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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ
FACULDADE CEARENSE
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
MICHELLY JAYME ALVES MOREIRA
A GESTAO NA COOPERATIVA DE CREDITO MUTUO DOS POLICIAIS
FEDERAIS E SERVIDORES DA UNIAO NO CEARÁ (FEDERALCRED/CE) – UM
ESTUDO DE CASO
FORTALEZA
2013
MICHELLY JAYME ALVES MOREIRA
A GESTAO NA COOPERATIVA DE CREDITO MUTUO DOS POLICIAIS FEDERAIS
E SERVIDORES DA UNIAO NO CEARÁ (FEDERALCRED/CE) –
UM ESTUDO DE CASO
Monografia submetida à aprovação da
Coordenação do Curso de Graduação em
Ciências Contábeis da Faculdade
Cearense – FaC, como requisito para
obtenção do grau de Bacharel em
Ciências Contábeis, sob a orientação do
Prof. Ms. Jeriel Silva Santos.
FORTALEZA
2013
MICHELLY JAYME ALVES MOREIRA
A GESTAO NA COOPERATIVA DE CREDITO MUTUO DOS POLICIAIS FEDERAIS
E SERVIDORES DA UNIAO NO CEARÁ (FEDERALCRED/CE) –
UM ESTUDO DE CASO
Monografia como pré-requisito para a
obtenção do grau de Graduação no Curso
de Ciências Contábeis, outorgado pela
Faculdade Cearense, tendo sido
aprovada pela banca examinadora
composta pelos professores.
Data da aprovação: _____/_____/_____
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________________
Orientador: Prof. Ms. Jeriel Silva Santos
_______________________________________________________________
Prof. Esp. Marcos Alberto Lopes Gomes
_______________________________________________________________
Profª Ms. Liana Márcia Costa Vieira Marinho
Dedico este trabalho, que representa mais uma conquista em
minha vida, inteiramente aos meus Pais e Irmão.
AGRADECIMENTOS
A Deus, inicialmente, por me dar sabedoria e condições para alcançar mais um
objetivo traçado em minha vida.
Ao meu pai, Bezerra, exemplo de honestidade, meu companheiro de todas as horas,
agradeço por ter investido na nossa educação, minha e do meu irmão, e acreditado
no meu potencial, tendo a certeza que tudo seria bem aproveitado e desenvolvido. A
minha mãe, Jôsy, por ser a minha grande amiga, parceira de toda a vida, agradeço
pelos conselhos, pela força, amizade, cumplicidade, pela confiança, na verdade, por
TUDO. Ao meu irmão, Jhonnys, meu exemplo, meu orgulho, a pessoa em quem me
espelho para me tornar sempre uma profissional melhor. Aos três, agradeço de
forma grandiosa e quero que saibam que tudo que faço e conquisto é pensando em
vocês e para dar-lhes orgulho. E aqui declaro o meu AMOR.
Aos meus queridos, Cássia, Cinthia, Kewly e Obadias, com vocês esses anos de
estudos ficaram mais leves, com as nossas brincadeiras, as conversas, as infinitas
risadas, não esquecendo os trabalhos, os grupos de estudos, que fizeram com que
nos uníssemos ainda mais. Ao meu querido Fabrício, pelo apoio, por ter sido sempre
tão atencioso comigo e meu grande companheiro nesse período acadêmico.
Ao meu orientador, Jeriel Silva, excelente professor, agradeço pela paciência, pelo
carinho, a confiança e, sobretudo a dedicação que dispensou a mim durante a
elaboração deste trabalho.
Agradeço também ao Sr. Fernando Mota, Diretor operacional da Federalcred/Ce, por
ter disponibilizado seu tempo e conhecimento para que eu concluísse a pesquisa,
sendo muito generoso e atencioso. A cooperativa, pois lá iniciei a minha carreira
profissional e inseri o conhecimento que lá obtive na finalização deste trabalho.
Enfim, a todos os professores, familiares, colegas de sala que participaram desse
período da minha vida.
“O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um
objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos,
no mínimo fará coisas admiráveis.”
(José de Alencar)
RESUMO
Após anos de sua primeira formação, as cooperativas tem se destacado
no cenário econômico mundial tornando-se o negócio de maior crescimento na
atualidade, fruto da dinâmica de gestão imposta nessas organizações, com foco na
gestão, temática do trabalho que nos propomos a construir. No caso das
cooperativas de crédito esse crescimento é fruto da habilidade que têm de ofertar,
aos seus cooperados, uma remuneração dos depósitos bancários com taxas mais
atrativas e seguras, muitas vezes inferior aos valores praticados por outras
instituições financeiras, mais com maior rentabilidade, imprimindo um ritmo
crescente, em meio a cenários de crise. A partir desse contexto, e dentro dessa
temática, o trabalho que apresentamos indaga: quais as dinâmicas que validam a
gestão de qualidade? No caso da Cooperativa de Mútuo dos Policiais Federais e
Servidores da União no Ceará – FEDERALCRED/CE, a dinâmica utilizada é feita por
instrumentos normativos? Há transparência na gestão? As respostas vieram por
meio de ampla pesquisa em internet, livros, revistas e pesquisa participante,
materializada em um estudo de caso, onde se pesquisou sobre a utilização de
ferramentas de estímulo à participação dos cooperados da cooperativa retro
mencionada, instrumento, ainda, incipiente de validação da gestão de qualidade,
mas com o incentivo de utilização pela administração, buscando torná-la mais
eficiente e focada na satisfação dos que lhes buscam benefícios previstos no
Estatuto da entidade. As contas estão sendo publicadas e disponibilizadas a
qualquer interessado, certificando, também, a transparência da execução
orçamentária da FEDERALCRED/CE.
Palavras-chave: Cooperativas. Gestão de qualidade. Brainstorming
ABSTRACT
After years of his first training, cooperatives has emerged in the global
economy becoming the fastest growing business nowadays , due to the dynamic
management imposed on these organizations , focusing management , thematic
work we propose to build . In the case of credit unions that growth is the result of the
ability they have to offer to its members, remuneration of bank deposits more
attractive rates and safe, often lower than the prices charged by other financial
institutions, but with greater profitability, printing an increasing pace amid crisis
scenarios. For from this context, and within that theme, the work we present asks:
what dynamics that validate the quality management ? In case of Cooperative Mutual
Federal Police and servers Union Ceará - FEDERALCRED / CE, the dynamics used
is made by normative instruments? There is transparency in the management? The
answers came through extensive research on the internet, books, magazines and
research participant, materialized in a case study, where we investigated on the use
of tools to encourage the involvement of cooperative cooperative retro -mentioned
instrument, still incipient validation of quality management, but with the
encouragement of use by the administration, seeking to make it more efficient and
focused on the satisfaction they seek benefits under the Statute of the entity. The
accounts are published and made available to any interested party, ensuring also the
transparency of budgetary execution of FEDERALCRED / CE.
Keywords: Cooperatives. Quality management. Brainstorming
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Cooperativas criadas pelo Padre Theodor Amstad ......................... 19
TABELA 2 Número de Cooperativas por Ramo de Atividade ........................... 20
TABELA 3 Número de Cooperativas por Estado .............................................. 21
TABELA 4 Número de Cooperativas de Crédito por Estado da Federação ..... 22
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABCOOP Associação Brasileira de Cooperativas
ACI Aliança Cooperativa Internacional
AL Alagoas
BANCOOB Banco Cooperativo do Brasil S/A
BANSICREDI Banco Cooperativo Sicredi
CE Ceará
CMN Conselho Monetário Nacional
CONFEBRAS Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito
FaC Faculdade Cearense
FEDERALCRED/CE Cooperativa de Crédito Mútuo dos Policiais Federais e
Servidores da União no Ceará
FELEME Federação Leste-Meridional de Cooperativas de Crédito
OCB Organizações Cooperativas Brasileiras
OCE Organizações Cooperativas Estaduais
SELIC Sistema Especial de Liquidação e de Custódia
SICREDI Sistema de Crédito Cooperativo
SICOOB Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil
UNASCO União das Cooperativas
WOCCU World Council of CreditUnions
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 12
2 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................... .. 16
2.1 Origens e conceitos do Cooperativismo .................................................. .. 16
2.2 O Cooperativismo no Brasil ..................................................................... .. 19
2.3 Legislação Aplicada Às Cooperativas De Crédito ................................... .. 23
2.4 Principais Representações do Cooperativismo no Brasil e no Mundo ....... 25
2.4.1 Aliança Cooperativa Internacional – ACI ...................................... 25
2.4.2 Conselho Mundial Das Cooperativas De Crédito .......................... 27
2.4.3 Organização Das Cooperativas Brasileiras .................................. 28
2.4.4 SESCOOP .................................................................................... 28
2.4.5 Confederação Brasileira Das Cooperativas De Crédito ................ 29
2.4.6 Confederação Nacional De Auditoria Cooperativa........................ 29
2.4.7 Bancos Cooperativos S.A ............................................................. 30
2.4.7.1 Bansicred S.A .................................................................. 30
2.4.7.2 Bancoob S.A ................................................................... 30
2.5 Ferramentas de Gestão de Qualidade ....................................................... 31
3 METODOLOGIA ........................................................................................ 34
3.1 Ambiente de Pesquisa ............................................................................... 34
3.2 Classificação da Pesquisa ......................................................................... 34
3.2.1 Quanto aos Objetivos ................................................................... 34
3.2.2 Quanto aos Procedimentos ......................................................... 34
3.2.3 Quanto à Abordagem do Problema .............................................. 35
4 COOPERATIVA DE CRÉDITO MÚTUO DOS POLICIAIS FEDERAIS E
SERVIDORES DA UNIAO NO CEARÁ – FEDERALCRED/CE ........................ 36
4.1 Da empresa pesquisada ............................................................................ 36
4.1.1 Do objetivo social da FEDERALCRED-CE ..................................... 37
4.1.2 Do perfil dos associados ................................................................. 38
4.2 Dos Dados Coletados ................................................................................ 38
4.3 Da Análise dos Dados Coletados ............................................................. 43
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................... 45
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 46 APÊNDICE.................................................................................................. 49 ANEXOS .................................................................................................... 50
1 INTRODUÇAO
Com uma existência em torno de 170 anos, desde a formação da primeira
cooperativa, que se deu em 1844, na Inglaterra, segundo Pinheiro (2008), o
cooperativismo tem se destacado no cenário mundial em função da sua grande
relevância e, de acordo com a Associação Internacional de Cooperativismo (ACI),
até 2020, essas entidades se tornarão o negócio de maior crescimento no mundo.
