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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉFUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÈ
CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJCURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO
ELIAS MATOS
ASPECTOS DO RITUAL DO BATISMO EM ÁGUAS NA IGREJA EVANGÉLICAASSEMBLEIA DE DEUS EM FLORIANÓPOLIS E A RELAÇÃO COM O SEU
CRESCIMENTO NO PERIODO DE 1938 ATÉ 2011
São José/SC2012
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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ
CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ
CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO: BACHARELADO
LICENCIADO EM ENSINO RELIGIOSO
ELIAS MATOS
ASPECTOS DO RITUAL SOBRE O BATISMO EM ÁGUAS NA IGREJA EVANGÉLICA
ASSEMBLEIA DE DEUS EM FLORIANÓPOLIS E A RELAÇÃO COM O SEU
CRESCIMENTO NO PERIODO DE 1938 ATÉ 2011
Trabalho de Conclusão de Cursoapresentando á disciplina TCC 2, da 8ª fasedo Curso de Ciências da Religião –Bacharelado em Ensino Religioso do CentroUniversitário Municipal de são José – USJ
Orientador: Prof. Dr. Sérgio Luiz Ferreira
São José/SC2012
ELIAS MATOS
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ASPECTO DO RITUAL SOBRE BATISMO EM ÁGUAS NA IGREJA EVANGÉLICAASSEMBLÉIA DE DEUS EM FLORIANÓPOLIS E A RELAÇÃO COM SEU
CRESCIMENTO NO PERÍODO DE 1938 ATÉ 2011.
Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito parcial para obtenção do
grau de bacharel em Ciências da Religião do Centro Universitário Municipal de São
José – USJ avaliado pela seguinte banca examinadora:
Orientador: __________________________________________________
Prof. Sergio Luiz Ferreira, Dr. – Orientador (USJ)
__________________________________________________
Profª. Marivone Piana, Drª. (UFSC)
__________________________________________________
Profª. Jaqueline Aparecida Martins Zarbato Schmitt, Drª. (USJ)
São José (SC), 19 de junho de 2012.
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Dedico a minhaesposa, filhos e netos que, pacientemente,contribuíram, nestes quatro anos, para a minhaformação em bacharel no curso de Ciência daReligião.
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AGRADECIMENTOS
Muito obrigado ao meu Deus que é a razão do meu viver e autor da minha vida,
Gostaria de agradecer a meus pais, Manoel e Geni, pelo apoio que dispensaram a
mim, incondicionalmente, durante toda a existência deles, sem medir esforços para
que eu tivesse uma educação digna. Saudades! Nós nos veremos na eternidade.
Agradeço a minha querida esposa e aos meus filhos pela cooperação durante os
quatros anos de academia e aos meus irmãos, em especial a Aldanei por ter
colaborado muito na pesquisa de campo.
Agradeço a todos os professores e colegas, pela amizade e cooperação e a todos
que contribuíram direta e indiretamente para a realização deste trabalho.
Agradeço a banca examinadora, pela colaboração e orientação final no trabalho de
conclusão.
Agradeço a professora Maria de Lurdes, por colaborar na correção deste trabalho.
Por fim, meu muito obrigado ao meu orientador, Prof. Dr. Sérgio Luiz Ferreira, pela
dedicação e contribuições durante o processo de meu trabalho. Obrigado amigo.
Valeu a pena tê-lo como contribuinte para minha formação superior, seu
profissionalismo e competência me ajudaram muito.
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RESUMO
O presente trabalho é fruto de uma investigação sobre o processo histórico do rito deiniciação proveniente da fé pentecostal. Pretende-se mostrar como se aplica estefenômeno e como ocorrem as manifestações e experiências místicas e a sua relaçãocom o rito de iniciação na Igreja Evangélica Assembléia de Deus (IEAD), cabe ressaltarque historicamente o ritual remonta há séculos a.C., com milhares de pessoasenvolvidas nesta experiência e que demonstra universalidade. Veremos o crescimentoda IEAD em Florianópolis ao longo do período histórico de 1938 a 2011. Na análise,observamos o crescimento dos congregados, que tem origem entre prosélitos ebiológicos. Em campo, foi observado o fenômeno ritual e a importância dasespecificidades do método quantitativo, colhemos dados que relacionam aracionalidade do batismo com o ritual e sua relação com o crescimento do número deadeptos. Classificamos o desenvolvimento numérico e porcentagem de crescimento, apartir da chegada em Florianópolis da Assembléia de Deus, sem deixar para trás relatosde sua nacionalização e o que contribuiu para esse crescimento que subsiste até hoje eaveriguar os registros de dados numéricos a partir do ritual ou da conversão.
Palavras – chave: Rito de iniciação. Assembleia de Deus. Batismo em águas.
Pentecostalismo.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................72. ASSEMBLEIA DE DEUS E O SEU DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO....................92.1 A CHEGADA DO MOVIMENTO PENTECOSTAL NO BRASIL................................173. RITUAL COMO FENÔMENO RELIGIOSO................................................................253.1 O RITO NÃO TEM SÓ ASPECTOS ANTROPOLÓGICOS, MAS TEM FUNÇÃO
SOCIAL.......................................................................................................................284. HISTÓRIA DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS NO BRASIL. ........................................314.1 UMA EXPERIÊNCIA ILUSTRATIVA .......................................................................334.2 DISTINÇÃO E EVIDÊNCIAS....................................................................................354.3 PROCESSO DE FILIAÇÃO E INCLUSÃO NA ASSEMBLÉIA DE DEUS EM
FLORIANÓPOLIS.......................................................................................................364.4 HISTÓRIA DAS ASSEMBLÉIAS DE DEUS EM FLORIANÓPOLIS. .......................495. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................616. REFERÊNCIAS..........................................................................................................657. ANEXOS ....................................................................................................................68
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1. INTRODUÇÃO
Os estudos antropológicos nos dão uma visão das formas religiosas, que
atravessam séculos, talvez sem que tivessem uma perspectiva de futuro, sem saber
que os rituais fossem se perpetuar até os dias de hoje, apenas com algumas
modificações nas questões culturais e rituais, dando continuidade e tendo a adesão das
sociedades contemporâneas, entende-se que o rito está presente em todas as religiões
do mundo e que está agregado ao primeiro e ao último estado da celebração.
A Igreja Evangélica Assembleia de Deus iniciou no Brasil e estruturou-se como
movimento pentecostal, pela qual se estabeleceu com características que a diferencia
de outros movimentos. É necessário relatarmos que o ritual realizado pela IEAD, vem
de uma tradição religiosa propagada e inserida no cristianismo.
Passamos a pesquisar e fazer estudos da Instituição a partir dos aspectos rituais
e da relação que este tem com o crescimento da igreja. Foi necessário trabalharmos o
fator histórico e seu desenvolvimento na história do Brasil, assim como seu surgimento
como igreja pentecostal, Dentro deste contexto, trabalhamos o processo de filiação e
inclusão da IEAD em Florianópolis e a evidência do rito na respectiva igreja, bem como
seu crescimento e sua história desde 1938 até 2011.
Quando começamos a pesquisa sobre o tema, encontramos muito materiais
escritos, porém, nada em especifico, que relacione o rito batismal com a expansão da
igreja e que trabalhe a importância de tal objeto.
Por conta disso, realizamos uma pesquisa bibliográfica e de campo, participando
de encontros cultuais e litúrgicos da IEAD, em vinte igrejas. O que nos levou a organizar
este trabalho da seguinte forma: No primeiro capítulo, trabalhamos a Assembleia de
Deus como uma organização universal e também nacional, rememoramos seu
nascimento e desenvolvimento histórico e o movimento pentecostal como fenômeno
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marcante na história das Assembléias de Deus. No segundo capítulo, nos detivemos no
ritual como fenômeno religioso, assim, com seus aspectos antropológicos e sociais na
comunidade cristã das IEAD. No terceiro capitulo, trabalhamos a história das
Assembléias de Deus no Brasil, em Santa Catarina e em Florianópolis. Para tal
elaboramos tabelas de membros e gráficos. No final da pesquisa anexaremos fichas de
dados, mostrando os modelos que foram sendo aprimorados ao longo da história das
Assembléias de Deus em Florianópolis.
Resaltamos que os objetivos são identificar o batismo e seu significado como rito
de iniciação, e investigar os aspecto rituais e a ligação que este tem com a pertença
religiosa; refletir sobre as mudanças, qual sua funções e responsabilidade na vida
cotidiana e a legitimidade do ritual, enfocaremos em evidenciar, as tradições religiosas,
como necessidades humana de transcendente, procurar entender quem são e como se
da sua relação com o transcendente.
Analisar em que posição o batizado será colocado após passar pelo rito,
conceituar o rito na ótica da IEAD, e em sentido geral. A partir dai procurar entender a
experiência do ritual com o transcendente, se a prática de batismo é periódica e se é de
caráter social, a que regras são submetidas, e sua relação com a divindade, sua
participação com o símbolo e mito fundante e se o ritual é uma ação puramente
humana ou tem relação sacra.
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2. ASSEMBLEIA DE DEUS E O SEU DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO
A Assembléia de Deus chegou ao Brasil após marcantes acontecimentos
provindos de um movimento pentecostal na Igreja Batista, envolvendo um pequeno
grupo, com uma manifestação sobrenatural denominada de “batismo com o Espírito
Santo’1 e um rompimento, oriundo da discordância com a cultura religiosa da Igreja
Batista. Esse pequeno grupo, dirigido pelos missionários Daniel Berg e Gunnar Vingre,
no dia 18 de junho de 1911, comparecem à Rua Siqueira Mendes, 67, em Belém. Eram
dezessete pessoas expulsas, arbitrariamente, da Igreja Batista, fundando a Assembléia
de Deus que, nos Estados Unidos da América foi chamado de Missão da fé apostólica
formada por grupos pentecostais.Nas décadas seguintes, se espalharia pelo mundo
inteiro, conquistando um número crescente de adeptos. Em 08 de novembro de 1914,
inaugura o primeiro templo das Assembléias de Deus em Belém. Em 11 de janeiro de
1918, oficializado a instituição com nome de Igreja Evangélica Assembleia Deus
(SANTOS, 1996.p.15)
Pesquisa já realizada na IEAD2, dá o entendimento de agregação, pois só se
tornam membros os batizados, ficando assim, sujeitos à disciplina da igreja.Dessa
forma, cria-se uma situação conflitante pelas regras imposta pela igreja, ou seja, existe
um conflito entre o social e o rito, pois os congregados são convidados de forma quase
que imposta a se batizarem por causa de uma visão cosmológica de passado,
seguindo-se o imperativo de que todos os que têm um encontro com o mito, que é
cristo,por isso devem se batizar, tornando-se a partir do batismo um membro. Porém,
1Não é exclusividade dos pentecostais a glossolalia, entendemos que a exaltação de umadenominação cristã sobre a outra, por causa da presença da experiência com línguas é uma tolicesectarista. A busca pela glossolalia, provocada pelas emoções, constitui uma perversão daespiritualidade, e não um sinal de espiritualidade o que indica um sinal puramente humano, e não umsinal de espiritualidade superior. Para os assembleianos esta acima de qualquer conceito humano éuma experiência incomparável com o sagrado. O falar em Línguas é uma experiência resultante dobatismo com o Espírito Santo vindo sobre os fiéis no qual leva a ter uma experiência transcendentecom o sagrado.
2 Igreja Assembleia de Deus
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com a responsabilidade de não pecar mais voluntariamente. As pessoas se batizam
porque têm uma visão mística de sua salvação, que ao morrerem ressuscitarão de
novo para uma nova vida. Viver a vida em condições anteriores à conversão implica em
punição, dependendo do grau de pecado implica em escândalo para a instituição.
Turner concentra-se nos estudos sobre processos rituais e afirma uma conexãoentre o social e o rito. As múltiplas situações de conflitos estariam diretamenterelacionadas com a expressiva recorrência de praticas rituais. Por exemplo, umrito chamado isoma, cuja pratica e conhecida pelos ndembo como “rituais dasmulheres”, ligam-se o que não se esqueça de seus parentes mortos. Devecasar-se e ser mãe de crianças sadias, espertas e encantadoras. Para osndembo, as mulheres que viveram em desacordo com esses princípios,provocando rixas intrafamiliar e no grupo de parentes, certamente esqueceram-se de uma ancestral matrilinear morta, correndo o risco de ter seu poderprocriativo (lusemu) amarrado pelo espírito ofendido (kukasila); o implica umperigo para reprodução do grupo. (OLIVEIRA apud Turner, 1969, p.4).
Diante do âmbito cultural é necessário analisar a postura conservadora da IEAD,
um rito não opera só em palavras e ações, tem sentidos performativos e exegéticos,
que não se percebe só conscientemente, mas são experimentados subjetivamente.É
necessário ter uma visão antropológica para perceber como a instituição enxerga esta
concepção. Somos chamados para compreender esta experiência empírica a partir do
fenômeno ritualista que produz convicções aos seus membros. Não se trata mais do
pensamento primitivo, mas da evolução do pensamento lógico que hoje está
representado pela eficácia do rito.
Não é difícil perceber que as variações infinitas da expressão simbólicas erituais são uma evidencia do inesgotável, que é a experiência do sagrado. Omistério é percebido no nível da mediação; o sagrado, enquanto realidadetranscendente mostra-se (hierofania) e, ao mostrar-se, limita-se. Mas, dessamaneira, ao revestir um objeto ou uma pessoa de sacralidade, torna possível aoser humano comunicar-se com transcendente, o sagrado em sua formaabsoluta, o divino. (CROATO, 1994, p. 83).
