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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS
MARLUCIA TORRES DE PAULA
AS MÍDIAS SOCIAIS NO ENSINO MÉDIO DO COLÉGIO
ESTADUAL FELISMINA CARDOSO BATISTA: O USO DAS
MÍDIAS SOCIAIS NA APREDIZAGEM DOS ALUNOS DO PRIMEIRO
ANO DO ENSINO MÉDIO
Campos Belos – GO
2014
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS
MARLUCIA TORRES DE PAULA
AS MÍDIAS SOCIAIS NO ENSINO MÉDIO DO COLÉGIO
ESTADUAL FELISMINA CARDOSO BATISTA: O USO DAS
MÍDIAS SOCIAIS NA APREDIZAGEM DOS ALUNOS DO PRIMEIRO
ANO DO ENSINO MÉDIO
Artigo Científico elaborado na disciplina de Trabalho de Conclusão de
Curso - TCC do Curso de Tecnologia em Produção Publicitária do Centro
Universitário da Grande Dourados UNIGRAN, para fins de obtenção do
Grau de Tecnólogo em Produção Publicitária, sob a orientação do
Professor MSc. Esp. Luis Benedetti.
Campos Belos - GO
2014
AS MÍDIAS SOCIAIS NO ENSINO MÉDIO COLÉGIO
ESTADUAL FELISMINA CARDOSO BATISTA: O USO DAS
MÍDIAS SOCIAIS NA APREDIZAGEM DOS ALUNOS DO PRIMEIRO
ANO DO ENSINO MÉDIO
PAULA, Marlúcia Torres de1
BENEDETTI, Luis Angelo Lima2
RESUMO: O presente artigo busca levantar dados e realizar reflexões sobre o aproveitamento dos recursos
midiáticos pelos professores do primeiro ano do ensino médio no Colégio Estadual Felismina Cardoso Batista.
Com o objetivo de analisar o tipo de mídias sociais mais utilizados pelos alunos. As metodologias de pesquisa
utilizadas foram bibliográfica, descritiva e levantamento de campo. A mídia refere-se a todo meio de armazenar e
difundir mensagens, estabelecendo uma relação entre emissor e receptor, atuando como mediadora dos diversos
interesses. As tecnologias móveis estão cada vez mais em evidência ocupando o lugar nas mídias. O desafio é
grande em possuí-las, maior ainda é o espaço que estes produtos assumem na vida do ser humano.
PALAVRAS CHAVE – mídia; tecnologia móvel; recursos; aprendizagem; ensino.
ABSTRACT: This article seeks to collect data and perform reflections on the use of media by teachers in the first
year of high school in the State College Felismina Cardoso Batista resources. Aiming to analyze the type of social
media most used by students. Research methodologies used were bibliographic, descriptive and field survey. The
media refers to any means of storing and disseminating messages, establishing a relationship between sender and
receiver, acting as a mediator of the various interests. Mobile technologies are increasingly in evidence occupying
the place in the media. The challenge is big on owning them, most still is the space that these products play in
human life.
Keywords: media; mobile technology; resources; learning; teaching.
1 Graduanda do Curso de Tecnologia em Produção Publicitária do Centro Universitário da Grande Dourados -
Unigran. 2 Professor do Curso de Tecnologia em Produção Publicitária do Centro Universitário da Grande Dourados –
Unigran – orientador deste artigo.
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1. INTRODUÇÃO
O município de Campos Belos é uma cidade do nordeste goiano, divisa com sudoeste
de Tocantins. Tem apenas sessenta anos e uma população de vinte e dois mil habitantes. Apesar
de nova em relação às cidades vizinhas, tanto de Goiás como de Tocantins, é um centro
comercial em expansão, possuindo um comércio muito forte na região sobressaindo também na
produção pecuária. Quanto a educação, o município é muito bem servido, pois conta com cinco
creches (educação infantil), seis escolas municipais de ensino fundamental e quatro escolas
estaduais com ensino médio. Encontra-se em construção a sede do Instituo Federal Goiano-
IFG, que provisoriamente atende nas instalações da UEG nos turnos matutino e vespertino,
oferecendo curso de Técnico em Informática.
