cálculo i - aula 12 - 726
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integracao aula de cálculo 1TRANSCRIPT
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Andr Gustavo Campos Pereira
Joaquim Elias de Freitas
Roosewelt Fonseca Soares
Clculo ID I S C I P L I N A
Mais tcnicas de integrao e a integral imprpria
Autores
aula
12
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Aula 12 ClculoICopyright 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorizao expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
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Apresentao
N a aula 11 (Propriedades da integral definida e tcnicas de integrao), comeamos a estudar as tcnicas de integrao, as quais utilizamos para calcular a integral quando a primitiva no nos era dada de forma direta. Existem muitas funes que so expressas como quociente de duas funes, por exemplo, a funo tg(x) =
sen(x)cos(x)
.
Nesta aula, estudaremos como resolver a integral de uma funo que um quociente de polinmios, para isso estudaremos a tcnica de integrao chamada de decomposio em fraes parciais.
At o momento, estudamos a integral de uma funo f contnua definida num intervalo fechado [a, b], o que implicava que a f era limitada. Nesta aula, estudaremos as integrais imprprias que nos permitiro calcular a integral quando a definio das integrais definidas no se aplica por um (ou pelos dois) dos seguintes motivos: o intervalo de integrao no ser limitado ou a funo do integrando no ser limitada.
ObjetivosEsperamos que ao final desta aula voc saiba utilizar os mtodos da decomposio em fraes parciais e a integrao imprpria para calcular diversas integrais.
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Aula 12 ClculoI2 Aula 12 ClculoI
Decomposio em fraes parciais
Consideremos o polinmio racional G(x)H(x)
prprio, isto , G(x) e H(x) so polinmios
com coeficientes reais, com o grau do polinmio no numerador menor que o grau do polinmio do denominador. Seja p o grau de H(x). Geralmente, esses polinmios
racionais so de difcil integrao, mas, a decomposio em fraes parciais reescreve o polinmio em uma forma mais fcil de integrar.
Existe um teorema em lgebra que afirma que um polinmio racional prprio G(x)H(x)
, com denominador com grau n, pode ser escrito na forma G(x)H(x)
= W1(x) +W2(x) + . . .+Wk(x) ,
onde W1(x),W2(x), . . . ,Wk(x) so fraes das formas A(x a)m
ou Bx+ C(x2 + bx+ c)m
,
que so denominadas de fraes parciais, onde a representa uma raiz real de H(x) e
x2 + bx+ c um trinmio que fator de H(x), obtido a partir de duas razes complexas conjugadas. Antes de fazer um exemplo para ilustrar o teorema da lgebra a que nos referimos anteriormente, relembremos o que so razes complexas conjugadas.
Vimos na disciplina Geometria Analtica e Nmeros Complexos que dado um nmero complexo z = a+ bi, ento, seu conjugado dado por z = a bi .
Vocs viram na aula 7 (Nmeros complexos) da disciplina Geometria Analtica e Nmeros Complexos que se um nmero complexo z = a+ bi for raiz de um polinmio com coeficientes reais, o conjugado z = a bi tambm raiz desse polinmio. Ento, teremos que z, z so razes conjugadas do polinmio.
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Aula 12 ClculoI Aula 12 ClculoI
Exemplo 1Encontre as razes do polinmio p(x) = x2 2x+ 5 e verifique se elas so conjugadas.
Soluo
Vemos que este um polinmio com coeficientes reais, portanto, se ele possuir uma raiz z ento z automaticamente ser uma outra raiz desse polinmio. Calculando o = (2)2 4.1.5 = 16 < 0 , logo, as razes so complexas, e calculando-as temos r1 = 1 + 2i e r2 = 1 2i. Assim, temos que o trinmio obtido a partir dessas duas razes complexas conjugadas x2 2x+ 5 = (x (1 + 2i)) (x (1 + 2i)) .
Portanto, para cada par de razes complexas conjugadas de H(x), teremos um trinmio o x2 + bx+ c, que formado por essas razes e que far parte da decomposio em fraes parciais.
