classe de palavra
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são reconhecidas dez classes gramaticais pela maioria dos gramáticos: SUBSTANTIVO, ADJETIVO, ADVÉRBIO, VERBO, CONJUNÇÃO, INTERJEIÇÃO, PREPOSIÇÃO, ARTIGO, NUMERAL E PRONOME.
SUBSTANTIVO
Os substantivos são palavras que usamos para nomear os seres e as coisas. Possuem classificação e flexionam-se em gênero, número e grau.
Quanto à classificação podem ser:
Concretos
Quando tratam de coisas reais, ou tidas como reais.homem, menino, lobisomem, fada.
Abstratos
Quando tratam de estados e qualidades, sentimentos e ações.vida (estado), beleza (qualidade), felicidade (sentimento), esforço (ação).
Simples
Quando formados por um só radical.flor, tempo, chuva…
Compostos
Quando possuem mais de um radical.couve-flor, passatempo, guarda-chuva…
Primitivos
Quando não derivam de outra palavra da língua portuguesa.pedra, ferro, porta…
Derivados
Quando derivam de outra palavra da língua portuguesa.pedreira, pedreiro, ferreiro, portaria…
Comuns
Quando se referem a seres da mesma espécie, sem especificá-los.país, cidade, pessoa…
Próprios
Quando se referem a seres, pessoas, entidades determinados. São escritos sempre com inicial maiúscula.Brasil, Santos, João, Deus…
Coletivos
Quando se referem a um conjunto de seres da mesma espécie.álbum (fotografias, selos), biblioteca (livros), código (leis)…
Flexionam-se em gênero para indicar o sexo dos seres vivos. (quanto aos seres inanimados a classificação é convencional).
Masculino
Quando podem ser precedidos dos artigos o ou os.
Feminino
Quando podem ser precedidos dos artigos a ou as.
Existem ainda substantivos que são uniformes em gênero:
Epicenos
Quando um só gênero se refere a animais macho e fêmea.jacaré (macho ou fêmea)…
Sobrecomuns
Quando um só gênero se refere a homem ou mulher.a criança (tanto menino quanto menina)
Comuns de dois gêneros
Quando uma só forma existe para se referir a indivíduos dos dois sexos.o artista, a artista, o dentista, a dentista…
Flexionam-se em número para indicar a quantidade (um ou mais seres).
Singular
Quando se refere a um único ser ou grupo de seres.homem, povo, flor…
Plural
Quando se refere a mais de um ser ou grupo de seres.homens, povos, flores…
Existem ainda substantivos que só se empregam no plural.férias, pêsames, núpcias…
Flexionam-se em grau para se referir ao tamanho e também emprestar significado pejorativo, afetivo, etc.
Normal: gente, povo…Aumentativo: gentalha, povão (com sentido pejorativo)Diminutivo: gentinha, povinho (com sentido pejorativo)
Artigos
Por Roberta Laisa Dantas de SousaSão amigos inseparáveis do substantivo, pois toda vez que tiver artigo o mesmo estará se referindo a um substantivo. Esta referência poderá ser definindo ou indefinindo.
Artigos definidos: tem a função de caracterizar o ser ou objeto em particular.
Artigos indefinidos: tem a função de apresentar um elemento qualquer de uma espécie, ou seja, sem particularizar.
- Não brinque com os artigos, pois ele tem o poder de mudar as classes de algumas palavras.
Exemplo:verbo passar a ser substantivo -> O cantar é belo.Adjetivo ganha a função de substantivo -> O azul do mar é irradiante.Advérbio funciona como substantivo -> Falou um não.
ARTIGOS DEFINIDOS
ARTIGOS INDEFINIDOS
O UM
OS UNS
A UMA
AS UMAS
Exemplos:“… o mal lhe cresce…” (Gregório de Matos)
“Assim vamos de todo o nosso vagar contemplando este majestoso e pitoresco anfiteatro…” (Almeida Garret).
“As crônicas da vila de Itaguaí…” (Machado de Assis).
“-A ciência, disse ele a Sua Majestade, é o meu emprego único…” (Machado de Assis).
“Não havia na colônia, e ainda no reino, uma só autoridade em semelhante matéria…” (Machado Assis).
“… tinha decorado para os dramas majestosos dos elementos…” (José de Alencar).
Não é todo dia que surge um craque de basquete.
Adjetivos
Por Sandra MacedoAdjetivos são palavras que caracterizam o substantivo atribuindo-lhes qualidades, estados, aparência, etc.
Quanto à classificação podem ser:
-SimplesQuando formados por apenas um radical.claro, escuro…
- CompostosQuando formados por dois ou mais radicais.amarelo-claro, azul-escuro…
-PrimitivosQuando não derivados de outra palavra em língua portuguesa.bom, feliz…
-DerivadosQuando derivados de outros substantivos ou verbos.bondoso, amado…
Existem ainda os adjetivos pátrios, que se referem à origem ou nacionalidade.brasileiro, paulistano, santista…
Os adjetivos flexionam-se um gênero, número e grau.
Quanto ao gênero, podem ser:
- UniformesQuando uma única forma é usada tanto para concordar com substantivos masculinos quanto com femininos.menino feliz, menina feliz…
-BiformesQuando se flexionam para concordar com o substantivo que qualificam.menino bonito, menina bonita…
Quanto ao número, podem ser singular ou plural para acompanhar o substantivo que qualificam.
menina bonita – meninas bonitaspessoa feliz – pessoas felizes
Flexionam-se em grau para expressar a intensidade das qualidades do substantivo ao qual se referem.
Quanto ao grau, podem ser comparativos ou superlativos.O grau comparativo pode designar:
- igualdade: Sou tão bonita quanto ela.- superioridade: Sou mais bonita que ela.- inferioridade : Ela é menos bonita do que eu.
O grau superlativo pode ser absoluto ou relativo.
- absoluto analítico: Ela é muito bonita.- absoluto sintético: Ela é belíssima.- relativo de superioridade(analítico): Ela é a mais bonita de todas.(sintético): Esta vila é a maior de todas.- relativo de inferioridade: Ela é a menos bonita de todas nós.
Pronomes
Palavra que pode acompanhar ou substituir um nome (substantivo) e que determina a pessoa do discurso.
Exemplo: eu, nossa, aquilo, esta, nós, mim, te, eles, etc.
PRONOMES PESSOAIS
São termos que substituem ou acompanham o substantivo. Servem para representar os nomes dos seres e determinar as pessoas do discurso, que são:
1ª pessoa…………a que fala2ª pessoa…………com quem se fala3ª pessoa…………de quem se fala
Eu aprecio tua dedicação aos estudos. Será que ela aprecia também?
Os pronomes pessoais classificam-se em retos e oblíquos:
São pronomes retos, quando atuam como sujeito da oração.
Singular Plural Exemplo
1ª pessoa eu nós Eu estudo todos os dias.
2ª pessoa tu vós Tu também tens estudado?
3ª pessoa ele/ela eles/elas Será que ela estuda também?
São pronomes oblíquos, quando atuam como complemento (objeto direto ou indireto).
Quanto à acentuação, classificam-se em oblíquos átonos (acompanham formas verbais) e oblíquos tônicos ( acompanhados de preposição):
Pronomes oblíquos átonos: me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes.
Desejo-te boa sorte…Faça-me o favor…
Em verbos terminados em -r, -s ou -z, elimina-se a terminação e os pronomes o(s), a(s) se tornam lo(s), la(s).Em verbos terminados em -am, -em, -ão e -õe os pronomes se tornam no(s), na(s).
Pronomes oblíquos tônicos: mim, ti, ele, ela, si, nós, vós, eles, elas.A mim pouco importa o que dizem…
Pronomes de Tratamento
Pronomes de tratamento são axiônimos, ou seja, nomes que constituem formas corteses de tratamento, expressões de reverência, títulos honoríficos, etc. São pronomes como outros quaisquer, inclusive empregados da mesma forma que os pronomes pessoais, porém são utilizados em situações formais específicas antepondo-se a determinadas palavras que designam cargos ou posições sociais de prestígio, como já mencionado acima.
A conjugação dos pronomes de tratamento é da 3ª pessoa, mas normalmente se identificam mais com a segunda pessoa, já que se referem à pessoa com quem se fala. Um exemplo disso é o pronome “você” que substitui o pronome “tu” em muitas regiões que tem como língua oficial a língua portuguesa. A substituição já está tão comum que os pronomes “tu” e “vós” estão aos poucos tornando-se arcaicos, já que estão rapidamente perdendo a frequência de seu uso.
Alguns gramáticos mais modernos já chegam até a incluir o pronome “você” entre os pronomes pessoais.
Quanto ao emprego de iniciais maiúsculas ou minúsculas nos pronomes de tratamento, há ainda um certo impasse, porém alguns gramáticos sugerem que se use letras minúsculas nos pronomes mais usuais ou comuns, tais quais: senhor, senhora, doutor, dona, dom, senhorita, professor, você. Já nos demais pronomes, menos usuais e mais formais, utiliza-se letras maiúsculas, como por exemplo: Vossa Senhoria, Vossa Excelência, Vossa Santidade, etc.
Quando se trata das abreviações, no entanto, utiliza-se apenas iniciais maiúsculas, e nunca minúsculas.
Vejamos os principais pronomes de tratamento e a ocasião de seu uso:
Pronome de Tratamento
Abreviatura no Singular
Abreviatura no Plural
Usos
Você V. VV. Usado para um tratamento mais informal. Em algumas regiões é substituído pelo “tu”
Senhor, Senhora Sr., Sr.ª Srs., Srª.s Usado quando falamos com pessoas com as quais não temos intimidade
Vossa Senhoria V. S.ª V. Sª.s Pouco utilizado atualmente; para quando nos dirigimos à autoridades em geral, como diretores, chefes, vereadores, secretários, etc.
