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Comboios em Portugal
Caracterização e evolução dos comboios de passageiros
Grupo CIV213:
Ana Rita Pereira Magalhães
André Filipe Campos Alberto
Carolino Rui Gonçalves Mateus
David Emanuel Santos Magalhães
Isabela Neves Azevedo
João Francisco Rodrigues de Oliveira
FEUP, Outubro 2010
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
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Comboios em Portugal
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
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Comboios em Portugal
Agradecimentos:
Gostaríamos de agradecer à nossa monitora Vânia Teixeira e à nossa
supervisora, a professora Cecília Vale, pela ajuda e total empenho que
depositaram neste projecto. Auxiliaram-nos em todas as circunstâncias e
indicaram-nos o melhor caminho para o sucesso.
Um especial obrigado ao professor Francisco Piqueiro que também nos
ajudou a nível de pesquisa, indicando-nos os melhores sítios para obter a
informação necessária para a elaboração deste relatório.
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
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Comboios em Portugal
Resumo:
Este relatório, no âmbito da unidade curricular Projecto FEUP, do 1º ano
do curso de Engenharia Civil, da Faculdade de Engenharia da Universidade do
Porto destina-se a estudar a evolução dos comboios de passageiros em
Portugal e como se caracterizam esses mesmos comboios para a circulação
ferroviária.
Um comboio é um conjunto de veículos que circulam sobre carris e que
se deslocam puxados por uma locomotiva e, como meio de transporte que é,
possui uma grande importância no dia-a-dia da população, na medida em que
permite às pessoas a deslocação entre cidades, por questões familiares, de
trabalho ou mesmo de lazer. Actualmente é um dos meios de transportes mais
utilizados.
Desde a criação do primeiro comboio, este tem vindo a evoluir, tornando
as viagens mais rápidas, seguras e cómodas. Neste documento é possível
estudar a evolução do comboio, não só a nível histórico mas também a nível
científico (em termos de geometria e características mecânicas).
Como efeito dessa evolução existe o metropolitano (também conhecido
por “metro”) que não é mais do que um tipo de comboio destinado apenas ao
transporte de passageiros. O metro, em Portugal, existe apenas nas regiões do
Porto e Lisboa, mas já existem projectos para o alargamento territorial deste
meio de transporte.
Também a nível futuro existe o projecto TGV que, como é possível
analisar neste documento, é um comboio com características especiais, que
visa a maior rapidez e comodidade das viagens.
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Comboios em Portugal
Índice:
1. Lista de imagens 6
2. Introdução 7
3. História do comboio em Portugal 8
4. Tipos de comboios 10
4.1. Vapor 10
4.2. Diesel 10
4.3. Eléctricos 11
5. Evolução da automotora em Portugal 13
5.1. Borsig 13
5.2. ME 51 13
5.3. Nohab 0100/050 14
5.4. "Foguete" 0500 15
5.5. Allan 0300 15
5.6. UDD 0400 16
5.7. UTE 2000/50/80 17
6. Comboios que circulam actualmente 18
6.1. Alfa Pendular 18
6.2. Intercidades 19
6.3. Regional 19
6.4. Urbanos e suburbanos 20
7. Operadores de transporte ferroviário de passageiros em
Portugal 21
8. Rede Ferroviária Nacional 22
9. Metro 24
8.1. Porto 24
8.2. Lisboa e Margem Sul do Tejo 25
10. TGV 27
11. Conclusão 28
12. Apêndice 29
13. Bibliografia 32
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Comboios em Portugal
1. Lista de Imagens:
Figura 1 – Comboios a Vapor 10
Figura 2 – Comboio Eléctrico 12
Figura 3 – Automotora Borsig 13
Figura 4 – Automotora ME 51 13
Figura 5 – Automotora Nohab 0100 14
Figura 6 – Automotora Foguete 0500 15
Figura 7 – Automotora Allan 0300 16
Figura 8 – Automotora UDD 0400 16
Figura 9 – Automotora UTE 2000 17
Figura 10 – Alfa Pendular 18
Figura 11 – Comboio Intercidades 19
Figura 12 – Comboio Regional 19
Figura 13 – Comboio Urbano e Suburbano 20
Figura 14 – Símbolo CP 21
Figura 15 – Comboio CP 21
Figura 16 – Comboio Fertagus 21
Figura 17 – Símbolo do Metro do Porto 24
Figura 18 – Mapa das Linhas do Metro do Porto 24
Figura 19 – Mapa da rede do Metropolitano de Lisboa 25
Figura 20 - Mapa da rede do Metro Sul do Tejo 26
Figura 21 – Mapa da rede ferroviária portuguesa 29 Figura 22 – Projecto Eixo Porto-Vigo 30 Figura 23 – Projecto Eixo Lisboa-Madrid 30 Figura 24 – Projecto Eixo Lisboa-Porto 31
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Comboios em Portugal
2. Introdução
Em resposta às questões “Como se caracterizam os comboios para a
circulação ferroviária de passageiros em Portugal?” e “Como evoluíram esses
veículos ao longo do tempo?” fez-se uma pesquisa detalhada dos comboios
que circulam (ou já circularam) em Portugal.