O cooperativismo tem se sedimentado como importante fonte de renda e
inserção social a um número maior de brasileiros, pois, de acordo com os
indicadores do Sistema de Organizações Cooperativas Brasileiras (OCB) de um total
de associados a esta organização já passa dos 10 milhões, registrando um
crescimento de 11% em relação ao ano anterior.
De outra banda, observou-se um crescimento no quadro de empregados,
que registrou no último período 296 mil, 9,3% a mais do que em 2010. Os dados
fazem parte de um estudo da Gerência de Monitoramento e Desenvolvimento do
Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop).
Deve-se destacar como ponto importante para a elevação do número de
cooperativas e o seu bom desempenho, o crescimento da dinâmica que estão sendo
impostas às gestões destas organizações.
De acordo com os dados da OCB, o ramo crédito, temática principal deste
trabalho, se destaca, registrando o maior contingente de associados, com
crescimento de 16% em relação ao ano anterior.
Em 2011, o segmento chegou a 4,7 milhões de cooperados. Já em 2010,
eram 4 milhões. Em seguida, aparecem os ramos consumo, com 2,7 milhões e 18%
de aumento, e agropecuário, chegando próximo a 1 milhão, com 3% de expansão.
Atualmente, de acordo com os dados do Banco Central do Brasil, 2/3 das
cooperativas de crédito do país estão centradas nos estados de São Paulo (316),
Minas Gerais (249), Rio Grande do sul (138), Paraná (130) e Santa Catarina (122),
55% delas localizadas na Região Sudeste.
Ainda, de acordo com a OCB o patrimônio das cooperativas teve um
crescimento médio de 10,62% no primeiro semestre, chegando a R$ 17,6 bilhões.
No tocante a carteira de empréstimos, o aumento foi de 9,94%, totalizando R$ 41,6
13
bilhões e, em ativos, o setor passou de R$ 86 bilhões em dezembro de 2011 para
R$ 98 bilhões em junho deste ano – aumento de 13,75%.
Silvio Giusti (2012, online), gerente do ramo de crédito da OCB, analisa
que esse crescimento, muito provavelmente, deu-se em função da habilidade que as
cooperativas de crédito têm na oferta, a seus cooperados, de uma remuneração aos
depósitos bancários com taxas mais atrativas e seguras, muitas vezes superior aos
valores praticados por outras instituições financeiras.
E, apesar da dinâmica desse segmento, as cooperativas conseguem
imprimir um ritmo de crescimento, em meio a cenários de crise, oportunizando esses
momentos difíceis.
A cooperativa de crédito, portanto, tem se tornado um importante
instrumento de alternativas firmes e inteligentes para soluções financeiras, mas
exigindo qualidade da gestão e compromentimento da administração para a
consolidação desse ramo de negócio no cenário nacional.
A escolha deste tema partiu do princípio que, trabalhando na Cooperativa
de Crédito Mútuo dos Policiais Federais e Servidores da União no Ceará –
FEDERALCRED/CE (singular), observo in loco, o comprometimento que a
administração tem em proporcionar aos seus cooperados a satisfação nos serviços
prestados, esses que requerem, além dos princípios gerais que norteiam uma boa
gestão, capacidade administrativa com foco nos investimentos, gerência de riscos,
envolvimento de pessoas, dentre outras dinâmicas que afetam uma gestão de
qualidade. Por outro lado, era necessário materializar a dinâmica de uma gestão de
qualidade, a forma como essa se processa.
Normalmente, a pesquisa científica é fundamentada, e
metodologicamente, construída a partir da resolução ou o esclarecimento de um
problema, uma questão a ser resolvida.
Na definição científica, conforme Kerlinger (1980, p. 35), “problema é uma
questão que mostra uma situação necessitada de discussão, investigação, decisão
ou solução”.
As cooperativas de crédito estão buscando elementos diferenciais no
elevado nível de competitividade do mercado, levando-as ao desenvolvimento de
mecanismos que asseguram a sua sustentabilidade no meio.
À partir desse contexto, chegou-se ao seguinte questionamento: quais as
dinâmicas que validam a gestão de qualidade? No caso da FEDERALCRED/CE,
14
existe alguma dinâmica para certificar que a gestão econômica e financeira da
entidade está sendo feita por instrumentos normativos? A gestão é transparente?
O problema proposto na pesquisa que ora se relata, faz uma indagação
acerca da importância da gestão de qualidade, em particular em uma entidade de
cooperativa de crédito mútuo, e espera-se uma resposta afirmativa, uma suposição
ou hipótese.
Segundo Silva e Menezes (2005, p. 86): “hipóteses são suposições
colocadas como respostas plausíveis e provisórias para o problema de pesquisa”.
Para uma melhor formulação de hipótese, requer principalmente, um
maior esclarecimento sobre a relação existente entre o problema e a hipótese, uma
vez que a partir de articulação do problema é que o pesquisador pode elaborar suas
hipóteses da pesquisa.
A hipótese que se apresenta em resposta a indagação do problema
proposto, é que a entidade pesquisada FEDERALCRED/CE tem buscado, ainda de
forma incipiente, utilizar-se de uma dinâmica de gestão de qualidade, incentivando a
participação de seus cooperados em reuniões e discussões de trabalho, de forma a
tornar a administração mais eficiente e focada na satisfação dos seus cooperados;
as demonstrações são publicadas e, amplamente divulgadas, ficando à disposição
dos colaboradores e cooperados.
O objetivo geral desta pesquisa é analisar como a dinâmica brainstorm
de gestão de qualidade pode alavancar a administração financeira e econômica da
Cooperativa de Crédito Mútuo dos Policiais Federais e Servidores da União no
Ceará – FEDERALCRED/CE e quais são os instrumentos utilizados pelos gestores
para validá-la. Os objetivos específicos são:
Identificar as origens e conceitos do cooperativismo;
Analisar o comportamento do cooperativismo no Brasil;
Estudar o quantitativo de cooperativas de crédito existentes no cenário
brasileiro;
Apresentar a legislação aplicada às cooperativas;
Identificar as principais representaçãoes do cooperativismo no Brasil e
no Mundo.
Como forma de organização da pesquisa, o trabalho foi dividido em cinco
capítulos: Introdução, Referencial Teórico, Metodologia, o Estudo de Caso, e a
Conclusão.
15
A introdução apresentará a contextualização, a justificativa, o problema,
as hipóteses, os objetivos, e de como o trabalho será estruturado.
O segundo capítulo trata do referencial teórico, contendo as origens,
definições, conceitos e os principais elementos do cooperativismo no Brasil e no
Mundo, além das ferramentas de gestão de qualidade.
O terceiro capítulo tratará da metodologia a ser utilizada na pesquisa,
contemplando o seu ambiente e a sua classificação.
No quarto capítulo apresentará o estudo de caso onde será abordado o
tema gestão de qualidade, como instrumento diferencial de administração financeira
e econômica da Cooperativa de Crédito de Mútuo dos Policiais Federais e
Servidores da União no Ceará – FEDERALCRED/CE.
Logo em seguida, as considerações finais buscando avalisar se os
objetivos foram alcançados e a indagação contida na problemática apresentada foi
respondida e a sua hipótese foi confirmada.
Ao final serão apresentadas as referências contendo a fonte de pesquisa
utilizada no presente trabalho.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Saber gerir, e gerir com qualidade, são um exercício que todo
administrador deveria realizar, pois quando se cuida do que é dos outros, pretende-
se sempre a maximização de resultados, pois enquanto a empresa privada visa
maximizar os lucros, as demais empresas, públicas ou formadas a partir de
associações, governamentais ou não, buscam fazer com que os investimentos dos
associados, ou cooperados, produzam as expectativas esperadas da sua criação.
No caso das cooperativas, crescente tanto em números, quanto na
qualidade de sua organização, um dos pilares dessa qualidade de gestão exigida
tem como pilar a formação e qualificação dos cooperadores e colaboradores, de
acordo com as definições e acepções a serem debatidas nos tópicos a seguir
delineados:
2.1 Origens e conceitos do Cooperativismo
O Cooperativismo existe desde a pré-história, na colheita, na pesca, na
caça, a partir do agrupamento de homens e mulheres para a defesa de interesses
considerados comuns, vem da palavra cooperação e é uma doutrina cultural e sócio-
econômica que consagra os princípios fundamentais de liberdade humana, apoiada
por um sistema de educação e participação permanente.
A primeira referência à formação de cooperativas é datada do ano de
1844, criada por 28 operários ingleses que trabalhavam em sua maioria, no ramo de
tecelagem, imortalizados como os pioneiros de Rochdale, ocasião em que fundaram
uma cooperativa de consumo, pois nessa época houve um crescimento considerável
do número de desemprego, influenciado pela Revolução Industrial.
