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XI ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO
CURSO DE MEDICINA
Caderno de Resumos
3 e 4 de abril de 2013
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
CAMPUS MORRO DO CRUZEIRO
2
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
João Luiz Martins
Reitor
Antenor Rodrigues Barbosa Júnior
Vice-Reitor
ESCOLA DE MEDICINA
Márcio Antônio Moreira Galvão
Diretor
George Luiz Lins Machado Coelho
Vice-Diretor
COLEGIADO DE MEDICINA
Fausto Aloísio Pedrosa Pimenta
Presidente
XI ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA
Gustavo Meirelles Ribeiro
Presidente Docente
Álisson Oliveira dos Santos
Presidente Discente
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CADERNO DE RESUMOS
ISSN 2178-0455
REALIZAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
COMISSÃO ORGANIZADORA
Professora Dra. Adriana Maria de Figueiredo
Professor Dr. Márcio Antônio Moreira Galvão
Professora Dra. Palmira de Fátima Bonolo
Acadêmica de Medicina Lídia Lelis Leal
Acadêmico de Medicina Júlia Carvalho Oliveira
Acadêmico de Medicina Robson Moraes dos Santos
CADERNO DE RESUMOS ORGANIZADO POR
Professora Dra. Adriana Maria de Figueiredo
Acadêmico de Medicina Robson Moraes dos Santos
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SUMÁRIO
PREFÁCIO
APRESENTAÇÕES ORAIS
Abordagem da úlcera péptica gastroduodenal perfurada................................................07
Acessibilidade aos serviços de saúde na área da unidade básica de saúde São
Cristóvão..........................................................................................................................09
Análise quantitativa e orientação dos idosos sobre vacinação na Estratégia de Saúde da
Família 1 em Cabanas, Mariana, MG..............................................................................11
Avaliação sobre tratamento medicamentoso contínuo na Unidade básica de Saúde
Piedade em Ouro Preto, MG............................................................................................13
Estudo epidemiológico e descritivo dos casos de aborto espontâneo na Microregião de
Saúde dos Inconfidentes..................................................................................................15
Fatores que determinam a prevenção e a adesão ao tratamento de doenças
cardiovasculares...............................................................................................................17
Historicidade da instituição social hospital.....................................................................19
Isquemia mesentérica aguda: uma abordagem atual.......................................................20
Notes – Natural Orifice Transluminal Endoscopic Surgery: cirurgias orificiais...........22
O tratamento do paciente diabético em Ouro Preto e região e as mudanças de vida que
enfrenta............................................................................................................................24
Peritonite terciária: manejo e repercussões clínicas........................................................26
Procedimentos cirúrgicos à beira do leito: revisão bibliográfica....................................28
Projeto “Mães de Antonio Pereira”; A educação em saúde no cuidado à gestante, à
puérpera e ao recém-nascido...........................................................................................30
5
Projeto Educare: Educação em saúde voltada para pacientes do Projeto Hiperative, em
Passagem de Mariana – MG............................................................................................32
Projeto Movimente-se: Incentivo à prática de atividades físicas aos pacientes
hipertensos e/ou diabéticos da Unidade de Atenção Primária à Saúde CAIC em
Cachoeira do Campo, Ouro Preto, MG...........................................................................34
Projeto Velhos Amigos....................................................................................................36
Reflexão sobre a experiência da morte e do luto ............................................................38
Tratamento Cirúrgico do Megaesôfago Chagásico.........................................................40
Vigilância em saúde: doenças não prevalentes relacionadas com a população flutuante
na cidade de Ouro Preto..................................................................................................41
PÔSTERES DE DISCIPLINA
A descoberta da penicilina: uma revisão da literatura com ênfase na obra “a paixão
transformada”, de Moacyr Scliar.....................................................................................43
Espaço e doença, uma nova visão na análise epidemiológica. Integralidade da atenção à
saúde................................................................................................................................45
John Snow e o método de investigação epidemiológica: revisão e relato histórico
O processo saúde-doença como objeto social.................................................................47
Uma breve análise histórica da epidemiologia................................................................49
PÔSTERES LIVRES
A inserção dos estudantes do terceiro período de medicina em um hospital geral.........51
Álcool – conceitos e reflexões.........................................................................................53
Estresse: conceito, história e aplicação............................................................................54
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PREFÁCIO
O Encontro Didático Científico é uma iniciativa que tem muitos significados. Representa uma ação que envolve o aluno nas três esferas estruturais da Universidade: ensino, pesquisa e extensão. Representa também a concretização do sonho de inovação do ensino de graduação e a possibilidade de integração de alunos e professores de diversos períodos, bem como da Comunidade Ufopiana.
No ano da formatura da primeira turma de medicina, passamos pela necessidade de reflexão e renovação: a setorização da Escola, de certa forma, afastou do convívio cotidiano os atores de um cenário comum.
Este Caderno de Resumos é símbolo da união de esforços diversos, frutos de muitas iniciativas. Sua importância está na possibilidade de se ver o todo como vitória comum e da revalorização do Encontro Didático Científico, capaz de nos manter no caminho de mãos dadas.
Professor Gustavo Meirelles Ribeiro
Presidente Docente
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APRESENTAÇÃO ORAL
ABORDAGEM DA ÚLCERA PÉPTICA GASTRODUODENAL PERFURADA:
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Iure Kalinine Ferraz de Souza
Ana Cláudia Ramos Donatelli
Dhyego Bonelle De Sousa
Evandro Guedes Gonçalves
Felipe Guilherme Nascimento Garcia
Luiz Felipe Miranda Mendes
Otávio Montovanelli Monteiro
Introdução: A úlcera péptica gastroduodenal pode ser definida como a perda de
substância focal em áreas de mucosa e tecidos subjacentes, do estômago e duodeno, que
mantêm contato com o suco gástrico. A infecção pelo Helicobacter pylori e o uso
crônico de anti-inflamatórios não esteroidais são considerados fatores etiológicos. É
uma das mais frequentes doenças do tubo digestivo. Objetivos: Realizar uma revisão da
bibliografia sobre o tema “úlcera péptica gastroduodenal perfurada”, com enfoque no
tratamento cirúrgico, por meio de um estudo detalhado do tema, buscando informações
sobre etiologia, apresentações clínicas, diagnóstico, propedêutica e terapêutica não
cirúrgica, para posterior destaque para a abordagem cirúrgica e as técnicas empregadas.
Métodos: Levantamento bibliográfico com materiais de 1982 a 2011, por meio de livros
e das bases de dados LILACS, MEDLINE e SciELO. Foram utilizados como
descritores da pesquisa: “perforated peptic ulcer”, “perforated peptic ulcer and
videolaparoscopy”. Resultados: Após a apresentação dos principais aspectos clínicos
das úlceras pépticas gastroduodenais e de suas complicações, o trabalho destaca o
tratamento cirúrgico. Em relação às úlceras pépticas gástricas perfuradas, existem três
condutas possíveis: tratamento clínico, considerado uma exceção; tratamento cirúrgico
com simples fechamento da perfuração, após debridamento, omentoplastia e lavagem da
cavidade peritoneal, indicado nas úlceras agudas; e gastrectomia, procedimento
definitivo, indicado nas úlceras crônicas, que, dependendo da localização e da
classificação de Johnson, pode ser subtotal sem vagotomia, antrectomia com vagotomia
troncular e esofagogastrojejunostomia. Para as úlceras pépticas duodenais perfuradas, os
três tipos de abordagem anteriores também são utilizados: o tratamento não cirúrgico
também é uma exceção; a rafia simples da perfuração tem maior indicação; e o
tratamento cirúrgico, sendo a antrectomia com anastomose do coto gástrico associado à
vagotomia troncular o padrão ouro das cirurgias, visto que a gastrectomia subtotal tem
pouca utilidade. Conclusões: A doença péptica possui relevante prevalência em nosso
meio e o seu tratamento torna-se muitas vezes um desafio para o profissional de saúde,
principalmente no que se refere as suas complicações. O tratamento cirúrgico definitivo
pode e deve ser tentado, na ausência de fatores de risco, em pacientes com úlceras duodenais crônicas ou complicadas e já submetidos a tratamento clínico sem sucesso.
Palavras-chave: úlcera péptica; hemorragia gastrointestinal; terapêutica.
Referências bibliográficas:
WAY, LW. Cirurgia, Diagnóstico e Tratamento. 11ª edição. Rio de Janeiro, Guanabara
Koogan, 2004.
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Ilias, Elias Jirjoss. Qual o papel da gastrectomia no tratamento da úlcera péptica na
atualidade? Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v. 57, n. 1, fev. 2011.
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APRESENTAÇÃO ORAL
ACESSIBILIDADE AOS SERVIÇOS DE SAÚDE NA ÁREA DA UNIDADE
BÁSICA DE SAÚDE SÃO CRISTÓVÃO
Geiza Conceição
Izabela Zarnowski Passos
Laís Sato dos Santos
Maria Alice Matias Cardoso
Paulo Henrique de Melo Figueiredo Neto
Raíssa Fernanda Rodrigues Ribeiro
Adriana Maria de Figueiredo
Introdução: Nosso trabalho visa esclarecer aspectos importantes sobre a acessibilidade
aos serviços de saúde na área atendida pela Unidade de Saúde Básica do bairro São
Cristovão. Acessibilidade, nesse contexto, é um termo mais abrangente do que a mera
disponibilidade de recursos num dado tempo e espaço. Refere-se às características dos
serviços e dos recursos de saúde que facilitam ou limitam seu uso por potenciais
usuários. Dentro dessa mesma área podemos observar uma grande diversidade social
numa enorme área geográfica. Outro fator importante na escolha da área estudada é a
proximidade com uma unidade de pronto atendimento (UPA), o que muitas vezes afasta
o usuário da UBS. O estudo dos fatores influenciadores do acesso visa, sobretudo,
melhorar a qualidade de atendimento à população. Objetivos: Através do presente
trabalho almejamos esclarecer pontos acerca do acesso e conhecimento da população
sobre os serviços de saúde, bem como analisar a possibilidade de esse serviço de saúde
fazer um trabalho satisfatório com toda a população. Buscamos também entender como
as diferenças espaciais e sociais podem influenciar na interface entre população e
serviços de saúde primária. Métodos: decidimos fazer um questionário tomando como
base os nossos objetivos, e parâmetros de acessibilidade descritos no site do ministério
da educação, investigamos também a utilização dos serviços na UPA. Aplicamos o
questionário numa parte da população escolhida de forma probabilística por julgamento.
Analisamos os dados de forma comparativa. Resultados: Encontramos um nível alto de
desconhecimento sobre a estratégia de saúde da família e um desconhecimento ainda
maior sobre o tipo de atendimento que deve ser feito na ESF e o que deve ser feito na
UPA. Grandes distâncias geográficas se mostraram um parâmetro de importante
contribuição para o acesso aos serviços de saúde, o mesmo não foi observado entre os
diferentes padrões sociais da área estudada. Conclusões: Modelos assistenciais
alternativos, como a estratégia de saúde da família, se pautam em três pilares: lógica
territorial, porta de entrada pela atenção básica e hierarquização da assistência. Através
do nosso trabalho podemos exemplificar que esses pilares tem sido inadequados à
realidade do usuário do SUS, uma vez que os mesmos não possuem informação acerca
dos serviços. Outro problema encontrado é a escassez de profissionais, os números
mostraram que se toda a população que deveria ser atendida realmente procurasse
atendimento, os profissionais existentes não supririam as necessidades de todos. Por
fim, o trabalho de conscientização, por nós realizado, foi muito bem aceito e entendido
pela população. Resta a trabalhos posteriores analisarem a efetividade dessa
conscientização.
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Palavras chave: Acessibilidade, atenção primária, atendimento de emergência.
Referências
BUSS, P. M. Promoção da Saúde da Família, programa de Saúde da Família: promoção
da saúde. Dez, 2002.
CUNHA, A. B. O.; SILVA, L. M. V. da. Acessibilidade aos Serviços de Saúde em um
Município do Estado da Bahia, Brasil, em gestão Plena do Sistema. Cadernos de Saúde
Pública. Rio de Janeiro, 26(4)725-737, abr, 2010.
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APRESENTAÇÃO ORAL
ANÁLISE QUANTITATIVA E ORIENTAÇÃO DOS IDOSOS SOBRE
VACINAÇÃO NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA - 01 EM CABANAS,
MARIANA-MG
Adriana Maria de Figueiredo
Kássia Corrêa Castro
Fernanda Linhares de Carvalho Pereira
Filipe Mateus Costa Teixeira
Jorge Costa Ribeiro
Helena Távora de Senna Albuquerque Guimarães
Henrique Martins Aranda Caldeira
Juliana Oliveira Pedrosa
Mariana Fontes Pereira
O aumento no número de idosos nas últimas décadas inaugura novas demandas
principalmente na saúde. Estas mudanças modificaram o perfil epidemiológico no país
promovendo novo padrão de morbimortalidade na população idosa. As doenças
infecciosas constituem uma importante intercorrência clínica em idosos, uma vez que
frequentemente são relacionadas à hospitalização e morte desses indivíduos. O
cumprimento do calendário de vacinas é uma medida de proteção importante, pois,
nessa fase do ciclo da vida, previne uma série infecções específicas. A Organização
Mundial de Saúde (OMS) preconiza a administração de três vacinas: contra Influenza,
Febre Amarela e Difteria-tétano (DT). No Brasil, essas vacinas são oferecidas aos
idosos pelo SUS, que além delas, disponibiliza também a vacina contra a pneumonia.