Apresentaremos agora duas regras que nos permitiro escrever um polinmio racional de uma forma diferente.
Regra 1 Para cada raiz real a de H(x) de multiplicidade n, corresponde a n fraes par-ciais da forma:
A1(x a)
+A2
(x a)2+ . . .+
An(x a)n
Regra 2 Para cada par de razes complexas conjugadas de H(x) de multiplicidade m, que d origem a um fator do tipo x2 + bx+ c, corresponde a m fraes parciais da forma:
B1x+ C1(x2 + bx+ c)
+B2x+ C2
(x2 + bx+ c)2+ . . .+
Bmx+ Cm(x2 + bx+ c)m
.
Est tudo muito solto, concorda? Vamos resolver um exemplo e explicar onde cada regra dessa se encaixa.
Exemplo 2Considere o polinmio racional x
2 + x+ 1(x 1)(x2 + x+ 1)
prprio, pois o numerador
do 2 grau e o denominador do 3 grau. Quais os termos que devero fazer parte da decomposio em fraes parciais desse polinmio?
Soluo
Observemos o denominador (x 1)(x2 + x+ 1).
Veja que as razes desse quociente so 1 e os complexos conjugados z =1 +
3i
2
e z =1
3i
2. Assim, o trinmio x2 + x+ 1 formado a partir dessas
razes conjugadas.
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Depois de identificar as razes reais e os trinmios obtidos pelas razes complexas conjugadas, identificamos a multiplicidade de cada raiz desta e de cada trinmio deste.
Neste exemplo, temos que a multiplicidade da raiz real 1, e, pela regra 1, na decomposio em somas parciais deve constar um termo da forma A
x 1.
Neste exemplo teremos que a multiplicidade do trinmio x2 + x+ 1 tambm 1, e, pela
regra 2, na decomposio em somas parciais deve constar um termo da forma Bx+ Cx2 + x+ 1
.
Neste momento, voc deve estar se perguntando: Tudo bem, j sei quais os termos que devem aparecer na decomposio em fraes parciais, mas devemos somar ou multiplicar estes termos?
Para responder a essa sua curiosidade, temos que fazer a conta, entretanto temos uns valores A, B e C que ainda no foram determinados. Por ora, faamos os clculos sem nos preocuparmos com seus valores. O que acontece se multiplicarmos?
A
(x 1)(Bx+ C)
(x2 + x+ 1)=
A(Bx+ C)(x 1)(x2 + x+ 1)
.
O denominador est igual, mas se olharmos com cuidado veremos que o grau do polinmio que aparece no numerador 1, e se relembrarmos o grau do polinmio inicial veremos que seu grau era 2, ou seja, multiplicar no nos d a expresso inicial.
Ento, nos resta escrever
x2 + x+ 1(x 1)(x2 + x+ 1)
=A
(x 1)+
Bx+ C(x2 + x+ 1)
.
Posteriormente nesta aula, apresentaremos como determinar A, B e C na igualdade anterior.
Se calcularmos o grau de cada termo do denominador, por exemplo, o grau de (x a)k k , o grau de (x2 + x+ 1)l 2l , e somarmos tais graus, essa soma deve ser igual a p, o grau de H(x).
Exemplo 3Considere o polinmio racional x
5 + x+ 1(x 1)3(x2 + x+ 1)2
prprio, pois o numerador
do 5 grau e o denominador do 7 (7 = 3 + 2 2) grau. Encontre sua decomposio em
fraes parciais.
Soluo
Observemos o denominador (x 1)3(x2 + x+ 1)2 .
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Veja que as razes desse quociente so 1 e os complexos conjugados z =1 +
3i
2
e z =1
3i
2. Assim, o trinmio x2 + x+ 1 formado a partir dessas
razes conjugadas.
Depois de identificar as razes reais e os trinmios obtidos pelas razes complexas conjugadas, identificamos a multiplicidade de cada raiz desta e de cada trinmio deste.
