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Dicas de como começar a escrever um livro. Colocar a historia no papel.

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Todos os direitos reservados, incluindo direito de reprodução no todo ou parte em quaisquer meios.

TÍTULO ORIGINALComo começar a escrever um livro

CAPABruno Grünig

REVISÃOBruno Grünig

GERAÇÃO DE PDFBruno Grünig

EDIÇÃO DIGITAL2015

Todos os direitos reservados aBruno Grünig

Como começar a escrever um livro - Bruno Grünig! 2

Page 3: Como Começar a Escrever um Livro.pdf

Índice

Introdução! 6

Não consigo passar idéias para o papel! 8

Escreva com assessoria (coaching)! 11

Motivação! 13

Quem é que manda! 17

Como achar seu público! 19

Resolvendo problemas! 21

Ferramentas da internet! 23

O primeiro livro! 27

Ghost writer! 31

Começando seu livro (ficção)! 33

O próximo passo! 37

Começando seu livro de não ficção! 39

Quanto tempo?! 44

Escreva com cuidado! 46

E os gracejos?! 47

O que um livro de ficção deve passar ao leitor! 48

Desculpas esfarrapadas! 50

Como começar a escrever um livro - Bruno Grünig! 3

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Conclusão! 52

Sobre o autor! 53

Bônus - Começando um livro de ficção! 55

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Introdução

Você está aí… pensando em escrever seu livro. Abre o progra-ma, pensa, pensa, pensa. Pronto! Veio uma baita idéia! E tome te-clar. Qualquer hora vaga… teclar. O sujeito fez isso, aquilo. Namo-rou, bateu, se encrencou, matou… morreu.

É assim que se começa um livro?

Pode ser… só que não. Você pode escrever assim se quiser. O livro é seu e ninguém tem nada a ver com isso, é ou não é? Tudo bem… só que você vai ter uns probleminhas:

• Provavelmente quando chegar um pouco mais à frente, você estará perdido, porque não planejou.

• Aí você pára pra pensar. Beleza… só que devia ter pensado antes, concorda?

• Mas tudo bem… você encontra a solução e se-gue em frente.

• Aí você termina o livro. Prontinho. Chegou no final, o herói casou-se com a garota bonita. Fim.

Tudo certo? Arrrammm… faltou uma coisinha. Uma coisona, aliás. Você, além de ter gasto dez vezes o tempo necessário para escrever o livro, porque não planejou, esqueceu-se de pensar no que vem muito antes de sequer pensar em escrever o livro. Não sabe o que é? Lá vai:

Quem é que vai ler o seu livro?

Ah, sim… todo mundo, né? Certo. Você é o cara. Ou “a cara”. Só de amigo no Facebook tem uns quinze mil, é ou não é? Sabe quan-tos deles estão interessados no seu livro? Peraí… estou pensando por um segundo… NENHUM! Nenhum amigo seu está interessado no seu livro. Cada um tem lá suas preocupações, os posts de comi-da pra colocar lá, as fotos da família na beira da represa, etc. Tão defecando e andando pra você. Verdade. Triste, mas verdade.

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Por isso é que - ao contrário do que você talvez tenha pensado - escrever um livro começa selecionando o público.

Vamos ver tudo isso já, já. Não desanime. O mundo ainda não acabou. Mas pode acabar… deixa pra lá, isso é outro assunto.

Então… siga em frente. Nas próximas páginas você vai saber por onde deve começar.

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Não consigo passar idéias para o papel

Coloquei este tópico no início, porque sei que muita gente sofre deste problema. É um pouco difícil para mim entender este tipo de dificuldade. E muito mais ainda tentar ajudar a corrigir. Mas como sou metido a bêsta mesmo, vou tentar.

Em primeiro lugar - e aqui estou apenas supondo - talvez o problema não seja “passar as idéias para o papel”. Talvez seja a es-cassez de idéias mesmo. Você é quem precisa analisar.

Por exemplo… você tem vontade de escrever um livro, uma his-tória. Até aí… nada. Vontade todo mundo pode ter.

Passemos então da vontade para a idéia em si. O que há em sua cabeça? Vamos aos dois casos:

1. Não há nada, não há idéia - “Eu queria escrever um livro…”

2. Há uma idéia - “Eu queria escrever um livro sobre um sujei-to que resolveu perseguir e acabar com a raça de tudo quanto é político corrupto…”. Essa é legal, diga a verdade. Gostou? Pode escrever o livro que eu ajudo.

Pronto. Veja lá no número dois. A idéia está em sua cabeça. Passe exatamente aquilo para o papel, caramba. O que está em sua cabeça. As exatas palavras. Assim:

Eu queria escrever um livro sobre um sujeito que resolveu perseguir e acabar com a raça de tudo quanto é políti-co corrupto…

Pronto de novo. Você já começou a escrever. Pense mais um pouco. Vamos fazer então um exercício com este exemplo. Faça umas perguntas para os teus neurônios… E responda. Invente. Você é o cara da história.

• O que aconteceu com o cara? Porque ele resolveu perseguir político corrupto?

• Ele é forte? Inteligente? Violento? Alto ou baixo? Tem estu-do? É casado? De onde ele é?

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Responda mentalmente a cada pergunta e coloque no papel exatamente como veio à sua mente. Não se preocupe com o portu-guês, narrativa, nada. Escreva as palavras que estão em sua cabe-ça.

Agora vamos mais adiante. Fazendo mais perguntas e respon-dendo.

• Como é que ele vai executar o plano? De que maneira vai per-seguir os políticos corruptos?

• O que ele vai fazer? Vai matar? Ou vai estragar a vida dos ca-ras?

• Ele vai pedir ajuda a alguém? Ou vai agir sozinho?

Veja só… eu não respondi a nenhuma das perguntas, mas já te-nho algo em mente. E não importa como vem, apenas escreva. Você pode começar “desenhando” o sujeito. A aparência, idade, raça, etc…

Faça o exercício e verá que talvez o que esteja faltando seja idéia. Se for este o caso, você precisa mesmo é ler. Ler muito. Ler livros e mais livros sobre o gênero que você quer escrever.

E mais… no dia-a-dia você encontra muitas idéias. Nas ruas, noticiários, no trabalho.

Se você continua achando que não consegue passar suas idéias para o papel, tente fazer outro exercício. Escreva tudo o que acon-teceu num determinado dia. Ou numa semana. De qualquer jeito. Por exemplo: “Hoje acordei às seis da manhã, levantei, fui ao ba-nheiro. Escovei os dentes e penteei os cabelos. Depois fui à cozi-nha, fiz café, tomei uma xícara e saí correndo para o trabalho. Pe-guei um ônibus lotado que só a peste…”

Eu tenho certeza que você consegue escrever isso. E se conse-gue, você consegue passar seus pensamentos para a linguagem es-crita.

Então… novamente. O que está faltando é idéia.

Talvez seja medo. Um medo estranho, lá dentro. “Tá… eu co-meço a escrever… e depois? Pratique. Escreva uma história com-pleta em uma página. Uma redação. Com começo, meio e fim.

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Sabe qual a diferença entre uma redação e um livro? Tamanho. Só isso. A redação conta a história rapidamente. O livro entra em mais detalhes. Mas a mesma história do livro pode ser contada em uma página.

Pratique.

Uma última possibilidade. Você acha que precisa escrever “cer-tinho”. Português correto, coisa e tal. Palavras bonitas. Esqueça isso. Escreva como você fala. Escreva como você conseguir. Se for esperar o dia em que poderá ingressar num curso de… iiihhhh! Nada disso. Simplesmente escreva. Se for possível compreender o que você escreveu, já é o suficiente. Se tua história for boa, sempre haverá alguém para editar, revisar e corrigir.

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Escreva com assessoria (coaching)

Um termo inglês já bastante disseminado no Brasil, o “coa-ching” pode ser usado em diversas atividades. Escrever um livro é uma delas.

Diferente do Ghost writer. Um Ghost writer escreve o seu livro todo com o seu acompanhamento. No coaching ocorre o contrário: você escreve sob a supervisão do “coach”. Coach, em inglês, quer dizer “treinador”.

Escrever um livro neste sistema, é: você contrata o “coach”, passa a idéia da história para ele (ou ela) e começa a escrever seu livro com as diretrizes, sugestões e a supervisão do mesmo.

Contratando um bom “coach”, a vantagem é que você não per-de tempo e escreve seu livro corretamente logo na primeira vez. Acredite, gastar meses escrevendo um livro para descobrir no final que está tudo errado... é terrível.

Por isso é importante informar-se, aprender o máximo que pu-der antes de iniciar uma grande empreitada.

Numa parceria deste tipo, o que aconteceria seria você enviar sua história para o coach, iniciando o trabalho. Após as primeiras deliberações, você começa a escrever seu livro segundo as diretri-zes e sugestões do coach, que vai também supervisionando o pro-gresso do livro, até o final.

A desvantagem: o preço. Você vai escrever um primeiro livro melhor, mas vai gastar um bom dinheiro.

O meu serviço

Eu ofereço o serviço e o preço é variável. Tudo depende de como o cliente (você, se for o caso) ocupe meu tempo. Depende de quanta ajuda você precisa.

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Pode ser que você apenas precise de orientações básicas no iní-cio e uma supervisão a cada 30 páginas escritas.

Ou pode ser que precise de orientações mais detalhadas, super-visão a cada 5 páginas e ajuda constante na história.

Está pensando no assunto? Faça uma consulta e exponha suas dúvidas, entrando em contato através do email abaixo:

[email protected]

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Motivação

Escrever um livro não é uma tarefa difícil. Quero dizer com isso que não é como projetar um prédio, por exemplo. Para escrever um livro você não precisa aprender cálculos e mais cálculos, física, propriedades de materiais e sei lá mais o que.

Mas dá trabalho. Escrever um livro a sério dá muito trabalho.