Este documento visa a esclarecimento da evolução dos mesmos, desde
a primeira locomotiva até aos actuais e futuros comboios. Para tal pesquisou-
se e analisou-se outros documentos que esclarecessem o funcionamento dos
comboios de passageiros, visto que, nos dias de hoje, este meio de transporte
possui uma grande importância para a população.
Após a investigação reuniu-se toda a informação de modo a caracterizar
de forma clara e concisa o meio de transporte que desempenha um papel
fundamental na sociedade de hoje.
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Comboios em Portugal
3. História do comboio em Portugal
Foi a invenção da máquina a vapor e a sua aplicação à indústria que
levou os governos europeus a criar novos meios de transporte para escoar com
rapidez os produtos saídos das fábricas. Desapareceram assim as carroças e
nasceram os caminhos-de-ferro, que tomaram este nome porque os veículos
se deslocavam em carris de ferro. (Novas Blogspot 2008)
Após 1825, data da construção da primeira linha-férrea em Inglaterra,
defendeu-se a sua introdução em Portugal, como uma das formas de
modernizar o país. Mas Portugal ainda não tinha recuperado das convulsões
políticas e das guerras civis que enfrentou, não permititindo obter os capitais
necessários para tão importante investimento. (CP 2004)
O transporte ferroviário viria então a surgir em Portugal, na segunda
metade do século XIX durante o reinado de D. Pedro V.
A empresa que ficou encarregue de construir a primeira linha férrea em
território nacional foi a Companhia Central Peninsular dos Caminhos de Ferro
de Portugal, (criada em Londres a 14 de Maio de 1852), do inglês Hardy Hislop.
A construção da linha Lisboa – Carregado foi iniciada em 1853 e
demorou cerca de 3 anos a ser edificada.
A tarde de 28 de Outubro de 1856 ficou para a História de Portugal como
o início da circulação de comboios em Portugal. A 1ª viagem teve o seu início
em Lisboa (Santa Apolónia) com destino ao Carregado, tendo o percurso de
cerca de 40 quilómetros, demorando 40 minutos. (CP 2004)
A viagem foi pequena, mas atribulada. A locomotiva não teve potência
para puxar todas as carruagens, tendo ficado a dos convidados do rei para
trás.
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Comboios em Portugal
A partir de então outras linhas foram criadas ao longo de todo o país. A
Linha do Norte ficou concluída até Vila Nova de Gaia no dia 7 de Julho de
1864, um ano após a linha do Leste chegar a Badajoz, no dia 4 de Julho.
Para o sul do país os obstáculos foram maiores: a falta de investidores
interessados, mesmo com grandes apoios do estado, deixa nas mãos deste a
responsabilidade de levar o comboio ao Algarve. A 1 de Julho de 1889, 25
anos depois de ter chegado ao Norte, o comboio chega finalmente a Faro.
(Wikipédia 2001)
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Comboios em Portugal
4. Tipos de comboios
4.1. Vapor
Os primeiros comboios apareceram no séc. XIX e eram movidos por
motores a vapor, o mais popular tipo de comboios até final da Segunda Guerra
Mundial. A primeira locomotiva foi construída por Richard Trevithick, fazendo a
sua primeira travessia em Fevereiro de 1804. A velocidade máxima atingida por
este tipo de locomotivas foi de 203 Km/h (num percurso inclinado).
