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CRIATIVA SUSTENTÁVEL INCLUSIVA 08 Março 2013

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Março 2013 - Energia Sustentável

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  • CRIATIVA SUSTENTVEL INCLUSIVA

    08

    Maro 2013

  • N 08. MAR. 2013

    EDITORIAL

    O mUNDO DA ENERgIA mUDOU E NS ESTAmOS A OLhAR pARA O LADO[ ANTNIO S DA COSTA ]

    A EfICINCIA ENERgTICA fAz-SE COm AS pESSOAS - REPORTAGEM

    ENERgIA Em mOVImENTO pARA gANhAR 2020 - REPORTAGEM

    CASO DE ESTUDO

    pARTILhAR SObRE RODAS

    NOTCIAS INTELI

    bREVES

    EVENTOS

    SUgESTES

  • Energia nas Smart Cities

    A INTELI tem vindo a promover o conceito de smart city como um novo pa-radigma urbano, tendo como gnese a utilizao de tecnologias de informao e comunicao (TIC) para promover a competitividade econmica, a susten-tabilidade ambiental e a qualidade de vida dos cidados.

    Para tal, desenvolveu um ndice de Cidades Inteligentes que aplicou a 20 das 25 cidades que integram a rede RENER Living Lab para a Inovao Urbana, com vista a medir o grau de inteligncia urbana dos municpios e a promover a melhoria do desempenho dos territrios.

    Inovao, sustentabilidade, incluso social e cultural, governao e conecti-vidade foram as reas alvo de anlise, quantificadas e qualificadas atravs de uma bateria de 80 indicadores. A energia foi um dos domnios avaliados, com foco na eficincia energtica e nas energias renovveis. Trata-se de um dos principais desafios que as cidades enfrentam, dado que 60-80% do consumo de energia ocorre nos espaos urbanos, sendo necessrias polticas e medidas concretas de interveno.

    A Marketandmarkets (2012) aponta para um crescimento sustentado do mer-cado global das cidades inteligentes que atingir 1 trilio de dlares em 2016, com destaque precisamente para o sector da energia smart que se prev cres-cer a uma taxa de 28,7% entre 2011 a 2016.

    neste enquadramento que a INTELI se encontra a desenvolver projectos e a trabalhar com as autarquias e comunidades na promoo da eficincia energ-tica e das energias renovveis. O projecto RENERGY Estratgias Regionais para Polticas Energticas Sustentveis (INTERREG IVC) um dos exemplos desta estratgia, estando a ser implementado em parceria com 12 cidades e regies de 10 pases europeus, em estreita colaborao com o Municpio de Torres Vedras.

    Esta edio da Cities.brief foca-se na energia sustentvel, apresentando opi-nies, reportagens, casos de estudo, notcias e eventos sobre o tema, no senti-do de promover a reflexo e debate sobre a economia verde urbana em direc-o a cidades mais inovadoras, sustentveis e inclusivas.

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  • 5O mUNDO mUDOU E NS ESTAmOS A OLhAR pARA O LADO

    Engenheiro de formao, determinado, um maratonista do movimento das energias renovveis em Portugal. Antnio S da Costa um nome incontornvel quando se fala de polticas energticas. As empresas, os jornalistas, mas sobretudo os polticos, muitos ao longo das ltimas dcadas, ouviram as palavras de S da Costa. Agora em discurso directo na Cities Brief.

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  • H mais de duas dcadas que tem sido um dos rostos mais empenhados na defesa das energias renovveis em Portugal. Ao longo deste tempo nunca teve vontade de baixar os braos e desis-tir? A APREN Associao de Energias Renovveis, este ano, cumpre os seus primeiros 25 anos de existncia. Eu fiz parte da primeira direco e j estava no sector das renovveis antes da APREN. Se nessa altura me pergun-tasse se acreditava que as renovveis iriam ter neste pe-rodo a importncia que tm hoje, certamente dir-lhe-ia que no. Nem preciso ir to longe. Se recuasse 10 anos tambm no diria que podiam ter a pujana que tm hoje em dia.

    No um sector fcil. um sector para maratonistas. Eu sou um corredor de fundo. Nos meus tempos universi-trios corri com os grandes maratonistas como o Carlos Lopes. Eu no era grande atleta e eles davam-me sempre muitas voltas de avano, mas nunca desisti. Podia chegar em ltimo mas nunca desistia. Quando estou convenci-do que tenho razo vou at ao fim. E estou convencido, at que me provem o contrrio. Se me provarem que es-tou errado - no sou dos que nunca se engana, porque s no se engana quem nada faz admitirei o erro, mudo de direco e sigo em frente. Mas desistir nunca!

    O sector da electricidade de origem renovvel o futu-ro, por isso, compete-me a mim enquanto presidente da APREN gerir hoje o futuro das renovveis com toda a determinao.

    Habitualmente as pessoas associam renovveis a elicas fruto do grande movimento de expan-so dos ltimos anos. No entanto ns temos uma carga solar privilegiadssima no contexto euro-peu. Que passo necessrio para que esta como outras reas tenha um avano significativo que permita o mix de energias?

    Eu sou engenheiro, no sou socilogo nem politlogo para estudar certas matrias Mas h mitos que se co-lam a determinados conceitos. O pblico consumidor fica agarrado a essas ideias erradas e muitas vezes os responsveis polticos e no s, que deviam ter discerni-mento no o tm e alimentam esses mitos.

    Em Portugal gostamos de minimizar o que fazemos. Dizemos que santos da casa no fazem milagres, no acreditamos em ns. preciso mudar essa mentalidade e no sector das renovveis muito importante que isso acontea.

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  • No exterior olham para Portugal com admirao. Como que um pequeno pas com 10 milhes de habitantes - j uma escala com alguma dimenso - em que mais de metade da electricidade vem dos produtores em re-gime especial, quer sejam renovveis quer sejam fsseis, estou a falar de cogerao, consegue absorver a produ-o de renovveis sem problemas de distribuio ou de segurana da rede. Isto exige da parte de quem utiliza e explora o sistema, estou a falar da EDP Distribuio e da REN, competncias, conhecimentos e ferramentas que permitem gerir de forma integrada e bem-sucedida. Este facto d-nos um orgulho muito grande. Quando vou l fora e perguntam como que Portugal consegue atingir valores de penetrao de renovveis que no pensva-mos possveis e sem problemas? Eu fico orgulhoso com o elevado nvel tcnico, de conhecimentos e de coopera-o das duas instituies e da colaborao que o sector das renovveis tem tido com elas. Se isto verdade, tam-bm no menos verdade que me sinto envergonhado quando falamos do solar.

