caracterização de espécies arbóreas em são carlos, sp
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Relatório de Iniciação Científica na área de conforto urbano. [trabalho financiado pela FAPESP]TRANSCRIPT
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Universidade de São Paulo Escola de Engenharia de São Carlos
Departamento de Arquitetura e Urbanismo
Contribuições para o Conforto Térmico Urbano: Caracterização de Espécies Arbóreas na Cidade
de São Carlos, SP.
RELATÓRIO FINAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
Bolsista: Ana Paula Oliveira Favretto
Profª. Orientadora: Dra. Karin Maria Soares Chvatal
PESQUISA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA FINANCIADA PELA FAPESP PROCESSO - 2009/08434-4
São Carlos, Outubro – 2010
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AGRADECIMENTOS
Loyde Vieira de Abreu e Prof. Dra. Lucila Chebel Labaki, pela colaboração e
auxílio quanto à elaboração e aplicação da metodologia de medições aqui
utilizada;
Obadias P. Silva Jr., Daniel Celente e José Renato Dibo, pelo auxílio na
confecção de instrumentos a serem utilizados nas medições;
Ana Paula Castral, Jéssica Aizza Pizzocaro e Daniel Tonelli Caiche, pela
colaboração quanto a realização do levantamento sobre as condições de
arborização no município de São Carlos, bem como pelo auxílio quanto à
busca e reconhecimento de espécies arbóreas;
Prof. Dra. Luciana Bongiovanni Martins Schenk, pelo auxílio quando à
disposição das informações de características das espécies;
Claudinei Aparecido Girotto e Lavínia Casali, pela colaboração e auxílio quanto
à busca e caracterização de espécies arbóreas na Fazenda Damha, São
Carlos;
Rogério Francisco de Souza e Vicente Mateus Xavier Filho, pela autorização
de se realizar as medições no interior do condomínio residencial Dahma 1, e
pelo auxílio quanto à busca por espécies arbóreas no mesmo condomímio;
Matheus Dorival Leonardo Bonbonato Menes e, pela elaboração e explanação
de conceitos dos testes estatísticos aqui realizados;
Fernanda Oliveira Favretto, pelo auxílio na elaboração dos gráficos aqui
apresentados
Marieli Azoia Lukiantchuki e Kelen Dornelles, pela colaboração quanto à
obtenção de equipamentos necessários para as medições;
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RESUMO
O presente relatório apresenta o conteúdo correspondente ao desenvolvimento da pesquisa de iniciação científica, que tem como título: Contribuições para o Conforto Térmico Urbano: caracterização de espécies arbóreas na cidade de São Carlos, SP, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Este relatório reapresenta as três primeiras etapas discriminadas no cronograma proposto no projeto de pesquisa encaminhado à FAPESP, e apresentado no relatório intermediário, submetido em maço de 2010. Além do desenvolvimento das etapas finais discriminadas no cronograma apresentado no relatório intermediário. Os itens do relatório intermediário reapresentados aqui são: 1. (Introdução) 2. (Síntese da revisão bibliográfica), 3. (Levantamento sobre arborização urbana no município de São Carlos) e uma reformulação de alguns subitens do item 4 (Seleção dos indivíduos e grupo(s) arbóreos a serem analisados e planejamento das medições) É importante ressaltar que houveram alterações no subitem 3.4 (Determinação das espécies passíveis de análise). Alguns destes itens citados acima foram reorganizados e renomeados no desenvolvimento deste relatório, mas obedecem à mesma numeração do anterior. Os itens desenvolvidos no atual relatório são: 4. (Pesquisa de campo), 5. (Considerações finais), 6. (Atividades complementares), e 8. (Anexos) – onde estão contidos, entre outros, o artigo científico elaborado, e um resumo da prestação de contas da reserva técnica.
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LISTA DE FIGURAS Figura 1. Posicionamento dos equipamentos de medição. Fonte: Abreu (2008) ............................................................................................................. 65 Figura 2. Exemplo de foto tirada com lente olho-de-peixe. Espécie: Jambolão (Syzygium cumini L.). Fonte: Abreu (2008) ............................ 65 Figura 3. Materiais utilizados e confecção dos globos. ............................. 68 Figura 4. Proteção para os registradores. ...................................................... 69 Figura 5. Imagens dos tripés. ............................................................................. 70 Figura 6. Imagem da medição teste. ............................................................... 71 Figura 7. Fotografia obtida com lente olho de peixe para o cálculo do I.A.F.: Jambolão (Syzygium cumini L.) ........................................................... 74 Figura 8. Gráfico da média da diferença entre a umidade relativa do ar ao sol e á sombra: Jambolão (Syzygium cumini L.) ............................ 77 Figura 9. Variação da umidade relativa em diferentes distâncias: Jambolão (Syzygium cumini L.) ......................................................................... 79 Figura 10. Gráfico do teste de Tukey para a umidade relativa do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.) ......................................................................... 80 Figura 11. Gráfico da média da diferença de temperatura do ar : Jambolão (Syzygium cumini L.) ......................................................................... 82 Figura 12. Variação da temperatura em diferentes distâncias: Jambolão (Syzygium cumini L.). ....................................................................... 84 Figura 13. Gráfico do teste de Tukey para a temperatura do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.) ......................................................................... 85 Figura 14. Gráfico da média da diferença de temperatura do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.) ......................................................................... 86 Figura 15. Gráfico do teste de Tukey para a temperatura de globo: Jambolão (Syzygium cumini L.) ......................................................................... 88 Figura 16. Fotografia obtida com lente olho de peixe para o cálculo do I.A.F.: Pata de vaca (Bauhinia variegata)...................................................... 90 Figura 17. Gráfico da média da diferença de umidade do ar: Pata de vaca (Bauhinia variegata) .................................................................................... 93 Figura 18. Variação da umidade relativa do ar em diferentes distâncias: Pata de vaca (Bauhinia variegata). ........................................... 95 Figura 19. Gráfico do teste de Tukey para a umidade do ar: Pata de vaca (Bauhinia variegata). ................................................................................... 96 Figura 20. Gráfico da diferença de temperatura do ar: Pata de vaca (Bauhinia variegata) ............................................................................................... 97 Figura 21.Variação da temperatura em diferentes distâncias: Pata de vaca (Bauhinia variegata). ................................................................................... 99 Figura 22. Gráfico do teste de Tukey para a temperatura do ar: Pata de vaca (Bauhinia variegata) ............................................................................ 100 Figura 23. Gráfico da média das diferenças de temperatura de globo: Pata de vaca (Bauhinia variegata). ................................................................ 101 Figura 24. Gráfico do teste de Tukey para a Temperatura de globo: (Bauhinia variegata). ........................................................................................... 103
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Figura 25. Gráfico da média da diferença de umidade relativa do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya) ......................................... 108 Figura 26. Variação da umidade relativa em diferentes distâncias: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya). ................................................. 110 Figura 27. Gráfico do teste de Tukey para a umidade do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya). ............................................................ 111 Figura 28. Gráfico da média da diferença de temperatura do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya). ................................................. 112 Figura 29. Variação da temperatura do ar em diferentes distâncias: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya). ........................................ 114 Figura 30. Gráfico do teste de Tukey para a temperatura do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya). ................................................. 115 Figura 31. Gráfico da diferença média de temperatura de globo: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya). ................................................. 116 Figura 32. Gráfico do teste de Tukey para a temperatura de globo: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya). ........................................ 118 Figura 33. Gráfico dos valores médios da temperatura do ar. ............ 123 Figura 34. Gráfico da diferença das médias de temperatura do ar. .. 124 Figura 35. Gráfico de comparação das médias da umidade do ar ..... 126 Figura 36. Gráfico de comparação da diferença das médias da umidade do ar. ........................................................................................................ 127 Figura 37. Gráfico de comparação das médias da temperatura do ar entre as árvores da espécie Jambolão (Syzygium cumini L.) analisadas nesta pesquisa e na pesquisa de Abreu (2008).................. 129 Figura 38. Gráfico de comparação da diferença das médias da temperatura do ar entre o indivíduo analisado nesta pesquisa e na pesquisa de Abreu (2008). ................................................................................ 130 Figura 39. Gráfico de comparação das médias da umidade do ar entre o indivíduo analisado nesta pesquisa e na pesquisa de Abreu (2008). ...................................................................................................................................... 131 Figura 40. Gráfico de comparação da diferença das médias da umidade do ar entre o indivíduo analisado nesta pesquisa e na pesquisa de Abreu (2008). ................................................................................ 132 Figura 1. Posicionamento dos equipamentos de medição. Fonte: Abreu (2008) ........................................................................................................... 149 Figura 42. 07.07.2010 – Diferença da umidade relativa do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.) ....................................................................... 160 Figura 43. 08.07.2010 – Diferença da umidade relativa do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.) ....................................................................... 160 Figura 44. 09.07.2010 – Diferença da umidade relativa do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.) ....................................................................... 161 Figura 45. Média dos dias 07, 08, e 09 .07.2010 – Diferença da umidade relativa do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.) ...................... 161 Figura 46 - 07.07.2010 - Diferença da temperatura do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.) ........................................................................................... 162 Figura 47 - 08.07.2010 - Diferença da temperatura do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.) ........................................................................................... 162
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Figura 48- 09.07.2010 - Diferença da temperatura do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.) ........................................................................................... 163 Figura 49 - Média dos dias 07, 08 e 09 .07.2010 - Diferença da temperatura do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.) ............................... 163 Figura 50 - 07.07.2010 - Diferença da temperatura de globo: Jambolão (Syzygium cumini L.) ....................................................................... 164 Figura 51 - 08.07.2010 - Diferença da temperatura de globo: Jambolão (Syzygium cumini L.) ....................................................................... 164 Figura 52 - 09.07.2010 - Diferença da temperatura de globo: Jambolão (Syzygium cumini L.) ....................................................................... 165 Figura 53 - Média dos dias 07, 08, e 09 .07.2010 - Diferença da temperatura de globo: Jambolão (Syzygium cumini L.) ........................ 165 Figura 54 - 11.07.2010 – Diferença da umidade relativa do ar: Pata de vaca (Bauhinia variegata) ............................................................................ 172 Figura 55 - 12.07.2010 – Diferença da umidade relativa do ar: Pata de vaca (Bauhinia variegata) ............................................................................ 172 Figura 56 - 18.07.2010 – Diferença da umidade relativa do ar: Pata de vaca (Bauhinia variegata) ............................................................................ 173 Figura 57 - Média dos dias 11, 12 e 18, 07.2010 – Diferença da umidade relativa do ar: Pata de vaca (Bauhinia variegata) ................. 173 Figura 58 - 11.07.2010 - Diferença da temperatura do ar: Patas de vaca (Bauhinia variegata) .................................................................................. 174 Figura 59 - 12.07.2010 - Diferença da temperatura do ar: Patas de vaca (Bauhinia variegata) .................................................................................. 174 Figura 60 - 18.07.2010 - Diferença da temperatura do ar: Patas de vaca (Bauhinia variegata) .................................................................................. 175 Figura 61 – Média dos dias 11, 12 e 18 07.2010 - Diferença da temperatura do ar: Patas de vaca (Bauhinia variegata) ........................ 175 Figura 62 – 11.07.2010 - Diferença da temperatura de globo: Patas de vaca (Bauhinia variegata) ............................................................................ 176 Figura 63– 12.07.2010 - Diferença da temperatura de globo: Patas de vaca (Bauhinia variegata) .................................................................................. 176 Figura 64– 18.07.2010 - Diferença da temperatura de globo: Patas de vaca (Bauhinia variegata) .................................................................................. 177 Figura 65– Média dos dias 11, 12 e 18 07.2010 - Diferença da temperatura de globo: Patas de vaca (Bauhinia variegata) ................. 177 Figura 66 - 13.08.2010 – Diferença da umidade relativa do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya) .................................................. 184 Figura 67 - 16.08.2010 – Diferença da umidade relativa do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya) .................................................. 184 Figura 68 - 20.08.2010 – Diferença da umidade relativa do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya) .................................................. 185 Figura 69 – Média dos dias 13, 16 e 20 do 08.2010 – Diferença da umidade relativa do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya) ...................................................................................................................................... 185 Figura 70 - 13.08.2010 – Diferença da temperatura do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya) ............................................................. 186
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Figura 71 - 16.08.2010 – Diferença da temperatura do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya) ............................................................. 186 Figura 72 - 20.08.2010 – Diferença da temperatura do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya) ............................................................. 187 Figura 73 – Média dos dias 13, 16 e 20 do 08.2010 – Diferença da temperatura do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya) . 187 Figura 74 - 13.08.2010 – Diferença da temperatura de globo: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya) .................................................. 188 Figura 75- 16.08.2010 – Diferença da temperatura de globo: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya) .................................................. 188 Figura 76- 20.08.2010 – Diferença da temperatura de globo: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya) .................................................. 189 Figura 77 – Média dos dias 13, 16 e 20 do 08.2010 – Diferença da temperatura de globo: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya) ...................................................................................................................................... 189
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LISTA DE TABELAS Tabela 1. Comparação entre os dados de caracterização dos indivíduos arbóreos da espécie Jambolão (Syzygium cumini L.) coletados nesta pesquisa e na de Abreu (2008). ....................................... 75 Tabela 2. Médias diárias da umidade do ar (%): Jambolão (Syzygium cumini L.) .................................................................................................................... 78 Tabela 3. Médias Máximas e mínimas da umidade do ar (%): Jambolão (Syzygium cumini L.) ......................................................................... 78 Tabela 4. Variação da umidade do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.) ........................................................................................................................................ 79 Tabela 5. Médias diárias de temperatura do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.) .................................................................................................................... 83 Tabela 6. Médias máximas e mínimas da temperatura do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.) ......................................................................... 83 Tabela 7. Variação da temperatura do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.) ................................................................................................................................... 84 Tabela 8. Médias diárias de temperatura de globo: Jambolão (Syzygium cumini L.) ............................................................................................. 87 Tabela 9. Médias máximas e mínimas da temperatura de globo: Jambolão (Syzygium cumini L.) ......................................................................... 87 Tabela 10. Características do agrupamento segundo Peixoto et al. (1996): Pata de vaca (Bauhinia variegata). ................................................. 91 Tabela 11. Médias diárias da umidade do ar (%): Pata de vaca (Bauhinia variegata). ............................................................................................. 94 Tabela 12. Médias máximas e mínimas da umidade do ar (%): Pata de vaca (Bauhinia variegata). ............................................................................. 94 Tabela 13. Variação da umidade relativa do ar: Pata de vaca (Bauhinia variegata). ............................................................................................. 95 Tabela 14. Médias diárias de temperatura do ar (°C): Pata de vaca (Bauhinia variegata). ............................................................................................. 98 Tabela 15. Máximas e mínimas da temperatura do ar (°C): Pata de Vaca (Bauhinia variegata). .................................................................................. 98 Tabela 16. Variação da temperatura do ar: Pata de Vaca (Bauhinia variegata). .................................................................................................................. 99 Tabela 17. Médias diárias da temperatura de globo (°C): Pata de vaca (Bauhinia variegata). ........................................................................................... 102 Tabela 18. Médias máximas e mínimas da temperatura de globo (°C): Pata de Vaca (Bauhinia variegata). ................................................................ 102 Tabela 19. Médias diárias da umidade relativa do ar (%): Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya). ............................................................ 109 Tabela 20. Média das máximas e mínimas da umidade do ar (%): Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya). ................................................. 109 Tabela 21. Variação da umidade relativa do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya). ...................................................................................... 110 Tabela 22. Médias diárias de temperatura do ar (°C): Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya). ............................................................ 113
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Tabela 23. Médias das máximas e mínimas da temperatura do ar (°C): Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya). ............................ 113 Tabela 24. Variação da temperatura do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya). ...................................................................................... 114 Tabela 25. Médias diárias da temperatura de globo (°C): Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya). ............................................................ 117 Tabela 26. Médias máximas e mínimas da temperatura de globo (°C): Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya). ........................................ 117 Tabela 27. Velocidade do vento: Jambolão (Syzygium cumini L.) .... 119 Tabela 28. Velocidade do vento: Pata de vaca (Bauhinia variegata) 120 Tabela 29.Velocidade do vento: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var leiostachya) .............................................................................................................. 121 Tabela 30. Comparação de características dos indivíduos arbóreos da espécie Jambolão (Syzygium cumini L.) nesta pesquisa e na pesquisa realizada por Abreu (2008). .............................................................................. 129 Tabela 31. Dados coletados no dia 07.07. 2010: Jambolão (Syzygium cumini L.) .................................................................................................................. 166 Tabela 32. Dados coletados no dia 08.07. 2010: Jambolão (Syzygium cumini L.) .................................................................................................................. 168 Tabela 33. Dados coletados no dia 09.07. 2010: Jambolão (Syzygium cumini L.) .................................................................................................................. 170 Tabela 34 - Dados coletados no dia 11.07. 2010: Patas de vaca (Bauhinia variegata) ............................................................................................. 178 Tabela 35- Dados coletados no dia 12.07. 2010: Patas de vaca (Bauhinia variegata) ............................................................................................. 180 Tabela 36- Dados coletados no dia 18.07. 2010: Patas de vaca (Bauhinia variegata) ............................................................................................. 182 Tabela 37. Dados coletados no dia 13.08. 2010: Pau ferro (Caesalpinia ferre var leiostachya) ................................................................. 190 Tabela 38. Dados coletados no dia 16.08. 2010: Pau ferro (Caesalpinia ferre var leiostachya) ................................................................. 192 Tabela 39. Dados coletados no dia 20.08.2010: Pau ferro (Caesalpinia ferre var leiostachya) ........................................................................................... 194
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LISTA DE QUADROS Quadro 1. Classificação microlimática da vegetação. ............................... 28 Quadro 2. Comparação entre os objetivos das metodologias. .............. 33 Quadro 3. Comparação entre os parâmetros ambientais medidos. .... 34 Quadro 4. Comparação entre os pontos de medição. ............................... 34 Quadro 5. Comparação entre os equipamentos utilizados nas pesquisas. ................................................................................................................... 35 Quadro 6. Espécies medidas por Bueno-Bartolemei (1998; 2003). .... 36 Quadro 7. Espécies medidas por Abreu (2007). ......................................... 37 Quadro 8. Resultados quanto à atenuação solar das espécies arbóreas analisadas por Bueno (1998) .............................................................................. 39 Quadro 9. Resultados quanto à atenuação solar das espécies arbóreas analisadas por Bueno-Bartholomei (2003). .................................................. 40 Quadro 10. Resultados quanto à atenuação solar das espécies arbóreas analisadas por Abreu (2008) ............................................................ 40 Quadro 11. Intervalo para as variáveis Ta, UR e velocidade do vento relacionadas à Tg. ................................................................................................... 45 Quadro 12. Mudas arbóreas disponíveis no Horto Municipal de São Carlos - SP. ................................................................................................................ 53 Quadro 13. Árvores selecionadas para as medições. ................................ 63 Quadro 14. Imagens de caracterização do indivíduo arbóreo analisado: Jambolão (Syzygium cumini L.) ................................................... 74 Quadro 15. Caracterização semelhante à realizada por Abreu (2008): Jambolão (Syzygium cumini L.) ......................................................................... 75 Quadro 16. Dados de caracterização de acordo com Ochoa e Marincic (2003): Jambolão (Syzygium cumini L.) ........................................................ 75 Quadro 17. Imagens de caracterização do agrupamento arbóreo: Pata de vaca (Bauhinia variegata) .............................................................................. 90 Quadro 18. Dados de caracterização de acordo com a realizada por Abreu (2008): Pata de vaca (Bauhinia variegata) ...................................... 91 Quadro 19. Dados de caracterização de acordo com Ochoa e Manrincic (2003): Pata de vaca (Bauhinia variegata). ............................. 91 Quadro 20. Imagens de caracterização do indivíduo arbóreo analisado: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya). .................. 105 Quadro 21. Fotografia tirada com lente olho de peixe: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya). À esquerda o indivíduo medido, à direita indivíduo similar para o cálculo do I.A.F. ................................... 105 Quadro 22. Caracterização semelhante à realizada por Abreu (2008): Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya). ........................................ 106 Quadro 23. Dados de caracterização de acordo com Ochoa e Marincic (2003): Pau ferroo (Caesalpinia ferrea var. leiostachya). .................... 106 Quadro 24. Resumo das respostas fornecidas pelo teste de Tukey para a temperatura do ar. .................................................................................. 125 Quadro 25. Resumo das respostas fornecidas pelo teste de Tukey para a umidade relativa do ar. ......................................................................... 128
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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 15 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 17
2.1. CLIMA URBANO ................................................................................................ 17
2.2. VEGETAÇÃO E CLIMA URBANO ....................................................................... 19
2.2.1. INFLUÊNCIA DA VEGETAÇÃO NO AMBIENTE URBANO ........................... 19 2.2.2. ESTUDOS SOBRE VEGETAÇÃO NO AMBIENTE URBANO ....................... 24
2.3. ESTUDO DAS METODOLOGIAS ADOTADAS PARA A PESQUISA .................... 32
2.3.1. SELEÇÃO DA ESCALA, DOS INDIVÍDUOS E DOS AGRUPAMENTOS ..... 32 2.3.2. MEDIÇÕES ................................................................................................. 33 2.3.3. FORMA DE ANÁLISE DOS DADOS .......................................................... 38 2.3.4. RESULTADOS OBTIDOS ........................................................................... 39
2.4. ÍNDICES DE CONFORTO EM AMBIENTES EXTERNOS ..................................... 41
3. LEVANTAMENTO DAS CONDIÇÕES DE ARBORIZAÇÃO NO MUNICÍPIO DE SÃO CARLOS ............................................................................................................. 46
3.2. POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS PARA A ARBORIZAÇÃO URBANA NO
MUNICÍPIO DE SÃO CARLOS .................................................................................... 48
3.2.1. PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO ............................................................ 48 3.2.2. PROGRAMAS DE INCENTIVO À ARBORIZAÇÃO NO MUNICÍPIO ........... 49
3.3. CONTATOS COM ÓRGÃOS GESTORES NA PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO
CARLOS ....................................................................................................................... 51
3.4. DETERMINAÇÃO DAS ESPÉCIES PASSÍVEIS DE ANÁLISE ............................ 57
4. PESQUISA DE CAMPO ................................................................................... 59 4.1. PREPARAÇÃO PARA AS MEDIÇÕES ................................................................. 59
4.1.1. SELEÇÃO DOS INDIVÍDUOS E AGRUPAMENTO ARBÓREO ...................... 59 4.1.2. PLANEJAMENTO DAS MEDIÇÕES ............................................................ 63 4.1.3. PREPARAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS ........................................................ 66
4.1.3.1. Equipamentos Utilizados ........................................................ 66 4.1.3.2. Confecção Dos Globos .............................................................. 67 4.1.3.3. Proteção Solar Dos Registradores ..................................... 69 4.1.3.4. Montagem Dos Tripés .............................................................. 70
4.1.4. MEDIÇÃO PRÉ TESTE .............................................................................. 71 4.2. RESULTADOS .................................................................................................... 72
4.2.1. JAMBOLÃO (Syzygium cumini L.) ................................................. 74 4.2.1.1. Caracterização Do Indivíduo Arbóreo. .............................. 74
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4.2.1.2. Dados De Medição Obtidos .................................................. 76 4.2.2. PATA DE VACA (Bauhinia variegata) ............................................... 90
4.2.2.1. Caracterização Do Agrupamento Arbóreo ........................ 90 4.2.2.2. Dados De Medição Obtidos .................................................... 92
4.2.3 PAU FERRO (Caesalpinia ferrea var. leiostachya) .................. 105 4.2.3.1 Caracterização Do Indivíduo Arbóreo ................................ 105 4.2.3.2. Dados De Medição Obtidos ................................................... 107
4.2.4. DADOS DA VELOCIDADE DO AR ........................................................... 119 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 122
5.1. DISCUSSÕES ................................................................................................. 122
5.2. CONCLUSÃO .................................................................................................... 134
6. ATIVIDADES COMPLEMENTARES ................................................................. 137 6.1. PARTICIPAÇÃO NAS REUNIÕES DE APRESENTAÇÃO E DISCUSSÕES DE
PESQUISAS DO GRUPO DE CONFORTO AMBIENTAL ............................................. 137
6.2. PARTICIPAÇÃO NO 18° SIICUSP ............................................................... 137
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 139 8. ANEXOS ..................................................................................................... 143
ANEXO 1 – RESUMO DE LEIS E DECRETOS MUNICIPAIS .................................... 143
ANEXO 2 – RELATÓRIO CIENTÍFICO ...................................................................... 147
ANEXO 3 - UTILIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA ................................................... 158
ANEXO 5 – DADOS COLETADOS DURANTE AS MEDIÇÕES EM CAMPO: PATAS DE
VACA (Bauhinia variegata) .............................................................................. 172
ANEXO 5 – DADOS COLETADOS DURANTE AS MEDIÇÕES EM CAMPO: PAU
FERRO (Caesalpinia ferrea var. leiostachya) ............................................. 184
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15
1. INTRODUÇÃO
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que em 2000 a
população residente em áreas urbanas mostrou-se superior a 2/3 da população
total do Brasil. O processo de criação e adensamento de aglomerados urbanos
provoca alterações nos ciclos de funcionamento de todo o ecossistema,
provocando entre outros problemas ambientais, a elevação da temperatura,
tanto em escala global como local, formando as ilhas de calor. Diversos
estudos mostram que a arborização urbana é uma forma eficiente na melhoria
de microclimas.
O objetivo principal da presente pesquisa é fornecer subsídios concretos
para a melhora do conforto térmico das cidades através da arborização. Para
atingir o objetivo principal foram traçados neste trabalho os seguintes objetivos
secundários:
Realizar levantamento sobre a arborização urbana no município de São
Carlos, SP;
Caracterizar espécies arbóreas de forma quantitativa (indivíduos isolados e
ao menos um agrupamento);
Realizar medições térmicas e determinar o raio de influência das espécies
arbóreas caracterizadas no microclima.
A metodologia utilizada foi baseada na avaliação da atenuação da radiação
solar proposta por Bueno-Bartolomei (2003) e Abreu e Labaki (2007), em que
16
se avalia o raio de influência de espécies arbóreas e agrupamentos através de
medições de parâmetros ambientais (temperatura do ar e de globo e,
velocidade do vento) realizadas a diferentes distâncias em relação ao tronco da
árvore. A metodologia propõe também a utilização de fotografias obtidas com
lente fisheye para determinar o fator de visão do céu, e por sua inversão o
índice de área foliar.
17
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. CLIMA URBANO
O meio urbano é fruto da ação humana de conversão de áreas naturais ou
rurais em ambiente construído, artificial e adensado. As alterações decorridas
do processo de urbanização modificam, além de padrões e modos de vida, os
ciclos de funcionamento do ecossistema e provocam grandes impactos
ambientais, dos quais se pode destacar o aumento da temperatura nas
cidades.
Segundo Duarte e Serra (2003) problemas ambientais presentes no meio
urbano (poluição, do ar, da água e sonora, diminuição de recursos hídricos e
energéticos, carência do tratamento adequado para resíduos, alterações nos
regimes das chuvas e ventos, alterações climáticas através de ilhas de calor,
ilhas de frio, ilhas secas e inversão térmica e o aumento do consumo
energético com transportes e condicionamento artificial do ar) têm colocado
muitas das cidades como símbolo de uma crise ambiental.
Espaços urbanos são expressivamente mais quentes que os rurais devido a
um fenômeno denominado “ilha de calor” (LOMBARDO, 1985). A formação
destas “ilhas” está relacionada à impermeabilização do solo, elevada
concentração de poluentes, à falta de umidade nos ambientes, aos materiais
de acabamento empregados, e principalmente à falta de preocupação e
cuidado com as áreas vegetadas (BUENO, 1988).
18
Akbari et al. (2005) e Konya1 (1980 apud ABREU, 2008) relacionam as
temperaturas superficiais com as características dos materiais usados nos
acabamentos. Duarte e Serra (2003) e Lombardo (1985; 1988) comprovam a
existência de estreita relação entre a variação das temperaturas superficiais e
os tipos de uso e ocupação do solo urbano.
Nos estudos realizados por Lombardo (1985) foi verificado que as altas
temperaturas se davam em regiões marcadas por alta densidade demográfica,
intenso crescimento vertical, e pouca quantidade de vegetação. Enquanto que
as regiões apresentando maior quantidade de espaços livres próximos a
reservatórios de água ou com vegetação sofrem acentuada diminuição de
temperatura. Isto devido à interferência das massas de água no balanço
energético, pela elevada capacidade calorífica e pela evaporação, onde há
consumo de calor latente.
Duarte e Serra (2003) relacionam a cidade a um mosaico composto por
diferentes microclimas e afirmam que este mosaico pode ser intencionalmente
configurado pelo projeto de espaços exteriores, proporcionando, em locais que
apresentam condições climáticas desfavoráveis, um microclima com
características mais amenas.
1 KONYA, A. Design primer for hot climates. London: The Architectural Press, 1980.
19
2.2. VEGETAÇÃO E CLIMA URBANO
2.2.1. INFLUÊNCIA DA VEGETAÇÃO NO AMBIENTE URBANO
Uma série de autores discorre a respeito dos benefícios proporcionados
pela vegetação em relação à melhoria do conforto e qualidade de vida no
ambiente urbano. Estudos apontam diversas características benéficas que o
uso da vegetação pode proporcionar, dentre elas estão: sombreamento,
influência na temperatura e umidade do ar, atenuação e reflexão da radiação
solar, diminuição de gastos energéticos com mecanismos ativos de
condicionamento de ar, capacidade de filtrar poluentes, interferência na
velocidade dos ventos, benefícios para o solo e influência positiva no
comportamento humano.
