colÉgio estadual da polÍcia militar de goiÁs hugo de...
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Obs.: não é necessário imprimir ou fotocopiar, pois trata-se de Lista para Revisão – a impressão/fotocópia não é obrigatória.
1. (Fuvest)
Não mais, musa, não mais, que a lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
Duma austera, apagada e vil tristeza. Luís de Camões. Os Lusíadas.
a) Cite uma característica típica e uma característica atípica da
poesia épica, presentes na estrofe. Justifique.
b) Relacione o conteúdo dessa estrofe com o momento vivido
pelo Império Português por volta de 1572, ano da
publicação de Os Lusíadas.
2. (Uerj)
O 12 de outubro de 1492 tornou-se a data consagrada, tanto na
Espanha como em diversos países americanos, para registrar a
chegada da expedição de Cristóvão Colombo à América. A
pintura histórica reproduzida acima, elaborada na Espanha por
ocasião das comemorações de 400 anos desse acontecimento,
apresenta uma interpretação do processo de conquista e
colonização do continente americano.
Identifique um elemento da pintura que está associado a essa
interpretação, explicitando o significado desse elemento.
Identifique, também, a partir do episódio retratado na
reportagem do jornal Daily Detroit, uma crítica à interpretação
simbolizada na pintura.
3. (Unicamp) O escritor Fernão Mendes Pinto não foi o único
a criticar a construção de um império que ia da Índia ao
Amazonas. Outros – entre os quais se destacam Gil Vicente e
Camões – registraram que o reverso da medalha do papel de
civilizadores e missionários assumido pelos portugueses era a
brutalidade, a covardia, a avareza, a crueldade, a pilhagem e o
desprezo pelas sensibilidades, costumes, crenças e
propriedades dos locais. A prosa e a poesia do século XVI
exprimiram o receio de que o preço a pagar por tal
aventureirismo poderia ser a degenerescência moral e o
declínio das virtudes cívicas em Portugal. (Adaptado de A. J. R. Russel-Wood, Reviewed work: The Travels of Fernão
Mendes Pinto by Fernão Mendes Pinto, Revecca D. Catz. The International
History Review, p. 568-572, ago. 1990.)
a) Explique as críticas de Gil Vicente e Camões à construção
do Império português da Época Moderna.
b) Cite e explique uma forma de resistência à presença dos
portugueses no Ultramar.
4. (Unicamp) Sobre o diário do indígena Chimalpahin, o
historiador Serge Gruzinski escreveu: Toda a obra do cronista
transborda de anotações que desenham um imaginário
planetário, cujas referências nos parecem muitas vezes
inesperadas. Dois meses depois de ter evocado o assassinato
do rei de França, em 15 de novembro de 1610, Chimalpahin
dirige seu olhar para o Japão e anota: “Dom Rodrigo de
Vivero, vindo do Japão, perto da China, fez sua entrada na
Cidade do México. Fez-se amigo do imperador japonês e este
lhe emprestou a fortuna que Rodrigo trouxe à Cidade do
México; ele trouxe, além disso, alguns japoneses com ele.
Todos estavam vestidos como se vestiam lá, com uma espécie
de colete e um cinto em torno da cintura, onde levavam sua
katana de aço, uma espécie de espada. Não se mostravam
tímidos, não eram pessoas calmas ou humildes, tinham, ao
contrário, o aspecto de águias ferozes.” (Adaptado de Serge Gruzinski, As quatro partes do mundo: história de uma
mundialização. Belo Horizonte: Editora UFMG, São Paulo: Edusp, 2014, p.
36.)
Considerando o estudo histórico de Gruzinski e seus
conhecimentos,
a) identifique, a partir do texto, dois aspectos que caracterizam
os contatos culturais;
b) explique a importância do diário de Chimalpahin para a
compreensão do processo de colonização da América.
5. (Ufpr) Observe a imagem:
COLÉGIO ESTADUAL DA POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS – HUGO DE CARVALHO RAMOS
ANO LETIVO 2020 1º BIMESTRE ATIVIDADE COMPLEMENTAR
(Lista de Exercícios 1)
Série/Ano Turma (s) Turno
2º Ano do Ensino Médio A B C D E F G H I MATUTINO
Professores: Patrícia Perícole / Hudson de Oliveira e Silva Disciplina: HISTÓRIA
Aluno (a): Nº da chamada:
Data: / / 2020
Visto do Professor Nota da Atividade
Atividade referente à Revisão para a Prova Bimestral. Lista de Exercícios 1 (discursivas). Expansão Ultramarina.
