coleção fábulas bíblicas volume 9 · anos, muitos bilhões de crentes morreram na fé e na...
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Coleção Fábulas Bíblicas Volume 9
A FARSA DO
NASCIMENTO
DE JESUS CRISTO
JL
mailto:[email protected]://www.sugarsync.com/pf/D0297736_62674168_764611
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Sumário O que é o Cristianismo? ................................................................ 5
Introdução .................................................................................. 6
1 - Contradições do nascimento de Jesus ........................................ 9
1 - Problemas com o anjo Gabriel e o nascimento de Jesus ......... 9
2 - Entenda o plágio cristão da lenda mítica da “anunciação”. ..... 15
3 - Os Reis Magos e a conversa com Herodes. .......................... 22
4 - A Farsa da Estrela de Belém. ............................................. 30
5 - Contradições e erros do Censo da Judeia ............................. 39
6 – Mateus inventando profecias ............................................. 48
7 – Contradições de Mateus e Lucas sobre a Natividade. ............ 56
8 - Feliz Saturnália ou Feliz Natal? ........................................... 61
9 - Contradições e erros na genealogia de Jesus ....................... 70
10 - Desculpas cristãs aos erros na Genealogia de Jesus ............ 78
11 – O assassinato dos meninos de Belém ............................... 85
12 - A cidade de Nazaré NÃO existia no século I ....................... 92
13 - As falsas evidencias arqueológicas de Nazaré no séc. I ...... 101
14 – Entenda a farsa dos evangelhos ..................................... 109
2 - Problemas nas escrituras ....................................................... 111
1 - Jesus Cristo é uma invenção da igreja.................................. 112
1 - Cegos e saliva. Jesus e sua Vaidade. ................................ 114
2 - Jesus cometeu plagio? .................................................... 120
3 - O Zumbis de Mateus ....................................................... 124
4 - Jesus ou Emanuel? Profecia inventada ou erro bíblico? ........ 127
5 - As Bodas de Canaã e o desrespeito à mãe ......................... 131
6 - Bodas de Canaã. O casamento de Jesus? .......................... 136
7 - Contradições Bíblicas ...................................................... 141
8 - Problemas Bíblicos .......................................................... 143
9 - Erros Bíblicos ................................................................. 148
10 - A insensatez de Jesus e a figueira................................... 152
11 – Jesus era um Cínico? .................................................... 159
12 - Problemas de Calendário. Jesus e os Deuses Pagãos. ........ 167
3 - Problemas no Novo Testamento >>> ..................................... 176
1 - Contradições do Novo Testamento .................................... 183
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4
2 - Interpolações no Novo Testamento >>> ........................... 187
3 - Problemas dos Evangelhos >>> ....................................... 216
4 - Problemas com o Evangelho de Mateus ............................. 225
5 - Problemas com o Evangelho de Marcos ............................. 234
6 - Problemas com o Evangelho de Lucas ............................... 257
7 - Problemas com o Evangelho de João................................. 262
8 - Quando e como foram escritos os Evangelhos .................... 269
9 - Fonte “Q”. A origem da lenda de Jesus .............................. 286
4 - Argumentos cristãos >>> ..................................................... 298
5 - A única profecia verdadeira >>> ........................................... 301
6 - Mais bobagens do Cristianismo >>> ....................................... 302
Mais conteúdo recomendado ................................................. 313
Livros recomendados ........................................................... 314
Referências: ....................................................................... 324
Quem escreveu os livros de João, Pedro e
Apocalipse, se a bíblia diz que os autores eram
analfabetos?
Atos 4:13
Então eles, vendo a ousadia de Pedro e João, e
informados de que eram homens sem letras e
indoutos, maravilharam-se e reconheceram que
eles haviam estado com Jesus.
http://www.bibliaonline.com.br/acf/atos/4/13+
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O que é o Cristianismo?
É uma superstição bizarra, primitiva e engraçada, que
atribui poderes mágicos a um cadáver pregado em uma cruz.
Atualmente tornou-se uma fonte de piadas e diversão para
ateus e descrentes em todos os “quatro cantos do mundo”.
As pessoas crentes nesta superstição são trolladas pelos
religiosos com um deus invisível que é pai do cadáver da
cruz, além de ser ele mesmo; que é onipotente, mas precisa
de intermediários (os religiosos, claro); que é onisciente,
mas precisa constantemente ser avisado dos problemas de
sua própria criação através de orações. Mais engraçado
impossível.
http://www.scribd.com/doc/76749210/Colecao-Fabulas-Biblicas-Volume-49-A-Biblia-e-Anticientifica
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Introdução
Apesar de profundamente triste, é um fato inegável para qualquer
cristão, por mais crente e fanático que seja, que nos últimos 2000
anos, muitos bilhões de crentes morreram na fé e na ilusão de um
dia em suas vidas terem a SORTE GRANDE (ou a DESGRAÇA
MAIOR, caso não tenham seguido à risca o que foi mandado) de
ver seu amiguinho imaginário Jesus aparecendo nas nuvens com
todos os efeitos especiais possíveis e imagináveis. Da mesma
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forma lamentamos informar a todos os cristãos vivos hoje, que
também morrerão na mesma ilusão. Gastarão suas vidas nesta
crença ilusória e engraçada, perderão seus domingos ou sábados
alimentando com dízimos, com trabalhos gratuitos e com compra
de bugigangas religiosas, suas igrejas e os parasitas mentirosos
que delas se beneficiam, para depois descerem ao túmulo como
todos os outros do passado. Mas antes disso, ainda passarão o
vírus da fé aos filhos, enchendo a cabeça deles com essas fábulas,
mas nem eles verão nada vindo das nuvens, além de chuva. Todos
morrerão sem ter recebido as promessas, por que elas são falsas,
simples mentiras, simples trollagens aplicadas em pessoas de boa
fé, grande credulidade e pouco raciocínio. Jesus Cristo é fábula,
Céu é fábula, Inferno é fábula, Pecado é fábula, Dilúvio é fábula,
Êxodo é fábula, Criação divina é fábula, Deus é imaginário, mas a
burrice dos crentes e a esperteza dos religiosos são reais.
Há quase 2000 anos a Igreja teve que começar a inventar as
desculpas para a farsa do retorno de Jesus... e ainda hoje trolla
mais de 1 bilhão de idiotas com as mesmas desculpas furadas:
E dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque
desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem
como desde o princípio da criação. 2 Pedro 3:4.
http://es.scribd.com/doc/38936580/Colecao-Fabulas-Biblicas-Volume-28-Profecias-Falsas-da-Bibliahttp://www.scribd.com/doc/37750348/Colecao-Fabulas-Biblicas-Volume-44-Jesus-Cristo-e-Fakehttp://es.scribd.com/doc/47638457/Colecao-Fabulas-Biblicas-Volume-11-A-Farsa-do-inferno-e-do-Diabohttp://es.scribd.com/doc/47638457/Colecao-Fabulas-Biblicas-Volume-11-A-Farsa-do-inferno-e-do-Diabohttp://es.scribd.com/doc/76896728/Colecao-Fabulas-Biblicas-Volume-41-Deus-e-a-Fonte-do-Malhttp://www.scribd.com/doc/82624185/Colecao-Fabulas-Biblicas-Volume-29-A-Bobagem-da-Criacao-Divinahttp://es.scribd.com/doc/47745512/Colecao-Fabulas-Biblicas-Volume-26-A-Farsa-do-Exodohttp://www.scribd.com/doc/82624185/Colecao-Fabulas-Biblicas-Volume-29-A-Bobagem-da-Criacao-Divinahttp://es.scribd.com/doc/69932072/Deus-e-Imaginario-50-Provashttp://www.bibliaonline.com.br/acf/2pe/3/4+
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Jesus, trollando crentes há 2000 anos.
Caro crente cristão, você está sendo trollado descaradamente
pelos religiosos com a fábula de Jesus.
http://www.oscontosbiblicos.com.br/
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1 - Contradições do nascimento de Jesus
1 - Problemas com o anjo Gabriel e o nascimento de Jesus
A Anunciação é um evento sumamente importante e
transcendental na crença do cristão. Representa o momento em
que Maria recebe a notícia de que vai ser mãe de nada mais nada
menos que do filho de Deus (embora Deus nunca tenha falado
nada sobre isso). Esta notícia chega à ela através de um ser
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angélico autodenominado Gabriel (esse Gabriel deve ser agente
duplo, pois alguns séculos depois foi levar a “palavra de Deus” ao
profeta Maomé para fundar o Islamismo). A primeira coisa que
notamos de forma alarmante é que dos quatro evangelhos, só um
nos descreve de forma mais ou menos detalhada este incrível
acontecimento: o Evangelho de Lucas. Algo muito curioso, pois
como todos nós sabemos, os evangelhos de Marcos e o de João
ignoram toda a atividade de Jesus antes de seu batismo, mas é
inexplicável que Mateus mencione muito pouco sobre a
anunciação. Apenas algumas linhas dedicadas a um anjo (sem
nome) que visita José em sonhos para anunciar-lhe que sua
mulher vai ter um filho que não é dele (péssima notícia!).
Vejamos como acontece esta estranha entrevista mulher/anjo:
Lucas 1:26-38
26 - E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade
da Galileia, chamada Nazaré, 27 - A uma virgem desposada com um
homem, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem
era Maria. 28 - E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Salve,
agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres. 29 -
E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras, e considerava
que saudação seria esta. 30 - Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não
temas, porque achaste graça diante de Deus. 31 - E eis que em teu
ventre conceberás e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de
Jesus. 32 - Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o
Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; 33 - E reinará
eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim. 34 - E disse
Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço homem
algum? 35 - E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o
Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra;
por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho
de Deus. 36 - E eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho
em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada
estéril; 37 - Porque para Deus nada é impossível. 38 - Disse então
http://www.bibliaonline.com.br/acf/lc/1/26-38+
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Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua
palavra. E o anjo ausentou-se dela.
A primeira coisa que notamos é a denominação de “anjo” e não
de “arcanjo”, como normalmente é conhecido Mister Gabriel. Em
teoria, a Bíblia cita dois desses seres por seus nomes: Miguel e
Gabriel, mas descobrimos aqui que o segundo não é um arcanjo,
mas um simples anjo. Em outras palavras, está sobrevalorizado.