De acordo com Albrecht (1998), Santamouris (2001), Pouey, Freitas e
Sattler (2003) as árvores atuam contra a poluição atmosférica, absorvendo,
através dos estômatos de suas folhas, gases poluentes, interceptando
partículas, e dissolvendo, na superfície úmida de suas folhas, poluentes
solúveis em água. Porém a capacidade de reter ou resistir a poluentes varia de
acordo com a espécie, ou mesmo entre indivíduos de uma mesma espécie.
(ALBRECHT, 1998). O autor ressalta também que as árvores podem obstruir
ou desviar a visão dos observadores, agindo assim como minimizadora da
poluição visual.
Segundo Duarte e Serra (2003) a vegetação atua em relação à poluição do
ar, de forma direta – através da filtragem de poluentes – e de forma indireta –
incrementando as condições de ventilação na cidade, afetando a dispersão de
20
poluentes. Espaçar as árvores e áreas verdes é eficaz no que diz respeito à
filtragem de poluentes. (GIVONI, 1998)
É importante, ainda, destacar a capacidade das árvores em reduzir a
velocidade do vento. Heisler2 (1989 apud SANTAMOURIS, 2001) mostra que
um aumento de 10% da área vegetada em uma região marcada por uso
residencial, é capaz de reduzir de 10 a 20% a velocidade do ar, enquanto que
um aumento de 30% de área vegetal reduz a velocidade de 15 a 35%.
Segundo Albrecht (1998) a existência ou não da vegetação urbana pode
determinar o efeito positivo ou negativo do vento para o conforto humano. No
período do inverno, a ação da velocidade do vento pode contribuir para um
maior resfriamento do ar, sendo que a combinação de uma temperatura de 7ºC
com uma velocidade de vendo de 16 Km/h proporciona, através da aplicação
do índice de resfriamento pelo vento, uma temperatura efetiva de 0ºC
(HEISLER, 19743 apud ALBRECHT, 1998)
De acordo com Santamouris (2001) as árvores e áreas vegetadas, além de
se estabilizarem o solo contra erosão, filtrar poluentes do ar e diminuir a
velocidade do vento, atuam de forma significativa na diminuição da temperatura
e de gastos energéticos no ambiente urbano, através do sombreamento e do
processo de evapotranspiração.
Mascaró, Giacomin e Cuadros (2007) exaltam o papel das sombras nas
cidades subtropicais, descrevendo-as como ricas, complexas, e capazes de
2 HEISLER, G. M. (1989). `Site design and microclimate research`. Final outcome to the Argonne National Laboratory, University Park, PA: US Department of Agriculture Forest Service, northeast Forest Experimental Station. 3 HEISLER, G. M. Trees and confrot in urban areas. Journal Forestry, Washington, 72 (8): p. 113-125. 1974.
21
tornar as cidades habitáveis nas estações quentes. Os autores consideram, em
especial, as sombras proporcionadas pelas árvores, caracterizando-as como
frescas, devido à passagem de ar pelas folhas e à evapotranspiração, além de
belas, vibrantes e perfumadas. Os autores afirmam que no meio urbano,
principalmente nas regiões onde prevalecem os climas tropicais e subtropicais
úmidos, o sombreamento é a principal função desempenhada pela arborização.
A manutenção do equilíbrio energético do ambiente é favorecida pelo
sombreamento, uma vez que se impede a excessiva absorção da radiação
solar, que seria posteriormente re-emitida aquecendo o ar. (OMETTO,19814
apud MODNA; VECCHIA, 2003)
Segundo Akbari e Taha5 (1992 apud ABREU, 2008), o sombreamento
proporcionado por árvores e arbustos pode reduzir de 15 a 35% os gastos com
condicionamento de ar no período de verão. Estudos realizados por Bueno-
Bartholomei (2003) mostraram uma redução de 1,5ºC na temperatura interna
de salas de aula após a colocação de árvores que sombreavam sua fachada
exterior.
A respeito da evapotranspiração, Santamouris (2001) descreve-a como a
combinação entre os processos de transpiração vegetal e de evaporação.
Ocorre, portanto, mudança de fase da água líquida, transpirada, para o estado
gasoso, processo em que há absorção de calor, que é retirado do ambiente.
4 OMETTO, J. C. Bioclimatologia vegetal. Ed. Agronômica Ceres, São Paulo, 495 p, 1981. 5 AKBARI, H.; TAHA, H. The impact of trees and White surfaces on residential heating and cooling energy use in four Canadian cities. Energy, the International Jounal, Oxford, v.17, n. 2, p. 141 – 149, 1992.
22
Desta forma, a evapotranspiração das plantas contribui para a redução da
temperatura urbana.
Pouey, Freitas e Sattler (2003) também ressaltam que, como parte de sua
função fisiológica, as árvores liberam umidade para o ambiente, e citam que
segundo Higueras6 (1997) um metro quadrado de bosque libera, anualmente,
500 Kg de água.
Moffat e Schiler7 (1981 apud SANTAMOURIS, 2001), através de estimativas
sobre a quantidade de água transpirada por uma árvore num dia de verão, e da
porção de calor necessária para a evaporação deste líquido, concluíram que,
em média, o efeito de resfriamento proporcionado por uma árvore era
semelhante ao de cinco aparelhos de ar condicionado.
A evapotranspiração relaciona-se com o fenômeno Oasis - formação de
áreas urbanas que apresentam temperatura reduzida em relação ao seu
entorno. Geralmente este fenômeno é caracterizado através da razão de
Bowen - relação entre os fluxos de calor sensível e latente (SANTAMOURIS,
2001). Quando o valor da razão de Bowen “B” é igualado a 1, existe
equivalência entre os fluxos de calor sensível e latente, quando B < 1 o fluxo de
calor latente é superior ao de calor sensível, enquanto que se B > 1 vale o
inverso da sentença. Alguns valores apresentados por Taha (1997) auxiliam na
compreensão da ordem de grandeza desta razão: áreas urbanas possuem B
6 HIGUERAS, E. Urbanismo bioclimático. Dissertação (Doutorado). Escola Técnica Superior de Arquitetura de Madrid, 1997. 7 MOFFAT, A.; SCHILER, M. Landscape designs that save energy. William Morrow and Company, New York, 1981.
23
próximo a 5; regiões desérticas aproximam-se de 110; e sobre oceanos na
região dos trópicos, constatam-se valores próximos a 0,1.
Santamouris (2001) mostra que, além das contribuições para o conforto
térmico das cidades, as árvores assumem um papel social, citando uma série
de estudo a este respeito, entre eles um realizado por Ulrich (1984),
comprovando que o período de pós operatório, a possibilidade de
complicações e a necessidade de doses de analgésicos era menor para
pacientes que tinham a vista de suas janelas voltadas para ambientes com
paisagens vegetais, do que para aqueles que possuíam uma vista voltada para
uma parede do interior do prédio. O autor apresenta também estudos onde
constatam que a presença de árvores é capaz de elevar o valor das
propriedades, tornar a cidade mais atraente, influenciar na escolha dos locais
de moradia, e interferir positivamente no temperamento das pessoas.
Modna e Vecchia (2003) afirmam que a presença de árvores no ambiente
urbano é de extrema importância para garantir às pessoas boas condições de
saúde física e mental.
24
2.2.2. ESTUDOS SOBRE VEGETAÇÃO NO AMBIENTE URBANO
Uma série de estudos evidencia, sobre vários aspectos, que a arborização
urbana é eficiente na melhoria do microclima das cidades. A vegetação se
mostra eficiente em amenizar a incidência da radiação solar, interferir na
umidade relativa do ar e criar microclimas com boas condições de conforto.
Brown & Dekay8 (2000 apud ABREU, 2008) demonstraram através de
estudos hipotéticos, que cidades com população superior a um milhão de
habitantes apresentam possibilidade de redução de temperatura se
apresentarem superfícies evaporativas maiores que 10-20% da área da cidade.
Givoni (1991; 1998), Spirn (1995), Honjo e Takakura (1990/91) e Assis
(1990) consideram que as áreas verdes possuem um efeito localizado,
recomendando, portanto, sua distribuição pelas áreas de espaço construído.
Duarte e Serra (2003), através de um estudo experimental na cidade de
Cuiabá, efetuaram medições simultâneas da temperatura do ar em sete
microclimas urbanos, nas estações seca e chuvosa e as correlacionaram com
algumas variáveis, entre elas a arborização. Neste caso, a arborização é
entendida como a porcentagem de área verde (projeção horizontal das copas
das árvores) em relação á área em estudo.
Os resultados indicaram, a respeito da correlação entre variáveis de
ocupação do solo e temperatura média do ar, que os valores do coeficiente de
correlação médio foram positivos, com valores mais altos às 8h e 20h e com
menor correlação às 14h devido a uma maior troca através de convecção. 8 BROWN, G. Z.; DEKAY, M. Sun, Wind & Light: Architectural Design Strategies. 2 ed. Auflage: Wiley – VCH Verlag/ GmbH & Co. KGaA, 2000. 381p. v. XlX
25
Segundo os autores tal fato reflete a existência de maior influência entre
espaço construído e temperatura do ar durante o período da noite. Já em
relação ás variáveis ligadas á superfícies d’água e à arborização, o coeficiente
de correlação médio assume valores negativos e apresenta um comportamento
aparentemente uniforme nos três horários de medições (8h, 14h e 20h). Os
autores ressaltam, porém, o fato de que os valores apresentados em seu
estudo indicam uma tendência, pois como o número amostral é reduzido ainda
não se podem fazer afirmações de caráter mais geral.
A partir das correlações constatadas no estudo e das recomendações de
distribuição dos espaços verdes em pequenas áreas vegetadas ao longo da
cidade, apresentadas por outros estudos, os autores propõem a utilização de
um indicador que relacione densidade construída, arborização e superfícies
d’água a serem aplicadas no meio urbano.
De acordo com os mesmos autores, a partir de uma determinada dimensão,
o aumento de área de um único parque apresenta uma modificação muito
pequena nas condições climáticas de seu entorno, porém a divisão e dispersão
desta área em maior quantidade de pequenos parques ampliam seus
benefícios climáticos. Portanto, Duarte e Serra (2003) defendem a existência
de áreas verdes e superfícies de água em cada bairro, sendo que os parques
urbanos podem servir como elementos que proporcionem a interligação dos
bairros e compartilhem serviços e equipamentos.
Os autores apontam que no Brasil, devido à retração vegetal no período das
secas, a manutenção da vegetação é facilitada por sua divisão em conjuntos
de áreas verdes de menor dimensão. Os autores atentam para o fato de que
26
mais investigações devem ser realizadas a fim de otimizar o tamanho das
áreas verdes e o investimento correspondente a ser empregado nestes
espaços, em relação á economia energética e a melhoria de qualidade de vida
da população. Sendo assim, a partir do princípio de uma melhor distribuição de
áreas verdes, a validade do parâmetro que apresenta a quantidade de área
vegetada para cada habitante mostra-se questionável, uma vez que não é
refletida a distribuição deste verde pela cidade. Os mesmos autores afirmam
que existe equivalência de importância e benefícios para a população entre a
disponibilidade e a distribuição e qualidade dos espaços produzidos.
Ochoa e Manricic (2003), em um estudo que propõe uma classificação
microclimática da vegetação, atentam para a rápida alteração das sensações
térmicas que experimentamos durante um percurso no ambiente urbano,
evidenciando que em um mesmo dia de verão estas sensações podem ser
completamente distintas, por exemplo: quando se está sob a sombra de uma
árvore em uma praça vegetada, na travessia de uma rua (sem proteção solar e
marcada pela presença do asfalto e de automóveis) e sob a proteção de uma
cobertura metálica em um ponto de ônibus. Portanto, os autores evidenciam a
necessidade do conhecimento a respeito de quais elementos da paisagem
urbana e quais fatores climáticos podem ser manipulados com o objetivo de
proporcionar espaços externos que atendam às condições de conforto para o
ser humano, e contribuir na poupança energética, contribuindo para um meio
urbano mais sustentável.
A respeito do projeto de áreas externas, os autores afirmam a usual
desconsideração de forma quantitativa dos fatores relacionados à vegetação,
27
uma vez que, de forma geral, os projetistas resolvem estas questões de
maneira intuitiva. Os autores apontam como possíveis causas deste modo
projetual a falta de normas para reger a criação de espaços externos levando
em consideração aspectos climáticos, a pouca ocorrência de conhecimentos
físicos, geográficos e biológicos no currículo de arquitetos urbanistas e
paisagistas e a forma não apropriada de disposição das informações a respeito
do assunto, dificultando sua aplicação pelos profissionais de projeto.
Ochoa e Manricic (2003) consideram a vegetação como um dos elementos
com maior influência sobre o microclima de áreas externas, possuindo
capacidade de filtrar, absorver e refletir a radiação solar eficientemente.
Apresenta também papel importante na conservação da umidade e controle do
vento.
Para utilizar a vegetação na modificação e controle de microlimas deve-se
dar atenção a algumas especificidades, não usualmente consideradas nas
análises taxonômicas, característica de cada espécie vegetal. Portanto, os
autores propõem uma ordenação de conhecimentos do campo da biologia
relacionados às funções e características da vegetação, com o objetivo de
tornar mais fácil o emprego da vegetação na melhoria microclimática de
ambientes externos.
Segundo os autores devem ser consideradas na classificação arquitetônica-
microclimática tanto características de estrutura, forma e fisiologia, de forma a
incluir grande quantidade de espécies. A partir desta classificação surgiria a
possibilidade de realizar comparações a respeito do funcionamento de várias
estruturas de folhagens. Outro ponto abordado por esta classificação é a
28
função que pode ser desempenhada pela vegetação (controle de radiação
solar e de onda longa, do vento, da temperatura ou umidade do ar).
O quadro abaixo apresenta resumidamente a classificação proposta pelos
autores:
Quadro 1. Classificação microlimática da vegetação. Características Estruturales
Geometría del Follaje Disposición del Follaje Tamaño de las Hojas Densidad del Follaje
Características Fisiológicas
Permanencia del Follaje Adaptación Ambiental
Características Funcionales
Control de la Radiación Control del Viento Control de la Temperatura Control de la Humedad Control Lumínico Control Acústico
Fonte: Ochoa e Manricic (2003)
Bueno (1998) propõe uma metodologia de estudo da atenuação solar
promovida por diferentes espécies de árvores a partir de medições da umidade
relativa, temperatura ambiente e de globo e da radiação solar, realizadas
simultaneamente ao sol e à sombra de indivíduos arbóreos. Foi analisada a
melhoria microclimática proporcionada pela sombra de cinco espécies arbóreas
(Chuva de ouro, Ipê Roxo, Jatobá, Magnólia e Sibipiruna). A partir dos dados
calculou-se, para cada espécie, a porcentagem de atenuação da radiação
solar. A análise dos resultados apontou um melhor desempenho das espécies:
Sibipiruna, Jatobá e Chuva de ouro.
Em seguida, Bueno-Bartholomei (2003) considerando a diferença de
comportamento das espécies arbóreas a respeito da atenuação da radiação
29
solar e as melhorias térmicas advindas do sombreamento das fachadas de
uma edificação, utilizou a metodologia desenvoldia anteriormente (BUENO,
1998) para avaliar a atenuação de radiação e conforto térmico proporcionado
por diferentes espécies arbóreas e também a melhoria dos níveis de conforto
no interior de salas de aula após a colocação de árvores adultas em seu
exterior. Das espécies arbóreas analisadas individualmente, a Pata de vaca
(Bauhinia variegata) destacou-se por seu desempenho. Quanto ao interior das
salas de aula analisadas, observou-se que as temperaturas medidas após a
colocação das árvores na área externa se apresentaram 1,5°C abaixo das
medidas sem a arborização.
Seguindo o mesmo método de avaliação da atenuação da radiação solar
proposto por Bueno (1998) e Bueno-Bartholomei (2003), Abreu e Labaki (2007)
propõem uma metodologia para avaliar o raio de influência de espécies
arbóreas e agrupamentos. Os parâmetros ambientais (temperaturas do ar e de
globo, velocidade do vento e radiação solar incidente) foram medidos em
diferentes distâncias com relação ao tronco da árvore e com esses dados foi
calculada a porcentagem de atenuação de radiação solar. Foram utilizadas
também fotografias obtidas com lente fisheye para determinar o fator de visão
do céu. O item 2.3 Estudo das metodologias adotadas para a pesquisa;
apresentado mais adiante neste relatório, apresenta a metodologia de Bueno
(1998), Bueno-Bartholomei (2003) e Abreu (2008) com maior detalhamento.
Um estudo realizado por Barbosa e Vecchia (2007) na cidade de Maceió,
através de medições em nove unidades amostrais ao longo de um percurso
que compreendia ambientes áridos e vegetados, mostrou que as áreas
30
vegetadas são capazes de atenuar o rigor térmico, e podem chegar, no período
diurno, a uma diferença de 3,3°C entre unidades amostrais secas e vegetadas.
Foi também observada similaridade entre a temperatura do ar nas unidades
amostrais vegetadas, embora apresentassem diferentes estruturas físicas.
Mascaró, Giacomin e Cuadros (2007) através de estudos realizados na
cidade de Porto Alegre/RS, evidenciam a importância desempenhada pelo
sombreamento devido à arborização no ambiente urbano. Indicam que o uso
da vegetação é ideal para fornecer sombreamento às cidades no período do
verão e que para o período frio, as copas mais adequadas são aquelas que
apresentam valores de transmitância luminosa entre 60 a 80%.
Shinzato (2009) analisa o efeito da vegetação nas condições
microclimáticas urbanas, considerando que existe influência da vegetação no
microclima de seu entorno. Buscou-se determinar a intensidade e a área de
abrangência dos efeitos microclimáticos, de redução da temperatura e aumento
de umidade do ar, proporcionados pela vegetação, a partir de diferentes
configurações de distribuição destas áreas vegetadas na cidade, e
considerando o uso de espécies arbóreas locais. Os resultados foram
analisados com o uso de balanço de energia auxiliado por ferramentas
computacionais.
Para a realização de simulações paramétricas, foi utilizado o programa
ENVI-met, por ser um dos únicos a permitir a adição da vegetação na
modelagem do tecido urbano, e considerar, nos cálculos, a fisiologia das
arvores. As medições de campo foram realizadas na região da Luz na cidade
de São Paulo, e tinham como objetivo organizar uma base de dados – com as
31
variáveis climáticas: temperatura e umidade do ar, intensidade dos ventos e
radiação – para que se pudesse avaliar a maneira como variam as condições
climáticas em relação às diferentes configurações urbanas.
Os resultados apresentados pela pesquisa revelaram que os efeitos
proporcionados pela vegetação possuem caráter local, não apresentando
significativa influência em regiões muito além dos limites das áreas vegetadas.
A respeito da intensidade destes efeitos, foi observada uma diferença média de
1,5ºC entre a temperatura do ar as áreas arborizadas e as ruas adjacentes, e
de 23ºC entre as superfícies do solo sombreadas por árvores de copas densas
ou expostas ao sol. Os resultados indicam que por evitar o aquecimento de
materiais presentes nos solos da cidade, como o concreto e o asfalto, e a
liberação de radiação de onda longa, a arborização é uma forma eficiente de
amenizar o efeito das ilhas de calor nas cidades.
32
2.3. ESTUDO DAS METODOLOGIAS ADOTADAS PARA A PESQUISA
Uma vez que a metodologia a ser utilizada, nesta pesquisa, para as
medições em campo derivam das metodologias propostas por Bueno-
Bartholomei (1998; 2003) e Abreu (2008), são sistematizadas, na sequência, as
principais informações a respeito das mesmas.
2.3.1. SELEÇÃO DA ESCALA, DOS INDIVÍDUOS E DOS AGRUPAMENTOS
As etapas de “seleção da escala” e “seleção dos indivíduos e
agrupamentos”, propostas nas metodologias, coincidem entre as autoras e
estão especificadas abaixo:
Seleção da Escala: Adotaram-se as escala microclimática e instantânea
onde se avaliam as condições de tempo de um determinado local. Nesta escala
os indivíduos arbóreos são influenciados pelo entorno imediato. Assim, é
necessário que se considerem condições iguais de entorno e de clima.
Seleção dos Indivíduos e Agrupamentos: Foram considerados fatores
físicos relacionados às espécies selecionadas e ao meio onde se localizam os
indivíduos arbóreos.
Na seleção do local foram feitas considerações relacionadas ao entorno
(interferência de edificações ou outras árvores, tipo de cobertura do solo),
topografia além de acessibilidade e segurança para o uso dos aparelhos de
medição.
33
Para selecionar as espécies arbóreas foram consideradas a recorrência de
utilização das espécies na cidade, a idade e conformidade com as
características específicas da espécie e a existência de indivíduos das
espécies em locais propícios para as medições.
Após a seleção dos indivíduos arbóreos a serem avaliados, foram
realizadas caracterizações das espécies, considerando parâmetros como
dimensões, cor, rugosidade, densidade da copa, características das folhas e
etc.
2.3.2. MEDIÇÕES
Na etapa de medições é que aparecem variações entre as metodologias.
Os quadros abaixo relacionam as metodologias em questão, buscando
explicitar suas diferenças:
Quadro 2. Comparação entre os objetivos das metodologias. Bueno-Bartholomei (1998; 2003) Abreu (2008)
“(...) determinar espécies que mais
atenuam a radiação solar incidente e o
quanto é atenuado pela sombra de suas
copas.” (BUENO-BARTHOLOMEI, 2003,
P.48)
“(...) identificar o raio de influência no
conforto térmico alcançado por espécies
arbóreas (...)” (ABREU, 2008, p. VII)
34
Quadro 3. Comparação entre os parâmetros ambientais medidos. Bueno-Bartholomei (1998; 2003) Abreu (2008)
Temperatura do ar e de globo Temperatura do ar e de globo
Umidade relativa do ar Umidade relativa do ar
Radiação Radiação
Velocidade do ar (apenas em Bueno-
Bartholomei 2003)
Velocidade do ar
Quadro 4. Comparação entre os pontos de medição.
Bueno-Bartholomei (1998; 2003)
Faz medições simultâneas, de todos os parâmetros
propostos, em dois pontos: sol e sombra. Sendo que os dois
conjuntos de equipamentos não ultrapassam a distância de
10m entre si.
Abreu (2008)
Para cada espécie analisada realizam-se dois tipos de
experimentos:
No primeiro experimento mede-se, simultaneamente, a
radiação ao sol e à sombra. Já a temperatura e umidade
relativa do ar e a temperatura de globo são medidas em
quatro pontos (sombra, e sol - a distâncias de 10, 25 e 50m a
partir do tronco da árvore). A velocidade do ar é medida
somente a 25 m da árvore, ao sol, e também à sombra.
No segundo experimento mede-se temperatura e
umidade do ar em seis pontos – com distâncias de 2,5; 5;
7,5; 10; 12,5; 15m em relação ao tronco da árvore.
35
Quadro 5. Comparação entre os equipamentos utilizados nas pesquisas.
Bueno (1998) 2 Tripés, cada um com:
• 1 Termômetro de globo e 1 psicrômetro a ventilação
natural.
2 Solarímetros lineares, modelo TSL – DELTA –T Devices
1 Radiômetro linear, modelo TRL – DELTA-T Devices
1 Integrador para coleta automática dos dados, modelo DL2 –
DELTA-T Devices
Bueno-Bartholomei (2003)
2 Tripés, cada um com:
• 1 Termômetro de globo e 1 psicrômetro.
2 Solarímetros de tubo, modelo TSL-DELTA T Devices,
conectados a um integrador de coleta automática dos dados,
modelo DL2 – DELTA-T Devices.
1 Termoanemômetro digital portátil com sensor de hélice, modelo
AM-4202 da marca Lutron
Abreu (2008)
4 Tripés, cada um deles contendo:
• 1 Registrador de temperatura e umidade, modelo Testo
175-H1
• 1 Sensor de temperatura, modelo Testo 0613 171,
colocado no interior de um globo cinza
• 1 Registrador de temperatura, modelo Testo 175-T2,
conectado ao sensor de temperatura
1 Tripé contendo:
• 1 anemômetro/termômetro digital Testo 445, com sensor
0635-1549
2 Solarímetros de tubo, modelo TSL-DELTA T Devices,
conectados a um integrador de coleta automática dos dados,
modelo DL2 – DELTA-T Devices.
36
Quadro 6. Espécies medidas por Bueno-Bartolemei (1998; 2003).
Bueno-Bartholomei (1998)
Cinco indivíduos arbóreos:
• JATOBÁ (Hymenaea courbaril);
• CHUVA-DE-OURO (Cássia fistula);
• MAGNÓLIA (Michelia champacca);
• IPÊ ROXO (Tabebuia impetiginosa);
• SIBIPIRUNA (Caesalpinia peltophoroides).
Bueno-Bartholomei (2003)
Sete indivíduos arbóreos:
• CASSIA (Senna spectabilis) – medições nos dias: 25, 29 e
30 de abril de 1999; 17 e 30 de agosto de 2001.
• AROEIRA SALSA (Schinus molle) – medições nos dias:
12, 24 e 26 de julho de 1999, 08 de abril e 16 de agosto de
2001.
• PATA-DE-VACA (Bauhinia variegata) – medições nos
dias: 06, 11 e 12 de abril e 07 e 12 de dezembro de 2000.
• JAMBOLÃO (Cingingium Jambolana) – medições nos dias: 27 e 31 de maio; 29 de junho; 21 e 28 de novembro de 2000.
• SOMBREIRO (Clitoria fairchildiana): medições realizadas em duas fases:
Com folhas – nos dias 17, 19 e 20 de janeiro; 21 e 28 de novembro de 2000.
Sem folhas – nos dias 31 de maio; 29 de junho; 14 e 18 de agosto e 01 de setembro de 2001.
• CEDRO-ROSA (Cedrela fissilis): medições realizadas em duas fases:
Com folhas – nos dias 21 e 28 de novembro de 2000; 12, 16 e 17 de abril de 2002.
Sem folhas – 27 de maio e 29 de junho de 2000; 10, 15 e 16 de junho de 2001.
• FICUS (Fícus benjamina) – medições nos dias: 02, 07, 10,
14 e 15 de maio de 2002.
37
Quadro 7. Espécies medidas por Abreu (2007).
Tendo-se em vista as informações obtidas, identificou-se que dentre essas
metodologias, a proposta por Abreu (2008) é a mais adequada para os
Abreu (2008) Quatro indivíduos arbóreos e um agrupamento:
• IPÊ AMARELO (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.)
Stand) Experimento 1:o indivíduo foi medido em três etapas:
Com folhas (27-29 de março de 2007);
Sem folhas (12-14 de setembro de 2007)
Com flores (21 a 23 de agosto de 2007).
Experimento 2: foi medida apenas a situação com folhas (19-20 de maio de 2008)
• JACARANDÁ (Jacaranda momosaefolia D.Don)
Experimento 1: 21, 22 e 27 de maio de 2008.
Experimento 2: 18-20 de maio de 2008.
• JAMBOLÃO (Syzygium cumini L.)
Experimento 1: 20, 21 e 27 de abril de 2008.
Experimento 2: 29 – 31 de março de 2008.
• MANGUEIRA (Mangifera indica L.)
Experimento 1: 5, 6 e 10 de julho de 2007.
Experimento 2: 18 – 20 de maio de 2008.
• CHUVA DE OURO (Senna siamea L) – agrupamento.
Experimento 1: 17, 24 e 25 de julho de 2007.
Experimento 2: 14 – 16 de maio de 2008.
Obs.: As medições foram realizadas, nos dias mencionados acima, em intervalos de 10 em 10 min, durante um período de 12 horas, das 6:00 às 18:00.
38
objetivos deste trabalho. Em seguida, foi estudada a forma de análise dos
resultados de Abreu (2008), indicada no próximo item.
2.3.3. FORMA DE ANÁLISE DOS DADOS
Abreu (2008) aplicou o cruzamento dos dados do experimento 1 e 2 à zona
de conforto para clima tropical de altitude em áreas externas, proposta por
Moreno (2006), e que receberá maior atenção no tópico 2.4 do presente
relatório.
A investigação do raio de influência significativo para cada espécie
arbórea estudada foi identificado através de testes estatísticos de comparação
de médias e de variâncias, a partir dos dados obtidos pelos experimentos 1 e 2.
A metodologia utilizada para calcular a porcentagem de radiação atenuada por
cada árvore foi a proposta por Bueno-Bartolomei (1998; 2003). A transpiração
máxima individual das árvores isoladas foi estimada através de cálculos
segundo o modelo de Penman-Monteith (MONTEITH,19659 apud ABREU,
2008) com adaptação para folhas hipoestomáticas. Calculou-se a energia
radiante absorvida pelas árvores (Rnf) através da diferença entre os valores de
radiação solar medidos de foram simultânea ao sol e à sombra. Para o cálculo
da resistência aerodinâmica (ra), foi necessário através de cálculos obter os
valores da área média foliar (Amf), do saldo de radiação efetivo da cobertura
vegetal (Rnf), e a comparação estimativa de transpiração das árvores isoladas
através do cálculo da evapotranspiração de referência (ETo).
9 MONTEITH, J. L.; Evaporation and environment. Symposium of the Society for Experimental Biology, v. 19, p. 205-235, 1965.
39
2.3.4. RESULTADOS OBTIDOS
As tabelas a seguir apresentam os resultados de porcentagem de
atenuação de radiação solar obtidos nas pesquisas realizadas por Bueno
(1998), Bueno-Bartholomei (2003) e Abreu (2008).
Quadro 8. Resultados quanto à atenuação solar das espécies arbóreas analisadas por Bueno (1998) Árvores Analisadas Atenuação da Radiação
Solar (%) Erro Padrão da Média
(α)
Mes
trado
Hymenaea courbaril
(Jatobá)
Cassia fistula (Chuva-de-ouro)
Michelia champacca
(Magnólia)
Tabebuia impetiginosa (Ipê roxo)
Caesalpinia peltophoroides
(Sibipiruna)
87.2
87,3
82,4
75,6
88,5
+/- 1,6
+/- 0,7
+/- 3,4
+/- 2.3
+/- 1,2
Fonte: Bueno-Bartholomei (2003)
40
Quadro 9. Resultados quanto à atenuação solar das espécies arbóreas analisadas por Bueno-Bartholomei (2003).