    H poucas semanas em Bruxelas foi apresentada a lis-ta da penetrao do solar fotovoltaico dos 27 pases da Unio Europeia. Portugal o penltimo com 213 Me-gawatts, tendo apenas atrs de si a Eslovnia com 197 Megawatts. Mesmo assim este lugar porque a Eslovnia tem um quinto da nossa rea, um quinto da nossa popu-lao e metade da nossa insolao. , no mnimo ridcu-lo o nosso posicionamento no sector solar fotovoltaico.

    O fotovoltaico tem o rtulo de ser caro

    Porque se colocou essa etiqueta. O fotovoltaico j no caro. Foi caro mas j no . Os preos hoje so um sexto do que eram h 5 anos. Aqueles que continuam a ali-mentar essa ideia partem de um conceito profundamen-te errado, que considerar que a energia fotovoltaica para ser usada em grandes centrais. Nada mais errado. O sol h em todo o lado. Aparece todos os dias e est dis-ponvel para ser utilizado em pequena escala podendo mesmo resolver os problemas de populaes que esto em locais mais isolados. Porque no usar a energia so-lar em mini centrais mais prximas dos cidados? H tantas casas unifamiliares ou geminadas que podem utilizar esta energia com grandes benefcios directos e com retornos financeiros a curto prazo. Por exemplo, extremamente eficiente a utilizao do solar para aque-cimento das guas sanitrias.

    Vou dar-lhe um exemplo prtico. Na minha casa em Lis-boa instalei, h 4 anos, painis solares para aquecimento de guas sanitrias. Durante metade do ano tenho gua quente em casa gratuita (somos 4 pessoas) e durante a outra metade gasto alguma coisa, mas uso biomassa. Te-

    nho uma caldeira a pellets, o que me permite fazer no s o complemento do aquecimento das guas sanitrias como me garante o conforto trmico durante todo o ano. Resultado: a minha factura energtica de cerca de 200 a 250 euros para o ano inteiro, com a vantagem de estar a usar recursos naturais nacionais, com reduzido nvel de emisses de CO2.

    Houve investimento inicial certo. Mas neste momento o custo dos painis solares j est pago e a caldeira que um equipamento mais dispendioso fica paga nos prxi-mos 4 anos. Qual o investimento que tem um retorno a to curto prazo? Ajudo-me a mim, ao ambiente e ao Pas que importa menos combustveis fsseis.

    Mas continua a dizer-se que a energia das reno-vveis mais cara

    Quando dizemos que cara temos de ver com o que es-tamos a comparar. O actual Secretrio de Estado diz que se for a preo de mercado as empresas podem instalar a potncia que quiserem. Qual preo de mercado. O que estamos a comparar?

    Eu no posso comparar o custo de um bife na minha mesa com o mesmo bife ainda na vaca no pasto. Tenho de comparar os dois bifes na prateleira do supermerca-do. Quer isto dizer que no posso comparar o custo de energia de um painel solar da minha casa com o custo da energia sada de uma central tradicional. Ento e o transporte, a distribuio e todo o caminho at chegar ao consumidor no contam? H uma falta de coerncia, falta de conhecimento quando no se consideram todos estes aspectos.

    Os momentos de crise financeira so mais adver-sos para explicar?

    O sector da energia complexo. Temos de ter uma viso integrada. Estamos em crise. Pois nas alturas de crise que devemos ter uma perspectiva integrada do investi-mento.

    No percebo! Portugal, um pas rico em renovveis desperdia a sua maior riqueza.

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  • Eu costumo dizer que ns que somos pobres no inves-timos na riqueza que temos, as renovveis. Os alemes que so ricos investem cada vez mais apesar de terem menos recursos renovveis que ns. No faz sentido.

    Temos de aproveitar o que nosso. No podemos pensar que o sol s para bronzear. O sol est ali todos os dias nossa disposio para o podermos usar, com ganhos significativos para ns e para o Pas. Portugal precisa da nossa energia

    Qual o impacto dessa ausncia de viso para as dezenas de empresas tecnologicamente avana-das que apostaram nas renovveis e no fotovol-taico?

    Enorme. Esse um aspecto importante. Nas basta ver os resultados na factura da electricidade, necessrio ava-liar os efeitos induzidos pelo sector das renovveis na economia.

    H trs factores importantes: o desenvolvimento indus-trial, a criao de emprego e a capacidade de exportao. H toda uma cadeia de valor por trs. Temos fbricas com operrios altamente qualificados, elogiados pelos alemes, com capacidade para produzir para o mercado interno e para exportar. No caso dos painis solares a in-dstria tem mais de 3 mil empregados e mais de metade com formao superior. uma criadora de riqueza.

    H ainda outro aspecto a ter em conta. O desenvolvi-mento das elicas, por exemplo, tem contribudo para a distribuio de riqueza por partes do territrio nacional tradicionalmente mais desfavorecidas. Os parques eli-cos pagaram em 2012 uma taxa aos municpios de cerca de 25 milhes de euros. E quase outro tanto que pago directamente aos proprietrios dos terrenos (muitas ve-zes juntas de freguesia), isto sem falar de contrapartidas na fase de construo. claro que est realidade est reflectida na factura de electricidade. Paga-se um pou-co mais mas para benefcio da economia interna e do emprego. Qual a alternativa? Comprar energia fssil ao estrangeiro. O dinheiro vai para outras economias e aquilo que adquirimos para queimar. Mais grave, quei-mamos, emitimos CO2 e ficamos sem nada.

    No percebo! Portugal um pas rico em renovveis des-perdia a sua maior riqueza. No faz sentido. Temos de aproveitar e incentivar mais.

    As campanhas sobre o custo das renovveis abrem portas ao nuclear?

    O nuclear no renovvel. E o lixo no seguramente renovvel. H um estudo no MIT sobre as centrais nu-cleares nos EUA que diz que at agora no houve ne-nhum estudo financeiro srio do nuclear que no tenha derrapado para o dobro ou para o triplo do inicialmente previsto.

