colégio estadual padre ponciano josé de araújo · colÉgio estadual padre ponciano josÉ de...
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COLÉGIO ESTADUAL PADRE PONCIANO JOSÉ DE ARAÚJO - EFM RUA: PEDRO SIQUEIRA CÔRTES, 381 - BAIRRO LAGOÃO
PALMAS – PARANÁ
E-mail: [email protected] Fone: (46) 3262-3309
Proposta Curricular
Nível: Ensino Fundamental e Médio
Disciplina: Língua Portuguesa
Professores:
Arlene S. P. Cabral
Juliana C. R. Schrainer
Juliana Sampaio
Lourdes Taiza M. Gomes
Maria Conceição Banak
Sônia do R. M. Maciozec
Palmas- PR / 2011
1. APRESENTAÇÃO
Nos primeiros séculos o ensino da Língua Portuguesa repassou as exigências, a
cultura e necessidades de Portugal.
Até a década de 70 o ensino no Brasil privilegiava somente a elite. A partir
desta década ocorre a sonhada democratização do ensino e alunos de qualquer raça,
credo e principalmente, nível social tem direito a frequentar a escola.
Com toda essa mudança, não há dúvidas, a proposta pedagógica precisou
considerar as novas necessidades trazidas pelos novos alunos, com linguagens,
experiências e ambições tão distintas.
Foi também no período de 70 que a industrialização ganhou espaço no país.
Mais um fator preponderante para a escola. Também era necessário adequar os alunos
para o mercado de trabalho.
Assim, a Língua Portuguesa, acompanhando a proposta de ensino da época,
comprometeu-se em favorecer a comunicação. Esse ensino baseava-se exclusivamente na
resolução de exercícios estruturais, técnicas de redação e treinamento da habilidade de
leitura.
Se por um lado a escola estava de portas abertas, com cada vez maior o número
de alunos, por outro, o trabalho escolar aumentou, a valorização aos docentes decaiu
(muitas faculdades foram abertas) e formas mais imediatas foram adotadas para facilitar o
ensino.
E é nesse período, na busca pela praticidade do ensino, que surge o livro
didático. Com relação a Língua Materna, tais livros valorizavam exercícios e
questionários que desprezavam o sentido do texto. Aprender Português era apenas uma
exigência do mercado de trabalho que deveria ser cumprida.
Porém, na década de 80, novos ventos sopraram e novos paradigmas foram
incorporados. Um dos principais articuladores dessas propostas foi Bakhtin. Esse
defendia a ideia de que a linguagem estabelece a interação entre os sujeitos. E mais, a
língua constitui-se através do uso e dos sujeitos que a integram.
Essa nova concepção sobre a língua fez cair por terra as abordagens formalista –
estruturalista empregada pelas escolas até então.
Todavia, essa substituição de abordagem não ocorreu de imediato. Discussões e
novas visões fizeram com que o ensino da Língua Portuguesa fosse abordado de maneira
muito mais ativa do que o simples completar de lacunas.
E é nessa perspectiva que a proposta do Currículo Básico do Paraná, em 1990,
foi elaborada, ou seja, baseada em uma concepção dialógica e social, tal como ponteou
Bakhtin e demais pensadores do Círculo de Bakhtin. Pode-se dizer que o objeto de estudo
da língua portuguesa é o texto no seu contexto e as variedades linguísticas.
E isso possibilita alcançar, no momento atual, através da língua portuguesa, o
objetivo de propiciar ao aluno uma interação dialógica entre seu contexto social e a
realidade educacional, devendo abordar a leitura, a produção de textos e os estudos
gramaticais sob uma perspectiva da língua como instrumento de comunicação, de ação e
de interação social.
Pretende - se ainda através do ensino da Língua Portuguesa desenvolver e ampliar o
conhecimento linguístico, tornando o educando um cidadão crítico, pensante, e
principalmente,um bom leitor e escritor. Quanto ao uso da língua oral e escrita, espera –
se que o educando saiba adequá–las a cada contexto e interlocutor descobrindo as
intenções implícitas existentes nos discursos do cotidiano, posicionando – se de maneira
crítica. É necessário também refletir sobre os textos elaborados, lidos ou ouvidos
atualizando o gênero e o tipo de texto, assim como, os elementos gramaticais empregados
na sua organização. Tudo isso com o intuito de que os educandos na sua organização
percebam a importância da língua culta possibilitando a construção de uma sociedade
crítica e transformadora.