Sendo assim, o objetivo do seguinte trabalho desenvolvido em Mariana-MG, na
Estratégia Saúde da Família - 01 (ESF-01) de Cabanas, juntamente ao projeto
CuidaIdoso do PET-Saúde, foi verificar e realizar um estudo comparativo do cartão de
vacinas dos idosos que frequentam o projeto e também dos outros idosos da
comunidade que dele não participam. Buscou também promover ações que visem
esclarecer a importância da vacinação regular, ou eventual intercorrências ocasionadas
pela vacinação. Analisando os dados obtidos acerca das vacinas dos idosos participantes
do projeto, e os que não participam, através de visitas domiciliares, foi observado um
número menor de idosos participantes que não possuem o cartão de vacina completo.
Apesar disso, foi possível perceber claramente que a situação vacinal da maioria desses
indivíduos, deixa a desejar, pois apresenta uma, duas, ou três vacinas em falta. Dessas
vacinas, a Febre Amarela é a mais faltante no cartão de vacinas, tal fato pode ser
decorrente a uma taxa de incidência muito pequena dessa doença na região Sudeste e,
por isso, poucos sabem dos reais riscos de se contrair essa doença e quais são seus
sintomas. Já a vacina mais presente no cartão é a Influenza, o que pode ser justificável
pelo fato da grande campanha realizada anualmente pelo Ministério da Saúde sobre a
importância de tal vacina. A difteria também apresenta um padrão de incidência menor
nessa região e seus sintomas são um pouco menos conhecidos, já o tétano é bastante
conhecido e muitos dos idosos já tiveram contato com a doença ou com alguém que a
contraiu, sendo assim, a vacina DT apresentou um padrão de ausência intermediário nos
cartões de vacina. Por fim, a partir das ações e análises desenvolvidas, foi possível
observar como causas de muitos idosos não tomarem as devidas vacinas: o medo, as
inseguranças e o desconhecimento sobre as vacinas e consequente falta de
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esclarecimento acerca da importância das mesmas. Observaram-se ainda, em muitos
casos, a impossibilidade do idoso de se deslocar até o posto de saúde e a falta de
profissionais que possam ir ao domicílio e realizar a aplicação. Conclui-se então, de
fundamental importância, que os profissionais de saúde da ESF-01 de Cabanas tomem
medidas para proporcionar uma maior cobertura vacinal dos idosos e medidas de
esclarecimento sobre as doenças evitáveis por elas.
Palavras-chave: Idosos, Vacinação, Influenza, Difteria-Tétano, Febre Amarela, Saúde.
Referências:
CAÇÃO, João; GODOY, Maria; VILLAS BOAS, Paulo. Vacinação em idosos.Dados
atuais. Disponível em:
<http://www.emv.fmb.unesp.br/PDF/Vacina%E7%E3o%20idoso%20GERP03.PDF>.
Acesso em: 25 fevereiro 2013
GRENZEL, Joice Caroline Miron; CAVALHEIRO, Diênifer Jaqueline; BERTOTTI,
Cristiane. A adesão dos idosos à vacina contra Influenza em uma Estratégia de
Saúde da Família de Cruz Alta-RS.
Disponível em: <http://www.unicruz.edu.br/seminario/artigos/saude/
A%20ADES%C3%83O%20DOS%20IDOSOS%20A%20VACINA%20CONTRA%20I
NFLUENZA%20EM%20UMA%20ESTRAT%C3%89GIA%20DE%20SA%C3%9AD
E%20DA%20FAM%C3%8DLIA%20DE%20CRUZ%20ALTA%20.pdf>. Acesso em:
25fevereiro 2013.
GARGUERRA et al. Cobertura vacinal contra influenza em idosos: um estudo
retrospectivo descritivo no município de Ourinhos, 1999-2009.
Disponível em < http://fio.edu.br/cic/anais/2010_ix_cic/pdf/06FAR/05FAR.pdf>
Acesso em:25 fevereiro de 2013
OLIVEIRA, Francisco; MOTTA, Luciana. VACINAÇÃO EM IDOSOS. Disponível
em:
<http://revista.hupe.uerj.br/detalhe_artigo.asp?id=224>. Acesso em: 26
fevereiro 2013.
BRASIL. IBGE, 2008. Projeção da População do Brasil por sexo e idade: 1980-
2050 Revisão 2008.
Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/
projecao_da_populacao/2008/default.sht> Acesso em: 26 fevereiro 2013
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APRESENTAÇÃO ORAL
AVALIAÇÃO SOBRE A ADESÃO AO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
CONTÍNUO – UNIDADE PIEDADE
Gustavo Valadares Labanca Reis
Caroline Ferreira Vieira
Clarissa Queiroz Gonçalves
Eric Morais da Costa Braga
Gabriela Ribeiro Salim Nogueira
Mariane Habib Sales de Paula
Introdução: Para que a Unidade de Atenção Primária à Saúde se organize de forma a
solucionar os problemas da população atendida, é necessário, primeiramente, que sejam
diagnosticadas as necessidades básicas da população. Partindo desse ponto e com base
nas visitas realizadas à Unidade Piedade no período de 12 de dezembro de 2012 a 27 de
março de 2013, percebeu-se a importância de ações que visem aumentar a adesão da
população ao tratamento medicamentoso de uso contínuo. Isso resultou na criação do
trabalho “Avaliação sobre a adesão ao tratamento medicamentoso contínuo – Unidade
Piedade”, que apresenta a saúde como tema principal. Entende-se adesão como o grau
de conformidade entre as recomendações dos profissionais de saúde e o comportamento
da pessoa relativamente ao regime terapêutico proposto (HAYNES, 2008). Pode
também ser definida como um conjunto de comportamentos, tais como: tomar a
medicação, seguir dietas ou executar mudanças de hábitos de vida que coincidam com o
regime terapêutico prescrito (ALMEIDA, 2007). Leite e Vasconcelos (2003) relatam
que há adesão quando são seguidas pelo menos 80% das prescrições totais. Objetivo: A
questão da não adesão ao tratamento medicamentoso tem sido muito discutida e
estudada nas últimas décadas e está sendo incluída na lista de preocupações dos
profissionais de saúde, por ser um ponto fundamental para a eficiência do tratamento.
Com base nessa questão, o trabalho realizado na Unidade Piedade consiste em
identificar os principais motivos da não adesão ao tratamento à farmacoterapia contínua
em parte dos moradores da microárea dois (2) comparando essa análise com os dados
existentes na literatura. Posteriormente, a medida de intervenção se baseou em
apresentar os resultados para a equipe, discutir os principais motivos da não adesão ao
tratamento e entregar um folder com informações do que pode ser feito pelos
profissionais para tentar melhorar os níveis de adesão. Métodos: Foram realizadas
entrevistas baseando-se na técnica de amostragem não probabilística de conveniência. A
entrevista é composta de dez perguntas com o objetivo de avaliar os principais motivos
da não adesão ao tratamento com medicamentos de uso contínuo para casos de diabetes,
hipertensão e sofrimento mental. Resultados: A partir da análise dos dados coletados
observam-se diversos aspectos comuns entre a parcela da população do Piedade
entrevistada e os dados abordados na literatura. Constata-se que certas questões, como o
trabalho da equipe de saúde junto ao paciente, a explicação do médico, o conhecimento
da doença, o grau de escolaridade, dentre outras, são determinantes no processo de
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adesão à terapêutica medicamentosa. Conclusão: Os resultados do trabalho foram
apresentados aos agentes comunitárias de saúde para que possam servir como suporte
para realização de novos projetos, no intuito de facilitar a criação de programas de
auxílio farmacoterápico. Dessa forma, espera-se que a intervenção realizada junto à
equipe de saúde venha repercutir em melhorias nos níveis e qualidade de adesão da
população atendida pela Unidade de Atenção Primária à Saúde Piedade.
PALAVRAS-CHAVE: adesão, farmacoterapia, equipe.
REFERÊNCIAS: 1- DIAS, A. M., CUNHA, M., SANTOS, A., NEVES, A., PINTO, A., SILVA, A,
CASTRO, S. (2011). Adesão ao regime Terapêutico na Doença Crônica: Revisão da
Literatura. Millenium, 40: 201‐219.
2- GUSMÃO, J.L., JUNIOR, D.M. (2006) Adesão ao Tratamento – conceitos. Revista
Brasileira de Hipertensão, vol.13(1): 23-25, 2006.
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APRESENTAÇÃO ORAL
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO E DESCRITIVO DOS CASOS DE ABORTO
ESPONTÂNEO NA MICRORREGIÃO DE SAÚDE DOS INCONFIDENTES
George Luiz Lins Machado Coelho
Amanda Leal Brangioni
Danilo Jorge da Silva
Gabriela Barros Luz
Taís Aparecida Coelho
Tamara Resende Costa
Thiago Gabriel Simor
INTRODUÇÃO: Pode-se dizer que índices de aborto são bons indicativos do estado de
fragilidade de determinadas populações, estão intimamente relacionados com fatores
sociais das mesmas e constituem elemento crucial para a tomada de decisões quanto às
ações de saúde a serem desempenhadas por profissionais e autoridades relevantes. A
priori, define-se aborto como “a interrupção da gestação até a vigésima semana ou a
eliminação de feto pesando, no máximo, 500g” (Castro et al, 2008). OBJETIVOS: O
objetivo deste trabalho é apresentar enfoques éticos, sociais, políticos, culturais,
religiosos, médicos e legais relacionados à questão do aborto e avaliar os aspectos
epidemiológicos e descritivos dos casos de aborto espontâneo na Microrregião de Saúde
dos Inconfidentes. MÉTODOS: Para elaboração do trabalho, foram utilizados dados
presentes no sistema de notificação DATASUS para os anos de 2008 a 2012 acessados
entre os dias 03 e 05 de Março de 2012, referentes a internações hospitalares para a
microrregião de saúde dos inconfidentes e dados referentes à sede da macrorregião para
fins comparativos. Foram, também, levantados dados da literatura científica corrente
com o objetivo de esclarecer alguns pontos relacionados à temática do aborto, como:
Questões Éticas Relacionadas ao Aborto, Aborto e Violência Sexual e Aborto na
Adolescência. RESULTADOS: Discrepâncias entre as prevalências para casos de
aborto espontâneo entre os municípios pesquisados foram encontradas. Uma vez que se
sabe que as causas fundamentais que promovem abortos espontâneos são genéticas,
como anomalias cromossômicas, era de se esperar que os resultados plotados em gráfico
para os perfis de aborto apresentassem características similares àquelas observadas para
neoplasias e algumas doenças crônicas às quais as populações estão sujeitas de forma
relativamente homogênea. Em comparação, foi possível observar que os casos de aborto
seguem uma distribuição bastante distinta, o que sugere fortemente que outras causas
estão influenciando a amostra, possivelmente casos de abortos induzidos que são
reportados como abortos espontâneos nos hospitais da rede de saúde dos municípios
afetados. CONCLUSÕES: De acordo com os resultados encontrados, futuras
investigações são necessárias para se delinear os motivos que levam alguns municípios,
em especial o Município de Mariana, a apresentarem os índices de prevalência para os
casos de aborto espontâneo até então observados (amplamente superiores aos atingidos
para os demais municípios).
Palavras chave: Aborto Espontâneo; Epidemiologia Descritiva; Saúde da Mulher.
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Referências:
Castro J. B. V., Fernandes A. B., Carneiro M. M. Perda Gestacional de Repetição in
Ginecologia Ambulatorial baseada em evidências científicas. Editora Médica
Coopmed, 2ed. 2008.
DATASUS, Ministério da Saúde. Sistema de Informações Hospitalares do SUS
(SIH/SUS).