Neste exemplo, temos que a multiplicidade da raiz real 3, e, pela regra 1, na decomposio
em somas parciais deve constar a soma dos termos A1x 1
+A2
(x 1)2+
A3
(x 1)3.
Neste exemplo, teremos que a multiplicidade do trinmio x2 + x+ 1 2, e, pela regra 2,
na decomposio em somas parciais deve constar a soma B1x+ C1x2 + x+ 1
+B2x+ C2
(x2 + x+ 1)2.
Pela aplicao das regras 1 e 2 neste exemplo, podemos escrever
x5 + x+ 1(x 1)3(x2 + x+ 1)2
=A1
(x 1)+
A2
(x 1)2+
A3
(x 1)3+
B1x+ C1(x2 + x+ 1)
+B2x+ C2
(x2 + x+ 1)2.
E como fazemos para obter os coeficientes?
Vamos ilustrar como isso feito comeando com um exemplo que no possua tantos coeficientes.
Exemplo 4Considere o polinmio racional 2x
2 + x+ 1(x 1)2(x2 + x+ 1)
prprio, pois o numerador do
2 grau e o denominador do 4 grau.
Pela aplicao das regras 1 e 2 neste exemplo, podemos escrever 2x2 + x+ 1
(x 1)2(x2 + x+ 1)=
A1(x 1)
+A2
(x 1)2+
B1x+ C1(x2 + x+ 1)
.
Neste caso, o grau de H(x) 4. Se multiplicarmos ambos os membros por H(x) = (x 1)2(x2 + x+ 1), obteremos
2x2 + x+ 1(x 1)2(x2 + x+ 1)
(x 1)2(x2 + x+ 1) =
A1(x 1)
+A2
(x 1)2+
B1x+ C1(x2 + x+ 1)
(x 1)2(x2 + x+ 1)
2x2 + x+ 1 = A1(x 1)(x2 + x+ 1) +A2(x2 + x+ 1) + (B1x+ C1)(x 1)2
= A1(x3 + x2 + x x2 x 1) +A2(x2 + x+ 1) + (B1x+ C1)(x2 2x+ 1)
= A1(x3 1) +A2(x2 + x+ 1) +B1(x3 2x2 + x) + C1(x2 2x+ 1)
= (A1 +B1)x3 + (A2 2B1 + C1)x2 + (A2 +B1 2C1)xA1 +A2 + C1
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Aplicaremos agora o mtodo dos coeficientes a serem determinados para calcularmos os 4 coeficienes A1, A2, B 1, e C1. Igualando os coeficientes de uma mesma potncia ou anulando os coeficientes de potncias inexistentes, obtemos o sistema linear:
A1 +B1 = 0A2 2B1 + C1 = 2A2 +B1 2C1 = 1A1 +A2 + C1 = 1
somando as 4 equaes, obtemos:
3A2 = 4, A2 =43
.
Somando a 2 equao com a 3 multiplicada por 2, obtemos:
3A2 3C1 = 4,4 3C1 = 4, .C1 = 0.
Da 4 equao, obtemos:
A1 = A2 + C1 1 =43 0 1 = 1
3
Da 1 equao, obtemos:
B1 = A1 = 13
.
Portanto, substituindo os coeficientes A1, A2, B1, e C1 calculados, temos como resultado do mtodo das fraes parciais:
2x2 + x+ 1(x 1)2(x2 + x+ 1)
=1
3(x 1)+
43(x 1)2
x3(x2 + x+ 1)
.
Resumindo, para determinar os coeficientes das fraes parciais, pelo mtodo dos coeficientes a determinar, iguale o polinmio racional soma de todas as fraes parciais, elimine o denominador e coloque os termos em ordem decrescente das potncias de x. Iguale os coeficientes de uma mesma potncia e obtenha um sistema linear para determinar todos os coeficientes.
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Exemplo 5Considere o polinmio racional x
5 + x+ 1(x 1)3(x2 + x+ 1)2
prprio, encontre sua decomposio em fraes parciais.