Observação: Conteúdo(s) de Prova: Expansão Ultramarina e Mercantilismo.
Escola de Civismo e Cidadania
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Sobre essa imagem, Michel de Certeau, importante historiador
no século XX, escreveu:
“Américo Vespúcio, o Descobridor, vem do mar. De pé,
vestido, encouraçado, trazendo as armas europeias do sentido
e tendo por detrás dele navios que trarão para o Ocidente os
tesouros de um paraíso. Diante dele a América Índia, mulher
estendida, nua, presença não nomeada da diferença, corpo que
desperta num espaço de vegetação e animais exóticos”. (CERTEAU, Michel de. A escrita da história. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2000, p. 9.)
Considerando a imagem de Theodor Galle o comentário de
Michel de Certeau, e tendo como referência as transformações
ocorridas no início da Era Moderna, comente o impacto que a
Conquista da América teve no continente Europeu, na política,
na cultura e na religião.
6. (Pucrj) A política expansionista empreendida pela Coroa
portuguesa desde o início do século XV pelo Atlântico, em
direção à África e América Portuguesa, tinha como intuito a
exploração econômica, obtida por meio do comércio,
sobretudo de produtos tropicais, metais preciosos e escravos; e
também objetivos geopolíticos e religiosos com o
estabelecimento das novas rotas atlânticas e a expansão do
cristianismo.
Com relação à expansão do cristianismo nos continentes
americano e africano,
a) indique duas ações empreendidas pela Coroa portuguesa
para expandir o cristianismo na América portuguesa;
b) explique a relação entre a expansão do cristianismo e os
interesses comerciais portugueses em territórios africanos.
7. (Ufpr) Calicute é cidade de cristãos que são homens
morenos. Usam barbas grandes e cabelos compridos, alguns
trazem as cabeças rapadas, outros tosquiadas. Usam topetes na
moleira, para mostrar que são cristãos, e nas barbas, bigodes.
Tem as orelhas furadas, e nos buracos delas trazem muito
ouro. Andam nus da cinta para cima, para abaixo usam uns
panos de algodão muito finos. Estes que andam vestidos assim
são mais honrados; os outros vestem-se como podem. Álvaro Velho. Roteiro da primeira viagem de Vasco da Gama (1497-1499),
editada por A. Fontoura da Costa, 3. ed., Lisboa, Agência Geral do Ultramar,
1969, p. 41.
De acordo com o fragmento do relato de Vasco da Gama e
com os conhecimentos sobre o período denominado “Grandes
Descobrimentos”, discorra sobre a viagem desse navegador ao
Oriente, mencionando os dois objetivos mais importantes que
levaram a coroa portuguesa para essa região, delineando a rota
seguida pelo navegador no seu périplo para a Índia. Mencione
quatro cidades onde os portugueses estabeleceram feitorias e
identifique qual delas se tornou o Estado da Índia portuguesa.
8. (Pucrj) O período que vai do século XVI a fins do XVIII,
corresponde à formação e consolidação dos dois maiores
impérios atlânticos da época Moderna: o império português e
o império espanhol. As Coroas ibéricas – Portugal e Espanha
– empreenderam uma espetacular expansão comercial e
marítima e igualmente militar e religiosa. Desse modo, foram
capazes de vincular ou conectar territórios e populações dos
continentes Americano, Africano, Europeu e Asiático.
Descreva as relações de conexão existentes entre os
continentes acima citados a partir:
a) da circulação e produção de mercadorias pelos portugueses
e espanhóis no espaço atlântico;
b) da mobilidade de populações europeias e africanas para as
Américas.
9. (Unesp) Leia o trecho de A divina comédia, escrita pelo
poeta italiano Dante Alighieri (1265-1321), no início do
século XIV.
Como, em seu 1Arsenal, os venezianos
fervem, no inverno, o pegajoso 2pez,
pra de seus 3lenhos consertar os danos,
pois, não podendo navegar, ao invés
há quem renove o lenho, ou 4calafete
o casco que viagem muita fez;
e um na proa, na popa outro arremete,
um faz o remo, outro torce o cordame,
um remenda a grã vela, outro o 5traquete.
A divina comédia, 2009. 1arsenal: lugar de conserto de navios. 2pez: piche. 3lenho: barco. 4calafetar: vedar, fechar. 5traquete: mastro.
Nos versos, o poeta refere-se ao trabalho de reparação dos
navios venezianos. Descreva a natureza do trabalho
desenvolvido no arsenal e explique o motivo da crise
econômica das cidades italianas a partir do final do século
XV.