Nesse sentido compreende-se como objeto de estudo da Língua Portuguesa o
texto e sua dinamicidade. Para Bakhtin (1992, p. 354)” mesmo enunciados separados um
do outro no tempo e no espaço e que nada sabem um do outro, se confrontados no plano
de sentido, revelarão relações dialógicas”. Isso explica a importância de se trabalhar com
os gêneros textuais, pois eles oferecem uma diversidade de estilos, ideias, fundamentos e
necessidades sociais que contribuem para o desenvolvimento do ser humano e social.
Logo, fica evidente a necessidade de muitas inovações quanto ao processo de
ensino e de aprendizagem. As transformações da língua é tão dinâmica quanto a
sociedade. Por isso a linguagem não é estática. Ela acompanha o homem em sua
evolução. Nessa abordagem, o ensino e aprendizagem da Língua Portuguesa tem como
conteúdo estruturante o discurso como prática social. Um discurso que muito vai além do
domínio das regras gramaticais. Apresenta e valoriza o texto nas mais variadas formas e
gêneros, compreendendo o aluno não apenas um aprendiz da língua, mas um sujeito ativo
o qual fala, ouve, lê, escreve e pensa.
Por tudo isso verifica-se a importância da Língua Portuguesa como saber
escolar e como contribui para a formação do estudante por meio da necessidade de
compreender as informações e produzir opinião sobre as mesmas diante dos desafios do
século do conhecimento que desponta. Sabe-se que é na escola, que muitos alunos,
entram em contato com formas mais elaboradas de desenvolver a linguagem. Logo, é
fundamental refletir sobre as maneiras de promover uma aprendizagem significativa, a
qual ofereça o suporte necessário para que os falantes da língua não apenas adquiram
habilidades para decodificar o código linguístico, mas consigam posicionar-se
criticamente diante dos fatos que acontecem ao seu redor e assim, contribuir para a
prática cidadã.
Então, se ainda temos vestígios de um ensino de uma língua meramente
normativa-estruturante, é chegada a hora compreender a linguagem, definitivamente,
como meio de interação e ascensão social e cultural.
2. CONTEÚDOS
2.1 Contéudo estruturante
Discurso com Prática Social
2.2 Conteúdos Básicos – Ensino Fundamental
5ª SÉRIE/ 6º ANO
Leitura
Tema do texto;
Interlocutor;
Finalidade;
Aceitabilidade do texto;
Informatividade;
Discurso direto e indireto;
Elementos composicionais do gênero;
Léxico;
Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos(como aspas, travessão, negrito), figuras de
linguagem.
Escrita
Tema do texto;
Interlocutor;
Finalidade do texto;
Informatividade;
Argumentatividade;
Discurso direto e indireto;
Elementos composicionais do gênero;
Divisão do texto em parágrafos;
Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos( como aspas, travessão, negritos), figuras de
linguagem;
Processo de formação de palavras;
Acentuação gráfica;
Ortografia;
Concordância verbal/nominal.
Oralidade
Tema do texto;
Finalidade;
Argumentatividade;
Papel do locutor e interlocutor;
Elementos extralinguísticos, entonação, pausas, gestos;
Adequação do discurso ao gênero;
Turnos de fala;
Variações linguísticas;
Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetições, recursos semânticas.
Gêneros discursivos:
Adivinhas, álbum de família,anedotas, bilhetes, cantigas de roda, cartão, causos,
convites, diário, exposição oral, fotos, músicas, parlendas, piadas, provérbios,
quadrinhos, revistas, relatos de experiências, trava-línguas, contos de fadas, contos de
ficção, fábulas, lendas, histórias em quadrinhos, letras de música, narrativas, poemas,
cartazes, diálogo, pesquisas, contexto, estatuto,Bulas, blog, chat, desenho animado, e-
mail, entrevista, filme, vídeo-clip.
6ª SÉRIE/7º ANO
Leitura
Tema do texto;
Interlocutor;
Finalidade do texto;
Informatividade;
Aceitabilidade;
Situacionalidade;
Intertextualidade;
Informações explícitas e Implícitas;
Discurso direto e indireto;
Elementos composicionais do gênero;
Repetição proposital de palavras;
Léxico;
Ambiguidade;
Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos ( como aspas, travessão, negrito), figuras de
linguagem.