Vossa Excelência
V. Ex.ª V. Ex.ªs Usado para referenciar autoridades mais altas, como Presidente da República, Ministros de Estado, Senadores, Deputados, etc.
Vossa Eminência
V. Em.ª V. Em.ªs Usados para falarmos com
Cardeais
Vossa Alteza V. A. V V. A A. Para nos referirmos a Príncipes e Princesas, Duques
Vossa Santidade V.S. - Para o Papa
Vossa Reverendíssima
V. Rev.mª V. Rev.mªs Bispos e Sacerdotes
Vossa Paternidade
V. P. VV. PP. Superiores de Ordens Religiosas.
Vossa Magnificência
V. Mag.ª V. Mag.ªs Reitores de Universidades
Vossa Majestade
V. M. V V. M M. Reis e Rainhas.
Pronomes Possessivos
Vejamos as frases:
Minha bicicleta é mais velha que a sua.
Observemos que na frase a palavra minha refere-se a bicicleta (bicicleta de quem fala). A palavra minha indica posse, e concorda com a coisa possuída (bicicleta, feminino singular) e também com a pessoa que fala, no caso eu, 1ª pessoa do singular.
Minha é um pronome possessivo.
PRONOMES POSSESSIVOS São aqueles que indicam posse em relação às três pessoas do discurso.
O pronome possessivo minha acompanha o substantivo bicicleta e, por isso, é pronome possessivo adjetivo. É chamado assim por comportar-se semelhantemente a um adjetivo, acompanhando o substantivo, referindo-se a ele e concordando com ele em gênero e número.
É diferente, por exemplo, quando se observa o pronome sua, na mesma frase. Quando o pronome possessivo substitui um substantivo, como no caso o pronome sua substitui o substantivo bicicleta, ele é pronome possessivo substantivo.
Mais exemplos:
Posso usar sua blusa? Eu manchei a minha…
(sua= pr. poss. adjetivo, minha= pr. poss. substantivo)
Nossas dançarinas tiveram mais tempo para ensaio do que as suas.
(nossas= pr. poss. adjetivo, suas= pr. poss. substantivo)
OBS:
Quando o pronome possessivo determina mais de um substantivo, ele deverá concordar em gênero e número com o substantivo mais próximo.
Vou lavar meu tênis e bolsa.
Vejamos um quadro com os pronomes possessivos da língua portuguesa:
PRONOMES POSSESSIVOS
Singular Plural
Número Pessoa Masculino Feminino Masculino Feminino
Singular 1ª Meu minha meus minhas
2ª Teu Tua teus Tuas
3ª Seu sua seus Suas
Plural 1ª Nosso nossa nossos Nossas
2ª Vosso vossa Vossos vossas
3ª seu sua seus Suas
Pronomes Demonstrativos
Pronomes demonstrativos São aqueles que situam pessoas ou coisas em relação às três pessoas do discurso. Essa localização pode se dar no tempo, no espaço ou no próprio texto.
Exemplo:
Você deveria ouvir este disco de vinil.
O pronome este no exemplo acima, refere-se ao substantivo disco, localizando-o próximo à pessoa que fala (1ª pessoa).
Vejamos um quadro com os pronomes demonstrativos da língua portuguesa:
PRONOMES DEMONSTRATIVOS
Pessoas Variáveis Invariáveis
Masculino Feminino
Singular Plural Singular Plural
1ª este estes esta estas Isto
2ª esse esses essa essas Isso
3ª aquele aqueles aquela aquelas aquilo
São também pronomes demonstrativos
- o, a, os, as, quando equivalem a isto, isso, aquele, aquela, aqueles, aquelas;
Ex: Imagino o que ela já sofreu. (=aquilo)
- mesmo e próprio, quando reforçam pronomes pessoais ou fazem referência a algo expresso anteriormente;
Ex: Eu mesma vi a cena repetir-se.
- tal e semelhante, quando equivalem a esse, essa, aquela.
Ex: Em tais ocasiões é preciso prudência. (=essas)
Emprego dos pronomes demonstrativos
Em relação ao espaço
- Este(s), esta(s) e isto indicam o que está perto da pessoa que fala:
Ex: Este relógio de bolso que eu estou usando pertenceu ao meu avô.
- Esse(s), essa(s) e isso indicam o que está perto da pessoa com quem se fala:
Ex: Mamãe, passe-me essa revista que está perto de você.
- Aquele(s), aquela(s) e aquilo indicam o que está distante tanto da pessoa que fala quanto da pessoa com quem se fala:
Ex: Olhem aquela casa!
Em relação ao tempo
- Este(s), esta(s) e isto indicam o tempo presente em relação à pessoa que fala:
Ex: Esta tarde irei ao supermercado fazer as compras do mês.
- Esse(s), essa(s) e isso indicam o tempo passado próximo ao momento da fala:
Ex: Essa noite dormi mal, tive pesadelos horríveis.
- Aquele(s), aquela(s) e aquilo indicam um afastamento no tempo, tempo remoto:
Ex: Naquele tempo, os jovens de famílias ricas iam estudar na França.
Quando são usados como referente
- Este(s), esta(s) e isto fazem referencia a algo sobre o qual ainda se vai falar:
Ex: São estes os assuntos que temos a tratar: o aumento dos salários, as férias dos funcionários e as horas extras.
- Esse(s), essa(s) e isso fazem referencia a algo que já foi citado anteriormente:
Ex: Sua participação nas Olimpíadas de Matemática, isso é o que mais desejamos agora.
- Este e aquele são empregados quando se faz referencia a termos já mencionados, como se exemplifica a seguir:
Ex: Pedro e Paulo são alunos que se destacam na classe: este pela rapidez com que resolve os exercícios de Matemática, aquele pela criatividade na produção de textos.
Pronomes demonstrativos são aqueles que situam pessoas ou coisas em relação às três pessoas do discurso. Essa localização pode se dar no tempo, no espaço ou no próprio texto.
Exemplo:
Você deveria ouvir este disco de vinil.
O pronome este no exemplo acima, refere-se ao substantivo disco, localizando-o próximo à pessoa que fala (1ª pessoa).
PRONOMES INDEFINIDOS – São imprecisos, vagos. Se referem à 3ª pessoa do discurso.
Podem ser variáveis (se flexionando em gênero e número) ou invariáveis.São formas variáveis: algum(s), alguma(s), nenhum(s),nenhuma(s), todo(s), toda(s), muito(s), muita(s), pouco(s), pouca(s), tanto(s), tanta(s), certo(s), certa(s), vário(s), vária(s), outro(s), outra(s), certo(s), certa(s), quanto(s), quanta(s), tal, tais, qual, quais, qualquer, quaisquer…
São formas invariáveis: quem, alguém, ninguém, outrem, cada, algo, tudo, nada..
Vejamos a frase a seguir:
Alguns cães fazem festinha quando o dono chega.
A palavra alguns se refere, de modo genérico, a um certo número de cães. Podemos constatar isso por se tratar de um pronome indefinido.
Pronomes indefinidos são aqueles que se referem a substantivos de modo vago, impreciso ou genérico.
Os pronomes indefinidos podem ser variáveis, isto é, sofrer flexão de gênero e número, ou invariáveis.
Eis o quadro de pronomes indefinidos da nossa língua:
PRONOMES INDEFINIDOS
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, certo, vário, tanto, quanto, qualquer.
alguém, ninguém, tudo, outrem, nada, cada, algo.
Os pronomes indefinidos também aparecem na forma de locuções: cada um, cada qual, qualquer um, seja qual for, seja quem for, todo aquele que, etc.
Observações sobre o uso do pronome indefinido:
- algum, após o substantivo a que se refere, assume valor negativo.
Ex: Dinheiro algum trará sua família de volta. (= nenhum)
- pronome certo(a)(s), depois do nome, passa a ser adjetivo:
Ex: Certas pessoas não inspiram confiança. (pronome indefinido)
Encontramos a pessoa certa para o serviço. (adjetivo)
- o pronome nada pode equivaler a um advérbio:
Ex: Nós não estamos nada satisfeitos com os resultados. (=adv. Negação)
PRONOMES INTERROGATIVOS – São empregados para formular perguntas diretas ou indiretas. Podem ser variáveis ou invariáveis.
Variáveis: qual, quais, quanto(s), quanta(s).Invariáveis: que, onde, quem…
Quantos de vocês estudam diariamente? Quem de vocês estuda diariamente?
Pronomes interrogativos são os pronomes indefinidos quem, quanto(a)(s), qual(is) e que quando empregados em frases interrogativas.
Os pronomes interrogativos que e quem são invariáveis, enquanto os pronomes qual e quanto são variáveis.
Exemplos:
Quanto tempo você ainda irá demorar para chegar?
Quantos minutos você ainda irá demorar para chegar?
Quais os seus planos para o final de semana?
Qual o seu plano para resolver esse problema?
Os pronomes interrogativos podem aparecer tanto em perguntas diretas quanto em indiretas e ser empregados como pronomes substantivos ou como pronomes adjetivos.
Exemplos:
pronome interrogativo adjetivo:
Quantos meses faz que você não lava sua roupa?
pronome interrogativo substantivo:
Quem lavou minhas roupas?
OBS:
Perguntas diretas são aquelas iniciadas por palavra interrogativa e emprego de ponto de interrogação.
Perguntas indiretas são aquelas que não são iniciadas por palavra interrogativa e terminam com ponto final.
Exemplos:
Interrogativa direta:
Que horas são?
Interrogativa indireta:
Gostaria de saber quem falou na reunião.
PRONOMES RELATIVOS – São os que relacionam uma oração a um substantivo que representa. Também se classificam em variáveis e invariáveis.
Variáveis: o(a) qual, os(as) quais, quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s).Invariáveis:que, quem, onde.
Conseguiu o emprego que tanto queria.
