cálculo i - aula 12 - 726

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André Gustavo Campos Pereira Joaquim Elias de Freitas Roosewelt Fonseca Soares Cálculo I DISCIPLINA Mais técnicas de integração e a integral imprópria Autores aula 12

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integracao aula de cálculo 1

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  • Andr Gustavo Campos Pereira

    Joaquim Elias de Freitas

    Roosewelt Fonseca Soares

    Clculo ID I S C I P L I N A

    Mais tcnicas de integrao e a integral imprpria

    Autores

    aula

    12

  • Aula 12 ClculoICopyright 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorizao expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

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    Fotografias - Adauto HarleyStock.XCHG - www.sxc.hu

  • Aula 12 ClculoI 1Copyright 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorizao expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

    Apresentao

    N a aula 11 (Propriedades da integral definida e tcnicas de integrao), comeamos a estudar as tcnicas de integrao, as quais utilizamos para calcular a integral quando a primitiva no nos era dada de forma direta. Existem muitas funes que so expressas como quociente de duas funes, por exemplo, a funo tg(x) =

    sen(x)cos(x)

    .

    Nesta aula, estudaremos como resolver a integral de uma funo que um quociente de polinmios, para isso estudaremos a tcnica de integrao chamada de decomposio em fraes parciais.

    At o momento, estudamos a integral de uma funo f contnua definida num intervalo fechado [a, b], o que implicava que a f era limitada. Nesta aula, estudaremos as integrais imprprias que nos permitiro calcular a integral quando a definio das integrais definidas no se aplica por um (ou pelos dois) dos seguintes motivos: o intervalo de integrao no ser limitado ou a funo do integrando no ser limitada.

    ObjetivosEsperamos que ao final desta aula voc saiba utilizar os mtodos da decomposio em fraes parciais e a integrao imprpria para calcular diversas integrais.

  • Aula 12 ClculoI2 Aula 12 ClculoI

    Decomposio em fraes parciais

    Consideremos o polinmio racional G(x)H(x)

    prprio, isto , G(x) e H(x) so polinmios

    com coeficientes reais, com o grau do polinmio no numerador menor que o grau do polinmio do denominador. Seja p o grau de H(x). Geralmente, esses polinmios

    racionais so de difcil integrao, mas, a decomposio em fraes parciais reescreve o polinmio em uma forma mais fcil de integrar.

    Existe um teorema em lgebra que afirma que um polinmio racional prprio G(x)H(x)

    , com denominador com grau n, pode ser escrito na forma G(x)H(x)

    = W1(x) +W2(x) + . . .+Wk(x) ,

    onde W1(x),W2(x), . . . ,Wk(x) so fraes das formas A(x a)m

    ou Bx+ C(x2 + bx+ c)m

    ,

    que so denominadas de fraes parciais, onde a representa uma raiz real de H(x) e

    x2 + bx+ c um trinmio que fator de H(x), obtido a partir de duas razes complexas conjugadas. Antes de fazer um exemplo para ilustrar o teorema da lgebra a que nos referimos anteriormente, relembremos o que so razes complexas conjugadas.

    Vimos na disciplina Geometria Analtica e Nmeros Complexos que dado um nmero complexo z = a+ bi, ento, seu conjugado dado por z = a bi .

    Vocs viram na aula 7 (Nmeros complexos) da disciplina Geometria Analtica e Nmeros Complexos que se um nmero complexo z = a+ bi for raiz de um polinmio com coeficientes reais, o conjugado z = a bi tambm raiz desse polinmio. Ento, teremos que z, z so razes conjugadas do polinmio.

  • Aula 12 ClculoI Aula 12 ClculoI

    Exemplo 1Encontre as razes do polinmio p(x) = x2 2x+ 5 e verifique se elas so conjugadas.

    Soluo

    Vemos que este um polinmio com coeficientes reais, portanto, se ele possuir uma raiz z ento z automaticamente ser uma outra raiz desse polinmio. Calculando o = (2)2 4.1.5 = 16 < 0 , logo, as razes so complexas, e calculando-as temos r1 = 1 + 2i e r2 = 1 2i. Assim, temos que o trinmio obtido a partir dessas duas razes complexas conjugadas x2 2x+ 5 = (x (1 + 2i)) (x (1 + 2i)) .

    Portanto, para cada par de razes complexas conjugadas de H(x), teremos um trinmio o x2 + bx+ c, que formado por essas razes e que far parte da decomposio em fraes parciais.