A evidência física inicial do rito de iniciação e da disponibilidade hoje do ritual nos
leva a analisar a ligação do crescimento da igreja e em que aspectos ela cresce e o que
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leva a crer que o batismo é legitimo, é neste universo de transformação que se propõe
a analisar algumas características comuns às religiões denominadas cristãs, para em
seguida problematizar algumas nuances teológicas e comportamentais na formação
dos fiéis por meio dos discursos direcionados pelos agentes do sagrado e que se faz
necessário interagir com a diversidade de conhecimento nos espaços desafiadores do
cotidiano no espaço sagrado, respeitando ou tendo reverências pelas diversidades
culturais alheias, “aberto ao outro”. Tais experiências são organizadas, efetuadas
dentro da racionalidade? Tem relação com o transcendente? E que ligação tem o rito
com o crescimento da instituição a partir da pertença religiosa? É necessário refletir
sobre isso, rever o que geralmente passa despercebido.Para tal é necessária uma
percepção da força geradora dentro do espaço ritualista das Assembléias de Deus e se
tais eventos tem dinâmica e até onde moldar nossas experiências. Portanto, o que
pensar? É necessário pensar que o campo religioso, em sentido geral, segue
tendências pós-modernas sem ter uma identidade exclusiva e que se transforma e
causa transformação no meio.
Com olhos voltados para o campo de pesquisa, podemos sintetizar ações dos
fenômenos e trazer à tona o perfil da experiência, primordialmente, ao estudar o campo
da religião. Percebemos que cada indivíduo constrói sua própria identidade religiosa,
cada qual se apropria dos elementos necessários para a satisfação e conveniência e
transmissão dos enunciados da religião não em si mesma, mas sim, como nos aparece
e como se expressa o sagrado no espaço do ser humano. Entendemos que a busca por
essa pesquisa se constrói sobre o fenômeno religioso e suas diversas expressões, ou
seja, a religião equaciona o dilema transcendente do ser humano, porém é aqui, neste
espaço e concepções humanas que ela se expressa. Com isso o problema não é a
busca do fato religioso em si, mas, como se apresenta para nós. São suas
conseqüências na sociedade que são objeto-alvo dos estudos das ciências sociais. Se
está Institucionalizada em seu corpo teórico e se está presente em muitas sociedades,
é necessário procurar entender o que o norteiam, as expressões do fenômeno ritual e
o que é absorvido pela Assembléia de Deus participam consideravelmente da dinâmica
social e das estruturas que configuram a ação da religião nos procedimentos diversos
da população. Pois, a religião em si, influência tanto os fiéis como aqueles tangentes às
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estruturas religiosas. Dessa forma, são de fundamental importância estudos e análise
que procurem discernir as causas e efeitos que o rito proporciona no sentido de
crescimento da instituição. É necessário enfatizar que há razões simbólicas que
legitimam o judaísmo no imaginário assembleiano, sobretudo a defesa do cristianismo,
independente se estes compõem diversas matrizes religiosas as quais por
incongruência na pertença simbólica acabam sendo rivais.
A verdade é que realizamos ritos a toda hora, estamos sempre a inventar ritualidadesnovas, embora nos recusemos a reconhecer que os ritos constitui uma parte dominanteda nossa vida, tanto religiosa quanto não-religiósa. Dir-se-ia, pois, que não estamos emcondições de registrar sequer as “obviedades” profundas do nosso mundo, da vida, enos obstinamos em manter afastado o olhar daquilo que está próximo, tão próximo quequase constitui uma segunda natureza. A esta altura precisamos de um novo inciptantropológico e religioso: se a ritualidade é o espelho no qual se reflete a história e avivencia do homem e de uma comunidade, no nível religioso e cultural, é necessário queisso seja temátizado. (TERRIN, 2004, p 9).
Gonzáles e Gonzáles (2010) relata que a história da igreja institucional e mesmo
dos conflitos e lutas dentro dela é somente um elemento da história do cristianismo na
América Latina. Embora a igreja institucional sempre tenha tido, e continue a ter um
papel crucial no cristianismo da América Latina, a história desse cristianismo também
precisa levar em conta a maneira como os cristãos comuns praticam a sua fé na vida
cotidiana. Com muita freqüência confundimos a igreja institucional com o cristianismo e,
assim, tendemos a pensar que quando estudamos a história daquela também estamos
estudando a história deste. Mas não é o caso. Documentos oficiais da igreja nos
contam quando um mosteiro foi fundado ou da chegada de um determinado bispo a
uma diocese. Também nos contam da teologia da igreja organizada e de como ela
concebia a sua missão. Mas eles dizem pouco sobre a religião real das massas.
Como a religião se refletia na vida cotidiana do povo? O que as pessoas faziam na
busca por sua própria salvação? O que elas faziam em favor dos outros como atos de
caridade cristã? O ensino cristão de fato influenciava a sua moralidade? Que formas
concretas a devoção assumia em áreas específicas? Como os costumes e crenças
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ancestrais dos habitantes nativos dessas terras afetavam a forma como eles
compreendiam e praticavam o cristianismo?
Neste contexto, precisamos olhar para a sociedade como um todo e tentar
analisar como e em que grau os ensinos cristãos eram expressos no cotidiano.3
(GONZÁLES e GONZÁLES 2010, p.18-19).
Ao olhamos para a comunidade cristã percebemos o impacto que os ensinos da
tradição bíblica, assim como a influência das doutrinas expostas na bíblia ,têm efeito
normativo nas instituições cristãs, ao ponto de considerarem o ritual do batismo como
imperativo ao indivíduo e à própria igreja. A consolidação do Canon assim como seu
conteúdo assume o valor de doutrina, que se impõe à crença e a prática, Croato 20104
faz relatos sobre o efeito da doutrina e sua importância uma vez feita tradição, oral ou
escrita, (mas terminado sempre como “escritura”), a revelação constitui uma doutrina
normativa das idéias, dos ritos e da práxis, segundo o modelo de religião. Onde não
prevalecem os ritos, a ênfase é posta nas idéias (teologia) ou nas práticas (ética), mas
os ritos estão também ligados aos outros dois aspectos mencionados.
A formação do cânon é um recurso significativo, pois implica um fechamento nainterpretação dos textos transmitidos e uma forma de assegurar-se contra odesvio da doutrina. Ele tem um lugar geralmente num contexto de lutaideológica pela “verdade”: O cânon massotérico do antigo testamento inscreve-se ( por volta do ano 100 d.C.ou depois) no contexto de proliferação de escritosreligiosos, dentre eles o texto do futuro “novo testamento” e o próprio cânonjudeu alexandrino (a versão septuaginta). O cânon avéstico ou zoroastico foiconcluído no contexto dos conflitos com os judeus e os cristãos (em parte comos maniqueus) da pérsia nos séculos III-IV d.C. (CROATO, 2010, p.407).
3 (GONZALES, I.justos). Ensinou teologia histórica em diversas instituições, incluindo o seminárioEvangélico em Porto Rico, a Escola de Teologia Candler na Universidade Emory, e no seminárioteológico Colúmbia. Durante os últimos 30 anos, desenvolveu programas de formação teológica dehispânicos.
4 Jose Severino Croato - Formado em Teologia, Ciências Bíblicas e Orientais e Língua Hebraica. Foiprofessor de Filosofia e História das Religiões na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade deBuenos Aires (Argentina). Leciona Antigo Testamento e Fenomenologia da Religião na Faculdade deTeologia do Instituto Evangélico de Estudos Teológicos de Buenos Aires.
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Croato nos dá a entender que a sacralização é um processo que acontece após
a constituição do cânon numa determinada religião. Todos os livros opostos aos
princípios de uma religião ficam fora da canonização e considera-se aceito ou como
palavra de Deus somente os canonizados pelas quais são elevado a revelação divina.
Esta consolidação leva a Assembléia de Deus e evangélicos pentecostais ou não, de
um modo geral, a considerar o rito de iniciação como ponto fundamental de regra de fé.
Pode-se, então, compreender-se que o batismo esta associado como uma verdade
imposta nas escrituras no sentido de revelação, mesmo que tal costume seja anterior às
doutrinas bíblicas, o que leva a reafirmar legitimamente é o conteúdo agora canonizado.
Segundo Champlin (2001)5, há ritos, considerados agradáveis aos deuses ou a Deus,
pelas quais seriam necessários para o homem ser aceito pela divindade. Idéias
mágicas mesclam-se aqui com o ritualismo. Outros ritos aparecem como aspectos
importantes das formas e práticas religiosas, embora sem qualquer tipo de poder
místico ou mágico.
Para Champlin, os rituais faziam parte das culturas religiosas ou das próprias
religiões primitivas que contavam com práticas ritualistas do primeiro sentido.
Provavelmente, o antigo judaísmo apresenta probabilidade de ter compartilhado de tais
noções. A partir daí, não está longe o desenvolvimento do sacramentalismo. De acordo
com este último os ritos já adquirem poderes místicos, servindo de mediações às
graças do Espírito de Deus.
Champlin faz alguns questionamentos, classificando como tendência para os
abusos. Até que ponto a Igreja cristã deveria empregar ritos, como esses ritos devem
ser celebrados. Para o autor, estas questões têm sido perturbantes para vários grupos
cristãos. Na Inglaterra, o termo ritualismo foi usado em um sentido hostil contra os
anglo-católicos, os quais, após 1845, reviveram o uso de vestimentas e cerimônias de
origem medieval. Esse reavivamento foi aceito, em defesa da dignidade da Igreja, nas
mentes dos promotores do ritualismo. Esforços foram feitos por outros para suprimir
esse ritualismo, e assim a controvérsia prosseguiu.
5 CHAMPLIN, N.Russell – Bacharel em Literatura Bíblica no Immanuel College e graduado em NovoTestamento na University of Chicago, Mestrado e Ph. D. em Línguas Clássicas na University of Utah.
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Em certos grupos protestantes, a questão tem se tornado uma atitude ou
circunstância que se torna risível por levar ao exagero aquilo que é natural. Aqui há um
exemplo, citado por Champlin, em que um grupo de fiéis de uma determinada religião
separou-se devido à questão do lava-pés, não por causa da cerimônia em si (que todos
aqueles grupos consideraram necessária), mas devido ao modo de sua observância.
Aqui vemos como a observância ritualista tem sua importância no sentido individual em
atos litúrgicos que muitas vezes divergem num ponto ideológico, Alguns sentiam que
uma mesma pessoa deveria lavar e enxugar os pés de um irmão qualquer, mas outros
acreditavam que uma pessoa deveria lavar os pés de outrem, e outra pessoa deveria
enxugar-lhes. Outro motivo de intenso debate girou em torno da refeição comunal
anterior à distribuição da eucaristia. Um dos grupos afirmava que os elementos da
eucaristia não deveriam ser servidos ao mesmo tempo em que a refeição prévia, e que
só deveriam ser expostos quando terminada essa refeição. Mas outros opinavam que
tanto a refeição quanto os elementos da eucaristia deveriam ser apresentados ao
mesmo tempo. Realmente, os ritos pareciam importantíssimos para aquelas pessoas,
pelo menos o suficiente para dividi-las, embora sentissem que os ritos não são meios
de graça. (CHAMPLIN, 2001, p. 717).
Estas formas de pensar permeiam as liturgias congregacionais quando se
trata de rituais que fazem parte das igrejas, dando a entender que questões de
ritualísticas foram o grande embate das igrejas cristãs ao ponto de criarem divisões por
estas questões sem desassociar a importância do rito em seu contexto histórico.
Terrin(2004), fala que o rito coloca ordem, classifica, estabelece as propriedades, dá
sentido do que é importante e do que é secundário. O rito nos permite viver num mundo
organizado e não-caótico, o que nos permite viver em casa. Ao observar a Assembléia
de Deus em Florianópolis, em seus rituais de batismos, percebemos uma organização
advinda de seus processos ritualísticos, pois só assim, aplicam a tradição milenar e
conseguem organizar os seus membros e colocá-los dentro de um contexto de dever,
de ordem e ate mesmo dando-lhes uma visão escatológica. Ao perceber isto observa-
se que as ações rituais como a do batismo de um adulto, a partir da idade que o torna
consciente de seus atos, faz dele um cristão no sentido completo da doutrina bíblica e
dos dogmas da instituição.
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Para Champlin (2001) certas pessoas precisam dos ritos como auxílios à sua
concentração religiosa e senso de respeito. Mas há quem pense que os ritos distraem a
atenção, e preferem cultos que consistam somente em orações, explanações das
Escrituras e música. Muita gente tem rompido sua comunhão com outras, por causa de
tais preferências.
De acordo com os praticantes dos diversos ritos, podem ser enumerados os
seguintes valores: os ritos vinculam o passado com o presente, conferindo ao indivíduo
o senso de participar da “antiga Igreja”, que fazia as mesmas coisas em seus cultos de
adoração; Os ritos emprestam dignidade e solenidade aos cultos religiosos; Os ritos
emprestam à Igreja um modo comum e universal de procedimento, outorgando certa
base para a unidade; os ritos atuam como ponto de concentração, ajudando as mentes
das pessoas a fixarem-se sobre os elementos da adoração e, os ritos foram instituídos
pelas autoridades da Igreja cristã, lembrando que o rito do batismo foi instituído pelo
próprio mito do cristianismo e não deveriam ser descontinuados; As instituições
ritualistas têm demonstrado maior unidade e estabilidade que as não ritualistas.
(CHAMPLIN, 2001, p.717).
Tal relato se deve ao grau de organização em que o rito propicia a instituição
religiosa e a organização geral quando se trata da coletividade assim como sua
importância para o fiel. Passar pelo rito é legitimar sua participação efetiva com a
congregação local e acima de tudo a relação mística com o sagrado, ao participar do
rito de batismo a pessoa mostra seu valor, sua intenção ao apropriar-se dele como
fenômeno composto de espiritualidade ou de algo que transcende á física e atende os
anseios espirituais.
Para Champlin a tradição bíblica do Novo Testamento não nos encoraja ao
ritualismo, Terrim, explica que ritualizar neste sentido refere-se ao processo pelo qual
se formam ou se criam os ritos, e ações que, com o tempo, são ritualizadas. Há
situações e circunstancias nas quais as pessoas são levadas a ter um comportamento
ritual e ritualiza o próprio agir, tornando formal e repetitivo. (TERRIN, 2004, p.20).
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Champlin, explicando a questão do não encorajamento da ritualidade na tradição
do novo testamento, diz que os ritos são uma adição a antigas formas, e não
representações dessas formas. Os ritos desviam a mente dos adoradores para longe
dos valores espirituais, alguns grupos atribuem um poder sacramental aos ritos, o que
para Russel é contrário à fé simples do Novo Testamento; os ritos consomem um tempo
precioso, que poderia ser mais bem aproveitado para outras práticas religiosas; ritos
tendem por ser repetitivos e enfadonhos, degradando assim a adoração religiosa. A
moderação parece ser a palavra-chave em toda essa controvérsia (CHAMPLIN, 2001,
p.717).