Em relação ao ensino superior conta com um câmpus da Universidade Estadual de
Goiás-UEG, com três cursos noturnos, e em Arraias - TO, a vinte quilômetros de Campos Belos
está o câmpus da Universidade Federal do Tocantins – UFT, com três cursos matutino e
noturno, além da EAD. Tem também a Faculdade Terra, polo da UNIGRAN no município, que
possui vários cursos de graduação e pós-graduação EAD.
O Colégio Felismina Cardoso Batista, situado à Rua Nossa Senhora da Conceição, no
setor Aeroporto, oferece o ensino fundamental do 6º ao 9º ano e do 1º ao 3º ano do ensino
médio. O índice do IDEB apurado é somente dos alunos do ensino fundamental, porém o ensino
médio deve ser considerado por ter um grande índice de aprovação nas instituições de ensino
superior, tanto privadas, como públicas estaduais e federais. A Escola possui um laboratório de
informática com poucos computadores. Considerando os alunos que ingressaram no primeiro
ano do ensino médio, jovens e adolescentes, é notório o grande uso dos celulares e smartphones
inclusive com tecnologias avançadas.
A era da comunicação móvel é um dos desafios se impõe à escola de ensino médio. É
preciso descobrir como interagir com jovens nesta cultura digital e que cada dia está mais
móvel. O Colégio está preparado para disponibilizar a internet sem fio para uso das mídias
sociais pelos professores e alunos com fins didático-pedagógicos. Como os professores estão
utilizando os recursos midiáticos e as mídias sociais como tecnologia móvel no processo
ensino-aprendizagem em sala de aula. A maioria dos alunos do primeiro ano do Colégio
Felismina Cardoso Batista possui celular e outros smartphones com tecnologia para acessar as
mídias sociais e possuem contas em uma ou mais mídias sociais.
O mundo está cada vez mais tecnológico, como a Escola tem associado esses recursos
midiáticos a aprendizagem dos alunos em suas aulas e nos trabalhos escolares. A cada dia
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surgem novas tecnologias que integram a sala de aula tornando um desafio para os professores,
onde na sua maioria possuem cursos de licenciatura nas diversas áreas, não possuindo domínio
dessas tecnologias. Segundo Toschi (2010, p. 96), “a formação humana recebe influência de
diversos fatores ambientais, como sociais, culturais, midiáticos e outros”. Muitas tecnologias
podem aproximar professores e alunos, tais como o computador, o videogame, tablets e até
mesmo o celular. Suas aulas podem ser mais atraentes e elevar a participação dos alunos sem,
contudo abandonar as tecnologias tradicionais como o uso de recursos não eletrônicos, como o
quadro de giz. A “aparição das mídias não coloca o problema a priori nem para a criança, nem para o
adolescente. Eles navegam num mundo que surpreende, aterroriza ou maravilha os mais velhos, mas
que é o mundo deles”. (GONNET, 2004, p.28).
O governo federal, estadual e muitos municipais vêm equipando as escolas públicas com
computadores ligados a internet como forma de melhorar a qualidade da educação. Somente
isso não garante essa melhoria. Mas existe um leque midiático, sendo que muitos jovens levam
seus próprios equipamentos para a escola e possuem contas nas mídias sociais. É necessário
que os professores direcionem estas mídias na exploração dos conteúdos.
O objetivo geral deste artigo é analisar o tipo de mídias sociais mais utilizados pelos
alunos do primeiro ano do ensino médio no Colégio Felismina Cardoso Batista.
Especificamente visa levantar percentual de aparelhos celulares com tecnologia de acesso a
internet; levantar as mídias sociais mais utilizadas como apoio das atividades escolares; listar
as atividades que são desenvolvidas com o apoio das mídias sociais; entrevistar professores
para constatar a motivação dos alunos nas aulas onde as mídias são utilizadas; conversar com
os alunos sobre o aprendizado de conteúdos por meio da utilização de mídias sociais.
2. METODOLOGIA
A metodologia utilizada no primeiro momento foi a pesquisa bibliográfica, consistindo
no levantamento do material bibliográfico, analisando trabalhos já realizados nesta área por
outros pesquisadores. A pesquisa foi realizada em livros, leis e artigos publicados na internet
relacionados ao assunto, inclusive para comparar resultados.
A elaboração dos instrumentos de pesquisa obedeceu aos critérios para obtenção de
respostas do público alvo que atendessem aos itens da problemática e dos objetivos da pesquisa.
Foram construídos questionários fechados para os discentes e docentes. Os dados da entrevista
6
com a direção e coordenação pedagógica visaram complementar as informações tanto
pedagógicas como administrativos e de pessoal. .