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APRESENTAÇÃO ORAL
FATORES QUE DETERMINAM A PREVENÇÃO E A ADESÃO AO
TRATAMENTO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Rodrigo Pastor Alves Pereira
Bianca Silveira
Francisco Patruz Ananias de Assis Pires
Gustavo Moreira Madeira
Rafael Henrique Aparecido Ferreira
Túlio Felício da Cunha Rodrigues
Nosso projeto tem como cenário a Unidade de Atenção Primária à Saúde, do bairro
Antônio Dias, localizada na Rua Padre Epifânio, 101, tendo como preceptor o médico
da família, Alexandre Silva. O objeto principal de estudo na referida unidade foi a
investigação de possíveis fatores que influenciam e determinam a prevenção e a adesão
ao tratamento de doenças cardiovasculares. Para tanto, realizamos o acompanhamento
de dois pacientes, M.D. (61 anos) e G.N. (82 anos), visando o enriquecimento de nossa
pesquisa, bem como melhora no quadro de saúde de ambos. Dessa forma, os objetivos
do projeto tiveram uma abordagem geral, a descoberta dos fatores, e outra específica, a
observação dos pacientes com o intuito de instruí-los de maneira mais adequada e
promover mudanças nos hábitos de M.D., que prejudicam sua adesão. Aprofundando-se
na questão acima, M.D. possui, entre outros problemas, hipertensão e diabetes, e uma
vida familiar bastante conturbada, tendo que cuidar da mãe doente (Mal de Alzheimer),
e administrar uma casa em que vivem, ainda, seu cônjuge, os seus filhos, e alguns
irmãos. Devido a essa sobrecarga de funções, ela tem muita dificuldade em tratar de si e
seguir as orientações do médico. Já G.N., apresenta como um de seus problemas a
hipertensão, além de ser ex-tabagista e ex-etilista. Passou a aderir ao tratamento
recentemente, possivelmente devido a um declínio repentino de seu quadro de saúde, e à
atuação mais próxima de seu responsável. O acompanhamento dos pacientes deu-se por
meio da observação de consultas conduzidas pelo Dr. Alexandre, e também através de
visitas domiciliares. “As visitas domiciliares são reconhecidas como uma prática de
inquestionável importância não só no descobrimento como na abordagem de problemas,
diagnóstico, busca ativa, prevenção de agravos e promoção de saúde” (NOGUEIRA;
FONSECA, 1997, p. 28). De tal modo, estruturamos uma comparação entre os dois
pacientes e suas condições, a fim de contrapor as perspectivas de cada um e investigar
as circunstâncias essenciais na adesão ou não ao tratamento. E, para conhecer a visão
dos profissionais de saúde, elaboramos algumas perguntas, consideradas cruciais na
compreensão desse problema, e a fizemos a alguns médicos e enfermeiros. Sendo assim,
a partir das informações obtidas com os pacientes, entrevista com os profissionais de
saúde, leitura de artigos e pesquisas, elaboramos uma cartilha informativa, que foi um
meio efetivo de conscientização da população atendida na unidade acerca da
importância da realização de exames preventivos e da adesão ao tratamento. A cartilha
teve como enfoque também as causas e as formas de como evitar o agravamento das
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doenças cardiovasculares. Por fim, chegamos à conclusão de alguns fatores que
exercem influência na adesão ao tratamento, bem como na prevenção. Dentre estes, os
principais são: fatores psicossociais, como o estado mental do paciente e o ambiente em
que se encontra; apoio familiar, fundamental para a manutenção da adesão e prevenção;
além dos fatores culturais, educacionais, e o papel dos profissionais de saúde como
promotores da prevenção e adesão de seus pacientes.
Palavras-Chave: Prevenção e Controle/Visita Domiciliar/Doenças Cardiovasculares;
Referências:
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Caderno de Atenção Primária à Saúde e Rastreamento.
Disponível em: <www.saude.gov.br/bvs> Acesso em 29/03/13.
MAHMUD, Jaber Sad; MANO, Maria Amelia; LOPES, Jose Mauro Ceratti.
Abordagem Comunitária: Cuidado Domiciliar. p. 255 a 264.
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APRESENTAÇÃO ORAL
HISTORICIDADE DA INSTITUIÇÃO SOCIAL HOSPITAL
Adriana Maria de Figueiredo
Ivan Batista Coelho
Isabella Gomes Santos
Lívia Maria de Oliveira Gomes
Luiz Ricardo Mofka Nogueira
Marco Antônio Soares Masma
Rafael Cândido Mota
Vinícius Trevizam Soares
Waleska Giarola Magalhães
Introdução: O termo hospital tem designado um conjunto diversificado de instituições
que visam despender atenção social aos doentes, como maternidades, centro cirúrgicos,
ambulatórios e clínicas. A cada contexto histórico surgiram entidades que visavam
solucionar uma questão social: o que fazer com o doente? Apesar de parecer uma
questão simples, apresenta complexidade em sua resposta pelo fato de ter implicações
coletivas e sociais que, inclusive, dificultaram as tentativas históricas em resolvê-la.
Objetivos: Analisar de forma comparativa as diversas instituições que surgiram ou se
adaptaram para prestar assistência social ao doente e expor as futuras tendências para o
perfil hospitalar a partir das referências atuais. Discussão: A consciência social da
necessidade de se conceder alguma assistência e abrigo ao doente já existia em
civilizações antigas, por isso foram criadas diversas instituições com essa finalidade no
decorrer da História. Porém, a falta de conhecimento científico suficiente
impossibilitou, por muito tempo, a assistência médica. Assim, a introdução da figura do
médico no cenário hospitalar ocorreu à medida que os avanços no conhecimento
científico deram base para isso. A partir do início da Idade Contemporânea as séries
médica e hospitalar convergiram para uma associação praticamente integral, o que
refletiu um fato de figura do médico ter sido alçada à posição de maior destaque técnico
e administrativo do estabelecimento sanitário. Todos esses modelos de algum modo
contribuíram para a instituição Hospital atual. Conclusão: Essas instuituições as quais
foram agrupadas sob a insígnia “Hospital” sofreram (e ainda sofrem) mudanças, ao
longo da história, por influência de fatores externos, podendo ser de natureza social,
política e econômica. Esses moldam o funcionamentos dessas entidades e, por
conseguinte, a forma como o cuidado social é dispensado aos doentes e às doenças.
Referências:
[1]ANTUNES, J. L. F. Hospital: Instituição e História Social. São Paulo: Letras &
Letras, 1991. 166 p.
[2]COELHO, I. B. Os hospitais na reforma sanitária brasileira. Universidade Estadual
de Campinas. Campinas, 2012.
Palavras-chave: História; Hospital; Instituição.
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APRESENTAÇÃO ORAL
ISQUEMIA MESENTÉRICA AGUDA: UMA ABORDAGEM ATUAL
Iuri Kalinine Ferraz de Souza
Antônio Gilson Prates Júnior
Fellype Rodrigues Freitas Lopes
Guilherme Henrique Silveira Teixeira
Janaína Flávia Corrêa Lopes
Mariana Fajardo de Oliveira
Vanessa Nogueira de Paiva
Introdução: A isquemia mesentérica aguda é uma afecção de difícil identificação e
tratamento, consistindo em uma emergência vascular abdominal e que pode ser fatal.
Pode apresentar quatro possíveis etiologias abordadas no presente estudo: embolia
arterial, trombose arterial, trombose venosa e não oclusiva. A fisiopatologia varia de
acordo com a causa, se for oclusiva pode ter como causas principais a oclusão arterial
aguda decorrente principalmente de embolia cardiogênica ou séptica e geralmente
acometem a artéria mesentérica superior. Pode também ter como causa secundária a
formação de trombos no leito vascular arterial ou venoso. A isquemia mesentérica não
oclusiva está associada a estados de baixo débito cardíaco e hipoperfusão tecidual sem
obstrução. Tendo como uma de suas complicações a síndrome da resposta inflamatória
sistêmica e sepse. Objetivos: Realizar uma revisão literária com livros-texto de cirurgia
e anatomia e periódicos do banco de dados online PubMed, relatando a anatomia,
histologia, epidemiologia, fisiopatologia, diagnóstico e tratamento da isquemia
mesentérica aguda. Discussão: A isquemia mesentérica aguda pode se manifestar
clinicamente por meio de dor abdominal súbita, câimbras, náuseas e diarreia entre
outros sintomas muitas vezes ausentes na isquemia mesentérica aguda não oclusiva,
exigindo bom índice de suspeição. Entre as modalidades propedêuticas, podem ser
realizados exames laboratoriais que costumam ser inespecíficos, embora níveis elevados
de leucócitos, lactato e amilase possam auxiliar no diagnóstico e o D-dímero apresenta
importante valor preditivo negativo, vale ressaltar que exames normais não excluem a
isquemia mesentérica aguda. Existem testes promissores como medida plasmática de α-
glutationa S-transferase e concentrações séricas de DNA ainda em estudo. Os exames
de imagem mais comumente usados são a radiografia, a arteriografia, a tomografia
computadorizada, o ultrassom e a ressonância magnética. O tratamento clínico inicial é
defendido por muitos autores com um protocolo comum com reposição volêmica por
meio de solução cristaloide isotônica, monitoramento e correção de possível
desequilíbrio hidroeletrolítico. É sugerido também um monitoramento invasivo do
débito urinário, pressão venosa central e pressão arterial, aplicação de heparina
intravenosa, excluindo-se os casos em que há contraindicações, e por fim, antibióticos
de amplo espectro. O uso de vasopressores pode agravar o quadro. Pode ser seguido
também um protocolo médico adicional dependendo da causa identificada. A
abordagem cirúrgica, por vezes, se faz necessária, mas pode ser precedida ou evitada
por meio de procedimentos endovasculares. Conclusão: A rapidez mostra-se de suma
importância para o diagnóstico, o tratamento e a taxa de sobrevivência. A literatura
frequentemente traz inovações acerca do tema, uma vez que essa doença tem se tornado
cada vez mais recorrente à medida que se aumentam fatores de risco como
envelhecimento da população e aumento de incidência de aterosclerose podendo ter
prognóstico, por vezes, sombrio.
21
Palavras-chave: Isquemia, Oclusão vascular mesentérica, Circulação mesentérica.
Referências
KLAR, E.; RAHMANIAN, P.B.; BÜCKER, A.; HAUENSTEIN, K.; JAUCH K.W.;
LUTHER, B. Acute mesenteric ischemia: a vascular emergency. Dtsch Arztebl Int, v.
109, n. 14, p. 249-56, 2012.
TOWNSEND, C.M. [et al]. Sabiston, tratado de cirurgia. 18a edição. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2009. 2336 p.
22
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHO
NOTES – NATURAL ORIFICE TRANSLUMINAL ENDOSCOPIC SURGERY:
CIRURGIAS ORIFICIAIS
Iure Kalinine Ferraz de Souza
Ana Luiza Leite Costa
Daniela Fernanda de Almeida Santos
Lídia de Souza Braz
Marcella Barbosa Sampaio
Raphael Botelho Sá
Talitha Cristina Maletta de Moura
Introdução: Uma característica intrínseca da prática médica é a constante evolução em
todos os seus ramos de atuação e isso também ocorre na Clínica Cirúrgica. A ampliação
da utilização da laparoscopia e endoscopia contribuiu para o desenvolvimento de uma
nova via de acesso às cavidades torácica/abdominal através de orifícios naturais sem
incisão transabdominal, conhecida por Natural Orifice Translumenal Endoscopic
Surgery (NOTES), ou cirurgias orificiais. Objetivo: Fazer uma revisão da literatura a
respeito do progresso das cirurgia orificiais, das vantagens e limites dessa técnica e da
sua possível aplicabilidade futura. Discussão: Atualmente, as cirurgias orificiais veem
gerando grande interesse e investigação, tanto por cirurgiões quanto pela indústria de
equipamentos médicos. O acesso à cavidade peritoneal ou torácica por meio de incisões
internas e transviscerais em detrimento da incisão transabdominal tem os potenciais
benefícios de minimizar custos associados aos cuidados perioperatórios, reduzir a dor
pós-operatória e as complicações de feridas, melhorar o resultado estético, reduzir a
resposta imune e fisiológica à cirurgia, dentre outros. Por outro lado, embora a cirurgia
transluminal tenha potencialmente menor risco de complicações relacionadas às
incisões como infecções de ferida operatória, aderências, hérnias e possível prejuízo a
função imunológica, algumas questões precisam ser esclarecidas e dificuldades
contornadas, particularmente quanto ao fechamento da parede visceral, o controle da
infecção e a falta de equipamentos e instrumentais apropriados. Conclusões: cirurgias
orificiais prometem uma inovadora era de cirurgias minimamentes invasivas baseada
nas técnicas tradicionais de laparoscopia e endoscopia. Pesquisadores de todo o mundo
têm investigado maneiras de melhorar os procedimentos cirúrgicos orificiais com o
objetivo de torná-los amplamente praticáveis e seguros.
Com desenvolvimento
cuidadoso de equipamentos e técnicas, a modalidade de cirurgias orificiais tende a
tornar-se opção razoável aos procedimentos laparoscópicos convencionais, podendo,
inclusive, passar a configurar método de escolha para procedimentos cirúrgicos
selecionados no futuro.
Palavras-chave: NOTES; endoscopia; laparoscopia.
Referências:
MENDES, E.R.S.M. NOTES: Novo paradigma cirúrgico? [Tese de Mestrado].
Arquivos Portugueses de Cirurgia. Porto. Faculdade de Medicina da Universidade do
Porto. Abril, 2011. Disponível em: <http://repositorio-
aberto.up.pt/bitstream/10216/62167/2/NOTES.pdf>. Data do acesso: 19 fev. 2013.