    A primeira estimativa sria da recuperao de Fukuxima foi de 148 mil milhes de euros e j sabemos que vai custar mais do dobro. Para quem gosta de contas, 148 mil milhes de euros quase o dobro do dinheiro que a Troika nos emprestou. J para no falar no impacto directo na vida das pessoas e das consequncias eco-nmicas e sociais da deslocao permanente de 40 mil pessoas.

    Mais uma nota a reter. Toda a actividade comercial ou industrial tem obrigatoriamente de ter seguros contra terceiros. Toda menos o nuclear. Esses custos so assu-midos pelos Estados. E que custos!!! Esses, seguramente, no entram no custo de quilowatt hora que pagamos.

    As renovveis tm registado uma evoluo in-consistente. Avanos e recuos em funo das vontades polticas a cada momento. Como man-ter uma linha de rumo estvel para o Pas?

    Os economistas dizem que para sairmos da crise ne-cessrio reduzir as importaes, aumentar as exporta-es e criar o emprego. O que que fazem as renovveis? Reduzem as importaes, aumentam as exportaes e criam emprego. De que que estamos espera? Por exemplo os incentivos fiscais a painis solares trmicos que fazem o clique para mexer a economia no devem ser encarados como um apoio a fundo perdido, mas sim como um adiantamento que o Estado faz, para a muito curto prazo recuperar com altos dividendos. So com-bustveis fosseis que se deixam de importar, para alm da nova dinmica que imprime economia. Quem no quer ver isto no percebe o que se est a passar.

    Para manter uma linha de rumo coerente necessrio fazer planeamento integrado do sector energtico. Elec-tricidade, transportes, aquecimento, eficincia energti-ca interagem e so transversais na sociedade portuguesa.

    Existe tecnologia, mas no existe uma estrutura para pensar e planear a mdio-longo prazo.

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  • Essa postura obriga a trabalhar segundo um novo paradigma de desenvolvimento

    Discordo. Este no um novo paradigma. Esta a reali-dade que j existe. Basta olhar para ela e ter flexibilidade mental para construir as ferramentas de planeamento necessrias para evitar o zigue-zague, a inconsistncia e as decises casusticas.

    Hoje temos a tecnologia, mas no existe a estrutura base para pensar e planear as aces a mdio e longo prazo na sociedade portuguesa. Isso no existe. O que vemos so medidas avulso em funo do que cada ministro gosta mais ou menos.

    Devia de haver um Gabinete de Planeamento Estra-tgico de Energia, com engenheiros de vrias especiali-dades, economistas, socilogos, urbanistas para avaliar e acompanhar as medidas ou a mudana de polticas. Analisem e sinalizem os impactes das medidas. As de-cises do sector energtico so de longo prazo. Esta a altura de o fazer. Nas decises de 2005 definiu-se como prioridades no sector energtico a hdrica, a elica e o gs natural. Agora vamos definir o rumo para 2030 e isso exige conhecimento, estratgia integrada.

    Quando se constri uma central de ciclo combinado para durar pelo menos 30 anos. Fazer uma infra-es-trutura no sector energtico no como fazer um bar na praia, com o respeito que a actividade me merece. A barragem de Castelo de Bode, planeada nos anos 40, ainda hoje l est e estar. Uma central no se muda. Uma poltica de zigue-zague traz custos acrescidos para os cidados. Custos que atravessam geraes.

    preciso planear e cumprir planeamento. Deve haver flexibilidade para ajustar as linhas de rumo s circun-stncias, mas j no tempo de desenrascano. A nossa vida no se compadece com isso, nem o desenvolvimen-to do Pas. Eu j disse isto a vrios ministros. gua mole em pedra dura tanto d at que fura

    Quando pergunto se estou errado eles respondem: No, no est. Ento porque que continuamos a caminhar com erros sobre erros para o precipcio? Parem para pensar.

    Se um pai investe na formao e qualificao de um filho para dar resultados 20 anos depois, porque que no in-vestimos na formao e qualificao energtica do Pas?

    O mundo da energia est a mudar e ns estamos olhar para o lado.

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  • A EfICINCIA ENERgTICA fAz-SE COm AS pESSOASREPORTAGEM

    Lisboa acolheu, no passado ms de Fevereiro, o se-gundo encontro internacional do projecto RENER-GY Estratgias Regionais para Polticas Energ-ticas Sustentveis, uma iniciativa de cooperao europeia que visa o incremento da eficincia ener-gtica e o reforo da utilizao de energias renov-veis.

    Durante dois dias, passaram pelo Lisboa Story Cen-tre cerca de 45 representantes dos 10 pases que integram o projecto. Organizada pela INTELI, a iniciativa teve como principais objectivos discutir resultados preliminares e delinear estratgias fu-turas. No entanto, houve ainda espao para a dis-cusso de temas prementes relacionados com o en-volvimento da comunidade e o papel dos mercados locais na utilizao eficiente da energia e das fontes de energia renovvel e a mitigao das alteraes climticas.

    At que ponto os fornecedores conhecem os merca-dos locais e respectivas necessidades? Quais os prin-cipais instrumentos e medidas para desenvolver a consciencializao e motivao dos cidados para a utilizao das energias renovveis e prticas de efi-cincia energtica? Qual o papel das comunidades locais para o alcance dos objectivos 2020 e mitiga-o das alteraes climticas? Foram algumas das questes que animaram o debate final do encontro, dividido em trs mesas temticas, e no qual parti-ciparam especialistas com diversas nacionalidades, experincia e perspectivas.

    Entre os principais constrangimentos realados persistem os custos e o tempo associado ao retorno do investimento nestas solues sustentveis, assim como a falta de coerncia e clareza ao nvel das po-lticas que tm vindo a ser desenvolvidas, quer ao nvel local, quer ao nvel regional e nacional. , por-

    tanto, importante repensar essas polticas, reflectin-do sobre os seus reais objectivos, as potencialidades dos desenvolvimentos tecnolgicos, e a forma de envolver as comunidades locais, motivando melho-res comportamentos para a promoo de padres de vida mais sustentveis.