2.2 A CHEGADA DO MOVIMENTO PENTECOSTAL NO BRASIL
O pentecostalismo no Brasil tem sua origem em um movimento norte americano
que surgiu de um avivamento no século XIX para o XX. Mina (2004) relata que alguns
acontecimentos antecederam e influenciaram a matriz pentecostal que se formaria nos
Estados Unidos da América. A autora ao citar Freston e Souza, relata que ambos falam
das inovações do metodismo de John Wesley, apregoado no século XVIII que seriam
retomadas com mais ênfase pelos pentecostais norte-americanos. Wesley chamava a
atenção para uma segunda conseqüência da graça divina além da salvação: a
perfeição cristã. No século XIX, nos países de língua inglesa, um movimento de
santidade evocava os ensinamentos de Wesley. O pentecostalismo surgiu no início do
século XX, datado em 1906 na rua Azuza, em Los Angeles, Califórnia, nos Estados
Unidos. Este foi o berço do pentecostalismo da atualidade. Irradiando para várias partes
do mundo.
O reavivamento religioso, constituído aqui de reuniões de oração coletiva ali degrupos de teólogos exegetas à procura de indícios bíblicos da santificaçãocomunicada diretamente por Deus, invadia muitas igrejas evangélicasamericanas. No começo do século, alguns sinais sensíveis do batismo noespírito santo marcaram esse movimento. Mas os historiadores indicam o anode 1906 como marcos inicial do movimento pentecostal moderno. Naquele ano,um estranho fenômeno sacudiu a cidade de Los Angeles e sua noticia
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espalhou-se célere por muitas cidades americanas. Na Rua Azuza, em reuniõesde oração sob a direção de um pastor batista, com o objetivo de alcançar algumsinal sensível externo do batismo no Espírito Santo, um negro de apenas 8anos falou línguas estranhas. (ROLIM, 1995, p.22-23).
A história da origem da Assembléia de Deus no Brasil deu início com dois jovens
de imigração sueca: Gunnar Vingren e Daniel Berguem. Após se conhecerem em uma
convenção pentecostal em Chicago, partiram de New York a bordo do navio Clemente.
Após duas semanas de viagem, chegaram a Belém do Pará, precisamente no dia 19 de
novembro de 1910. (SANTOS, 1996, p.15.), Gunnar Vingren nasceu em Ostra Husby,
Ostergotland, na Suécia, em 1879. Foi criado em uma igreja batista e, em 1903,
emigrou com parentes para os Estados Unidos da América, em busca de melhores
condições de trabalho.
Daniel Berg nasceu na vila de Vanern, na Suécia. Ele era filho de um líder batista
e foi para os EUA, quando tinha dezoito anos, onde trabalhou com fundição de aço.
(FRESTON, 2006, p.114).
Tornemo-nos, aos acontecimentos na virada do século XIX, quando o problema
econômico das nações de origem de Daniel Berg e Gunnar Vingren estavam em
evidência, favorecendo a ida dos dois fundadores da Assembléia de Deus aos Estados
Unidos, dando a eles oportunidade de emprego e de testemunharem o nascimento do
pentecostalismo norte-americano, em meados do século XX. Nesta ocasião, em parte
os luteranos do país confinavam as igrejas dissidentes (batistas) a um estado de
marginalização.
Desprezavam a igreja estatal, com seu alto status social e político e seu cleroculto e teologicamente liberal. Desconfiavam da social democracia, aindaatingida pelo secularismo. Havia experimentado um estado unitário no qual umacultura cosmopolita homogênea não permitia a dissidência religiosa aconstrução de uma base cultural capaz de resistir à influência metropolitana.Por isso, eram portadores de uma religião leiga e contra cultural, resistentes áerudição e modesta nas aspirações sociais. Acostumados com amarginalização, não possuíam preocupação com a ascensão social.(FRESTON, 2006, p.113).
19
É preciso mencionar que o movimento pentecostal no século XX, tem sua força
total na Rua Azuza, em Los Angeles, Califórnia, 1906, como centro irradiador de onde o
avivamento se espalhou para outras cidade e nações, porem é necessário
retrocedermos as datas anteriores, segundo Emílio Conde (2000,p.21) podemos citar:
os avivamentos ocorridos na Suécia, em 1858 e na Inglaterra em 1740. Na América do
norte, pode-se mencionar os avivamentos nos estados da Nova Inglaterra em 1854 e
na cidade de Moorehead, em 1892, seguidos dos de galena, Kansas, em 1903 e
Orchard e Houston, em 1904 e 1905, respectivamente. Estes movimentos identificam-
se com o movimento de 1906 trazido por uma senhora metodista, que, por sua vez, a
recebera na cidade de Houston, quando tinha ido visitar seus parentes, antes desta
data de 1906. Fundadores da igreja evangélica Assembléia de Deus Berg e Vingren,
em uma conversão em Chicago, descobriram alguns pontos comuns relacionado à obra
missionária. Para Mina a partir desse encontro começaram se reunir para vigílias de
oração.
Durante uma dessas vigílias, um senhor chamado Adolfo Uldin, narrou-lhes um
sonho, em que os dois amigos eram personagens e em que aparecera bem legível, um
nome muito estranho: Pará. Uldin jamais lera ou ouvira tal palavra. Mas, entendeu
tratar-se de um lugar, Berg e Vingren no dia seguinte, dirigiram-se a uma Biblioteca, a
fim de consultar os mapas. Ao verificarem a distância do país em que ficava o Pará,
chegaram a ser abalados pelas dúvidas, mas convenceram-se do destino a tomar. 6
Segundo Freston, (2006) houve certo contexto para aparecer o nome Pará naquela
“profecia”, o que teria desviado a atenção das principais cidades, Rio e São Paulo.
Sabe se que foram separados pela igreja batista para as missões, Erik Nelson, pastor
da igreja batista de nacionalidade sueca, emigrado dos EUA. Já presidia igreja em
Belém, convidou a se alojarem no porão da igreja batista tradicional, situada na Rua
João Babi, numero 406, onde também congregavam.
Segundo o sumário histórico da igreja, depois do Pará, segue se a seguinte
ordem de expansão:
6 Sumário histórico ilustrado das igrejas Assembleia de Deus no Brasil, 1998 Ed CPAD p34.
20
1914: Piauí;
1915: Ceará;
1916: Pernambuco, Amapá;
1917: Amazonas;
1918: Roraima, Paraíba, Rio Grande do Norte e Maranhão;
1922: Rondônia, Alagoas e Espírito Santo;
1923: Rio de Janeiro, Mato Grosso;
1924: Rio Grande do Sul;
1926: Bahia;
1927: Sergipe, Piauí, Minas Gerais e São Paulo;
1929: Paraná;
1931: Goiás, Santa Catarina;
1932: Acre;
Conforme relato já exposto sabe-se que, o pentecostalismo cresceu
exteriormente, tendo sua origem nos Estados Unidos. Segundo Rolim, os adeptos mais
numerosos do pentecostalismo brasileiro, são os da Assembléia de Deus. Assim que a
igreja foi fundada, não houve crescimento biológico (“filhos de crente”), mas prosélitos
convertidos de outras religiões. Para Rolim eram filhos do catolicismo devocional
privatizado, gente pobre e sem instrução o que diferencia de outros países da América
latina. Podemos citar um exemplo: Chile em que o pentecostalismo surgiu sem resultar
de imigração ou importação.
21
“[...] embora, desde 1902, soprasse o vento de espiritualidade sobre a pequenaigreja de Valparaiso, chegando até ao aparecimento de fenômenos extáticos eprovocando uma centena de novos adeptos, não foi senão em 1907 que opastor Houver tomou conhecimento da doutrina pentecostal, através de umfolheto enviado da índia por uma amiga da senhora, Houver. Nele falava-se deum batismo claro e definitivo do Espírito santo, como o cumprimento ajustificação e à santificação, coisas que até então críamos que completassem atonalidade da experiência cristã” ( D’ÉPINAY, 1970, p.48)
Foi a partir do governo militar que o pentecostalismo chileno retornou a sua
dinâmica de expansão, paralisada de certa forma nos anos 60 e começo dos 70. Da
estagnação sofrida naquela época passa ao crescimento acelerado a ponto de exprimir,
em 1995, 80% dos evangélicos em todo o país. (ROLIM, 1995, p.167).
O que diferencia o Chile do Brasil é que neste último o movimento veio de forma
exógena, por dois missionários.
Há um relato em que os proselitistas, convertidos do catolicismo devocional,
pessoas simples e analfabetas, trouxeram para a igreja que recém se instalava em
Belém o que tinham e podiam dar: sua pobreza enorme e sua enorme experiência
religiosa. Segundo Rolim, e na perspectiva dos evangélicos “não a experiência de
busca de santidade”, por isso nunca cultivaram, mas sim sua religiosidade católica,
rezas, fé nos santos, pedidos de milagres. Era o devocional desses pobres, que
convertidos ao pentecostalismo colocavam dentro dos templos por eles construídos,
Rolim, relata que lideres em sua maioria eram da periferia das cidades médias e
pequenas. (ROLIM. 1995, p.169).
O peso da miséria e da pobreza inclinava-os, bem como aos simples crentes, a
suplicarem ajuda para os males, ajuda que para ser poderosa só poderia ser divina;
vindas da nova experiência, não mais de santos construídos, fabricados. Aqui há uma
visão antropológica em que houve uma troca física por uma metafísica, transcendente
em que a pessoa passa a ser literalmente considerada santa pelo poder do Espírito.
Os pés e o corpo prendiam-nos ao mundo onde viviam. Com suaspalavras,olhares e mãos iam,agora no pentecostalismo,se agarrar com umpoder mais alto, o poder do espírito.Deixaram os santos (obs. Santos refere-seas imagens) por terem se “entregado a Jesus”,maior do que os santos.
22
Quebraram e repudiaram as imagens, violência do sagrado. (ROLIM, 1995,p.169).
Aspectos interessantes a serem observados são as implicações trazidas para
dentro do movimento pentecostal, a saber: Os anseios dos pastores são atendidos por
meios, pela qual podiam participar de orações num ciclo social comum a todos. De falar
de um Deus que para eles propiciava cura e salvação, dar-nos a entender que o
movimento pentecostal desloca o apelo de justiça social para o mundo espiritual.
Outras são as experiências religiosas dos convertidos anteriormente que são trazidas
para dentro do movimento, o que antes se divinizava e era objeto de busca para a cura
passa a ter uma dinâmica diferente. O que levou o movimento a aceitar o dinamismo da
religiosidade pré-existente. Esse dinamismo se alicerçava em convicções no poder
divino. Essa passou a ser a crença mais forte, que curava as mazelas do corpo de
forma pública a vista de todos, não, mas isoladas aos devotos provindo do catolicismo
que encontraram no movimento pentecostal algo acima das suas perspectivas. A
Assembléia de Deus como objeto de estudos foi a mais notada e mais forte dentro do
movimento pentecostal pela qual levou a difundir rapidamente por ter muitos, agentes,
ministros e leigos. Construiu templos por vários lugares e dando ênfase à salvação e
manifestação do poder de Deus e a prática de rituais e curas divinas pela qual tornou
sua contemplação. Rolim relata que o crescimento do movimento pentecostal que entre
1955 e 1960 acusava 78% decai nos anos seguintes: 1960/65, 45%, entre 1965/1960,
38,9%. O último período (1965/70) parece refletir as conseqüências da queda de ritmo
que começou antes dos anos 60. Essa perda é relativo ás mudanças sociais e
religiosas: o movimento de educação de base em pleno florescimento no seio das
camadas populares, sob a orientação da igreja católica; as comunidades de bairro que
começam a germinar; a renovação da pastoral sob influxo do vaticano II; a
sindicalização rural de que a igreja católica participava; a mobilização dos camponeses
pelas ligas camponesas. Todo esse conjunto de organizações e atividades ia
produzindo nas camadas populares um incentivo de conscientização do povo simples e
pobre. A realidade social de pobreza ia pouco a pouco descoberta pelos segmentos
empobrecidos que gradativamente tomavam consciência de que a situação de pobreza
23
e analfabetismo tinha raízes sociais. Em 1964, o golpe militar desbarata as ligas
camponesas e oprime organizações populares da igreja católica. (ROLIM, 1995, p.171-
172). Os movimentos populares foram reprimidos com a consolidação do regime militar.
Com isto o movimento pentecostal voltou a crescer, recuperando todos os experimentos
anteriores, o que antes era alimentado por consciência crÍtica das camadas dominadas
para a realidade social feitas por organismos e mobilização de grupos populares passa
a ser legitimada pelos governos.
Estas tentativas desesperadas em procura de uma sanção religiosademonstram como os regimes autoritários não têm conseguido apoio nocontexto nas bases da igreja, para não falar do conjunto da sociedade. Maselas demonstram da mesma forma que os governos repressivos estão alertas,tanto para a importância das instituições e ideologias religiosas como para opapel que estas cumprem na legitimação dos regimes políticos. (KRISCHKE,1979, p. 89).
De um lado, o Regime Militar buscava isolar os setores eclesiásticos mais
engajados com as camadas populares numa nítida abertura pastoral para os pobres e,
com eles, dos setores eclesiásticos conservadores, tentando evidenciar, de maneira
tática, que estes últimos estavam mais em consonância com a ortodoxia católica. A
ideologia anticomunista e todos os meios de propagá-la andavam soltos buscando
infiltrar-se nos setores eclesiásticos e em organizações católicas de direita, grupos
católicos radicalmente reacionários, como a Tradição, Família e Propriedade (TFP), que
receberam respeito militar. A TFP, que com bandeiras formavam grupos de jovens nas
ruas do Rio de janeiro, de São Paulo e mesmos de cidades do interior, distribuíram
panfletos anticomunistas, grupos que atacavam os setores eclesiásticos empenhado na
pastoral com os pobres. Em quanto essas reuniões nas ruas das cidades jamais foram
vigiadas nem interditadas, os encontros da CEBs7 eram vigiados pela repressão militar
que tentava até mesmo nela se infiltrarem, disfarçadamente, o que não ocorria com as
igrejas pentecostais. O fato é que as igrejas pentecostais deram seu apoio, não de
público, mas veladamente, no sentido de que não se falavam em política nos templos,
7 CEBs - Comunidades Eclesiais de Base.
24
mas vigiavam para que seus membros fossem totalmente submissos e obedientes às
normas e procedimentos ditados pelo governo militar. Estes fatos acima citados e
outros, embora esparsos, confirmam o procedimento que as Assembléias de Deus
assumiram nos países latino-americanos, no curso do governo militar. (ROLIN, 1995,
p.174-175).