23
SANTOS, B.F., HUNGNESS, E.S. Natural orifice translumenal endoscopic surgery:
Progress in humans since white paper. World J Gastroenterol. 17(13):1655-1665. 2011.
Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21483624>. Data do acesso: 07
mar. 2013.
24
APRESENTAÇÃO ORAL
O TRATAMENTO DO PACIENTE DIABÉTICO EM OURO PRETO E REGIÃO E
AS MUDANÇAS DE VIDA QUE ENFRENTA
Fabiana Alves Nunes Maksud
Jaqueline Iara Doneda
Jorge Yamamoto
Lucas Alves
Lucas Villaça
Rubia Santos Freitas
Victor Luiz Franco
Victor Verona.
Introdução. A diabetes (principalmente a diabetes mellitus) tem sido um grande
desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo porque tem se mostrado uma
epidemia mundial. Por ser uma doença contemporânea que afeta grande parte da
população, ela merece ser estudada, bem como os meios fornecidos pelos sistemas
público e particular de saúde para tratá-la. O governo federal oferece, por meio do SUS,
atendimento aos diabéticos com o programa HIPERDIA. Esse programa atende
diabéticos e hipertensos e tem como objetivos principais: possibilitar a Gestão do
Cuidado com a vinculação do portador à unidade básica ou equipe de saúde através do
cadastro e atendimento desses portadores, monitorar de forma contínua a qualidade
clínica e o controle desses agravos e seus fatores de risco na população assistida e
fornecer informações gerenciais que permitam subsidiar os gestores públicos para
tomada de decisão para a adoção de estratégias de intervenção gerais ou pontuais.
Objetivo. O objetivo do trabalho foi compreender o funcionamento do Sistema
HIPERDIA e também qual é o apoio que o governo dá a estes doentes crônicos,
principalmente na região em que estudamos (Ouro Preto). Além disso, procuramos
entender quais são as mudanças de vida enfrentadas pelo paciente diabético a partir do
momento que descobre a doença, não deixando de ressaltar que existem vários tipos de
diabetes e nem todos eles são alvo do programa HIPERDIA. Métodos. Este trabalho foi
pautado na leitura de artigos sobre o tratamento da diabetes mellitus, na entrevista de
pessoas ligadas a estes doentes (médicos, enfermeiros e pessoas diretamente ligadas ao
HIPERDIA). Os resultados das pesquisas foram reunidos e os dados comparados para
melhor avaliar a maneira como o diabético é tratado na região de Ouro Preto, Minas
Gerais. Resultados. Pudemos perceber que o sistema HIPERDIA fornece apoio aos
diabéticos que necessitam de atendimento da saúde pública e instrumentaliza a
Vigilância à Saúde pois provém informações que permitem conhecer o perfil
epidemiológico do diabetes mellitus, seus fatores de risco e seus complicadores na
população. Os profissionais de saúde têm papéis singulares no tratamento do diabético.
O médico deve se fazer presente desde o diagnóstico até o acompanhamento mês a mês
do controle glicêmico. Juntamente com o médico, um nutricionista deve interferir para
que o diabético mude seus hábitos alimentares de maneira correta e controlada. A
atuação do enfermeiro é referenciada devido ao fato da resistência de muitos usuários
25
em realizar o tratamento, o que pode resultar em complicações e dificuldades de
realização de atividades simples da vida diária. Nota-se uma mudança drástica no dia a
dia da pessoa que foi diagnosticada como tendo diabetes, principalmente diabetes
mellitus do tipo 1 (insulinodependente). A pessoa tem de mudar os hábitos alimentares,
as horas em que come, lembrar-se sempre de ministrar a insulina e de tomar os remédios
via oral, além de sempre monitorar a taxa glicêmica. Conclusão. Concluímos que todos
os profissionais de saúde são importantes no tratamento do diabético para que haja o
controle glicêmico correto e aceitação das mudanças nos hábitos diários. Um
atendimento falho de um destes profissionais compromete o controle da diabetes do
paciente, porque, por exemplo, ele pode deixar de seguir a alimentação prescrita pelo
nutricionista ou deixar de injetar a insulina nos momentos corretos e assim
comprometer a manutenção da taxa glicêmica em níveis saudáveis.
Palavras-chave
HIPERDIA, Diabetes Mellitus, tratamento.
Referências
LEITE, Silmara A. Oliveira Leite et al. Pontos Básicos de um Programa de Educação
ao Paciente com Diabetes Melito Tipo 1. Arq. Bras. Endocrinol Metab. 2008; 52,2.
BARSAGLINI, R.A. Socio-anthropological analysis os living with diabetes: a case
study. Interface – Comunic., Saúde, Educ., v. 12, n. 26, p. 563-77, jul./set. 2008
26
APRESENTAÇÃO ORAL
PERITONITE TERCIÁRIA: MANEJO E REPERCUSSÕES CLÍNICAS
Diego Luiz Guimarães Lacerda
Maíra Lucília Monteiro Ferreira
Marcos Rodrigues da Silva
Rafaela Gontijo Manso
Renato de Oliveira Milagres
Renato Gomes de Souza Nascimento
Introdução: A peritonite é definida como um processo inflamatório na cavidade
abdominal causado por um irritante ou um micro-organismo tal como bactérias, fungos,
vírus, drogas ou corpos estranhos. A peritonite pode ser classificada em três grandes
grupos: peritonite primária, secundária e terciária. A peritonite primária ocorre na
ausência de um desarranjo anatômico identificável e tem uma baixa incidência em
unidades de cuidados intensivos cirúrgicos. A mais frequente é a peritonite secundária,
que é definida como uma infecção da cavidade peritoneal resultante da perfuração,
ruptura anastomótica, necrose isquêmica ou outras lesões do trato gastrointestinal. A
peritonite terciária é menos comum e é definida como uma infecção recorrente ou
persistente grave intra-abdominal após o tratamento aparentemente adequado de uma
peritonite primária ou secundária. Objetivos: Apresentar e discutir uma revisão dos
mais recentes estudos sobre a peritonite terciária enfatizando o manejo dessa entidade
clínica. Discussão: Os fatores de risco para o estabelecimento da peritonite terciária
são: desnutrição, comorbidades, pontuação alta em escalas clínicas de gravidade,
presença de micro-organismos resistentes ao tratamento com antibióticos e falência de
múltiplos órgãos. Em relação às manifestações clínico-laboratoriais, a maioria dos
pacientes com peritonite terciária terão febre e leucocitose, enquanto outros sinais de
infecção podem estar ausentes ou mesmo de difícil identificação clínica, exigindo o
conhecimento e alto grau de suspeição clínica pelo profissional médico. O principal
achado laboratorial na peritonite é o aumento do número de leucócitos no líquido
peritoneal acima de 100 células/mm3. A propedêutica com exames de imagem deve ser
iniciada com a avaliação radiológica, partindo da radiografia abdominal em decúbito
dorsal e em ortostatismo. Em seguida, pode-se lançar mão da ultrassonografia de
abdômen, tomografia computadorizada, e, em alguns casos, arteriografia e ressonância
magnética. Em relação ao tratamento, os pilares são as medidas de suporte sistêmicas, o
tratamento antimicrobiano e o tratamento cirúrgico. O manejo da peritonite terciária
deve ser feito em Unidade de Tratamento Intensivo e deve ser realizado por equipe
interdisciplinar. O paciente requer suporte metabólico e nutricional, bem como cuidado
hemodinâmico e respiratório. Conclusões: As manifestações clínicas da peritonite
terciária não são exuberantes, logo, a propedêutica adequada e o elevado grau de
conhecimento do médico são fundamentais para estabelecimento de correto tratamento
para o quadro, em vista da elevada mortalidade da condição. Esse correto manejo
envolve uma equipe interdisciplinar e um tratamento de suporte de qualidade, sendo
fundamental o diagnóstico e a terapêutica precoces, diminuindo a morbi-mortalidade
dos pacientes.
Palavras-chave: Peritonite, fatores de risco, diagnóstico.
Referências:
27
1. MONSENATO, P. Peritonite por Candida albicans. Jornal Português de
Gastroenterologia 18: 239-242, 2011.
2. SOLOMKIN J.S., MAZUSKI J.E., BRADLEY J.S., RODVOLD K.A.,
GOLDSTEIN E.J.C, BARON E.J., et al. Diagnosis and Management of Complicated
Intra-abdominal Infection in Adults and Children: Guidelines by the Surgical
Infection Society and the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis.
2010; 50:133–64.
28
APRESENTAÇÃO ORAL
PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS À BEIRA DO LEITO: REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
Iure Kalinine Ferraz de Souza
Bernardo Pinto Coelho Keuffer Mendonça
Débora Camargos de Lima
Edith Márcia Valadares Silva
Simone Floresta Leal
Thiago Pereira Andrade
Vinícius Nobre Flávio
Introdução: Os procedimentos cirúrgicos à beira do leito estão se expandindo
rapidamente em volume e complexidade. Porém, ainda há uma escassez de dados em
relação à avaliação do custo benefício dessas cirurgias quando comparadas aos
procedimentos realizados no bloco cirúrgico. Objetivos: Realizar uma revisão na
literatura sobre o tema “Procedimentos cirúrgicos à beira do leito”, com enfoque nos
principais procedimentos cirúrgicos que são realizados fora do bloco cirúrgico, por meio
de um estudo detalhado do tema, buscando informações sobre os tipos de
procedimentos, as técnicas empregadas, a segurança, o risco benefício, as indicações, as
implicações clínicas e as posteriores consequencias dessas abordagens cirúrgicas
realizadas à beira do leito. Metodologia: Realizou-se um levantamento de artigos em
periódicos por meio bases de dados LILACS, PUBMED e SCIELO. Foram utilizados
como descritores da pesquisa: “bedside surgical procedures”, “Tracheostomy”,
“Abdominal Compartment Syndrome”, “Gastrostomy and jejunostomy” .Além disso,
foram utilizados livros texto de cirurgia. Resultados: Em particular, a introdução de
conceitos como controle de danos e relaparotomias programadas ao tratamento das
catástrofes abdominais, bem como a indicação de laparotomias descompressivas para o
controle da Síndrome Compartimental Abdominal (SCA), levaram à necessidade de
procedimentos abdominais freqüentes e repetitivos, capazes de serem executados com
segurança e eficiência, no leito do paciente. Relatos anteriores de análise combinada de
procedimentos comuns à beira do leito, incluindo a traqueostomia percutânea por
dilatação (TPD), a gastrostomia endoscópica percutânea (GEP), o posicionamento de
filtros da veia cava inferior (VCI) e as laparotomias, demonstraram índices de
complicação similares aos observados na sala de cirurgia, mas com redução
significativa em termos de custos. No leito, inclusive, essas técnicas evitam os riscos e
as dificuldades decorrentes do transporte para a sala de cirurgia. Os protocolos e as
práticas de segurança definidos para os procedimentos operatórios à beiro do leito
devem estar em vigor para assegurar a execução segura, com índices reduzidos de
infecção, garantia de conforto e sedação adequada. As diretrizes de tratamento, os
protocolos e os métodos cirúrgicos padronizados precisam ser definidos antes da
execução de rotina de procedimentos operatórios á beira do leito. Os procedimentos
29
executados à beira do leito incluem, na maioria das vezes, traqueostomia percutânea e
aberta, colocação de tubos de gastrostomia endoscópica percutânea (GEP) ou de
gastrojejunostomia, desbridamentos de partes moles, laporatomia de descompressão
para hipertensão abdominal, washout e remoção de tamponamento após laparotomia de
controle de danos, colocação de filtros de veia cava inferior (VCI) e procedimentos
ortopédicos de controle de danos. Conclusão: Alguns procedimentos cirurgicos podem
ser realizados a beira do leito de forma simples e segura quando realizados por equipe
experiente em condições controladas. Dessa forma, devem ser considerados como uma
opção para pacientes em terapia intensiva.
Palavras-chave: Leito - Cirurgia - Unidades de Terapia Intensiva - Procedimentos
cirúrgicos
Referências:
Towsend CM, Beauchamp RD, Evers BM, Mattox KL. Sabiston -Tratado de
Cirurgia: As bases biológicas da prática cirúrgica moderna. 18a ed. Rio de Janeiro:
Elservier: 2009.
Diaz JJ Jr, Mejia V, Subhawong AP, et al. Protocol for bedside laparotomy in
trauma and emergency general surgery: a low return to the operating room. Am
Surg. 2005;71(11):986-991.
30
APRESENTAÇÃO ORAL
“PROJETO MÃES DE ANTÔNIO PEREIRA”
A EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO CUIDADO À GESTANTE, À PUÉRPERA E AO
RECÉM-NASCIDO.