Num segundo momento foi realizada pesquisa na escola campo, no dia 20/10/2014, no
horário entre nove e dez horas da manhã, o questionário dirigido aos estudantes do primeiro
ano do ensino médio do Colégio Estadual Felismina Cardoso Batista, visando o levantamento
de quantos possuem celulares com acesso a internet e quais mídias sociais são participantes. A
Escola possui quatro turmas totalizando 135 alunos matriculados no primeiro, mas por ser um
período chuvoso nesta região, somente 77 alunos estavam presentes e todos se propuseram a
responder o questionário.
No terceiro momento foram levantadas junto aos professores quais as mídias sociais que
se aplicam nas salas de aulas e como são utilizadas. A pesquisa foi realizada com oito
professores de um total de quatorze que compõem o quadro docente do primeiro ano do ensino
médio. O questionário dirigido aos docentes é composto de oito questões tipo fechada e uma
que exigia completo “como foi” e duas “quais”. Todos os professores do primeiro ano que se
encontravam nas dependências do Colégio no dia 20/10/2014, no horário entre nove e dez horas
responderam o questionário.
O quarto momento da pesquisa foi marcado pela entrevista com a Diretora da Escola,
Professora Junia Januária Garcia, mestre em Educação, formada pela Universidade de Brasília.
A entrevista com a Coordenadora Pedagógica, Professora Cristiania Soares de Jesus, contou de
cinco itens considerados fundamentais levando em conta da importância dos dados oficiais do
Colégio de interesse desta pesquisa. As entrevistas foram realizadas dia 22 de outubro de 2014,
entre dez horas da manhã.
A quinta etapa foi destinada a tabulação, interpretação e análise dos dados e para
elaboração deste Artigo Científico com base nos resultados obtidos. A tabulação se refere a
apuração dos dados levantados e serve para calcular em termos quantitativos o percentual dos
dados colhidos junto aos professores e alunos. Para ambos, docentes e discentes, foram
construídos tabelas com respostas dos dados solicitados nos questionários. Não foi descartado
nenhum questionário, apesar de três alunos acrescentarem nova opção no item “sexo”,
acrescentando “outros”.
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Por último foram construídos gráficos com os dados recolhidos dos professores e alunos
do primeiro ano do Colégio Estadual Felismina Cardoso Batista, com as anotações das
entrevistas da diretora e coordenadora do Colégio.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
As tecnologias remontam desde a antiguidade e não é recente como parece à primeira
vista, mas sempre evoluiu, o novo sempre ocupou o seu lugar como novidade. No cotidiano
convivemos cada dia mais com os avanços tecnológicos em todas as áreas. Na informatização
não é diferente, desde a invenção do ábaco, cerca de 5500 anos, até hoje uma infinidade
tecnológicas marcaram épocas. Para Benedetti (2013/2, p. 12) “entre a invenção do computador,
em meados do Século XX, e a criação da sociedade virtual e digitalizada do mundo ocidental
de hoje, não se passaram nem 100 anos”.
Na perspectiva de Dizard Jr (2000, p. 53), as “mudanças dramáticas estão realmente
ocorrendo na comunicação de massa, mas o caminho à frente está marcado com quantidade
semelhante de armadilhas e oportunidades”. Assim, de forma abrupta, as mudanças veem
ocorrendo e muitas vezes não são controladas podendo se transformar em verdadeiras arapucas
num mundo onde a comunicação acontece quase simultaneamente aos fatos.
Falar em mídia é preciso saber o que ela representa na vida das pessoas e o quanto estão
sujeitos as suas influências no agir, pensar, estar, ser e até vestir. A mídia dita normas,
tendências, padrões de beleza, sujeitando-nos cada vez mais através dos meios midiáticos. .
A mídia refere-se a todo meio de armazenar e difundir mensagens, estabelecendo uma
relação entre emissor e receptor, atuando como mediadora dos diversos interesses. Quando se
fala em mídia, fala-se de qualquer instrumento ou meio de comunicação social, como a
televisão, o jornal o rádio, e outros meios na intenção de comunicar algo. “Hoje as mídias são
parte integrante do cenário da esfera privada. Elas modificaram os comportamentos das crianças
e dos pais com relação às gerações precedentes” (GONNET, 2004, p. 15).
