clip - especial d'orfeu - 30 set 2010

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330 Quinta-Feira | 30 de Setembro 2010 | Ano VI | Telefone 234000031 | este suplemento semanal de cultura é parte integrante do Diário de Aveiro www.diarioaveiro.pt www.focosonoro.pt [email protected] fax|tel. 234 911 241 rua luís camões, 58 3800-543 CACIA

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Page 1: Clip - Especial d'Orfeu - 30 Set 2010

330 Quinta-Feira | 30 de Setembro 2010 | Ano VI | Telefone 234000031 | este suplemento semanal de cultura é parte integrante do Diário de Aveiro www.diarioaveiro.pt

www.focosonoro.pt

[email protected]|tel. 234 911 241rua luís camões, 58

3800-543 CACIA

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30 de Setembro 20102 //

Galeria d’Orfeu 2009 / 2010

Alma d’Água, Dezembro 2009 Eram 7 os Medos do Pedro | criação teatro infantil d’Orfeu Festim | Kilema, Junho 2010

Festim | Terem Quartet, Junho 2010 Festival i | Kopinxas, Maio 2010 Festival i | Motus, Maio 2010

O Gesto Orelhudo | Homens da Luta, Outubro 2009 O Gesto Orelhudo | Moriarty, Outubro 2009 O Gesto Orelhudo | The Hot Potato Syncopators, Outubro 2009

OuTonalidades | Lamatumbá, Novembro 2009 Povo Que Lavas No Rio Águeda, Julho 2010 Povo que Lavas no Rio Águeda, Julho 2010

Sextas Culturais | Aduf, Abril 2010 Sextas Culturais | Júlio Pereira, Fevereiro 2010 Workshop de Edição Vídeo, Março 2010

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30 de Setembro 2010 // 3

Parabéns d’Orfeu!

Por estes dias, não há dúvidas quanto à seguinte ideia: há uma cultura na região aveirense antes e outra depois da d’Orfeu. Mais: essa importância estende-se pelo país e pelo mundo.Passado um ano depois da edição especial dedicada à mais conhe-cida associação cultural em Águeda, o CLIP/DIÁRIO DE AVEIRO associa-se novamente a esta instituição prestes a cumprir 15 anos de história. E que história!Para celebrar este número mágico, no próximo 4 de Dezembro (dia em que foi fundada a Associação em 1995), serão lançados o livro «Contexto», de António Pires, e o documentário «Significado», de Tiago Pereira. Dois documentos a descobrir, definitivamente, por todos. Não só pela excelência de conteúdos em várias fren-tes (criação, formação, produção), mas sobretudo para confirmar que estamos longe de ser um país culturalmente interessante nos grandes centros. A riqueza do percurso desta estrutura fala por si.Já agora, em jeito de crítica ao jornalismo também demasiado centrado nos lobbies de Lisboa e Porto, também esse devia pres-tar mais atenção ao que se tem feito pelas “d’Orfeus” deste país. Afinal de contas, há um país real que vale a pena contar aos nossos cidadãos e aos que nos visitam. Há uma tradição que não se esgota no que já foi feito, há uma tradição apta e preenchida pela sólida inovação de intervenientes dedicados à sua arte. É o que acontece em Águeda.Por isso, a d’Orfeu tem um passado e um presente inestimáveis e o futuro tem tudo para fazer sorrir todos que participem nas suas iniciativas compatíveis a qualquer faixa etária. Nestas páginas, saiba o que está a decorrer e o que vem aí. O Festival «O Ges-

to Orelhudo» é um dos pontos altos da programação do último trimestre, mas há muito mais. A começar pelo já referido lança-mento das obras que comemoram os 15 anos de vida (ver pág. 8).E pensar que tudo começou num dia 4 por 4 irmãos (num total de vinte personalidades)… Há sonhos que se concretizam.