Vejamos a seguinte frase retirada de um anúncio publicitário:
Conheça as informações que movimentam o mundo!
O texto poderia também ter a seguinte redação:
Conheça as informações. (1ª oração)
As informações movimentam o mundo. (2ª oração)
Observe que, nessa redação, o texto ficaria repetitivo e menos direto. Para evitar a repetição e ser mais direto, o anunciante optou por substituir a palavra informações pela palavra que.
Quando substitui uma palavra ou expressão antecedente, isto é, já mencionada, a palavra que é um pronome relativo.
Pronome relativo é aquele que liga duas orações, substituindo na 2ª oração um termo já expresso na 1ª oração.
Vejamos um quadro com os pronomes relativos da língua portuguesa:
PRONOMES RELATIVOS
Variáveis Invariáveis
Masculino Feminino
Singular Plural Singular Plural
O qual Os quais A qual As quais que
cujo cujos cuja cujas quem
quanto quantos - Quantas onde
Os pronomes relativos podem ser precedidos ou não por preposições.
Vejamos:
Eu enviei a meus amigos alguns cartões que eu mesma fiz. (sem preposição)
O rapaz a quem você pediu informações trabalha aqui? (com preposição)
Os pronomes relativos sempre desempenham nas orações que iniciam uma função sintática:
Vejamos:
O remédio custa muito caro. Eu preciso do remédio. (Objeto indireto)
O remédio de que eu preciso custa muito caro. (Objeto Indireto)
VERBO – palavras que expressam ações ou estados se encontram nesta classe gramatical.
Exemplo: fazer, ser, andar, partir, impor, etc.
Verbos são palavras que indicam ações, estados ou fenômenos, situando-os no tempo.
Quanto à estrutura, os verbos são compostos pelo radical (a parte invariável e que normalmente se repete), terminação (a parte que é flexionada) e a vogal temática (que caracteriza a conjugação).
ESTUD- AR ESCREV- ER PART- IR
São três as conjugações em língua portuguesa:1ª Conjugação: verbos terminados em AR2ª Conjugação: verbos terminados em ER3ª Conjugação: verbos terminados em IR
Quanto à morfologia, classificam-se em:
Regulares: quando flexionam-se de acordo com o paradigma da conjugação.ESTUDAR – eu estudo, tu estudas, ele estuda, nós estudamos…
Irregulares: quando não seguem o paradigma da conjugação.CABER – eu caibo… MEDIR – eu meço…
Anômalos: quando sofrem modificação também no radical.IR – eu vou… SER – eu sou…
Defectivos: quando não são conjugados em todas formas.FALIR – não possui 1ª, 2ª e 3ª pessoa do pres. do indicativo e pres. do subjuntivo.
Abundantes: quando possuem mais de uma forma de conjugação.ACENDIDO – ACESO, INCLUÍDO – INCLUSO
Flexionam-se em número para concordar com o sujeito/substantivo que acompanham; em pessoa; em tempo; em modo e em voz.Quanto ao número podem ser: Singular e Plural.Quanto à pessoa podem ser:
1ª pessoa – a que fala2ª pessoa – com quem se fala3ª pessoa – de quem se fala
Flexionam-se em tempo para indicar o momento em que ocorrem os fatos:O presente é usado para fatos que ocorrem no momento em que se fala, para fatos que ocorrem no dia-a-dia, para fatos que costumam ocorrer com certa freqüência.
Ele escreve para um jornal local.Eu estudo português quase todos os dias.
Usa-se o pretérito perfeito para indicar fatos passados, observados depois de concluídos.
Ele escreveu para um jornal local sobre Aquecimento Global.Eu estudei francês o ano passado.
Usa-se o pretérito imperfeito para indicar fatos não concluídos no momento em que se fala como também para falar de fatos que ocorriam com freqüência no passado.
Ele estudava todos os dias e ainda escrevia para um jornal local.
Usa-se o pretérito mais-que-perfeito para indicar fatos passados ocorridos anteriormente a outros fatos passados.
Já escrevera muitos artigos polêmicos, quando ingressou no jornal local.
Usa-se o futuro do presente para falar de fatos ainda não ocorridos, mas que ocorrerão depois que se fala.
Ela estudará muito e será bem sucedida na profissão.
Usa-se o futuro do pretérito para indicar fatos futuros que dependem de outros fatos .
Ela trabalharia menos, se tivesse estudado mais.Eu estudaria francês, se tivesse mais tempo.
O modo verbal indica de que forma o fato pode se realizar:Modo Indicativo para fato certo: Eu estudo, Nós escreveremos.
Modo Subjuntivo para fato hipotético, desejo, dúvida: Se eles trabalhassem…
Modo Imperativo para ordem, pedido: Trabalhem com afinco…Sejam estudiosos…
Há ainda três formas nominais: infinitivo, gerúndio e particípio.As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação.Voz ativa, quando o sujeito pratica a ação: O professor elogiou o aluno.Voz passiva, quando o sujeito recebe a ação: O aluno foi elogiado pelo professor…Voz reflexiva, quando o sujeito pratica e recebe a ação: Dedicou-se aos estudos.
Verbos Regulares e IrregularesCada verbo da língua portuguesa possui sua conjugação, ou seja, cada verbo se flexiona utilizando as desinências, que são os morfemas que, associados aos verbos, nos dizem em que tempo, pessoa, número e modo eles estão. Um verbo regular utiliza sempre os mesmos morfemas para indicar que está em determinada pessoa, número, tempo e modo, vejamos:Existem vários tipos de morfemas na língua portuguesa, e um deles é a DESINÊNCIA. Este morfema é responsável por designar algumas características na palavra, e quando é adicionado a ela, ao contrário do afixo, não forma uma nova palavra, mas apenas faz a flexão da palavra de origem.
Exemplo 1:
cantar + mos (desinência número pessoal) = cantamos (verbo cantar, na primeira pessoa do plural)
OBS: No caso acima, a desinência está indicando a pessoa e o número do verbo cantar, ou seja, está servindo para flexioná-lo, mas não forma uma nova palavra.
Exemplo 2:
mal + es (desinência de número) = males (palavra mal, no plural)
OBS: Já neste exemplo, a desinência está indicando o número da palavra mal, dizemos que está flexionada no plural. Da mesma forma do exemplo anterior, não forma uma nova palavra, apenas flexiona a palavra de origem.
Explicando melhor, as desinências podem ser classificadas em:
DESINÊNCIAS NOMINAIS
São morfemas adicionados aos nomes, ou seja, substantivos e adjetivos, e servem para indicar as flexões nominais de gênero e número.
1. Desinência de Número – indicam o singular ou o plural dos nomes.
Exemplos: mesa – mesas, carro – carros, pastel – pastéis, homem – homens
2. Desinência de Gênero – indicam o feminino ou o masculino dos nomes.
Exemplos: aluno – aluna, menino – menina, ancião – anciã, marquês – marquesa.
PALAVRAS INVARIÁVEIS
Só podemos falar em desinências nominais quando as palavras admitem flexão de gênero ou de número, quando isto não acontece não podemos dizer que tal palavra possui esta desinência.
Exemplos:
1. Palavras que não variam no gênero: mesa, cadeira, cruz, igreja, papel, etc.2. Palavras que não variam no número: lápis, vírus, etc.
DESINÊNCIAS VERBAIS
São morfemas indicativos do modo e do tempo, ou do número e da pessoa, ou seja, podem ser:
1. Desinência Modo Temporal - são as desinências que indicam o modo e o tempo do verbo.
Exemplos:
falava (-va): desinência que indica o pretérito imperfeito do indicativo. falasse (-sse): desinência que indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.
falaria (-ria): desinência que indica o futuro do pretérito do indicativo.
2. Desinência Número Pessoal – são as desinências que indicam o número e a pessoa do verbo.
Exemplos:
falamos (-mos): desinência que indica a primeira pessoa do plural. falas (-s): desinência que indica a segunda pessoa do singular.
falam (-m): desinência que indica a terceira pessoa do plural.
Morfemas
Morfemas são as partes de uma palavra, é a menor partícula significativa da língua portuguesa. Quando analisamos uma palavra morfologicamente, ou seja, quando analisamos a sua forma, podemos separar as partes desta palavra, seus morfemas.
Chamam-se morfemas: RAIZ, RADICAL, DESINÊNCIA, VOGAL TEMÁTICA, TEMA e AFIXOS.
Em uma palavra como SOL temos apenas um morfema, mas já na palavra ensolação, podemos encontrar três: en+sol+ação. Neste caso, SOL seria a RADICAL da palavra, EN seria o PREFIXO e AÇÃO o sufixo.
Vejamos cada um dos morfemas citados acima e sua definição:
RAIZ – é o morfema que contém o núcleo significativo comum a uma família lingüística, ou seja, é a partir da raiz da palavra que se associa ela a outras da mesma família e que identificamos o seu significado.
Por exemplo, as palavras erva e herbívoro são da mesma família. Sabemos disso por causa da sua raiz em comum: herbae. Mesmo que o radical tenha sofrido alterações, identificamos a semelhança através do significado.
RADICAL – é o morfema que funciona como o segmento lexical da palavra, geralmente se repetindo em todas ou na maioria das palavras daquela família.
Temos como exemplo as palavras pedra, pedreira, pedregulho e empedrar que possuem o mesmo radical pedr-. Vale ressaltar que nem sempre o radical permanece intacto, na maioria dos casos sofre alterações por conta da evolução sofrida pela língua.
DESINÊNCIA – este morfema serve para indicar as flexões da palavra, ou seja, as variações de gênero e número, no caso dos nomes, e de pessoa, número, modo e tempo, no caso dos verbos.
Exemplos: menina, menino, meninas, meninos (nome) e cantar cantaremos, cantarão, cantaria (verbo).