Soluo
J vimos no exemplo 3 que podemos reescrever esse polinmio em fraes parciais como
x5 + x+ 1(x 1)3(x2 + x+ 1)2
=A1
(x 1)+
A2
(x 1)2+
A3
(x 1)3+
B1x+ C1(x2 + x+ 1)
+B2x+ C2
(x2 + x+ 1)2.
Se multiplicarmos ambos os membros por H(x) = (x 1)3(x2 + x+ 1)2 , obteremos
x5 + x+ 1(x 1)3(x2 + x+ 1)2
(x 1)3(x2 + x+ 1)2 =
A1(x 1)
+A2
(x 1)2+
A3
(x 1)3+
B1x+ C1(x2 + x+ 1)
+B2x+ C2
(x2 + x+ 1)2
(x 1)3(x2 + x+ 1)2
x5 + x+ 1 = A1(x 1)2(x2 + x+ 1)2 +A2(x 1)(x2 + x+ 1)
2 +A3(x2 + x+ 1)2 +
(B1x+ C1)(x 1)3(x2 + x+ 1) + (B2x+ C2)(x 1)3
Expandindo cada fator dessa soma, obtemos
A1(x 1)2(x2 + x+ 1)2 = A1(x6 2x3 + 1)
A2(x 1)(x2 + x+ 1)2 = A2(x5 + x4 + x3 x2 x 1)
A3(x2 + x+ 1)2 = A3(x4 + 2x3 + 3x2 + 2x+ 1)
(B1x + C1)(x 1)3(x2 + x + 1) = (B1x + C1)(x5 2x4 + x3 x2 + 2x 1) =B1x
62B1x5+B1x4B1x3+2B1x2B1x+C1x52C1x4+C1x3C1x2+2C1xC1(B1x + C1)(x 1)3(x2 + x + 1) = (B1x + C1)(x5 2x4 + x3 x2 + 2x 1) =
B1x62B1x5+B1x4B1x3+2B1x2B1x+C1x52C1x4+C1x3C1x2+2C1xC1
(B2x+ C2)(x 1)3 = B2x4 3B2x3 + 3B2x2 B2x+ C2x3 3C2x2 + 3C2x C2)
Somando os termos anteriores e agrupando aqueles de mesmo grau, temos
x5 + x+ 1 = (B1 +A1)x6 + (A2 2B1 +C1)x5 + (2C1 +B1 +A2 +A3 +B2)x4 ++(C1B1+A2+C22A1+2A33B2)x3+(A2+3A3+3B2+2B1C13C2)x2++ (B1 B2 + 2A3 + 2C1 + 3C2 A2)x+A1 A2 +A3 C1 C2.
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Igualando os coeficientes de mesma potncia, obtemos o seguinte sistema linear
B1 +A1 = 0A2 2B1 + C1 = 1
2C1 +B1 +A2 +A3 +B2 = 0C1 B1 +A2 + C2 2A1 + 2A3 3B2 = 0A2 + 3A3 + 3B2 + 2B1 C1 3C2 = 0B1 B2 + 2A3 + 2C1 + 3C2 A2 = 1
A1 A2 +A3 C1 C2 = 1
cuja soluo determinar todos os coeficientes.
hora de revisar a aula 3 (Sistemas de equaes lineares) de lgebra Linear I. Vamos dar a soluo, mas esperamos que voc utilize as tcnicas desenvolvidas naquela aula para resolv-lo, certo?
A1 =59, A2 = 0, A3 =
13, B1 =
59, B2 = 0, C1 =
19, C2 = 0
Substituindo os valores encontrados na equao
x5 + x+ 1(x 1)3(x2 + x+ 1)2
=A1
(x 1)+
A2
(x 1)2+
A3
(x 1)3+
B1x+ C1(x2 + x+ 1)
+B2x+ C2
(x2 + x+ 1)2.,
temos
x5 + x+ 1(x 1)3(x2 + x+ 1)2
=5
9(x 1)+
13(x 1)3
5x+ 1(x2 + x+ 1)
.