Escrita
Tema do texto;
Interlocutor;
Finalidade do texto;
Informatividade;
Discurso direto e indireto
Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de
linguagem.
Processo de formação de palavras;
Acentuação gráfica
Ortografia;
Concordância verbal/nominal.
Oralidade
Tema do texto;
Finalidade;
Papel do locutor e interlocutor;
Elementos extralinguísticos, entonação, pausas, gestos, etc;
Adequação do discurso ao gênero;
Turnos de fala;
Variações linguísticas;
Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetições;
Semântica.
Gênero discursivo:
Relatos de experiências;
Narrativas;
Crônicas;
Poesias;
Biografias;
Autobiografias;
Paródias;
Pinturas;
Romances;
Tiras;
Carta;
Charge;
Cartum;
Entrevista;
Cartazes;
Debate;
Discurso Argumentativo;
Exposição oral;
Relatos;
Resenhas;
Resumo;
Fotos;
Manchetes;
Mapas;
Notícias;
Reportagens;
Anúncios;
Caricatura;
Músicas;
Propagandas;
Fotos;
Regulamentos;
Placas;
Regras do jogo;
Blog;
Chat;
Desenho animado;
Vídeo clip.
7ª SÉRIE/8º ANO
Leitura:
Interlocutor;
Intencionalidade do texto;
Aceitabilidade;
Informatividade;
Situacionalidade;
Intertextualidade;
Vozes sociais no texto;
Elementos composicionais do gênero;
Relação de causa/ consequência;
Macas lingüísticas;
Concordância nominal e verbal;
Papel sintático;
Semântica;
Ambiguidade;
Sentido conotativo/ denotativo;
Expressões de humor e ironia.
Escrita:
Conteúdo temático;
Interlocutor;
Intencionalidade do texto;
Informatividade;
Situacionalidade;
Intertextualidade;
Vozes sociais no texto;
Elementos composicionais do gênero;
Relação de causa/ consequência;
Macas lingüísticas;
Concordância nominal e verbal;
Papel sintático;
Semântica;
Ambiguidade;
Sentido conotativo/ denotativo;
Expressões de humor /ironia.
Oralidade:
Conteúdo temático;
Finalidade;
Aceitabilidade do texto;
Informatividade;
Papel do locutor e interlocutor;
Elementos extralingüísticos: entonação, gestos, expressão facial e corporal.
Turnos da fala;
Variações linguísticas;
Marcas lingüísticas;
Elementos semânticos;
Adequação da fala;
Diferenças do discurso oral e escrito.
Gêneros Discursivos:
Exposição oral;
Provérbios;
Receitas;
Relatos de experiências;
Autobiografia;
Biografia;
Contos;
Crônicas;
Poesias;
Histórias em quadrinhos;
Música;
Pinturas;
Romances;
Textos dramáticos;
Ata;
Cartazes;
Debate regrado;
Júri simulado;
Mapas;
Palestras;
Pesquisas;
Relatos;
Resumo;
Seminário argumentativo;
Texto;
Texto de opinião;
Manchete;
Mesa redonda;
Reportagens;
Tiras;
Editorial;
Entrevista;
Charge;
Cartum;
Artigo de opinião;
Anúncio;
Propaganda;
Comercial;
Fotos;
Placas;
Regimentos;
Depoimentos;
Discursos;
Blog;
E-mail;
Desenho animado;
Filmes;
Vídeo;
Telejornal.
8ª SÉRIE/ 9 ANO
CONTEÚDOS BÁSICOS
Leitura:
Conteúdo temático;
Interlocutor;
Intencionalidade do texto;
Aceitabilidade do texto;
Informatividade;
Situacionalidade;
Intertextualidade;
Temporalidade;
Discurso ideológico presente no texto;
Vozes sociais presentes no texto;
Elementos composicionais do gênero;
Relação de causa e conseqüência entre as partes e elementos do texto;
Partículas conectivas do texto;
Progressão referencial do texto;
Marcas lingüísticas: coesão, coerência, função das classes gramáticas do texto,
pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito;
Semântica;
Operadores argumentativos;
Polissemia;
Sentido conotativo e denotativo;
Expressões que denotam ironia e humor no texto.