Por isso estou incluindo este tópico: motivação. Porque você quer escrever um livro? Eu consigo aqui, com a possibilidade de errar, pensar em três “porques”:

• Ganhar dinheiro

• Satisfação pessoal, reconhecimento.

• Registrar fatos

Qual motivo é o correto? Acho que os três podem servir como a razão para escrever. Entretanto “motivação” em si é algo mais complicado. Algo que vem de dentro.

No meu caso, por exemplo… Eu já escrevi livros que posso atri-buir aos primeiros dois itens. Ganhar dinheiro e satisfação pessoal. Por isso posso falar de motivação.

Se o resultado obtido com os livros que escrevi influíssem na minha motivação, eu teria parado de escrever. Hããã??? É isso. Sa-tisfação pessoal e reconhecimento não ocorreram lá muito bem. Dinheiro também não.

Mas eu continuo escrevendo. Porque?

Acho que tem um bichinho, uma espécie de vírus lá nas pro-fundas do cérebro que diz: escreva. E eu obedeço.

Aliás, a bem da verdade, satisfação pessoal eu obtive sim. Eu fico muito satisfeito quando acabo de escrever um livro. Até mes-mo quando estou escrevendo. Eu gosto do que escrevo. Isto em si, já é uma motivação.

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Qual é a sua?

Se você está aí pensando em dinheiro, ao contrário do que você possa esperar, eu aprovo. Eu nunca escrevi um livro que não ten-tasse vender. Posso até não vender muito, mas vendo. Porque não há sentido em ter um trabalho lascado pra engavetar. Esperando que no final do mundo um sobrevivente da catástrofe ache o livro e resolva o problema da humanidade. Não senhor.

Portanto, pensar em vender é - na minha opinião - correto. E motiva bem legal, diga a verdade. Todos nós precisamos sobrevi-ver. E se pudermos fazer um dinheiro com aquilo que gostamos de fazer… uau!!!! Bom demais.

Entretanto… se você estiver pensando naqueles milhares (ou milhões) de cópias vendidos e você comprando uma baita casa numa praia de luxo para escrever o próximo best seller… você pode (e provavelmente vai) ter uma enorme decepção.

É claro que talvez eu esteja me dirigindo a um futuro famoso escritor. Se isto acontecer, mencione meu nome, website, email em sua primeira entrevista em rede nacional de TV e já terá me feito um enorme favor.

Porém, a probabilidade é remota. De ficar famoso e ganhar um montão de dinheiro. Há muito barulho lá fora. Muito barulho. E a sua voz geralmente não consegue chegar às pessoas.

Desanimou? Ótimo. Só os que têm vontade de ferro desani-mam aqui e ali e continuam em frente. Eu já cansei de desanimar. Quem diz que nunca desanima é provavelmente um mentiroso. Tem hora que dá vontade mesmo é de meter uma bica no pau da barraca e mandar todo mundo se lascar. A gente desanima sim. A gente gasta um tempo enorme aprendendo, escrevendo, revisando, pensando… e nada acontece.

A realidade é dura. Mas quem quer mesmo fazer uma coisa, de-sanima só por um dia, algumas horas. Depois retoma o rumo. É como um sujeito que precisa caminhar dias e dias por uma estra-da. Tem hora que dá vontade de parar, simplesmente. Que se ferre a estrada e o destino. Aí ele descansa algumas horas, toma uma banho no rio, come alguma coisa e… pé na estrada de novo.

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E a satisfação pessoal? Conforme eu disse, a satisfação é me-lhor que venha do próprio ato de escrever em si. Porque reconhe-cimento de terceiros é algo raro. É claro que um ou outro te dá aquele tapinha nas costas e diz: “Caramba! Você escreveu um li-vro???!!!”.

Pois deixe-me dizer uma coisa… uma frase deste naipe contém - geralmente - sentimentos dos quais você deveria manter-se afas-tado. Não, não é admiração pela sua capacidade. Uma pessoa para admirar o seu trabalho, o seu livro, precisaria ter lido o livro.

Os sentimentos dos quais falo são menosprezo, condescendên-cia e inveja. É verdade. A grande maioria das pessoas considera algumas atividades como “bichos de sete cabeças”. Escrever e compor música são duas delas. Então eles dizem (lá dentro de suas cabecinhas): “Ah, coitado… pensa que vai ser escritor”. Mas por fora, vem a frase condescendente e o tapinha nas costas. É normal.

Mas às vezes - e isso é mais raro, graças a Deus - aparece al-guém com inveja. Essa é de lascar.

Eu tenho hoje (2014), 57 anos de idade. Em toda a minha vida, até algum tempo atrás, eu jamais havia constatado que alguém ti-vesse inveja de mim, de algo que faço. Então nem pensava nisso, não tinha a mínima noção de como seria. Até que um dia a coisa bateu em minha cara.

Uma pessoa de minhas relações atacou-me verbalmente com uma fúria inusitada. Dizendo cobras e lagartos do meu trabalho. Que eu não sabia era de nada e coisa e tal. Eu fiquei simplesmente boquiaberto. Não chocado, nem magoado, que já passei desta fase. Palavras más não me magoam. Motivam-me ainda mais. Mas eu fiquei surpreso. Como o infeliz sabia que meu livro era uma merda, sem ler? Como sabia que eu era um compositor ruim se apenas co-nhecia uma das dezenas de músicas que eu fiz? Afinal de contas, porque ele disse todas aquelas coisas?

Fim da história… o sujeito meio que pediu desculpas pela me-tade e justificou-se: ele havia me atacado por causa de algo que eu dissse. Que nada tinha a ver com escrever ou compor.

Arrá! Olhaí como eu detectei a inveja. Ora… ele podia ter me atacado de outra maneira, dizendo que eu só dizia abobrinha, so

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falava besteira, que não sabia o que estava dizendo, etc… Mas não. Ele atacou-me naquilo que faço, porque ele mesmo jamais conse-guiria chegar sequer perto de fazer o que faço. Inveja. É o pior que você pode despertar uma pessoa. E é difícil de digerir. A inveja cega a pessoa. E ela parte para um ataque frenético.

Bem, se você estiver curioso, eu simplesmente deixei pra lá. Não discuti, não ataquei, não revidei. Deixei pra lá. Demorei um pouco para deixar de pensar naquilo, mas deixei. Até agora, né? Hehehe!

Voltando ao assunto… reconhecimento externo. Não espere ou vai se decepcionar.

E por fim, registrar fatos. Já conheci gente assim. Escrever um livro porque deseja contar uma história que realmente aconteceu. Sem problema. É legal. Talvez lá na frente sirva de lição para al-guém. Ou mesmo de entretenimento.

Entretanto, a motivação não é nenhuma destas coisas. A moti-vação está dentro de você. É algo muito pessoal. Algo maior do que as picuinhas deste mundão velho sem porteira. Se você tem o “bi-chinho” aí dentro, ele vai dar o ar da graça. Se é que já não deu.

No final das contas, além da sua satisfação em ter feito algo, é melhor escolher a motivação dinheiro. Ser pago por aquilo que você faz é importante, gratificante. E dinheiro, além de ser neces-sário à sobrevivência, tem uma grande vantagem: dinheiro não tem sentimentos. Dinheiro não tem inveja, não dá opinião idiota, não fica questionando você. Ele só fica lá esperando você ir buscá-lo.

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Quem é que manda

Você precisa entender uma coisa. Quando uma fábrica - por exemplo - de automóveis lança um determinado modelo de carro, como você acha que os detalhes do modelo foram decididos? Uma reunião dos espertos lá, cada um dá uma opinião, coisa e tal e pronto? Nada disso. O modelo sai ao máximo possível de acôrdo com o que o possível, potencial comprador deseja. Em tudo: dese-nho, consumo, cor, nome e assim por diante.

Agora me diga… você acha que a fábrica está errada? Eu não. Acho que está certíssima. Eles querem vender, ganhar dinheiro. Então procuram agradar ao máximo aquelas maravilhosas pessoas que lhes trarão a grana.

Entendeu?

Pois então. Faça você o mesmo. Procure o público para o seu livro. Nem todo mundo está interessado em… sei lá o que.

“Ahhh… hoje em dia todo mundo quer…”

Esta é uma frase perigosa. Afaste-se disso. Ir “na onda” só por-que está na moda, ou muita gente fala disso e daquilo é uma tre-menda duma furada.

Achar o público para o seu livro é algo um bocado mais sério. E nem adianta tentar pegar carona com os famosos. Você vai lá, es-creve um livro bacana pra caramba, sobre as bruxas do monte ca-turité que foi visitado só por três pessoas no mundo inteiro até hoje. E pensa que vai competir com o Paulo Coelho. Vai é tomar um vareio de bola. Nunca vai pegar nem rabeira. Não adianta.

O que fazer, então? Aqui está o “segredo”. Nicho. Uma pequena parcela de pessoas interessadas num determinado assunto. Isto é um nicho. Suponhamos que você descubra que existe uma certa quantidade de leitores que gostam de livros sobre - sei lá - fofocas no escritório. (Dizer a verdade, até eu gostei deste tema… deve vender…).

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Você vai, pesquisa um pouco mais aqui e ali e percebe que pode até dar samba.

Aí sim, você está encaminhando um livro para a direção corre-ta.

Lembre-se de uma coisa: querer escrever pra todo mundo é a mesma coisa que escrever pra ninguém.

Hoje em dia, o acesso à informação é simplesmente monstruo-so. Tem um montão de gente lá fora competindo com você. Eles chegaram primeiro. Eles têm mais contatos. Eles isso e aquilo. Você precisa ser esperto. Precisa achar um público que goste de você, do que você escreve. E vender para este público.

Quem manda é o público, não você. Portanto:

• Não dispute com os monstros da literatura.

• Escolha um nicho pequeno, mas certo.