Voc deve estar se perguntando: Se olharmos o denominador do lado esquerdo teremos grau 7, e se olharmos o do lado direito teremos um denominador 5, o que aconteceu? Se voc calcular os polinmios x5 + x+ 1 e x2 + x+ 1, voc ver que existem duas razes em comum, logo, se os decompormos e suprimirmos os termos comuns teremos que
x5 + x+ 1(x 1)3(x2 + x+ 1)2
=x3 x+ 1
(x 1)3(x2 + x+ 1).
Agora, se enquadra melhor com o que estudamos.
Ento, voc nota que essa tcnica nos ajuda at em saber se os polinmios envolvidos tm razes em comum, embora esse no seja o objetivo principal.
Exemplo 6Expresse, em fraes parciais, o polinmio racional:
x+ 2(x 1)2
.
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Aula 12 ClculoI Aula 12 ClculoI
Soluo
Aplicando a tcnica de decomposio em fraes parciais, tem-se:
x+ 2(x 1)2
=A1
(x 1)+
A2
(x 1)2
Eliminando o denominador, obtemos:
x+ 2 = A1(x 1) +A2 .
Colocando os termos em ordem decrescente das potncias de x, obtemos:
x+ 2 = A1x+A2 A1 .
Igualando os coeficientes de uma mesma potncia, obtemos o sistema linear:
A1 = 1A2 A1 = 2
Resolvendo o sistema, obtemos:A1 = 1A2 = 2 + 1 = 3
Portanto,x+ 2
(x 1)2=
1(x 1)
+3
(x 1)2.
Mtodo de Heaviside fraes parciais
Aplica-se este mtodo quando o denominador do polinmio racional H(x) tem n razes reais distintas r1, r2, . . . , rn , de modo que:
H(x) = (x r1)(x r2) (x rn).
A idia a mesma, apenas utilizamos o fato das razes serem distintas e conseguimos calcular as constantes de uma forma bem mais simples sem a necessidade de resolver sistemas. Ilustremos essa facilidade com a soluo de um exemplo.
Exemplo 7Usando o mtodo de Heaviside, determine A1, A2 e A3 nas fraes parciais:
x+ 2(x 1)(x 2)(x 5)
=A1
(x 1)+
A2(x 2)
+A3
(x 5).
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Aula 12 ClculoI10 Aula 12 ClculoI
Soluo
Para melhor entender o mtodo, fazemos G(x) = x+ 2 , o numerador do polinmio racional. Para calcular A1, multiplicamos ambos os membros por (x 1) e obtemos:
G(x)(x 1)(x 1)(x 2)(x 5)
=A1(x 1)(x 1)
+A2(x 1)(x 2)
+A3(x 1)(x 5)
.
Fazendo as simplificaes e colocando (x 1) em evidncia, temos:G(x)
(x 2)(x 5)= A1 +
A2
(x 2)+
A3(x 5)
(x 1) .
Fazendo x = 1 , temos:
G(1)(1 2)(1 5)
= A1 +
A2(1 2)
+A3
(1 5)
(1 1),
1 + 2(1)(4)
= A1 +
A2(1 2)
+A3
(1 5)
(0),
34= A1 + 0 = A1.
Para calcular A2, multiplicamos ambos os membros por (x - 2) e obtemos:
G(x)(x 2)(x 1)(x 2)(x 5)
=A1(x 2)(x 1)
+A2(x 2)(x 2)
+A3(x 2)(x 5)
.
Fazendo as simplificaes e colocando (x - 2) em evidncia, temos:
G(x)(x 1)(x 5)
= A2 +
A1(x 1)
+A3
(x 5)
(x 2).
Fazendo x = 2, temos:
G(2)(2 1)(2 5)
= A2 +
A1(2 1)
+A3
(2 5)
(2 2),
2 + 2(1)(3)
= A2 +
A2(2 1)
+A3
(2 5)
(0),
43
= A2 + 0,
A2 = 43
.
Para calcular A3, multiplicamos ambos os membros por (x - 5) e obtemos:
G(x)(x 5)(x 1)(x 2)(x 5)
=A1(x 5)(x 1)
+A2(x 5)(x 2)
+A3(x 5)(x 5)
.