25
3. RITUAL COMO FENÔMENO RELIGIOSO
Falar sobre rituais e suas práticas nos leva a crer que estes estão ligados ao
fenômeno religioso, na maioria das vezes sem nenhuma relação científica. Dentro deste
contexto vamos analisar os discursos sobre os ritos e suas práticas dentro dos
pensamentos ritualísticos e culturais, enfocaremos principalmente os autores: José
Severino Croato, Aldo Natali Terrin e Francisco Cartaxo Rolim e respectivamente suas
obras As Linguagens da Experiência Religiosa e O Rito: Antropologia e Fenomenologia
da Ritualidade, Pentecostalismo, Brasil e América latina dando ênfase aos dois
primeiros autores pelo subsídio e abordagem interdisciplinar do tema, tendo uma
aproximação com a pesquisa acadêmica a ser desenvolvida, levando em conta que
ambos trabalham o conceito de rito.
Segundo Terrim, (2004) o rito é uma ação e desenvolve em seu seio uma
pragmática transcendental, enquanto se propõe evitar, a todo custo, a lógica do duplo
pensamento. Agir de determinado modo significa induzir a pensar de determinado
modo, e como a ação jamais é ambivalente, arredia, equívoca, incerta, realizar a ação
ritual significa conter o pensamento dentro das malhas da ação clara e significativa. O
rito assume, nesse sentido, um valor epistemológico: ensina a agir de maneira
ordenada, para se pensar de maneira ordenada. Para o autor, o problema da
compreensão ritual é algo que se pode ter a partir da interpretação exterior, dando
ênfase à própria experiência que se tenta elucidar.
Ao citar E. Benvenite, ainda terrim – rito vem do latim ritus, que indica a ordem
estabelecida e, mas atrás, liga-se ao grego artys, com o significado também de
“prescrição, decreto”. A verdadeira raiz antiga e original parece ser a de ar (modo de
ser, disposição organizada e harmônica nas partes no todo), da qual derivam as
palavras sânscritas rta e a iraniana arta e, em nossas línguas, os termos “artes”, “rito”,
“ritual,” família de conceitos intimamente ligada à idéia de harmonia restauradora e à
idéia de “terapia” como substitutivo ritual. Outros autores observam que o “rito” poderia
ter, em sua base, a raiz indo-européia ri, que significa “escorrer” e, nesse sentido, ligar-
se-ia ao significado que têm as palavras “ritmo”,”rima”, ,”rito”, (river), sugerindo,
26
respectivamente, o fluir ordenado de palavras, da música e da água. Stravinsk escreve,
falando da poética musical, que “a musica nada mais é uma seqüência de impulsos
convergentes para um ponto final de repouso”. Em todo o caso, os dois vocábulos
proto-indo-europeus têm naturalmente clara entonação religiosa, recorrente no mundo
das respectivas religiões, e indica, em cada contexto, a ordem “cósmica”, “universal”,
estabelecida pelos deuses, aquela ordem que é o fundamento de todo o universo e que
na concepção védica antiga deve, por sua vez, estar na base da ordem do mundo micro
cósmico, no qual se inclui o próprio homem. (TERRIN, 2004, p.18).
O interessante sobre esses aspectos conceituais é o quanto podem nos informar
os diversos conceitos e significados de conhecimento e de percepção no que diz
respeito ao entendimento dos vocábulos, mesmo tendo suposta inconsistência científica
o homem está envolvido com a religiosidade, que proporciona experiências ritualísticas
de várias práticas e vertentes. Ao se usar o termo rito é necessário referenciarmos a
uma ação levada a efeito, previamente, estipulada no tempo e no espaço. Absorvidos
por vários povos, tribos, indivíduos e culturas, em cada prática ritualística no campo de
compreensão da linguagem vernácula, cada sujeito tem experiências localizadas dentro
do seu sistema social, assim, como legitimidade e observância ritualística. Um menino
para se tornar homem, no judaísmo, precisa passar pelo rito do Bar Mitzvah. Para um
prosélito convertido ao cristianismo ou uma criança tornar-se um cristão é necessário
passar pelo rito de iniciação (batismo). Ambos os rituais são praticados ao longo da
história e simbolizam a admissão na comunidade religiosa. Entendemos que tais fatos
se diferenciam da vida secular ordinária e que pode diferenciar-se do comportamento
comum e às vezes não são compreendidos pela linguagem lógica, sendo necessária
uma abordagem para percepção da experiência do outro, quem sabe até no campo
cognitivo.
Para Croato, (2010) em uma primeira aproximação, o rito aparece como uma
norma que guia o desenvolvimento de uma nação sacra. O rito é uma prática periódica,
de caráter social, submetida a regras precisas. Em sua exterioridade, porém, a norma é
uma “rubrica” e não define realmente o que é o mito. Segundo o autor, o problema da
27
compreensão é resolvido numa interpretação exterior fora da experiência do fenômeno
mitológico.
Embora as palavras sejam compreendidas mais pelo uso semântico do que pela
etimologia, esta última é uma ajuda para definir o rito. A palavra latina ritus é próxima
da palavra sânscrito-védica rta (rita), a força da ordem cósmica sobre qual velam
divindades como Varuna. É a estrutura normal das coisas, do que acontece no cosmo e
na vida humana (com uma raiz mais moral, rita foi substituída depois do darma).
(CROATO, 2010, p.330). Para o autor, não se inventa o rito, o rito é de alguma forma
uma ação da divindade, expressa uma interpretação dos rituais já feitos pelos deuses,
que agora devem ser imitado, repetidos pelas pessoas como uma ação divina e não
humana. Dentro dessa perspectiva recupera-se o sentido do rta védico.
Segundo o autor, o rito não é somente uma ordem cósmica, que é necessário
respeitar e realizar. A imitatio das nações divinas é a contrapartida da intenção do rito:
participar do divino, possibilitar a comunhão com o transcendente. De muitas formas,
todos os ritos buscam o contato com o sagrado. Sendo assim, o rito consegue essa
participação com o transcendente imitando simbolicamente um gesto primordial. Este
último é o elemento especifico do rito, o que anuncia consequentemente, a presença de
um mito “intencionalmente” que lhe dá sentido. (CROATO, 2010, p.331).
O rito não é algo que nasce e morre simultaneamente, mas perpetua ao longo da
história. Para o autor, o rito passa e perpassa ou é participante do símbolo e do mito. O
símbolo é o elemento de composição de uma parte que remete a outra, referente ao
mito, o rito é o seu equivalente. O mito recita o que o rito converte em cena teatralizada,
a realidade do rito é expressa em gestos e ações, aponta para um determinado efeito.
O autor tenta clarear o problema teórico, buscando a idéia que está relacionada
entre o mito e o rito, o mito é discurso; a eficácia da palavra é reconhecida não só na
ordem religiosa, mas também na profana. Mas a palavra é escutada ou lida (seu
componente gestual e mínimo), enquanto que o rito é visual e sócio-espacial por outro.
Todo ritual exige um grupo de pessoas, um lugar sagrado, objetos e instrumentos,
vestes etc. O rito é uma ação sintonizada com a ação dos deuses: é necessário lembrar
28
que o mito é relato de um acontecimento, em que os autores essenciais são os deuses.
Então, no rito, os seres humanos fazem o que no mito fazem os deuses.
[…] Os ritos, todos são realizados em estado de confiança, de alegria e mesmode entusiasmo, ainda que na expectativa de acontecimento futuro e contingentenão esteja ausente alguma incerteza, é, no entanto normal que a chuva caiaquando chega a estação, que as espécies de animais e vegetais se reproduzamregulamente. Uma experiência, repetida, muitas vezes, demonstrou que, emprincipio os ritos produzem o efeito que se espera deles e que se constitui a suarazão de ser. São celebrados com segurança, no gozo antecipado do felizacontecimento que prepararam e anunciam. Os movimentos que sãoexecutados participam desse estado de espírito: são certamente, marcas dagravidade que uma solenidade religiosa sempre supõe, mas essa gravidadenão exclui nem a animação nem a alegria. (DURKHEIM, 1989, p. 430).
A minuciosa descrição de conceitos de rito e os relatos acima nos indicam
elementos importantes dignos de consideração, pode-se citar o conhecimento
adicionado aos conceitos e práticas e as origens dos termos tanto na etimologia como
na semântica, têm substancializado e demonstrado que ritos estão ligados ao espaço,
às pessoas e coisas, espetáculos, discursos e outros.
3.1 O RITO NÃO TEM SÓ ASPECTOS ANTROPOLÓGICOS, MAS TEM FUNÇÃO
SOCIAL
Croato cita que os aspecto ritualisco recebeu muita atenção nos estudos de
sociologia da religião. O rito é uma das expressões coletivas mais naturais do sagrado.
O culto e o serviço aos deuses não são fatos puramente mentais, mas eminentemente
corporais e, além disso, mesmo podendo ser individual, sua característica é a
comunitária. Portanto, sob ambos os aspectos, são essencialmente sociais.
Os atos religiosos mais comuns são o sacrifício e a oração. O sacrifício é umfato social; a oração, que também pode ser particular, torna-se coletivaespontaneamente quando expressa uma cosmovisão comunitária (faz-se
29
oração com palavras que expressam uma experiência religiosa participativa emum grupo). Mas todos os ritos e gestos de adoração inscrevem-se no marcosocial que lhes dá sentido e que, ao mesmo tempo, é reforçado pelo ambientesocial. O grupo expressa sua identidade, sobretudo pelos ritos. Os própriosmitos são consolidados e penetram na consciência por efeito de suamanifestação social (tanto na recitação como na dramatização litúrgica).
O que mostra melhor a qualidade social do rito é sua conexão essencial comespaço e com o tempo, que não deixam o rito se transformar em umacontecimento individual ou cheio de caprichos.
Como “cortes” dentro do tempo profano e homogêneo, os ritos regeneram acomunidade estabelecendo um tempo sagrado, o não -tempo dos deuses. Talsuspensão do tempo cronológico afeta toda a comunidade: como aindapodemos observar nas comunidades, aborígines, todos participam dascelebrações rituais.
A categoria espacial participa também do social, pois o “lugar sagrado” tanto éum microcosmo, como é o centro do território da comunidade. O Sagradoconcentra-se “ali”. sua importância simbólica não pode ser deixada de lado.(CROATO, 2010, p. 343-344).
Para o autor, o espaço é relevante e está atrelado ao entendimento de
mobilidade nos mais diversos âmbitos culturais e o homem é considerado algo pequeno
ou como um universo em miniatura, mesmo assim, o sagrado tem seu espaço dentro
dessa comunidade e pode ser entendido pelas limitações das faculdades humanas,
concentra-se ali e sua importância simbólica, que não pode ser deixada de lado. O
símbolo orienta-nos na direção de algum conhecimento, mais elevado, enquanto que os
ritos são substância desse conhecimento em que os elementos se materializam na
ritualidade. Entendemos que para ambos os autores terrim e croato, surge uma
necessidade de alguma representação que se utilize dos símbolos e que adquira algum
sentido para cada tipo de representação ritualista e que cada uma reveste-se de algum
significado. Levado pelo ritual, o homem pode ter uma relação com o transcendente.
Para os autores os ritos expressam uma relação pragmática “e transcendental” em
relação ao mundo, sendo assim, os ritos são tendenciosos a um simbolismo e a um
conjunto de normas a serem seguidas na origem.
Os rituais acontecem em coexistência indivisa e simultânea de sujeitos, tempo e
espaço, ambos os autores advertem-nos para necessidade de atermo-nos aos
aspectos que dão sentidos às praticas sociais. Músicas, roupas, comidas, festas,
30
estéticas, estas coisas fazem parte do contexto de um universo cuja ordenação social e
cultural torna amplo o conceito do ritual. A partir deste entendimento, os espaços
ritualísticos não estão ligados ao místico ou à religião, mas a outros eventos que
representam procedimentos típicos, em ambos os espaços tanto na secularidade, como
no âmbito religioso, os eventos passam a ter sentido a partir dos rituais que circundam
aquela comunidade.(CROATO,2010).
31
4. HISTÓRIA DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS NO BRASIL
A Assembléia de Deus brasileira tem em sua origem uma conexão entre o
pentecostalismo inicial da América Latina e a denominação norte-americana. Foi
fundada por missionários enviados da Assembléia de Deus nos Estados Unidos,
posteriormente entraram em contato com a sua origem, assumindo definitivamente o
nome de Assembléia de Deus no Brasil, cujas raízes são do meio Oeste Norte-
Americano.
Ressaltamos que a origem das Assembléias de Deus no Brasil se deu após a um
pastor batista, sueco perceber que a mensagem dos missionários era diferente do que
ele pregava, começou a questioná-los o que resultou em divisão. Os dois suecos e os
seguidores da nova mensagem fundaram a Missão da fé Apostólica, meio ano depois
deles terem chegado ao Brasil, em junho de 1911. Nos Estados Unidos,
aproximadamente na mesma época, algumas pessoas impactadas pelo avivamento da
Rua Azuza, decidiram que precisariam se reunir para formar uma organização comum.
Os resultados foram Assembléias de Deus, fundadas em 1914. Em 1918, no Brasil, a
Missão da fé apostólica decidiu assumir o nome Assembléia de Deus e estabeleceu
vínculos com a jovem denominação nos Estados Unidos. Durante os primeiros anos, o
crescimento das Assembléias de Deus foi relativamente lento, nem bem quatrocentas
pessoas foram batizadas entre 1911 e 1914. Mas em 1920, as Assembléias estavam
presentes em todos os estados do norte e nordeste do Brasil. Em 1944 elas tinham
trabalhos em todos estados do país. Em 1950 elas contavam com quase cem mil fiéis.