• Venda para o seu pequeno nicho

Assim, você não se desgasta e não fica anos e anos esperando que “a sorte bata à sua porta”.

Uma frase que eu uso sempre:

“Mais vale ser um peixe grande numa lagoa pequena, do que um peixe pequeno numa lagoa enorme”

Suponhamos que você descubra que uma certa quantidade de pessoas gosta de ler sobre - estou inventando aqui… não leve tão a sério - namôro à antiga. Digamos que seja pouca gente. No máxi-mo para vender meia dúzia de livros por mês.

Normalmente você torceria o nariz… “ah… muito pouco…”. Mas é melhor atuar nesta área inexplorada pelos outros do que competir com milhares de escritores escrevendo a mesma coisa. Melhor vender meia dúzia do que nada.

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Como achar seu público

Aí é que a porca torce o rabo. Onde é que estão aquelas pessoas lindas, maravilhosas, loucas de vontade de tirar R$ 35,00 do bolso para comprar um livro seu? Tudo bem, se você está lendo isso anos depois de escrito, talvez nem seja mais R$ e se for, com certeza o valor não será suficiente nem pra compra um palito de dentes. Azar seu, quem mandou ser brasileiro?

Mas… vamos em frente. Onde é que estão as pessoas, os com-pradores do seu livro?

Veja só… se hoje você acha difícil encontrar estas pessoas, ima-gine quando não existia internet? Naquela época, a gente andava mais que burro de carga atrás de tudo. Hoje está tudo bem aí, di-ante de você. Portanto…

Aprenda a usar a internet. Usar de verdade. Eu conheço um montão de gente que “se acha” em termos de “manjar de internet”. No fim, não sabem nada de nada. Saber como compartilhar uma foto que alguém postou não é exatamente entender de internet.

A internet tem um poder tão grande, que eu mesmo me assus-to. É verdade. Empresas como Google e Facebook fazem coisas que você talvez sequer tenha idéia. É… Facebook não é só pra ver foto do almoço de domingo… é muito mais que isso.

Muito bem… aí estão as pessoas. Na internet. Pouca gente hoje em dia, mesmo num país “meio atrasado” como o Brasil, não têm acesso à internet. E cada vez mais pessoas acessarão.

Então imagine o seguinte… existe o “universo internet”. Ou seja, todas as pessoas que visitam diariamente a internet, de uma forma ou de outra. Mas você já sabe que não adianta tentar gritar para todas elas. Você precisa achar o grupo certo e falar com este grupo.

E como achar este grupo? Pense aí um pouquinho… eu achei você, não foi? Como foi que eu achei você? Eu vou dizer como:

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• Eu descobri um grupo de pessoas que procuraram na internet por “Como começar a escrever um livro”.

• Eu escrevi um artigo em meu blog com este título.

• Você provavelmente digitou esta frase no Google. O meu arti-go apareceu nos resultados.

• Você clicou, leu o artigo e… pimba! Achei você.

Talvez você tenha achado o artigo, ou o blog de outra maneira. Pelo Youtube. Porque? Porque eu tenho vídeos no youtube que são direcionados para o site.

Agora você começou a entender, certo? Bem… talvez não.

Talvez esteja parecendo muito fácil. E é fácil mesmo, não tem muito segredo. Mas dá trabalho. Dá um trabalho lascado. Eu tra-balho no computador horas e horas seguidas, todos os dias. Para achar você. E outras pessoas que se interessem pelo meu trabalho.

Portanto, o negócio é encontrar o seu público. Dá um trabalho danado, mas o resultado… você vai vender! Não é o que você quer? E olhe que pode muito bem ser que você faça um trabalho melhor que o meu e venda muito mais que eu. Talvez o tipo de livro que você quer escrever venda mais do que os meus.

O que não é possível fazer aqui é dar uma “receita” para locali-zar seu público. Mas posso dar as ferramentas. Siga em frente…

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Resolvendo problemas

Para livros de não ficção, é interessante utilizar a “fórmula” que muitos empreendedores no mundo inteiro usam. Tanto para es-crever livros como para vender produtos.

A “fórmula” é resolver problemas. A idéia é detectar um pro-blema em uma determinada área e vender a solução para aquele problema.

Um exemplo é um empresário americano que sempre precisava - em seu trabalho - de headsets. Aqueles fones de ouvido acoplados a um microfone, que atendentes de telemarketing e outros usam. Acontece que por diversas vezes ele comprava os tais trecos e vi-nham com problemas.

Então ele pensou: “Se eu tenho problemas com isso, muitos ou-tros devem ter também.

Ele então abriu uma empresa que vende somente headsets on-line, garantindo a qualidade.

Para livros, o mesmo procedimento funciona. Veja o meu caso. Eu percebi que muita gente gostaria de compor uma música. E não havia nada de material disponível para ensinar como fazer isso. Eu já sou compositor, mas para escrever o manual pesquisei, estudei mais e… escrevi. E vendo o manual até hoje.

Se você quer garantir pelo menos algumas vendas de seu livro de antemão, pense nesta tática. Procure detectar algum problema, por exemplo, em sua área de trabalho, ou nos grupos que frequen-ta.

O segredo é ser muito específico, focado. Informações genéri-cas estão por aí às pencas. Veja o caso do headset mencionado acima. É muito específico mesmo. Quanto mais específico você for, mais chances tem de atingir o comprador potencial.

O problema que você vai resolver - ou ensinar a resolver - de preferência deveria ser em sua área de atuação. Como no meu caso, a composição musical. Mas não necessariamente. Mesmo

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que você não entenda mundos e fundos daquilo, pode pesquisar, informar-se e então escrever seu livro.

O importante é entregar um produto de qualidade, algo real-mente sério. Eu, por exemplo, jamais tive problemas com meus livros. Porque eu entrego muito mais do que prometo. Vou além da expectativa. Faça isso você também. Seja generoso com seus com-pradores. Eles merecem, certo? São aquelas maravilhosas pessoas que pagam para obter o que você tem. Trate-os com respeito e consideração.

Resolver problemas. Este é um vasto campo. Basta você colocar sua caixa pensante para funcionar. Problemas estão à sua volta o tempo todo, em todos os lugares. É preciso ligar a antena e detec-tar as oportunidades.

São problemas de qualquer tipo. Físicos, emocionais, etc. Pro-blemas para empresas, pessoas. Abra seu olho.

Eu gosto muito de algo que li um dia destes:

“O que você encontra depende muito do que você procura”

É claro! Quantas vezes eu me pego procurando algo em minha casa e não acho? Nem podia achar. A minha mente está visuali-zando um objeto quadrado e vermelho. Mas na verdade o objeto é redondo e branco.

Por isso, mantenha sua mente aberta. Por vezes pode ser que algo que você considerou uma oportunidade possa não ser. Mas pelo menos você levou em consideração. Poderia ser algo bom…

A oportunidade pode também ser derivada daquilo que já exis-te. Por exemplo… existem milhares de livros ensinando como emagrecer. Isto é genérico. Se você for mais específico, pode sepa-rar um grupo de pessoas e vender para elas. Muitos já andam fa-zendo isso. Com dietas diferentes, exercícios específicos. Até mes-mo separando as pessoas por região. Ou profissão.

Coloque o seu cérebro em movimento. Encontre o “seu pro-blema” , descubra como resolver e… vá à luta.

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Ferramentas da internet

Google

Google. Este é “o cara”. Uma telinha branca com um retângulo para você fazer buscas. Parece uma bobagem? Parece mesmo. Mas é uma poderosa, muito poderosa empresa. Só para você ter uma idéia, em 2013 o Google já tinha mais de um milhão de servidores. Sim, servidor é um computador. Um milhão de unidades para to-car a “brincadeira” deles.

Estes caras não brincam. O Google oferece ótimas ferramentas para você. De graça, não usa quem não quer.

Uma delas é o Google Adwords. Nesta ferramenta existe o “planejador de palavras-chave”. Através do planejador é que você fica sabendo o que as pessoas andam digitando, buscando no Goo-gle. Não ficou impressionado ainda? Pois responda-me uma per-guntinha:

Como você acha que eu criei o título “Como começar a escrever um livro”?

Pensou aí? Resposta: eu não criei coisa nenhuma. Eu pesquisei no planejador de palavras-chave e achei. Pronto. Aí foi sói escrever meu artigo, já direcionado para as pessoas certas. Se isto não im-pressiona você…

Você pode achar o público que vai pagar para comprar seu li-vro. Agora sim, você está impressionado.

Então, ferramenta número um: Google Adwords. É muito sim-ples usar. Basta ter um email do Google (gmail.com) e acessar o Google adwords. No começo pode parecer meio complicado, mas não é. Acontece que há muito mais lá dentro do que o planejador de palavras. Mas uma vez que você começa, acredite… não pára mais. É o mundo da informação nas pontas dos teus dedos. Isso é melhor que ouro!

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Facebook

A ferramenta dois é o próprio Facebook. Mas não da maneira como você talvez esteja acostumado a usar. Não adianta ter mil amigos e postar suas idéias lá. É pura perda de tempo. Porque seus amigos foram escolhidos aleatoriamente. Não é um grupo homo-gêneo, interessado nas mesmas coisas. Um gosta de futebol, outro de novela, outro de churrasco, outro de… sabe-se-lá-o-que! Isso é uma verdadeira Torre de Babel.

A primeira forma - gratuita - de usar o Facebook é a página de fãs. Numa página de fãs você consegue agregar pessoas interessa-das no mesmo assunto. Aí é que está a chave. A má notícia é que entre 2013 e 2014 o Facebook mudou seus algoritmos e você só consegue, com um post na página de fãs, atingir 1% dos fãs por vez. Isso é ruim, mas já é alguma coisa.