Adriana Maria de Figueiredo
Carolina de Almeida e Silva
Flávia Padua Tavares
Iara Proença Xavier
Janaína Jubé Uhlein
Linamar Sant'Ana Salomé Machado
Lorena Caroline Lima de Oliveira
Introdução: A gravidez e o parto são acontecimentos sociais. Corresponde a um
processo singular e especial, o qual envolve a vivência reprodutiva de mulheres e
homens, integrando também suas famílias e comunidade (...). A assistência pré-natal
tem por objetivo principal acolher a mulher desde o início de sua gravidez, período de mudanças físicas e emocionais vivenciado, de maneira distinta, por cada gestante.
(PADILHA et al., 2011). Observamos que na Unidade de Antônio Pereira todo o
acompanhamento pré-natal das gestantes é baseado nas consultas individuais com a
médica e a enfermeira, e faltam ações coletivas voltadas à educação e orientação em
saúde. Objetivos: O objetivo principal do trabalho foi promover às gestantes e
puérperas orientação e educação em saúde dentro de um cenário intimista e acolhedor,
complementando a assistência pré-natal oferecida individualmente pela equipe da UBS.
Neste processo objetivamos também atrair as gestantes à Unidade Básica de Saúde para
que pudessem compreender que a UBS é o local a ser procurado sempre que surgirem
dúvidas ou receios quanto à gestação. Metodologia: Em um primeiro momento
realizamos uma série de visitas domiciliares nas quais buscamos compreender o ponto
de vista das gestantes da região, anotando suas dúvidas para posterior pesquisa e
embasamento do nosso projeto. Escolhemos então intervir junto a esta comunidade por
meio da realização de dois grupos operativos, nos quais foram abordados temas
relacionados ao processo gestacional, como: bem-estar na gestação, cuidados com o
corpo, posições para dormir, medicamentos e alimentação, alterações emocionais e
cuidados com o recém-nascido. Conduzimos cada tema informando e esclarecendo
dúvidas, além de realizarmos dinâmicas para troca de experiências e alongamentos
ministrados por um professor de educação física. Elaboramos também uma cartilha com
os principais tópicos tratados, disponibilizando-a na UBS para que seja distribuída às
gestantes, puérperas e demais interessados pelo assunto. Resultados e discussões:
Acreditamos que nossos objetivos no projeto foram alcançados, pois nossa intervenção
junto ao grupo de gestantes de Antônio Pereira foi útil na orientação e esclarecimento
destas mulheres, complementando a assistência oferecida pela UBS. Além disso,
mesmo com a finalização do nosso trabalho, o projeto terá continuidade pelas
integrantes do PET Saúde, com auxílio da equipe de saúde da UBS, e serão realizados
semanalmente grupos de assistência coletiva, o que acrescentará à intervenção que
fizemos com as gestantes, mostrando-se importante processo integrador entre a Unidade
de Saúde e a comunidade. Conclusões: Ao final de nossas atividades, após ter a
oportunidade de conhecer e presenciar o funcionamento de uma Unidade Básica de
Saúde foi possível perceber o quanto é importante a promoção de atividades que
31
complementem a assistência médica tradicional. Como futuras profissionais de saúde,
esperamos contar com esta experiência para que, ao longo de nossa carreira, saibamos
valorizar o processo de orientação e esclarecimento dos pacientes, buscando assim uma
intervenção que traga resultados positivos à comunidade a qual estamos inseridas.
Palavras-chave: gestantes; orientação; intervenção.
Referências
FIGUEIREDO, P.P. de; ROSSONI, E. O acesso à assistência pré-natal na atenção
básica à saúde sob a ótica das gestantes. Rev Gaúcha Enferm. n. 29, v. 2, p. 238-
45,2008. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/23595>. Acesso em:
05/02/2013.
PADILHA, J., F., et al.,A Saúde da Mulher e Assistência a Gestante no Sistema
Único de Saúde (SUS): uma revisão bibliográfica. Rio Grande do Sul, maio a julho
de 2011. Disponível em:
<http://www.unifra.br/eventos/forumfisio2011/Trabalhos/1625.pdf>. Acesso em:
06/02/2013
32
APRESENTAÇÃO ORAL
PROJETO EDUCARE: EDUCAÇÃO EM SAÚDE VOLTADA PARA
PARTICIPANTES DO PROJETO HIPERATIVE, EM PASSAGEM DE MARIANA -
MG
Adriana Maria de Figueiredo
Marismênia Tavares
Breno Muriel de Oliveira Fonseca
Bruna Ferraz Lima
Daniel Magalhães Nobre
Fernanda Pinheiro Manhães
Introdução - Através de uma parceria com os integrantes do PET (Programa de
Educação Tutorial) da Unidade de Atenção Primária à Saúde Oswaldo Guimarães,
situada em Passagem, Mariana-MG, criação de projeto em que se preconiza a
importância da educação em saúde para promoção da melhoria na qualidade vida de
diversos usuários Unidade de Saúde da região que apresentam Hipertensão Arterial
Sistêmica, bem como fazer deste projeto uma espécie de ferramenta para exercitar um
aproveitamento melhor do tratamento destas pessoas. Em âmbito acadêmico, promover
o aprendizado dos alunos enquanto estudantes de medicina, a partir de ações práticas
envolvendo as disciplinas ministradas no curso. Objetivos - Contribuir e participar das
atividades na comunidade visando a melhoria da qualidade de vida destes indivíduos;
coordenar e participar de ações coletivas voltadas à educação em saúde, promoção da
saúde e prevenção de doenças por meio de reeducação alimentar, informações sobre
doenças e exercícios físicos de baixa intensidade, como alongamento e caminhada; e
consolidar vínculo da comunidade com a unidade de saúde local; Promover o
aprendizado dos alunos enquanto estudantes de medicina, a partir de ações práticas envolvendo as disciplinas ministradas no curso. Metodologia - Apresentações de temas
relacionados com o cotidiano dos participantes, realização de palestras e encenações que
proporcionem a educação em saúde, visando a melhoria da qualidade de vida física e
mental dos indivíduos do grupo focal. Despertar no grupo reflexões para a discussão de
como é essencial a mudança de hábitos cotidianos para a manutenção de uma vida
saudável. Resultados - Acredita-se que o estreitamento de laços afetivos entre os
integrantes do grupo foi essencial para a manutenção do projeto e da frequência semanal
dos participantes. Em um questionário respondido pelos participantes no final dos
trabalhos, ficou evidente que os objetivos com relação a reeducação parecem ter sido
alcançados e que eles não só entenderam a importância das atividades físicas na
melhoria da qualidade de vida, como também acham que as atividades deveriam ser
realizadas pelo menos duas vezes por semana, e não somente uma vez, como ocorre
atualmente. Conclusão - Foi possível perceber uma adesão significativa ao projeto dos
pacientes mais idosos do sexo feminino. As atividades desenvolvidas pelos discentes
além de proporcionar melhoras, em longo prazo, no condicionamento físico dos
participantes, parece estar funcionando como uma fonte de afeto, principalmente para
aqueles idosos que passam a maior parte do tempo só.
Palavras-chave: Hipertensão; Educação em Saúde; Promoção da Saúde.
REFERÊNCIAS:
33
Sociedade Brasileira de Cardiologia / Sociedade Brasileira de Hipertensão / Sociedade
Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol
2010; 95(1 supl.1): 1-51;
MONTEIRO, Maria de Fátima; FILHO, Dário C. Sobral. Exercício físico e o controle
da pressão arterial, Rev Bras Med Esporte vol. 10, Nº 6 – Nov/Dez, 2004.
34
APRESENTAÇÃO ORAL
PROJETO MOVIMENTE-SE: INCENTIVO À PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS
AOS PACIENTES HIPERTENSOS E/OU DIABÉTICOS DA UNIDADE DE
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE CAIC EM CACHOEIRA DO CAMPO, OURO
PRETO, MG.
Rodrigo Pastor Alves Pereira
Cícero Augusto Alves Araújo
Carla Gomes de Paiva
Larissa Meireles Braga
Lauanny Ribeiro Aguiar
Ligiane Figueiredo Falci
Ludmila Moreira Cruz
Identificação do Problema: A prática de atividades físicas é essencial para o controle
da hipertensão e do diabetes, conforme explicitado por Reis et al. (2012). Apesar disso,
muitas pessoas acometidas por essas doenças não incluem atividades físicas em seu
cotidiano. Cenário: Vários pacientes hipertensos e/ou diabéticos da Unidade de
Atenção Primária à Saúde (UAPS) CAIC – especificamente os adscritos na equipe
Nova Aliança – não praticam atividades físicas apesar de existir, na região, um grupo de
ginástica gratuito e de responsabilidade pública, dirigido por profissionais do Núcleo de
Apoio à Saúde da Família (NASF). Desenvolvimento: Lançando mão de uma amostra
não probabilística do tipo intencional, por meio de visitas domiciliares em companhia
das agentes comunitárias de saúde (ACS), realizaram-se entrevistas abertas, compostas
por cinco questões discursivas, as quais visavam definir o conceito de atividade física,
os benefícios atribuídos a ela no que diz respeito à saúde, a adesão à prática de
atividades físicas e o conhecimento da existência do grupo de ginástica na comunidade.
Os dados coletados foram analisados mediante o estabelecimento de categorias
analíticas. Ao todo foram entrevistados quarenta e oito pacientes, sendo que vinte e
nove deles declararam não praticar nenhuma atividade física e vinte e dois afirmaram
não conhecerem o grupo de ginástica. Uma vez feita a intercessão entre esses dados,
reiterou-se a visita a doze pacientes que não praticavam atividades físicas, bem como
não conheciam o grupo de ginástica. Esse retorno, baseado em explicações sobre a
importância das atividades físicas no tratamento de hipertensão e diabetes, foi
fundamentado na entrega de panfletos informativos embasados nos conhecimentos
extraídos do artigo de Reis et al. (2012) e do Caderno de Atenção Básica número 27
(2010). Aos pacientes revisitados, se propôs o agendamento de avaliações médica e
física na mesma data, a fim de que o atestado necessário para sua inserção no grupo de
ginástica fosse liberado em um único comparecimento à unidade. Além disso, foram
confeccionados cartazes (afixados pelas ACS em vários pontos da região) e um vídeo
propaganda (exibido na recepção da UAPS CAIC) incentivando a prática de atividades
físicas por pacientes hipertensos e/ou diabéticos da comunidade e convidando-os a
participarem do grupo de ginástica. Principais Resultados: Apenas cinco pacientes
concordaram em marcar as avaliações. Dentre esses, quatro compareceram às consultas
e, até o presente momento, somente um ingressou nas aulas de ginástica. Conclusões: A
prática de atividades físicas regulares é uma eficiente aliada no tratamento de
hipertensão e diabetes. Entretanto, essa concepção ainda não é internalizada pela
maioria daqueles que poderiam ser os principais beneficiários dela. É preciso criar
novas maneiras de atrair pacientes hipertensos e/ou diabéticos para a prática de
35
atividades físicas, bem como divulgar mais o grupo de ginástica do NASF, pois quase
50% dos entrevistados não sabiam da existência dele.
Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde; Doença Crônica; Ginástica.
Referências
Reis, S. M.; Ferreira, V. R. F.; Prado, F. L. e Lopes, A. M. C. Análise da Resposta
Pressórica Mediante Exercício Físico Regular em Indivíduos Normotensos,
Hipertensos e Hipertensos-Diabéticos. Revista Brasileira de Cardiologia. Julho/agosto
2012;25(4):290-298. Disponível em:
http://xa.yimg.com/kq/groups/22682054/2054871415/name/miolo+Rev+Bras+Cardiol+
2011225(4).- Acessado em 5 de março de 2013.
Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. As Diretrizes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família. – Brasília: Ministério
da Saúde, 2010. Caderno de Atenção Básica número 27. Disponível em
http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/cab27 -
Acessado em 23 de fevereiro de 2013.
36
APRESENTAÇÃO ORAL
PROJETO VELHOS AMIGOS
Rodrigo Pastor Alves Pereira
Henrique Resende Rodrigues
Luana Almeida Silveira
Luisa Guimarães Hofner
Pedro Fonseca Abdo Rocha
Sávio Henrique de Souza Almeida
Identificação do problema: A dificuldade na obtenção de remédios na rede pública de
saúde por parte de muitos idosos em Cachoeira do Campo (distrito de Ouro Preto,
Minas Gerais) é o fator motivador do Projeto Velhos Amigos. Médicos de Equipes de
Saúde da Família prescrevem medicamentos que são, em grande parte, distribuídos
gratuitamente pela Assistência Farmacêutica Básica do Sistema Único de Saúde. Porém,
quando estas farmácias situam-se em locais de difícil acesso, configura-se um obstáculo
para que muitos idosos consigam buscar seus remédios regularmente, sobretudo aqueles
que possuem saúde mais debilitada. Cenário: A Unidade de Atenção Primária à Saúde
“Bem Viver”, localizada em Cachoeira do Campo, bem como a comunidade atendida
por ela, compõem o cenário do projeto. A unidade atende cerca de 580 idosos. A área
que a unidade atua é extensa e há idosos distribuídos por toda ela. Muitos deles têm
dificuldade de buscar os seus remédios na farmácia do Sistema Único de Saúde,
localizada na Unidade de Pronto Atendimento do distrito, que é distante unidade. Obter
mensalmente os seus remédios é um desafio para esses idosos, porque a maioria mora
sozinha e muitos são impossibilitados de se locomover por longas distâncias.