Fazendo as simplificaes e colocando (x - 5) em evidncia, temos:
G(x)(x 1)(x 2)
=
A1(x 1)
+A2
(x 2)
(x 5) +A3.
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Aula 12 ClculoI Aula 12 ClculoI 11
Atividade 1
1
2
Fazendo x = 5, temos:
G(5)(5 1)(5 2)
=
A1(5 1)
+A2
(5 2)
(5 5) +A3,
2 + 5(4)(3)
=
A1(5 1)
+A2
(5 2)
(0) +A3,
712
= A3 + 0,
A3 =712
.
Resumindo, aplicando o mtodo de decomposio em fraes parciais, encontramos os coeficientes e obtemos:
x+ 2(x 1)(x 2)(x 5)
=3
4(x 1) 4
3(x 2)+
712(x 5)
.
Utilize os mtodos de decomposio em fraes parciais para encontrar a forma de reescrever os seguintes polinmios racionais.
x+ 2(x 1)(x 5)
x 2(x+ 1)(x 5)
x
(x+ 1)2=
A2(x+ 1)2
+A1
(x+ 1)
x2 3x+ 7(x 1)2(x 4)2
x2 x+ 7(x 2)(x 3)2
x
(x 2)2
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Aula 12 ClculoI12 Aula 12 ClculoI
Clculo de integrais usando fraes parciais
Voc deve estar se perguntando: O que isso que estamos estudando desde o comeo desta aula tem a ver com o clculo de integrais?
Exemplo 8Calcule
x+ 2
(x 1)(x 2)(x 5)dx .
Soluo
Uma primitiva para este tipo de funo no simples de visualizar. Entretanto, estudamos esta funo do integrando no exemplo 7 e vimos que podemos reescrev-la como
x+ 2(x 1)(x 2)(x 5)
=3
4(x 1) 4
3(x 2)+
712(x 5)
,
portanto,
x+ 2(x 1)(x 2)(x 5)
dx =
34(x 1)
43(x 2)
+7
12(x 5)
dx.
Utilizando as operaes de integrao, obtemos
x+ 2(x 1)(x 2)(x 5)
dx =
34(x 1)
dx
43(x 2)
dx+
712(x 5)
dx
x+ 2
(x 1)(x 2)(x 5)dx =
34
1
(x 1)dx 4
3
1
(x 2)dx+
712
1
(x 5)dx,
e utilizando a substituio u vista na aula 9 (Mais primitivas e as somas de Riemann), obtemos
x+ 2
(x 1)(x 2)(x 5)dx =
34ln(x 1) 4
3ln(x 2) + 7
12ln(x 5) + C.
Exemplo 9Calcule
2x2 + x+ 1
(x 1)2(x2 + x+ 1)dx .
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Aula 12 ClculoI Aula 12 ClculoI 1
Soluo
Se a primitiva do exemplo anterior j era difcil de imaginar, a deste muito mais!. Entretanto, vimos no exemplo 4 que podemos reescrever a frao anterior como
2x2 + x+ 1(x 1)2(x2 + x+ 1)
=1
3(x 1)+
43(x 1)2
x3(x2 + x+ 1)
,
portanto,
2x2 + x+ 1(x 1)2(x2 + x+ 1)
dx =
13(x 1)
+4
3(x 1)2 x
3(x2 + x+ 1)
dx.
Utilizando as operaes de integrao, obtemos
2x2 + x+ 1(x 1)2(x2 + x+ 1)
dx =
13(x 1)
dx+
43(x 1)2
dx
x
3(x2 + x+ 1)dx,
vamos resolver separadamente as trs integrais acima do 2 membro. Utilizaremos a substituio u vista na aula 9 para resolver essas trs integrais:
i) fazendo u = x 1 e du = dx , e substituindo em
13(x 1)
dx, obtemos:
13(x 1)
dx =
13(u)
du =13lnu+ C =
13ln(x 1) + C;
ii) fazendo u = x 1 e du = dx, e substituindo em
43(x 1)2
dx , obtemos:
43(x 1)2
dx =
43(u)2
du =43
u2du =
431u+ C =
43(x 1)
+ C;
iii) como o denominador da 3 integral 3(x2 + x+ 1) = 3x2 + 3x+ 3 um trinmio com razes complexas da forma ax2 + bx+ c , devemos completar o quadrado do trinmio
somando e subtraindo
b
2a
2.
