cadernodoprofessor 2014 vol1 baixa ch historia ef 6s 7a

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  • 6a SRIE 7oANOENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAISCaderno do ProfessorVolume 1

    HISTRIACincias Humanas

    Valid

    ade: 2014 2017

  • MATERIAL DE APOIO AOCURRCULO DO ESTADO DE SO PAULO

    CADERNO DO PROFESSOR

    HISTRIAENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS

    6a SRIE/7o ANOVOLUME 1

    Nova edio

    2014-2017

    governo do estado de so paulo

    secretaria da educao

    So Paulo

    HISTORIA_CP_6s_Vol1_2014.indd 1 31/10/13 14:25

  • Governo do Estado de So Paulo

    Governador

    Geraldo Alckmin

    Vice-Governador

    Guilherme Afif Domingos

    Secretrio da Educao

    Herman Voorwald

    Secretrio-Adjunto

    Joo Cardoso Palma Filho

    Chefe de Gabinete

    Fernando Padula Novaes

    Subsecretria de Articulao Regional

    Rosania Morales Morroni

    Coordenadora da Escola de Formao e Aperfeioamento dos Professores EFAP

    Silvia Andrade da Cunha Galletta

    Coordenadora de Gesto da Educao Bsica

    Maria Elizabete da Costa

    Coordenadora de Gesto de Recursos Humanos

    Cleide Bauab Eid Bochixio

    Coordenadora de Informao, Monitoramento e Avaliao

    Educacional

    Ione Cristina Ribeiro de Assuno

    Coordenadora de Infraestrutura e Servios Escolares

    Ana Leonor Sala Alonso

    Coordenadora de Oramento e Finanas

    Claudia Chiaroni Afuso

    Presidente da Fundao para o Desenvolvimento da Educao FDE

    Barjas Negri

    Senhoras e senhores docentes,

    A Secretaria da Educao do Estado de So Paulo sente-se honrada em t-los como colabo-

    radores nesta nova edio do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e anlises que

    permitiram consolidar a articulao do currculo proposto com aquele em ao nas salas de aula

    de todo o Estado de So Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com

    os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analtico e crtico da abor-

    dagem dos materiais de apoio ao currculo. Essa ao, efetivada por meio do programa Educao

    Compromisso de So Paulo, de fundamental importncia para a Pasta, que despende, neste

    programa, seus maiores esforos ao intensificar aes de avaliao e monitoramento da utilizao

    dos diferentes materiais de apoio implementao do currculo e ao empregar o Caderno nas aes

    de formao de professores e gestores da rede de ensino. Alm disso, firma seu dever com a busca

    por uma educao paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso

    do material do So Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.

    Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa So Paulo Faz Escola, apresenta orien-

    taes didtico-pedaggicas e traz como base o contedo do Currculo Oficial do Estado de So

    Paulo, que pode ser utilizado como complemento Matriz Curricular. Observem que as atividades

    ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessrias,

    dependendo do seu planejamento e da adequao da proposta de ensino deste material realidade

    da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposio de apoi-los no planejamento de suas

    aulas para que explorem em seus alunos as competncias e habilidades necessrias que comportam

    a construo do saber e a apropriao dos contedos das disciplinas, alm de permitir uma avalia-

    o constante, por parte dos docentes, das prticas metodolgicas em sala de aula, objetivando a

    diversificao do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedaggico.

    Revigoram-se assim os esforos desta Secretaria no sentido de apoi-los e mobiliz-los em seu

    trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofcio de ensinar

    e elevar nossos discentes categoria de protagonistas de sua histria.

    Contamos com nosso Magistrio para a efetiva, contnua e renovada implementao do currculo.

    Bom trabalho!