É necessário também discernir mídias sociais e redes sociais. As mídias sociais são
aquelas as quais possibilitam uma pessoa se comunicar com outra ou outras. Mas quais as
mídias sociais? Onde encontrá-las? (CANARIM, Acessível: http://www.nautilos.com.br/
2013/janeiro/rede-social-x-mídia-social).
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Em se tratando de educação ao buscar conceitos no minidicionário temos que é o
“processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser
humano em geral” (BUARQUE, 1985, p. 172), ou seja, retrata a educação como ação de
desenvolvedora das faculdades psíquicas, intelectuais e morais, o conhecimento e prática dos
hábitos sociais. A educação brasileira ao longo de seu processo histórico sofreu influências de
vários modelos educacionais.
Para Libâneo (2003, p. 19) a “escola é o espaço de realização e dos objetivos e metas
do sistema de educação”. Ainda Libâneo (2003, p.23) destaca que “é na escola que professor
desenvolve os saberes e as competências do ensinar, mediante um processo ao mesmo tempo
individual e coletivo”. O ensino está diretamente relacionado com a aprendizagem. Cabe
destacar neste item que ensinar não se limita a mera transmissão de conhecimento, mas envolve
todo um aparato metodológico constante de um plano estratégico do professor em relação ao
aluno.
A inclusão digital é real nas escolas federais, estaduais e municipais. Os políticos com
suas práticas enganadoras, ao colocarem um número irrisório computadores numa escola, saem
falando que a escola tal já está informatizada, que os alunos já têm acesso à tecnologia digital
de qualidade. Ainda que fosse verdade sobre a inclusão, não poderiam alegar necessariamente
a melhoria da qualidade do ensino. “A maioria dos professores pertence a uma geração que não
nasceu com a informática, se surpreendeu com o seu surgimento e ainda se assusta (ou pelo
menos se incomoda) com a presença da tecnologia” (FERREIRA, 2003, p. 72).
A tecnologia móvel está cada vez mais em evidência. Assim, os notebooks,
smartphones, tablets e celulares vão ocupando cada vez mais os espaços da mídia. O desafio é
grande em possuí-la, maior ainda é o espaço que estes produtos assumem na vida do ser
humano. Segundo Moura (2011, p. 51) “Os pais compram telemóveis aos filhos, desde a idade
mais tenra, e incentivam-nos a levá-los para a escola”.
Os jovens por sua vez são consumidores em potencial. Tem facilidades para aprender a
lidar com as novas tecnologias e mídias. As indústrias buscam alcançar esse consumidor com
produtos que enchem seus olhos através da mídia que sempre procura mostrar as novidades
tecnológicas como uma forma de status junto aos seus colegas, isto é, estar na última moda e
ser aceito por eles. Para Toschi (2010, p. 22) “não se conseguirá a atenção de um jovem ou
criança em uma escola que só faz uso tão somente da oratória, leitura e escrita, pois eles já
conhecem outros meios mais atrativos de manter a atenção”. A mídia procura captar os desejos
9
desses jovens e de uma forma inteligente apresenta os produtos através da propaganda e
publicidade maciçamente. Para Adorno (1999, p.8) a “indústria cultural quando aspira
integração vertical de seus consumidores, não apenas no tocante a adaptação de seus produtos
ao consumo das massas, mas, em larga medida determinar seu próprio consumo”.
Sendo “a escola é o espaço de realização e dos objetivos e metas do sistema de
educação”, segundo Libâneo (2003, p. 19), pesquisar se os professores utilizam as mídias
sociais como recurso de ensino e de comunicação com alunos, explorando as ferramentas que
tem a disposição para desenvolver um trabalho conjunto entre docente e discente. A
escolanovista destaca o aluno como sujeito ativo no processo da aprendizagem de modo que
trata do “companheirismo” na relação professor-aluno, podendo facilitar ao máximo essa troca
de informações nas redes sociais. As instâncias que legitimam o saber, tanto públicas como
privadas, despertam para a busca pelo novo, pela informação que poderá auxiliar o crescimento
do conhecimento através da escolarização. (GONNET, 2004, p. 71-72).
Para Moura (p. 143)
Os serviços Web 2.0 disponíveis, tanto para PC como para dispositivos
móveis, apresentam inúmeras possibilidades de utilização em contexto
educativo e formativo, constituindo a imaginação o limite da sua utilização.