    Apresentaremos agora duas regras que nos permitiro escrever um polinmio racional de uma forma diferente.

    Regra 1 Para cada raiz real a de H(x) de multiplicidade n, corresponde a n fraes par-ciais da forma:

    A1(x a)

    +A2

    (x a)2+ . . .+

    An(x a)n

    Regra 2 Para cada par de razes complexas conjugadas de H(x) de multiplicidade m, que d origem a um fator do tipo x2 + bx+ c, corresponde a m fraes parciais da forma:

    B1x+ C1(x2 + bx+ c)

    +B2x+ C2

    (x2 + bx+ c)2+ . . .+

    Bmx+ Cm(x2 + bx+ c)m

    .

    Est tudo muito solto, concorda? Vamos resolver um exemplo e explicar onde cada regra dessa se encaixa.

    Exemplo 2Considere o polinmio racional x

    2 + x+ 1(x 1)(x2 + x+ 1)

    prprio, pois o numerador

    do 2 grau e o denominador do 3 grau. Quais os termos que devero fazer parte da decomposio em fraes parciais desse polinmio?

    Soluo

    Observemos o denominador (x 1)(x2 + x+ 1).

    Veja que as razes desse quociente so 1 e os complexos conjugados z =1 +

    3i

    2

    e z =1

    3i

    2. Assim, o trinmio x2 + x+ 1 formado a partir dessas

    razes conjugadas.

  • Aula 12 ClculoI Aula 12 ClculoI

    Depois de identificar as razes reais e os trinmios obtidos pelas razes complexas conjugadas, identificamos a multiplicidade de cada raiz desta e de cada trinmio deste.

    Neste exemplo, temos que a multiplicidade da raiz real 1, e, pela regra 1, na decomposio em somas parciais deve constar um termo da forma A

    x 1.

    Neste exemplo teremos que a multiplicidade do trinmio x2 + x+ 1 tambm 1, e, pela

    regra 2, na decomposio em somas parciais deve constar um termo da forma Bx+ Cx2 + x+ 1

    .

    Neste momento, voc deve estar se perguntando: Tudo bem, j sei quais os termos que devem aparecer na decomposio em fraes parciais, mas devemos somar ou multiplicar estes termos?

    Para responder a essa sua curiosidade, temos que fazer a conta, entretanto temos uns valores A, B e C que ainda no foram determinados. Por ora, faamos os clculos sem nos preocuparmos com seus valores. O que acontece se multiplicarmos?

    A

    (x 1)(Bx+ C)

    (x2 + x+ 1)=

    A(Bx+ C)(x 1)(x2 + x+ 1)

    .

    O denominador est igual, mas se olharmos com cuidado veremos que o grau do polinmio que aparece no numerador 1, e se relembrarmos o grau do polinmio inicial veremos que seu grau era 2, ou seja, multiplicar no nos d a expresso inicial.

    Ento, nos resta escrever

    x2 + x+ 1(x 1)(x2 + x+ 1)

    =A

    (x 1)+

    Bx+ C(x2 + x+ 1)

    .

    Posteriormente nesta aula, apresentaremos como determinar A, B e C na igualdade anterior.

    Se calcularmos o grau de cada termo do denominador, por exemplo, o grau de (x a)k k , o grau de (x2 + x+ 1)l 2l , e somarmos tais graus, essa soma deve ser igual a p, o grau de H(x).

    Exemplo 3Considere o polinmio racional x

    5 + x+ 1(x 1)3(x2 + x+ 1)2

    prprio, pois o numerador

    do 5 grau e o denominador do 7 (7 = 3 + 2 2) grau. Encontre sua decomposio em

    fraes parciais.

    Soluo

    Observemos o denominador (x 1)3(x2 + x+ 1)2 .

  • Aula 12 ClculoI Aula 12 ClculoI

    Veja que as razes desse quociente so 1 e os complexos conjugados z =1 +

    3i

    2

    e z =1

    3i

    2. Assim, o trinmio x2 + x+ 1 formado a partir dessas

    razes conjugadas.

    Depois de identificar as razes reais e os trinmios obtidos pelas razes complexas conjugadas, identificamos a multiplicidade de cada raiz desta e de cada trinmio deste.