    Herman Voorwald

    Secretrio da Educao do Estado de So Paulo

    HISTORIA_CP_6s_Vol1_2014.indd 2 31/10/13 14:25

  • Governo do Estado de So Paulo

    Governador

    Geraldo Alckmin

    Vice-Governador

    Guilherme Afif Domingos

    Secretrio da Educao

    Herman Voorwald

    Secretrio-Adjunto

    Joo Cardoso Palma Filho

    Chefe de Gabinete

    Fernando Padula Novaes

    Subsecretria de Articulao Regional

    Rosania Morales Morroni

    Coordenadora da Escola de Formao e Aperfeioamento dos Professores EFAP

    Silvia Andrade da Cunha Galletta

    Coordenadora de Gesto da Educao Bsica

    Maria Elizabete da Costa

    Coordenadora de Gesto de Recursos Humanos

    Cleide Bauab Eid Bochixio

    Coordenadora de Informao, Monitoramento e Avaliao

    Educacional

    Ione Cristina Ribeiro de Assuno

    Coordenadora de Infraestrutura e Servios Escolares

    Ana Leonor Sala Alonso

    Coordenadora de Oramento e Finanas

    Claudia Chiaroni Afuso

    Presidente da Fundao para o Desenvolvimento da Educao FDE

    Barjas Negri

    Senhoras e senhores docentes,

    A Secretaria da Educao do Estado de So Paulo sente-se honrada em t-los como colabo-

    radores nesta nova edio do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e anlises que

    permitiram consolidar a articulao do currculo proposto com aquele em ao nas salas de aula

    de todo o Estado de So Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com

    os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analtico e crtico da abor-

    dagem dos materiais de apoio ao currculo. Essa ao, efetivada por meio do programa Educao

    Compromisso de So Paulo, de fundamental importncia para a Pasta, que despende, neste

    programa, seus maiores esforos ao intensificar aes de avaliao e monitoramento da utilizao

    dos diferentes materiais de apoio implementao do currculo e ao empregar o Caderno nas aes

    de formao de professores e gestores da rede de ensino. Alm disso, firma seu dever com a busca

    por uma educao paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso

    do material do So Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.

    Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa So Paulo Faz Escola, apresenta orien-

    taes didtico-pedaggicas e traz como base o contedo do Currculo Oficial do Estado de So

    Paulo, que pode ser utilizado como complemento Matriz Curricular. Observem que as atividades

    ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessrias,

    dependendo do seu planejamento e da adequao da proposta de ensino deste material realidade

    da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposio de apoi-los no planejamento de suas

    aulas para que explorem em seus alunos as competncias e habilidades necessrias que comportam

    a construo do saber e a apropriao dos contedos das disciplinas, alm de permitir uma avalia-

    o constante, por parte dos docentes, das prticas metodolgicas em sala de aula, objetivando a

    diversificao do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedaggico.

    Revigoram-se assim os esforos desta Secretaria no sentido de apoi-los e mobiliz-los em seu

    trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofcio de ensinar

    e elevar nossos discentes categoria de protagonistas de sua histria.

    Contamos com nosso Magistrio para a efetiva, contnua e renovada implementao do currculo.

    Bom trabalho!

    Herman Voorwald

    Secretrio da Educao do Estado de So Paulo

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  • Orientao sobre os contedos do volume 5

    Situaes de Aprendizagem 7

    Situao de Aprendizagem 1 O Feudalismo em suas relaes sociais, econmicas, polticas e religiosas 7

    Situao de Aprendizagem 2 As Cruzadas e os contatos entre as sociedades europeias e orientais 17

    Situao de Aprendizagem 3 O Renascimento Comercial e Urbano 25

    Situao de Aprendizagem 4 O Renascimento Cultural e Cientfico 33

    Situao de Aprendizagem 5 Formao das Monarquias Europeias Modernas 40

    Situao de Aprendizagem 6 Os fundamentos tericos do Absolutismo e as prticas das Monarquias absolutistas 47

    Situao de Aprendizagem 7 A Reforma e a Contrarreforma 53

    Situao de Aprendizagem 8 Expanso Martima nos sculos XV e XVI 60

    Quadro de contedos do Ensino Fundamental Anos Finais 68

    Gabarito 69

    SumriO

    HISTORIA_CP_6s_Vol1_2014.indd 4 31/10/13 14:25

  • 5Histria 6 srie/7 ano Volume 1

    OriEntAO SObrE OS cOntEdOS dO VOLumECaro(a) professor(a),

    Neste Caderno, trabalhamos oito temas, organizados em Situaes de Aprendizagem: o Feudalismo em suas relaes sociais, eco-nmicas, polticas e religiosas; as Cruzadas e os contatos entre as sociedades europeias e orientais; o Renascimento Comercial e Urba-no e o Renascimento Cultural e Cientfico; a formao das Monarquias Europeias Moder-nas, os fundamentos tericos do Absolutismo e as prticas das Monarquias absolutistas; a Reforma e a Contrarreforma; e a Expanso Martima nos sculos XV e XVI.