Em 1997 receberam a oitava conferência mundial pentecostal, da qual participaram 700
mil pessoas. No início do século XXI eles tinham 14,4 milhões de membros. 47% da
população Brasileira. (GONZÁLES, GONZÁLES, 2010, p. 416-417). Foi refeito um
cálculo em relação à porcentagem, observou-se que houve um equivoco do autor, a
porcentagem calculada foi corrigida para 8% da população brasileira.
Nas estatísticas serão distinguidos os membros que comungam dos que
congregam. Passando de forma parcial uma estatística de outros países e America
32
Latina, chegando ao Brasil dando ênfase à Igreja Evangélica Assembléia de Deus, em
Florianópolis. Na pesquisa em debate foram analisados fatos em que o ritual de
batismo diferencia o congregado dos membros. Só é considerado membro os que
foram batizados, esses membros são grupos mais restritos, sujeitos às normas
doutrinárias e dogmáticas da Igreja seguidas de princípios éticos e morais. Eles
assumem as responsabilidades habituais de freqüentarem as reuniões e participarem
dos rituais, enquanto que os congregados estão isentos das responsabilidades
impostas pela Igreja, saindo do alcance de cobranças regulares a dogmatização.
Durante as pesquisas foram observados fatores importantes: todo novo convertido fica
pouco tempo como congregado; a igreja orienta e convida todo o congregado a passar
pelo processo ritual, tendo em vista que as orientações são baseadas em princípios
bíblicos e escatológicos, levando o congregado a fazer parte da membrasia da Igreja;
Com base na pesquisa realizada no ano de 2011, aproximadamente 64.38 % dos
evangélicos das Assembléias de Deus em Florianópolis, são membros da congregação
local.
[...] convém lembrar uma distinção entre comunidade evangélica e conjunto demembros comungantes. Isso porque esta diferenciação é usada pelos autoresque nos trazem os dados estatísticos. É chamado de comunidade evangélica ogrupo mais amplo que inclui batizado e não batizados, os que seguem e os quenão cumprem as normas rituais e éticas de suas igrejas. “A expressão membroscomungantes” designa um conjunto mais restrito. Seus integrantes, além debatizados no protestantismo ou pentecostalismo, põe em prática, de maneirahabitual, as normas de suas igrejas e freqüentam regularmente os cultos.(ROLIM, 1995, p.123).
Rolim cita William Read, em seu livro, O Crescimento da Igreja na América
Latina, que relata o tamanho de cada comunidade evangélica se obtém através de um
acréscimo percentual sobre o numero de comungante. Alem de variável, diz ele, tal
percentual é arbitrário. No Brasil chegou-se a publicar, de 1950 aos primeiros anos da
década de 70, a estatística do “culto protestante” referente a membros comungantes.
Era a Única publicação oficial de que se podia lançar mão para se ter uma visão
bastante aproximativa do numero de comungantes por igreja evangélica. (ROLIM, 1995,
p. 124). Para Rolim, o crescimento pentecostal não é fenômeno restrito ao Brasil, e
países vizinhos, não ocorre só nas ultimas décadas nem segue traços contínuos. Se
33
considerarmos com atenção período que antecede governos militares. O crescimento
pentecostal decresce, mas logo em seguida recupera se.
Dados estatísticos da expansão pentecostal nas décadas de 50 e 60, nas igrejas
pentecostais da América Latina revelam que havia 3.104.535 membros comugantes,em
1967, isto é, 63,3% do total de membros. Nas igrejas tradicionais, havia 1.252.434
membros ativos, em 1967, ou seja, 25,5% do total de membros. (ROLIM, 1995, p.124).
4.1 UMA EXPERIÊNCIA ILUSTRATIVA
Na pesquisa de campo visitei a comunidade da Assembléia de Deus, situada na
Rua Felipe Schmidt, 786, por 10 vezes, com o objetivo de observar e coletar dados. Fui
a um culto cerimonial de rito batismal, onde foram batizadas 197 pessoas no dia
05/06/2011, sendo 81 mulheres e 116 homens. Ressalto que o pano de fundo dessa
cerimônia remonta a uma cultura cristã primitiva onde os batizados eram imersos em
um tanque de água. Quem dissertava a mensagem relatava que o batismo era de
arrependimento e de identificação com o sagrado e com a igreja, considerando que a
Igreja, como uma instituição mística, representa o corpo de cristo. Fazer parte deste
ritual representava algo sobrenatural, o que não se consegue explicar em sentido
natural, é necessária uma leitura antropológica e até mesmo sociológica para nos
aproximarmos do fenômeno, pois cada participante do evento expressava uma imensa
alegria como se, naquele momento, transcendesse no sentido de obedecer ao
imperativo imposto nas escrituras, segundo Bridge e Phypers os ensinos do novo
testamento enfatizaram a relação entre o batismo e a participação dos cristãos na morte
e ressurreição de Cristo. Chegar-se a Cristo inclui morrer e ressuscitar com ele e não
há nada que lembre isso de forma mais viva do que o batismo em si, pois ao entrar na
água, o cristão partilha da morte de Cristo e ao sair da água partilha de sua
ressurreição. (BRIDGE, PHYPERS, 1998, p.26). Outra leitura, extra reunião, feita em
forma de perguntas a um professor da instituição, o mesmo ressaltou que ,além dessa
relação mística, o batizado passa a ser membro e ser membro significa que estava
assumindo a obrigação de obedecer às normas dogmáticas da Igreja, o que antes não
34
lhe era cobrado como congregado. Agora, como membro lhe é cobrado a
responsabilidade em sua totalidade no que tange às questões de ética, moral,
doutrinária e dogmática que, dependendo do desempenho, pode, posteriormente,
galgar posições, pois o batismo abre a porta para exercer funções especÍficas dentro da
Igreja e até mesmo eclesiástica assumindo posições ministeriais. Percebi que muitos
cristãos da Assembléia de Deus só se sentem seguro depois de passar pelo rito. Aqui
temos uma visão antropológica onde mostra a importância do ritual para os fiéis, pois
isso tem ligação direta com a divindade, outra visão interessante é sociológica onde um
grupo enorme de pessoas se reúne para o evento e se alegra com o mesmo, todos,
tanto quem participa do batismo, como quem participa da reunião. Um fator interessante
é que o ritual reúne classes sociais de todos os níveis, do mais pobre ao mais rico, do
mais culto ao ignorante. Quando se envolvem com o que acontece, perdem-se de vista
estas diferenças sociais, pois são unanimes na alegria, no choro e nos cânticos, todos
em comum acordo.
Podemos afirmar que o rito opera não só em palavra e ações, mas em sentidos
exegéticos e performativos embutidos, não só conscientemente percebidos, mas
experimentados subjetivamente. O adepto, ao se batizar, passa por uma grande alegria
e satisfação pela experiência com o sagrado, proporcionado pelo simbolismo,
principalmente pelo significado espiritual e pelos valores que procedem dos escritos
sagrados. [...] A filiação divina coloca o batizado diante de uma série de funções e de
responsabilidade na vida cotidiana, Evidentemente, o imperativo ético é uma
conseqüência lógica do indicativo sacramental. (GOEDERT,1987, p 47).
O ritual propõe certo sentido, um ambiente no qual se pode inserir, sem maiores
dificuldades, a não ser as cobranças dogmáticas. Por exemplo: se um congregado
ainda não se libertou dos vícios não pode ser batizado. Ao se perguntar a um fiel o
porquê de seu batismo, ele disse que tal gosto nasce de dentro do coração, está
expressão significa algo que vem de dentro do ser é vontade própria, mas percebe-se
que, a todo tempo, existe um incentivo, uma cobrança, não só com base nos
mandamentos bíblicos, mas com a finalidade de qualidade cristã e finalidade
quantitativa, pois, o quanti-qualitativo faz parte do processo ritual. Só é percebido o
35
crescimento da Igreja a partir dos batizados, não que os congregados estejam fora do
rol da instituição, pois na sua maioria, segundo a pesquisa, são adolescentes e
crianças, filhos de membros. Neste contexto relato que a questão qualitativa está ligada
diretamente ao rito, pois o fiel muda, quase que radicalmente, sua postura. Enquanto
que a somatória representa o quantitativo mostrando o crescimento da Igreja, aderir ao
ritual também está ligado ao qualitativo, pois requer mudança de vida. Caso tal evento
não ocorra periodicamente, a instituição precisa melhorar seu processo de
evangelização e catequização.
4.2 DISTINÇÃO E EVIDÊNCIAS
A distinção e as evidências do rito de iniciação das IEAD são estudadas em
primeiro lugar porque delas dependem posições teológicas no tocante às demais
questões. Isto é, as posições adotadas quanto ao tópico definem as questões nas
demais áreas. Em minhas pesquisas teóricas e empíricas, para ver as causas possíveis
do batismo citado anteriormente, observei que diferentes grupos apontaram para
diferentes tipos de convertidos possíveis.
Evidência inicial do rito de iniciação e da disponibilidade hoje do batismo em
águas, elemento esse que tem poder purificador para a religião e uma ordenança
dogmática ou doutrinária8 expressa na literatura sagrada e presente em muitas culturas
milenares e atual nas comunidades religiosas.
[...] Os rituais de purificação estavam ligados ao nascimento, á morte, a guerrae ao contato com os mortos ou com suposto espíritos, nas religiões primitivas,acreditava-se que a água envolvia alguma espécie de vida, normalmente nocaso de águas que manam do solo e se movem sob a forma de ribeiros ou rios.Até mesmo lagos e oceanos, que demonstram movimento a superfície de suas
8 Doutrina, segundo o dicionário teológico de Claudionor Correia de Andrade é (Do lat. doctrina, do verbo docio,ensinar,instruir,educar) exposição sistemática e lógica das verdades extraída da bíblia visando o aperfeiçoamentoespiritual do crente.
36
águas, eram tidos pelos antigos como investidos de vida. (CHAMPLIN, 2001 p.457).
Não é difícil perceber que as infinitas variações da expressão simbólicas e dos
rituais são uma evidência do inesgotável, pela qual é a experiência do sagrado. O
mistério é percebido no nível da mediação; o sagrado, enquanto realidade
transcendente mostra-se (hierofania) e, ao mostrar-se, limita-se. Mas, dessa maneira,
ao revestir um objeto ou uma pessoa de sacralidade, torna possível ao ser humano
comunicar-se com o transcendente, o sagrado em sua forma absoluta, o divino
(CROATTO, 2010. p. 83).
4.3 PROCESSO DE FILIAÇÃO E INCLUSÃO NA ASSEMBLÉIA DE DEUS EM
FLORIANÓPOLIS
Segundo o dicionário Aurélio inclusão é a relação entre dois termos, um dos
quais faz parte ou da compreensão ou da extensão do outro. Ato pelo qual um conjunto
contém ou inclui o outro.
Silva (apud FOLQUE,1969) afirma, em sua dissertação de mestrado, que
inclusão é a capacidade do individuo de adentrar, aceitar e incorporar um novo padrão
de valores, símbolos e linguagem que vai fazê-lo reprodutor desta nova concepção e
um representante destes valores e símbolos que agora ele faz parte.
Neste contexto é necessário um olhar para o convite feito aos congregados a
participarem ou se inserirem num quadro de efetivação com responsabilidades pelo
fato, de aceitar o processo de inclusão aceitando os padrões de mudança da igreja
local. É necessário ressaltar que esta posição de adesão pelo congregado a convite da
igreja local, acarreta responsabilidades, pois o mesmo traz consigo uma nova
identidade tendo a liberdade de comungar uma relação com o sagrado por meios de
rituais. Pois a Idéia é de morte, isso é o que representa a imersão nas águas, a morte, e
a saída representa a ressurreição, que numa representação mais clara é o abandono
37
do profano para adesão ao sagrado no sentido absoluto. [...] permanece, porém, um
elemento comum, um invariante, que se poderia definir da seguinte maneira: o acesso à
vida espiritual implica sempre a morte para a condição profana, seguida de um novo
nascimento (ELIADE, 2008, p.163)
Este processo pode ser observado a partir das doutrinas bíblicas pela qual a
IEAD se fundamenta. Primeiro é necessário se converter, o que chamam na linguagem
comum, com base nos textos sagrados, de novo nascimento, que produz regeneração.
É a partir daí que vem o reconhecimento de seus pecados e o entendimento de
mudança para uma nova vida, e esta expressão se efetiva com aquilo que já está pré-
estabelecido pelo próprio Jesus, que a igreja vê como o maior exemplo de todos. Para
desfrutar das experiências com o sagrado, de forma mais profunda ou intima, é
necessário passar pelo rito de iniciação, pois representa o ingresso não só na
instituição, mas num contexto mais profundo no próprio cristianismo. Significa o
começo de uma vida espiritual completa, pois, neste sentido, o fiel não tem só um
compromisso com a Igreja local, mas com o sagrado. Cabe ressaltar que a IEAD, em
Florianópolis, tem o ritual como um processo de efetivação do fiel à Igreja e ao mesmo
tempo compromisso com as escrituras sagradas, pois na concepção da Assembléia
todos os apóstolos se batizaram por determinação divina e este sentido simbólico deve
perpetuar na Igreja do século XXI, tendo um olhar para o cristianismo de modo geral
para que o imperativo se cumpra. Percebemos que o processo de inclusão na
Assembléia de Deus é gradativo. Entendemos assim, pois no contexto histórico e
doutrinário é colocada em primeiro lugar a ação divina em relação a este aspecto, ou
seja, todo interesse de que um cristão se batize primeiro é divino, segundo é
institucional e tem que partir de uma proposta incentivadora da igreja local, considerada
como responsável por orientar a todos quantos foram regenerados, a confirmar a sua
conversão.
O fiel tende a manter o sentimento de pertença, para suscitar e assegurar a
participação adequada como membro na relação da igreja. O que nos leva a entender
38
que para inclusão a Igreja Assembléia de Deus é necessário passar pelo ritual de
batismo. (SILVA, 2003, p.45).
Para Silva,(2003) a questão de inclusão passa a ser vista como domínio de
poder investido da igreja sobre o fiel, o qual se integra respondendo ao padrão e
normas a ele ensinado, neste contexto não só é necessária a identificação dos fiéis
com os símbolos sagrados, mas é necessário passar por eles. Assim a inclusão é um
fator fundamental para o ajustamento ao grupo ao qual se está agregando.