    Neste exemplo, temos que a multiplicidade da raiz real 3, e, pela regra 1, na decomposio

    em somas parciais deve constar a soma dos termos A1x 1

    +A2

    (x 1)2+

    A3

    (x 1)3.

    Neste exemplo, teremos que a multiplicidade do trinmio x2 + x+ 1 2, e, pela regra 2,

    na decomposio em somas parciais deve constar a soma B1x+ C1x2 + x+ 1

    +B2x+ C2

    (x2 + x+ 1)2.

    Pela aplicao das regras 1 e 2 neste exemplo, podemos escrever

    x5 + x+ 1(x 1)3(x2 + x+ 1)2

    =A1

    (x 1)+

    A2

    (x 1)2+

    A3

    (x 1)3+

    B1x+ C1(x2 + x+ 1)

    +B2x+ C2

    (x2 + x+ 1)2.

    E como fazemos para obter os coeficientes?

    Vamos ilustrar como isso feito comeando com um exemplo que no possua tantos coeficientes.

    Exemplo 4Considere o polinmio racional 2x

    2 + x+ 1(x 1)2(x2 + x+ 1)

    prprio, pois o numerador do

    2 grau e o denominador do 4 grau.

    Pela aplicao das regras 1 e 2 neste exemplo, podemos escrever 2x2 + x+ 1

    (x 1)2(x2 + x+ 1)=

    A1(x 1)

    +A2

    (x 1)2+

    B1x+ C1(x2 + x+ 1)

    .

    Neste caso, o grau de H(x) 4. Se multiplicarmos ambos os membros por H(x) = (x 1)2(x2 + x+ 1), obteremos

    2x2 + x+ 1(x 1)2(x2 + x+ 1)

    (x 1)2(x2 + x+ 1) =

    A1(x 1)

    +A2

    (x 1)2+

    B1x+ C1(x2 + x+ 1)

    (x 1)2(x2 + x+ 1)

    2x2 + x+ 1 = A1(x 1)(x2 + x+ 1) +A2(x2 + x+ 1) + (B1x+ C1)(x 1)2

    = A1(x3 + x2 + x x2 x 1) +A2(x2 + x+ 1) + (B1x+ C1)(x2 2x+ 1)

    = A1(x3 1) +A2(x2 + x+ 1) +B1(x3 2x2 + x) + C1(x2 2x+ 1)

    = (A1 +B1)x3 + (A2 2B1 + C1)x2 + (A2 +B1 2C1)xA1 +A2 + C1

  • Aula 12 ClculoI Aula 12 ClculoI

    Aplicaremos agora o mtodo dos coeficientes a serem determinados para calcularmos os 4 coeficienes A1, A2, B 1, e C1. Igualando os coeficientes de uma mesma potncia ou anulando os coeficientes de potncias inexistentes, obtemos o sistema linear:

    A1 +B1 = 0A2 2B1 + C1 = 2A2 +B1 2C1 = 1A1 +A2 + C1 = 1

    somando as 4 equaes, obtemos:

    3A2 = 4, A2 =43

    .

    Somando a 2 equao com a 3 multiplicada por 2, obtemos:

    3A2 3C1 = 4,4 3C1 = 4, .C1 = 0.

    Da 4 equao, obtemos:

    A1 = A2 + C1 1 =43 0 1 = 1

    3

    Da 1 equao, obtemos:

    B1 = A1 = 13

    .

    Portanto, substituindo os coeficientes A1, A2, B1, e C1 calculados, temos como resultado do mtodo das fraes parciais:

    2x2 + x+ 1(x 1)2(x2 + x+ 1)

    =1

    3(x 1)+

    43(x 1)2

    x3(x2 + x+ 1)

    .

    Resumindo, para determinar os coeficientes das fraes parciais, pelo mtodo dos coeficientes a determinar, iguale o polinmio racional soma de todas as fraes parciais, elimine o denominador e coloque os termos em ordem decrescente das potncias de x. Iguale os coeficientes de uma mesma potncia e obtenha um sistema linear para determinar todos os coeficientes.

  • Aula 12 ClculoI Aula 12 ClculoI

    Exemplo 5Considere o polinmio racional x

    5 + x+ 1(x 1)3(x2 + x+ 1)2

    prprio, encontre sua decomposio em fraes parciais.

    Soluo

    J vimos no exemplo 3 que podemos reescrever esse polinmio em fraes parciais como

    x5 + x+ 1(x 1)3(x2 + x+ 1)2

    =A1

    (x 1)+

    A2

    (x 1)2+

    A3

    (x 1)3+

    B1x+ C1(x2 + x+ 1)

    +B2x+ C2

    (x2 + x+ 1)2.