Essa primeira manifestação de cooperativismo serviu para unir os
trabalhadores e para que os mesmos defendessem os interesses da classe, em
função de uma grande crise econômica que estava afetando vários setores da
produção mundial.
Posteriormente à criação do cooperativismo, foram surgindo novas formas
de sociedades cooperativas. Em 1847 foi fundada a primeira cooperativa voltada
para o segmento de crédito, criada pelo alemão Friedrich Wilhelm Raiffeisen,
caracterizadas como rurais, com ausência de capital social, não distribuição de
17
sobras, excedentes ou dividendos e a responsabilidade dos associados eram
ilimitadas e solidárias, de acordo com Pinheiro (2008).
Após, as cooperativas rurais passaram a ser identificadas pelo nome de
seu fundador, conhecidas como cooperativas do tipo Raiffeisen.
Decorridos alguns anos, as cooperativas de crédito urbanas foram
criadas, também na Alemanha, em 1850, por Herman Schulze, onde constituiu uma
cooperativa de crédito na cidade de Delitzsch, esta diferenciava da cooperativa rural,
por haver subscrição de capital, distribuição de sobras líquidas proporcional ao
capital de cada sócio e seus dirigentes eram remunerados. Passou a ser conhecida
como cooperativa do tipo Schulze-Delitzsch.
Em 1965 surgiu um novo tipo de cooperativa de crédito, Luzzatti, nome de
seu fundador italiano, inspirado pelos pioneiros alemães. O primeiro banco
cooperativo na Itália tinha como principais características a não exigência de vínculo
para se associar, exceto algum limite geográfico; quota capital de pequeno valor;
concessão de crédito de pequeno valor sem garantias reais, ou seja, seus
empréstimos eram concedidos mediante palavra de honra; não remuneração dos
dirigentes e responsabilidade limitada ao valor do capital subscrito, características
observadas por Pinheiro (2008).
As cooperativas foram se disseminando e se adequando as necessidades
dos trabalhadores, de forma que em 6 de dezembro de 1900, o jornalista Alphonse
Desjardins idealizou uma cooperativa inspirada nos modelos anteriores, Raiffeisen,
Schulze e Luzzatti, mas com características diferenciadas: a existência de um ponto
comum entre os sócios, reunindo grupos específicos, como os de clubes,
trabalhadores de uma mesma fábrica, funcionários públicos, dentre outros, sob
forma de adesão de grupos segmentados, conhecidas no Brasil como cooperativa
de crédito mútuo.
As cooperativas foram criadas com um propósito de defesa na época
citada e passaram a servir como base para os princípios estabelecidos no
cooperativismo moderno, como forma de organização social para a solução de
problemas econômicos.
De acordo com o Sindicato das Organizações Cooperativas Brasileiras
(OCB), nasceu no mesmo contexto e na mesma época do Comunismo e do
Sindicalismo, que tinham objetivos semelhantes, mas propostas distintas: enquanto
o comunismo propunha a estatização dos meios de produção, para aniquilar o
18
sistema capitalista, o sindicalismo incentivava a organização dos trabalhadores em
defesa dos seus interesses, diante das empresas capitalistas. O Cooperativismo
optou pela organização autogestionada de pessoas para a solução de problemas
específicos.
Crúzio (2005, p. 13), explica cooperativismo:
É união de trabalhadores ou profissionais diversos, que se associam por
iniciativa própria, sendo livre o ingresso de pessoas, desde que os
interesses individuais em produzir, comercializar ou prestar um serviço, não
sejam conflitantes com os objetivos gerais da cooperativa.
As cooperativas têm como principal diferencial das demais associações
por características próprias, quais sejam: adesão voluntária, capital social variável,
um homem um voto, composição mínima de pessoas para sua existência e não de
capital, o rateio das sobras e perdas é proporcional à produção de cada cooperado;
dentre outras, valorizando sempre o capital humano e não o capital financeiro e, de
acordo com a Lei n. º 5.764/71 (BRASIL, 1971) apresentam os seguintes traços:
É uma sociedade de pessoas;
Tem como objetivo principal a prestações de serviços;
Pode ter um número ilimitado de cooperados;
O controle é democrático: uma pessoa – um voto;
Nas assembléias o quórum tem por base o número de cooperados;
Não é permitida a transferência das quotas-parte a terceiros, estranhos
à sociedade, ainda que por herança;
Retorno proporcional ao valor das operações;
Não está sujeita a falências;
Constitui-se por intermédio da assembléia dos fundadores ou por
instrumento público, e seus atos constitutivos devem ser arquivados na
Junta Comercial e publicados;
Deve ostentar a expressão “cooperativa” em sua denominação, sendo
vedado o uso da expressão “banco”.
Neutralidade política e não discriminação religiosa, social e racial; e
Indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios.
19
Os pioneiros de Rochdale, como os tecelões ficaram conhecidos na
história do cooperativismo, iniciaram uma nova forma de organização e abriram
precedentes para a expansão de novos modelos de cooperativas, baseadas nas
ideias iniciais propostas por eles.
2.2 O Cooperativismo no Brasil
A primeira cooperativa de crédito brasileira, de acordo com Pagnussatt
(2004) foi fundada em 28 de dezembro de 1902, na localidade de Linha Imperial,
município de Nova Petrópolis, Rio Grande do Sul, criada pelo padre suíço Theodor
Amstad. Tal cooperativa era do tipo Raiffeisen, ou seja, não possuía capital social e
distribuição de sobras, caracterizada como cooperativa rural e continua em atividade
até os dias de hoje, sob denominação de Cooperativa de Crédito de Livre Admissão
de Associados Pioneira da Serra Gaúcha – SICREDI PIONEIRA.
No período de 1902 a 1940 o Padre Theodor Amstad criou, no Brasil,
outras cooperativas de crédito, conforme se pode verificar na Tabela 1:
Tabela 1. Cooperativas criadas pelo Padre Theodor Amstad
Ano Cooperativa
1902 Nova Petrópolis
1903 Bom Princípio
1907 São João do Herval
1913 Serro Azul (Serro Largo)
1914 Poço das Antas e Santa Maria
1916 Colônia Selbach, Harmonia e Porto Alegre
1917 Picada Café
1919 Santa Cruz
1920 Hamburgo
1923 Boa Vista
1926 Estrela e Agudo
1929 Arroio Grande, Parecy Novo, Bella Vista e
Tramandaí
1930 Thesoura, Santa Clara e General Osório
1931 Lomba Grande
1932 Dois Irmãos e Porto Novo
1940 Campina
Fonte: http://www.cooperativismodecredito.com.br/HistoriaSicrediPioneira.html
20
A pioneira no Brasil das cooperativas do tipo Luzzatti, foi criada em 01 de
Março de 1906, no município Lajeado, no Rio Grande do Sul. Está em atividade até
os dias de hoje, sob a denominação de Cooperativa de Crédito de Lajeado-
SICREDI VALE DO TAQUARI.
A primeira cooperativa de crédito mútuo do Brasil foi constituída em 02 de
Março de 1946, sob a denominação Cooperativa de Crédito dos Funcionários da
Matriz do Banrisul Ltda.
As cooperativas de crédito mútuo originam-se do sistema Desjardins, a
principal característica desse tipo de cooperativa é, de acordo com a Portaria 1098
do Ministério da Agricultura, “as que têm como associados somente pessoas
vinculadas a uma determinada entidade, corporação ou empresa, com área de ação
reduzida, e que realizem operações ativas e passivas única e exclusivamente com
os associados”, portanto exige algum vínculo com o associado. Tal cooperativa
continua em atividade, sob a denominação de Cooperativa de Crédito Mútuo dos
Empregados do Banrisul Ltda.