    Para S da Costa, presidente da APREN Asso-ciao de Energias Renovveis, a quem coube a introduo do debate, temos a responsabilidade de deixar o mundo melhor do que encontrmos e acredita que no possvel alcanar nada na rea das renovveis e eficincia energtica sem a coo-perao do pblico, do consumidor. No entanto, existe ainda um longo caminho a percorrer ao nvel da consciencializao, quer do consumidor, quer do investidor. Sabemos que os combustveis esto l, mas no sabemos a que preo. No justo que a sociedade no se preocupe com a instabilidade do preo dos combustveis, mas se preocupe com a ins-tabilidade ao nvel da disponibilidade das fontes de energia renovvel, refora.

    A aposta dever portanto passar pelo fomento de campanhas de comunicao e sensibilizao adap-tadas aos diversos pblicos-alvo, com informao transparente, fivel e baseada na evidncia. E em-bora cada pas e regio sejam singulares, com cons-trangimentos e potencialidades diferentes, opor-tunidades como esta iniciativa, na qual possvel perceber e partilhar experincias vividas noutros lugares e contextos, podero ajudar no planeamen-to de estratgias precisas e assertivas. At porque, como lembrou o represente da APREN, indepen-dentemente do contexto em que se actue, h pelo menos uma ideia essencial a reter: o caminho para a utilizao eficiente da energia e promoo das energias renovveis no para sprinters para ma-ratonistas.

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  • RENERgY pensar de forma integra-da para agir ao nvel local

    Integrado nos objectivos da Estratgia Energia 2020, o projecto RENERGY - Estratgias Regionais para Polticas Energticas Sustentveis tem como objectivo central promover uma dinmica de coo-perao inter-regional que permita fomentar a efi-ccia das polticas de desenvolvimento regional na rea da energia, avanando mais rapidamente para uma economia de baixo carbono e para a criao de oportunidades de negcio em produtos, tecnologias e servios ligados ao sector energtico, sobretudo para as PME locais e regionais.

    Cientes de que a eficcia das orientaes e traject-rias identificadas pelas polticas europeias e nacio-nais para a energia depende do desenvolvimento e adopo de medidas contextualizadas, ou seja, que tenham em conta as especificidades dos locais ou regies alvo, os 12 parceiros do RENERGY decidi-ram, assim, juntar competncias e experincias na procura de escolhas eficientes, integradoras e inclu-sivas e com impacte ao nvel do desenvolvimento regional e local de forma sustentvel.

    Para Alessandro Attolico, Coordenador do Projec-to da Provncia de Potenza (Itlia), parceiro lder do RENERGY, a grande mais-valia deste projecto recai, precisamente, na possibilidade de juntar pes-soas e realidades to diversas, potenciando uma troca de experincias, impossvel de concretizar no dia-a-dia.

    Atravs da utilizao de um modelo inovador para a criao de ambientes urbanos sustentveis e efi-cientes, assente em trs pilares chave polticas e governana, integrao no mercado e envolvimen-to da comunidade os parceiros esto a trabalhar de forma colaborativa atravs de casos de estudo e discusso de boas prticas. No entanto, o trabalho central tem decorrido no terreno, numa interaco estreita com o poder, empresas e cidados ao nvel local, que permite, em primeiro lugar, diagnosticar constrangimentos e potencialidades e, finalmente, desenvolver um plano de implementao personali-zado e adequado ao territrio e respectivo contexto cultural, social e econmico.

    Ao nvel nacional, a INTELI est a colaborar com Torres Vedras, municpio que, segundo Catarina Se-

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    lada, coordenadora da rea das cidades da INTELI, tem vindo a apostar estrategicamente na eficincia energtica e nas energias renovveis, pretendendo mesmo criar uma Plataforma Tecnolgica que inte-gre empresas e centros de investigao no concelho. Factores determinantes, na medida em que cabe ao municpio um trabalho activo na disponibilizao de informao de referncia na rea em estudo e na promoo do debate pblico, atravs do envolvi-mento de actores locais privilegiados, quer ao nvel do poder, quer ao nvel do sector empresarial e so-ciedade civil. Desta parceria resultar a elaborao de um conjunto de instrumentos de poltica no m-bito das energias renovveis e eficincia energtica e com aplicao mltipla.

    Mais informao: http://www.renergyproject.eu/http://www.inteli.pt/pt/go/renergy

    Provncia de Potenza (Itlia) - lder da parceriaNational Research Council of Italy (Itlia)Cidade de Tulln (ustria)INTELI Inteligncia em Inovao (Portugal)Cidade de Worms (Alemanha) Durham County Council (Reino Unido)The Association of Municipalities Polish Network Energie Cits (Polnia) Kaunas University of Technology (Litunia) Municpio de Avrig (Romnia)Municpio de Slagelse (Dinamarca)Municpio de Szentes (Hungria)Building for the Future (Reino Unido)

    parceria RENERgY

  • A Cmara Municipal de Loures realizou no passado ms de Fevereiro a segunda edio do seminrio de energia sustentvel, este ano associado a uma feira de empresas inovadoras que desenvolvem solues de efi-cincia energtica.

    A gesto energtica nas suas mais variadas vertentes tem sido um tema estratgico e transversal a vrios de-partamentos da autarquia (ambiente; transportes; edu-cao).

    Loures assinou o Pacto dos Autarcas e integra o Living Lab RENER promovido pela INTELI, destinado numa primeira fase ao desenvolvimento e implementao da rede de mobilidade elctrica em Portugal. Neste con-texto, o municpio aderiu desde o primeiro momento ao projecto ndice de Cidade Inteligentes que est a ser desenvolvido pela INTELI junto de 20 cidades portu-guesas.

    O seminrio juntou uma dezena de especialistas, entre os quais Catarina Selada, responsvel pela criao e de-senvolvimento do ndice de Smart Cities e Andr Dias, gestor do projecto Mobility Intelligence Center (MIC), da INTELI.

    A mobilidade elctrica neste momento um factor in-contornvel em qualquer anlise de sustentabilidade energtica, tanto em Portugal como no contexto mun-

    dial. No caso portugus por maioria de razo, conside-rando que o pas tem neste momento um dos mode-los de mobilidade sustentvel mais avanados escala global, consolidado numa rede de abastecimento com caractersticas nicas.