10. (Fgv) Não foi essencialmente demográfico no sentido de
que o movimento colonizador não foi impulsionado por
pressões demográficas (como na Antiguidade, a colonização
grega), mas tem dimensão demográfica no sentido de que
envolve amplos deslocamentos populacionais (...). A
colonização moderna foi um fenômeno global, no sentido de
envolver todas as esferas da existência, mas seu eixo
propulsor situa-se nos planos político e econômico. NOVAIS, F. Condições de privacidade na colônia. História da vida privada
no Brasil. Cotidiano e vida privada na América portuguesa. São Paulo:
Companhia das Letras, 2004, p. 18.
a) Explique as razões pelas quais a colonização portuguesa da
América não foi provocada por pressões demográficas.
b) Exemplifique os tipos de deslocamentos populacionais
dirigidos para a América portuguesa.
c) Apresente os elementos político e econômico que
propulsionaram a colonização moderna.
11. (Unesp)
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te português.
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Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal! PESSOA, Fernando. “O Infante”. Mensagem. Obra poética, 1960.
Identifique quatro características que, segundo o texto,
marcaram a expansão marítima portuguesa dos séculos XV e
XVI. Exemplifique com os versos do próprio poema.
12. (Unicamp) É na segunda metade do século XV que a
África negra descobre os portugueses. Ela se compõe de um
mosaico de povos, Estados e impérios (animistas ou
islamizados) que nem a coroa nem os marinheiros de Lisboa
jamais conseguirão dominar. O fim do século é marcado, entre
outras coisas, pela expansão do Império de Gao e pela
ascensão da dinastia Askia no Sudão ocidental. Mas é preciso
lembrar as inúmeras redes comerciais que não haviam
esperado os europeus para promover a circulação de escravos. Adaptado de Serge Gruzinski, A passagem do século 1480-1520. As origens
da globalização. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, p. 56-57.
a) Que elementos do texto acima indicam que o continente
africano tinha, naquele período, formas de organização
complexas?
b) Como os agentes portugueses organizaram a economia do
tráfico na Era Moderna?
13. (Uel) Leia o texto a seguir.
Tocadas em 1500 pelos homens de Pedro Álvares Cabral, as
terras que hoje são brasileiras foram desde então oficialmente
incorporadas à coroa portuguesa. Se haviam sido frequentadas
antes, como sugere o Esmeraldo de Situ Orbis, e defendem
alguns historiadores portugueses, disso não ficou maior
registro, e não há, pois, como fugir da data consagrada e
recentemente celebrada – para o bem e para o mal – por
brasileiros e portugueses. Descoberto oficialmente, pois, em
1500, sob o pontificado de Alexandre VI Borgia, não se pode
dizer, a rigor, que existisse, então, nem Brasil nem brasileiros.
Vários são os sentidos dessa não existência. (Adaptado de: SOUZA, L. M. O nome do Brasil. Revista de História. São
Paulo, 2001. n.145. p.61-86. Disponível em: <http://revhistoria.usp.br/images/stories/revistas/145/RH-145_-
_Laura_de_Mello_e_Souza.pdf>. Acesso em: 7 jun.2013.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema,
responda aos itens a seguir.
a) Cite e explique 2 fatores que possibilitaram o pioneirismo
do Estado português nas Grandes Navegações.
b) Explique o que a historiadora e autora desse texto, Laura de
Mello e Souza, quer dizer com a seguinte passagem: “não
se pode dizer, a rigor, que existisse, então, nem Brasil nem
brasileiros.”.
14. (Ufg) Analise a fábula a seguir.
A cigarra e a formiga
Tendo a cigarra em cantigas
Passado todo o verão
Achou-se em penúria extrema
Na tormentosa estação.
Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.
Rogou-lhe que lhe emprestasse,
Pois tinha riqueza e brilho,
Algum grão com que manter-se
Até voltar o aceso estio.
– "Amiga", diz a cigarra,
– "Prometo, à fé d'animal,
Pagar-vos antes d'agosto
Os juros e o principal."
A formiga nunca empresta,
Nunca dá, por isso junta.
– "No verão em que lidavas?"
À pedinte ela pergunta.
Responde a outra: – "Eu cantava
Noite e dia, a toda a hora."
– "Oh! bravo!", torna a formiga.
– "Cantavas? Pois dança agora!" ESOPO. A cigarra e a formiga. Disponível em:
<http://peregrinacultural.wordpress.com/2009/07/06/a-cigarra-e-a-formiga-
em-versos-por-bocage/>. Acesso em: 20 mar. 2013.