Carlos Araújo(Editor do CLIP/Suplemento semanal

de Cultura do Diário de Aveiro)

Vox Populi

O que significa para ti a d’Orfeu? Acompanho a associação d’Orfeu praticamente desde o início, ain-da estava na forja e já denunciava uma ideia bem fundamentada que só poderia trazer bons frutos, graças ao empenho e dedicação dos seus empreendedores. A d’Orfeu é sem sombra de dúvida uma referência importan-tíssima no meio Cultural da nossa região e no país. Vendo bem, projectos fantásticos promovidos por esta associação abrem por-tas para o mundo e avançam para além fronteiras. É um prazer conhecer de perto e fazer parte desta imensa família d’Orfeu. Qual o teu momento d’Orfeu? Tantos momentos d’Orfeu que ficam na memória. Os melhores momentos concretizam-se quando com projectos meus ou da OMA participamos em festivais tão importantes como “OuTo-nalidades” ou o famoso “Gesto Orelhudo”. Empenho, dedicação e amor à arte definiria bem a d’Orfeu.

O que significa para ti a d’Orfeu? Para mim, que há cerca de três anos compartilhava com muitas dezenas de milhões de compatriotas brasileiros a ideia errónea de que em Portugal só havia fado, os eventos musicais e work-shops promovidos pela d’Orfeu proporcionaram-me verdadeiras e maravilhosas descobertas quanto à identidade cultural deste país que escolhi para viver: Portugal. E não só! Águeda está muito bem servida em termos de qualidade cultural, sim senhora. Muito obrigada! Mas por acreditar que a missão primordial da arte e cultura é tocar a alma do povo, creio que as propostas culturais deveriam ser mais diversificadas, de forma a abranger o gosto de uma maior parcela da comunidade, seja esta miscelânea de gostos “cult” ou não. Sem dúvida é um desafio que, a meu ver, é necessário e está lançado. Qual o teu momento d’Orfeu? São tantos! Gesto Orelhudo, OuTonalidades, Sextas Culturais, etc... Faço questão de estar presente em quase todos! Mas desta-carei o que mais me emocionou: Povo que Lavas no Rio Águeda. Este espectáculo contou, com arte, a história de uma fiel e dura-doura intimidade do povo de Águeda com o seu rio. No final do espectáculo, a vontade que dá é a de mergulhar no rio!

O que significa para ti a d’Orfeu? Conheci a d’Orfeu graças aos meus pais, que vinham aqui desde que sou pequeno, pois nasci em 1990 e a associação tem 15 anos. Achava o ambiente e as pessoas muito divertidas. Eu entrei na d’Orfeu realmente para participar num workshop de Animação realizado no Hexa – Ciclo Experimental, onde com colegas da secundária, tivemos a oportunidade de saber mais sobre essas técnicas. A partir daí, senti que fazia parte da casa e comecei a participar activamente em diversas áreas como voluntário. Para mim, a d’Orfeu é um lugar que serve para soltar a imaginação. Qual é o teu momento d’Orfeu? Lembro-me muito bem dum Gesto Orelhudo, onde vi um espec-táculo da ACERT “Au Gaciar” no Adro e na peça havia uma mulher pendurada no ar com uma aparência surrealista, devia ter uns 9 anos e isso marcou-me imenso. No FOGO do ano passado, onde fiz registo vídeo, apreciei particularmente a companhia Teatro Neces-sario com o “Clown In Libertá”, espectáculo que me fez rir imenso e que destabilizou as minhas filmagens! Mais recentemente, foi poder ser voluntário na equipa de comuni-cação da d’Orfeu, graças ao programa “Juventude Activa” da Câ-mara Municipal de Águeda, e poder explorar a minha criatividade.

Zétó Rodrigues

Músico

Aveiro

Cláudia Oliveira

Directora de Marketing

Águeda

Jorge Madeira

Estudante

Águeda

Contactos d’Orfeu

d’Orfeu Associação Cultural Rua Engº Júlio Portela, 6 | 3750-158 Águeda tel 234 603 164 d’Orfeu geral [email protected]’Formação [email protected] Sítio Webwww.dorfeu.pt

Bloguesdorfeu.blogspot.com/dformacao.blogspot.com/coroinfantilemtrad.blogspot.com/