Em Portugal, o primeiro comboio a vapor surgiu em 1856. Veio revolucionar a
indústria do país e qualidade de vida da sociedade portuguesa por ser um
transporte com elevadas
características. Era utilizado
para transporte de
passageiros, mercadorias em
militares, sendo a sua
velocidade média na ordem
dos 30 Km/h e a sua
capacidade de transporte de 30
toneladas distribuídas em 15
carruagens.
4.2. Diesel
Os comboios a diesel surgiram com o principal objectivo de melhorar a
“performance” do comboio a vapor, tanto a nível de velocidade como a nível de
capacidade de carga. Foram inúmeras as tentativas de criação de um comboio
a diesel rentável, sendo os motores de vários tipos:
Diesel-mecânico: as locomotivas a diesel-mecânico têm uma maneira
semelhante aos automóveis de passar energia do motor às rodas, que é
através da caixa de velocidades. Este tipo de motor nos comboios é dos
mais antigos e dos mais problemáticos pois, a nível da transmissão,
Figura 1 - Comboios a Vapor
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Comboios em Portugal
quando se muda a velocidade há elevado atrito, desgastando
rapidamente as engrenagens.
Diesel-eléctrico: este tipo de motor nos comboios surgiu para colmatar
os problemas do diesel-mecânico. Neste tipo de motor há um motor
primário a diesel que acciona um gerador eléctrico que transmite a
potência para os motores de tracção (directamente ligados às rodas),
não existindo conexão mecânica entre o motor primário (a diesel) e as
rodas de tracção. Este tipo de comboios só surgiu em Portugal em 1948,
sendo utilizado para transporte de passageiros e mercadorias. Atinge
velocidades máximas na ordem dos 120 Km/h.
Diesel-hidraulico: neste tipo de motores é usada uma transmissão
hidráulica para enviar potência do motor a diesel para as rodas. É dos
motores mais eficientes, sendo mais eficiente até que o diesel-eléctrico
(principalmente pelo peso reduzido) e ao mesmo tempo dos mais
complexos.
4.3. Eléctrico
As automotoras eléctricas têm um sistema de alimentação externo, ou
por meio de catenárias (cabos eléctricos ao longo da rota que percorre) ou por
um terceiro carril (menos usual). Embora o custo de electrificação de linhas
seja bastante elevado, os comboios eléctricos são compensatórios pois a sua
operação em manutenção é significativamente mais barata que os comboios a
diesel e possuem uma maior capacidade de aceleração e desaceleração,
sendo ideais para transporte de passageiros em zonas urbanas.
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Comboios em Portugal
Em Portugal o primeiro
comboio eléctrico foi
introduzido em 1895. Este
tipo de comboios é
característico por ter só uma
carruagem e é unicamente
usado para transporte de
passageiros. É o comboio
mais fiável, barato e menos
poluente.
Figura 2 - Comboio Eléctrico
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Comboios em Portugal
4. Evolução da automotora em Portugal:
4.1 Borsig
Em Portugal, a automotora
surge em 1906 com as unidades a
vapor "Borsig", totalizando apenas
duas unidades. Estas unidades
adquiriram o nome da casa que as
fabricou e estiveram
maioritariamente encarregues das
ligações Barreiro – Seixal - Barreiro.
Dispunham de um interior subdividido em 2ª e 3ª classe e tinham uma
capacidade total de 60 passageiros. (Transportes XXI 2004)
Especificações Técnicas:
Construtor: A. Borsig
Ano de construção: 1906
Ano de retirada ao serviço: 1942
Comprimento: 18,1 metros
Peso: 40 toneladas
4.2 ME 51
Em 1941 a Companhia de
Caminhos de Ferro do Vale do
Vouga decide dinamizar o
transporte de passageiros e inicia
a construção de cinco automotoras
a gasolina. A aceitação por parte
da população foi bastante boa,
pois se tratava de um transporte Figura 4 – Automotora ME 51
Figura 3 - Automotora Borsig
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Comboios em Portugal
rápido, cómodo e até luxuoso para os padrões da época. A idade certa do seu
abate não é conhecida, mas existem registos destas unidades em serviço
ainda na década de 80. (Transportes XXI 2004)
Especificações Técnicas:
Ano de construção: 1941-1947
Velocidade máxima: 89 km/h
Comprimento: 8,72 metros
Potência: 90 cavalos
4.3 Nohab 0100/050
A 11 de Setembro de 1948 inicia-se em Portugal a era das automotoras
como as conhecemos hoje com a encomenda de seis Nohab 050 e quinze
Nohab 0100.