    A INTELI esteve na origem do trabalho conceptual do MOBI.E em torno do qual se associaram um conjunto de empresas de referncia, criando um cluster de mobi-lidade elctrica, ancorado na utilizao de uma parcela cada vez maior de energias renovveis, com potencial de exportao para a Europa e para alguns pases asi-ticos.

    mObI.E Um mODELO DE REfERNCIA INTERNACIONAL

    O caso portugus, assim considerado pelos parceiros internacionais permite um tringulo virtuoso entre as instituies pblicas, as empresas e os cidados. Uma pessoa com um qualquer veculo elctrico pode carre-

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    ENERgIA Em mOVImENTO pARA gANhAR

    2020REPORTAGEM

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    gar na rede MOBI.E independentemente de qual seja o seu operador de energia. Esta interoperabilidade, nica no contexto mundial, um passo crucial para o concei-to de factura nica de mobilidade. Ou seja um nico documento onde o consumidor pode ver os consumos da sua mobilidade seja atravs de carro prprio, seja o estacionamento, o transporte pblico ou o carsharing com veculos elctricos. Esta integrao de servios permite s empresas, s autarquias e aos consumidores uma gesto mais eficiente dos consumos, uma poupan-a significativa e uma reduo das emisses e dos cus-tos da factura energtica do pas.

    A energia criativa e empresarial que fazia mover o MOBI.E tem deparado nos ltimos tempos com obst-culos que praticamente congelaram o processo. No en-tanto, ao nvel das autarquias mantm-se o entusiasmo. Em Loures o projecto de mobilidade sustentvel apre-sentado em todos os fruns nacionais e estrangeiros. A presena de todas as marcas com veculos elctricos na feira de energia sustentvel ainda um factor acresci-do de confiana por parte das empresas construtoras de veculos.

    Para Andr Dias, apesar das indefinies legais e dos constrangimentos poltico-econmicos possvel an-tever as tendncias e oportunidades da mobilidade elctrica para os prximos anos e aponta cinco pon-tos focais: 2013 dever ser um ano de cada vez maior penetrao de veculos elctricos em frotas (tendncia que visvel em autarquias como Loures, Lisboa, Cas-cais, Almada); projectos de carsharing e bikesharing elctricos vo emergir sobretudo nos grandes centros urbanos (projectos em desenvolvimento em Lisboa, Cascais, Guimares); maior dinamismo de mercado in-

    duzido pelo fim da fase piloto; carregamento domstico cada vez mais em foco; Comisso Europeia lanou re-centemente a Clean Fuel Strategy que define um ob-jectivo de 12.000 pontos de carregamento pblico para Portugal at 2020.

    Por fim sublinhou o papel do Mobility Intelligence Center como infra-estrutura tecnolgica vocacionada para os desafios de sustentabilidade das cidades do fu-turo.

    CIDADES INTELIgENTES

    A questo est sempre em cima da mesa. O que so as cidades do futuro? Catarina Selada, respons-vel pelo departamento de Cidades e Territrios da INTELI e coordenadora do ndice de Cidades Inteli-gentes sublinha que as cidades do futuro so aquelas onde vivemos e sobre esses territrios que necess-rio trabalhar uma viso integrada que junte inovao, tecnologia, instituies, empresas na procura de solu-es para os problemas das populaes.

    Ser uma smart city um processo, um caminho cujo objectivo ltimo melhorar a qualidade de vida das pessoas e ganhar competitividade para os territrios onde residem.

    O sucesso dessa estratgia depende de um melhor co-nhecimento das cidades e territrios como base para um trabalho mais rigoroso e profcuo. esse o objectivo do ndice de Cidades Inteligentes elaborado pela INTELI. O trabalho desenvolvido nos ltimos meses recolheu informao de fontes diversas, tratou e introduziu no-vas variveis segundo um quadro de anlise sustentado em cinco reas estratgicas: sustentabilidade; inovao; incluso social; conectividade; governao.

    A base foi mais uma vez as 25 cidades da rede RENER. Catarina Selada deixou cinco pontos de reflexo resul-tantes da primeira fase do trabalho: No existe uma estratgia nacional para as smart cities; prevalecem dinmicas locais, mas as cidades tm diferentes graus de maturidade no desenvolvimento de solues smart; predominam alguns projectos isolados bem sucedidos; algumas cidades esto a implementar projectos numa perspectiva integrada e transversal a vrias reas de interveno; as directivas europeias para o horizonte 2014-2020 abrem boas oportunidades.

  • Perante este quadro a responsvel da INTELI desta-cou a necessidade de dinamizar e reforar a rede de cidades inteligentes em Portugal atravs do Living Lab RENER; props a criao de um cluster de smart ci-ties orientado para o desenvolvimento de uma oferta integrada de solues urbanas inovadoras para a ex-portao de modelos de sucesso no mercado interna-cional; e sublinhou ainda a importncia de fortalecer o empreendedorismo urbano (apps em pequena escala desenvolvidas por empreendedores e comunidades de utilizadores).

    O seminrio sobre energias sustentveis ouviu ainda propostas de solues tecnologicamente avanadas: ganhar eficincia ao nvel da iluminao pblica (um custo de estrutura importante para as autarquias) e o avano nos sistemas de construo sustentvel.

    No final autarcas e oradores reforaram a convico do caminho a trilhar. S falta remover os obstculos.

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    aso de studo

  • pARTILhAR SObRE RODAS

    Num mundo em mudana as sociedades revisitam palavras e conceitos. Partilhar ganha novos significados na vida das cidades. ideia de solidariedade acrescentam-se outras como eficcia, eficincia, emprego e desenvolvimento sustentvel. Partilhar est, hoje, na ordem do dia.

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    Vivemos numa sociedade onde os modelos partilha-dos esto crescentemente a afirmar-se em detrimento da propriedade privada. E em vrias reas das nossas vidas, desde a alimentao habitao. A mobilidade no escapa a esta tendncia, tendo-se assistido recen-temente a uma proliferao de servios de carsharing e bikesharing.

    Trata-se de modos de transporte onde os veculos ou as bicicletas so detidos por uma empresa ou orga-nizao, sendo partilhados por um conjunto de pes-soas ao longo do dia. Devero ser encarados como complementares a outras formas de mobilidade sus-tentvel, como os transportes pblicos ou andar a p, fornecendo uma alternativa posse do automvel.

    Os benefcios so bvios. No caso do carsharing po-demos assistir reduo dos veculos na estrada, diminuio do congestionamento nas cidades, pou-pana nos custos para os utilizadores e diminuio das emisses, com impacto no ambiente e na quali-dade de vida dos cidados. De acordo com o relatrio da Frost & Sullivan (2010), em mdia cada veculo partilhado substituiu 15 veculos privados em 2009, sendo que os adeptos do carsharing diminuram as suas viagens de automvel em 31% em comparao com uma situao de propriedade do veculo, evitan-do emisses de 482.170 toneladas de CO2.