Escrita
Conteúdo temático;
Interlocutor;
Intencionalidade do texto
Informatividade;
Situacionalidade;
Intertextualidade;
Temporalidade;
Vozes sociais presentes no texto;
Elementos composicionais do gênero;
Relação de causa e conseqüência entre as partes e elementos do texto;
Partículas conectivas do texto;
Progressão referencial do texto;
Marcas lingüísticas: coesão, coerência, função das classes gramáticas do texto,
pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito, etc.;
Sintaxe de regência;
Processo de formação de palavras;
Vícios de linguagem;
Semântica;
Operadores;
Argumentativos;
Modalizadores;
Polissemia
Oralidade:
Conteúdo temático;
Finalidade;
Aceitabilidade do texto;
Informatividade;
Papel do locutor e interlocutor;
Elementos extralingüísticos: entonação, gestos, expressão facial, corporal e
gestual, pausas...;
Adequação do discurso ao gênero;
Turnos de fala;
Variações linguísticas( lexicais, semânticas, prosódicas entre outras);
Marcas lingüísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, conectivos;
Semântica;
Adequadação da fala ao contexto( uso de conectivos, gírias, repetições, etc.);
Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.
Gêneros Discursivos:
Exposição oral; Provérbios;
Receitas;
Relatos de experiências;
Autobiografia;
Biografia;
Contos;
Crônicas;
Poesias;
Histórias em quadrinhos;
Música;
Pinturas;
Romances;
Texto dramáticos;
Ata;
Cartazes;
Debate regrado;
Júri simulado;
Mapas;
Palestras;
Pesquisas;
Relatos;
Resumo;
Seminário argumentativo;
Texto;
Texto de opinião;
Manchete;
Mesa redonda;
Reportagens;
Tiras;
Editorial;
Entrevista;
Charge;
Cartum;
Artigo de opinião;
Anúncio;
Propaganda;
Comercial;
Fotos;
Placas;
Regimentos;
Depoimentos;
Discursos;
Blog;
E-mail;
Desenho animado;
Filmes;
Vídeo;
Telejornal;
Resenha crítica;
Sinopses de filmes;
Folder;
Abaixo-assinado;
Assembléia;
Carta de emprego;
Carta de reclamação manifesto;
Leis;
Estatutos;
Ofício;
Procuração;
Regimento;
Requerimentos.
2.3 Conteúdos Básicos – Ensino Médio
LEITURA
Conteúdo temático;
Interlocutor;
Finalidade do texto ;
Intencionalidade;
Argumentos do texto;
Contexto de produção;
Intertextualidade;
Vozes sociais presentes no texto;
Discurso ideológico presente no texto;
Elementos composicionais do gênero;
Contexto de produção da obra literária;
Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito;
Progressão referencial;
Partículas conectivas do texto;
Relação de causa e lingüísticas entre partes e elementos do texto;
Semântica: operadores argumentativos; modalizadores; figuras de linguagem.
ESCRITA
Conteúdo temático;
Interlocutor;
Finalidade do texto;
Intencionalidade;
Informatividade;
Contexto de produção;
Intertextualidade;
Referência textual;
Vozes sociais presentes no texto;
Ideologia presente no texto;
Elementos composicionais do gênero;
Progressão referencial;
Relação de causa e lingüísticas entre as partes e elementos do texto;
Semântica: operadores argumentativos; modalizadores; figuras de linguagem;
Marcas lingüísticas: coesão, coerência, função das classes, gramaticais no texto,
conectores, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito, etc.;
Vícios de linguagem;
Elementos de fonética e morfologia;
Sintaxe de concordância;
Sintaxe de regência.
Pontuação
ORALIDADE
Conteúdo temático;
Finalidade;
Intencionalidade;
Argumentos;
Papel do locutor e interlocutor;
Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual,
pausas;
Adequação do discurso ao gênero;
Turnos de fala;
Variações lingüísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras);
Marcas lingüísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
Elementos semânticos;
Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc.);
Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.
Os gêneros discursivos serão adotados como conteúdo básico para o trabalho com a
oralidade, leitura e escrita e análise linguística conforme suas esferas sociais e
características e necessidades da comunidade escolar.