Restam então os anúncios pagos no Facebook. Que podem ser direcionados para um público-alvo. Funciona em determinados casos. Se for para fazer uma base de fãs, funciona bem. Para divul-gar um livro só, é muito caro, não compensa. Existem recursos para “afunilar” e reenviar os anúncios para pessoas que já clicaram em seu anúncio, mas este é um conceito mais avançado.

Blog

Jamais despreze a força de um blog. Para que você tenha uma idéia, mais de 98% das minhas vendas, por mais de cinco anos, fo-ram originadas por blogs. Meus blogs. De novo… dá um trabalho lascado. Mas dá dinheiro, também. Eu trabalho, eu ganho dinhei-ro. Não existe mágica.

Sabe o que é o melhor do blog? O Google, sei lá porque cargas d’água, é muito amigo de blogs. O Google ama os blogs. Então, o que acontece? Ele dá preferência aos blogs. Artigos em blogs, des-de que bem feitos, alcançam bons resultados no Google.

Talvez você não saiba do que estou falando. Então vamos voltar a um exemplo já dado. Eu achei você. Como? Através de um artigo

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no meu… blog. É claro, um artigo bem feito, bem direcionado, tra-balhado.

No seu blog, é isso que você faz. Você não escreve por escrever. Você escreve artigos que atraiam possíveis compradores para os seus livros. Você escolhe o tema, o título, foto, etc. Você dá infor-mações relevantes para as pessoas. AS pessoas gostam, o Google também.

Porém, para conseguir visitas relevantes em seu blog, além do bom conteúdo, é preciso fazer amizade com o Google. Principal-mente com o Google Adwords. Pesquisar a palavra-chave correta é o centro de tudo.

Tudo num blog deve ser direcionado. Eu tenho meu blog pes-soal, com meu nome, mas quase não consigo usar. Porque? Porque os outros blogs, mais direcionados trazem mais visitas. Então - é claro, não sou burro - dou mais atenção a estes blogs do que o meu pessoal.

Veja o caso do blog Como Escrever. Tudo é direcionado para escrever. Escrever livros. Escrever música. As minhas duas áreas de trabalho. Direcionado. Este é o nome da brincadeira.

Suponhamos que você quisesse escrever um livro sobre cacha-ça. Aí você pensa… vou abrir um blog. E coloca o nome do blog: “Literatura popular”. Não, não e não. O nome do blog tem que ter “cachaça”, pombas. E não só o nome. A URL também. Veja a mi-nha: http://comoescrever.com.br . É isso. Uai! URL, título, descri-ção, páginas, posts. Tudo tem que ter a ver. Quanto mais direcio-nado, melhor. O Google gosta. O visitante gosta.

Pense aí… Você escreve o livro sobre cachaça e no seu blog tem dois artigos sobre cachaça e o resto é sobre outras coisas? Não! Er-rado. Escreva as outras coisa em outro lugar! No blog, só cachcaça! Tudo bem uma coisinha ou outra diferente, mas a maioria dos ar-tigos e páginas devem ser focados.

E mais… nada de artiguinhos com meia dúzia de balelas. Gaste o tempo que for necessário e escreva um artigo decente. Conteúdo de qualidade é imprescindível.

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Então… um blog para cada assunto. Por exemplo, eu também tenho o blog Acordes de violão. E vendo ali - claro - cursos e eBooks de violão.

E se for um livro de ficção? Sem problema. Do que fala o livro? O que o personagem principal faz? Ele é um policial? Um músico? Um artista plástico? Escreva sobre estes assuntos. E direcione os artigos para a venda do livro.

Para dizer a verdade, você pode começar o blog antes do livro. Foi o que eu fiz. Primeiro vieram os blog, depois os livros, manu-ais, cursos.

Outras ferramentas

Vídeos no youtube. Funcionam bem dar autoridade ao autor. E direcionam visitantes para o site.

Enfim, cabe a você achar a melhor forma de localizar e atrair compradores potenciais. Publicar um livro e ficar esperando não adianta nada.

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O primeiro livro

Após alguns anos de contato com escritores iniciantes, eu per-cebi uma coisa. A grande maioria meio que “encalha” no primeiro livro. E todos pelo mesmo motivo. Eles acham que descobriram a “mosca branca”. Apaixonam-se perdidamente pelo primeiro livro. Que nem sequer existe ainda!

Está se identificando? É possível que sim…

Eu sei que isto é algo muito natural. É claro… a gente pensa que criou algo inestimável, que ninguém mais poderia criar. E que todo mundo vai querer ler e que…

Em raros casos… pode ser mesmo. Mas geralmente… não. Em geral o que acontece é que o primeiro deixa muito a desejar. É ver-dade. Mas não fique aí com raiva do seu livro… ou da sua idéia para um livro.

O que você pode - e deve - fazer

• Aprenda o máximo que puder

• Comece a desenvolver seu livro - nada de esperar “até ser um excelente escritor”

• Escreva seu livro, completo, com início meio e fim. Tenha ele o tamanho que tiver. Tem gente que acha que livro bom precisa ter muitas páginas. Não necessariamente. Existem bons livros com 150, 200 páginas. E existem bons livros com 600 páginas. E também existem verdadeiros lixos com poucas ou muitas pági-nas.

• Publique seu livro. Nada de engavetar. Faça revisões, formate o livro direitinho, crie uma boa capa e tcharaaammm! Publique. Uma vez publicado, sua cabeça está limpinha para o próximo li-vro.

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Aí está a importante e boa razão para você não cometer o erro de “apaixonar-se” pelo primeiro livro. Porque não existe escritor de um livro só. Alguém que escreve um livro e nunca mais escreve nada não pode ser chamado de escritor.

E aí está também outro “segredo”… O sucesso pode não vir no primeiro livro. E geralmente não vem mesmo. Mas quem sabe… no segundo, quinto, vigésimo… qual é o problema? Se você fez um… pode fazer mais. E entre um e outro vai aprendendo algo aqui e algo ali… e vai melhorando. Adquirindo experiência. Escrevendo melhor. Conhecendo melhor seu público… e assim por diante. E mais… quando - por exemplo - o quinto livro começa a vender bem, acaba despertando curiosidade sobre os anteriores, que tam-bém começam a vender…

Portanto, sem mais perda de tempo. Mande esta primeira idéia para o papel. Aqui neste livro você tem ótimas dicas de como criar seu livro. Aprenda, crie e mande adiante. Limpe a área para o se-gundo, terceiro…

Erros que você pode e deve evitar no primeiro livro

• Escrever para ninguém - Leia o tópico “Quem é que man-da?”.

• “Meu livro já tem … páginas - Isto é bem comum. Muitos autores novos enfiam na cabeça que um livro para ser bom precisa ter um montão de páginas. Aí, criam para si mesmos um tremendo obstáculo: a dificuldade de preencher aquelas centenas de páginas. Um livro precisa ter o tamanho neces-sário para cumprir com seu objetivo. Procure sempre ler li-vros da área em que você pretende atuar e verifique qual a quantidade média de páginas dos livros. Aliás isto pode ser verificado até mesmo nos sites das livrarias. Lembre-se também que isto varia de autor para autor.

• Apaixonar-se pelo primeiro livro.

• Achar que escritor tem que ser famoso. Pior… achar que vai ficar famoso no primeiro livro.

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• Achar que um livro deve demorar anos para ficar pronto. Eu já vi isto… A pessoa mal e mal sabe como vai ser a histó-ria e “já sabe” que “o livro vai demorar uns três anos para ficar pronto”. Isso é apenas uma viagem na maionese. Sabe o que vai acontecer? Os três anos vão se passar e… nada de livro. A pessoa está apenas “empurrando com a barriga”. Ao invés de ficar tentando adivinhar quanto tempo o livro vai levar pra ficar pronto, comece a escrever.

• Achar que uma editora vai comprar a idéia do livro logo de cara. Isso é muito - mas muito mesmo - difícil. Editoras adoram autores. Famosos. Iniciantes? Arrrammmm….

• Achar que precisa fazer algo perfeito. Ninguém é perfeito. Faço o melhor que puder. Não seja relaxado. Revise, peça para alguém revisar. Leia, releia, reescreva. Mas toque o barco em frente.

• Desanimar ao primeiro sinal de problema. É comum também. “Ah… mas publicar é difícil…”; “Ah… nem vai ven-der nada…”; “Eu nem entendo de internet…”; E assim por diante. Problemas existem aos montes. Cabe a você empe-nhar-se para superá-los.

• Achar que “já sabe”. Legal… você escreveu meia dúzia de páginas e já está todo inchado? Não precisa aprender nada. Você “já sabe”. Boa sorte… você vai precisar.

• Pensar só em dinheiro. Você pega a calculadora. Multipli-ca R$ 25,00 (O preço do seu livro) por - sendo bem modes-to - 50.000 unidades (A quantidade que você pensa que vai vender). E obtém um número bastante significativo. Muito significativo. Uma grana pra ninguém botar defeito. Nem adianta negar… você já fez isto. E é normal. Eu também já fiz. O bendito número fica bonito demais, é ou não é? Pode continuar fazendo, sonhar não é pecado. Mas não escreva somente em função do dinheiro. Porque quando a realidade dos números bater à sua porta, você vai chorar. R$ 25,00 X 5 não dá um resultado tão excepcional, dá? Pois se você não souber ganhar o pouco, não vai saber o muito. Escreva pelos motivos corretos.

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• Não pensar em dinheiro. Agora você acha que eu estou ficando doido, né? Mas não. Você não deve pensar só em dinheiro. Mas não pensar, não querer vender seu trabalho não é algo saudável. Você pode criar algo para distribuir grátis, é claro. Para atrair clientes. Mas o trabalho principal tem um certo valor. Escrever por escrever também não…

• Subestimar ou superestimar seu potencial. Você é capaz de escrever? É. Mas não é a última bolacha do pacote, se é que me faço entender. Pode ser que você venha a ser um grande escritor, e eu torço para que sim. Mas ainda não é. Não fique aí se achando grande coisa só porque escreveu um livreco. Por outro lado, você também não é um abestado que não sabe coisa alguma, tentando ser escritor. Não se-nhor… você é uma pessoa normal, com um cérebro dentro da caixa craniana, o qual talvez você não tenha a mínima idéia do que é capaz. Você pode sim, escrever um, dois e mais livros. Procure o equilíbrio, procure saber quem você é e do que é capaz.