A fábula apresentada é originalmente atribuída a um escritor
da Grécia Antiga, tendo sido contada em diferentes versões
que alcançaram o Antigo Regime, no século XVIII. Assim
como os mitos, as lendas e as histórias, as fábulas são
indicadores do repertório sociocultural das comunidades. Com
base no exposto e considerando-se o enredo da fábula,
a) identifique uma característica da organização econômica,
que é comum tanto à Grécia Antiga quanto ao Antigo
Regime;
b) explique a função desse tipo de relato na vida cotidiana.
15. (Uerj)
Nos mapas, estão indicadas as principais rotas comerciais
europeias, respectivamente, na Baixa Idade Média e na Idade
Moderna. Comparando-os, percebem-se alterações
significativas nesses caminhos a partir do século XVI,
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provocadas pela chamada Revolução Comercial iniciada no
século XV.
Indique a mudança provocada pela Revolução Comercial e
duas de suas consequências econômicas, uma para a Europa e
outra para os demais continentes conhecidos à época.
16. (Ufsc)
“A expansão marítima teve ligações com os questionamentos
e as inovações que acompanharam o Renascimento e,
politicamente, com a formação do Estado moderno na Europa.
Assim, é impossível analisá-la sem mencionar as mudanças
econômicas, a intensificação das atividades comerciais, o
fascínio pelas especiarias, a luta da burguesia para consolidar
sua riqueza”. REZENDE, Antonio Paulo; DIDIER, Maria Thereza. Rumos da História:
História Geral e do Brasil. São Paulo: Atual, 2001. p. 158. Gravura do sec.
XVI, de Theodore de Bry. p. 157-158.
Sobre a expansão marítima e comercial europeia:
a) Explique (em no máximo 4 linhas) duas razões para o
pioneirismo do reino português.
b) Considerando que o mercantilismo é um conjunto de
práticas econômicas relacionadas ao processo de expansão
marítima, explique (em no máximo 6 linhas) duas de suas
características citadas abaixo:
- Metalismo
- Protecionismo
- Balança Comercial Favorável
- Colonialismo
17. (Uerj) Leia.
Uma questão acadêmica, mas interessante, acerca da
“descoberta” do Brasil é a seguinte: ela resultou de um
acidente, de um acaso da sorte? Não, ao que tudo indica. Os
defensores da casualidade são hoje uma corrente minoritária.
A célebre carta de Caminha não refere a ocorrência de
calmarias. Além disso, é difícil aceitar que uma frota com 13
caravelas, bússola e marinheiros experimentados se perdesse
em pleno oceano Atlântico e viesse bater nas costas da Bahia
por acidente.
Rejeitado o acaso como fonte de explicação no que tange aos
objetivos da “descoberta”, fica de pé a seguinte pergunta: qual
foi, portanto, a finalidade, a intenção da expedição de Cabral? Adaptado de LOPEZ, Luiz Roberto. História do Brasil colonial. Porto
Alegre: Mercado Aberto, 1983.
Os descobrimentos marítimos dos séculos XV e XVI foram
processos importantes para a construção do mundo moderno.
A chegada dos portugueses ao Brasil decorre dos projetos que
levaram diferentes nações europeias às grandes navegações.
Formule uma resposta à pergunta do autor, ao final do texto:
qual foi a finalidade da expedição de Cabral?
Em seguida, cite dois motivos que justificam as grandes
navegações marítimas nos séculos XV e XVI.
18. (Ufmg) Observe este mapa:
Nesse mapa, estão representados os limites territoriais da
Colônia Portuguesa na América estabelecidos pelo Tratado de
Tordesilhas, em 1494, e pelo Tratado de Madri, em 1750.
1. Considerando os respectivos períodos históricos, identifique
e explique uma diferença que caracteriza o traçado
correspondente a cada um desses tratados.
Tratado de Tordesilhas:
Tratado de Madri:
2. Caracterize o contexto em que cada um desses tratados foi
estabelecido.
Tratado de Tordesilhas:
Tratado de Madri:
19. (Fuvest)
Observe as rotas no mapa e responda:
a) O que representou, para os interesses de Portugal, a rota
marítima Lisboa Cabo da Boa Esperança-Calicute?
b) O que significou a expedição de Pedro Álvares Cabral para
o Império Português?
20. (Uerj)
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Como indicado no mapa acima, a expansão marítima
promovida pela Coroa de Portugal, nos séculos XV e XVI,
permitiu a incorporação de novas regiões e sociedades ao
comércio europeu.