No Portal da Organização das Cooperativas Brasileiras, disponível na
Rede Mundial de Computadores, encontramos o quantitativo de cooperativas
distribuídas no Brasil, de acordo com as Tabelas 2 e 3, tendo por base o ano de
2010:
Tabela 2. Número de Cooperativas por Ramo de Atividade
Ramo Cooperativas Associados Empregados
Agropecuário 1.548 943.054 146.011
Consumo 123 2.297.218 9.892
Crédito 1.064 4.019.528 56.178
Educacional 302 57.547 3.349
Habitacional 242 101.071 1.676
Infraestrutura 141 778.813 5.775
Mineral 63 20.792 144
Produção 235 11.454 3.669
Saúde 852 246.265 56.776
Trabalho 1.024 217.127 3.879
Transporte 1.015 321.893 10.787
Turismo e Lazer 31 1.368 32
Total 6.652 9.016.527 298.182
Fonte: http://www.ocb.org.br/GERENCIADOR/ba/arquivos/numeros_do_cooperativismo_2010.pdf
21
Tabela 3. Número de Cooperativas por Estado
Unidade da Federação Cooperativas Associados Empregados
Acre 51 8.370 333
Alagoas 101 20.086 3.358
Amazonas 131 12.203 1.523
Amapá 61 4.617 547
Bahia 659 422.470 6.109
Ceará 158 78.019 5.654
Distrito Federal 169 142.654 1.828
Espírito Santo 141 151.347 5.959
Goiás 221 126.407 6.404
Maranhão 244 12.636 676
Minas Gerais 781 925.701 29.829
Mato Grosso do Sul 106 92.906 3.445
Mato Grosso 154 221.894 6.238
Pará 276 45.959 1.694
Paraíba 121 45.365 2.631
Pernambuco 212 105.949 3.172
Piauí 54 6.623 482
Paraná 237 534.232 57.526
Rio de Janeiro 452 229.895 7.693
Rio Grande do Norte 108 66.636 1.746
Rondônia 129 38.656 1.831
Roraima 70 4.298 336
Rio Grande do Sul 728 1.924.384 49.072
Santa Catarina 262 1.007.496 31.886
Sergipe 61 11.542 617
São Paulo 911 2.765.614 66.803
Tocantins 54 10.568 901
Total 6.652 9.016.527 298.182
Fonte: http://www.ocb.org.br/GERENCIADOR/ba/arquivos/numeros_do_cooperativismo_2010.pdf
No caso das cooperativas de crédito, sub-tema do presente trabalho, esse
número sofreu uma pequena variação, conforme se depreende da Tabela 4, contida
no Portal do Banco Central do Brasil, disponível na Rede Mundial de Computadores,
encontra-se o quantitativo de cooperativas distribuídas no Brasil, de acordo com a
Tabela 4, tendo por base o ano de 2011, passando de 1.064 instituições para 1.312:
22
Tabela 4. Número de Cooperativas de Crédito por Estado da Federação
Unidade da Federação / Região Coop
Alagoas AL 11
Bahia BA 49
Ceará CE 15
Maranhão MA 5
Paraíba PB 18
Pernambuco PE 21
Piauí PI 3
Rio Grande do Norte RN 9
Sergipe SE 3
Nordeste 134
Acre AC 5
Amapá AP 1
Amazonas AM 8
Pará PA 31
Rondônia RO 26
Roraima RR 1
Tocantins TO 4
Norte 76
Distrito Federal DF 19
Goiás GO 48
Mato Grosso MT 30
Mato Grosso do Sul MS 13
Centro-Oeste 110
Espírito Santo ES 33
Minas Gerais MG 213
Rio de Janeiro RJ 72
São Paulo SP 286
Sudeste 604
Paraná PR 133
Rio Grande do Sul RS 134
Santa Catarina SC 121
Sul 388
Totais 1.312
Fonte: Banco Central do Brasil. Unicad
23
Verifica-se, portanto, a importância das cooperativas para o cenário
econômico nacional. Hoje, há mais de 6.000 cooperativas em todo o País, com
quase 10 milhões de cooperados, distribuídos em vários ramos do cooperativismo:
agropecuário, de consumo, crédito, educacional, habitacional, transporte, mineral,
trabalho, turismo e lazer, produção, saúde, especiais e infra-estrutura (energia,
telecomunicação e serviços), atuando de forma positiva nas comunidades próximas
gerando trabalho, renda e promoção social, dando emprego para quase 300.000
(trezentos mil) cidadãos.
As cooperativas de crédito, em expansão, vêm conquistando mais espaço
no mercado financeiro, com um número de 1312 cooperativas, com cerca de 5
milhões de associados, empregando 56.178 (Cinquenta e seis mil cento e setenta e
oito) pessoas.
2.3 Legislação Aplicada Às Cooperativas De Crédito
As cooperativas de crédito passaram a ser equiparadas a Instituições
Financeiras a partir de 1964, quando foi criada a Lei 4.595 (BRASIL, 1964) que, no
capítulo IV, as caracteriza e as subordinam às instituições financeiras, na forma
prevista no parágrafo 1.º, do artigo 18, da referida norma legal:
§ 1º Além dos estabelecimentos bancários oficiais ou privados, das
sociedades de crédito, financiamento e investimentos, das caixas
econômicas e das cooperativas de crédito ou a seção de crédito das
cooperativas que a tenham, também se subordinam às disposições e
disciplina desta lei no que for aplicável, as bolsas de valores, companhias
de seguros e de capitalização, as sociedades que efetuam distribuição de
prêmios em imóveis, mercadorias ou dinheiro, mediante sorteio de títulos de
sua emissão ou por qualquer forma, e as pessoas físicas ou jurídicas que
exerçam, por conta própria ou de terceiros, atividade relacionada com a
compra e venda de ações e outros quaisquer títulos, realizando nos
mercados financeiros e de capitais operações ou serviços de natureza dos
executados pelas instituições financeiras.
A partir da criação da Lei n. º 4.595/64, houve uma alteração na forma
como essas sociedades eram fiscalizadas, anteriormente realizadas pelo Ministério
da Agricultura, passou a ser feita pelo Banco Central do Brasil, conforme disposição
contida em seu art. 55:
24
Art. 55. Ficam transferidas ao Banco Central da República do Brasil as
atribuições cometidas por lei ao Ministério da Agricultura, no que concerne à
autorização de funcionamento e fiscalização de cooperativas de crédito de
qualquer tipo, bem assim da seção de crédito das cooperativas que a
tenham.
Em 16 de dezembro de 1971, foi instituída uma lei específica para reger
as sociedades cooperativas, a Lei 5.764 (BRASIL, 1971) que define a política
nacional do cooperativismo. Em seu artigo nº 4 apresenta uma definição de
cooperativa e quais características a distinguem das demais sociedades:
Art. 4º As cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza
jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência, constituídas para
prestar serviços aos associados, distinguindo-se das demais sociedades
pelas seguintes características:
I - adesão voluntária, com número ilimitado de associados, salvo
impossibilidade técnica de prestação de serviços;
II - variabilidade do capital social representado por quotas-partes;
III - limitação do número de quotas-partes do capital para cada associado,
facultado, porém, o estabelecimento de critérios de proporcionalidade, se
assim for mais adequado para o cumprimento dos objetivos sociais;
IV - inacessibilidade das quotas-partes do capital a terceiros, estranhos à
sociedade;
V - singularidade de voto, podendo as cooperativas centrais, federações e
confederações de cooperativas, com exceção das que exerçam atividade de
crédito, optar pelo critério da proporcionalidade;
VI - quorum para o funcionamento e deliberação da Assembléia Geral
baseado no número de associados e não no capital;
VII - retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às
operações realizadas pelo associado, salvo deliberação em contrário da
Assembléia Geral;
VIII - indivisibilidade dos fundos de Reserva e de Assistência Técnica
Educacional e Social;
IX - neutralidade política e indiscriminação religiosa, racial e social;
X - prestação de assistência aos associados, e, quando previsto nos
estatutos, aos empregados da cooperativa;
XI - área de admissão de associados limitada às possibilidades de reunião,
controle, operações e prestação de serviços.
25
Alguns dispositivos das leis 4.595/64 e 5.764/71 foram revogados a partir
da implantação da Lei Complementar 130/2009 (BRASIL, 2009) que dispõe acerca
do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo, reforçando, em seu artigo 2º, todos os
instrumentos do mercado financeiro:
Art. 2º As cooperativas de crédito destinam-se, precipuamente, a prover, por
meio da mutualidade, a prestação de serviços financeiros a seus
associados, sendo-lhes assegurado o acesso aos instrumentos do mercado
financeiro.
Em 2010 ingressa no ordenamento jurídico nacional a Resolução n.º
3.859 do Banco Central do Brasil (BCB, 2010) que alterou e consolidou as normas
relativas à constituição e ao funcionamento de cooperativas de crédito.
No mesmo ano a Autarquia Federal emitiu a Circular n.º 3.502 (BCB,
2010), dispondo acerca dos procedimentos a serem observados pelas cooperativas
de crédito para instrução de processos referentes a pedidos de autorização e dá
outras providências. Sendo que, no ano passado, algumas disposições da circular
3.502/2010 foram alteradas pela Circular 3.611 (BCB, 2012), esta última
estabelecendo procedimentos relacionados com a instrução de processos de eleição
ou nomeação para exercício de cargos em órgãos estatutários ou contratuais das
instituições financeiras e das demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco
Central do Brasil.
As cooperativas de crédito passaram a ter embasamento legal, com leis
específicas voltadas para suas atividades, igualadas às instituições financeiras e a
partir daí, o cooperativismo, principalmente no ramo crédito, ganhou mais
credibilidade perante a sociedade.
2.4 Principais Representações do Cooperativismo no Brasil e no Mundo
2.4.1 Aliança Cooperativa Internacional – ACI
É vista como o órgão máximo do cooperativismo mundial, sua fundação
ocorreu em Londres, no ano de 1895, por Eduardo Boyve e Eduardo Vansittart
Neale, de acordo com o Portal do Cooperativismo de Crédito (online, 2013).
É uma entidade não governamental e atualmente é sediada em Genebra,
na Suíça, tendo como visão e missão, respectivamente:
26
Ser valorizada como a organização de referência que fornece uma voz
global eficaz e eficiente e um fórum para o conhecimento, experiência e
ação coordenada para e sobre as cooperativas; e
Reunir cooperativas em todo o mundo, guardião dos valores e princípios
cooperativos;
A Aliança Cooperativa Internacional - ACI estabelece a união entre as
cooperativas distribuídas mundialmente, representando e servindo as mesmas. No
ano em que a entidade comemorava cem anos, foi realizado pela Aliança
Cooperativa Internacional, o Congresso e Assembléia, em Manchester, onde foram
estabelecidos os 7 (sete) princípios cooperativistas que regem as cooperativas de
forma globalizada, são eles:
I. Adesão livre e voluntária: Como cooperativas são organizações
voluntárias, abertas de todas as pessoas aptas a usar seus serviços e dispostas a
aceitar como responsabilidades de sócio, sem discriminação de gênero, social,
racial, política ou religiosa.
II. Democrática de controle de membros: As cooperativas são organizações
democráticas, controladas pelos seus membros, que participam ativamente no
estabelecimento de suas políticas e na tomada de decisões. Homens e mulheres
que servem como representantes eleitos são responsáveis perante a sociedade. No
primário membros cooperativas têm igual direito de voto (um membro, um voto) e as
cooperativas de outros níveis também são organizadas de maneira democrática.
III. Membro participação econômica: Os membros contribuem
equitativamente e controlam democraticamente o capital das suas cooperativas.