A popularidade destas automotoras foi tal que a CP viu-se obrigada a aumentar
o número de carruagens. Trabalharam principalmente nas linhas do Alentejo e
Évora. Eram capazes de suportar os rigores atmosféricos e longos anos de
duro serviço. Nenhuma se encontra ao serviço em território nacional, mas
algumas foram recentemente vendidas à Argentina, onde continuam a trabalhar
regularmente. (Transportes XXI 2004)
Especificações Técnicas:
Construtor: NoHAB
Ano de Construção: 1948
Ano de retirada ao serviço: 2007
Velocidade máxima: 100 km/h
Comprimento: 22,49 metros
Potência: 252 cavalos
Transmissão: Hidráulica
Figura 5 – Automotora Nohab 0100
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Comboios em Portugal
4.4 "Foguete" 0500
Em 1953 a CP recebeu três unidades que se tornaram num dos marcos
inequívocos da ferrovia nacional. Equipadas com ar condicionado e bar, foram
imediatamente colocadas ao serviço na linha entre as cidades do Porto e
Lisboa (percurso que completavam
num tempo recorde de 4 horas e 20
minutos).
Terminaram a sua vida útil em
1982, tendo sido transferidas para
Elvas onde aguardam pela
recuperação. (Transportes XXI
2004)
Especificações Técnicas:
Construtor: FIAT
Ano de construção: 1953
Ano de retirada ao serviço: 1988/1989
Velocidade máxima: 120 km/h
Comprimento (total): 83,34 metros
Potência: 480 cavalos
Transmissão: Mecânica
4.5 Allan 0300
As terceiras automotoras diesel e certamente das mais marcantes de
todos os tempos em Portugal chegam em 1954, vindas da casa Holandesa
Allan.
Automotoras com performances bem acima da sua modesta potência,
foram presença assídua na Linha do Oeste assim como na Linha da Beira
Baixa.
Figura 6 - Automotora Foguete 0500
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Comboios em Portugal
Chegada a década de 90 estas unidades mostraram o efeito de 40 anos
de serviço e manutenção nem sempre adequada às necessidades, tendo sido
então renovadas. (Transportes XXI 2004)
Especificações Técnicas:
Construtor: NV Allan
Ano de Construção: 1954/55
Ano de retirada ao serviço: 1999-2003
Velocidade máxima: 100 km/h
Comprimento:23,63 metros
Potência: 440 cavalos
Transmissão: Eléctrica
4.6 UDD 0400
As UDD 0400 eram consideradas automotoras de luxo para a época em
que foram construídas: dispunham de 1ª e 2ª classes, serviço de bar e uma
pequena divisão para transporte de bagagens e diversas cargas. Foram
colocadas nas linhas Porto – Vigo e Porto - Madrid.
A vida delas foi
relativamente desafogada e
nenhuma das 19 unidades
originais foi abatida tendo-se
avançado para a modernização
destas unidades entre 1999 e
2001, após o qual foram
numeradas 0450. (Transportes
XXI 2004)
Especificações Técnicas:
Construtor: Sorefame
Ano de Construção: 1965
Figura 8 - Automotora UDD 0400
Figura 7 - Automotora Allan 0300
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Comboios em Portugal
Ano de retirada/modernização: 1999-2001
Velocidade máxima: 110 km/h
Comprimento: 51,96 metros
Potência total: 510 cavalos
Transmissão: Hidráulica
4.7 UTE 2000/50/80
Coube à Sorefame a produção das primeiras automotoras eléctricas em
corrente alterna a circular em Portugal. Totalizando 29 unidades, destacaram-
se no transporte de passageiros pelas electrificadas linhas do país, Sintra e
Norte. A linha de Sintra revelou-se um terreno desafiador devido ao
elevadíssimo número de passageiros que resultava muito frequentemente na
sobrelotação das unidades. Não obstante, resistiram em serviço até 2005 e as
unidades que foram vendidas à Argentina, continuam a trabalhar regularmente.