Árvores Analisadas Atenuação da Radiação Solar (%)
Erro Padrão da Média (α)
Dou
tora
do
Senna spectabilis
(Cassia)
Schinus molle (Aroeira salsa)
Bauhinia variegata
(Pata-de-vaca)
Cingingium jambolana (Jambolão)
Clitoria fairchildiana
(Sombreiro) – sem folhas
Clitoria fairchildiana (Sombreiro) – com folhas
Cedrela fissilis
(Cedtro rosa) – sem folhas
Cedrela fissilis (Cedro rosa) – com folhas
Ficus benjamina
(Ficus)
88,6
73,6
81,7
92,8
70,2
78,6
29,9
75,6
86,3
+/- 1,3
+/- 1,3
+/- 2
+/- 0,4
+/- 2,6
+/- 0,8
+/- 1,9
+/- 1,2
+/- 1,3
Fonte: Bueno-Bartholomei (2003)
Quadro 10. Resultados quanto à atenuação solar das espécies arbóreas analisadas por Abreu (2008) Indivíduos arbóreos analisadas Radiação (%) Erro Padrão (α)
Ipê-Amarelo (Tabebuia chrysotricha
(Mart. Ex DC.) Stand.)
Com folhas
81,7
+/- 1,24
Sem folhas
46,1
+/- 1,10
Com flores
51,4
+/- 1,07
Jacarandá (Jacaranda mimosaefolia D. Don)
63,8
+/- 177
Jambolão (Syzygium cumini L.)
89,1
+/- 0,21
Mangueira (Mangifera indica L.)
88,6
+/- 1,67
Agrupamento : Chuva de Ouro (Senna siamea L.)
70,9
+/- 1,30
Fonte: Abreu (2008)
41
2.4. ÍNDICES DE CONFORTO EM AMBIENTES EXTERNOS
Monteiro e Alucci (2005a) mostraram que já em 400 a.C. Hipócrates
descrevera de forma qualitativa as principais variáveis que influenciam no
conforto térmico, e que por volta do séc. XVII foram realizadas as primeiras
medições da temperatura do ar, entretanto, foi só partir do séc. XX, de certa
forma, motivados pelo advento do condicionamento artificial do ar, que
métodos capazes de medir e correlacionar variáveis climáticas com conforto
térmico foram desenvolvidos. Sendo assim, os autores apontam que dos
estudos a respeito de conforto térmico, a grande maioria descreve e
correlaciona variáveis características de ambientes climatizados.
Hough10 (1998 apud DUARTE; SERRA, 2003) mostra que os edifícios
condicionados artificialmente contribuem para um estilo de vida marcado por
experiências artificialmente controladas, ao ponto de existir preocupação quase
exclusiva com as condições térmicas dos espaços internos e uma negação do
ambiente exterior. Com isto os edifícios são liberados das condições climáticas
externas, que acabam por tornar-se cada vez piores.
Em ambientes semi-confinados, aqueles influenciados diretamente por
condições exteriores, a avaliação térmica inclui a consideração de fatores como
a possibilidade de ventos e radiação que não são levados em conta em
análises de ambientes tipicamente internos, além da ocorrência de expectativa
térmica e prática de atividades diferentes daquelas esperadas para o conforto
de ambientes internos. (MONTEIRO; ALUCCI, 2009).
10 HOUGH, M. Naturaleza y ciudad. Barcelona: Gustavo Gili, 1998.
42
Monteiro e Alucci (2005a) efetuaram uma revisão histórica sobre os índices
de conforto em espaços abertos e em seguida (MONTEIRO; ALUCCI,2005b)
apresentaram os índices propostos em pesquisas recentes, relativas aos
últimos dez anos. Além disso, apresentam também uma série de
recomendações importantes sobre o procedimento experimental para a coleta
das variáveis ambientais e estimativa das variáveis individuais (MONTEIRO;
ALUCCI, 2005c). Em outro estudo (MONTEIRO; ALUCCI, 2007a) efetuaram
medições em mais de 70 cenários microclimáticos da cidade de São Paulo, nos
quais foram aplicados aproximadamente 2000 questionários. São comparadas
as sensações fornecidas pelos usuários com as predições de conforto de 20
modelos dentre aqueles apresentados anteriormente (correspondentes a um
total de 32 índices de conforto para ambientes externos). Os resultados
indicaram a necessidade de calibração desses modelos, para que possam ser
mais adequados para a previsão das condições estudadas (MONTEIRO;
ALUCCI, 2007b). São apresentadas duas propostas de calibração dos índices,
sendo que os autores indicam em que faixas de temperatura do ar e de
temperatura radiante média estas devem ser utilizadas.
Dentre os índices estudados por Monteiro e Alucci (2007b), optou-se pela
apresentação, neste relatório, do modelo MENEX (Man-Environment Heat
Exchange Model)., A escolha é baseada no fato de que dois dos três critérios
de avaliação do modelo apresentaram concomitantemente maior correlação e
maior porcentagem de previsões corretas, considerando-se a proposta de
calibração que inclui dados de temperatura mais abrangentes. São estes a
carga témica ou Hard Load (HL) e o esforço fisiológico (PhS), do modelo
43
MENEX , que indicaram correlação de 0.87 e 0,88 e porcentagem de acertos
de 83 e 81%, respectivamente.
Monteiro e Alucci (2005b) citam que o MENEX foi proposto Blazejczyk (1996
apud BLAZEJCZYK, 200211). “O modelo utiliza o balanço térmico do corpo
humano, considerando a produção de calor metabólico através da ISSO 8996
(1990) e as trocas com o meio”. (MONTEIRO; ALUCCI, 2005b, p. 1222). São
consideradas como peculiaridades deste modelo a utilização de um coeficiente
de ponderação por sexo no cálculo de perda evaporativa pela pele, ponderação
de nebulosidade no cálculo de perda de radiação de onda longa através da
pele e também a utilização de modelos específicos para o cálculo de radiação
solar. Para o modelo são propostos três critérios – carga térmica (HL), estímulo
devido à intensidade de radiação solar e esforço fisiológico do organismo – que
devem ser considerados conjuntamente. O autor do modelo propõe também
índices de temperatura subjetiva e de suor aparente. Como já mencionado
anteriormente, Monteiro e Alucci (2007b) propõem a calibração de modelos
preditivos de modo que possam ser utilizados nos espaços abertos da cidade
de São Paulo para verificar sua adequação térmica. Dentre índices dos
modelos calibrados está o índice de carga témica (Heat Load).
Como exemplo da aplicação de índices de conforto térmico, pode-se
apresentar a utilização do Heat Load (carga térmica) na pesquisa realizada por
Duarte, Gonçalves e Monteiro (2007). O estudo teve como objetivo verificar a
adequação térmica de espaços abertos localizados na região da Barra Funda,
zona oeste de São Paulo, sendo que os pontos medidos possuíam diferentes
11 BLAZEJCZYK, K. Man-environment heat exchange model. Disponível em: <http://www.igipz.pan.pl/klimat/blaz/menex.ppt>. Acesso em: 24/04/2004.
44
configurações de desenho urbano. Buscando atingir os propósitos deste
trabalho foi aplicado um método empírico – através de levantamentos de
variáveis ambientais obtidas por medições em campo – auxiliado por um
analítico – com uso de simulação de modelos preditivos.
Os autores estabeleceram sete postos de medições, que apresentavam
diferentes características de entorno e eram distanciados por curtos percursos.
Em cada um dos pontos foram medidos valores de velocidade, temperatura e
umidade do ar, e a radiação solar a ser absorvida pelo corpo foi determinada
utilizando-se Blazejczyk12 (2002 apud DUARTE; GONÇALVES; MONTEIRO,
2007). Os dados obtidos foram então utilizados em simulações preditivas. Para
as simulações computacionais foi adotado o balanço termo-fisiológico do corpo
humano, sendo realizados cálculos de temperatura radiante média,
temperatura superficial da pele e do índice de carga térmica (Heat Load) “(...)
para efetiva avaliação das condições térmicas dos ambientes externos em
estudo.” (DUARTE; GONÇALVES; MONTEIRO, 2007, p.605). Na avaliação
dos resultados da pesquisa utilizou-se como critério de interpretação o índice
carga térmica (Heat Load) verificado e calibrado por Monteiro e Alucci (2007b).
Outro índice para a avaliação de ambientes externos encontrado na
literatura é o proposto por Moreno (2006). A autora realizou medições móveis
em dois bairros da cidade de Campinas, sendo que em um deles foram
também realizadas medições fixas e aplicados questionários. Nas medições
móveis eram registrados os valores da temperatura do ar, umidade relativa e
12 BLAZEJCZYK, K. Assessment of recreational potentional of bioclimate. In: International Workshop on Climate, Tourism and Recreation, 1, 2001,Greece. ISB, p. 133-52, 2002.
45
velocidade do vento, sendo que nas fixas adicionava-se o registro da
temperatura de globo.
Ao sobrepor a carta de conforto de Ahmed (2003), desenvolvida para a
cidade de Dhaka, Bangladesh (marcada pelo clima tropical de monções), aos
dados de temperatura do ar e umidade relativa, obtidos por meio das medições
em campo, constatou a necessidade de adaptação desta carta para o clima
tropical de altitude, característico de Campinas. Com o objetivo de definir uma
zona de conforto para o clima tropical de altitude foram tabulados, a partir dos
dados coletados nas medições, os parâmetros de sensação térmica e de
conforto, temperatura de bulbo seco, velocidade do vento e umidade relativa do
ar, sempre buscando manter relação entre os dados coletados e as respostas
dadas no questionário a respeito das sensações térmicas. Portanto:
Foi definida uma zona de conforto para clima tropical de
altitude em três dimensões, contemplando as variáveis
ambientais: temperatura do ar, umidade relativa e velocidade
do vento. Com base no cruzamento da população com as
variáveis ambientais, foram adotados os intervalos:
confortáveis, aceitáveis, toleráveis e desconfortáveis.
(MORENO, 2006, p. 113)
Quadro 11. Intervalo para as variáveis Ta, UR e velocidade do vento relacionadas à Tg. Classificação Ta (°C) Ur (%) v (m/s) Tg (°C) Confortável 23 a 25,9 77 a 71 0,00 a 2,33 24 a 27,9
Razoavelmente confortável
Aceitável conforto 26 a 28,4 70 a 58,5 2,34 a 3,69 28 a 32,7 Tolerável conforto 28,5 a 33,5 58,6 a 43 32,8 a 39
Desconfortável acima de 33,6
abaixo de 42
3,70 a 4,18 acima de 39,1
Fonte: Moreno (2006)
46
3. LEVANTAMENTO DAS CONDIÇÕES DE ARBORIZAÇÃO NO MUNICÍPIO
DE SÃO CARLOS
Segundo Duarte e Serra (2003) existe um grande desafio que é transformar
os conhecimentos acumulados a respeito dos fenômenos urbanos em critérios
de ocupação. Os autores apontam a existência de bons métodos de
diagnóstico das condições ambientais, porém, destacam a grande dificuldade
quanto à sua utilização e aplicação ao planejamento.
Levando em conta a diversidade climática, as condições ambientais dos
grandes centros urbanos, a carência de diretrizes para projetos de arborização
e de planejamento urbano de longo prazo, Shinzato (2009) considera o Brasil
como local potencial no desenvolvimento de estudos que relacionem a
melhoria do clima urbano através da vegetação. A autora atenta também para
a necessidade da implantação de novas áreas verdes nas cidades, com a
finalidade de apresentar melhoria na qualidade ambiental do meio urbano,
sendo que para esta implantação devem ser estabelecidos critérios sobre a
correta disposição das árvores, de forma que seus efeitos positivos sejam
maximizados.
De acordo com Shinzato (2009), a necessidade do planejamento de áreas
verdes requer estudos mais aprofundados a respeito da vegetação e sua
distribuição pela cidade. Desta forma, políticas públicas, que buscam
proporcionar uma adequada manutenção das árvores e a avaliação de
benefícios revelados através de estudos da floresta urbana, vêm sendo
desenvolvidas em cidades onde existe a consciência a respeito da importância
47
da melhoria da qualidade de vida proporcionada pela arborização. A autora
expõe exemplos de políticas públicas de arborização em cidades americanas
(Sacramento, Davis, São Francisco, Chicago, Los Angeles), européias
(Munique, Londres, Malmö), asiáticas (Tóquio, Pequim, Cingapura) e
brasileiras (Curitiba, Porto Alegre, Maringá, São Paulo).
48
3.2. POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS PARA A ARBORIZAÇÃO URBANA
NO MUNICÍPIO DE SÃO CARLOS
Embora tenha sido elaborada grande quantidade de leis e decretos para
regulamentar a política de arborização urbana no município de São Carlos,
nem todas foram adequadamente seguidas, de forma que a cidade ainda se
encontra em um estágio inicial de aplicação de medidas em prol da
arborização.
3.2.1. PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO
O plano diretor do município de São Carlos, instituído pela lei n° 13.691 de
25 de novembro de 2005 não apresenta diretrizes referentes à arborização
urbana. A questão da vegetação na cidade é tratada predominantemente no
que se refere á preservação ambiental, especialmente das áreas perimetrais de
proteção aos mananciais. O plano menciona também a preservação de áreas
que possuam paisagens naturais notáveis, vegetação significativa, áreas de
reflorestamento e de conservação de parques e fundos de vale.
O Coeficiente de Cobertura Vegetal (CCV), que relaciona a área coberta por
vegetação arbustiva ou arbórea de determinado imóvel e sua área total é
aplicada apenas ás áreas de mananciais. Em relação às áreas a serem
urbanizadas, o plano diretor determina que 8% da área total do
empreendimento sejam destinadas a áreas de lazer, sendo que sua dimensão
não pode ser inferior a 500m². O plano ainda ressalta que estas áreas de lazer
podem se constituir, entre outras alternativas, de praças, parques com
49
alamedas e maciços arbóreos, mas não determina a existência de uma área
mínima vegetada. A exigência de implantação de jardins acontece apenas em
relação à face exterior dos muros de condomínios fechados, de forma que
estes exerçam uma função de atenuar a existência desta barreira.
3.2.2. PROGRAMAS DE INCENTIVO À ARBORIZAÇÃO NO MUNICÍPIO
A arborização urbana do município, tanto em relação à preservação como à
sua ampliação e melhoria, é tratada mais a fundo, em uma série de decretos e
leis municipais (ANEXO 1). Nesta legislação municipal são abordados aspectos
relacionados à escolha de espécies, determinação de plantio de novas árvores,
criação de programas para conscientização ambiental e incentivo ao plantio, e
preservação de árvores específicas mediante a declaração de imunidade ao
corte.
Merece destaque no panorama de projetos de incentivo à arborização
urbana, algumas iniciativas mais recentes, como os programas IPTU Verde, o
Disque Árvore e o Plano de Arborização Urbana do Município de São Carlos.
O IPTU Verde, lançado em 2008, oferece, de acordo com a presença de
arborização em frente às casas e de áreas permeáveis revestidas por
vegetação, descontos de até 4% no valor do imposto.
O Disque Árvore, lançado no dia 21 de setembro de 2009. Este programa
permite à população fazer o pedido de mudas, através de uma ligação
telefônica ou pelo Portal do Cidadão (www.saocarlos.sp.gov.br), que são
entregues em domicílio por agentes da prefeitura. O website também oferece
50
informações sobre as características das espécies de mudas disponibilizadas
para plantio, auxilia na escolha destas espécies – levando em consideração as
redes de infraestrutura elétrica e hidráulica e as distâncias adequadas em
relação ao meio fio – e dá instruções a respeito do plantio. São disponibilizadas
duas espécies arbóreas por mês para cada endereço. As mudas são
produzidas e distribuídas pelo Horto Municipal.
O Plano de Arborização Urbana no Município de São Carlos foi instituído
pelo Decreto 216 do dia 5 de junho de 2009. Os objetivos do plano abordam
aspectos relativos ao estabelecimento de diretrizes para o planejamento da
implantação da arborização urbana, equilíbrio ambiental e qualidade de vida,
manutenção e preservação arbórea e critérios para o monitoramento de órgãos
privados e públicos.
O Plano apresenta, em anexo, especificações a respeito das mudas a
serem utilizadas, da forma de plantio e manutenção da árvore, das distâncias
entre elementos urbanos e árvores, arborização dos passeios públicos e
especificações relativas a transplantes de árvores. É apresentada, também em
anexo, uma listagem de espécies indicadas para a arborização urbana, sendo
divididas em grupos recomendados para uso em: passeios públicos com ou
sem presença de rede elétrica, estacionamentos e palmeiras para canteiros
centrais. É também apresentado um grupo de árvores de utilização restrita na
arborização urbana, sendo que o plantio destas espécies só deverá se feito
mediante autorização prévia da Coordenadoria do Meio Ambiente.
51
3.3. CONTATOS COM ÓRGÃOS GESTORES NA PREFEITURA
MUNICIPAL DE SÃO CARLOS
Em dezembro de 2009 foram iniciados os contatos com a Coordenadoria do
Meio Ambiente da prefeitura de São Carlos, nesta ocasião foi contatada a
engenheira agrônoma Jéssica Aizza Pizzocaro, que prosseguiram no mês de
fevereiro de 2010, contatando-se a engenheira florestal Ana Paula Castral.
No dia 10 de fevereiro de 2010 foi realizada, na Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia, uma reunião com a
engenheira da Coordenadoria do Meio Ambiente, Ana Paula Castral, com o
objetivo de apresentar a esta pesquisa de iniciação científica e colher
informações e dados a respeito da arborização urbana no município de São
Carlos. Foram levantadas questões a respeito de critérios utilizados na escolha
das espécies, existência de políticas de incentivo à arborização, mecanismos
de manutenção das árvores e espécies predominantes na cidade.
Segundo a engenheira da coordenadoria do meio ambiente, a escolha das
espécies em períodos anteriores variava de acordo com a opção do prefeito
vigente, provavelmente devido à ausência de informações e diretrizes que
guiassem esta decisão. Como resultado desta forma de escolha, pode-se
observar uma predominância de espécies que varia de um bairro em relação a
outro, em função do período em que aquele bairro fora arborizado. Como
exemplos foram citados os bairros Santa Felícia, onde predomina a Magnólia
(Michelia champacca), Cidade Araci, Chorão ( Schinus Molle), Jardim Santa
Paula e Santa Felícia, Sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides). Porém, critérios
mais exatos, relacionados á altura das árvores e sua interferência na rede
52
elétrica, começaram a ser utilizados com a instituição do Plano de Arborização
Urbana no Município de São Carlos, em junho de 2009.
A manutenção das árvores, de acordo com Ana Paula fica sob a
responsabilidade da Secretaria de Serviços Públicos que terceiriza os serviços
de corte e poda das árvores, sendo o corte autorizado apenas após
averiguação prévia da pertinência do pedido, e para solicitar a poda basta
contatar a Secretaria e fazer o pedido do serviço. A respeito de efetivas
políticas públicas de incentivo à arborização, Ana Paula apresentou os
programas Disque Árvore e IPTU verde, descritos no item anterior.
No dia 17 de fevereiro de 2010 foi realizada uma visita ao Horto Municipal
“Navarro de Andrade”, contando com a colaboração de Silvio Carlos Rosa,
auxiliar de escritório do horto municipal, que guiou a visita, apresentando o
viveiro de mudas, fornecendo informações a respeito das espécies disponíveis
para arborização urbana e sobre a demanda de pedidos de mudas.
De acordo com Silvio, o Horto Municipal possui um número aproximado de
150 espécies de mudas, sendo que aproximadamente 10% são espécies
destinadas à arborização urbana (espécies adequadas para o plantio em
calçadas). Os principais critérios para a escolha das espécies a serem
produzidas estão ligados ao comportamento de suas raízes, optando por
aquelas que não danifiquem as calçadas, e altura das árvores adultas, para
que não prejudiquem a rede elétrica. Dentro das espécies adequadas para
plantio em calçadas, existem as que são indicadas para calçadas com e sem
fiação elétrica. Mensalmente são distribuídas aproximadamente 80 mudas,
sendo em média 50% deste total através do serviço Disque Árvore.
53
Questionado a respeito do impacto causado pelos programas IPTU Verde e
Disque Árvore, de incentivo à arborização, no aumento da demanda de mudas
por parte da população, Silvio relatou que no período inicial de lançamento e
divulgação dos dois programas, houve um grande aumento na procura por
mudas, porém com o decorrer do tempo a quantidade de pedidos foi se
atenuando.
O quadro 12 apresenta algumas espécies de mudas, encontradas no Horto
Municipal e informações, fornecidas verbalmente por Silvio, a respeito delas.
Quadro 12. Mudas arbóreas disponíveis no Horto Municipal de São Carlos - SP.
Espécie: Resedá Rosa Lagerstroemia indica
Observações: Adequada para plantio em calçadas com fiação. Atinge uma altura média de 5m. É a espécie mais solicitada. Espécie: Canudo de Pito
Observações: Adequada para plantio em calçadas com fiação. Atinge uma altura média de 4m. É a segunda espécie mais solicitada
54
Espécie: Quaresmeira Grande
Observações: Adequada para plantio em calçadas sem fiação. É a terceira espécie mais solicitada
Espécie: Totinha
Observações: Árvore de porte médio- baixo. Proporciona bom sombreamen-to
Espécie: Jacarandá (Jacarandá mimosaefolia D. Don) Observações: Bastante presente em praças.
55
Espécie: Aroeira Salsa (Shinus molle L.) Observações: Já foi muito utilizada na arborização urbana, porém não é mais recomendada por danificar calçadas.
Espécie: Sabão de macaco (Sapindus saponaria) Observações: Proporciona bom sombreamen-to. Plantio recomendado para calçadas sem fiação Espécie: Escova de garrafa Observações: A espécie era bastante procurada, mas não há mais disponibilidade de mudas para doação. As mudas existentes são de fim de canteiro, e se destinam a plantios realizados pela prefeitura.
56
Espécie: Afeneiro Ligustrum Japonicum Observações: A espécie era bastante procurada, mas não há mais disponibilidade de mudas para doação. A espécie também danificava calçadas. Espécie: Ipê Amarelo Tabebuia chrysotricha (Mart. Ex DC.) Stand. Observações: Espécie bastante presente na cidade. Recomendada para calçadas sem fiação Espécie:
Ipê branco (Tabebuia róseo-alba)
Observações: Recomendada para calçadas sem fiação elétrica
57
3.4. DETERMINAÇÃO DAS ESPÉCIES PASSÍVEIS DE ANÁLISE
Pretendia-se inicialmente, analisar espécies que já haviam sido medidas
anteriormente por Abreu (2008) ou que estivessem sendo analisadas pela
pesquisadora por ocasião da elaboração de sua tese de doutorado, atualmente
em elaboração, buscando a possibilidade de realizar comparação entre os
dados resultantes. Como já apresentado anteriormente, Abreu (2008) realizou
medições em cinco espécies: Ipê Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex
DC.) Stand.); Jacarandá (Jacaranda mimosaefolia D. Don.); Jambolão
(Syzygium cumini L.); Mangueira (Mangifera indica L.) e Chuva de
Ouro (Senna siamea L.), sendo que a Chuva de Ouro foi estudada em
agrupamento enquanto as outras espécies foram estudadas como indivíduos
isolados. Através de informações fornecidas pela autora, soube-se que já
haviam sido realizados estudos com as espécies Sibipiruna (Caesalpinia
peltophoroides), Espatódea (Spathodea campanulata P.Beauv.), Flamboyant
(Delonix indica L.),Tipuana (Tipuana tipu L.) e Paineira (Chorisia speciosa (St.-
Hill.) Ravenna), pretendendo-se ainda avaliar Pinheiro-Bravo (Pinus pinaster),
Chorão (Schinus Molle), Cassia (Senna Spectallis), Quaresmeira (Tibouchina
granulosa) e algumas outras espécies ainda não selecionadas.
Portanto, as espécies inicialmente dadas como passíveis de análise foram:
As dispostas de forma isolada:
• Ipê Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand.);
• Jacarandá (Jacaranda mimosaefolia D. Don.);
58
• Jambolão (Syzygium cumini L.);
• Mangueira (Mangifera indica L.);
• Paineira (Chorisia speciosa (St.-Hill.) Ravenna)
As dispostas em agrupamentos lineares paralelos:
• Sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides);
• Espatódea (Spathodea campanulata P.Beauv.);
• Flamboyant (Delonix indica L.),Tipuana (Tipuana tipu L.);
As dispostas em agrupamentos de forma estrelar:
• Chuva de Ouro (Senna siamea L.)
.
59
4. PESQUISA DE CAMPO
4.1. PREPARAÇÃO PARA AS MEDIÇÕES
4.1.1. SELEÇÃO DOS INDIVÍDUOS E AGRUPAMENTO ARBÓREO
A lista das espécies consideradas passíveis de medições foi apresentada às
engenheiras Ana Paula Castral, Jéssica Aizza Pizzocaro e a Daniel Tonelli
Caiche, pertencentes à equipe da Coordenadoria do Meio Ambiente do
Município de São Carlos, que auxiliaram na busca pelas árvores a serem
estudadas. Observou-se que no período previsto para as medições, apenas a
Mangueira e o Jambolão possuiriam folhas. E quanto aos agrupamentos a
possibilidade de encontrar representantes da espécie Chuva de Ouro se
mostrava bastante remota. A busca inicial pelos indivíduos e grupo arbóreo foi
realizada em São Carlos, nos campi I e II da Universidade de São Paulo, e no
campus da Universidade Federal de São Carlos. Esta primeira busca
considerou os seguintes critérios:
• Considerando-se que as árvores sofrem a influência de seu
entorno, ambos os indivíduos e grupos escolhidos devem
se encontrar nas mesmas condições de exposição local
(tipos de edificações ao redor, pavimentação, cobertura
vegetal e uso e ocupação do solo semelhantes). O piso
deve ser uniforme, de preferência sem pavimento e com
60
vegetação rasteira. Deve haver ausência da interferência
de outras árvores ou edifícios.
• Ausência de obstruções a uma distância de 50 m das
árvores, para possibilitar as medições.
• O terreno deve possuir topografia não muito acidentada.
• Os indivíduos deverão estar em idade adulta e em
conformidade com as características morfológicas de sua
espécie.
• Optar por um local seguro e com pouca interferência de
terceiros.
A partir desta busca foram, com dificuldade, selecionados os indivíduos e
agrupamento (Jambolão (Syzygium cunini L.); Mangueira (Mangifera indica L.)
e Flamboyants (Delonix indica L.)) apresentados no relatório intermediário
desta pesquisa, submetido em março de 2010 à FAPESP.
No período de 16 a 19 de abril foi realizada uma visita à UNICAMP,
Campinas, com o objetivo de preparar parte dos equipamentos a serem usados
nas medições e obter mais informações a respeito da metodologia aplicada
pela doutoranda Loyde Abreu, cuja tese de mestrado serve como base para a
metodologia de medições aplicada nesta pesquisa.
Após a reunião, que teve como objetivo esclarecer alguns pontos a respeito
do processo de medições e de características do entorno, notou-se a
necessidade de alteração da seleção apresentada inicialmente, ao agregar a
consideração dos seguintes critérios:
61
• Os equipamentos devem ser dispostos linearmente nas
direções Norte, Nordeste ou Noroeste da árvore, por serem
menos sombreadas ao longo do dia;
• Os pontos de medição devem situar-se, necessariamente,
em áreas não pavimentadas.
Foram, então, realizadas buscas levando em consideração os novos
critérios e a adequação das espécies ao uso em ambiente urbano.
O período de buscas prolongou-se além do esperado, devido à grande
dificuldade encontrada na localização de árvores de espécie propícias ao uso
urbano, em idade adulta, e com o entorno adequado á metodologia de
medições.
Foram feitos levantamentos nos seguintes locais:
USP, campus I: O campus é bastante adensado, sendo que algumas
árvores que se encontravam isoladas, não possuíam, na direção norte, o
espaço necessário para a disposição dos aparelhos.
USP, campus II: As árvores encontravam-se em matas, ou eram ainda
muito jovens.
UFSCar: Por ser um campus mais amplo e antigo, apresentava maiores
possibilidades que os campi da USP, porém, ainda assim houveram
dificuldades.
Fazenda Damha: Algumas árvores despertaram interesse, em sua maioria
devido ao entorno de pastagens, porém, em análise mais detalhada, estas não
62
se encontravam nas condições necessárias á metodologia de medições.
Outras atendiam ás condições, porém com um entorno incompatível.
Fazenda Santa Maria: No levantamento não foram encontradas árvores
que despertassem interesse, uma vez que grande parte delas estavam em
matas, e as isoladas eram de espécies não propícias á arborização urbana.
Condomínio Residencial Damah I: Foi encontrada uma série de árvores
de espécies comumente usadas na arborização urbana, porém, em sua
maioria, ainda não com idade suficiente. No entanto pôde-se selecionar um
indivíduo adulto, da espécie pau-ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya) para
realizar as medições.
Uma vez encontrando grande dificuldade na seleção das árvores para as
medições, manteve-se contato com a pesquisadora Loyde Abreu e sua Profª.
orientadora Dra. Lucila Chebel Labaki, em busca de auxílio. No dia 05 de julho
de 2010, a pesquisadora Loyde Abreu fez uma visita á São Carlos a fim de
auxiliar e orientar na seleção dos indivíduos e agrupamento arbóreos. Devido a
todas as dificuldades citadas, foi desconsiderada a prioridade dada às espécies
inicialmente listadas no item 3.4. Foram assim selecionados um grupo de
Patas-de-vaca (Bauhinia variegata) e um Jambolão (Syzygium cumini L.) no campus
da UFSCar (além do pau-ferro anteriormente já escolhido).