    Se multiplicarmos ambos os membros por H(x) = (x 1)3(x2 + x+ 1)2 , obteremos

    x5 + x+ 1(x 1)3(x2 + x+ 1)2

    (x 1)3(x2 + x+ 1)2 =

    A1(x 1)

    +A2

    (x 1)2+

    A3

    (x 1)3+

    B1x+ C1(x2 + x+ 1)

    +B2x+ C2

    (x2 + x+ 1)2

    (x 1)3(x2 + x+ 1)2

    x5 + x+ 1 = A1(x 1)2(x2 + x+ 1)2 +A2(x 1)(x2 + x+ 1)

    2 +A3(x2 + x+ 1)2 +

    (B1x+ C1)(x 1)3(x2 + x+ 1) + (B2x+ C2)(x 1)3

    Expandindo cada fator dessa soma, obtemos

    A1(x 1)2(x2 + x+ 1)2 = A1(x6 2x3 + 1)

    A2(x 1)(x2 + x+ 1)2 = A2(x5 + x4 + x3 x2 x 1)

    A3(x2 + x+ 1)2 = A3(x4 + 2x3 + 3x2 + 2x+ 1)

    (B1x + C1)(x 1)3(x2 + x + 1) = (B1x + C1)(x5 2x4 + x3 x2 + 2x 1) =B1x

    62B1x5+B1x4B1x3+2B1x2B1x+C1x52C1x4+C1x3C1x2+2C1xC1(B1x + C1)(x 1)3(x2 + x + 1) = (B1x + C1)(x5 2x4 + x3 x2 + 2x 1) =

    B1x62B1x5+B1x4B1x3+2B1x2B1x+C1x52C1x4+C1x3C1x2+2C1xC1

    (B2x+ C2)(x 1)3 = B2x4 3B2x3 + 3B2x2 B2x+ C2x3 3C2x2 + 3C2x C2)

    Somando os termos anteriores e agrupando aqueles de mesmo grau, temos

    x5 + x+ 1 = (B1 +A1)x6 + (A2 2B1 +C1)x5 + (2C1 +B1 +A2 +A3 +B2)x4 ++(C1B1+A2+C22A1+2A33B2)x3+(A2+3A3+3B2+2B1C13C2)x2++ (B1 B2 + 2A3 + 2C1 + 3C2 A2)x+A1 A2 +A3 C1 C2.

  • Aula 12 ClculoI Aula 12 ClculoI

    Igualando os coeficientes de mesma potncia, obtemos o seguinte sistema linear

    B1 +A1 = 0A2 2B1 + C1 = 1

    2C1 +B1 +A2 +A3 +B2 = 0C1 B1 +A2 + C2 2A1 + 2A3 3B2 = 0A2 + 3A3 + 3B2 + 2B1 C1 3C2 = 0B1 B2 + 2A3 + 2C1 + 3C2 A2 = 1

    A1 A2 +A3 C1 C2 = 1

    cuja soluo determinar todos os coeficientes.

    hora de revisar a aula 3 (Sistemas de equaes lineares) de lgebra Linear I. Vamos dar a soluo, mas esperamos que voc utilize as tcnicas desenvolvidas naquela aula para resolv-lo, certo?

    A1 =59, A2 = 0, A3 =

    13, B1 =

    59, B2 = 0, C1 =

    19, C2 = 0

    Substituindo os valores encontrados na equao

    x5 + x+ 1(x 1)3(x2 + x+ 1)2

    =A1

    (x 1)+

    A2

    (x 1)2+

    A3

    (x 1)3+

    B1x+ C1(x2 + x+ 1)

    +B2x+ C2

    (x2 + x+ 1)2.,

    temos

    x5 + x+ 1(x 1)3(x2 + x+ 1)2

    =5

    9(x 1)+

    13(x 1)3

    5x+ 1(x2 + x+ 1)

    .

    Voc deve estar se perguntando: Se olharmos o denominador do lado esquerdo teremos grau 7, e se olharmos o do lado direito teremos um denominador 5, o que aconteceu? Se voc calcular os polinmios x5 + x+ 1 e x2 + x+ 1, voc ver que existem duas razes em comum, logo, se os decompormos e suprimirmos os termos comuns teremos que

    x5 + x+ 1(x 1)3(x2 + x+ 1)2

    =x3 x+ 1

    (x 1)3(x2 + x+ 1).