Novos espaços e contextos de construção do conhecimento têm surgido e
continuarão a surgir e as instituições de ensino têm de estar preparadas para as
mudanças que ocorrem em todos os âmbitos da sociedade. Moura (Disponível
em: http://pt.scribd.com/doc/7746037/Comunicacao-Tecnologia-Movel-
Adelina-Moura).
O professor precisa ter conhecimento e consciência das tecnologias educacionais
existentes. Os celulares, smartphones e o tablet fazem parte das tecnologias móveis. Conhecê-
los é fundamental para sua utilização e aplicação em sala de aula. Segundo Moran (2010, p. 99)
o “recurso por si só não garante a inovação, mas depende de projeto bem arquitetado,
alimentado pelos professores e alunos que são usuários”, tornando assim incontestável a
necessidade de compartilhar as informações do dia a dia.
A Lei Estadual de Goiás Nº 16.993, de 10 de maio de 2010, dispõe sobre a proibição do
uso de telefone celular na sala de aula das escolas da rede pública estadual de ensino, assinado
pelo Governador Alcides Rodrigues Filho, em Goiânia, em 10 de maio de 2010, que estabelece:
A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE GOIÁS, nos termos do
art. 10 da Constituição Estadual, decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º
Fica proibido o uso de telefone celular na sala de aula das escolas da rede
pública estadual de ensino. Parágrafo único. Cabe às escolas definirem as
medidas disciplinares aplicáveis aos alunos que infringirem o disposto no
10
caput. Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Lei Estadual
de Goiás Nº 16.993, de 10/05/2010).
Esta Lei não pode ser ignorada, porém é preciso lembrar que a tecnologia evolui a cada
centésimo de segundo tornando-se um do desafio na era da comunicação móvel, levando os
jovens à cultura digital cada vez mais móvel. O mundo está exigindo dos jovens cada vez mais
envolvimento com as tecnologias digitais como o celular, a internet, smartphones, tablets e os
jogos eletrônicos, entre outras mídias, permitindo um acesso interativo à informação em rede.
4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
A pesquisa foi realizada junto a 77 alunos do primeiro ano do ensino médio do Colégio
Felismina Cardoso Batista, que possui 135 alunos matriculados no primeiro ano, totalizando 57
%. Foram pesquisados 8 professores, isto é, 58 %, do total de 14 que atuam no primeiro ano
do ensino médio. A pesquisa abrange também a direção e coordenação pedagógica da Escola.
4.1. Dos alunos do primeiro do ensino médio
O questionário direcionado aos estudantes do primeiro ano do ensino fundamental do
Colégio Felismina consta de nove perguntas diretas, sendo que uma pede justificativa se a
resposta foi “não”. O resultado da pesquisa não tem haver com a melhoria da qualidade de
ensino, mas tão somente a utilização dos celulares, smartphones ou tablet como recursos
midiáticos, ou seja, se os professores usam as redes sociais como instrumentos didático-
pedagógicos em sala de aula.
a) Gráfico 1
*Termo usado (incluído) pelos próprios alunos no questionário
b) Gráfico 2 – Em casa é o local de acesso com mais frequência, 89,61 %, sendo zero por cento
no trabalho e no Colégio, 6,49 % acessa em lan house e 4 % não acessam a internet.
Sexo
Masculino-49,35%Feminino-46,75%*Outros-3,90%
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c) Gráfico 3 – O número de alunos que possuem celular com acesso a internet somam-se 87%.
d) Gráfico 4 – A Lei Estadual de Goiás Nº 16.993/2010, proíbe o uso de celular nas Escolas da
rede estadual de educação, mas 79,22 % entram com o celular na sala de aula.
e) Gráfico 5 – Segundo os alunos, somente 3,90% dos professores utilizam as redes sociais para
desenvolver atividades escolares na sala de aula e 96% responderam que nenhum professor faz
uso.
Local de acesso com maior frequência Casa
Trabalho
Colégio
Lan house
Não acessam
Possui celular com acesso a internet
Sim
Não
Leva o celular para sala de aula
Sim
Não
Às vezes
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Outros dados foram levantados junto aos alunos foram: a frequência de acesso a internet,
onde 75,32% acessam 5 ou mais dias por semana. 59,75% não a cessam a internet pela celular
no Colégio. Ao responderem se o celular no ambiente escolar pode distrair o aluno, 55,84%
disseram que sim e 31,17%, afirmaram que “as vezes”. O último item perguntado foi “você já
colou com o auxílio do celular”, 45,45% afirmaram que sim.
