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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC
FACULDADE DE MEDICINA - CAMPUS SOBRAL – CEARÁ
MESTRADO ACADÊMICO EM SAÚDE DA FAMÍLIA
GUILHERME FREDERICO ABDUL NOUR
CARTILHA EDUCATIVA PARA PROMOÇÃO DO ENVOLVIMENTO
DO PAI NO PARTO E NASCIMENTO: CONSTRUÇÃO E
VALIDAÇÃO
SOBRAL - CEARÁ
2018
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GUILHERME FREDERICO ABDUL NOUR
CARTILHA EDUCATIVA PARA PROMOÇÃO DO ENVOLVIMENTO
DO PAI NO PARTO E NASCIMENTO: CONSTRUÇÃO E
VALIDAÇÃO
Dissertação de Mestrado submetida ao
Programa de Pós-Graduação em Saúde da
Família da Universidade Federal do Ceará,
como requisito parcial para obtenção do
título de Mestre em Saúde da Família.
Linha de Pesquisa: Gestão de Sistema e
Serviços da Saúde.
Orientadora: Prof.ª. Dra. Maria Adelane
Monteiro da Silva.
SOBRAL - CEARÁ
2018
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GUILHERME FREDERICO ABDUL NOUR
CARTILHA EDUCATIVA PARA PROMOÇÃO DO ENVOLVIMENTO
DO PAI NO PARTO E NASCIMENTO: CONSTRUÇÃO E
VALIDAÇÃO
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Saúde da
Família da Universidade Federal do Ceará,
campus Sobral, como requisito parcial para
obtenção do título de Mestre em Saúde da
Família. Área de Concentração: Gestão de
Sistema e Serviços da Saúde.
Aprovada em: 23/ 08 / 2018.
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Prof.ª. Dra. Maria Adelane Monteiro da Silva
Orientadora/Presidente: Universidade Federal do Ceará (UFC)
_____________________________________________
Prof.ª. Dra. Ana Kelve de Castro Damasceno
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Primeira Examinadora
____________________________________________
Prof.ª. Dra. Andréa Carvalho Araújo Moreira
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
Segunda Examinadora
4
Dedico à minha mãe Marta Silva, por todo empenho, esforço e
incentivo, durante minha vida acadêmica e profissional.
À minha esposa Rute e meu filho Guilherme, que se tornaram
alicerces para realização desse sonho.
5
AGRADECIMENTOS
A Deus, que sempre me guia, protege e ilumina, além de me privilegiar com
pessoas abençoadas e iluminadas ao meu redor;
À minha mãe, Marta Silva Magalhães, que sempre me apoia, orienta e vivencia
comigo todos os momentos, participando ativamente de minhas decisões que também foi
imprescindível para essa grande vitória;
À minha esposa, Rute Barbosa da Silva, pela confiança, incentivo,
companheirismo, amor e carinho, cúmplice em todos os momentos;
À minha orientadora, professora Dra. Maria Adelane Monteiro da Silva, pela
amizade conquistada, pelos ensinamentos apreendidos, pelo incentivo, pela compreensão,
pela responsabilidade, pela acessibilidade e pelas orientações constantes;
À Me. Érika Vanessa Serejo Costa, pela sua disponibilidade e por suas
contribuições que foram fundamentais para o aprimoramento do meu estudo;
Ao grupo de gestantes da UBS do bairro Padre Palhano, que tive a honra de
acompanhar e de conduzir, trazendo valiosas contribuições, principalmente na coleta de
dados que definiu o direcionamento da minha pesquisa;
À minha apoiadora Ana Jessyca Campos Sousa, pela parceria e pelo
companheirismo durante o desenvolvimento do estudo. Seu apoio foi fundamental desde as
coletas dos dados até a conclusão da cartilha;
Aos integrantes do grupo de estudos em Vulnerabilidade e Saúde (GEVS), o qual
contribuiu significativamente para o meu crescimento pessoal e acadêmico.
A todos os professores e funcionários do Mestrado Acadêmico em Saúde da
Família (MASF) da Universidade Federal do Ceará, principalmente o corpo docente, pelo
apoio, dedicação e pelos grandes ensinamentos, os quais nos guiarão para contribuirmos com
o crescimento e para a valorização profissional;
Às minhas colegas de trabalho do HRN e da MEAC, especialmente, Carla,
Cesarina, Tatiane, Camila, Laura e Mariana, as quais convivo e que acreditaram no meu
potencial;
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Aos colegas de curso, pelos momentos de discussão e de reflexão, os quais
proporcionaram a construção coletiva do conhecimento e de um espaço de convivência
agradável;
À Joanna Rocha, pelas contribuições técnicas de desenho e designer. Só tenho a
agradecer pelo compromisso, dedicação e competência;
Ao Edgar, pelas suas contribuições na análise estatística do meu estudo.
Agradeço pela sua prontidão e seu empenho para o aprimoramento da pesquisa;
Aos membros da banca, pela disponibilidade e pelas contribuições relevantes
para o aperfeiçoamento do estudo;
Aos enfermeiros experts que gentilmente aceitaram participar desta pesquisa
como juízes de validação de conteúdo e de aparência, os quais responderam com prontidão e
contribuíram com valiosas sugestões para o aprimoramento da cartilha educativa;
A todos que contribuíram direta ou indiretamente para a finalização desta
pesquisa, muito obrigado!
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“Para mudar o mundo, primeiro é preciso
mudar a forma de nascer”
Michel Odent
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RESUMO
O objetivo desse estudo foi construir e validar uma cartilha educativa para promoção do
envolvimento do pai no parto e no nascimento. Trata-se de um estudo metodológico de
natureza quantiqualitativa, onde foi construída e validada uma tecnologia educativa. Para o
percurso metodológico utilizou-se o referencial teórico de Echer (2005) na elaboração da
tecnologia e a Técnica Delphi do tipo Online Modificada para validação do conteúdo e da
aparência. A cartilha foi criada por meio de uma revisão integrativa nos seguintes bancos de
dados: Scielo (Scientific Electronic Library Online); Lilacs (Literatura Latino-Americana e
do Caribe em Ciências da Saúde); Medline (Medical Literature Analysis and Retrievel System
Online), BDENF (Base de dados de enfermagem) e Publicações do Ministério da Saúde, onde
52 publicações foram incluídas e analisadas. Desse modo, o conteúdo da tecnologia foi
desenvolvido em onze tópicos: Conheça a lei do acompanhante; Benefícios da participação
do pai; Preparando-se para o nascimento do filho; Trabalho de parto: métodos para controle
da dor; Envolvimento do pai no parto normal; Posições para o parto; Primeiro contato com o
recém-nascido; Envolvimento do pai na cesariana; Boas práticas no parto e no nascimento;
E depois do parto? e Estímulo do pai no aleitamento materno. Na etapa de validação,
ocorreram duas rodadas sucessivas de avaliações por juízes expertises criteriosamente
selecionados no banco de dados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq). A análise dos consensos e dissensos ocorreu por meio do cálculo do
Índice de Validade do Conteúdo (IVC). Na primeira rodada a cartilha foi avaliada por 42
experts através de um formulário on-line no google forms, onde em uma escala de likert e
caixas de diálogos puderam avaliar e sugerir modificações. Após acatar a maioria das
sugestões, foi elaborada a segunda versão da cartilha que foi reavaliada por 25 juízes
expertises obtendo consenso entre os especialistas quanto à adequação do material do ponto
de vista do conteúdo e da aparência, com IVC global (0,97). Quanto a confiabilidade do
instrumento de avaliação, calculou-se o Alfa de Cronbach de cada domínio / item e da
tecnologia na íntegra que pontuou (0,91), demonstrando homogeneidade nas avaliações,
sendo considerado um instrumento muito consistente e confiável. Espera-se que a tecnologia
intitulada “Presença de Pai: cartilha para o envolvimento do pai no parto e nascimento” seja
utilizada pelos enfermeiros, subsidiando às consultas de pré-natal e pelos pais, contribuindo
na preparação para o período parturitivo. Acredita-se que é importante divulgar as
informações contidas na cartilha para o público-alvo no período gravídico com intuito de
promover a participação paterna em eventos que compreende a gravidez, parto, nascimento
e puerpério. O estudo foi regido pela Resolução 466/12 de dezembro de 2012 do Conselho
Nacional de Saúde (CNS) que dispõem sobre as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos e submetido à Comissão Científica de Sobral e ao
Comitê de Ética em Pesquisas (CEP), obtendo o conceito aprovado sob o parecer Nº
2.454.504, CAAE: 79137417.8.0000.5053.
PALAVRAS-CHAVE: Paternidade; Pré-Natal; Trabalho de Parto; Parto; Enfermagem
Obstétrica; Validação; Tecnologia Educativa.
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ABSTRACT
The objective of this study was to construct and validate an educational booklet to promote
the father's involvement in childbirth and birth. It is a methodological study of quantitative
nature, where an educational technology was constructed and validated. For the
methodological path, the theoretical reference of Echer (2005) in the elaboration of the
technology and the Online Modified Delphi Technique was used for validation of the content
and the appearance. The booklet was created through an integrative review in the following
databases: Scielo (Scientific Electronic Library Online); Lilacs (Latin American and
Caribbean Literature in Health Sciences); Medline (Medical Literature Analysis and
Retrieval System Online), BDENF (Nursing Database) and Publications of the Ministry of
Health, where 52 publications were included and analyzed. In this way, the content of the
technology was developed in eleven topics: Know the law of the companion; Benefits of
parent participation; Preparing for the birth of the child; Labor: methods for pain control;
Involvement of the father in normal childbirth; Positions for childbirth; First contact with the
newborn; Involvement of the father in the cesarean section; Good practices in childbirth and
birth; And after the birth? and Stimulus of the father in breastfeeding. In the validation stage,
two successive rounds of evaluations by expert judges were carefully selected in the National
Council for Scientific and Technological Development (CNPq) database. The analysis of
consensuses and dissensions occurred by calculating the Content Validity Index (CVI). In the
first round the booklet was evaluated by 42 experts through an online form in google forms,
where in a likert scale and dialogue boxes could evaluate and suggest modifications. After
accepting most of the suggestions, the second version of the booklet was elaborated, which
was re-evaluated by 25 experienced judges, obtaining consensus among the experts regarding
the suitability of material from the point of view of content and appearance with global IVC
(0,97). Regarding the reliability of the evaluation instrument, the Cronbach's alpha was
calculated for each domain / item and the full technology that scored (0.91), demonstrating
homogeneity in the evaluations, being considered a very consistent and reliable instrument.
It is hoped that the technology titled "Presence of Father: a booklet for the involvement of
the father in childbirth and birth" will be used by nurses, subsidizing prenatal consultations
and by parents, helping to prepare for the parturition period. It is believed that it is important
to disclose the information contained in the booklet to the target audience during the
pregnancy period in order to promote parental participation in events that include pregnancy,
childbirth, birth and the puerperium. The study was governed by Resolution 466/12 of
December 2012 of the National Health Council (CNS), which provide for the Guidelines and
Norms Regulating research involving human subjects and submitted to the Scientific
Committee of Sobral and the Research Ethics Committee (CEP ), obtaining the concept
approved under opinion No. 2.454.504, CAAE: 79137417.8.0000.5053.
KEYWORDS: Paternity; Prenatal; Labor of Delivery; Childbirth; Obstetric Nursing;
Validation; Educational Technology.
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APS Atenção Primária à Saúde
BVS Biblioteca Virtual em Saúde
CEP Comitê de Ética em Pesquisas
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CNS Conselho Nacional de Saúde
CPN Centro de Parto Normal
CSF Centro de Saúde da Família
ESF Estratégia Saúde da Família
GEVS Grupo de Estudos Vulnerabilidade e Saúde
IVC Índice de Validade de Conteúdo
MASF Mestrado Acadêmico em Saúde da Família
MEAC Maternidade Escola Assis Chateaubriand
MS Ministério da Saúde
OMS Organização Mundial de Saúde
PACS Programa Agentes Comunitários de Saúde
PHPN Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento
PSF Programa Saúde da Família
SUS Sistema Único de Saúde
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFC Universidade Federal do Ceará
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Etapas seguidas no desenvolvimento da cartilha educativa...................................38
Figura 2: Diagrama da etapa metodológica para a construção da cartilha.............................39
Figura 3: Fluxograma da execução da técnica Delphi, para validação do instrumento..........43
Figura 4: Diagrama do processo de seleção de estudos nas bases de dados...........................50
Figura 5: Capa da cartilha “Presença de Pai” ........................................................................59
Figura 6: Diagramação representativa da cartilha educativa................................................61
Figura 7: Fluxograma do processo de validação da cartilha educativa...............................62
Figura 8: Páginas da cartilha pré e pós-validação pelos juízes...........................................73
Figura 9: Páginas da cartilha pré e pós-validação pelos juízes...........................................74
Figura 10: Páginas da cartilha pré e pós-validação pelos juízes.........................................75
Figura 11: Páginas da cartilha pré e pós-validação pelos juízes.........................................76
Figura 12: Páginas da incluídas após validação pelos juízes..............................................78
Figura 13: Páginas da cartilha pré e pós-validação pelos juízes.........................................79
Figura 14: Páginas da cartilha pré e pós-validação pelos juízes.........................................80
Figura 15: Páginas da cartilha pré e pós-validação pelos juízes.........................................81
Figura 16: Páginas da cartilha pré e pós-validação pelos juízes.........................................82
Figura 17: Páginas da cartilha pré e pós-validação pelos juízes.........................................83
Figura 18: Página incluída após 1ª etapa de validação pelos juízes....................................84
Figura 19: Páginas da cartilha pré e pós-validação pelos juízes..........................................85
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Distribuição dos aspectos relacionados a linguagem, ilustração, designer, layout
e adequação cultural, considerados para elaboração de materiais educativos.........................40
Quadro 2: Critérios de seleção de juízes expertises em Enfermagem...................................44
Quadro 3: Síntese das publicações incluídas no estudo.........................................................51
Quadro 4: Síntese das cartilhas incluídas no estudo..............................................................54
Quadro 5: Publicações consideradas para elaboração de conteúdos da
tecnologia..............................................................................................................................57
Quadro 6: Sugestões realizadas pelos juízes especialistas para validação da cartilha
“Presença de pai” ..................................................................................................................69
13
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Relação entre os valores de Alfa de Cronbach e o nível de confiança................47
Tabela 2: Distribuição das produções segundo ano, região, tipo de estudo e área da
pesquisa.................................................................................................................................55
.
Tabela 3: Caracterização dos Participantes da Pesquisa na 1º e 2º etapa...............................64
Tabela 4: Dados referente aos juízes docentes que participaram da pesquisa na 1º e 2º
etapa.......................................................................................................................................65
Tabela 5: Distribuição dos juízes expertises por área de abrangência...................................66
Tabela 6: Percentual de concordância/não concordância dos juízes especialistas em relação
ao conteúdo dos domínios na 1ª e 2º etapa Delphi..................................................................67
Tabela 7: Resultados do α de Cronbach e do IVC em cada domínio na 1ª e 2º etapa
Delphi....................................................................................................................................68
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................16
1.1 O encontro com o objeto do estudo.................................................................................16
1.2 Contextualização do Objeto............................................................................................17
1.3 Produção científica sobre o objeto e as lacunas de conhecimentos existentes................19
1.4 Justificativa e Relevância................................................................................................24
2 OBJETIVOS..................................................................................................................27
2.1 Objetivo Geral.................................................................................................................27
2.2 Objetivos Específicos......................................................................................................27
3 APORTE TEÓRICO........................................................................................................28
3.1 Resgate histórico da assistência ao parto..........................................................................28
3.2 Do tema da pesquisa aos documentos normativos do Ministério da Saúde.......................30
3.2.1 Política de Humanização do Parto e Nascimento...........................................................32
3.3 Tecnologias de preparação do casal para o parto............................................................34
4 PERCURSO METODOLÓGICO...................................................................................37
4.1 Tipo de Abordagem do estudo..........................................................................................37
4.2 Estudo metodológico.......................................................................................................38
4.2.1 Elaboração da tecnologia..............................................................................................38
4.2.2 Validação da Tecnologia...............................................................................................41
4.2.3 Seleção dos juízes expertises.........................................................................................43
4.2.4 Coleta de dados.............................................................................................................45
4.2.5 Análise dos dados quantitativos....................................................................................46
4.2.6 Análise dos dados qualitativos......................................................................................47
4.3 Aspectos éticos e legais da pesquisa.................................................................................48
5 CAMINHOS TRILHADOS NA ELABORAÇÃO DA TECNOLOGIA......................49
5.1 Revisão integrativa para a construção da tecnologia........................................................49
5.2 Construção da Cartilha Educativa....................................................................................56
5.3 Validação do conteúdo e da aparência da cartilha.............................................................62
15
5.4 Análise quantitativa e qualitativa dos dados da validação................................................66
6 CONCLUSÃO...................................................................................................................86
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................88
APÊNDICES......................................................................................................................102
Apêndice A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido enviado por e-mail aos juízes
expertises.............................................................................................................................103
Apêndice B - Instrumento de avaliação das publicações componentes da revisão
integrativa............................................................................................................................105
Apêndice C – Carta Convite enviada aos juízes expertises na 1ª etapa Delphi.....................107
Apêndice D – Formulário eletrônico da 1ª etapa de validação..............................................108
Apêndice E – Carta Convite enviada aos juízes expertises na 2ª etapa Delphi......................118
Apêndice F – Formulário eletrônico da 2ª etapa de validação..............................................119
ANEXOS............................................................................................................................128
Anexo A – Anuência da Comissão Científica de Sobral......................................................129
Anexo B - Parecer consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa - CEP.......................131
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1 INTRODUÇÃO
1.1 O encontro com o objeto da pesquisa
O contato inicial do pesquisador com atenção materno-infantil surgiu no início do
ano de 2009, ao ingressar no curso de graduação em enfermagem, quando a partir de vivências
práticas, de pesquisas e de projetos de extensão, foi possível a sua aproximação com a atenção
às gestantes. Enquanto acadêmico, houve oportunidade de presenciar consultas pré-natais em
diversos Centros de Saúde da Família (CSF), percebendo lacunas em relação às orientações
acerca da preparação das gestantes e de seus companheiros para o período do parto, quando se
faz necessária a construção desses conhecimentos de forma efetiva. Assim, essa realidade
permitiu constatar que esse público necessitava de intervenções motivadoras e criativas,
instigando a realização de futuras pesquisas.
Foi desenvolvido trabalho de conclusão de curso intitulado Mulheres com síndrome
hipertensiva específica da gravidez: evidências para o cuidado de enfermagem (NOUR et al.,
2015). No mesmo ano, quando concludente do curso de Especialização em Enfermagem
Obstétrica, produziu-se estudo sobre Estratégias e desafios na implantação de uma assistência
humanizada nos Centros de Parto Normal. Porém, o despreparo e o desconhecimento das
gestantes e de seu companheiro em relação ao parto ainda inquietavam o pesquisador.
O interesse pela temática também emergiu através da prática profissional como
enfermeiro obstetra em um Centro de Parto Normal (CPN) de referência da macrorregião de
Sobral, que permitiu visualizar fragilidades, no que diz respeito aos conhecimentos dos casais
sobre no período parturitivo, que, muitas vezes, pode influenciar no processo e na assistência
prestada. Essa realidade motivou construir uma cartilha educativa capaz de auxiliar os
profissionais pré-natalistas na orientação e na preparação dos pais para o momento do parto,
possibilitando amenizar os medos e os anseios observados durante o processo, bem como,
fomentar o diálogo entre profissionais e usuários do serviço.
Nos últimos anos, a experiência de atuar na assistência ao parto, permitiu o
reconhecimento da importância dessas orientações desde o pré-natal, tratando-se de um espaço
propício para a construção desses fundamentos, pois oportuniza maior vínculo com os
profissionais, gerando confiança e segurança ao casal. Também subsidia as trocas de
experiências com as atividades em grupo, favorecendo a aprendizagem significativa.
As inquietações advindas da vivência profissional, somadas à afinidade prévia
sobre a temática, constituíram pilares para a concretização da proposta de desenvolver uma
17
tecnologia para subsidiar na preparação dos pais para o momento do parto e nascimento,
utilizando diversas abordagens na Estratégia Saúde da Família (ESF). Outrossim, surgiu da
necessidade de pensar e propor novas tecnologias que fossem capazes de contribuir para a
promoção da humanização do parto, considerando a possibilidade de implantação de uma
tecnologia exequível na ESF e que favoreça a preparação dos pais de forma efetiva.
O ingresso no Mestrado Acadêmico em Saúde da Família, as vivências
proporcionadas no Grupo de Pesquisa e extensão em Vulnerabilidades e Saúde (GEVS), bem
como a aproximação com estudos metodológicos, asseguraram desenvolvimento de maturidade
e coerência, que contribuíram significativamente para o desenho do estudo, uma vez que
tenciona para reflexões sobre as fragilidades que surgem na prática profissional, viabilizando
assim, estratégias de enfrentamentos fundamentadas pelos métodos científicos, sendo factíveis
e inovadores, a fim de favorecer mudanças nas diferentes realidades.
Acredita-se que o conhecimento é um dos caminhos para os pais participarem com
efetividade e com autonomia do processo que perpassa todas as fases do ciclo gravídico e
puerperal, promovendo benefícios para a saúde do trinômio mãe-pai-filho.
1.2 Contextualização do objeto
Na história da Saúde Pública, a atenção materno-infantil tem sido considerada uma
questão prioritária, principalmente no que diz respeito aos cuidados à mulher durante a
gestação. A gravidez é considerada um evento fisiológico, porém não afasta a necessidade de
cuidados adequados, além disso, patologias prévias ou desenvolvidos no ciclo gravídico podem
caracterizar-se em situações de risco.
O período gestacional é uma fase importante na vida da mulher e de seus familiares.
É um momento de mudanças físicas, em um corpo que se transforma a cada dia e são
acompanhadas por alterações emocionais importantes, devendo ser minimizadas com um pré-
natal qualificado. O Ministério da Saúde (MS) estabelece que o intuito da atenção pré-natal é
acolher a mulher desde o início da gravidez, assegurando no fim da gestação, o nascimento de
uma criança saudável, com garantia do bem-estar materno e neonatal (SILVA, 2013; BRASIL,
2013).
O pré-natal na ESF pode ser compreendido como atendimento multidisciplinar que
objetiva a manutenção da integridade das condições de bem-estar fetal e cujos resultados devem
ser avaliados em longo prazo. Durante as consultas orienta-se o preparo físico psicológico para
18
o parto e nascimento e estimula-se a participação paterna nas consultas e no momento do parto
(MARTINS, 2014).