O livro apócrifo católico de Tobit (Tobias) cita outro desses seres
alados: “Rafael”. Gabriel significa: o que traz boas notícias, da
parte de Deus. Mas para o surpreso José, certamente foram
péssimas notícias. Este estranho anjo pode ser visto em outras
oportunidades no Antigo Testamento:
Daniel 8:15-16
15 - E aconteceu que, havendo eu, Daniel, tido a visão, procurei o
significado, e eis que se apresentou diante de mim como que uma
semelhança de homem. 16 - E ouvi uma voz de homem entre as
margens do Ulai, a qual gritou, e disse: Gabriel, dá a entender a este
a visão.
Daniel 9:21
Estando eu, digo, ainda falando na oração, o homem Gabriel, que eu
tinha visto na minha visão ao princípio, veio, voando rapidamente, e
tocou-me, à hora do sacrifício da tarde.
É bastante curioso que o nome “Gabriel” signifique o que traga
boas notícias; já que na aparição de Daniel (no primeiro versículo)
as notícias que traz são de destruição e aniquilação. Gabriel
também é o anjo que anuncia a Zacarias (não o profeta) que
apesar de sua avançada idade terá um filho que posteriormente
será conhecido como João Batista.
Lucas 1:18-19
http://es.wikipedia.org/wiki/Libro_de_Tobithttp://www.bibliaonline.com.br/acf/dn/8/15-16+http://www.bibliaonline.com.br/acf/dn/9/21+http://www.bibliaonline.com.br/acf/lc/1/18-19+
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18 - Disse então Zacarias ao anjo: Como saberei isto? pois eu já sou
velho, e minha mulher avançada em idade. 19 - E, respondendo o
anjo, disse-lhe: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui
enviado a falar-te e dar-te estas alegres novas.
Algo que também chama muito a atenção é a saudação do anjo à
assustada Maria: Salve, agraciada! (Lucas 1:28). A palavra
“Salve” é uma saudação tradicional Romana. É inevitavelmente
associada com a famosa frase dos centuriões do grande circo
Romano:
"Ave, Caesar, morituri te salutant"
“Salve Cesar, os que vão morrer te saudam!”.
Isto demonstra sem muita margem para dúvidas, que esta
história (e todo o evangelho de Lucas) está dirigida a um público
Gentio (Romano) e que é impossível que um anjo, mensageiro
direto de Deus, cumprimente ao estilo romano. É simplesmente
contraditório e irreal. Recordemos que desta estranha saudação
tem origem o nome católico “Ave Maria”. Estas palavras seriam
sumamente blasfemas para os judeus da época. É fundamental
recordar a condição das mulheres israelitas para essa época. Uma
só palavra mal pronunciada ou que sequer insinuasse adultério
podia pagar sendo lapidada (apedrejada). O que nos leva a
analisar a resposta que Maria dá ao alado mensageiro quando lhe
anuncia que terá um filho sem ter feito sexo previamente:
Lucas 1:34
E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço
homem algum?
http://www.bibliaonline.com.br/acf/lc/1/34+
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Como bem sabemos, quando diz “Não conheço”, significa que
ainda não teve sexo com ninguém. Recordemos que Maria já
estava casada com José:
Lucas 1:27
A uma virgem desposada com um homem, cujo nome era José, da
casa de Davi; e o nome da virgem era Maria.
Isto é curioso porque apesar de já ser "desposada" com José,
ainda não tinha tido relações sexuais. A Bíblia NVI (Nova Tradução
Internacional) tenta camuflar este absurdo (e muitíssimos
outros):
Lucas 1:27 (NVI)
A uma virgem prometida em casamento a certo homem chamado
José, descendente de Davi. O nome da virgem era Maria.
Precisamente por este detalhe, a frase de resposta do anjo é
rigorosamente falsa. Se Maria tivesse realmente respondido
como nos relata Lucas, estaria incorrendo em suspeita de
adultério; já que ao dizer: “não conheço varão”, estaria traindo
seu esposo. É como se dissesse: "não dormi nem com meu esposo
e nem com nenhum outro homem", o que seria motivo para
pedradas por causa da lei judaica. (Sim, eram assim tão
detalhistas e obsessivos os Israelitas dessa época). Isto nos
demonstra a falsidade e possível alteração deste diálogo. A
intenção do escritor era indicar ao leitor que a concepção de Maria
era totalmente imaculada. Nesta cena da Anunciação, o anjo alado
e a imaculada concepção não é outra coisa que o esforço do
escritor do Evangelho de Lucas em dar a Jesus uma origem
mitológica obviamente inspirada por outras inumeráveis figuras
metade homem e metade deuses, do passado. Não é preciso
lembrar que isso de uma mulher ter um filho de Deus não é nada
http://www.bibliaonline.com.br/acf/lc/1/27+http://www.bibliaonline.com.br/nvi/lc/1/27+
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novo. Personagens como Hércules (Heracles), Aquiles, e até
mesmo figuras históricas como Alexandre, o Grande têm lendas
que os catalogam como filhos de deuses com mães humanas. E
nem vamos citar os deuses gregos, que com frequência se
apaixonavam por terrícolas bonitas com o subsequente ato sexual
e a criança híbrida deus-homem. Mesmo a própria Bíblia, muito
antes da vinda do “messias” nos diz que os filhos dos deuses
copulavam com as fêmeas humanas:
Gênesis 6:4
Naqueles dias havia nefilins na terra, e também posteriormente,
quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens e elas lhes
deram filhos. Eles foram os heróis do passado, homens famosos.
Entre plágios, mitologias e seres angélicos se desenvolve a
anunciação de quem depois viria a ser o messias ou o enviado de
Deus e a base do que hoje chamamos “cristianismo”.
Obs.: A confirmação de que estar “desposado” é sinônimo de
matrimônio se confirma no capítulo 2 de Lucas.
Lucas 2:4-5
4- José também subiu da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à
cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi,
5 - para se alistar, acompanhado de Maria, sua esposa, que estava
grávida.
Lemos que Maria estava casada, viajando em família com José.
Agora vejam o cúmulo do absurdo na Bíblia NVI:
4 - Assim, José também foi da cidade de Nazaré da Galileia para a
Judéia, para Belém, cidade de Davi, porque pertencia à casa e à
linhagem de Davi. 5 - Ele foi a fim de alistar-se, com Maria, que lhe
estava prometida em casamento e esperava um filho.
http://www.bibliaonline.com.br/nvi/gn/6/4+http://www.scribd.com/doc/37751168/COLECAO-FABULAS-FABULAS-BIBLICAS-VOLUME-2-AS-HISTORIAS-MAIS-IDIOTAS-DA-BIBLIAhttp://www.bibliaonline.com.br/tb/lc/2/4-5+
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2 - Entenda o plágio cristão da lenda mítica da “anunciação”.
Histórias de Anunciação às mães de grandes personagens
aparecem em todas as culturas antigas do mundo. Por exemplo,
na China, são prototípicas as lendas sobre a anunciação à mãe do
Imperador Chin-Nung ou a de Siuen-Wuti; a de Sotoktais no
Japão, a de Stanta (encarnação do deus Lug) na Irlanda; a do
deus Quetzalcoatl no México; a do deus Vishnu (encarnado do filho
de Nabhi) na Índia; a de Apolônio de Tiana (encarnação do deus
Proteus) na Grécia; a de Zoroastro ou Zaratustra, reformador
religioso do mazdeísmo, na Pérsia; a das mães dos faraós egípcios
(no templo de Luxor ainda pode ser visto o mensageiro dos
deuses, Thoth, anunciando à Rainha Maud sua futura maternidade
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pela graça de deus supremo Amon)... E a lista poderia ser
interminável.
Essas lendas pagãs também foram incorporadas à Bíblia, em
histórias como as já mencionadas do nascimento de Sansão,
Samuel ou João Batista e culminando com sua adaptação,
bastante tardia, à história do nascimento de Jesus. Por regra
geral, desde tempos muito antigos, quando o personagem
anunciado era de primeira grandeza, sua mãe sempre era
fecundada diretamente por Deus mediante algum procedimento
milagroso, formando com toda a clareza o mito da concepção
virginal, especialmente associado à concepção de um deus-Sol,
uma categoria à qual, como mostraremos mais adiante, pertence
a figura de Jesus Cristo.
Um exemplo um pouco mais detalhado é o caso dos hieróglífos
tebanos, que relatam a concepção do faraó Amenofis III (1402-
1364 AC) da seguinte maneira: o deus Thot, como mensageiro
dos deuses (em nível equivalente ao que realizava Mercúrio entre
os gregos ou o arcanjo Gabriel nos Evangelhos), anuncia à rainha
virgem Mutemuia - esposa do faraó Tutmés IV - que dará a luz
um filho que será o futuro faraó Amenofis III; depois, o deus Knef
(uma representação do deus Amon atuando como força criadora
ou espírito de Deus, equivalente ao Espírito Santo cristão) e a
deusa Hator (representação da natureza e figura que presidia os
processos de magia) pegam a rainha pelas mãos e depositam
dentro de sua boca o sinal da vida, uma cruz, que animará o futuro
menino; finalmente, o deus Nouf (outra representação do deus-
carneiro Amon, o Senhor dos Céus, em seu papel de anjo que
penetra na carne da virgem), adotando o rosto de Tutmés IV
fecundará a Mutemuia e, ainda sob o aspecto de Nouf, modelará
o futuro faraó e seu ka (corpo astral ou ponte de comunicação
entre a alma e o corpo físico) em sua roda de oleiro. Este relato
mítico egípcio, como o resto de seus equivalentes pagãos, é mais
http://es.wikipedia.org/wiki/Amenofis_IIIhttp://es.wikipedia.org/wiki/Thothttp://es.wikipedia.org/wiki/Mutemuiahttp://es.wikipedia.org/wiki/Tutm%C3%A9s_IVhttp://es.wikipedia.org/wiki/Amenofis_IIIhttp://es.wikipedia.org/wiki/Am%C3%B3nhttp://es.wikipedia.org/wiki/Hathorhttp://es.wikipedia.org/wiki/Am%C3%B3nhttp://es.wikipedia.org/wiki/Tutm%C3%A9s_IVhttp://es.wikipedia.org/wiki/Mutemuia
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barroco que o cristão, mas todo o essencial deste já aparece
perfeitamente desenhado naquele.