Desenvolvimento: Dentro do contexto do difícil acesso a essas farmácias, o Projeto
“Velhos Amigos” visa não somente solucionar o impasse dos idosos que não
conseguem buscar regularmente seus remédios, mas promover a integração social por
meio de uma rede de solidariedade. De um lado desta rede estão os próprios idosos que
pertencem ao grupo focal do projeto. Do outro lado, estão os voluntários que se
prontificaram em buscar mensalmente os remédios desses idosos. Essa rede apresenta-
se como uma nova opção de relação social para os idosos e, portanto, é uma
oportunidade de integração para eles. Os idosos não são apenas alvo de colaboração do
projeto, mas também colaboram compartilhando suas experiências de vida. Algumas
destas experiências foram contadas por eles e filmadas para construir um vídeo que será
divulgado na comunidade. Essa é uma forma de demonstrar a importância dos idosos
dentro da comunidade e apontar que eles merecem sua atenção. Principais Resultados:
A realização do Projeto “Velhos Amigos" conseguiu ativar uma rede de solidariedade
que atua em dois âmbitos: um farmacológico e outro social. Os idosos participantes
receberão mensalmente seus medicamentos, permitindo um tratamento médico correto.
Além disso, esses idosos e os voluntários agora formam um novo grupo social, que tem
como meta incentivar as relações de amizade entre as pessoas das comunidades de
37
Cachoeira do Campo. Conclusão: A integração social pode ser interpretada como a
frequência e intensidade dos contatos sociais. Neste sentido, a socióloga Marília Pontes
Ramos diz que os contatos sociais “também reforçam um sentimento de pertencimento
perante a sociedade, que afeta positivamente a saúde dos indivíduos”. Dessa forma, o
Projeto Velhos Amigos apresenta-se como uma forma eficaz de promover a saúde de
idosos através de uma rede de solidariedade que amplia seus convívios sociais, além de
garantir que recebam seus medicamentos regularmente.
Palavras chave: “Atenção Primária à Saúde”, “medicamentos” e “idosos”.
Referências
Ramos, M. P. Apoio social e saúde entre idosos. Sociologias, Porto Alegre, ano 4, no 7,
jan/jun 2002, p. 156-175.
Selli, L.; Garrafa, V.; Junges, J. R. Beneficiários do trabalho voluntário: uma leitura a
partir da bioética. Revista de Saúde Pública 2008; 42(6): 1085-9
38
APRESENTAÇÃO ORAL
REFLEXÃO SOBRE A EXPERIÊNCIA DA MORTE E DO LUTO
Francisco Moura
Bernardo Avila Maia
Larissa Silveira Gusmão
Mariana Oliveira Teixeira
Matheus Thomé Pinheiro
Neila Caroline Alves Amaral
Talita Ribeiro Monteiro
Esse artigo faz uma reflexão sobre as fases da morte e se baseia no livro da autora
Elisabeth Kübler-Ross intitulado “Sobre a morte e o morrer”. A autora mostra que a
mudança no perfil demográfico mundial levou também a uma alteração nas doenças
prevalentes, e consequentemente, alterou as causas de morte. Se no século passado as
pessoas morriam de doenças infecciosas, o surgimento da vacina e outras melhorias no
campo da saúde levaram a população ao envelhecimento. Com isso, aumentou o número
de vítimas de tumores e doenças crônicas, além do número de pacientes com distúrbios
psicossomáticos e problemas de comportamento. Kübler-Ross conseguiu perceber que
pacientes em estágios terminais, e inclusive as pessoas que se mantêm próximas durante
esse estágio, passam por um processo comum, que é dividido em fases: negação e
isolamento, raiva, barganha, depressão e aceitação. O objetivo do artigo é descrever
esses estágios, caracterizando o processo pelo qual o doente passa, para que os
profissionais de saúde tenham conhecimento necessário para auxiliá-lo. Para isso, é
necessária a compreensão dos conceitos que tangenciam essa temática, como o luto, a
morte e a melancolia. Segundo Sigmund Freud, o luto consiste a reação à perda de um
ente querido ou a perda de algo abstrato que ocupa o lugar de um ente querido, ou seja,
o sentimento de perda pode acontecer por qualquer objeto ao qual seja impresso valor
sentimental. É um processo longo e doloroso, mas necessário e natural e, muitas vezes,
pode haver um agravamento que, então, passa a ser denominado melancolia – estágio
patológico-, fase em que há esvaziamento do ego e dos valores individuais. O luto só é
vencido a partir do momento em que há desligamento do objeto e substituição do que
foi perdido. A partir da análise das fases da morte, o artigo propõe a discussão sobre a
eutanásia correlacionada à fase de aceitação. Uma vez que, durante esse período o
paciente passa a aceitar sua condição, ou seja, conforma-se com a morte eminente. O
que significa que compreender esse processo pressupõe experimentá-lo, daí a
dificuldade por aqueles que não passaram pelos estágios em aceitar e entender a opção
por interromper a vida por própria vontade. Dessa forma, a eutanásia se opõe as outras
práticas, como a distanásia e a ortotanásia, justamente por oferecer uma alternativa de
findar a dor e o sofrimento do paciente, por meio da morte intencional. . Por isso, esse é
um assunto delicado e que possui fortes argumentos em vários âmbitos, como o médico,
o psicológico, o social, o religioso, o emocional e o ético.
Palavras-chaves: Luto, Morte, Eutanásia.
Referências:
FREUD, Sigmund, 1856-1939. Obras psicológicas completas de Sigmund Freud :
Edição Standard Brasileira / Sigmund Freud; Com comentários e notas de James
Strachey; em colaboração com Ana Freud; assistido por Alix Strachey e Alan Tyson;
39
Traduzido do alemão e do inglês sob a direção geral de Jayme Salomão – Rio de
Janeiro: Editora Imago, 1996. Volume XIV, capítulo “Luto e Melancolia”.
KÜBLER – ROSS, Elisabeth, 1926. Sobre a morte e o morrer: o que os doentes
terminais têm para ensinar a médicos, enfermeiras, religiosos e aos seus próprios
parentes / Elisabeth Kübler-Ross ; [tradução Paulo Menezes]. 9ª edição – São Paulo:
Editora WMF Martins Fontes, 2008.
40
APRESENTAÇÃO ORAL
TRATAMENTO CIRÚRGICO DO MEGAESÔFAGO CHAGÁSICO
Iure Kalinine Ferraz de Souza
Bárbara Furquim Werneck Campos Valadão
Leandro César Soares Ferreira
Lívia Caetano Vasquez
Lucas Leandro Araujo Silva
Sâmara Corrêa Silva
Sanny Kemelly Miquelante Yoshida
Introdução: megaesôfago chagásico é uma das principais manifestações digestivas da
forma crônica da Doença de Chagas. Sua patogenia envolve a destruição dos plexos
nervosos mioentéricos pelo Trypanosoma cruzi. No Brasil, essa doença ainda constitui
problema de saúde pública e, atualmente, sua forma crônica - da qual faz parte o
megaesôfago - é a mais comumente encontrada. Estima-se que ao menos 4% dos
chagásicos brasileiros apresentem essa alteração (cerca de 300.000 doentes). O
megaesôfago é graduado de acordo com o diâmetro transverso do órgão, variando de I a
IV. Seu tratamento é cirúrgico e essa classificação auxilia a escolha da operação.
Objetivos: Por meio de uma revisão bibliográfica, objetivou-se conhecer as principais
técnicas cirúrgicas relacionadas ao tratamento da doença, bem como sua abordagem
clínica. Discussão: a afecção é abordada inicialmente de forma clínica e seu diagnóstico
é elucidado por exames (raio-X, manometria e endoscopia digestiva alta). O doente
portador de megaesôfago, apesar do caráter benigno de sua enfermidade,
frequentemente se apresenta em condições clínicas bastante comprometidas, devendo-se
eleger para o seu tratamento um processo cirúrgico adequado ao seu grau de evolução.
Os resultados cirúrgicos vão desde a simples supressão da dificuldade do esvaziamento
esofágico até a criação de um mecanismo valvular que impeça o refluxo
gastroesofágico. O tratamento resolutivo é de cunho cirúrgico. Conclusões: Com
enfoque nos fatores associados a melhores ou piores resultados após cirurgia para
tratamento das diversas formas de apresentação do megaesôfago, quer seja de etiologia
chagásica ou não, pode-se observar que a cardiomiotomia é a de melhor resultado e
segurança. Apresenta baixo índice de complicações, sendo que a maior parte delas
acontece no intraoperatório, as quais são devidamente resolvidas no momento cirúrgico,
o que reforça o bom resultado e a segurança dessa cirurgia.
Palavras- chave: megaesôfago; doença de Chagas; cirurgia.
Referências bibliográficas:
1)Felix VN, Cecconello I, Pinotti HW. Tratamento cirúrgico do megaesôfago. Arquivos
de Gastroenterologia 33: 17-25, 1996.
2) Barbosa H, Barichello AW, Vianna AL, Mendelssonh P, Watanabe LM. Tratamento
cirúrgico do megaesôfago chagásico: duas décadas de experiência numa região
endêmica. Rev Goiana Med. 1989; 35(1/4):1-23.
41
APRESENTAÇÃO ORAL
VIGILÂNCIA EM SAÚDE: DOENÇAS NÃO PREVALENTES RELACIONADAS
COM A POPULAÇÃO FLUTUANTE NA CIDADE DE OURO PRETO
Palmira de Fátima Bonolo
Carolina Coimbra Marinho
Dafne Fernandes Machado
Isabela Gonzaga Silva
Letícia Corrêa Garcia
Letícia Rodrigues Silva
Luciana Regina de Souza Carvalho
Miriam Cláudia Cardoso dos Santos Marçal
Paula Rodrigues Sampaio
INTRODUÇÃO: Ouro Preto localiza-se na região central de Minas Gerais. Fundada
em 1711, atualmente possui 70.281 habitantes (IBGE/2010) e configura-se como centro
atrativo de turistas, trabalhadores e estudantes, caracterizados como população
flutuante. O fluxo turístico deve-se principalmente à riqueza histórica, destacando-se a
arte barroca. Já o fluxo de trabalhadores é devido a mineração, que teve seu início na
época colonial e é importante atividade econômica até os dias atuais. Por outro lado, a
cidade é um polo atrativo de estudantes, sobretudo devido a presença da Universidade
Federal de Ouro Preto e do Instituto Federal de Minas Gerais. Nesse contexto, torna-se
importante o trabalho de vigilância em saúde, uma vez que populações flutuantes
podem se configurar como agentes modificadores do padrão endêmico de uma região,
ocasionando o aparecimento de patologias não esperadas (doenças não prevalentes).
Segundo o Ministério da Saúde, Vigilância em Saúde pressupõe a análise permanente
da situação de saúde da população e a organização e execução de práticas de saúde
voltadas para necessidades existentes. O padrão endêmico é a ocorrência de um agravo
ou doença em uma determinada localidade, em uma proporção já esperada para aquela
época. Por sua vez, população flutuante é o conjunto de indivíduos presentes no
território na data de referência, por um período de curta duração, por motivos
recreativos, de turismo, visita a familiares ou de negócios. OBJETIVOS: Analisar a
ocorrência de doenças não prevalentes entre 2008 e 2012 em Ouro Preto, relacionadas
com população flutuante e o preparo dos profissionais de saúde quanto a isso. Não
obstante, estudar a integração entre as Secretarias de Saúde e Turismo e Cultura no
sentido de prevenir tais patologias. Por fim, refletir a relação médico e paciente nessa
nova configuração. METODOLOGIA: Entrevistas dos responsáveis pela
administração das Secretarias de Saúde e Turismo e Cultura em Ouro Preto. Procura de
profissionais da área de saúde para detecção das dificuldades enfrentadas no diagnóstico
de doenças não prevalentes, por meio de questionários. Coleta e análise dos dados
(DATASUS/SinanNet) sobre doenças que ocorreram no intervalo de tempo proposto,
para triagem das doenças não prevalentes. RESULTADOS: As doenças mais
prevalentes em Ouro Preto são as doenças dos aparelhos circulatório, respiratório e
geniturinário. Dentre elas destacam-se hipertensão e diabetes. As principais doenças não
prevalentes encontradas foram hepatites, malária e tuberculose. Observou-se não
integração das duas secretarias avaliadas e pouca atenção dos profissionais da saúde
para as doenças não prevalentes. CONCLUSÃO: Não foram observadas relações
sistemáticas entre as Secretarias de Turismo e Cultura e Saúde, cujas campanhas
articuladas ocorrem apenas em ocasiões efêmeras, como carnaval. Apesar da
42
preocupação em relação ao aparecimento de doenças não prevalentes na cidade, as
ações são pouco significativas. As subnotificações configuram-se como um problema
para a vigilância em saúde, sendo difícil diferenciar a população flutuante da residente.