Pelo menos parte desse capital é, normalmente, propriedade comum da cooperativa.
Os membros geralmente recebem uma compensação limitada, se houver, sobre o
capital subscrito como condição de sua adesão. Os membros destinam os
excedentes a um ou todos os seguintes propósitos: desenvolvimento das suas
cooperativas, eventualmente através da criação de reservas, parte das quais, pelo
menos, será indivisível; beneficiando membros na proporção das suas transações
com a cooperativa e apoio a outras atividades aprovado pelos membros.
IV. Autonomia e independência: As cooperativas são organizações de auto-
ajuda autônomas, controladas pelos seus membros. Se firmarem acordos com
outras organizações, incluindo instituições públicas, ou levantar capital de fontes
27
externas, o fazem em condições que assegurem o controle democrático pelos seus
membros e mantenham a autonomia da cooperativa.
V. Educação, formação e informação: As cooperativas promovem a
educação e a formação dos seus membros, representantes eleitos, administradores
e funcionários para que eles possam contribuir efetivamente para o desenvolvimento
de suas cooperativas. Eles deverão informar o público em geral - particularmente os
jovens e os líderes de opinião - sobre a natureza e os benefícios da cooperação.
VI. Cooperação entre cooperativas: As cooperativas atendem seus sócios
mais efetivamente e fortalecem o movimento cooperativo trabalhando juntas através
de estruturas locais, nacionais, regionais e internacionais.
VII. Preocupação com a comunidade: As cooperativas trabalham para o
desenvolvimento sustentado das suas comunidades através de políticas aprovadas
por seus membros.
Esses princípios são seguidos pelas cooperativas, devendo ser
obedecidos em seu Estatuto Social, haja vista que são regidos por legislação
específica, sendo fundamentais para o funcionamento destas instituições.
2.4.2 Conselho Mundial Das Cooperativas De Crédito
De acordo com as informações disponibilizadas no Portal do
Cooperativismo de Crédito (2013, online), O World Council of CreditUnions-
WOCCU, conhecido no Brasil como Conselho Mundial das Cooperativas de Crédito,
foi fundado em 1971, sediado em Madison, no estado de Wisconsin nos EUA.
Possui entre seus membros, várias outras entidades que representam as
cooperativas de crédito de âmbito nacional e internacional, com filiadas em
aproximadamente 97 países.
Apesar da grande quantidade de membros, o sistema WOCCU não
incorpora todas as cooperativas de créditos, existem outras entidades, sendo que,
por serem sistemas de pequeno porte não são freqüentes em estatísticas ligadas ao
cooperativismo de crédito. O WOCCU representa mundialmente as cooperativas de
crédito, apresenta modelos de estatutos, normas, a legislação pertinente a este
segmento de cooperativas, bem como modelos de autogestão e fomenta o
desenvolvimento das cooperativas. Também foi através do Conselho Mundial que foi
instituído o Dia Internacional do Cooperativismo de Crédito que é comemorado no
dia 20 de outubro.
28
2.4.3 Organização Das Cooperativas Brasileiras
A Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB, foi criada em 1969,
durante o IV Congresso Brasileiro de Cooperativismo, segundo informações no
Portal da instituição na Rede Mundial de Computadores. A entidade veio substituir 2
(duas) outras, a Associação Brasileira de Cooperativas (ABCOOP) e a União
Nacional das Cooperativas (UNASCO), por uma decisão das próprias cooperativas
houve a unificação de tais órgãos, criando então a Organização das Cooperativas
Brasileiras, sendo esta a maior representação do cooperativismo no país,
congregando todas as cooperativas, independente do ramo.
A OCB tem a missão de ser a representação do cooperativismo no Brasil,
respeitar as diferenças e promover a eficácia e eficiência tanto econômica como
social das sociedades cooperativas.
A sua visão é obter o reconhecimento como instituição de excelência,
promovendo o cooperativismo nacionalmente e a promoção econômica e social das
pessoas que fazem parte do cooperativismo.
Para compor a OCB foram criadas 27 (Vinte e sete) Organizações
Cooperativas Estaduais – OCEs, que registram, orientam e integram as
cooperativas, promovem treinamento e capacitação, além de defender os interesses
do movimento em seus estados.
2.4.4 SESCOOP
O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo – SESCOOP, foi
criado em 1998, pela Medida Provisória nº 1.715 (BRASIL, 1998), e suas reedições,
e regulamentado pelo Decreto nº 3.017/1999 (BRASIL, 1999).
Art. 7º Fica autorizada a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem do
Cooperativismo - SESCOOP, com personalidade jurídica de direito privado,
sem prejuízo da fiscalização da aplicação de seus recursos pelo Tribunal de
Contas da União, com o objetivo de organizar, administrar e executar em
todo o território nacional o ensino de formação profissional,
desenvolvimento e promoção social do trabalhador em cooperativa e dos
cooperados.
Parágrafo único. Para o desenvolvimento de suas atividades, o SESCOOP
contará com centros próprios ou atuará sob a forma de cooperação com
órgãos públicos ou privados.
29
O SESCOOP é presidido pelo Presidente da OCB, promovendo o
desenvolvimento do cooperativismo de forma integrada e sustentável, contribuindo
para competitividade e melhorando a qualidade de vida dos cooperados,
empregados e familiares, por meio da formação profissional, promoção social e
monitoramento das cooperativas (OCB, 2013, online).
2.4.5 Confederação Brasileira Das Cooperativas De Crédito
A CONFEBRAS, Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito,
de acordo com as informações do Portal do Cooperativismo de Crédito, na Rede
Mundial de Computadores, foi criada em 01 de novembro de 1986, substituindo a
FELEME, Federação Leste-Meridional de Cooperativas de Crédito. Atualmente é
sediada em Brasília – DF.
Para o desenvolvimento e disseminação das ideias do cooperativismo,
a CONFEBRAS desenvolve, em média, 8 (oito) projetos por ano, destinados a
propagação do cooperativismo através da educação, com o foco maior no
cooperativismo de crédito.
O objetivo da Confederação é de conscientizar pessoas e instituições
da importância do cooperativismo de crédito, difundindo a cultura cooperativista por
meio da educação, propondo-se a representar todas as cooperativas de crédito do
Brasil.
2.4.6 Confederação Nacional De Auditoria Cooperativa
A CNAC, Confederação Nacional de Auditoria Cooperativa, foi constituída
em 09 de agosto de 2007, foi criada a partir da Resolução 3.442/2007
Art. 23. As cooperativas de crédito, na contratação de serviços de auditoria
de demonstrações contábeis, devem certificar-se da observância da
regulamentação em vigor sobre auditoria independente, especialmente da
Resolução 3.198, de 27 de maio de 2004, e alterações posteriores, no que
não conflitar com esta resolução.
A CNAC é regulamentada pelo Código Civil, pela legislação que é
aplicada as empresas que realizam auditoria independente e pela lei 5764/71,
legislação relacionada às sociedades cooperativas.
30
2.4.7 Bancos Cooperativos S.A
Os bancos cooperativos são bancos comerciais com participação
exclusiva de cooperativas de créditos singulares, cooperativas centrais, federações
e confederações de cooperativas de crédito e deve ser constituído sob forma de
sociedade anônima de capital fechado. Atualmente no Brasil existem dois bancos
deste segmento em atividade, são eles: Bansicredi e Bancoob.
2.4.7.1 Bansicred S.A
Conforme informações disponíveis no portal da instituição, o Banco
Cooperativo Sicredi foi constituído em 16 de Outubro de 1995, após autorização do
Conselho Monetário Nacional, as cooperativas filiadas à Central do Sicredi-RS
constituíram o primeiro banco cooperativo brasileiro. Desse modo, o sistema passou
a operar com todos os produtos e serviços permitidos aos bancos convencionais.
Dentre as funções do Bansicredi estão: atuar como instrumento das
cooperativas de crédito para acessar o mercado financeiro, administrar em escala os
recursos das Cooperativas de Crédito que integram o sistema e desenvolver
produtos corporativos e políticas de comunicação.
2.4.7.2 Bancoob S.A
O Banco Cooperativo do Brasil S.A teve seu funcionamento autorizado
pelo Banco Central do Brasil em 1997, de acordo com informações em sua página
na Rede Mundial de Computadores, é um banco comercial privado especializado no
atendimento a cooperativas de crédito, cujo controle acionário pertence às entidades
filiadas ao Sicoob (Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil).
O contrato que as cooperativas de crédito firmam com o Bancoob, não
afeta a sua autonomia, responsabilidade e independência, os associados das
cooperativas de crédito são correntistas das respectivas cooperativas e não do
Bancoob, ou seja, as cooperativas de crédito do Sicoob utilizam os serviços
prestados pelo Bancoob, mas este banco não interfere nas questões jurídicas,
administrativas e políticas das cooperativas, nem nas obrigações das cooperativas
com seus associados.
Tal banco permite que as cooperativas utilizem serviço de compensação
de documentos, cartão de crédito, recebimento de faturas e outros papéis. Tem o
papel de tornar mais rentável a liquidez dos recursos dessas entidades e
31
proporcionar melhores taxas de remuneração às aplicações, impulsionando o
crescimento do setor.
2.5 Ferramentas de Gestão de Qualidade
O conceito da Gestão da Qualidade tem origem no Japão, tendo se
disseminado para os outros continentes a partir de nomes como Deming, Juran,
Crosby e Fegenbaum, cada um seguindo uma filosofia e alguns princípios.