Erros e mais erros. Todos nós cometemos. Eu poderia estender esta lista, com certeza. Mas acredito que já me fiz entender. O im-portante é procurar minimizar os erros. Quanto menos você errar, melhor para você. Eu costumo sempre mencionar um jogo de fute-bol. Quem é que ganha o jogo? Quem joga melhor? Não. Ganha quem erra menos. Pense bem… O time pode jogar uma maravilha, mas se a defesa adversária não errar, o time não fará gols. Se ne-nhum time errar, o que acontece? O jogo empata. Se um goleiro errar e o outro não… Está vendo? Quem erra menos tem mais pos-sibilidades de sucesso.

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Ghost writer

Escritor fantasma. Esta é a tradução literal deste termo inglês. O GW é um escritor que escreve o livro de outra pessoa. Ou rees-creve.

Por exemplo, você tem a idéia de escrever um livro. Mas não sabe ou não quer escrever por si mesmo. Então contrata um GW para escrever o livro. É isso.

Você então passa ao GW o máximo de informação possível so-bre a história. Ou a própria história, do jeito que você escreveu.

Eu nunca fiz este tipo de trabalho, e tampouco sei como traba-lham os GWs. Mas tenho certeza que não teria problema algum em desenvolver um livro com pouca informação. Um resumo da histó-ria e mais algumas informações e pronto.

Como eu digo em outra parte deste livro, uma história pode ser contada em quinhentas páginas ou em uma só. Sempre há como resumir ou detalhar.

Acredito que o grande problema para um GW é escrever “do jeito” que o autor original imagina o livro. Se o autor não conseguir passar ao GW a exata idéia de como ele deseja a história desenvol-vida, haverá problemas. O outro lado da moeda é verdadeiro tam-bém. Pode ser que o GW não compreenda direito a história e saia fazendo o que lhe der na telha. Acaba em conflito.

Creio que a melhor maneira seria ir desenvolvendo a história mutuamente. Criando um resumo detalhado. E então o GW escre-ver algumas cenas, duas ou três. O autor então teria uma boa visão do estilo do GW e poderia decidir se é possível seguir em frente ou não.

Eu pelo menos trabalharia assim. Um problema para um autor que está pensando em contratar

um GW. O preço. Escrever um livro dá um trabalho danado. Ocupa

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muito, muito tempo. Isso em se tratando de um livro próprio. Um livro de outra pessoa… tome mais tempo ainda, porque é preciso passar informação pra cá e pra lá, corrigir, discutir, remendar… e por aí afora.

Se for este o seu caso, se você estiver pensando em contratar um GW, deve levar tudo isso em consideração. A despesa vai ser grande, com certeza. E o retorno… duvidoso, como com qualquer livro.

Se desejar consultar-me a respeito, fique à vontade para enviar-me um email:

[email protected]ão se esqueça de colocar no campo Assunto: Consulta Ghost

Writer

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Começando seu livro (ficção)

Um livro começa com uma idéia. Uma idéia não tem cem pági-nas, nem quinhentas. Nem sequer uma página. Uma idéia tem no máximo um parágrafo. Veja esta, por exemplo:

"Uma estudante de literatura vai entrevistar um bem sucedido empresário e acaba descobrindo que sente uma forte atração por ele. O empresário também sente a mesma coisa pela estudante, mas ele tem costumes estranhos, enquanto que ela é bastante in-gênua. Eles acabam conhecendo-se melhor e se relacionando inti-mamente. "

Este parágrafo define mais ou menos a história do livro "Cin-quenta tons de cinza", de E.L. James, sucesso em 2012.

Repare como num só parágrafo já existe uma idéia para o livro. Qualquer escritor de nível médio poderia desenvolver uma história a partir desta idéia. E é assim que você deve fazer. Primeiro ter uma idéia. E veja só que legal... você pode (e deve) ter não só uma idéia. Pode ter várias!

Coloque suas idéias no papel, com um só parágrafo. Se for uma só, tudo bem. Mas talvez seja melhor ter várias. Você pode acabar descobrindo que aquela primeira era fichinha perto de uma que veio depois.

Vamos dar um exemplo. Suponhamos que você goste de escre-ver sobre romance, drama. E já tem uma idéia para uma história assim:

Um rapaz de 18 anos tem uma atração irresistível por uma co-lega de classe, mas ela não lhe dá a mínima. Ele é tímido, não con-segue expressar-se e dizer a ela o que sente. Até o dia em que des-cobre que tem uma terrível doença, que pode acabar com sua vida em poucos anos. Então ele decide que fará de tudo para conquistar o amor daquela moça e, se ela quiser, irá passar o resto dos seus dias ao lado dela.

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Ao invés de apaixonar-se pela idéia logo de cara e meter as mãos à obra, tente desenvolver outra idéia. Parecida com a primei-ra ou não. Por exemplo:

Um rapaz de 18 anos descobre que tem uma doença incurável, que irá matá-lo em poucos anos. Uma colega de classe tem uma grande atração por ele, mas nunca lhe disse nada. Ao descobrir que o rapaz tem aquela doença, ela decide dizer a ele o que sente. E acaba descobrindo que ele também sente o mesmo por ela. Mas ele resiste àquele amor, porque sabe que não poderá durar muito. Mas a moça não desiste e luta pelo seu amor, mesmo que dure pouco tempo.

Percebeu a diferença? No primeiro caso, o personagem princi-pal é o rapaz. No segundo caso, é a moça. A história não é a mes-ma, porque na segunda versão a luta é travada por alguém muito diferente.

Fazendo assim, você acaba descobrindo outras possibilidades para a mesma história. Ou até mesmo uma história completamen-te diferente.

Depois que escolher a idéia que vai desenvolver, é hora de... desenvolver, claro. Então vamos ver como é isso.

Desenvolvendo a sua história

Em primeiro lugar, anote aí uma coisa.

Você precisa saber como termina sua história. Não é uma op-ção. É uma obrigação. Se não souber como termina a história, você não tem uma história. Quer um exemplo? Tente chegar numa roda de amigos e dizer que vai contar algo que aconteceu. Você conta que um acidente aconteceu na estrada, bem na sua frente. O carro capotou uma quinhentas vezes e tal. Qual a pergunta que todos vão fazer? É claro: "O cara morreu?". Aí você diz: "Sei lá... eu fui embo-ra...". Pô meu! Zoou a história legal.

Jamais negligencie isto. Se você for escrevendo "pra ver que bi-cho dá", vai se enrolar. A determinada altura, você pode estar con-tando três histórias diferentes, que vão dar em lugar nenhum.

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Portanto, a partir da primeira idéia, você vai desenvolver a his-tória. E isso é antes de escrever o livro em si. Agora você vai pegar aquele parágrafo inicial e expandi-lo, com mais detalhes.

Veja bem, aqui você ainda não vai descrever personagens, ape-nas dar um corpo para a história. Você pode dar nomes aos seus personagens. Criar um pouco da história anterior deles, o passado. Dar mais detalhes dos acontecimentos no presente. E - lembre-se do início desta parte - dar um final para a história.

Por exemplo, se fosse a história que usei de exemplo, poderia ficar assim:

Tito, um rapaz de 18 anos, está cursando o último ano do se-gundo grau. Certo dia passa mal na sala de aula e dois colegas o levam para casa. Um dos dois é Andréia, que sente por ele uma forte atração, mas nunca lhe disse nada. No dia seguinte, a pro-fessora anuncia que Tito está internado. Ao final da aula, alguns alunos vão visitá-lo. Entre eles está Andréia. Tito fica internado por uma semana e Andréia passa a visitá-lo todos os dias. Ele passa por vários exames, e em duas semanas sai o diagnóstico. Tito tem um tumor cerebral que pode matá-lo em alguns anos. A vida de Tito muda radicalmente. Ele continua estudando, mas precisa de cuidados e visitas constantes ao hospital. Andréia fica cada vez mais ligada a ele. Passa a ser parte importante da vida de Tito. Ela acaba confessando seu amor por ele. Mas ele reluta, acha que não tem o direito de fazer com que ela desperdice sua vida com alguém que pode morrer tão cedo. Então vem o segundo golpe. Os pais de Tito morrem num acidente. Sua vida fica ainda mais complicada. E Andréia não desiste, permanece ao seu lado. Blá, blá, blá... (a história vai seguindo...). Para piorar as coisas na vida de Tito (e dar um final para a história), Andréia é assal-tada a mão armada e leva dois tiros. Agora Andréia está à beira da morte no hospital. É o golpe final para Tito. Ele já vinha lu-tando contra sua doença. Então teve que lutar contra a doença e a falta dos pais. Agora, a garota que ele ama pode morrer...

Como você vê, a história foi expandida. Agora já temos um es-queleto bacana para trabalhar. Só falta o final. E você pode fazer o que quiser, contanto que o final tenha lógica. Você pode matar os dois. Você pode salvar os dois. Você pode matar um só, mas neste caso o final ficaria meio capenga.

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Quando você tiver um resumo mais detalhado, por começar a escrever o livro em si.

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O próximo passo

Quando você tiver a história completa, resumida, é hora de es-crever, certo? Errado. É hora de planejar.

Como vão acontecer as coisas no livro? O que é importante que o leitor saiba? Quem são os personagens envolvidos? O que cada um dos personagens vai fazer? Em que momento começam a atuar na história? Onde a história se passa? O que mais é importante di-zer ao leitor para que ele compreenda a história?