Picasa d'Orfeu Geralpicasaweb.google.com/fotosdorfeupicasaweb.google.com/fotosdorfeu2 Fotos do Povo que Lavas no Rio Águedapicasaweb.google.com/rioagueda festim – festival intermunicipal de músicas do mundopicasaweb.google.com/festim09 Facebookhttp://www.facebook.com/dorfeu.associacao.cultural

Twittertwitter.com/dorfeu

Myspacewww.myspace.com/outonalidades2010www.myspace.com/toquesdocaramulowww.myspace.com/monologoaduasvozes

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30 de Setembro 20104 //

Vem d'formar-te!Inaugurando um novo modelo de formação, a d’Orfeu acaba de lançar a oferta formativa para o próximo trimestre, que é di-rigida a todas as idades e percorre as várias artes performativas – Música(s), Teatro(s), Dança(s) -, e novos âmbitos relacionados - Cultura(s) e Técnica(s). As inscrições para os cursos do trimestre Outubro/Novembro/Dezembro decorrem até 30 de Setembro.

A d’Orfeu renovou o conceito da sua missão pedagógica, na vi-ragem para uma plataforma integrada de pluralidade artística: a d’Formação. Uma visão transversal e interdisciplinar sobre o en-sino artístico, mais abrangente e complementar, advém do facto de haver crescente procura nesse sentido e na convicção de que o cruzamento das linguagens performativas contribui para o en-riquecimento das diversas expressões. A principal novidade é o carácter trimestral da oferta formativa, havendo uma apresenta-ção no final de cada período, como resultado do cruzamento de todas as áreas artísticas desenvolvidas na d'Formação.

Na EMtrad’ (que reúne a oferta musical da d’Formação), reto-mam as aulas semanais de Concertina, contemplam-se novos ins-trumentos como Pandeireta e Canto Tradicional, revitalizam-se Cavaquinho e Gaita-de-Foles. Para além das aulas individuais, dá-se a aposta em aulas de conjunto do mesmo instrumento - modalidade de ‘Naipe’ -, funcionando os respectivos cursos com base num número mínimo de inscritos. Paralelamente, enquanto prossegue o trabalho do Coro Infantil EMtrad’ (sábados 10h-12h), é criada a Orquestra de Percussão (terças 17h30-19h00).

As restantes propostas do trimestre são o Curso de Teatro para adultos (terças 19h00-20h30), Danças Europeias para adultos (Quintas 19h00-20h30), Artes Circenses para crianças e adoles-centes (segundas 18h00-19h30). A primeira proposta da secção Cultura(s) é o Mini-Clube de Francês para crianças (quintas 18h30-19h30).

Como conheceste a oferta formativa da Associação? E em que te cativou?Os meus pais conheceram a d'Orfeu por um artigo num jornal que anunciava a Aula Grátis Semanal, onde fui muitas vezes. Este ano, quero participar na Orquestra de Percussão.

Gostaste da tua experiência?Gostei muito da maneira descontraída de ensinar dos profes-sores, sobretudo porque falávamos de muitas coisas, muitos instrumentos novos, sons e músicas diferentes daquilo que aprendo na escola.

Já tens o teu Cartão d’Orfeu? Faz-te Amigo!

Os Amigos d'Orfeu beneficiam de:envio permanente de toda a informação d'Orfeudesconto de 50% nos bilhetes de espectáculosdescontos de 25% na d’Formaçãodescontos em bilhetes /actividades de entidades parceiras Parceiros ACERT - Associação Cultural e Recreativa de Tondela

Associação de Estudantes da Escola Secundária Marques Castilho

Associação de Estudantes da Escola Secundária Adolfo Portela

Associação Activarte

ESTGA - Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda

I-Zone

Oficina da Música de Aveiro

Pédexumbo- Associação para a Promoção da Música e Dança

Teatro Aveirense

mais informações: www.dorfeu.pt/dorfeu/campanhas/campanhas.htm

Como conheceu a oferta formativa da Associação? E em que te cativou? Conheci a oferta pelo site da d’Orfeu. O que me cativou logo à partida foi a iniciação teatral. O anúncio fazia já prever dife-rentes etapas para diferentes objectivos e com uma duração de formação teatral muito apelativa. Cerca de mês e meio para cada fase.