Para Juran (1997), qualidade é o desempenho do produto que resulta em
satisfação do cliente, livre de deficiências. Ensinava que a base de uma gestão de
qualidade estava alicerçada sobre três pontos fundamentais: o planejamento da
qualidade, a melhoria de qualidade e o controle da qualidade. A partir de Juran
(1997, p. 93), a qualidade passa a ser definida como o “desempenho do produto que
resulta em satisfação do cliente”, ou seja, a qualidade deixa de ser algo apenas
estatístico (ausência de deficiências) e passa a englobar a satisfação do cliente e o
esforço para se evitar a “não satisfação” ocasionada por produtos defeituosos ou
que ficam aquém da expectativa do cliente.
O termo qualidade é oriundo do latim, qualitate, e está relacionada aos
serviços e/ou produtos de uma organização, pública ou privada, significando a
excelência desses, ou especificamente, é um instrumento de mensuração da
satisfação dos requisitos relativo ao conjunto de características inerentes a um bem,
produto ou serviço e é um dos assuntos que mais causa impacto nas organizações.
A gestão da qualidade é, tanto nos meios acadêmicos como empresariais,
um elemento de importância estratégica para a melhoria de competitividade e
produtividade de negócios, pois, além do objetivo de conquistar mercados,
melhorando sua eficácia no atendimento dos requisitos dos clientes, a gestão da
qualidade também tem por objetivo melhorar a eficiência do negócio, reduzindo os
desperdícios e os custos da não qualidade nas operações de produção, segundo
acepção de Carpinetti (2012). É um diferencial para qualquer organização.
Um dos princípios da Gestão da Qualidade Total está relacionado ao ato
de controlar o desempenho dos processos, por meio do estabelecimento de sistema
de coleta de dados e informações confiáveis, que constituam a base de
entendimento, decisões e ações na busca de melhoramento contínuo dos métodos
utilizados nos processos.
32
Dentre as ferramentas e técnicas mais utilizadas e que respondem às
perguntas básicas para um programa de gestão de qualidade total, destacam-se:
Brainstorm: em tradução literal significa “tempestade de ideia”, termo da
obra de Alex Osborn, em 1953. É uma técnica simples e prática que foi
criada com o objetivo de regular e incentivar a participação das pessoas
em reuniões ou trabalhos em grupo, onde o foco é obter ideias de forma
livre, sem críticas e em curto espaço de tempo.
Na concepção de Chiavenato (2006, p. 346), essa técnica tem por base
quatro princípios:
Quanto maior o número de ideia, maior a possibilidade de boas ideias;
quanto mais extravagante a ideia, melhor; quanto maior a participação de
pessoas, maiores as contribuições, qualidade, acerto e implementação; e
quanto menor o senso crítico e a censura íntima, mais criativas e
inovadoras serão as ideias.
Diagrama de afinidades: essa técnica tem como objetivo principal
conhecer o problema através da organização das ideias geradas por
brainstorm e é destinado a membros que trabalham juntos, que já
possuem afinidades
O Diagrama de Afinidades permite a um grupo a produção criativa de
ideias/questionamentos, e em seguida, a sua organização e solução.
Técnica do Grupo Nominal: essa técnica tem como objetivo principal
esclarecer o caráter, a forma e a dimensão ou extensão de problemas ao
agrupar ideias e opiniões, de acordo com suas similaridades em situações
onde não há a disponibilidade de dados estatísticos para a tomada de
decisões.
Esta abordagem caracteriza-se por reunir um grupo de 8 a 10 pessoas
numa mesa redonda (interação de grupo) com o intuito de gerar e discutir um
conjunto de ideias e opiniões formuladas criativamente acerca de um tema
específico. Geralmente, a primeira listagem que compreende um amplo escopo de
ideias é reduzida a um número mais limitado após discussão e argumentação de
cada membro do grupo.
33
Desta maneira, conhecendo as concordâncias e discordâncias de opinião
de cada membro consegue-se selecionar e priorizar todas as ideias utilizando uma
medida de pontuação adequada.
A técnica nominal de grupo ou "focus group" de acordo com Delbecq et al.
(1975) “deve ser utilizada nos casos onde se pretende identificar, analisar e avaliar
problemas, além de selecionar e priorizar todas as soluções possíveis”.
Diagramas de Dispersão: demonstrações gráficas que estabelecem
associação, se existir, entre dois dados, parâmetros ou dois fatores.
Esses diagramas apresentam a variabilidade entre esses dados quando
há uma alteração sofrida por uma das variáveis, ou o reflexo de uma
variável na outra.
Gráfico e Diagramas de fluxo de processo: metodologias utilizadas
basicamente na engenharia industrial, onde o registro de fatos detalhados
de um processo é realizado através do uso de cinco símbolos
padronizados que representam todos os diferentes tipos de ocorrências
ou eventos prováveis de ser encontrados.
Qualidade, hoje, é uma estratégia, em qualquer setor, e deve ser uma
ação orientada à dinâmica do mercado: os concorrentes com foco nas demandas e
necessidades do cliente. As cooperativas de crédito, em especial, devem manter um
padrão de qualidade alto, de forma que esses padrões sejam perceptíveis ao seu
publico alvo, verdadeiros, construam uma imagem de responsabilidade. Estão
envolvidas com dinheiro público. Devem gerar a satisfação do cliente (cooperado)
deixando claro que essa satisfação não se traduza somente quando do recebimento
de empréstimos ou benefícios, mas durante todo o tempo em que estiver envolvido
nas operações de mútuo.
3 METODOLOGIA
3.1 Ambiente de Pesquisa
O ambiente desse trabalho foi composto por pesquisas bibliográficas e
descritivas, onde foi realizada em internet, livros, revistas e pesquisa participante,
para a fase de revisão de literatura focada no tema cooperativas, com foco em
cooperativas de crédito, identificando as origens e conceitos do cooperativismo e o
seu comportamento no Brasil e no Mundo, estudando o quantitativo de cooperativas
de crédito existentes no cenário brasileiro, identificando as principais representações
desse segmento; mas, principalmente, analisando a dinâmica de brainstorm, na
gestão de qualidade, á luz da atuação da administração da Cooperativa de Crédito
Mútuo dos Policiais Federais e Servidores da União no Ceará, materializando-a em
Estudo de Caso para validar a utilização desse instrumento, no incentivo à
participação dos cooperados na solução dos problemas da pesquisada.
3.2 Classificação da Pesquisa
3.2.1 Quanto aos Objetivos
A pesquisa que constitui esse trabalho monográfico é de caráter
descritivo, objetivando definir os aspectos pertinentes as cooperativas de crédito,
suas origens, formas, conceitos e legislação aplicável a esse segmento, mas,
especificamente, verificando a incorporação da dinâmica brainstorming como
instrumento de validação da gestão de qualidade.
3.2.2 Quanto aos Procedimentos
O presente trabalho foi desenvolvido a partir de uma ampla pesquisa
bibliográfica fundamentada em autores consagrados que tratam do assunto,
revistas, jornais e sites que constituem a base do trabalho e na coleta de dados da
pesquisada, Cooperativa de Mútuo dos Policiais Federais e Servidores da União no
Ceará, no Portal Eletrônico da mesma, e por meio de entrevista realizada com o
Diretor Operacional Sr. Fernando César de Oliveira Mota, que respondeu perguntas
constantes no Apêndice A.
35
3.2.3 Quanto à Abordagem do Problema
Minayo (2003) admite que na pesquisa subjetiva, de opiniões ou atitudes
há uma maior preocupação com aprofundar-se na compreensão das ações e
relações humanas, não captáveis em equações, médias e estatísticas.
A Metodologia utilizada para a compreensão dos problemas é a análise
das causas, condições e freqüência de determinadas situações sociais, através de
observação controlada.
De acordo com esse propósito, portanto, a pesquisa monográfica que se
apresentará utilizará uma abordagem metodológica, numa perspectiva qualitativa,
adotando-se a pesquisa exploratória, envolvendo levantamento bibliográfico,
materializado em estudo de caso, que construam a compreensão do tema, visando
torná-lo explicito ou contribuir na construção das hipóteses.
4 COOPERATIVA DE CRÉDITO MUTUO DOS POLICIAIS FEDERAIS E
SERVIDORES DA UNIÃO NO CEARÁ (FERDERALCRED/CE)
O estudo que aqui se apresenta procurará evidenciar como a empresa
pesquisada utiliza as ferramentas de gestão para a promoção da qualidade dos
serviços prestados aos seus cooperados e ao final apresentar as suas
considerações.
4.1 Da Empresa Pesquisada
A Cooperativa de Crédito Mútuo dos Policiais Federais e Servidores da
União no Ceará – FEDERALCRED, de acordo com as informações contidas no
Portal da instituição na Rede Mundial de Computadores, foi constituída em 30 de
novembro de 1999, realizando-se a Assembléia Geral de Constituição com 50
(cinqüenta) fundadores, contando, atualmente, com 651 cooperados.
Sua criação deu-se em função da insatisfação de um grupo de servidores
da Polícia Federal em Fortaleza/Ce, com o atendimento das instituições financeiras,
em razão das altas taxas de juros oferecidas nas mais diversas operações de crédito
(empréstimos e demais serviços) e levando em conta experiências bem sucedidas
de cooperativas de crédito mútuo de policiais federais existentes em outros estados,
dentre os quais Brasília, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Goiás,
Alagoas e Paraíba.
O princípio de sua formação foi a instituição de uma comissão de
servidores para buscar informações junto a outras cooperativas, reunindo-se,
semanalmente e trabalhando no sentido de atingir as condições mínimas exigidas
pelo Banco Central para a constituição de cooperativa dessa natureza, com número
de sócios e capital mínimos exigidos, nos termos das exigências legais, à época, ou
seja, a cooperativa iniciou suas atividades após estarem com o mínimo de 50
associados, que integralizaram R$ 1.000,00 (Hum mil reais) cada, totalizando um
capital inicial de R$ 50.000,00 (Cinquenta mil reais), conforme exigência do Banco
Central do Brasil.