A experiência vivida por eles neste momento pode deixar marcas indeléveis,
positivas ou negativas, para o resto das suas vidas. Assistir o casal nesse preparo, realizando
orientações durante o pré-natal, utilizando diversas metodologias e abordagens, pode contribuir
na redução de intercorrências no momento ou posterior ao parto, pois o desconhecimento dos
envolvidos poderá influenciar condutas e intervenções desnecessárias, corroborando com as
altas taxas de cesarianas registradas atualmente.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza uma taxa de cesárea de até
15%, devendo ser a quantidade máxima em qualquer país do mundo (WHO, 2009). No entanto,
o Brasil apresenta taxas bem superiores ao preconizado, sendo inclusive considerado um dos
países em desenvolvimento com as maiores taxas de cesarianas. Entre os anos de 1999 a 2003,
tínhamos um índice que variava de 36,9% a 38,6%. A partir de então, esses números só vêm
crescendo no decorrer dos anos, chegando a 55,6% em 2015 e 57% em 2017. No serviço
suplementar esses números são ainda mais preocupantes, com mais 80% dos partos, em que
não há justificativas clínicas para um percentual tão elevado. Os números demonstram a
banalização e uma epidemia de cesáreas no país (BRASIL, 2015; BRASIL, 2017).
O parto é uma questão de saúde pública e a escolha da via mais adequada deverá
ser definida em cada caso de forma segura para a mãe e para o bebê. Contudo, a cesárea amplia
120 vezes a possibilidade de o neonato desenvolver a síndrome da angústia respiratória e triplica
o risco de mortalidade materna. As mães também ficam mais sujeitas a complicações como
maior perda de volume sanguíneo, incidentes anestésicos e infecções puerperais (BRASIL,
2015).
Esforços têm sido realizados com a implementação de políticas públicas e ações
governamentais no âmbito federal, estadual e municipal, para que ocorram mudanças na
assistência obstétrica, visando adoção de práticas baseadas em evidências científicas, o estímulo
das gestantes para adesão ao parto normal, bem como orientar os profissionais de saúde para o
incentivo dessa prática. Entre essas políticas destacam-se o Programa de Humanização do Pré-
Natal e Nascimento (PHPN/2000), o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna
(2004) e a Rede Cegonha instituída em (2011).
Dentre os propósitos das políticas citadas, ressalta-se o incentivo na escolha do
parto normal, melhoria da qualidade na assistência ao parto com a reestruturação e adequação
dos serviços, disponibilidade de recursos humanos, revisão de práticas relacionadas à
assistência, estímulo à participação do acompanhante, adequação da ambiência na maternidade
19
e a desmistificação do medo do parto normal, principalmente no aspecto da dor, por meio da
adoção das boas práticas do parto e do nascimento, garantindo o acesso aos métodos não
farmacológicos para o alívio da dor (massagem, banho de aspersão e/ou imersão com água
morna, bola suíça, balanço pélvico “cavalinho”, deambulação, agachamento, musicoterapia,
entre outros.). Permite-se a verticalização e a livre escolha da posição do parto pela mulher
(BRASIL, 2015; OLIVEIRA, 2015; BRASIL, 2011).
Também é importante a promoção da participação paterna no período parturitivo,
pois diversos estudos revelam que a presença do pai como acompanhante pode contribuir
positivamente no processo de parturição. O genitor é um ator importante, haja vista que a
ligação emocional entre ele e o filho é determinante na sua transição para a paternidade
(CARVALHO, 2015; PALINSKI, 2012; LONGWORTH, 2011; DRAPER, 2013). Essa
interação deve ocorrer de forma natural e estimulada pelos profissionais de saúde.
1.3 Produção científica sobre o tema da pesquisa e as lacunas de conhecimentos existente
Para melhor compreensão do tema, optou-se em realizar uma revisão bibliográfica
narrativa em diversas bases de dados, a fim de conhecer as produções científicas publicadas e
as lacunas de conhecimentos ainda existentes.
Partindo do pressuposto de Therrien e Therrien (2004), a fase da revisão
bibliográfica visou compreender melhor o estado da questão, cuja finalidade é permitir ao
pesquisador, a partir de uma revisão bibliográfica, identificar como está situado na ciência atual
ao seu alcance, seu objeto de investigação.
O processo de construção da produção científica sobre o tema, apresentado a seguir,
iniciou-se pela busca em bases de dados eletrônicas, utilizando diversas combinações de
descritores do assunto como “Paternidade”, “Cuidado Pré-Natal” “Enfermagem Obstétrica”,
“Salas de Parto”, “Trabalho de Parto”, “Parto”, “Pai” e “Tecnologia”, de forma controlada.
Foi utilizado o sítio eletrônico da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) durante o
período compreendido entre novembro a dezembro de 2017.
Os estudos foram filtrados e selecionados artigos completos e disponível no idioma
português, devido ao quantitativo de publicações identificadas, totalizando 233 produções. Em
nenhum dos cruzamentos obteve-se resultados idênticos. Os trabalhos não foram filtrados
conforme o ano de publicação, ou seja, foram consultados os títulos e/ou resumos de todas as
referências encontradas, de forma a permitir maior aproximação com os documentos
produzidos sobre o tema, no decorrer do tempo. Foram selecionadas 32 publicações que
20
abordavam conteúdos relativos à participação do pai no pré-natal, trabalho de parto, parto,
nascimento e uso de tecnologias no período gestacional e parturitivo.
A maioria dos estudos apontam para aspectos positivos com a participação paterna
no período gestacional e no processo parturitivo, destacando-se os citados a seguir:
(ZAMPIERI, 2010; LONGO, 2010; PERDOMINI, 2011; PALINSKI, 2012; LONGWORTH,
2011; DRAPER, 2013; ALVES et al, 2013; SILVA, 2013; CARVALHO, 2015; SANTOS,
2016). Como limitação percebeu-se que em algumas instituições esse envolvimento não é
encorajado ou até mesmo proibido. Foi identificado também que parte dos casais desconheciam
a lei do acompanhante, na qual garante a participação de um acompanhante de escolha da
mulher em todo o processo compreendido entre o pré-parto, parto e pós-parto imediato.
O envolvimento paterno no processo inerente ao ciclo gravídico e puerperal deve
ser encorajado e incentivado pelos profissionais e pelas instituições de saúde, pois promove
envolvimento afetivo com o bebê, proporciona maior bem-estar físico e emocional para a
mulher, sentindo-se acolhida, amparada e mais segura durante o processo parturitivo. Estudos
revelam também benefícios na evolução do trabalho de parto e parto, pois quando os pais
transmitem segurança para mulher, pode-se reduzir as complicações na gestação, no parto e no
puerpério (WHO, 2009; CARVALHO, 2015; SANTOS, 2016). Porém, frequentemente
observa-se, na prática profissional, ausência ou passividade da figura paterna durante esses
processos, necessitando de mais pesquisas sobre a temática e empenho dos profissionais para o
fortalecimento dessa prática.
Segundo as publicações que tratam da presença passiva paterna, essa postura está
relacionada à falta de preparo e conhecimento quanto ao processo parturitivo, impossibilidade
de se ausentar do trabalho, falha na comunicação entre o homem/casal e profissionais, bem
como o fato de acreditarem que não tem papel importante no nascimento do filho (ZAMPIERI,
2010; PALINSKI, 2012; CARVALHO, 2015).
Em estudo realizado no Rio de Janeiro em 2012, com pais que se envolveram no
processo de parturição de suas companheiras, foram relatadas sensações e emoções descritas
como: “momento bom”, “único”, “emocionante” e “inesquecível”. Porém, também
evidenciaram sentimentos contraditórios como: “insegurança”, “tensão”, “nervosismo” e
“medo do desconhecido”. Acredita-se ser motivado pela participação paterna ainda pouco
praticada, sendo interpretada como consequência da ausência de preparação e orientação para
compartilhar esse momento. Em estudo semelhante retrata que “alegria”, “irritabilidade” e
“explosão de lágrimas”, são vivenciados por pais e por mães, sendo uma demonstração de
ansiedade relacionada ao parto (SANTOS, 2016; PERDOMINI, 2011).
21
O envolvimento do companheiro na gestação, durante as consultas pré-natais e a
participação em atividades orientadoras relacionadas à preparação para o parto e puerpério,
poderia ajudá-lo na compreensão de seus sentimentos e no entendimento dos benefícios mútuos
entre mãe-pai-filho, proporcionando aspectos positivos para o processo.
Um estudo cearense discute a presença ativa do pai no processo de parturição, com
desenvolvimento de ações que geram estímulo e apoio à parceira, como o apoio emocional e o
conforto físico. O apoio emocional denota incentivo, provimento de força, emissão de palavras
de carinho, encorajamento e ações tranquilizadoras. Com relação ao conforto físico, algumas
atividades são desenvolvidas pelos pais, como abraços, fornecimento de hidratação, auxílio em
exercícios respiratórios, caminhadas, mudanças de posição, enxugar a fronte, segurar a mão da
parturiente, ou mantê-la aquecida, e a realização de algumas técnicas de massagens. O fato de
o companheiro estar presente no nascimento, também, representou uma forma de suporte ativo
associado a segurança, considerando que a sua presença seria capaz de garantir um melhor
atendimento para a parceira e recém-nascido, reforçando o seu papel de protetor (CARVALHO,
2015).
Dessa forma, apesar de se tratar de um evento próprio do corpo da mulher, o homem
como pai, também precisa participar em conjunto com as decisões tomadas e assumir suas
responsabilidades paternas. Portanto, o despreparo e o receio de enfrentar o desconhecido
figuram-se como entraves para um melhor desempenho da função do parceiro como
acompanhante ativo.
É importante ressaltar que nas instituições de saúde, muitas vezes percebe-se uma
série de posturas e de condutas das equipes, que podem limitar as ações dos pais ou afastá-los
do cenário parturitivo. Relatos de profissionais receosos e pouco receptivos à presença do
companheiro no parto, foram evidenciados (LONGWORTH, 2011).
O acompanhamento do parto pelo companheiro tem sido considerado uma
experiência positiva, e fatores como o fornecimento de informação sobre o andamento do
trabalho de parto e a presença de um profissional que apoie o casal são associados a tais
resultados. A participação ativa do pai durante o nascimento proporciona à parturiente
sentimentos relacionados à tranquilidade e à segurança, haja vista que o parto é um evento
estressor e pode ser amenizado mediante a presença de uma referência familiar. Neste sentido,
compartilhar esse momento com o companheiro, contando com sua parceria, contribui para
facilitar a evolução do trabalho de parto (DRAPER, 2013; PALINSKI, 2012; LONGO, 2010).
Assim, nota-se entre os artigos analisados o destaque dos benefícios trazidos à
parturiente devido à presença do companheiro. Torna-se primordial a presença física e
22
emocional do pai não só no nascimento do filho, mas previamente durante a gestação, a fim de
construir laço afetivo e consolidar a sua paternidade (DRAPER, 2013).
No Brasil, foi sancionada em 2005, a lei n° 11.108, que garante à mulher o direito
à presença de um acompanhante de sua escolha, no processo de parturição (BRASIL, 2005).
Porém, muitas mulheres e homens desconhecem esse direito, sendo um dos entraves para sua
efetivação.
Portanto, evidenciou-se a necessidade de desenvolvimento de iniciativas no intuito
de buscar a integração do parceiro neste cenário, enquanto um ser ativo e capaz de contribuir
positivamente nesse momento, levando em consideração que o envolvimento do homem deverá
ser permitido pela mulher. Esta interação deve ser realizada ao estimular a discussão entre
ambos para que a decisão seja tomada em comum acordo.
Acredita-se que a preparação prévia desenvolvida ao longo do pré-natal, seja capaz
de contribuir no desenvolvimento de pais mais seguros e mais integrados ao evento parturitivo,
já que estudos identificaram relação entre sentimentos contraditórios percebidos e o restrito
conhecimento dos genitores sobre o evento que gira em torno do parto.
Assim, os profissionais pré-natalistas devem estar preparados para o acolhimento e
a condução do pré-natal com a participação paterna durante todo processo. Ser capaz de realizar
orientações adequadas sobre o período gestacional e guiar na preparação para o parto. A
tecnologia proposta nesse estudo, tem como propósito colaborar com os profissionais nesse
desafio. Para Collares (2014) “Uma tecnologia da qual se possa lançar mão para inovar na
assistência encontrará sempre receptividade por parte dos profissionais, bem como ambiente
propício para sua aplicação na rede de atenção básica”.
Nas publicações, foram evidenciados alguns métodos que objetivam acompanhar e
preparar a mulher para o parto, com destaque para o método Read e o método psicoprofilático
de Lamaze, que são muito semelhantes. Ambos propõem o combate à dor pela educação da
gestante. Porém, nenhum artigo identificado propôs a inclusão paterna e sua participação em
todos os processos de orientação e de preparação, revelando assim o caráter inovador desse
estudo.
A utilização de cartilha nas abordagens individuais ou grupais é considerada uma
estratégia potente para contribuir com a preparação para o parto. A situação do grupo permite
compartilhar vivências que são comuns a todos, o que alivia a possível ansiedade e o medo. O
trabalho em grupo favorece que as pessoas façam uma reflexão sobre um tema e busquem
formas mais satisfatórias de lidar com as dificuldades em comum. Nos grupos de casais, pode
haver troca de informações e experiências, exercícios, terapias de relaxamento e meditação,
23
visando o autocontrole, segurança e a compreensão do processo de gestação e parto. O
profissional de saúde deve atuar como educador e promotor de saúde, interagindo com as
mulheres que constituem o foco principal do trabalho de aprendizagem, e também com os
companheiros e familiares (MALDONADO, 1997; OLIVEIRA, 2004; SILVA, 2013).
Nesse sentido, a importância dessas informações e a sua notável contribuição são
destacadas na literatura e as orientações prestadas pelo enfermeiro com auxílio de uma
tecnologia, podem amenizar os medos, reduzir ansiedade e facilitar os processos de gestação e
nascimento, em todas as oportunidades de contato com os casais durante as consultas pré-natais,
para que eles possam assumir-se como protagonistas nesses momentos tão importantes,
participando ativamente do processo ensino-aprendizado e não apenas atuar como ouvintes que
recebe informações (SILVA, 2009; ALVES et al, 2013).
Um estudo que utilizou abordagens grupais, investigou se a preparação para o parto
poderia contribuir na forma como é vivido o trabalho de parto e pós-parto. Os resultados
revelaram que a frequência na participação de programas de preparação para o parto diminui
os níveis de ansiedade e de depressão e promove o bem-estar no processo de maternidade. A
mesma frequência não interfere em níveis de estresse, percepção de saúde geral e percepção de
satisfação na vivência da maternidade. De modo que, os programas colaboraram para uma
experiência positiva para a maternidade (SANTOS, 2007).
O grupo de casais constitui-se um espaço de socialização, de aquisição de
conhecimentos e de construção de saberes, propiciando repensar sobre seus papéis e sobre a
importância deles próprios conduzirem e participarem ativamente do período gestacional e do
nascimento. Além disso, é uma atividade que propicia o crescimento pessoal, profissional e
dinamiza o ensino-aprendizagem e a prática interdisciplinar dos profissionais. Um processo
educativo desenvolvido em um grupo de “Casais Grávidos” foi considerado relevante, uma vez
que possibilitou a quebra de mitos, prepara para o parto, maternidade e paternidade, dá maior
segurança e autonomia ao casal, gerando mudanças de atitudes e de comportamentos; auxilia
na formação e estruturação da nova família; estimula o exercício dos direitos conquistados e a
luta por novos; estimula a inserção do acompanhante em todo o processo, contribuindo para
sedimentação desta prática nas instituições obstétricas e para a efetivação da lei do
acompanhante (ZAMPIERI, 2010).
Sugere-se então que não só as gestantes, mas também seus companheiros
participem de programas de intervenções com abordagens individuais e/ou grupais para
promoção da saúde do trinômio mãe-pai-filho. Isto requer esforços no sentido de sensibilizar e
24
de motivar os profissionais de saúde da atenção básica e fornecer-lhes instrumentos para o
trabalho com os pais, sendo aplicável para esse momento, a cartilha proposta nesse estudo.
Problemas evidenciados
• Limitado envolvimento paterno no período gestacional, trabalho de parto, parto e
nascimento; e desconhecimento dos pais em relação aos benefícios de sua participação.
• Necessidade de maiores estudos e estratégias que estimulem e fortaleça a participação
ativa do pai, em eventos compreendidos no ciclo gravídico e parturitivo de sua
companheira.
• Despreparo dos pais que acompanham o trabalho de parto e parto de suas parceiras,
gerando sentimentos contraditórios.
• Restrita divulgação e pouco conhecimento da lei do acompanhante, na qual garante
participação de um acompanhante no processo de parturição, respeitando a livre escolha
da mulher.
1.4 Justificativa e Relevância
O estudo justifica-se pela necessidade de construção e de validação de uma
tecnologia que viabilize uma melhor preparação desses pais desde o pré-natal até o processo
parturitivo, possibilitando maiores conhecimentos, para amenizar seus medos, anseios e
tensões, observados durante o evento e a necessidade de mais pesquisas em relação ao trinômio
mãe-pai-filho, promovendo o envolvimento paterno e contribuindo com melhorias na qualidade
da assistência. Pode-se destacar, também, a redução dos índices de complicações e
morbimortalidade materna e neonatal, pois quanto mais orientados, envolvidos e empoderados
dos processos, menores serão as chances de complicações, intervenções desnecessárias e
desfechos indesejáveis.
A OMS reconhece a necessidade do envolvimento masculino na saúde reprodutiva
e considera urgente a necessidade da tomada de medidas para reverter esse problema. Enfatiza
que os homens estão sendo marginalizados pelos serviços de saúde materna e têm acesso
limitado às informações. Na publicação do “Programming for Male Involvement in
Reproductive Health”, a OMS recomenda que os profissionais e as instituições de saúde tomem
25
medidas para facilitar o acesso do homem a conhecimentos fidedignos sobre saúde reprodutiva
de modo a promover a tomada de decisões. Destacou ainda que os eventos de gravidez e de
parto estão sendo tratados como domínio exclusivo feminino, havendo pouco envolvimento
paterno nesses aspectos. Recomenda-se a promoção da maternidade segura mediante a
participação dos pais, pois estes, possuem papel peculiar ao desempenhar sua função paterna,
não devendo ser visto como mais um elemento acessório, mas aliado a gestante, como um dos
protagonistas nos processos (OMS, 2002).
Com a utilização da tecnologia, os enfermeiros pré-natalistas estarão contribuindo
diretamente na melhoria da assistência pré-natal prestada, favorecendo o processo de
humanização do parto. Além disso, padronizará um instrumento exequível e efetivo a ser
utilizada pelos pais e enfermeiros em suas ações educativas no âmbito do pré-natal.
O estudo também poderá contribuir com a redução da mortalidade materna e
neonatal, pois ao orientar e estimular os casais para o parto, incentivando seu envolvimento e
empoderamento ao evento, pode-se minimizar a prática de intervenções desnecessárias, excesso
de medicalização e a banalização das cesáreas.
Em países desenvolvidos, onde as cesarianas são restritas, o índice de mortalidade
materna registra apenas 10 óbitos por 100.000 nascidos vivos, em comparação com países
menos desenvolvidos, chega a 1.000 mortes maternas por 100.000 nascidos vivos. No Brasil,
onde as taxas de cesáreas são altas, o MS estima que esse número chegue a 70 mortes maternas
a cada 100.000 nascidos vivos e, a despeito dos avanços que ocorreram no país na última
década, a razão de mortalidade materna encontrou-se estagnada ao redor desse número durante
esse período (BRASIL, 2012; SOUZA, 2013).
Então, fazem-se necessários estudos que objetivam ressignificar o processo
parturitivo, que muitas vezes é equivocadamente associado com o aumento dos índices de
mortalidade materna e neonatal, pois dentre as principais causas de morte materna, consta as
hemorragias e as infecções puerperais, mais frequentes em partos cirúrgicos.
Segundo o Ministério da Saúde, a atenção ao parto e ao nascimento é marcada pela
intensa medicalização, por intervenções desnecessárias e potencialmente iatrogênicas e pela
prática abusiva da cesariana. Ocorre ainda o isolamento da gestante de seus familiares, a falta
de privacidade e o desrespeito à sua autonomia. Tudo isso contribui para o aumento dos riscos
maternos e perinatais. Contudo, a mortalidade materna ainda continua sendo uma tragédia
global (BRASIL, 2012).
Dessa forma, a tecnologia possibilitará uma melhor preparação dos casais para o
processo, deixando-os mais conscientes e mais integrados ao evento, tencionando para a
26
redução das altas taxas de cesáreas registradas no Brasil, pois a vivência do autor revela que a
falta de empoderamento dos casais pode influenciar em partos intervencionistas ou mesmo no
aumento das indicações de cesarianas desnecessárias. Estudos que contribuam com a
minimização desses elevados índices tornam-se potentes, uma vez que, são apoiados pela OMS
e MS, além de “derrubar” o mito que a cesariana é mais segura e o parto normal um
procedimento de dor e sofrimento.
Conclui-se que o estudo irá contribuir diretamente para uma melhor qualidade do
pré-natal, favorecendo também a assistência nas maternidades, pois esse despreparo dos casais
pode influenciar na prática de determinadas condutas previamente desnecessárias na
assistência, propiciando um parto intervencionista e a realização de procedimentos sem
evidências científicas, colaborando com maiores riscos de complicações.
27
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
• Construir e validar uma cartilha educativa para a promoção do envolvimento do pai
no parto e nascimento.
2.2 Objetivos Específicos
• Construir uma cartilha educativa para promover o envolvimento do pai no parto e
no nascimento;
• Validar a tecnologia quanto ao conteúdo e a aparência por juízes expertises.
28
3 APORTE TEÓRICO
3.1 Resgate histórico da assistência ao parto
Com o passar das décadas, o modelo de assistência ao parto tem passado por
diversas transformações. Até o final do século XIX, o período parturitivo era vivenciado, quase
que exclusivamente, no domicílio da parturiente, assistida em sua maioria por parteiras leigas,
as quais não tinham conhecimentos científicos, porém eram detentoras de um saber que
asseguravam confiança em acompanhar os partos. Apenas nos casos em que as parteiras não
conseguiam resolver as intercorrências, o médico era acionado. A norma era salvar a vida da
mãe, por considerar mais importante que a do filho. Já existia a cesariana, porém era realizada
apenas em mulheres em óbito para retirar o feto, por não existir anestésicos, estes passaram a
ser utilizados só a partir de 1847 com o advento do clorofórmio. Porém ainda não se conhecia
a ação dos micro-organismos, que dificultou o controle das infecções (MOOT, 2002;
OLIVEIRA, 2015).