Gostou da sua experiência? Adorei. Recomendo. Aliás tenciono, inscrever-me na próxima formação teatral. Quer o "on the stage" quer o "back stage" desta associação é de louvar. Muito bem organizado, com uma equi-pa muito empenhada. Evoluí imenso a vários níveis. A expe-riencia foi bem mais abrangente do que a simples introdução ao teatro.

Cristina Azevedo

Participante no Workshop de Teatro para Adultos (Abr, Mai, Jun 2010)

Manon Martins Clemente

Participantes na multi-instrumentação (2009/2010)

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30 de Setembro 2010 // 5

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30 de Setembro 20106 //

9º Festival O Gesto Orelhudo 1 a 8 de Outubro 2010O Gesto Orelhudo é, por excelência, um festival dedicado à fusão transdisciplinar. Diz-se, por aí, da musicomédia, termo nascido da orelhuda ideia de casar a música e o humor. Não tão-só. A diversidade das propostas de programação está, uma vez mais, à vista: do intimista ao hilariante vai a distância de uma orelha à outra. E vice-versa. Sempre com uma louca capacidade de sur-preender. Além da costumeira ala musicómica – grandes espectáculos a não perder! -, nesta 9ª edição, O Gesto Orelhudo é também palco das contami-nações transdisciplinares da cultura tradicional: Orquestra do Rio e Mayalde (1 Outubro) e Ovay

SEX 1

21h45, Al Buen Tun Tun Mayalde Espanha Deslumbrante tradição cantada e contada!

A prosa afiada, arrebatadora, de quem canta histórias ao mesmo tempo que conta cantigas. Eusébio, mulher e filhos: Mayalde são eles. Uma prodigiosa capacidade de comunicação faz de Eu-sébio o cicerone deste espectáculo. Ele faz música com colheres, com bonecos, com sertãs, com bigornas, com ossos, com ar... Grande concerto com música simples! Eusébio é um prodígio de desembaraço e ironia. No Dia Mundial da Música, Mayalde é a abertura d’O Gesto Orelhudo.

23h15, Povo Que Lavas no Rio Águeda (versão concerto)Agora na tenda, a orquestra do rio!

Em “Povo que Lavas no Rio Águeda” - apoteóti-ca manifestação artística que Águeda construiu sobre as águas do rio -, um colectivo de músi-cos, não mais de uma dúzia, escolhidos a dedo, assegurava o grosso do alinhamento musical. É essa magnífica orquestra que subirá agora ao palco, revisitando inéditos arranjos das canções ribeirinhas. No festival da transdisciplinaridade, eis um espectáculo que se torna intenso por se remeter à crua essência. É a memória fresca de Julho passado que lhe traz o imaginário.

SÁB 2

21h45, Ri bemol Clarinetes AdLibitum Portugal O sopro circense das músicas do mundo!

Quatro clarinetes e um percussionista dão liberdade total à sua música. Tanta liberdade que, sendo músicos extraordinários, embar-cam numa diversão teatralizada, dando sentido ao nome do colectivo Ad Libitum (do latim, ‘à vontade’ ou ‘a bel-prazer’). Em ‘Ri Bemol’, este quinteto percorre um repertório universal que parte dum instrumento comum: o clarinete. Um projecto nacional a aplaudir.

23h15, Funky Junk Linsey Pollak Austrália Insólitos instrumentos de um músico-inventor!

Músico descontroladamente inventivo, em duo com a percussionista Jessica Ainsworth, Linsey constrói os instrumentos em tempo real, com os objectos mais inesperados: gaitas-de-foles feitas das luvas de borracha ou bolas de praia, clarine-tes de mangueira de jardim ou de espanador de pó! E é em tempo real que compõe, sobrepondo ao vivo o que ele próprio vai tocando e gravando. Senhoras e senhores, eis um nome que faltava na galeria do Festival “O Gesto Orelhudo”: directa-mente da Austrália, Linsey Pollak!

21h45, Barbieri Teatro Necessario Itália De volta, com novo louco espectáculo!