Entende-se que a Igreja passa a ter direito de cobrar dos membros, efetivamente
batizados, o dever de comunhão com a mesma e com Deus pelo fato do mesmo passar
à concepção de pertença religiosa à igreja local, pela qual possui, em registro, o
compromisso assumido pelo congregado, agora membro.
39
Tabela 01 - Percentual de pentecostais sobre os evangélicos por países.
Escolheu-se mostrar nas tabelas os dados pela importância de deixar claros os
objetivos quantitativos de maneira especifica tais como. População, taxas de
crescimento e porcentagens.
Taxas de crescimento anual da população total e de evangélicos (comugantes) no
período entre 1960 e 1967; percentual de pentecostais sobre os evangélicos, por
paises.
População total Evangélicos emgeral
Pentecostais
Taxas de cresc.anual
Taxas decresc.anual
% de pentecostais1965
Argentina 1,5 5,0 41,5Bolívia 2,4 11,5 8,5Brasil 3,2 11.0 68,5Chile 2,2 8,5 81,3Colômbia 3,2 12,0 33,9Costa rica 3,5 7,0 25,5equador 3,4 15,0 27,1El Salvador 3,7 5,5 73,7Guatemala 3,1 9,0 34,1Honduras 3,5 8,5 21,3
México 3,5 11,0 63.9Rep. dominicana - - -Nicarágua 3,5 3,0 13,4panamá 3,2 5,5 40,0Paraguai 3,2 11,0 10,2peru 3,1 6,5 11,3Uruguai 1,2 7,0 20,9Venezuela 3,6 14,0 42,5
Fonte: Dados tirados do livro de Rolim, A Libertação da História, Pentecostais naAmérica Latina p 126.
40
Segundo os dados apresentados, vê-se que, com exceção da Nicarágua, nos
paises como Equador, Colômbia, Bolívia, Brasil, México, Uruguai, Paraguai e Chile,
acusa-se o crescimento de evangélicos superior às taxas de crescimento populacional
em 1960 a 1967. No entanto respondem por este crescimento os pentecostais, em três
paises: Chile Brasil e México.
Durante os primeiros anos da Assembléia de Deus no Brasil, o crescimento foi
relativamente lento - talvez umas quatrocentas pessoas fossem batizadas em 1911 e
1914. Mas em 1920, as Assembléias de Deus estavam presentes em todos os estados
do norte e nordeste do Brasil. Em 1940, elas já tinham trabalhos em todos os estados
do país. Em 1950 elas contavam quase cem mil fiéis. Em 1997, receberam a oitava
conferencia mundial, da qual participaram 700 mil pessoas. No início do século XXI,
tinham 14,4 milhões membros. No total, 18% de todos os brasileiros estavam afiliados a
igrejas pentecostais ou como membros ou como adeptos. (GONZÀLEZ; GONZÀLEZ
2010, p. 417).
41
Tabela 02 - População Evangélica do Brasil em agosto de 2011
Estimativa da população evangélica por EstadosCruzamento de dados do IBGE e FGV
42
A tabela de nº 02 dá uma estimativa da população evangélica por estados do
Brasil, o que permite a partir da população de Santa Catarina que é de 6.289.191 e a
população evangélica de 1.171.050 temos base em porcentagem de 18.62% da
população catarinense de evangélicos. Se compararmos com a população de fiéis da
Assembléia de Deus em santa Catarina, que é de 270.000, registrado no gráfico, dois
teremos uma porcentagem de: 23,05% sobre a população de evangélicos do estado.
Se colocarmos a porcentagem de outras igrejas evangélicas, a IEAD supera o número
de adeptos. Por Exemplo: a Igreja Evangélica Quadrangular possui 185 mil entre
membros e congregados o que em dá uma porcentagem de 15.85%, conforme dados
fornecidos pelo pastor da conversão desta instituição, no dia 16 de maio de 2012 ás
20h41min. Outro dado é da Igreja Universal do Reino de Deus que é aproximadamente
25.000 membros em Santa Catarina que em porcentagem é de 2.2% da população
evangélica de santa Catarina, pesquisa diretamente com a Igreja Universal do Reino de
Deus, em Florianópolis, no dia 17 maio de 2012, às 16h30min. Outro dado é da Igreja
Deus é Amor que possui 6.000.membros, porcentagem de 0.52% da população
evangélica em Santa Catarina. Observe gráfico abaixo.
Tabela 03 – Relação quantitativa e comparativa de algumas igrejas em Santa Catarinaem relação ao número de evangélicos no estado.
Igrejas Nº de Membros emSanta Catarina
Porcentagem
IEAD9 270.000 23.05%
Quadrangular10 185.000 15.85%
IURD11 25.000 2.2 %
IEDA12 6.000 0,52%
9 Igreja evangélica Assembléia de Deus10 Igreja Evangélica Quadrangular11 Igreja Universal do Reino de Deus12 Igreja evangélica Deus é Amor
43
Tabela 04 - Presença da IEAD em alguns países
Número de Membros
Ao todo, as Assembléias de Deus têm 64 milhões de membros espalhados no mundo e
363.450 ministros, divididos entre 351.645 igrejas e presentes em 217 países. O Brasil
lidera essa lista com 22,5 milhões de membros, de acordo com as estimativas da igreja
nos EUA. Veja a lista dos países com os maiores números de membros.
Posição no ranking Pais Nº de membros emmilhões
1 Brasil 22,52 Coréia do sul 3,13 Estados Unidos 2,94 Nigéria 2,85 Angola 2,26 Gana 1,77 Moçambique 1,6
FONTE, Assembléia de Deus dos EUA estimativa de 2002, Pesquisa feita pela internet no dia26/02/2012 ás 16h15min.
A tabela de nº 04 da à mesma estimativa de membros fornecida pela CGADB13,
porém a CGADB é mais especifica contabilizando a estimativa de 22,5 milhões entre
membros e congregados conforme especificado no gráfico dois o que nos da a
porcentagem de assembleianos em relação a população brasileira de..11,85%. Outro
fato interessante é o Brasil assume o ranking mundial de membros e congregados da
IEAD do mundo, vindo em segundo lugar a Coréia do Sul, seguindo dos Estados
Unidos, Nigéria, Angola, Gana e Moçambique.
Tabela 05 – A presença das IEAD em alguns continentes
Porcentagem em cada região
13 CGADB - Conversão geral das Assembléias de Deus no Brasil
44
Na América Latina e Caribe, o número de membros chega a 28,8 milhões, o
equivalente a 53% do total de assembleianos presentes no planeta. Estes números são
‘puxados’ pelo grande avanço no Brasil, que detém mais de 75% desse total. Veja o
número de membros da Assembléia de Deus nas outras regiões do mundo. 14
Região Nº de Membros em Milhões Quanto representa do totalMundial.
América Latina e Caribe 28,8 53%África 15,9 30%Ásia e Pacifico 5,4 10%Eurásia 2,2 4%Europa 1,7 3%
O Jornal Mensageiro da Paz, de circulação nacional e pertencente à
Assembléia de Deus, divulgou uma matéria sobre o resultado de um estudo do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre as religiões brasileiras. Segundo o
estudo, a IEAD obteve um crescimento de 30% nos primeiros 9 anos do presente
século. Já a Igreja Católica, maioria no país, teve de 2003 a 2009 um decréscimo de
5,6%, caindo de 74% para 68,4% em 2009. Outro dado interessante ainda é o número
dos que declaram não ter religião que aumentou de 5,1% para 6,7%. De acordo com o
jornal, o estudo ainda está em análise e apresenta dados extra-oficiais, pois o resultado
final da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), responsável pela pesquisa, só será
divulgado em 2012.
O último censo realizado sobre religiões no país foi no ano 2000 quando os
assembleianos somavam 8,4 milhões de fiéis e com um crescimento de 30% este
número passaria para mais de 11 milhões em 2009 (ano base da pesquisa). Mas
segundo dados levantados pelo jornal junto às convenções estaduais no início deste
ano, o número de fiéis no rol de membros (batizados, com carteirinha e filiados à
14 FONTE: Assembléia de Deus dos EUA estimativa de 2002. Pesquisa feita pela internet no dia26/02/2012 ás 16h15min.
45
convenção) seria de 7,4 milhões, visto que existe a porcentagem de fiéis (que
congregam e não são batizados) é de 30%. Então, o total de assembleianos seria de
9,5 milhões. Somando este valor às outras igrejas que não são filiados à Convenção
Geral das Assembléias de Deus (CGADB) e aos outros ministérios Co-irmãos como a
Assembléia de Deus – Madureira o número total chegaria aos 15 milhões. Ressaltando,
portanto que os dados levantados pelo jornal são atuais e o resultado da pesquisa
citado aqui são de 2009.
Quando da elaboração do Novo Mapa das Religiões, a FGV (Fundação Getúlio
Vargas) constatou-se uma queda no número de fiéis católicos no Brasil, que poderá ser
observado no quadro abaixo. Este quadro mostra que o Piauí é o estado brasileiro com
o maior número de católicos com quase 88% da população; o Acre possui a maior
porcentagem de fiéis Evangélicos Pentecostais com mais de 24% e o estado líder em
ateísmo (ou sem religião) é Roraima com o correspondente a 19,39% da população
(aproximadamente 90 mil).
“Segundo o pesquisador da Fundação Getúlio Vargas e responsável pela
elaboração do Mapa, Marcelo Néri, a Assembléia de Deus já se consolidou como a
segunda maior igreja do Brasil.” Dados de levantamento do POF do IBGE e da
Fundação Getúlio Vargas. 15 e16.
É necessário informar que os dados de Nilton Silveira são de 2009, e os dados
levantados da Igreja dos EUA e da CGADB têm a estimativa de 22,5 milhões de
brasileiros que são membros e congregados em 2012. Gonzáles em seu livro
Cristianismo na América Latina na pagina 417, relata que no Inicio do século 21 a
estimativa de assembleianos eram de 14,4 milhões de membros sem relatar os
congregados. O que leva o autor deste trabalho a elaborar com a estimativa da tabela
02.
15 Fonte: Postado por Nilton Silveira, às 23h53min., segunda-feira, 12 de Dezembro de 2011 IBGE:Assembléia de Deus cresceu 30% nos Últimos 9 anos. Pesquisa realiza da impressão da matéria o novomapa das religiões pelo site: <www.fgv.br/cps/religião>.
16 Nilton Silveira - Estudante de Administração de Empresas 6º período e Estagiário no Banco do Brasil.
46
GRAFICO 1 - População de habitantes por região, estimativa da população em 2011.
Fonte: Diretamente no IBGE, com sr. Sueni Juraci de Mello dos Santos, no setor de supervisãode documentação e disseminação de informação em 13/03/2012, às 14 horas.
GRAFICO 2 - POPULAÇÃO DAS ASSEMBLÉIA DE DEUS POR REGIÃO
17
FONTE. CGADB. L. Justos, FONTE. DIRETO COM A CIADESCP..DEPARTAMENTO DE Fonte.dados fornecidos pela secretaria
DIA: 28/03/2012, 15 h Comunicação da IEAD. SR ADAÉL. DIA: 23/03/2012. AS 14h15min das IEAD, no dia 23/03/12 as 9hs
17- Fonte: CGADB. Dia. 28/03/2012 (População IEAD no Brasil)- Fonte: Direto com a CIADESCPDB - Departamento de Comunicação c/ sr Adaél, dia 23/03/2012, às 15 horas (População da
IEAD em Florianópolis).- Fonte: Dados fornecidos pela secretaria das Assembléia de Deus de Florianópolis, no dia 21/02/2012, às 09h30min.
192.379.287Habitantes
6.289.191Habitantes
421.240Habitantes
População Brasileira
População desanta Catarina
População de Florianópolis
POPULAÇÃO DAS 17
ASSEMBLEIAS DE DEUSNO BRASIL
POPULAÇÃO DASASSEMBLEIA DE DEUSEM SANTA CATARINA
POPULAÇÃO DASASSEMBLEIAS DEDEUS EMFLORIANÓPOLIS
22,5milhões
270.000 entre membros econgregados 13.000 entre membros e
congregados
47
Gráfico 3 - Porcentagem de fiéis das IEAD em Florianópolis, em relação à populaçãodo Brasil e do estado de Santa Catarina e de Florianópolis no ano de 2011.
O número de membros e congregados da Igreja Evangélica Assembléia de
Deus em Florianópolis, conforme gráfico acima, é de 13 mil. Foi feita uma relação em
porcentagem dos números da população da IEAD e a população do Brasil, que tem
uma estimativa de 0, 0067% e em relação ao estado de Santa Catarina a porcentagem
é de 0,20% . A população da IEAD em relação à população de Florianópolis é de 3,1%.
Cabe resaltar neste contexto o número de membros da igreja mãe Belém que estima
em 100.135 membros e 22.232 congregados, o que totaliza em 122.367, isto em
porcentagem de adeptos da IEAD em Santa Catarina em relação a IEAD de Belém é
de 10.50% aproximadamente e da IEAD de Florianópolis em relação a IEAD de Belém
é de 1.12% aproximadamente.
O número de evangélicos em Santa Catarina é de 1.162.428, o que significa
18,4% da população do estado de Santa Catarina, sendo que dentre este o maior
POPULAÇÃOBRASILEIRA192.379.287Habitantes
POPULAÇÃOSANTA
CATARINA6.317.054Habitantes
POPULAÇÃO DEFLORIANÓPOLIS
421.240Habitantes
0, 00675% 0,20% 3,1%
Nº. DE MEMBROS ECONGREGADOS
13.000
48
numero é das Assembléias de Deus que somam 270.000, o que nos da uma
porcentagem de 23% da população evangélica de santa Catarina.