VOGAL TEMÁTICA – é o morfema que caracteriza nomes e verbos quando não são flexionados, ou seja, quando estão estanques.
No caso dos nomes, a vogal temática aparece quando não há variação de gênero ou de número: poeta, casa, corpo, livro, dente, ponte. São elas as letras A, E e O.
No caso dos verbos, servem para indicar a qual das três conjugações tal verbo pertence: A (primeira conjugação), E ou O (segunda conjugação) e I (terceira conjugação).
TEMA – quando juntamos o radical à vogal temática formamos o tema da palavra.
AFIXOS – quando uma palavra é formada por processo de derivação ela recebe uma partícula a mais no início, no meio ou no fim da mesma. Essas partículas são chamadas de afixos, e dependendo do local onde se encontram na palavra são denominadas diferentemente.
Existem, pois, três tipos de AFIXOS: o prefixo (que aparece no início da palavra), o infixo (que fica no meio da palavra) e o sufixo (que aparece no final da palavra).
É importante diferenciar que os afixos não servem para flexionar a palavra, mas para formar uma nova palavra ao serem acrescentado. As desinências, por sua vez, não formam uma nova palavra, mas flexionam aquela que já existe para gerar uma concordância com o restante das palavras a ela relacionadas.
Verbos regulares da 1ª conjugação:
Eu canto
Tu cantas
Ele canta
Nós cantamos
Vós Cantais
Eles Cantam
Eu amo
Tu amas
Ele ama
Nós amamos
Vós amais
Eles amam
Eu falo
Tu falas
Ele fala
Nós falamos
Vós falais
Eles falam
Observemos que o radical se repete sem alterações e que as desinências também se repetem. Na primeira pessoa do plural (nós), no presente do indicativo, sempre utiliza-se o morfema –amos.
Vejamos o mesmo com verbos regulares da 2ª conjugação:
Eu conheci
Tu conheceste
Ele conheceu
Nós conhecemos
Vós conhecestes
Eles conheceram
Eu vivi
Tu viveste
Ele viveu
Nós vivemos
Vós vivestes
Eles viveram
Eu comi
Tu comeste
Ele comeu
Nós comemos
Vós comestes
Eles comeram
Da mesma maneira, observamos que no caso dos verbos regulares, repetem-se os radicais e são acrescentados sempre os mesmos morfemas para marcar as flexões do verbo.
E os verbos irregulares, o que seriam? Fica fácil de deduzir, não é verdade? São aqueles que não correspondem a esta regularidade mostrada acima, que sofrem alguns acidentes e que tem os seus morfemas modificados, de modo que não podemos estabelecer um paradigma entre eles, nem prever que forma as desinências tomarão, pois vieram sendo modificadas ao longo do tempo, por conta da evolução da nossa língua.
Vejamos alguns verbos irregulares listados por Rocha Lima¹ em cada conjugação:
1ª conjugação
ESTAR
Nem todas as suas formas verbais são irregulares. O pretérito imperfeito do indicativo, por exemplo, é regular (estava).
Estou, estaremos, estivemos, etc.
DAR
Presente do indicativo: dou, dás, dá, dão.
Pretérito perfeito: deste, deu, demos, dei, deram.
VERBOS TERMINADOS EM –EAR E –IAR.
Passear, Principiar, Mobiliar, Apiedar-se, Aguar, Desaguar, Enxaguar, Minguar, Magoar, Obviar, etc.
2ª conjugação
CABER
Presente do indicativo: caibo.
Pretérito perfeito: coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam.
CRER
Presente do indicativo: creio, crês, crê, cremos, credes, crêem.
OUTROS:
Dizer, Fazer, Ler, Perder, Poder, Querer, Saber, Trazer, Valer, Ver.
3ª conjugação
MEDIR, PEDIR, OUVIR
Apresentam irregularidade do radical na primeira pessoa do singular do presente do indicativo; no presente do subjuntivo; e nas pessoas do imperativo que são tiradas do presente do subjuntivo.
Presente do indicativo: peço, meço, ouço.
IR, VIR
Ambos apresentam violenta irregularidade.
Presente do indicativo: vou, vais, venho, vens, ides, vindes.
Pretérito imperfeito: ia, vinha, ias, vinhas, íeis, vínheis.
RIR
Presente do indicativo: rio, ris, ri, rimos, rides, riem.
Futuro do presente: rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão.
VERBOS ANÔMALOS
São verbos que possuem mais de um radical, é o caso dos verbos ser e ir.
Eu fui, vou, irei
Tu foste, vais, irás
Ele foi, vai, irá
Nós fomos, vamos, iremos
Vós fostes, vades, ireis
Eles foram, vão, irão
Eu sou, fui, serei
Tu és, foste, serás
Ele é, foi, será
Nós somos, fomos, seremos
Vós sedes, fostes, sereis
Eles são, foram, serão
Verbos irregulares são aqueles cujos radicais se alteram ou cujas terminações não seguem as terminações dos demais verbos da conjugação a que pertencem.
Por exemplo, os verbos a seguir são REGULARES:
CANTAR – 1ª conjugação
(eu cantarei, tu cantarás, ele cantará, nós cantaremos, vós cantareis, eles cantarão)
COMER – 2ª conjugação
(eu comi, tu comeste, ele comeu, nós comemos, vós comestes, eles comeram)
PARTIR – 3ª conjugação
(eu parto, tu parte, ele parte, nós partimos, vós partis, eles partem)
Todos os verbos que possuem terminações diferentes das previstas para a sua conjugação, são chamados irregulares.
Por exemplo, o verbo FAZER (irregular), no futuro será FAREI, já o verbo COMER (regular) no futuro será COMEREI.
Observe que, se o verbo fazer fosse seguir a mesma regra dos verbos regulares, seu futuro seria FAZEREI.
Entre os verbos irregulares, segundo algumas particularidades, temos três denominações. Veremos aqui apenas uma delas, os VERBOS ANÔMALOS:
VERBOS ANÔMALOS - estes verbos não seguem as regras das terminações dos verbos regulares que pertencem à sua conjugação, e apresentam mais de um radical ao serem conjugados, dependendo do tempo ou da pessoa verbal.
Exemplos:
IR – eu vou, eu fui, nós fomos, tu irás SER – eu sou, tu és, ele é, nós seremos, nós fomos, eu fui, tu foste, ele era, que
ele seja.
TER – eu teria, tu tinhas, ele tivesse, nós temos, eles terão.
Verbos DefectivosDentre as denominações dos VERBOS IRREGULARES da língua portuguesa, temos:
1. os VERBOS ANÔMALOS, que são aqueles que possuem terminações diferentes das terminações padrão para a sua conjugação;
2. os VERBOS ABUNDANTES, que são os verbos que apresentam mais de uma forma verbal para um mesmo tempo, conjugação e pessoa;
3. e os VERBOS DEFECTIVOS, os quais vamos estudar com mais detalhes neste artigo.
Vejamos abaixo a definição:
Pode-se dizer que os VERBOS DEFECTIVOS tem comportamento contrário ao dos verbos abundantes, pois enquanto estes apresentam mais de uma forma verbal para representar um mesmo modo, tempo e pessoa, aqueles apresentam uma ausência de algumas formas verbais, ou seja, não possuem determinadas formas conjugadas.
Vejamos os exemplos:
Verbo PARTIR (regular, 3ª conjugação, conjugado no presente do indicativo)
EU – partoTU – partesELE – parteNÓS – partimosVÓS – partis
ELES – partem
Verbo ABOLIR (irregular, 3ª conjugação, defectivo, conjugado no presente do indicativo)
EU – ???TU – abolesELE – aboleNÓS – abolimosVÓS – abolisELES – abolem
Verbo COMER (regular, 2ª conjugação, conjugado no presente do indicativo)
EU – comoTU – comesELE – comeNÓS – comemosVÓS – comeisELES – comem
Verbo REAVER (irregular, 3ª conjugação, defectivo, conjugado no presente do indicativo)
EU – ???TU – ???ELE – ???NÓS – reavemosVÓS – reaveisELES – ???
Verbos AbundantesOs VERBOS ABUNDANTES são um dos tipos de verbos irregulares existentes na língua portuguesa. Como o próprio nome já diz, os verbos irregulares são aqueles que se diferenciam dos demais verbos pois não seguem regularmente as conjugações a que pertencem. Ou se diferenciam nas terminações, como é o caso dos verbos anômalos, ou não apresentam alguma forma verbal como é o caso dos verbos defectivos, ou podem ser, ainda, VERBOS ABUNDANTES, ou seja, apresentam mais de uma palavra correspondente à mesma forma verbal.
DEFINIÇÃO:
VERBOS ABUNDANTES são aqueles verbos irregulares que apresentam mais de uma forma de conjugação, ou seja, apresentam duas ou mais formas equivalentes para o mesmo tempo e pessoa.
A incidência de verbos abundantes se dá especialmente na forma do particípio do
verbo, pois temos dois tipos de particípio, um com a forma regular, ou seja, com as terminações ADO, IDO, ADA e IDA, e um com a forma irregular, ou seja, com terminações diferentes destas previstas.
Vejamos alguns exemplos de verbos que possuem duas formas no particípio, ou seja, VERBOS ABUNDANTES:
ENCHER – enchido, cheioFIXAR – fixado, fixoFAZER – faz, façaDIZER – diz, digaTRAZER – traz, tragaCORRIGIR – corrigido, corretoACENDER – acendido, acesoACEITAR – aceitado, aceitoELEGER – elegido, eleitoENTREGAR – entregado, entregueEXTINGUIR – extinguido, extintoFRITAR – fritado, fritoEXPELIR – expelido, expulsoLIMPAR – limpado, limpoMATAR – matado, morto
O modo verbal
indica de que forma o fato pode se realizar:Modo Indicativo para fato certo: Eu estudo, Nós escreveremos.