Um dos mitos que, com poucas variações, se repete em muitas
tradições culturais é o do rei que, para evitar a profecia que
aponta para um futuro neto como a pessoa que o destronará /
matará, encerra sua filha virgem separando-a do contato com os
homens e, assim, evitar a temida gravidez, mas em todos os
casos, Deus, que deve garantir que seus planos sejam cumpridos,
vai acabar por intervir diretamente fecundando (usando uma via
não genital) a mãe de personagens chamados a serem figuras
históricas excepcionais.
Estátua de Amon, O DEUS CARNEIRO. Templo de Karnak.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Amonhttp://commons.wikimedia.org/wiki/File:Cryosphinx.jpg
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O exemplo mais antigo que se conhece deste mito aparece na
lenda caldeia da concepção do grande rei da Babilônia, Gilgamesh
(2650 AC), nascido da filha virgem do rei Sakharos que foi
encerrada por este em uma torre, para evitar o oráculo
ameaçador, foi fecundada pelo deus supremo Shamash que
chegou até ela em forma de raios de sol. A mesma narração foi
empregada para descrever o nascimento do herói grego Perseu,
nascido de Dânae ou Dafne, filha de Acrisio, rei de Argos, que a
encerrou em uma câmara subterrânea de bronze, para
impossibilitar a profecia vinculada à sua gravidez, mas o deus do
céu Zeus, tomando a forma de uma chuva dourada, penetrou por
uma fresta da prisão e fecundou seu ventre de virgem.1 Para não
nos alongarmos até o esgotamento, basta dizer que quase todos
os fundadores de dinastias da Ásia oriental foram apresentados
como nascidos de virgem que, no fim das contas, era a forma mais
explícita de ser reconhecido como verdadeiro filho do céu, isto é,
de Deus.
No dicionário chinês Chu-Ven, escrito por Hiu-Tching, um autor
que foi contemporâneo de Jesus, para explicar o caráter de Sing-
Niu, composto por Niu (virgem) e Sing (dar à luz), afirma que “os
antigos santos e os homens divinos eram chamados filhos do Céu
porque suas mães concebiam pelo poder do Tien (céu) e só com
ele podiam ter filhos”,2 com isto se evidencia com segurança que
1 Justino (100-165 d.C.), o influente escritor grecocristão e mártir, que conhecia
perfeitamente esta tradição pagã, da mãe virgem engravidada por Deus para engendrar
um ser prodigioso, teve o trabalho de recolher esta história em seu I Apologia —
qualificando-a de “fábula” e identificando o deus Zeus com um diabo— para, sem negá-la
—posto que ao fazê-lo deveria questionar também sua própia crença no nascimento
idêntico de Jesus—, qualificá-la de “milagre infernal” em seu Diálogo com o judeu Trifon,
obra em que defende que Cristo é o Messias baseando-se em profecias do Antigo
Testamento.
2 Cfr. Chu- Ven, raíz 443,1. Este dado aparece citado em P.de Prémare, Vestiges
des principaux dogmes chrétiens, 1878, p. 204.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gilgameshhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Perseu
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na China, assim como em toda sua zona de influência cultural, foi
clássica e comum desde a antiguidade a crença nas concepções
virginais. De fato, a virgindade da mãe chegou a ser respeitada a
tal ponto que, segundo as tradições, o nascimento dos “filhos do
céu” ocorria por vias tão pitorescas como o peito, as costas, o lado
do corpo, a orelha, etc.
Segundo a tradição do povo tártaro, Uhlan, se primeiro rei, nasceu
de uma virgem; e o famoso fundador do império mongol, Gengis
Kan, descendente de um dos três filhos gerados pela virgem
Alankava, engravidada de trigêmeos por um brilho que depois de
envolvê-la penetrou pela boca3 e lhe percorreu todo o corpo. O
imperador Wang-Ting foi concebido quando uma grande luminária
celeste se deteve sobre de ventre de sua mãe e dois homens
celestes apareceram a seu lado portando tigelas de incenso. Até
hoje persiste ainda a denominação de Niu-Hoang (a soberana das
virgens) e Hoang-Mu (a mãe soberana) aplicada à Niu-Va —
esposa ou irmã de Fo-hi e considerada uma divindade protetora
da vida matrimonial — que, graças a suas orações, obteve a graça
de ser madre e virgem ao mesmo tempo.
Todos os grandes personagens sejam reis, sábios — como, por
exemplo, os gregos Pitágoras (570-490 AEC) ou Platão (427-347
AEC)—, ou aqueles que se tronaram o centro de alguma religião
e que acabaram sendo adorados como “filos de deus”, Buda,
Krishna, Confúcio ou Lao-Tsé, foram mitificados para a
posteridade como filhos de uma virgem. Jesus, aparecido muito
depois deles, embora sujeito a um papel equivalente ao de seus
antecessores, não ia ser diferente. Desta forma, budismo,
confucionismo, taoísmo e cristianismo ficaram impregnados com
o selo indelével de terem sido resultado da obra de um “filho do
3 Segundo Santo Agostinho, São Efrém, Abogardo e o breviário dos Maronitas, a
Virgen Maria teria concebido através de uma de suas orelhas.
http://es.wikipedia.org/wiki/Gengis_Kanhttp://es.wikipedia.org/wiki/Gengis_Kanhttp://es.wikipedia.org/wiki/Pit%C3%A1gorashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Plat%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Budahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Krishnahttp://es.wikipedia.org/wiki/Confuciohttp://es.wikipedia.org/wiki/Lao-Ts%C3%A9http://es.wikipedia.org/wiki/Efr%C3%A9n_de_Siriahttp://mercaba.org/ICONOS/01/anunciacion.htm
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céu”, encarnado através do acesso direto e sobrenatural de Deus
ao ventre de uma virgem especialmente apropriada e escolhida.
A semelhança das lendas entre umas e outras é tão profunda
como ressalta a anedota citada, no século XVIII, pelo padre
agostino Giorgi, um notável especialista em orientalismo:
“Quando observei que este povo já possuia um deus baixado do
céu, nascido de uma virgem de família real e morto para redimir
o gênero humano, minha alma se turvou e permaneci muito
confuso. Posso acrescentar que os tibetanos rejeitaram os
oferecimentos dos missionários, dizendo: para que vamos nos
converter ao cristianismo, se já temos crenças idênticas às vossas
e, que, além disso, são muito mais antigas?”.4 Até o dia de hoje,
o cristianismo tem fracassado em suas muitas tentativas de
evangelizar os povos budistas por causa, sem dúvida, destas
semelhanças que tão perplexo deixaram o bom padre agostino.
Em qualquer caso, a Igreja há muitos séculos atrás já conhecia
muito bem o paralelismo entre Cristo e Buda, enquanto Giorgi só
caiu do cavalo no século 18. São Jerônimo, por exemplo, que
identificava os budistas sob a denominação de samaneus, sabia
que Buda havia nascido de uma virgem e em sua polêmica contra
Helvidio, sobre a virgindade de Maria, utiliza textualmente o
argumento do Lalita Vistara quando fala de Maya-Devi, a mãe
virgem de Buda, que “nenhuma outra mulher era digna de levar
em seu seio o primeiro entre os homens”. Outros expoentes da
Igreja primitiva, como Clemente de Alexandria, Crisóstomo ou
São Epifânio - o pai da história eclesiástica -, conheciam também
as crenças dos budistas.
4 Cfr. Giorgi, A. (1742). Alphabetum Thibetanum. Roma, Prae-fatio,p. 19.
http://it.wikipedia.org/wiki/Agostino_Antonio_Giorgihttp://it.wikipedia.org/wiki/Agostino_Antonio_Giorgihttp://www.iglesiapueblonuevo.es/index.php?codigo=bio_helvidiohttp://en.wikipedia.org/wiki/Lalitavistara_Sutrahttp://en.wikipedia.org/wiki/Maya_(mother_of_Buddha)
-
21
Fonte
Mentiras Fundamentais da Igreja Católica, Pepe Rodríguez,
4ª edição ampliada.
Links e imagens JL by Wikipédia ou outros.
ALGUNS FILHOS DE VIRGEM
Pitágoras,
570-490 AEC
Platão,
427-347 AEC
Gilgamesh, 2650 AEC
Perseu
Amenofis III,
1390/1 a 1353/2 AEC
Buda,
600 AEC como Sidarta e 3000
AEC como avatar de Vishnu
Confucio,
551 AEC - 479 AEC
Lao-tsé,
570-490 AEC
http://www.pepe-rodriguez.com/Mentiras_Iglesia/Mentiras_Iglesia_ficha.htmhttp://www.pepe-rodriguez.com/Mentiras_Iglesia/Mentiras_Iglesia_ficha.htm
-
22
3 - Os Reis Magos e a conversa com Herodes.
Pórtico dos Reis Magos na entrada de Natal, Rio Grande do Norte.
Os Três Reis são alguns personagens que se tornaram comuns
entre as lendas que existem em torno da história da Natividade.
Através dos séculos sua popularidade tornou-se cada vez mais
importante, especialmente entre as crianças. Suas ações são
descritas de maneira muito breve na primeira metade do capitulo
2 do Evangelho de Mateus:
Mateus 2:1-12
http://www.bibliaonline.com.br/aa/mt/2/1-12+
-
23
1 - Tendo, pois, nascido Jesus em Belém da Judeia, no tempo do rei
Herodes, eis que vieram do oriente a Jerusalém uns magos que
perguntavam: 2 - Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? pois
do oriente vimos a sua estrela e viemos adorá-lo. 3 - O rei Herodes,
ouvindo isso, perturbou-se, e com ele toda a Jerusalém; 4 - e,
reunindo todos os principais sacerdotes e os escribas do povo,
perguntava-lhes onde havia de nascer o Cristo. 5 - Responderam-lhe
eles: Em Belém da Judéia; pois assim está escrito pelo profeta: 6 - E
tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as
principais cidades de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de
apascentar o meu povo de Israel. {Miq 5,2}. (Mas tu, Belém-Efrata,
tão pequena entre os clãs de Judá, é de ti que sairá para mim aquele
que é chamado a governar Israel. Suas origens remontam aos tempos
antigos, aos dias do longínquo passado. Miqueias 5:2) 7 - Então
Herodes chamou secretamente os magos, e deles inquiriu com
precisão acerca do tempo em que a estrela aparecera; 8 - e enviando-
os a Belém, disse-lhes: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino;
e, quando o achardes, participai-mo, para que também eu vá e o
adore. 9 - Tendo eles, pois, ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela
que tinham visto quando no oriente ia adiante deles, até que,
chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino. 10 - Ao
verem eles a estrela, regozijaram-se com grande alegria. 11 - E
entrando na casa, viram o menino com Maria sua mãe e, prostrando-
se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas:
ouro incenso e mirra. 12 - Ora, sendo por divina revelação avisados
em sonhos para não voltarem a Herodes, regressaram à sua terra por
outro caminho.