mais simples completar o quadrado do trinmio 3(x2 + x+ 1), onde a = b = c = 1
e
b
2a
2=
1
2 1
2=
12
2, obtendo
3(x2 + x+ 1) = 3
x2 + x+
12
212
2+ 1
,
3(x2 + x+ 1) = 3
x 1
2
2+
34
.
Portanto a 3 integral pode ser reescrita na forma
x
3(x2 + x+ 1)dx =
x
3
x 1
2
2+
34
dx
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Fazendo u = x12, x = u+
12
e du = dx e substituindo
x
3(x2 + x+ 1)dx =
u 1
2
3(u)2 +
34
du,
x
3(x2 + x+ 1)dx =
u
3u2 +
34
du 12
1
3u2 +
34
du,
x
3(x2 + x+ 1)dx =
16
2u
u2 +34
du 16
1
u2 +
32
2du,
j escrevemos as integrais do 2 membro acima de modo que a 1 fosse um logaritmo e a 2 podemos obter da tabela de integrais que viemos criando desde a aula 8 (A primitiva).
x
3(x2 + x+ 1)dx =
16lnu2 +
34
1
6arctg
u3/2
+ C,
x
3(x2 + x+ 1)dx =
16ln
x 1
2
2+
34
1
6arctg
2x 1
2
3
+ C,
x
3(x2 + x+ 1)dx =
16ln(x2 + x+ 1) 1
6arctg
2x 1
3
+ C,
juntando as trs integrais calculadas, temos:
2x2 + x+ 1(x 1)2(x2 + x+ 1)
dx =
13(x 1)
dx+
43(x 1)2
dx
x
3(x2 + x+ 1)dx
=13ln(x 1) + 4
3(x 1)16ln(x2 + x+ 1) 1
6arctg
2x 1
3
+ C
=13ln(x 1) + 4
3(x 1) 1
6ln(x2 + x+ 1) +
16arctg
2x 1
3
+ C.
Resumindo, o resultado
2x2 + x+ 1(x 1)2(x2 + x+ 1)
dx =
13ln(x 1) + 4
3(x 1) 1
6ln(x2 + x+ 1) +
16arctg
2x 1
3
+ C.
Agora com voc!
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Atividade 2
Integrais imprpriasDeterminar se uma funo integrvel muito difcil. J conversamos bastante sobre
funes contnuas e integrao nas aulas 10 (A integral definida) e 11, mas para deixar registrado essa ligao, anunciamos a seguir um teorema muito importante.
Calcule as integrais das funes da atividade 1.
Teorema
Seja f uma funo contnua definida em um intervalo fechado [a, b] ento f integrvel.
Mas, existem muitos casos em que f no contnua ou o intervalo de integrao no limitado, por esse motivo importante estender o conceito de integral. A essas extenses chamamos integrais imprprias.
Apresentamos a seguir os casos mais comuns e perceba como o conceito de limite usado para fazer a extenso.
Caso 1 - Seja f contnua em [a, b]), define-se baf(x)dx = lim
cb
caf(x)dx .
Caso 2 - Seja f contnua em ([a, b], define-se baf(x)dx = lim
ca+
bcf(x)dx .
Caso - Seja f contnua em [a, d) (d, b], define-se baf(x)dx = lim
cd
caf(x)dx+ lim
cd+
bcf(x)dx.
Caso - Seja f contnua em [a,), define-se a
f(x)dx = limc
caf(x)dx .
Caso - Seja f contnua em (, b], define-se b
f(x)dx = limc
bcf(x)dx.
Caso - Seja f contnua em (,), define-se
f(x)dx = lima
0a
f(x)dx+ limb
b0f(x)dx.