Dar à luz no hospital era uma situação conflitante, considerada apavorante e
realizada apenas em casos extremos, praticadas em sua maioria por mulheres que eram
marginalizadas da sociedade, como pessoas em situação de rua, escravas, indígenas, mulheres
da vida e mães solteiras. Os hospitais que recebiam essas gestantes eram mantidos pela caridade
religiosa denominadas Santas Casas. A estrutura era precária, as infecções e mortes eram
frequentes. Essas mulheres dividiam a mesma enfermaria com pessoas acometidas de diversas
doenças (MOOT, 2002).
Em meados do século XX, essa realidade passou por mudanças. Iniciou-se uma
campanha de valorização dos hospitais, aumentou o número de parteiras diplomadas que
acompanhavam as parturientes e muitos médicos também começaram a “realizar” partos.
Várias escolas médicas foram criadas nessa época. As maternidades de pouco a pouco foram
sendo promovidas e aconselhadas como locais seguros para a parturição. O parto começa a ser
visto como um evento médico e potencialmente perigoso, em que as intervenções eram cada
vez mais frequentes como a episiotomia e o uso do fórceps. A obstetrícia passava a dominar
novas técnicas que prometiam maiores chances de sobrevida para mãe-filho e menor sofrimento
para as mulheres. Vários procedimentos começaram a ser realizados como: exames de
laboratório; raios-X; medicações para alívio das dores e para acelerar o trabalho de parto; e
clorofórmio como anestésico para a realização de cesariana em mulheres vivas. Com a
descoberta dos micróbios patogênicos as técnicas cirúrgicas começaram a ficar mais seguras
29
devido as precauções higiênicas e a utilização de salas apropriadas e de instrumentos
esterilizados (MOOT, 2002; ANTUNES, 1991).
Apesar do discurso favorável às maternidades e do incentivo do governo na
assistência à saúde, durante os primeiros 30 anos do século, a internação das mulheres para
submeter-se ao parto normal era raramente desejada (CIRNE, 1934). Tinha-se uma espécie de
“horror à hospitalização”, pois as mulheres ainda estavam habituadas a ver o hospital como um
abrigo aos necessitados e aos marginalizados, sentindo-se humilhada e ofendida quando se
aconselhava sua internação nessas unidades de saúde.
Entre os anos de 1930 e 1940, houve um aumento considerável no número de
hospitais e de maternidades, públicos e privados. Em 1930 uma pesquisa que avaliou 18 mil
fichas de atendimento de gestantes em São Paulo, verificou-se que 85% dos partos tinham sido
acompanhados por curiosos, 10% por parteiras diplomadas e 5% por médicos em hospitais
(BRASIL, 1939). Evidenciando assim a resistência dessas mulheres em vivenciar o processo
parturitivo fora de seu domicílio e por profissionais devidamente preparados.
Em 1945 houve um aumento nos partos realizados em hospitais - 29,5% -, porém
ainda prevalecia o domicílio da gestante como principal cenário para vivenciar esse momento,
com 70,5%. A hospitalização do parto passa então a ser cada vez mais crescente, sendo um
ideal a ser atingido e um exemplo a ser seguido, passando a significar sinônimo de civilização.
Muitas parteiras diplomadas passaram a ser incorporadas como funcionárias nas maternidades
e atuar em conjunto com o médico. Na década de 90, o Brasil viveu o auge do processo de
cirurgias sendo eleito o país com maior taxa de cesárea do mundo. Esse novo modelo
assistencial foi marcado por alto grau de medicalização e pelo uso desenfreado de práticas
invasivas. O que desde os primórdios da humanidade era tido como um evento fisiológico,
passa a ser visto como algo patológico, tornando-se um procedimento técnico, impessoal e com
pouca afetividade (MANGANIELLO, 2012; MOOT, 2002; GOFFI, 1948).
Atualmente ocorre no Brasil cerca de 3 milhões de nascimentos, envolvendo quase
6 milhões de pessoas. Cerca de 98% desses partos ocorrem em estabelecimentos hospitalares.
O nascimento nesse ambiente se caracteriza pelo uso de várias tecnologias e de procedimentos
com o objetivo de torná-lo mais seguro para a mulher e para o seu bebê. O avanço da obstetrícia
contribuiu com a melhoria dos indicadores de morbidade e de mortalidade materna e perinatais,
porém permitiu a concretização de um modelo inadequado que considera a gravidez, o parto e
o nascimento como eventos patológicos e não como expressões de saúde, expondo as mulheres
e recém-nascidos a altas taxas de intervenções, que deveriam ser utilizadas de forma cautelosa
e apenas em situações de necessidade, e não rotineiras (BRASIL, 2017).
30
Esse excesso de intervenções deixou de considerar os aspectos emocionais,
humanos, culturais e espirituais envolvidos no processo, esquecendo que a assistência ao
nascimento se reveste de um caráter particular que vai além do processo de parir e de nascer.
Quando as mulheres procuram ajuda, além da preocupação sobre a sua saúde e a do seu bebê,
estão também em busca de uma compreensão mais ampla e mais abrangente da sua situação,
pois para elas e suas famílias o momento da gravidez e do parto, em particular, é único na vida
e carregado de fortes emoções (BRASIL, 2017).
Através de pressões da sociedade e dos usuários dos serviços de saúde,
principalmente nos países mais desenvolvidos, assim como o surgimento de novas evidências
científicas, a prática obstétrica tem alcançado mudanças significativas nos últimos 20 anos, com
uma maior ênfase na promoção e resgate das características naturais e fisiológicas do parto e
do nascimento. Com isso, vários procedimentos hospitalares rotineiros têm sido questionados
pela carência de evidências científicas que os justifiquem, a existência de evidências que os
contraindiquem e por trazerem desconforto à mulher.
Também os ambientes, onde o nascimento ocorre, têm sofrido modificações,
tornando-se mais adequados, aconchegantes, privativos e com rotinas mais flexíveis,
permitindo que a mulher e sua família possam participar e expressar livremente suas
expectativas e preferências. Surgem, como opção, modalidades de assistência em ambientes
não hospitalares, como o parto domiciliar e em centros de partos dentro ou fora dos hospitais,
mesmo havendo resistência por parte de alguns profissionais. Questiona-se também o
predomínio do profissional médico na assistência, com o fortalecimento da enfermagem
obstétrica como atores importantes no processo assistencial (BRASIL, 2017; OMS, 2000).
Por isso, torna-se imprescindível a qualificação da atenção aos casais, a fim de
garantir que a decisão pela via de parto considere os ganhos em saúde e seus possíveis riscos,
de forma claramente informada e compartilhada entre o casal e a equipe de saúde que a atende.
3.2 Do tema da pesquisa aos documentos normativos do Ministério da Saúde
Nas últimas décadas, o Brasil vem avançando consideravelmente nas ações de
atenção ao pré-natal, parto e puerpério. Fruto de uma série de esforços e iniciativas do governo,
com a implementação de políticas e da sociedade. Porém, a redução da morbimortalidade
materna e neonatal permanece um desafio para o País (BRASIL, 2012).
Em 1991 foi implantado o Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS), que
muito contribuiu com esse desafio, pois visava a cobertura dos serviços de saúde às populações
31
vulneráveis. Assim, os PACS, e posteriormente o Programa Saúde da Família (PSF) e a atual
ESF, tiveram atribuição importante na promoção da saúde materno-infantil.
O Ministério da Saúde vem propondo políticas de atenção integral à saúde da
mulher e da criança, que assumem compromissos com a garantia dos direitos de cidadania,
sexuais e reprodutivos. No ano 2000, foi lançado o Programa de Humanização no Pré-Natal e
Nascimento (PHPN) instituído pelo MS que teve como escopo, assegurar a melhoria do acesso,
da cobertura e da qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto e puerpério
às gestantes e ao recém-nascido, na perspectiva dos direitos de cidadania e no resgate da atenção
obstétrica integrada, qualificada e humanizada, com o envolvimento de forma articulada dos
estados, municípios e das unidades de saúde nestas ações (BRASIL, 2000).
Dentre os propósitos do PHPN, destacam-se a concentração de esforços para
alcançar a redução das altas taxas de morbimortalidade materna e perinatal; e a qualificação do
acompanhamento pré-natal e assistência ao parto. Percebe-se desde então empenhos no sentido
de fortalecer e estimular a adesão ao parto normal, bem como a orientação e qualificação dos
profissionais para essa prática, evidenciados pela implantação do projeto de capacitação das
parteiras tradicionais e o financiamento de cursos de especializações em enfermagem obstétrica,
realizados no período.
Complementando o PHPN, em 2004, foi lançado pelo MS, o Pacto Nacional pela
Redução da Mortalidade Materna e Infantil, no intuito de reduzir as altas taxas de mortalidade,
apontando recomendações, a partir da discussão destes importantes indicadores, da situação
atual e de estratégias propostas para dar início a discussão com as diferentes instituições e
setores sociais imprescindíveis a reversão deste quadro. Dentre as estratégias discutidas no
Pacto destaca-se a redução dos elevados índices de cesarianas, devido ser um procedimento
que, ao ser realizado sem indicação precisa, pode resultar em uma mortalidade materna maior
do que a observada no parto vaginal. A cesariana implica no dobro da permanência no hospital,
e pode gerar transtornos respiratórios neonatais e prematuridade (BRASIL, 2004).
Contudo, embora tenha melhorado o acesso ao pré-natal e alcançados progressos
na atenção materno-infantil, a qualidade desse cuidado ainda não é satisfatória. Em muitos
lugares a mulher ainda peregrina por vários serviços para encontrar uma vaga no momento do
parto (BRASIL, 2017). Por outro lado, o modelo de atenção nos serviços não utiliza toda a
tecnologia apropriada e recomendada para a assistência segura e humanizada ao parto e
nascimento.
Nesse contexto que em março de 2011, o MS instituiu, no âmbito do SUS, a Rede
Cegonha que consiste numa rede de cuidados que visa assegurar à mulher uma atenção
32
humanizada e qualificada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como à criança o direito ao
nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis. Tem atuação integrada com
as demais iniciativas para a saúde da mulher no SUS e prevê ainda a qualificação dos
profissionais de saúde responsáveis pelo atendimento às mulheres durante esse período, com
melhoria no pré-natal. Além disso, o programa exige que as boas práticas de atenção ao parto
e nascimento sejam instituídas (BRASIL, 2011).
São objetivos da Rede Cegonha: 1. Promover a implementação de um novo modelo
de atenção ao parto e nascimento; 2. Organizar a rede de atenção à saúde da mulher e da criança
que garanta acesso, acolhimento e resolutividade; e 3. Reduzir a mortalidade materna e infantil,
principalmente em seu componente perinatal (BRASIL, 2013).
A Rede Cegonha é estruturada em quatro componentes: pré-natal; parto e
nascimento; e o puerpério e a atenção integral à saúde da criança. Na dimensão do parto e
nascimento, apesar de ser considerado um evento fisiológico na maioria dos casos, grande parte
dos nascimentos são através de cirurgia. E na atenção ao parto normal, muitas vezes, são
repletas de práticas não recomendadas pelas evidências científicas, colocando em risco o bem-
estar materno e fetal.
Essa política prioriza ações para mudança desse modelo, ao resgatar para o parto a
vivência íntima e pessoal de cada mulher, dentro de uma ambiência adequada para a boa
evolução do nascimento do bebê, com a inclusão da presença de um acompanhante de livre
escolha da mulher e a adoção de boas práticas de atenção centradas no bem-estar da mulher, da
criança, do pai e da família, associada às ações de melhoria da eficiência gestora do SUS.
(BRASIL, 2011; BRASIL, 2013).
Desse modo, como recomendado pela Rede Cegonha, quanto a presença do
acompanhante, pretende-se com esse estudo, estimular e fortalecer a presença paterna no
trabalho de parto, parto e nascimento, com o propósito de contribuir para o bem-estar materno
e fetal, tencionando no desafio da redução das altas taxas de cesáreas e concomitantemente a
redução da mortalidade materna e neonatal.
3.2.1 Política de Humanização do Parto e Nascimento
A Organização Mundial de Saúde conceitua parto normal como aquele que ocorre
de início espontâneo e de baixo risco no início do trabalho de parto, permanecendo assim
durante todo o processo até o nascimento. Além disso o bebê nasce espontaneamente em
posição cefálica, entre 37 a 42 semanas de gestação, e após o nascimento, mães e filhos ficam
33
em boas condições (OMS, 1996). Já a humanização do parto pode ser caracterizada pelo
protagonismo da gestante/casal, pela abordagem transdisciplinar e pelas práticas baseadas em
evidências científicas.
O conceito de atenção humanizada é amplo e pode contemplar diversos
significados, a partir de sua aplicação ao contexto da assistência obstétrica e neonatal, inicia-se
no acolhimento do casal durante o pré-natal e procura garantir que a equipe de saúde realize
boas práticas, baseadas em evidências científicas eficaz e segura, para evitar intervenções
desnecessárias e preservar a privacidade e a autonomia de todos os envolvidos. A humanização
implica compromisso com a ambiência. Entende o espaço físico como ambiente social,
profissional e de relações interpessoais que proporcione atenção acolhedora, humana e
resolutiva, com a melhoria das condições de trabalho e de atendimento.
Humanização privilegia o bem-estar da mulher, do homem e do bebê ao considerar
os processos fisiológicos, psicológicos e o contexto sociocultural, caracterizado pelo
acompanhamento contínuo de gestação e parturição. Nessa concepção, o parto é favorecido em
centros de parto normal, casas de parto e hospitais. A presença do acompanhante é incentivada
e a mulher tem maior liberdade para escolher o modo e a posição que lhe é mais confortável
para ter seu filho. Nessa dimensão é fundamental a inserção do enfermeiro obstetra, para o
acompanhamento durante a gestação, trabalho de parto, parto e após o nascimento e, ainda, pela
detecção precoce de complicações com encaminhamento para unidade de saúde de acordo com
o nível de referência.
É importante reafirmar que a gravidez e o parto são eventos biopsicossociais e
espirituais, que integram normalmente a vivência sexual e reprodutiva de homens e de
mulheres. Este é um processo singular, uma experiência especial no universo da mulher e de
seu parceiro, que envolve também a família e a comunidade. A gestação, o parto e o pós-parto
constituem uma experiência humana das mais significativas, com forte potencial positivo e
enriquecedor para todos que dela participam (BRASIL, 2014).
Os profissionais de saúde são coadjuvantes dessa experiência e desempenham
importante papel, com objetivo de acompanhar o processo, entendendo o evento e seus aspectos
fisiológicos. Têm a oportunidade de colocar seu conhecimento a serviço do bem-estar da mulher
e do bebê, ao reconhecer os momentos passivos de intervenção, para assegurar a saúde de
ambos. Assim, torna-se possível otimizar recursos; minimizar os medos, os desconfortos e a
dor; prover suporte; esclarecer; orientar; enfim, auxiliar e assistir o casal durante o trabalho de
parto e o bebê ao nascimento. Esses profissionais devem ter consciência da responsabilidade
34
em um processo de múltiplos nascimentos: o nascimento de um bebê, uma mãe, um pai e uma
nova família (BRASIL, 2017).
Em 1996, a Organização Mundial da Saúde desenvolveu uma classificação das práticas
comuns na condução do parto normal, orientando para o que deve e o que não deve ser feito no
processo do parto. Esta classificação foi baseada em evidências científicas concluídas através
de pesquisas feitas no mundo todo. Já recentemente em 2017, o MS publicou as diretrizes
nacionais de assistência ao parto normal, no intuito de qualificar o modo de nascer no Brasil.
Os profissionais devem sempre tê-las em mente e considerar a prática destas, para efetivação
de uma assistência humanizada (OMS, 1996; BRASIL, 2017).
3.3 Tecnologias de preparação do casal para o parto
Ao refletir sobre o uso de tecnologias na perspectiva do cuidar, verifica-se o quão
importante é a capacidade humana em buscar inovações capazes de modificar seu cotidiano
visando uma melhor qualidade de vida e uma maior realização profissional. A tecnologia em
saúde pode ser definida como um fenômeno complexo que nos leva a reflexões cotidianas
referentes às experiências de cuidado ao cliente que dela depende (SOUSA, 2011; SILVA,
FERREIRA, 2013).
Na enfermagem, a tecnologia pode ser definida como um conjunto de
conhecimentos científico sistematizados, em constante processo de inovação, os quais são
aplicados pelo profissional de enfermagem em seu processo de trabalho, para o alcance de um
objetivo específico. São instrumentais que constituem os saberes de enfermagem utilizados
pelos profissionais no desenvolvimento cotidiano de suas práxis (NIETSCHE, 2000;
KOERICH et al., 2006; OLIVEIRA et al., 2014). Também pode contribuir para melhorar o
cotidiano do enfermeiro, disponibilizando informações e potencializando a aquisição de
conhecimentos, na educação permanente deste profissional.
Especificamente na enfermagem obstétrica, as tecnologias de cuidado de
enfermagem são definidas como o conjunto de técnicas, procedimentos e conhecimentos
utilizados pelo enfermeiro durante sua relação de cuidado profissional, que, por sua
concepção ecológica, compreende o parto como um processo fisiológico, respeitando-se o
aspecto natural e a integridade corporal e psíquica das mulheres (AZEVEDO, 2008;
OLIVEIRA et al., 2014).
35
O uso de tecnologias durante o pré-natal por enfermeiros, pode contribuir para uma
melhor preparação e orientação dos casais no período gestacional e parturitivo, favorecendo
para o empoderamento dos envolvidos.
As tecnologias de cuidado proporcionadas à mulher em trabalho de parto e parto
são determinantes para a mulher adquirir uma visão positiva acerca do parto e do nascimento.
Nesse contexto, merece destaque a figura paterna, uma pessoa de confiança, escolhida pela
parturiente, destinada à prestação de suporte à mulher durante o processo de parturição.
Ressalta-se a importância de todas as tecnologias para o trabalho em saúde, no
âmbito da Estratégia Saúde da Família, percebe-se uma predominância quanto ao uso de
tecnologias leves e leve-duras. As tecnologias são denominadas leves quando se fala de
relações, acolhimento, gestão de serviços; leve-duras quando se refere aos saberes bem
estruturados, como o processo de enfermagem; e duras quando envolvem equipamentos
tecnológicos do tipo máquinas (MERHY, 2002). Nesse sentido, as tecnologias de cuidado
podem ser consideradas leve-duras, pois envolvem a utilização de conhecimento científico
para a concretização do cuidado.
Algumas tecnologias educativas têm sido desenvolvidas para instruir gestantes e
acompanhantes para uma participação ativa no trabalho de parto. Reberte (2008), construiu
e validou a cartilha “Celebrando a vida” para a promoção da saúde das gestantes. Nesta
cartilha, são abordadas questões como: mudanças anatômicas na gravidez; desenvolvimento
do bebê; trabalho de parto e parto; amamentação; cuidados com o corpo e com o recém-
nascido. O conteúdo da cartilha foi selecionado a partir das demandas dos participantes de
um grupo de gestantes e foi elaborado por meio de revisão de literatura em bases científicas.
A cartilha mostrou-se efetiva para seu objetivo, promovendo a instrução das gestantes e
esclarecimento de dúvidas.
Outro instrumento, criado por Liana Teles (2011), foi a construção e validação de
um manual para acompanhantes durante o trabalho de parto e parto, em que são abordados
temáticas como: lei do acompanhante, conhecendo o corpo da mulher, alguns dias antes do
parto, a hora do parto está chegando, entendendo o trabalho de parto, na hora do parto, alívio
da dor do parto, entre outras. Acredita-se que a tecnologia criada possa contribuir para a
preparação dos acompanhantes que pretendem presenciar o parto, viabilizando uma atenção
integral e humanizada à parturiente, além de incentivar a participação ativa do acompanhante
durante o parto.
Estudos recentes recomendam o desenvolvimento de outras tecnologias
educativas (vídeos, panfletos, álbum seriado, hipermídia, manuais, cartilhas, guias, etc.) que
36
objetivem a divulgação de informações para aqueles que pretendem presenciar o parto
(TELES, 2011; MANGANIELLO, 2012; SOUZA, 2014; OLIVEIRA, 2015).
Embora se saiba da importância de serem fornecidas orientações às gestantes e a
seus companheiros desde o pré-natal como forma de minimizar os anseios e as angústias do
parto, percebe-se que isso de fato não acontece como deveria.
Um estudo qualitativo realizado na unidade de alojamento conjunto de uma
maternidade pública de Curitiba apontou que todos os participantes da pesquisa negaram ter
participado de grupos ou de oficinas de preparo para o parto durante a realização do pré-natal.
Esse mesmo estudo possibilitou analisar a percepção das mulheres quanto à presença do
acompanhante no momento do parto, remetendo-lhes sentimentos positivos como: segurança,
tranquilidade, apoio físico, gratidão e emoção (PALINSKI et al., 2012; OLIVEIRA et al.,
2014).
Santos, Sousa e Turrini (2012) afirmam que materiais educativos impressos
contribuem para o processo de ensino-aprendizagem, pois oferecem informações de fácil
acesso, possibilitando a portabilidade, flexibilidade e disseminação das informações.
Assim, faz-se necessário o desenvolvimento de tecnologias educativas que ofereça
ao parceiro, subsídio para um melhor apoio à parturiente. Levando em conta que as tecnologias
educativas devem ser utilizadas de modo a favorecer a participação dos sujeitos no processo
educativo, contribuindo para a construção da cidadania e o aumento da autonomia dos
envolvidos.
37
4 PERCURSO METODOLÓGICO
4.1 Tipo e Abordagem do estudo
Trata-se de um estudo metodológico com abordagem qualitativa e quantitativa. Os
estudos metodológicos caracterizam-se pelo desenvolvimento de instrumentos de coleta de
dados visando definir um construto, formular os itens do instrumento, desenvolver as instruções
para usuários e respondentes, além de testar a confiabilidade e a validade do instrumento.
Ocorre por meio da sistematização de etapas necessárias ao alcance de um construto, seguido
de um processo de validação, a qual pode ocorrer através da técnica Delphi (POLIT; BECK,
2011).
A técnica Delphi ocorre por meio de etapas sucessivas de avaliação de um construto
por um comitê de especialistas, denominados aqui de juízes expertises, cuja análise das suas
opiniões e sugestões busca a convergência das respostas e o consenso dos mesmos para
obtenção da versão final validada (FARO, 1997; COSTA, 2016a).
A validação refere-se ao grau em que o instrumento mede aquilo que se propõe, é
um critério importante para avaliar a qualidade do mesmo. A validade não é provada ou
estabelecida, entretanto é apoiada por um grau maior ou menor de evidências (POLIT; BECK,
2011).
