de pôsteres tornaram-se uma parte aceita e significante de muitos encontros. Grandes sociedades disponibilizam um espaço considerável para as sessões de pôsteres. Num recente Encontro Anual da American Society for Microbiology, cerca de 2500 pôsteres foram apresentados. Mesmo pequenas sociedades encorajam as sessões de pôsteres, porque muita gente acredita, agora, que alguns tipos de materiais podem ser apresentados de forma mais eficiente, por meio de pôsteres gráficos, que em apresentações orais tradicionais, limitadas a 10 minutos.

Como as sessões de pôsteres tornaram-se partes normais de muitos encontros de sociedades, as regras que norteiam a preparação dos pôsteres ficaram muito mais estritas. Quando um grande número de pôsteres tem de ser colocado em um dado

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espaço, obviamente, os requisitos têm que ser cuidadosamente estabelecidos. Também, como os pôsteres ficaram comuns, empresas de convenções colocaram em suas atividades fornecimento de estandes e outros materiais; os cientistas podem então evitar de embarcar ou transportar materiais embalados para as cidades da convenção.

Nunca comecem a preparação de um pôster em si, até que saibam os requisitos especificados pelos organizadores do encontro. Vocês devem, claro, saber a altura e a largura do estande. Vocês também precisam saber os métodos aprovados de fixação do material exibido ao estande. O tamanho mínimo da letra pode ser especificado e a seqüência da apresentação pode ser especificada (geralmente da esquerda para a direita). Esta informação é geralmente fornecida no programa do encontro.

ORGANIZAÇÃOA organização do pôster normalmente segue o formato IMRAD, embora

considerações gráficas e a necessidade de simplificação devam ser mantidas em mente. I lá muito pouco texto em um pôster bem delineado, devendo a maior parte do espaço ser tomada por ilustrações.

A Introdução deve ser apresentada sucintamente; o pôster será falho a não ser que estabeleça claramente os objetivos, logo no início. A seção de métodos

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será muito breve; talvez apenas uma sentença ou duas serão suficientes para descrever o tipo de abordagem usada. Os resultados, que é geralmente a menor seção de um artigo escrito, é usualmente a parte mais importante de um pôster bem feito. A maioria do espaço disponível será usada para ilustrar os resultados. A Discussão deve ser breve. Alguns dos melhores pôsteres que eu vi não usavam o título "Discussão", em vez disso, o título "Conclusões" aparecia em cima do painel, com as conclusões individuais talvez apresentadas na forma de sentenças curtas numeradas. As citações da literatura devem ser o mínimo possível.

PREPARANDO O PÔSTERVocês devem numerar seus pôsteres de acordo com o programa do encontro. O

título deve ser curto e chamativo (se possível); se for muito longo, ele pode não caber no módulo de apresentação. O título deve ser legível a uma distância de 10 pés (3 m). O tipo de letra deve ser nítido e negro, e a letra deve ter cerca de 30 mm de altura. Os nomes dos autores devem ser algo menor (talvez 20 mm). A letra de texto deve ter cerca de 4 mm de altura. (Um tamanho de letra de 24 pontos é adequado para o texto). Letras adesivas (exemplo, Letraset) são uma excelente alternativa, especialmente para os cabeçalhos. Um bom truque é usar letras adesivas para seu título, montando-as em máquinas de montagem padrões, de 2 14 polegadas. Vocês podem então enrolar seus títulos e colocá-los em suas maletas e então colá-los no quadro de pôsteres, no encontro. Os computadores também podem produzir letras de tamanho adequado.

Um pôster deve ser auto-explicativo, permitindo que diferentes leitores pros-sigam em seu próprio ritmo. Se o autor tem que gastar a maior parte de seu tempo meramente explicando o pôster em vez de responder às questões científicas, o pôster é um tremendo fiasco.

Muito espaço em branco no pôster é importante. Preenchimento excessivo afastará as pessoas. Tente fazê-lo de forma bem clara, o que significa que ele seja visto na ordem certa, embora muitas pessoas ainda lerão o pôster de trás para diante. Impacto visual é particularmente crítico em uma seção de pôster. Se vocês não têm talento para desenho, considerem a possibilidade de obter ajuda de um artista gráfico. Tal profissional pode produzir um pôster atrativo, mesmo no estilo tradicional de cartaz ou no novo

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formato de reprodução fotográfica única (superstaf).Robin Morgan, Professor de Ciências de Animais e Alimentos da Universidade de

Delaware, disse-me isto: "Sou um daqueles cientistas 'fiel à Ciência', que ama pôsteres e também faz uma porção deles. Escrevo o texto no

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processador de texto e preparo gráficos individuais como EPS, usando McDraw Pro, DeltaGraph e Quark. Então, mando as partes individuais para um artista gráfico. O artista adiciona um pouco de cor aqui e ali e coloca tudo isto de forma adequada. Eu então o imprimo numa gráfica e obtenho a lâmina. O custo é de mil dólares por pôster (muito alto para muitos cientistas), mas é ótimo trazer para casa um pôster depois de um encontro e colocá-lo em seu escritório ou laboratório".

Um pôster deve conter realces, de forma que os passantes possam facilmente discernir se o pôster é algo de interesse deles. Se estão interessados, haverá um montão de tempo para responder sobre detalhes. Também, é uma boa idéia preparar impressos, contendo informações mais detalhadas; eles serão apreciados por colegas com especialidades similares.

Um pôster pode realmente ser melhor que uma apresentação oral para mostrar os resultados de um experimento complexo. Em um pôster, vocês podem organizar os realces das várias linhas de estudo, de forma a dar a leitores informados a chance de reconhecer o que está acontecendo e então obter os detalhes, se assim o desejarem. A apresentação oral, como estabelecida no capítulo precedente, é melhor para explorar um único resultado ou ponto.

O que é realmente bom com relação a pôsteres é a variedade de ilustrações que podem ser usadas. Não há impedimento (como geralmente acontece em publicação em periódico) para o uso de cor. Todos os tipos de fotografias, gráficos, desenhos, pinturas, raios X e "quadrinhos" podem ser apresentados.

Tenho visto muitos pôsteres excelentes. Alguns cientistas certamente têm considerável criatividade. É óbvio que estas pessoas estão orgulhosas da ciência que estão fazendo e ficam felizes de colocá-la em um belo quadro.

Também tenho visto muitos pôsteres terríveis. Alguns eram simplesmente mal desenhados. A grande maioria dos maus pôsteres eram ruins, porque o autor estava tentando apresentar muita coisa. Blocos imensos de material escrito, especialmente se os tipos são pequenos, não serão lidos. Multidões irão ficar em volta de pôsteres simples, bem ilustrados; os pôsteres entulhados, cheios de palavras, serão ignorados.

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CAPÍTULO 31

Ética, Direitos e Permissões

A Ciência não seleciona ou molda especialmente pessoas honestas: ela simplesmente as coloca em uma situação onde

não se paga por trapacear... De tudo que sei, os cientistas podem mentir ao Imposto de Renda ou a suas esposas tão freqüentemente

ou tão raramente como qualquer outra pessoa.S. R. Luria

IMPORTÂNCIA DA ORIGINALIDADEEm qualquer tipo de publicação, vários princípios legais e éticos precisam ser

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considerados. As principais áreas a serem consideradas, que sempre estão relacionadas entre si, referem-se a originalidade e a direitos autorais ("copyright"). Para evitar multas por plágio ou desrespeito aos direitos autorais, certos tipos de permissão são obrigatórios para que o trabalho de uma determinada pessoa e, às vezes, mesmo o seus próprios, sejam publicados.

Em publicação científica, o lado ético da questão é mesmo o mais importante, porque a originalidade em Ciência tem um significado mais profundo que em outros campos. Uma pequena história pode ser reimpressa muitas vezes, sem violar os princípios éticos. Um artigo de pesquisa primário, entretanto, pode ser publicado em um periódico de originais somente uma vez. Publicação duplicada pode ser legal se for obtida a apropriada permissão de direito autoral, mas isso é universalmente considerado Um pecado mortal contra a ética da Ciência. "Publicação repetitiva dos mesmos dados ou idéias por diferentes periódicos, estrangeiros ou nacionais, reflete esterilidade científica e constitui-se em explora-

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ção do que é considerado um meio ético de promover-se a si próprio. Plagiar a si mesmo significa falta de objetividade científica e de modéstia" (Burch, 1954).

Todo periódico de pesquisa primária requer originalidade, sendo esta exigência usualmente estabelecida na declaração de cabeçalho ou na Instrução aos Autores do periódico. Tipicamente, esta afirmação é como se segue:

"A submissão de um artigo (que não seja de revisão) a um periódico, normalmente implica em que ele apresente resultados de pesquisa original ou algumas idéias novas que ainda não foram publicadas, em que não esteja sendo considerado para publicação em nenhum outro lugar e em que, se aceito, não será publicado em nenhum outro lugar, na mesma forma, em Inglês ou outra língua, sem o consentimento dos editores" ("Notas Gerais sobre a Preparação de Artigos Científicos", The Royal Society, Londres).

O "consentimento dos editores" não seria dado se vocês solicitassem a republicação de todo ou de uma parcela substancial de seus artigos em outra publicação primária. Se um tal consentimento fosse de alguma forma obtido, o editor do segundo periódico deveria recusar publicar, se o autor possuir publicação prévia. Normalmente, o consentimento dos editores (ou quem quer que se responsabilize pelos direitos autorais) deveria ser dado somente se a publicação fosse em um periódico não-primário. Obviamente, partes do artigo, como tabelas e ilustrações, podem ser republicadas em revisões. Até mesmo o artigo inteiro pode ser republicado, se a natureza não-primária da publicação for clara; por exemplo, republicações poderiam ser sempre permitidas em um volume de "Collected Reprints" (Coleção de Reimpressões), de uma instituição em particular, em um volume de "Selected Papers" (Artigos Selecionados), sobre um determinado assunto de uma determinada instituição, ou em um volume comemorativo, compreendendo artigos de um determinado cientista. Em todas estas circunstâncias, porém, a permissão apropriada deve ser obtida, tanto por razões éticas, como pelas legais.

AUTORIAA lista de nome dos autores (veja Cap. 5) é de considerável importância ética.

Pode cada autor listado ter responsabilidade intelectual pelo artigo? Esta questão veio a tona muitas vezes nos anos recentes. Várias pessoas listadas como autores de artigos publicados, que mais tarde mostraram conter dados fraudulentos, tentaram escapar ã culpa, alegando ignorância. "Realmente não me engajo no que o meu co-autor está fazendo" tem sido a reclamação típica. Mas esta desculpa não cola. Todo autor de um

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artigo deve ter responsabilidade pela validade da ciência que está sendo relatada.

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O QUE É DIREITO AUTORAL?Direito autoral é o direito legal exclusivo de reproduzir, publicar e vender a matéria

e a forma de um trabalho artístico ou literário. O direito autoral protege formas originais de expressão, mas não as idéias que estão sendo expressas. Os dados que vocês estão apresentando não estão protegidos pelo direito autoral; a coleção de dados e as formas como vocês as apresentaram estão protegidas. Vocês têm os direitos autorais dos artigos que publicaram, por toda suas vidas mais 50 anos, desde que eles não tenham sido feitos para um empregador ou por comissionamento de trabalho pago. Se vocês colaboraram no trabalho, cada pessoa é um co-proprietário do direito autoral, com direitos iguais.

O direito autoral é divisível. O possuidor do direito autoral pode dar a uma pessoa um direito não-exclusivo de reproduzir o trabalho e à outra, o direito de preparar trabalhos derivativos, baseados no direito autoral do trabalho. O direito autoral pode também ser transferido. Transferência de direito autoral deve ser feita, por escrito, pelo proprietário. Um empregador pode transferir o direito autoral ao indivíduo que desenvolveu o trabalho original. Como colocado anteriormente, se vocês desejam copiar, reimprimir ou republicar todas as partes de um trabalho com direito autoral, que vocês não possuem, devem obter a permissão do proprietário do direito autoral. Se vocês, como autores, transferiram o direito autoral completo de seus trabalhos para um publicador, devem obter permissão do publicador para uso de seus próprios materiais.

Uso permitido de material com direito autoral é legal, de acordo com o Ato de Direito Autoral de 1976 (válido nos Estados Unidos). A lei permite copiar e distribuir pequenas seções de um trabalho com direito autoral. Ela não permite que vocês copiem artigos completos e os republiquem sem permissão, quer para fins lucrativos ou outros. A Academia tem lucrado com o uso permitido do direito autoral. Entretanto, a tendência atual de fornecer documentos pagos distorceu a forma legal de os obter. Alguns serviços de cópias estão publicando e distribuindo artigos completos sem permissão do autor ou do publicador.

CONSIDERAÇÕES SOBRE DIREITOS AUTORAISAs razões legais para obtenção de permissão, quando se republica o trabalho de

outra pessoa, refere-se à lei do direito autoral. Se o periódico é do tipo que tem direitos autorais, e praticamente todos eles assim se comportam, a propriedade legal dos artigos publicados vem revestida de detenção do direito autoral. Assim, se vocês desejam republicar material com direito autoral, devem obter aprovação do detentor do direito autoral ou se arriscam a serem processados por desrespeito à lei.

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Os editores adquirem direitos autorais, de forma que terão as bases legais, agindo em seus próprios interesses e em favor de todos os autores cujos trabalhos estão contidos nos periódicos, para evitar uso não autorizado de qualquer trabalho publicado. Assim, a companhia publicadora e seus autores estão protegidos contra plágio, apropriação indébita de dados publicados, reimpressão não autorizada para informação ou outros propósitos e outros maus usos potenciais.

Nos Estados Unidos, sob o "Assignment of Copyright Act" (Acordo de Direito Autoral), de 1909, a submissão de um manuscrito a um periódico está presumivelmente comprometida com este acordo de concessão da autoria do autor para o periódico (publicador). Depois da publicação do periódico, com o direito autoral apropriadamente

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impresso no local certo e seguido pelo preenchimento de formulários e pagamento de taxas necessários, no Registro de Direitos Autorais, a autoria de todos os artigos contidos, na matéria, efetivamente passam dos autores para o publicador.

O "Copyright Act" (Ato do Direito Autoral) de 1976, que tornou-se efetivo em janeiro de 1978, requer que este acordo, doravante, não seja mais assumido; ele deve estar por escrito. Na ausência de uma transferência escrita de direito autoral, considera-se que o publicador adquiriu somente o privilégio de publicar o artigo no periódico em si; o publicador deixou de ter o direito de produzir reimpressões, fotocópias e microfilmes ou de licenciar outros para fazê-los (ou legalmente impedir outros de fazê-los). Também, o "Copyright Act" estabelece que a proteção do direito autoral começa "quando a caneta deixa o papel" (equivalente, hoje, a "quando o dedo deixa o teclado"), assim reconhecendo os direitos de propriedade intelectual dos autores como sendo separados do processo de publicação.

Além disso, muitos publicadores agora requerem que cada autor que publique em um periódico assine, dando direito autoral ao publicador, no exato momento em que o manuscrito é submetido ou quando ele é aceito para publicação. Para efetivar este acordo, o publicador fornece, a cada autor que está enviando o trabalho, um documento usualmente chamado "Copyright Transfer Form" (Formulário de Transferência de Direito Autoral). A Figura 13 mostra o formulário recomendado pelo "Journal Procedures and Practices Committee" (Comitê de Procedimentos e Práticas de Periódicos) do CBE (Conselho de Editores de Biologia) (1978).

Um outro recurso do novo "Copyright Act", que é de interesse dos autores, refere-se a fotocópias. Por um lado, os autores querem ver seus artigos receberem ampla distribuição. Por outro lado, eles não querem (eu espero) que isto aconteça às expensas do periódico. Assim, a nova lei reflete estes interesses conflitantes, definindo como "uso legal" certos tipos de cópias feitas por bibliotecas e instituições educacionais (isto é, cópia feita sem permissão e sem paga-

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Figura 13. Formulário de transferência de Direito Autoral sugerido pelo Comitê de Procedimentos e Práticas de Periódicos do Conselho de Editores de Biologia (1987).

Formulário de transferência de Direitos Autorais

Data ____ N° ____

ACORDO DE DIREITO AUTORAL

O ____ tem a honra de publicar seu artigo, intitulado ____

Em consideração a publicação do Artigo, o Autor, ou seus sucessores, nos outorgam todos os direitos do Artigo, de qualquer que seja a natureza, incluindo aquelas agora ou posteriormente protegidas pelas Leis de Direitos Autorais dos Estados Unidos e de todos os países estrangeiros, assim como qualquer renovação, extensão ou reversão de direitos autorais, agora ou no porvir, estabelecidos em qualquer país.

O Autor garante que sua contribuição é um trabalho original não publicado em outro local, no total ou em parte, exceto na forma de resumo, que ele tem total poder de fazer este acordo e que o Artigo não contém nenhuma matéria libidinosa ou de alguma outra forma contra a lei ou que invada os direitos de privacidade ou que infrinja qualquer direito de propriedade.

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O Autor garante que o Artigo não foi previamente publicado e que, se partes foram previamente publicadas, obteve permissão de publicação para a publicação neste Periódico e o Autor submeterá uma cópia da liberação da permissão e cópia dos recibos de pagamento, junto com seu manuscrito.

O Responsável, por outro lado, outorga ao Autor os direitos de livre republicação em qualquer livro do qual ele seja o Autor ou o Editor, sujeito à condição expressa de que a resposta legal ao pedido de direito autoral seja dada.

O Autor não receberá "royalty" ou outra compensação monetária pela assinatura estabelecida neste acordo.

Por favor, indique sua aceitação dos termos da publicação, assinando e datando este acordo e retomando-o de forma própria a ____.

_____ _____Assinatura do Autor data Assinatura do Autor data

_______ _________Assinatura do Autor data Assinatura do Autor. data

Exceção para os Autores Empregados pelo Governo dos Estados Unidos: Eu atesto que o artigo acima foi escrito como parte dos deveres oficiais dos autores empregados pelo Governo dos Estados Unidos e que a transferência de direito autoral não pode ser feita.________________________ ______________________Assinatura do Autor Assinatura do Autor

data data

________________________ ______________________Assinatura do Autor Assinatura do Autor

data data

mento de direitos), enquanto, ao mesmo tempo, protegem o publicador contra cópia sistemática não autorizada.

Para tornar fácil a autorização para usar os artigos de periódicos, dada a fotocopiadores sistemáticos, e a remessa dos "royalties" (pagamentos por direi-

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tos autorais), foi fundado um Centro de Liberação de Direitos Autorais. A maior parte dos publicadores científicos de qualquer tamanho tem aderido ao Centro. Esta casa de liberação centralizada torna possível, a um usuário, fazer quantas cópias quiser sem a necessidade de obter permissão prévia, desde que o usuário estiver disposto a pagar, ao Centro, o direito autoral estabelecido pelo publicador. Assim, o usuário necessita lidar somente com uma fonte, em vez de ter que encarar a necessidade de pedir permissão e, então, pagar direitos autorais a centenas de diferentes publicadores.

Pelo fato de, tanto a ética científica, quanto a lei de direitos autorais, serem de fundamental importância, todo cientista deve ser agudamente sensível a elas. Basicamente, isto significa que vocês não devem republicar tabelas, figuras e partes substanciais de texto, a não ser que obtiveram permissão do detentor dos direitos autorais. Mesmo assim, é importante que rotulem tais materiais reimpressos, usualmente

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com uma linha que dá o crédito, como se segue: "Reimpresso com permissão de (referência do livro ou periódico); direito autoral (ano) de (proprietário do direito autoral)".

Quando vocês não dão o crédito próprio às fontes, mesmo breves frases do trabalho de outra pessoa podem ser uma violação à ética de sua profissão. Estes desrespeitos à ética, ainda que não intencionais, podem afetar de forma adversa a permanência entre seus pares.

Simplesmente citar, esta é a responsabilidade de qualquer cientista para manter a integridade da publicação científica.

DIREITOS AUTORAIS E PUBLICAÇÃO ELETRÔNICATradicionalmente, os periódicos e livros foram bem definidos como entidades

legais. Entretanto, uma vez que a mesma informação entra em um ambiente digital, ela se torna um documento composto que inclui não somente texto, mas também códigos de programação e acesso a informação de bases de dados que foram usualmente criados por alguém (geralmente várias pessoas), outro que não é o autor do artigo. Toda a lei de direito autoral e todas as regras e regulamentações relativas aos direitos autorais ficam valendo para publicação eletrônica, incluindo material colocado na Internet. A não ser que o autor ou o possuidor do direito autoral do trabalho posto na Internet tenha colocado no trabalho uma nota específica, estabelecendo que o item é de domínio público, ele está sob o mando dos direitos autorais e não se pode reproduzi-lo sem permissão. Embora não precisem colocar uma nota de direito autoral para proteção de seus materiais na internet, fazendo isso, agem no sentido de alertar as pessoas que usam seu material sem permissão. Para colocar tal aviso, precisam apenas

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por a palavra "Copyright", a data da publicação e o nome do autor ou do possuidor do direito, em seguida ao título do trabalho, por exemplo, "Copyright 1998 de Magon Thompson (ou Sundown Press)".

Os publicadores são obrigados a proteger um direito autoral, não somente em seu próprio proveito, mas também em benefício do autor. Considerando-se que a versão eletrônica de um artigo pode ser feita de várias formas, os publicadores, eles mesmos, nem sempre estão atentos a possíveis problemas e armadilhas. Vocês devem assegurar-se de que os publicadores de seus artigos científicos garantam, escrevendo, que manterão acuradamente suas palavras e intenções, se seus artigos forem traduzidos para um ambiente digital. Por exemplo, relatórios de encontros são geralmente colocados em um CD-ROM, com conteúdos, palavra-chave e acesso indexado a artigos que ele contém. Além do mais, o material pode incluir ligações de hipertexto a outras informações, incluindo outros artigos, gráficos e informação adicional, juntados pelo publicador do periódico. Vocês precisarão assegurar-se de que o acesso que o periódico forneceu aos dados de seus artigos no CD ou na página da Web, ou para seus artigos a partir de outros, concorda com a forma em que desejam que seu trabalho seja representado. Vocês podem confiar em tudo que está implícito no formato eletrônico dado por seus periódicos, mas uma vez que o periódico entre na arena eletrônica, a representação dada ao trabalho que vocês criaram pode incluir propriedades que conflitem com seus trabalhos e idéias.