3. METODOLOGIA DA DISCIPLINA
A tarefa da escola é possibilitar que seus alunos participem de diferentes praticas
social utilizando a leitura, a escrita a oralidade com finalidade de inseri-los na sociedade
comprometidos com o exercício da cidadania, devemos criar condições para que os alunos
possam ampliar seu universo discursivo. Assim, tomamos como unidade mínima para a
prática da Língua Portuguesa no espaço escolar os enunciados/textos, filiados aos diversos
gêneros do discurso.
Entendemos que a tarefa da escola é formar sujeitos que se envolvam com autonomia
e plenitude nas práticas sociais da leitura, da escrita e da oralidade. Para tanto, deverão
participar da cultura escrita, apropriando-se de uma herança cultural fazendo uma associação
entre o texto, o autor e o seu contexto.
O trabalho sobre a língua exige que professores e alunos vivenciem experiências
reais do uso da língua materna.
Os trabalhos com a oralidade, leitura e escrita exigem diversas estratégias e
ferramentas diversificadas para que o processo comunicativo desenvolvendo-se de forma
eficiente entre os educandos.
Assim, no que consiste ao trabalho com a oralidade espera-se que o professor:
Organize apresentações de textos produzidos pelos alunos levando em
consideração a : aceitabilidade, informatividade, situacionalidade
finalidade do texto;
Proponha reflexões sobre os argumentos utilizados nas exposições orais
dos alunos, e sobre a utilização dos recursos de causa e consequência
entre as partes e elementos do texto;
Oriente sobre o contexto social de uso do gênero oral selecionado;
Prepare apresentações que explorem as marcas linguísticas típicas da
oralidade em seu uso formal e informal;
Estimule a contação de história de diferentes gêneros, utilizando-se dos
recursos extralinguísticos, como entonação, expressões facial, corporal e
gestual, pausas e outros;
Selecione discursos de outros para análises dos recursos da oralidade,
como cenas de desenhos, programas infanto-juvenis, entrevistas,
reportagem entre outros.
O trabalho com oralidade não deve garantir apenas a emissão de margens, mas a
seleção e o conteúdo das mesmas. Nesse sentido é importante o trabalho da linguagem
nos diferentes gêneros textuais existentes na sociedade. Os recursos midiáticos como
jornais, novelas, propagandas, rádio, muito contribuíram para o desenvolvimento dessa
atividade.
No que se refere a prática de leitura, será relevante que o trabalho metodológico
:
Propicie práticas de leitura de textos de diferentes gêneros;
Considere os conhecimentos prévios dos alunos;
Formule questionamentos que possibilitem interferências sobre o texto;
Encaminhe discussões sobre: tema, intenções, intertextualidade;
Contextualize a produção: suporte/fonte, interlocutores, finalidade,
época;
Utilize textos verbais diversos que dialoguem com não-verbais, como
gráficos, fotos, imagens, mapas, e outros;
Relacione o tema com o contexto atual;
Oportunize a socialização das idéias dos alunos sobre o texto;
Propicie práticas de leitura de texto de diferentes gêneros, ampliando
também o léxico;
Considere o conhecimentos prévios dos alunos;
Formule questionamentos que possibilitem inferências sobre o texto;
Encaminhe discursos sobre: tema e intenções;
Contextualize a produção: suporte/fonte, interlocutores, finalidade,época;
Utilize textos verbais diversos que dialoguem com não-verbais, como
gráficos, fotos, imagens, mapas, e outros;
Relacione o tema com o contexto atual, com as diferentes possibilidades
de sentido (ambiguidade) e com outros textos;
Oportunize a socialização das ideias dos alunos sobre o texto;
Instigue o entendimento/reflexão das diferenças decorridas do uso de
palavras e/ou expressões no sentido conotativo e denotativo;
Estimule leituras que suscitem no reconhecimento do estilo, que é
próprio de cada gênero;
Incentive a percepção dos recursos utilizados para determinar causa e
consequência entre as partes e elementos do texto;
Conduza leituras para a compreensão das partículas conectivas.
Através da leitura o aluno desenvolve sua criatividade, elabora sua visão de
mundo e constrói sua identidade. Os textos, jornalísticos, científicos, antilísticos,
científicos, judiciários, didáticos pedagógicos, cotidiano, midiático, literário, publicitário,
e outros que circundam os seres humanos na sociedade deverão ser explorado no contexto
escolar. Não se pode esquecer do texto não-verbal, fotos, cartazes, imagens virtuais,
digitais e figuras que povoam o cotidiano possibilitam um vasto trabalho e leitura e
interpretação textual.