(Transportes XXI 2004)
Especificações Técnicas:
Construtor: Sorefame
Ano(s) de Construção: 1956, 1962, 1966
Ano de retirada ao serviço: 2005
Velocidade máxima: 90 km/h
Comprimento: 71,06 metros
Potência: 1810 cavalos
Figura 9 - Automotora UTE 2000
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Comboios em Portugal
5. Comboios que circulam actualmente:
5.1. Alfa Pendular
Comboio de velocidade
elevada que faz a ligação das
cidades de Braga, Porto, Aveiro,
Coimbra, Lisboa e Faro, entre
outras cidades intermédias.
Atinge uma velocidade máxima
de 220 Km/h. A sua tecnologia
pendular permite-lhe fazer
curvas e velocidades mais
elevadas que os comboios
convencionais.
Estes comboios foram desenvolvidos para proporcionar conforto e
segurança aos passageiros. Oferecem serviços de cafetaria, mini-bar, canais
de áudio e vídeo, WC e lugares adaptados a pessoas com mobilidade
reduzida.
O Alfa Pendular possui uma técnica que o permite andar a altas
velocidade em todo o percurso, a “técnica do pendolino”. A “técnica do
pendolino” surgiu com o intuito de um comboio não perder velocidade em
curvas e consiste na inclinação do comboio para o lado que está a curvar, com
a amplitude igual à curva (chegando a atingir os 8°). É criado um equilíbrio de
forças centrífugas e, por sua vez, no centro de gravidade do comboio possibilita
que as curvas sejas feitas a altas velocidades sem provocar o desconforto dos
passageiros nem a queda dos objectos no seu interior.
Figura 10 – Alfa Pendular
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Comboios em Portugal
5.2. Intercidades
São comboios rápidos que
circulam nas linhas do Norte e nas
linhas da Beira Baixa até à Covilhã,
da Beira Alta até à Guarda, do Sul
até Faro e na linha do Alentejo até
Évora e Beja. Estes comboios
atingem velocidades entre os
70/100 Km/h em troços difíceis e os
200/220 Km/h. Diferem do Alfa Pendular na medida em que param em mais
estações, sendo a diferença entre os dois comboios de cerca de 30 minutos.
Este serviço está vocacionado para deslocações de lazer, familiares, turismo
ou de negócios. Dispõe de horários variados que permitem uma melhor
organização do tempo. Oferecem serviços de cafetaria, bar e WC.
5.3. Regional
Comboios que não são nem
expressos nem de alta velocidade e
que param em quase todas as
estações e apeadeiros. Apenas são
mais rápidos que os urbanos e
suburbanos. Assegura a ligação aos
centros urbanos em veículos
modernizados, que tornam a viagem
mais confortável para os passageiros.
Figura 11 – Comboio Intercidades
Figura 12 – Comboio Regional
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Comboios em Portugal
5.4. Urbanos e suburbanos
São os comboios mais
lentos, uma vez que param em
todas as estações e apeadeiros.
Em Portugal existem os urbanos de
Lisboa, do Porto e o troço
suburbano Figueira da Foz –
Coimbra. São comboios que
facilitam a deslocação nessas áreas
urbanas, aumentando a qualidade
de vida das pessoas que lá vivem,
através do descongestionamento do tráfego rodoviário e da redução de
emissões poluentes.
Figura 13 – Comboio Urbano e Suburbano
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Comboios em Portugal
6. Operadores de transporte ferroviário de passageiros em
Portugal:
O principal operador de transporte
ferroviário de passageiros português é a CP
(Comboios de Portugal, E.P.) embora tenhamos
também como operador a Fertagus.
A CP é uma empresa pública que foi
fundada em 1975. Hoje em dia transporta cerca
de 178 milhões de passageiros por ano. Esta empresa encontra-se subdividida
em CP Regional, CP Suburbanos do Porto, CP Suburbanos de Lisboa, CP
Longo Curso, CP Frota, CP Serviços e CP Carga.
Actualmente dedica-se apenas ao
transporte e actividades relacionadas,
deixando a gestão das infra-estruturas da
rede ferroviária nacional (desde 1997) a
cargo da REFER (Rede Ferroviária Nacional,
E.P.). Foi nomeada como entidade
reguladora do sector ferroviário português o
IMTT (Instituto da Mobilidade e dos
Transportes Terrestres, I.P.).