Depois do estupendo êxito de “Clown in Li-bertá” no ano passado, estes incríveis italianos estão de volta, agora com um novo espectácu-lo, capaz de impressionar ainda mais o público orelhudo. “Barbieri” é a recriação da sociedade de outrora, em que a barbearia era o centro de ideias, palavras e músicas. Fazendo do tempo de espera ocasião de peripécias, os três musicómi-cos aspirantes a barbeiros fazem as acrobacias musicais mais inimagináveis à volta de uma ca-deira de barbeiro. A não perder!

(7 Outubro) acrescentam olhares a um festival que, aos 15 anos da d’Orfeu, é ele próprio uma marca de Águeda! A singularidade de cada um dos espec-táculos desta edi-ção tem tudo para merecer o intenso entusiasmo com que o público vive as maratonas orelhu-das, uma semana a fio. Vem, tu também, fazer O Gesto Orelhudo!

SEG 4

21h45, Tangos & Tragédias Brasil O consagrado duo musicómico em Águeda!

Estrondoso sucesso no Brasil que já contagiou o público português. Agora, finalmente, n’O Ges-to Orelhudo! Um toca acordeão e conta histórias trágicas de dor-de-cotovelo, homem sofrido, cheio de amores frustrados e desilusões, é um passional latino que não poupa na emoção. O outro toca violino e é um homem de estranha personalidade, de olhos muito expressivos e imensas olheiras: um olhar seu corresponde a uma frase, ainda que indecifrável. Tangos & Tra-gédias é música, humor, teatro e interacção com o público. Tudo em doses brutais!

QUA 6

21h45, SensormenYllana Espanha Percussão & tecnologia: rir com batida!

Yllana, a companhia que já trouxe ao Gesto Orelhudo espectáculos como “Rock & Clown” e “Pagagnini”, estreia agora em Portugal a sua nova produção, sempre numa linha de humor irreverente e corrosivo. Quatro músicos-cien-tistas servem-se da tecnologia de sensores para comunicar, numa sucessão meteórica de hilari-antes gags com sons electrónicos, unindo per-cussão e tecnologia. Sensormen é musicomédia pura, o público orelhudo não se vai conter!

QUI 7

21h45, Ovay Cia. Quique Péon Galiza/Espanha Artista de corpo inteiro dá ironia à dança!

Quique Peón rompe a estética purista da música e da dança tradicional, ao mesmo tempo que bebe das suas fontes rurais. Na gíria galega, aos valentes chamavam-se “ovay”, e é com esta valentia de enfrentar e reivindicar, nas subtis ironias de um artista de corpo inteiro, que o ex-traordinário Quique Peón (r)evoluciona a dança galega. Quique grita com o corpo. Um brilhante espectáculo para os sentidos! A dança na sua forma mais orelhuda.

SEX 8

21h45, Rock Comedy Show Elliot Bélgica A fechar, um ás da comédia visual!

Elliot é garantia de gargalhada contínua. Uma sequência alucinante de personagens, com re-curso cómico aos clássicos do rock, num ritmo frenético e uma fluida interacção com o público. Um espectáculo de humor eléctrico, em que cada gag tem um grande sentido de comédia visual. Elliot é um mimo intratável, um verda-deiro contorcionista facial. Com “Rock Comedy Show”, o versátil cómico chega pela primeira vez ao Gesto Orelhudo.

23h30, OuTonalidades 2010 Farra Fanfarra - Ver pág. 7

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30 de Setembro 2010 // 7

O circuito volta a unir Portugal e Galiza, através de uma alargada rede de espaços que abrem por-tas à música que se faz, em cada caso, além do Minho. De 22 de Setembro a 18 de Dezembro, durante 13 fins-de-semana, o programa apre-senta 69 concertos de 25 grupos em 22 espaços de música ao vivo, constituindo-se como a maior rede de música ao vivo da Península Ibérica.