Estas e outras perguntas devem ser respondidas antes de co-meçar a escrever. Caso contrário, lá na frente você descobre que não sabe se o seu personagem pode ou não encarar os cinco bandi-dos que estão atrás dele. Você não sabe se ele anda armado. Você não sabe se ele sabe lutar. Você nem sabe o nome completo dele, nem onde mora, o que estudou… Chiiiiii! Lascou!

Por onde começar

Organize a coisa. Ou vai se dar mal. Ou vai escrever um livreco sem valor algum. Comece respondendo a estas e outras perguntas. Faça anotações organizadas. Organize pelo nome do personagem, dos locais, etc.

Alguns autores escrevem primeiro uma história (background) dos personagens. Pelo menos os principais. Onde e quando nasce-ram, o que estudaram, problemas que tiveram, relações, etc. O lei-tor não vai precisar saber de tudo isso, mas o autor - você - sim. Para que na hora de uma determinada cena você saiba exatamente quais serão as reações e atitudes de cada personagem.

Está percebendo como o livro vai tomando forma? Vai crescen-do. As informações vão se fixando em sua mente, tornando o tra-balho de escrever mais fácil.

Quando você tiver informações suficientes, ao invés de sair es-crevendo, planeje as cenas. Não capítulos, cenas.

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Uma cena é uma pequena parte do livro. Por exemplo:

“Dois personagens conversam durante a o intervalo no traba-lho. Eles estão na rua, diante do prédio onde trabalham, depois de haverem almoçado num restaurante próximo. Eles terminam a conversa e sobem para trabalhar.”

Isto é uma cena. A próxima talvez fosse o personagem 1 indo para casa em seu carro.

A outra o personagem 2 ficando na empresa, fazendo hora ex-tra. E assim por diante.

Planejando suas cenas, você sabe de antemão o que vai escre-ver. Com mais uma vantagem enorme: você não precisa escrever as cenas em ordem cronológica. Você pode escrever a cena 9 antes da 2. Isto é planejamento.

Você não precisa planejar todas as cenas. Planeje as principais. No meio do caminho pode ser que você sinta a necessidade de in-cluir mais cenas. E até mesmo de cortar algumas que não servem aio propósito do livro.

Começando assim, com um plano, você economiza tempo. Seu livro fica pronto mais rapidamente. E fica - com toda a certeza - melhor. Muito melhor.

Eu creio que muitos autores iniciantes não gostam muito da idéia de planejar e sei muito bem o motivo. Eles mesmos querem ser surpreendidos pela história. Querem viver o suspense do que vai acontecer amanhã quando eles começarem a escrever. Sendo que na maioria dos casos as surpresas são desagradáveis. Eles aca-bam descobrindo que sequer tinham uma boa história.

Por isso é melhor começar com o resumo. Melhor descobrir que a história não é tão boa no resumo do que depois de escrever duzentas páginas destinadas à lata de lixo.

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Começando seu livro de não ficção

Muitos já me perguntaram: “Como é que eu começo meu li-vro?”. Em se falando de não ficção, a melhor maneira é anotar. Fa-zer anotações do que se quer dizer no livro. Seja ele de autoajuda, biografia, técnico, etc. A menos que você tenha tudo na cabeça. O que também não é impossível. Aqui mesmo está um “mau exem-plo”… Eu. Ah, sim… você já tinha percebido que eu escrevo assim, não é? Pois saiba que não é “bem assim”. Explico.

O que eu faço, na verdade, é guiar-me pelos meus títulos. Um título para mim é como se fosse a fagulha que detona o combustí-vel em meu cérebro. Por isso é que eu me dava muito bem em re-dações na escola. Minhas redações eram sempre usadas como exemplo para os demais alunos. Isto sim é algo que praticamente nasce com a pessoa. A professora dava o título da redação e a mi-nha cabeça já começava a montar a história.

Mas nem todos somos iguais, não é? Ainda bem… se todo mundo fosse igual a mim, este mundo seria muito chato. Porque eu posso até escrever direito, mas sou um… deixa pra lá… todos temos defeitos.

Por isso, comece fazendo pequenas notas. Um título, uma frase, um tópico. Vamos supor que alguém vá escrever um livro sobre marcenaria. O cara sabe muito do assunto, coisa e tal. Aí ele senta e começa a escrever. Escreve e escreve. No meio do caminho ele se lembra que lá no início faltou ensinar que tipo de martelo se deve usar. Na segunda parte esqueceu-se de dizer qual a melhor madei-ra para aquele serviço. Depois… chiiii… precisa voltar tudo de novo.

As anotações ajudam muito. Principalmente se bem organiza-das.

Por outro lado, para ajudar nas anotações, é preciso pesquisar. O nosso amigo Google está aí, 24 horas no ar. Pesquise e pesquise. Depois anote e anote.

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Planeje

Uma vez que tenha feito as anotações necessárias, trace um pe-queno plano para o livro. Os meus livros invariavelmente come-çam por uma introdução. Eu considero como item indispensável. Para que o leitor não tenha um “choque”, entrando de sola no as-sunto. Depois vêm os tópicos gerais sobre o assunto. E depois a parte principal e a conclusão.

Eu acabo - durante o trabalho - por criar mais títulos/tópicos. É algo natural. Lembrou-se de alguma coisa que pode ser relevante? Escreva o título imediatamente, faça uma anotação e continue es-crevendo onde parou. Pode até ser que mais tarde você chegue à conclusão de que aquilo nem é necessário. Mas pelo menos você não correu o risco de perder algo que podia ser valioso.

Revise e edite

Nem só de escrever vive um livro. É preciso revisar e editar. Editar é mais cortar do que outra coisa. Mas inclui mudar também. Lá atrás você escreveu algo de um jeito que agora você percebe que não está claro. Reescreva. Há um parágrafo inteiro que não acres-centa nada ao tópico. Corte. Outro parágrafo está confuso, muito grande. Melhore, corte.

Agora cuidado… não fique editando eternamente. Se você fez bem o seu trabalho no início, a revisão e edição devem fluir natural e com uma certa agilidade. Ficar voltando eternamente para deixar “tudo perfeito” é perda de tempo. Eu mesmo faço apenas duas re-visões: uma para editar e outra para corrigir erros de linguagem, digitação, ortografia. E um abraço. O livro está pronto quando está pronto.

Além disso, nada impede que você revise mais tarde, numa se-gunda, terceira edição. E corte, acrescente, corrija.

Eu recebi um dia um boletim de uma pessoa que trabalha na internet, em que ele menciona uma filosofia de trabalho: “You don’t have to get it right, you have to get it going”. Traduzindo:

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“Você não precisa fazer certo, precisa fazer com que siga em fren-te”.

É uma máxima usada - por mais que você questione - por gran-des companhias em diversas áreas. É verdade… O produto ainda não está perfeito? Tem uns probleminhas aqui e ali? Não importa. Há uma data de lançamento que não vai ser adiada. Lança-se o produto e depois se vai corrigindo aqui e ali, conforme necessário. Carros, softwares, moda… tudo é feito assim. Caso contrário, lan-çamentos seriam adiados. E dinheiro seria perdido. Parece cruel? Pode ser… mas funciona.

E assim deve ser com o seu livro também. Escapou um errinho na página 245 e um amigo seu que nem leu direito veio encher o saco? Agradeça a ele e anote para corrigir em breve.

Até mesmo Jô Soares, que tem uma grande editora para revi-sar, corrigir, etecétera e tal, surpreendeu-se quando um repórter achou e mencionou um erro logo nas primeiras páginas de um de seus livros.

O livro está “decente”?

Olhe para o seu livro, leia. O português está legalzinho? Não há erros grotescos. Concordância… ok? E o mais importante: o livro transmite aquilo que promete? Você prometeu ensinar as pessoas a relaxarem olhando para paredes brancas. O livro mostra isso cla-ramente? A pessoa consegue entender o que deve fazer? Ou aquilo é uma confusão lascada, que o leitor precisa voltar atrás duzentas vezes para entender a cor da parede, o tipo de parede, quanto tem-po olhar para a parede, e o tipo de relaxante que deve tomar antes de olhar pra parede (essa foi legal, diga a verdade…).

Tenha em mente que leitores são críticos em potencial. Dificil-mente se darão ao trabalho de fazer um comentário enaltecendo, elogiando. Mas pra baixar a ripa, é daqui pra ali, como se diz.

Indo mais longe, lembre-se que você quer escrever mais livros. E quer vender. Se o seu livro não for algo decente, algo que tenha

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valido a pena comprar, adivinha o que vai acontecer com o próxi-mo…

O leitor crítico

Antes de publicar o seu livro, é recomendável que uma ou mais pessoas o leiam, para que você possa ter uma idéia “de fora” a res-peito do livro. Amigos e parentes não são bons leitores críticos. Na maioria dos casos estão pouco interessados, e acabam dando um tapinha nas suas costas, dizendo “tá ótimo, siga em frente”.

Melhor é contar com um profissional da área. Um crítico pro-fissional. Mas isso é um luxo que muitos de nós não podemos ban-car. Um bom crítico cobra um bom dinheiro…

Mas você pode sair à caça… na internet, sites sociais, outros au-tores. Perguntar não ofende, certo? Por exemplo… de repente você faz um acôrdo com outro autor: você lê os livros dele e ele lê os teus.

Ah, sim… esteja preparado. Se você encontrou o crítico certo, é provável que vá ouvir coisas não muito agradáveis. Acostume-se. Eu mesmo já fiz diversas leituras críticas, e sempre pergunto ao escritor: “Você quer que eu alise o teu ego ou diga a verdade?”. Se for pra alisar, melhor entregar a namorada, esposa, mãe. Estas vão dizer que você é o melhor. Mas não é isso que você precisa.

O que você precisa é alguém que lhe diga a verdade, por pior que ela seja. Só assim você irá progredir.