O Quadro 13 apresenta, de forma rápida, a espécie, o modo de disposição,
a localização das árvores selecionadas e a direção de disposição dos
equipamentos para as medições:
63
Quadro 13. Árvores selecionadas para as medições. ESPÉCIE DISPOSIÇÃO LOCAL DIREÇÃO 1 Pata de vaca (Bauhinia variegata)
Grupo UFSCar 0°
Jambolão (Syzygium cumini L.)13
Isolada UFSCar 45°
Pau-ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya)
Isolada Condomínio Damha I 20° 1 Ângulo medido no sentido horário, a partir do norte.
4.1.2. PLANEJAMENTO DAS MEDIÇÕES
RESUMO DAS MEDIÇÕES:
Quantidade de indivíduos: 2 Quantidade de agrupamentos: 1
Pontos de medição em cada indivíduo ou agrupamento:
4 pontos (figura 4.4) sendo:
Ponto 1: à sombra, logo próximo ao tronco ou ao centro do agrupamento.
Ponto 2 (a 10 m do tronco ou do centro do agrupamento, ao sol).
Ponto 3 (a 25 m do tronco ou do centro do agrupamento, ao sol).
Ponto 4 (a 50 m do tronco ou do centro do agrupamento, ao sol).
Obs. Como a sombra da árvore altera-se ao longo do dia, os equipamentos
serão re-posicionados em 3 horários (11, 13 e 15 horas), de modo que
permaneçam sempre à sombra (ponto 1) e ao sol (pontos 2, 3 e 4).
13 Sinonímia Syzygium jambolanum
64
Parâmetros medidos:
Em cada ponto, simultaneamente: temperatura e umidade relativa do ar Em
cada ponto, manualmente (com intervalo de aproximadamente 5 min):
Temperatura de globo
Somente nos pontos 1 e 3: velocidade do ar.
Obs. Todos os equipamentos serão adequadamente protegidos da radiação
solar excessiva, conforme sugerido em Abreu (2008).
Horários de medição:
Entre 9:00 e 17:00 hrs, de 2 em 2 horas (coleta de dados manual).14
Período de medição
3 dias, não necessariamente consecutivos.
Registros fotográficos com a lente olho de peixe abaixo da copa da árvore
(Figura 2), a fim de se obter posteriormente o índice de área foliar (IAF). A foto
será tirada na posição ortogonal a uma altura de 1,50 m do chão, segundo o
método de TSUTSUMI ET. AL. (2003).
14 Apesar de no plano constar outro intervalo de medição (período de 12 horas, de 1 em 1 hora) foi verificado posteriormente que a coleta de dados de 2 em 2 horas já seria suficiente para representar o comportamento desejado. Como não são medidos dados de radiação solar neste experimento, não há necessidade de um período tão longo (12 horas) e como a coleta de dados é manual, o intervalo de 2 em 2 horas apresenta-se mais adequado e viável.
65
Figura 1. Posicionamento dos equipamentos de medição. Fonte: Abreu (2008)
Figura 2. Exemplo de foto tirada com lente olho-de-peixe. Espécie: Jambolão (Syzygium cumini L.).
Fonte: Abreu (2008)
66
4.1.3. PREPARAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS
4.1.3.1. Equipamentos Utilizados
Estão listados, abaixo, os equipamentos utilizados durante as medições:
• 4 Registradores de temperatura e
umidade, modelo H08-003-02, marca
HOBO
• 4 Termômetros químicos (escala -
10+50: 0,5°C), modelo TLI.5081,
marca ICONOTERM. Com seus
sensores posicionados no interior de
globos cinza.
• 1 Anemômetro digital, modelo 450
V1, marca Testo
67
Para a obtenção das fotografias a fim de determinar o índice de área foliar,
foi utilizada uma lente olho de peixe, da marca Sigma, modelo EX 4.5 mm
acoplada a uma máquina fotográfica digital Canon, modelo EOS 450D. A
máquina fotográfica, a lente olho de peixe e o anemômetro utilizados nesta
pesquisa foram emprestados pelo laboratório de conforto da UNICAMP.
4.1.3.2. Confecção dos Globos
Durante a visita à UNICAMP, no período de 16 a 19 de abril, foram
confeccionados, com a colaboração de Obadias P. Silva Jr. e Daniel Celente,
técnicos do Laboratório de Conforto Ambiental e Física Aplicada (Lacaf) –
UNICAMP, os globos cinza utilizados para, acoplados aos termômetros
químicos, realizar as medições das temperaturas de globo.
Para a confecção dos globos foram utilizadas: bolinhas oficiais de tênis de
mesa, buchas de parafusos (10 mm), e tinta acrílica na cor Azul Burguês da
marca Coral.
As bolinhas foram perfuradas a quente, evitando o risco de quebra do
material. As buchas foram cortadas de modo a formar peças que proporcionem
a fixação da bolinha ao termômetro, e que posicionem os sensores dos
termômetros no centro das esferas. Estas peças foram coladas às bolinhas, e
posteriormente foi aplicada uma fina camada da tinta de coloração Azul
Burguês sobre a bolinha.
A seguir é apresentada uma imagem que mostra os materiais utilizados e
retrata o processo de confecção dos globos.
68
Figura 3. Materiais utilizados e confecção dos globos.
69
4.1.3.3. Proteção Solar dos Registradores
Para proteger os registradores de temperatura e umidade, da radiação
direta, foram utilizadas pequenas marmitas de alumínio, material de baixa
emissividade, perfuradas de modo a permitir a passagem do ar.
Figura 4. Proteção para os registradores.
70
4.1.3.4. Montagem dos Tripés
Para a colocação dos equipamentos nos tripés a serem dispostos nos
pontos de medição, foram confeccionadas, hastes de madeira que se fixam ao
tripé e permitem a colocação dos equipamentos em suas extremidades.
Figura 5. Imagens dos tripés.
71
4.1.4. MEDIÇÃO PRÉ TESTE
Foi realizada, no dia 11 de junho, uma medição pré-teste em uma árvore da
espécie quaresmeira, localizada no condomínio Damha I, em São Carlos. Tal
medição teve como objetivo uma familiarização aos mecanismos de montagem
dos equipamentos e medições. Os dados obtidos são desconsiderados para o
objetivo desta pesquisa, uma vez que o indivíduo arbóreo apresenta-se ainda
jovem, plantada muito próxima a uma via pavimentada e o tempo, no período
de medições, encontrava-se parcialmente nublado.
Figura 6. Imagem da medição teste.
72
4.2. RESULTADOS
Este item apresenta as caracterizações e os dados resultantes das
medições em campo do agrupamento e dos indivíduos analisados, assim como
uma análise estatística dos dados coletados.
São feitas, para cada espécie analisada, caracterizações semelhantes às
realizadas por Abreu (2008) e também de acordo com a proposta de um tipo de
classificação “arquitetônica” da vegetação, baseada em suas características
estruturais, fisiológicas e funcionais, por Ochoa e Manrincic (2003), sendo que
nesta pesquisa serão consideradas apenas as características estruturais e
fisiológicas de tal metodologia.
Os dados obtidos pelo processo de medições são apresentados por meio
de gráficos15 que mostram a diferença entre os parâmetros medidos no ponto
situado à sombra em relação aos outros situados ao sol (em distâncias de 10,
25 e 50m a partir do tronco da árvore). Desta forma, são fixados no eixo
horizontal “zero” os valores obtidos nos pontos sombreados pelas árvores, de
forma que os gráficos podem apresentam valores positivos, caso os
parâmetros medidos ao sol obtenham valores superiores aos valores à sombra,
ou negativos, caso ocorra o inverso. Também são apresentadas tabelas que
mostram a média dos valores coletados em cada ponto durante cada dia de
medição, assim como os valores máximos e mínimos destes ponto no decorrer
do dia, e a média de suas máximas e mínimas.
15 Os gráficos são referentes à média dos valores obtidos durante os três dias de medições, sendo os gráficos referentes a cada dia dispostos como anexos.
73
São apresentados, também por meio de gráficos, os resultados do teste
comparativo de médias (teste de Tukey), realizado por meio do software Action
<portalaction.com.br>, e gráficos de regressão linear, elaborados por meio do
software R <http://www.r-project.org/>.
74
4.2.1. JAMBOLÃO (Syzygium cumini L.)
4.2.1.1. Caracterização do indivíduo arbóreo.
Quadro 14. Imagens de caracterização do indivíduo arbóreo analisado: Jambolão (Syzygium cumini L.)
Árvore analisada
Folhas
Tronco
Figura 7. Fotografia obtida com lente olho de peixe para o cálculo do I.A.F.: Jambolão (Syzygium
cumini L.)
75
Quadro 15. Caracterização semelhante à realizada por Abreu (2008): Jambolão (Syzygium cumini L.)
Altura aproximada da árvore: 4,93 m Altura do fuste: 1,5m Diâmetro da copa: 6,20 m Densidade da copa: alta Índice de área foliar: 93,3% Diâmetro do tronco: 74 cm
Cor do tronco: Marrom claro Tronco pouco rugoso
Cor da folha: verde escuro
Comprimento da folha: 16 cm Largura da folha: 6 cm
Informações ecológicas: perene
Quadro 16. Dados de caracterização de acordo com Ochoa e Marincic (2003): Jambolão (Syzygium cumini L.)
Características Estruturais
Geometria da copa Modelo esférico ovóide Razão L/H 1.26 Disposição da folhagem Agrupada Densidade da copa Densa
Características Fisiológicas
Permanência da folhagem Folhagem perene Adaptação ambiental Estresse hídrico: aprecia solos úmidos
Estresse por vento – informação não encontrada. Exposição solar: Pleno sol
Tabela 1. Comparação entre os dados de caracterização dos indivíduos arbóreos da espécie Jambolão (Syzygium cumini L.) coletados nesta pesquisa e na de Abreu (2008). Jambolão Syzygium cumini L Dados de Abreu (2008) Dados desta pesquisa
Índice de área foliar 92,11% 93,3%
Altura aproximada da árvore 8,0 m 5 m
Altura do fuste 1,75 m 1,5m
Diâmetro do tronco 43,0 cm 74 cm
Diâmetro da copa 9,27m 6,20 m
Dimensões da folha C: 15,0cm L: 6,0cm C: 16 cm L: 6 cm
76
4.2.1.2. Dados de medição obtidos
Serão apresentados aqui os gráficos referentes à média dos dias 07, 08 e
09 de julho da diferença entre os dados dos parâmetros (umidade relativa do
ar, temperatura do ar e temperatura de globo) medidos à sombra e ao sol (nos
pontos 10m, 25m e 50m). Como já citado, os valores obtidos no ponto à
sombra são fixados como sendo o eixo “zero” dos gráficos, assim os pontos do
gráfico podem tanto assumir valores positivos como negativos.
A) UMIDADE RELATIVA DO AR
A Figura 8, a seguir, apresenta o gráfico da média, durante os três dias
medidos, da diferença de umidade relativa do ar entre os diferentes pontos ao
sol (10m, 25m e 50m) e no ponto à sombra. Os valores do gráfico são
negativos, uma vez que durante todo o período de medições, a umidade do ar
no ponto sombreado (eixo “zero”) mostrou-se superior às encontradas nos
pontos ao sol.
77
Espécie Jambolão (Syzygium cumini L.) Período Média dos dias 07, 08 e 09 de julho de 2010 Parâmetro Diferença da Umidade Relativa do Ar – em porcentagem
(umidade ao sol – umidade à sombra)
Figura 8. Gráfico da média da diferença entre a umidade relativa do ar ao sol e á sombra:
Jambolão (Syzygium cumini L.)
Pode-se notar, a partir da Figura 8, que as maiores diferenças de umidade
se dão nas primeiras horas de medição, alcançando, em módulo, os maiores
valores no período das 10:00 às 11:30. Após este horário há redução da
diferença, até que se atinjam os menores valores, em módulo, às 17 horas.
Nota-se, também, que dentre os pontos ao sol, o situado a 25m em relação
ao tronco apresenta maiores valores de umidade relativa ao longo de todo o
período de medições.
78
Abaixo são apresentadas tabelas com as médias diárias da umidade do ar,
e como os valores máximos e mínimos de cada ponto de medição.
A última linha destas tabelas apresenta uma média realizada entre os três
dias de medições.
Tabela 2. Médias diárias da umidade do ar (%): Jambolão (Syzygium cumini L.)
DATA SOMBRA 10m 25m 50m 7‐jul‐10 39,7 31,5 32,8 31,9 8‐jul‐10 31,3 25,8 26,6 25,7 9‐jul‐10 33,6 28,4 29,3 27,2 Médias 34,9 28,6 29,5 28,3
Tabela 3. Médias Máximas e mínimas da umidade do ar (%): Jambolão (Syzygium cumini L.)
DATA SOMBRA 10m 25m 50m
Max Min Max Min Max Min Max Min 7‐jul‐10 59 30,3 51,6 25,4 54,3 25,5 53,3 24,58‐jul‐10 43,6 26,9 35,5 23,6 37,4 23,6 34,6 23,69‐jul‐10 41,9 29,1 35,9 24,4 37,2 24,8 32,7 23,9Média 48,2 28,8 41 24,5 43 24,6 40,2 24
A Figura 9 estabelece relações entre a variação da umidade relativa do ar
medida no ponto á sombra e nos pontos ensolarados (10m, 25m e 50m). O
gráfico apresenta a dispersão dos dados de umidade relativa do ar à sombra
em relação ao sol. Assumindo-se que a relação entre os parâmetros acima
citados apresenta comportamento linear, foi realizada uma regressão linear
simples a fim de encontrar os coeficientes da reta que evidencia tal relação. O
79
eixo horizontal do gráfico apresenta a amplitude de variação dos valores da
umidade relativa do ar no ponto à sombra, enquanto que o eixo vertical
apresenta a amplitude de variação dos pontos ao sol.
Figura 9. Variação da umidade relativa em diferentes distâncias: Jambolão (Syzygium cumini L.)
Tabela 4. Variação da umidade do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.)
Comparação Intercepto Coeficiente Angular R2
Sombra c/ 10m 2.9515 0.7349 0.9184 Sombra c/ 25m 0.69343 0.82778 0.9333 Sombra c/ 50m 0.79518 0.78842 0.9206
80
É apresentado, a seguir, o gráfico referente ao teste de Tukey, de
comparação das médias. O teste foi realizado para investigar se existe
significância na variação da umidade do ar entre os diferentes pontos.
-10 -5 0 5
50-25
50-10
25-10
50-0
25-0
10-0
Diferenças entre as médias dos níveis do (95%)
Intervalos de confiança Fator Figura 10. Gráfico do teste de Tukey para a umidade relativa do ar: Jambolão (Syzygium cumini
L.)
O eixo vertical do gráfico apresenta os pontos relacionados, sendo “0” o
ponto referente à sombra, “10” o ponto a 10m, “25” o ponto a 25m e “50” o
ponto a 50m.
Conforme apresentado pelo gráfico, com 95% de confiança, há evidência
para se rejeitar a hipótese de que a diferença das médias é nula entre o ponto
situado à sombra “0” e os pontos ao sol “10”, “25” e “50”. Portando a diferença
das médias de umidade do ar pode ser considerada significativa, sendo a
umidade encontrada à sombra superior à dos pontos 10m, 25m e 50m.
Em relação à diferença das médias entre os pontos situados ao sol, não há,
com 95% de confiança, evidência para se rejeitar a hipótese que seja nula.
81
Portanto a diferença das médias não é significativa entre os pontos 10m, 25m e
50m.
Os resultados obtidos pelo Teste de Tukey realizado por Abreu (2008) para
um indivíduo da mesma espécie, apontam que:
Através do teste de Tukey, o resultado obtido foi de que a umidade do ar é diferente nas distâncias de 10m e 50m em relação à sombra, sendo que a 10m a umidade é maior do que na sombra e a 50m a umidade é menor do que na sombra. Também se apurou que a umidade, nas distâncias de 25m e 50m, tem diferença significativa com relação à 10m, sendo que a umidade é menor em relação a 10m . (ABREU, 2008, p. 100)
Enquanto o resultado obtido nesta pesquisa aponta uma diferença
significativa entre o ponto à sombra e todos os pontos ao sol (10m, 25m e
50m), sendo a umidade encontrada a sombra superior à dos pontos ao sol, o
resultado obtido por Abreu (2008) revela diferença significativa entre os pontos
à sombra e os localizados a 10m e 50m, sendo o valor obtido a 10m superior
ao encontrado à sombra.
Em relação aos pontos ensolarados, enquanto nesta pesquisa o teste de
Tukey apontou evidências de uma diferença não significativa entre seus
valores de umidade, na pesquisa realizada por Abreu (2008) existem
evidências de diferença significativa entre os pontos a 25m e 50m em relação
ao ponto a 10m, sendo que o ponto a 10m apresenta maior umidade do ar.
Nos dois casos há diferença entre a umidade do ar encontrada à sombra e
à 50m, sendo o valor à sombra superior.
82
Esta diferença entre os resultados pode advir tanto da alteração de
características morfológicas entre as árvores medidas (altura da árvore,
diâmetro da copa e do tronco, etc.) como de características relativas à
complexidade das medições (período de medições, intervalo entre as coletas
de dados), ou de diferenças ambientais da localização do indivíduo arbóreo (no
caso, Campinas e São Carlos).
B) TEMPERATURA DO AR
A Figura 11, a seguir, apresenta o gráfico da média, durante os três dias
medidos, entre a diferença de temperatura do ar encontrada nos diferentes
pontos ao sol (10m, 25m e 50m) e no ponto à sombra. Os valores do gráfico
são positivos, uma vez que durante todo o período de medições, a temperatura
do ar no ponto sombreado (eixo “zero”) mostrou-se inferior às encontradas nos
pontos ao sol.
Espécie Jambolão (Syzygium cumini L.) Período Média dos dias 07, 08 e 09 de julho de 2010 Parâmetro Diferença de Temperatura do Ar – em °C
(temperatura ao sol – temperatura à sombra)
Figura 11. Gráfico da média da diferença de temperatura do ar : Jambolão (Syzygium cumini L.)
83
Nota-se que a maior diferença encontrada é às 13:30 no ponto localizado a
50m do tronco, e assume valor de 4,3 °C. E a menor, também no ponto a 50
m, se dá às 17:00 e assume o valor de 0,25°C.
Observa-se que existe grande diferença entre a temperatura do ar no
ponto sombreado e dos pontos localizados ao sol, porém pouca diferença entre
os pontos ensolarados. Esta diferença, porém, se acentua um pouco das 13:00
às 17:00 entre o ponto a 50 metros e os pontos a 10 e 25 metros (que
permanecem com valores próximos).
As tabelas abaixo mostram as médias da temperatura do ar, e as
temperatuas máximas e mínimas encontradas em cada ponto durante os dias
de medição. Apresentam, também, uma média dos valores dos três dias
medidos.
Tabela 5. Médias diárias de temperatura do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.)
DATA SOMBRA 10 m 25m 50m 7‐jul‐10 22,8 25,3 25,2 25,3 8‐jul‐10 23,6 26,6 26,5 27,2 9‐jul‐10 24,3 26,3 26,3 27,2 Médias 23,6 26,1 26 26,6
Tabela 6. Médias máximas e mínimas da temperatura do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.)
DATA SOMBRA 10m 25m 50m
Max Min Max Min Max Min Max Min 7‐jul‐10 24,8 17,9 27,5 19 27,9 19 28,3 18,78‐jul‐10 25,9 19 29,5 20,9 29,5 20,9 31,1 21,39‐jul‐10 26,3 20,6 29,5 21,7 29,9 21,7 31,1 23,2Média 25,7 19,2 28,8 20,6 29,1 20,6 30,2 21,1
84
A Figura 12, colocada a seguir, estabelece relações entre a variação da
temperatura do ar medida no ponto á sombra e nos pontos ensolarados (10m,
25m e 50m). O gráfico apresenta a dispersão dos dados de temperatura do ar
à sombra em relação ao sol. Assumindo-se que a relação entre os parâmetros
acima citados apresenta comportamento linear, foi realizada uma regressão
linear simples a fim de encontrar os coeficientes da reta que evidencia tal
relação. O eixo horizontal do gráfico apresenta a amplitude de variação dos
valores da temperatura do ar no ponto à sombra, enquanto que o eixo vertical
apresenta a amplitude de variação dos pontos ao sol.
Figura 12. Variação da temperatura em diferentes distâncias: Jambolão (Syzygium cumini L.). Tabela 7. Variação da temperatura do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.)
Comparação Intercepto Coeficiente Angular R2
Sombra c/ 10m 2.409 1.004 0.8254 Sombra c/ 25m 0.66145 1.07633 0.8465 Sombra c/ 50m -1.96039 1.21133 0.8208
85
É apresentado, abaixo, o gráfico referente ao teste de Tukey, de
comparação das médias. O teste foi realizado para investigar se existe
significância na variação da temperatura do ar entre os diferentes pontos.
-1 0 1 2 3 4
50-25
50-10
25-10
50-0
25-0
10-0
Diferenças entre as médias dos níveis do (95%)
Intervalos de confiança Fator Figura 13. Gráfico do teste de Tukey para a temperatura do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.)
O eixo vertical do gráfico apresenta os pontos relacionados, sendo “0” o
ponto referente à sombra, “10” o ponto a 10m, “25” o ponto a 25m e “50” o
ponto a 50m.
Conforme apresentado pelo gráfico, com 95% de confiança, há evidência
para se rejeitar a hipótese de que a diferença das médias é nula entre o ponto
situado à sombra “0” e os pontos ao sol “10”, “25” e “50”. Portando a diferença
das médias de temperatura do ar pode ser considerada significativa, sendo a
temperatura encontrada à sombra inferior à dos pontos 10m, 25m e 50m.
Em relação à diferença das médias entre os pontos situados ao sol, não há,
com 95% de confiança, evidência para se rejeitar a hipótese que seja nula.
Portanto a diferença das médias não é significativa entre os pontos 10m, 25m e
50m.
86
Os resultados do teste de Tukey, relativos à temperatura do ar, obtidos por
Abreu (2008) para um indivíduo arbóreo da mesma espécie, relacionando os
pontos à sombra e ao sol (10m, 25m e 50m) foram os mesmos obtidos nesta
pesquisa.
C) TEMPERATURA DE GLOBO
A Figura 14 apresenta o gráfico da média, durante os três dias medidos,
entre a diferença de temperatura de globo encontrada nos diferentes pontos ao
sol (10m, 25m e 50m) e no ponto à sombra. Os valores do gráfico são
positivos, uma vez que durante todo o período de medições, a temperatura de
globo no ponto sombreado (eixo “zero”) mostrou-se inferior às encontradas nos
pontos ao sol.
Espécie Jambolão (Syzygium cumini L.) Período Média dos dias 07, 08 e 09 de julho de 2010 Parâmetro Diferença de Temperatura de Globo – em °C
(temperatura ao sol – temperatura à sombra)
Figura 14. Gráfico da média da diferença de temperatura do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.)
*A média de temperatura apresentada às 16:30 consiste da média dos dias 08 e 09 de julho de 2010, uma vez que no dia 07 rário o parâmetro não foi medido neste horário.
87
Podemos observar que as maiores diferenças de temperatura de globo se
dão às 13:00 e 15:00 horas.
Às 17:00 horas o ponto a 50 metros do tronco encontrava-se sombreado por
obstáculos do entorno distante, por isso esses valores são desconsiderados.
As tabelas abaixo mostram as médias da temperatura de globo, e as
temperatuas máximas e mínimas encontradas em cada ponto durante os dias
de medição. Apresentam, também, a média dos valores dos três dias medidos.
Tabela 8. Médias diárias de temperatura de globo: Jambolão (Syzygium cumini L.)
DATA SOMBRA 10m 25m 50m 7‐jul‐10 23,2 26,9 25,8 28,28‐jul‐10 23,7 28,6 28,5 29,19‐jul‐10 24,9 29,6 29,4 30,5Médias 23,9 28,4 27,9 29,3
Tabela 9. Médias máximas e mínimas da temperatura de globo: Jambolão (Syzygium cumini L.)
DATA SOMBRA 10m 25m 50m
Max Min Max Min Max Min Max Min 7‐jul‐10 25,5 19 30 23 29,5 21,5 32 238‐jul‐10 25,5 19,5 33,5 23,5 33,2 23,2 34,2 23,59‐jul‐10 28 21 36,5 24,7 35,7 24,5 36 25Média 26,3 19,8 33,3 23,7 32,8 23,1 34,1 23,8
88
A seguir, é apresentado o gráfico referente ao teste de Tukey, de
comparação das médias. O teste foi realizado para investigar se existe
significância na variação da temperatura de globo entre os diferentes pontos.
-4 -2 0 2 4 6 8
50-25
50-10
25-10
50-0
25-0
10-0
Diferenças entre as médias dos níveis do (95%)
Intervalos de confiança Fator
Figura 15. Gráfico do teste de Tukey para a temperatura de globo: Jambolão (Syzygium cumini L.)
O eixo vertical do gráfico apresenta os pontos relacionados, sendo “0” o
ponto referente à sombra, “10” o ponto a 10m, “25” o ponto a 25m e “50” o
ponto a 50m.
Conforme apresentado pelo gráfico, com 95% de confiança, há evidência
para se rejeitar a hipótese de que a diferença das médias é nula entre o ponto
situado à sombra “0” e os pontos ao sol “10”, “25” e “50”. Portando a diferença
das médias de temperatura de globo pode ser considerada significativa, sendo
a temperatura encontrada à sombra inferior à dos pontos 10m, 25m e 50m.
Em relação à diferença das médias entre os pontos situados ao sol, não há,
com 95% de confiança, evidência para se rejeitar a hipótese que seja nula.
89
Portanto a diferença das médias não é significativa entre os pontos 10m, 25m e
50m.
Os resultado do teste de Tukey obtidos por Abreu (2008) para um indivíduo
arbóreo da mesma espécie apresentou os mesmos resultados obtidos nesta
pesquisa, em relação ao ponto à sombra e os pontos ensolarados (10m, 25m e
50m).
90
4.2.2. PATA DE VACA (Bauhinia variegata)
4.2.2.1. Caracterização do Agrupamento Arbóreo
Quadro 17. Imagens de caracterização do agrupamento arbóreo: Pata de vaca (Bauhinia variegata)
Árvores analisadas
Folhas
Tronco
Obs.: As árvores apresentam em seu caule liquens e outras plantas parasitas
Figura 16. Fotografia obtida com lente olho de peixe para o cálculo do I.A.F.: Pata de vaca
(Bauhinia variegata)
91
Quadro 18. Dados de caracterização de acordo com a realizada por Abreu (2008): Pata de vaca (Bauhinia variegata)
Altura aproximada das árvores: 9,0 m Altura do fuste: 2,0 m Diâmetro da copa: 6,0 m Densidade da copa: Média Índice de Área Foliar: 43,9% Diâmetro dos troncos: 61 cm; 100 cm; 84 cm; 107 cm; 73 cm; 61 cm Cor do tronco: Pardo escura Tronco rugoso Cor da folha: Verde claro
Comprimento da folha: 14,5cm Largura da folha: 14,5cm
Informações ecológicas: semidecídua
Tabela 10. Características do agrupamento segundo Peixoto et al. (1996): Pata de vaca (Bauhinia variegata).
Composição do agrupamento Puro e Heterogêneo Densidade Agrupamento rarefeito Forma Linear (em forma de “U”) Número de Indivíduos Seis Distância média entre eles Quatro metros
Quadro 19. Dados de caracterização de acordo com Ochoa e Manrincic (2003): Pata de vaca (Bauhinia variegata).
Características Estruturais
Geometria da copa Modelo cônico invertido Razão L/H 0,6 Disposição da folhagem Irregular Densidade da copa Semi Transparente
Características Fisiológicas
Permanência da folhagem Semidecídua – não perde totalmente as folhas inverno
Adaptação ambiental Estresse hídrico: mínimo Estresse por vento: tolerante Exposição solar: Pleno sol
92
4.2.2.2. Dados de Medição Obtidos
Serão apresentados aqui os gráficos referentes à média dos dias 11, 12 e
18 de julho, da diferença entre os dados dos parâmetros (umidade relativa do
ar, temperatura do ar e temperatura de globo) medidos à sombra e ao sol (nos
pontos 10m, 25m e 50m). Como já citado, os valores obtidos no ponto à
sombra são fixados como sendo o eixo “zero” dos gráficos, assim os pontos do
gráfico podem tanto assumir valores positivos como negativos.
A) UMIDADE RELATIVA DO AR
A Figura 17 apresenta o gráfico da média, durante os três dias medidos, da
diferença de umidade relativa do ar entre os diferentes pontos ao sol (10m,
25m e 50m) e no ponto à sombra. Os valores do gráfico são negativos, uma
vez que durante todo o período de medições, a umidade do ar no ponto
sombreado (eixo “zero”) mostrou-se superior às encontradas nos pontos ao sol.
93
Espécie Pata de Vaca (Bauhinia variegata) Período Média dos dias 11, 12 e 18 de julho de 2010 Parâmetro Diferença da Umidade Relativa do Ar – em porcentagem
(umidade ao sol – umidade à sombra)
Figura 17. Gráfico da média da diferença de umidade do ar: Pata de vaca (Bauhinia variegata)
Verifica-se que, dentre os pontos ensolarados, o ponto situado a 25 metros
do tronco da árvore apresenta os maiores valores de umidade, e mesmo assim
existe grande diferença os valores deste ponto e do sombreado.
As menores diferenças ocorrem às 14h30min, enquanto que as maiores
acontecem às 12horas.
94
A seguir são apresentadas tabelas que trazem a média da temperatura e os
valores máximos e mínimos em cada ponto:
Tabela 11. Médias diárias da umidade do ar (%): Pata de vaca (Bauhinia variegata).