A Fertagus opera entre a estação de
Roma-Areeiro em Lisboa e a estação de
Setúbal. Trata-se de uma empresa
portuguesa pertencente ao Grupo
Barraqueiro. O serviço suburbano que
presta é concessionado pelo Estado
Figura 14 – Símbolo CP
Figura 15 – Comboio CP
Figura 16 – Comboio Fertagus
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Comboios em Portugal
Português. Em 2010 esta empresa responsabiliza-se por permitir cerca de 85
mil deslocações por dia.
7. Rede Ferroviária Nacional:
A rede ferroviária nacional é constituída pelas linhas ferroviárias e suas
estações, pelos veículos que nelas circulam e pelos utilizadores dos serviços
prestados por esta rede.
Em Portugal existem várias linhas ferroviárias, algumas com tráfego
regular e outras que se encontram de momento desactivadas ou suspensas.
Encontram-se actualmente activas:
Linha do Minho
Ramal de Braga
Linha de Circunvalação do Porto
Linha do Douro
Linha do Norte
Linha de Guimarães
Linha do Vouga
Linha da Beira Alta
Ramal de Alfradelos
Linha do Oeste
Ramal de Tomar
Ramal de Cáceres
Linha do Leste
Linha de Sintra
Linha da Cintura de Lisboa
Linha de Cascais
Linha de Vendas Novas
Linha do Sul
Linha de Sines
Linha do Algarve
Linha da Matinha
Ramal de Neves Corvo.
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Comboios em Portugal
No entanto existem linhas que se encontram desactivadas tais como:
Ramal de Montemor
Ramal do Montijo
Ramal de Mora
Ramal de Moura
Ramal de Portalegre
Ramal de Reguengos
Linha do Sabor
Linha do Dão
Ramal do Seixal
Linha da Póvoa (convertida em parte das linhas do Metro
do Porto).
Existe ainda outro tipo de linhas, nas quais, de momento, não ocorre
circulação mas a situação tem carácter provisório. São exemplos dessas
linhas: a Linha do Tâmega, a Linha do Corgo e o Ramal da Figueira da Foz,
que se encontram à espera de obras de beneficiação; a Linha do Tua que se
encontra suspensa entre Tua e Cachão enquanto aguarda obras de
beneficiação; o Ramal da Lousã que está com a circulação suspensa uma vez
que se encontra em conversão para o Metro de Mondego e a receber obras de
beneficiação em parte da linha; a Linha da Beira Baixa que se encontra
suspensa entre Covilhã e a Guarda devido às obras de beneficiação que
decorrem; as linhas de Évora e do Alentejo que se encontram suspensas
devido a obras de beneficiação que estão a ocorrer na via.
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Comboios em Portugal
Figura 17 – Símbolo do Metro do Porto
Figura 18 – Mapa das Linhas do Metro do Porto
8. Metro:
8.1. Porto
O Metro do Porto é um sistema de transportes
públicos do Porto. Consiste numa rede ferroviária
electrificada, subterrânea nalguns locais e à superfície
noutros. A operadora responsável pela Operação e
Manutenção Do Sistema de Metro Ligeiro da área
Metropolitana do Porto é a ViaPORTO desde 1 de Abril
de 2010. O consórcio ViaPORTO integra as empresas Grupo Barraqueiro,
Keolis, Arriva e Manvia.
O Metro do Porto de momento tem cinco linhas activas e um total de
80 estações. A Linha A (linha azul) que liga a estação Estádio do Dragão à
estação Senhor de Matosinhos, a Linha B (linha vermelha) que faz a ligação da
estação Póvoa de Varzim à estação Estádio do Dragão (esta linha tem serviço
expresso, este serviço não pára em todas as estações da linha e apenas une a
estação Póvoa de Varzim à estação Trindade), existe também a linha C (linha
verde) em que se pode transitar entre as estações Campanhã e ISMAI. A linha
D (linha amarela) faz a ligação entre as estações Hospital São João e D.João II
e na linha E (linha lilás) transita-se entre as estações Estádio do Dragão e
Aeroporto.