Eu mesmo já ouvi muita besteira a respeito dos meus livros. Mas ouvi críticas que, apesar de pesadas, eram verdadeiras. Me fizeram pensar. Eu errei? Falhei? Esqueci de algo? Escrevi errado? Por favor, me digam.. Eu quero corrigir!

Também tem aqueles que acham algo errado, mas dizem não a título de crítica. Dizem para acabar com você. Para jogar você pra baixo. Mas só vai pra baixo quem quer. Pessoas assim precisam dos teus dois ouvidos: A merda entra por um e sai pelo outro. E você segue em frente, feliz feito um passarinho em manhã de pri-mavera.

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Já escreveu (Ou está adiantado) seu livro e precisa de um tra-balho de crítica? Consulte-me:

[email protected]

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Quanto tempo?

Quanto tempo demora para escrever um livro?

Depende. De você, exclusivamente. Depende do que está em sua cabeça. Depende de como você vai começar - organizadamente ou não. Depende da sua constância e dedicação.

Eu já vi alguns iniciantes com idéias pré-concebidas na cabeça, tipo “Eu sei que vai demorar uns dois anos…”. Talvez tenham lido alguma entrevista de um escritor famoso que disse que demorou dois anos para escrever um livro. Em primeiro lugar, como você sabe que o cara não mentiu? Para dar mais valor ao seu livro? A verdade é um bocado diferente. Escritores profissionais, grandes vendedores têm prazos a cumprir. Contratos com editoras. Não podem se dar ao luxo de ficar escrevendo uma só página por dia.

Para mim, o prazo para se escrever um livro é: o mais rápido possível. Preste atenção… eu não disse “rápido a qualquer preço”. É o mais rápido POSSÍVEL. Ou seja, fazendo um trabalho decente, de qualidade no menor tempo possível.

E o possível é diferente para cada um de nós. Tem gente que pode escrever oito horas por dia. Outros só quatro. Outros só duas. Há outras coisas a serem feitas.

Eu consigo escrever um livro de cem páginas em aproximada-mente dois meses. Isso porque não posso escrever o dia inteiro.

Existe o fator cansaço também. Escrever por muitas horas se-guidas pode ser contraproducente. O cansaço traz erros. E aí… fica pior.

Enfim… cada um deve definir o que é possível.

O que não se deve fazer é pré estabelecer um prazo longuíssi-mo. Que provavelmente trará o desanimo. Pense bem… porque demorar mais do que o necessário?

Outra coisa… via de regra, um livro de ficção acaba demorando mais. Principalmente se for muito cheio de detalhes. E mais ainda se o escritor não tiver muita experiência. Porque o livro de ficção

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exige criatividade nas cenas, pesquisa, etc. Por isso é tão impor-tante planejar antes e deixar as informações à mão para usar na hora certa.

Por exemplo… numa determinada cena você diz que o persona-gem tem uma arma. É bom saber que tipo de arma. Isso exige pes-quisa. Senão você acaba fazendo o coitado disparar 20 tiros de uma arma que só carrega seis balas. Coisas assim… é bom pesqui-sar e anotar antes, para não ter que ficar parando a toda hora.

Num livro de não ficção, contato que se tenha um bom conhe-cimento do assunto, o escrever flui mais rápido. Mas também é ne-cessária uma boa preparação, planejamento.

No final das contas o que faz economizar tempo é mesmo o planejamento.

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Escreva com cuidado

Tanto para um livro de ficção como não ficção, escrever com cuidado é muito importante. E o que é isso?

Pense bem… você vai mandando brasa, teclando a milhão por hora. Para que o livro tenha muitas páginas e tal. E saia bem rápi-do. Depois, nem você entende o porque daquela frase. Não sabe porque o personagem disse isso ou aquilo. Pior… descobre que uma hora ele diz que sim outra que não sobre a mesma coisa.

E aí… precisa corrigir tudo aquilo… auau!

Cuidado. Pense. Faça anotações. Não confie muito em sua me-mória. Antes de escrever uma cena ou tópico, consulte o que veio antes. Mesmo que o antes não esteja escrito ainda. Digamos na na cena anterior o personagem estava no bar “Mil pingas”. Ele se em-bebeda e acaba dormindo no bar. Na cena seguinte ele acorda no restaurante “Comida boa”. Quem é que vai entender?

Cuidado, cuidado, cuidado.

A mesma coisa com não ficção. No tópico um você diz que emagrecer é apenas uma questão psicológica. Lá no tópico três você afirma que é a psicologia aliada ao físico. O leitor vai querer torcer o teu pescoço.

Coerência. Lembre-se… há um montão de coisas em sua cabe-ça. Mas a menos que você as passe para a linguagem escrita corre-tamente, vai obter um monstro sem pé nem cabeça.

Muito cuidado também ao escrever cenas ou tópicos adianta-damente. Como eu disse, isto é possível, mas é preciso ter uma boa idéia do que vem antes. Pode ser que você se veja numa situação de ter que modificar o que havia escrito. Ou ter que modificar o que pretendia escrever depois.

Consulte sempre suas anotações. Mantenha-se no plano, no re-sumo. Quanto menos erros você cometer, melhor.

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E os gracejos?

É comum para escritores iniciantes colocar coisas “legais” em seus livros. Citações, frases de efeito, gracinhas. Não faça isso. Re-pito: Não faça isso. Atenha-se à sua história. Ao assunto do livro. Não acrescente coisas desnecessárias. Coisas que não levam o livro adiante.

Isso não quer dizer que um personagem não possa ser cheio de gracinhas. Aí é outra coisa. De repente o seu personagem é cheio de falar abobrinha. Ou gosta de fazer citações. O que eu quero di-zer é: não use o livro para passar idéias que não têm nada a ver com o assunto.

Por exemplo… alguém pode sentir-se tentado a a passar uma idéia política no livro. Ou - sei lá - uma receita de bolo. Que nada tem a ver com a história, com o assunto. Não, não e não. Resista à tentação.

E porque isso? Porque você prometeu uma coisa ao leitor. E fica “enfiando” outras coisas goela abaixo do coitado.

Pense… suponhamos que aqui mesmo eu resolvesse colocar umas piadinhas no rodapé de cada página. Para divertir você. Completamente fora do assunto. Nada a ver. O assunto aqui é “Como começar a escrever um livro”. E fim de conversa. Não é isso que você procurou? Porque eu deveria ficar torrando sua paciência com piadinhas e tal?

Além disso, eu não sou besta, né? O livro de piadas é outra coi-sa, outra venda….

Portanto… atenção. Dê ao leitor o que ele comprou. E se você tem uma armário cheio de citações e gracinhas… escreva outro li-vro e … tcharammm. Mais um para vender, uai!

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O que um livro de ficção deve passar ao leitor

Emoção. Eu poderia deixar este tópico somente com esta pala-vra: emoção. Quem lê um livro de ficção, seja romance, aventura, ação, qualquer um, quer emocionar-se. Quer que a história, o per-sonagem façam com que ele (ou ela) sintam alegria, tristeza, raiva, pena… emoções.

O leitor quer entrar na história. Na verdade, um livro bem es-crito faz com que o leitor pense que ele mesmo é o personagem. Ele sente o que o personagem sente. Quer ajudar, fica pê da vida quando alguém prejudica o herói. E assim por diante. Emoção.

O leitor está se lixando para frases filosóficas, citações, estatís-ticas ou sei lá mais o que. Ele quer ler uma história interessante que o faça sair fora da sua realidade. Cada pequena parte do livro precisa transmitir isso: emoção.

Não vá você aí fazer acontecer uma tragédia a cada cena, para emocionar.

Veja só… preste atenção em você mesmo. Quantas vezes você já se emocionou com alguma coisa. Um vídeo, um livro, um artigo, um acontecimento? Muitas vezes. Você vê o noticiário e fica que-rendo torcer o pescoço do bandido que assassinou uma mulher. Você lê um artigo e morre de pena… do autor do artigo que não sabe escrever. Vê um vídeo e quase chora ao ver a amizade entre um gato e um cachorro.

É isso. Se você conseguir somente isso com seu livro - passar emoção - já terá andado ,ais da metade do caminho.

Portanto, olhe para o que você escreveu. Cada parte, cada cena.

Eu mesmo li e reli diversas vezes meu livro Ainda não é o fim. Poderia melhorar? Poderia, é claro. Eu não sou o “rei” das pala-vras. Mas eu vejo ali que em cada cena existe algo para emocionar, para mexer com o leitor. Isso é muito importante. Algo que faça o leitor identificar-se com os personagens. Que faça com que os per-sonagens não sejam apenas umas letras ali colocadas. Que faça dos personagens seres humanos. Com que? Emoções.

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No livro Ainda não é o fim, Alex (o personagem principal) fala palavrões. Alguns conhecidos que leram o livro criticaram esta parte. Sabe porque? Porque eles conhecem o autor, ou seja, eu. Eles criticaram a mim, não o personagem. Equivocaram-se, é cla-ro.

Palavrão fora de contexto é ruim. Mas no caso do meu livro, o sujeito tem todos os motivos do mundo para dizer quantos pala-vrões quiser. Uns bandidos malditos matam a mulher do cara. E ele chama os bandidos de que? Sem vergonhas? Malvados? Maldi-tos (Essa chega perto). Nada disso… ele chama os caras de “Maldi-tos filhos-da-puta”! Ele está no limite. Está explodindo, quase morrendo junto com sua pobre mulher. O leitor espera isso. Emo-ção. O leitor fica com raiva junto com o personagem.

Uma coisa muito importante. Não DIGA que o personagem está assim ou assado. Mostre. Isso é muito importante. Explico…

Suponhamos que você vá visitar uma amiga cujo marido acaba de falecer. Você volta para casa e alguém te pergunta: “Como ela está?”. Veja a diferença entre DIZER e MOSTRAR:

DIZER: Você responde: Nossa… ela está muito triste. Está arra-sada.