PALAVRAS-CHAVE: epidemiologia, população, prevalência.
REFERÊNCIAS:
GOMES, Carlos Alberto Pereira. Instrutivo para execução e avaliação das ações de
vigilância em saúde: projeto de fortalecimento da vigilância em saúde em Minas
Gerais. Belo Horizonte : SES-MG, 2012
<http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/>. Acesso em 21 de março de 2013.
43
POSTÊR DE DISCIPLINA
A DESCOBERTA DA PENICILINA:
UMA REVISÃO DA LITERATURA COM ÊNFASE NA OBRA “A PAIXÃO
TRANSFORMADA”, DE MOACYR SCLIAR
Marcio Antônio Moreira Galvão
Amanda Freire Vieira
Ana Luiza Martins Reggiani
Bruno de Araújo Pinheiro
Gabriela Oliveira Leopoldo
Jéssica Almeida Horta Duarte
Luisa Martino Avelar
Maria Gabriela Ribeiro Madeira
Túlio Henrique Versiani de Oliveira
Introdução: A penicilina é um antibiótico natural derivado de um fungo do gênero
Penicillium. Foi descoberta em 1928 pelo médico e bacteriologista escocês Alexander
Fleming de maneira acidental, assim como muitas descobertas importantes para a
humanidade. Seu uso foi crescente durante a Segunda Guerra Mundial e ainda é muito
utilizada hoje em dia. Objetivos: Realizar uma revisão da literatura, com ênfase na obra
de Moacyr Scliar, para proporcionar maior conhecimento a respeito da penicilina e o
histórico de sua descoberta. Discussão: Alexander Fleming foi um importante
bacteriologista que se dedicava desde a Primeira Guerra Mundial a encontrar
antisépticos para o uso em ferimentos. Em 1922, ao examinar uma placa de cultura,
caiu-lhe do olho uma lágrima devido a um resfriado. Alguns dias depois, ele percebeu o
desaparecimento de culturas bacterianas no local onde caiu a lágrima. Fleming estudou
a lágrima e descobriu uma substância que lisava bactérias e a chamou de lisozima. Esta foi a primeira descoberta acidental de Fleming. No verão de 1928, Alexander Fleming
observou em outra cultura halos de sensibilidade, dessa vez causados por um fungo, em
forma de bolor, que acidentalmente havia contaminado uma lâmina. Em outras
circunstâncias, ele teria considerado este um incômodo acidente de laboratório, mas a
descoberta da lizosima alertara-o: “Não fosse aquela experiência, eu teria jogado fora o
material como muitos bacteriologistas devem tê-lo feito antes”. O bacteriologista
identificou que o bolor pertencia ao gênero Penicillium, daí o nome penicilina. Depois
de isolada a substância, ele testou em animais de laboratório, verificou que não era
tóxica e que tinha efeito na infecção em seres humanos, porém discretos. Conclusão: A
descoberta acidental da penicilina garantiu a Alexander Fleming papel de destaque na
medicina e no curso da história da humanidade. O tratamento com antimicrobianos
derivados da penicilina reduziu significativamente os índices de mortalidade por
doenças infecciosas bacterianas, especialmente no período da Segunda Guerra Mundial
e até hoje é amplamente utilizado.
Palavras chave: Penicilinas, Antibioticoterapia, Fungos
Referências:
44
Moacyr Scliar. A paixão transformada. História da medicina na literatura. 2ª ed. Cia
das Letras. São Paulo – SP. 2005
BARCAT, Juan Antonio. Sobre la historia de la penicilina: La segunda línea. Medicina
(B. Aires), Buenos Aires, v. 66, n. 4, agosto 2006 . Disponível em:
<http://www.scielo.org.ar/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0025-
76802006000400015&lng=es&nrm=iso>. Acesso em 29 de março de 2013.
45
POSTÊR DE DISCIPLINA
ESPAÇO E DOENÇA, UMA NOVA VISÃO NA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA
Márcio Antônio Moreira Galvão
Aline Ferreira Ricieri
Catarine Alves Silveira
Cecília Carneiro e Silva
Fernanda Mendes de Oliveira
Letícia Aparecida de Figueiredo
Mariana Cardoso Gomes Segato
Rodrigo Vilela Ventura
INTRODUÇÃO: Ocorreu uma transição entre a epidemiologia clássica -que enfatizava
os fatores biológicos do processo de saúde e doença- e a epidemiologia atual –que
também considera fundamentais as questões sociais- esta última sendo mais adequada
para analisar a interação complexa da doença com o espaço modificado pelo homem,
inclusive sua evolução no decorrer do tempo. Um exemplo desta interação é
demonstrado pelas transformações ocorridas no estado de São Paulo a partir do século
XIX, no seu espaço e suas dinâmicas epidemiológicas, principalmente a da doença de
Chagas. O estudo do vetor e das características desta doença é adequado, neste caso,
para observar a participação dos variados fatores envolvidos na sua transmissão, como
clima, economia, organização geográfica, desigualdade social, dentre outros.
OBJETIVOS: Discutir criticamente a obra de Luis Jacintho da Silva, analisando as
características da doença de Chagas no estado de São Paulo pela óptica do autor e
verificando sua real validade. DISCUSSÃO: Foi apresentado uma parcela da história da
epidemiologia, contextualizando com o ambiente brasileiro da época. Além disso, foram
comparadas regiões paulistas onde a epidemia chagásica ocorreu de formas diferentes,
comparando também os fatores que influenciam na transmissão da doença. Na
depressão periférica Paulista, há um pequeno número de Triatoma infestans não
infectados por Trypanossoma cruzi; até 1950 não apresentava endemia, apesar de ser
circundada por zonas endêmicas, provavelmente segundo Jacintho por ser área
caracterizada pela existência de policultura e pequena propriedade. No Planalto
Ocidental Paulista predominava a monocultura latifundiária de café, o que favorecia a
transmissão da doença de Chagas pelo triatomíneo. CONCLUSÃO: Essa estratégia do
autor permitiu a observação da evolução da doença, da transformação do espaço agrário
paulista e dos determinantes da doença de Chagas em São Paulo, criando um novo
paradigma de análise epidemiológica.
Palavras-chave: Doença de Chagas; Luiz Jacintho; São Paulo.
REFERÊNCIAS:
SILVA, L. J. O conceito de espaço na epidemiologia das doenças infecciosas.
Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, vol. 13, n.4, p.585-593, out./dez.1997.
SILVA, L. J. Desbravamento, agricultura e doença: a doença de Chagas no Estado de
São Paulo
Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, Campinas-SP, 1981.
46
POSTÊR DE DISCIPLINA
JOHN SNOW E O MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA: REVISÃO
E RELATO HISTÓRICO
Heloísa Cirilo Sousa
Gabriella Noronha Frois
Lídia Lelis Leal
Raquel Domingos da Costa
Samuel Silva Ferreira
Talles Augusto Martins Gomes
Waleska Brito Rabelo
Wanessa Torres Bernardes
Marcio Antônio Moreira Galvão
Introdução: Na metade do século XIX, a cidade de Londres vivia um caos sanitário e
demográfico, a densidade populacional era alta e a metrópole não oferecia condições
como reciclagem de lixo e remoção segura da água de esgoto. Nesse contexto, a cólera
frequentemente devastava parte da população em períodos de surtos. O lançamento de
excrementos nas ruas e o hábito comum de se usar água adquirida das bombas d’água
por grande parte da comunidade contribuía para a proliferação da doença. O médico
britânico John Snow foi pioneiro na aplicação das etapas de uma pesquisa
epidemiológica que levou ao melhor entendimento sobre a transmissão da cólera.
Objetivos: Além de uma revisão histórica do trabalho de John Snow, o presente
trabalho objetiva evidenciar a importância da investigação epidemiológica no controle e
conhecimento das doenças. Desenvolvimento: John Snow, através de um criterioso e
pragmático estudo, percebeu uma estreita correlação entre os casos da doença e o uso da
bomba d’água de Broad Street na região do Soho em Londres. Ele observou que pessoas
dessa região que utilizavam água desta bomba adoeciam, enquanto bares do mesmo
local, mas que utilizavam outra fonte de água, não eram focos de dissipação da doença.
A partir disso, convenceu autoridades a interditar essa bomba d’água, diminuindo os
casos de cólera significativamente. Por meio de levantamentos estatísticos, estudos e
elaboração de hipóteses, construiu um mapa que notificava os casos de cólera em cada
moradia. Ao identificar o local de onde a água de cada empresa era retirada, Snow
relacionou a poluição da água aos casos de cólera. Assim, propôs que a transmissão da
doença ocorreria através da água contaminada, contrariando a teoria miasmática
predominante até então que afirmava que as doenças eram adquiridas do ar, sendo o
mau cheiro seu indicador. Conclusão: A investigação de John Snow foi pioneira e foi
um dos marcos do início da epidemiologia moderna. Snow descreveu todo o ciclo da
doença, propondo a existência de um agente causador e sua via de transmissão, antes
mesmo de se conhecer a existência do Vibrio cholerae. Esse feito evidencia a
importância da epidemiologia e da vigilância epidemiológica na avaliação de medidas
de controle e no planejamento de intervenções em saúde.
Palavras chave: Epidemiologia; investigação epidemiológica; cólera.
Referências:
47
FILHO, J. M. .História da Medicina: Tributo a John Snow. Ser Médico, v. 60, jul ,2012.
JOHNSON, S. O Mapa Fantasma: como a luta de dois homens contra o cólera mudou o
destino de nossas metrópoles . 1 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. 276p.
48
POSTÊR DE DISCIPLINA
O PROCESSO SAÚDE-DOENÇA COMO OBJETO SOCIAL
Integralidade da atenção à saúde
Márcio Antônio Moreira Galvão
Silvio Vassão Junior
João Luis de Freitas
Wanderley Souza
INTRODUÇÃO: A partir da década de 1960, intensificou-se a polêmica sobre o caráter
da doença, se de caráter biológico ou social, para alcançar novas práticas sociais. Foi
necessário definir o objeto de estudo, o qual permitiu um aprofundamento na
compreensão da dinâmica saúde-doença como processo social. A natureza social da
doença nem sempre verifica-se somente no caso clínico específico, mas também no
modo característico de adoecer e morrer dos grupos humanos. As sociedades que
diferem em seu grau de desenvolvimento e organização social apresentam patologias
coletivas diferentes, e mesmo dentro de uma mesma sociedade, as classes que a
compõem mostrarão condições de saúde distintas. OBJETIVOS: Analisar o perfil
patológico, de acordo com os grupos sociais, e a relação do processo saúde-doença
coletiva com o individual; verificar, por meio de textos e gráficos da obra de Asa
Cristina Laurell, o caráter social do processo saúde-doença durante períodos históricos
em diferentes países. DISCUSSÃO: Para entender o processo saúde-doença como
objeto social deve-se buscar a explicação não na biologia ou na técnica médica, mas sim
nas características das formações sociais e nas relações de trabalho em cada um dos
momentos históricos em estudo. Outra maneira de evidenciar o caráter social da doença
é analisando as condições coletivas de saúde em diferentes sociedades, no mesmo
momento histórico. Também é necessário estudar o tipo, a frequência e a distribuição da
moléstia nos diversos grupos sociais que constituem a sociedade, adotando análises
epidemiológicas robustas. Dessa forma, existindo uma articulação entre o processo
social e o processo de saúde e doença, este deve assumir características distintas
conforme o modo diferencial com que cada um dos grupos se insere na produção
gerando o que conhecemos como perfil de consumo. CONCLUSÃO: A partir dos dados
apresentados pode-se confirmar o caráter social do processo saúde-doença. Conforme
visto, o perfil patológico muda para uma mesma população de acordo com o momento
histórico. Desta forma, a preocupação em unir fatores biológicos e sociais para explicar
o processo de adoecimento é imprescindível para os profissionais de saúde, enfatizando
que a classe social e o processo de trabalho são determinantes para a compreensão do
processo de saúde-doença.
Palavras-chave: processo saúde-doença, caráter social, perfil patológico.
Referências bibliográficas
Laurell, A. C. A Saúde-doença como Processo Social . In Nunes Everardo Duarte. Org.
Medicina Social. AspectosHistóricos e Teóricos. SP, Global, 1993, cap 4, p.133-58
Disponível em:
http://www.fiocruz.br/ccs/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=4302&sid=9 Acesso em:
23 março 2013.