Como técnica de validação nesta pesquisa, utilizou-se a técnica Delphi do tipo On-
line Modificada, pois ocorreu via internet e previamente estabelecida à ocorrência de no
máximo três rodadas e uma reunião de consenso caso tivesse necessidade, se ainda houvesse
dissensos.
Quanto à abordagem, a pesquisa qualitativa consiste no estudo que visa
compreender as relações de crenças, de percepções, de opiniões e de interpretações dos homens
referentes à sua forma de se posicionar, de pensar, de sentir e de viver, ou seja, é um universo
de significados, que corresponde a processos e a fenômenos mais complexos, enquanto a
abordagem quantitativa é examinada no contexto da exatidão matemática e estatística, trazendo
à luz dados, indicadores e tendências observáveis (MINAYO, 2010). Assim, ambas as
abordagens foram necessárias para a condução desse estudo, sendo utilizadas em muitas
circunstâncias como complementares, não havendo sobreposição de uma sobre a outra.
Entende-se que as complementariedades devem ser adotadas no estudo
metodológico, utilizando-se a abordagem quantitativa na análise de índices e coeficientes de
38
concordância dos juízes expertises; e a abordagem qualitativa para organizar e para
compreender as sugestões escritas pelos mesmos (COSTA, 2016a).
O processo de construção e de validação da cartilha ocorreu entre os anos de
2017/2018 e direcionados pelas etapas apresentadas na Figura 1:
Figura 1- Etapas seguidas no desenvolvimento da cartilha educativa, Programa de Pós-
Graduação em Saúde da Família/Mestrado/UFC, 2017/2018.
Fonte: Elaborada pelos autores.
4.2 Etapa Metodológica
4.2.1 Elaboração da tecnologia
Tendo conhecimento de que a metodologia científica é imprescindível para
garantir a qualidade dos manuais educativos, o processo de construção do manual foi adaptado
às premissas de Echer (2005) sobre a elaboração de manuais de orientação para o cuidado em
saúde. Para a autora, o processo de construção de manuais envolve 4 etapas: levantamento
bibliográfico, elaboração e construção do manual e validação do material construído. A figura
Etapa Metodológica
Revisão Bibliográfica
Seleção dos conteúdos
Criação das ilustrações
Versão preliminar da
cartilha
Etapa de Validação
Técnica DelphiVersão final da
cartilha
39
dois, representa as etapas que foram percorridas.
Figura 2 - Diagrama da etapa metodológica para a construção da cartilha. Sobral, 2018.
Fonte: Echer (2005).
Para Echer (2005), os manuais devem ser construídos para fortalecer orientações a
familiares e pacientes, sendo imprescindível descrever as informações numa linguagem
acessível a todas as camadas sociais, portanto, é importante procurar ilustrar as orientações para
descontrair, animar, torná-las menos impactantes e facilitar o entendimento, já que, para
algumas pessoas, as ilustrações explicam mais que as palavras.
Para adequabilidade da comunicação escrita utilizada na cartilha educativa, foram
utilizados como referencial teórico-metodológico os estudos de Moreira, Nóbrega e Silva
(2003) e A Guide of a Creating and Evaluating Patiente Materials (2010), que ressaltam
aspectos que devem ser considerados na elaboração de materiais educativos impressos, como
linguagem, ilustração, layout, design e adequação cultural do material educativo.
Moreira, Nóbrega e Silva (2003) descrevem os aspectos relacionados com a
linguagem, ilustração, design e layout que o profissional de saúde deve considerar para elaborar
materiais educativos impressos, de modo a torná-los legíveis, compreensíveis, eficazes e
culturalmente relevantes. A Guide of a Creating and Evaluating Patiente Materials (2010),
“Um guia para criar e validar materiais do paciente”, também ressalta aspectos importantes na
elaboração de materiais educativos impressos, como linguagem, ilustração, layout, design e
adaptação cultural (MAINEHEALTH, 2010). O quadro seis apresenta os aspectos que foram
•Submissão à comissão científica de Sobral
•Submissão à Plataforma Brasil
Comitê de Ética
•Revisão Integrativa
•Artigos, Manuais e Publicações do MS
Levantamento Bibliográfico
•Levantamento bibliográfico
Construção da Tecnologia
•Técnica Delphi
•Validação de conteúdo e aparência por juízes expertises
Validação do Instrumento
40
considerados no desenvolvimento da cartilha segundo as referências adotadas conforme
explicitado no Quadro 1.
Quadro 1 - Distribuição dos aspectos relacionados à linguagem, à ilustração, ao designer, ao
layout e à adequação cultural, considerados para elaboração de materiais educativos. Sobral -
CE, 2018.
Linguagem
• Serão apresentadas até, no máximo, cinco ideias principais, ou orientações de cuidados, por domínio,
sendo evitadas listas longas, uma vez que os leitores, principalmente aqueles com pouca habilidade,
geralmente esquecem itens de lista muito longas; • Cada tema será desenvolvido completamente, somente então seguirá para o tema seguinte;
• Será declarado claramente o que se espera do cliente;
• As ações serão apresentadas numa ordem lógica;
• Serão incluídas apenas as informações necessárias, para o leitor compreender a mensagem;
• As ações positivas serão destacadas, dizendo o leitor, o que ele deve e não deve fazer; • Serão informados os benefícios que eles terão com a leitura do material;
• Sempre que possível, serão utilizadas palavras curtas, e sentenças pouco extensas;
• Será utilizada voz predominantemente ativa e palavras com definições simples e familiares;
• Serão evitados termos técnicos e científicos, abreviaturas e siglas, porém quando for necessário
utilizá-los serão devidamente explicadas suas definições;
• Será deixado espaço em branco no fim do material destinado a anotações de dúvidas,
questionamentos e pontos importantes.
Ilustrações
• Serão selecionadas ilustrações que ajudem a explicar ou enfatizar pontos e ideias importantes;
• Serão evitadas ilustrações abstratas e que tenham apenas função decorativa no texto, como também
desenhos e figuras estilizadas; • Será ilustrado a ação ou comportamento esperado ao invés do que deve ser evitado;
• Serão utilizados desenhos de linha simples que funcionam melhor para ilustrar um procedimento;
• Serão usadas ilustrações apropriadas ao leitor, evitando-se ilustrar material dirigido ao público com
motivos infanto-juvenis;
• Serão empregadas ilustrações de boa qualidade e alta definição, para tal, estas ilustrações serão
realizadas por um profissional da área de design gráfico; • Não serão utilizadas caricaturas;
• Serão utilizados símbolos e imagens familiares ao público-alvo, que permitem às pessoas se
identificarem com a mensagem;
• Serão consideradas nas ilustrações apresentadas, características raciais e étnicas do público-alvo;
• As ilustrações serão dispostas de modo fácil, para o leitor segui-las e entendê-las, próximas aos
textos aos quais elas se referem; • Setas ou círculos serão empregados para destacar informações-chave na ilustração.
Layout e Design
• Será utiliza fonte 14, no mínimo, pois o material destina-se ao público adulto;
• Serão utilizas fontes para os títulos dois pontos maiores que as do texto;
• Textos apenas com fontes estilizadas e maiúsculas serão evitados, pois dificultam a leitura;
• Negrito será empregado apenas para os títulos ou destaques;
• As cores serão usadas com sensibilidade e cautela para não colorir excessivamente, o que deixaria
o material visualmente poluído. Impressão preta sobre fundo claro é mais fácil de ler; • Será utilizada impressão fosca (papel e tinta), pois reduz o brilho e melhora a legibilidade;
• Será confeccionada capa com imagens, cores e textos atrativos;
• A mensagem principal e o público-alvo serão mostrados na capa, permitindo que o leitor capte a
mensagem principal apenas por sua visualização;
41
Fonte: Moreira, Nóbrega e Silva (2003); Mainehealth (2010).
Diante do exposto, a construção da cartilha contou também com o auxílio de uma
profissional em designer gráfico que criou ilustrações para o conteúdo descrito com o objetivo
de facilitar a compreensão por parte do público-alvo.
4.2.2 Validação da Tecnologia
Após a etapa de criação da tecnologia, iniciou-se a etapa de validação da mesma,
para que possa ser aplicada com segurança, de forma confiável, para tanto, torna-se necessário
que possua validade e que esteja associado, com o menor erro possível, ao conceito que é
medido ou o que avalia. O processo de validação de uma tecnologia é a etapa fundamental antes
da sua utilização, possibilitando a verificação da qualidade dos dados, assim como a sua
aplicação a uma população específica (BOAVENTURA, 2004; MATTEI, 2015).
A validação se constitui em um importante componente do momento analítico. O
termo validar é definido como o grau em que ele é apropriado para medir o verdadeiro valor
daquilo que se propõe a medir, possibilitando inferir o quanto os resultados que foram obtidos,
por meio da utilização do instrumento, representam a verdade ou quanto se afastam dela
(RIBEIRO et al, 2013).
Quando se fala em validação de instrumentos, as técnicas mais conhecidas são:
validade de conteúdo; validade de aparência; validade de critério e validade de construto. Os
• Serão sinalizadas adequadamente os domínios, usando recursos como títulos, subtítulos, negritos e
marcadores para facilitar a ação desejada e a lembrança; • As palavras ou ideias-chave serão colocadas no início da frase ou da proposição;
• Será apresentada uma ideia completa numa página ou nos dois lados da folha, pois se o leitor tem
que virar a página, no meio da mensagem, ele pode esquecer a primeira parte; • As ideias serão organizadas no texto, na mesma sequência em que o público-alvo irá usá-las;
Será limitada a quantidade de texto na página, visto que nem todos os leitores terão capacidade de ler
e interpretar apenas com palavras escritas.
Adequação cultural
• Planeje, escreva e projete materiais para refletir o público e que seja o mais inclusivo possível; • Incorporar o entendimento cultural com linguagem simples também criará facilidade de compreensão; • Planeje o design e imagens que reflitam a diversidade de pessoas que usarão seus materiais; • Use linguagem respeitosa; • Considere necessidades visuais e possíveis deficiências funcionais. No mínimo, use tamanho da fonte, mantenha o contraste entre texto e fundo e considere a capacidade de leitura como desafio; • Se você seguir estas diretrizes para escrever em linguagem simples, usar palavras não técnicas e frases mais curtas, você provavelmente escreverá em um nível de legibilidade apropriado para a maioria das pessoas.
42
tipos de validações que foram utilizadas nesse estudo são validade de conteúdo e validade de
aparência com os especialistas no assunto. A avaliação por juízes pode envolver procedimentos
qualitativos e quantitativos. O processo é iniciado com o convite aos membros do comitê de
juízes.
A validade de conteúdo objetiva avaliar o quão representativos são os itens do
instrumento dentro do universo dos domínios, e é essencial para o processo de desenvolvimento
de novos instrumentos, porque representa o início de mecanismos para associar conceitos
abstratos com indicadores observáveis e mensuráveis. A validade de face ou de aparência
verifica se o instrumento está medindo o construto apropriado, reportando à compreensão e
aceitação dos itens do instrumento pelos próprios pesquisadores e pelos sujeitos. É também
uma forma subjetiva de validação, pois consiste no julgamento de um grupo de juízes quanto à
clareza dos itens, facilidade de leitura, compreensão e forma de apresentação do instrumento.
Nesta pesquisa, a validade de aparência analisou os critérios: forma de apresentação,
organização, clareza, aplicabilidade na ESF, alcance dos objetivos propostos e estilo da escrita
(MARTINS, 2006; OLIVEIRA, FERNANDES, SAWADA, 2008; COLUCI, ALEXANDRE,
MILANI, 2015; LACERDA, COSTENARO, 2015).
Para a validade de conteúdo, optou-se por utilizar a técnica Delphi, sendo uma
forma sistematizada de julgamento de informações por expertises, com o objetivo de obter o
consenso sobre um determinado assunto, por meio de rodadas sucessivas entre expertises no
assunto abordado (SCARPARO et al., 2012). É destinada a refinar e deduzir opiniões entre
especialistas sobre um determinado assunto, buscando um consenso entre esses especialistas,
por meio de validações articuladas em rodadas de questionários, garantida pelo anonimato. Não
existe um consenso quanto ao número máximo de rodadas a ser realizada, mas, admite-se que
para ser Delphi, há de ocorrer no mínimo duas. Na segunda rodada, os especialistas reavaliam
suas respostas frente à previsão estatística de cada resposta do grupo e justificativas dadas pelos
outros participantes, sendo possível modificar ou não a resposta, permitindo a redução da
divergência, de modo a alcançar a previsão do grupo. As demais rodadas são sucessivas e
seguem o mesmo delineamento (WRIGHT, GIOVANAZZO, 2000; SCARPARO et al., 2012).
Uma variante moderna no método é a Técnica Delphi do tipo on-line modificada, a
qual ocorre via internet, ficando previamente estabelecida a ocorrência de no máximo três
rodadas e uma reunião de consenso, caso seja necessária. O período entre as aplicações das
etapas deve ser longo o suficiente para evitar recordações das respostas na primeira avaliação,
mas também curto o suficiente para que a mudança clínica não ocorra. Diante dessas
43
considerações, recomenda-se que o intervalo adequado para a realização seja de 10 a 14 dias
(MATTEI, 2015; LACERDA, COSTENARO, 2015).
Assim, optou-se por seguir essas recomendações e realizar as rodadas de avaliação
com intervalos de 14 dias.
Figura 3 - Fluxograma de execução da técnica Delphi para validação do instrumento. Sobral,
2018.
Fonte: Elaborada pelos autores.
4.2.3 Seleção dos juízes expertises
No que diz respeito à seleção dos juízes expertises, não há algo bem definido na
literatura, porém, são consideradas elegíveis pessoas que estudam e têm experiência sobre o
assunto que se pretende avaliar. Essa etapa é considerada crucial, pois se relaciona diretamente
com a qualidade dos resultados gerados.
Participaram do estudo enfermeiros experts da prática docente e/ou assistencial,
mestres e/ou doutores que residiam no país. A amostra foi estabelecida de forma intencional,
Elaboração da 1ª versão
da cartilha educativa Contato com os juízes expertises via
e-mail, envio do convite e TCLE
- 1ª etapa Delphi: Envio da primeira versão do
instrumento e da cartilha preliminar;
- Análise quantitativa dos consensos, qualitativas
dos dissensos e feedback aos juízes;
- Elaboração da 2ª versão da cartilha.
- 2ª etapa Delphi: Envio da segunda versão do
instrumento e da cartilha modificada;
- Análise quantitativa dos consensos, qualitativas
dos dissensos e feedback aos juízes;
- Elaboração da 3ª versão da cartilha.
Consenso entre os
juízes e versão
final;
Cartilha Validada
44
e, para seleção, foi realizada busca de currículos no banco de dados do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com base nos seguintes critérios:
• Ser enfermeiro, mestre e/ou doutor;
• Pesquisadores nas temáticas: Enfermagem Obstétrica, Saúde da Mulher e/ou
Humanização do parto, com currículo atualizado nos últimos 12 meses;
• Currículos que evidenciaram atuação nas áreas da Saúde da Mulher, Enfermagem
Obstétrica, Humanização do parto, Assistência Pré-natal, Promoção da Saúde,
Educação em Saúde e/ou Validação de instrumentos;
• Aceitar participar, por meio on-line e assinar o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido – TCLE (APÊNDICE D).
Quanto ao número de juízes para avaliação da tecnologia, não há consenso na
literatura, entretanto Bertoncello (2004) e Pasquali (1997) apontam que o número de juízes
deverá ser no mínimo de seis a vinte, já Fehring (1986) recomenda um número entre 25 e 50
especialistas. Portanto, devido ao quantitativo de experts ser bastante diversificado, optou-se
por não definir uma quantidade exata de participantes, sendo esse valor definido após análise
dos currículos dos juízes e aceite dos mesmos em participar da pesquisa.
Os juízes foram selecionados segundo os seguintes critérios adaptados de Freitas
(2010) e Telles (2011) sendo incluídos no estudo ao atingirem 05 pontos de acordo com os
quesitos do quadro 2.
Quadro 2 – Critérios de seleção de juízes-expertises em Enfermagem, Programa de Pós-
Graduação em Saúde da Família/Mestrado/UFC, 2018.
ESPECIALISTA PONTUAÇÃO
Tese ou dissertação na área de interesse* 2 pontos/trabalho
Monografia de graduação ou especialização na área de
interesse*
1 ponto/trabalho
Participação em grupos/projetos na área de interesse* 1 ponto
Experiência docente na área de interesse* 0,5 ponto/ano
Atuação prática na área de interesse* 0,5 ponto/ano
Orientação de trabalhos na área de interesse* 0,5 ponto/trabalho
Autoria em dois trabalhos da área de interesse* publicados em
periódicos
0,25 ponto/trabalho
Participação em bancas avaliadoras de trabalhos na área de
interesse*
0,25 ponto/trabalho
*Área de interesse: enfermagem obstétrica; humanização do parto; construção e validação de materiais educativos, tecnologias em saúde e assistência pré-natal.
Fonte: Adaptada de Freitas (2010) e Telles (2011).
45
Inicialmente, realizou-se uma busca simples na Plataforma Lattes para a titulação
“mestres”, dessa forma, foi selecionado o item: “Demais pesquisadores”, na nacionalidade
“brasileira”, com a palavra-chave “Enfermagem obstétrica”. Em seguida, na caixa “Formação
Acadêmica/titulação” foi selecionada: formação acadêmica: mestrado; país: Brasil; região:
todas e unidade federativa: todas. Na caixa “Atuação profissional” para a grande área: Ciências
da Saúde; área: Enfermagem; subárea: Saúde da Mulher e especialidade: todas. No item
“preferências”, foi selecionado somente currículos atualizados nos últimos 12 meses.
Foi realizada uma segunda busca, com o filtro “Formação Acadêmica” alterado
para “Doutorado”, os demais se mantiveram iguais. Após essa busca, os resumos de todos os
currículos encontrados foram avaliados. Após a análise e seleção dos juízes, obteve-se o e-mail
dos mesmos, buscando individualmente o nome de cada juiz em bibliotecas científicas virtuais
tais como: Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Ciência Online de busca e Análise de Literatura
Médica (MEDLINE), Google Acadêmico, dentre outras bibliotecas, cujas revistas científicas
tiveram publicações dos juízes selecionados, exibidas no CNPq, tendo em vista que o CNPq
não disponibiliza esta informação de seus pesquisadores.
4.2.4 Coleta dos dados
Os experts avaliaram a cartilha previamente construída, através do google forms,
aplicativo do Google, que permite a criação de formulários para pesquisas e questionários,
enviados em formato de link via e-mail, compilando os resultados das respostas em tempo real,
em planilhas no formato Excel.
O TCLE e o instrumento de avaliação constituído por uma escala de Likert, foram
inseridos nesse aplicativo e enviados ao e-mail dos juízes selecionados, juntamente com a carta
convite e o link para participar da pesquisa. Foi adotado conforme propõem Lacerda e
Costenaro (2015), o período de 14 dias para o recebimento das respostas. Após este período, o
questionário da primeira e da segunda etapa foi fechado, para início da análise estatística.
Os juízes avaliaram o instrumento determinando sua abrangência, isto é, se cada
conceito foi adequadamente coberto pelo conjunto de itens e se todas as dimensões foram
incluídas, podendo sugerir a adequação, inclusão ou a exclusão de tópicos. Foram avaliados
seis domínios: objetivo, conteúdo, relevância, funcionalidade, usabilidade e eficiência. Além
disso, foi solicitado a análise dos itens individuais verificando sua construção textual e
46
pertinência, para qual foi indicado um espaço para que os juízes pudessem contribuir com
sugestões para aperfeiçoamento dos itens.
Os dados quantitativos e qualitativos foram coletados em cada etapa por meio do
uso do google forms, cujo envio e conteúdo das respostas estavam sendo acompanhados em
tempo real no site e compilados/armazenados on-line e/ou em planilhas do Microsoft Excel.
4.2.5 Análise dos dados quantitativos
A análise dos consensos e dos dissensos ocorreu por meio do cálculo do Índice de
Validade do Conteúdo (IVC), que mede a proporção ou porcentagem de juízes que estão em
concordância sobre determinados aspectos do instrumento e de seus itens, até atingir o
consenso, no máximo 3 rodadas da técnica Delphi. Foi utilizada uma escala de Likert categórica
ordinal de quatro pontos, que varia de inadequado a muito adequado, para a análise dos dados
as pontuações um e dois foram agrupadas em inadequada (1 e 2), três e quatro como adequada
(3 e 4). Os itens que receberam pontuação “1” ou “2” foram revisados.
A fórmula adotada para o cálculo foi:
IVC =nº respostas "3" ou "4"
𝑛º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑝𝑜𝑠𝑡𝑎𝑠
O IVC para cada item e para o instrumento é considerado aceitável, quando o valor
mínimo é de 0,70 ou 70%. Nesta pesquisa o valor mínimo aceito foi de 75% ou 0,75. Dessa
forma, considerando que um resultado > a 90% de concordância, significa que os domínios
estão adequados, quando menores que esse valor, devem ser discutidos e alterados (GREEN,
1982; FARO, 1997; ALEXANDRE, COLUCI, 2011).
Para verificar a consistência interna do questionário aplicado aos experts na
validação da escala, foi calculado o Alfa de Cronbach que se conceitua como uma ferramenta
estatística que quantifica, numa escala de zero a um, a confiabilidade de um questionário. O
valor mínimo aceitável para se considerar um questionário confiável é 0,7 (ALMEIDA;
SANTOS; COSTA, 2010). Apresentado por Lee J. Cronbach em 1951, o coeficiente α de
Cronbach é uma das estimativas da confiabilidade de um questionário calculado a partir da
variância dos itens individuais e da variância da soma dos itens de cada avaliador, utilizando
uma mesma escala de medição. É um conceito importante na avaliação de questionários e
47
obrigatório quando se quer adicionar validade e precisão para a interpretação dos dados do
instrumento. Como os valores variam de 0 a 1, quanto mais próximo de 1, maior confiabilidade
entre os indicadores, e vice-versa (FREITAS, RODRIGUES, 2005; TAVAKOL; DENNICK,
2011).
Tabela 1 - Relação entre os valores de Alfa de Cronbach e o nível de confiabilidade.
Confiabilidade Muito
baixa
Baixa Moderada Alta Muito alta
Valor de α
α ≤ 0,30
0,30 < α ≤
0,60
0,60 < α ≤
0,75
0,75 < α ≤
0,90
α > 0,90
Fonte: Freitas, Rodrigues (2005).
As variações permitem observar se a confiabilidade dos itens está alta ou baixa, não
havendo um limite mínimo definido. Um limite inferior geralmente aceito para o Alfa de
Cronbach é de 0,7, apesar de poder diminuir para 0,6 em pesquisas exploratórias, ser
satisfatório entre 0,7 e 0,8 para comparação entre grupos ou ser requerido valores de 0,9 a 0,95
para aplicações clínicas na área médica. Para a validação deste instrumento, itens com valores
do Alfa de Cronbach menores que 0,7 foram revisados (MATTHIENSEN, 2011).