Apresente dois interesses da sociedade portuguesa na
exploração da costa ocidental africana e explique a
importância da região para o estabelecimento dos portugueses
na Ásia.
Gabarito:
1: [Resposta do ponto de vista da disciplina de História]
b) Embora em 1572 o império português estivesse vivenciando
seu auge, tornando-se verdadeiramente global, com uma rede de
entrepostos que ligava Lisboa a Nagasaki, trazendo enormes
riquezas para Portugal, o poeta, nesta estrofe, evidencia o
paradoxo entre essa riqueza e a maneira como ela era obtida,
através, especialmente, de “cobiça” e “rudeza”.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Português]
a) Na estrofe que faz parte do epílogo da epopeia “Os Lusíadas”,
o poeta dirige-se às musas, declarando-se incapaz de continuar a
fazer poesia devido ao ambiente de cobiça e insensibilidade social
que o rodeia. A menção a figuras da mitologia é típica da poesia
épica que narra os feitos heroicos de um povo de forma
grandiloquente e usa a intervenção de seres sobrenaturais para
engrandecimento da ação. Também os versos decassílabos
dispostos em esquema rimático ABABABABCC refletem o rigor
formal característico do Classicismo. No entanto, o tom
decepcionado do poeta que, nesta estrofe, tece duras críticas ao
aviltamento moral em que o país tinha mergulhado não é comum
nas epopeias clássicas que se restringem a enaltecer virtudes e
qualidades do herói coletivo.
b) No final do século XVI, Portugal atingiu o ponto mais alto da
sua economia mercantilista decorrente da expansão marítima por
todos os continentes. No entanto, uma crise dinástica que tem
início no reinado de D. Sebastião e que se intensifica após sua
morte na batalha de Alcácer-Quibir, provocará o início do
declínio do Império e que se agravará com o domínio espanhol
sobre Portugal até meados do século XVII.
2: A imagem de autoria de José Garnelo Y Alda, 1892, integrou o
conjunto de realizações e homenagens relativas às comemorações
dos 400 anos da chegada da expedição liderada por Cristóvão
Colombo à América. Naquele contexto do Imperialismo
Neocolonialista, a pintura integrava a perspectiva de exaltar o
feito do navegador sob a interpretação historiográfica de associá-
lo ao descobrimento e à missão civilizadora do novo continente.
Ao longo do século XX, essa interpretação foi sendo alvo de
críticas e releituras, as quais deslocaram a noção de
descobrimento, mobilizando cada vez mais o entendimento das
particularidades socioculturais, políticas e econômicas dos
processos de conquista e de colonização europeia dos territórios e
povos americanos, e especialmente seus desdobramentos quanto à
exploração e ao extermínio das populações ameríndias. Na
pintura, alguns elementos da imagem, e seus respectivos
significados, enaltecem o “descobrimento”, nos seguintes termos:
Colombo destacado no centro da pintura, como indicação de seu
maior protagonismo na conquista das novas terras; Colombo
elevando uma grande cruz acima de todos, como valorização da
presença da religião cristã no processo de conquista das novas
terras e dos indígenas; indígenas presenteando Colombo como
simbolização do caráter pacífico e amigável dos primeiros
contatos entre europeus e ameríndios; indígenas, muitos sentados
e curvados, como caracterização da subserviência e inocência dos
indígenas. A reportagem do jornal Daily Detroit, de 2015, com
destaque para a foto com o busto de Colombo vandalizado por
desconhecidos, aponta para a perspectiva distinta da enaltecida
pela pintura histórica. A intervenção na estátua, uma machadinha
cravada na cabeça e a mancha vermelha como se fosse sangue,
sugere uma crítica ao protagonismo concedido a Colombo, e
também denuncia o caráter violento do processo de conquista e
colonização, além de possibilitar inferir que houve resistência das
populações nativas à presença dos europeus.
3:
a) Gil Vicente e Camões, de acordo com o texto, tinham temor da
construção de um grande império ultramarino, devido a
possibilidade de violência, cobiças, etc, que poderiam refletir
negativamente no tecido social português, provocando uma
degeneração moral e cívica.
b) Ocorreram inúmeras reações das populações nativas contra a
presença portuguesa, tais como, a Confederação dos Cariris no
Ceará e a Confederação dos Tamoios em São Vicente. A
Confederação dos Tamoios ocorreu entre 1554-1567, consistiu
em uma forte resistência dos ameríndios tupinambás
questionando a própria colonização portuguesa.