Em território português, o OuTonalidades alarga a sua rede que, nesta edição, se estende a 15 es-paços de música ao vivo por todo o país, em 11 distritos, literalmente de norte a sul do país. Este

é também o terceiro ano da cooperação entre o OuTonalidades e Rede Galega de Música ao Vivo, circuitos congéneres dos dois lados da fronteira, proporcionando agora a presença de 5 grupos portugueses na Galiza e 5 grupos galegos em Portugal, num total de 36 concertos em regime de intercâmbio luso-galaico, de géneros que vão do jazz ao tradicional, do rock ao fado, do ska aos blues, do experimental às músicas do mundo.

A festa do OuTonalidades 2010 está servida!

Vive o Outono com música ao vivo!

Programa do OuTonalidades na região

Sex 8 Out | Farra Fanfarra bard’O - Espaço d’Orfeu ÁGUEDA

Sex 15 Out | Icon Vadis bard’O - Espaço d’Orfeu, ÁGUEDA

Sex 22 Out | Bando do Rei Pescador Bar do Centro de Arte de OVAR

Sex 22 Out | Bela Nafa bard’O - Espaço d’Orfeu ÁGUEDA

Sex 29 Out | Pé de Boi bard’O - Espaço d’Orfeu ÁGUEDA

Sáb 30 Out | Osmavati Bar Cine - Teatro de ESTARREJA

Sáb 6 Nov | A Presença das Formigas Bar Cine - Teatro de ESTARREJA

Sex 12 Nov | GS Quartet Bar Cine - Teatro de ESTARREJA

Sex 19 Nov | a Charanga Bar Cine - Teatro de ESTARREJA

Sex 19 Nov | Monstro Mau Bar do Centro de Arte de OVAR

Sex 26 Nov | Corsage Bar Cine - Teatro de ESTARREJA

Sex 3 Dez | Icon Vadis Bar Cine - Teatro de ESTARREJA

Aí está a 14ª edição do OuTonalidades!

Farra Fanfarra Sintra

Podemos esperar tudo dum espectáculo de Farra Fanfarra: diversão, irreverência e, muito ritmo, não deixando ninguém indiferente.

a Charanga Lisboa

Unindo as tecnologias digitais às raízes tradicio-nais, a Charanga é um projecto de música elec-trónica popular. Cada espectáculo é uma perfor-mance entre o rural e a era global.

Corsage Lisboa

O som dos Corsage é um pop singular, de can-ções curtas, dançáveis, intensas, introspectivas. Uma revelação, agora no OuTonalidades.

Icon Vadis Aveiro

Música de inspiração celta. A fusão do lirismo do folk com a força do rock, ao mesmo tempo que se reinventam clássicos irlandeses.

Bando do Rei Pescador Rio Tinto

Com longos anos de estrada e muitas aventuras depois, o Bando do Rei Pescador traz a festa dos seus concertos ao OuTonalidades!

GS Quartet Porto

Este quarteto leva-nos a cruzar o Atlântico para redescobrir a música latina através duma abor-dagem jazzística, livre e improvisada.

Bela Nafa Lisboa

Ao som da Kora, instrumento ancestral africano, uma forte e contagiante energia que convida à dança.

Osmavati Aveiro

Dos balcãs ao klezmer, do tango à música celta, esta inusitada formação rende-se ao carácter festivo das músicas do mundo.

A Presença das Formigas Viseu

Há um novo carreiro na música portuguesa. Com uma arquitectura musical imaginativa, sete formigas e quinze instrumentos fazem a Presen-ça em palco.

Monstro Mau Braga

Com muita atitude musical e estética, Monstro Mau apresenta um espectáculo de funk, rock e pop, onde nada é deixado ao acaso. Um dos in-contornáveis nomes deste OuTonalidades.

Pé de Boi Galiza

Submersos pela busca constante de distintas in-fluências, os Pé de Boi brindam-nos com o seu turbilhão de músicas. Festa garantida.// Bar Cine - Teatro de ESTARREJA// bard’O - Espaço d’Orfeu ÁGUEDA//Bar do Centro de Arte de OVAR

Espaço na região

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30 de Setembro 20108 //

Contexto e SignificadoCom os 15 anos d’Orfeu como mote, é criativamente que se cele-bra a efeméride, com uma obra dupla: “Contexto”, o livro escrito por António Pires e que nos transporta até às origens de uma as-sociação artística que abriu novos caminhos culturais a Águeda, e “Significado - A música portuguesa se gostasse dela própria”, realizado por Tiago Pereira, um testemunho visual de contextu-alização contemporânea das tradições musicais que, mais que enaltecimento gratuito, antes faz o ponto de equilíbrio entre a história da própria associação e o retrato da sua posição, hoje, no meio cultural. É questionando o global que nos damos conta que também a d’Orfeu, nos últimos 15 anos, já escreveu história.