    Os servios partilhados de automveis tm vindo a evoluir em termos de sofisticao, flexibilidade e

    acessibilidade. So cada vez mais utilizadas tecnolo-gias smart para a realizao de reservas, acesso aos veculos, facilitao dos pagamentos e preveno de roubos e vandalismo, melhorando a gesto e opera-o do servio. Por sua vez, as parcerias com empre-sas fornecedoras de servios de mobilidade comple-mentares ou outro tipo de servios so cada vez mais frequentes, como forma de potenciar a sustentabili-dade das organizaes de carsharing. Acresce que a presena de veculos eficientes nas frotas tem vindo a aumentar, nomeadamente veculos hbridos e elc-tricos. Na mesma linha de pensamento, e em termos de partilha de bicicletas, o ITS (2010) fala de uma 4 gerao de bikesharing que inclui a utilizao de tec-nologias de informao e de quiosques interactivos, a integrao de bicicletas elctricas, assim como o uso de sistemas de redistribuio de bicicletas e de esta-es mais eficientes (de carregamento a energia solar, por exemplo).

    Estima-se que os utilizadores de carsharing iro atin-gir 4,4 milhes na Amrica do Norte e 5,5 milhes de pessoas na Europa em 2016 (Frost & Sullivan, 2010). Alm do mais, existiam em 2010 cerca de 100 progra-mas de bikesharing em aproximadamente 125 cidades dos quatro continentes, com 139.300 bicicletas dispo-nveis para partilha (ITS, 2010).

    Portugal tem vindo a juntar-se a este movimento com o lanamento recente de uma multiplicidade de iniciativas que se vm juntar ao Mobcarsharing em

    Mercado de Carsharing na Europa: % de veculos elctricos, 2009 e 2016 (Fonte: Frost & Sullivan, 2010)

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    Lisboa e ao Citizenn no Porto ou s antigas Bugas de Aveiro. Por exemplo, o projecto de carsharing de ve-culos elctricos previsto para Guimares, a explorao de bicicletas elctricas em Lisboa na sequncia de um concurso promovido pela EMEL, o servio de partilha de scooters elctricas lanado pela start-up VeLX ou o sistema de partilha de bicicletas elctricas promovido pela Cmara Municipal de gueda. E prev-se a emer-gncia de novas iniciativas nos prximos meses.

    Mas, para alm das vantagens associadas a uma mo-bilidade mais sustentvel, os sistemas de carsharing e bikesharing oferecem mltiplas oportunidades para o desenvolvimento tecnolgico, criao de negcios, ge-rao de emprego e promoo das exportaes.

    ECONOmIA Em mOVImENTO

    Por um lado, os fabricantes de automveis procuram inovar com o lanamento de veculos mais eficientes, prevendo-se que em 2016 21% dos veculos nas fro-tas de carsharing na Europa sejam elctricos (Frost & Sullivan, 2010). Acresce que existe um grande espao de inovao ao nvel do design de sistemas que tornem os produtos mais inteligentes, sociais e partilhveis, assim como da criao de servios que desmateriali-zem o prprio produto fsico.

    Por outro lado, com o crescimento do mercado, sur-gem oportunidades para a criao de novas empresas de carsharing e bikesharing, assim como para o desen-

  • volvimento de solues tecnolgicas que facilitem a gesto e operao dos servios oferecendo maior flexibilidade aos utilizadores. A ttulo de exemplo, a empresa portuguesa Mobiag vai lanar no mercado um sistema para gesto de carsharing que permite a utilizao de qualquer carro da rede, independente-mente do seu operador, podendo o utilizador esco-lher o veculo atravs do telemvel ou da internet.

    O carsharing tambm um mecanismo privilegia-do para promover e divulgar a utilizao de veculos elctricos, mobilizando a populao para a sua adop-o. Trata-se de uma plataforma de teste interessante para os fabricantes de automveis que podem expe-rimentar as suas estratgias, produtos e tecnologias e conhecer os comportamentos, atitudes e percepes dos consumidores em contexto real. Neste mbito, a Cidade de Grenoble, em parceria com a Toyota e a EDF, vai lanar um sistema de carsharing de veculos elctricos, a testar em 3 anos. O fabricante disponi-

    bilizar 70 veculos i-Road, modelo apresentado re-centemente no Salo Automvel de Genebra, sendo a Citlib a empresa de carsharing responsvel pela operao do sistema e das estaes de carregamento.

    Esta tambm uma oportunidade para a dinamiza-o da rede Mobi.e nas 25 cidades do Living Lab RE-NER, contribuindo para a consolidao de cidades mais inteligentes em Portugal.

    Referncias:Frost & Sullivan (2010), Sustainable and Innovative Personal Transport Solutions - Strategic Analysis of Carsharing Market in Europe, 2010.ITS (2010), Bikesharing in Europe, the Americas, and Asia: Past, Present, and Future, 2010.

    Crescimento estimado do Carsharing 2009-2016 (Fonte: Frost & Sullivan, 2010)

  • BIKESHARING CAsOs nACiOnAis

    CIDADE PROjECTO ELCTRICAS FASE

    Aveiro Bugas X Funcionamento

    Cascais Bicas X Funcionamento

    gueda begueda Funcionamento

    Caldas da Rainha Rainhas bike sharing X Funcionamento

    Lisboa Bike sharing Previsto

    Paredes BiP X Funcionamento

    Viana do Castelo Bianinhas X Funcionamento

    Ponte de Lima Bicicletas Lagoa X Funcionamento

    Leiria Biclis X Funcionamento

    santarm Biks X Funcionamento

    serpa Pedaleiras X Funcionamento

    sousel Condestveis X Funcionamento

    Braga / Porto BUTE X Para estudantes

    Vila Real st Antnio VRsA X Funcionamento

    CARSHARING CAsOs nACiOnAis

    CIDADE PROjECTO ELCTRICO FASE

    Lisboa Mobcarsharing x Funcionamento

    Porto Citizenn Previsto Funcionamento

    Guimares Carsharing elctricos Previsto

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  • INTELI ApRESENTA NDICE DE CIDADES INTELIgENTES NA EmbAIxADA SUECA

    Smart Cities - The Swedish Way foi o tema lanado pela Embai-xada da Sucia em Portugal para colocar o novo paradigma das ci-dades inteligentes na agenda. O evento realizou-se no passado dia 7 de Fevereiro, contando com a participao da INTELI. Catarina Selada apresentou o panorama das cidades inteligentes em Portugal, com foco nos resultados da aplicao do ndice de Cida-des Inteligentes a 20 cidades da rede RENER Living Lab para a Inovao Urbana. A palestra proporcionou a oportunidade para trocar experincias com municpios suecos que esto a desenvolver projectos no m-bito das Smart Cities. Os representantes de Norrkping, Sdertlje e Hrryda divulgaram os projectos em curso e os seus impactos na vida das populaes.