Para a formalização do processo de constituição da FEDERALCRED/CE,
a comissão organizadora teve total apoio dos diretores da Cooperativa de Crédito
Mútuo dos Policiais Federais em Alagoas – FEDERALCRED – AL.
37
Em 30 de abril de 2000, foram iniciadas as atividades da
FEDERALCRED/CE com a abertura de conta corrente, cheque especial, carteira de
empréstimos e aplicação, cuja autorização havia sido outorgada pelo Banco Central
do Brasil, em janeiro do mesmo exercício.
Pouco tempo depois, visualizando o potencial de crescimento da
instituição, que ultrapassava as fronteira da Policia Federal, decidiu-se estender tais
benefícios a um maior número de pessoas, com vínculo mais próximo de suas
atividades e incluiu-se no Projeto o segmento Policial Rodoviário Federal. Referida
inclusão teve o objetivo de ampliar o potencial de crescimento, visando alcançar
ganhos em maior escala e ampliar a quantidade dos serviços da cooperativa aos
filiados.
Decorridos 10 anos da sua constituição, a FEDERALCRED/CE
conseguiu, junto ao Banco Central do Brasil, a abertura do Estatuto Social para
abrangência de todos os Órgãos Federais com representação em nosso Estado.
Anualmente realiza Assembléia Geral Ordinária, onde apresenta aos seus
associados às demonstrações contábeis do exercício anterior, o parecer dos
auditores independentes e delibera sobre assuntos pertinentes ao bom
funcionamento e crescimento da instituição.
A FEDERALCRED/CE, com seus 13 anos de experiência tornou-se a
instituição financeira exclusiva para Servidores Públicos Federais e seus
dependentes no estado do Ceará.
4.1.1 Do objetivo social da FEDERALCRED/CE
A cooperativa destina-se ao provimento, por meio da mutualidade, a
prestação de serviços financeiros a seus associados, assegurando-lhes o acesso
aos instrumentos do mercado financeiro, tendo por objetivo principal:
Desenvolver programas de poupança, promover o uso adequado do
crédito e praticar todas as operações ativas, passivas e acessórias
próprias de cooperativas de crédito;
Proporcionar assistência financeira aos associados em suas atividades
específicas; e
Promover a formação educacional de seus associados e o fomento do
cooperativismo.
38
4.1.2 Do perfil dos associados
Servidores públicos federais e pessoas físicas que prestem serviços em
caráter não eventual, equiparados aos primeiros para os correspondentes
efeitos legais;
Empregados e pessoas físicas prestadores de serviços em caráter não
eventual às entidades a ela associadas e àquelas de cujo capital participe
direta ou indiretamente;
Aposentados que, quando em atividade, atendiam os critérios estatutários
de associação;
Pais, cônjuge ou companheiro, viúvo, filho, dependente legal e pensionista
de associado vivo ou falecido;
Pensionistas de falecidos que preenchiam as condições estatutárias de
associação; e
Conselheiros, diretores e colaboradores da FEDERALCRED Central.
Atualmente, de acordo com as demonstrações financeiras publicadas na
Internet, o sistema Federalcred Central conta hoje com 1 central, 7 singulares em 10
Estados, 15 pontos de atendimento e mais de 5.000 associados. Emprega
diretamente 123 colaboradores, movimenta ativos da ordem de R$ 49,6 Mi,
operações de crédito de R$ 36,8 Mi, depósitos de R$ 23,3 Mi e possui um
Patrimônio Líquido de R$ 22,9 Mi.
4.2 Dos Dados Coletados
Em se tratando de gestão de qualidade necessário é o conhecimento lato
da expressão gestão e, “no meu entendimento, significa gerenciamento e
administração com objetivo específico”, assim iniciou-se a entrevista com o Sr.
Fernando César de Oliveira Mota, Diretor Operacional da Cooperativa de Crédito
Mútuo dos Policiais Federais e Servidores da União no Ceará - FEDERALCRED/CE.
Com foco na gestão de qualidade, e exercendo o 3.º mandato na
Cooperativa pesquisada, o Sr. Fernando Mota assim define gestão de qualidade:
”Conjunto de regras e procedimentos de ordem gerencial e administrativa que tem
por objetivo orientar a organização na execução de seus atos de forma correta e em
tempo hábil”. E acrescenta:
39
Entendo que a finalidade maior da gestão é o crescimento da organização,
com satisfação para os seus cooperados, colaboradores e o público em
geral que faz uso dos serviços; e, sob essa ótica, a cooperativa procura
oferecer excelência na prestação de serviços e sempre procura atender as
necessidades daqueles que, de alguma forma, estão envolvidos no
processo.
De acordo com o entrevistado um exemplo da gestão de qualidade, ou da
qualidade da gestão da cooperativa, pode ser materializado com a atual substituição
do cartão múltiplo que em razão de problemas e reclamações, foi desenvolvido todo
um processo que minimizasse os aborrecimentos sofridos pelos cooperados, sem
desgastar, também, a imagem da Cooperativa de Crédito Mútuo dos Policiais
Federais e Servidores da União no Ceará que, por sua excelência, tem um nome a
zelar.
A visão dos cooperados com a administração da FEDERALCRED/CE tem
superado as expectativas, pois não tem chegado à direção da Entidade reclamações
nesse sentido, quer por meio de reclamações pessoais, quer da Central das
Cooperativas ou da Ouvidoria.
Para o cumprimento da governança a Federalcred (central) tem a sua
disposição o Manual de Auditoria Interna que, dentre outras atribuições, delega ao
Auditor Interno as seguintes incumbências:
O controle de qualidade dos serviços executados pela cooperativa, tendo
como fito evitar a incidência de erros que possam comprometer a imagem
da cooperativa, bem como a avaliação de cada serviço quanto à sua
rentabilidade e aos benefícios para os cooperados;
Avaliar a eficácia administrativa visando proporcionar uma visão geral de
desempenho da cooperativa, sob os aspectos de apresentação visual,
qualidade no atendimento prestado aos cooperados, a sua imagem
perante o mercado financeiro, disciplina geral e administração geral dos
recursos;
Avaliação dos controles internos da cooperativa garantindo a proteção e
salvaguarda do seu patrimônio, a qualidade da informação prestada;
promoção à adesão das políticas do sistema e a eficácia operacional; e
Verificar a qualidade da carteira de operações de crédito.
40
Em se tratando da normatização dos procedimentos, o entrevistado
informou que essa estratégia não representa, necessariamente, a certificação da
qualidade da Entidade (a singular), pois em se tratando de normas devem ser
sempre obedecidas, em função do norte que as mesmas oferecem como diretriz a
ser perseguida, mas que, dentro do possível procura solucionar problemas de ordem
administrativa e/ou financeira sem comprometer a qualidade da Entidade.
A cooperativa cotidianamente tem feito divulgação através de e-mail,
ligação direta por telefone, mala direta, página de site, avisos em quadro próprio,
etc., sobre os procedimentos normalmente utilizados nas diversas áreas de
operacionalização, a título de exemplo podendo-se citar:
convocação para assembleias;
recebimentos de boletos e outros papéis;
pagamentos;
transferências, etc.
A participação ativa dos associados, dentro do que propõe a autogestão,
é um ponto determinante para o sucesso das cooperativas. Tão importante quanto,
segundo Egewarth (2013, online):
É necessário sair do discurso para a prática. Podemos, por exemplo, prever
nas eleições das cooperativas a inscrição de, no mínimo, três candidatos
aos cargos de direção, prevendo sempre a participação de mulheres e
jovens. O fato de ter três pessoas abre a possibilidade para a discussão de
propostas. Outro mecanismo interessante, no sentindo de reforçar que os
cooperados devem trabalhar juntos para o crescimento da cooperativa, é o
compromisso público dos candidatos, de apoiar aquele que for eleito.
Acerca da capacitação dos cooperados o Sr. Fernando Mota, informou
que o Sistema OCB/Sescoop tem oportunizado diversos cursos voltados para a área
do crédito. A Área Administrativa e de RH têm sistematicamente oferecido aos
colaboradores essa possibilidade, com boa aceitação de matrícula, tanto para os
colaboradores, conselheiros e dirigentes.
O emprego das boas práticas de governança corporativa está entre os
princípios estratégicos da moderna administração organizacional do cooperativismo
de crédito. O processo faz parte de um investimento do sistema na
profissionalização e na capacitação de seus quadros.
41
Tendo como meta tornar-se referência no segmento de crédito
consignado, de acordo com Noaman Alencar, em reportagem concedida a Revista
Top Of Business (2010), a Federalcred tem novos objetivos, buscando a melhoria na
qualidade da sua gestão:
Após minuciosa análise do futuro mercado financeiro, que apontava
tendência para redução da taxa Selic, com a consequente redução dos
juros e do spread, no início de 2008, o Sistema Federalcred realizou um
planejamento estratégico e decidiu por uma correção radical dos rumos do
projeto original, que previa a constituição de uma cooperativa de crédito em
cada estado brasileiro. Como forma de reduzir custos para manter-se
competitivo e seguindo uma clara tendência de mercado global, decidiu-se
proceder a incorporações, de forma a ter apenas cinco grandes
cooperativas regionais e promover a instalação de postos de atendimento
cooperativos em todos os estados brasileiros. Os postos funcionam com
estrutura enxuta, mais leve e ágil, prestando um serviço de melhor
qualidade aos associados, com um custo significativamente menor. Nosso
objetivo é atingir o percentual de 10% (dez por cento) dos servidores
públicos federais até 2020.