Cada gênero requer uma leitura específica. (Antunes/2003) salienta que
conforme variam os gêneros( reportagem, propaganda, poemas, crônicas, historias em
quadrinhos, entrevistas, blog), conforme, conforme variam a finalidade pretendida com a
leitura (leitura informativa, instrumental, entretenimento...), e, ainda, conforme variam o
suporte ( jornal, televisão, revista, livro, computador...), variam também as estratégias a
serem usadas.
Outro aspecto importante a ser considerado é com relação à leitura na esfera
digital. Nesse contexto, espera-se que o ato de ler também seja apropriado para o recurso
tecnológico utilizado. Ou seja, além dos hiperlinks, no hipertexto há movimento, som
diálogo com outras linguagens e não devem ser ignorados, mas aprofundados, e
estimulada a análise.
Finalmente por meio da prática da escrita, o aluno potencializa a percepção dos
valores socioculturais. O escrever precisa estar voltado para a persuasão na exposição de
opinião. Assim, escrever deixa de ser um mero preencher de linhas e passa a ser um
documento de expressão e opinião. Para tanto será importante considerar a clareza,
objetividade, linguagem e competência escrita. Então, é importante que o professor,
quanto à escrita:
Planeje a produção textual a partir: da delimitação tema, do interlocutor,,
finalidade, intenções, intertextualidade, aceitabilidade, informatividade,
situacionalidade, temporalidade, e ideologia;
Proporcione o uso adequado de palavras e expressões para estabelecer a
referência textual;
Estimule a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero proposto;
Acompanhe a produção do texto;
Analise se a produção textual está coerente e coesa, se há continuidade
temática, se atende à finalidade, se a linguagem está adequada ao
contexto;
Estimule o uso de palavras e/ou expressões no sentido conotativo e
denotativo, bem como de expressões que denotam ironia e humor; figura
de linguagem no texto;
Incentive a utilização de recursos de causa e conseqüência entre as partes
e elementos do texto;
Conduza a utilização adequada das partículas conectivas;
Encaminha a reescrita textual: revisão dos argumentos/das idéias, dos
elementos que compõem o gênero (por exemplo: se for uma crônica,
verificar se a temática está relacionada ao cotidiano, se há relações
estabelecidas entre os personagens, o local, tempo em que a história
acontece, etc.);
Conduza, na reescrita, a uma reflexão dos elementos discursivos,
estruturais e normativos.
Nesse sentido será necessário, para desenvolver tais atividades a disponibilidade
dos seguintes recursos didáticos e tecnológico: livros didáticos, livros de literatura,
jornais, revistas, revistas em quadrinhos, materiais para teatro ( vestimentas, cenário,
maquiagem...), fantoches, computador, internet, aparelho de som, aparelho de DVD, Tv
multimídia, data show, pen drive, materiais diversos para a produção dos trabalhos
(folhas de sulfite, cartolina, papel pardo, pincéis atômicos, lápis, canetas, cola, tesoura,
régua entre outros).
Felizmente a sociedade evoluiu também em termos sociais e de interação. Hoje
assuntos voltados à lei nº 10.639/03 “História e Cultura Afro”, Lei nº 13.381/01
“História do Paraná”, Lei nº 9.795/99 “ Meio Ambiente”, Lei “11.645/08 “ História e
cultura dos povos indígenas” e ainda aos Desafios Educacionais Contemporâneos,
Sexualidade, Prevenção ao uso Indevido de Drogas e Violência, Educação Ambiental,
Educação Física, são constantemente abordados e discutidas no contexto escolar.
Seminários, leituras, debates, produção e analise textual, dramatizações, músicas,
quadrinhos, crônicas, poemas, artigos, e toda a riqueza dos gêneros textuais podem
contribuir para que tais assuntos fundamentem atividades que estimulem, não apenas a
formação de identidade, mas a possibilidade de vivermos juntos e em harmonia.
5. AVALIAÇÃO
Sabe-se que a avaliação deve ser contínua e que valorize a experiência do
educando. Ao longo do ano letivo a linguagem trazida pelos alunos precisa ser
valorizada, lapidando-a, oferecendo-lhe novas possibilidades de ser e conviver.