O gráfico acima relaciona, segundo o censo de 2011, uma estimativa da
população brasileira de 192.379.287 milhões de habitantes e em Santa Catarina
6.289.240 Habitantes, e a população de Florianópolis é de 412.240 mil habitantes.
O gráfico estima que população das Assembléias de Deus no Brasil é de 22,5
milhões de adeptos entre membros e congregados e população de assembleianos no
estado de Santa Catarina é de 270.000 entre membros e congregados e a população
de assembleianos em Florianópolis aproxima-se de 13.000 mil entre membros e
congregados. Fazemos às seguintes observações: Não é possível ter números exatos
por falta de dados. O material existente é limitado. Os dados acima são estimativas bem
próximas da realidade, principalmente, no que se refere à Assembléia de Deus em
Florianópolis, que é o foco da pesquisa, pois a pesquisa foi feita em campo.
4.4 HISTÓRIA DAS ASSEMBLÉIAS DE DEUS EM SANTA CATARINA
TABELA 06 - Itajaí foi a primeira cidade onde se estabeleceu a Assembléia de Deusem Santa Catarina, em 1931. E espalhou-se pelo estado todo. (CONDE, 2000, p.262).
Itajaí 1931
Blumenau 1931
Joinvile1932
Ibituba 1934
Rio do sul 1936
Rio negrinho 1941
Mafra 1941
Laguna 1941
Canoinha 1941
Lages 1947
Camburiu 1948
Araranguá 1949
Curitibanos 1950
Chapecó 1951
Palmitos 1955
49
São Francisco do sul 1937
Tubarão 1937
Florianópolis 1938
Jaraguá do Sul 1940
Caçador 1947
Criciúma 1947
Porto união 1947
Joaçaba 1948
Balneário Camboriu 1958
Concórdia 1965
Ibirama 1968
Ituporanga 1969
As igrejas locais contam detalhadamente a chegada das Assembléias de Deus
de forma especifica. Entendemos que não é necessário relatar história de cada uma
neste trabalho.
4.4 HISTÓRIA DAS ASSEMBLÉIAS DE DEUS EM FLORIANÓPOLIS
A Assembléia de Deus chegou a Florianópolis em 1938. Aqueles que a
trouxeram não tinham vindo com o objetivo exclusivo de evangelizar. Na verdade, estas
pessoas vieram morar na capital, tratar de negócios e interesses seculares, junto a isso
os pregoeiros anônimos conseguiram agregar novos convertidos, mas tarde solicitaram
um pastor para visitá-los. O pastor André Bernardino foi um dos primeiros a chegar e
animar a pequena congregação. O primeiro culto conduzido por André Bernardino, em
Florianópolis, foi no bairro do Estreito na Rua Gruta Baiana. Ali alugaram um salão para
a sede da igreja. Com o crescimento do movimento, tornou-se necessário um pastor em
tempo integral, então escolheram João Ungor para cuidar dos congregados. Com a
chegada dele, mais vinte e cinco pessoas se converteram, proporcionando o primeiro
rito de iniciação (batismo) em Florianópolis, realizado pela Assembléia de Deus, em 19
de março de 1938, na praia de Coqueiros, administrado pelo pastor João Ungur. Em
1940, o missionário J.P. Colenda passou a exercer a responsabilidade do trabalho.
Kolenda alugou um salão no bairro de coqueiros, local onde foi construído o primeiro
templo. Também abriu um trabalho no salão próximo ao Cais Frederico Rola, no centro
da cidade, o qual foi transferido para a rua conselheiro Mafra, onde permaneceu até 19
50
de abril de 1952, ocasião onde foi inaugurado o templo sede na rua: Felipe Schmidt,
114. Hoje rua. Felipe Schmidt, 786. Em 1990 a igreja contava com 5.102 filiados entre
membros e congregados. Tinha uma sede e 30 congregações na grande Florianópolis.(CONDE, 2000, p.267).
GRAFICO 04 – Assembléia de Deus de Florianópolis em 1990 e 2011
Fonte: revista jubileu de ouro das Assembléiasde Deus em Santa Catarina e sudoeste doParaná, 1990, p. 17.
Fonte: Lista de membros extraída do arquivo dainstituição em 02/4/2012, às 16 horas, p. 310.
O gráfico à esquerda representa a Assembléia de Deus de Florianópolis, nos
anos 90 e o gráfico à direita representam os números de assebleianos nos anos 2000,
em relação aos números de membros dos anos 90 justifica-se da seguinte forma: O
Campo geográfico das Assembléias de Deus em Florianópolis era abrangente,
alcançando municípios de Florianópolis, São José, Palhoça, Biguaçu e outros, no inicio
dos anos 90, foi emancipado, ficando apenas o município de Florianópolis como campo
eclesiástico.
Nº DEMEMBROSEM 19905.102.
PORCENTAGENS DO CRESCIMENTO DEMEMBROS EM 1990, EM RELAÇÃO A 2012,NÃO ESTÃO CONTABILIZADOS OSCONGREGADOS.
64%
Nº DEMEMBROSEM 20128.369.
51
A segmentação de nome nacional corresponde, desde o inicio do século,
quando a Assembléia de Deus chegou ao Brasil. Ganhando impulso nas últimas
décadas, pela adesão ao movimento petencostal posteriormente a santa Catarina e em
Florianópolis onde se tem informação cronológica citado na tabela nº. 5, porém nos
faltam dados mais precisos em relação ao crescimento das IEAD de Florianópolis de
forma, mas especifica apenas algumas fontes nos fornecem dados registrados no
gráfico nº. 3. A partir dai elaboramos tabelas com pesquisas de campo tentando
adequar os dados, porém mantendo as informações as mais semelhantes possíveis ao
material pesquisado.
Tabela 07 - Levantamento dos anos 40-50
Período (Anos) 1940 à 1950 %
Nº Fichas 24 100%
Convertidos 18 75%
Filhos de crentes Não consta 0%
Emigrantes 06 25%
Foram levantadas vinte e quatro fichas dos anos 40 a 50 (estes são apenas os
registros que se possui da época), mas pesquisas pessoais e alguns escritos relatam
um numero bem acima, apresentado pelo gráfico. A falta de dados impossibilita um
levantamento, mais fiel. As informações que se tem é que não se possuía uma
tecnologia mais adequada para preservação da mesma e preparo para tais fins de
preservação.
No período de 1940 a 1950, levantamos 24 fichas de membros e constatamos
que 18 destas fichas eram de pessoas que vieram de outra religião e se converteram a
52
Assembléia de Deus, em Florianópolis, dentre estes constatamos que seis eram
emigrantes vindos de outra cidade para a grande Florianópolis. Dessa forma, temos em
relação aos números de fichas levantadas, o números de convertidos é de 75% entre
os batizados na instituição. Assim, percebe-se que nos anos 1940 e1950 a IEAD
crescia mais em números de prosélitos. Outra estimativa em relação aos números de
fichas é o crescimento por emigração da época que chega a 25%, os demais dados da
tabela não foi possível verificar nas pesquisas por falta de consistência de dados.
Tabela: 8- levantamentos dos 60 aos anos 80
Nos anos 60 a 80, foram levantadas 1.760 fichas aos moldes antigos em que
constava o nome do pai, mãe, data de nascimento e data de batismo e local de
batismo, tornando a pesquisa, mas fidedigna.
Nos anos de 1960 a 1969 foram levantadas 500 fichas de membros, contatamos
que destes 312 eram prosélitos, 118 filhos de crente e 70 eram emigrantes isto em
Período
(Anos)
1960
A
1969%
Período
(Ano)
1970
A
1979%
Nº Fichas 500 100% Nº Fichas 450 100%
Convertidos 312 62,4% Convertidos 205 45,56%Filhos decrentes
118 23,6% Filhos de crentes 175 38,89%
Emigrantes 70 14% Emigrantes 70 15,57%
Período (Anos) 1980 a 1989 %Nº Fichas 810 100%
Convertidos 390 48,15%Filhos de crentes 295 36,42%
Emigrantes 125 15,43%
53
porcentagem os prosélitos eram o maior números de componentes da instituição que
em porcentagem de 62,4% em relação aos números de fichas (500)
Nos anos de 1970 a 1979 foram levantadas 450 fichas de membros,
constatamos que das 450 fichas, 205 eram prosélitos e 175 filhos de crentes e 70 eram
emigrantes o que em porcentagem em relação aos prosélitos é de 45,55% e de filhos
de crentes 38,89% e de imigrantes 15,56%.
Nos anos de 1980 a 1989 foram levantadas 810 fichas de membros,
constatamos que das 800 fichas, 390 eram prosélitos, 295 eram filhos de crente e 125
eram emigrantes o que por porcentagem em relação aos prosélitos é de 48,15% e de
filhos de crente 36,42% e emigrantes 15,43% os dados acima deixa claro que a IEAD
cresceu de 1960 a 1989 mais em proselitismo e em segundo lugar em crescimento
biológico e em terceiro crescimento por emigração.
Tabela: 9 18 - Tabela dos anos 90 em números reais e porcentagens
Nos anos de 1990 a 1999, foram levantadas 923 fichas de membros,
constatamos que das 923 fichas, 256 eram prosélitos e 417 eram filhos de crentes e
18Inicio dos anos 90 as fichas eram em moldes antigo, no final dos anos 90 e na década de 2000 as fichas são informatizadas,
colocadas no sistema em forma de listagem de membros, contendo os seguintes dados: Matricula, nome, congregação, data denascimento e data de batismo, atendendo parcialmente o objetivo geral da pesquisa.
Período (Anos) 1990 a 1999 Porcentagem
Nº. Fichas 923 100%
Convertidos 256 27,74%Filhos de crentes 417 45,18%
Emigrantes 250 27,08%
54
250 eram emigrantes o que em porcentagem em relação aos prosélitos é de 27,74% e
de filhos de crentes 45,18% e de imigrantes 27,08% estes dados já mostram que a
partir dos anos 90, que o maior número de crescimento das IEAD são biológicos e que
em segundo lugar o proselitismo e em terceiro os emigrantes, ambos estão próximos na
lista de crescimento.
Nos anos de 2000 a 2011. As fichas estão em formas de listagem, sem dados
suficientes para as pesquisa.
Gráfico 05 – porcentagem da IEAD em gráfico por período
Os gráficos estão relacionados à tabela acima
Período de 1940 a 195024 fichas computadas
75%
0%
25% Prosélitos
Filhos de crentes
Emigrantes
Período de 1960 a 1969500 fichas computadas
62,4%23,6%
14,0%Prosélitos
Filhos de crentes
Emigrantes
Período de 1970 a 1979450 fichas computadas
45,56%
38,89%
15,56% Prosélitos
Filhos de crentes
Emigrantes
Período de 1980 a 1989800 fichas computadas
48,15%
36,42%
15,43%Prosélitos
Filhos de crentes
Emigrantes
55
Período de 1990 a 1999923 fichas computadas
27,74%
45,18%
27,09% Prosélitos
Filhos de crentes
Emigrantes
Pesquisa feita em campo em 2011 3210fichas computadas
20,6%
31,7%26,5%
21,2%Prosélitos
Filhos de Crentes
Emigrantes
Congregados
Gráfico 0619 - Média do crescimento das Assembléias de Deus em Florianópolis pordécada.
Esta estimativa é relacionada a membros (batizados), pois congregados não
possui dados especifico a não ser quando o mesmo é filho de membros cuja ficha
registra números de filhos e dados dos mesmos. Mas não são contabilizados no rol da
igreja de forma fichada.
O gráfico 3 faz uma relação quantitativa dos anos de 1990. Neste novo sistema
de registro com 7.800 fichas armazenadas em computador, 2.940 fichas não constam
data de batismo. A outra quantidade não confere as datas dos batizados. Foram
contabilizadas 417 fichas dos anos 60 com dados exatos dando possibilidade de
19 Média do crescimento das Assembléias de Deus em Florianópolis por década, limitando-se por fichasque se tinha em arquivo, com base nas fichas levantadas temos apenas uma estimativa. Estes dados sãofeitos somente para ter-se uma relação de crescimento com registro em fichas com base nos anos 60 e90. Não foram levantadas todas as fichas existentes. Só as mais confiáveis.
Anos 60500. Fichas
Anos 80800 fichas
Anos h90923 ficas
160% 184,6%
56
possuir informações faltantes por meios de pesquisa em campo ( usando o método de
pergunta) e, foram contabilizadas mais 1216 fichas com data de batismo de 2000 a
2011 com pouca informação não dando possibilidade de contagem mais exatas. Estes
dados foram baixados no dia 20/05/2011 e até este período foram os últimos dados
registrados pela instituição. Para os dados acima citados foram levantadas fichas
antigas com melhor precisão de dados até os anos1990. De 2000 em diante, não se
sabe se o membro é batizado por conversão (crescimento proselitísta), se é filho de
crente (crescimento biológico) ou se é batizado em outra cidade (crescimento por
emigração) no que se refere ao levantamento de fichas. Para melhorar os dados foi
mudado o método.
A pesquisa passou a ser de forma mais fiel. Em cultos de celebração da santa
ceia e de domingo à noite, foram feitas visitas nas igrejas sede de setor e, questionários
dados aos líderes (Pastores) para colaborar com a pesquisa (20 congregações) e,
usado um método de pergunta coletiva, Grande parte feita pelo autor.
Cabe ressaltar aqui segundo Gil,(2007) pode-se definir questionário como a
técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões
apresentadas por escrito as pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões,
crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas, etc.
Os questionários, na maioria das vezes, são propostos por escrito aos
respondentes. Costumam, nesse caso, ser designados como questionários auto-
aplicados. Quando, porém, as questões são formuladas oralmente pelo pesquisador,
podem ser designados como questionários aplicados com entrevista ou formulários.
O questionário apresenta uma série de vantagens, possibilita atingir números de
pessoas, mesmo que estejam dispersas numa área geográfica muito extensa, implica
menores gastos com pessoal, posto que os questionários não exigem o treinamento
dos pesquisadores. Construir um questionário consiste basicamente em traduzir os
objetivos da pesquisa em questões especificas (GIL, 2007.p.128 e129).
57
Os questionários foram aplicados neste trabalho pela importância e por
apresentar vantagens que possibilitam alcançar um grande números de adeptos.
QUESTIONÁRIO
1. Quantos fiéis batizados em águas são filhos de crente, destes quantos vieram de
outra cidade;
2. Quantos fiéis batizados em águas são convertidos (não nasceram em lar cristão)
destes quantos vieram de outra cidade ou denominação;
3. Quantos fiéis são congregados. (os que ainda não são batizados em águas).
Foram relacionados quatro modelos de pesquisa em quatro congregaçõessetoriais para amostra do processo.