Modo Indicativo
O conceito de modo verbal é mais semântico do que gramatical, propriamente dito. Tanto é que as definições de modo são todas baseadas no conteúdo semântico dos verbos e não na sua forma ou constituição. O modo indicativo, por exemplo, é definido como o modo verbal que expressa um fato, uma certeza.
Exemplos:
João fazia bicos para ajudar nas despesas de casa.
Tenho o desejo de ajudar os mais necessitados.
O modo indicativo possui os seguintes tempos verbais: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais que perfeito, futuro do presente e futuro do pretérito.
Presente do Indicativo – exprime ações acontecidas no momento da fala.
Ex: verbos AJUDAR, COMER, PARTIR
Eu: ajudo, como, parto Tu: ajudas, comes, partes
Ele/ela: ajuda, come, parte
Nós: ajudamos, comemos, partimos
Vós: ajudais, comeis, partis
Eles/elas: ajudam, comem, partem
Pretérito perfeito do Indicativo – Exprime ações concluídas no passado.
Ex: verbos AJUDAR, COMER, PARTIR Eu: ajudei, comi, parti Tu: ajudaste, comeste, partiste
Ele/ela: ajudou, comeu, partiu
Nós: ajudamos, comemos, partimos
Vós: ajudastes, comestes
Eles/elas: [tem]eram
Pretérito imperfeito – Exprime ações que dão a ideia de não estarem concluídas no passado.
Ex: verbos AJUDAR, COMER, PARTIR Eu: ajudava, comia, partia Tu: ajudaavas, comias, partias
Ele/ela: ajudava, comia, partia
Nós: ajudavamos, comíamos, partíamos
Vós: ajudaveis, comieis, partieis
Eles/elas: ajudavam, comiam, partiam
Pretérito mais-que-perfeito – Exprime ações concluídas há muito tempo no passado.
Ex: verbos AJUDAR, COMER, PARTIR Eu: ajudara, comera, partira Tu: ajudaras, comeras, partiras
Ele/ela: ajudara, comera, partira
Nós: ajudaramos, comeramos, partíramos
Vós: ajudareis, comereis, partireis
Eles/elas: ajudaram, comeram, partiram
Futuro do pretérito – Exprime ações que iriam acontecer, mas não vão mais.
Ex: verbos AJUDAR, COMER, PARTIR Eu: ajudaria, comeria, partiria Tu: ajudarias, comerias, partirias
Ele/ela: ajudaria, comeria, partiria
Nós: ajudaríamos, comeríamos, partiríamos
Vós: ajudareis, comereis, partireis
Eles/elas: ajudariam, comeriam, partiriam
Futuro do presente – exprime ações que irão acontecer no futuro.
Ex: verbos AJUDAR, COMER, PARTIR Eu: ajudarei, comerei, partirei Tu: ajudarás, comerás, partirás
Ele/ela: ajudará, comerá, partirá
Nós: ajudaremos, comeremos, partiremos
Vós: ajudareis, comereis, partireis
Eles/elas: ajudarão, comerão, partirão
Modo Subjuntivo para fato hipotético, desejo, dúvida: Se eles trabalhassem…
Modo Imperativo para ordem, pedido: Trabalhem com afinco…Sejam estudiosos…
Há ainda três formas nominais: infinitivo, gerúndio e particípio.As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação.Voz ativa, quando o sujeito pratica a ação: O professor elogiou o aluno.Voz passiva, quando o sujeito recebe a ação: O aluno foi elogiado pelo professor…Voz reflexiva, quando o sujeito pratica e recebe a ação: Dedicou-se aos estudos.
ADVÉRBIO – palavras que se associam a verbos, adjetivos ou outros advérbios, modificando-os.
Definição: palavra invariável que modifica essencialmente o verbo, exprimindo uma circunstância.
ADVÉRBIO MODIFICANDO UM VERBO OU ADJETIVO
Ocorre quando o advérbio modifica um verbo ou um adjetivo acrescentando a eles
uma circunstância. Por circunstância entende-se qualquer particularidade que determina um fato, ampliando a informação nele contida.Ex.: Antônio construiu seu arraial popular ali.Estradas tão ruins.
ADVÉRBIO MODIFICANDO OUTRO ADVÉRBIO
Ocorre quando o advérbio modifica um adjetivo ou outro advérbio, geralmente intensificando o significado.Ex.: Grande parte da população adulta lê muito mal
ADVÉRBIO MODIFICANDO UMA ORAÇÃO INTEIRA
Ocorre quando o advérbio está modificando o grupo formado por todos os outros elementos da oração, indicando uma circunstância.Ex.:Lamentavelmente o Brasil ainda tem 19 milhões de analfabetos.
Locução Adverbial
É um conjunto de palavras que pode exercer a função de advérbio.
Ex.: De modo algum irei lá.
Advérbio é a palavra que indica as circunstâncias em que se dá a ação verbal. Apesar disso, os advérbios de intensidade também podem acompanhar, além dos verbos, substantivos, adjetivos e outros advérbios.
Exemplos:
Falava muito, e nada do que falava surtia efeito. Quase morto, andava a passos lentos pela rua.
As crianças possuem uma curiosidade muito grande.
Os seus pais passam muito bem.
O conjunto de duas ou mais palavras que têm valor de advérbio denomina-se LOCUÇÃO ADVERBIAL.
Os advérbios e as locuções adverbiais são classificados de acordo com o seu valor semântico, isto é, com o sentido que apresentam ou a circunstância que indicam.
Alguns dos valores semânticos são: tempo, lugar, modo, dúvida, afirmação e negação. Além de ter esses valores semânticos, as locuções adverbiais podem indicar ainda outras circunstâncias como: assunto, companhia, fim, etc.
Vejamos alguns exemplos:
Concessão: Apesar da proibição, o menino foi ao jogo de futebol.
Condição: Em caso de autorização, você sairá da escola.
Conformidade: Fez o edifício de acordo com o projeto.
Negação: De maneira alguma ele será punido.
Lugar: Encontramos o dinheiro embaixo da cama.
Tempo: Terminamos o trabalho à noite.
Algumas Locuções Adverbiais mais Utilizadas
Tempo : à noite; à tarde; às vezes; de dia; de manhã; de noite; de quando em quando; de vez em quando; de tempos a tempos; em breve; por vezes;
Lugar: à direita; à esquerda; à distância; ao lado; ao largo; de cima; de dentro; de fora; de longe; de perto; em baixo; em cima; para dentro; para onde; por ali; por aqui; por dentro; por fora; por perto;
Modo: a custo; à pressa; à toa; à vontade; às avessas; às claras; às direitas; às escuras; ao acaso; a torto e a direito; ao contrário; a sós; de bom grado; de cor; de má vontade; em geral; em silêncio; em vão;
Afirmação: com certeza; com efeito; de facto; na verdade; sem dúvida;
Negação : de forma alguma; de maneira nenhuma; de modo algum.
TIPOS DE ADVÉRBIOS
DE MODO: Ex.:Sei muito BEM que ninguém deve passar atestado da virtude alheia.Bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, acinte, debalde,devagar, ás pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em -mente:calmamente, tristemente, propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosamente, generosamente.
Os advérbios de modo, em sua maioria, são terminados pelo sufixo -mente. Este sufixo se junta à forma feminina dos adjetivos.
Mas por que são chamados advérbio de modo?
Eis a resposta histórica:
Dos advérbios latinos, originados, na maior parte, de nomes ou pronomes, poucos passaram às línguas românicas. Enriqueceram-se estas todavia com algumas formações desconhecidas do latim literário, com várias criações novas e, em especial, com os advérbios em –mente que se tiram de adjetivos. O trabalho de Eneida Bonfim, Advérbios (1988), traz o estudo de Pottier, que defende que os legítimos
advérbios são os de modo, verdadeiros qualificadores (modificadores) verbais, sustentando a teoria de que o advérbio está para o verbo, assim como o adjetivo está para o substantivo.
Exemplos:
Provavelmente, a carga tributária continuará se elevando. É certamente difícil a disputa em concursos públicos.
Mais investimento em educação é uma iniciativa extremamente importante.
Crianças em situação de risco ficam em condições terrivelmente cruéis.
Porém, não podemos esquecer de enfatizar que nem todas as palavras terminadas em -mente são advérbios de modo.
Além dos Advérbios de modo, também podem terminar em -mente os advérbios:
de dúvida (provavelmente, possivelmente); de intensidade (excessivamente, demasiadamente);
de tempo (imediatamente, diariamente);
de afirmação (certamente, realmente);
de ordem (primeiramente, ultimamente).
Dentre os demais tipos de advérbios, temos uma denominação um tanto recente, que classifica determinadas palavras como ADVÉRBIO DE DÚVIDA. Os advérbios de dúvida ou hesitação são aqueles que indicam incerteza ou hesitação nas frases.
Exemplos:
possivelmente, talvez, aparentemente, supostamente, provavelmente, acaso, casualmente, porventura, quiçá.
Há ainda as Locuções Adverbiais de Dúvida, que se comportam da mesma forma que o Advérbio, indicando incerteza nas sentenças em que aparecem.
Exemplos:
por certo, quem sabe.
Vejamos alguns exemplos de frases contendo Advérbios ou Locuções Adverbiais de dúvida:
ADVÉRBIOS DE DÚVIDA
Possivelmente haverá prova semana que vem. Talvez vá hoje a casa do Rodrigo.
Aparentemente não há nenhum defeito no aparelho.
Supostamente seria este o meu trabalho.
Provavelmente iremos sair amanhã.
Ela vem aqui casualmente.
Porventura viste o meu cachorro?
Se acaso vier o Gilberto, vamos passear os dois.
Este azeite é quiçá melhor que o de ontem.