4.2. Respostas dos professores
A pesquisa revelou que cem por cento dos professores possuem celular com acesso a
internet. 75 % não acessam a internet na Escola, pois 88 % afirmam que a Escola não permite.
Cem por cento dos professores não permitem o uso do celular em sala de aula. Interessante que
37,5 % dos professores afirmam que utilizam ou já utilizaram seu aparelho pessoal em sala de
aula para fins didáticos. 88% faz parte de alguma rede social, citando o Facebook, Instagran,
Whatsapp, Twitter e E-mails e que, 62,5 % não desenvolve nenhuma atividade escolar através
das redes sociais.
Figura 1 – O tempo de serviço dos professores no magistério entre 10 e 20 anos corresponde a
50% dos professores.
Figura 2 – Metade dos professores considera o celular pode ser utilizado como recurso
pedagógico.
Pofessores que utilizam redes sociais para atividades didáticas
Nenhum1234 ou mais
Tempo de serviço magistério
menos de 10 anos
de 10 a 20 anos
mais de 20 anos
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Figura 3 – Os professores utilizam muito pouco as redes sociais no celular para fins didáticos.
4.3. Observações da direção e coordenação pedagógica
A coordenação pedagógica se posiciona contra uso de aparelhos celulares na Escola
porque prejudica o ensino aprendizagem. Quando indagada se acredita que a Escola poderia
aproveitar os aparelhos móveis dos alunos na sala de aula, afirma que sim porque estaria aliando
o ensino com algo que é interessante para eles e que conhece professores realizam atividades
didáticas através dos aparelhos móveis dos alunos.
A direção do Colégio afirma que há leis que amparam o não uso do celular no recinto
escolar, vendo inclusive com pedagogicamente prejudicial. Ainda para a direção a Escola
poderia aproveitar os aparelhos móveis dos alunos em sala de aula porque existem formas de
se usar a internet como ferramenta. Tem conhecimento de professores que realizam ou já
realizaram atividades didáticas com o uso do aparelho móvel do aluno, principalmente
conduzidos ao laboratório (melhor sinal do Wi-fi) solicitando tarefas como pesquisas e relatos
diretamente do internet.
4.4. Outras pesquisas
Foi realizada também pesquisas na internet e os sites visitados foram
file:///C:/Users/Geraldo%20Magela/Downloads/1254-3544-1-PB.pdf, que apresenta uma
pesquisa publicada nos Anais do Mestrado Interdisciplinar em Educação, Linguagem e
Consideram o celular como recurso pedagógico
Sim
Não
O uso das redes sociais para desenvolver atividades …
Professores que utilizam
Não utilizam
14
Tecnologias (MIELT), Seminário de Pesquisa do Mielt – 2012, 4 a 6 de setembro de 2012, sob
o tema “Entre a proibição e a apropriação: Trânsitos do telefone celular nas escolas publicas de
ensino médio de Goiânia”, de autoria de Lívia da Silva Neiva Martin, mestranda da UEG e
Mirza Seabra Toschi, Orientadora (MIELT-UEG) .
Segundo Martin (2012, p.18) “a pesquisa tem como foco a investigação sobre o uso que
diretores, professores e estudantes fazem de seus aparelhos celulares quando estão dentro das
escolas estaduais de ensino médio às quais se encontram vinculados”. Martin (2012, p. 19)
conclui que:
Um dos desafios que a era da comunicação móvel impõe à escola de
ensino médio é descobrir como interagir com jovens imersos na
cultura digital e cada vez mais móvel. O universo juvenil está
permeado por tecnologias como o celular, as máquinas fotográficas
digitais, a televisão, a internet, os jogos eletrônicos e os mp3, entre
outras mídias, que permitem um acesso interativo e constante à
informação em rede. (MARTIN, 2012, p.19)
A preocupação na busca de um entendimento a respeito da utilização do celular nas
escolas é um desafio que precisa ser enfrentado de frente, uma vez que a juventude está cada
vez mais imersa numa cultura na qual as tecnologias móveis facilita o acesso de modo
interativo. A flexibilização deve ser o canal de comunicação entre a escola e os jovens, ou seja,
o limite aparece como provável solução para o embate escola x celular x jovens.