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Aula 12 ClculoI1 Aula 12 ClculoI
Se os limites usados (um ou dois), dependendo do caso, convergirem, dizemos que a integral imprpria converge, caso contrrio dizemos que a integral imprpria diverge.
Utilizaremos a seguintes integrais indefinidas conhecidas,
13xdx =
1
x13
dx =
x13 =
x113
1 13
+ C =3x
23
2+ C =
3 3x2
2+ C
e
1x2
dx =
x2dx =x12
1 2+ C =
x1
1+ C = 1
x+ C ,
para ilustrar atravs de exemplos os casos apresentados de integrais imprprias.
Os exemplos 10 e 11 a seguir referem-se ao caso 1.
Exemplo 10f(x) =
13x
contnua em [8, 0)
08
13xdx = lim
c0
c8
13xdx = lim
c0
3 3x2
2
c
8
= limc0
3
3c2
2
3 3(8)2
2
=
0 3.42
= 6
como o limite acima existe, a integral converge.
Exemplo 11f(x) =
1x2
contnua em [1, 0)
01
1x2
dx = limc0
c1
1x2
dx = limc0
1x
c1
= limc0
1c 1
1
= () =
como o limite acima no existe, a integral diverge.
Os exemplos 12 e 1 a seguir referem-se ao caso 2.
Exemplo 12 Seja f(x) =
13x
contnua em (0, 8],
-
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Atividade 3
80
13xdx = lim
c0+
8c
13xdx = lim
c0+
3 3x2
2
8
c
= limc0+
3 382
2 3
3c 2
2
= 6;
como o limite acima existe, a integral converge.
Exemplo 13 Seja f(x) =
1x2
contnua em (0, 1]
10
1x2
dx = limc0+
10
1x2
dx = limc0+
1x
1c
= limc0+
11 1
c
= () =
como o limite acima no existe, a integral diverge.
Adapte os exemplos anteriores para o caso 3.
Os exemplos 1 e 1 a seguir referem-se ao caso .
Exemplo 14 Seja f(x) =
13x
contnua em [8,),
8
13xdx = lim
c
c8
13xdx = lim
c
3 3x2
2
c
8
= limc
3
3c2
2
3 3(8)2
2
=
como o limite acima no existe, a integral diverge
Exemplo 15Seja f(x) =
1x2
contnua em [1,)
1
1x2
dx = limc
c1
1x2
dx = limc
1x
c1
= limc
1c 1
1
= () =
como o limite acima no existe, a integral diverge.
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Atividade 4
Resumo
Adapte os exemplos anteriores para os casos 5 e 6.
Nesta aula, vimos como utilizar a tcnica de decomposio e fraes parciais
para calcular a integral de uma funo do tipo GG((xx))HH((xx))
, onde GG((xx)) e HH((xx)) so
polinmios com coefi cientes reais, com o grau do polinmio do numerador menor que o grau do polinmio do denominador. Tambm vimos como utilizar as integrais imprprias para calcular a integral nos casos em que f no era contnua ou o intervalo de integrao no era limitado.
-
Aula 12 ClculoI Aula 12 ClculoI 1
1
2
Auto-avaliaoComo utilizar o mtodo da decomposio em fraes parciais para resolver a
integral de uma funo que expressa da forma G(x)H(x)
, onde G(x) e H(x) so
polinmios com coeficientes reais, com o grau do polinmio do numerador maior
que o grau do polinmio do denominador?
Qual a diferena entre o mtodo da decomposio em fraes parciais e mtodo de Heaviside de fraes parciais?
RefernciasANTON, Howard. Clculo: um novo horizonte. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2000. v 1.
GUIDORIZZI, Hamilton Luiz. Um curso de clculo. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001. v 1.
SIMMONS, George F. Clculo: com geometria analtica. So Paulo: McGraw-Hill, 1987. v 1.
THOMAS, George B. Clculo. So Paulo: Addison Wesley, 2002.
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Anotaes
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Aula 12 ClculoI Aula 12 ClculoI 21
Anotaes
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Anotaes
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