LOCUÇÕES ADVERBIAIS DE DÚVIDA
Por certo iremos fazer compras hoje. Quem sabe eu possa te visitar um dia destes?
Os advérbios e locuções adverbiais de afirmação se ligam aos verbos para expressar uma opinião afirmativa do emissor da mensagem:
Advérbios de Afirmação: Sim, decerto, certamente, efetivamente, seguramente, realmente, positivo etc.
Locuções adverbiais de afirmação: na verdade, de fato, sem dúvida, por certo, com certeza etc.
Vejamos alguns exemplos:
sim = Ele vai sim à festa. decerto = Decerto que eu vou!
certamente = Certamente meu time vai ganhar.
efetivamente = Precisamos efetivamente de uma reforma tributária.
seguramente = Este é seguramente um bom emprego.
realmente = Realmente fiz um mau negócio.
positivo = Foi o Sr. que prendeu o acusado? – Positivo, disse o policial.
na verdade = Na verdade não foi isso que eu quis dizer.
de fato = Este vestido foi, de fato, o mais bonito do desfile.
sem dúvida = Maria é, sem dúvida, uma das melhores alunas da classe.
por certo = Por certo você vai atingir seus objetivos.
com certeza = Vamos viajar este ano com certeza.
Como os advérbios e as locuções adverbiais de afirmação se ligam aos verbos?
Muitas vezes eles podem servir para confirmar algo, um sentimento, uma ação, um estado, etc. São utilizados muito para enfatizar uma idéia, uma expressão, etc. Principalmente na língua falada, são muito aplicados, pois há a necessidade de se fazer entender naquele momento, já que neste caso não se pode voltar para “ler” novamente a frase.
Em respostas curtas eles podem vir sozinhos, semelhantemente a interjeições:
Você vai viajar este final de semana?- Sim! Com certeza!
Você tem uma caneta?- Claro!
Advérbios de IntensidadeAdvérbios tradicionalmente integrados nesta classe:
assaz (bastante, suficientemente), bastante, demais, mais, menos, muito, quanto, quão, quase, tanto, pouco.
Exemplos de Locuções adverbiais de intensidade:
em excesso, de todo, de muito, por completo, por demais.
Advérbio de intensidade ou advérbio de quantidade?
A palavra nada é considerada um advérbio de intensidade, embora você possa encontrar alguns autores que a classefiquem como advérbio de quantidade. Considemos, pois, ambos como sinônimos, ou seja, a designação de advérbio de quantidade caiu em desuso, e hoje equivale à designação de advérbio de quantidade. Trata-se da mesma classificação semântica do advérbio, portanto.
Exemplos de Advérbios em frases:
Ele bebeu muito.
Na frase acima o advérbio muito está intensificando o sentido do verbo BEBER, ou seja, é um advérbio de intensidade.
A banda chegou hoje.
Nessa outra frase o advérbio hoje acrescenta ao verbo CHEGAR uma circunstância
de tempo, ou seja, é um advérbio de tempo.
Veja outros exemplos:
- muito = Ele é muito forte
- pouco = Estudar pouco não é bom.
- mais = Bata mais forte!
- menos = Faça menos força.
- bastante = Hoje estudei bastante.
- demais = Ela é linda demais!
- bem = Ele é bem informado.
- tanto = Pedro repetiu tanto que acabou decorando o poema.
- deveras = Francisco é deveras estudioso.
- quanto = Você não sabe quanto é querida por todos.
- quase = Eles estão quase chegando.
- apenas = Tenho apenas uma moeda.
- mal = Ele está mal de grana.
- tão = Ele é tão inteligente
- de pouco = Somos casados de pouco.
- de todo = Ele não estava de todo alegre.
- de muito = O rapaz a conhecia de muito, mas nunca conversaram.
Os advérbios e locuções adverbiais de intensidade são para intensificar o sentido dos verbos, adjetivos ou advérbios a que se ligam.
Muito: advérbio ou pronome indefinido?
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo ou a outro advérbio e não sofre flexões.
ex.: Eu corri muito. (No caso, “muito” é o advérbio)
Pronome indefinido: relaciona-se a um substantivo e sofre flexões.
ex.: Eu corri muitos quilômetros. (No caso, “muitos” é o pronome indefinido. Referiu-se ao substantivo quilômetros e variou em número).
Flexão dos Advérbios de Intensidade:
A única flexão propriamente dita que existe na categoria dos advérbios de intensidade é a de grau, a saber:
Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: muito – muitíssimo, pouco – pouquíssimo.
Diminutivo: diminui a intensidade. Exemplos: pouco – pouquinho.
Os advérbios “bem” e “mal” admitem ainda o grau comparativo de superioridade, respectivamente, “melhor” e “pior”.
Que – pronome indefinido ou advérbio de intensidade?
Quando a palavra que anteceder o substantivo e tiver o valor de quanto, será o pronome indefinido.
Já quando a palavra que anteceder o adjetivo e tiver o valor de quão, será advérbio de intensidade.
Observe, então, as seguintes frases:
Que linda você é!
Que bagunça!
Na primeira frase, o que intensifica o adjetivo linda. É, portanto, advérbio de intensidade. Pode-se substituí-lo por quão:
Quão linda você é!
Já na segunda frase, o que modifica o substantivo bagunça. É, então, pronome indefinido. Pode-se substituí-lo por quanta:
Quanta bagunça!
Podem construir-se inúmeros advérbios com a terminação –mente. Basta juntar essa terminação a um adjetivo:
Exemplos:
feliz — felizmente;
português — portuguesmente;
duro ou dura —duramente;
teimoso ou teimosa — teimosamente;
rico ou rica — ricamente.
Quando se empregam sucessivamente dois ou mais advérbios terminados em –mente, só no último é que a terminação aparece:
Exemplo:
João apresentou-se pobre, triste e humildemente, por causa do que tinha acontecido.
Outros exemplos de advérbios de modo:
Vê como eu disponho os objectos do toucador. Amanhã vais dispô-los assim.
Esse lenço está bem lavado, mas este está mal, e aquele também.
Vai devagar, olha que assim podes cair.
Este caminho está melhor calcetado, aliás não viríamos por ele, porque um piso mal arranjado dificilmente se suporta.
Cheguei apressadamente, porque é tarde.
DE INTENSIDADE: Ex.:Acho que, por hoje, você já ouviu BASTANTE.Muito, demais, pouco, tão, menos, em excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo,bem (quando aplicado a propriedades graduáveis)
DE TEMPO: Ex.: Leia e depois me diga QUANDO pode sair na gazeta.Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
São advérbios de tempo as palavras:
hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, afinal, amiúde (de vez em quando), breve, constantemente, enfim, entrementes (enquanto isso), hoje, imediatamente, primeiramente, tarde, provisoriamente, sucessivamente,
Locuções Adverbiais de Tempo
às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
Advérbios de tempo
É possível observar alguns traços particularizantes que distinguem umas formas de outras.
O par “cedo/tarde”, por exemplo, tem ligação direta com o processo verbal, como em: “Ele dorme cedo”
ou
“A professora chegou tarde”.
Entretanto, não especifica uma posição no tempo determinada, ou seja, não focaliza um momento específico, e por isso pode conviver com, e até determinar, outra forma temporal precisa. Por exemplo:
O mestre chegou cedo hoje. O mestre chegou hoje cedo.
Além da alteração semântica, a troca de posição implica também mudança do termo determinado: no exemplo 5, “cedo” refere-se ao verbo; no 6, ao advérbio “hoje”, considerando ainda que a faixa temporária específica está sempre no “hoje”.
Como mais uma característica particular, podemos destacar que “cedo/tarde” podem ser intensificados:
O carteiro passou hoje bem cedo / muito cedo / cedo demais / cedinho.
Em relação ao grupo “ontem/hoje/amanhã”, podemos identificar uma extensão definida de tempo (24 horas), que pode se referir ao verbo, como também ao enunciado como um todo.
Porém, a característica mais notável desses advérbios é seu caráter dêitico. Assim, em “hoje” o tempo do enunciado coincide com o tempo de sua emissão (enunciação); “ontem” é o tempo anterior a este, e “amanhã”, o posterior. Além disso, diferenciam-se do par anterior por não serem passíveis de intensificação e por poderem desempenhar a função de sujeito.
Por exemplo:
Hoje e amanhã serão dias de festa.
Por isso, este grupo se aproxima muito mais da classe de pronomes que da de advérbios. O advérbio “agora” apresenta as mesmas propriedades de “hoje”, com a diferença de estreitar muito mais o espaço temporal.
DE LUGAR: Ex.: A senhora sabe AONDE eu posso encontrar esse pai-de-santo?Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distancia, à distancia de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta.
Advérbios de Lugar
Vem para aqui, porque aí está muito sol; ou vamos para ali, que há mais sombra. E se fôssemos para além? Abaixo do socalco, para aquém do castanheiro, é um sítio muito agradável. Vamos então para lá.
O João está fora do alpendre, e o Rogério está dentro. Acima do meu quarto estão as águas-furtadas. Diante da casa há um jardim e atrás fica uma horta.Onde está o poço, está também o tanque, e não muito longe está uma lago com peixes. Perto andam sempre as pombas cujo pombal fica defronte.
— O Tomás foi a algures? — Está cá: não foi a nenhures.
A idéia geral guardada por este grupo de advérbios é que seus elementos respondem à pergunta: “onde?”.
Assim como no caso dos advérbios de tempo, neste conjunto também ocorrem subdivisões. Podemos definir estas divisões em dois grupos:
1. Os Dêiticos, que fazem referência ao emissor e ao receptor da mensagem (aqui, aí);
2. Aqueles que se relacionam com outro ponto de referência.
Os dêiticos podem exercer a função sintática de sujeito ou de adjunto adverbial.