Devido às imensas mudanças que estão ocorrendo no mundo eletrônico dos direitos autorais, tanto as organizações dos publicadores como as dos autores estão se unindo para identificar e lidar com documentos de direitos autorais, através da aplicação de uma base de dados voltada a este propósito. Um tal sistema é o PII (Publisher Iten Identifier - Item Identificador do Publicador), um sistema de rotulação, tanto para impressão como para formatos eletrônicos, que é usado pela American Chemical Society

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e pela American Mathematical Society, entre outras. O possuidor do direito autoral de um trabalho publicado pode criar seu próprio rótulo PII. Porque a tecnologia está mudando tão rapidamente e fornecendo tantas novas formas de publicação e de distribuição de dados, o campo do direito autoral eletrônico está ainda em andamento. Toda vez que um trabalho do qual vocês têm o direito autoral for ser publicado num formato eletrônico, não deixem de conhecer e entender completamente seus direitos sob a lei de direitos autorais vigente.

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CAPÍTULO 32

Uso e Mau Uso do Inglês* (Nota de rodapé)

Palavras longas nomeiam pequenas coisas. Todas as grandes coisas têm nomes pequenos, assim como vida e morte, paz e guerra, ou

crepúsculo, dia, noite, amor, casa. Aprender a usar palavras pequenas de forma grande - É tarefa difícil. Elas, porém, dizem

o que se quer expressar. Quando não souber o que está querendo dizer, use palavras grandes: elas geralmente enganam gente pequena.

SSCBOOKNEWS, julho de 1981

MANTENHAM A SIMPLICIDADENos primeiros capítulos deste livro, eu apresentei um esquema dos vários

componentes que podem supostamente compor um artigo científico. Talvez, com este esquema, o artigo não será totalmente escrito por si mesmo. Se este esquema, este formato de organização, for seguido, porém, eu acredito que a escrita será bem mais fácil que de outra forma.

Sem dúvida, vocês ainda precisam usar a língua inglesa. Para muitos de vocês, isto é difícil. Se sua língua nativa não é o Inglês, vocês deverão ter problemas. O Writing Research Papers: An Easy Guide for Non-Native-English Speakers (Escrevendo Artigos de Pesquisa: Um Guia Fácil para Pessoas de Língua Materna diferente do Inglês), da Stapleton (1987) pode ser útil. Se nasceram em países de língua inglesa, vocês ainda terão problemas, porque a língua nativa de muitos de seus leitores não c o Inglês.

Aprendam a apreciar, como muitos editores chefes aprenderam, a beleza cristalina de uma sentença declarativa simples. Vocês então evitarão muitos problemas gramaticais sérios e tornarão tudo mais fácil para as pessoas cuja língua nativa não é o Inglês.

Nota de rodapé:*NT; Este capítulo é destinado às pessoas que pretendem submeter seus artigos científicos a periódicos publicados na língua inglesa.

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INFINITIVOS SUBDIVIDIDOS, COMPLEMENTOS MAL EMPREGADOS E OUTROS CRIMES

Não é sempre fácil reconhecer um infinitivo subdividido ou um particípio mal empregado ou um gerúndio, mas vocês podem evitar muitos problemas, dando a devida atenção à sintaxe. A palavra "sintaxe" refere-se à parte da gramática que diz respeito à forma pela qual as palavras são unidas para formar frases, cláusulas e sentenças. De acordo com Will Rogers: "A sintaxe (syntax, em Inglês) tem que ser ruim, tendo, em si

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mesma, tanto sin (pecado) como tax (imposto).Isto não significa que um particípio mal empregado ou outros complementos mal

colocados não sejam divertidos, depois que desenvolvemos um gosto para estas coisas. O trabalho diário de um editor-chefe não seria completo sem que ele ou ela saboreasse preciosidades, como "Lying on top of the intestine, you will perhaps make up a small transparent thread" (Situando-se no alto do intestino, você comporá, talvez, uma pequena linha transparente). (Quanto à sintaxe, esta sentença não poderia estar mais errada. A primeira palavra na sentença, "Lying" - Situando-se - modifica a última palavra, "thread" - linha).

Aqueles de vocês que usam procedimentos gramaticais podem estar interessados em uma nova técnica relatada em um manuscrito submetido ao Journal of Bacteriology: "By filtering through Watman no 1 filter paper, Smith separated the components " (Filtrando-se através de papel de filtro Watman no 1, Smith separou os componentes).

Claro, estes charmosos erros gramaticais não estão limitados à Ciência. Estava lendo uma novela de mistério, Death Has Deep Roots (A morte Tem Raízes Profundas), de Michael Gilbert, quando encontrei um complemento mal colocado particularmente sensual: "He placed at Nap's disposal the marriage bed of his eldest daughter, a knobhed engine of brass and iron" (Ele se dispôs a tirar uma soneca na cama de casal de sua irmã mais velha, um engenho provido de puxadores de latão e ferro).

Um departamento de bombeiros do Hampshire, na Inglaterra, recebeu um memorando governamental, pedindo informações estatísticas. Uma das questões era: "How many people do you employ, broken down by sex?" (quantas pessoas empregam, divididas/decaídas pelo sexo?). O chefe dos bombeiros tomou esta pergunta ao pé da letra, respondendo: "None. Our problem here is booze" (Nenhuma. Nosso problema aqui é intoxicação/embriaguez).

Se alguns de vocês compartilham meu interesse por corridas de trote, podem lembrar-se de que a corrida Hambletoniana de 1970 foi vencida por um cavalo chamado Timoty T. A versão de The Washington Post sobre a história é que Timoty T. evidentemente tinha uma interessante passado: "Timoty T. - sired by Ayres, the 1964 Hambletonian winner with John Simpson in the sulky - won the first heat going away" ("Timoty T - criado por Ayres, o ganhador da corrida Hambletoniana com John Simpson na charrete - ganhou o primeiro páreo andando na frente").

Eu realmente gosto do The Washington Post. Algum tempo atrás, ele publicou um artigo intitulado "Antibiotic-Combination Drugs Used to Treat Colds Banned by FDA" (Drogas que contêm antibióticos combinados, usados para tratar resfriados proibidos pela FDA - "banned", proibido, um adjetivo, tanto pode servir para modifi

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car palavras masculinas quanto femininas, de modo que, como colocado na frase em Inglês, parece que o que o FDA proíbe são os resfriados e não as drogas - Nota da Tradutora). Talvez, a próxima proibição da FDA seja para todos os resfriados e os virologistas terão que descobrir uma outra linha de trabalho.

Como é bem conhecido, o The Washington Post ganhou vários prêmios Pulitzers. As vezes, porém, seus revisores de provas são pegos dormindo. Um exemplo é o seguinte (de uma matéria do Post de 1 de novembro de 1979):

"Suicide Forest" Toll 43 So Far This Year ReutersFUJI-YOSHIDA, Japan, Oct. 31 –The bodies of 43 suicides were recovered this

year from the infamous "Forest of No Return" at the foot of Mount Fuji near here, police said today.

In the final search of the year, police and firemen combed the forest yesterday and

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found five bodies,At least 176 bodies have been recovered from the area since 1975.A novel published in 1960 in Japan June 7. A joke's a joke, but hey, cut called

Edwards that same afternoon, covered from the area since 1975.Joyce Selcnik was not amued. She and later serialized on television glamorized

the forest as a place for peaceful death, especially for persons thwarted in love.

Descrição de figura: tirinha animada do personagem Charlie Brown com quatro quadrinhos. Nelas o personagem está com uma expressão de aflição/chateação deitado na cama num quarto escuro. No primeiro quadrinho o personagem fala “-As vezes eu fico acordado à noite, e pergunto, “Isso tudo é válido?”. No segundo ele fala “-Então uma voz diz, “com quem você está falando?”. No terceiro quadrinho ele diz “- Então uma outra voz diz, “você quer dizer, ‘Para quem você está falando?’”. E no quarto quadrinho ele conclui “-Não é atoa que eu fico acordado à noite”.

Quadrinhos reimpressos com permissão do United Feature Syndicate, Inc.

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Pensando em bibliotecas, eu posso sugerir um novo tipo de aquisição. Uma vez eu editei um manuscrito contendo uma sentença: "A large mass of literature has accumulated on lhe cell walls of staphylococci" ("Uma grande quantidade de literatura acumulou-se sobre paredes de células de staphylococci). Depois que os bibliotecários catalogarem os staphylococci, eles têm que iniciar-se em linguagem de peixe, de acordo com esta sentença de um manuscrito recente: "The resulting disease has been described in detail in salmon" (A doença resultante foi descrita em detalhe em salmão).

Um livro de revisão publicado continha esta sentença: "This book includes discussion of shock and renal failure in separate chapters" (Este livro contém discussão de choque e falência renal em capítulos separados). O primeiro parágrafo de uma notícia divulgada pela American Lung Association dizia: " 'Women seem to be smoking more but breathing less', says Colin R. Woolf, M. D., Professor, Department of Medicine, University of Toronto. He presented evidence that women who smoke are likely to have pulmonary abnormalities and impaired lung function at the annual meeting of the American Lung Association" ('"As mulheres parecem estar fumando mais, mas respirando menos', diz Colin R. Woolf, M. D., Professor do Departamento de Medicina da Universidade de Toronto. Ele apresentou evidência de que as mulheres que fumam têm tendência a ter anormalidades e as funções pulmonares prejudicadas no encontro anual da Associação Americana de Pneumologia"). Mesmo que o encontro da ALA tenha sido na aprazível cidade de Montreal, eu espero que as mulheres que fumem permaneçam em casa.

OS DEZ MANDAMENTOS DA BOA ESCRITA1.Cada pronome deve concordar com seu antecedente.2.Exatamente entre "you" (você/vocês) e "I" (eu), a desinência é importante.3.Uma preposição é uma palavra inadequada para se colocar no final de uma

sentença, (incidentalmente, vocês ouviram falar da prostituta que violou uma regra de gramática? Ela inconscientemente abordou um homem vestido modestamente e sua proposição terminou com uma sentença).

4.Os verbos têm que concordar com seus sujeitos.5.Não usem duplos negativos.6.Lembrem-se de nunca sub-dividir o infinitivo.7.Evitem clichês como se fossem a peste.8.Juntem de forma adequada as orações, por meio de conjunções.9.Não usem hipérbole; somente um escritor em um milhão pode usá-la

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corretamente.10.Aproximem os elementos da sentença.

De fato, mudei minha cabeça acerca do uso de duplos negativos. Durante a última eleição presidencial, visitei minha velha cidade natal, que está no meio de um amplo campo de milho, no norte de Illinois. Chegando após um intervalo de alguns anos, eu fiquei gratamente surpreso em perceber que eu ainda entendia os nativos. De fato, fiquei um pouco chocado ao notar que a forma de falar deles era verdadeiramen-

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Descrição de figura: Tirinha de três quadrinhos. No primeiro um homem em cima de um parlamento, discursando para pessoas que fazem anotações de cabeçe baixa, fala “- Todo americano tem direito de votar em quem quer que seja (“whoever”) ou mesmo...”. No segundo quadrinho, mostra-se apenas o rosto dele, ele continua “- em qualquer um ele ou ela (“whomever”) que desejem,”, e conclui no terceiro quadrinho, com as pessoas olhando para ele, “- depende da orientação gramatical.”.

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te expressiva, mesmo quando eles eram bem-aventuradamente desprovidos da regra contra duplos negativos. Uma noite, no lugar de encontro local, apropriadamente chamado de "Taverna do Fazendeiro", eu discursava, para o homem do banquinho de bar ao lado, acerca dos relativos desméritos dos dois candidatos à presidência. Sua falta de interesse foi então comunicada através da clara afirmação: "Ain't nobody here knows nothin' about polities" (Não há ninguém aqui que sabe nada sobre política - "Ain't", em vez de is not e nothin', em vez de nothing, na forma caipira de pronunciar as palavras). Enquanto eu estava ruminando este triplo negativo, um cavalheiro taciturno, do fundo do bar, olhou nobremente para sua cerveja e proclamou: "Ain't nobody here knows nothin' about nothin' nohow" (Não há ninguém aqui que sabe nada sobre nada de nenhum modo). Estranhamente, este quíntuplo negativo forneceu a melhor descrição que eu já havia ouvido sobre minha cidade natal.

FALANDO METAFORICAMENTEEmbora a metáfora não esteja coberta pelas regras acima, eu sugiro que vocês

observem suas comparações e metáforas. Usem-nas raramente em redação científica. Se as usarem, usem-nas com cuidado. Nós todos vimos metáforas misturadas e notamos como a compreensão fica misturada junto com as metáforas. (Visualize o seguinte: "A virgin forest is a place where the hand of a man has never set foot" - Uma floresta virgem é um lugar onde a mão de um homem nunca fincou pé). O fora do comum com esta linha é. que ela é um tipo que eu chamo de "metáfora auto-destrutiva". A favorita em minha coleção foi engenhosamente concebida pelo eminente microbiologista L. Joc Berry. Após uma de suas sugestões que foram rapidamente negadas pelo voto de um comitê, Joc disse: "Doy, I got shot down in flames before I ever got off lhe ground" - Caiu, eu consegui ser derrubado em chamas antes mesmo de ter saído do chão".

Fiquem atentos para expressões populares. Estas são usualmente comparações e metáforas (p. ex., tímido como um camundongo). O emprego de comparações e metáforas usadas cm determinado momento resulta em escrita interessante e pitoresca; o uso delas após ultrapassadas, torna a redação confusa.

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Algumas palavras tornaram-se conhecidas, usualmente por terem sido indelevel-mente ligadas a alguma outra palavra. Um exemplo é a palavra "leap" (salto); um "leap" é insignificante até que ele seja um "quantum leap" (salto de um quantum). Um outro exemplo é o verbo "wreak" (desafogar, vingar-se). Pode-se "wreak havoc" (vingar-se devastadoramente), mas nada mais parece ficar "wreaked" (saciado) estes dias. Como o dicionário diz que "wreak" significa "to bring about" (trazer à tona), qualquer um pode ser capaz de "wreak a weak pain for a week" ("trazer à tona uma fraca dor por uma semana"). "To wreak a wry smile" (Para trazer à tona um sorriso torto), tentem dizer: "I've got a weak back" (Eu consegui umas costas fracas). Quando alguém perguntar quando vocês conseguiram isto, respondam-lhe: "Oh, about a week back" (Oh! Há cerca de uma semana atrás). ("At the local deli, we call this tongue in cheek on wry" - No linguajar local, nós chamamos isto de língua na bochecha torta). Aquela pessoa pode então responder: "Wow. That boggles the mind" (Uau! Isto espanta a mente). Vocês, então, inteligentemente podem perguntar o que mais é possível causar espanto/ fazer-se de errado ("gets boggled"), hoje em dia.MAU USO DE PALAVRAS

Atentem também para palavras auto-destrutivas ou que sejam redundantes. Eu recentemente ouvi alguém descrito como um "well-seasoned novice" (noviço bem-conservado). Um artigo de jornal referia-se a "young juveniles" (jovens juvenis). Num aviso em uma loja para colecionadores de selos e moedas lia-se: "authentic réplicas" (réplicas autênticas). Se há alguma expressão que é mais dúbia que "7 a.m. in lhe morning" (7 da manhã de manhã), ela é a expressão "viable alternative" (iillcrnalivn viável). (Se uma alternativa não for viável, ela não é uma alternativa).

Certas palavras são usadas erradamente milhares de vezes, na escrita científica, Algumas das piores ofensas são as seguintes:

amount. Usem esta palavra quando se referirem a uma massa ou agregado. Usem número, quando estiverem envolvidas unidades. "An amount of cash" (Uma porção de dinheiro) está correto. "An amount of coins" (uma quantidade de moedas) é errado.

and/or. Esta é uma construção relaxada, usada por milhares de autores, mas aceita por poucos editores experientes. Bernstein (1965) disse: "Quaisquer que sejam seus usos em Inglês legal ou comercial, esta combinação é uma monstruosidade visual e mental que deve ser evitada em outras formas de escrita".

case. Esta é a palavra mais comum na linguagem de jargão científico. Deve ser substituída por expressão menor e mais curta: "in this case" (neste caso) significa "here" (aqui); "in most cases" (na maioria dos casos) significa "usually" (usualmente); "in ali cases" (em todos os casos) significa "always" (sempre); "in no case" (em nenhum caso) significa "never" (nunca).

each / every. Se eu tivesse um dólar por "todo o" (every) erro que eu cometi, quanto eu teria? A resposta é um dólar. Se eu tivesse um dólar para "cada" (each) erro que eu cometi, eu seria um milionário.

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it. Este útil pronome comum pode causar problema, se o antecedente não estiver claro, como no aviso onde se lê: "Free information about VD. To get it, call 555-7000" (Informação grátis sobre VD. Para obter isso, chame 555-7000 - o "it", aqui traduzido por "isso", pode referir-se à informação ou ao VD - Nota da Tradutora).

like. Freqüentemente usada como uma conjunção. Deve ser empregada como uma preposição. Quando necessitar de uma conjunção, substitua por "as". "Likeljust said, this sentence should have started with "As" (Do mesmo modo que eu disse, esta sentença deveria ter-se iniciado por "como").

only. Muitas sentenças são "somente" ("only") parcialmente compreensíveis,

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porque a palavra only está posicionada corretamente na sentença "apenas" (only) algumas vezes. Considere esta sentença: "I hit him in the eye yesterday" (Eu bati nele, no olho, ontem). A palavra only pode ser adicionada no início da sentença (Somente eu bati nele, no olho, ontem), no fim da sentença (Eu bati nele, no olho, ontem somente) ou entre qualquer duas palavras, dentro da sentença (Eu somente bati nele, no olho, ontem; Eu bati somente nele, no olho, ontem; Eu bati nele somente, no olho, ontem; Eu bati nele, no olho somente, ontem), mas olhe para as diferenças de significado que daí resultam.

quite. Esta palavra é freqüentemente usada em redação científica. A próxima vez que vocês perceberem que ela está em seu manuscrito, retirem- na e leiam a sentença novamente. Perceberão, sem exceção, que "quite is quite unnecessary" ("quite" é "praticamente" desnecessário).

varying. A palavra "varying" significa mudando ("changing "). Geralmente usada erroneamente, quando se quer dizer vários ("various"). "Various concentrations" (Várias concentrações) são concentrações definidas que não variam.

which. Embora "which" (que) e "that" (que) possam ser usados alternativamente, às vezes, não é possível fazer isso. A palavra "which" é propriamente usada num sentido "não-restritivo", para introduzir uma cláusula que não é essencial ao resto da sentença; "that" introduz um termo essencial. Examinem estas duas sentenças: "Mutantes CetB, which are tolerant to colicin E2, also have an altered..." (Mutantes CetB, que são tolerantes a colicina E2, também têm uma... alterada...). "Mutantes CetB that are tolerant to colicin E2 also have an altered..." (Os mutantes CetB que são tolerantes a colicina E2 também têm uma ... alterada). Notem a diferença substancial de significado. A primeira sentença - uma oração explicativa - indica que todos (ali) os mutantes CetB são tolerantes a colicina; a segunda sentença indica que somente alguns dos mutantes CetB são tolerantes à colicina.

while. Quando existe uma relação de tempo, o uso de "while" é correto; de outra forma, usar "whereas" seria uma melhor escolha. "Nero fiddled while Rome burned" (Nero tocava harpa enquanto Roma queimava) é adequado. Não o é dizer "Nero fiddled while I wrote a book on scientific writing" (Nero tocou harpa, enquanto que eu escrevi um livro sobre redação científica).

Mau uso de palavras pode, às vezes, servir de entretenimento, se não para esclarecimento, Eu sempre apreciei a palavra "thunderstruck" (fulminado), embora eu nuca tenha tido o prazer de encontrar alguém que tenha ficado chocado (struck) por um trovão (thunder). Jimmy Durante construiu seu estilo de humor, usando palavras

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mal empregadas. Nós todos as apreciamos, mas quase nunca isso contribui para a compreensão. Raramente pode-se usar uma coisa distorcida em desenho, para adicionar interesse pitoresco à sua fala ou à sua escrita*(nota de rodapé). Uma frase que eu usei várias vezes é o clássico "I'm really nostalgic about the future" (Eu realmente estou saudoso acerca do futuro).

Isto me lembra a história de um estudante de pós-graduação que havia chegado recentemente neste país, vindo de um dos mais remotos países do mundo. Ele tinha um extenso vocabulário em Inglês, desenvolvido em muitos anos de estudo assíduo. Infelizmente, ele teve poucas oportunidades de falar a língua. Logo depois de sua chegada a este país, o diretor convidou um grupo de estudantes e professores para um chá da tarde. Alguns dos membros da faculdade logo engajaram o novo estudante estrangeiro na conversação. Uma das primeiras perguntas feitas foi "Você é casado? O estudante disse: "Oh, yes, I am most entrancingly married to one of the most exquisite belle of my country, who will soon be arriving here in the United States, ending our temporary bifurcation" (Oh, sim! Eu estou muito arrebatadoramente casado com 1 das

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beldades mais especiais de meu país, que logo estará chegando aqui, nos Estados Unidos, terminando nossa bifurcação temporária). Os membros da faculdade trocaram olhares de interrogação - então, veio a próxima pergunta: "Você tem filhos?" O estudante respondeu: "No". Depois de pensar um pouco, ele decidiu que esta resposta precisava de alguma explicação, então, disse: "You see, my wife is inconceivable" (Vejam, minha esposa é inconcebível). Com isso, seus interlocutores não conseguiram esconder seus sorrisos, de modo que o estudante, percebendo que cometera um passo em falso, decidiu tentar novamente. Ele disse: "Perhaps I should have said that my wife is impregnable" (talvez eu devesse ter dito que minha esposa é inexpugnável). Quando este comentário foi recebido com francas gargalhadas, o estudante resolveu tentar uma vez mais: "I guess I should have said my wife is unbearable " (Eu suponho que deveria ter dito que minha esposa é insuportável).