Setor 2.
Congregação da Costeira, dia 01/04/2012, às 21 horas.
1. Quantos fiéis batizados em águas são filhos de crente, (49) destes quantos vieram
de outra cidade = (11).
2. Quantos (fiéis batizados em águas são convertidos (54) não nasceram em lar
cristão) destes quantos vieram de outra cidade ou denominação = (10).
3. Quantos fiéis são congregados. (os que ainda não são batizados em águas) = (11).
Totalizando: 114 fiéis pesquisados.
Setor 31.
Congregação do Carianos, dia 05/04/2012, às 21 horas.
58
1. Quantos fiéis batizados em águas são filhos de crente, (31) destes quantos vieram
de outra cidade =(11).
2. Quantos (fiéis batizados em águas são convertidos (27) não nasceram em lar
cristão) destes quantos vieram de outra cidade ou denominação = (15).
3. Quantos fiéis são congregados. (Aqueles que ainda não são batizados em águas)
= (15).
Totalizando: 73 fiéis pesquisados.
Setor 9.
Congregação de Rio Tavares, dia 08/04/2012, às 21 horas.
1. Quantos fiéis batizados em águas são filhos de crente, (31) destes quantos vieram
de outra cidade = (14).
2. Quantos (fiéis batizados em águas são convertidos (16) não nasceram em lar
cristão) destes quantos vieram de outra cidade ou denominação = (09).
3. Quantos fiéis são congregados. (Aqueles que ainda não são batizados em águas)
= (24).
Totalizando: (71) fiéis pesquisados.
Setor 5.
Congregação de Tapera, dia: 15/04/2012, às 21 horas.
1. Quantos fiéis batizados em águas são filhos de crente, (63) destes quantos vieram
de outra cidade = (21).
2. Quantos (fiéis batizados em águas são convertidos (32) não nasceram em lar
cristão) destes quantos vieram de outra cidade ou denominação = (06).
3. Quantos fiéis são congregados. (Aqueles que ainda não são batizados em águas)
= (43)
59
Totalizando: (138) fiéis pesquisados.
Gráfico 07 - Foram feitas pesquisas em 20 congregações sede de setor. De formadireta e objetiva usando método quantitativo.
Gráfico 08 - O gráfico abaixo mostra em que contexto a igreja Assembléia de Deus emFlorianópolis mais cresce.
31.74% 20.60% 26.5% 21.16%
26,
20.60FILHOS
DECRENTES CONVER-
TIDOS
EMIGRAN-TES CONGREGA-
DOS
Nº de Membrospesquisado
3210
FILHOS DECRENTES
1019
CONVERTIDOS661
EMIGRANTESBATIZADOS EMOUTRA CIDADE
850
CONGREGADOS680
60
Pesquisa feita em campo em 2011- 3210 fichas computadas
20,6%
31,7%26,5%
21,2% convertidosFilhos de CrentesEmigrantesCongregados
A Assembléia de Deus em Florianópolis possui 31 sedes de setor, porém as
pesquisas de campo foram feitas, diretamente, em 20 congregações sedes de setor,
assim organizada pela Assembléia de Deus em Florianópolis, em todas as sedes tem
um pastor responsável que administra as demais congregações filiadas num espaço
geográfico elaborado pela matriz. Foram pesquisados nas 20 congregações sede de
setor 3.210 pessoas, pela qual constatamos que 1.019 são filhos de crente dando uma
porcentagem sobre os pesquisados de 31.74% esse é o maior número de relevância
pela qual a igreja cresce (crescimento biológico). Em segundo lugar, temos os
emigrantes com 850 fiéis que vieram de outra cidade e não se batizaram em
Florianópolis, tendo com porcentagem 26,5%, mostrado neste aspecto que a
Assembléia de Deus cresce, significativamente, por emigração. Em terceiro lugar,
constatamos que o número de congregados é de 680 sobre as pesquisas feitas, com a
porcentagem de 21,16%. É necessário relatar que este volume, na sua maioria é de
crianças, adolescentes e jovens que ainda não passaram pelo rito batismal e um ou
outro novo convertido. Em quarto lugar esta o número de prosélitos ou convertidos,
destacando-se no ranking quantitativo como o menor grupo, tendo como estimativa 661
pessoas e em porcentagem 20.60%, o que significa que a igreja Assembléia de Deus,
em Florianópolis, mesmo tendo como menor número de crescimento o proselitismo, é
significativo comparado a outras instituições religiosas.
61
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir das pesquisas foi necessário que analisássemos as questões do
crescimento da IEAD, já que a mesma cresce em três aspectos. Primeiro por
crescimento biológico onde os filhos e parentes de crentes são batizados, segundo, por
emigração quando os adeptos emigram de uma região para outra, terceiro por
evangelização. A partir dessa análise foi constatado na pesquisa que os batizados não
eram só prosélitos, mas na grande maioria filhos de crentes. Na concepção dos
assembleianos a ordem divina é nunca batizarem infantes e os não convertidos ao
cristianismo, que não tenha tido uma experiência de fé com o sagrado. O que leva os
assembleianos a crerem que este é o único método legítimo pelas escrituras. As
pesquisas apontam casos de famílias inteiras que são biologicamente filhos de
membros da instituição, em que é necessário que o menor cresça até entender o
significado, pois só assim pode manifestar o seu desejo e assumir a responsabilidade
procedente do ritual, em caso de famílias de outra Instituição não evangélica, é
necessário que todos se convertam. O ritual de batismo também significa o aumento
quantitativo da igreja, local no qual há um sinal de agregação, a leitura feita do rito trata-
se de uma incorporação sacramental, onde os batizados num só espírito formam um só
corpo, essa é a idéia principal, e tem sentido espiritual, pois a igreja tem dois sentidos:
físico e espiritual. O batismo é aplicação de água, mediante a imersão, derramamento
ou aspersão, com certas variedades de propósitos pré-determinados, como um rito de
iniciação, como um ato de purificação cerimonial, como sinal de identificação com a
comunidade, entende-se que os ritos de purificação são antiqüíssimos, sendo comuns
praticamente a todas as religiões.
Na pesquisa, entendemos que muitos recortes foram feitos, considerando que
muitos pontos não foram abordados, sendo impossível apresentar todas as informações
adquiridas nas pesquisas elaboradas para este trabalho. Falar do movimento
pentecostal é inserir-se no fenômeno religioso historicamente desenvolvido no Brasil,
que em seus aspectos diferenciam dos outros movimentos religiosos, que deram
origem a IEAD, foco da pesquisa.
62
Outra analise é a dos textos bíblicos usados pelos ministros para firmar o rito, o
que leva os adeptos aderirem e participarem do mesmo, tais fatos são feitos
periodicamente, pois disto depende a quantidade e qualidade dos membros, não
podemos classificar como um tabu, mas como algo que realmente transcende. Seu
significado vai além das expectativas humanas ou qualquer explicação cientifica para
justificar tais fatos. Parece-nos que, nesta aproximação, podemos perceber o
inexplicável, sem valor material, mas acima de qualquer explicação, não nos parece ser
algo sem justificativa, pelo contrário o rito nos permite ver um fundamento positivo para
este grupo religioso composto de uma sociedade diversificada, isto nos faz lembrar as
palavras do teólogo Terrin, que a essência do rito depende do seu debruçar-se sobre o
mundo da vida e da sua capacidade de dar uma resposta ás exigências fundamentais
do viver humano.
O batismo é a manifestação cultural da IEAD, é a marca de suas realizações,
podemos dizer que é o ethos, a idéia predominante que anima uma instituição e sua
coletividade. Ressaltamos que a IEAD em Florianópolis cresceu significativamente
desde a sua origem em 1938 até 2011, este crescimento está registrado no gráfico
cinco, na p. 43, pela qual foram levantadas algumas fichas que estavam disponíveis.
Com base nestas fichas percebe-se o crescimento das Assembléias de Deus em
números de adeptos, diante da intenção da pesquisa em cada década foram relatados
o crescimento da IEAD em números de novos convertidos, filhos de crente, e imigrantes
dos anos 40 a 90. Nestas pesquisas foram usadas apenas fichas disponíveis, pois não
há dados suficientes para registrar na integra todos os membros e congregados que
passaram pela IEAD por falta de registro, relatamos que no ano de 2011.
A Assembléia de Deus em Florianópolis possui 31 sedes de setor, porém as
pesquisas de campo foram feitas diretamente em 20 congregações sedes de setor,
assim organizada pela Assembléia de Deus em Florianópolis, em todas as sedes têm
um pastor responsável que administra as demais congregações filiadas num espaço
geográfico elaborado pela matriz. Foram pesquisados nas 20 congregações sede de
setor, 3.210 pessoas, pela qual constatamos que 1.019 são filhos de crente dando uma
porcentagem sobre os pesquisados de 31.7% esse é o maior número de relevância
63
pela qual a igreja cresce (crescimento biológico) em segundo lugar temos os
emigrantes com 850 fiéis que vieram de outra cidade e não se batizaram em
Florianópolis, tendo com porcentagem 26,5% mostrado neste aspecto que a
Assembleia de Deus cresce significativamente por emigração, em terceiro lugar,
constatamos que o numero de congregados é de 680 sobre as pesquisas feitas,com a
porcentagem de 21,7% ,é necessário relatar que este volume na sua maioria é de
crianças, adolescente e jovens que ainda não passaram pelo rito batismal, um ou outro
novos convertidos. Em quarto lugar está os números de prosélitos ou convertidos
destacando no ranking quantitativo como menor grupo tendo como estimativa 661
pessoas e em porcentagem 20.6% o que significa que a igreja Assembleia de Deus em
Florianópolis mesmo tendo como menor numero de crescimento o proselitismo, é
significativo comparado a outras intuições religiosas.
Na interação do batizado com o rol da igreja, relatamos elementos importantes,
dignos de consideração, pode-se citar que as práticas ritualísticas, posturas, submissão
aos dogmas e a doutrina passam a ter uma significativa sintonia com a comunidade. O
rito do batismo, como relação mística, leva o batizado a ser membro e ser membro
significa obedecer às normas da igreja local e a doutrina universal. Do membro é
cobrada à responsabilidade em sua totalidade no que tange as questões: ética, moral,
doutrinária e dogmática. A partir desta concepção o membro pode ter uma chamada
para o ministério, se estiver de acordo com os quesitos na percepção de igreja local. A
IEAD entende que uma chamada ministerial não está só ligada ao batismo ou à
obediência do membro, tem uma relação transcendente.
Com relação aos batizados, filhos de crentes e novos convertidos, ambos tem o
mesmo sentido doutrinário, é necessário alcançar o crescimento em sentido espiritual.
Um filho de crente tem que se batizar para que nele se complete a prerrogativa bíblica
ou o imperativo de que todos devem se batizar, o que confirma que este realmente
morreu em sentido espiritual para o mundo20 e vive para cristo, indicando a convicção
20 Na linguagem cristã escrita, a palavra “mundo” ou “mundanismo”. Na linguagem cristã escrita, a palavra “mundo”adquiriu conotação pejorativa, o que para os pentecostais e principalmente a Assembléia de Deus, mundanismo éimitar as práticas que a sociedade impõe como valores e que muitas vezes contradiz aos padrões que esta igrejaconsidera como bíblico, e que afeta padrões ensinados pelos pioneiros desde a fundação desta igreja.
64
que este tem com a salvação. Tais fatos também se repetem com os novos convertidos,
que passam por um discipulado, onde é ensinado o significado do batismo, pois o
mesmo vem do proselitismo, sem entender de fato o significado do ritual.
Conclui-se que a IEAD, a mais antiga em Florianópolis, a numerosa Igreja
Pentecostal Brasileira, começou a envelhecer. Já não se alimenta prioritariamente de
convertidos como suas congêneres, mais sim de filhos de pessoas que já pertencem a
IEAD.
65
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66
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67
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68
7. ANEXOS
ANEXO B - Ficha de cadastro (prosélito) de outra religião
69
Anexo B - Ficha de Cadastro (imigrante)
70
Anexo C – Ficha de cadastro nº 992 de (emigrante) – ficha nº 762 (biológico)
71
Anexo D - Fichas do anexo D e E – crescimento biològico
72
Anexo – E - Correspondente ao anexo D
73
Anexo F – Novo modelo de ficha
74
Anexo G - Lista de membros
75
Os anexos acima são modelos de fichas que foram usados na pesquisa. A
intenção dos anexos é mostrar como são feitas as fichas e como foram extraídos os
dados para objetivar o propósito da pesquisa, mostrar em que aspecto a IEAD, mais
cresce.
A ficha do anexo nº 1 mostra que o fiel veio de outra igreja para a IEAD;
A ficha do anexo nº 2 mostra que o fiel é imigrante;
A ficha do anexo nº 3 são duas irmãs, filhas do pastor João Hungur, pioneiro da
IEAD em Florianópolis. Foi ele que administrou o primeiro rito de batismo 1938. Até a
presente data as duas fazem parte do rol de membros da IEAD em Florianópolis;
A ficha do anexo nº 4 e 5 mostra um modelo de crescimento biológico, se
observamos no mesmo anexo nº 4 temos duas fichas, cada uma tem um numero
correspondente na parte superior a esquerda. A do patriarca (pai) é de nº 1032 e a do
filho 1255, a seguir anexo nº. 5 mostra a neta e na mesma ficha onde solicita os dados
de filho consta a bisneta. O que afirma que pai, filho e neto são membros e a bisneta
congregada da IEAD em Florianópolis, o pai e o filho estão num modelo de ficha antiga,
já a neta esta registrada como membro no novo modelo que esta sendo elaborado pela
igreja, ambos mostram uma geração desde 1953 até 2011. São 58 anos até a data da
pesquisa, o mesmo tem mais filhos, dado que achamos não ser necessário colocar em
pauta;
A pesquisa mostrou centenas de famílias cuja geração perpetua na igreja até os
dias de hoje;
A ficha do anexo nº. 6 mostra o novo modelo, que esta sendo elaborado pela
Assembléia de Deus em Florianópolis, na pesquisa foram usadas as fichas antigas e a
listagem de membros, conforme anexo nº. 7.