Exemplo:
Aqui não é um bom lugar para conversarmos. (Sujeito)
Estarei aqui amanhã aguardando sua resposta. (Adjunto adverbial)
O segundo grupo pode apresentar uma relação com um ponto de referência mais subjetivo (longe/perto) ou mais objetivo (abaixo, acima, dentro, fora etc.).
Exemplo:
A universidade fica bem perto daqui, depois desse estádio de futebol.
Outros exemplos de Advérbios de Lugar:
abaixo, acima, adentro, adiante, afora, aí, além, algures (em algum lugar), alhures (em outro lugar), nenhures (em nenhum lugar), ali, aquém, atrás, cá, dentro, embaixo, externamente, lá, longe, perto.
Locuções Adverbiais de Lugar:
a distância, à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta.
DE NEGAÇÃO :Ex.: DE MODO ALGUM irei láNão, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
Advérbios de Negação são palavras que pertencem a uma subclasse dos advérbios e que podem ser modificadores do grupo verbal ou de constituintes do grupo verbal. Tradicionalmente considerava-se ‘não’ o único advérbio de negação, mas as gramáticas mais atuais já admitem outros, como vemos abaixo.
Exemplos:
Advérbios de Negação: não, tampouco, nem, nunca, jamais, etc.
Há também locuções de palavras que funcionam como um advérbio de negação, nestes casos são chamadas de Locuções Adverbiais de Negação.
Exemplos:
Locuções Adverbiais de Negação: de modo algum, de jeito nenhum, de forma nenhuma.
Em construções de negação frásica, a distribuição do advérbio é bastante restrita. Nestes casos, ocorrem sempre em posição de adjacência à esquerda do verbo, mesmo em construções interrogativas que envolvem a inversão do sujeito com o verbo.
Exemplos:
a) O João (não) comprou flores à Ana. b) O que (não) comprou o João à Ana?
Em construções de negação do grupo verbal, o advérbio pode modificar qualquer constituinte do grupo verbal. Neste caso, ‘não’ encontra-se adjacente ao constituinte
modificado, conforme abaixo:
Exemplos:
a) modifica toda o grupo verbal.
O João (não comprou flores à Ana ontem).
b) modifica o objeto direto
O João comprou à Ana ontem (não flores), mas livros.
c) modifica o advérbio de tempo
O João comprou flores à Ana (não ontem), mas hoje.
d) modifica o objeto indireto
O João comprou flores ontem (não à Ana), mas à Raquel.
A palavra ‘nem’ e os advérbios de negação
A tradição gramatical portuguesa considera ‘nem’ apenas uma conjunção coordenativa correlativa, que ocorre sempre na estrutura ‘nem … nem’. Em outras palavras ela tem a função de correlacionar duas frases coordenadas, independentes sintaticamente.
Porém, muitos autores atuais divergem na classificação desta palavra. É o caso da gramática de Antônio Borregana, na qual se inclui ‘nem’ na subclasse dos advérbios de negação.
Confirma também esta classificação o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, dando como exemplo: “Nem pense em fazer isso”.
A maioria dos gramáticos consideram tal palavra apenas como conjunção coordentativa, mas torna-se completamente aceitável, com base em diversos exeplos, que a palavra seja considerada um advérbio de negação.
Vejamos outros exemplos:
“Nem imaginas o sucesso da festa!” “O aniversariante nem conseguiu conversar com toda a gente.”
“Eu nem parei um minuto.”
DE DÚVIDA: Ex.: TALVEZ ela volte hoje
Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe.
Dentre os demais tipos de advérbios, temos uma denominação um tanto recente, que classifica determinadas palavras como ADVÉRBIO DE DÚVIDA. Os advérbios de dúvida ou hesitação são aqueles que indicam incerteza ou hesitação nas frases.
Exemplos:
possivelmente, talvez, aparentemente, supostamente, provavelmente, acaso, casualmente, porventura, quiçá.
Há ainda as Locuções Adverbiais de Dúvida, que se comportam da mesma forma que o Advérbio, indicando incerteza nas sentenças em que aparecem.
Exemplos:
por certo, quem sabe.
Vejamos alguns exemplos de frases contendo Advérbios ou Locuções Adverbiais de dúvida:
ADVÉRBIOS DE DÚVIDA
Possivelmente haverá prova semana que vem. Talvez vá hoje a casa do Rodrigo.
Aparentemente não há nenhum defeito no aparelho.
Supostamente seria este o meu trabalho.
Provavelmente iremos sair amanhã.
Ela vem aqui casualmente.
Porventura viste o meu cachorro?
Se acaso vier o Gilberto, vamos passear os dois.
Este azeite é quiçá melhor que o de ontem.
LOCUÇÕES ADVERBIAIS DE DÚVIDA
Por certo iremos fazer compras hoje. Quem sabe eu possa te visitar um dia destes?
DE AFIRMAÇÃO: Ex.: REALMENTE eles sumiram
Sim, certamente, realmente, decerto, efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubitavelmente.
Os advérbios e locuções adverbiais de afirmação se ligam aos verbos para expressar uma opinião afirmativa do emissor da mensagem:
Advérbios de Afirmação: Sim, decerto, certamente, efetivamente, seguramente, realmente, positivo etc.
Locuções adverbiais de afirmação: na verdade, de fato, sem dúvida, por certo, com certeza etc.
Vejamos alguns exemplos:
sim = Ele vai sim à festa. decerto = Decerto que eu vou!
certamente = Certamente meu time vai ganhar.
efetivamente = Precisamos efetivamente de uma reforma tributária.
seguramente = Este é seguramente um bom emprego.
realmente = Realmente fiz um mau negócio.
positivo = Foi o Sr. que prendeu o acusado? – Positivo, disse o policial.
na verdade = Na verdade não foi isso que eu quis dizer.
de fato = Este vestido foi, de fato, o mais bonito do desfile.
sem dúvida = Maria é, sem dúvida, uma das melhores alunas da classe.
por certo = Por certo você vai atingir seus objetivos.
com certeza = Vamos viajar este ano com certeza.
Como os advérbios e as locuções adverbiais de afirmação se ligam aos verbos?
Muitas vezes eles podem servir para confirmar algo, um sentimento, uma ação, um estado, etc. São utilizados muito para enfatizar uma idéia, uma expressão, etc. Principalmente na língua falada, são muito aplicados, pois há a necessidade de se fazer entender naquele momento, já que neste caso não se pode voltar para “ler” novamente a frase.
Em respostas curtas eles podem vir sozinhos, semelhantemente a interjeições:
Você vai viajar este final de semana?
- Sim! Com certeza!
Você tem uma caneta?- Claro!
DE EXCLUSÃO:Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, simplesmente, só, unicamente
DE INCLUSÃO:Ex.: Emocionalmente o indivíduo TAMBÉM amadurece durante a adolescência. Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também
DE ORDEM:Depois, primeiramente, ultimamente
DE DESIGNAÇÃO: Eis
DE INTERROGAÇÃO:Ex.: E então?QUANDO é que embarca?onde?(lugar), como?(modo), quando?(tempo), porque?(causa), quanto?(preço e intensidade), para que?(finalidade
Palavras Denotativas
Há, na língua portuguesa, uma série de palavras que se assemelham a advérbios. A Nomenclatura Gramatical Brasileira não faz nenhuma classificação especial para essas palavras, por isso elas são chamadas simplesmente de palavras denotativas.
ADIÇÃO: Ex.: Comeu tudo e ainda queria maisAinda, além disso
AFASTAMENTO: Ex.: Foi embora daqui.embora
AFETIVIDADE: Ex.: Ainda bem que passei de anoAinda bem, felizmente, infelizmente
APROXIMAÇÃO:quase, lá por, bem, uns, cerca de, por volta de
DESIGNAÇÃO: Ex.: Eis nosso novo carroeis
EXCLUSÃO: Ex.: Todos irão, menos ele.Apenas, salvo, menos, exceto, só, somente, exclusive, sequer, senão,
EXPLICAÇÃO: Ex.: Viajaremos em julho, ou seja, nas férias.isto é, por exemplo, a saber, ou seja
INCLUSÃO: Ex.: Até ele irá viajar.Até, inclusive, também, mesmo, ademais
LIMITAÇÃO: Ex.: Apenas um me respondeu.só, somente, unicamente, apenas
REALCE: Ex.: E você lá sabe essa questão?é que, cá, lá, não, mas, é porque, só, ainda, sobretudo.
RETIFICAÇÃO: Ex.: Somos três, ou melhor, quatroaliás, isto é, ou melhor, ou antes
SITUAÇÃO: Ex.: Afinal, quem perguntaria a ele?então, mas, se, agora, afinal
Grau dos Advérbios
Os advérbios, embora pertençam à categoria das palavras invariáveis, podem apresentar variações com relação ao grau. Além do grau normal, o advérbio pode-se apresentar no grau comparativo e no superlativo.
- GRAU COMPARATIVO: quando a circunstância expressa pelo advérbio aparece em relação de comparação. O advérbio não é flexionado no grau comparativo. Para indicar esse grau utilizam as formas tão…quanto, mais…que, menos…que. Pode ser:=> comparativo de igualdade:Ex.; Chegarei tão cedo quanto você.=>comparativo de superioridade:Ex.: Chegarei mais cedo que você.=>comparativo de inferioridade:Ex.: Chegaremos menos cedo que você.
- GRAU SUPERLATIVO: nesse caso, a circunstancia expressa pelo advérbio aparecerá intensificada. O grau superlativo do advérbio pode ser formado tanto pelo processo sintético (acréscimo de sufixo), como pelo processo analítico (outro advérbio estará indicando o grau superlativo).
=>superlativo (ou absoluto) sintético: formado com o acréscimo de sufixo.Ex.:Cheguei tardíssimo.
=>superlativo (ou absoluto) analítico: expresso com o auxilio de um advérbio de intensidade.Ex.:Cheguei muito tarde.