Deixando de lado a seriedade, há algo, sobre o uso (mais do que sobre o abuso) do Inglês em escrita científica, que merece comentário especial?. Calma, Eu darei a vocês uma resposta tensa/sobre tempo de verbo ("tense answer").

TEMPO DE VERBO NA ESCRITA CIENTÍFICAHá uma convenção especial para escrever artigos científicos que é muito cheia de

truques. Ela tem a ver com tempo de verbo, e é importante, porque seu uso de forma própria deriva da ética científica.

Quando um artigo científico foi validamente publicado em um periódico de originais, ele então passou a ser conhecimento estabelecido. Em conseqüência, toda vez que vocês citarem trabalho previamente publicado, a ética requer que tratem este trabalho com respeito. Vocês o fazem, usando o tempo presente. É correto dizer "Estreptomicina inibe o crescimento de M. tuberculosis (13)". Toda vez que vocês citarem ou discutirem dados previamente publicados, deve-

Nota de rodapé:*NT: fazendo um trocadilho, porque "picturesque", simula "picture", pintura.

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rão usar o tempo presente; estão citando conhecimento estabelecido. Vocês deveriam dizer isso da mesma forma que diriam "A Terra é redonda". (Se foi provada, através de experimentos posteriores, a falsidade de resultados prévios publicados, o uso do passado em vez do presente seria apropriado).

Seus próprios trabalhos atuais deves ser referidos no tempo passado. Presumivelmente, ao relatar seus trabalhos, eles ainda não são conhecimento estabelecido, só depois deles serem publicados. Se vocês determinaram que a temperatura ótima de crescimento para Streptomyces everycolor foi 37°C, vocês deveriam dizer "S. everycolor cresceu melhor a 37°C". Se vocês estão citando trabalho já publicado, possivelmente os seus próprios, é então correto dizer "S. everycolor cresce melhor a 37ºC".

Em um artigo científico típico, vocês normalmente vão e voltam entre os tempos passado e presente. A maioria dos Resumos devem ser no passado, porque vocês estão se referindo a seus próprios resultados presentes. Da mesma forma, as seções de Materiais e Métodos e de Resultados devem ser no passado, à medida que vocês descrevem o que fizeram e o que descobriram. Por outro lado, muito da Introdução e da Discussão deve estar no tempo presente, porque estas seções geralmente enfatizam conhecimento previamente estabelecido.

Suponham que sua pesquisa refira-se ao efeito da estreptomicina em Streptomyces everycolor. O tempo pode variar mais ou menos como se segue.

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No Resumo, vocês devem escrever: "Foi testado o efeito da estreptomicina sobre S. everycolor, crescido em vários meios. O crescimento de S. everycolor, medido em termos de densidade óptica,foi inibido em todos os meios testados. A inibição foi mais pronunciada em altos níveis de pH".

Na Introdução, sentenças típicas podem ser: "A estreptomicina é um antibiótico produzido por Streptomyces griseus (13). Este antibiótico inibe o crescimento de certas outras linhagens de Streptomyces (7, 14, 17). O efeito da estreptomicina em S. everycolor é relatado neste artigo.

Na seção de Materiais e Métodos, vocês deverão escrever: "O efeito da estreptomicina foi testado na inibição do crescimento de S. everycolor, em agar de Tripticase de soja (BBL) e vários outros meios (Tabela 1). Várias temperaturas de crescimento e níveis de pH foram empregados. O crescimento/o/medido em termos de densidade óptica (unidades Klett)".

Nos Resultados, vocês devem escrever: "O crescimento de S. eveycolor foi inibido por estreptomicina em todas as concentrações (Tabela 2) e em todos os níveis de pH (Tabela 3) testados. A inibição máxima ocorreu em pH 8,2; a inibição foi desprezível abaixo do pH 7".

Na Discussão, vocês devem escrever: "S. eveycolor foi mais suscetível a estreptomicina em pH 8,2, enquanto que S. nocolor é mais suscetível em pH 7,6 (13). Várias outras espécies de Streptomyces são mais suscetíveis a estreplomicina mesmo em níveis de pH mais baixos (6, 9, 17).

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Resumindo, vocês devem normalmente usar o tempo presente quando referirem-se a trabalho previamente publicado e devem usar o tempo passado, quando referirem-se a seus resultados presentes.

A principal exceção a esta regra são as áreas de atribuição e de apresentação. E correto dizer: "Smith (9) mostrou que a estreptomicina inibe S. nocolor". E também correto dizer: "A Tabela 4 mostra que a estreptomicina inibiu S. everycolor em todos os níveis de pH". Outra exceção é que os resultados de cálculos e de análises estatísticas devem estar no tempo presente, mesmo que os objetos sobre os quais eles se referem estejam no tempo passado, por exemplo: "Estes valores são significantemente maiores que aqueles das fêmeas da mesma idade, indicando que os machos cresceram mais rapidamente". Ainda outra exceção é uma afirmação geral ou verdade conhecida. Colocando de forma simples, vocês poderiam dizer: "A água foi adicionada e as toalhas ficaram úmidas, o que prova novamente que a água é molhada". Constantemente, vocês irão precisar usar este tipo de variação de tempo: "Quantidades significantes de procolágeno tipo IV foram isoladas. Estes resultados indicam que o procolágeno tipo IV é o constituinte principal da ECM das células de Schwann".

VOZ ATIVA VERSUS VOZ PASSIVAFalemos de voz do verbo. Em qualquer tipo de redação, a voz ativa é usualmente

mais precisa e menos verbosa que a voz passiva. (Isto não é sempre verdade; se fosse, vocês teriam um Décimo Primeiro Mandamento: "A voz passiva nunca deve ser usada"). Por que, então, os cientistas insistem em usar a voz passiva? Talvez este mau hábito seja o resultado da idéia errônea de que é algo indelicado usar os pronomes na primeira pessoa. Em conseqüência, o cientista tipicamente usa certas afirmações verbosas e imprecisas, como "It was found that" (foi descoberto que), preferencialmente à expressão curta e sem ambigüidade "I found" (Eu descobri/encontrei).

Eu, com isso, peço a todos os cientistas jovens que renunciem à falsa modéstia das gerações passadas de cientistas. Não tenham medo de nomear o agente da ação na

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sentença, mesmo quando for "Eu" ou "Nós". Uma vez que vocês adquiram o hábito de dizer "Eu descobri", vocês também descobrirão que têm a tendência a escrever "S. aureus produziu lactato", em vez de "Lactato foi produzido por S. aureus". (Notem que a afirmação "ativa" tem três palavras; a passiva requer cinco.)

Vocês podem evitar a voz passiva, dizendo: "Os autores encontraram", em vez de "Foi encontrado". Comparado com o simples "nós", entretanto, "os autores" é pretensioso, verboso e impreciso (que autores?).

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EUFEMISMOS

Em redação científica, palavras e frases eufemísticas normalmente não devem ser usadas. A realidade áspera da morte não é melhorada, substituindo-a por "passamento". Animais de laboratório não são "sacrificados" como se os cientistas fossem engajados em exercícios religiosos de iniciação. Eles são mortos e isso é isso. O Manual de Estilo da CBE (Comitê de Manual de Estilo do Conselho de Editores de Biologia, 1983) cita um belo exemplo deste tipo de eufemismo: "Alguns na população sofreram conseqüências mortais do Chumbo na farinha". O Manual, então corrigiu esta sentença, adicionando considerável clareza, ao mesmo tempo que eliminava o eufemismo: "Algumas pessoas morreram por comer pão feito com farinha contaminada por Chumbo". Recentemente, eu dei essa sentença de "conseqüências mortais" aos estudantes de pós-graduação numa questão de um teste sobre redação científica. A maioria foi simplesmente incapaz de dizer "morte". Por outro lado, eu recebi algumas respostas criativas. Duas delas, que gostei particularmente, foram: "Tire o Chumbo" e "Alguns foram mortos a partir do Chumbo no pão".

SINGULAR E PLURAL

Se vocês usarem pronomes pessoais da primeira pessoa, usem tanto as formas no singular quanto as no plural, de acordo com a necessidade. Não usem o "we"(nós) editorial no lugar de "I" (eu). O uso do "nós" por um único autor é ultrajantemente pedante.

Um dos erros mais freqüentes em artigos científicos é o uso de termos no plural, quando a forma no singular poderia ser correta.

FiguraDescrição de figura: Desenho em quadrinho de Johny Hart. No primeiro quadrinho há a figura de uma caverna. No segundo quadrinho há uma caverna e a figura de uma pessoa caída ao chão.Legenda:Loja de Departamentos-Tem bifes, Jerry?-Eu tenho que ser mais cuidadoso sobre o significado das palavras.

Com permissão de Jonny Hart e Creators Syndicate, Inc. (Tradução adaptada.)

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Por exemplo, vocês devem dizer "10g foi adicionado" e não "10g foram adicionados" (em Inglês). Isto porque uma única quantidade foi adicionada. Somente se 10 g foram adicionados, lg de cada vez, seria correto dizer "10 g foram adicionados".

O problema de singular-plural também aplica-se a substantivos. O problema é

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grave em redação científica, especialmente em Biologia, porque muitas de nossas palavras são formas derivadas do latim. Muitas dessas palavras retêm seus plurais latinos; pelo menos elas o fazem, quando usadas por escritores cuidadosos.

Muitas dessas palavras (por exemplo, data - dados -, media - meios) têm entrado no discurso popular, onde o plural latino "a" é simplesmente desconsiderado como um plural. Muitas pessoas habitualmente usam construções do tipo "data is" (dados é) e provavelmente nunca usaram o verdadeiro singular, datum (dado, em Latim). Infelizmente, esse uso relaxado tornou-se tão comum fora da Ciência que mesmo certos dicionários o toleram. O Tenth New Collegiate Dictionary (Décimo Novo Dicionário Acadêmico) da Webster, por exemplo, dá "the data is plentiful" (Data é abundante), como um exemplo de uso aceitável. "O escritor cuidadoso" (Bernstein, 1965), entretanto, diz que "O uso de data como se ele fosse um nome no singular é um solecismo (erro) comum".

Este problema de "plural" foi comentado por Sir Ashley Miles, o eminente microbiologista e professor de The London Hospital Medical College (Faculdade de Medicina do Hospital de Londres), em uma carta a mim enviada como Editor das ASM News (44:600, 1978) (Notícias da Associação da ASM).

(início de citação) Uma Memoranda (memorandos) sobre Motilidade Bacteriana. A mobilidade de uma bactéria é um fenômeno que tem recebido muita atenção, especialmente em relação à estrutura da flagella (flagelos) e o efeito de uma antisera (antisoros) sobre ela. Nenhuma data (dados) exploratória está disponível; nenhuma criteria (critérios) de pros'a é reconhecida; mesmo uma melhor media (meios) que possa ser usada é desconhecida e nenhuma visão dos vários níveis de abordagem científica indica qualquer outra strata (estratos) ou muitos stratae (como se fosse plural de strata, que já é plural de stratum; em Latim, palavras de singular "a" têm plural "ae"), dos quais as respostas possam emergir. Flagellae (como plural de flagella, que já é plural de flagelum) estão intrincados como as bacteriae (como plural de bactéria, que já é plural de bacterium) que os portam. (fim de citação)

PROBLEMAS COM SUBSTANTIVOS

Um outro problema freqüente em redação científica é a verbosidade que resulta do uso de substantivos abstratos. Esta doença é curada, transformando os substantivos em verbos. "Examination of the patients was carried out" (Exame dos pacientes foi feito) deve ser substituído pela expressão mais direta "I examined the patients" (Examinei os pacientes); "separation of the compounds

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was accomplished" (separação dos compostos foi finalizada) pode ser substituída por "the compounds were separated" (os compostos foram separados); "transformation of the equations was achieved" (transformação das equações foi realizada) pode ser substituída por "the equations were transformed" (as equações foram transformadas).

Um outro problema com substantivos resulta do uso deles como adjetivos. Normalmente, não há problemas com tal uso, mas vocês devem ficar atentos para problemas especiais. Nós não temos problema com "liver disease" (doença do fígado) (mesmo que o adjetivo hepático pudesse ser um substituto para "liver" - próprio do fígado, substantivo adjetivado anteposto a um substantivo). O aspecto do problema é ilustrado pelas seguintes sentenças de minha autobiografia: "When I was 10 years old, my parents sent me to a child psychiatrist. I went for a year and a half. The kid didn't help me at ali" (Quando eu tinha 10 anos de idade, meus pais enviaram-me para um psiquiatra infantil.

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Eu fui por um ano e meio. O garoto / cabrito / logro /caçoada - kid pode significar muitas coisas, além de criança - não me ajudou, afinal). Eu uma vez vi um anúncio, em The New York Times, de todos os lugares, com o título "Good News for Home Sewers" (Boas novas para costureiras / cloacas domésticas); não consegui perceber se se tratava de um anúncio sobre compostos para limpeza de canos ou para agulhas e linhas.

O problema toma-se pior quando conjuntos de nome são usados como adjetivos, especialmente quando adjetivos verdadeiros aparecem na construção. "Tissue culture response" (resposta da cultura de tecido) é desajeitado; "infected tissue culture response" (resposta da cultura de tecido com infecção) é incompreensível (a não ser que as resposta possam ser infectadas).

Vocês impressionarão os editores do periódico, e talvez suas famílias e amigos, se pararem de cometer quaisquer erros óbvios de gramática e de ortografia, que possam ter caracterizado suas falas e seus discursos anteriormente. O Apêndice 3 lista certas palavras e expressões comumente vistas em redação científica, que são freqüentemente escritas ortograficamente erradas ou mal usadas.

NÚMEROS

Primeiro, a regra: Números de um dígito devem ser escritos; números de dois ou mais dígitos devem ser expressos como numerais. Vocês deverão escrevei "três experimentos" ou "13 experimentos". Agora, as exceções: Com unidades de medida padrões, sempre usem numerais. Vocês escreverão "3 ml" ou "13 ml". A única exceção à exceção é que não devem começar uma sentença com mi) numerai. Vocês devem mesmo refrasear a sentença ou escrever por extenso,

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tanto o número, como a unidade de medida. Por exemplo, suas sentenças poderiam começar com "O reagente A (3 ml) foi adicionado" ou elas poderiam começar com "Três mililitros do reagente A foi adicionado". Na verdade, há ainda outra exceção, embora ela raramente apareça. Em uma sentença, contendo uma série de números, se pelo menos um deles for de mais de um dígito, todos os números devem ser expressos com numerais. (Exemplo: "Eu dei água para 3 cientistas, leite para 6 cientistas e cerveja para 11 cientistas").

Referi-me à "regra", porque esse emprego é de fato muito usado. Entretanto, o uso varia. The Chicago Manual of Style (Manual de estilo de Chicago) (1993) especifica que números de um ou dois dígitos (um a noventa e nove) podem ser representados por escrito. O Style Manual Committee, Council of Biology Editors (Comitê de Manual de Estilo, Conselho de Editores de Biologia) (1994), especifica numerais para tudo que pode ser contado (1 de suas recomendações com a qual eu não me preocupo).

MISCELÂNEA

A propósito de nada, eu menciono que o Inglês é uma língua estranha. Não é curioso que o tempo passado de "have" ("had") seja convertido para o particípio passado simplesmente por repetição?: "He had had a serious illness" (Ele andou tendo uma doença séria). Estranhamente, é possível colocar em seguida 11 "hads" em uma lista, num sentença gramaticalmente correta. Se descrevermos a reação de um professor a confusões feitas pelos estudantes John e Jim, podemos dizer: "John, where Jim had had "had", had had "had had"; "had had" had had an unusual effect on the teacher" (John, onde Jim colocou "had", colocou "had had"; "had had" teve um efeito inesperado no professor). Aquela palavra peculiar "that" (que, aquele/a) pode também aparecer repetida

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várias vezes, como nesta sentença: "He said, in speaking of the word "that", that that "that" that that student referred to was not that "that" that that other student referred to" (Ele disse, falando da palavra "that", que aquele "that" a que aquele estudante referiu-se, não é aquele "that" a que aquele outro estudante referiu-se).

Os "hads" e os "thats" enfileirados mostram o poder da pontuação. Como um último exemplo, eu agora vou dar um pequeno jogo de salão sobre gramática, que vocês podem querer tentar com seus amigos. Forneçam um pedaço de papel a cada pessoa do grapo e peçam a eles que coloquem qualquer pontuação para a seguinte sentença de sete palavras: "Woman without her man is a savage" (Mulher sem seu homem é um/uma selvagem). O macho chauvinista médio rapidamente responde que a sentença não necessita de pontuação e que está correta (Mulher sem seu homem é uma selvagem). Haverá alguns pedantes, entre os machos chauvinistas, que colocarão vírgulas, formando oração interca-

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lada: "Women, without her man, is a savage" (Mulher, sem seu homem, é uma selvagem). Gramaticalmente, isto também está correio. Uma feminista, entretanto, e ocasionalmente um homem liberal, colocará um hífen após "woman" e uma vírgula depois de "her". Então, teremos: "Woman - without her, man is a savage" (Mulher - sem ela, o homem é um selvagem).

Seriamente, nós todos precisamos chegar a entender que a masculinização na língua tem resultados "selvagens". Escrita científica tem sido publicada para nos mostrar como evitar o uso de linguagem masculinizada (American Psychological Association, 1994: Maggio, 1997).

Deixe-me finalizar onde eu comecei, de novo enfatizando a importância da sintaxe. Toda vez que a compreensão sair pela janela, erros de sintaxe são geralmente os responsáveis. As vezes, erro de sintaxe é simplesmente engraçado e a compreensão não é perdida, como nestes dois itens, selecionados de anúncios: "For sale, fine German Shepherd dog, obedient, well trained, will eat anything, very fond of children" (À venda, um bom cachorro German Shepherd, obediente, bem treinado, comerá qualquer coisa, gosta muito de crianças). "For sale, fine grand piano, by a lady, with three legs" (A venda, um piano grande em bom estado, por uma senhora, com três pernas).

Mas olhem para esta sentença, que é semelhante a milhares que têm aparecido na literatura científica: "Thymic humoral factor (THF) is a single heat-stable polypeptide isolated from calf thymus composed of 31 amino acids with molecular weight of 3,200" (Fator humoral do timo - THF - é um polipeptídeo termoestável simples isolado de timo de bezerro de 31 aminoácidos com peso molecular de 3.200). A frase "with molecular weight of 3,200" (com peso molecular de 3.200) deveria logicamente ser complemento do nome precedente "acids" (ácidos), querendo dizer que os aminoácidos têm um peso molecular de 3.200. Menos lógico, talvez, seria que o timo do bezerro tivesse um peso molecular de 3.200. Menos lógico ainda (por causa de sua distância na sentença) seria o THF ter um peso molecular de 3.200, mas, de fato, isto era que o autor estava tentando nos dizer.

Se vocês têm qualquer interesse, qualquer que seja, de aprender mais efetivamente o uso do Inglês, vocês deveriam ler The Elements of Style (Os elementos do Estilo) de Strunk e White (1979). Os "elementos" são dados brevemente (em 85 páginas!) e claramente. Qualquer um, que escreve algo, deve ler e usar este famoso li vrinho. Depois que tiverem dominado Struck e White, prossigam imediatamente com o Fowler (1965). Não o revendam; não economizem 200 dólares. Claro, se vocês realmente querem ter um monopólio sobre bom Inglês científico, comprem três cópias (uma para o escritório, outra para o laboratório, uma para casa) deste livro, soberbo à quintessência, chamado Scientific English (Inglês Científico) (Day, 1995).

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CAPÍTULO 33Evitando Jargão

(início da epígrafe) Confusão é a doença da escrita americana. Nós somos uma sociedade estrangulada por palavras desnecessárias, construções circulares, balangandãs pomposos e jargões sem sentido. (fim da epígrafe).

William Zinsser

DEFINIÇÃO DE JARGÃO

De acordo com os dicionários (por exemplo, Tenth New Collegiate Dictionary - Décimo Novo Dicionário Acadêmico da Webster), há três definições parajargão: "(1) linguagem confusa, inteligível; estranha, bizarra, ou linguagem bárbara ou dialeto; (2) terminologia técnica ou idioma característico de uma atividade especial ou grupo; (3) linguagem obscura e geralmente pretensiosa, marcada por circunlóquios e palavras longas".

Todos os três tipos de jargão devem ser evitados, se possível. O uso descrito na primeira e na terceira definições devem ser sempre evitados. A segunda definição ("terminologia técnica") é muito mais difícil de evitar na redação científica, mas escritores perfeitos aprenderam que terminologia técnica pode ser usada depois que ela foi definida ou explicada. Obviamente, vocês estão escrevendo para uma audiência treinada tecnicamente; somente os termos técnicos pouco usuais precisam de explicação.