Quando o Luís Fernandes me convidou para es-crever o livro comemorativo do 15º aniversário da d’Orfeu, “Contexto” – que tem como sub-tí-tulo “15 Anos, 15 Histórias Que Fazem a História da d’Orfeu” –, senti-me, para além de muito honrado e orgulhoso pela escolha, grato pela oportunidade que esta associação de Águeda me deu: a possibilidade de ter um conhecimento aprofundado dos mecanismos, dinâmicas e si-nergias necessários para criar e difundir o nome (segundo ensina a velha fórmula de Malcolm McLaren, o inventor dos Sex Pistols) de uma inicialmente pequena estrutura de uma cidade de província... até à sua evolução, desenvolvi-mento e – finalmente – estabelecimento como uma das mais importantes associações musicais e culturais portuguesas, amada e respeitada no nosso país e fora de portas.

E, depois de inúmeras entrevistas com pessoas ligadas, no presente ou no passado, à d’Orfeu e muitas outras que, por uma razão ou outra já com a d’Orfeu se cruzaram, tanto portuguesas como estrangei-ras, essa intenção primeira – de estudo, digamos, quase antropológico, sociológico ou jornalístico – foi dando lugar a uma outra, bem menos distanciada e bem mais apaixonada: a tentativa de, ao invés, conseguir percepcionar a rede de cumplicidades, relações afectivas e de troca real de amores maiores – como amores maiores são, quando feitos com verdade, a música, o teatro, o ensino ou a divulgação cultural – em que a d’Orfeu ocupa o centro. E, ao mesmo tempo que tento contar uma história que começa em quatro irmãos (ou, até, muito antes deles) e que ainda não terminou, eu próprio deixei enredar-me nessa rede. Com muito prazer, de espontânea vontade e com uma enorme alegria.

António Pires

António Pires é jornalista de música, DJ e professor. Em 2007 editou o seu primeiro livro, “As Lendas do Quarteto 1111” (Ulisseia). Brevemente, e para além de Contexto, será também editado o livro “Raízes e Antenas – Mistérios e Maravilhas da World Music (MediaXXI). http://raizeseantenas.blogspot.com/ http://www.myspace.com/antpires

A d´Orfeu é uma estrutura apoiada por:

Programa Sexta 3 Dezembro 2010Inauguração da exposição 15 anos d’Orfeu

Sábado 4 DezembroApresentação pública de “Contexto e Significado”

... e muitas outras actividades!

programa integral no sítio www.dorfeu.pt a partir de Novembro

Quero que as pessoas perguntem: o que é que se passa? E queiram saber porque é que há gente a mexer na tradição. Mexer, neste léxico, quer dizer questionar, duvidar e acrescentar. Ou, como diz Artur Fernandes, um dos forma-dores da d’Orfeu: “O que eu gosto é de que-brar preconceitos” é também para mim, como “vídeomúsico de retalhos”, primordial. Con-sidero que os meus filmes podem ajudar aquestionar a nossa cultura, o nosso passado. Penso como tão bem disse Vítor Rua, quando se refere ao manifesto “Arte do Ruído” do futu-rista Luigi Russolo: “há que destruir o passado,

os conservatórios e criar algo novo, e o ruído tem que estar ali”: E ser uma memória do futu-ro. Num país fragmentado, como é que se parte este mundo da tradição para criar objectos que, vindos dela, sejam uma outra coisa, encaixem noutros sítios e interessem a mais pessoas?