4.3.6 Análise dos dados qualitativos
Conforme já exposto, para cada domínio e cada item do instrumento de avaliação,
foram abertas caixas de diálogos, de modo que os juízes redigissem suas sugestões/comentários,
para realização da análise qualitativa deste material escrito, imprescindível para modificação e
melhoramento da cartilha.
Após a organização de todos os comentários de cada domínio/item, os mesmos
foram classificados e reagrupados em um quadro conforme três critérios semânticos: inclusão,
exclusão e adequação.
Posteriormente, procedeu-se a avaliação descritiva e qualitativa das sugestões dos
juízes especialistas, as quais foram em sua maioria acatadas. Os resultados do questionário
dissertativo foram organizados com base na síntese das respostas, de modo que a análise foi
feita de maneira descritiva e discutida segundo a literatura pertinente.
48
4.3 Aspectos éticos e legais da pesquisa
O estudo foi submetido à Comissão Científica do município de Sobral e
posteriormente ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), por meio da plataforma Brasil e na qual
se obteve o conceito aprovado sob o parecer Nº 2.454.504, CAAE: 79137417.8.0000.5053
conforme disponível em anexo B.
As pesquisas envolvendo seres humanos devem atender às exigências éticas e
científicas fundamentais, definidas pela Resolução 466/12 de dezembro de 2012 do Conselho
Nacional de Saúde (CNS) que dispõem sobre as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos. Quanto aos princípios éticos da pesquisa, estes foram
respeitados, garantindo a veracidade dos resultados e o sigilo das identidades.
De acordo com os termos da Resolução, o caráter ético da pesquisa implica em: (1)
autonomia: os participantes terão liberdade de abandonar o estudo em qualquer etapa do
processo, se assim tomarem como necessário, sem incorrer em nenhum dano para os mesmos;
(2) beneficência: haverá ponderação entre riscos e benefícios, tanto atuais quanto potenciais,
de forma que nos comprometermos com o máximo de benefícios e o mínimo de danos e riscos;
(3) não maleficência: garantir que danos previsíveis serão evitados; (4) justiça e equidade:
justificaremos a realização do estudo em sua relevância social (BRASIL, 2012).
A participação dos sujeitos do estudo foi documentada por meio de sua assinatura
no TCLE (APÊNDICE A). Nestes termos está exposto os objetivos do estudo, riscos,
benefícios, divulgação dos resultados bem como informações aos participantes sobre o direito
de anonimato, de sigilo de informações pertinentes à privacidade e da desistência da
participação do estudo em qualquer momento e conforme suas vontades, sem que isso lhe traga
qualquer prejuízo.
49
5 ELABORAÇÃO E VALIDAÇÃO DA TECNOLOGIA
Os resultados deste estudo serão apresentados na seguinte sequência:
5.1) Revisão integrativa para a construção da tecnologia;
5.2) Construção da
5.3) cartilha educativa para promover a inclusão paterna no processo parturitivo;
5.4) Validação do conteúdo e da aparência da cartilha com juízes expertises – 1ª e 2ª rodadas
da técnica Delphi;
5.5) Análise quantitativa e qualitativa dos dados da validação.
5.1 Revisão integrativa para a construção da tecnologia
Realizou-se uma Revisão Integrativa (RI) para obtenção de publicações científicas
com o objetivo de analisar as evidências disponíveis na literatura a respeito da preparação dos
pais para o parto e para o nascimento. Este método de pesquisa teve como finalidade reunir o
conhecimento científico já produzido sobre o tema investigado e permitiu buscar, avaliar e
sintetizar estas evidências para sua incorporação na prática.
Na condução da RI, as seguintes etapas foram percorridas: elaboração da pergunta
norteadora; busca ou amostragem na literatura; coleta dos dados; análise crítica dos estudos
incluídos; discussão dos resultados e apresentação da revisão integrativa (MENDES;
SILVEIRA; GALVÃO, 2008).
Com a finalidade de sintetizar o conhecimento acerca do estudo em questão, a
pergunta norteadora para a elaboração da revisão integrativa foi: "Quais são as principais
evidências disponíveis na literatura sobre as informações necessárias para a preparação de pais
para o parto e para o nascimento?”.
O levantamento bibliográfico contemplou as seguintes bases de dados: Scielo
(Scientific Electronic Library Online); Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciências da Saúde); Medline (Medical Literature Analysis and Retrievel System Online),
BDENF (Base de dados de enfermagem) e Publicações do Ministério da Saúde. A busca nessas
diversas bases de dados teve como propósito ampliar o âmbito da pesquisa e minimizar
possíveis vieses.
Para a busca dos estudos, nas bases de dados selecionadas, foram utilizados os
Descritores em Ciências da Saúde (DeSC): “parto”; “trabalho de parto”; “Tecnologias em
50
saúde”; “Assistência ao parto”; “material de ensino”; “educação em saúde”; “avaliação de
tecnologias em saúde” e “materiais educativos e de divulgação”. Utilizou-se o descritor
controlado “parto”, associado por meio do operador booleano AND aos descritores
supracitados.
Para os critérios de inclusão das publicações, foram incluídos aquelas que
abordaram a temática, as que responderam à questão norteadora do estudo, as disponibilizadas
eletronicamente na íntegra nas bases de dados definidas e publicadas no idioma português, sem
delimitação temporal. Sendo os critérios de exclusão: estudos que não abordavam a temática ao
alcance dos objetivos, publicações que se repetiram e editoriais.
O levantamento inicial gerou 1.141 produções relacionados ao estudo. Após a
aplicação dos critérios de inclusão e exclusão previamente definidos e análise dos títulos
correlacionados com a temática, obteve-se uma amostra inicial com 936 estudos que tiveram
os resumos lidos e analisados conforme os objetivos da pesquisa sendo excluídas 731 produções
por não abordarem a temática ao alcance do objetivo da revisão. Dos 205 estudos selecionados,
108 não se adequavam à pesquisa, 16 não estavam disponíveis e 39 eram repetidos, resultando
em uma amostra final com 52 publicações.
A figura quatro demonstra o diagrama do processo de seleção dos estudos nas bases
de dados pesquisadas.
Figura 4 - Diagrama do processo de seleção de estudos nas bases de dados. Sobral, 2018.
Fonte: Elaborada pelos autores.
O quadro três apresenta a síntese das publicações incluídas na RI, com seus
respectivos títulos, autores, ano, objetivos e as principais evidências identificadas.
51
Quadro 3 - Síntese das publicações incluídas no estudo. Sobral, 2018.
Nº TÍTULO / AUTORES / ANO
OBJETIVO EVIDÊNCIAS
01
Direitos das parturientes:
conhecimento da mulher e
acompanhante / Carvalho et
al, 2014.
Analisar o conhecimento
da mulher e seu
acompanhante dos seus
direitos no parto
Destaca o conhecimento limitado
de ambos e revela os benefícios do
acompanhante no parto.
02
O companheiro como
acompanhante no processo de
parturição / Carvalho et al,
2015a.
Analisar o papel do homem
como acompanhante no
processo de parturição
Evidencia os benefícios, porém
apresentam-se despreparados para
fornecer o suporte que gostariam.
03
Tecnologias utilizadas por
acompanhantes no trabalho de
parto e parto / Oliveira et al,
2014a.
Verificar o conhecimento
acerca das técnicas de
apoio durante o parto
Aponta que os sentimentos de
insegurança e de medo foram
vivenciados devido ao seu
despreparo.
04 A contribuição do
acompanhante para a
humanização do parto / Dodou
et al, 2014.
Investigar a contribuição
do acompanhante durante o
parto e o nascimento
Defende que sua presença promove
confiança e segurança, além de ser
uma fonte de apoio, força e
conforto.
05 Percepções de gestantes sobre
a promoção do PN no pré-
natal / Guedes et al, 2017.
Conhecer a percepção de
gestantes sobre a
promoção do PN no pré-
natal.
Reconhece a importância da
preparação para o parto no pré-
natal através de ações educativas.
06
Percepções de puérperas sobre
a preparação para o parto no
pré-natal / Brito et al, 2015.
Compreender a percepção
de puérperas sobre essa
preparação no pré-natal.
Reitera a importância da
preparação para o parto no pré-
natal com educação em saúde.
07 Manual educativo para
acompanhantes durante o TP e
parto / Teles et al, 2015.
Construir e validar um
manual educativo para
acompanhantes.
Adota um manual educativo como
estratégia de preparação de
acompanhantes para o parto.
08
Apoio à parturiente por
acompanhante em uma
maternidade-escola / Alves et
al, 2013.
Compreender sua inserção
no CPN e perceber as ações
de apoio desenvolvidas.
Reconhece os benefícios da
inserção do acompanhante e traz
pistas para sua participação ativa.
09
Preparo e percepções de
gestantes sobre as vias de parto
/ Santos et al, 2016.
Conhecer o preparo e as
percepções de gestantes
sobre as vias de parto.
Destaca o PN como a principal via
escolhida, porém a preparação no
pré-natal é muito limitada.
10
Abordagem da equipe de
enfermagem acerca do parto
humanizado / Ragagnin et al,
2017.
Identificar as contribuições
acerca do parto humanizado
durante o pré-natal.
Evidencia a necessidade de
posturas educadoras buscando
gerar autoconfiança da mulher.
11
Experiências de parto de
usuárias de uma
maternidade pública / Pedroso
et al, 2017.
Refletir sobre as
experiências
de mulheres em relação à
assistência ao PN.
Salienta que o desconhecimento
do processo dificulta a assistência
e supervaloriza as intervenções.
12
O papel dos enfermeiros
obstetras na promoção da
maternidade segura / Narchi et
al, 2013.
Discutir o papel dos EO na
promoção da maternidade
segura.
Considera que podem colaborar para
uma rede efetiva de cuidados
humanizados com base em
evidência.
13
A normalização da cesárea
como modo de nascer / Nakano
et al, 2015.
Discutir o desenvolvimento
de inovações científicas em
torno do parto.
Argumenta que a cesárea é
considerada um modo de nascer
seguro, porém quando há indicação.
52
14
Reduzindo intervenções de
rotina durante o TP e parto /
Downe, 2014.
Refletir sobre as
intervenções obstétricas no
parto e nascimento.
Faz críticas ao modelo obstétrico
atual, hospitalocêntrico,
medicalizado e intervencionista.
15
Intervenções obstétricas
durante o TP e parto em
mulheres brasileiras / Leal et al,
2014.
Avaliar o uso das boas
práticas e as intervenções
obstétricas na assistência.
Aponta uso abusivo de ocitocina,
amniotomia, episiotomia, a
posição litotômica e Kristeller.
16
Plano de parto como estratégia
de empoderamento feminino /
Mouta et al, 2017.
Analisar como o plano de
parto propiciou o
empoderamento feminino.
Destaca que contribui para o desenvolvimento favorável do TP,
porém ainda é desconhecido.
17
Assistência em um CPN
segundo as recomendações da
OMS / Silva et al, 2013.
Caracterizar a assistência
em um CPN quanto às
práticas recomendadas pela
OMS.
Apresenta as práticas recomendadas pela OMS na
assistência ao TP e parto.
18
Práticas baseadas em
evidências científicas na
assistência ao parto / Côrtes et
al, 2015.
Apresentar as práticas no
parto normal com base em
evidências científicas.
Discute a implementação das
práticas baseadas em evidências
científicas na assistência ao parto.
19
Adesão às boas práticas na
atenção ao PN: construção e
validação / Carvalho et al,
2015b.
Construir e validar um
instrumento para análise das
boas práticas do parto.
Identifica dimensões e itens
necessários para análise da
qualidade da assistência do parto.
20
Condições de trabalho e
humanização da assistência ao
parto / Dodou et al, 2017.
Conhecer a percepção de
profissionais e sua interface
com a humanização.
Aponta os desafios de condições
favoráveis como integração da
equipe, estrutura física etc...
21
Um modelo lógico da
Rede Cegonha / Cavalcanti et
al, 2013.
Construir um modelo,
visando garantir
atendimento qualificado.
Observa lacunas e a necessidade de
rever a teoria dessa estratégia para
aumentar suas chances de sucesso.
22
Parto humanizado: experiências
no Sistema Único de Saúde /
Fujita; Shimo, 2014.
Relatar a experiência de
documentário popular sobre
parto humanizado no SUS.
Constata que a utilização da
tecnologia contribui para a
sensibilização da população.
23
Violência obstétrica no Brasil e
o ciberativismo de mulheres
mães / Sena; Tesser, 2017.
Dar voz ativa às mulheres
com relação à violência
obstétrica.
Destaca que a utilização de novas
tecnologias educativas são
ferramentas para reduzir os índices.
24
Percepção de enfermeiros
obstetras na assistência à
parturiente / Oliveira et al,
2016.
Conhecer a percepção do
enfermeiro obstetra na
assistência à parturiente.
Relata os desafios para assistência
humanizada na parturição, o que
limita a autonomia da gestante.
25
Assistência de enfermagem
obstétrica baseada em boas
práticas / Vieira et al, 2016.
Avaliar a assistência do EO,
baseando-se nas boas
práticas obstétricas.
Identifica que o uso das boas
práticas obstétricas recomendadas
pela OMS foi utilizada pelos EO.
26
O ambiente de relaxamento
para humanização do parto /
Guida et al, 2013.
Descrever os critérios para
indicar o ambiente de
relaxamento às parturientes.
Defende o respeito aos direitos das
mulheres e a promoção do conforto
e o favorecimento do PN.
27
PN assistidos por EO: posição
materna e a relação com
lacerações / Schettini et al,
2017.
Verificar a relação entre o
posicionamento no PN e a
ocorrência de lacerações.
Verifica que a adoção de posturas
verticalizadas pode influenciar em
menores complicações.
28
Autonomia feminina no
processo de parto e nascimento
/ Reis et al, 2017.
Identificar as evidências das
práticas que interferem na
autonomia das mulheres.
Revela uma situação de alerta do
descompasso existente no cotidiano
assistencial e as recomendações.
53
29
Métodos não farmacológicos
para alívio no TP / Mafetoni;
Shimo, 2014.
Conhecer os métodos não
farmacológicos para alívio
da dor durante o TP.
Aborda os exercícios respiratórios, a
deambulação, mudança de posição,
massagem, relaxamento e o banho.
30
Avaliação da efetividade de
MNFAD do parto / Osório et
al, 2017.
Avaliar a efetividade de
MNFAD durante o trabalho
de parto.
Destaca que a massagem, a
aromaterapia, o banho de imersão e
a acupuntura são métodos eficazes.
31
Conhecimento das puérperas
sobre os MNFAD do parto /
Almeida et al, 2015.
Avaliar o conhecimento e
identificar a técnica mais
aplicada.
Alerta a necessidade de
conhecimentos das mulheres sobre
os MNFAD do parto.
32
Estratégias de alívio da dor no
TP e parto / Schvartz et al,
2015.
Analisar as evidências sobre
as estratégias de alívio da
dor no TP e parto.
Detalha vários MNFAD para
serem utilizados durante a
parturição.
33
Localização da dor no início da
fase ativa do TP / Santana et al,
2013a.
Identificar a região mais
frequente da dor nas
mulheres no início do TP.
Identifica que a incidência da dor é
maior nas regiões infrapúbica e
lombar, devendo centrar massagens.
34
Efeito do banho de chuveiro no
alívio da dor em parturientes no
TP / Santana et al, 2013b.
Avaliar o efeito do banho de
chuveiro no alívio da dor,
durante a fase ativa do TP.
Nota que houve redução
significativa da intensidade da
dor pela EAV, após a terapêutica.
35
Hidroterapia e bola suíça no
TP: ensaio clínico randomizado
/ Henrique et al, 2016.
Conhecer a influência do
banho quente e exercício
com bola suíça no TP.
Verifica que a associação do banho
quente com a bola suíça é mais
efetiva para a progressão do TP.
36
Banho quente, exercícios
perineais com bola suíça e dor
no trabalho de parto / Barbieri
et al, 2013.
Avaliar sua utilização
durante o TP e a percepção
da dor.
Indica que sua utilização está
relacionada com a redução da dor e
da promoção do conforto materno.
37
Imersão na água durante o
trabalho de parto e o parto /
Cordioli, 2014.
Avaliar os efeitos do TP e
do parto na água sobre
desfechos maternos e fetais.
Destaca uma redução significativa
na duração do primeiro período do
TP e maior satisfação materna.
38
A utilização da bola Suíça na
promoção do parto humanizado
/ Oliveira; Cruz, 2014.
Verificar a aplicação da bola
suíça no TP para a
promoção do parto
humanizado.
Constata que a bola proporciona
conforto, descida da apresentação
fetal, alívio da dor e relaxamento.
39
Contato precoce: vínculo mãe-
filho na primeira hora de vida /
Soares et al, 2014.
Identificar as produções
sobre o tema contato pele a
pele na primeira hora de
vida.
Descreve a importância do contato
pele a pele para a promoção do afeto
e vínculo mútuo entre mãe e filho.
40
Fatores associados ao contato
pele a pele entre mãe/filho na
sala de parto / Silva et al, 2016.
Investigar fatores associados
ao contato pele a pele entre
mãe e filho.
Defende a adoção de medidas que
priorizem o contato pele a pele,
como a redução de intervenções.
41
Tempo de clampeamento e
reserva de ferro em neonatos a
termo / Oliveira et al, 2014b.
Analisar o impacto do
tempo de clampeamento e a
reserva de ferro em
neonatos.
Destaca que o clampeamento do
cordão deverá ser tardio (1-3 min),
para combater à anemia precoce
42
Aleitamento materno na
primeira hora de vida / Belo et
al, 2014.
Identificar a prevalência do
AMEX na primeira hora de
vida.
Salienta os benefícios do início
precoce do AMEX, dentro da
primeira hora de vida.
43
Tecnologia educacional sobre
cuidados no pós-parto /
Teixeira et al, 2016.
Construir e validar uma
tecnologia educacional
sobre cuidados no pós-parto.
Aborda temáticas importantes para
serem abordados no pós-parto como
amex, vida sexual e alimentação.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Foram selecionadas também algumas cartilhas de orientação para o parto, já
54
validadas e em uso por alguns serviços. Esta busca teve como intenção conferir se o conteúdo
obtido na RI contemplava todas as orientações necessárias para a preparação dos pais para o
parto. O quadro quatro apresenta as cartilhas identificadas na pesquisa.
Quadro 4 - Síntese das cartilhas incluídas no estudo. Sobral, 2018
N Título Instituição Ano Informações
44
Caderneta da
Gestante -
3ª edição
Ministério da
Saúde.
2016 Contempla as diretrizes de boas práticas da
assistência pré-natal, parto e nascimento
propostos pela Rede Cegonha.
45
Caderneta da
Gestante
Prefeitura de
Sobral – CE.
2016 Utilizada para registrar consultas, exames e
vacinas no período da gestação, além de conter
informações importantes sobre a gestação, o
parto e o puerpério.
46
Humanização
do parto. Nasce
o respeito.
Ministério
Público de
Pernambuco.
2015 Apresenta os direitos relacionados à
humanização do parto, para promover o respeito
aos direitos de todas as pessoas envolvidas neste
momento.
47
Cartilha
Orgulho de pai.
Departamento
de enfermagem
da USP.
2012 Cartilha desenvolvida para a promoção do
envolvimento paterno na gravidez, parto, pós-
parto e cuidados com o recém-nascido.
48
Cartilha da
Gestante.
Fundação FIAT. 2011 Desenvolvida para divulgar informações sobre
gravidez, o pré-natal, o parto, o pós-parto, a
amamentação e os cuidados com o bebê.
49
Cartilha para o
acompanhante.
Departamento
de Enfermagem
da UFC.
2011 Desenvolvida por uma mestranda em
enfermagem para orientar acompanhantes
durante o trabalho de parto e parto.
50
Celebrando a
vida.
Departamento
de enfermagem
da USP.
2009 Seu objetivo é colaborar na promoção da saúde
da gestante por meio do acesso a informações
educativas e qualificadas sobre gravidez, parto
e pós-parto.
51
Conversando
com a gestante.
Ministério da
Saúde.
2008 Direcionada à mulher grávida, para
compreender o que acontecerá nos próximos
meses de sua vida. Ela tem os vários assuntos
referentes à gravidez, ao parto e ao puerpério.
52
Gravidez
saudável e parto
Seguro.
Rede Nacional
de Saúde e
Direitos
reprodutivos.
2000 Cartilha desenvolvida com o apoio do MS,
contendo informações sobre os direitos da
mulher no período da gravidez, do parto e do
pós-parto.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Os resultados desse estudo foram constituídos a partir de 52 publicações, em sua
maioria recentes, 75,0% entre os anos de 2013 a 2017, que demonstrou o empenho dos
pesquisadores em produzir conhecimentos sobre o assunto nos últimos cinco anos.
Em relação à região do Brasil, onde o estudo foi desenvolvido, teve destaque o
Sudeste com 44,2%, seguido do Nordeste com 26,9%. Ambas as regiões têm diversas
55
produções recentes, relacionadas com a humanização do parto e com as boas práticas no parto
e nascimento.
Quanto ao tipo de estudo, destacaram-se as pesquisas de campo com 65,3%,
seguidas das revisões e dos manuais e das cartilhas, ambos com 17,3%. Que torna o conteúdo
para a construção da cartilha mais diversificado e amplamente discutido pelos pesquisadores.
As publicações analisadas estão distribuídas entre diversos periódicos científicos,
entre as quais aparecem publicações de enfermagem, de medicina, de nutrição e na área
multiprofissional, constatando também, interesse por parte de outras categorias profissionais
estarem publicando nessa temática, embora ainda de forma tímida. Na área da Enfermagem,
observou-se maior quantitativo de produções 73,1%. Atribui-se a esse resultado reflexos da
produção científica dos enfermeiros oriunda de estudos desenvolvidos diretamente da sua
prática (pesquisas de campo), bem como de suas formações de Graduação, Especialização,
Mestrado e Doutorado que são produtos de pesquisas, na maioria, originais.
A tabela 2 apresenta a distribuição das produções consideradas para a construção
da cartilha.
Tabela 2 - Distribuição das produções segundo ano, região, tipo de estudo e área da pesquisa.