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RESMUNGOS E OUTROS PECADOS

O tipo mais comum de verbosidade que aflige os autores é o jargão científico. Esta síndrome é caracterizada, em casos extremos, por uma total omissão de palavras com poucas sílabas. Escritores com esse mal nunca usam qualquer coisa - eles utilizam . Eles nunca fazem - eles realizam. Eles nunca começam -eles iniciam. Eles nunca acabam - eles finalizam (ou terminam). Eles nunca fazem – eles fabricam. Eles usam inicial, em vez de primeiro, derradeiro, em vez de último, que antecede a, em vez de antes, subseqüente a, em vez de depois, milita contra, em vez de proíbe, suficiente, em vez de bastante e pleno, em vez de muito. Um autor ocasional irá cochilar e usar a palavra droga, mas muitos irão salivar antecipadamente, como cachorros de Pavlov, usando agente quimioterápico. (Espero que o nome Pavlov faça soar um sino). Quem usaria a palavra simples agora, quando puder usar a elegante expressão neste momento!

Stuart Chase (1954) contou a história de um encanador que escreveu ao Departamento de Padronização, dizendo que ele descobriu que o ácido clorídrico é bom para a limpar cano entupido. O Departamento escreveu de volta "A eficácia do ácido clorídrico é incontestável, mas o resíduo de Cloro é incompatível com a estabilidade metálica". O encanador respondeu que ele ficava contente que o Departamento havia concordado. O Departamento tentou novamente, escrevendo: "Nós não podemos assumir a responsabilidade da produção de resíduos tóxicos e não tóxicos com o uso de ácido clorídrico e sugerimos que use um procedimento alternativo". O encanador novamente disse que estava contente por ter o Departamento concordado com ele. Finalmente, o Departamento escreveu ao encanador: "Não use ácido clorídrico; ele faz os canos

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comerem o pão que o diabo amassou".Não devemos comparar um cientista a um encanador, ou o cientista é, talvez,

mais glorificado? Com aquele título de Doutor em Filosofia (PhD - Doutor), deveria o cientista conhecer algo de Filosofia? Eu concordo com John W. Gardner, que disse: "A sociedade que despreza a importância de ser encanador, porque o ofício de encanador é uma atividade subalterna, e tolera filosofia de segunda classe, porque é uma atividade exaltada, não terá nem bons encanadores nem boa filosofia. Nem seus canos, nem suas teorias irão segurar água (Tanto seus canos, quanto suas teorias farão água)" (Science News, p. 137, 2 de março de 1974).

Gosto da forma como Aaronson (1977) colocou a questão: "Muito fre-qüentemente, contudo, o jargão de especialistas da Ciência são como retórica política e murmúrios burocráticos - soa mal, é difícil de entender e desajeitado. Os que o usam freqüentemente fazem-no, porque preferem palavras abstratas, pretensiosas, às simples e concretas.

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O problema com jargão científico é que é uma linguagem especial, o significado dele 6 conhecido somente por um grupo especializado que "está por dentro". A Ciência deveria ser universal e, portanto, qualquer artigo científico deveria ser escrito em uma linguagem universal.

Talvez Theodore Roosevelt tivesse um propósito mais xenofóbico em mente, quando ele compôs a seguinte sentença em uma carta lida no All-American Festival (Festival de Toda a América), Nova Iorque, 5 de janeiro de 1919, mas sua fala adapta-se perfeitamente à escrita científica: "Nós temos lugar para somente uma linguagem aqui, e esta é a língua inglesa, para isso, pretendemos fazer com que o crisol transforme nosso povo em americanos e não em habitantes de uma pensão poliglota".

Por acreditar piamente que o templo da Ciência não deva ser uma pensão poliglota, eu acredito que todo cientista deva evitar jargão. Evitem-no, não apenas às vezes, evitem-no sempre.

Claro, vocês terão de usar terminologia especializada, ocasionalmente. Se tal terminologia é facilmente inteligível por praticantes e estudantes do ramo, não há problema. Se a terminologia não é reconhecível por qualquer parcela de suas audiências, vocês devem (1) usar uma terminologia mais simples ou (2) definir cuidadosamente os termos esotéricos (jargão científico) que estão usando. Em resumo, vocês não devem escrever para mais ou menos meia dúzia de pessoas que estão fazendo exatamente seus tipos de trabalho. Devem escrever para as centenas de pessoas cujos trabalhos são apenas parcialmente relacionados com os seus, mas que podem querer ou precisar conhecer algum aspecto particular de seus trabalhos.

LEMAS PELOS QUAIS VIVER

Aqui estão alguns conceitos importantes que todos os leitores deste livro deveriam seguir. Ele são, entretanto, expressos em jargão científico típico. Com um pequeno esforço, vocês podem provavelmente traduzir estas sentenças para um Inglês mais simples:

1. Como um ponto em pauta, outras autoridades propuseram que é melhor deixarem-se caninos adormecidos em uma posição ociosa.2. Um desejo incrivelmente insaciável, de entender o que estava acontecendo, levou ao falecimento este Felis catus em particular.3. Há um grande corpo de evidências que claramente indica que membros do gênero

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Mus tendem a se engajar em atividade lúdica, enquanto o felino está em lugar remoto em relação aonde estão.4. Desde tempos imemoriais, é sabido que a ingestão de uma "maça" (isto é, o

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fruto de qualquer árvore do gênero Malus, a dita fruta sendo usualmente redonda e de cor vermelha, amarela ou verde), numa base de uma por dia, com absoluta certeza, manterá um membro primário de um estabelecimento de cuidados com a saúde longe de seu ambiente de trabalho.5. Mesmo com o protocolo experimental mais sofisticado, é muitíssimo pouco provável que a capacidade de realizar façanha novelesca de prestidigitação possa ser instilada em um canino aposentado.6. Um conglomerado sedimentar em movimento para baixo, num declive, não ganha adição de material musgoso.7. Os dados experimentais resultantes indicam que não há utilidade em desancar um eqüino falecido.

Se vocês tiveram um desses problemas, aqui está a tradução, livre de jargão:1. "Let sleeping dogs lie" (Deixem dormindo cães deitados).2. "Curiosity killed the cat" (A curiosidade matou o gato).3. "When the cat's away, the mice will play" (Quando o gato sai, o rato se diverte).4. "An apple a day keeps the doctor away" (Uma maçã por dia mantém o médico à distância).5. "You can't teach old dogs new tricks" (Você não pode ensinar traques novos a cães velhos).6. "A rolling stone gathers no moss" (Uma pedra rolando não cria musgo).7. "Don't beat a dead horse" (Não bata em cavalo morto).

BUROCRÁTESE

Lastimavelmente, um número grande demais de escritores científicos enquadram-se na primeira e na terceira definições de jargão. Bastante freqüentemente, os cientistas assemelham-se ao legendário Henry B. Quill, o burocrata descrito por Meyer (1977): "Quill determinou a língua mãe do governo. Ele poliu seus verbos, camuflou seus sujeitos e escondeu tudo em um subterrâneo de complementos nominais e verbais. Ele encheu de fitas, enfeitou e colocou franjas, dando expressões elaboradas a pensamentos desprezíveis, mexericando [sic], usando subterfúgios e anunciando o óbvio. Ele espalhou generalidades como uma inundação em um longo vale baixo. Ele polvilhou tudo com aspectos, possibilidades, alternativas, efetuações, análises, maximizações, implementações, contra-indicações c complementações. Na sua melhor forma, estabeleceu-se completa imobilidade, durando, às vezes, por dúzias de páginas".

Alguns jargões ou burocráteses são fabricados com palavras claras e simples, mas, quando as palavras são colocadas juntas em uma profusão que pare-

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ce sem fim, seus significados não ficam claramente evidentes. Examinem o seguinte, uma importante regulamentação federal (Code of Federal Regulations -Código de Regulamentações Federais, Título 36, Parágrafo 50.10, EUA), designada para proteger árvores contra lesão; este aviso foi colocado nas áreas de recreação do National Capital Park and Planning Commission (Parque da Capital Nacional e Comissão de

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Planejamento), na área de Washington:

(início de citação) ÁRVORES, ARBUSTOS, PLANTAS, GRAMADO E OUTRA VEGETAÇÃO

(a) Lesão geral. Nenhuma pessoa pode podar, cortar, levar embora, arrancar, cavar, abater, perfurar, mudar, serrar, lascar, mover, rachar, escalar, molestar, tomar, quebrar, destruir, colocar fogo, queimar, chamuscar, pintar, marcar ou fazer qualquer coisa que interfira com, mexa com, mutile, mal use, perturbe ou danifique qualquer árvore, arbusto, planta, gramado, flor ou parte deles, nem qualquer pessoa poderá permitir que qualquer produto químico, quer sólido, líquido ou gasoso, possa infiltrar-se, seja gotejado, drenado ou sirva para preencher, seja aspergido, usado para sujar por fora ou injetado dentro de qualquer árvore, arbusto, planta, gramado, flor ou parte deles, exceto quando especificado, autorizado por autoridade competente; nem qualquer pessoa irá fazer fogueiras ou construir posto ou usar qualquer caldeira de piche, fogareiro, rolo de asfaltamento ou outro aparelho dentro de uma área coberta por esta parte, de maneira que o vapor, fumaças ou calor deles provenientes possam lesar qualquer árvore ou outra vegetação.(TRADUÇÃO: Não causem confusão com coisas que crescem.) (fim de citação)

O Jargão não envolve necessariamente o uso de palavras especializadas. Em face da escolha de duas palavras, o jargonista sempre seleciona a mais longa. Esse jargonista obtém seu prazer, entretanto, transformando afirmações

FiguraDescrição de figura: Quadrinhos de Calvin e Hobbes. No primeiro quadrinho aparece Calvin e seu pai. No segundo, aparece apenas Calvin. O terceiro mostra Calvin e no quarto quadrinho aparece Calvin e seu pai.Legenda:Calvin -Ei pai, sabe o que eu percebi? Que significado das palavras não é uma coisa fixa! Qualquer palavra pode significar qualquer coisa.Calvin -Dando às palavras novos significados, o inglês comum pode tornar-se um código exclusivo ! Duas gerações podem ser divididas pela mesma língua.Calvin –Com esta finalidade, estarei inventando novas definições para palavras comuns, de forma que sejamos incapazes de nos comunicar.Calvin –Não acha que isto é totalmente cozinheiro? Está bem lubrificado, estou em fase.Pai –Maravi. fabric. longe fora.

por Bill Watterson CALVIN AND HOBBES, Direitos autorais de Watterson 1992. Distrib. por UNIVERSAL PRESS SYNDICATE. Reimpresso com permissão. Todos os direitos reservados.

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curtas e simples em uma longa fileira de palavras. E, usualmente, a palavra mais longa ou a série de palavras mais longa não é tão clara como a expressão simples. Eu desafio qualquer um a mostrar como "at this point in time" (neste momento) quer dizer, em seu modo enfadonho, mais do que a simples palavra "now" (agora). O conceito denotado por "if' (se) não melhora, substituindo-o pela expressão pomposa "in the event that" (no caso em que).

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CASOS ESPECIAIS

Talvez a pior ofensa seja a palavra "case" (caso). Não há problema com um caso sobre conservas ou mesmo um caso sobre gripe. Entretanto, 99% dos usos da palavra caso é jargão. Em caso de vocês pensarem que 99% é muito alto, façam seus próprios estudos. Ainda que minha porcentagem seja muito alta, um bom caso pode ser criado pelo fato de "case" ser usado em muitos casos.

Uma outra palavra que eu considero ofensiva (em todos os casos) é a palavra "interface". Desde que eu me conheço por gente, o único momento que as pessoas podem estar em interface é quando elas se beijam.

Uma outra palavra que causa problemas (em alguns casos) é "about" (advérbio quase, por pouco, aproximadamente, pouco menos, proximamente, a pouca distância, em redor, em volta, por todos os lados, aqui e ali, para cá e para lá, em direção contrária, em direção oposta, a par de, à altura de, um após o outro, pouco a pouco; prep.: ocupado com, interessado em, relativo a, a respeito de, acerca de, sobre, perto de, nas imediações de, junto a, cerca de, próximo de, em redor de, em volta de, munido de, na posse de, prestes a, disposto a, de um lado para o outro, aqui e ali, em cima de), não porque é usada, mas porque é evitada. Como assinalado por Weiss (1982), os escritores parecem relutantes em usar a palavra clara e comum que é "about" e, em vez disso, usam substitutos mais cheios de palavras e menos claros, tais como:

approximately - aproximadamente in connection with - em conexão comin reference to - em referência ain relation to - em relação a regarding - de acordo comin the matter of - no caso dein the range of - na proporção dein the vicinity of - na vizinhança demore or Icss - mais ou menoson the onler of - en ordem deon the subject of - no assunto depursuant to - conformere – rereference - referênciarelating to the subject matter of- relacionado ao assunto derelative to - relativo arespecting - a respeito dewithin the ballpark of- dentro do escopo dewith regard to - com relação awith respect to - com respeito a

No Apêndice 4, eu coletei algumas "Palavras e Expressões a Evitar". Uma lista similar, para consulta, com boa qualidade, foi publicada por O'Connor e

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Woodford (1975). Não é necessariamente impróprio usar qualquer destas palavras ou expressões ocasionalmente, se vocês as usam repetidamente, entretanto, estão escrevendo em jargão e seus leitores estão sofrendo.

Talvez a forma mais comum de criar uma nova palavra é o hábito jargonista de transformar substantivos em verbos. Um exemplo clássico apareceu em um manuscrito

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onde se lê: "Uma pessoa arrisca-se expor-se, ao nadar em lagoas e riachos perto de local que o gado deixou pastorizado ('pasturized' - de pasture, pasto, pastagem)". O editor de cópia, sabendo que não havia uma palavra como pastorizado, mudou-a para "pasteurizado". (Eu não vejo nada errado com isso. Se vocês podem pasteurizar o leite, eu presumo que possam pasteurizar a matéria-prima dele.)

Em suas próprias pastagens, os cientistas são, claro, muito especialistas, mas eles amiúde sucumbem ao pedantismo, ao jargão, à expressões estranhas, transmitindo mais do que o leitor quer ou precisa saber. Como o novelista inglês George Elliot disse: "Abençoado é o homem que, não tendo nada para dizer, abstém-se de dar-nos uma verbosa evidência deste fato".

Se vocês precisam mostrar seus maravilhosos vocabulários, assegurem-se de que estão usando as palavras certas. Eu gosto da história que Lederer (1987) contou sobre o cientista da NASA Wernher von Braun: "Após uma de suas falas, von Braun surpreendeu-se brindando, com taças de coquetel, com uma adorável mulher da audiência.

" 'Dr. Von Braun', a mulher jorrou, 'Eu amei seu discurso e considerei-o de valor absolutamente infinitesimal!' ".

" 'Bem, então', falou von Braun sufocado, 'Eu espero que ele seja publicado postumamente' ".

" 'Oh, sim!' a mulher retrucou logo a seguir: 'E o mais rápido possível' ".Lembrei-me de dois balonistas aventureiros que, descendo lentamente, após uma

longa viagem, num dia nebuloso, olharam para o solo abaixo e não tiveram a mais remota idéia de onde estavam. Isto aconteceu, porque eles estavam flutuando sobre os terrenos de um de nossos mais famosos institutos de pesquisa científica. Quando os balonistas viram um homem andando ao lado da estrada, um chamou-o, "Ei, senhor, onde estamos?" O homem olhou para cima, tomou posição e, depois de alguns momentos de reflexão, disse, "Vocês estão em um balão de ar quente". Um balonista virou-se para o outro e disse, "Eu aposto que aquele homem é um cientista". O outro balonista disse, "O que o faz pensar isso? "Ao que o primeiro respondeu, "Sua resposta é perfeitamente precisa - e totalmente inútil".

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CAPÍTULO 34Como e Quando Utilizar Abreviações

(início de epígrafe) Autores que usam abreviações de forma extravagante, deveriam ser reprimidos. (fim de epígrafe)

Maeve O'ConnorPRINCÍPIOS GERAIS

Muitos editores experientes detestam abreviações. Alguns editores prefeririam que elas não fossem usadas de forma alguma, exceto no caso de unidades de medida padronizadas do Sistema Internacional de Unidades (SI) e seus prefixos, abreviações para as quais há permissão em todos os periódicos. Muitos periódicos também pennitem, sem definição, algumas abreviações padrões, do Latim, como etc. (et cetera - e outras coisas), et ai. (et álibi - em outro lugar -ou et alia - e outras coisas - ou et alii - e outros), i. e. (id est - isto é) e e.g. (exempli gratia - por exemplo). (As abreviações i.e. e e.g. são amiúde mal empregadas; propriamente usadas, i.e. significa "isto é", enquanto que e.g. significa "por exemplo"). Em suas próprias escritas, convém usar as abreviações o mínimo possível. O editor irá olhar mais gentilmente para seus artigos e os leitores de seus artigos o abençoarão para sempre. Mais pregação a respeito disso não seria

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necessário, porque, por enquanto, vocês mesmos não têm dúvida em ser contra abreviações não definidas e indecifráveis na literatura. Lembrem-se de como ficaram enraivecidos, quando se depararam com estes enigmas e juntem-se a mim, agora, num voto de nunca mais poluir a literatura científica com uma abreviação não definida.

O "como" usar abreviações é fácil, porque muitos periódicos usam a mesma convenção, Quando planejarem usar abreviações, vocês as introduzem, es-

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crevendo a palavra ou termo primeiro, seguido da abreviação entre parênteses. A primeira sentença da Introdução de um artigo poderia ser: "Plasmídios bacterianos, sendo pequenas moléculas de ácido desoxinibonucléico (I)NA), que replicam autonomamente, são modelos promissores para o estudo da replicação de DNA e seu controle".

O "quando" usar abreviações é muito mais difícil. Várias linhas mestras gerais podem ser úteis.

Primeiro, nunca usem uma abreviação no título de uni artigo. Muito poucos periódicos permitem abreviações em títulos e o uso delas é fortemente desaconselhado pelos serviços de indexação e de resumos. Se a abreviação não é uma padronizada, os serviços de recuperação de literatura ver-se-ão em face de um problema difícil ou de resolução impossível. Ainda que a abreviação seja padrão, surgirão problemas de indexação e outros. Um problema maior é que abreviações aceitas têm o hábito de mudar; as abreviações de hoje podem ser irreconhecíveis alguns anos mais tarde. Comparações de certas abreviações como listadas em várias edições do Council of Biology Editors Manual of Style (Manual de Estilo do Conselho de Editores de Biologia) enfatiza este ponto. Mudanças drásticas ocorrem quando a terminologia em si muda. Os estudantes de hoje têm problema com a abreviação "DPN" (que é padrão para "difosfopiridina nucleotídeo"), porque o nome, em si, foi mudado para "nicotinamida adenina dinucleotídeo", cuja abreviação é "NAD".

As abreviações não devem estar quase nunca no Resumo. Somente se vocês usarem um nome muito longo, um grande número de vezes, vocês devem pensar em abreviação. Se usarem qualquer abreviação, devem defini-la na primeira vez em que a usarem no Resumo. Lembrem-se de que o Resumo ficará isolado em quaisquer das publicações de resumos cobertas pelo periódico, no qual seus artigos aparecem.

No texto em si, as abreviações devem ser usadas. Elas servem ao propósito de diminuir custos de impressão, reduzindo um pouco o artigo. De maior importância, elas enriquecem o leitor, quando usadas judiciosamente. Tendo acabado de escrever a palavra "importantly" (de maior importância), eu lembrei-me que meus filhos uma vez referiram-se a mim como "o FIP" (Fairly importam person - pessoa importante razoavelmente/completamente confiável). Eles sabiam que eu ainda não havia me transformado num VIP (Very Important Person - pessoa muito importante).

BOA PRÁTICA

Uma boa forma de praticar é verificar a grafia de Iodos os lermos, quando se escreve o primeiro rascunho do manuscrito. Então, examinem o manuscrito

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quanto à repetição de longas palavras ou frases que podem ser candidatas a abreviações. Não abreviem um termo que é usado somente algumas vezes, no artigo. Se o termo é usado com pequena freqüência - digamos, entre três a seis vezes, - e existe uma abreviação padrão para este termo, introduzam e usem a abreviação. (Alguns

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periódicos permitem o uso de algumas abreviações padrões sem a definição no primeiro uso). Se não existem abreviações padrões, não as fabriquem, a não ser que o termo seja usado freqüentemente ou seja um termo incômodo, muito longo, que realmente clama por uma abreviação.

Geralmente, vocês podem evitar abreviações, usando os pronomes apropriados (ele/ela, no/na, eles/elas, nos/nas), desde que o antecedente seja claro, ou usando uma expressão substituta, tal como "o inibidor", "o substrato", "a droga", "a enzima" ou "o ácido".

Usualmente, vocês deveriam introduzir as abreviações, uma a uma, à medida que elas aparecem pela primeira vez no texto. Por outro lado, vocês podem considerar pertinente usar um parágrafo separado (com o subtítulo "Abreviações Usadas") na Introdução ou em Materiais e Métodos. O último sistema (pedido por certos periódicos) é especialmente útil, se os nomes dos reagentes relatados, como um grupo de compostos químicos, forem ser usados na forma abreviada, mais (arde, no artigo.

UNIDADES DE MEDIDA

As unidades de medida são abreviadas, quando usadas com valores numéricos. Vocês deveriam escrever "4 mg foi adicionado". (A mesma abreviação é usada para o singular e para o plural). Quando usadas sem os numerais, entretanto, as unidades de medida não são abreviadas. Vocês deveriam escrever "A atividade específica é expressa em microgramas de adenosina trifosfato incorporado, por miligrama de proteína, por hora".

O uso da barra diagonal, sem cuidado, pode causar confusão. Este problema surge, freqüentemente, no estabelecimento de concentrações. Se vocês disserem que "4 mg/ml de sulfeto de sódio foi adicionado", o que isto significa? Isto significa "por mililitro de sulfeto de sódio" (a tradução literal) ou pode-se assumir, sem problema, que querem dizer "por mililitro da mistura de reação" ? É mais claro escrever "4 mg de sulfeto de sódio foi adicionado por mililitro de meio".