    Agora, se enquadra melhor com o que estudamos.

    Ento, voc nota que essa tcnica nos ajuda at em saber se os polinmios envolvidos tm razes em comum, embora esse no seja o objetivo principal.

    Exemplo 6Expresse, em fraes parciais, o polinmio racional:

    x+ 2(x 1)2

    .

  • Aula 12 ClculoI Aula 12 ClculoI

    Soluo

    Aplicando a tcnica de decomposio em fraes parciais, tem-se:

    x+ 2(x 1)2

    =A1

    (x 1)+

    A2

    (x 1)2

    Eliminando o denominador, obtemos:

    x+ 2 = A1(x 1) +A2 .

    Colocando os termos em ordem decrescente das potncias de x, obtemos:

    x+ 2 = A1x+A2 A1 .

    Igualando os coeficientes de uma mesma potncia, obtemos o sistema linear:

    A1 = 1A2 A1 = 2

    Resolvendo o sistema, obtemos:A1 = 1A2 = 2 + 1 = 3

    Portanto,x+ 2

    (x 1)2=

    1(x 1)

    +3

    (x 1)2.

    Mtodo de Heaviside fraes parciais

    Aplica-se este mtodo quando o denominador do polinmio racional H(x) tem n razes reais distintas r1, r2, . . . , rn , de modo que:

    H(x) = (x r1)(x r2) (x rn).

    A idia a mesma, apenas utilizamos o fato das razes serem distintas e conseguimos calcular as constantes de uma forma bem mais simples sem a necessidade de resolver sistemas. Ilustremos essa facilidade com a soluo de um exemplo.

    Exemplo 7Usando o mtodo de Heaviside, determine A1, A2 e A3 nas fraes parciais:

    x+ 2(x 1)(x 2)(x 5)

    =A1

    (x 1)+

    A2(x 2)

    +A3

    (x 5).

  • Aula 12 ClculoI10 Aula 12 ClculoI

    Soluo

    Para melhor entender o mtodo, fazemos G(x) = x+ 2 , o numerador do polinmio racional. Para calcular A1, multiplicamos ambos os membros por (x 1) e obtemos:

    G(x)(x 1)(x 1)(x 2)(x 5)

    =A1(x 1)(x 1)

    +A2(x 1)(x 2)

    +A3(x 1)(x 5)

    .

    Fazendo as simplificaes e colocando (x 1) em evidncia, temos:G(x)

    (x 2)(x 5)= A1 +

    A2

    (x 2)+

    A3(x 5)

    (x 1) .

    Fazendo x = 1 , temos:

    G(1)(1 2)(1 5)

    = A1 +

    A2(1 2)

    +A3

    (1 5)

    (1 1),

    1 + 2(1)(4)

    = A1 +

    A2(1 2)

    +A3

    (1 5)

    (0),

    34= A1 + 0 = A1.

    Para calcular A2, multiplicamos ambos os membros por (x - 2) e obtemos:

    G(x)(x 2)(x 1)(x 2)(x 5)

    =A1(x 2)(x 1)

    +A2(x 2)(x 2)

    +A3(x 2)(x 5)

    .

    Fazendo as simplificaes e colocando (x - 2) em evidncia, temos:

    G(x)(x 1)(x 5)

    = A2 +

    A1(x 1)

    +A3

    (x 5)

    (x 2).

    Fazendo x = 2, temos:

    G(2)(2 1)(2 5)

    = A2 +

    A1(2 1)

    +A3

    (2 5)

    (2 2),

    2 + 2(1)(3)

    = A2 +

    A2(2 1)

    +A3

    (2 5)

    (0),

    43

    = A2 + 0,

    A2 = 43

    .

    Para calcular A3, multiplicamos ambos os membros por (x - 5) e obtemos:

    G(x)(x 5)(x 1)(x 2)(x 5)

    =A1(x 5)(x 1)

    +A2(x 5)(x 2)

    +A3(x 5)(x 5)

    .

    Fazendo as simplificaes e colocando (x - 5) em evidncia, temos:

    G(x)(x 1)(x 2)

    =

    A1(x 1)

    +A2

    (x 2)

    (x 5) +A3.