Sobral, 2018. Ano de publicação Frequência %
2017 9 17,3
2016 9 17,3
2015 9 17,3
2014 12 23,1
2013 7 13,4
2000 – 2012 6 11,5
Região
Norte 1 1,9
Nordeste 14 26,9
Centro-Oeste 3 5,8
Sul 11 21,2
Sudeste 23 44,2
Tipo de estudo
Pesquisa de campo 34 65,3
Revisão Integrativa / Narrativa 9 17,3
Cartilhas e Manuais 9 17,3
Área da pesquisa
Enfermagem 38 73,1
Medicina 4 7,7
Nutrição 2 3,8
Multiprofissional 8 15,3
Fonte: Elaborada pelos autores.
56
O levantamento de conteúdo sobre a temática foi essencial e imprescindível para
definir conceitos, descrever o conteúdo com clareza e a fundamentação teórica foi relevante
para realização de uma reflexão sobre o assunto em questão explorado.
5.2 Construção da cartilha educativa
O referencial teórico que permeou a elaboração da tecnologia foi Echer (2005). A
cartilha educativa trata-se de um material educacional impresso, que tem como intuito
promover o envolvimento paterno no processo parturitivo. A elaboração do material educativo
foi fundamentada nas informações coletadas através dos grupos focais, das entrevistas com os
pais e da revisão integrativa executada. Desse modo, o conteúdo da tecnologia foi desenvolvido
em onze tópicos, com as seguintes temáticas:
1. Conheça a lei do acompanhante: aborda a lei federal Nº 11.108/2005, que garante a
presença de um acompanhante escolhido pela gestante para acompanhá-la durante o
trabalho de parto, parto e após o parto.
2. Benefícios da participação paterna: lista os benefícios proporcionados para a mulher,
criança e ao próprio pai com seu envolvimento na parturição.
3. Preparando-se para acompanhar o nascimento do filho: nesse tópico é abordado
sobre os medos e os anseios dos pais do processo parturitivo e traz dicas de como eles
devem se preparam antecipadamente para esse período.
4. Trabalho de parto: métodos para controle da dor: é explorado sobre os principais
métodos não farmacológicos para o alívio da dor no trabalho de parto como: caminhada,
respiração, agachamento, música, dança, banho morno, massagens, balanço no
cavalinho e exercícios na bola, orientando a realização de cada um deles.
5. Envolvimento do pai no parto normal: essa temática fornece informações sobre a
maneira que o companheiro pode se envolver ativamente no processo do nascimento e
traz dicas de como a participação paterna pode se tornar mais efetiva.
6. Posições para o parto: apresenta as principais posições de parto e foca nas vantagens
da escolha das posições verticalizadas e desvantagens da posição supina.
7. Primeiro contato com o recém-nascido: nesse tópico é esclarecido sobre a atuação
paterna no contato pele a pele na primeira hora de vida; no clampeamento do cordão
umbilical e no estímulo ao aleitamento materno precoce.
57
8. Envolvimento do pai na cesariana: é retratada como intervenção cirúrgica, realizada
apenas em situações necessárias e é esclarecido sobre a possibilidade da participação do
parceiro durante o procedimento.
9. Boas práticas para o parto e nascimento: lista as boas práticas do parto normal,
através de evidências científicas e foca no protagonismo da mulher como elemento
fundamental para a naturalidade do evento.
10. E depois do parto? no último tópico é abordado sobre algumas dúvidas no puerpério
imediato como: higiene, sangramento, retirada de pontos, planejamento reprodutivo e
reinício das atividades sexuais. Também traz informações importantes sobre o
aleitamento materno e cuidados com o bebê.
11. Estímulo do pai no aleitamento materno: apresenta os benefícios do aleitamento
materno para a tríade mãe, pai e filho. Devendo ser priorizado até o sexto mês de
nascido.
Para detalhar as publicações que subsidiou os conteúdos das temáticas abordados
na cartilha, elaborou-se o quadro cinco.
Quadro 5 – Publicações consideradas para elaboração de conteúdos da cartilha. Sobral, 2018.
Temática Nº da publicação nos
quadros 03 e 04
1. Conheça a lei do acompanhante 1, 2, 3, 4, 5, 44, 45 e 49.
2. Benefícios da participação do pai 2, 3, 4, 6, 7, 46 e 47.
3. Preparando-se para o nascimento do filho 2, 3, 4, 6, 7, 8, 46, 47, e 49
4. Trabalho de parto: métodos para controle da dor 17, 18, 27, 28, 29, 30, 31, 32,
33, 34, 35, 36, 37 e 38
5. Envolvimento do pai no parto normal 2, 3, 4, 6, 7, 19, 46, 47 e 49
6. Posições para o parto 15, 17, 25, 27, 44 e 45
7. Primeiro contato com o recém-nascido 39, 40, 41, 42, 46, 47 e 49
8. Envolvimento do pai na cesariana 13, 14, 15, 44, 45, 46, 48, 50,
51 e 52
9. Boas práticas no parto e no nascimento 17, 18, 19, 20, 21, 22, 24 e 25
10. E depois do parto? 39, 40, 41, 42, 43, 44 e 52
11. Estímulo do pai no aleitamento materno 39, 40, 42, 43, 44, 46 e 52
Fonte: Elaborado pelo autor.
É bom salientar que a elaboração de materiais em tópicos facilita a compreensão do
seu conteúdo, visto que o desenvolvimento de uma ideia por vez contribui para que os leitores
58
não fiquem confusos (DEATRICK, AALBERG, CAWLEY, 2010). Além disso, ao dividir o
material em tópicos é possível oferecer oportunidades ao leitor, dividindo instruções longas e
complexas em partes fáceis de entender. Também facilita o seu armazenamento na memória de
longo prazo (DOAK, DOAK, ROOT, 1996).
Nesse sentido, Lobiondo - Wood e Haber (2001) reportam que para ser realizada a
elaboração de um material que retrate adequadamente a realidade, é oportuno que o universo
de conteúdo forneça estrutura e base de constructo.
Dessa forma, para a elaboração da cartilha educativa, fez-se um esboço inicial da
elaboração textual (roteiro) do conteúdo com os assuntos específicos que foram abordados em
cada página da cartilha, após esse processo de associação, foi elaborado o roteiro, com a seleção
das possíveis cenas ilustrativas. Depois dessa fase, foi realizado contato com profissional
técnico (Designer gráfico) para a elaboração da diagramação da cartilha, de forma que as
figuras fossem atrativas, de fácil compreensão e condizentes com o contexto cultural da
população-alvo. Destaca-se que a referida profissional teve acesso a imagens e gravuras
apresentadas pelo autor, para melhor adequação da realidade da população também no material
impresso.
Para a elaboração das imagens, foram utilizados os programas Corel Draw
Essentials para desenhar e Adobe Photoshop para colorir as figuras e; para a diagramação, o
programa Adobe Indesign, de forma que, após a elaboração de cada página com as figuras e
textos propostos, o material foi encaminhado para o pesquisador, para que o mesmo realizasse
uma avaliação prévia do material confeccionado e pudesse realizar modificações.
Como já exposto, para adequabilidade da comunicação escrita utilizada na cartilha
educativa, foram utilizados como referencial teórico-metodológico os estudos de Moreira,
Nóbrega e Silva (2003) e A Guide of a Creating and Evaluating Patiente Materials (2010), que
ressaltam aspectos que devem ser considerados na elaboração de materiais educativos
impressos, como linguagem, ilustração, layout, design e adequação cultural do material
educativo.
A capa da cartilha educativa traz o título “Presença de pai: cartilha para o
envolvimento do pai no parto e nascimento” e os personagens principais que ilustram o
material, conforme apresentada na figura dez. Destaca-se que as primeiras páginas foram
referentes às informações da cartilha, à ficha catalográfica, ao sumário e à apresentação da
tecnologia. Na contracapa identifica-se a instituição à qual o material está vinculado. Na ficha
catalográfica estão os dados dos autores da cartilha, dos colaboradores, da profissional
responsável pela ilustração e pela diagramação e das instituições apoiadoras do estudo. As
59
últimas páginas da cartilha foram destinadas para anotarem suas dúvidas e descreverem sua
experiência ao participar do nascimento do filho.
Figura 5 – Capa da cartilha “Presença de Pai”. Sobral, 2018.
Fonte: Elaborada pelos autores.
Na elaboração do material educativo, buscou-se utilizar uma linguagem clara,
simples e direta para melhor compreensão do conteúdo exposto. Para instruções escritas,
buscou-se dispor de sentenças curtas, usando palavras comuns e na voz ativa. As frases foram
escritas de modo que indivíduos com baixo nível de escolaridade pudessem ler e compreender
o material, visto que uma linguagem difícil poderia dificultar a compreensão do conteúdo
exposto.
Assim, buscou-se uma linguagem que pudesse melhorar a compreensão do
conteúdo exposto. Nesse sentido, Doak, Doak e Root (1996) expressam que as frases de um
material educativo devem estar escritas de forma que indivíduos com baixo nível de
escolaridade possam ler e compreender o material, pois, quando a leitura está difícil e com
linguagem rebuscada, eles lutam para ler e compreender a instrução, o que faz com que eles
tornem-se desengajados e minimizem o senso de autoeficácia.
É importante destacar que, pessoas, mesmo com competência de letramento
60
adequada, podem ter dificuldades com o letramento em saúde, o qual refere-se à habilidade de
usar suas competências em circunstâncias relacionadas à saúde, como prevenir, controlar e
tratar condições de saúde (MOREIRA, NÓBREGA, SILVA, 2003).
Dessa forma, é importante que os materiais educativos sejam escritos em nível e
estilos apropriados para o público pretendido, para que assim as pessoas sintam-se capazes de
praticar as orientações contidas no instrumento.
O uso de ilustrações no material educativo teve o intuito de explicar ou enfatizar
ideias importantes do texto, sendo apresentadas ilustrações de boa qualidade, alta definição e
familiares ao público-alvo. No que se refere ao layout e design, a capa da cartilha apresentou
imagens, cores e textos atrativos, de forma que o público-alvo capte a mensagem principal ao
visualizar o material. Além disso, as informações da cartilha foram apresentadas em tópicos e
subtópicos, usando recursos como títulos, subtítulos, negritos e marcadores, com o intuito de
facilitar a compreensão da mensagem pelos leitores (MOREIRA, NÓBREGA, SILVA, 2003).
No que se refere às ilustrações presentes na cartilha, buscou-se uma maior
aproximação com a realidade cultural da população a ser abordada. Assim, as ilustrações foram
feitas a partir de fotos e de cenários disponibilizadas pelo pesquisador.
Procurou-se retratar a realidade do cotidiano dos casais na cartilha, pois os
indivíduos que participam de alguma abordagem educativa tornam-se mais propensos a adotar
novos comportamentos quando existe uma relação de confiança e de proximidade com sua
realidade (LIMA et al., 2014). Dessa forma, um material bem elaborado e com informações de
fácil entendimento repercute em um maior conhecimento e satisfação do público, favorecendo
o desenvolvimento de ações para a tomada de decisões.
Os recursos visuais são essenciais para a transmissão de mensagens em saúde para
os leitores. Porém, sua utilização requer cuidados, como a aproximação com o texto ao qual
corresponde e a adequação cultural. A utilização das ilustrações atrai a atenção e ajuda o leitor
a focar no que é importante (MAINEHEALTH, 2010).
A forma como o texto aparece no material também pode interferir na habilidade de
leitura. No que se refere ao layout, utilizou-se fonte Arial, com tamanho 14 pontos para o corpo
do texto, 18 pontos para os títulos e 16 pontos para os subtítulos, indo de acordo com que
preconiza a literatura (MOREIRA, NÓBREGA, SILVA, 2003). Os títulos e subtítulos da
cartilha foram apresentados em destaque, com cor diferente, azul e verde respectivamente.
Algumas informações ou palavras do corpo do texto da cartilha foram destacadas
em negrito, para chamar a atenção do leitor durante a leitura. A maioria das palavras do corpo
de texto da cartilha foram escritas na coloração preta e azul. As orientações expostas também
61
seguem as recomendações propostas pela literatura utilizada, indicando o uso de negrito em
palavras ou frases que merecem destaque e a utilização de letras escuras em um fundo claro
(MOREIRA, NÓBREGA, SILVA, 2003; MAINEHEALTH, 2010).
Em algumas páginas utilizaram-se caixas de texto com o nome “ATENÇÃO” de
cor vermelha, para destacar informações importantes acerca do que foi abordado na página.
Além disso, todas as páginas da cartilha foram numeradas.
Foi deixado espaços em branco entre textos e imagens, e evitado imagens de fundo,
pois podem distrair o leitor da mensagem principal, sendo importante também que 10% a 35%
da página estejam em branco para permitir um descanso ao leitor durante a leitura (MOREIRA,
NÓBREGA, SILVA, 2003; MAINEHEALTH, 2010).
As imagens contidas na cartilha foram utilizadas para reforçar o que foi escrito ou
facilitar sua compreensão, evitando-se imagens desnecessárias ou que desviassem a atenção do
leitor para a mensagem central. Nesse sentido, Moreira, Nóbrega e Silva (2003), afirmam que
se deve limitar a quantidade de imagens para não sobrecarregar o material, bem como evitar o
uso de ilustrações que tenham apenas a função decorativa no texto.
Por fim, a cartilha foi composta por 32 páginas, sendo 22 páginas destinadas ao
conteúdo, sete páginas pré-textuais e pós-textuais e três páginas em branco.
Para facilitar o processo de construção da cartilha, optou-se em fazer a diagramação
da mesma, conforme ilustrado na Figura 6.
Figura 6 – Diagramação representativa da cartilha educativa. Sobral, 2018.
Fonte: Elaborada pelos autores.
Partes da Cartilha
Parte ExternaCapa: título da
cartilha
Parte Interna
Elementos pré-textuais
Folha de rosto, Apresentação e
Sumário
Elementos textuais
Conteúdo escrito e imagens
Elementos pós-textuais
Anotações
62
5.3 Validação do conteúdo e da aparência da cartilha
A busca por mestres e/ou doutores na plataforma lattes, que atendiam os critérios
pré-estabelecidos para compor o quadro de juízes expertises gerou a amostra de 154 e 111
respectivamente, compondo um total de 265 currículos selecionados. Após essa etapa iniciou-
se a procura do e-mail dos juízes selecionados através de publicações científicas on-line nas
bibliotecas virtuais disponíveis. Foram localizados 109 e-mails de mestres e 92 de doutores,
somando 201 e-mails para envio do convite para participar do processo de validação da
tecnologia.
Para estes, foi enviado a carta convite (APÊNDICE H) solicitando participação na
pesquisa; a primeira versão da cartilha em anexo e o link no formato google forms, com o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido e o link que dava acesso ao formulário para validação do
conteúdo e aparência da tecnologia (APÊNDICES D e I).
A figura 7 apresentada o fluxograma do processo de validação da cartilha educativa
utilizando a técnica Delphi.
Figura 7 - Fluxograma do processo de validação da cartilha educativa. Fortaleza, 2018.
Fonte: Elaborado pelos autores.
- 265 currículos selecionados
- 201 e-mails localizados e
convidados para pesquisa.
- 1ª etapa Delphi: 42 juízes aceitaram participar e
responderam o formulário de avaliação;
- Análise quantitativa dos consensos, qualitativas
dos dissensos e feedback aos juízes;
- Elaboração da 2ª versão da cartilha.
Cartilha
preliminar
- 2ª etapa Delphi: 25 juízes aceitaram participar e
responderam o formulário de avaliação;
- Análise quantitativa dos consensos, qualitativas
dos dissensos e feedback ao juiz;
- Elaboração da 3ª versão da cartilha.
Consenso entre os
juízes
Cartilha Validada
63
Na primeira etapa da técnica Delphi aceitaram o convite para participar da validação
42 juízes expertises que assinaram o TCLE de forma eletrônica e analisaram a cartilha através
do formulário on-line, que ficou disponível no sistema google forms por 14 dias corridos.
Dos 42 experts, 36 (85,7%) são do sexo feminino, seis (14,3%) do sexo masculino,
21 (50%) são mestres, 19 (45,2%) doutores, dois (4,8%) possuem pós-doutorado. A cerca do
tempo de graduação, a maioria 16 (38,1%) tem entre 11 a 20 anos de graduado. Em relação à
faixa etária, a maior parte 18 (42,8%) tem entre 30 a 39 anos. Ao associar as atividades
principais desenvolvidas pelos especialistas, identificou-se que, 25 (59,5%) dos enfermeiros
atuam na área de ensino, 12 (28,5%) na assistência, três (7,1%) na gestão e dois (4,8%) atuam
especificamente com pesquisas. Com relação ao tempo na função, destacou 5 a 10 anos, 16
(38,1%), seguido de 11 a 20 anos, 13 (30,9%) dos experts. Quanto à idade dos participantes, a
idade média foi de 41 anos.
Na segunda rodada Delphi, foi enviado via e-mail um novo convite aos
participantes, contendo o link do google forms com o formulário a ser respondido, este também
ficou aberto no sistema durante 14 dias corridos. No total foram 42 convites enviados, sendo a
quantidade de participantes da primeira rodada, pois para seguir com a validação na segunda
etapa necessita ter participado da primeira.
A segunda rodada reuniu um total de 25 juízes expertises, destes 24 (96,0%) do
sexo feminino, 1 (4,0%) do sexo masculino, 13 (52,0%) são mestres, 10 (40,0%) doutores e
dois (8,0%) possui pós-doutorado. A cerca do tempo de graduação, a maioria 10 (40,0%) tem
entre 11 a 20 anos de graduado. Ao associar as atividades desenvolvidas pelos especialistas, 14
(56,0%) atuam na área de ensino, sete (28,0%) na assistência, três (12,0%) enfermeiros
trabalham especificamente com pesquisas e um com gestão (4,0%). Com relação ao tempo na
função, destacou 5 a 10 anos ,12 (48,0%), seguido de 11 a 20 anos, 11 (32,0%) dos experts. A
idade média dos participantes nesta etapa foi de 39,5 anos.
O perfil dos participantes da validação nesta pesquisa demonstrou que a
predominância foi do sexo feminino com 89,5% do total. Mostra também um equilíbrio entre a
quantidade de mestres e doutores participantes, com 34 (50,7%) e 33 (49,3) respectivamente.
A idade média dos participantes foi de aproximadamente 40 anos. Esses dados corroboram com
os estudos metodológicos quantitativos, realizado em Curitiba, Paraná, para validar o conteúdo
de uma escala com fatores preditivos de complicações da hipertensão arterial sistêmica na
atenção primária e outro realizado em Sobral, Ceará, que validou um álbum seriado sobre a
triagem neonatal.
A tabela 3 apresenta todos esses dados compilados, em relação a caracterização dos
64
juízes expertises participantes da 1ª e 2ª etapa de validação executada pela técnica Delphi.
Tabela 3 – Caracterização dos participantes da pesquisa na 1º e 2º etapa. Brasil, julho, 2018.
Variáveis 1ª etapa 2ª etapa
N % N %
Faixa etária
< 30 anos 6 14,3 4 16
30 a 39 anos 18 42,8 9 36
40 a 49 anos 9 21,4 8 32
50 a 59 anos 9 21,4 4 16
Sexo
Feminino 36 85,7 24 96
Masculino 6 14,3 1 4
Titulação
Mestrado 21 50 13 52
Doutorado 19 45,2 10 40
Pós-doutorado 2 4,8 2 8
Tempo de graduado
< 5 anos 1 2,4 1 4
5 a 10 anos 12 28,5 8 32
11 a 20 anos 16 38,1 10 40
21 a 30 anos 9 21,4 3 12
> 30 anos 4 9,5 3 12
Atuação
Ensino 25 59,5 14 56
Assistência 12 28,5 7 28
Gestão 3 7,1 1 4
Pesquisa 2 4,8 3 12
Tempo na função
< 5 anos 8 19 4 16
5 a 10 anos 16 38,1 12 48
11 a 20 anos 13 30,9 8 32
21 a 30 anos 5 11,9 1 4 Fonte: dados do estudo.
Destacou-se no estudo o quantitativo de enfermeiros docentes, dos 67 experts
participantes na pesquisa, 39 (58,2%) atuam especificamente na área de ensino em
universidades e faculdades por todo país. Para melhor caracterizar estes docentes elaborou-se a
tabela 4 para demonstrar as instituições que tais avaliadores atuam com base em seus currículos
lattes.
65
Tabela 4 – Dados referente aos juízes docentes que participaram da pesquisa na 1º e 2º etapa.
Brasil, julho, 2018. Região Instituição 1ª etapa 2ª etapa
N %
Região
N %
Região
Norte Universidade Federal do Pará – PA 1 4 - -
Universidade Federal de Alagoas – AL 1 - -
Universidade Federal de Pernambuco – PE 1 1
Universidade Federal de Sergipe – SE 1 - -
Nordeste Universidade Federal do Maranhão – MA 1 32 - 21,4
Universidade Federal Rio Grande do Norte - RN 1 -
Universidade Estadual do Ceará – CE 1 1
Universidade Estadual de Alagoas – AL 1 -
Centro Universitário UNINTA – CE 1 1
Universidade de São Paulo – SP 2 2
Universidade Estadual de Campinas – SP 1 1
Universidade Santo Amaro – SP 1 1
Sudeste Faculdade de São José do Rio Preto – SP 1 -
Universidade Federal do Rio de Janeiro – RJ 1 60 - 71,4
Universidade Federal Fluminense – RJ 4 3
Universidade Estadual do Rio de Janeiro - RJ 1 1
Universidade Federal de Viçosa – MG 1 -
Universidade Estadual de Montes Claros - MG 2 1
Faculdade Ciências Médicas de MG – MG 1 1
Sul Universidade Federal de Santa Maria – RS 1 4 1 7,2
Total 25 14
Fonte: dados do estudo
Percebeu-se destaque dos experts das universidades federais e estaduais da região
Sudeste, seguida do Nordeste nas duas rodadas de avaliação, contribuindo significativamente
com a qualificação do processo de validação da cartilha.
Em relação à área de abrangência da coleta de dados, houve representação de todas
as regiões do Brasil. Participaram da primeira etapa juízes de 15 estados e 8 da segunda. A
região geográfica com maior quantitativo foi a Sudeste em ambas as etapas com 42,89% e 56%
respectivamente, seguindo do Nordeste, conforme apresenta a tabela 5.
66
Tabela 5 – Distribuição dos juízes expertises por área de abrangência. Brasil, julho 2018.
Fonte: dados do estudo
5.4 Análise quantitativa e qualitativa dos dados da validação
Na primeira etapa Delphi, 201 juízes especialistas foram convidados via e-mail,
recebendo neste o convite para a participação da validação, o link do google forms que incluía
o primeiro formulário elaborado. Destes, 42 deram retorno aceitando participar e assinando o
TCLE. O formulário enviado auxiliou na validação do conteúdo e da aparência da tecnologia a
partir dos seis domínios e dos 21 itens que o compuseram. Junto ao formulário, encontrava-se
também o TCLE e a tecnologia em anexo para ser avaliada. Estes domínios que foram avaliados
pelos juízes especialistas na primeira rodada do processo de validação e o grau de concordância
entre os mesmos no processo de validação desta etapa estão apresentados na tabela 6,
organizados de acordo com as respostas em quatro níveis, inadequado (1), pouco adequado (2),
adequado (3) e muito adequado (4). Como citado anteriormente para a análise dos dados as
pontuações um e dois foram agrupadas e compactadas em inadequada (1 e 2), a três e quatro
em adequada (3 e 4).