Estes curiosos atores secundários têm sido conhecidos por vários
nomes: Reis, Sábios, Astrólogos, Magos e até mesmo Feiticeiros.
Vamos ver o que há de verdade do ponto de vista bíblico.
Reis: Em nenhum momento são descritos como reis. Esta
denominação de “reis” é uma invenção de Orígenes, um dos pais
http://www.bibliaonline.com.br/vc/mq/5/2+
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24
da igreja e pilar essencial da teologia cristã. Certamente também
é de Orígenes a ideia de que eram três. Talvez tenha associado
com os presentes que levavam: Ouro, mirra e incenso.
Sábios: Algumas Bíblias os descrevem como “homens sábios”,
mas vejamos como são descritos pela versão bíblica que deveria
ser a mais confiável, a grega:
Τοῦ δὲ Ἰησοῦ γεννηθέντος ἐν Βηθλέεμ τῆς Ἰουδαίας ἐν
ἡμέραις Ἡρῴδου τοῦ βασιλέως, ἰδοὺ μάγοι ἀπὸ ἀνατολῶν
παρεγένοντο εἰς Ἱεροσόλυμα
“μάγοι” é o plural de “μάγος”, que significa “Mago” ou “Feitceiro”.
Portanto relacionar o termo “Mago” com “homem sábio” é um
terrível erro. (Ponto a menos para essas Bíblias).
Astrólogos: Em nenhum momento se indica que fossem
astrólogos, mas analisando um pouco podemos concluir que sim.
Eles seguiam uma estrela para indicar um destino, sendo isto uma
atividade de “interpretação das estrelas” muito típica dos
astrólogos. Alguns pretendem dizer em defesa destes senhores
que na realidade eram Astrônomos com conhecimentos
avançados no movimento estelar. Os astrônomos (ao menos os
sérios) não relacionam interpretações com o estudo dos astros.
Obviamente estes seres poderiam ser uma combinação de ambos.
Em qualquer caso fica bem claro que tinham conhecimentos de
astrologia.
Magos: Esta é a definição mais adequada. As versões Gregas os
qualificam como tal. Alguns opinam que o termo grego “μάγος”
não estava relacionado com as artes divinatórias, mas se lermos
os versículos Bíblicos, “orientarem-se” por uma estrela para ver o
rei dos judeus, sem dúvida há fatos mágicos, de adivinhação e
astrologia envolvidos.
-
25
Feiticeiros: O termo grego “μάγος” está associado com a
feitiçaria.
A primeira coisa que notamos com espanto após ler as
características desses personagens é que segundo a própria
Bíblia, eram pecadores e blasfemadores confessos. A santa
palavra em várias ocasiões condena fortemente o uso deste tipo
de artes obscuras que não estão aprovadas pelo divino criador.
Levítico 19:26
"Não comam nada com sangue. Não pratiquem adivinhação nem
feitiçaria”.
Levítico 19:31
Não vos voltareis para os que consultam os mortos nem para os
feiticeiros; não os busqueis para não ficardes contaminados por eles.
Eu sou o Senhor vosso Deus.
Levítico 20:6
Quando alguém se virar para os adivinhadores e encantadores, para
se prostituir com eles, eu porei a minha face contra ele, e o extirparei
do meio do seu povo.
Êxodo 22:18
A feiticeira não deixarás viver.
Deuteronômio 18:10
Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua
filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem
feiticeiro;
Também vemos com espanto como os magos se relacionam
diretamente com pecadores e blasfemadores como rei Babilônio
Nabucodonosor e seus feiticeiros:
Daniel 2:26-27
26 - Respondeu o rei, e disse a Daniel (cujo nome era Beltessazar):
Podes tu fazer-me saber o sonho que tive e a sua interpretação? 27
- Respondeu Daniel na presença do rei, dizendo: O segredo que o rei
http://www.bibliaonline.com.br/nvi/lv/19/26+http://www.bibliaonline.com.br/nvi/lv/19/31+http://www.bibliaonline.com.br/acf/lv/20/6+http://www.bibliaonline.com.br/acf/lv/20/6+http://www.bibliaonline.com.br/acf/ex/22/18+http://www.bibliaonline.com.br/acf/dt/18/10+http://www.bibliaonline.com.br/acf/dn/2/26-27+
-
26
requer, nem sábios, nem astrólogos, nem magos, nem adivinhos o
podem declarar ao rei;
Daniel 4:6-7
6 - Por isso expedi um decreto, para que fossem introduzidos à minha
presença todos os sábios de babilônia, para que me fizessem saber a
interpretação do sonho. 7 - Então entraram os magos, os astrólogos,
os caldeus e os adivinhadores, e eu contei o sonho diante deles; mas
não me fizeram saber a sua interpretação.
O crente cristão entende a que conclusão pretendemos chegar?
Os reis magos eram segundo a Lei, pecadores e
blasfemadores que pela lei judaica deveriam ser mortos.
“Cristão”: “adj. Que professa a fé em Cristo”.
Portanto para saber quem foram os primeiros cristãos devemos
descobrir quem foram os primeiros que professaram e creram que
essa criança nascida em Belém era o rei dos judeus e o tão
esperado messias. Portanto, os reis magos foram os primeiros
cristãos que existiram.
Então:
Os primeiros cristãos eram magos, feiticeiros e adivinhos!
É um fato dos mais bizarros e contraditórios que
estrangeiros magos e astrólogos sejam os primeiros que
reconheceram Jesus como o salvador!
A contradição chega ao seu ápice quando os feiticeiros ou magos
são prevenidos em Mateus 2:12 dos planos de Herodes em um
sonho.
Mateus 2:12
E, sendo por divina revelação avisados em sonhos para que não
voltassem para junto de Herodes, partiram para a sua terra por outro
caminho.
http://www.bibliaonline.com.br/acf/dn/4/6-7+http://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/2/12+http://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/2/12+
-
27
Sem a menor dúvida concluímos duas coisas:
1. Que a Bíblia se contradiz de maneira escandalosa mais uma
vez;
2. Ou que o cristão deve mudar a sua percepção sobre magos,
feiticeiros e astrólogos e começar a apoiar essas ancestrais
atividades.
Algo que desperta a curiosidade é a maneira como os magos
seguiam a estrela. Espero que a Bíblia não esteja nos sugerindo
que seguiam a estrela através do movimento aparente que
notamos quando caminhamos, quando os astros do céu parecem
mover-se conosco. Imagino que existia alguma espécie de cálculo
nessa perseguição estelar; se não for apenas adivinhação ou
interpretação por parte dos magos. Uma estrela não pode indicar
um ponto geográfico específico e menos ainda a manjedoura onde
Jesus supostamente teria nascido. A Bíblia não descreve este
mecanismo estelar, mas ao leitor imparcial seguramente soará
como uma fraude bíblica típica. Por acaso a estrela baixo e se
colocou sobre a manjedoura. Não duvido de que os judeus
primitivos acreditassem que isto era bem possível. Também é
muito estranho que a estrela-GPS em primeiro lugar os guiasse
diretamente a Herodes e não a Jesus. Qual a razão disso?
Lembremos que por culpa da visita dos Magos a Herodes se
desencadeou uma série de acontecimentos que terminaram no
assassinato dos inocentes de Belém. Por que a estrela-GPS não
os enviou diretamente a Jesus e assim evitado o horrível
massacre?
Em qualquer caso, esta “estrela-GPS” não passa de
outra farsa.
Herodes o Grande foi um dos mais sanguinários e cruéis
governantes da Judeia, Galileia, Samaria e Idumeia. A grande
http://es.scribd.com/doc/88793455/COLECAO-FABULAS-BIBLICAS-VOLUME-14-DEUS-ASSASSINO-DE-CRIANCAS#outer_page_15http://es.scribd.com/doc/88793455/COLECAO-FABULAS-BIBLICAS-VOLUME-14-DEUS-ASSASSINO-DE-CRIANCAS#outer_page_15
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28
maioria dos historiadores da época o descrevem assim: um
governante brutal, acostumado a intrigas da corte, traições e
assassinatos. Portanto são muito curiosas (para não dizer
incoerentes e absurdas) as decisões tomadas por Herodes logo
após saber das “más novas” através dos magos. Os visitantes vão
anunciar ao Rei Herodes que nascerá um rei (que, logicamente,
iria assumir o seu trono) e disse-lhes que, quando descobrisse
onde estaria esse rei, que lhe avisassem. Obviamente os magos
ao ver a ternura de uma criança na manjedoura decidiram não
dizer-lhe nada; o qual, furioso, manda matar todas as crianças de
Belém. Existe alguém que acredita nesse comportamento de
Herodes? Por que não se prontificou a acompanhar os magos para
saber exatamente onde estava o usurpador? Ou no mínimo
tivesse enviado alguns soldados com eles; ou talvez alguns
espiões que os seguissem em segredo. Mas assombrosamente
não fez nada disso; simplesmente esperou confiando que os
magos lhe dissessem onde estava a criança. A atitude descrita
pela Bíblia de um pusilânime e tonto rei é o contrário do que nos
ensina a história. Nenhum rei que soubesse que seu reino
estivesse ameaçado agiria com semelhante estupidez.
Mais estranho ainda é o que nos relata Mateus:
Mateus 2:3
E o rei Herodes, ouvindo isto, perturbou-se, e toda Jerusalém com ele.
Perturbou-se toda Jerusalém? Onde estão as provas históricas
dessa confusão geral em toda a cidade? Nenhum historiador judeu
ou romano relatou algo sobre esse estado de anormalidade na
cidade. Sem dúvida mais uma invenção de Mateus. É muito difícil
dar o mínimo de credibilidade para essas histórias da carochinha
para crianças bobas. Continua sendo absolutamente insólito que
apenas Mateus faça referência a esses fatos e que nenhum outro
http://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/2/3+
-
29
escrito sequer o lembre. Apenas as crianças inocentes e sua
esperança no Natal poderiam (com desconfiança) acreditar em
semelhantes coisas. Isto é a Natividade de Jesus... Um conto de
fadas para crianças, mas que muitos adultos levam a sério.
-
30
4 - A Farsa da Estrela de Belém.