Agora me responda… como - com todas as cargas d’água você sabe que ela está muito triste e arrasada? Como você pode saber? Só a amiga que perdeu o marido sabe o que ela sente dentro dela. Agora veja o que é…

MOSTRAR: Você responde: Ela está triste demais, arrasada. Desde anteontem não troca de roupa. Os cabelos dela estavam desgrenhados, sem pentear. Estava com a mesma roupa do dia da morte do marido. A casa em petição de miséria, tudo largado. Os olhos dela, então… inchados, roxos de tanto chorar. Ela não diz coisa com coisa, coitada… perdeu o rumo…

Eita! Melhor parar. Eu mesmo já estou ficando com pena da coitada, que nem existe…

Percebeu? Mostrar. Não dizer. Dizer não contém emoção. Mos-trar sim.

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Desculpas esfarrapadas

Äh… eu vou escrever sim… só falta…”. Falta o que? Ah, sim… um escritor tem que ter um laptop Apple. Tem que ter um espaço todo especial, de preferência no campo, com árvores em volta e pássaros cantando…

Qual é a sua desculpa? Escritor precisa só de um teco de papel e um lápis. Grosso modo. Hoje em dia um computadorzinho está ao alcance de quase todo mundo. Mas para quem tem garra, até papel e lápis serve. Melhor caneta, né?

Dia destes vi uma reportagem sobre uma empresa americana que fabrica casas de árvore. É isso mesmo. Eles vão à casa do clien-te, examinam a árvore no fundo do quintal, projetam e constroem uma casa de árvore. Por um valor… uau! Uma nota preta. Mas não são casas de árvore comuns. São muito elaboradas, cheias de deta-lhes. Dá pra morar dentro sossegado.

Vai daí que eles mostram algumas que eles construíram, desde o início. É muito interessante.

Mas eu mencionei isso porque uma destas tais casas de árvore foi encomendada por uma mulher. E ela tinha um motivo para querer aquela casa de árvore. É que ela estava planejando escrever um livro. E então queria um local para escrever, que a inspirasse.

Adivinhe o que eu disse quando ouvi a mulher dizer isso? Eu disse: “P…Q…P…!!!”. Pensa num trem atrapalhado desse? Tá na cara que aquela mulher é apenas uma ricaça metida a besta, que pode gastar cem mil dólares numa casa de árvore cheia de nove horas à toa. E tá na cara também que ela não vai escrever p… ne-nhuma!

Desculpas. E mais desculpas. Então… veja aí… mais uma coisa que é necessária para começar

a escrever um livro.

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Força de vontade. Garra. Se existe alguma desculpa que está te segurando… jogue fora,

arregace as mangas e enfie a cara no trabalho.

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Conclusão

Começar a escrever um livro, para quem nunca escreveu, pode parecer algo meio complicado. Mas aí foram algumas dicas que le-vadas em consideração podem - com certeza - ajudar você.

O importante é não sair correndo e fazer qualquer coisa. Ob-serve sua própria vida, as coisas que você fez. Você foi aprendendo coisas aqui e ali e aplicando no seu dia-a-dia. E foi ficando melhor nisso e naquilo. Tudo exige um aprendizado.

Faça com seu primeiro livro o que você fez com as outras coisas que sabe fazer. Aprenda e vá fazendo. Creio que já falei a respeito, mas vou repetir… não fique esperando. Aprenda o máximo que puder e escreva seu primeiro livro. De preferência um pequeno, que você possa terminar logo. Nada de ficar arrastando um mesmo livro por anos. Isso acaba desanimando. Comece algo, siga em frente e termine. Talvez você mesmo se surpreenda com o resulta-do.

Não fique aí parado pensando na morte da burra. Pensando em como é que os caras lá fora conseguem escrever livros e mais livros enquanto você nem escreveu a primeira página. Esqueça “os caras” e escreva. O resumo, o planejamento, a primeira página, depois a segunda. A segunda cena. Vá em frente.

Lembre-se que todos os escritores que estão por aí, vendendo livros, estiveram um dia justamente aí onde você está. No vácuo. No nada, zero, niente, zip. Sem sequer um bilhete escrito. E o que foi que eles fizeram?

Levantaram a bunda do sofá e começaram a escrever. Faça você o mesmo.

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Sobre o autor

Meu nome é curtinho… Bruno Grünig. Brasileiro de São Paulo, capital, nascido lááááááá em 1957, quando ainda se tampava garra-fas de guaraná com rolha.

Vontade de escrever? Desde moleque. Ler? Desde moleque. Es-crever mesmo pra valer… desde 2009, por aí. Muito tarde, você deve estar achando. É… eu também. Mas antes tarde do que nun-ca.

Livros publicados

Atitudes dentro da empresa - http://livrosempdf.com.br/produto-4153-400-atitudes-dentro-da-empresa

Ainda não é o fim - http://livrosempdf.com.br/produto-4151-399-ainda-nao-e-o-fim

Como escrever um livro - http://livrosempdf.com.br/produto-4160-403-como-escrever-um-livro---com-dicas-para-publicar-e-divulgar

Jesus Cristo, o caminho da salvação - http://livrosempdf.com.br/produto-4156-402-jesus-cristo-o-caminho-da-salvacao

Vinte e cinco anos de casamento - http://livrosempdf.com.br/produto-4152-400-vinte-e-cinco-anos-de-casamento

Como alcançar seus objetivos - http://livrosempdf.com.br/produto-4158-403-como-alcancar-seus-objetivos

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Como fazer um site ou blog otimizado par ao Google - http://livrosempdf.com.br/produto-4154-401-como-fazer-um-site-ou-blog-otimizado-para-o-google

Técnicas para compor música - http://livrosempdf.com.br/produto-4143-404-tecnicas-para-compor-musica

Serviços

Crítica literária - Você escreveu um livro, ou está escrevendo e deseja ouvir uma opinião profissional? Eu faço crítica literária. Leio o seu livro e dou a minha opinião sobre a história e mais as dicas do que poderia ser mudado para melhorar o livro. Incluindo uma assessoria para melhorar a maneira de escrever as cenas (coa-ching).

Ghost Writer - Tem uma idéia para uma história e não quer es-crever o livro? Eu escrevo para você. Mas aqui vai uma advertên-cia: escrever um livro dá muito trabalho, toma muito tempo. Por isso este serviço não é barato. A bem da verdade, é bem caro.

Consulte pelo email:

[email protected]

Não se esqueça de preencher o campo assunto com:

Crítica literáriaGhost writerEscrever livro - geral

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Bônus - Começando um livro de ficção

Vou dar um exemplo muito rápido aqui. Lembre-se que o seu resumo precisa crescer e que você precisa desenvolver bem a histó-ria antes de começar o livro em si. Isto é apenas um exemplo para que você visualize o trabalho de planejamento.

Resumo da história

Tito, um rapaz de 18 anos, está cursando o último ano do se-gundo grau. Certo dia passa mal na sala de aula e dois colegas o levam para casa. Um dos dois é Andréia, que sente por ele uma forte atração, mas nunca lhe disse nada. No dia seguinte, a pro-fessora anuncia que Tito está internado. Ao final da aula, alguns alunos vão visitá-lo. Entre eles está Andréia. Tito fica internado por uma semana e Andréia passa a visitá-lo todos os dias. Ele passa por vários exames, e em duas semanas sai o diagnóstico. Tito tem um tumor cerebral que pode matá-lo em alguns anos. A vida de Tito muda radicalmente. Ele continua estudando, mas precisa de cuidados e visitas constantes ao hospital. Andréia fica cada vez mais ligada a ele. Passa a ser parte importante da vida de Tito. Ela acaba confessando seu amor por ele. Mas ele reluta, acha que não tem o direito de fazer com que ela desperdice sua vida com alguém que pode morrer tão cedo. Então vem o segundo golpe. Os pais de Tito morrem num acidente. Sua vida fica ainda mais complicada. E Andréia não desiste, permanece ao seu lado. Blá, blá, blá... (a história vai seguindo...). Para piorar as coisas na vida de Tito (e dar um final para a história), Andréia é assal-tada a mão armada e leva dois tiros. Agora Andréia está à beira da morte no hospital. É o golpe final para Tito. Ele já vinha lu-tando contra sua doença. Então teve que lutar contra a doença e a falta dos pais. Agora, a garota que ele ama pode morrer...

Personagens

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• Desenvolver background de Tito e Andréia

Cenas principais

1. Tito conversa com um colega de classe no horário de inter-valo. Nesta cena, iniciar a descrição de Tito. Descrever a escola.

2. Tito chega em casa depois de um dia de aula e diz à sua mãe estar sentindo vertigens. Ela lhe dá um analgésico apenas, achando que seja fadiga. Nesta cena descrever melhor Tito e sua vida.

3. Tito conversa com Andréia. Ela não diz nada ainda sobre a ateação que sente por ele. Nesta cena, começar a descrever An-dréia.

4. Andréia conversa com uma amiga e lhe fala sobre a atração que sente por Tito. As duas vão para a casa de Andréia. Nesta cena, descrever melhor a vida de Andréia.

5. Tito passa mal na escola. Esta é uma cena “chave”.

6. Tito no hospital. Ele é visitado por Andréia.

Acredito que você já tenha percebido a coisa. Repare como fi-cou fácil de escrever o livro. Você sabe exatamente o que fazer em cada cena. Repare também como o livro não começa “chutando o pau da barraca”. Começa com a vida normal dos personagens, na escola, em casa, etc. É possível até mesmo incluir mais cenas, antes que o principal aconteça.

Repare agora como seria simples escrever uma cena mais adi-ante. Se você tiver um resumo consistente, background dos perso-nagens e o plano de cenas, pode escrever qualquer cena em qual-quer ordem.

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