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Comboios em Portugal
8.2. Lisboa e Margem Sul do Tejo
O metropolitano de
Lisboa tem um
funcionamento semelhante
ao do Metro do Porto
embora seja sempre
subterrâneo. O
metropolitano de Lisboa foi
a primeira rede de
metropolitano a ser
construída em Portugal. A
operadora responsável
pelo funcionamento do
Metropolitano de Lisboa foi
criada a 26 de Janeiro de
1948 e denomina-se
Metropolitano de Lisboa, EPE (Entidade Pública Empresarial).
A operadora responsável pela Rede do Metropolitano Ligeiro da Margem
Sul do Tejo (mais conhecido como Metro Sul do Tejo) é a Sociedade
Concessionária MTS (Metro, Transportes do Sul, S.A.) desde 12 Dezembro de
2002 e durante um período previsível de 30 anos. O principal accionista da
Sociedade Concessionária MTS é o Grupo Barraqueiro.
O Metropolitano de Lisboa tem quatro linhas activas e um total de 52 estações.
A linha Azul ou da Gaivota (linha A) que faz a ligação entre as estações Santa
Apolónia e a estação Amadora Este. A linha Amarela ou do Girassol (linha B)
que faz a ligação entre a estação Rato e a estação Odivelas. A linha Verde ou
da Caravela (linha C) em que se pode transitar entre a estação Cais do Sodré e
a estação Telheiras. Enquanto que a linha vermelha ou do Oriente (linha D) liga
a estação São Sebastião e a estação Oriente.
Figura 19 – Mapa da rede do Metropolitano de Lisboa
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Comboios em Portugal
O Metropolitano Transportes do Sul tem 3 linhas e um total de 19
estações. A linha 1 (linha azul) liga a estação de Cacilhas à estação de
Corroios, enquanto que a
linha 2 (linha vermelha) liga
a paragem Corroios à
paragem Pragal. A linha 3
(linha amarela) faz ligação
entre a estação Cacilhas e a
estação Universidade.
Figura 20 - Mapa da rede do Metro Sul do Tejo
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Comboios em Portugal
9. TGV
O TGV é um comboio de alta velocidade, destinado ao transporte de
passageiros. É capaz de atingir velocidades na ordem dos 320 quilómetros por
hora, sendo que a locomotiva é movida a energia eléctrica, com um sistema de
alta tecnologia. Circula em linhas especializadas, denominadas LGV (Linhas de
Grande Velocidade), que permitem que este comboio atinja velocidades
elevadas em todo o seu trajecto, nomeadamente em curvas. O TGV é também
capaz de circular em linhas convencionais, no entanto a sua velocidade não é
tão elevada.
O TGV foi originalmente introduzido em França onde, durante um teste
de velocidade, atingiu velocidades na ordem dos 570 quilómetros por hora, na
linha de Paris – Estrasburgo.
A tecnologia do TGV foi adaptada por outros países, nomeadamente Portugal,
(RAVE, rede de alta velocidade), Espanha (AVE) e ligando a Grã-Bretanha à
França e à Bélgica (Eurostar).
O projecto do TGV em Portugal consiste em três eixos de linhas LGV,
sendo o eixo Porto-Vigo (que passa em Braga, Figura 22), o eixo Lisboa-Porto
(que tem como estações intermédias Aveiro, Coimbra e Leiria, Figura 24) e o
eixo Lisboa-Madrid, ficando assim uma rede bastante coesa, com cerca de
600km de extensão de linha só em Portugal, interligando as cidades mais
populacionais de Portugal e a capital espanhola e o norte da Península Ibérica.
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Comboios em Portugal
10. Conclusão
Após a realização do relatório, cada membro do grupo ficou a conhecer
melhor o meio de transporte que por vezes temos necessidade de recorrer
diariamente. Ficando assim cada um de nós mais alertado para os pormenores
do comboio.
Assim, ao fim do tratamento da informação que cada elemento do grupo
teve que executar, conseguimos efectuar este trabalho que nos vai ser
bastante útil ao longo destas próximas semanas no âmbito da disciplina
Projecto FEUP.
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Comboios em Portugal
11. Apêndice:
Figura 21 – Mapa da rede ferroviária portuguesa
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Comboios em Portugal
Figura 23 – Projecto Eixo Lisboa-Madrid
Figura 22 – Projecto Eixo Porto-Vigo
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Comboios em Portugal
Figura 24 – Projecto Eixo Lisboa-Porto
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Comboios em Portugal
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