A governança corporativa é proposta trazida pela Resolução n. º 3.859/10,
do Conselho Monetário Nacional (CMN, 2013), sugerindo um ambiente favorável
para o tratamento dos interesses dos dirigentes e cooperados, tendo com principal
viés o fortalecimento da atuação do Conselho de Administração como órgão
estratégico da cooperativa, com a missão principal de traçar, a partir das
expectativas dos associados, as orientações aos diretores executivos.
De acordo com Giusti (2013, online) “a governança valoriza a
transparência e favorece o processo de prestação de contas para as cooperativas”.
E acrescenta ainda que “Faz parte da evolução e do aperfeiçoamento administrativo
necessário para atuar num mercado cada vez mais competitivo”.
Para sedimentar a gestão de qualidade o Diretor Operacional
(entrevistado) entende que para se obter uma gestão de qualidade eficaz é
necessário atingir alguns benefícios como o aumento da satisfação e lealdade dos
cooperados, redução dos custos operacionais, aumento da eficiência, transferência
de conhecimentos dentro da organização, bem como o aumento da motivação no
seio dos colaboradores e acrescenta:
42
Dentro da cooperativa temos buscado cotidianamente garantir esses
benefícios, porém não é nada fácil, o nosso público advém do serviço
público federal que conduz uma carga grande de insatisfação e
desconfiança para com as instituições financeiras, onde buscam as
melhores taxas para seus investimentos e em sentido oposto querem as
menores taxas para a tomada de recursos. Buscamos oferecer taxas
altamente competitivas de forma real; adotamos transparência no trato
pessoal com os cooperados e colaboradores, procuramos incentivar e
motivar os colaboradores através de uma reposição financeira adequada e
realização de cursos com o apoio da Federalcred Central e do
Sescoop/OCB/CE.
Como estratégia de qualidade, o entrevistado respondeu acerca da
técnica de Brainstorming, relatando que não é utilizada efetivamente, mas dentro do
possível provoca reuniões segmentadas utilizando a estratégia retro mencionada,
conforme transcrito a seguir:
Acho essa técnica bem interessante e poderia ser empregada em diversas
áreas da estrutura da organização. Entendo que por sermos vinculados a
uma estrutura sistémica, para a sua aplicabilidade será necessário que a
Central das Cooperativas tenha a iniciativa de implementar. Apesar dessa
técnica ainda não ser utilizada pela organização, sempre que possível a
cooperativa provoca reuniões segmentadas onde procura obter ideias
favoráveis para bom desempenho de sua atividades.
Quanto as demonstrações contábeis da Cooperativa de Crédito Mútuo
dos Policiais Federais e Servidores da União no Ceará – FEDERALCRED/CE, o Sr.
Fernando Mota afirmou que as mesmas tem tido regularidade, certificadas por meio
de pareceres do Banco Central, são publicadas e, amplamente divulgadas, estando
à disposição do quadro de colaboradores e cooperados, com um porém: a maioria
dos que as procuram, para inteirar-se dos resultados, são os cooperados
investidores, mas a esses são dados toda a assistência necessária para a perfeita
compreensão dos números ali apresentados.
Por final, o Gestor da Cooperativa de Crédito Mútuo dos Policiais
Federais e Servidores da União no Ceará – FEDERALCRED/CE, nos informou dos
problemas que encontra para manter uma gestão de qualidade: requer
investimentos, capacitação, foco no cooperado, liderança, envolvimento de pessoas,
43
abordagem processo, envolvimento sistêmico, interesse numa melhoria contínua,
etc..
Apesar de todas as adversidades a que o gestor está exposto, a Direção
da Federalcred tem procurado satisfazer todos os princípios que norteiam a gestão
de qualidade, porque entende que esse é o caminho correto para avançarmos com
segurança no desenvolvimento da entidade.
Dentro da cooperativa tem buscado cotidianamente garantir os benefícios
a seus cooperados; porém não é nada fácil, o público alvo advém do serviço público
federal que conduz uma carga grande de insatisfação e desconfiança para com as
instituições financeiras, onde buscam as melhores taxas para seus investimentos e
em sentido oposto querem as menores taxas para a tomada de recursos.
Como gerência de qualidade a FEDERALCRED/CE busca oferecer taxas
altamente competitivas de forma real, adota transparência no trato pessoal com os
cooperados e colaboradores, procura incentivar e motivar os colaboradores por meio
de uma reposição financeira adequada e realização de cursos com o apoio da
Federalcred Central e do Sescoop/OCB/CE.
4.3 Da Análise Dos Dados Coletados
A análise dos dados aqui apresentados, por meio da entrevista realizada
com o Diretor Operacional da FEDERALCRED/CE, Fernando César de Oliveira
Mota, revelou uma administração proba e comprometida com os interesses de seus
cooperados, à partir da oferta de cursos de capacitação dos mesmos, à partir da
temática crédito, principal foco da cooperativa que desenvolve programas de
incentivo à poupança, à promoção do uso adequado do crédito e à prática de
operações no mercado financeiro, além da assistência financeira e promoção de
formação educacional e o fomento ao cooperativismo.
Dentre as estratégias de difusão da gestão de qualidade, observou-se,
ainda, uma incipiente inclinação da gestão financeira e patrimonial da entidade
pesquisada em promover à profusão de ideias entre os seus membros, buscando
ideias favoráveis para o seu bom desempenho, sendo o Brainstorm, salvo melhor
juízo, uma dinâmica que pode alavancar a potencialidade criativa do grupo em
estudo.
Por outro lado, verifica-se que a administração da FEDERALCRED/CE
está centrada em atender as normas que lhes são estipuladas pela legislação que
44
trata do tema, tendo tido a regularidade das suas prestações de contas pelo Banco
Central.
Essa regularidade, é importante frisar, dá validade à gestão de qualidade,
na medida em que torna transparente às instituições financeiras reguladoras de
crédito mútuo, que a entidade busca cumprir a legalidade.
Mas, a FEDERALCRED/CE, quer ir mais além: aumento na satisfação
dos cooperados, e sua lealdade, optimização dos custos operacionais, eficiência e
transferência de conhecimentos, essa que pode contribuir, ainda mais, para o
sucesso e a manutenção da competitividade da Cooperativa de Crédito Mútuo dos
Policiais Federais e Servidores da União no Ceará.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Gerir, mas sobretudo, gerir bem, é uma obrigação legal que deve ser
adotada por todos aqueles que administram o patrimônio, seu ou de outros; e, na
medida do possível, gerir com qualidade.
Qualidade, além de ser uma estratégia empresarial é uma diretriz que
muitos tem adotado ante a dinâmica mercadológica, de forte concorrência, dirigidas
às demandas e necessidades da clientela, do consumidor.
As cooperativas de crédito, particularmente, têm adotado a gestão de
qualidade objetivando minimizar riscos, e, em especial, para a satisfação dos seus
cooperados, na aquisição de bens e serviços, buscando diferenciar-se das demais,
na elevada competitividade do mercado de crédito, desenvolvendo mecanismos que
assegurem a sustentabilidade do negócio.
Dentro dessa temática, gestão de qualidade, a indagação a que se propôs
a busca de respostas, questionava quais as dinâmicas que validariam a gestão de
qualidade e, no caso, da Cooperativa de Crédito Mútuo dos Policiais Federais e
Servidores da União no Ceará, qual a dinâmica adotada para a gestão financeira e
econômica da entidade e seus normativos e acerca da transparência das contas da
FEDERALCRED/CE.
A conclusão a que se chegou foi a seguinte: a tempestade de ideias
(brainstorming) é um instrumento que pode alavancar potencialmente a criatividade
de um grupo, buscando alternativas para a solução dos problemas da entidade, em
qualquer segmento, é lógico.
Esse instrumento, ainda, é incipiente na FEDERALCRED/CE, pois em
entrevista direcionada ao seu diretor operacional, verificou-se que ocorre o incentivo
à participação dos cooperados em reuniões e discussões de trabalho, tornando a
administração mais eficiente e focada na satisfação dos que lhes buscam os
benefícios instituídos no seu Estatuto. As contas estão sendo publicadas e
disponibilizadas a todos os interessados, principalmente, aos seus cooperados.
Portanto, entendemos que os objetivos aqui foram alcançados e os
resultados confirmaram a hipótese contida na Introdução.
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APÊNDICE
APÊNDICE A – Perguntas efetuadas na entrevista com o Sr. Fernando César de
Oliveira Mota.
1. Dados pessoais: Nome / Cargo que ocupa / Quanto tempo / Exigências para o cargo.
2. O que acha da gestão de qualidade?
3. Quais os aspectos da gestão da cooperativa que dão qualidade aos serviços
prestados pela Federalcred Ceará?
4. Qual o olhar dos cooperados em relação à singular, será que as padronizações das
normas de auditoria e de encaminhamento das prestações de contas ao Banco
Central dão validade à qualidade?
5. A normatização dos procedimentos revela a qualidade da singular? E da central?
6. Os colaboradores estão sendo capacitados? De que forma?
7. Os cooperados podem interferir na forma como a cooperativa é gerida?
8. Os cooperados e colaboradores estão cientes dos procedimentos padronizados?
9. Que técnicas estão sendo aplicadas na singular para garantir uma gestão de
qualidade?
10. Como vê a técnica de Brainstorming, é utilizada na sua gestão?
11. As demonstrações contábeis encaminhadas têm recebido parecer de regularidade
pelo banco central?
12. Os associados tem acesso a essas demonstrações? Qual a importância de
apresentá-las?
13. Quais os problemas encontrados pelo Gestor para uma gestão de qualidade?