DATA SOMBRA 10m 25m 50m 7‐jul‐10 47,2 38,8 40,6 38,2 8‐jul‐10 43,3 36,5 38,4 34,8 9‐jul‐10 53,6 47,3 46 48,4 Médias 48 40,9 41,6 40,5
Tabela 12. Médias máximas e mínimas da umidade do ar (%): Pata de vaca (Bauhinia variegata).
DATA SOMBRA 10m 25m 50m
Max Min Max Min Max Min Max Min 7‐jul‐10 66 34,8 59 27,4 61,7 28,4 59,5 26,88‐jul‐10 59,4 32,7 50,1 28,8 52,4 30 49,2 289‐jul‐10 71,2 41,3 66,4 33,9 64,2 32,7 68,8 34,5Média 65,5 36,3 58,5 30 59,4 30,4 59,2 29,8
95
A Figura 18 estabelece relações entre a variação da umidade relativa do ar
medida no ponto á sombra e nos pontos ensolarados (10m, 25m e 50m). O
gráfico apresenta a dispersão dos dados de umidade relativa do ar à sombra
em relação ao sol. Assumindo-se que a relação entre os parâmetros acima
citados apresenta comportamento linear, foi realizada uma regressão linear
simples a fim de encontrar os coeficientes da reta que evidencia tal relação. O
eixo horizontal do gráfico apresenta a amplitude de variação dos valores da
umidade relativa do ar no ponto à sombra, enquanto que o eixo vertical
apresenta a amplitude de variação dos pontos ao sol.
Figura 18. Variação da umidade relativa do ar em diferentes distâncias: Pata de vaca (Bauhinia variegata).
Tabela 13. Variação da umidade relativa do ar: Pata de vaca (Bauhinia variegata). Comparação Intercepto Coeficiente Angular R2
Sombra c/ 10m -4.8695 0.9527 0.964 Sombra c/ 25m -2.19278 0.91297 0.97 Sombra c/ 50m -8.06176 1.01088 0.9408
96
É apresentado, a seguir, o gráfico referente ao teste de Tukey, de
comparação das médias. O teste foi realizado para investigar se existe
significância na variação da umidade do ar entre os diferentes pontos.
-10 -5 0 5
50-25
50-10
25-10
50-0
25-0
10-0
Diferenças entre as médias dos níveis do (95%)
Intervalos de confiança Fator Figura 19. Gráfico do teste de Tukey para a umidade do ar: Pata de vaca (Bauhinia variegata).
O eixo vertical do gráfico apresenta os pontos relacionados, sendo “0” o
ponto referente à sombra, “10” o ponto a 10m, “25” o ponto a 25m e “50” o
ponto a 50m.
Conforme apresentado pelo gráfico, com 95% de confiança, há evidência
para se rejeitar a hipótese de que a diferença das médias é nula entre o ponto
situado à sombra “0” e os pontos ao sol “10”, “25” e “50”. Portando a diferença
das médias de umidade do ar pode ser considerada significativa, sendo a
umidade encontrada à sombra superior à dos pontos 10m, 25m e 50m.
Em relação à diferença das médias entre os pontos situados ao sol, não há,
com 95% de confiança, evidência para se rejeitar a hipótese que seja nula.
97
Portanto a diferença das médias não é significativa entre os pontos 10m, 25m e
50m.
B) TEMPERATURA DO AR
A Figura 20 apresenta o gráfico da média, durante os três dias medidos, da
diferença da temperatura do ar entre os diferentes pontos ao sol (10m, 25m e
50m) e no ponto à sombra. Os valores do gráfico são positivos, uma vez que
durante todo o período de medições, a umidade do ar no ponto sombreado
(eixo “zero”) mostrou-se inferior às encontradas nos pontos ao sol.
Espécie Pata de Vaca (Bauhinia variegata) Período Média dos dias 11, 12 e 18 de julho de 2010 Parâmetro Diferença da Temperatura do Ar – em °C
(temperatura ao sol – temperatura à sombra)
Figura 20. Gráfico da diferença de temperatura do ar: Pata de vaca (Bauhinia variegata)
Observam-se diferenças máximas em torno de 3°C para os pontos a 10m e
25m, que podem ser observadas às 12:00 e 15:30, sendo nos mesmos
horários registrados 3,76°C e 3,3° no ponto a 50m. As diferenças mínimas
98
podem ser observadas às 10:00 e 17:00 horas, atingindo valores em torno de
1,25°C para 10 e 25 metros, e em torno de 2°C para a distância de 50 metros.
Pode-se notar também, que existe grande semelhança entre a temperatura do
ar nos pontos medidos a 10m e 25m, enquanto que as medições a 50m do
tronco apresenta valores mais elevados.
A seguir, são dispostos, em tabelas, os valores da média, e das máximas e
mínimas temperaturas do ar em cada ponto:
Tabela 14. Médias diárias de temperatura do ar (°C): Pata de vaca (Bauhinia variegata).
DATA SOMBRA 10 m 25m 50m 7‐jul‐10 24 26,7 26,4 27,1 8‐jul‐10 25,8 27,7 27,5 28,6 9‐jul‐10 22,9 24,5 25 25 Médias 24,2 26,3 26,3 26,9
Tabela 15. Máximas e mínimas da temperatura do ar (°C): Pata de Vaca (Bauhinia variegata).
DATA SOMBRA 10m 25m 50m
Max Min Max Min Max Min Max Min 7‐jul‐10 26,3 19,4 30,3 20,9 30,3 20,6 30,7 20,98‐jul‐10 28,3 20,6 29,9 22,8 29,9 22,5 31,1 23,29‐jul‐10 25,6 18,7 27,9 19,8 28,7 20,2 28,7 19,8Média 26,7 19,5 29,4 21,2 29,6 21,1 30,2 21,3
99
A Figura 21, colocada a seguir, estabelece relações entre a variação da
temperatura do ar medida no ponto á sombra e nos pontos ensolarados (10m,
25m e 50m). O gráfico apresenta a dispersão dos dados de temperatura do ar
à sombra em relação ao sol. Assumindo-se que a relação entre os parâmetros
acima citados apresenta comportamento linear, foi realizada uma regressão
linear simples a fim de encontrar os coeficientes da reta que evidencia tal
relação. O eixo horizontal do gráfico apresenta a amplitude de variação dos
valores da temperatura do ar no ponto à sombra, enquanto que o eixo vertical
apresenta a amplitude de variação dos pontos ao sol.
Figura 21.Variação da temperatura em diferentes distâncias: Pata de vaca (Bauhinia variegata). Tabela 16. Variação da temperatura do ar: Pata de Vaca (Bauhinia variegata).
Comparação Intercepto Coeficiente Angular R2
Sombra c/ 10m -0.14208 1.09140 0.9362 Sombra c/ 25m 1.10843 1.04000 0.9354 Sombra c/ 50m -1.54998 1.17577 0.938
100
A Figura 22, colocada a seguir, apresenta o gráfico referente ao teste de
Tukey, de comparação das médias. O teste foi realizado para investigar se
existe significância na variação da temperatura do ar entre os diferentes
pontos.
-1 0 1 2 3 4
50-25
50-10
25-10
50-0
25-0
10-0
Diferenças entre as médias dos níveis do (95%)
Intervalos de confiança Fator Figura 22. Gráfico do teste de Tukey para a temperatura do ar: Pata de vaca (Bauhinia variegata)
O eixo vertical do gráfico apresenta os pontos relacionados, sendo “0” o
ponto referente à sombra, “10” o ponto a 10m, “25” o ponto a 25m e “50” o
ponto a 50m.
Conforme apresentado pelo gráfico, com 95% de confiança, há evidência
para se rejeitar a hipótese de que a diferença das médias é nula entre o ponto
situado à sombra “0” e os pontos ao sol “10”, “25” e “50”. Portando a diferença
das médias da temperatura do ar pode ser considerada significativa, sendo a
umidade encontrada à sombra superior à dos pontos 10m, 25m e 50m.
Em relação à diferença das médias entre os pontos situados ao sol, não há,
com 95% de confiança, evidência para se rejeitar a hipótese que seja nula.
101
Portanto a diferença das médias não é significativa entre os pontos 10m, 25m e
50m.
C) TEMPERATURA DE GLOBO
A Figura 23 apresenta o gráfico da média, durante os três dias medidos, da
diferença da temperatura de globo entre os diferentes pontos ao sol (10m, 25m
e 50m) e no ponto à sombra. Os valores do gráfico são positivos, uma vez que
durante todo o período de medições, a umidade do ar no ponto sombreado
(eixo “zero”) mostrou-se inferior às encontradas nos pontos ao sol.
Espécie Pata de Vaca (Bauhinia variegata) Período Média dos dias 11, 12 e 18 de julho de 2010 Parâmetro Diferença da Temperatura de Globo – em °C
(temperatura ao sol – temperatura à sombra)
Figura 23. Gráfico da média das diferenças de temperatura de globo: Pata de vaca (Bauhinia
variegata).
Durante o período das medições verificou-se que ás 17 horas os pontos
encontravam-se total ou parcialmente sombreados pelo entorno distante,
portanto os dados de temperatura de globo dos três pontos medidos às 17
horas foram desconsiderados.
102
O gráfico mostra a ocorrência de uma variação máxima de cerca de 6,8°C,
às 13 horas, e mínimo (dentre os dados considerados válidos) de 4,16°C ás 16
horas e 30 minutos. Observa-se também grande semelhança de valores para
as três distâncias.
Abaixo são dispostos, em tabelas, os valores da média, e das máximas e
mínimas temperaturas do ar em cada ponto:
Tabela 17. Médias diárias da temperatura de globo (°C): Pata de vaca (Bauhinia variegata).
DATA SOMBRA 10m 25m 50m 7‐jul‐10 24,9 30,5 29,7 31,18‐jul‐10 26,6 31,1 30,4 31,49‐jul‐10 23,6 28,9 29 28,6Médias 25 30,1 29,7 30,4
Tabela 18. Médias máximas e mínimas da temperatura de globo (°C): Pata de Vaca (Bauhinia variegata).
DATA SOMBRA 10m 25m 50m
Max Min Max Min Max Min Max Min 7‐jul‐10 27 20 34 24 34,7 24,2 35 24,58‐jul‐10 29 21,2 34,5 26,5 33,5 26 34 26,69‐jul‐10 26 19,5 34,5 23,5 33,7 24 33,2 23,5Média 27,3 20,2 34,3 24,7 34 24,7 34,1 24,9
103
A Figura 24, colocada a seguir, apresenta o gráfico referente ao teste de
Tukey, de comparação das médias. O teste foi realizado para investigar se
existe significância na variação da temperatura de globo entre os diferentes
pontos.
-2 0 2 4 6 8
50-25
50-10
25-10
50-0
25-0
10-0
Diferenças entre as médias dos níveis do (95%)
Intervalos de confiança Fator
Figura 24. Gráfico do teste de Tukey para a Temperatura de globo: (Bauhinia variegata).
O eixo vertical do gráfico apresenta os pontos relacionados, sendo “0” o
ponto referente à sombra, “10” o ponto a 10m, “25” o ponto a 25m e “50” o
ponto a 50m.
Conforme apresentado pelo gráfico, com 95% de confiança, há evidência
para se rejeitar a hipótese de que a diferença das médias é nula entre o ponto
situado à sombra “0” e os pontos ao sol “10”, “25” e “50”. Portanto a diferença
das médias da temperatura do ar pode ser considerada significativa, sendo a
umidade encontrada à sombra superior à dos pontos 10m, 25m e 50m.
104
Em relação à diferença das médias entre os pontos situados ao sol, não há,
com 95% de confiança, evidência para se rejeitar a hipótese que seja nula.
Portanto a diferença das médias não é significativa entre os pontos 10m, 25m e
50m
105
4.2.3 PAU FERRO (Caesalpinia ferrea var. leiostachya)
4.2.3.1 Caracterização do Indivíduo Arbóreo
Quadro 20. Imagens de caracterização do indivíduo arbóreo analisado: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya).
Árvore analisada
Folhas
Tronco
Quadro 21. Fotografia tirada com lente olho de peixe: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya). À esquerda o indivíduo medido, à direita indivíduo similar para o cálculo do I.A.F.16
16 Por motivos relacionados à disponibilidade do equipamento fotográfico utilizado as fotos não foram tiradas nos períodos de medições, surgindo o problema de desfolhação da árvore na ocasião da foto. Utilizou-se, portanto, no mesmo local de medições, uma árvore com densidade de copa muito semelhante para se ter uma idéia do Índice de Área Foliar.
106
Quadro 22. Caracterização semelhante à realizada por Abreu (2008): Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya).
Altura aproximada da árvore: 11,5 m Altura do fuste: 2 m Diâmetro da copa: 8,7 m Densidade da copa: média Índice de área foliar: 41,2% Diâmetro do tronco: 81 cm
Cor do tronco: Branco e cinza Tronco liso
Cor da folha: verde escuro
Comprimento da folha: 16 cm Largura da folha: 7 cm
Informações ecológicas: Semidecídua
Quadro 23. Dados de caracterização de acordo com Ochoa e Marincic (2003): Pau ferroo (Caesalpinia ferrea var. leiostachya).
Características Estruturais
Geometria da copa Modelo cônico invertido Razão L/H 0,75 Disposição da folhagem Irregular Densidade da copa Semi transparente
Características Fisiológicas
Permanência da folhagem Semidecídua Adaptação ambiental Estresse hídrico: seletiva higrófita
Estresse por vento: informação não encontrada. Exposição solar: heliófita
107
4.2.3.2. Dados de Medição Obtidos
Serão apresentados aqui os gráficos referentes à média dos dias 13, 16 e
20 de agosto, da diferença entre os dados dos parâmetros (umidade relativa do
ar, temperatura do ar e temperatura de globo) medidos à sombra e ao sol (nos
pontos 10m, 25m e 50m). Como já citado, os valores obtidos no ponto à
sombra são fixados como sendo o eixo “zero” dos gráficos, assim os pontos do
gráfico podem tanto assumir valores positivos como negativos.
A) UMIDADE RELATIVA DO AR
A Figura 25, a seguir, apresenta a média, durante os três dias medidos, da
diferença de umidade relativa do ar entre os diferentes pontos ao sol (10m,
25m e 50m) e no ponto à sombra. Os valores do gráfico são majoritariamente
negativos, uma vez que durante a maior parte do período de medições, a
umidade do ar no ponto sombreado (eixo “zero”) mostrou-se superior às
encontradas nos pontos ao sol.
108
Espécie Pau Ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya) Período Média dos dias 13, 16 e 20 de agosto de 2010 Parâmetro Diferença da Umidade Relativa do Ar – em porcentagem
(umidade ao sol – umidade à sombra)
Figura 25. Gráfico da média da diferença de umidade relativa do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea
var. leiostachya)
Nota-se que no período das 9:00 às 12:00 horas ocorrem as maiores
variações de umidade em relação ao sol e à sombra, que vai diminuindo no
decorrer do período de medições.
Observa-se também, que dentre os pontos ensolarados, o ponto localizado
a 25 metros do tronco da árvore apresenta maior umidade do ar.
A partir das 12:30 era acionado o sistema de irrigação de algumas áreas
das áreas verdes do condomínio, sendo que tais áreas eram mais próximas ao
ponto de 50 metros. Isto explica o comportamento da curva ΔSol(50m) –
Sombra a partir deste horário.
109
Abaixo são dispostos, em tabelas, os valores da média, e das máximas e
mínimas da umidade do ar em cada ponto:
Tabela 19. Médias diárias da umidade relativa do ar (%): Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya).
DATA SOMBRA 10m 25m 50m 7‐jul‐10 34, 8 31,5 32,9 30,8 8‐jul‐10 34, 8 33,4 34,5 33,9 9‐jul‐10 27,6 25,4 25,7 25,3 Médias 32,4 30,1 31 30
Tabela 20. Média das máximas e mínimas da umidade do ar (%): Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya).
DATA SOMBRA 10m 25m 50m
Max Min Max Min Max Min Max Min 7‐jul‐10 49,4 28,3 44 26,6 46,3 27,7 42,7 268‐jul‐10 49,4 28,3 56 24,3 57,3 25,3 56,4 24,69‐jul‐10 35,6 23,5 31,2 23,5 32,2 23,5 30,5 23,5Média 44,8 26,7 43,7 24,8 45,3 25,5 43,2 24,7
110
A Figura 26, colocada a seguir, estabelece relações entre a variação da
umidade relativa do ar medida no ponto á sombra e nos pontos ensolarados
(10m, 25m e 50m). O gráfico apresenta a dispersão dos dados de umidade
relativa do ar à sombra em relação ao sol. Assumindo-se que a relação entre
os parâmetros acima citados apresenta comportamento linear, foi realizada
uma regressão linear simples a fim de encontrar os coeficientes da reta que
evidencia tal relação. O eixo horizontal do gráfico apresenta a amplitude de
variação dos valores da umidade relativa do ar no ponto à sombra, enquanto
que o eixo vertical apresenta a amplitude de variação dos pontos ao sol.
Figura 26. Variação da umidade relativa em diferentes distâncias: Pau ferro (Caesalpinia ferrea
var. leiostachya).
Tabela 21. Variação da umidade relativa do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya).
Comparação Intercepto Coeficiente Angular R2
Sombra c/ 10m 4.08648 0.76172 0.9519 Sombra c/ 25m 4.01116 0.79066 0.9598, Sombra c/ 50m 4.59879 0.74351 0.9553
111
É apresentado, abaixo, o gráfico referente ao teste de Tukey, de
comparação das médias. O teste foi realizado para investigar se existe
significância na variação da umidade do ar entre os diferentes pontos.
-8 -6 -4 -2 0 2 4
50-25
50-10
25-10
50-0
25-0
10-0
Diferenças entre as médias dos níveis do (95%)
Intervalos de confiança Fator Figura 27. Gráfico do teste de Tukey para a umidade do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var.
leiostachya).
O eixo vertical do gráfico apresenta os pontos relacionados, sendo “0” o
ponto referente à sombra, “10” o ponto a 10m, “25” o ponto a 25m e “50” o
ponto a 50m.
Conforme apresentado pelo gráfico, com 95% de confiança, não há
evidência para se rejeitar a hipótese de que a diferença das médias é nula
entre o ponto situado à sombra “0” e os pontos ao sol “10”, “25” e “50”.
Portando a diferença das médias da umidade do ar não pode ser considerada
significativa.
Em relação à diferença das médias entre os pontos situados ao sol, não há,
com 95% de confiança, evidência para se rejeitar a hipótese que seja nula.
Portanto a diferença das médias não é significativa entre os pontos 10m, 25m e
50m
112
B) TEMPERATURA DO AR
A Figura 28 apresenta o gráfico da média, durante os três dias medidos, da
diferença de temperatura do ar entre os diferentes pontos ao sol (10m, 25m e
50m) e no ponto à sombra. Os valores do gráfico são positivos, uma vez que
durante todo o período de medições, a temperatura do ar no ponto sombreado
(eixo “zero”) mostrou-se inferior às encontradas nos pontos ao sol.
Espécie Pau Ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya) Período Média dos dias 13, 16 e 20 de agosto de 2010 Parâmetro Diferença de Temperatura do Ar – em °C
(temperatura ao sol – temperatura à sombra)
Figura 28. Gráfico da média da diferença de temperatura do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var.
leiostachya).
Notam-se diferenças máximas em torno de 3°C, no período das 12:00 as
13:00 horas, e mínimas em torno de 0,6 °C às 17:00 horas.
Pode-se observar grande semelhança entre os valores da temperatura do ar
nos pontos situados a 10 e 25 metros do tronco da árvore, e uma pequena
diferença entre esses valores e os coletados no ponto a 50 metros da árvore.
113
Abaixo são dispostos, em tabelas, os valores da média, e das máximas e
mínimas da temperatura do ar em cada ponto:
Tabela 22. Médias diárias de temperatura do ar (°C): Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya).
DATA SOMBRA 10 m 25m 50m
7‐jul‐10 24,9 26 26,1 5 8‐jul‐10 17,3 19,7 19,6 19,6 9‐jul‐10 24 26,9 26,7 27,5 Médias 22 24,2 24,1 24,5
Tabela 23. Médias das máximas e mínimas da temperatura do ar (°C): Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya).
DATA SOMBRA 10m 25m 50m
Max Min Max Min Max Min Max Min 7‐jul‐10 27,5 19,4 28,3 20,9 28,7 20,6 29,1 21,38‐jul‐10 20,9 11,4 23,6 12,9 22,9 12,9 23,2 12,99‐jul‐10 27,1 19,4 29,9 21,3 29,5 20,9 27,5 21,7Média 25,2 16,7 27,3 18,4 27 18,1 26,6 18,6
114
A Figura 29, colocada a seguir, estabelece relações entre a variação da
temperatura do ar medida no ponto á sombra e nos pontos ensolarados (10m,
25m e 50m). O gráfico apresenta a dispersão dos dados de temperatura do ar
à sombra em relação ao sol. Assumindo-se que a relação entre os parâmetros
acima citados apresenta comportamento linear, foi realizada uma regressão
linear simples a fim de encontrar os coeficientes da reta que evidencia tal
relação. O eixo horizontal do gráfico apresenta a amplitude de variação dos
valores da temperatura do ar no ponto à sombra, enquanto que o eixo vertical
apresenta a amplitude de variação dos pontos ao sol.
Figura 29. Variação da temperatura do ar em diferentes distâncias: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya).
Tabela 24. Variação da temperatura do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya).
Comparação Intercepto Coeficiente Angular R2
Sombra c/ 10m 2.94068 0.96567 0.9459 Sombra c/ 25m 2.73384 0.97093 0.9562 Sombra c/ 50m 2.15158 1.01419 0.9365
115
A Figura 30, a seguir, apresenta o gráfico referente ao teste de Tukey, de
comparação das médias. O teste foi realizado para investigar se existe
significância na variação da temperatura do ar entre os diferentes pontos.
-2 -1 0 1 2 3 4 5
50-25
50-10
25-10
50-0
25-0
10-0
Diferenças entre as médias dos níveis do (95%)
Intervalos de confiança Fator
Figura 30. Gráfico do teste de Tukey para a temperatura do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya).
O eixo vertical do gráfico apresenta os pontos relacionados, sendo “0” o
ponto referente à sombra, “10” o ponto a 10m, “25” o ponto a 25m e “50” o
ponto a 50m.
Conforme apresentado pelo gráfico, com 95% de confiança, não há
evidência para se rejeitar a hipótese de que a diferença das médias é nula
entre o ponto situado à sombra “0” e os pontos ao sol “10” e “25”. Portando a
diferença das médias da temperatura do ar não pode ser considerada
significativa.
Há evidencia, com 95% de confiança, para se rejeitar a hipótese de que a
diferença das médias é nula entre os pontos à 50m e à sombra. Portanto a
diferença das médias da temperatura do ar pode ser considera significativa.
116
Em relação à diferença das médias entre os pontos situados ao sol, não há,
com 95% de confiança, evidência para se rejeitar a hipótese que seja nula.
Portanto a diferença das médias não é significativa entre os pontos 10m, 25m e
50m.
C) TEMPERATURA DE GLOBO
A Figura 31 apresenta o gráfico da média, durante os três dias medidos, da
diferença de temperatura de globo entre os diferentes pontos ao sol (10m, 25m
e 50m) e no ponto à sombra. Os valores do gráfico são positivos, uma vez que
durante todo o período de medições, a temperatura do ar no ponto sombreado
(eixo “zero”) mostrou-se inferior às encontradas nos pontos ao sol.
Espécie
Pau Ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya)
Período Média dos dias 13, 16 e 20 de agosto de 2010 Parâmetro Diferença de Temperatura de Globo – em °C
(temperatura ao sol – temperatura à sombra)
Figura 31. Gráfico da diferença média de temperatura de globo: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var.
leiostachya).
117
Pode-se observar que é ampla a variação da temperatura de globo ao sol e
à sombra, atingindo uma máxima em torno de 6°C e mínima em torno de 1,4°C.
Porém entre os pontos ensolarados esta diferença é baixa.
As tabelas 19 e 20 apresentam os valores da média, e das máximas e
mínimas da temperatura de globo em cada ponto:
Tabela 25. Médias diárias da temperatura de globo (°C): Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya).
DATA SOMBRA 10m 25m 50m
7‐jul‐10 25,9 28,2 28,4 2878‐jul‐10 19 23,4 23,8 239‐jul‐10 25,4 30,6 30,2 30Médias 23,4 27,4 27,4 27,2
Tabela 26. Médias máximas e mínimas da temperatura de globo (°C): Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya).
DATA SOMBRA 10m 25m 50m
Max Min Max Min Max Min Max Min 7‐jul‐10 28 20,5 32 23,5 32,5 23,5 33 248‐jul‐10 21,7 14 27 16,5 27 16,7 26,5 169‐jul‐10 28,2 20,4 34,5 25,5 33,6 25 33,5 25,2Média 26 18,3 31,2 21,8 31 21,7 31 21,7
118
É apresentado, abaixo, o gráfico referente ao teste de Tukey, de
comparação das médias. O teste foi realizado para investigar se existe
significância na variação da temperatura de globo entre os diferentes pontos.
-4 -2 0 2 4 6
50-25
50-10
25-10
50-0
25-0
10-0
Diferenças entre as médias dos níveis do (95%)
Intervalos de confiança Fator
Figura 32. Gráfico do teste de Tukey para a temperatura de globo: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya).
O eixo vertical do gráfico apresenta os pontos relacionados, sendo “0” o
ponto referente à sombra, “10” o ponto a 10m, “25” o ponto a 25m e “50” o
ponto a 50m.
Conforme apresentado pelo gráfico, com 95% de confiança, há evidência
para se rejeitar a hipótese de que a diferença das médias é nula entre o ponto
situado à sombra “0” e os pontos ao sol “10”, “25” e “50”. Portando a diferença
das médias da temperatura de globo pode ser considerada significativa.
Em relação à diferença das médias entre os pontos situados ao sol, não há,
com 95% de confiança, evidência para se rejeitar a hipótese que seja nula.
Portanto a diferença das médias não é significativa entre os pontos 10m,25m e
50m.
119
4.2.4. DADOS DA VELOCIDADE DO AR
São dispostos abaixo os dados relativos à velocidade do ar medida nos
pontos sombreados e a 25m do tronco. Uma vez que a é alta a variação da
velocidade do vento, e a forma de medição manual não possibilitou a coleta de
maior quantidade de dados, não serão apresentadas análises destes dados.
Tabela 27. Velocidade do vento: Jambolão (Syzygium cumini L.) Data Hora sombra 25m
07.07 9:00 0,2 0,3
11:00 0,8 0,4
13:00 0,5 2,8
15:00 0,3 1,6
17:00 0,1 1,1
08.07 9:00 0,8 3,5
11:00 1,6 2,3
13:00 0,4 0,2
15:00 0,2 0,7
16:30 0,1 0,1
17:00 0,4 0,6
09.07 9:00 0,9 3,6
11:00 1,6 2,8
13:00 0,5 3,1
15:00 0,2 0,7
16:30 0,2 0,7
17:00 0,1 0,4
120
Tabela 28. Velocidade do vento: Pata de vaca (Bauhinia variegata) Data Hora sombra 25m
07.07 9:00 2 1,7
11:00 1 1,3
13:00 1,6 0,7
15:00 1 0,3
17:00 0,2 0,5
08.07 9:00 1,8 1,1
11:00 0,7 2,2
13:00 2,1 1,2
15:00 3,1 1,4
16:30 1,5 1,9
17:00 1,1 0,5
09.07 9:00 0,4 0,9
11:00 1,4 1,1
13:00 0,9 2,3
15:00 0,7 0,3
16:30 0,2 0,9
17:00 0,7 0,2
121
Tabela 29.Velocidade do vento: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var leiostachya)
Data Hora sombra 25m
07.07 9:00 4 3,5
11:00 4,6 3,8
13:00 2 1,8
15:00 2,1 1,2
17:00 3,4 2,3
08.07 9:00 4 3,21
11:00 3,4 0,9
13:00 2,7 2,5
15:00 0,8 1,6
16:30 0,8 0,8
17:00 2,2 1,5
09.07 9:00 1,6 0,5
11:00 2,3 1,2
13:00 0,9 0,7
15:00 1,2 0,6
16:30 0,2 1,3
17:00 1,4 1,8
122
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.1. DISCUSSÕES
A partir dos dados apresentados no capítulo anterior deste relatório, busca-
se aqui estabelecer uma comparação e discussão dos resultados. Portanto
foram elaborados gráficos, quadros e tabelas que relacionam tanto as três
árvores medidas, assim como os indivíduos arbóreos da espécie Jambolão
Syzygium cumini L. analisados nesta pesquisa e na pesquisa realizada por
Abreu (2008).
A) TEMPERATURA DO AR
A seguir é apresentado um gráfico que traz a comparação entre a média
dos valores de temperatura do ar obtidas nos diferentes pontos de medição
(sombra, 10m, 25m e 50m) de cada árvore ao longo dos três dias. No eixo
horizontal estão as espécies analisadas, e no eixo vertical o valor da
temperatura do ar em °C.
123
Figura 33. Gráfico dos valores médios da temperatura do ar.
A partir das informações contidas no gráfico anterior (Figura 33) pode-se
apreender uma noção das condições de temperatura do ar apresentadas nos
dias medidos. Nota-se uma semelhança entre os valores obtidos nas medições
do indivíduo arbóreo da espécie jambolão e do agrupamento de patas de vaca,
sendo que estes valores se mostram um pouco superiores aos obtidos durante
as medições do indivíduo arbóreo da espécie pau ferro.
O gráfico apresenta também a variação de temperatura entre os pontos
medidos, informação que se torna mais evidente no gráfico (Figura 34) disposto
a seguir, que relaciona a diferença das médias de temperatura do ar nos
pontos ensolarados (10m, 25m e 50m) em relação ao ponto sombreado. A
diferença é feita subtraindo-se os valores obtidos à sombra dos valores obtidos
ao sol, uma vez que durante as medições os valores ao sol mostraram-se
todos superiores aos obtidos à sombra.