O site Gestão escolar, página http://gestaoescolar.abril.com.br/ politicas-publicas/lei-
proibe-uso-celular-sala-aula-739266.shtml, pesquisado em 28//10/201, apresenta o parecer do
professor Juca Gil na matéria sobre a Lei Nº 4.131/2008, do Distrito Federal, que proíbe o uso
de celular na sala de aula, afirma que “Não é imprescindível criar uma lei para disciplinar o uso
desses aparelhos nas escolas, pois as determinações sobre essa questão podem constar do
regimento interno e do projeto político-pedagógico”. O aparelho celular do ano de 2008, ou
próximo desta data, não apresentava uma tecnologia semelhante a de hoje ou dos últimos dois
ou três anos, que acessa com facilidade a internet.
Outro site visitado foi o “Porvir” na página http://porvir.org/porfazer/10-dicas-13-
motivos-para-usar-celular-na-aula/20130225#, que apresenta um infográfico contendo “10
dicas e 13 motivos para usar celular na aula”, como um guia lançado pela Unesco com
recomendações políticas a governos interessados em incluir tecnologias móveis na escola.
O documento incentiva o país a desenvolver políticas do uso das tecnologias móveis em
sala de aula. A Unesco afirma ainda as diretrizes políticas devem estar em harmonia com as
15
existentes no campo das TIC, além de treinar o professor e incentivá-lo a fazer uso dessas
ferramentas na sua vida cotidiana.
5. CONCLUSÃO
Os jovens, discentes da rede estadual de educação do Estado de Goiás, estão alienados
nas salas aula do uso aparelho móvel seja o celular, smartphone, tablet, ou outro, por força de
lei. A não utilização dos recursos midiáticos pelos professores demonstra que proibir não é a
melhor solução a ser tomada, mas cabe a escola impor limites no seu uso. Educar é também
colocar limites e impor responsabilidades. O que deve prevalecer é o “limite” e não a
“proibição”, pois se fala muito em inclusão digital, tecnologias digitais e novos modelos
tecnológicos e a escola se esquiva de abrir horizontes para a efetivação da relação professor-
aluno-comunidade através das redes sociais.
O laboratório de informática tem o seu valor, mas não é a mesma visão na sala de aula
quando se aguça a curiosidade da juventude. É hora criar ambientes é na escola, mesmo em sala
de aula, de celulódromos e se bem direcionado poderá surtir efeitos, no mínimo uso dos
aparelhos móveis associando os recursos midiáticos à aprendizagem dos alunos em suas aulas
e nos trabalhos escolares.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADORNO, Theodor W. Adorno: vida e obra. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Editora Nova
Cultura Ltda., 1999.
BENEDETTI, Luís Angelo Lima. Mídia. Dourados: UNIGRAN, 2013/2.
CANARIM, Patricia. Rede Social X Mídia Social. Disponível em:
http://www.nautilos.com.br/2013/janeiro/rede-social-x-midia-social. Acesso 02 ago. 2014.
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http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1170-2.pdf. Acesso: 03 ago. 2014
FERREIRA, Andreia De Assis. O Computador no Processo de Ensino-Aprendizagem: da
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GIL, Juca. Lei proíbe uso de celular na sala de aula. Disponível em http://
gestaoescolar.abril.com.br/politicas-publicas/lei-proibe-uso-celular-sala-aula-739266.shtml.
Acesso: 28 out. 2014.
GOMES, Patrícia. 10 dicas e 13 motivos para usar celular na aula. Disponível em:
http://porvir.org/porfazer/10-dicas-13-motivos-para-usar-celular-na-aula/20130225#. Acesso:
28 out. 2014.
Lei Estadual de Goiás Nº 16.993, de 10 de maio de 2010. Dispõe sobre a proibição do uso de
telefone celular na sala de aula das escolas da rede pública estadual de ensino e dá outras
providências. Diário Oficial do Estado de Goiás, Goiânia, GO, 10 mai. 2010, Nº 20.860.
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola. Teoria e Prática. 4ª ed. Goiânia:
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MARTIN, Lívia da Silva Neiva. Entre a proibição e a apropriação: Trânsitos do telefone
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/Geraldo%20Magela/Downloads/1254-3544-1-PB.pdf. Acesso: 27 out. 2014.
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Acesso em: 15 ago. 2014.
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