Ao agrupar as respostas “inadequado” com “pouco adequado” na categoria
“inadequado” e as respostas “adequado” com “muito adequado” na categoria “adequada”, na
primeira etapa de validação, foi perceptível que todos os especialistas demostraram uma
Região Unidade da
Federação
1ª etapa 2ª etapa
N % %
Região
N % %
Região
Norte Pará 1 2,4 2,4 - - -
Ceará 7 16,6 5 20
Alagoas 4 9,6 1 4
Pernambuco 2 4,8 2 8
Nordeste Bahia 1 2,4 40,4 - - 32
Sergipe 1 2,4 - -
Rio Grande do Norte 1 2,4 - -
Maranhão 1 2,4 - -
Centro
Oeste
Distrito Federal 1 2,4 2,4 1 4 4
Rio de Janeiro 7 16,6 6 24
Sudeste São Paulo 6 14,2 42,8 4 16 56
Minas Gerais 5 11,9 4 16
Sul Mato Grosso do Sul 3 7,1 - -
Paraná 1 2,4 12 - - 8
Rio Grande do Sul 1 2,4 2 8
Total 42 100 100 25 100 100
67
concordância maior do que 90% em relação aos itens e domínios do formulário eletrônico
(TABELA 6).
Tabela 6 - Percentual de concordância/não concordância dos juízes especialistas em relação ao
conteúdo dos domínios na 1ª e 2º etapa Delphi, Brasil, julho, 2018.
Domínios Inadequado Adequado
N % N %
Objetivo 2 4,8 40 95,2
Conteúdo 3 7,2 39 92,8
Etapa I Relevância 1 2,4 41 97,6
Funcionalidade 1 2,4 41 97,6
Usabilidade 2 4,8 40 95,2
Eficiência 0 0 42 100
Objetivo 0 0 25 100
Conteúdo 1 4,0 24 96,0
Etapa II Relevância 0 0 25 100
Funcionalidade 0 0 25 100
Usabilidade 0 0 25 100
Eficiência 0 0 25 100 Fonte: dados do estudo
Na segunda etapa da validação, foram recebidas 25 respostas dos 42 convites que
foram enviadas para esta etapa. O grau de concordância entre os especialistas nesta etapa,
também está apresentado na tabela 6, por meio de quantidades e percentuais, de acordo com as
opções de respostas dos quatro níveis, sendo estes compactados em dois, inadequado (respostas
1 e 2) e adequado (resposta 3 e 4).
Na segunda etapa Delphi, foi possível perceber que teve um aumento no percentual
de concordância entre os juízes especialistas, quando comparado à primeira rodada, pois a
maioria dos domínios obteve 100% de aceitação, apenas o item conteúdo ficou abaixo, com
96%, representando apenas o dissenso de um expert.
Na primeira e na segunda rodada, no que diz respeito ao IVC que é obtido pelo
cálculo da porcentagem em cada domínio, medindo a proporção ou porcentagem de juízes que
concordaram sobre determinados aspectos da tecnologia, obteve-se um valor de IVC da
tecnologia educativa de 0,96 e 0,99 respectivamente. O IVC global foi de 0,97 indicando
validade de conteúdo e aparência, apresentados na tabela 7.
68
Tabela 7 - Resultados do α de Cronbach e do IVC em cada domínio na 1ª e 2º etapa Delphi,
Brasil, julho, 2018.
Domínios α de Cronbach IVC
Objetivo 0,65 0,95
Conteúdo 0,67 0,92
Etapa I Relevância 0,72 0,97
Funcionalidade 0,60 0,97
Usabilidade 0,81 0,95
Eficiência 0,75 1
Total 0,90 0,96
Objetivo 0,75 1
Conteúdo 0,77 0,96
Etapa II Relevância 1 1
Funcionalidade 0,88 1
Usabilidade 0,83 1
Eficiência 0,84 1
Total 0,92 0,99 Fonte: dados do estudo
Em relação ao Alpha de Cronbach, coeficiente que mensura a relação entre
respostas em um questionário através da análise do perfil das respostas realizadas pelos
respondentes, na primeira rodada, foi obtido um alpha de Cronbach de 0,90 e na segunda 0,92,
indicando ótima consistência interna.
Embora a tecnologia tenha apresentado valor de Alfa 0,90 que indica excelente
confiabilidade quanto ao seu conteúdo e mesmo o instrumento ter sido validado com mais de
90% de concordância entre os avaliadores na primeira rodada da técnica Delphi, os itens dos
domínios apresentaram algumas variações quanto aos valores de alpha e IVC, variações essas
que chamaram a atenção para serem revisadas na tecnologia. Juntamente com esses valores que
chamaram atenção, os juízes especialistas fizeram algumas sugestões para melhorar a
tecnologia, sugestões essas propostas no próprio formulário eletrônico, dividido por domínios.
Esses espaços para sugestões dos participantes foram pensados para melhorar o conteúdo e a
aparência da tecnologia educativa.
Todos os comentários dos avaliadores foram organizados e agrupados, para
possibilitar uma melhor compreensão no momento de acatar ou não as sugestões. Na primeira
e segunda etapa Delphi, os comentários foram organizados nas categorias: inclusão, exclusão e
adequação.
Após a avaliação quantitativa com o cálculo do IVC e Alfa de Cronbach, procedeu-
se à avaliação qualitativa, sendo analisadas todas as sugestões dos experts.
Os juízes receberam a denominação J, seguida do numeral ordinal conforme ordem
69
de recebimento dos formulários de avaliação. Para cada sugestão recebida foi posteriormente
enviado um e-mail para o expert, dando um feedback ao mesmo, informando as suas sugestões
que foram acatadas e justificando as que não foram acatadas, para eles terem ciência na análise
da segunda versão da cartilha educativa.
As considerações estão apresentadas no quadro 6 abaixo, as quais foram acatadas
em sua maioria.
Quadro 6 - Sugestões realizadas pelos juízes especialistas para validação da cartilha “Presença
de pai”. Fortaleza, maio - julho, 2018.
Assunto da
cartilha
Modificação Sugestão Avaliação
Capa / Título Adequação Acrescentar a palavra “nascimento” ou termo
que englobe o trabalho de parto, parto, pós-
parto e nascimento (J10).
Acatado
Identificação Inclusão Incluir no quadro das fotos, os personagens
(J40).
Acatado
Exclusão Retirar a foto do pai e da mãe, pois pode
trazer atrito para o casal (J33).
Não acatado
Apresentação Adequação Rescrever a frase de forma mais pessoal,
"nascimento de um bebê" por "nascimento do
seu bebê" (J22).
Acatado
Lei do
acompanhant
e
Adequação Explicar que o direito ao acompanhante
independe da via de parto (J6, J30).
Acatado
Adequação Deixar a expressão do companheiro mais
amena (J42).
Acatado
Benefícios da
participação
do pai
Inclusão Citar que os pais que participam do
nascimento dos seus filhos criam maior
vínculo que se estende durante a infância e,
consequentemente, na adolescência (J2).
Acatado
Inclusão Colocar que o enfermeiro está disponível
para orientar e assistir o casal (J17).
Acatado
Inclusão Explicar que a participação do pai deve
iniciar durante o pré-natal, acompanhando
todas as consultas de pré-natal, (J15).
Acatado
Adequação Substituir o termo “paterna” por “pai” (J40). Acatado
Adequação Substituir o termo “biológico” por “pai de
sangue” (J40).
Acatado
Adequação Não referir ao pai, enquanto 3ª pessoa (o
pai/ele), mas sim, na 2ª pessoa (você), (J33).
Não acatado
Adequação Esclarecer melhor sobre a violência
obstétrica ou excluir (J6).
Acatado
Adequação Abordar em uma segunda versão da cartilha,
que o parceiro pode ser homem ou mulher,
devido o advento de casais de inúmeros
gêneros (J4).
Acatado
Inclusão Acrescentar dança lenta (J2, J40). Acatado
70
Trabalho de
parto:
métodos para
controle da
dor
Inclusão Incluir a utilização de um forro ao sentar na
bola (J30).
Acatado
Inclusão Acrescentar o termo “invasivos” após a
palavra “procedimentos” (J34).
Não acatado
Adequação Ajustar a imagem do balanço no cavalinho,
em que o pai está em pé com a coluna
curvada, por ser desconfortável (J22).
Acatado
Adequação Deixar as informações mais claras ao casal e
não apenas ao companheiro (J42).
Acatado
Adequação Resumir melhor conteúdo escrito, pensar em
uma maneira mais dinâmica (J12, J35).
Acatado
Adequação Substituir os termos “inspirar e expirar” ou
explicar. Usar linguagem mais fácil (J34).
Acatado
Adequação Realizar revisão gramatical (J4, J32, J34). Acatado
Adequação Dar uma unicidade nos termos: colocar
"mulher" em tudo, o termo gestante confunde
e ela vira parturiente (J17).
Acatado
Adequação No uso da bola, indicar que o parceiro fique
na frente, dar mais segurança, segurando sua
mão, pelo risco de desequilibrar (J30).
Acatado
Adequação Rever a utilização de termos técnicos
científicos, que dificulta a compreensão do
público (J7, J32, J33).
Acatado
Exclusão Retirar o balão "Você está fazendo um ótimo
trabalho", O conceito de trabalho não se
aplica corretamente ao processo de
parturição. (J28).
Acatado
Exclusão Retirar a roupa do pai, pois nem sempre o
serviço oferece alguma vestimenta (J38).
Não acatado
Envolviment
o do pai no
parto normal
Adequação Reescreva a frase “nesse momento é muito
importante a presença do parceiro”, Sugiro:
"No momento que antecede o nascimento é
muito importante a presença...” (J39).
Acatado
Adequação Modificar a frase "encontrando a melhor
posição” por “ajudando a mulher encontrar a
melhor posição” (J6).
Acatado
Adequação Substituir a palavra “intensas” por “fortes”
(J40).
Acatado
Posições para
o parto
Adequação Ajustar imagem que a parturiente está na
cama de cócoras, pois ela está na ponta dos
pés, com os pés firmes elas tem melhor apoio
(J10).
Acatado
Adequação Ajustar a imagem do parto na banqueta. O
enfermeiro está sentando no chão. Colocá-lo
em um banquinho (J40).
Acatado
71
Exclusão Retirar a posição litotômica, pois devemos
desestimular (J10).
Acatado
Primeiro
contato com o
recém-
nascido
Adequação Explicar que o contato pele a pele poderá ser
feito com pai, caso a mãe não tenha
condições de fazê-lo (J2, J38).
Não acatado
Adequação Substituir a palavra “clampeamento” por
“corte” (J40).
Acatado
Exclusão Retirar o termo “bem” na seguinte frase:
Quando o bebê nasce bem e saudável (J28)
Acatado
Envolviment
o do pai na
cesárea
Inclusão Incluir o contato pele a pele também na
cesárea (J38).
Acatado
Adequação Colocar primeiro a participação do pai na
cesárea e só depois o primeiro contato com o
recém-nascido (J7).
Acatado
Adequação Mudar o olhar do médico, pois pareceu
surpreendido com a presença do pai (J7)
Acatado
Adequação Substituir a palavra “transitar” por “andar”
(J40).
Acatado
Exclusão Retirar a frase "... procurar informações com
a equipe, sobre sua presença no momento da
cesárea", tendo em vista que está previsto em
lei a presença de acompanhante independente
da via de parto (J19).
Não acatado
Boas práticas
no parto e
nascimento
Inclusão Abordar a importância da alimentação e da
hidratação no trabalho de parto (J30).
Acatado
Inclusão Colocar mais informações sobre o
nascimento (J35).
Acatado
Adequação Substituir o termo “protagonista” (J30). Acatado
Exclusão Retirar a palavra “fisiológico” (J40). Acatado
E depois do
parto?
Inclusão Acrescentar na higienização do corpo, o
cabelo e o couro cabeludo (J34).
Acatado
Inclusão Explicar a importância de procurar
orientação sobre o planejamento reprodutivo
(J30, J33).
Acatado
Adequação Esclarecer melhor sobre o retorno da
atividade sexual, deixando claro que o casal
pode decidir juntos a forma - “que não é
somente a penetração”, assim como, o
momento ideal. (J6, J33)
Acatado
Adequação Os pontos não são do parto normal, coloque
claramente: “caso tenha sido necessário
realização de pontos com o nascimento do
bebê" (J17).
Acatado
Adequação Rever informação sobre a retirada dos pontos
da cesariana (P21).
Acatado
Adequação Substituir a palavra “procedimento” por
“parto” (J34).
Acatado
72
Estímulo do
pai no
aleitamento
materno
Inclusão Incluir amamentação exclusiva até os seis
meses de vida do bebê, sem necessidade de
complementação (J37).
Acatado
Inclusão Abordar os cuidados com pega e sucção do
bebê e fissuras de mamilos (J37).
Não acatado
Frase final Adequação Substituir a frase “coisa de homem” por
“também necessita do seu apoio”.
Acatado
Exclusão Retirar a frase “coisas de homem”. Isso
reforça o modelo heterossexual e machista.
Acatado
Novos tópicos
Inclusão Abordar o plano de parto (J10, J15, J38). Acatado
Inclusão Incluir conteúdos referentes ao cuidado pré-
natal, como: mudança nos hábitos de vida,
tabagismo, etilismo, outras drogas;
alimentação saudável e sexo seguro (J3).
Não acatado
Inclusão Falar sobre os medos e ansiedades dos
acompanhantes, focando nas apreensões do
companheiro, não somente da mulher (J28).
Acatado
Inclusão Citar os exames realizados no pré-natal e a
participação do pai nesse período (J3).
Não acatado
Inclusão Abordar a visita na maternidade e a
participação em grupo de gestantes e casais
grávidos (J10, J15).
Acatado
Inclusão Incluir o pré-natal do homem (J21). Não acatado
Inclusão Disponibilizar um espaço ao final para o pai
registrar como foi sua experiência na
participação do parto (J30).
Acatado
Inclusão Explicar o momento de procurar a
maternidade (J3, J5, J11).
Não acatado
Inclusão Colocar os profissionais que podem assistir o
processo do parto (J5).
Não acatado
Inclusão Inserir a relação das referências utilizadas
(J21).
Não acatado
Adequação Realizar flexão de gênero do profissional
enfermeiro visto que a maioria são do sexo
feminino (J23).
Não acatado
Fonte: dados do estudo
Foram sugeridas 64 modificações pelos juízes, objetivando o aprimoramento e
elaboração da versão final da cartilha, sendo 50 acatadas e 14 não acatadas, as devidas
justificativas serão apresentadas posteriormente.
É importante destacar que a cartilha educativa teve modificações com o intuito de
aproximá-la com a realidade do público-alvo, pois uma tecnologia educativa com a finalidade
de promoção e de educação em saúde precisa estar adaptada à realidade, buscando descrever e
esclarecer o que a literatura expõe (OLIVEIRA; CARVALHO; PAGLIUCA, 2014).
De acordo com o Quadro 6, percebe-se que foram realizadas diversas sugestões de
73
mudanças na cartilha pelos juízes, tais como: substituição de termos técnicos; reformulação de
ilustrações; simplificação e reelaboração de frases para tornar a linguagem mais clara; adição
de informações que julgaram necessárias, dentre outras. A maioria dessas propostas foram
levadas em consideração, analisadas e acatadas.
No título, a princípio verificou-se que não houve consenso entre os juízes. Intitulada
como “Presença de Pai: cartilha para o envolvimento do pai no parto”, teve questionamento ao
ser citado apenas o parto, já que a cartilha também aborda outros aspectos. O juiz J10 sugeriu
a inclusão de um termo que englobasse o trabalho de parto, parto, pós-parto ou que
acrescentasse a palavra “nascimento” ao título preliminar. Decidiu-se então acatar sua
recomendação, passando a ser intitulada “Presença de Pai: cartilha para o envolvimento do pai
no parto e nascimento”. O novo título é mais abrangente e expressa melhor o conteúdo da
cartilha que traz informações importantes não só para o momento do parto em si, mas abordando
também, questões mais abrangentes como a lei do acompanhante, métodos para o controle da
dor, o nascimento do bebê e os cuidados no pós-parto. Tais alterações podem ser observadas na
figura abaixo.
Figura 8 - Páginas da cartilha pré e pós-validação pelos juízes. Fortaleza, 2018.
Versão pré-validação Versão pós-validação
Fonte: Elaborada pelos autores.
74
Na página da identificação, houve uma discordância entre os experts. O juiz J40
orientou que fosse mantido os quadros destinados para fixação das fotos do pai e da mãe, porém
sugeriu que fosse colocado dentro desses quadros a foto dos personagens. Já o avaliador J33,
sugeriu que esses espaços fossem excluídos, visto que poderia trazer atrito para os casais, nos
casos em que o filho que se espera ser biologicamente de outro homem. Decidiu-se manter os
quadros e colocar as fotos dos personagens, conforme J40, ficando a critério dos casais, fixar
ou não as imagens deles, não ficando assim espaços em branco, caso eles optassem por não
utilizar esse local para colar suas imagens. A figura abaixo demonstra essa modificação.
Figura 9 - Páginas da cartilha pré e pós-validação pelos juízes. Fortaleza, 2018.
Versão pré-validação Versão pós-validação
Fonte: Elaborada pelos autores.
Na apresentação da cartilha, teve apenas uma sugestão do juiz J22. Na seguinte
frase do enfermeiro “nessa cartilha vamos falar de um assunto muito importante que é o parto
e o nascimento de um bebê!”, o avaliador solicitou deixar a sentença mais pessoal, substituindo
“nascimento de um bebê” por “nascimento de seu bebê”. Acatou-se sua sugestão, pois dessa
forma a oração ficou mais atrativa e próxima de seus leitores.
No primeiro tópico abordado pela cartilha - Conheça a lei do acompanhante, teve
duas solicitações de adequação do texto exposto. Na primeira, os juízes J6 e J30 orientaram
75
explicar que o direito ao acompanhante independia da via de parto. Decidiu-se acatar, visto que
a lei federal Nº 11.108 / 2005 garante a presença do acompanhante tanto no parto normal quanto
na cesariana. A segunda modificação foi do expert J42 que sugeriu adequação da imagem do
companheiro entrando na maternidade. Foi solicitado amenizar a expressão do parceiro, visto
que o olhar e o sorriso do pai ficaram um tanto esnobe. Estando de acordo com as orientações
citadas, decidiu-se acatá-las. Tais alterações estão representadas na figura abaixo. É importante
salientar que ao longo da cartilha foram feitas algumas alterações na expressão facial dos
personagens, visto que na primeira versão da cartilha tinham imagens em que os personagens
expressavam surpresa e medo.
Figura 10 - Páginas da cartilha pré e pós-validação pelos juízes. Fortaleza, 2018.
Versão pré-validação Versão pós-validação
Fonte: Elaborada pelos autores.
No segundo tópico, obteve-se oito sugestões de mudanças, em que apenas uma não
foi acatada. A primeira foi em relação ao título do tópico, que a princípio era “Benefícios da
participação paterna”, o juiz J40 solicitou a substituição do termo “paterna” por “pai”, ficando
“Benefícios da participação do pai”, pois a palavra paterna poderia não ser totalmente
compreendida pelo público-alvo. O mesmo expert solicitou que fosse substituída a palavra “pai
biológico” por “pai de sangue” para um melhor entendimento. Já nos balões que abordam os
tais benefícios, foi proposto pelo J2, que fosse incluído o fortalecimento do vínculo na infância
76
e na adolescência; e pelo J6 que fosse explicado detalhadamente sobre a prevenção da violência
obstétrica ou que fosse retirado do texto. O avaliador J4 propôs que devido os casais de
inúmeros gêneros, já pensando em uma segunda versão da cartilha, abordar os personagens em
ambos os sexos, podendo esse parceiro (a) ser homem ou mulher. Estando de acordo, optou-se
por acatá-las e realizar as alterações pertinentes.
Já o juiz J7 solicitou que fosse explicado no texto que o enfermeiro está disponível
para orientar e assistir o casal. Optou-se por dar maior destaque no nome Enfermeiro na
vestimenta da ilustração do profissional realizando as orientações aos personagens, pois em
toda a extensão da cartilha é o enfermeiro quem realiza as orientações aos personagens.
Reconhece-se que as ilustrações ajudam na compreensão do texto, pois contribuem para a
memorização dos assuntos, interferem no imaginário e incentivam a leitura (TELES, 2011).
A única sugestão não acatada foi a do expert J33 que propôs não referir ao pai,
enquanto 3ª pessoa (o pai / ele), mas sim, na 2ª pessoa (você / o pai). Não foi considerada, pois
a cartilha é destinada ao casal e não apenas ao pai. Pode-se identificar todas as modificações
realizadas na imagem a seguir.
Figura 11 - Páginas da cartilha pré e pós-validação pelos juízes. Fortaleza, 2018.
Versão pré-validação Versão pós-validação
Fonte: Elaborada pelos autores.
77
O terceiro tópico foi desenvolvido através da sugestão do avaliador J28, o qual
indicou que fosse abordado também os medos e as ansiedades dos acompanhantes, focando nas
apreensões do companheiro, não somente da mulher. Essa temática não foi abordada na versão
preliminar, porém foi elaborada para a segunda versão da cartilha, devido à importância dessas
informações para os pais na preparação do processo parturitivo.
No quarto tópico, trabalho de parto: métodos para o controle da dor, houve 12
sugestões de melhorias. A primeira orientação foi a do juiz J28 no subtópico caminhada, que
solicitou a retirada da frase "você está fazendo um ótimo trabalho" do balão, pois o conceito
“trabalho” não se aplica adequadamente ao processo de parturição, podendo trazer repercussões
negativas ao serem lidas. Já no subtópico respiração, J34 sugeriu substituir as palavras “inspirar
e expirar” ou explicar melhor esses termos na frase, usando uma linguagem mais fácil. Os
avaliadores J7, J32 e J33 também sinalizaram a revisão da utilização de termos técnicos
científicos, que dificultam a compreensão do público. Também foi solicitado por J17 a
unicidade no termo "mulher", pois a palavra “gestante” confunde o público quando a mesma se
torna parturiente ou puérpera.