  • Aula 12 ClculoI Aula 12 ClculoI 11

    Atividade 1

    1

    2

    Fazendo x = 5, temos:

    G(5)(5 1)(5 2)

    =

    A1(5 1)

    +A2

    (5 2)

    (5 5) +A3,

    2 + 5(4)(3)

    =

    A1(5 1)

    +A2

    (5 2)

    (0) +A3,

    712

    = A3 + 0,

    A3 =712

    .

    Resumindo, aplicando o mtodo de decomposio em fraes parciais, encontramos os coeficientes e obtemos:

    x+ 2(x 1)(x 2)(x 5)

    =3

    4(x 1) 4

    3(x 2)+

    712(x 5)

    .

    Utilize os mtodos de decomposio em fraes parciais para encontrar a forma de reescrever os seguintes polinmios racionais.

    x+ 2(x 1)(x 5)

    x 2(x+ 1)(x 5)

    x

    (x+ 1)2=

    A2(x+ 1)2

    +A1

    (x+ 1)

    x2 3x+ 7(x 1)2(x 4)2

    x2 x+ 7(x 2)(x 3)2

    x

    (x 2)2

  • Aula 12 ClculoI12 Aula 12 ClculoI

    Clculo de integrais usando fraes parciais

    Voc deve estar se perguntando: O que isso que estamos estudando desde o comeo desta aula tem a ver com o clculo de integrais?

    Exemplo 8Calcule

    x+ 2

    (x 1)(x 2)(x 5)dx .

    Soluo

    Uma primitiva para este tipo de funo no simples de visualizar. Entretanto, estudamos esta funo do integrando no exemplo 7 e vimos que podemos reescrev-la como

    x+ 2(x 1)(x 2)(x 5)

    =3

    4(x 1) 4

    3(x 2)+

    712(x 5)

    ,

    portanto,

    x+ 2(x 1)(x 2)(x 5)

    dx =

    34(x 1)

    43(x 2)

    +7

    12(x 5)

    dx.

    Utilizando as operaes de integrao, obtemos

    x+ 2(x 1)(x 2)(x 5)

    dx =

    34(x 1)

    dx

    43(x 2)

    dx+

    712(x 5)

    dx

    x+ 2

    (x 1)(x 2)(x 5)dx =

    34

    1

    (x 1)dx 4

    3

    1

    (x 2)dx+

    712

    1

    (x 5)dx,

    e utilizando a substituio u vista na aula 9 (Mais primitivas e as somas de Riemann), obtemos

    x+ 2

    (x 1)(x 2)(x 5)dx =

    34ln(x 1) 4

    3ln(x 2) + 7

    12ln(x 5) + C.

    Exemplo 9Calcule

    2x2 + x+ 1

    (x 1)2(x2 + x+ 1)dx .

  • Aula 12 ClculoI Aula 12 ClculoI 1

    Soluo

    Se a primitiva do exemplo anterior j era difcil de imaginar, a deste muito mais!. Entretanto, vimos no exemplo 4 que podemos reescrever a frao anterior como

    2x2 + x+ 1(x 1)2(x2 + x+ 1)

    =1

    3(x 1)+

    43(x 1)2

    x3(x2 + x+ 1)

    ,

    portanto,

    2x2 + x+ 1(x 1)2(x2 + x+ 1)

    dx =

    13(x 1)

    +4

    3(x 1)2 x

    3(x2 + x+ 1)

    dx.

    Utilizando as operaes de integrao, obtemos

    2x2 + x+ 1(x 1)2(x2 + x+ 1)

    dx =

    13(x 1)

    dx+

    43(x 1)2

    dx

    x

    3(x2 + x+ 1)dx,

    vamos resolver separadamente as trs integrais acima do 2 membro. Utilizaremos a substituio u vista na aula 9 para resolver essas trs integrais:

    i) fazendo u = x 1 e du = dx , e substituindo em

    13(x 1)

    dx, obtemos:

    13(x 1)

    dx =

    13(u)

    du =13lnu+ C =

    13ln(x 1) + C;

    ii) fazendo u = x 1 e du = dx, e substituindo em

    43(x 1)2

    dx , obtemos:

    43(x 1)2

    dx =

    43(u)2

    du =43

    u2du =

    431u+ C =

    43(x 1)

    + C;

    iii) como o denominador da 3 integral 3(x2 + x+ 1) = 3x2 + 3x+ 3 um trinmio com razes complexas da forma ax2 + bx+ c , devemos completar o quadrado do trinmio

    somando e subtraindo

    b

    2a

    2.

    mais simples completar o quadrado do trinmio 3(x2 + x+ 1), onde a = b = c = 1

    e

    b

    2a

    2=

    1

    2 1

    2=

    12

    2, obtendo

    3(x2 + x+ 1) = 3

    x2 + x+

    12

    212

    2+ 1

    ,

    3(x2 + x+ 1) = 3

    x 1

    2

    2+

    34

    .