124
Figura 34. Gráfico da diferença das médias de temperatura do ar.
A partir das informações apresentadas no gráfico (Figura 34), verifica-se
que o indivíduo arbóreo da espécie jambolão apresentou as maiores variações
entre as temperaturas à sombra e ao sol, chegando a uma diferença de
aproximadamente 2,5°C entre o ponto sombreado e os pontos a 10m e 25m a
partir do tronco, e cerca de 3°C entre a sombra e o ponto a 50m.
Nota-se que as diferenças apresentadas pelo grupo de patas de vaca e pelo
pau ferro possuem valores semelhantes. Sendo a que diferença entre a sombra
e o ponto a 10m do pau ferro é um pouco superior ao grupo de patas de vaca,
e a diferença entre a temperatura à sombra e a 50m do grupo de patas de vaca
é superior à apresentada pelo pau ferro.
Para comparar dados das diferenças de temperatura do ar entre a sombra e
os pontos ao sol (10m, 25m e 50m) com os resultados obtidos através do teste
125
de Tukey, o quadro abaixo apresenta um resumo dos resultados obtidos
estatisticamente:
Quadro 24. Resumo das respostas fornecidas pelo teste de Tukey para a temperatura do ar. De acordo com o teste de Tukey, existe evidência, a 95% de confiança, para rejeitar a hipótese de que a média da temperatura do ar seja a mesma?
Entre o ponto à
sombra e à 10m
Entre o ponto à
sombra e à 25m
Entre o ponto à
sombra e à 50m
Entre os três
pontos ao sol.
Jambolão
Syzygium cumini L
Sim
Sim
Sim
Não
Pata de vaca
Bauhinia variegata
Sim
Sim
Sim
Não
Pau ferro
Caesalpinia ferrea
var. leiostachya
Não
Não
Sim
Não
Comparando-se os dados do gráfico (Figura 34) e do Quadro 24, nota-se
que apesar da diferença de temperatura do ar entre a sombra e os pontos 10m
e 25m apresentadas pelo pau ferro serem semelhantes às diferenças
apresentadas pelo grupo de patas de vaca, ela não é considerada significativa
pelo teste de Tukey, isto porque o teste não leva em conta apenas a diferença
das médias, mas também outros parâmetros estatísticos.
B) UMIDADE RELATIVA DO AR
O gráfico (Figura 35) abaixo traz uma comparação das médias dos dados
de umidade relativa do ar medidos nos diferentes pontos (sombra e sol à 10m
25m e 50m) em cada uma das árvores analisadas.
126
No eixo horizontal são dispostas as espécies analisadas nesta pesquisa,
enquanto que no eixo vertical estão os valores de umidade relativa do ar em
porcentagem.
Figura 35. Gráfico de comparação das médias da umidade do ar
Pode-se notar maior semelhança entre os valores dos dados coletados nas
medições da espécie jambolão e pau ferro, sendo que na primeira espécie a
diferença de umidade entre o ponto à sombra e os demais mostra-se um pouco
superior à diferença encontrada nas medições do indivíduo de espécie pau
ferro.
A seguir é apresentado o gráfico (Figura 36) que evidencia a comparação
das diferenças das médias da umidade do ar nas três árvores. A diferença das
médias é feita subtraindo-se o valor ao sol do valor à sombra, uma vez que em
todos os casos medidos, a umidade do ponto sombreado mostrou-se superior à
dos pontos ensolarados (10m, 25m e 50m).
127
Figura 36. Gráfico de comparação da diferença das médias da umidade do ar.
A partir das informações contidas no gráfico (Figura 36), pode-se notar
que o agrupamento de patas de vaca apresentou as maiores diferenças entre
os valores obtidos à sombra e ao sol, sendo o valor da umidade à sombra
superior em 7% à encontrada no ponto a 10m, cerca de 6,4% em relação à do
ponto a 25m e 7,5% em relação ao ponto à 50m.
Os menores valores de diferença foram obtidos nas medições do
indivíduo arbóreo da espécie pau ferro.
Outro aspecto interessante é notar que nos três casos o ponto localizado
a 25m mostrou-se o mais úmido, pois é o que possui menor diferença em
relação à sombra. Tal comportamento não se assemelha ao observado na
maioria dos resultados obtidos nas pesquisas de Abreu (2008), onde o ponto
mais úmido é o localizado a 10m a partir do tronco da árvore.
128
Para relacionar os dados do gráfico (Figura 36) com o resultado obtido
no teste de Tukey, é apresentado abaixo um quadro resumo dos resultados
obtidos através do teste:
Quadro 25. Resumo das respostas fornecidas pelo teste de Tukey para a umidade relativa do ar. De acordo com o teste de Tukey, existe evidência, a 95% de confiança, para rejeitar a hipótese de que a
média da umidade do ar seja a mesma?
Entre o ponto à
sombra e à 10m
Entre o ponto à
sombra e à 25m
Entre o ponto à
sombra e à 50m
Entre os três
pontos ao sol.
Jambolão
Syzygium cumini L
Sim
Sim
Sim
Não
Pata de vaca
Bauhinia variegata
Sim
Sim
Sim
Não
Pau ferro
Caesalpinia ferrea
var. leiostachya
Não
Não
Não
Não
Nota-se que as diferenças entre os pontos medidos ao sol e à sombra na
espécie pau ferro podem ser consideradas insignificantes, enquanto que nas
duas espécies a diferença pode ser considerada significativa. Quanto a
diferença encontrada entre os pontos ao sol, esta é considerada não
significativa pra todas as árvores.
C) COMPARAÇÃO ENTRE OS RESULTADOS OBTIDOS NESTA
PESQUISA E NA PESQUISA DE ABREU
Por fim, a última comparação que se pretende realizar, na nesta pesquisa,
se dá entre os resultados obtidos aqui e os obtidos por Abreu (2008) para
indivíduos arbóreos da espécie Jambolão.
129
A tabela abaixo realiza a comparação entre os dados de caracterização dos
indivíduos analisados:
Tabela 30. Comparação de características dos indivíduos arbóreos da espécie Jambolão (Syzygium cumini L.) nesta pesquisa e na pesquisa realizada por Abreu (2008). Jambolão Syzygium cumini L Dados de Abreu (2008) Dados desta pesquisaÍndice de área foliar 92,11% 93,3% Altura aproximada da árvore 8,0 m 5 m Altura do fuste 1,75 m 1,5m Diâmetro do tronco 43,0 cm 74 cm Diâmetro da copa 9,27m 6,20 m Dimensões da folha C: 15,0cm L: 6,0cm C: 16 cm L: 6 cm
O gráfico (Figura 37), disposto a seguir, apresenta os valores médios da
temperatura do ar em cada ponto, referente aos três dias de medição.
No eixo horizontal à direita, estão os valores obtidos nesta pesquisa, e à
esquerda estão os valores obtidos por Abreu (2008). O eixo vertical traz os
valores da temperatura do ar em °C.
Figura 37. Gráfico de comparação das médias da temperatura do ar entre as árvores da espécie Jambolão (Syzygium cumini L.) analisadas nesta pesquisa e na pesquisa de Abreu (2008).
130
Nota-se, a partir da Figura 37, que os valores encontrados nesta pesquisa
para os pontos à sombra, 10m, 25m e 50m são todos inferiores aos valores de
seus respectivos pontos em Abreu (2008). Que enquanto o maior valor médio
de temperatura do ar obtido nas medições da atual pesquisa se deu no ponto a
50m do tronco, na pesquisa realizada por Abreu (2008) o maior valor ocorreu a
10m do tronco. E que é maior, na atual pesquisa, a diferença encontrada entre
o valor de temperatura à sombra e nos pontos ensolarados.
O gráfico a seguir (Figura 38) apresenta mais detalhadamente a relação
entre as diferenças de temperatura entre os pontos ao sol e o ponto
sombreado.
Figura 38. Gráfico de comparação da diferença das médias da temperatura do ar entre o indivíduo analisado nesta pesquisa e na pesquisa de Abreu (2008).
O gráfico mostra que dentre os dados coletados nas duas pesquisas, a
diferença de temperatura entre sol (10m, 25m e 50m) e sombra se mostra
131
maior entre dos dados aqui coletados, que chegam a superar o dobro do valor
obtido por Abreu (2008).
Os dados de umidade relativa do ar, apresentados por estes dois trabalhos,
também são comparados a seguir, por meio de gráficos:
Figura 39. Gráfico de comparação das médias da umidade do ar entre o indivíduo analisado nesta pesquisa e na pesquisa de Abreu (2008).
O gráfico acima (Figura 39) compara os valores das médias da umidade
relativa do ar durante os três dias de medições realizados nas duas pesquisas.
O eixo vertical apresenta os valores em porcentagem, e no eixo horizontal
estão os resultados obtidos em cada uma das pesquisas.
132
Nota-se, além de uma grande diferença entre os valores em geral, um
comportamento diferente em relação ao ponto situado a 10m do tronco da
árvore, sendo que nos resultados de Abreu (2008) a umidade deste ponto
atinge o maior valor, superando a umidade do ponto sombreado, enquanto que
no resultado obtido nesta pesquisa de iniciação científica, todos os valores ao
sol são inferiores ao ponto sombreado, e o ponto a 10m não se destaca em
relação aos outros.
A comparação das diferenças de umidade entre os pontos ao sol e o ponto
sombreado é apresentada com mais detalhes no gráfico abaixo (Figura 40).
disposto a seguir.
Figura 40. Gráfico de comparação da diferença das médias da umidade do ar entre o indivíduo
analisado nesta pesquisa e na pesquisa de Abreu (2008).
A partir dos dados apresentado pelo gráfico acima (Figura 40). nota-se uma
grande diferença de comportamento no ponto localizado a 10m do tronco.
133
Enquanto os dados colhidos nesta pesquisa apontam que o ponto a 10m
possui uma umidade em média 6% inferior à umidade relativa à sombra, os
estudos de Abreu (2008) evidenciam que o ponto a 10m apresenta umidade
relativa cerca de 6,5% superior ao valor encontrado à sombra.
É importante ressaltar que este comportamento apresentado no ponto 10m
(ABREU, 2008) é recorrente também nos outros seis resultados obtidos pela
autora, assim como o comportamento dos dados neste mesmo ponto, em
nossa pesquisa de iniciação científica, é recorrente nas outras duas espécies
analisadas.
A ocorrência desta variação de resultados pode ter ocorrido devido a
diferenças ambientais e geográficas dos locais de medição (Campinas/São
Carlos) ou pelas diferenças das características dos indivíduos avaliados, ou
ainda por diferenças entre o período e intervalo de medições17.
17 Abreu (2008) mede os parâmetros temperatura e umidade do ar em um período de 12 horas com intervalo de 10 em 10 minutos. A metodologia desta pesquisa de iniciação científica utiliza um período de oito horas, e mede os parâmetros temperatura e umidade do ar com intervalo de 30 em 30 minutos.
134
5.2. CONCLUSÃO
A partir da realização da pesquisa bibliográfica, pode-se concluir que existe
um numero crescente de estudos a respeito do uso de vegetação no ambiente
urbano, sendo que estes apontam uma série de benefícios proporcionados pelo
uso da vegetação, dentre os benefícios cita-se sombreamento, a influência na
temperatura e umidade do ar, a atenuação e reflexão da radiação solar,
diminuição de gastos energéticos com mecanismos ativos de condicionamento
de ar, capacidade de filtrar poluentes, interferência na velocidade dos ventos,
benefícios para o solo e influência positiva no comportamento humano. Porém
aponta-se uma necessidade de ampliar e trabalhar estes conhecimentos
adquiridos por meio de estudos de modo a fornecer informações práticas para
sua utilização pelos projetistas.
O Levantamento das condições de arborização no município de São Carlos
revelou que apesar da ter ocorrido, ao longo do tempo, a formulação de
inúmeras leis e decretos em prol do uso da vegetação no município, muitos não
foram de fato seguidos, porém iniciativas mais recentes de planejamento e
incentivo buscam estabelecer diretrizes mais sólidas para a implantação do uso
de espécies vegetais na cidade.
A respeito da caracterização das espécies arbóreas pode-se concluir que as
árvores são capazes de provocar alteração nos valores de temperatura do ar e
de globo, e na umidade relativa do ar. A variação dos valores ocorre entre
praticamente todos os pontos, mas segundo os testes de Tukey realizados, a
variação pode ser considerada significativa principalmente entre os pontos à
sombra e ao sol.
135
Quanto à temperatura de globo, o teste de Tukey aponta que nos três casos
medidos pode ser considerada significativa a diferença entre sol e sombra .
A diferença de temperatura do ar, entre a sombra e todos os pontos ao sol,
pode ser considerada significativa nas medições realizadas no indivíduo
arbóreo Jambolão (Syzygium cumini L.) e no agrupamento de patas de vaca
(Bauhinia variegata), sendo que para o indivíduo arbóreo da espécie pau ferro
(Caesalpinia ferrea var. leiostachya) pode ser considerada significativa a
diferença de temperatura do ar entre a sombra e o ponto a 50 m do tronco.
A diferença da umidade relativa do ar, entre a sombra e todos os pontos ao
sol pode ser considerada significativa nas medições realizadas no indivíduo
arbóreo da espécie Syzygium cumini L. e no agrupamento da espécie Bauhinia
variegata, não podendo ser considerada significativa no caso do indivíduo
arbóreo da espécie Caesalpinia ferrea var. leiostachya.
A respeito da comparação entre resultados das medições nas árvores da
espécie Jambolão (Syzygium cumini L.) aqui obtidos com os encontrados por
Abreu (2008), observaram-se algumas diferenças, não sendo possível afirmar
com clareza o seu motivo. Tal fato pode vir a estimular a realização de
pesquisas mais aprofundadas, com medições mais complexas, na região de
São Carlos, SP e em outras localidades, com a finalidade de comparação de
seus resultados.
Reconhece-se que os resultados aqui obtidos representam a uma
aproximação do comportamento específico dos indivíduos arbóreos analisados,
podendo não representar o comportamento característico da espécie. A
136
ampliação dos estudos, tanto em complexidade de medições como em
quantidade de indivíduos de mesma espécie medidos, poderia trazer alguma
proximidade ao comportamento da espécie. Seria também interessante a
realização de pesquisas semelhantes com foco multidisciplinar, aproximando-
se do campo estatístico, de forma que se realizem testes de maior
complexidade e em maior número.
137
6. ATIVIDADES COMPLEMENTARES
6.1. PARTICIPAÇÃO NAS REUNIÕES DE APRESENTAÇÃO E
DISCUSSÕES DE PESQUISAS DO GRUPO DE CONFORTO AMBIENTAL
Todos os alunos que efetuam pesquisas na área de Conforto Ambiental, no
Departamento de Arquitetura e Urbanismo da EESC, USP, participam de
reuniões mensais, nas quais são discutidos os trabalhos em andamento. A
aluna sempre participou dessas reuniões, tendo a oportunidade de entender
melhor as questões abrangidas pela área e conhecer os trabalhos em
desenvolvimento, desde o nível de iniciação científica até o pós-doutorado. No
dia 22 de setembro de 2010, foi realizada a apresentação deste trabalho em
uma dessas reuniões.
6.2. PARTICIPAÇÃO NO 18° SIICUSP
O resumo deste trabalho (ANEXO 3) foi inscrito para ser apresentado no 18°
Simpósio de Internacional de Iniciação Científica da Universidade de São
Paulo.
6.3 ELABORAÇÃO DE ARTIGO CIENTÍFICO
Além do artigo que será apresentado no SIICUSP, foi também elaborado
um artigo científico que apresenta todos os resultados da pesquisa. Este
encontra-se no Anexo 2 e será apresentado provavelmente em algum dos
congressos abaixo:
138
-Encontro Nacional de Conforto no Ambiente Construído, a ser realizado no
segundo semestre de 2011, no Rio de Janeiro, RJ.
- 14° Congresso de Arborização Urbana, a ser realizado entre os dias 28 de
novembro a 3 de dezembro de 2010, em Bento Gonçalves, RS.
139
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU, L. V.; Avaliação da escala de influência da vegetação no microclima por diferentes espécies arbóreas. Campinas, SP, 2008. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, 2008. ABREU, L. V.; LABAKI, L. C. Avaliação do raio de influência da vegetação no microclima proporcionado por diferentes espécies arbóreas. In: ENCAC E ELACAC – ENCONTRO NACIONAL E ENCONTRO LATINO AMERICANO SOBRE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 2007, Ouro Preto. Anais... Ouro Preto: ANTAC, 2007. CD rom AHMED, K. S. Comfort in urban spaces: defining the boundaries outdoor thermal comfort for the tropical urban environments. Energy and Buildings, [S.I.], v. 35, p. 103-110, 2003. AKBARI, H.; LEVINSON, R.; MILLER, W.; BERDAHL, P. Cool colored roofs to save energy and improve air quality. In: PROC. INTERNATIONAL CONFERENCE PASSIVE AND LOW ENERGY COOLING FOR THE BUILT ENVIRONMENT, Santorini, Greece. Proceedings… 2005. ALBRECHT, J. M. F. Análise funcional, composição arbórea e manejo da malha viária da cidade de São Carlos-SP. São Carlos, SP, 1998. Dissertação (Doutorado) – Universidade Federal de São Carlos, 1998. ASSIS, E. S. Mecanismos de desenho urbano apropriado à atenuação da ilha de calor urbana: análise de desempenho de áreas verdes em clima tropical. Rio de Janeiro, RJ, 1990. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1990. BARBOSA, R.V. R. ; VECCHIA F. Contribuição das áreas verdes na atenuação do rigor térmico em ambientes urbanos. In: ENCAC E ELACAC – ENCONTRO NACIONAL E ENCONTRO LATINO AMERICANO SOBRE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 2007, Ouro Preto. Anais... Ouro Preto: ANTAC, 2007. CD rom BUENO, C. L. Estudo da atenuação da radiação solar incidente por diferentes espécies arbóreas. Campinas, SP, 1998. 177f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Engenharia Civil, Universidade Estadual de Campinas, 1998. BUENO-BARTHOLOMEI, C. L. Influência da vegetação no conforto térmico urbano e no ambiente construído. Campinas, SP, 2003. Tese (Doutorado) – Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, 2003.
140
DUARTE, D.; GONÇALVES, J.; MONTEIRO, L. M. Desenho urbano e conforto térmico: avaliação dos espaços abertos da Barra Funda, em São Paulo, por meio de levantamentos de campo e simulação preditiva. In: ENCAC E ELACAC – ENCONTRO NACIONAL E ENCONTRO LATINO AMERICANO SOBRE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 2007, Ouro Preto. Anais... Ouro Preto: ANTAC, 2007. CD rom DUARTE, D.; SERRA, G. Padrões de ocupação do solo e microclimas urbanos na região de clima tropical continental: correlações e proposta de um indicador. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 3, n. 2, p. 7-20, 2003. GIVONI, B. Climate consideration in urban and building design. New York: John Wiley & Sons, 1998. GIVONI, B. Impact of planted areas on urban environmental quality – a review. Atmosferic Environment, vol. 25, n. 3, p. 289-299,1991. HONJO,T.; TAKAKURA, T. Simulation of thermal effects of urban green areas on surroundings areas. Energy and Buildings, Netherlands, n. 15-16, p. 435-442, 1990/91. INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Características da população. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/pesquisas/demograficas.html>. Acesso em: 4 fev. 2010. LOMBARDO, M. A. Ilha de calor de São Paulo. Ambiente: revista CETESB de tecnologia, v. 2, p. 14-8, 1988. LOMBARDO, M. Ilha de calor nas metrópoles. São Paulo: Hucitec, 1985. LORENZI, H.; Arvores exóticas no Brasil: madeireiras, ornamentais e aromáticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2003.368 p. LORENZI, H.; Arvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2002. 368 p. v. 1 e 2. MASCARÓ, J. J. M.; GIACOMIN, S. D. ; CUADROS, S. Ambiência urbana e arborização pública. In: ENCAC E ELACAC – ENCONTRO NACIONAL E ENCONTRO LATINO AMERICANO SOBRE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 2007, Ouro Preto. Anais... Ouro Preto: ANTAC, 2007. CD ROM MODNA, D; VECCHIA F. Calor e áreas verdes: um estudo preliminar do clima de São Carlos, SP. In: ENCAC E COTEDI – ENCONTRO NACIONAL DE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO E CONFERÊNCIA LATINO-AMERICANA SOBRE CONFORTO E DESEMPENHO ENERGÉTICO, 2003, Curitiba - PR. Anais... Curitiba: ANTAC, 2003. CD ROM
141
MONTEIRO, L. M.; ALUCCI, M. P. Conforto térmico em ambientes semi confinados: proposição de modelo adaptativo. Revista PARC, Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, v. 01, n. 04. 2009. Disponível em: <http://www.fec.unicamp.br/~parc/vol1/n4/vol1-n4-monteiro-alucci.pdf> Acesso em: 17 jan. 2010. MONTEIRO, L. M.; ALUCCI, M. P. Conforto térmico em espaços abertos com diferentes abrangências microclimáticas. Parte1: verificação experimental de modelos preditivos. In: ENCAC E ELACAC – ENCONTRO NACIONAL E ENCONTRO LATINO AMERICANO SOBRE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO., 2007 a, Ouro Preto. Anais... Ouro Preto: ANTAC, 2007 b. CD ROM MONTEIRO, L. M.; ALUCCI, M. P. Conforto térmico em espaços abertos com diferentes abrangências microlimáticas. Parte2: proposição de calibração de modelos preditivos. In: ENCAC E ELACAC – ENCONTRO NACIONAL E ENCONTRO LATINO AMERICANO SOBRE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDOe v., 2007, Ouro Preto. Anais... Ouro Preto: ANTAC, 2007 b. CD rom MONTEIRO, L. M.; ALUCCI, M. P. Índice de conforto térmico em espaços abertos. Parte1: revisão histórica. In: In: ENCAC E ELACAC – ENCONTRO NACIONAL E ENCONTRO LATINO AMERICANO SOBRE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 2005, Maceió. Anais... Maceió: ANTAC, 2005 a. CD ROM MONTEIRO, L. M.; ALUCCI, M. P. Índice de conforto térmico em espaços abertos. Parte2: estado da arte. In: ENCAC E ELACAC – ENCONTRO NACIONAL E ENCONTRO LATINO AMERICANO SOBRE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 2005 b, Maceió. Anais... Maceió: ANTAC, 2005 b. CD ROM MONTEIRO, L. M.; ALUCCI, M. Procedimentos para quantificação de variáveis para análise termofisiológica em espaços abertos. In: ENCAC E ELACAC – ENCONTRO NACIONAL E ENCONTRO LATINO AMERICANO SOBRE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 2005, Maceió. Anais... Maceió: ANTAC, 2005 c. CD rom MORENO, M. M. Parâmetros para implantação efetiva de áreas verdes em bairros periféricos de baixa densidade. Campinas, SP, 2006. 155p. Dissertação (mestrado). Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, 2006. Disponível em: <http:// http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000416277> Acesso em: 17 jan. 2010. OCHOA, J.M.; MANRICIC, I. Característica del material vegetal útiles en el desinõ microclimático del paisaje urbano. In: ENCAC E COTEDI – ENCONTRO NACIONAL DE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO E
142
CONFERÊNCIA LATINO-AMERICANA SOBRE CONFORTO E DESEMPENHO ENERGÉTICO, 2003, Curitiba - PR. Anais... Curitiba: ANTAC, 2003. CD ROM POUEY, M. T.; FREITAS, R. ; SATTLER, M. Arborização e sustentabilidade. In: ENCAC E COTEDI – ENCONTRO NACIONAL DE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO E CONFERÊNCIA LATINO-AMERICANA SOBRE CONFORTO E DESEMPENHO ENERGÉTICO, 2003, Curitiba - PR. Anais... Curitiba: ANTAC, 2003. CD ROM PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS. Plano diretor de São Carlos, 2005. Disponível em: <http://www.saocarlos.sp.gov.br/index.php/utilidade-publica/plano-diretor.html>. Acessos em 02 fev. 2010. SANTAMOURIS, M. Energy and climate in the built environment. James and James, London, 2001. São Carlos, SP. Decreto 216, de 5 de junho de 2009. Institui o Plano de Arborização Urbana no Município de São Carlos e dá outras providências. SHINZATO, P. O impacto da vegetação nos microclimas urbanos. São Paulo, SP, 2009. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, 2009. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=138190> Acesso em: 05 jan. 2010. SPIRN, A. W. O jardim de granito: a natureza no desenho da cidade. São Paulo: EDUSP, 345 p. 1995. TAHA, H. Urban climates and heat islands: albedo, evapotranspiration and anthropogenic heat. Energy and Buildings TSUTSUMI, J. G.; ISHII, A.; KATAYAMA, T. Quantity of plants and its effect on local air temperature in a urban area. In: ICUC5 2003 (FIFTH INTERNATIONAL CONFERENCE ON URBAN CLIMATE, 1-5), 5., 2003, Lotz, Polland. Proceedings… Lotz, Polland: ICUC, 2006. Disponível em: http://www.geo.uni.lodz.pl/~icuc5/text/indexCD.pdf. Acesso em: 17 jan. 2010. ULRICH, R. S. View through a window may influence recovery from surgery. Science, v. 224, p.420-421, 1984.
143
8. ANEXOS
ANEXO 1 – RESUMO DE LEIS E DECRETOS MUNICIPAIS
Lei nº 10.715, novembro de 1993. Destinada à criação de um sistema de
arborização urbana. No artigo 4º desta lei é apresentada uma listagem de trinta
e uma espécies arbóreas, consideradas adequadas para composições
paisagísticas e ornamentação, divididas em três grupos: pequeno porte (altura
de até 4 m, adequadas para plantio em ruas, sob rede de fiação elétrica),
médio porte (altura de 4 a 6 m, para constituição de bosques e logradouros
públicos), e de grande porte (para uso exclusivo na constituição de bosques,
áreas abertas e reservas paisagísticas). A responsabilidade sobre a
manutenção do viveiro de mudas e o fornecimento gratuito das mesmas à
população fica,de acordo com o artigo 5º, a encargo da Prefeitura Municipal.
Lei nº 11.459, março de 1998. Trata a respeito do plantio de palmeiras
imperiais em canteiros na Avenida São Carlos, dando diretrizes de dimensões
dos canteiros, quantidade e espaçamento das palmeiras, e sobre o calçamento
em sua volta.
Lei nº 11. 842, de dezembro de 1998. Autoriza a Prefeitura Municipal de São
Carlos a efetuar o plantio de árvores com a data de nascimento e nome de
cada criança nascida no município ou que, mesmo nascendo em outra
localidade, tenha os pais residentes em São Carlos.
Lei nº 12.358, janeiro de 2000. Cria o Programa Pró-Jardim, que através de
cuidados com praças, parques, jardins, viveiros e outros logradouros públicos
se destina a auxiliar na formação dos adolescentes que residem no município,
criando vínculos entre eles e o ambiente urbano em que vivem, mobilizando-os
144
em relação aos interesses coletivos e desenvolvendo seus sentidos de
cidadania.
Decreto nº 133, setembro de 2001. Traz uma série de considerações sobre a
importância das árvores da espécie Araucária angustifólia para o município de
São Carlos e sobre a supressão desta espécie arbórea, causada pela
devastação da mata nativa e o corte para aproveitamento de sua madeira, e
decreta imunes a corte as árvores desta espécie.
Lei nº 12.988, maio de 2002. Com o intuito de resgatar o patrimônio botânico,
ambiental, histórico e cultural da cidade relacionados às árvores da espécie
Araucária angustifólia, foi instituído no município o ‘Dia da Araucária’.
Lei nº 12.997, maio de 2002. Autoriza a criação do ‘Projeto Maternidade
Plantando o Futuro: uma árvore, uma vida’. O projeto objetiva a doação de
mudas de árvores para os pais das crianças que nascerem no município,
deixando a seu critério a escolha do local de plantio. Juntamente com a muda,
o projeto prevê a entrega de folhetos com informações históricas a respeito da
espécie e orientações.
Decreto nº 125, setembro de 2002. Após considerações a respeito da
importância da arborização em relação às condições ambientais e qualidade de
vida, conservação da diversidade ecológica, relações sociais, afetivas e
históricas e características ornamentais e estéticas. Considerando também a
quantidade insuficiente de arborização no município de São Carlos, além da
necessidade de sensibilização da população em relação à relevância das
árvores, são declaradas imunes de corte, entre indivíduos e grupamentos de 10
diferentes espécies, árvores plantadas em 13 localidades específicas.
145
Decreto nº 141, setembro de 2003. Declara imunes a corte as árvores,
encontradas tanto individualmente como em pequenos grupamentos, dispostas
em 13 diferentes endereços específicos do município de São Carlos, sendo
que o conjunto de árvores imunizadas divide-se entre um número de nove
espécies.
Lei nº 13.332, maio de 2004. Condiciona a aprovação de projetos de
desmembramento e loteamento do solo à arborização das áreas verdes e de
vias dos empreendimentos, sendo considerado um máximo espaçamento
longitudinal, entre os indivíduos arbóreos, de 10m.
Lei nº 13.343, junho de 2004. Autoriza ao poder executivo municipal promover
o plantio arbóreo da espécie Araucária angustifólia em praças e outras áreas
públicas do município.
Lei nº 13.373, julho de 2004. Proíbe que eucaliptos de espécies gigantes
sejam plantados a uma distancia de 25m em relação a terrenos vizinhos e
residências.
Decreto nº 207, setembro de 2004. Declara imunes a corte as árvores,
encontradas tanto individualmente como em par, dispostas em 5 diferentes
endereços específicos do município de São Carlos, sendo que em cada
localização encontra-se uma espécie arbórea diferente.
Decreto nº 319, setembro de 2006. Declara imunes de corte dois indivíduos e
uma dupla arbórea, localizados 3 diferentes endereços no Município de São
Carlos, sendo que cada localidade abriga um tipo diferente de espécie.