4:
a) Em sentido mais amplo pode ser mencionado a importância
das Grandes Navegações, séculos XV e XVI, que contribuiu para
aproximar diversos povos e culturas. Em sentido mais restrito, há
o contato direto entre indivíduos de civilizações tão diferentes e
os estabelecimentos de comparações entre eles.
b) Sem dúvida, o diário deixa claro o caráter etnocêntrico no qual
há comparações entre o Europeu (considerado superior) e os
povos da América (visto pelos europeus como inferiores).
5: Visando conquistar recursos para os Estados Modernos, as
monarquias europeias investiram nas Grandes Navegações
contribuindo para o “Descobrimento”, Conquista e Colonização
da América causando um grande impacto na América bem como
no continente europeu. Muitos recursos foram deslocados para a
Europa contribuindo para a formação e desenvolvimento do
capitalismo. Na economia, a montagem do sistema colonial
mercantilista gerou recursos para os Estados Modernos Europeus.
Na política, o fortalecimento das monarquias modernas que
participaram na expansão marítima contribuindo para o sistema
absolutista. Na cultura, gerou o desenvolvimento da tecnologia
náutica, da geografia, ampliando o horizonte humano e
geográfico, conhecimento da flora e da fauna, estimulou a
mentalidade artística e filosófica e contribuiu para reforçar teses
racistas e preconceituosas de suposta superioridade do homem
branco sobre os demais.
6:
a) Podemos citar a formação das Missões Jesuíticas e o apoio à
catequização indígena;
b) As relações comerciais e religiosas se desenvolveram de
maneira conjunta entre europeus e africanos. A partir da
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conversão dos povos africanos ao Cristianismo os europeus
ampliavam seus privilégios comerciais na África, ganhando o
direito de fundar feitorias e controlar determinadas rotas
comerciais.
7: O objetivo principal da viagem de Vasco da Gama às Índias
era contornar a extremidade sul do continente Africano como
forma de acesso às riquezas das Índias em especial as especiarias
e artigos de luxo. Outro objetivo relevante era a pretensão de
Portugal de quebrar o monopólio do comércio mediterrânico
realizado pelas cidades italianas de Gênova e Veneza. A rota de
Vasco da Gama contemplava a mesma iniciada por Bartolomeu
Dias, dobrando o Cabo das Tormentas ou da Boa Esperança. O
Périplo Africano defendia a teoria de que as Índias eram
acessíveis por mar a partir do Oceano Atlântico, inaugurando
uma nova rota de comércio muito mais lucrativa para o Oceano
índico. Acerca das cidades em que foram construídas feitorias,
são elas: Cochim, Goa, Cananor e Diu. Em 1510, foi constituído
o Estado Português da Índia, com capital em Goa. Esta foi a
primeira conquista territorial portuguesa naquela localidade.
8:
a) Através da aplicação do Pacto Colonial, tanto Portugal quanto
Espanha empreenderam a exploração do continente americano,
sendo que Portugal priorizou a agroexportação e a Espanha
priorizou o metalismo.
b) Podemos citar as tentativas de enriquecimento, os serviços
administrativos e as ordens religiosas.
9: O texto reata o trabalho de construção e reparo dos navios em
Veneza. Tal trabalho era livre, assalariado e especializado. No
que diz respeito à crise do século XV nas cidades italianas, ela se
deve, basicamente, a duas razões: (1) os turcos, ao tomarem
Constantinopla, passaram a dificultar e encarecer a travessia do
Mediterrâneo e (2) portugueses e espanhóis lançaram-se ao mar,
achando caminhos alternativos para as Índias e inseriram-se no
mercado das especiarias.
10:
a) A baixa densidade demográfica portuguesa era insuficiente
para explorar uma colônia de tamanha dimensão territorial como
o Brasil.
b) Pessoas pobres de Portugal se deslocaram para o Brasil e
negros da África foram arrancados do seu mundo e vendidos
como escravos na América colonial.
c) A Europa Moderna no campo político era caracterizada pelo
Absolutismo com o poder nas mãos dos reis e na esfera
econômica havia o Mercantilismo que preconizava o Estado
intervencionista, o protecionismo alfandegário, o metalismo,
entre outras características. A colonização da América era uma
forma de angariar recursos para os Estados Modernos Europeus.