    Portanto a 3 integral pode ser reescrita na forma

    x

    3(x2 + x+ 1)dx =

    x

    3

    x 1

    2

    2+

    34

    dx

  • Aula 12 ClculoI1 Aula 12 ClculoI

    Fazendo u = x12, x = u+

    12

    e du = dx e substituindo

    x

    3(x2 + x+ 1)dx =

    u 1

    2

    3(u)2 +

    34

    du,

    x

    3(x2 + x+ 1)dx =

    u

    3u2 +

    34

    du 12

    1

    3u2 +

    34

    du,

    x

    3(x2 + x+ 1)dx =

    16

    2u

    u2 +34

    du 16

    1

    u2 +

    32

    2du,

    j escrevemos as integrais do 2 membro acima de modo que a 1 fosse um logaritmo e a 2 podemos obter da tabela de integrais que viemos criando desde a aula 8 (A primitiva).

    x

    3(x2 + x+ 1)dx =

    16lnu2 +

    34

    1

    6arctg

    u3/2

    + C,

    x

    3(x2 + x+ 1)dx =

    16ln

    x 1

    2

    2+

    34

    1

    6arctg

    2x 1

    2

    3

    + C,

    x

    3(x2 + x+ 1)dx =

    16ln(x2 + x+ 1) 1

    6arctg

    2x 1

    3

    + C,

    juntando as trs integrais calculadas, temos:

    2x2 + x+ 1(x 1)2(x2 + x+ 1)

    dx =

    13(x 1)

    dx+

    43(x 1)2

    dx

    x

    3(x2 + x+ 1)dx

    =13ln(x 1) + 4

    3(x 1)16ln(x2 + x+ 1) 1

    6arctg

    2x 1

    3

    + C

    =13ln(x 1) + 4

    3(x 1) 1

    6ln(x2 + x+ 1) +

    16arctg

    2x 1

    3

    + C.

    Resumindo, o resultado

    2x2 + x+ 1(x 1)2(x2 + x+ 1)

    dx =

    13ln(x 1) + 4

    3(x 1) 1

    6ln(x2 + x+ 1) +

    16arctg

    2x 1

    3

    + C.

    Agora com voc!

  • Aula 12 ClculoI Aula 12 ClculoI 1

    Atividade 2

    Integrais imprpriasDeterminar se uma funo integrvel muito difcil. J conversamos bastante sobre

    funes contnuas e integrao nas aulas 10 (A integral definida) e 11, mas para deixar registrado essa ligao, anunciamos a seguir um teorema muito importante.

    Calcule as integrais das funes da atividade 1.

    Teorema

    Seja f uma funo contnua definida em um intervalo fechado [a, b] ento f integrvel.

    Mas, existem muitos casos em que f no contnua ou o intervalo de integrao no limitado, por esse motivo importante estender o conceito de integral. A essas extenses chamamos integrais imprprias.

    Apresentamos a seguir os casos mais comuns e perceba como o conceito de limite usado para fazer a extenso.

    Caso 1 - Seja f contnua em [a, b]), define-se baf(x)dx = lim

    cb

    caf(x)dx .

    Caso 2 - Seja f contnua em ([a, b], define-se baf(x)dx = lim

    ca+

    bcf(x)dx .

    Caso - Seja f contnua em [a, d) (d, b], define-se baf(x)dx = lim

    cd

    caf(x)dx+ lim

    cd+

    bcf(x)dx.

    Caso - Seja f contnua em [a,), define-se a

    f(x)dx = limc

    caf(x)dx .

    Caso - Seja f contnua em (, b], define-se b

    f(x)dx = limc

    bcf(x)dx.

    Caso - Seja f contnua em (,), define-se

    f(x)dx = lima

    0a

    f(x)dx+ limb

    b0f(x)dx.

  • Aula 12 ClculoI1 Aula 12 ClculoI

    Se os limites usados (um ou dois), dependendo do caso, convergirem, dizemos que a integral imprpria converge, caso contrrio dizemos que a integral imprpria diverge.