Decreto nº 386, setembro de 2007. Torna obrigatória às repartições públicas
municipais, que possuírem condições adequadas no passeio público, o plantio
e manutenção de árvores.
146
Decreto nº 430, outubro de 2007. Declara imunes de corte árvores plantadas,
tanto individualmente como em grupos, em 3 localidades específicas do
município de São Carlos, sendo um tipo de espécie em cada local.
147
ANEXO 2 – ARTIGO CIENTÍFICO
Contribuições para o Conforto Térmico Urbano: Caracterização de Espécies Arbóreas na Cidade de São
Carlos, SP.
FAVRETTO, Ana P. O. (1); CHVATAL, Karin M. S. (2)
Escola de Engenharia de São Carlos, Arquitetura e Urbanismo, USP,
e-mail: [email protected]; [email protected]
RESUMO O processo de criação e adensamento de aglomerados urbanos provoca alterações nos ciclos de funcionamento de todo o ecossistema, provocando entre outros problemas ambientais, a elevação da temperatura, tanto em escala global como local, formando as ilhas de calor. Diversos estudos mostram que a arborização urbana é uma forma eficiente na melhoria de microclimas, proporcionando melhores condições de conforto térmico e urbano. Este trabalho busca investigar a influencia da vegetação no ambiente e clima urbano, através de pesquisas bibliográficas, observar, através da realização de levantamentos, as condições de arborização no município de São Carlos, e analisar, com base em dados obtidos por medições em campo, a influência nos parâmetros ambientais Temperatura do ar e de globo, e umidade relativa do ar proporcionada por árvores pertencentes a três espécies distintas, sendo duas dispostas de maneira isolada, e uma composta por um agrupamento. A metodologia utilizada baseia-se na proposta por Abreu 2008, em que são medidos alguns parâmetros ambientais em um ponto localizado à sombra e em pontos ao sol em distâncias determinadas a partir do tronco da árvore. Determina-se também, a partir de fotografias obtidas com lente olho de peixe, o índice de área foliar para cada árvore a agrupamento medidos. PALAVRAS CHAVE: Arborização; Conforto térmico; Conforto urbano; Vegetação. INTRODUÇÃO O meio urbano é fruto da ação humana de conversão de áreas naturais ou rurais em ambiente construído, artificial e adensado. As alterações decorridas do processo de urbanização modificam, além de padrões e modos de vida, os ciclos de funcionamento do ecossistema e provocam grandes impactos ambientais, dos quais se pode destacar o aumento da temperatura nas cidades. Espaços urbanos são expressivamente mais quentes que os rurais devido a um fenômeno denominado “ilha de calor” (LOMBARDO, 1985). A formação destas “ilhas” está relacionada à impermeabilização do solo, elevada
148
concentração de poluentes, à falta de umidade nos ambientes, aos materiais de acabamento empregados, e principalmente à falta de preocupação e cuidado com as áreas vegetadas (BUENO, 1988). Uma série de autores discorre a respeito dos benefícios proporcionados pela vegetação em relação à melhoria do conforto e qualidade de vida no ambiente urbano. Diversas características benéficas que o uso da vegetação pode proporcionar são apontadas, dentre elas estão: sombreamento, influência na temperatura e umidade do ar, atenuação e reflexão da radiação solar, diminuição de gastos energéticos com mecanismos ativos de condicionamento de ar, capacidade de filtrar poluentes, interferência na velocidade dos ventos, benefícios para o solo e influência positiva no comportamento humano. Uma série de estudos evidencia, sobre vários aspectos, que a arborização urbana é eficiente na melhoria do microclima das cidades. A vegetação se mostra eficiente em amenizar a incidência da radiação solar, interferir na umidade relativa do ar e criar microclimas com boas condições de conforto. Porém, para que se potencializem os efeitos benéficos da vegetação na cidade, os projetos de áreas verdes devem levar em conta conhecimentos a respeito dos aspectos climáticos da vegetação. A caracterização das espécies arbóreas, realizada nesta pesquisa por meio da análise de dados coletados em medições em campo, busca proporcionar uma contribuição para a ampliação dos conhecimentos a respeito da influência da arborização em parâmetros ambientais (temperatura e umidade do ar e temperatura de globo) diretamente relacionadas às sensações de conforto. OBJETIVO
Esta pesquisa tem como objetivo principal avaliar e comparar o comportamento de três espécies arbóreas, Jambolão (Syzygium cumini L.), Pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya) e Pata de vaca (Bauhinia variegata), sendo as duas primeiras dispostas de forma isolada, e a terceira de forma agrupada. Além de comparar os resultados obtidos nesta pesquisa com os obtidos por Abreu (2008) para indivíduos arbóreos da espécie Jambolão (Syzygium cumini L.). METODOLOGIA O método utilizado para a realização das medições desta pesquisa é baseado na metodologia de avaliação do raio de influência da vegetação no microclima proposto Abreu (2008). Para a aplicação do método, considerando-se que as árvores sofrem a influência de seu entorno, foram selecionadas árvores, em idade adulta, que apresentassem entorno semelhante (a fim de poder compará-las) e com as seguintes características: piso uniforme e não pavimentado; ausência de interferência de outras árvores ou edifícios; ausência de obstruções a uma distância de 50m, a partir do tronco da árvore, nas direções norte, nordeste ou noroeste e topografia não muito acidentada. São dispostos, conforme apresentado pela figura 1, quatro tripés contendo, cada um, um registrador de temperatura e umidade, e um termômetro de globo. Um tripé é colocado sob a sombra da árvore, tendo sua posição alterada ao longo do dia para permanecer sombreado, e os outros três são dispostos em distâncias de 10m, 25m e 50m em relação ao tronco da árvore. São também realizadas medições de velocidade do vento nos pontos à sombra e à 25m.
149
Figura 141. Posicionamento dos equipamentos de medição. Fonte: Abreu (2008)
As medições de temperatura e umidade do ar foram registradas automaticamente a cada 30 minutos, sendo que a temperatura de globo e a velocidade do vento foram registradas por coleta manual de dados a cada 2 horas. As medições foram realizadas em um período de 8 horas, das 9:00 às 17:00 horas. O quadro1, disposto a seguir, apresenta a espécies, a forma de disposição, o local em que se encontram e a direção em que foram dispostos os equipamentos. Quadro 1. Árvores selecionadas para as medições. ESPÉCIE DISPOSIÇÃO LOCAL DIREÇÃO 1 Pata de vaca (Bauhinia variegata)
Grupo UFSCar – Campus São Carlos
0°
Jambolão (Syzygium cumini L.)
Isolada UFSCar – Campus São Carlos
45°
Pau-ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya)
Isolada Condomínio residencial Damha I – São Carlos
20°
1 Ângulo medido no sentido horário, a partir do norte. RESULTADOS Os resultados referentes ao parâmetro temperatura de globo apresentou para todas as espécies analisadas, assim como já era esperado, valores à sombra inferiores aos valores encontrados nos pontos ao sol (10m, 25m e 50m). Podendo, conforme o resultado obtido pelo teste de Tukey, esta diferença ser considerada significativa para os três casos. Segundo as respostas dadas pelo teste, pode-se considerar como insignificante a diferença de temperatura de globo encontrada entre os três pontos ensolarados. A análise comparativa dos parâmetros temperatura e umidade do ar é realizada com o auxílio de gráficos, que trazem os valores médios obtidos em cada ponto (sombra, 10m, 25m e 50m) durante os três dias de medição, assim como os valores médios das diferenças encontradas entre cada um dos pontos ao sol e o ponto sombreado, também durante os três dias de medição. São apresentados, também, quadros com o resumo das respostas obtidas pelo teste de Tukey para cada parâmetro.
150
A figura 2 apresenta a comparação entre a temperatura do ar apresentada nos dias medidos. Nota-se semelhança entre os valores obtidos para o indivíduo arbóreo da espécie jambolão e do agrupamento de patas de vaca, sendo que estes valores se mostram um pouco superiores aos obtidos durante as medições no indivíduo arbóreo da espécie pau ferro.
O gráfico apresenta também a variação de temperatura entre os pontos medidos, informação que se torna mais evidente na figura 2 colocada em sequencia, que relaciona a diferença das médias de temperatura do ar nos pontos ensolarados (10m, 25m e 50m) em relação ao ponto sombreado. A diferença é feita subtraindo-se os valores obtidos à sombra dos valores obtidos ao sol, uma vez que durante as medições os valores ao sol foram todos superiores aos obtidos à sombra.
Figura 2. Gráfico de comparação das médias da temperatura do ar (°C) medidas nas três espécies
Figura 3. Gráfico de comparação das médias da diferença de temperatura do ar (°C) entre os pontos ao sol e à
sombra medidas nas três espécies Quadro 2. Resumo das respostas fornecidas pelo teste de Tukey para o parâmetro temperatura do ar. De acordo com o teste de Tukey, existe evidência, a 95% de confiança, para rejeitar a hipótese de que a média da temperatura do ar seja a mesma? Entre o ponto à
sombra e à 10m Entre o ponto à sombra e à 25m
Entre o ponto à sombra e à 50m
Entre os três pontos ao sol.
Jambolão Syzygium cumini L
Sim
Sim
Sim
Não
Pata de vaca Bauhinia variegata
Sim
Sim
Sim
Não
Pau ferro Caesalpinia ferrea var. leiostachya
Não
Não
Sim
Não
151
A partir das informações apresentadas na figura 3, verifica-se que o indivíduo arbóreo da espécie jambolão apresentou as maiores variações entre as temperaturas à sombra e ao sol. Comparando-se os dados da figura 3 e do quadro 2, nota-se que apesar da diferença de temperatura do ar entre a sombra e os pontos 10m e 25m apresentadas pelo pau ferro serem semelhantes às diferenças apresentadas pelo grupo de patas de vaca, ela não é considerada significativa pelo teste de Tukey, isto porque o teste não leva em conta apenas a diferença das médias, mas também outros parâmetros estatísticos As figuras 4 e 5, a seguir, apresentam se forma semelhante às figuras anteriormente analisadas, os valores correspondentes ao parâmetro umidade relativa do ar:
Figura 4. Gráfico de comparação das médias da umidade relativa do ar (%) medidas nas três espécies
Figura 5. Gráfico de comparação das médias da diferença de umidade relativa do ar (%)entre o ponto à
sombra e os pontos ao sol
Quadro 3. Resumo das respostas fornecidas pelo teste de Tukey para o parâmetro umidade relativa do ar. De acordo com o teste de Tukey, existe evidência, a 95% de confiança, para rejeitar a hipótese de que a
média da umidade do ar seja a mesma? Entre o ponto à
sombra e à 10m Entre o ponto à sombra e à 25m
Entre o ponto à sombra e à 50m
Entre os três pontos ao sol.
Jambolão Syzygium cumini L
Sim
Sim
Sim
Não
Pata de vaca Bauhinia variegata
Sim
Sim
Sim
Não
Pau ferro Caesalpinia ferrea
var. leiostachya
Não
Não
Não
Não
152
A partir das informações contidas nas figuras 4 e 5 pode-se notar que o agrupamento de patas de vaca apresentou as maiores diferenças entre os valores obtidos à sombra e ao sol. Outro aspecto interessante é notar que nos três casos o ponto localizado a 25m mostrou-se o mais úmido, pois é o que possui menor diferença em relação à sombra. Tal comportamento não se assemelha ao observado na maioria dos resultados obtidos nas pesquisas de Abreu (2008), onde o ponto mais úmido é o localizado a 10m a partir do tronco da árvore. A seguir são realizadas comparações entre os resultados aqui obtidos e os resultados obtidos por Abreu (2008) para um indivíduo arbóreo da espécie Jambolão (Syzygium cumini L.). A princípio apresenta-se a tabela 1 contendo informações características das árvores avaliadas, e posteriormente os gráficos comparativos entre os valores médios dos parâmetros temperatura e umidade do ar. Tabela 1. Comparação de características do indivíduos arbóreos da espécie Jambolão (Syzygium cumini L.) nesta pesquisa e na pesquisa realizada por Abreu (2008). Jambolão Syzygium cumini L Dados de Abreu (2008) Dados desta pesquisaÍndice de área foliar 92,11% 93,3% Altura aproximada da árvore 8,0 m 5 m Altura do fuste 1,75 m 1,5m Diâmetro do tronco 43,0 cm 74 cm Diâmetro da copa 9,27m 6,20 m Dimensões da folha C: 15,0cm L: 6,0cm C: 16 cm L: 6 cm O gráfico abaixo apresenta as médias da temperatura do ar para cada ponto, obtidas pelas duas pesquisas durante todos os dias de medição.
Figura 5. Gráfico de comparação das médias de temperatura do ar (°C) entre as árvores da espécie Syzygium
cumini L. analisadas nesta pesquisa e na pesquisa de Abreu (2008)
Nota-se, a partir da figura 5, que os valores encontrados nesta pesquisa para os pontos à sombra, 10m, 25m e 50m são todos inferiores aos valores de seus respectivos pontos em Abreu (2008). Que enquanto o maior valor médio de temperatura do ar obtido nas medições da atual pesquisa se deu no ponto a 50m do tronco, na pesquisa realizada por Abreu (2008) o maior valor ocorreu a 10m do tronco. Nota-se também que é maior, na atual pesquisa, a diferença encontrada entre o valor de temperatura à sombra e nos pontos ensolarados.
153
A figura 6 apresenta a comparação entre as médias dos valores coletados durante todos os dias de medição, para a umidade do ar em cada ponto medido.
Figura 6. Gráfico de comparação das médias da umidade do ar (%) entre as árvores da espécie Syzygium
cumini L. analisadas nesta pesquisa e na pesquisa de Abreu (2008) A partir da comparação da figura 6, nota-se, além de uma grande diferença entre os valores em geral, um comportamento diferente em relação ao ponto situado a 10m do tronco da árvore, sendo que nos resultados de Abreu (2008) a umidade deste ponto atinge o maior valor, superando a umidade do ponto sombreado, enquanto que no resultado obtido nesta pesquisa de iniciação científica, todos os valores ao sol são inferiores ao ponto sombreado, e o ponto a 10m não se destaca em relação aos outros. Observa-se também uma grande diferença de comportamento no ponto localizado a 10m do tronco. Enquanto os dados colhidos nesta pesquisa apontam que o ponto a 10m possui uma umidade em média 6% inferior à umidade relativa à sombra, os estudos de Abreu (2008) evidenciam que o ponto a 10m apresenta umidade relativa cerca de 6,5% superior ao valor encontrado à sombra. É importante ressaltar que este comportamento apresentado no ponto 10m (ABREU, 2008) é recorrente também nos outros seis resultados obtidos pela autora, assim como o comportamento dos dados neste mesmo ponto, em nossa pesquisa é recorrente nas outras duas espécies analisadas. A ocorrência desta variação de resultados pode ser devida à diferenças ambientais e geográficas dos locais de medição (Campinas/São Carlos) ou pelas diferenças das características dos indivíduos avaliados, ou ainda por diferenças entre o período e intervalo de medições*.
*Abreu (2008) mede os parâmetros temperatura e umidade do ar em um período de 12 horas com intervalo de 10 em 10 minutos. A metodologia desta pesquisa de iniciação científica utiliza um período de oito horas, e mede os parâmetros temperatura e umidade do ar com intervalo de 30 em 30 minutos.
CONCLUSÕES A partir da pesquisa bibliográfica, constata-se que existe um numero crescente de estudos a respeito do uso de vegetação no ambiente urbano, sendo que estes apontam uma série de benefícios proporcionados pelo uso da vegetação, dentre os benefícios cita-se sombreamento, a influência na temperatura e umidade do ar, a atenuação e reflexão da radiação solar, diminuição de gastos energéticos com mecanismos ativos de condicionamento de ar, capacidade de
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filtrar poluentes, interferência na velocidade dos ventos, benefícios para o solo e influência positiva no comportamento humano. Porém aponta-se uma necessidade de ampliar e trabalhar estes conhecimentos adquiridos por meio de estudos de modo a fornecer informações práticas para sua utilização pelos projetistas. O Levantamento das condições de arborização no município de São Carlos revelou que apesar da ter ocorrido, ao longo do tempo, a formulação de inúmeras leis e decretos em prol do uso da vegetação no município, muitos não foram de fato seguidos, porém iniciativas mais recentes de planejamento e incentivo buscam estabelecer diretrizes mais sólidas para a implantação do uso de espécies vegetais na cidade. A respeito da caracterização das espécies arbóreas, a partir da análise dos dados coletados em campo, pode-se concluir que as árvores são capazes de provocar alteração nos valores de temperatura do ar e de globo, e na umidade do ar. A variação ocorre tanto entre os pontos à sombra e ao sol como entre os pontos ensolarados, porém esta última variação, segundo o teste de Tukey, não pôde ser considerada significativa em nenhum dos casos analisados. A diferença de temperatura de globo entre sol e sombra pode ser considerada significativa nos três casos medidos. A diferença de temperatura do ar, entre a sombra e todos os pontos ao sol, pode ser considerada significativa nas medições realizadas no indivíduo arbóreo Jambolão (Syzygium cumini L.) e no agrupamento de patas de vaca (Bauhinia variegata), sendo que para o indivíduo arbóreo da espécie pau ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya) pode ser considerada significativa a diferença de temperatura do ar entre a sombra e o ponto a 50 m do tronco. odendo se considerada significativa a diferença, na maioria dos casos, significativa a diferença ocorrida entre o ponto sombreado pela copa da árvore e os pontos ao sol. A diferença da umidade relativa do ar, entre a sombra e todos os pontos ao sol pode ser considerada significativa nas medições realizadas no indivíduo arbóreo da espécie Syzygium cumini L. e no agrupamento da espécie Bauhinia variegata, não podendo ser considerada significativa no caso do indivíduo arbóreo da espécie Caesalpinia ferrea var. leiostachya. A respeito da comparação entre resultados das medições nas árvores da espécie Jambolão (Syzygium cumini L.) aqui obtidos com os encontrados por Abreu (2008), observaram-se algumas diferenças, não sendo possível afirmar com clareza o seu motivo. Tal fato pode vir a estimular a realização de pesquisas mais aprofundadas, com medições mais complexas, na região de São Carlos, SP e em outras localidades, com a finalidade de comparação de seus resultados. Reconhece-se que os resultados aqui obtidos representam a uma aproximação do comportamento específico dos indivíduos arbóreos analisados, podendo não representar o comportamento característico da espécie. A ampliação dos estudos, tanto em complexidade de medições como em quantidade de indivíduos de mesma espécie medidos, poderia trazer alguma proximidade ao comportamento da espécie. Seria também interessante a realização de pesquisas semelhantes com foco multidisciplinar, aproximando-se do campo estatístico, de forma que se realizem testes de maior complexidade e em maior número.
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, L. V.; Avaliação da escala de influência da vegetação no microclima por diferentes espécies arbóreas. Campinas, SP, 2008. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, 2008. ABREU, L. V.; LABAKI, L. C. Avaliação do raio de influência da vegetação no microclima proporcionado por diferentes espécies arbóreas. In: ENCAC E ELACAC – ENCONTRO NACIONAL E ENCONTRO LATINO AMERICANO SOBRE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 2007, Ouro Preto. Anais... Ouro Preto: ANTAC, 2007. CD rom AHMED, K. S. Comfort in urban spaces: defining the boundaries outdoor thermal comfort for the tropical urban environments. Energy and Buildings, [S.I.], v. 35, p. 103-110, 2003. AKBARI, H.; LEVINSON, R.; MILLER, W.; BERDAHL, P. Cool colored roofs to save energy and improve air quality. In: PROC. INTERNATIONAL CONFERENCE PASSIVE AND LOW ENERGY COOLING FOR THE BUILT ENVIRONMENT, Santorini, Greece. Proceedings… 2005. ALBRECHT, J. M. F. Análise funcional, composição arbórea e manejo da malha viária da cidade de São Carlos-SP. São Carlos, SP, 1998. Dissertação (Doutorado) – Universidade Federal de São Carlos, 1998. ASSIS, E. S. Mecanismos de desenho urbano apropriado à atenuação da ilha de calor urbana: análise de desempenho de áreas verdes em clima tropical. Rio de Janeiro, RJ, 1990. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1990. BARBOSA, R.V. R. ; VECCHIA F. Contribuição das áreas verdes na atenuação do rigor térmico em ambientes urbanos. In: ENCAC E ELACAC – ENCONTRO NACIONAL E ENCONTRO LATINO AMERICANO SOBRE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 2007, Ouro Preto. Anais... Ouro Preto: ANTAC, 2007. CD rom BUENO, C. L. Estudo da atenuação da radiação solar incidente por diferentes espécies arbóreas. Campinas, SP, 1998. 177f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Engenharia Civil, Universidade Estadual de Campinas, 1998. BUENO-BARTHOLOMEI, C. L. Influência da vegetação no conforto térmico urbano e no ambiente construído. Campinas, SP, 2003. Tese (Doutorado) – Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, 2003.
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156
Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, v. 01, n. 04. 2009. Disponível em: <http://www.fec.unicamp.br/~parc/vol1/n4/vol1-n4-monteiro-alucci.pdf> Acesso em: 17 jan. 2010. MONTEIRO, L. M.; ALUCCI, M. P. Conforto térmico em espaços abertos com diferentes abrangências microclimáticas. Parte1: verificação experimental de modelos preditivos. In: ENCAC E ELACAC – ENCONTRO NACIONAL E ENCONTRO LATINO AMERICANO SOBRE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO., 2007 a, Ouro Preto. Anais... Ouro Preto: ANTAC, 2007 b. CD ROM MONTEIRO, L. M.; ALUCCI, M. P. Conforto térmico em espaços abertos com diferentes abrangências microlimáticas. Parte2: proposição de calibração de modelos preditivos. In: ENCAC E ELACAC – ENCONTRO NACIONAL E ENCONTRO LATINO AMERICANO SOBRE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDOe v., 2007, Ouro Preto. Anais... Ouro Preto: ANTAC, 2007 b. CD rom MONTEIRO, L. M.; ALUCCI, M. P. Índice de conforto térmico em espaços abertos. Parte1: revisão histórica. In: In: ENCAC E ELACAC – ENCONTRO NACIONAL E ENCONTRO LATINO AMERICANO SOBRE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 2005, Maceió. Anais... Maceió: ANTAC, 2005 a. CD ROM MONTEIRO, L. M.; ALUCCI, M. P. Índice de conforto térmico em espaços abertos. Parte2: estado da arte. In: ENCAC E ELACAC – ENCONTRO NACIONAL E ENCONTRO LATINO AMERICANO SOBRE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 2005 b, Maceió. Anais... Maceió: ANTAC, 2005 b. CD ROM MONTEIRO, L. M.; ALUCCI, M. Procedimentos para quantificação de variáveis para análise termofisiológica em espaços abertos. In: ENCAC E ELACAC – ENCONTRO NACIONAL E ENCONTRO LATINO AMERICANO SOBRE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 2005, Maceió. Anais... Maceió: ANTAC, 2005 c. CD rom MORENO, M. M. Parâmetros para implantação efetiva de áreas verdes em bairros periféricos de baixa densidade. Campinas, SP, 2006. 155p. Dissertação (mestrado). Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, 2006. Disponível em: <http:// http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000416277> Acesso em: 17 jan. 2010. OCHOA, J.M.; MANRICIC, I. Característica del material vegetal útiles en el desinõ
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ANEXO 3 – RESUMO ENVIADO AO 18° SIICUSP
Contribuições para o conforto térmico urbano: caracterização de
espécies arbóreas na cidade de São Carlos, SP. Ana Paula Oliveira Favretto, Karin M. S. Chvatal
Departamento de Arquitetura e Urbanismo, EESC, USP
Objetivos O processo de urbanização gera alterações nos ciclos de funcionamento do ecossistema, provocando, entre outros problemas, a elevação da temperatura. Diversos estudos mostram que a arborização urbana é eficiente na melhoria de microclimas.
Este trabalho busca, através de pesquisa bibliográfica, levantamentos a respeito da arborização no município de São Carlos, SP e medições em campo, apresentar informações que contribuam para a realização de projetos que tragam a melhoria do conforto térmico urbano através da arborização urbana.
Métodos/Procedimentos Partindo do pressuposto que diferentes espécies arbóreas se comportam de maneiras distintas, serão caracterizadas, com posterior comparação de seus resultados, três espécies: Jambolão (Cingingium cumini L.) e Pau-Ferro (Caesalpinia ferrea) – dispostas de forma isolada e Pata-de-vaca (Bauhinia variegata) – disposta em agrupamento.
A metodologia de caracterização baseou-se na de avaliação da atenuação da radiação solar proposta por Bueno-Bartolomei (2003) e Abreu (2008), em que se analisa o raio de influência de indivíduos arbóreos e agrupamentos através de medições de parâmetros ambientais (temperatura do ar e de globo e, velocidade do vento) realizadas à sombra da árvore e às distâncias de 10, 25 e 50m a partir do tronco da árvore. Utiliza-se também a fotografias obtidas com lente fisheye para determinar o fator de visão do céu.
Resultados A pesquisa bibliográfica evidencia que vários estudos comprovam os benefícios trazidos pelo uso da vegetação em ambiente urbano.
O levantamento sobre arborização do município de São Carlos revelou que embora leis e decretos tenham sido elaborados, estes não são adequadamente seguidos, e o município encontra-se em estágio inicial da aplicação de medidas em prol da arborização urbana. Os dados coletados para a caracterização das espécies ainda serão analisados.
Conclusões A arborização urbana traz uma série de benefícios à cidade, um deles relacionado à melhoria das condições de temperatura e umidade, porém muitas vezes os projetos de arborização ainda são realizados sem levar em conta aspectos relacionados ao conforto térmico. *Esta pesquisa é financiada pela FAPESP
Referências Bibliográficas ABREU, L. V.; Avaliação da escala de influência da vegetação no microclima por diferentes espécies arbóreas. Campinas, SP, 2008. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, 2008. BUENO-BARTHOLOMEI, C. L. Influência da vegetação no conforto térmico urbano e no ambiente construído. Campinas, SP, 2003. Tese (Doutorado) – Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, 2003.
158
ANEXO 4 - UTILIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA
A verba de reserva técnica concedida pela FAPESP foi empregada da
seguinte maneira:
Compra de material de consumo para as medições:
• 4 termômetros químicos para serem adaptados a termômetros de
globo (R$ 200,00);
• Tinta acrílica na cor Azul Burguês, e pincel de cerdas macias –
para a confecção dos globos a serem colocados nos termômetros
(R$ 23,00);
• Parafusos para a montagem de hastes de fixação dos
equipamentos de medições aos tripés (R$ 8,00);
• Fita fixa forte 19mm x 2m (marca 3M) para fixar os equipamentos
às hastes (R$ 9,40);
• Bússola para orientar a direção de disposição dos tripés com os
equipamentos (R$ 13);
Gastos com transporte terrestre:
• Duas viagens à UNICAMP com objetivos de ampliar os
conhecimentos sobre a metodologia utilizada, preparar
equipamentos e solicitar empréstimos de equipamentos. Foram
utilizadas 4 passagens de ônibus no percurso São Carlos –
Campinas.
159
A verba total concedida pela FAPESP foi de R$ 544,20, foram gastos
durante toda pesquisa R$ 360,19 sendo devolvido o restante, R$ 184,01, à
FAPESP por meio de depósito bancário.
160
ANEXO 5 – DADOS COLETADOS DURANTE AS MEDIÇÕES EM CAMPO: JAMBOLÃO (Syzygium cumini L.)
Espécie Jambolão (Syzygium cumini L.) Período Dias 07, 08 e 09 de julho de 2010 Parâmetro Diferença da Umidade Relativa do Ar – em porcentagem
(umidade ao sol – umidade à sombra)
07.07.2010
Figura 42. 07.07.2010 – Diferença da umidade relativa do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.)
08.07.2010
Figura 43. 08.07.2010 – Diferença da umidade relativa do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.)
161
09.07.2010
Figura 44. 09.07.2010 – Diferença da umidade relativa do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.)
Média dos três dias
Figura 45. Média dos dias 07, 08, e 09 .07.2010 – Diferença da umidade relativa do ar: Jambolão
(Syzygium cumini L.)
162
Espécie Jambolão (Syzygium cumini L.) Período Dias 07, 08 e 09 de julho de 2010 Parâmetro Diferença de Temperatura do Ar – em °C
(temperatura ao sol – temperatura à sombra)
07.07.2010
Figura 46 - 07.07.2010 - Diferença da temperatura do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.)
08.07.2010
Figura 47 - 08.07.2010 - Diferença da temperatura do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.)
163
09.07.2010
Figura 48- 09.07.2010 - Diferença da temperatura do ar: Jambolão (Syzygium cumini L.)
Média dos três dias
Figura 49 - Média dos dias 07, 08 e 09 .07.2010 - Diferença da temperatura do ar: Jambolão
(Syzygium cumini L.)
164
Espécie Jambolão (Syzygium cumini L.) Período Dias 07, 08 e 09 de julho de 2010 Parâmetro Diferença de Temperatura de Globo – em °C
(temperatura ao sol – temperatura à sombra)
07.07.2010
Figura 50 - 07.07.2010 - Diferença da temperatura de globo: Jambolão (Syzygium cumini L.)
08.07.2010
Figura 51 - 08.07.2010 - Diferença da temperatura de globo: Jambolão (Syzygium cumini L.)
165
09.07.2010
Figura 52 - 09.07.2010 - Diferença da temperatura de globo: Jambolão (Syzygium cumini L.)
Média dos três dias
Figura 53 - Média dos dias 07, 08, e 09 .07.2010 - Diferença da temperatura de globo: Jambolão
(Syzygium cumini L.) *A média de temperatura apresentada às 16:30 consiste da média dos dias 08 e 09 de julho de 2010, uma vez que no dia 07 o parâmetro não foi medido neste horário.
166
Tabela 31. Dados coletados no dia 07.07. 2010: Jambolão (Syzygium cumini L.)