    EmpREENDEDORISmO CIENTfICO Em DEbATE NO pAVILhO DO CONhECImENTO

    Empreendedorismo Urbano: as Cidades (smart) como oportunidade foi o tema que a INTELI apresentou no dia 7 de Maro no colquio subordinado ao tema Empreendedorismo Cientfico na Cidade de Lis-boa, que teve lugar no Pavilho do Conhecimento. Este evento integra a programao do PLACES, um projecto europeu que promove o de-senvolvimento de mtodos de comunicao entre a cincia, decisores e a sociedade, em mais de 60 cidades europeias, atravs de City Part-nerships. A iniciativa resulta de uma parceria entre a Cincia Viva e a Direco para a Economia e Inovao da Cmara Municipal de Lisboa.O evento foi uma oportunidade para unir decisores, estrategas e os responsveis de iniciativas bem-sucedidas de empreendedorismo cien-tfico, no sentido de aprofundar e promover a troca de experincias e conhecimentos.

    pRxImOS EVENTOS COm A pARTICIpAO DA INTELI

    Frum ideias Desenvolvimento Local Barreiro-Moita, 4 de Abril, Frum Jos Manuel Figueiredo, Baixa da Banheira Jornadas da Administrao Pblica, O Futuro de Portugal, 9-11 Abril, Universidade de Aveiro seminrio Cidades Criativas/Cidades Educadoras, 11 de Abril, instituto Politcnico de setbal

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  • Londres cria grupo de peritos para as Smart Cities

    A Great London Authority nomeou um quadro de 16 peritos das universidades, das empresas e da rea das tecnologias para supervisionar os projectos na rea das smart cities que esto a ser desenvolvidos em Londres. David Gann, Coordenador da inovao e Empreendedorismo da imperial College Business school ir presidir a este Comit.OSmartLondonBoardirverificarcomoacidadepoderusardamelhorformaastecnologiaseainformaoquedetmparaassegurarquecontinuaraserumadascidadesmaiseficientesesaudveisparaseviver.http://www.london.gov.uk/media/press_releases_mayoral/mayor-announces-%E2%80%98smart-london%E2%80%99-board-realise-london%E2%80%99s-ambition-global-tech-leader

    Uma nova parceria para a Economia Verde

    A nova Partnership for Action on Green Economy (PAGE)foilanadaemFevereiro pelas agncias das naes Unidas em resposta Call for Action da Rio +20. As quatro agncias das naes Unidas, incluindo o Programa das naes Unidas para o Meio Ambiente (PnUMA), a Organizao das naes Unidas para o Desenvolvimento industrial (UniDO), a Organizao internacional do Trabalho (OiT) e o instituto das naes Unidas para a Formao e investigao iro apoiar 30 pases nos prximos 7 anos para a elaborao de estratgias nacionais para a economia verde, que iro impulsionar a criao de novos postos de trabalho e competncias, promover tecnologias limpas e reduzir os riscos ambientais e a pobreza.http://www.unep.org/greeneconomy/PAGE/tabid/105854/language/en-Us/Default.aspx

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    Espanha cria Comit para a Normalizao das Cidades Inteligentes

    AAENORAssociaoEspanholadeNormalizaoeCertificaoeaSecretariadeEstadodeTelecomunicaesparaaSociedadedeInformaodoMinistrioda indstria e Comrcio (sETsi) Espanhol assinaram uma conveno para a normalizao e estandardizao de cidades inteligentes em Espanha. O acordo apoia a criao do Comit Tcnico de normalizao de Cidades Inteligentes,queficarresponsvelpelaestandardizaodeumnovomodelodedesenvolvimentourbanoquepermitirgerirdeformasustentveleinteligenteascidades.EsteComittrabalharemnormasnombitodasinfra-estruturasinteligentes, governo e mobilidade, energia e meio ambiente, entre outras reas das cidades inteligentes.http://www.aenor.es/aenor/actualidad/actualidad/noticias.asp?campo=1&codigo=25538&tipon=1#.UUdDYsXq7Qw

    mlaga impulsiona primeiro Cluster para as Smart Cities

    Cerca de duzentos representantes institucionais e empresariais espanhis reuniram-seemMlagaparadefinirasbasesdoprimeirocluster para a indstria das cidades inteligentes em Espanha.A iniciativa, promovida pelo Presidente da Cidade de Mlaga, Francisco de la Torre, pretende gerar novas oportunidades de negcios e mais empregos. Este projecto reforaaimagemdeMlagacomoumacidadeinteligente.Para a criao deste cluster, o municpio de Mlaga conta com o apoio da Associao nacional dos Fabricantes de Bens de Capital, sERCOBE, que rene empresas do sector das tecnologias associadas s cidades inteligentes, sendo que em 2011 totalizou um volume de negcios de 39.000 milhes de euros e promoveu exportaes no valor de 31.000 milhes de euros.http://www.sercobe.es/archivos/3607

    Comisso Europeia procura as melhores solues climticas na Europa

    A Comisso Europeia lanou no passado ms de Fevereiro o concurso Um mundo que me agrada no mbito da campanha Aco Clima que pretende promover projectos criativos e inovadores com baixas emisses de carbono. sero analisados todos os projectos provenientes de cidados, empreendedores, empresas ou de organismos pblicos ou privados, pertencentes a um dos Estado-Membros da UE, desde que o seu objectivo principal seja a reduo das emisses de gasesresponsveispeloefeitodeestufa.Os projectos a concurso devem inserir-se numa das cinco categorias seguintes: construo e modo de vida; compras e alimentao; reutilizao e reciclagem; transportes e viagens; produo e inovao.O prazo de entrega de candidaturas termina em Maio.http://world-you-like.europa.eu/pt/historias-de-sucesso/sobre-o-concurso/

  • II Smart Energy Congress: Eficincia Energtica em Infra- -estruturas mais InteligentesMadrid, 10-11 Abril 2013

    O congresso um importante ponto de encontro e de difuso das principais tendn-cias e solues tecnolgicas disponveis actualmente, bem como das boas prticas no mbito das smart cities e smart grids, onde estaro presentes os principais inte-ressados nestes temas. Ser dado a conhecer o potencial e a importncia das tecno-logias inovadoras que permitem reduzir os gastos energticos das infra-estruturas, bem como ofertas mais competitivas e sustentveis no domnio da energia.