    Utilizaremos a seguintes integrais indefinidas conhecidas,

    13xdx =

    1

    x13

    dx =

    x13 =

    x113

    1 13

    + C =3x

    23

    2+ C =

    3 3x2

    2+ C

    e

    1x2

    dx =

    x2dx =x12

    1 2+ C =

    x1

    1+ C = 1

    x+ C ,

    para ilustrar atravs de exemplos os casos apresentados de integrais imprprias.

    Os exemplos 10 e 11 a seguir referem-se ao caso 1.

    Exemplo 10f(x) =

    13x

    contnua em [8, 0)

    08

    13xdx = lim

    c0

    c8

    13xdx = lim

    c0

    3 3x2

    2

    c

    8

    = limc0

    3

    3c2

    2

    3 3(8)2

    2

    =

    0 3.42

    = 6

    como o limite acima existe, a integral converge.

    Exemplo 11f(x) =

    1x2

    contnua em [1, 0)

    01

    1x2

    dx = limc0

    c1

    1x2

    dx = limc0

    1x

    c1

    = limc0

    1c 1

    1

    = () =

    como o limite acima no existe, a integral diverge.

    Os exemplos 12 e 1 a seguir referem-se ao caso 2.

    Exemplo 12 Seja f(x) =

    13x

    contnua em (0, 8],

  • Aula 12 ClculoI Aula 12 ClculoI 1

    Atividade 3

    80

    13xdx = lim

    c0+

    8c

    13xdx = lim

    c0+

    3 3x2

    2

    8

    c

    = limc0+

    3 382

    2 3

    3c 2

    2

    = 6;

    como o limite acima existe, a integral converge.

    Exemplo 13 Seja f(x) =

    1x2

    contnua em (0, 1]

    10

    1x2

    dx = limc0+

    10

    1x2

    dx = limc0+

    1x

    1c

    = limc0+

    11 1

    c

    = () =

    como o limite acima no existe, a integral diverge.

    Adapte os exemplos anteriores para o caso 3.

    Os exemplos 1 e 1 a seguir referem-se ao caso .

    Exemplo 14 Seja f(x) =

    13x

    contnua em [8,),

    8

    13xdx = lim

    c

    c8

    13xdx = lim

    c

    3 3x2

    2

    c

    8

    = limc

    3

    3c2

    2

    3 3(8)2

    2

    =

    como o limite acima no existe, a integral diverge

    Exemplo 15Seja f(x) =

    1x2

    contnua em [1,)

    1

    1x2

    dx = limc

    c1

    1x2

    dx = limc

    1x

    c1

    = limc

    1c 1

    1

    = () =

    como o limite acima no existe, a integral diverge.

  • Aula 12 ClculoI1 Aula 12 ClculoI

    Atividade 4

    Resumo

    Adapte os exemplos anteriores para os casos 5 e 6.

    Nesta aula, vimos como utilizar a tcnica de decomposio e fraes parciais

    para calcular a integral de uma funo do tipo GG((xx))HH((xx))

    , onde GG((xx)) e HH((xx)) so

    polinmios com coefi cientes reais, com o grau do polinmio do numerador menor que o grau do polinmio do denominador. Tambm vimos como utilizar as integrais imprprias para calcular a integral nos casos em que f no era contnua ou o intervalo de integrao no era limitado.

  • Aula 12 ClculoI Aula 12 ClculoI 1

    1

    2

    Auto-avaliaoComo utilizar o mtodo da decomposio em fraes parciais para resolver a

    integral de uma funo que expressa da forma G(x)H(x)

    , onde G(x) e H(x) so

    polinmios com coeficientes reais, com o grau do polinmio do numerador maior

    que o grau do polinmio do denominador?

    Qual a diferena entre o mtodo da decomposio em fraes parciais e mtodo de Heaviside de fraes parciais?

    RefernciasANTON, Howard. Clculo: um novo horizonte. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2000. v 1.

    GUIDORIZZI, Hamilton Luiz. Um curso de clculo. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001. v 1.

    SIMMONS, George F. Clculo: com geometria analtica. So Paulo: McGraw-Hill, 1987. v 1.

    THOMAS, George B. Clculo. So Paulo: Addison Wesley, 2002.

  • Aula 12 ClculoI20 Aula 12 ClculoI

    Anotaes

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