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PROBLEMAS ESPECIAIS

Um problema comum com as abreviações diz respeito ao uso de "a" ou "an" (um/uma). Vocês devem escrever "a M.S. degree" ou "an M.S. degree" (um grau M.S.)? Relembrem-se da velha regra que vocês devem usar "a" com palavras iniciadas com um som de consoante e "an" com palavras que comecem com sons de vogais (e.g., a letra "eme"). Porque em Ciência devemos apenas usar abreviações comuns, aquelas que não precisam ser gravadas na mente dos leitores, a própria escolha do artigo pode estar relacionada ao som da primeira letra da abreviação, não ao som da primeira letra do termo escrito por extenso. Assim, embora seja correto escrever "a Master of Science degree", é incorreto escrever "a M.S. degree". Porque o leitor lê "M.S." como "em ess", a construção própria é "an M.S. degree".

Em Biologia, é costumeiro abreviar nomes genéricos de organismos depois do primeiro uso. No primeiro uso, vocês devem escrever por extenso "Streptomyces griseus". Nos próximos usos, podem abreviar o nome do gênero, mas não o epíteto da espécie: S. griseus. Suponha, entretanto, que vocês estejam escrevendo um artigo que se refira tanto a espécies de Streptomyces, quanto às de Staphylococcus. Vocês devem escrever por extenso o nome dos gêneros, repetidamente. De outra forma, os leitores poderiam ficar confusos, quanto a uma determinada abreviação "S" referir-se a um gênero ou a outro.

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UNIDADES SI

O Apêndice 5 dá as abreviações para os prefixos usados para Iodas as unidades do SI (Sistema Internacional de Unidades). As unidades e símbolos do SI, e certos derivados das unidades do SI, tornaram-se parte da linguagem da Ciência. Este sistema métrico moderno deve ser ensinado a todos os estudantes de ciências. O Scientific Style and Format- Estilo e Formato Científicos (Style Manual Committee, Council of Biology Editors, 1994) é uma boa fonte para informação mais completa, assim como o é o Medical Style & Format - Formato & Estilo Médico de Huth (1987).

De forma breve, as unidades do SI incluem três classes de unidades: unidades básicas, unidades suplementares e unidades derivadas. As sete unidades básicas que formam a fundamentação do SI são metro, quilograma, segundo, ampnv, kelvin, mol e candeia. Além destas sete unidades básicas, há duas unidades suplementares para ângulos planos e sólidos: radiano e esteradiano, respectivamente. Unidades derivadas são expressas algebricamente, em termos das unidades básicas ou das unidades suplementares. Para algumas das unidades

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derivadas do SI, existem nomes especiais e símbolos. (As unidades do SI são "metre" e "litre"; O National Institute of Standards and Technology (dos Estados Unidos), seguido pela American Chemical Society e vários outros editores continuam tenazmente mantendo as grafias americanas "meter" e "liter").

OUTRAS ABREVIAÇÕES

O Apêndice 6 fornece uma lista de abreviações aceitas que agora estão sendo consideradas para serem padrões. A maior parte delas são do CBE Style Manual - Manual de Estilo do CEB ou de The ACS Style Guide - Guia de Estilo da Sociedade Americana de Química (Dodd, 1997). Usem estas abreviações quando necessário. Evitem a maioria das outras. Aquelas que vocês usarem devem ser introduzidas tão cuidadosamente quanto vocês introduziriam a realeza.

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CAPÍTULO 35Um Resumo Personalizado

(início de citação) Talvez possa produzir uma canção. Talvez produza um sermão.(fim de citação)

Robert Burns

Tenho estado ligado a livros e periódicos científicos por mais de 40 anos. Esta experiência poderia ter instilado em mim um pouco de sabedoria em algum ponto da carreira; certamente, infiltrou prejuízos, alguns grandes. O que se infiltrou em mim será agora destilado e fornecido a vocês. Eu deixo a seus cargos, leitores, para que determinem se esta música filosófica é "coragem" (escrita como "sang", querendo dizer sangue, coragem, raça, mas soando como canção "song", como usa o dístico do autor citado acima, Robert Burn - Nota da Tradutora) ou se ela é sermão ou sumário ou nenhum dos acima.

Através dos anos, eu tive muitas ocasiões de visitar vários laboratórios científicos. Quase sempre, eu fiquei impressionado, algumas vezes maravilhado, pela qualidade

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óbvia dos laboratórios em si e dos equipamentos e suprimentos que eles continham. Julgando pelas aparências, pode-se acreditar que os instrumentos e reagentes mais novos e melhores (e muito caros) eram usados nestes laboratórios.

Durante aqueles mesmos anos, eu vi milhares de produções daqueles mesmos laboratórios. Algumas destas produções (artigos científicos) refletiam claramente a qualidade inerente e o dinheiro gasto em sua produção. Porém, muitos não refletiam isso.

Vou falar sobre os muitos que não o faziam. Eu lhes pergunto, como eu amiúde perguntei a mim mesmo, porque muitos cientistas, enquanto capazes de realização brilhante no laboratório, escrevem artigos que seriam reprovados

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numa composição de principiantes na escola? Eu lhes pergunto por que certos cientistas pedirão a mais moderna ultracentrífuga, ainda que ela custe 80.000 dólares e então recusam-se a gastar apenas alguns minutos em seus computadores para desenhar corretamente um gráfico dos resultados obtidos com a ultracentrífuga? Cerca de uma dúzia de questões similares saltam em minha mente. Infelizmente, eu não sei as respostas e duvido que alguém as saiba.

Talvez não haja respostas. Se não há respostas, fico livre para dar uma pequena filosofada. (Se vocês chegaram tão longe neste livro, vocês podem heroicamente agüentar alguns parágrafos mais.)

Se vemos o conhecimento como a casa onde vivemos, o conhecimento científico nos mostrará como construir nossa casa. Precisamos, entretanto, conhecimento artístico para tomar nossa casa bonita e necessitamos de conhecimento humanístico para que possamos entender e apreciar a vida dentro de nossa casa.

Se vemos um artigo científico como o ápice da pesquisa científica, o que ele é, nós podemos, se tentarmos, torná-lo mais bonito e mais compreensível; nós podemos fazer isso, enriquecendo nosso conhecimento científico com um pouco de artes e de humanidades. Um artigo científico bem escrito é o produto de um cientista bem treinado, sim; mas o cientista capaz de escrever um artigo científico realmente bom é geralmente também um homem ou uma mulher de cultura.

Estudantes de ciências não devem contentar-se com o estudo das ciências somente; a Ciência será mais significante se for estudada com o embasamento de outro conhecimento.

Principalmente os estudantes devem aprender como escrever, porque Ciência exige expressão escrita. Erudição é valiosa em Ciência; infelizmente, ela é freqüentemente associada a palavras longas, palavras raras e afirmações complexas. Para aprender a escrever, vocês precisam aprender a ler. Para aprender a escrever corretamente, vocês deveriam ler bons escritores. Leiam seus periódicos profissionais, sim, mas também leiam um pouco da verdadeira literatura.

Muitas universidades fornecem, hoje em dia, cursos sobre redação científica. Aquelas que não gostariam de envergonhar-se de si mesmas.

O que eu disse neste livro é o seguinte: pesquisa científica não se completa até que os resultados tenham sido publicados. Portanto, um artigo científico é uma parte essencial do processo de pesquisa. Ainda, a redação de um artigo preciso e inteligível é tão importante quanto a pesquisa em si. Assim, as palavras no artigo devem ser pesadas tão cuidadosamente quanto os reagentes no laboratório. Portanto, o cientista deve saber como usar as palavras. Desta forma, a educação de um cientista não se completa até que a capacidade de publicar se instale.

CONFIDÊNCIAS

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Até recentemente, eu não estava preocupado, em especial, com o envelhecimento. Embora notando que meus médicos, por exemplo, vão ficando cada vez mais jovens, eu assumi que eu poderia acompanhar estes jovens. Recentemente, entretanto, eu vi um aviso para um videotape sobre "Amniocentesis - A Parenfs Choice" (Punção amniótica - uma escolha dos pais). O vídeo foi preparado "in conjunction with a team of prenatal experts" (em combinação com uma equipe de especialistas pré-natais) (* - nota de rodapé). Gastei anos a fio tentando tornar-me um especialista em alguma coisa, qualquer coisa, e agora eu vejo que algumas pessoas atingem este estado antes de nascer. Não é justo.

Nota de rodapé* - NT: Deveria ser especialistas em pré-natal.

Página 230falta escanear as pg 230 e 231Página 231

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Palavra – Abreviação – Palavra - AbreviaçãoRendus - R. – Systematic - Syst.Report - Rep. – Technical - Tech.Research - Res. – Technik - Tech.Review - Rev. – Technology - Technol.Revue, Revista - Rev. – Therapeutics - Ther.Rivista - Riv. – Transactions - Trans.Royal - R. – Tropical - Trop.Scandinavian - Scand. - United States - U.S.Science - Sci. – University - Univ.Scientifíc - Sci. – Untersuchung - Unters.Series - Ser. – Urological - Urol.Service - Serv. – Verhandiungen - Verh.Society - Soe. – Veterinary - Vet.Special - Spec. – Virology - Virol.Station - Stn. – Vitamin - Vitam.Studies - Stud. – Wissenschaftliche - Wiss.Surgery - Surg. – Zeitschrift - Z.Survey - Surv. – Zentralblatt - Zentralbl.Symposia - Symp. – Zoologie - Zool.Symposium - Symp. – Zoology - Zool.

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APÊNDICE 2Abreviações que Podem ser Usadas sem Definição em Cabeçalhos de Tabelas (* - nota de rodapé) (# - nota de rodapé)

Termo – Abreviação – Termo – AbreviaçãoAmountamt - Specific - activitysp - actApproximately – approx - Specific - gravityspgrAverage – avg - Standard deviation - SDConcentration – concn - Standard error - SE

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Diameterdiam – diam - Standard error of - SEMExperiment – expt - the mean Experimental – exptl – Temperature - tempHeight – ht – Versus - vsMolecular weight - mol wt – Volume - volNumber - no. – Week - wkPreparation – prepn – Weight Yearyr - wl

Nota de rodapé* - Instruções aos Autores, Journal of Bacteriohgy. Além dos lermos listados, abreviações para unidades de medida são aceitas sem definição,# - NT: As abreviações são paia autores que apresentam seus artigos em língua inglesa.

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APÊNDICE 3Erros Comuns de Estilo e Ortografia (* - nota de rodapé)

Errado – Certoacetyl-glucosamine acetylglucosamineacid fast bactéria - acid-fast bactériaacid fushsin - acid fuchsineacridin orange - acridine orangeacriflavin - acriflavineaesculin - esculinairborn - airborneair-flow - airflowampoul - ampouleanalogous - analogousanalize - analyzebacteristatic - bacteriostaticbaker's yeast - bakers' yeastbi-monthly - bimonthlybio-assay - bioassaybiurette - biuretblendor - blenderblood sugar - blood glucosebromcresol blue - bromocresol blueby-pass - bypassbyproduct - by-productcan not - cannotcatabolic repression - catabolite repressionchloracetic - chloroaceticclearcut - clear-culcolicine - colicin

Nota de rodapé* - NT: Os erros listados e corrigidos abaixo são de utilidade para escritores que apresentarem seus artigos científicos em língua inglesa.

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Errado - Certocoverslip - cover slipco-worker - coworkercross over (n.) - crossovercrossover (v.) - cross overdarkfield - dark fielddata is - data aredesoxy- - deoxy-dessicator - desiccatordialise - dialyzedisc - diskEhrlenmeyer flask - Erlenmeyer flaskElectronmicrograph - electron micrographElectrophorese - subject to electrophoresisfermenter (apparatus) - fermentorfermentor (organism) - fermenterferridoxin - ferredoxinfiourite - fluoritefluorescent antibody technique - fluorescent-antibody techniquefungous (n.) - fungusfungus (adj.) - fungousgel atine - gelatingerm-free - germfreeglucose-6-phosphate - glucose 6-phosphate glycerin - - glycerolglycollate - glycolategonnorhea - gonorrheaGram-negative - gram-negativegram stain - Gram staingyrotory - gyratoryhalflife - half-lifehaptene - haptenHela cells - HeLa cellsHep-2-cells - HEp-2 cellsherpes virus - herpesvirushydrolize - hydrolyzehydrolyzate - hydrolysateimmunofluorescent techniques - immunofluorescence techniquesindia ink - índia inkindol - indole

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Errado - Certoinnocula - inoculaiodimetric - iodometricion exchange resin - ion-exchange resinisocitritase - isocitratasekeiselguhr - kieselguhrlarge concentration - high concentrationless data - fewer data

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leucocyte - leukocytelittle data - few datalow quantity - small quantitymediums - mediamelenin - melaninmerthiolate - Merthiolatemicrophotograph - photomicrographmid-point - midpointmoiety - moietymuch data - many datanew-born - newbornoccurrance - occurrenceover-all - overallpapcrgram - paper chromatogramparaffine - paraffinPctri dish - petri dishPhenolsulfophthalein - phenolsulfonephthaleinphosphorous (n.) - phosphorusphosphorus (adj.) - phosphorousplanchette - planchetplexiglass - Plexiglaspost-mortem - postmortempyocine - pyocinpyrex - Pyrexradio-active - radioactiveregime - regimenre-inoculate - reinoculatesaltwater - salt watersea water - seawaterselfinoculate - self-inoculatesimi-compIete - semicomplete

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Errado - Certo

Shelflife - shelf lifeSidearm - side armsmall concentration - low concentrationspore-forming - sporeformingstationary phase culture - stationary-phasestep-wise - culture stepwisestudents' T test - Student's t testsub-inhibitory - subinhibitoryT2 phage - T2 phageTechnic - techniqueTeflon - TeflonThioglycollate - thioglycolateThyroxin - thyroxineTransferred - transferredTransferring - transferringTransferable - transferable

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trichloracetic acid - trichloroacetic acidtris-(hydroxymethyl)amino-methane - tris(hydroxyrnethyl)arninornethane

trypticase - Trypticasetryptophane - tryptophanultra-sound - ultrasoundun-tested - untestedurinary infection - urinary tract infectionvarying amounts of cloudiness - varying cloudinessvarying concentrations (5, 10, 15 mg/ml) - various concentrations (5, 10, 15 mg/ml)

walerbath - water bathwave length - wavelengthX ray (adj.) - X-rayX-ray (n.) - Xrayzero-hour - zero hour

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APÊNDICEPalavras e Expressões a Evitar (* - nota de rodapé) Jargão - Uso Preferenciala considerable amount of - mucha considerable number of - manya decreased amount of - lessa decreased number of - fewera majority of - mosta number of - manya small number of - a fewabsolutely essential - essentialaccounted for by the fact - becauseadjacent to - nearalong the lines of - likean adequate amount of - enoughan example of this is the fact that - for examplean order of magnitude faster - 10 times fasterapprise - informare of the same opinion - agreeas a consequence of - becauseas a matter of fact - in fact (or leave out)as a result of - becauseas is the case - as happensas of this date - todayas to - about (or leave out)at a rapid rate - rapidlyat an earlier date - previouslyat an early date - soonat no time - never

Nota de rodapé* - NT: As palavras e expressões listadas devem ser evitadas pelas pessoas que

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escreverem artigos científicos em Inglês.

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Jargão – Uso preferencialat some future time - laterat the conclusion of - afterat the present time - nowat this point in time - nowbased on the fact that - becausebecause of the fact that - becauseby means of - by, withcausai factor - causecognizant of - aware ofcompletely full - fullconsensus of opinion - consensusconsiderable amount of - muchcontingent upon - dependent ondefinitely proved - proveddespite the fact thatalthoughdue to the fact that - becauseduring the course of - during, whileduring the time that - whileeffectuate - causeelucidate - explainemploy - useenclosed herewith - enclosedend result - resultendeavor - tryentirely eliminate - eliminateeventuate - happenfabricate - makefacilitate - helpfatal outcome - deathfewer in number - fewerfinalize - endfirst of all - firstfollowing - afterfor the purpose of - forfor the reason that - since, becausefrom the point of view of - forfuture plans - plansgive an account of - describegive rise to - causehas been engaged in a study of - has studied

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Jargão Uso Preferencialhas the capability of - canhave the appearance of - look likehaving regard to - about

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immune serum - antiserumimpact (v.) - affectimplement - start, put into actionimportant essentials - essentialsin a number of cases - somein a position to - can, mayin a satisfactory manner - satisfactorilyin a situation in which - whenin a very real sense - in a sense (or leave out)in almost ali instances - nearly alwaysin case - ifin close proximity to - close, nearin connection with - about, concemingin light of the fact that - becausein many cases - oftenin my opinion it is not an unjustifiable assumption that - I thinkin only a small number of cases - rarely in order to - toin relation to - toward, toin respect to - aboutin some cases - sometimesin terms of - aboutin the absence of - withoutin the event that - ifin the not-too-distant future - soonin the possession of - has, havein this day and age - todayin view of the fact that - because, sinceinasmuch as - for, asincline to the view - thinkinitiate - begin, startis dcfined as - isis desirous of - wantsit has been reported by Smith – Smith reportedit has long been known that - I haven't bothered to look up the reference

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Jargão - Uso Preferencialit is apparent that - apparentlyit is believed that - I thinkit is clear that - clearlyit is clear that much additional - I don't understand itwork will be required before a complete understandingit is crucial that - mustit is doubtful that - possiblyit is evident that a produced b - a produced bit is generally believed - many thinkit is my understanding that - I understand thatit is of interest to note that - (leave out)it is often the case that - often

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it is suggested that - I thinkit is worth pointing out in this context that - note thatit may be that - I thinkit may, however, be noted that - butit should be noted that - note that (or leave out)it was observed in the course of the experiments that - we observedjoin together - join lacked the ability to - couldn'tlarge in size - largelet me make one thing perfectly clear - a snow job is coming

majority of - mostmake reference to - refer tomet with - metmilitate against - prohibitmore often than not - usuallyneedless to say - (leave out, and consider leaving out whatever follows it)new initiatives - initiativesno later than - byof great theoretical and practical - usefulimportanceof long standing - oldof the opinion that - think thaton a daily basis - daily

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Jargãoon account ofon behalf ofon no occasionon the basis ofon the grounds thaton the part ofon those occasions in whichour attention has been called to the fact thatowing to the fact thatperformplace a major emphasis onpooled togetherpresents a picture similar toprevious toprior toprotein determinations were performedquantifyquite a large quantity ofquite uniquerather interestingred in colorreferred to asregardless of the fact thatrelative to

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resultant effectroot causeserious crisisshould it prove the case thatsmaller in sizeso as tosubject mattersubsequent tosufficienttake into considerationtcrminatelhe greul majorily ofthe opinion is advanced thatlhe predominate number of

Uso Preferencialbecauseforneverbysince, becauseby, among, forwhenwe belatedly discoveredsince, becausedostresspooledresemblesbeforebeforeproteins were determinedmeasuremuchuniqueinterestingredcalledeven thoughaboutresultcausecrisisifsmallertosubjectafterenoughconsiderendmost

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I thinkmost

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Jargão Uso - Preferencialthe question as to whether - whetherthe reason is because - becausethe vast majority of - mostthere is reason to believe - I thinkthey are the investigators who - theythis result would seem to indicate - this result indicatesthrough the use of - by, withto the fullest possible extent - fullytranspire - happenultimate - lastunanimity of opinion - agreementuntil such time - untilutilization - useutilize - usevery unique - uniquewas of the opinion that - believedways and means - ways, means (not both)we have insufficient know - ledgewe don't knowwe wish to thank -we thankwhat is the explanation of - whywith a view to - towith reference to - about (or leave out)with regard to - concerning, about (or leave out)with respect to - aboutwith the possible exception of - exceptwith the result that - so thatwithin the realm of possibility - possible

(início de citação)Sermões sobre brevidade e pureza são igualmente efetivos. Promiscuidade verbal flui da pobreza da linguagem e da obesidade do pensamento, de uma indecente pressa de imprimir - uma ejaculação precoce, isso é que é. (fim de citação)

Eli Chernin

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APÊNDICE 3Prefixos e Abreviações para Unidades doSI (Sistema Internacional)

Nº - Prefixo - Abreviação10 elevado a -18 - atto - a10 elevado a -15 - femto - f10 elevado a -12- pico - p10 elevado a -9- nano - n10 elevado a -6- micro -

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10 elevado a -3- millim - 10 elevado a -2- centi - c10 elevado a -1- deci - d10 - deka - da10 elevado a 2- hecto - h10 elevado a 3- kilo - k10 elevado a 6- mega - M10 elevado a 9- giga - G10 elevado a 12- tera - T10 elevado a 15- peta - P10 elevado a 18- exa -

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APÊNDICE 6Abreviações e Símbolos Aceitos (* - nota de rodapé)

Termo - Abreviação ou Símbolo - Termo - Abreviação ou SímboloAbsorbance – A - coenzyme A - CoAAcetyl – Ac – coulomb - CAdenine – Ade - counts per minute - cpmAdenosine – Ado – cytidine - CydAdenosine – ADP – cytidine - CDP5'-diphosphate – sem simbolo - 5'-diphosphate – sem símboloadenosine – AMP – cytidine - CMP5 '-monophosphate – sem símbolo - 5 '-monophosphate – sem símboloadenosineATPcytidineCTP5'-triphosphate 5'-triphosphate adenosine – ATP – asecytosine - Cyttriphosphatase – sem símbolo - degree Celsius - °Calanine – Ala – deoxyribonuclease - DNasi:alternating current – ac – deoxyribonucleic - DNAampere – A - acid – sem símboloantibody – Ab – deoxyuridine - DUMPantigen – Ag - monophosphate – sem símboloarabinose – Ara – diethylaminoethyl - DEAE-bacilli – BCG – cellulose - celluloseCalmette-Guerin – sem símbolo – electrocardiogram - ECGBecquerel – Bq - electroencephalogram - EEGbiological oxygen - BODdemand – sem símbolo – ethyl - Etblood urea nitrogen – BUN - ethylenediaminetetraacetate - EDTAboiling point - bp candela - cd - farad - Fcentral nervous system - CNS - flavin adenine dinucleotide - FAD

Nota de rodapé* - NT: Este apêndice destina-se a autores que necessitam escrever seus artigos científicos em Inglês.