-
31
Já falamos um pouco sobre os quiméricos reis magos e a estrela
que seguiam; vamos nos aprofundar um pouco mais sobre este
estranho astro que guiou os magos até o nazareno e acabou sendo
responsável pela morte dos inocentes de Belém (tudo isto apenas
segundo a Bíblia). A estrela de Belém é um dos fenômenos que os
Cristãos têm desesperadamente tentado provar a sua existência
real e literal de todas as maneiras possíveis, têm recorrido desde
muitos séculos a uma infinidade de “estudos” (todos fracassados)
para demonstrar a sua historicidade. Voltamos a lembrar de que
esta famosa estrela-GPS só aparece no evangelho de Mateus,
nenhum outro evangelho ou epístola do Novo Testamento teve
coragem de fazer qualquer referência a este fenômeno bizarro.
(Curioso não?)
Mateus 2:1-2
1 - E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei
Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém, 2 -
Dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? porque vimos
a sua estrela no oriente, e viemos a adorá-lo.
Mateus 2:9-10
9 - E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela, que tinham
visto no oriente, ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre
o lugar onde estava o menino. 10 - E, vendo eles a estrela,
regozijaram-se muito com grande alegria.
Primeiro precisamos esclarecer que é impossível localizar (nem
mesmo com os conhecimentos astronômicos atuais) um lugar tão
pequeno como um estábulo apenas observando e “seguindo” uma
estrela. Se lermos com cuidado o versículo 9 ele diz que: “se
deteve sobre o lugar onde estava o menino”. Sem a menor
dúvida o escritor da fábula descreve que a estrela baixou até
colocar-se sobre a manjedoura para não deixar dúvidas sobre
quem era o salvador. Todos sabem que nem estrelas ou qualquer
http://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/2/1-2+http://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/2/9-10+
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32
outro astro dos céus podem fazer isso. Mas é bem provável que
os primitivos judeus acreditassem que sim... Com base na Bíblia:
Gênesis 1:14-17
14.E disse Deus: haja luminares no firmamento do céu, para fazerem
separação entre o dia e a noite; sejam eles para sinais e para estações,
e para dias e anos; 15. e sirvam de luminares no firmamento do céu,
para alumiar a terra. E assim foi. 16.Deus, pois, fez os dois grandes
luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor
para governar a noite; fez também as estrelas. 17.E Deus os pôs no
firmamento do céu para alumiar a terra,
Jó 37:18
Acaso podes, como ele, estender o firmamento, que é sólido como um
espelho fundido?
Apocalipse 6:13
E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira,
sacudida por um vento forte, deixa cair os seus figos verdes.
“Seguir a estrela” está baseado na concepção bíblica de um céu
sólido com pequenas luzes grudadas nele, que seriam as estrelas,
e que estas até poderiam cair na terra.
Mas alguns cristãos alegam que o “fenômeno” em questão não foi
protagonizado por uma estrela como tal, mas que pode ter sido
um cometa ou outro fenômeno espacial. A Bíblia é muito clara; o
termo grego utilizado é “ἀστέρα” que significa “estrela”; o deus
todo-poderoso em sua inspiração ao escritor do Evangelho de
Mateus deixou muito claro que os magos seguiram uma estrela e
que ela parou indicando uma posição exata bem tipo GPS mesmo:
“você chegou”. Não há o que discutir sobre isso. Também é
estranho o fato desses magos, que vinham do Oriente,
relacionarem a estrela com um messias judeu. Se fossem
astrólogos gregos ou romanos seria normal que tivessem
associado à estrela-GPS de Belém com Júpiter, o planeta rei, e
http://www.bibliaonline.com.br/aa/gn/1/14-17+http://www.bibliaonline.com.br/aa/j%C3%B3/37/18+http://www.bibliaonline.com.br/aa/ap/6/13+
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33
Régulo, a estrela rei. Ou caso viessem da Babilônia, poderiam ter
associado ao planeta Saturno (Kaiwanu). Podemos notar assim
que os magos tinham algum conhecimento das escrituras
judaicas. Vejamos algumas das explicações estapafúrdias
inventadas através dos anos sobre este suposto fenômeno
estelar:
Conjunção Júpiter e Saturno (Johannes Kepler)
A primeira tentativa de explicação natural para este fenômeno de
fábula foi do astrônomo alemão Johannes Kepler em 1614. Kepler
determinou que uma série de três conjunções dos planetas Júpiter
e Saturno (um fato pouco frequente) ocorreram no ano 7 AEC e
relacionou este fato com a estrela de Belém, mas cálculos
modernos demonstraram que nessa ocasião os dois planetas não
se aproximaram o suficiente para impressionar os observadores.
De fato, um antigo almanaque inscrito em uma peça de argila
encontrada na Babilônia sugere que os astrólogos da época não
deram importância a esse evento. Para realizar seus cálculos o
sábio alemão teve que recalcular (como é comum) a data do
suposto nascimento de Jesus.
Júpiter no leste de Aries (Michael R. Molnar)
Mais recentemente, o astrônomo Michael R. Molnar identificou
uma dupla ocultação de Júpiter atrás da lua em 6 AEC em Áries
com a estrela de Belém.
Estas investigações se baseiam na forma como se comemorava o
nascimento dos reis na antiga Roma. Algumas moedas romanas
comemoram este evento com a aparição de Júpiter (uma estrela
para os sábios da época) sobre a constelação do novo rei. Estas
moedas colocam uma estrela com a imagem de um cordeiro. Na
antiguidade o cordeiro era usado como símbolo do judaísmo e
somado ao conhecimento dos astrólogos sobre o nascimento dos
-
34
reis, com a estrela chamada Júpiter em conjunção com a Lua
(oculta), que se encontravam no leste de Aries (... vimos sua
estrela no leste).
Assim com esses elementos, buscando Júpiter (a estrela dos reis)
em Aries (judeus), ocorreu em 17 de abril de 6 AEC. Além disso,
o Sol, Saturno e a Lua se encontravam em Aries. Com estas
observações, os magos viajaram à Judeia e andavam perguntando
sobre o nascimento de um rei. Em 23 de agosto, Júpiter começa
a retroceder nos céus (a estrela...ia adiante deles) e é novamente
seguida pelos magos depois da entrevista com Herodes, até 19 de
Dezembro onde Júpiter se detém nos céus (a estrela...se deteve
no lugar onde estava a criança) e os magos chegam a Belém,
encontrando-se com Jesus de 8 meses, oferecendo-lhe ouro,
incenso e mirra. Nesta primeira visita os magos não encontram a
José.
Júpiter reiniciará seu avanço no céu a partir de 20 de
Dezembro.
Mas este evento aconteceu muito próximo do Sol e teria sido difícil
ver, mesmo com um telescópio pequeno (que não existia na
época), salvo se os reis magos soubessem dessa ocultação
através de cálculos complexos, o que é muito pouco provável. As
ocultações de planetas atrás da lua são comuns, mas Molnar dá
razões astrológicas para a importância deste fato.
Uma Nova ou Cometa
Outras explicações incluem uma Nova (algumas vezes
identificadas como um cometa) que observada em 5 AEC e
registrada por astrólogos chineses e coreanos. O obstáculo para
esta explicação é que não há nenhum traço de uma nova na
constelação que foi observada por chineses e coreanos.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Novahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Nova
-
35
Todas as anteriores
As últimas explicações, expostas na web do Instituto de Astrofísica
das Canárias por Mark Kidger, argumentam que o mais provável
é que uma soma de acontecimentos astronômicos (a tripla
conjunção dos planetas em 7 AEC, na constelação de Peixes, mais
o provável cálculo da ocultação de Júpiter atrás da Lua, perto do
Sol) tenha alertado os reis magos sobre a gestação de um
acontecimento importante na Judeia, passando a ser a Nova, o
sinal definitivo do nascimento de um grande rei (que nunca teve
reino algum) segundo suas interpretações.
Outras hipóteses:
1 - O cometa Halley, que completa seu ciclo a cada 76 anos, foi
identificado com um cometa que se observou desde agosto até
outubro no ano 12 AEC, durante 56 dias. Mas é cedo demais para
ser considerado seriamente. Sua aparição mais próxima ao
suposto nascimento do suposto Jesus foi em 12-11 AEC. Visível
em 1301 (passa perto da Terra a cada 77 anos), Giotto se inspirou
nele para dar forma à estrela de Belém da “Adoração dos magos”,
foi pintado três anos depois. A identificação pictórica do famoso
cometa como guia dos magos tem perdurado até nossos dias: a
estrela que enfeita a natividade e árvores de Natal geralmente
tem a sua cauda roubada de um cometa.
2 - No ano 5 AEC os astrônomos chineses observaram na
constelação de Capricórnio um novo astro, que permaneceu
visível por mais de 70 dias; mas não está claro se era uma Nova
ou um cometa. No Ocidente ninguém parece ter observado (e não
é o único caso, a espetacular Supernova do ano 1054, descoberta
pelos próprios chineses, tampouco foi registrada na Europa).
http://pt.wikipedia.org/wiki/Novahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cometa_Halleyhttp://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/f9/Giotto_-_Scrovegni_-_-18-_-_Adoration_of_the_Magi.jpg/594px-Giotto_-_Scrovegni_-_-18-_-_Adoration_of_the_Magi.jpghttp://pt.wikipedia.org/wiki/Novahttp://pt.wikipedia.org/wiki/SN_1054
-
36
Nebulosa do Caranguejo, restos da Supernova de 1054.
3 – Em 24 de abril de 4 AEC foi observado, também por
astrônomos chineses, outro cometa ou Nova, mas desta vez na
constelação da Águia.
4 - No ano 6 AEC, Júpiter foi ocultado duas vezes pela Lua na
constelação de Aries.
5 - Em setembro do ano 5 AEC Júpiter apresentou seu movimento
retrógrado; para um observador terrestre, é como se o planeta se
detivesse em seu curso em relação às estrelas fixas, retrocedeu e
logo voltou a avançar. Mas isso deve ter sido observado
numerosas vezes antes e não há nenhuma razão para pensar que
http://pt.wikipedia.org/wiki/Constela%C3%A7%C3%A3o_da_%C3%81guiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Arieshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Nebulosa_do_Caranguejo
-
37
justamente nesta ocasião tenha recebido um significado fora do
comum.