11: Fernando Antônio Nogueira Pessoa, 1888-1935, conhecido
como Fernando Pessoa, grande poeta português elaborou diversas
poesias sobre a Expansão Marítima Comercial Europeia que
ocorreu nos séculos XV e XVI na qual a jovem nação Portuguesa
foi a pioneira. O auge da história de Portugal foi exatamente o
contexto das Grandes Navegações, durante a dinastia de Avis,
conforme exalta o poeta português Luís Vaz de Camões na obra
“Os Lusíadas”. No entanto nos séculos XVIII e XIX, Portugal
vivia uma grave crise econômica e política corroborada pela
vinda da Corte portuguesa para o Brasil em 1808. Neste sentido,
o poeta Fernando Pessoa vivendo em contexto de profunda crise
reflete sobre as Grandes Navegações. O poeta faz referência a
este contexto histórico quando escreve “Deus quis que a terra
fosse toda uma, / Que o mar unisse, já não separasse”. Aponta
dúvidas sobre a esfericidade do planeta terra “E viu-se a terra
inteira, de repente, surgir, redonda, do azul profundo”. Faz
menção ao pioneirismo português “Quem te sagrou criou-te
português”. Aponta também para a crise do império lusitano no
Oriente “Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez”. Ainda faz
referência ao mito do Sebastianismo criado no contexto da morte
do rei Sebastião em 1578 na batalha de Alcácer-Quibir. O mito
sugere que a nação portuguesa retomará sua importância
histórica, “Senhor, falta cumprir-se Portugal!”.
12:
a) Podemos citar a existência de “Estados e impérios” e de “redes
comerciais”.
b) O comércio de escravos ocorria por meio do estabelecimento
de feitorias no litoral africano, onde os escravos eram adquiridos
através da prática do escambo com as tribos africanas. Depois, os
escravos eram vendidos pelos portugueses no além-mar, em
especial no Brasil.
13:
a) Entre os fatores que explicam o pioneirismo português nas
Grandes Navegações se destacam, entre outros elementos, a
centralização política precoce, que permitiu a Portugal a
coordenação das ações estratégicas necessárias para realização de
um empreendimento de tal envergadura; a experiência anterior no
comércio de longa distância, realizado inicialmente sob a
hegemonia de Gênova e Veneza, bem como o envolvimento com
o mundo islâmico do mediterrâneo; o desenvolvimento da
arquitetura naval, permitindo o desenvolvimento da caravela,
embarcação mais leve e veloz que as existentes na época e que
permitia aos portugueses se aproximarem da terra firme sem
encalhar; o aprimoramento das técnicas (determinação de
latitudes e longitudes) e dos instrumentos de navegação
(quadrante e astrolábio); o desenvolvimento de uma nova
mentalidade voltada à experimentação e à verificação e não
apenas à tradição, possibilitando a realização de diversas
experiências e inovações, localização geográfica privilegiada, a
Escola de Sagres.
b) A historiadora Laura de Mello e Souza sugere na passagem
“não se pode dizer, a rigor, que existisse, então, nem Brasil nem
brasileiros” aspectos como: os povos autóctones, cerca de
2.500.000 habitantes indígenas na época da chegada de Cabral,
não constituíam uma unidade cultural, tampouco política, pois se
tratavam de um conjunto variado de sociedades; os portugueses
ocuparam um território, desconhecido por eles, sendo o Brasil
uma construção histórica posterior, portanto é equivocado
(anacronismo) pensar o território brasileiro atual para o século
XVI; o Estado brasileiro será formado apenas no século XIX,
quando conquistará a independência política da Europa,
formando um Império; a identidade nacional brasileira, tema
complexo e polêmico da historiografia, terá suas primeiras
manifestações, ainda que fragmentárias, na crise do antigo
sistema colonial no final do século XVIII.
14:
a) O comércio marítimo. Na Grécia Antiga, os gregos exportavam
seus produtos para toda a Península do Peloponeso. No antigo
regime, o comércio marítimo, estimulado pelo mercantilismo, foi
desenvolvido a partir das grandes navegações.
b) As fábulas, em geral, terminam com uma “lição de moral”.
Esta prática faz com que elas tenham um caráter moralizante,
contribuindo para estabelecer boas regras de convivência social
através do estabelecimento de regras de conduta.
15: A Revolução Comercial deslocou o eixo comercial europeu
das rotas que privilegiavam o Mar Mediterrâneo para as que
utilizavam a navegação do Oceano Atlântico.