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Termo - Abieviação ou Símbolo - Termo - Abreviação ou SímboloFlavin – FMN - Michaelis Constant - Kmmononucleotide – sem símbolo – milliequivalent - meqGauss – G - minimum lethal - MLDgram – g - dose – sem símbologravity – g - minute (time) - minguanidine – Gdn - molar (concentration) - Mguanine – Gua – mole - molguanosine – Guo - muramic acid - Murguanosine – GDP – Newton - N5'-diphosphate – sem símbolo - nicotinamide adenine - NADhemoglobin – Hb - dinucleotide – sem símbolohemoglobin, - HbO2 - nicotinamide adenine dinucleotide (reduced) - NADHoxygenated – sem símbolo henry - H heptyl – Hp – normal (concentration) - Nhertz - Hz hexyl – Hx - nuclear magnetic resonance - NMRhorsepower – hphour - h - ohm - infrared – IR – ornithyl - Orninosine – IDP - ortho- - o-5'-diphosphate – sem símbolo – orthophosphate - P iinternational unit – IU – osmole - osmolintravenous - i.v. - outside diameter - o.d.isoleucyl – Ile - para- - p-joule – J – pascal - Pakelvin – K – phenyl - Phkilogram – kg - plaque-forming units - PFUkinetic energy – KE – probability - Plethal dose, median - LD50 – purine - Purpyrophosphate - PP ileucyl – Leu – radian - radlitre (liter) – l - respiratory quotient - RQlumen – Im – reticuloendothelial system - RESlux - lxlysinyl – Lys - revolutions per minute - rpmmelting point - mp messenger ribonucleic acid mRNA – ribonuclease - RNaseribonucleic acid - RNAmeta- - m ribose - Ribmclhionyl – Met - ribisomal ribonucleic acid - RNAmethyl - Memetre (meter) – roentgen - R

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Termo - Abreviação ou Símbolo - Termo – Abreviação ou Símbolosecond (lime) – s - tris(hydroxy methyl)aminomethane - Trisserum glutamic – SGOToxalacetic – sem símbolo – tyrosinyl - Tyrtransaminase – sem símbolo – ultraviolet - UV

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seryl – Ser - United States Pharmacopeia - USPsiemens – SP species - sp. (sing.), spp. (pl.) - uracil - Urauridine - UDPspecific gravity – sp gr - 5'-diphosphate – sem símbolo standard deviation – SD – volt - Vstandard error – SE – volume - Vstandard – STP – watt - wtemperature and pressure – sem símbolo – weber - Wbweek - wksteradian – sr - white blood cells (leukocytes) - WBCsubeutaneous - s.c. tesla – T – xanthine - Xantobacco mosaic – TMV – xanthosine - Xaovirus – sem símbolo – xanthosine - XDPtonne (metric ton) – t - 5'-diphosphate – sem símbolotransfer ribonucleic acid – tRNA – xylose yearyr - xyl acid - - year - yr

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APÊNDICE 7Requisitos para Submissão de Amostra para um Periódico Eletrônico

A World Wide Web Journal of Biology <http://epress.com./w3jbio/ced.html> é um fórum internacional aberto para troca interativa rápida, sobre informação revisada por especialistas, em ciências biológicas. O seguinte texto descreve os requisitos de periódico para submissão de texto eletrônico de um artigo.

INFORMAÇÃO SOBRE SUBMISSÃO

Submissão, em inglês: e-mail para [email protected]. Para arquivos de imagens, som, filmes etc, usem FTP anônimo para epress.com <http://epress.com/>. Mudem o diretório para "epress" e usem o módulo binário para transferir os artigos. Notifiquem a Epress, por e-mail, de que o manuscrito foi enviado. Os artigos podem também ser enviados em formato ASCII (apenas texto), em disquetes Mac ou PC. Artigos em formato HTML demandam considerações preliminares. A Epress pode fazer a conversão para vocês, mediante pagamento, se o artigo for aceito. O endereço postal do Periódico é WWW Journal of Biology, Epress, Inc., 130 Union Terrace Lane, Plymouth, MN 55441. O processo de revisão é baseado no parecer do editor com relação à adequação e nos relatórios dos revisores.

PREPARAÇÃO DO MANUSCRITO

Por favor, forneça os seguintes itens e informações:Título da Página: inclui Título, Autor(es), Endereços de todos os autores, Endereços eletrônicos para cada autor.Palavras-chaves para Busca de Assunto

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Resumo

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Introdução: deve incluir uma descrição do embasamento teórico e do planejamento do trabalho e o que já foi feito até agora.Materiais e Métodos: incluem descrições detalhadas e todos os procedimentos experimentais.Resultados: devem ficar claramente estabelecidos e documentados por representações das descobertas, através de figuras, tabelas ou gráficos.Discussão: enviem a importância das principais descobertas do trabalho, expandindo os resultados.Conclusões: devem fornecer um resumo das descobertas importantes e suas implicações na área de pesquisa que é focalizada no artigo.Agradecimentos: devem ser breves.Referências: devem ser numeradas consecutivamente.Abreviações do Periódico: devem seguir o Index Medicus/Medline, nomeando seis autores. Se um trabalho referenciado tem mais de seis autores, usem o primeiro seguido de et al.

(início de citação) 1.Chou, P. and Fasman, G. Empirical predictions... conformation. (1980) Annu. Ver. Biochem. 47, 251-276. (fim de citação)

FORMATO HTMLModelo de Artigo: as imagens devem ser em JPEG ou GIF e os filmes em MPEG, AVI ou QuickTime contra formato de plataforma ligado a uma página de html separada, com descrição do filme e tamanho do arquivo em kb.Referencias "Linkadas": usem número de referência MEDLINE para todas as citações, se disponíveis.Estilo Bibliográfico: usem o seguinte estilo.

Colford, Ian A. Writing in the Eletronic Environment: Electronic Text and the Future of Creativity and Knowledge. Occasional Paper 59,1996, School of Library and Information Studies, Dalhousie University, Halifax, Nova Scotia, Canada.

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Glossário de Termos Técnicos

Agradecimentos. A seção do artigo (que segue a Discussão e precede as Referências Bibliográficas), designada para agradecer a indivíduos e organizações pela ajuda, conselho ou assistência financeira que forneceram durante a pesquisa e durante a redação do artigo.Artigo científico. Um relatório publicado e escrito, descrevendo resultados de pesquisa original.Artigo de revisão. Um artigo escrito para rever um número de artigos primários publicados anteriormente. Tais revisões podem ser simples anotações de referências bibliográficas em um determinado campo de trabalho ou elas podem ser estudos críticos, interpretativos da literatura em um campo de trabalho.Autor. A pessoa que ativamente contribui para o delineamento e execução dos experimentos e que tem responsabilidade intelectual pelos resultados da pesquisa que está sendo relatada.Avaliador. Uma pessoa, usualmente um especialista na área do autor, chamado a examinar um manuscrito e a aconselhar o editor com relação à publicação. O termo "revisor" é usado mais freqüentemente, mas, talvez com menos exatidão.Biological Abstracts. O maior e o melhor arquivo (em forma de resumos) de conhecimento em Biologia. Publicado pelo Biosciences Information Service (Serviço de

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Informação de Ciências Biológicas).Cabeçalho repetitivo. Um cabeçalho que se repete em páginas consecutivas de um livro ou periódico. Os títulos de artigos em periódicos são freqüentemente diminuídos e usados como cabeçalho no alto de cada página. Também chamado linha de cabeçalho.CBE (CEB). Conselho de Editores de Biologia.

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CD-ROM. Significa Compact Disc Read Only Memory e trata-se de um disco de alumínio moldado, usado para armazenar grandes quantidades de informações digitais. Lido por "drive" de computador especial para CD-ROM ou aparelhos de som para CDs, um disco pode reter todo tipo de elemento textual ou gráfico de um artigo científico ou monografia, incluindo áudio e vídeo.

Chemical Abstracts. O maior e melhor depositário (em forma de resumos) do conhecimento de Química. Publicado pela American Chemical Society (Sociedade Americana de Química).

Colocação de título. Veja Legenda.Composição tipográfica. A composição do manuscrito pelo publicador, de

acordo com a marcação para o compositor fornecida pelo editor de cópia.Compositor de tipos. Veja CompositorCompositor. Pessoa que monta os tipos, na tipografia.Consultor editorial. Veja Avaliador.Cópia adequada para fotografar. Qualquer coisa que seja adaptada para

reprodução fotográfica em um livro ou periódico, sem necessidade de ser imprimido. Os autores geralmente fornecem fórmulas complicadas, estruturas químicas, diagrama, etc. nesta forma para evitar a necessidade de conferência de provas e o perigo de erro na digitação.

Cópia eletrônica. Quando um artigo manuscrito é feito eletronicamente, através do processador de texto.

Correio eletrônico (E-mail). Correio eletrônico refere-se ao envio de mensagens através da Internet, de um computador para outro ou para muitos outros computadores. O correio eletrônico permite aos cientistas de diferentes partes do país ou do mundo fazerem trabalho em colaboração, em pesquisa e em projetos escritos, mais facilmente e de forma mais completa.

Council of Biology Editors (Conselho de Editores de Biologia). Organização cujos membros estão envolvidos com escrita, edição e publicação de livros e periódicos em Biologia e campos relacionados. Endereço: 60 Revere Dr., Suite 500, Northbrook, IL 60062.

Current Contents. Publicação semanal que fornece reproduções de conteúdos de páginas de muitos periódicos. Os cientistas podem, então, ficar atualizados a respeito do que está sendo publicado em seus campos. Seis diferentes edições são publicadas em diferentes campos (incluindo Artes e Humanidades), pelo Institute for Scientific Information (Instituto de Informação Científica).

Declaração de cabeçalho. Declaração feita por um publicador, usualmente na página de rosto do periódico, dizendo a quem pertence o periódico e uma sentença sucinta, descrevendo os objetivos e o escopo do periódico.

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Digitador. Veja Compositor.Direito autoral (Copyright). Direito legal exclusivo de reproduzir, publicar e vender propriedade intelectual escrita.

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Discussão. Seção final de um artigo do tipo IMRAD. Seu objetivo é inserir os resultados do trabalho em pauta, no acervo de conhecimento preexistente (inclui conclusões).Divulgação científica. Um tipo de escrita cujo objetivo é comunicar conhecimento científico para uma ampla audiência, incluindo (usualmente) tanto cientistas quanto não-cientistas.Editor de Cópia. Título dado a uma pessoa (usualmente um funcionário do publicador), cuja responsabilidade é preparar manuscritos para publicação, fornecendo marcações para o impressor, de forma que se faça qualquer correção ortográfica, de gramática ou de estilo necessárias.Editor. título usualmente dado à pessoa que decide o que será (ou não será) publicado em um periódico ou em um livro multiautoral.Editor-chefe. Título dado à pessoa que chefia os negócios de um periódico. Tipicamente, o editor-chefe não se envolve com a edição (aceitação do manuscrito), mas é responsável por fazer a edição de cópia (parte do processo de produção).Endereço. Identifica o autor e fornece o endereço postal do autor.Enquadramento. Marcação de fotografia de forma a indicar partes que necessitam aparecer na fotografia. Como resultado, o material essencial é ampliado e deixado mais destacado.Escrita (redação) científica. Um tipo de redação cujo objetivo é comunicar novas descobertas científicas a outros cientistas.Expressão popular ultrapassada. Expressão que não se usa mais, envelhecida ou trivial.Fator de impacto. Base de julgamento da qualidade dos periódicos. Um periódico com um alto fator de impacto (o valor do número de citações por artigo publicado, como determinado pelo Science Citation Index) é aparentemente mais usado que um periódico com um fator de impacto baixo.Fotogravura Cópia fotográfica feita a partir de uma imagem em uma tela e então gravada de forma que os detalhes da imagem são reproduzidos em pontos.Gráfico. Linhas, barras ou outras representações pictóricas de dados. Os gráficos são úteis para mostrar tendências e direções dos dados. Se devem ser fornecidos dados exatos, uma tabela é usualmente superior.Impressor(a). Historicamente, uma denominação para uma máquina ou pessoa que imprime. Em geral, entretanto, o termo "impressora" é usado para significar a companhia impressora e é usado como um resumo de todas as

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muitas ocupações envolvidas no processo de impressão, e.g., compositores, operadores de máquina de impressão, montadores de forma, encadernadores. Um significado distintamente diferente do termo "impressora" é o de "impressora de computador", aparelho ligado a um computador, com o propósito de fazer impressão eletrônica (colocando, em papel, o que está gravado no computador).IMRAD. Acrônimo derivado de Introdução, Métodos, Resultados e (and) Discussão, o esquema organizacional da maior partes dos artigos científicos. (A Discussão, no caso, inclui as Conclusões - Nota da Tradutora).Incunabula. Livros publicados entre 1455 e 1500 A.D.Internet. Sistema de comunicação, em rápida expansão, que liga milhões de computadores em todo o mundo. Começou nos anos 60, como uma rede de computadores do governo dos Estados Unidos; a Internet liga, hoje, uma enorme variedade de agências governamentais, instituições educacionais, empresas privadas e organizações e indivíduos. A Internet não é uma entidade centralizada ou controlada, mas uma vasta coleção decentralizada de computadores que se comunicam uns com os

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outros.Introdução. A primeira seção de um artigo com o formato IMRAD. Seu objetivo é estabelecer claramente o problema investigado e fornecer, aos leitores, informação relevante para embasamento do trabalho.Jargão. O Tenth New Collegiate Dictionary da Webster define jargão como "linguagem confusa e ininteligível".Legenda. Título ou nome dado a uma ilustração, seguida de informação explicativa sobre a ilustração. Usualmente, este material não deve ser digitado sobre o gráfico ou fotografia. Ele será digitado primariamente pelo compositor e colocado abaixo da ilustração. Também chamado de "Título".Literatura Citada. Título utilizado por muitos periódicos para listar as referências bibliográficas citadas no artigo. Os títulos Referências Bibliográficas e (raramente) "Bibliografia" são também usados.Livros com marca registrada (Trade books). Livros vendidos ao público em geral, primariamente através de vendedores de livros (distribuidores e revendedores). Muitos livros científicos, por outro lado, são vendidos primariamente por envio direto (nos Estados Unidos).Marcação para Composição. Marcas e símbolos usados pelos editores de cópias (e, às vezes, pelo autor, como para grafar com itálico) para transmitir especificações sobre os caracteres, para a composição.Marcas de correção de provas de impressão. Conjunto de marcas e símbolos usados para instruir o compositor, relacionado com erros nas provas.Materiais e Métodos. Veja Métodos.Métodos. Segunda seção de um artigo com o formato IMRAD. Seu objetivo

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é descrever o experimento em tal detalhe que um especialista competente possa repetir o experimento e obter os mesmos resultados ou equivalentes.Monografia. Livro especializado, detalhado, escrito por especialistas para outros especialistas.Periódico de arquivamento. Este termo é equivalente a "periódico de originais" ou "periódico primário" e refere-se a um periódico que publica resultados de pesquisa original.Periódico de originais ou primário. Periódico que publica resultados de pesquisa original.Periódico eletrônico. Periódicos eletrônicos são versões, para computador, de publicações impressas que podem ser acessadas via computador, pela Internet. Um crescente número de periódicos (ou periódicos eletrônicos), sobre tópicos científicos, estão se tornando disponíveis, a cada ano. Periódicos eletrônicos permitem uma disseminação de pesquisa científica mais rápida e mais barata do que a usualmente obtida com publicações impressas.Prova. Cópia do material batido (digitado ou datilografado) enviado aos autores, editores ou aos editores-chefes para correção de erros tipográficos.Publicação duplicada. publicação dos mesmos dados duas (ou mais) vezes em periódicos primários. Uma clara violação da ética científica.Publicação original ou primária. A primeira publicação de resultados de pesquisa original, de uma forma que especialistas da mesma área do autor possam repetir os experimentos e testar as conclusões, e publicada em um periódico ou outra fonte de documento facilmente disponível para a comunidade científica.Publicador. Uma pessoa ou organização que tem atividades empresariais ligadas a publicação de um livro ou periódico.

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Reimpressões. Artigos de periódicos impressos separadamente, fornecidos aos autores (em geral, com pagamento). Estas reimpressões (às vezes, chamadas separatas) circulam amplamente entre os cientistas.Relato oral. Semelhante, em organização, a um artigo publicado, exceto que não tem detalhes experimentais e citação extensa de literatura. E, claro, é falado, não escrito.Relatório de Encontro (Relatório de Conferência). Artigo escrito para apresentação de um encontro (congressos, reuniões, etc). A maioria deles não são considerados publicação válida (original). Um relatório de encontro bem escrito pode e deve sei pequeno; detalhes experimentais e citação de literatura elevem aparecer o mínimo possível nele.Resultados. A terceira seção de um artigo com o formato IMRAD. Seu objetivo é apresentar a nova informação obtida nos estudos que estão sendo relatados.

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Resumo (Abstract). Breve sinopse de um artigo, fornecendo, geralmente, um sumário de cada seção mais importante do artigo. Diferente de um "Summary" (que, em português também se chama "Resumo") que é usualmente um sumário de conclusões.Resumo/Sumário. Usualmente um resumo de conclusões, colocado no fim de um artigo. Diferente de um "Abstracts" (Resumo), que usualmente resume todas as partes principais de um artigo e que aparece no início do artigo (resumo de cabeçalho).Revisão por especialista. Revisão do manuscrito feita pelos pares do autor (especialistas que trabalham na mesma área de especialização).Revisor. Veja Avaliador.Revisor para este caso (Ad hoc reviewer). Veja Avaliador.Separatas. Veja Reimpressões.Sintaxe. A ordem das palavras dentro de frases, cláusulas e sentenças.Sistema de Harvard. Veja Sistema de nome e ano.Sistema de nome e ano. Sistema de dar as referências bibliográfica, no qual a referência é citada, no texto, pelo último nome do autor e o ano de publicação, por ex., Smith (1990). Também conhecido como o sistema de Harvard.Sistema de número de acordo com a ordem alfabética. Um sistema de citação de literatura no qual as referências são arranjadas alfabeticamente nas Referências Bibliográficas ou em Literatura Citada, numeradas e então citadas por número, no texto. Uma variação do sistema de nome e ano.Sistema de ordem de citação. Sistema de citar as referências bibliográficas em ordem numérica, como aparece no texto. Assim, as Referências Bibliográficas estão em ordem de citação, não na ordem alfabética.Society for Scholarly Publishing - Sociedade para Publicação de Alto Nível. Organização de eruditos, editores, publicadores, bibliotecários, im-pressores, revendedores de livros e outras pessoas engajadas em publicação de alto nível. Endereço. 10200 W. 44th Ave., Suite 304, Wheat Ridge, CO 80033.Tabela. Apresentação de (usualmente) números na forma de colunas. As tabelas são usadas quando muitas determinações necessitam estar presentes e os números exatos têm importância. Se apenas "a forma dos dados" é importante, um gráfico é usualmente preferível.Tese. Monografia pedida para a obtenção de um grau superior; seu objetivo é provar que o candidato é capaz de fazer pesquisa original. O termo "dissertação" é essencialmente equivalente, mas deve ser reservado para um manuscrito submetido a um curso de doutorado (nos Estados Unidos; no Brasil, para Doutorado apresenta-se uma tese e para Mestrado, uma dissertação - Nota da Tradutora).

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Título. O mínimo possível de palavras que adequadamente descrevem os conteúdos de um artigo, livro, cartaz, etc.Títulos em série. Títulos de artigos publicados como uma série, no decorrer do tempo. Estes títulos têm um propósito em comum a todos os artigos da série e o subtítulo (usualmente introduzido com um número romano) é específico para cada artigo.Volume comemorativo. Volume escrito por diferentes autores, apresentado como um tributo a ou um memorial de determinado indivíduo.World Wide Web (WWW). Sistema de ligar documentos através da Internet. A Web usa sistema de código HTML para colocar o endereço de um documento da Internet dentro de outro, em um "hyperlink" especialmente desenvolvido. "Clicando" no "hyperlink", o usuário pode mover-se rapidamente de um documento para o próximo. Para um artigo científico "online", "hyperlinks" da WWW podem conectar o texto com gráficos, fotografias, pequenos filmes de vídeo e áudio suplementares, assim como relacionar artigos e documentos.