    Smart City Event 2013Amsterdo, 29-30 Maio 2013

    Este um dos maiores eventos na Europa sobre smart cities. So dois dias onde to-dos os actores relacionados com as cidades inteligentes iro partilhar conhecimento e experincias, dando a conhecer os projectos mais inovadores da Europa. Este ano o evento estar centrado nas alteraes climticas e transio energtica.

    International Conference on Alternative Energy in Developing Countries and Emerging Economies Bangkok, 30-31 Maio 2013

    O objectivo desta conferncia criar um frum internacional para a partilha de informao e conhecimento relativamente ao tema das energias alternativas nos pases em desenvolvimento e nas economias emergentes. Iro ser focados vrios aspectos relacionados com a bioenergia, energia das ondas, solar, elica, hidrognio, bem como das smart grids.

    1. Expo Energia da Lusofonia Cascais, 6-8 Junho 2013

    A 1 Expo Energia da Lusofonia vai reunir actores internacionais de referncia do sector energtico e os mais altos responsveis pela poltica de energia dos pases lusfonos (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guin-Bissau, Portugal, Moambique, So Tom e Prncipe e Timor-Leste) que iro apresentar as suas estratgias, projectos de investimento, fontes de financiamento disponveis e tecnologias energticas de futuro. Esta conferncia assume-se assim como o ponto de encontro de referncia do sec-tor energtico Lusfono e apresenta Portugal como plataforma intercontinental de negcios na rea da energia.

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    SITES & LINKS

    Rede Espanhola de Cidades Inteligentes

    Icity lab - Verso le citt intelligenti

    Living Lab RENER

    Centre for Cities

    Sustainable Cities Institute (SCI)

    Energy Saving Trust

    LIVROS & ARTIgOS

    Livro Branco Smart CitiesEnerlis, Ernest and Young, Ferrovial e Madrid network, 2012

    O Livro Branco pretende identificar os passos a seguir para que a aplicao da filosofia smart city seja vivel em todos os municpios, independentemente da sua tipologia. So realizadas uma srie de reflexes acerca dos temas chave associados a uma cidade inteligente: governo, mobilidade, sustentabilidade, populao e economia, analisando a possibilidade da sua utilizao no contexto de Espanha.

    Estudo Smart Cities: Estudo internacional sobre TIC, Inovao e Conhecimento nas CidadesThe Committee of Digital and Knowledge-basedCities UCLG, 2012

    O estudo d-nos um panorama da situao actual das ci-dades em diferentes regies do mundo nas seguintes reas: economia, mobilidade, ambiente, cidadania, qualidade de vida e governao, permitindo-nos identificar experin-cias inovadoras e boas prticas e facilitando a partilha de ideias e a aprendizagem entre cidades.

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    The Business Case for Green BuildingWorld Green Building Council, Janeiro 2013

    O relatrio, elaborado pelo World Green Building Coun-cil, destaca os benefcios que os edifcios verdes propor-cionam aos diferentes actores envolvidos durante todo o ciclo de vida de um edifcio. Simultaneamente, procura examinar se possvel atribuir um valor financeiro aos custos e benefcios dos edifcios verdes.

    World Energy Outlook 2013Agncia internacional da Energia, novembro 2012

    O ltimo relatrio da Agncia Internacional de Energia apresenta as mais recentes projeces em matria de ener-gia para 2035 e algumas concluses do que estas represen-taro para a segurana energtica, alteraes climticas, desenvolvimento econmico e acesso universal a servios energticos modernos. As questes do petrleo, carvo, gs natural, energias renovveis e energia nuclear so ana-lisadas neste relatrio.O relatrio tambm apresenta um ndice de Desenvolvi-mento Energtico (EDI) para 80 pases.

    Relatrio de Desenvolvimento Humano 2013PnUD, Maro 2013

    Embora alguns pases j estejam a investir em energias renovveis e na sustentabilidade, segundo o Relatrio de Desenvolvimento Humano 2013 do PNUD o mundo po-der viver uma catstrofe ambiental em 2050.Nessa altura, o relatrio estima que cerca de 3 bilhes de pessoas vivam em situao de extrema pobreza, das quais pelo menos 155 milhes vivero na Amrica Latina e no Caribe. Esta deteriorao das condies demogrficas e sociais seria motivada tambm pela degradao do meio ambiente e pela reduo dos meios de subsistncia, como a agricultura e o acesso gua potvel.

  • fIChA TCNICA

    Edio e Coordenao: inTELi

    Equipa: CatarinaSelada,PatrciaAfonso,IsabelMarques,MariaJooRocha

    e Diana Reis

    Colaboraram nesta edio: Antnio s da Costa APREn Associao de

    Energias Renovveis

    Fotografia: Anthony Malhado

    Design grfico: Mnica sousa

    Fotografia de capa: istockphoto

  • Edio:

    INTELI Inteligncia em Inovao, Centro de InovaoAv. Conselheiro Fernando de Sousa, 11, 41070-072 Lisboa PortugalTel: (351) 21 711 22 10Fax: (351) 21 711 22 20Website: www.inteli.ptE-mail: [email protected]

    A INTELI um think-and-do-thank que actua na rea do desenvolvimento integrado dos territrios a nvel econmico, social, cultural e ambiental, atravs do apoio s polticas pblicas e s estratgias dos actores locais.

    Opera nos domnios da cultura e criatividade, energia e mobilidade e inovao social, procurando contribuir para a afirmao de cidades e regies mais criativas, sustentveis e inclusivas.

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