A hipótese mais elaborada é a que implica em uma série de
conjunções de Júpiter com Vênus nos anos 3 e 2 AEC. Em agosto
do ano 3 AEC ocorreu uma conjunção de Júpiter e Vênus no céu
ocidental, na constelação de Câncer; posteriormente Júpiter
entrou em conjunção com Régulus em Leão, e em Junho de 2 AEC
novamente com Vênus. Posteriormente Júpiter iniciaria seu
movimento retrógrado, dando a impressão para um observador
terrestre de que permanecia estacionário até 25 de Dezembro do
ano 2 AEC. Mas o ano 2 AEC parece demasiado tardio para fixar o
nascimento de Jesus. Javier Armentia, o diretor do Planetário de
Pamplona alega que a explicação mais “Coerente” é o triplo
encontro celeste de Júpiter e Saturno em 7 AEC (em Maio,
Setembro e Dezembro). ISSO SE, apenas se deseja buscar no céu
um reflexo da narração evangélica, algo que Armentia não
considera imprescindível. "Temos que levar em conta de que
estamos diante de UM TEXTO MÍTICO, NÃO HISTÓRICO. Naquela
época, o nascimento e a morte de um personagem eram
corriqueiramente vinculados a fenômenos astronômicos",
argumenta. Júlio César é um bom exemplo: segundo as lendas
romanas, uma estrela apareceu quando nasceu e na sua morte,
um cometa teria sido visto. "Podemos encontrar um fenômeno
celeste chamativo para qualquer ano da história da humanidade
que desejarmos", ressalta Armentia. À conjunção de Júpiter e
Saturno de 7AEC, somou-se Marte um ano depois, e astrônomos
chineses constataram em 5AEC a passagem de dois cometas e a
explosão de uma Supernova, que se traduz em uma fonte de luz
extremamente brilhante. "Se houve algo real por trás da estrela
de Belém, pode ter sido qualquer um desses fenômenos", disse o
astrofísico. Inclusive, o apócrifo protoevangelho de Santiago
(redigido em algum momento do século II) diz o seguinte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Supernovahttp://escrituras.tripod.com/Textos/ProtEvSantiago.htm
-
38
E os magos responderam: “Vimos uma estrela muito
brilhante e com um brilho tão grande que ofuscou o resto
das estrelas tornando-as invisíveis”. (XXI-2).
Se este fenômeno foi tão assombroso, como é que os
sacerdotes e escribas de Herodes não viram e tiveram que
esperar a chegada dos Magos para descobrirem?
Por que nenhum outro historiador judeu ou romano da
época cita essa estrela tão visível?
Hoje em dia apenas os fundamentalistas e literalistas cristãos são
capazes de apoiar a fábula de Mateus e seus Reis Orientais
perseguindo a estrela. Muitos destes “crédulos” argumentam que
os magos conseguiram chegar a Belém pelo estudo astronômico
de algum fenômeno estelar (coisa plausível, mas muito pouco
provável) e que depois, uma vez no povoado, buscaram e
perguntaram pela criança, finalmente encontrando-a num curral.
Isto é incompatível com o relato de Mateus. O primeiro evangelho
descreve que a estrela se “deteve” onde estava a criança; as
santas escrituras nem sequer dizem que se deteve no céu, mas
“Sobre a criança”. Pensar em outras desculpas é negar o relato de
Mateus. Mas claro, há outro argumento que pode nos explicar com
muita precisão todos esses fatos e fenômenos relacionados com
os magos e a singular estrela:
Nunca houve nem estrelas e nem magos. Tudo é produto
da imaginação de Mateus, que certamente queria forçar
alguma profecia do passado.
Referências:
http://en.wikipedia.org/wiki/Star_of_Bethlehem
http://blogs.elcorreo.com/magonia/2004/1/2/-que-fue-estrella-
belen-
http://en.wikipedia.org/wiki/Star_of_Bethlehemhttp://blogs.elcorreo.com/magonia/2004/1/2/-que-fue-estrella-belen-http://blogs.elcorreo.com/magonia/2004/1/2/-que-fue-estrella-belen-
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39
5 - Contradições e erros do Censo da Judeia
O censo da Judeia, citado no evangelho de Lucas, é um fato
inquestionavelmente histórico. Mesmo que existam muitas
evidências históricas de que esse censo ocorreu de maneira
inequívoca, sobram muitas coisas para refletirmos sobre o
mesmo; e ao final descobriremos com espanto que em lugar se
dar um apoio à veracidade da escritura, o efeito é bem o contrário:
afunda cada vez mais a credibilidade da história da Natividade de
Jesus. A Bíblia nos relata de maneira muito específica sobre este
fato:
Lucas 2:1-3
1 - Naqueles dias saiu um decreto da parte de César Augusto, para
que todo o mundo fosse recenseado. 2 - Este primeiro recenseamento
http://www.bibliaonline.com.br/aa/lc/2/1-3+
-
40
foi feito quando Quirínio era governador da Síria. 3 - E todos iam
alistar-se, cada um à sua própria cidade.
Tal como relata Lucas, houve um censo decretado por Quirinio e
ocorreu 37 anos depois que Otávio derrotou Antônio na Batalha
naval de Áccio, em 2 de Setembro de 31 AEC (segundo Flávio
Josefo), o que corresponderia ao ano 6 da era comum. Públio
Sulpício Quirino, (em grego Κυρήνιος, c. 51 AEC - 21) foi um
aristocrata do Império romano, membro do Senado e cônsul. Após
a destituição de Arquelau, filho de Herodes I, o Grande, Quirino
chegou à Síria, enviado por César Augusto para fazer o censo dos
bens com vistas a estabelecer o imposto. Com ele foi enviado
Coponio, para governar os judeus. Como a Judeia havia sido
anexada à Síria, Quirinio a incluiu no censo. Ainda que a princípio
os judeus se indignassem com a notícia do censo, pouco a pouco
foram cedendo, quando o sumo sacerdote Joazar, filho de Boetos,
os convenceu a não se oporem. Os que se convenceram pelas
palavras de Joazar, declararam seus bens sem mais resistências.
Josefo é muito detalhista a respeito deste censo e inclusive
descreve detalhes sobre os tumultos que envolveram a recepção
da notícia do censo, quando Judas, o Gaulanita, um indivíduo de
uma cidade chamada Gamala, juntou-se ao fariseu Zadoque e
iniciou uma revolta. Até agora não há problemas. Certamente
mais de um leitor cristão tomará estas palavras como evidência
da veracidade da Natividade. Mas um leitor perspicaz, ao chegar
neste ponto, notará um erro descomunal:
Os acontecimentos do nascimento de Jesus ocorrem
durante o mandato de Herodes, o Grande. Todos sabem
que Herodes morreu em 4 AEC, (por isto se estabelece mais
ou menos esta data como a do nascimento de Jesus) mas
Quirino foi governador no ano 6 de nossa era; uma
diferença de 10 anos.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_%C3%81cciohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_%C3%81cciohttp://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%BAblio_Sulp%C3%ADcio_Quirinohttp://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%BAblio_Sulp%C3%ADcio_Quirinohttp://es.wikipedia.org/wiki/Herodes_Arquelaohttp://en.wikipedia.org/wiki/Coponius
-
41
E outro erro que qualquer leitor notaria imediatamente é que no
versículo 1 do capítulo 2 diz: “Naqueles dias saiu um decreto da
parte de César Augusto, para que todo o mundo fosse
recenseado.” Obviamente há um erro garrafal por parte do
escritor. O censo não foi em “todo o mundo”, como expressa o
versículo, foi realizado apenas na Síria e na Judeia, que havia sido
anexada à Síria. Enorme erro para um livro perfeitamente
inspirado. Vamos analisar outros detalhes específicos que nos
levam diretamente à conclusão de que este “censo” foi só uma
tentativa desesperada de dar ao nascimento de Jesus uma
referência histórica. O relato de Lucas nos diz que o chefe da
família deve transladar-se junto com o resto dela a seu povo de
origem:
Lucas 2:4-5
4 - José também subiu da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à
cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi,
5 - para se alistar, acompanhado de Maria, sua esposa, que estava
grávida.
Isto é sem sombra de dúvida, uma deslavada
mentira.
Nenhum governador promulgaria uma lei deste tipo, impraticável
e absurda. Como sempre foi feito e ainda fazem hoje, os censos
fiscais foram feitos para cobrar impostos, estes são cobrados no
local de residência e não na cidade natal da pessoa. Assim como
hoje seria uma enorme tolice ter que ir à cidade de nascimento
pagar impostos, o mesmo seria para a mentalidade administrativa
romana. A cobrança de impostos na cidade de origem da pessoa
seria um desastre logístico. Este é outro erro ridículo das
escrituras. Alguns defensores disto alegam que poderia ser
possível que José tivesse terrenos e propriedades em Belém e se
http://www.bibliaonline.com.br/acf/lc/2/4-5+
-
42
visse forçado a viajar para declará-los. Isto é pouco provável, pois
segundo a própria Bíblia, José era bastante pobre. Vejamos uma
prova da pobreza de José:
Antes recordemos as leis judaicas para a purificação:
Levítico 12:6-8
6 - Quando forem cumpridos os dias da sua purificação, ou por filho,
ou por filha, trará até a entrada da tenda da revelação ao sacerdote
um cordeiro de um ano para holocausto, e um pombinho, ou uma rola,
para oferta pelo pecado. 7 - O sacerdote o oferecerá diante de Jeová,
e fará expiação por ela; e ela será purificada da fonte do seu sangue.
Esta é a lei da que dá à luz um filho ou uma filha. 8 - Se as suas posses
não lhe permitirem trazer um cordeiro, tomará duas rolas, ou dois
pombinhos: um para holocausto, o outro para oferta pelo pecado. O
sacerdote fará expiação por ela, e ela será limpa.
“Se as suas posses não lhe permitirem trazer um cordeiro,
tomará duas rolas, ou dois pombinhos”. Vejamos agora o que José
sacrificou:
Lucas 2:24
E para oferecer um sacrifício segundo o que está dito na Lei do Senhor:
Um par de rolas, ou dois pombinhos.
Com isto comprovamos que José era muito pobre e o fato de
sugerir que foi a Belém declarar terrenos e propriedades é ilusório
e irreal. Mas vamos supor que José tivesse alguma propriedade
em Belém e que fosse obrigado a declarar.
1. É ilógico e absurdo que precisasse ir até lá com a esposa
grávida.
2. A presença da mulher não é necessária e poderia ter ido só.
http://www.bibliaonline.com.br/tb/lv/12/6-8+http://www.bibliaonline.com.br/tb/lc/2/24+
-
43
3. Nos censos Romanos, o chefe da família declarava quantos
tinha sob sua responsabilidade.