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Referências Bibliográficas

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ÍndiceOrdenado por Janet Perlman

"A/ain", uso e mau uso das palavras, em inglês, 225 Aaronson, S.,43,216"About", uso e mau uso da palavra, em inglês, 220 Abreviações

como e quando usar, 222-26comumente aceitas, 245-47de atalhos ("shortcuts") do processador de texto, 104de nomes de periódicos, 56-57, 230-32de unidades de medida, 224de unidades SI (Sistema Internacional de Unidades), 222, 225-26, 244em artigo de periódico eletrônico, 249em cabeçalhos de tabela, 233em legenda de figura, 67em lista de referências bibliográficas, 51, 56em resumo, 31, 223em tabelas, 67em título de artigo, 19-20, 223, 230-32na introdução, 35utilizadas, subtítulo, 224

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Aceitação do manuscrito, 124, 126 Acrobat (Adobe), 100-01, 148 Acrobat Distiller (Adobe), 148 Acrobat reader, 148 Acronismos, atalhos do processador de texto,104 Adendo na prova de impressão, 136 Adobe Acrobat ("software"), 100-01, 148 Adobe FrameMaker ("software"), 100 Adobe Illuslrator ("software"), 79Adobe PageMaker ("software") 100Adobe Persuasion ("software"), 78, 186Adobe Photo Deluxe ("software"), 79Adobe PhotoShop ("software"), 79Adobe reader, 101, 149Advise and Consent (Conselho e Consentimento), 45Agradecimentos

como seção do artigo, 28, 49-50 definição de, 250em artigo de periódico eletrônico, 249 em manuscrito, 116

Albutt, T. C, 15Allen.Fred, 168Alta Vista (mecanismo de busca), 144American Chemical Society (Sociedade Americana de Química), 93, 140, 199, 226American Mathematical Society (Sociedade Americana de Matemática), 107, 199American Medical Association (Associação Médica Americana), 93American National Slandards Institute (Instituto Nacional Americano de Padronização), 29, 54American PsychoJogica) Association (Associação Americana de Psicologia), 59,60, 93, 149,213American Society for Microbiology (Associação Americana de Microbiologia), 83, 92,93, 104-05, 140 41, 190,211"Amount", uso e mau uso de palavra, em inglês, 205Ampliação, em fotografia, 89Análise estatística

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na seção de Materiais e Métodos, 39 na seção de Resultados, 43 tempo de verbo da, 209

"And/or", uso e mau uso das palavras, em inglês, 205 Anderson, J.A. 47 Animais, nomes dos gêneros e espécies, 37, 225 Annual Review of Biochemistry, 13 Antecedentes, 44 Apresentação oral, artigo científico, 182-88,192, 254 ARPANET, 142, 143 Arte gerada por Computador (computação gráfica). Veja Gráficos eletrônicos Artigo científico, xiii, 8-14,288. Veja também Discussão, seção de; Introdução seção de; Preparação do manuscrito; Submissão do Manuscrito; Materiais e Métodos, seção de; Processo de Publicação; Referências Bibliográficas; Resultados seção de; Processo de revisão

agradecimentos em, 28, 49-50, 116, 249, 250 apresentação oral de, 102, 182-88, 254

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artigo de revisão, 13,30,95, 163-67 artigos em série, 20 autores e endereços em, 27-28, 93 autoria de, 23-26, 194 definição de, 8-11, 13,255 direito autoral de, 141, 195-99 ética em, 193, 198,207 formato IRDAM de, 11 linguagem de, 2-3 organização IMRAD de, 4,5-7,11-13,170, 190-91,253 originalidade em, 193-94processo tradicional de publicação de, 96 publicação de, em CD-ROM, 139, 140-41 publicação duplicada de, 252 publicação eletrônica de, 139-41, 199 publicação na Web de, 147, 148-49 reimpressões de, 158-62, 167, 254 relatório de encontro, 8, 13-14, 30, 168-71, 182-88, 192,25 resumo em e de, 8, 14,28,29-32,94, 104-05, 181,208,223,250 sessão de pôsteres, xi, 189-92 submissão de, a periódicos, 10 1 5, 10916tese, 8, 178-81título em, 15-21voz ativa X voz passiva de verbo em, 209-10

Artigos de revisão, 13apresentação oral de, 182-88, 192, 254características de, 163-64como escrever, 166-67definição de, 255esboço de, 164-65relatórios de encontros, 8, 13-14,30, 168-71requisitos de periódico para, 166resumo em, 30sessão de pôsteres, 189-92tese, 8, 178-81,255títulos e subtítulos em, 38, 95

Assignment of Copyright Act (1909) (Ato de Atribuição sobre Direitos Autorais -Estados Unidos), 196 Assistência financeira, agradecimentos por, 49 Ativa, voz de verbo, uso, 209-10 Autores

autoria, definição de, 23-26, 194, 250endereço postal dos, 28endereços dos, 27-28, 93, 250forma do nome dos, 26-27graus ou títulos dos, 27ordem de listagem de, 22-26provas de impressão do publicador enviadas aos, 131-36

Avaliador, 254Aviso de direito autoral, em materiais na Internet, 198Banco de dados, CUPID, 141Base da página, 105

Page 190: Como Escrever e Publicar Um Artigo- Robert a. Day

Berners-Lee, Tim, 143Bernstein, T. M., 221Berry, L. Joe, 204Bico de pena, ilustrações em, 90Biochemistry, 56Biologia, nome de gêneros e espécies, 37,225BiologicalAbstracts, 10, 29,250Bisliop, Claude. 47Blackwell Science, publicador "online", 152Bondi, Hermann, ixBooth, V„ 12Biiscoc, M. 11.70,74, 189

Página 263

Broad, William J., xi Burns, Robert, 227 Burocrátese, 218-20 Burton, Sir Richard, 48Cabeçalho repetitivo, 19, 255 Cabeçalhos, 186

de tese, 180em tabelas, 66-67, 233formato de, 94na seção de Materiais e Métodos, 38

Câmara digital, 90,99 Caracteres gregos, marcação eletrônica, 105 Carta

de apresentação, 115-116de modificação, 124-26de rejeição, 127-29

"Case", uso e mau uso da palavra, em Inglês,205, 220 CBE (CEB). Veja Council of Biology Editors CD-ROM, 251 Cell, 11Chase, Stuart, 216 ChemDraw ("software"), 79 Chemical Abstracts, 10, 19,29,251 Chemin, Eli, 243Chicago Manual of Style, 55, 60, 212 Citação, Referências bibliográficas

de fontes eletrônicas, 59-60de Referências Bibliográficas, 52-59de tabelas, 44de tese, 51para ilustrações, 44"software" para, 58-59, 101

Code of Federal Regulations (Código de Regulamentações Federais - Estados Unidos), 219 Colegas, agradecimentos a, 49 Composição

de tipos, 107, 256

Page 191: Como Escrever e Publicar Um Artigo- Robert a. Day

eletrônica, 139, 141em tipografia, 96

colocação das fotografias, 89 colocação das tabelas, 67,94

tipográfica, 256 Computadores, xi, 96. Veja também Internet;

World Wide Webcâmara digital, 90,99CD-ROM , "drive" para, 97 cópia adequada para fotografar, 68,69,250disco rígido, "drive" do, 97dispositivo de gravação de segurança ("backup"), 98disquete zipado, 91fotografias digitalizadas, 90-91"hardware", 97-99impressoras, 68, 98, 103modems, 99monitor, 97-98preparação do manuscrito, 96-107requisitos de memória, 97"zip drive", 98

Conclusõesem pôster, 191em artigo de periódico eletrônico, 249em artigo de revisão, 167em resumo, 30em seção de Discussão, 46, 47

Construção (apresentação de "slides"), 188 Cópia adequada para fotografar ("Camera-ready copy"), 68, 69, 250 Cópia eletrônica, 92-94, 104, 252 Copyright Act (1976) (Ato de Direito Autoral-EUA), 195, 196 Copyright Clearance Center (Centro de Liberação de Direito Autoral, EUA), 197-8 Cor

em pôster, 192em apresentação de "slides" (data show), 187em fotografias, 89-90

Correção de gramática, programas, 99 Correio eletrônico (e-mail), 143, 154-56,252 Correspondência

aviso de "não adequação", 110carta de aceitação, 124carta de apresentação, 115-16carta de modificação, 124-26carta de rejeição, 127-29de prosseguimento (seqüência), em procedimentos para publicação, 115-16e-mail, 143, 154-56,252submissão do manuscrito, 115-16

Council of Biology Edilors - CBE (Conselho de Editores de Biologia - CEB). 8, 55, 60, 196,225 Council of Biology Editors Style Manual, 54-55, 60, 210, 213, 223,226

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Crum, John K., 158CUPID (Consortion for University Printing and Information Distribution - Consórcio para Informação e Distribuição de Publicação Universitária), 141Current Contents, 109, 161,252Dados de linhagem celular, 37-38 Dados eletrônicos, arquivo de, 149 Darwin, Charles, x Data (dados)

arquivados eletronicamente, 149com forma do verbo no singular e no plural, 211de gráficos, 70-83em seção de Materiais e Métodos, 42-43em seção de Resultados, 44em tabelas, 61-69

Data show (apresentação de "slides"), 186-88 Declaração de cabeçalho, em periódicos, 109-10, 194,253 DeltaGraph Professíonal ("software"), 78, 80,82, 101 Desenho, programas de ("software"), 78-79 Desenhos. Veja Ilustrações DeVoto, Bernard, 109 Diagramação de página, 106-07

em publicação eletrônica, 147,152"software" de computador para, 100-01

Diagramação. Veja Diagramação de página Direito autoral, 195-99

de e-mail, 156de composição eletrônica, 141de publicação eletrônica, 198-99uso legal de, 195de fotocópia, 196-98 Direito autoral, formulário de transferência de,196, 197 Disco de zip, 91

Discussão, seção, 7, 44, 45-48combinação com a seção de Resultados, 12componentes da, 46de tabelas, 61 68definição de, 252em pôster, 191em artigo de periódico eletrônico, 249em artigo de revisão, 164em teses, 180

Dissertation Abstracts, 181 Distiller (Adobe), 148 Dobie, J. Frank, 178 Documentos "virtuais", 141 Dodd, J.S., 93 "Drive(s)"

de CD-ROM, 97de zip, 98do disco rígido, 97portáteis, para computadores, 98

Drury, Allen, 45"Each/every", uso e mau uso das palavras, em Inglês, 205

Page 193: Como Escrever e Publicar Um Artigo- Robert a. Day

Edição de cópia, 130, 137 Edison, Thomas A., 42 Editoração eletrônica, 69,96-97. Veja também Diagramação de página (Apresentação da página); Processador de texto Editor-chefe, 118,253 Editores

de relatórios de encontros, 171decisão de aceitação do manuscrito, 124definição de, 252no processo de revisão eletrônica, 153função dos, 117-18, 129manuscrito claro e completo e, 93

Electronic Styles: A Handbook for CitingElectronic Information, 60 Eliot, George, 221 Eliot, T.S., 47Elsevier Press, publicadores eletrônicos, 152 E-mail (correio eletrônico), 143, 154-56,252 Emerson, Ralph Waldo, 45,49 Endereços (dos autores), 27-28, 93, 250 Endereços eletrônicos, 154-55 EndNote ("software"), 58-59 Enquadramento (de figuras), 85-89 EPS, arquivos, 79 Erros, Veja também Provas, revisão de

comuns de grafia, uso e mau uso em Inglês, 234-37contextuais, 99-100de grafia de palavras, 132-33em publicações na Web, 149nas provas, 131tipográficos. Veja Revisão de provas

Esboçode artigos de revisão, 164-65

Página 265

de tese, 180 Escrita científica, ix-x, 1-7

abreviações em, 19-20, 31, 51, 56-57, 67, 104, 222-26, 233, 245-47, 249clareza em, 1definição de, 255economia de palavras em, 31-32ética em, 193, 198,207história da, 4-5jargão na, 19, 176, 205, 215-21, 238-43, 253língua inglesa, uso e mau uso de palavras na, 2-3,200, 205-07mandamentos da, humor, 203-04tempo de verbo na, 30, 34, 36,42, 207-09volume de comemoração, 252voz ativa X voz passiva de verbo na, 209-10

Escrita telescópica, 40, 41 Esvaecimento (em apresentação de "slides"),188 Et al., 53

Page 194: Como Escrever e Publicar Um Artigo- Robert a. Day

Ética, 193, 198,207 Eudora ("software"), 155 Eufemismos, 210 Eurípides, 33 Excel ("software")

para gráficos, 78, 80para tabelas, 69, 101

Experimentais, animais e plantas, 137 Explorer (Microsoft), 143 Expoentes, em cabeçalhos de tabelas, 66-67Express (Quark), 100 Expressões populares, 252Fator de impacto, 252Figuras, Veja IlustraçõesFilmes,,em artigos de periódicos eletrônicos,249 Fontes de informação eletrônicas, 144, 145-46 Fontes eletrônicas, citações de Referências Bibliográficas, 59-60 Formato

AVI, 349de bibliografias, 52 de relatórios de encontros, 170 de gráficos, 74-76 de títulos e subtítulos, 95do IMRAD, 4, 5-7, 11-13, 170, I90-19F 253do IRDAM, 11de tabelas, 64-66, 69modelos de, 102, 107, 186

Formato de arquivoarquivos do Adobe Acrobat, 101formato de imagem Photo-CD, 91para fotografias digitais, 91para gráficos eletrônicos, 79para Web, 152

Formato IMRAD, 7definição de, 253descrição de, 11-13em relatórios de laboratório, 12em sessões de "posters", 190-191história do, 4, 5-6relatórios de encontro com, 170

Fórmulas químicas "software" para, 79em títulos, 19

Fotocópias, direitos autorais e, 196-98 Fotografias, 84-91. Veja também "Slides"

ampliação, 89colocação na prova de página, 89enquadramento de, 85-89escaneamento de, 90fotografias digitais, 90-91fotogravuras, 84, 252fotos coloridas, 89-90legenda de figura, 89

Page 195: Como Escrever e Publicar Um Artigo- Robert a. Day

microfotografias eletrônicas, 84-89preparação eletrônica, 90-91provas de, 137publicação na Web de, 147setas e letras em, 89"software" para, 90-91, 101-02tamanho de, 85

Fotogravuras, 84, 252 Fowler, H, W.,214 Fowles, John, 4 Frações, em tipografia, 96 FrameMaker (Adobe), 100 FreeHand (Macromedia), 79 FTP ("File Transfer Protocol"), 146Galbraith, J. K., 139 Gardner, John W., 216 GIF, formato, 249 Gilbers, Michael, 201

Página 266

Goodman, Al, 151 Grafia

americana e britânica, 96britânica, 96erros comuns de, 234-37palavras mal escritas, 41, 132-33

Gráficos, 70-83de barras, 81colocação no manuscrito, 94definição de, 252escolha de tabela ou gráfico, 71-73escrita em, 74gerados por computador, 73-74, 77-83legendas de, 76-77lineares, 80preparação, 73-74provas de, 137símbolos em, 74, 76"software" para, 74, 78-79, 80tamanho, 74-76, 85tipo de letra, 81tipo pizza, 80variações de, 75-76, 81

Gramática, Veja Língua inglesa, uso e mau usoda Gravação ("Backup") (computadores), dispositivos de, 98Harnard, Steven, 149, 152, 153Helvetica (tipo de letra), 107Hifenização, no processador de texto, 106Hipertexto, 140, 143, 146HotBot (mecanismo de busca), 144, 145Houghton, B. 29HTML (Hyper Text Markup Language), 147-48, 256

Page 196: Como Escrever e Publicar Um Artigo- Robert a. Day

Hurh, E. J., 12,25,225 "Hyperlinks", 143, 144, 146, 249, 256Illustrator (Adobe), 79Ilustrações, 70-91. Veja também Representações gráficas (desenhos); Gráficos; Fotografias, "Slides"

arquivamento eletrônico de, 149citação de, 44colocação no manuscrito de, 94copia adequada para fotografia de,68-69,250em pôster, 192enquadramento de, 85-89fotogravuras de, 84, 252ilustrações a bico de pena, 90legenda de. Veja Legenda de Figuramicrofotografias eletrônicas, 84para publicações na Web, 147preparação eletrônica de, 90-91provas de, 137símbolos em, 76"software" para, 78-79tamanho de, 85

Imagens digitais, 90data show (apresentação de "slides"), 186fotografias, 90-91, 101-02Photo-CD, formato digital, 91

Imagens. Veja Gráficos Impressão, processador de texto, 103 Impressora(s)

a laser, 68, 98(computador), 68, 98, 103matriciais, 68(para livro ou periódico), 254

In Vitro, 37-38 Incunabula, 5, 253 Index Medicus, 10, 19, 249 Indexação, 15, 19,20 Infinitivos, subdivisão, 201 informação de consentimento, uso de material com direito autoral, 37 Instruções aos autores, 114

de periódicos, 37para citação de referências bibliográficas, 52para esboço de artigo, 164-165, 180para preparação de manuscritos, 93, 108sobre publicação prévia, 10, 194sobre tabelas, 66, 68sobre títulos em série, 20

Interface, uso e mau uso da palavra, em inglês,220 International Standards Organization (ISO),59, 60 Internet, xi, 142-143. Veja também World Wide Web

citação de fontes eletrônicas na, 59-60definição de, 253direito autoral na, 198-99

Page 197: Como Escrever e Publicar Um Artigo- Robert a. Day

e-mail na, 143, 154-56

Página 267

FTP, programa para importação de arquivos na, 146HTML, linguagem da, 147mecanismos de busca da, 144, 145-46Modem, para comunicação com, 99"newsgroups" na, 146, 156-57periódicos eletrônicos na, xi, 10, 147-49, 151-53publicação eletrônica na, 147-59URL. "link" da, 59, 146

InterNlC Academic Guide para a Internet ("site" da Web), 153 Introdução, seção, 7, 33-35, 44

abreviações na, 35"Abreviações Usadas", subtítulo da, 224de tese, 180definição de, 253em pôster, 190em artigo de revisão, 164, 167paginação da, 94para artigo de periódico eletrônico, 249Referências Bibliográficas na, 34tempo de verbo na, 34, 208

Iomega Jaz, "drive", 98 Iomega Zip, "drive", 98 IRDAM, formato de artigo, 11 ISDN, conexão, 99 ISO (International Standards Organization),59,60 "It", uso e mau uso da palavra, em inglês, 44,206 Itálico (estilo de letra), marcação eletrônica, 105Jargão, 215-21

"burocrátese", 218-20definição de, 215,253em livros textos, 176em títulos, 19palavras e expressões a evitar, em inglês, 238-43uso da palavra "case", em inglês, 205, 220

Java (linguagem de programação), 147 Jaz, "drive", 98 Johnson, Samuel, xi Journal des Sçavans, 5 Journal of Bacteriology, 10,20,66,159, 201 Journal of Biological Chemistry, 67 Journal of General Microbiology, 108Journal ofthe American Chemical Sociely, 56 JPEG, formato, 91,249 Justificação à esquerda, de texto, 106Kasidah, 48Kodak, fotografias digitais, 90-91 KWIC, indexação, 19 20 KWOC, indexação, 19

Page 198: Como Escrever e Publicar Um Artigo- Robert a. Day

Lady Chatterley's Love, 175 Lawrence, D. H., 175 Lederer,R. 221 Legenda de figura

abreviações em, 67colocação em manuscrito, 94de ampliações, 89de fotografias, 89de gráficos, 76-77definição de, 253em manuscrito batido, 77notas de rodapé em, 67símbolos em, 76-77

Legenda. Veja Legenda de figura Letra sem serifa, 107 "Like", uso e mau uso, 206 Língua inglesa, uso e mau uso da, 200-14

"a/an", uso das palavras, 225"about", uso da palavra, 220abreviações. Veja Abreviações"amount", uso da palavra, 205"and/or", uso das palavras, 205antecedentes (concordância nominal e verbal), 44"case", uso da palavra, 205, 220complementos mal empregados, 201corretores de gramática, programas de computador, 99"each/every", uso das palavras, 205em Materiais e Métodos, seção, 40, 41erros ortográficos comuns, 234-37eufemismos,210grafia, 41, 96,99, 100,234-37infinitivos subdivididos, 201interface, significado da palavra, 220"it", uso da palavra, 44, 206jargão científico, 19,176,205,215-21,238-43, 253"like", uso da palavra, 206linguagem masculinizada, 213

Página 268

mau uso de palavras, 205-07metáforas, 204-05números, por extenso, 212-13"only", uso da palavra, 206particípios mal empregados, 40, 158"quite", uso da palavra, 206redundância, 44, 184, 205singular/plural, 210-11sinônimos, 204substantivos, problemas com, 211-12,220tempo, de verbo, 30, 34, 36, 42, 207-09"that", uso da palavra, 206

Page 199: Como Escrever e Publicar Um Artigo- Robert a. Day

títulos de artigo, sintaxe, 15, 17-18, 21"using", uso da palavra, 18"varying", uso da palavra, 206"verbosidade", 45, 211voz ativa/passiva, verbo, 209-10"we", uso da palavra, 210"while", uso da palavra, 206"wich/that", uso das palavras, 206"wish", uso da palavra, 50

Linguagem masculinizada, 213 Linha do autor, periódicos, Veja Autores "Links" (ligações a outros programa ou página), na Internet, 143, 144, 146 Literatura

citações. Veja Citação; Referências bibliográficascitada, seção, 51, 59, 253primária, 8-10, 13

Livroscientíficos, tipos, 172-77com marca registrada, 174-75, 176, 256de Referências Bibliográficas, 173de revisão, 176textos, 173-74, 176

Lock, S., 122Lotus ("software"), 80, 101 Luria.S. E„ 193MacGirr, C. J„ 30Macintoch, computador, 97Macromedia FreeHand, programa para computação gráfica, 79Magari, James, 154Maggio, R., 213Manuais de estilo, 93Manuscrito eletrônico

arquivo para gravar, o, 103cabeçalhos e rodapés de, 105diagramação de página em, 105-06edição de, 102-03fazendo cópia de segurança de, 98, 103impressão de, 103marcação em, 105modelo de, 102modems para, 99necessidades do computador para, 97-99resumo ("abstract") de, 104-05revisão de, 102-03"software" para, Veja "Software" para computadortexto freqüentemente usado para, 104tipografia de, 105-06transmissão eletrônica de, 104

Manuscritoeletrônico, 96-107rejeição de. Veja Rejeição de Manuscrito

Marca registrada, 19, 20, 37, 93

Page 200: Como Escrever e Publicar Um Artigo- Robert a. Day

Marcação, eletrônica, 105 Marcação, para correção e impressão, 253 Marcas para correção de provas, 133-35, 254 Margens, manuscrito e fotos, 95, 105 Masefield, John, 92 Materiais e Métodos, seção de, 36-41, 44