Todo esse aprendizado deverá ser um conjunto de avaliações formativas e
somativas. Contudo, vale ressaltar, que os alunos não podem ser avaliados somente
através de provas. São seres repletos de habilidades e competências que a escola precisar
valorizar e estimular.
Assim, a avaliação formativa precisa ser constante no cotidiano escolar, pois é
através dela que os alunos aprendem e participaram com maior interesse das aulas. Outro
fator beneficiado pela formativa é a compreensão de que os alunos possuem ritmos de
aprendizagem diferentes possibilitando que a intervenção pedagógica aconteça
constantemente.
Além das inúmeras intervenções ainda será disponibilizado ao educando a
recuperação paralela. Esta viabiliza novas oportunidades tanto ao educando quanto ao
educador que não alcançarem seus objetivos poderem rever sua caminhada na produção,
apropriação do conhecimento. A cada avaliação, na qual o educando não conseguir
atingir a média, será proposta uma recuperação do conteúdo pertinente à avaliação e em
seguida ofertado uma outra prova que poderá ser escrita, exposição verbal, trabalhos de
pesquisa, produção de textos e outras tantas formas que valorize as habilidades dos
educandos.
Assim espera-se que o aluno:
Quanto à Escrita:
Expresse suas ideias com clareza;
Elabore textos atendendo:- as situações de produção propostas (
gênero, interlocutor, finalidade...);
- à continuidade temática;
Diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal;
Use recursos textuais como coesão e coerência, informatividade, etc;
Utilize adequadamente recursos linguísticos com pontuação, uso e
função do artigo, pronome, substantivo, etc;
Empregue palavras e/ou expressões no sentido conotativo;
Entenda o papel sintático e estilístico dos pronomes na organização,
retomadas e sequênciação do texto;
Perceba a pertinência e use os elementos discursivos, textuais,
estruturais e normativos, bem como os recursos de causa e
consequência entre as partes e elementos do texto.
Quanto à Leitura:
Indique o tema;
Realize leitura compreensiva do texto;
Localize informações explicitas no texto;
Posicione-se argumentativamente ;
Amplie seu horizonte de expectativas;
Amplie seu léxico;
Identifique a ideia principal do texto;
Analise as intenções do autor;
Deduza os sentidos das palavras e/ou expressões a partir do
contexto;
Reconheça palavras e/ ou expressões que denotem ironia e humor
no texto;
Compreenda as diferenças decorridas do uso de palavras e/ou
expressões no sentido conotativo e denotativo;
Identifique e reflita sobre as vozes sociais presentes no texto;
Conheça e utilize os recursos para determinar causa e consequência
entre as partes e elementos do texto;
Reconheça palavras e/ou expressões que estabelecem a progressão
referencial;
Reconheça o estilo, próprio de diferentes gêneros.
Quanto à Oralidade:
Utilize o discurso de acordo com a situação de produção
(formal/informal);
Apresente suas ideias com clareza;
Expresse oralmente suas ideias de modo fluente e adequado ao
gênero proposto;
Compreenda os argumentos no discurso do outro;
Exponha objetivamente seus argumentos;
Organize a sequência de sua fala;
Respeite os turnos de fala;
Analise os argumentos dos colegas de classe em suas apresentações
e/ou nos gêneros orais trabalhados;
Participe ativamente dos diálogos relatos, discussões, etc.;
Utilize conscientemente expressões faciais corporais e gestuais,
pausas e entonação nas exposições orais, entre outros elementos
extralinguísticos ;
Analise recursos da oralidade em cenas de desenhos, programas
infanto-juvenis, entrevistas, reportagem, entre outros.
Segundo as diretrizes curriculares de língua portuguesa (2008), “engajado com
as questões do seu tempo, tal professor respeitará as diferenças e promoverá uma ação
pedagógica de qualidade a todos os alunos, tanto para derrubar mitos que sustentam o
pensamento único, padrões preestabelecidos e conceitos tradicionalmente aceitos, como
para construir relações sociais mais generosas e includentes”.
Muitas são as diferenças e diversidades existentes no ambiente escolar. Eis aí
o desafio da educação atual: compreender, valorizar e inserir a pluralidade num contexto
único e social.
6. REFERÊNCIAS
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