Além disso, juiz J42 solicitou a adequação das informações, deixando-as mais
claras ao casal e não apenas ao companheiro. Os experts J12 e J35 orientaram que fosse melhor
resumido o conteúdo escrito, para tornar a leitura mais dinâmica e menos cansativa. Já J4, J32
e J34 aconselharam a realização revisão gramatical em toda a extensão da tecnologia. Todas
essas sugestões foram analisadas e acatadas na nova versão da cartilha.
Quanto à substituição de palavras e termos técnicos para expressões mais comuns,
como sugeriram alguns juízes, faz-se necessário principalmente para que pessoas com baixo
nível de escolaridade e/ou habilidade de leitura reduzida possam desfrutar das vantagens do
material escrito, sendo considerados mecanismos para a redução das barreiras de compreensão
da mensagem e técnicas que favoreçam a motivação do paciente para iniciar e manter o interesse
pelo material educativo. Uma linguagem simples pode minimizar as barreiras da comunicação,
tornando-a mais eficiente e de maior alcance (MOREIRA; NÓBREGA; SILVA, 2003).
Após o subtópico música, os experts J2 e J40 propuseram a inclusão da dança, visto
esse método ser bastante eficaz no controle da dor e da ansiedade dos envolvidos, promovendo
mais tranquilidade durante o trabalho de parto. Na imagem abaixo pode-se perceber as novas
páginas incluídas após a primeira etapa de validação da cartilha.
78
Figura 12 - Páginas incluídas após validação pelos juízes. Fortaleza, 2018.
Fonte: Elaborada pelos autores.
Ainda sobre os métodos para o controle da dor, no subtópico balanço no cavalinho,
o expert J22 orientou adequação na foto do pai, que está por trás da mulher apoiando-a na
realização do exercício. O juiz sinalizou que o companheiro estava em pé, com a coluna curvada
e isso poderia deixá-lo bastante desconfortável por sua postura. Considerada pertinente,
realizou-se o ajuste conforme a imagem a seguir.
79
Figura 13 - Páginas da cartilha pré e pós-validação pelos juízes. Fortaleza, 2018.
Versão pré-validação Versão pós-validação
Fonte: Elaborada pelos autores.
Com relação ao subtópico - exercícios na bola, foi sugerido por J30 a inclusão de
um forro na imagem da gestante sentada na bola, pois isso evitaria o desequilíbrio, além de
promover mais conforto à mulher, sendo realizado o ajuste conforme orientado.
Decidiu-se não acatar a sugestão de J34 que propôs acrescentar o termo “invasivos”
após a palavra “procedimentos”, pois esses termos técnicos certamente dificulta a compreensão
do público a quem se destina este material. Também não foi considerada a orientação de J38
que propôs a retirada da bata do pai, pois nem sempre o serviço oferece alguma vestimenta.
Considerou-se irrelevante essa observação.
No tópico referente ao envolvimento do pai no parto normal, houve apenas
sugestões de melhorias nas frases, deixando-as mais fáceis e mais compreensíveis aos leitores.
Foram retirados termos técnicos e resumido frases muito longas J6, J39 e J40.
Com relação à página que aborda as posições para o parto, obteve-se três
questionamentos acerca das imagens. J10 orientou o ajuste da imagem que a parturiente está na
cama de cócoras, pois ela estava de ponta de pés, com os pés firmes elas tem melhor apoio. J40
solicitou ajustes na imagem do parto na banqueta, pois o enfermeiro estava sentando no chão.
Sugeriu colocá-lo em um banquinho e J10 aconselhou a retirada da posição litotômica, pois
80
deve-se desestimular a sua prática, podendo ser substituída pela posição em pé. Todas as
adequações acima foram realizadas, conforme pode ser percebido na imagem a seguir.
Figura 14 - Páginas da cartilha pré e pós-validação pelos juízes. Fortaleza, 2018.
Versão pré-validação Versão pós-validação
Fonte: Elaborada pelos autores.
No tópico referente ao primeiro contato com o recém-nascido foi sugerido apenas
readequação nas frases J28 e J40 e a inclusão do contato pele a pele do recém-nascido com pai,
caso a mãe não tenha condições de fazê-lo durante toda a primeira hora de vida, não sendo
acatada pela carência de estudos que evidenciam essa prática.
Com relação ao envolvimento do pai na cesariana, oitava temática da cartilha, os
avaliadores J7 e J40 também solicitaram ajustes pontuais nas sentenças. O juiz J7 sugeriu ainda
mudança na imagem do médico cirurgião, que pareceu surpreso com a presença do
acompanhante durante o procedimento. Já o expert J38 propôs a inclusão do contato pele a pele
do recém-nascido com a genitora durante a cesárea. Acatou-se todas essas modificações por
concordância dos autores. Não foi acatado a sugestão de J19 que propôs a retirada da frase "...
procurar informações com a equipe, sobre sua presença no momento da cesárea", tendo em
vista que está previsto em lei a presença de acompanhante independente da via de parto. Optou-
se por não acatar visto que existem situações nas quais a presença do acompanhante pode ser
limitada, principalmente nos casos que envolve maiores risco, como as cirurgias de emergência.
81
No domínio relacionado com as boas práticas no parto e no nascimento, foi
solicitado por J30 abordagem em relação à importância de manter a alimentação e hidratação
durante o trabalho de parto. J35 sugeriu incluir informações sobre o plano de parto e J30 e J40
orientou a substituição das palavras “fisiológico “e “protagonista”. Decidiu-se realizar os
ajustes por considerá-las pertinentes. A imagem a seguir apresenta essas modificações.
Figura 15 - Páginas da cartilha pré e pós-validação pelos juízes. Fortaleza, 2018.
Versão pré-validação Versão pós-validação
Fonte: Elaborada pelos autores.
No décimo tópico da cartilha – E depois do parto?, houve sugestões para inclusão
de informações. O juiz J34 orientou acrescentar na higienização do corpo, os cabelos e o couro
cabeludo, visto que na sua tese de doutorado ele evidenciou que muitas mulheres ainda
acreditavam que a lavagem dos cabelos durante o puerpério poderia trazer algum tipo de
malefício. J30 e J33 solicitaram abordar a importância de procurar orientação sobre o
planejamento reprodutivo, pois na primeira versão não foi contemplado essa temática. Já os
avaliadores J6 e J33 indicou que fosse melhor esclarecido o retorno da atividade sexual,
deixando claro que o casal pode decidir juntos a forma e o momento “que não é somente a
penetração”. Na primeira versão da cartilha, orientou-se o reinício da atividade sexual após 45
dias, que foi contestado pelos juízes. E por último, os experts J17, J21 e J34, solicitaram a
revisão das frases que informavam a retirada de pontos do parto vaginal e da cesariana. Estando
82
de acordo com as orientações citadas, decidiu-se acatá-las. As modificações estão representadas
na figura abaixo.
Figura 16 - Páginas da cartilha pré e pós-validação pelos juízes. Fortaleza, 2018.
Versão pré-validação Versão pós-validação
Fonte: Elaborada pelos autores.
Na página seguinte, referente ao estímulo do pai no aleitamento materno foi
solicitado pelo avaliador J37 a inclusão da amamentação exclusiva até os seis meses de vida do
bebê, sem necessidade de complementação, que foi prontamente acatada pelos autores. J37
propôs também abordar os cuidados com pega, sucção do bebê e fissuras de mamilos, mas
julgou-se que o objetivo da cartilha não é aprofundar no assunto de aleitamento materno e por
essa temática não estar de acordo com o propósito dessa cartilha, decidiu-se não acatar.
A frase final preliminar “Seja pai, seja parceiro! O pré-natal, parto e pós-parto
também são coisas de homem”, foi alvo de dissenso entre os avaliadores. J11 solicitou a retirada
da frase por considerá-la machista e reforçar o modelo heterossexual. Porém a frase foi
considerada pertinente pelos autores, visto que utiliza uma linguagem simples e expressa
exatamente o objetivo da cartilha que é promover o envolvimento do pai durante esses
momentos. Decidiu-se então suavizar a frase, seguindo a sugestão de J40 que propôs substituir
83
a expressão “coisa de homem” por “também necessita do seu apoio”. Como demonstra a
imagem a seguir.
Figura 17 - Páginas da cartilha pré e pós-validação pelos juízes. Fortaleza, 2018.
Versão pré-validação Versão pós-validação
Fonte: Elaborada pelos autores.
Na avaliação da primeira versão da cartilha pelos juízes expertises, foi sugerida a
inclusão de diversas novas temáticas, algumas foram acatadas como as citadas anteriormente
“Preparando-se para acompanhar o nascimento do filho e o método dança para o controle da
dor durante o trabalho de parto”. J33 também propôs que fosse disponibilizado um espaço ao
final da cartilha para o pai registrar sua experiência ao participar do nascimento do seu filho.
Essa orientação foi aceita pelos autores do estudo. A imagem abaixo demonstra a inclusão desse
espaço na nova versão da cartilha.
84
Figura 18 - Página incluída após 1ª etapa de validação pelos juízes. Fortaleza, 2018.
Fonte: Elaborada pelos autores.
Outras sugestões de novos tópicos foram: Incluir conteúdos referente ao cuidado
pré-natal, como: mudança nos hábitos de vida, tabagismo, etilismo, outras drogas; alimentação
saudável e sexo seguro J7; citar os exames realizados no pré-natal e a participação do pai nesse
período J3; explicar o momento de procurar a maternidade J3, J5 e J11 e citar os profissionais
que podem assistir o parto J5. Nenhuma destas foram acatadas devido a própria caderneta da
gestante já contemplar essas temáticas. O que tornaria as informações repetitivas e uma leitura
mais cansativa com excesso de textos, pois o propósito da cartilha é que ela seja sucinta, criativa
e dinâmica.
O expert J5 sugeriu ainda a inclusão do pré-natal do homem, não sendo considerada
por já existir uma cartilha específica só para essa finalidade. Enquanto J23 propôs a flexão de
gênero do profissional enfermeiro visto que a maioria são do sexo feminino, orientação essa
que não foi acatada, pois foi considerada irrelevante pelos autores, sendo até um estímulo a
presença masculina no cenário parturitivo, desde o acompanhante até o profissional assistente.
Finalizando a primeira etapa de validação, a última sugestão foi do juiz J21 que
orientou a inclusão das referências utilizadas. Não foi acatada, pois entende-se que em uma
cartilha para um público-alvo específico, só deverá conter informações que eles possam
compreender. Acredita-se que lista de referências bibliográficas não são informações de fácil
85
compreensão para o público dessa cartilha, podendo ser pouco compreendida e até gerar
dúvidas. Diversas cartilhas identificadas e a própria caderneta da gestante não apresentam lista
de referências (COSTA, 2016b).
Na segunda rodada de validação, houve apenas uma sugestão de readequação da
frase que orienta sobre a correção de lacerações perineais e retirada de pontos da cesárea. J11
considerou que da maneira que a frase preliminar se encontrava, remetia a realização de uma
episiotomia, no trecho “facilitar o parto normal”. Sabendo que as evidências desaconselham a
realização desse procedimento de forma rotineira, decidiu-se ajustar a frase conforme
demonstrado na figura 19.
Figura 19 - Páginas da cartilha pré e pós-validação pelos juízes. Fortaleza, 2018.
Versão pré-validação Versão pós-validação
Fonte: Elaborada pelos autores.
Após readequar essas informações foi realizado um feedback ao expert, que
aprovou a nova versão do trecho. Vale ressaltar que foi o único juiz que considerou o conteúdo
inadequado na segunda rodada de validação por considerar justamente essa informação
inapropriada. Assim, após ajustes e aprovação pelo expert, obteve-se consenso entre os
especialistas e a cartilha foi considerada validada em seu conteúdo e em sua aparência.
86
6 CONCLUSÃO
O desenvolvimento da cartilha educativa apropriada para o público-alvo foi
considerado um desafio, pois apresentar tantas informações de forma compreensível, atrativas
e sucintas foi árduo e necessitou da execução de diversas etapas que foram imprescindíveis para
sua concretização.
A revisão integrativa realizada contribuiu para que o conteúdo da cartilha tivesse
embasamento teórico das publicações mais recentes da literatura científica e eficácia pautada
nas melhores evidências.
A participação dos juízes expertises proporcionou uma melhor adequação do
conteúdo e da aparência da cartilha, por meio de sugestões a partir de suas vivências e de seus
conhecimentos científicos sobre a temática. A escolha criteriosa dos experts no assunto refletiu
diretamente na qualidade dos resultados encontrados no processo de validação.
A validação foi importante para o aperfeiçoamento do material, tendo em vista as
diferentes opiniões dos participantes do processo, permitindo abranger fatores importantes que
não haviam sido considerados em sua elaboração inicial.
A aplicação da técnica Delphi on-line para a validação do conteúdo e da aparência
foi vantajosa, porque possibilitou a participação de enfermeiros da prática assistencial, de
pesquisadores e de docentes de todas as regiões do Brasil. Além disso, o feedback proposto pela
técnica permitiu que todos os participantes reavaliassem suas respostas nas duas rodadas.
A cartilha educativa “Presença de Pai: cartilha para o envolvimento do pai no
parto e nascimento” foi considerada validada quanto ao seu conteúdo e a sua aparência, em
que se obteve IVC global de (0,97) e Alfa de Cronbach de (0,91) mostrando a satisfatoriedade
dos juízes com o material e a homogeneidade nas avaliações.
Espera-se que a tecnologia seja utilizada pelos enfermeiros, subsidiando às
consultas de pré-natal e preparando os pais para o período parturitivo. Acredita-se que é
importante divulgar as informações contidas na cartilha para o público-alvo no período
gravídico com intuito de promover a participação paterna em eventos que compreende a
gravidez, o parto, o nascimento e o puerpério.
Vale ressaltar que este estudo continuará, até que a tecnologia seja implementada e
validada com o público-alvo. Também se recomenda a análise do Índice de Legibilidade de
Flesch e dos efeitos da cartilha após seu uso, para avaliar a sua efetividade, etapa essa prevista
para o processo de doutoramento do autor.
87
Como limitação pode-se destacar o reduzido tamanho da amostra das entrevistas
com os pais e a sua pouca adesão aos grupos de gestantes, fato este que ocasionou adaptações
no percurso metodológico desse estudo. A carência da figura paterna no cenário dos serviços
de saúde precisa ser discutida. Faz-se necessária a implementação de ações que resultem nessa
mudança cultural.
Por fim, recomenda-se o desenvolvimento de outras tecnologias educativas
(vídeos, panfletos, álbum seriado, hipermídia, cartilhas, entre outras) que objetivem a
promoção do envolvimento paterno no período do parto e no nascimento, no intuito de
qualificar o cenário parturitivo brasileiro.
88
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102
APÊNDICES
103
Apêndice A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) – enviado por
e-mail para os juízes expertises
Caro(a) Senhor (a).
Você está sendo convidado(a) a participar como juiz(a) expertise, em uma pesquisa para
a validação de uma cartilha educativa, referente a uma minha dissertação de Mestrado
Acadêmico em Saúde da Família da Universidade Federal do Ceará (UFC). Após ser
esclarecido(a) sobre as informações a seguir, caso aceite fazer parte do estudo, o(a) senhor(a)
receberá uma via desse documento em seu e-mail e outra ficará com o pesquisador responsável.
Pesquisa: Cartilha educativa para promoção do envolvimento do pai no parto e
nascimento: construção e validação.
Esta pesquisa tem como objetivo a construção e validação de uma cartilha educativa
para promoção do envolvimento do pai no parto e no nascimento, a ser utilizada durante o
acompanhamento pré-natal. A tecnologia poderá ser utilizada por enfermeiros em ações de
educação em saúde, durante o acompanhamento pré-natal.
Caso aceite participar, o processo de avaliação e validação do instrumento ocorrerá por
meio da técnica Delphi, via sistema Google forms (por e-mail), essa técnica envolve a aplicação
sucessiva de questionários a um grupo de especialistas, visando o consenso das opiniões sobre
o objeto de estudo. Será necessário responder até três rodadas de questionários, com intervalos
de 14 dias. No intervalo de cada rodadas, serão realizadas análises estatísticas das respostas e
os resultados obtidos serão colocados em um novo questionário, que será reenviado aos
especialistas. Além de responder aos questionários, também é muito importante a sua
participação na reunião de consenso (via online) caso seja necessário, na qual será aprovada a
versão final da tecnologia.
Informo ainda que você tem todo direito de não participar da pesquisa, se assim o
desejar, sem qualquer prejuízo. Será garantido o anonimato quanto a seu nome e as informações
prestados durante o estudo. Mesmo tendo aceitado participar, se por qualquer motivo, durante
o andamento da pesquisa, resolver desistir, terá toda liberdade de retirar seu consentimento,
sem nenhum prejuízo.
Sua participação poderá trazer benefícios para o desenvolvimento científico e para a
criação de um método alternativo e eficaz para a promoção da saúde materna e neonatal,
promovendo o envolvimento paterno durante o processo parturitivo. Sua participação na
pesquisa é fundamental, pois junto a vários expertises no âmbito nacional, você fará parte de
uma comissão para o processo de validação do referido instrumento.
Para realização dessa pesquisa foi solicitada anuência da Secretaria Municipal de Saúde
de Sobral - CE e submetida ao Comitê de Ética em Pesquisas (CEP), obedecendo aos princípios
estabelecidos pela Resolução 466/12, do Conselho Nacional de Saúde.
Caso necessite entrar em contato com o pesquisador e a orientadora, deixo contatos
abaixo:
104
Guilherme Frederico Abdul Nour
Rua Antônio Rodrigues Magalhães, 79, Dom Expedito– Sobral/CE.
Telefone: (88) 9.9258- 3452. E-mail: [email protected]
Orientadora: Prof.ª. Dra. Maria Adelane Monteiro da Silva
Telefone (88) 9.9961 -1972. E-mail: [email protected]
Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual Vale do |Acaraú - UVA
Av. Comandante Mauro Célio Rocha Pontes, 150, CEP: 62041-630, Derby, Sobral, Ceará.
Telefone: 3677-4255.
TERMO DE CONSENTIMENTO PÓS-INFORMADO
Declaro que tomei conhecimento do estudo citado acima, realizado pelo pesquisador
Guilherme Frederico Abdul Nour, entendi seus objetivos, concordo em participar da pesquisa
e declaro que aceito participar como juiz expertise.
________de_____________ de 2018.
___________________________________________
Assinatura do Participante da Pesquisa
105
Apêndice B - Instrumento de Avaliação das Publicações componentes da revisão
integrativa adaptada de SABINO (2016)
1. Identificação
Referência do estudo:
Estado em que o estudo foi realizado
Ano de publicação
Área
2. Instituição sede do estudo
Hospital
Universidade
Centro de pesquisa
Instituição única
Pesquisa multicêntrica
Outras instituições Qual:
Não identifica o local
3. Tipo de revista científica
Publicação de enfermagem geral Qual área:
Publicação de enfermagem obstétrica
Publicação médica
Publicação de outras áreas da saúde Qual área:
4. Características metodológicas do estudo
Tipo de
publicação
Descritivo: ( )
Exploratório: ( )
Caso-controle: ( )
Coorte (longitudinal): ( )
Relato de experiência ( )
Estudo de caso ( )
Outras Qual? ________________________
106
Objetivo ou
questão de
investigação
Intervenções
realizadas
Intervenção: SIM NÃO
Se sim, Qual (is):
Se sim, quem realizou:
Resultados
Implicações As conclusões são justificadas com bases nos resultados: SIM NÃO
Quais são as recomendações dos autores:
5.Outras informações relevantes
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Apêndice C - Carta Convite enviada aos juízes expertises para 1ª etapa de validação
Prezado(a) Sr (a),
Você está sendo convidado para participar da pesquisa “CARTILHA EDUCATIVA PARA
PROMOÇÃO DO ENVOLVIMENTO DO PAI NO PARTO E NASCIMENTO:
CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO”, referente a uma dissertação de mestrado em Saúde da
Família da Universidade Federal do Ceará, do mestrando Guilherme Frederico Abdul Nour,
sob Orientação da Profa. Dra. Maria Adelane Monteiro da Silva.
O objetivo deste estudo é construir e validar uma cartilha educativa para promoção do
envolvimento do pai no parto e no nascimento, que terá a função de auxiliar os enfermeiros no
seu papel de educador, em ações de educação em saúde, durante as consultas pré-natais. A
técnica de validação baseia-se no método Delphi, e será desenvolvida em no máximo três
etapas, em que o(a) senhor(a) será solicitado via e-mail. Seu nome foi elencado como expertise
em Enfermagem Obstétrica por meio da busca no banco de dados do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).
Para tanto é de fundamental importância que um comitê de especialistas no assunto
analise a tecnologia e expressem seu ponto de vista, a fim de aperfeiçoá-la. Caso aceite nosso
convite, gostaríamos que visualizasse a tecnologia que está em anexo (PDF) e solicitamos que
acesse o link abaixo para ter acesso ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e responder
a primeira etapa do questionário.
Acesse o link abaixo:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfs-
xTft_Mxjqok76ddk9fuUdzj_XJOcSVUYSL3oWJON5zk2g/viewform?usp=pp_url
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Apêndice D – Formulário Eletrônico da 1ª etapa de validação
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Apêndice E – Carta Convite enviada aos juízes expertises na 2ª etapa de validação
Prezada(o) Sra (o),
Seguiremos com a segunda etapa da validação, como já é de seu conhecimento a pesquisa em
questão intitulada “CARTILHA EDUCATIVA PARA PROMOÇÃO DO
ENVOLVIMENTO DO PAI NO PARTO E NASCIMENTO: CONSTRUÇÃO E
VALIDAÇÃO”, referente a uma dissertação de mestrado, em Saúde da Família da
Universidade Federal do Ceará, do mestrando Guilherme Frederico Abdul Nour, sob
Orientação da Profa. Dra. Maria Adelane Monteiro da Silva.
Nosso objetivo é que a cartilha seja sucinta, criativa e dinâmica, podendo ser discutida
através de abordagens individuais nas consultas de pré-natal, nos grupos de gestantes e/ou
casais e nas maternidades.
Informamos que foram feitas as alterações sugeridas pelos especialistas e que
iniciaremos a segunda etapa da validação com uma nova versão da tecnologia.
Gostaríamos que visualizasse a nova versão que está em anexo (PDF) e solicitamos que
acesse o link abaixo para ter acesso ao questionário para sua avaliação.
Acesse o link abaixo:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfMghXek5Fv2_6rpgHWWpTHP8jrNxQvcYwl
WgTj4c8vFpOW0A/viewform?usp=pp_url
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Apêndice F – Formulário Eletrônico da 2ª etapa de validação
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ANEXOS
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Anexo A – Anuência da Comissão Científica de Sobral
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131
Anexo B - Parecer Consubstanciado do CEP
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