Tiago Pereira

Tiago Pereira on-line:http://www.facebook.com/tiagopereira23http://www.myspace.com/tiagopereirafilmhttp://www.modularvideo.blogspot.com/

“Significado - A música portuguesa se gostasse dela própria”

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30 de Setembro 2010 // 9

Luís Fernandes (coordenador-geral da d’Orfeu)

“A efeméride é um espelho do passado e do futuro”

Para comemorar os 15 anos da d’Orfeu, resolvem lançar o livro «Contexto» e o documentário «Sig-nificado». O que é que podemos es-perar destes dois trabalhos? Que retratem, cada um na sua pers-pectiva - o livro mais focado, o filme mais abrangente -, o que trouxe a d’Orfeu até aqui e o que a pode levar mais longe. A efeméride é, para nós, um espelho tanto do passado como do futuro. Para executar a faceta literária, con-vidaram o jornalista António Pires. «Significado» é assinado pelo visua-lista Tiago Pereira. Quais as razões de os terem escolhido? Convidámos dois conhecedores, à distância, dos méritos da d’Orfeu. E, com esta viagem de (re)descobrir a d’Orfeu pela pena de um e pela ob-jectiva do outro, ganhámos novos cúmplices para a nossa missão: não só os próprios António Pires e Tiago Pereira, bem como o universo dos seus públicos. E proporcionamos à imensa comunidade d’Orfeu um du-plo documento de valor inestimável. Além da história da d’Orfeu, com “Contexto e Significado” também se faz história. 15 anos é um número sempre mágico em termos da história de cada insti-tuição. O processo de crescimento da d’Orfeu acabou por ser aquilo que imaginaram desde o início? Ninguém poderia imaginar um per-curso destes. Mas se rebuscarmos as utopias iniciais, hoje vemos muitas delas concretizadas. Lutámos muito e a verdade é que quinze anos de ac-tividade já cá cantam. O modelo as-sociativo foi-nos sempre puxando e envolvendo para uma militância muitas vezes inexplicável, sendo que a d’Orfeu são as suas pessoas. São elas que constroem, com a sua dedicação, esta paradoxal associação, tão peque-na e tão grande, tão reconhecida e tão esquecida, tão rica e tão despojada. Falando agora das iniciativas para o último trimestre deste ano, quais são as expectativas quanto ao festival «O

Gesto Orelhudo» e a nova edição do «OuTonalidades»? O costume: surpreender o público, enfeitiçá-lo com as nossas propostas. Encher a alma de todos e sentirmo-nos realizados por isso. Já partir de Outubro arranca um novo modelo de formação na d’Orfeu. Este projecto é uma das vossas grandes apostas para conquistar mais públi-cos? Quais as novidades em relação ao anteriores formatos na formação? Mais que formar, vamos d’formar. É uma viragem essencial, na construção de uma plataforma integrada e in-terdisciplinar de formação artística. Há, por um lado, crescente procura em novas áreas e, por outro, o cru-zamento das artes contribui para o enriquecimento de cada uma das expressões. As músicas sempre ocu-param o lugar central na oferta for-mativa da d’Orfeu, mas agora vão partilhar protagonismo com teatro(s), dança(s), cultura(s) e técnica(s). Numa altura em que o país se debate com muitas dificuldades, em várias áreas, muitas vezes é a cultura que so-fre com os cortes governamentais. Se a vossa associação sofresse um corte no apoio, consideram que já têm uma estrutura bastante sólida para dar a volta a essa contrariedade? Tal cenário seria um estímulo, infeliz-mente já normal, à nossa capacidade criativa. Temos mantido uma pedala-da muito elevada, o trabalho é mais que reconhecido, mas nunca estamos livres que isso aconteça. Aliás, nesta fase, já só seguramente ao público surpreenderia. A instabilidade no sec-tor é de tal ordem que repercute ondas terríveis e, por vezes, devastadoras. Já tivemos, nestes quinze anos, algumas penosas travessias. Mas estamos cá para contar. O que é que esperam concretizar/conquistar daqui a quinze anos, ou seja, no 30º aniversário? Que a d’Orfeu seja, ainda e sempre, um espaço de realização, de motiva-ção, de superação, para que as utopias continuem a concretizar-se.

Mecenas d´Orfeu em 2010

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