49
POSTÊR DE DISCIPLINA
UMA BREVE ANÁLISE HISTÓRICA DA EPIDEMIOLOGIA
Leite, S. L. S
Grobério, A. C
Nogueira, R. B
Lauriano, L. A
Silva, C. T. F
Souza, N. C
Mariano F. F
Pereira,R.A
Galvão, M. A
INTRODUÇÃO: A afirmação da epidemiologia como disciplina científica vem
sofrendo mudanças ao longo dos anos. Ainda que seja possível buscar suas raízes em
tempos passados,o século XIX é enfatizado pelos fundadores da disciplina como o
momento definidor de suas bases.Desse modo,uma breve revisão acerca da cronologia
dos acontecimentos nos mostrará como a evolução científica e as mudanças sociais
contribuíram para formar os pilares da disciplina. OBJETIVO: apresentar uma linha do
tempo baseada nos principais marcos históricos da construção e evolução da
epidemiologia. DISCUSSÃO: Século XIX: Nessa época,como consequência da
Revolução Industrial,as cidades cresciam e as condições de vida da população
pioravam. Surgem,então,movimentos sociais que buscavam soluções para a crise.
Assim, há também, uma intensificação dos estudos sobre a saúde. É a partir daí que as
bases da epidemiologia são formadas.Nesse contexto, a teoria miasmática foi contestada
por Snow, em seus estudos sobre a cólera, e derrubada pela descoberta do micróbio
como agente etiológico da doença (teoria da unicausalidade). Início do Século XX
(Período entre Guerras): A teoria da unicausalidade mostra-se insuficiente frente às
indagações surgidas pelos novos conhecimentos científicos. Então surge a teoria
ecológica de doenças infecciosas em que o processo saúde-doença é associado à
interação entre fatores físicos, sociais e biológicos (teoria da multicausalidade). A
Epidemiologia sofre um amadurecimento em sua área metodológica. Em 1921,firma-se
no contexto acadêmico ao integrar a matriz curricular na Escola de Saúde Pública da
Universidade Johns Hopkins. Período entre 1940 e 1960: Os estudos e métodos
epidemiológicos são consolidados, principalmente a partir de análise de Macmahon
(1960). A estatística é utilizada nos estudos, contribuindo para melhor análise de dados.
Período entre 1970 aos dias atuais: iniciam-se dois movimentos importantes, a
epidemiologia clínica e a social. A epidemiologia clínica busca recuperar a credibilidade
das práticas médicas e a epidemiologia social pretende explicar com elementos
científicos a relação entre saúde e condições de vida. Ambas as correntes estão
presentes até hoje. Conclusão:A epidemiologia,apesar dos diversos embates
epistemológicos,tem dado importantes contribuições para o conhecimento do processo
saúde-doença e para a formulação de alternativas direcionadas ao enfrentamento de
problemas mórbidos que afligem a sociedade. PALAVRAS-CHAVE:
Epidemiologia;disciplina científica,marcos históricos.
REFERÊNCIAS:
Costa, Dina C; Barreto, Maurício Lima. Epidemiologia: Teoria e Objeto. São Paulo,
Hucitec-Abrasco, 1990. p.19-24.
50
Laurell, A. S. A Saúde-Doença como Processo Social Aspectos Históricos e Teóricos.
In: NUNES, Everardo Duarte (Org.), Medicina Social. Global Editora, 1983.
51
PÔSTER LIVRE
A INSERÇÃO DOS ESTUDANTES DO TERCEIRO PERÍODO DE MEDICINA EM
UM HOSPITAL GERAL
Francisco de Assis Moura
Hugo Alexandro
Luiz Felipe Miranda Mendes
Introdução: Há uma tendência nas escolas de medicina à inserção precoce nos centros
de saúde, desde os primeiros períodos. Tal tendência se justifica na medida em que o
estudante vivencia mais amplamente os problemas e a realidade da saúde, tornando-se
ao fim mais preparado e crítico para atuar nos serviços de saúde. Objetivos: Estimular a
reflexão dos estudantes acerca dos impactos do processo saúde-doença e da internação
na saúde mental e no humor dos pacientes internados em um hospital geral.
Metodologia: Proporcionar uma atividade de vivência no Hospital Santa Casa de
Misericórdia de Ouro Preto, vinculada à disciplina de Psicologia Médica, no formato de
visita e entrevista aos pacientes internados com posterior discussão, no modelo Balint,
das impressões pessoais de aspectos inerentes à internação e ao processo de
adoecimento. Resultados: As visitas foram realizadas com a presença de uma psicóloga
da Santa Casa de Misericórdia. A presença de um membro da equipe possibilitou maior
confiança e segurança dos estudantes durante as entrevistas além de facilitar a inserção
pontual dos mesmos devido à aprovação prévia da atividade pelos pacientes. As
atividades de discussão foram realizadas no prédio da Escola de Medicina, no modelo
Balint. Foi estimulado o auto relato dos estudantes quanto às expectativas, impressões
objetivas e subjetivas e teor da entrevista. Foi percebida em todos os relatos uma
postura empática dos estudantes em relação aos pacientes e ao processo saúde-doença,
possibilitando discussões e aplicação de conceitos teóricos da disciplina na discussão da
atividade prática. Conclusão: A atividade de vivência proporcionada aos estudantes do
terceiro período se mostrou oportuna uma vez que possibilitou reflexões profundas
sobre temas relevantes relacionados ao processo saúde-doença, seguridade social, perda
e morte. Tal atividade se mostra interessante ainda pois retoma conceitos teóricos da
disciplina de uma maneira prática e compreensível.
Palavras chave: Terapia Psicanalítica de Balint; Visitas sob Preceptoria; Discussão de
Casos.
Referências:
BRANDT, Juan Adolfo. Grupo Balint: aspectos que marcam a sua
especificidade.Vínculo, São Paulo, v. 6, n. 2, dez. 2009 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
24902009000200009&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 24 fev. 2013.
52
BRANDT, Juan Adolfo. Grupos Balint: suas especificidades e seus potenciais para uma
clínica das relações do trabalho. Rev. SPAGESP, Ribeirão Preto, v. 10, n. 1, jun.
2009 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-
29702009000100007&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 24 fev. 2013.
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PÔSTER LIVRE
ÁLCOOL – CONCEITOS E REFLEXÕES
Francisco Moura Assis
Marcelo Pinto Maciel
Vinícius Chinellato Lima de Carvalho
Introdução: o conceito de droga pela Organização Mundial da Saúde define como
qualquer substância não produzida pelo organismo que tem a propriedade de atuar sobre
um ou mais de seus sistemas produzindo alterações em seu funcionamento. O uso de
drogas e suas conseqüências adversas é um tema de relevante preocupação mundial,
dado o número de usuários existentes e seu impacto sobre os indivíduos e a sociedade.
O potencial ativo de substâncias psicoativas no indivíduo interfere negativamente em
diversas faculdades, sendo depressoras, estimuladoras ou pertubadoras do sistema
nervoso central. Dentre as substâncias psicoativas, as bebidas alcoólicas estão agrupadas
no grupo das depressoras.E sendo essa com grande aceitação social, incentivo midiático
e de fácil acesso, nota-se a necessidade de constantes estudos sobre o assunto.
Objetivos: Descrever e explicar características e efeitos da substância álcool associando
ao contexto social, econômico, político e psíquico. Para isso, utilizando reflexões e
estatísticas realizadas. Discussão: O consumo exagerado por alguns indivíduos requer
cuidados comportamentais e sociais, para que danos ao meio não se tornem comuns. Tal
medida embutida nos interesses econômicos consiste num estímulo à necessidade de
beber algo, para se sentir bem e aceito socialmente. Com relação à medidas políticas
para o controle da ingestão de álcool tem-se concentrado principalmente na proibição de
bebidas para menores de 18 anos e na fiscalização crescente na possibilidade de
motoristas alcoolizados. Tais medidas contribuem para o controle do consumo
exacerbado, e com isso, danos e prejuízos para o meio social. Segundo o “I
Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População
Brasileira” ocorrido em 2008, a primeira vez de consumo de bebida alcoólica tem
ocorrido aos 13,9 anos; enquanto que o consumo regular é realizado aos 14,6 anos,
médias de idade que foram maiores entre os jovens de 18 e 25 anos quando
questionados a respeito. Cerca de 16% da amostra de adolescentes entrevistada, relatou
engajar em episódios de beber pesado episódico. Os efeitos sociais e psíquicos do abuso
de álcool, a longo prazo, causam prejuízos no trabalho como: desorganização familiar,
comportamentos agressivos, acidentes de trânsito e exclusão social. O uso regular do
álcool torna a pessoa tolerante, fazendo a consumir mais e mais quantidades com o
tempo. Com essa intensa busca, o individudo pode adquirir a Síndrome de Dependência
Alcoólica (SDA) sendo um transtorno psiquiátrico que apresenta as complicações
supracitadas de maneira exacerbada. Conclusão: A questão de como reagir aos diversos
padrões de consumo do álcool, à industria de bebidas alcoólicas e ao problema do
alcolismo é uma posição arbitrária de cada um. É de fundamental importância para os
âmbitos familiares, sociais e políticos ao assistirem ao processo, passivamente, sofrerem
com as complicações decorrentes do abuso de álcool. Crendo que a melhor forma de se
prevenir danos através do álcool, a longo prazo, é instaurar condições básicas para
suporte em âmbitos psíquicos, sociais e culturais a indivíduos propensos à esse consumo
exagerado.
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PÔSTER LIVRE
ESTRESSE: CONCEITO, HISTÓRIA E APLICAÇÃO.
Francisco de Assis Moura
Autora: Jéssica Almeida Horta Duarte
Introdução: O termo estresse pode ser definido como o estado gerado no corpo após a
percepção de estímulos que provocam excitação emocional ou física. O estresse é um
problema atual que vem sendo amplamente estudado por profissionais de várias áreas,
pois ele pode trazer danos ao corpo humano. A primeira definição da palavra “estresse”
foi dada em 1956, a qual dizia que esse termo era usado para se referir a uma reação
inespecífica do corpo a demandas internas ou externas do. Segundo o autor dessa teoria,
o estresse é uma parte normal do funcionamento do corpo, e pode ser entendida como
uma consequência do ato de viver (MARGIS et al, 2003). Após isso, outras definições
surgiram. O modelo mais divulgado entre os estudiosos do estresse é o interacionista.
Essa teoria diz que o estresse pode ser definido como qualquer estímulo que demande
do ambiente externo ou interno que taxe ou exceda as fontes de adaptação de um
indivíduo ou sistema social, com um fator determinante da severidade do estressor
(GUERRER et al, 2008). O estresse pode ser dividido em dois grandes grupos: O
estresse físico e o estresse mental. O estresse físico é causado pela exposição do corpo a
fatores químicos ou físicos que geram uma alteração na homeostasia corpórea, e irão
desencadear respostas fisiológicas ao estímulo. Já o estresse mental pode ser entendido
como as alterações causadas no corpo por fatores externos ou internos que, muitas
vezes, podem ser fatores predisponentes para outros problemas. Objetivo: O objetivo
do presente estudo é analisar e fazer uma pequena revisão sobre o estresse e suas
vertentes. Métodos: Foi realizada uma pesquisa transversal a partir do banco de dados
Scielo. Foram pesquisados artigos que continham a palavra “estresse” no título, nas
línguas portuguesa, inglesa e espanhola. Artigos que não tratavam do estresse em seres
humanos, artigos sem acesso livre e documentos diferentes de artigos foram excluídos.
Além disso, foi utilizada a metodologia “Grounded Theory”, que se baseia na geração
de uma teoria após a realização da coleta de dados. Nela, o pesquisador realiza uma
indução da sua teoria a partir da análise sistemática dos dados reunidos. Resultados:
Foi encontrado um total de 736 artigos, sendo 570 em português, 155 em inglês e 11 em
espanhol. Após a aplicação dos critérios de exclusão, foram selecionados 232 artigos,
que foram classificados em dois grupos: 163 artigos que se tratam de estresse mental, e
outros 69 que tratam do estresse físico. Conclusão: Diferentes fatores estressores irão
ocorrer ao longo da vida de um indivíduo, desencadeando respostas diferentes a eles, o
que irá determinar o tipo de estresse do mesmo. Alguns fatores estressores já foram
descritos na literatura, e são eles: traumas, fatores psicossociais, migração, relações
familiares conturbadas, situações ambientais, acontecimentos diários, acontecimentos
vitais e situações de tensão crônica, mudanças radicais no estilo de vida, atividades
extenuantes, situações de pressão, entre outros. Os estudos acerca do tema estresse são
diversificados e densos, portanto, ainda há muito que se discutir sobre assunto.
Entretanto, sabendo da complexidade do fenômeno estresse, dos seus fatores
desencadeadores, e suas possíveis consequências, torna-se de extrema importância o
estudo aprofundado do tema, para que se saiba cada vez mais a respeito das causas,
métodos para profilaxia e tratamento do estresse.
Palavras-chave: estresse, stress, excitação.
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Referências:
GUERRER, R J L, BIANCHI E R F. Caracterização do estresse nos enfermeiros de
unidades de terapia intensiva. Revista da escola de enfermagem – USP. 2008. 42(2).
MARGIS, R, PICON, P, COSNER, A F, SILVEIRA, R O. Relação entre estressores,
estresse e ansiedade. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul. 2003. 25(1). 65-74.