Levemos em conta que tais pesquisas não são coisas "imediatas
e urgentes", como sugerido por Lucas. Geralmente essas
pesquisas levavam semanas ou meses. É impossível que José
submetesse sua mulher em um estado avançado de gravidez
numa viagem tão perigosa, especialmente porque não era
urgente. É inconsistente que, se durante o censo, houve um
grande movimento de pessoas e múltiplos viajantes, como
aparentemente sugeriu Lucas, não tivesse em toda Belém, um
albergue onde José e sua esposa pudessem passar a noite (Lc
2:7). Isto é simplesmente ridículo. As cidades se preparavam para
acomodar os viajantes. E nem mesmo na época das peregrinações
obrigatórias as acomodações se esgotavam. Também lembremos
que eles tinham um parente muito próximo de Belém, Isabel, que
podia muito bem dar-lhes alojamento. E se José tivesse qualquer
tipo de imóvel ou terreno em Belém, teriam passado a noite lá e
não submeteria sua esposa ao suplício e ao risco de dar a luz num
curral. É simplesmente um absurdo. Mais uma vez a sagrada
escritura pisou no tomate e caiu de cabeça.
Lucas 2:21-24 (Bíblia NVI)
21 - Completando-se os oito dias para a circuncisão do menino, foi-
lhe posto o nome de Jesus, o qual lhe tinha sido dado pelo anjo antes
de ele nascer. 22 - Completando-se o tempo da purificação deles, de
acordo com a Lei de Moisés, José e Maria o levaram a Jerusalém para
apresentá-lo ao Senhor 23 - (como está escrito na Lei do Senhor:
"Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor") 24
- e para oferecer um sacrifício, de acordo com o que diz a Lei do
Senhor: "duas rolinhas ou dois pombinhos".
O versículo 22 diz que ambos deveriam esperar os dias da
purificação para fazer o sacrifício no templo de Jerusalém. Isto é
http://www.bibliaonline.com.br/tb/lc/2/7+http://www.bibliaonline.com.br/tb/lc/2/7+http://www.bibliaonline.com.br/nvi/lc/2/21-24+
-
44
outro erro desastroso. O pai não necessita purificar-se, só a mãe.
Portanto o texto que diz “Completando-se o tempo da purificação
deles” é outra mentira para somar às já existentes.
Bíblia Almeida Corrigida Fiel
E, cumprindo-se os dias da purificação dela, segundo a lei de Moisés,
o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor.
Bíblia Revisada Imprensa Bíblica
Terminados os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, levaram-
no a Jerusalém, para apresentá-lo ao Senhor.
Três Bíblias e três textos diferentes! Tentativas desastrosas de
correção de erros como esta abundam por todas as Bíblias.
1 - Uma contradição colossal
Como podem estar em dois lugares ao mesmo tempo?
Como podem estar no Egito e purificando-se e fazendo
sacrifícios?
Outra contradição descomunal que descobrimos com este ato da
purificação e o sacrifício no templo é que:
Por acaso a sagrada família NÃO SE ENCONTRAVA NO EGITO fugindo do edito de Herodes do assassinato dos meninos?
Mateus nos diz que quase imediatamente depois do parto eles
fugiram para Egito para não serem assassinados pelos soldados
de Herodes.
Mateus 2:13-23
http://www.bibliaonline.com.br/acf/lc/2/22+http://www.bibliaonline.com.br/acf/lc/2/22+http://www.bibliaonline.com.br/nvi/mt/2/13-23+http://www.bibliaonline.com.br/nvi/mt/2/13-23+
-
45
13 - Depois que partiram, um anjo do Senhor apareceu a José em
sonho e disse-lhe: "Levante-se, tome o menino e sua mãe, e fuja para
o Egito. Fique lá até que eu lhe diga, pois Herodes vai procurar o
menino para matá-lo". 14 - Então ele se levantou, tomou o menino e
sua mãe durante a noite, e partiu para o Egito, 15 - onde ficou até a
morte de Herodes. E assim se cumpriu o que o Senhor tinha dito pelo
profeta: "Do Egito chamei o meu filho”. {Os 11,1}. 16 - Quando
Herodes percebeu que havia sido enganado pelos magos, ficou furioso
e ordenou que matassem todos os meninos de dois anos para baixo,
em Belém e nas proximidades, de acordo com a informação que havia
obtido dos magos. 17 - Então se cumpriu o que fora dito pelo profeta
Jeremias: 18 - "Ouviu-se uma voz em Ramá, choro e grande
lamentação; é Raquel que chora por seus filhos e recusa ser
consolada, porque já não existem". 19 - Depois que Herodes morreu,
um anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, 20 - e disse:
"Levante-se, tome o menino e sua mãe, e vá para a terra de Israel,
pois estão mortos os que procuravam tirar a vida do menino". 21 - Ele
se levantou, tomou o menino e sua mãe, e foi para a terra de Israel.
22 - Mas, ao ouvir que Arquelau estava reinando na Judéia em lugar
de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá. Tendo sido avisado em
sonho, retirou-se para a região da Galileia 23 - e foi viver numa cidade
chamada Nazaré. Assim cumpriu-se o que fora dito pelos profetas: Ele
será chamado Nazareno.
Outra contradição colossal
Essa citação dos profetas NÃO EXISTE no Antigo Testamento.
1. Nazaré não é mencionada nenhuma vez no Antigo
Testamento. O Livro de Josué (que tenta explicar o
processo de estabelecimento da tribo de Zebulon nessa
área) lista doze cidades e seis aldeias, mas não há
nenhuma Nazaré na lista.
2. O Talmud, que lista 63 cidades da Galileia, não sabe nada
de Nazaré, nem a antiga literatura rabínica.
http://www.bibliaonline.com.br/acf/os/11/1-12+
-
46
3. São Paulo não diz nada sobre Nazaré. É verdadeiramente
surpreendente que o grande apóstolo Paulo não cita nem
mesmo uma vez a cidade natal de Jesus. Nem mesmo a
cita como o apelido de Jesus.
4. Nenhum historiador antigo ou geógrafo menciona Nazaré.
2 - A Mais Falsa Das Profecias
Mateus, 2:15:
“E lá ficou até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora
dito da parte do Senhor pelo profeta: Do Egito chamei o meu Filho”.
Agora, vejam o texto completo, que nada tem de predição sobre
um filho chamado, mas o relato de um fato em que acreditavam
os judeus:
Oseias, 11:1-12
“1.Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei a meu
filho. 2.Mas, como os chamavam, assim se iam da sua face;
sacrificavam a baalins, e queimavam incenso às imagens de escultura.
3.Todavia, eu ensinei a andar a Efraim; tomando-os pelos seus braços,
mas não entenderam que eu os curava. 4.Atraí-os com cordas
humanas, com laços de amor, e fui para eles como os que tiram o jugo
de sobre as suas queixadas, e lhes dei mantimento. 5.Não voltará para
a terra do Egito, mas a Assíria será seu rei; porque recusam converter-
se. 6.E cairá a espada sobre as suas cidades, e consumirá os seus
ramos, e os devorará, por causa dos seus próprios conselhos.
7.Porque o meu povo é inclinado a desviar-se de mim; ainda que
chamam ao Altíssimo, nenhum deles o exalta. 8.Como te deixaria, ó
Efraim? Como te entregaria, ó Israel? Como te faria como Admá? Te
poria como Zeboim? Está comovido em mim o meu coração, as minhas
compaixões à uma se acendem. 9.Não executarei o furor da minha
ira; não voltarei para destruir a Efraim, porque eu sou Deus e não
homem, o Santo no meio de ti; eu não entrarei na cidade. 10.Andarão
http://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/2/15+http://www.bibliaonline.com.br/acf/os/11/1-12+
-
47
após o SENHOR; ele rugirá como leão; rugindo, pois, ele, os filhos do
ocidente tremerão. 11.Tremendo virão como um passarinho, os do
Egito, e como uma pomba, os da terra da Assíria, e os farei habitar
em suas casas, diz o SENHOR. 12.Efraim me cercou com mentira, e a
casa de Israel com engano; mas Judá ainda domina com Deus, e com
os santos está fiel. “
1. Quem era o "filho" citado?
2. Israel, não Jesus.
3. Quando Yavé teria chamado o filho?
4. Nos dias em que Moisés os teria tirado do Egito.
5. E, qual foi a promessa contida no texto aí citado?
6. Buscar os israelitas que estava em servidão na Assíria e no
Egito e os fazer "habitar em suas casas", reunidos com o
povo de Judá, que estava ao lado do deus Yavé.
Observem que nem isso se cumpriu.
1. Judá, que estava ao lado de Yavé, foi dominada pelo Egito.
2. Sendo o seu fiel rei Josias morto pelo faraó Neco.
3. E após a submissão ao Egito, todos caíram sob Babilônia (2
Reis 22, 23 e 24).
4. Constata-se que o texto nada tinha a ver com um
messias nos dias dos romanos;
5. Mas os cristãos distorceram o sentido do texto para fazer
crer que Jesus fosse esse messias.
Parece que não foram os incrédulos e ateus que tiraram as coisas
do contexto.
Que mentira mais feia, não é mesmo?
http://www.bibliaonline.com.br/acf/2rs/22http://www.bibliaonline.com.br/acf/2rs/22http://www.bibliaonline.com.br/acf/2rs/23http://www.bibliaonline.com.br/acf/2rs/24
-
48
6 – Mateus inventando profecias
O escritor (desconhecido) do Evangelho de Mateus parece ter uma
obsessão doentia em fazer cumprir de forma obrigatória as
“profecias” do Antigo Testamento de tal forma que é capaz de
inventar, exagerar e distorcer o que quer que seja a fim de
cumpri-las. O Evangelho de Mateus é o que apresenta mais fatos
extraordinários e mentirosos, muitos dos quais não têm
absolutamente nenhuma base histórica. São, sem a menor
dúvida, frutos da desvairada imaginação do escritor anônimo para
cumprir em suas palavras o que as escrituras do passado
“profetizavam” (mesmo que em muitas vezes nem mesmo sejam
profecias propriamente ditas). Um claro exemplo disso é o relato
da Natividade de Jesus.