Uma das consequências para a economia europeia:
• acumulação de capitais
• crescimento do tráfico de escravos
• fortalecimento econômico da burguesia
• acesso a novas fontes de metais preciosos
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• consolidação de práticas econômicas mercantilistas
• aumento do consumo de produtos extraeuropeus, como as
especiarias
• processo inflacionário derivado do afluxo de metais preciosos
americanos
Uma das consequências para a economia dos outros continentes:
• submissão aos interesses mercantilistas dos Estados europeus
• incorporação de práticas econômicas ditadas pelos interesses
europeus
• perda da posse da terra e de outros bens materiais por
populações nativas
• desorganização, eliminação ou retração de práticas econômicas
autossuficientes
• utilização do tráfico interno ou externo de trabalhadores como
estratégia de ação econômica
16:
a) Razões para o pioneirismo português na expansão
marítima.
1. Posição geográfica favorável.
2. Paz interna, relativa estabilidade política.
3. Formação/reunião de navegadores, matemáticos, geógrafos e
astrônomos.
4. Tradição marítima: experiência com atividade pesqueira.
5. Pioneirismo na formação do Estado Nacional Moderno
b) Características do Mercantilismo
1) Metalismo: acumulação de metais preciosos dentro do
território nacional. Identificação entre a riqueza de um país e a
quantidade de moedas em circulação no seu território.
2) Protecionismo: direito exclusivo dos governos sobre a
comercialização de certos produtos em todos os seus domínios,
principalmente nas colônias (pacto colonial). Imposição de
barreiras tarifárias aos produtos estrangeiros.
3) Balança comercial favorável: A balança comercial é
favorável quando se exporta mais que importa. Estímulo à
produção manufatureira e diminuição das importações. Posse de
colônias de exploração como forma de garantir a balança
comercial favorável.
4) Colonialismo: Conquista e domínio de territórios
ultramarinos. A colônia como uma economia complementar à
metrópole, com produção totalmente voltada à exportação.
17: A viagem de Cabral ao litoral do Brasil fez parte de um
projeto para reconhecer o litoral do Brasil, que pertencia a
Portugal desde 1494, quando do Tratado de Tordesilhas. A posse
do litoral do Brasil, somada a posse do litoral africano, garantiria
ao reino lusitano o controle sobre a rota atlântica em direção ao
oriente e suas especiarias.
As “grandes navegações” foram impulsionadas pela necessidade
de superar a crise econômica do século XIV, determinada pela
retração da produção agrícola devido às guerras e a peste negra;
ao mesmo tempo contribuiu para consolidar o Estado Nacional,
nova forma de organização política constituída no final do
período medieval.
18:
1. Tratado de Tordesilhas: a linha de Tordesilhas é imaginária e
foi estabelecida para dividir o mundo entre Portugal e Espanha;
Tratado de Madri: a linha demarcatória divide as terras de
Portugal e Espanha na América e baseia-se no princípio do uti
possidetis, que leva em consideração a ocupação dessas regiões
2. O Tratado de Tordesilhas foi definido em 1494, época em
que apenas Portugal e Espanha realizavam a expansão marítima e
a conquista de terras fora da Europa. As duas nações eram as
grandes potências econômicas europeias. O Tratado de Madri
foi definido em 1750, época de apogeu da exploração aurífera no
Brasil, que garantia riqueza significativa para Portugal; ao mesmo
tempo, a Espanha vivia um período de decadência, com a redução
da extração de minérios em suas colônias e com a derrota na
Guerra de Sucessão, encerrada em 1715, que a forçou a fazer
diversas concessões.
19:
a) Em relação à rota marítima Lisboa Cabo da Boa Esperança-
Calicute, estabeleceu-se a ligação comercial marítima de Portugal
com as Índias e, por conseguinte, o acesso direto aos produtos do
Oriente e quebra do monopólio italiano desses produtos, levados
à Europa via Mediterrâneo.
b) A expedição de Pedro Álvares Cabral confirmou a existência e
a posse das terras no Ocidente pertencentes a Portugal conforme
as determinações do Tratado de Tordesilhas. Estabeleceu ainda, a
consolidação do domínio português no Atlântico Sul.
20:
Dois dos interesses:
• continuidade das guerras de Reconquista no norte da África
• expansão do tráfico de escravos no golfo da Guiné
• exploração da agro manufatura açucareira nas ilhas de Madeira,
Açores, São Tomé e Príncipe
• obtenção de produtos como pimenta malagueta, ouro e marfim
O lucro com as atividades econômicas desenvolvidas na região
permitia o financiamento de expedições destinadas à abertura de
um novo caminho para as “Índias”, regiões asiáticas cobiçadas
em função do comércio de especiarias.
O enunciado e a resposta da questão abordam aspectos
significativos da expansão marítima portuguesa nos séculos XV e
XVI, como as vantagens da exploração África para o
financiamento de expedições ao Oriente, tema que raramente é
requisitado aos vestibulandos.