"abreviações utilizadas", subtítulo em, 224análise estatística em, 39combinação com seção de Resultados, 12definição de, 253-54em artigo de periódico eletrônico, 249em artigos de revisão, 164em relatório de encontro, 169gramática em, 40-41informação de consentimento de informação em, 37marcas registradas, de produtos químicos, 37paginação de, 94referências bibliográficas em, 39subtítulos em, 38tabelas em, 39, 61tempo de verbo em, 36, 208

McKerrow, R.B., 1 McLuhan, Marshall, 142 McNab, Sheila, 29 Mecanismos de busca, 144, 145-46 Medical Style & Formal, 225 MEDLINE, 145, 249

Página 269

Memória (de computador), 97 Mencken, H. L., 129 Metáforas, 204-05

auto-destrutivas, 204 Métodos, 7, 42, 190-91. Veja também Materiais e Métodos, seção de Meyer, R. E., 218 Michaelson, H. B„ 12,56 Microbiology and Molecular Biology Reviews,13,164 Microfotografias eletrônicas, 84, 89 Microfotografias, 84, 89 Microrganismos, identificação, 37 Microsoft

Chart ("software"), 78, 101Explorer ("software"), 143Office ("software"), 78, 101Powerpoint, 78, 101, 186Word ("software"), 99citações de referências bibliográfica em,59tabelas em, 78, 101 texto freqüentemente usado, 104

Miles, Sir Ashley, 211 Minor, Janet, 100

Page 201: Como Escrever e Publicar Um Artigo- Robert a. Day

Mitchell, J. H, 43 Modelos

de apresentação de "slides", 186do processador de texto, 102TeX, 107

Moderns, 99Modern Language Association, citação de fontes eletrônicas, 60 Monitor (computador), 97-98 Monografia, 172-73, 175-76,254 Montagem (de figuras), 85, 89 Morgan, Peter, 61, 129 Morgan', Robin, 191 Morrison, J. A. 121MPEG, formato de plataforma, filmes, 249 Multi-plotados, gráficos, 81National Institute of Standards and Technology (Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia-EUA), 226Navegadores ("browsers"), 143, 155Neter, Erwin, 43Netscape Navigator ("software"), 143, 155New England Journal of Medicine, 153, 157"Newsgroups", 146, 156-57Nomes genéricos, 19, 37"Nós" editorial (o uso do nós como forma de modéstia), 210 Números

em tabelas, 63escritos por extenso, 212-13na seção de resultados, 43

0'Connor, Maeve, 222"Only", uso e mau uso da palavra, em Inglês,206 Organismos, nomes de gêneros e espécies, 37,225 Organização

de artigo apresentado oralmente, 182, 254de artigo de revisão, 163-64, 167de relatório de encontro, 169de sessão de pôsteres, 190-91de tese, 180IMRAD, formato de artigo, 4, 5-7,11-13,170,253 IRDAM, formato de artigo, 11

PageMaker (Adobe), 100Página de título, artigos de periódico eletrônico, 248Paginação

das Referências Bibliográficas, inclusão, 55 do manuscrito, 94-95,105

Paginas do artigo, inclusão em referências bibliográficas, 55Paintshop Pro para Windows ("software"), 79Palavra-chave, indexação, 19 20Palavras erradas, 132-33Palavras, mau uso de. Veja Língua inglesa, uso e mau uso deParticípio mal empregado, 40,158Particípios mal colocados, em inglês, 40, 158Passiva, voz de verbo, uso, 209, 210

Page 202: Como Escrever e Publicar Um Artigo- Robert a. Day

Patrocínio, agradecimentos por, 49Pausteur, Louis, 6PDF, arquivos, 101, 148Periódico de arquivamento (primário ou de originais), 250Periódicos científicos. Veja PeriódicosPeriódicos de revisão, 95Periódicos eletrônicos, xi, 10, 147-49, 151-53, 269

Página 270

arquivo de informação de, 149-50 definição de, 252preparação de manuscrito para, 248-49 processo de revisão de, 152-53 requisitos para autores em, 152 requisitos para submissão de amostra para,248-50

Periódicos. Veja também Preparação de manuscrito; Submissão de Manuscrito abreviações em, 222-26 acesso à audiência do, 113 artigos de revisão em, 163, 166 autoria em, 194 cabeçalhos de, 95 CD-ROM, forma de publicação de, 139,140-41 circulação do, 112 citações de referências bibliográficas em, 51-60 de manuscrito eletrônico, 99-107 declaração de cabeçalho, 109-10, 194,253 diagramação de página de, 105-06 direito autoral em, 195-99 editor-chefe de, 118, 25 editores de, funções, 117-24,129 em resumo ("abstract"), 31-32 escolha para submissão do manuscrito,109-113 estilo de, 93 ética em, 193, 198 fator de impacto de, 252 fotografias coloridas em, 89-90 freqüência de publicação de, 112-13 gráficos em, formatos de arquivos para, 79 história dos, 5-7 imagens digitais para, 90IMRAD, formato de artigo para, 4, 5-7,11-13, 170,253 IRDAM, formato de artigo para, 11 microfotografia eletrônicas para, 84 paginação de, 94 periódico de Arquivamento (primários ou de originais,250 periódicos de revisão, 95 periódicos eletronicos, xi, 10,147 49,151-53prestigio de, 110-12processo de revisão em, 117-29processo tradicional de publicação de, 96publicação primária em, 8-10, 13, 254

Page 203: Como Escrever e Publicar Um Artigo- Robert a. Day

publicações duplicadas em, 252reimpressões de, 158-62, 167, 254rodapés em, 93submissão eletrônica para, 104, 131tipografia de, 106-07títulos de, abreviações dos, 56-57, 230-32títulos em, abreviações em, 52, 55-56

Permissões, 193, 194, 195 Persuation (Adobe), 78, 186 Pesquisa booleana, 144 Pessoal, computador. Veja Computadores Philosophical Transactions of the Royal Society of London, 5 Photo Deluxe (Adobe), 79 Photo-CD, formato de imagem, 91 PhotoShop (Adobe), 79 PIC, arquivos, 79 PICT, arquivos, 79 Piei, Gerard, 8 PU, rótulo, 199 Pixels, 79Plantas, nomes de gêneros e espécies, 37, 225 Plurais, uso e mau uso, em Inglês, 210-11 Pontuação

em pesquisa booleana, 144importância de, 40poder da, 213

Pôsteres, preparação de, xi, 189-92 PostScript, fontes (caracteres), 106-07 Powell, John Wesley, 43 PowerPoint ("software"), 78, 101, 186 Preparação de manuscrito, 92-108. Veja também Instruções aos autores batendo o, 92-93, 94, 95

cópia adequada para fotografar de, 68, 69, 250cópia de segurança do, 98, 103cópia eletrônica de, 92-94, 104, 252de manuscrito eletrônico, 96-107diagramação (apresentação) de página de, 105-06editando o, 102-03cm computadores, 96-99gráficos em, 76-83impressão de, 103paginação de, 94-95, 105para periódico eletrônico, 248-49problemas com, 95-96

Página 271

provas do, conferência, 99-100revisão do, 102-03revisão final de, 107-08rodapés do texto de, 93tabelas de, indicadores nas margens, 67

Page 204: Como Escrever e Publicar Um Artigo- Robert a. Day

tipografia para, 106-07topo e base de página de, 105cabeçalhos de, 95 margens de, 95, 105modificações após revisão de, 124-26verificação de erros de gramática de, 99verificação de ortografia em, 99 100

Primeira revelação fotográfica, 9Processador de texto ("Word processing"), 99-100, 102

alinhamento do, 106cabeçalhos e rodapés do, 105citações de referências bibliográficas, 58, 101cópia de segurança de texto do, 103editando no, 102-03gravação no, 103hifenização no, 106impressão no, 103justificação no, 106margens no, 105modelos do, 102numeração de páginas no, 105para transparências para retroprojetor, 186revisão no, 102-03"slides", confecção no, 78tabelas, confecção no, 68, 101texto usado freqüentemente no, 104tipologia, 106-07

Processo de publicação. Veja também Publicação eletrônicacomposição no, 130, 131de periódicos eletrônicos, 151edição de cópia, 130preparação do manuscrito para, 92-108processo de revisão no, 117-29provas no, 130-41submissão do manuscrito para, 109-16

Processo de revisão, 117-29, 149. Veja também Revisão por especialistas da mesma área científica

aceitação no, 124, 126anonimato no, 121-22carta de modificação após, 124-26da seção de Materiais e Métodos, 37de periódicos eletrônicos, 152-53do relatório de encontro, 169funções do editor-chefe no, 118,253funções dos editores no, 117-24, 129limite de tempo para ressubmissão, 126rejeição no, 45, 92,110,127-29resumo no, 31revisão final no, 107-08 Programas de desenhos ("software"),79

Programas de distribuição de números para gráficos, 80para material tabular. 69, 101

Programas de revisão de ortografia, 99, 100Programas eletrônicos de apresentação de

Page 205: Como Escrever e Publicar Um Artigo- Robert a. Day

"slides" (data show), 186-88ProjectMuse, publicação "online", 152Provas de página para impressão 131

adições ao texto das, 135-3responsabilidades do autor com a revisão de, 131de ilustrações, 137de referências bibliográficas, 136marcando correções em, 133-34palavras com grafia errada em, 132reclamações contra em, 138

Provas, correção de, 99-100adições ao texto na, 135-36de erros de grafia, 132-33de ilustrações, 137de referências bibliográficas, 136marcas para correção na, 133-35, 254processo de, 132-33

Provas, de manuscrito, 131-36, 254PSYCOLOQUY, 149Publicação

duplicada, 252em CD-ROM, 139, 140-41, 199independente, 150prévia (anterior), 10primária, 254"online" da Academic Press, 152

Publicação eletrônicade resultados de encontros ("conference proceedings"), 199diagramação da página de, 147,152direito autoral em, 198-99Harnard, Sleve, sobre, 149, 152, 153HTML, linguagem para, 147-48, 256

Página 272

publicação independente de, 150 publicação na Web de, 147,148-49requisitos para autores de, 152 requisitos para submissão de, 248-50

Publicação na Webética em, 193, 198,207 "online", 152permissões para, 193, 194publicação duplicada, 252

Publicações válidas, 8, 13Publicador, 254Publicadores "online", 152"Publisher Item Identifier" (PII), 199

Quadros sinópticos, 14Quark Express ("software"), 100QuickTime ("software"), 140, 249"Quite", uso e mau uso da palavra, em Inglês, 206

Page 206: Como Escrever e Publicar Um Artigo- Robert a. Day

RAM, 97Ratnoff, O.D., 34Redução eletrônica ã distância ("Electronic skywriting"), 149Redes de computadores, 142Redundância, 44, 184,205Referencias Bibliográficas, 51-60

abreviações de periódicos em, 55-56adição de, na fase de provas, 136citações no texto, 56em artigo de periódico eletrônico, 249estilos de, 52-56, 57-58et al., uso em, 53inclusão de páginas em, 55na Introdução, 35na seção de Literatura Citada, 51, 59, 253na seção de Materiais e Métodos, 39no resumo, 30para fontes eletrônicas, 59-60sistema de nome e ano para, 52-53,55, 57, 254sistema de número de acordo com a ordem alfabética para, 53-54, 57, 250sistema de ordem de citação para, 54-55, 57-58,251"software-" para, 58-59, 101títulos de artigos em, 51, 52, 55verificação de , 51

Referências Bibliográficas e Notas, seção de,93Reimpressões, 158-62, 167, 254Rejeição do Manuscrito carta de rejeição, 127-29

escolha do periódico, 110forma própria e clareza da, 92seção de Discussão e, 45

Relatório de pesquisa. Veja Periódico científico,artigo científicoRelatórios de encontros (Relatórios de conferência), 13-14

como publicação válida, 8de artigo apresentado oralmente, 182-88,192, 254definição de, 168-69formato de, 170 organização de, 169pôster, preparação de, 189-92resumo para, 30

Relatórios preliminares, 13Representação gráfica (desenho). Veja Gráficos;Tabelas

cópia adequada para fotografar de, 68,69, 288eletrônicas, 98

em artigos de periódico eletrônico, 249em preparação de manuscritos, 101-02formatos de arquivos de, 79 fotografias, 90-91gráficos gerados por computador, 80-83 tabelas geradas por computador, 68 eletrônicas. Veja Gráficos eletrônicos em

pôsteres, 192em artigo de periódico eletrônico, 249em barras, 80 r em publicações na Web, 147fotografias, 101-02

Page 207: Como Escrever e Publicar Um Artigo- Robert a. Day

lineares, 71,90,137 "slides" para apresentação oral, 183-88Reprodutibilidade, ix, 6, 9, 37,40, 169Resultados de encontros, 169, 199. Veja tambémRelatórios de encontros Resultados, seção de, 7 clareza da, 43-44

combinação com outras seções, 12conteúdo da, 39,40,42-44 definição de, 255

Página 273

em pôster, 191em artigo de periódico eletrônico, 249em artigo de revisão, 164em lese, 180números em, 43paginação de, 94redundância nos, 44tempo de verbo nos, 42, 208

Resumo ("Abstract"), 18, 29-32abreviações no, 31, 223como publicação válida, 8de relatórios de encontro, 30de tese, 18 Idefinição de, 29,250eletrônico, 104-05limite de palavras no, 32paginação de, 94resumo de cabeçalho ("heading abstract"), 30, 31-32resumo de encontro ("meeting abstract"), 14,31-32resumo estendido ("extended abstract"), 14resumo indicativo ("indicative abstract"), 30resumo informativo ("informative abstract"), 30verbo do, 30, 208 Resumode cabeçalho, 30, 31-32de encontro ("Meeting abstract "), 14, 31 -32estendido, 14estruturado, 29indicativo, 30informativo, 30

Resumo ("Summary"), 47, 255 Reud, W. M, 179Revelação fotográfica, primeira, 9 Revisão por especialistas da mesma área científica (pares, colegas), 10,40,108, 121-22

anonimato dos revisores em, 121autopublicação e, 150definição de, 254em periódicos eletrônicos, 152-53

Revisões de livros, 175-77Revisores, 93 Robarcbek, Doug, 1 17Roberts,WilliamC.,51

Rodapéscomo hipertexto, 140de endereço de autores, 27-28,93em periódicos, 93

Page 208: Como Escrever e Publicar Um Artigo- Robert a. Day

em tabelas, 39, 67para citações de Referências Bibliográficas, 59para legenda de figura, 67para o texto, 93

Rogers,Will,201Roosevelt, Theodore, 217Rosner, J. L., 18Rosten, Leo, 27Rótulo eletrônico, 105Ruskin, John, 138Savile, Doug, 45"Scanners", 90Science, 56Science Citation Index, 252Scientific English: a Guidefor Scientists and

Other Professionals, xi, 214 Scientific Style and Formal (CBE), 225 Separatas, 158,254Shockwave (linguagem de programação), 147Símbolos

comumente aceitos, 245-47em gráficos, 74-76

Singular/Plural, uso, 210-11 Sinônimos, 204Sintaxe

definição de, 255 em título de artigo. 15, 17-18, 21erros de, 214na seção de Materiais e Métodos,40

Sistema de Havard (referências bibliográfica). Veja Sistema de nome o anoSistema de nome e ano (Referências bibliográficas), 52-53,55,57,254Sistema de numeração na ordem alfabética (referências bibliográficas), 53-54,57,250 Sistema de ordem de citação ( Referências bibliográficas), 54-55,57-5H, 251 Sistema de Vancouver, de referências bibliograficas, 54-55Sistema Internacional de Unidades, abreviações, 225-26, 244"Slides", 90

cor de, 187 273

Página 274

para apresentações orais, 183-88preparação eletrônica de, 185-88"software" para, 78, 186

SmartSketch ("software"), 79Society for Scholarly Publishing (Sociedade para Publicação de Nível Superior), 255 "Software" para computador, xi

com aplicativos de diagramação (apresentação) de página. 100-1com processador de texto, 58, 68, 78, 99-100, 102-04, 186com programa de composição de tipo, 107com programas de pintura, 79com revisores de ortografia, 99, 100para "slides", 78, 186para citação, 58-59, 101para citações de Referências Bibliográficas, 58para formatação da bibliografia, 58-59

Page 209: Como Escrever e Publicar Um Artigo- Robert a. Day

para gráficos, 74, 78-79, 80, 101para ilustrações, 78-79para preparação de manuscrito, 96-107para tabelas, 68-69, 101programas de desenho em, 78-79revisores gramaticais em, 99TeX, 107

Springer-Verlag, publicadores "online",152Sputnik, 7 Stapleton, P., 200 Strunck,W.,Jr., 214

Submissão de manuscrito, 109-16. Veja tambem Processo de revisãoaceitação, 124, 126acesso à audiência, 113agradecimentos no, 116artigo para, 94carta de apresentação para, 115cópia eletrônica para, 92-94, 104, 252correspondência posterior a, 115-16empacotando e postando o manuscrito para, 113-114escolha do periódico para, 109-13notícia de "não adequado", 110rejeição do manuscrito, 45, 92, 110, 127-"iresumo eletrônico para, 104-05 submissão eletrônica, 104, 131

Subscritos, colocação, 96Substantivos, uso c mau uso, 211-12, 220Subtítulos

em manuscritos batidos, 95na seção de Materiais e Métodos, 38

Superescrito, colocação, 96Symbol (fontes, caracteres), 107Syquest, "drive", 98Tabelas, 61-69, 80

abreviações em, 67,233citação em, 44colocação no manuscrito, 67,94cópia adequada para fotografar de, 68definição de, 255expoentes em cabeçalhos de, 66-67formato de, 64-66, 69geradas por computador, 69gráfico ou tabela, escolha de, 70-71indicação de, nas margens, 67na seção de Materiais e Métodos, 39notas de rodapé de, 39, 67organização de material tabular, 64-66publicação na Web, 147quando usar, 61-64, 71"software" para, 68-69, 101títulos de, 66-67, 233 Tempo verbalem análise estatística, 209na seção de Introdução, 34, 208na seção de Materiais e Métodos, 36, 208na seção de Resultados, 42, 208

Page 210: Como Escrever e Publicar Um Artigo- Robert a. Day

no resumo, 30, 208uso e mau uso de, 207-09 Tesecitação de, 51como escrever, 178-81como publicação válida, 8definição de, 255organização de, 180resumo em, 181 TeX ("software"), 107

Texto justificado, 106 "Thal", uso e mau uso da palavra, em inglês,206"The ACS Style Cuide" (Guia de Estilo da

ACS), 226The elemenis ojStyle, 214The Washington Post, 201-02 Thistle, M. W„ 47 TIFP,

arquivos, 79

Página 275

Times Roman (tipo de letra), 107Tipografia, 106-07Tipologia eletrônica, 106-07Tipos de letras

do processador de texto, 107para gráficos, 81

Titulo, 15-21abreviações em, 19-20, 223, 230-32com sentenças afirmativas, 18como rótulos, 18-19comprimento de, 16de periódicos, 56-57, 230-32de tabelas, 67, 190definição de, 256especificidade de, 16-17fórmulas químicas em, 19jargão em, 19marcas registradas em, 19, 20 .g*psentenças afirmativas em, 18sintaxe em, 15, 17-18,21título vinculado, 20títulos em série, 20-21

Títulos de artigos

nas referências bibliográficas, 51,55 referências bibliográficas em, 51,52,55em série, 20-21,255vinculados, 20

Topo da página, 105Transparências, para apresentações orais, 186TrueType, tipo de letra, 106-07Truman, David B., 3Truncagem, 27 Tuchman,Barbara W, 175Unidades de medida abreviações, 224,244

unidades do SI (Sistema Internacional de Unidades), 22, 225-26, 244

Page 211: Como Escrever e Publicar Um Artigo- Robert a. Day

Unidades do SI (Sistema Internacional de Unidades), abreviações, 222, 225-26, 244"Uniform Requirements" (Requisitos uniformizados), 53, 54, 55, 57, 58URL (Uniform Resource Locator - Locadores de Recursos Uniformes), 59, 146UseNet, 149, 156"Using", mau uso da palavra, em inglês, 18Uso e mau uso do inglês. Vfe/n Língua inglesa, uso e mau uso deUso legal, de material com direito autoral, 195"Varying", uso e mau uso da palavra, em inglês, 206Verbos, uso do singular e do plural, 210-11Verbosidade, 45,211Verdade científica, definição, 47Volume comemorativo, 252Wayne, John, 182"We", uso e mau uso da palavra, 210Web, navegadores ("browsers") da, 143, 155Web, procura na, 144-46Web, publicações na, 147, 148-49Web, "sites" na InterNIC, 153

citações de referências bibliográficas para, 59-60informação sobre Photo-CD, 91publicadores "online", 152"sites" de formatos de citação de referências bibliográficas, 59-60

"Which", uso e mau uso da palavra, em inglês, 206"While", uso e mau uso da palavra, em inglês, 206White.E. B.,214Whitehead, A. N. 36Windows ("software"), 97"Wish", mau uso da palavra, em inglês, 50WMF, arquivos, 79Wolff.RobertS., 140Wood, Earl, H., 117WooIf.ColinR.,203WordPerfect, 99, 104World Wide Web Journal of Biology, 248World Wide Web, 143. Veja também Internet

definição de, 256direito autoral na, 198-99FTP da, 146HTML da, 147mecanismos de busca da, 144, 145-46procura de informações na, 144-46publicação eletrônica na, 146-49publicação independente na, 150URL da, 59, 146

Writing Research Papeis: An Easy Guidefor Non-Native-English Speakers, 200Yaeger, Larry, 140Yahoo (mecanismo de busca), 145