Talvez a profecia mais famosa e ao mesmo tempo a mais
atrozmente falsa seja justamente a que se refere à imaculada
concepção de Maria. Onde para escrever sua profecia “cumprida”,
Mateus se baseia em Isaías 7:14 da versão Grega dos LXX, a qual
traduz mal o termo hebreu “Almah” (mulher jovem) por
“Parzenos”, que significa virgem. Isto nos demonstra de forma
inequívoca que não há nada de “inspiração divina” nos escritos do
evangelho de Mateus.
1 - A estrela de Belém
Mateus, como sempre, também inventou isso da tal estrela que
guia uns magos-feiticeiros chegados do Oriente, com o objetivo
de cumprir outra profecia.
Isaías 9:1-6
1 - Mas a terra, que foi angustiada, não será entenebrecida; envileceu
nos primeiros tempos, a terra de Zebulom, e a terra de Naftali; mas
http://www.bibliaonline.com.br/acf/is/7/14+http://www.bibliaonline.com.br/acf/is/9/1-6+
-
49
nos últimos tempos a enobreceu junto ao caminho do mar, além do
Jordão, na Galiléia das nações. 2 - O povo que andava em trevas, viu
uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra da
morte resplandeceu a luz. 3 - Tu multiplicaste a nação, a alegria lhe
aumentaste; todos se alegrarão perante ti, como se alegram na ceifa,
e como exultam quando se repartem os despojos. 4 - Porque tu
quebraste o jugo da sua carga, e o bordão do seu ombro, e a vara do
seu opressor, como no dia dos midianitas. 5 - Porque todo calçado que
levava o guerreiro no tumulto da batalha, e todo o manto revolvido
em sangue, serão queimados, servindo de combustível ao fogo. 6 -
Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado
está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso,
Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.
Segundo isso, quando o Messias nascesse tinha que haver uma
grande luz na escuridão, e a melhor maneira de resolver isso era
inventar uma estrela para indicar exatamente onde o Messias
nasceria. Falsidade desta profecia é comprovada quando não
encontramos nenhuma evidência convincente para sugerir que a
"luz", com características que indicam tanto Isaías e Mateus, teria
existido historicamente. Essa história da "estrela" só é citada por
Mateus e mais ninguém.
2 - De Belém ao Egito
Estranhamente essa história controversa da viagem da sagrada
família ao Egito para escapar da fúria assassina de Herodes
também só é citada por Mateus. Neste caso patético Mateus
inventa uma viagem de Belém para o Egito com uma mulher que
acaba de dar à luz. Nem mesmo precisamos falar o quão perigoso
e arriscado é fazer essa viagem em um tempo onde as condições
sanitárias eram muito precárias (e mais ainda, se o parto foi em
um lugar tão insalubre quanto um curral). E como você já deve
-
50
ter imaginado, nenhum outro evangelho ou documento extra-
bíblico confirma isso.
Mateus 2:15
Ali permaneceu até a morte de Herodes para que se cumprisse o que
o Senhor dissera pelo profeta: Eu chamei do Egito meu filho {Os
11,1}.
Parece que propositalmente voltou a mal interpretar outra
profecia:
Oseias 11:1-2
1 - Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei a meu
filho. 2 - Mas, como os chamavam, assim se iam da sua face;
sacrificavam a baalins, e queimavam incenso às imagens de escultura.
Obviamente, a profecia de Oseias NÃO é dirigida ao Messias, mas
ao povo de Israel, chamou-o do cativeiro para a terra prometida.
Mas Mateus vê aqui, em sua cabeça alucinada, outra oportunidade
para inventar uma suposta viagem para o Egito e fazer cumprir
mais uma "profecia". Enorme tiro no pé
3 – O assassinato dos inocentes
Recordemos que o responsável por esta matança é a estrela, que
fez os Magos alertarem “sem querer” a Herodes e este,
posteriormente decidiria eliminar os meninos de Belém. Nenhum
outro evangelho ou epístola faz sequer uma mínima citação a este
macabro fato; e historicamente não há a mínima referência para
indicar que uma matança como esta tivesse ocorrido de forma
real.
Então por que Mateus a inventou?
Qual foi a intenção?
http://www.bibliaonline.com.br/vc/mt/2/15+http://www.bibliaonline.com.br/acf/os/11/1-2+
-
51
Não adivinha?
Para cumprir uma profecia, óbvio.
Mateus 2:16
Quando Herodes percebeu que havia sido enganado pelos magos,
ficou furioso e ordenou que matassem todos os meninos de dois anos
para baixo, em Belém e nas proximidades, de acordo com a
informação que havia obtido dos magos.
Mateus escreveu essas palavras baseando-se obviamente em um
versículo bem conhecido:
Êxodo 4:22-23
22 - Então dirás a Faraó: Assim diz o SENHOR: Israel é meu filho, meu
primogênito. 23 - E eu te tenho dito: Deixa ir o meu filho, para que
me sirva; mas tu recusaste deixá-lo ir; eis que eu matarei a teu filho,
o teu primogênito.
O escritor de Mateus é tão descarado, que copia quase “ao pé da
letra” a história de Moisés salvo milagrosamente e o assassinato
dos primogênitos do Egito. Ninguém pode deixar de notar a
semelhança. Mateus procura projetar Jesus como um “novo
Moisés” libertador e emancipador do povo judeu. Foi tão grande o
seu empenho em fazer a fusão Moisés-Jesus, que apenas mudou
os nomes dos personagens e o cenário, mas a essência da história
é a mesma.
Todo o relato do Êxodo se refere a filhos no exílio. Nada tem a ver
com crianças mortas. E inclusive se pode ver no final do parágrafo,
que promete o regresso dos filhos. E neste caso nem mesmo
parece uma profecia; é só Mateus que tenta desesperadamente
comparar Jesus com Moisés.
4 - Desde Ramá…
http://www.bibliaonline.com.br/nvi/mt/2/16+http://www.bibliaonline.com.br/acf/ex/4/22-23+
-
52
Seguindo nesta tentativa de Mateus de fazer cumprir à perfeição
outra profecia, vemos como praticamente fotocopia Jeremias:
Jeremias 31:15
Assim diz o Senhor: "Ouve-se uma voz em Ramá, pranto e amargo
choro; é Raquel que chora por seus filhos e recusa ser consolada,
porque os seus filhos já não existem".
Logicamente Mateus procura cumprir a profecia de Jeremias com
outro “Copy & Paste”:
Mateus 2:17-18
17 - Então se cumpriu o que fora dito pelo profeta Jeremias:
18 - "Ouviu-se uma voz em Ramá, choro e grande lamentação; é
Raquel que chora por seus filhos e recusa ser consolada, porque já
não existem".
É incrível o nível de descaramento a que se atreve Mateus,
chegando a usar a chamada “profecia” sobre Ramá, que fica a
cinco quilômetros ao norte de Jerusalém, e aplicá-la a Belém, que
fica apenas há cinco quilômetros ao sul de Jerusalém.
5 - Em Nazaré
Muitos estudiosos modernos da Bíblia estão rejeitando a ideia
bíblica do nascimento de Jesus em Belém. Jesus era conhecido
como "O Nazareno". Sempre se refere a "Jesus de Nazaré". Esta
é uma indicação clara de sua terra natal real. O que acontece é
que o Messias nasceria na terra do rei David, então a qualquer
custo deveria inventar o cumprimento desta profecia. Então o que
Mateus fez foi colocar a casa original da "Sagrada Família" em
Belém e os fez fugir para Nazaré (após a viagem muito oportuna
http://www.bibliaonline.com.br/nvi/jr/31/15+http://www.bibliaonline.com.br/nvi/mt/2/17-18+
-
53
para o Egito). E neste ponto, para não perder o costume, Mateus
força o cumprimento de mais uma profecia do Antigo Testamento:
Mateus 2:23
E foi viver numa cidade chamada Nazaré. Assim cumpriu-se o que fora
dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno.
Curiosamente esta profecia não existe em lugar algum. É bem
provável que Mateus, em seu desespero para cumprir mais e mais
profecias, mal interpreta um texto de Isaias:
Isaías 11:1
Um ramo surgirá do tronco de Jessé, e das suas raízes brotará um
renovo.
Mateus provavelmente interpretou o termo "vara" ("vástago" em
outras versões da Bíblia) que vem do hebraico "Neser",
relacionando-o erroneamente com "Nazaré", que é o adjetivo de
Jesus. Não há outra explicação. Essa é a mente delirante de
Mateus.
6 – Até Belém
Vejamos de onde vem a ideia maluca de Mateus do nascimento
de Jesus em Belém.
Mateus 2:4-6
4 - Tendo reunido todos os chefes dos sacerdotes do povo e os mestres
da lei, perguntou-lhes onde deveria nascer o Cristo. 5 - E eles
responderam: "Em Belém da Judeia; pois assim escreveu o profeta: 6
- ‘Mas tu, Belém, da terra de Judá, de forma alguma és a menor entre
as principais cidades de Judá; pois de ti virá o líder que, como pastor,
conduzirá Israel, o meu povo’ ".
http://www.bibliaonline.com.br/nvi/mt/2/23+http://www.bibliaonline.com.br/nvi/is/11/1+http://www.bibliaonline.com.br/nvi/mt/2/4-6+
-
54
Segundo Mateus há uma profecia que indica que o Messias deve
nascer em Belém. Vejamos qual é essa profecia:
Miqueias 5:2
Mas tu, Belém Efrata, que és pequena para se achar entre os milhares
de Judá, de ti é que me sairá aquele que há de ser reinante em Israel;
e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde a eternidade.
Mateus simplesmente “fez” Jesus nascer em Belém para cumprir
a profecia de Miqueias. Inclusive fez um “copy & paste” errado,
pois notamos uma contradição evidente: Mateus diz que Belém:
“Belém, da terra de Judá, de forma alguma és a menor
entre as principais cidades de Judá”;
Enquanto que Miqueias diz exatamente o contrário:
“Belém Efrata, que és pequena para se achar entre os
milhares de Judá”.
Mateus não consegue nem mesmo “Copiar” um versículo do
Antigo Testamento de forma correta, pelo menos para salvar as
aparências um pouco... Mas nem isso! A intenção de Mateus é
muito óbvia: apresentar Jesus como um ser excepcional desde o
começo de sua vida. A melhor maneira de comprovar que esse
menino é o tão esperado messias é cumprindo cabalmente as
profecias do Antigo Testamento; e Mateus se encarrega de fazer
isso. Mateus tinha o problema de que o menino devia ter a alcunha
de “Nazareno”, mas também deveria nascer literalmente em
Be