Observações:=>Quando se empregam dois ou mais advérbios terminados em –mente, pode-se
acrescentar o sufixo apenas no ultimo.Ex.: Nada omitiu de seu pensamento; falou clara, franca e nitidamente.=>Quando se quer realçar o advérbio, pode-se antecipá-lo.Ex.: Imediatamente convoquei os alunos.
Numeral
Numeral é uma das palavras que se relaciona diretamente ao substantivo, dando a idéia de número.
Exemplos:- Andei por duas quadras.- Fui a segunda colocada no concurso.- Comi um quarto da pizza.- Tenho triplo da idade de meu filho.
Classificação do numeral: cardinal, ordinal, multiplicativo e fracionário.
CARDINAL
Indica quantidade, serve para fazer a contagem.
ORDINAL
Expressa ordem.
MULTIPLICATIVO
Indica multiplicação.
FRACIONÁRIO
Expressa divisão, fração e partes.
COLETIVO
Indica um conjunto. Exemplo: centena, dúzia, dezena, década e milheiro.
*Observação: “zero” e “ambos” são considerados como numerais.
Diferença entre um artigo e o um numeral, um artigo indica indefinição do substantivo e o um numeral indica quantidade do substantivo.
Flexão dos numerais:
Alguns variam em gênero e número.Dois – duassegundo – segunda
Com funções adjetivas são variáveis.- Ficou em coma por tomar doses triplas de veneno.
Números fracionários.É meio-dia e meia (hora).
Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários
um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta qüinquagésimo - cinqüenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos qüingentésimo - qüingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo
Preposição
Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normalmente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura da língua pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão do texto.
Tipos de Preposição
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições.
A, ante, perante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições.
Como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma delas.
Abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.
A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras
e assim estabelecer concordância em gênero ou em número.
Ex: por + o = pelo
por + a = pela
Vale ressaltar que essa concordância não é característica da preposição e sim das palavras a que se ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir de dois processos:
1. Combinação: A preposição não sofre alteração.
preposição a + artigos definidos o, os
a + o = ao
preposição a + advérbio onde
a + onde = aonde
2. Contração: Quando a preposição sofre alteração.
Preposição + Artigos
De + o(s) = do(s)
De + a(s) = da(s)
De + um = dum
De + uns = duns
De + uma = duma
De + umas = dumas
Em + o(s) = no(s)
Em + a(s) = na(s)
Em + um = num
Em + uma = numa
Em + uns = nuns
Em + umas = numas
A + à(s) = à(s)
Por + o = pelo(s)
Por + a = pela(s)
Preposição + Pronomes
De + ele(s) = dele(s)
De + ela(s) = dela(s)
De + este(s) = deste(s)
De + esta(s) = desta(s)
De + esse(s) = desse(s)
De + essa(s) = dessa(s)
De + aquele(s) = daquele(s)
De + aquela(s) = daquela(s)
De + isto = disto
De + isso = disso
De + aquilo = daquilo
De + aqui = daqui
De + aí = daí
De + ali = dali
De + outro = doutro(s)
De + outra = doutra(s)
Em + este(s) = neste(s)
Em + esta(s) = nesta(s)
Em + esse(s) = nesse(s)
Em + aquele(s) = naquele(s)
Em + aquela(s) = naquela(s)
Em + isto = nisto
Em + isso = nisso
Em + aquilo = naquilo
A + aquele(s) = àquele(s)
A + aquela(s) = àquela(s)
A + aquilo = àquilo
Dicas sobre preposição
1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los?
- Caso o “a” seja um artigo, virá precedendo a um substantivo. Ele servirá para determiná-lo como um substantivo singular e feminino.
- A dona da casa não quis nos atender.- Como posso fazer a Joana concordar comigo?
- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
- Cheguei a sua casa ontem pela manhã.- Não queria, mas vou ter que ir a outra cidade para procurar um tratamento adequado.
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou a função de um substantivo.
- Temos Maria como parte da família. / A temos como parte da família- Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. / Creio que a conhecemos melhor que ninguém.
2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das preposições:
Destino
Irei para casa.
Modo
Chegou em casa aos gritos.
Lugar
Vou ficar em casa;
Assunto
Escrevi um artigo sobre adolescência.
Tempo
A prova vai começar em dois minutos.
Causa
Ela faleceu de derrame cerebral.
Fim ou finalidade
Vou ao médico para começar o tratamento.
Instrumento
Escreveu a lápis.
Posse
Não posso doar as roupas da mamãe.
Autoria
Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
Companhia
Estarei com ele amanhã.
Matéria
Farei um cartão de papel reciclado.
Meio
Nós vamos fazer um passeio de barco.
Origem
Nós somos do Nordeste, e você?
Conteúdo
Quebrei dois frascos de perfume.
Oposição
Esse movimento é contra o que eu penso.
Preço
Esse roupa sai por R$ 50 à vista.
ConjunçõesConjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes de uma mesma oração.
CLASSIFICAÇÃO- Conjunções Coordenativas- Conjunções Subordinativas
CONJUNÇÕES COORDENATIVASDividem-se em:
- ADITIVAS: expressam a idéia de adição, soma.
Observe os exemplos:
- Ela foi ao cinema e ao teatro.- Minha amiga é dona-de-casa e professora.- Eu reuni a família e preparei uma surpresa.- Ele não só emprestou o joguinho como também me ensinou a jogar.
Principais conjunções aditivas: e, nem, não só…mas também, não só…como também.
- ADVERSATIVASExpressam idéias contrárias, de oposição, de compensação. Exemplos:
- Tentei chegar na hora, porém me atrasei.- Ela trabalha muito mas ganha pouco.- Não ganhei o prêmio, no entanto dei o melhor de mim.- Não vi meu sobrinho crescer, no entanto está um homem.
Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto.
ALTERNATIVAS
Expressam idéia de alternância.
- Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.- Minha cachorra ora late ora dorme.- Vou ao cinema quer faça sol quer chova.
Principais conjunções alternativas: Ou…ou, ora…ora, quer…quer, já…já.
CONCLUSIVASServem para dar conclusões às orações. Exemplos:
- Estudei muito por isso mereço passar.- Estava preparada para a prova, portanto não fiquei nervosa.- Você me ajudou muito; terá, pois sempre a minha gratidão.
Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim.
EXPLICATIVASExplicam, dão um motivo ou razão:
- É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora.- Não demore, que o seu programa favorito vai começar.
Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.
CLASSIFICAÇÃO DAS CONJUNÇÕES SUBORDINATIVASCAUSAISPrincipais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma vez que, como (= porque). Exemplos:
- Não pude comprar o CD porque estava em falta.- Ele não fez o trabalho porque não tem livro.- Como não sabe dirigir, vendeu o carro que ganhou no sorteio.
COMPARATIVASPrincipais conjunções comparativas: que, do que, tão…como, mais…do que, menos…do que.
- Ela fala mais que um papagaio.
CONCESSIVASPrincipais conjunções concessivas: embora, ainda que, mesmo que, apesar de, se bem que.
Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato inesperado.Traz em si uma idéia de “apesar de”.
- Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar cansada)- Apesar de ter chovido fui ao cinema.
CONFORMATIVAS
Principais conjunções conformativas: como, segundo, conforme, consoante
- Cada um colhe conforme semeia.- Segundo me disseram a casa é esta.
Expressam uma idéia de acordo, concordância, conformidade.
CONSECUTIVASExpressam uma idéia de conseqüência.
Principais conjunções consecutivas: que ( após “tal”, “tanto”, “tão”, “tamanho”).
- Falou tanto que ficou rouco.- Estava tão feliz que desmaiou.
FINAISExpressam idéia de finalidade, objetivo.
- Todos trabalham para que possam sobreviver.- Viemos aqui para que vocês ficassem felizes.
Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque (=para que),
PROPORCIONAISPrincipais conjunções proporcionais: à medida que, quanto mais, ao passo que, à proporção que.
- À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha.- Quanto mais ela estudava, mais feliz seus pais ficavam.
TEMPORAISPrincipais conjunções temporais: quando, enquanto, logo que.
- Quando eu sair, vou passar na locadora.- Chegamos em casa assim que começou a chover.- Mal chegamos e a chuva desabou.
Obs: Mal é conjunção subordinativa temporal quando equivale a “logo que”.
O conjunto de duas ou mais palavras com valor de conjunção chama-se locução conjuntiva.
Exemplos: ainda que, se bem que, visto que, contanto que, à proporção que.
Algumas pessoas confundem as circunstâncias de causa e conseqüência. Realmente, às vezes, fica difícil diferenciá-las.
Observe os exemplos:- Correram tanto, que ficaram cansados.
“Que ficaram cansados” aconteceu depois deles terem corrido, logo é uma conseqüência.Ficaram cansados porque correram muito.
“Porque correram muito” aconteceu antes deles ficarem cansados, logo é uma causa.
Interjeição
Interjeições são palavras que expressam os nossos sentimentos como: emoção, alegria, tristeza, dor, surpresa e aplauso.
As interjeições classificam-se em:
Advertência Cuidado! Olha! Atenção! Calma!
Agradecimento Grato! Obrigado!
Alegria Ah! Eh! Oh! Oba! Viva!
Alívio Ah! Uf! Ufa!
Animação Coragem! Força! Vamos! Eia!
Apelo Socorro! Psiu! Hei!
Aplauso Parabéns! Ótimo! Viva! Bis!
Concordância Sim! Claro!
Desejo Oh! Oxalá! Tomara!
Dor Ah! Oh! Ai! Ui!
Admiração Caramba! Nossa! Opa! Puxa!
Pena Coitado!
Satisfação Boa! Oba! Opa! Upa!
Saudação Olá! Salve! Adeus! Viva!
Silêncio Psiu! Silêncio! Calada!
Medo Credo! Cruzes! Ui!