Data: 07.07.2010
Horário Ponto de medição
Temperatura (°C)
U.R. (%)
Temp. Globo (°C)
Vvento (m/s)
09:00 Sombra 17,9 59 19 0,19610m 19,04 51,6 23 25m 19,04 54,3 21,5 0,27850m 18,66 53,3 23
09:30 Sombra 18,66 57,6 10m 21,33 47,2 25m 20,57 50 50m 20,19 49,4
10:00 Sombra 19,42 54,2 10m 21,71 43,2 25m 20,95 46,3 50m 20,95 45,2
10:30 Sombra 20,95 49,3 10m 24,4 36,4 25m 24,4 39 50m 23,63 38,6
11:00 Sombra 21,71 45 23 0,7710m 25,17 32,8 28 25m 24,79 35,3 26,5 0,38950m 24,4 34,4 28,5
11:30 Sombra 22,48 43,2 10m 26,73 30,5 25m 26,34 31,8 50m 26,34 31
12:00 Sombra 23,24 40,2 10m 26,73 29,2 25m 26,73 30,2 50m 26,34 29,5
12:30 Sombra 23,24 39,4 10m 26,73 29,4 25m 26,73 30,9 50m 26,73 29,8
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Data: 07.07.2010
Horário Ponto de medição
Temperatura (°C)
U.R. (%)
Temp. Globo (°C)
Vvento (m/s)
13:00 Sombra 24,01 34,2 25,5 0,48410m 27,12 26,2 30 25m 27,52 26,3 29,5 2,77750m 27,12 25,9 32
13:30 Sombra 24,01 32,8 10m 27,12 25,7 25m 27,91 25,5 50m 28,31 24,5
14:00 Sombra 24,79 33,1 10m 27,52 26,1 25m 27,91 26 50m 28,31 25
14:30 Sombra 24,79 30,5 10m 27,12 25,4 25m 27,12 25,7 50m 28,31 24,5
15:00 Sombra 24,79 30,3 25 0,26310m 26,34 25,6 28,5 25m 26,34 26,3 28 1,59150m 27,12 25,2 29,5
15:30 Sombra 24,4 31,2 10m 25,95 26,4 25m 25,56 27,2 50m 26,34 25,8
16:00 Sombra 24,79 30,5 10m 26,73 25,5 25m 26,34 26,6 50m 26,73 25,2
16:30 Sombra 24,4 31,4 10m 25,95 26,2 25m 25,95 26,9 50m 26,34 25,8
17:00 Sombra 24,01 32,8 23,5 0,110m 24,79 28,8 25 25m 24,79 29,6 23,5 1,12650m 23,63 29,5 21
168
Tabela 32. Dados coletados no dia 08.07. 2010: Jambolão (Syzygium cumini L.)
Data: 08.07.2010
Horário Ponto de medição
Temperatura (°C)
U.R. (%)
Temp. Globo (°C)
Vvento (m/s)
09:00 Sombra 19,04 43,6 19,5 0,80610m 20,95 35,5 23,5 25m 20,95 37,4 23,25 3,46850m 21,33 34,6 23,5
09:30 Sombra 19,42 41,2 10m 22,09 32,8 25m 21,71 35 50m 22,09 32,1
10:00 Sombra 20,57 39,9 10m 23,63 30,9 25m 23,24 32,7 50m 23,63 30,5
10:30 Sombra 21,71 36,9 10m 25,56 27,2 25m 25,17 28,9 50m 25,56 27
11:00 Sombra 22,48 34,3 24 1,62610m 26,34 25,8 29,25 25m 25,95 27,1 29 2.33350m 26,34 25,8 29,25
11:30 Sombra 23,63 30,9 10m 27,52 24,1 25m 27,52 24,9 50m 27,91 24,3
12:00 Sombra 23,63 27,9 10m 26,73 23,7 25m 26,34 24,2 50m 27,12 23,7
12:30 Sombra 23,63 28,2 10m 27,12 23,9 25m 26,73 24,2 50m 27,12 23,7
169
Data: 08.07.2010
Horário Ponto de medição
Temperatura (°C)
U.R. (%)
Temp. Globo (°C)
Vvento (m/s)
13:00 Sombra 24,4 28,6 24,75 0,35710m 27,91 23,8 32,5 25m 26,73 24,2 26,73 24,250m 28,7 23,6 33,5
13:30 Sombra 24,79 27,9 10m 29,1 23,6 25m 29,1 23,8 50m 29,9 23,8
14:00 Sombra 25,17 27,8 10m 29,5 23,6 25m 29,5 23,6 50m 30,71 23,9
14:30 Sombra 25,17 27,1 10m 27,91 23,7 25m 27,91 23,8 50m 29,1 23,6
15:00 Sombra 25,56 28,1 25,5 0,2210m 29,1 23,8 33,5 25m 29,1 24 33,25 0,73650m 30,31 23,6 34,25
15:30 Sombra 25,95 27,6 10m 28,7 23,6 25m 29,1 23,8 50m 31,12 23,9
16:00 Sombra 25,95 26,9 10m 27,52 23,9 25m 27,91 23,8 50m 29,5 23,6
16:30 Sombra 25,56 27 24,5 0,12110m 26,73 24,2 26 25m 26,73 24,7 25,5 0,10950m 27,91 23,7 25
17:00 Sombra 24,79 28,1 24 0,36610m 25,95 25,1 27 25m 25,95 25,6 27 0,62550m 24,79 25,3 22,5
170
Tabela 33. Dados coletados no dia 09.07. 2010: Jambolão (Syzygium cumini L.)
Data: 09.07.2010
Horário Ponto de medição
Temperatura (°C)
U.R. (%)
Temp. Globo (°C)
Vvento (m/s)
09:00 Sombra 20,57 41,9 21 0,91410m 21,71 35,9 24,75 25m 21,71 37,2 24,5 3,59350m 23,24 32,7 25
09:30 Sombra 21,33 40,1 10m 22,86 34,1 25m 22,86 35,5 50m 24,01 31,8
10:00 Sombra 22,09 38,5 10m 24,01 31,8 25m 24,01 33,3 50m 24,79 30,3
10:30 Sombra 22,48 38,3 10m 24,4 31,9 25m 24,01 33,3 50m 25,17 30,4
11:00 Sombra 22,86 37,2 23,5 1,6110m 24,79 30,9 28,25 25m 24,79 31,8 27,75 2,80350m 25,95 28,9 28,75
11:30 Sombra 23,63 36,4 10m 25,95 29,3 25m 25,95 30,7 50m 27,12 28
12:00 Sombra 24,4 33,5 10m 26,73 27,6 25m 26,34 28,6 50m 27,12 26,6
12:30 Sombra 24,4 32,2 10m 26,73 27 25m 26,73 28,1 50m 27,12 26,2
171
Data: 09.07.2010
Horário Ponto de medição
Temperatura (°C)
U.R. (%)
Temp. Globo (°C)
Vvento (m/s)
13:00 Sombra 25,17 32,3 26 0,47810m 27,52 26,8 32 25m 27,52 27,9 32,5 3,13950m 29,1 26 32
13:30 Sombra 25,56 30,5 10m 28,31 25,2 25m 27,91 26 50m 29,1 24,6
14:00 Sombra 25,95 30,2 10m 28,31 25 25m 28,31 25,7 50m 29,5 24,4
14:30 Sombra 26,34 29,5 10m 29,5 24,4 25m 29,5 24,8 50m 31,12 24
15:00 Sombra 26,34 29,3 28 0,20610m 29,5 24,4 36,5 25m 29,9 24,8 35,75 0,71450m 31,12 23,9 36
15:30 Sombra 25,95 29,1 10m 27,91 25,1 25m 27,91 25,8 50m 28,7 24,5
16:00 Sombra 25,95 29,1 10m 27,91 24,8 25m 28,7 24,9 50m 29,1 24
16:30 Sombra 25,17 31,1 26,25 0,18710m 26,34 27,5 30,5 25m 26,73 28,3 31 0,72550m 26,73 27 31
17:00 Sombra 24,4 32,4 24,5 0,07510m 24,4 30,3 25,5 25m 24,4 31,2 25 0,43750m 24,01 30 22,5
172
ANEXO 6 – DADOS COLETADOS DURANTE AS MEDIÇÕES EM CAMPO:
PATAS DE VACA (Bauhinia variegata)
Espécie Pata de Vaca (Bauhinia variegata) Período Dias 11, 12 e 18 de julho de 2010 Parâmetro Diferença da Umidade Relativa do Ar – em porcentagem
(umidade ao sol – umidade à sombra)
11.07.2010
Figura 54 - 11.07.2010 – Diferença da umidade relativa do ar: Pata de vaca (Bauhinia variegata)
12.07.2010
Figura 55 - 12.07.2010 – Diferença da umidade relativa do ar: Pata de vaca (Bauhinia variegata)
173
18.07.2010
Figura 56 - 18.07.2010 – Diferença da umidade relativa do ar: Pata de vaca (Bauhinia variegata)
Média dos três dias
Figura 57 - Média dos dias 11, 12 e 18, 07.2010 – Diferença da umidade relativa do ar: Pata de vaca
(Bauhinia variegata)
174
Espécie Pata de Vaca (Bauhinia variegata) Período Dias 11, 12 e 18 de julho de 2010 Parâmetro Diferença da Temperatura do Ar – em °C
(temperatura ao sol – temperatura à sombra)
11.07.2010
Figura 58 - 11.07.2010 - Diferença da temperatura do ar: Patas de vaca (Bauhinia variegata)
12.07.2010
Figura 59 - 12.07.2010 - Diferença da temperatura do ar: Patas de vaca (Bauhinia variegata)
175
18.07.2010
Figura 60 - 18.07.2010 - Diferença da temperatura do ar: Patas de vaca (Bauhinia variegata)
Média dos três dias
Figura 61 – Média dos dias 11, 12 e 18 07.2010 - Diferença da temperatura do ar: Patas de vaca
(Bauhinia variegata)
176
Espécie Pata de Vaca (Bauhinia variegata) Período Dias 11, 12 e 18 de julho de 2010 Parâmetro Diferença da Temperatura de Globo – em °C
(temperatura ao sol – temperatura à sombra)
11.07.2010
Figura 62 – 11.07.2010 - Diferença da temperatura de globo: Patas de vaca (Bauhinia variegata)
12.07.2010
Figura 63– 12.07.2010 - Diferença da temperatura de globo: Patas de vaca (Bauhinia variegata)
177
18.07.2010
Figura 64– 18.07.2010 - Diferença da temperatura de globo: Patas de vaca (Bauhinia variegata)
Média dos três dias
Figura 65– Média dos dias 11, 12 e 18 07.2010 - Diferença da temperatura de globo: Patas de vaca
(Bauhinia variegata)
178
Tabela 34 - Dados coletados no dia 11.07. 2010: Patas de vaca (Bauhinia variegata)
Data: 11.07.2010
Horário Ponto de medição
Temperatura (°C)
U.R. (%)
Temp. Globo (°C)
Vvento (m/s)
09:00 Sombra 19,42 66 20 1,96810m 20,95 59 24 25m 20,57 61,7 24,5 1,68750m 20,95 59,5 24,5
09:30 Sombra 19,42 66 10m 21,33 57,6 25m 21,33 60 50m 21,33 58,1
10:00 Sombra 20,57 63,4 10m 22,09 54,7 25m 22,48 56,6 50m 22,86 53,6
10:30 Sombra 21,71 59,9 10m 23,63 51,5 25m 23,63 53,2 50m 24,01 50,3
11:00 Sombra 22,09 57,7 24,4 1.08910m 24,79 46,4 29,5 25m 24,79 48,4 29,5 1,27850m 25,17 45,8 30,5
11:30 Sombra 22,86 54,7 10m 26,34 42,7 25m 25,56 45,7 50m 26,34 42,9
12:00 Sombra 23,63 50,4 10m 26,73 39,6 25m 26,73 41,4 50m 27,12 38,8
12:30 Sombra 24,4 46,5 10m 27,91 36,3 25m 27,52 38,4 50m 28,31 35,5
179
Data: 11.07.2010
Horário Ponto de medição
Temperatura (°C)
U.R. (%)
Temp. Globo (°C)
Vvento (m/s)
13:00 Sombra 25,95 41,2 25,5 1,59610m 28,7 33,1 34 25m 27,91 34,9 32,5 0,7250m 28,7 32,2 33
13:30 Sombra 25,56 39,2 10m 28,31 30,8 25m 28,31 32,3 50m 29,5 29,8
14:00 Sombra 25,95 39 10m 29,1 30,4 25m 29,1 31,8 50m 29,9 29,2
14:30 Sombra 26,34 35,1 10m 29,1 29 25m 28,7 30,1 50m 29,5 28,4
15:00 Sombra 26,34 35,1 26,5 0,96710m 28,7 29,3 34 25m 28,31 30,6 34,75 0,25750m 29,1 28,6 35
15:30 Sombra 26,34 34,8 10m 30,31 27,4 25m 30,31 28,4 50m 30,71 26,8
16:00 Sombra 26,34 36,2 27 0,75810m 29,5 28,9 32,5 25m 29,1 30,2 32 0,48750m 29,9 28,4 33
16:30 Sombra 25,95 37,4 26,25 1,1310m 28,7 30,6 30,75 25m 28,7 31,3 30,75 1,0550m 29,5 29,6 30,5
17:00 Sombra 25,17 40,6 25 0,18510m 27,52 33 28,5 25m 26,34 35,1 24,25 0,53350m 28,31 32,5 27,5
180
Tabela 35- Dados coletados no dia 12.07. 2010: Patas de vaca (Bauhinia variegata)
Data: 12.07.2010
Horário Ponto de medição
Temperatura (°C)
U.R. (%)
Temp. Globo (°C)
Vvento (m/s)
09:00 Sombra 20,57 59,4 21,25 1,80810m 22,86 50,1 27 25m 22,48 52,4 26,5 1,07350m 23,24 49,2 26,6
09:30 Sombra 21,71 57 10m 24,01 46,8 25m 23,63 49,6 50m 24,01 46,3
10:00 Sombra 22,86 53,6 10m 24,4 45,9 25m 24,4 48,2 50m 25,56 43,7
10:30 Sombra 24,01 50,1 10m 25,56 43,2 25m 25,17 45,7 50m 26,34 40,6
11:00 Sombra 24,79 49,4 24,75 0,74710m 26,73 41,4 32,5 25m 26,73 43,6 31,75 2,21850m 28,7 38 32,5
11:30 Sombra 24,79 49,2 10m 27,52 40,1 25m 27,12 42,7 50m 28,7 37,5
12:00 Sombra 25,17 47,2 10m 28,31 37,2 25m 28,31 39,4 50m 29,9 34,2
12:30 Sombra 26,34 44,5 10m 28,31 35,7 25m 27,91 38,3 50m 29,1 34,1
181
Data: 12.07.2010
Horário Ponto de medição
Temperatura (°C)
U.R. (%)
Temp. Globo (°C)
Vvento (m/s)
13:00 Sombra 27,12 41,3 28,5 2,06310m 29,5 33,7 34,5 25m 29,5 35,7 33,5 1,19150m 30,71 31,9 34
13:30 Sombra 27,52 38,4 10m 29,9 31,9 25m 29,5 33,4 50m 31,12 29,4
14:00 Sombra 27,52 37,1 10m 29,9 31 25m 29,5 32,6 50m 31,12 29,7
14:30 Sombra 27,52 36,4 10m 28,7 31,9 25m 28,7 33,4 50m 29,9 30,5
15:00 Sombra 28,31 33,8 29 3,14910m 29,9 29,2 33,5 25m 29,5 30,4 32,5 1,4150m 30,71 28,4 33,5
15:30 Sombra 27,91 32,9 10m 29,9 28,8 25m 29,5 30,1 50m 30,31 28
16:00 Sombra 27,91 33,6 28 1,8410m 29,9 28,8 32,5 25m 29,9 30 32 0,7550m 30,31 28,2 31,5
16:30 Sombra 27,52 32,7 28 1,52910m 28,7 29,1 31 25m 28,7 30,3 30,5 1,91450m 29,5 28 30,5
17:00 Sombra 26,34 38,8 26,5 1,1410m 26,73 35,7 26,5 25m 26,73 36,8 26 0,53150m 27,52 33,9 26,5
182
Tabela 36- Dados coletados no dia 18.07. 2010: Patas de vaca (Bauhinia variegata)
Data: 18.07.2010
Horário Ponto de medição
Temperatura (°C)
U.R. (%)
Temp. Globo (°C)
Vvento (m/s)
09:00 Sombra 18,66 71,2 19,5 0,43410m 19,81 66,4 23,5 25m 20,19 64,2 24 0,91150m 19,81 68,8 23,5
09:30 Sombra 19,42 67,4 10m 20,57 61,7 25m 20,95 60,1 50m 20,57 63,8
10:00 Sombra 20,19 65 10m 20,95 60,7 25m 21,33 58,6 50m 21,33 62,2
10:30 Sombra 20,57 63,1 10m 21,71 58 25m 22,09 56,4 50m 22,09 59,5
11:00 Sombra 20,95 61 22,5 1,38510m 22,09 55,7 25,75 25m 22,48 53,7 25,5 1.12250m 22,09 58,2 25,75
11:30 Sombra 22,48 57,6 22,5 10m 23,24 52,9 29 25m 23,63 51,7 29,5 50m 23,63 54,2 28,5
12:00 Sombra 22,09 58,7 10m 24,4 49,7 25m 25,17 47,5 50m 25,17 50,5
12:30 Sombra 22,48 56,6 10m 23,63 50,3 25m 24,4 48,1 50m 24,4 50,7
183
Data: 18.07.2010
Horário Ponto de medição
Temperatura (°C)
U.R. (%)
Temp. Globo (°C)
Vvento (m/s)
13:00 Sombra 23,63 54,5 24,5 0,89410m 25,95 45,6 32 25m 26,34 44,3 33 2.35350m 26,34 47,3 31
13:30 Sombra 24,4 51,1 10m 26,34 42,8 25m 27,12 41,1 50m 27,52 42,7
14:00 Sombra 25,17 46 10m 27,12 39,3 25m 27,52 38,1 50m 27,52 39,5
14:30 Sombra 25,56 42,4 10m 26,73 37,6 25m 27,12 37,3 50m 27,91 38,3
15:00 Sombra 24,79 42,9 26 0,75810m 27,12 36 34,5 25m 27,52 35,2 33,75 0,33750m 27,91 36,8 33,25
15:30 Sombra 25,56 41,3 10m 27,91 33,9 25m 28,7 32,7 50m 28,7 34,5
16:00 Sombra 24,79 41,3 25 0,15510m 26,73 35,1 28 25m 27,12 35 28,5 0,88250m 26,73 35,8 28
16:30 Sombra 24,4 44,4 25 0,22110m 26,34 38,6 31 25m 26,73 37,6 30,75 0,89150m 27,12 39,5 30
17:00 Sombra 24,01 46,2 24 0,6810m 25,56 40,1 27,25 25m 25,95 40 26,75 0,1850m 26,34 40,9 26,75
184
ANEXO 7 – DADOS COLETADOS DURANTE AS MEDIÇÕES EM CAMPO:
PAU FERRO (Caesalpinia ferrea var. leiostachya)
Espécie Pau Ferro (Caesalpinia ferrea) Período Dias 13, 16 e 20 de agosto de 2010 Parâmetro Diferença da Umidade Relativa do Ar – em porcentagem
(umidade ao sol – umidade à sombra)
13.08.2010
Figura 66 - 13.08.2010 – Diferença da umidade relativa do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var.
leiostachya)
16.08.2010
Figura 67 - 16.08.2010 – Diferença da umidade relativa do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var.
leiostachya)
185
20.08.2010
Figura 68 - 20.08.2010 – Diferença da umidade relativa do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var.
leiostachya)
Média dos três dias
Figura 69 – Média dos dias 13, 16 e 20 do 08.2010 – Diferença da umidade relativa do ar: Pau ferro
(Caesalpinia ferrea var. leiostachya)
186
Espécie Pau Ferro (Caesalpinia ferrea) Período Dias 13, 16 e 20 de agosto de 2010 Parâmetro Diferença de Temperatura do Ar – em °C
(temperatura ao sol – temperatura à sombra)
13.08.2010
Figura 70 - 13.08.2010 – Diferença da temperatura do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var.
leiostachya)
16.08.2010
Figura 71 - 16.08.2010 – Diferença da temperatura do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var.
leiostachya)
187
20.08.2010
Figura 72 - 20.08.2010 – Diferença da temperatura do ar: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var.
leiostachya)
Média dos três dias
Figura 73 – Média dos dias 13, 16 e 20 do 08.2010 – Diferença da temperatura do ar: Pau ferro
(Caesalpinia ferrea var. leiostachya)
188
Espécie Pau Ferro (Caesalpinia ferrea) Período Dias 13, 16 e 20 de agosto de 2010 Parâmetro Diferença de Temperatura de Globo – em °C
(temperatura ao sol – temperatura à sombra)
13.08.2010
Figura 74 - 13.08.2010 – Diferença da temperatura de globo: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var.
leiostachya)
16.08.2010
Figura 75- 16.08.2010 – Diferença da temperatura de globo: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var.
leiostachya)
189
20.08.2010
Figura 76- 20.08.2010 – Diferença da temperatura de globo: Pau ferro (Caesalpinia ferrea var.
leiostachya)
Média dos três dias
Figura 77 – Média dos dias 13, 16 e 20 do 08.2010 – Diferença da temperatura de globo: Pau ferro
(Caesalpinia ferrea var. leiostachya)
190
Tabela 37. Dados coletados no dia 13.08. 2010: Pau ferro (Caesalpinia ferre var leiostachya) Data: 13.08.2010 Horário Ponto de
medição Temperatura (°C)
U.R. (%)
Temp. Globo (°C)
Vvento (m/s)
09:00 Sombra 19,42 49,4 20,5 3,987
10m 20,95 44 23,5
25m 20,57 46,3 23,5 3,521
50m 21,33 42,7 24
09:30 Sombra 20,57 46,6
10m 22,09 41,5
25m 22,09 43,3
50m 22,09 40,3
10:00 Sombra 21,33 43,1
10m 22,86 38
25m 22,86 39,6
50m 23,24 36,9
10:30 Sombra 22,48 40,8
10m 24,4 35,6
25m 24,4 37,4
50m 24,79 34,6
11:00 Sombra 24,01 37,8 25 4,612
10m 25,56 32,5 29,5
25m 25,56 34,2 29,5 3,829
50m 26,34 32,1 30
11:30 Sombra 24,4 36,6
10m 26,34 32,3
25m 26,34 33,2
50m 26,73 30,9
12:00 Sombra 25,17 35,5
10m 27,12 31,1
25m 27,12 32,5
50m 27,12 29,9
12:30 Sombra 25,95 33,2
10m 27,52 29,8
25m 27,91 30,9
50m 28,31 28,1
191
Data: 13.08.2010 Horário Ponto de medição
Temperatura (°C)
U.R. (%)
Temp. Globo (°C)
Vvento (m/s)
13:00 Sombra 27,12 29,3 28 2,013
10m 28,31 26,6 32
25m 28,7 27,8 32,5 1,768
50m 29,1 26,2 33
13:30 Sombra 27,52 28,3
10m 27,91 26,9
25m 28,31 27,7
50m 29,1 26
14:00 Sombra 27,12 29,5
10m 27,91 27,4
25m 28,31 28,5
50m 28,7 26,5
14:30 Sombra 26,73 29,4
10m 27,91 27,6
25m 27,91 28,2
50m 28,31 26,8
15:00 Sombra 26,73 29,6 27,75 2,117
10m 27,91 27,6 30,75
25m 27,91 28,8 31,25 1,159
50m 28,31 27,1 31,5
15:30 Sombra 26,73 29,8
10m 27,52 27,7
25m 27,52 28,9
50m 27,91 27,4
16:00 Sombra 26,34 31,1 27,5 1,832
10m 27,12 29 29
25m 27,12 30,2 29 1,239
50m 27,12 29,1 29,25
16:30 Sombra 25,95 30,6 27 3,025
10m 26,34 29,2 27,5
25m 26,34 30,3 27,5 2,757
50m 26,34 29,3 27,5
17:00 Sombra 25,17 30,4 25,5 3,377
10m 25,17 29,5 25,5
25m 25,17 31 25,5 2.336
50m 25,17 29,9 25,5
192
Tabela 38. Dados coletados no dia 16.08. 2010: Pau ferro (Caesalpinia ferre var leiostachya) Data: 16.08.2010
Horário Ponto de medição
Temperatura (°C)
U.R. (%)
Temp. Globo (°C)
Vvento (m/s)
09:00 Sombra 11,38 64,3 14 3,988
10m 12,93 56 16,5
25m 12,93 57,3 16,75 3,21
50m 12,93 56,4 16
09:30 Sombra 11,77 59,3
10m 13,7 51
25m 13,7 51,3
50m 14,09 49,7
10:00 Sombra 12,93 57,7
10m 14,85 48,8
25m 14,85 49,6
50m 14,85 48,6
10:30 Sombra 13,7 54,2
10m 16 44,8
25m 15,62 45,5
50m 15,62 45,3
11:00 Sombra 14,85 50,5 16 3,373
10m 17,14 40,7 21,25
25m 17,9 41,3 22,5 0,904
50m 17,52 40,5 21
11:30 Sombra 16 44,5
10m 18,66 35,4
25m 18,66 37,3
50m 18,66 36,2
12:00 Sombra 16,76 40,9
10m 19,42 32,2
25m 19,81 32,6
50m 19,81 32,6
12:30 Sombra 17,9 38
10m 21,33 29,5
25m 20,95 30,9
50m 20,57 30,8
193
Data: 16.08.2010
Horário Ponto de medição
Temperatura (°C)
U.R. (%)
Temp. Globo (°C)
Vvento (m/s)
13:00 Sombra 18,66 35,7 19,5 2,726
10m 22,09 27,6 26
25m 21,33 29,5 26 2,509
50m 21,33 29 24,75
13:30 Sombra 19,04 33,4
10m 22,09 26,4
25m 22,09 27,6
50m 22,09 27
14:00 Sombra 20,57 29,2
10m 22,48 25,1
25m 22,09 26,7
50m 22,09 26,1
14:30 Sombra 20,95 28,1
10m 23,63 24,5
25m 22,86 25,6
50m 23,24 25,3
15:00 Sombra 19,81 29,5 21,75 0,835
10m 22,86 24,7 27
25m 22,86 25,6 27 1,566
50m 22,86 25 26,5
15:30 Sombra 20,19 29,1
10m 23,24 24,3
25m 22,86 25,3
50m 23,24 24,6
16:00 Sombra 20,57 28,5 21,5 0,564
10m 22,48 24,7 26,5
25m 22,09 25,8 26,75 1,349
50m 22,09 25,5 26
16:30 Sombra 19,81 28,7 20,5 0,772
10m 21,71 24,8 24,25
25m 21,71 26,2 24,75 0,792
50m 21,71 25,9 24,5
17:00 Sombra 19,04 31,3 19,5 2.202
10m 20,57 27,1 22,5
25m 20,19 28,9 22,75 1,554
50m 20,19 28,3 22,25
194
Tabela 39. Dados coletados no dia 20.08.2010: Pau ferro (Caesalpinia ferre var leiostachya) Data: 20.08.2010
Horário Ponto de medição
Temperatura (°C)
U.R. (%)
Temp. Globo (°C)
Vvento (m/s)
09:00 Sombra 19,42 35,4 20,4 1,594
10m 21,33 31,2 25,5
25m 20,95 32,2 25 0,508
50m 21,71 30,5 25,25
09:30 Sombra 19,81 35,6
10m 22,09 29,9
25m 22,09 31,5
50m 22,48 28,9
10:00 Sombra 20,19 33,9
10m 22,48 28,9
25m 22,48 30
50m 22,86 27,9
10:30 Sombra 20,95 32,4
10m 24,01 27,1
25m 24,01 27,8
50m 24,4 25,9
11:00 Sombra 20,95 32,4 20,95 32,4
10m 24,4 26,2 28,5
25m 24,01 27,6 28,4 1,24
50m 25,17 25,5 28,4
11:30 Sombra 22,86 28,6
10m 25,56 24,9
25m 25,56 26
50m 26,34 24,5
12:00 Sombra 23,63 27,7
10m 27,12 24,1
25m 27,12 24,1
50m 28,31 23,6
12:30 Sombra 24,4 26,2
10m 28,7 23,6
25m 28,31 23,8
50m 29,1 23,7
195
Data: 20.08.2010
Horário Ponto de medição
Temperatura (°C)
U.R. (%)
Temp. Globo (°C)
Vvento (m/s)
13:00 Sombra 25,17 25,8 26,1 0,958
10m 29,5 23,6 33,5
25m 29,1 23,6 32,5 0,738
50m 30,31 24,6 32,5
13:30 Sombra 25,17 25,2
10m 29,9 23,8
25m 29,1 23,6
50m 30,71 24,7
14:00 Sombra 26,34 24,2
10m 29,5 23,7
25m 29,5 23,6
50m 30,71 23,9
14:30 Sombra 26,34 24
10m 29,1 24,4
25m 29,1 23,7
50m 29,9 24,5
15:00 Sombra 26,34 23,7 28,2 1,234
10m 29,5 24,4 34,5
25m 29,5 23,7 33,6 0,635
50m 30,31 24,6 33,5
15:30 Sombra 26,34 24
10m 28,7 23,7
25m 28,7 23,7
50m 29,5 24,4
16:00 Sombra 26,34 23,5 27,2 0,388
10m 29,5 24,4 32,4
25m 29,1 24,4 32,2 0,457
50m 29,5 24,4 32
16:30 Sombra 27,12 23,5 28,1 0,168
10m 29,5 24,4 32,1
25m 29,1 23,7 32 1,267
50m 29,5 24,4 31,1
17:00 Sombra 25,56 23,8 25,6 1,38
10m 26,73 23,5 27,7
25m 26,73 23,5 27,5 1,792
50m 26,34 23,5 27