    Considere a possibilidade de realizar mu-danas em cada Situao de Aprendizagem para adequar as propostas sua experincia docente, ao seu atual grupo de alunos e s suas condies de trabalho.

    Todas as atividades esto acompanha-das da identificao dos principais conceitos trabalhados, das competncias e habilidades priorizadas, das estratgias e dos recursos que podem ser utilizados, alm de um roteiro para a sua aplicao, e de propostas de avaliao.

    Deve-se considerar, tambm, que as ativi-dades propostas esto baseadas nas orienta-es para a rea de Histria estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educao (Lei no 9.394/96) e nos Parmetros Curriculares Na-cionais (PCNs), principalmente no que se refere: insero dos alunos na sua realida-de social, valorizando o direito de cidadania dos indivduos; ao reconhecimento de que o conhecimento histrico interdisciplinar, e

    ao estabelecimento de relaes entre conte-do e atitudes que reconheam os alunos como agentes na construo do processo histrico.

    As competncias e habilidades a serem de-senvolvidas nas Situaes de Aprendizagem deste Caderno, extradas da matriz do Enema, so as seguintes:

    I. dominar a norma culta da lngua portu-guesa e fazer uso das linguagens mate-mtica, artstica e cientfica;

    II. construir e aplicar conceitos das vrias reas do conhecimento para a com-preenso de fenmenos naturais, de processos histrico-geogrficos, da pro-duo tecnolgica e das manifestaes artsticas;

    III. selecionar, organizar, relacionar e inter-pretar dados e informaes, represen-tados de diferentes formas, para tomar decises e enfrentar situaes-problema;

    IV. relacionar informaes representadas de diferentes formas e conhecimentos dispo-nveis em diferentes situaes para cons-truir uma argumentao consistente;

    V. recorrer aos conhecimentos desenvol-vidos na escola para a elaborao de propostas de interveno solidria na realidade, respeitando os valores hu-manos e considerando a diversidade sociocultural.

    a Documento bsico do Enem. Fonte: . Acesso em: 31 jul. 2013. As competncias bsicas da rea enunciadas na Matriz de Referncias para o Enem 2009 encontram-se disponveis em: . Acesso em: 17 maio 2013.

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  • 6Nos quadros-resumo de cada Situao de Aprendizagem proposta so detalhadas as ha-bilidades especficas que se pretende desenvol-ver na relao com os contedos priorizados.

    Alm disso, nas Situaes de Aprendiza-gem encontramos sugestes de avaliao, com atividades de anlise de documentos, produ-o e leitura de textos e atividades de mltipla escolha. Essas sugestes podero ser utiliza-das para avaliar o processo de aprendizagem dos alunos. As respostas das atividades de

    mltipla escolha podero ser justificadas pe-los alunos, o que possibilitar a observao da argumentao e o entendimento das questes, bem como a assimilao do contedo. J as atividades de anlise de documento e leitura e produo de textos podero exercitar a ca-pacidade de interpretao e encadeamento de conhecimentos trabalhados sobre o perodo que est sendo estudado.

    Bom trabalho!

    HISTORIA_CP_6s_Vol1_2014.indd 6 31/10/13 14:25

  • 7Histria 6 srie/7 ano Volume 1

    A Europa feudal era um mundo rural em que a riqueza repousava na terra e a sociedade era dominada pelos senhores feudais, que pos-suam, ao mesmo tempo, poder econmico e poltico. A concesso do feudo e o compromis-so de suserania e vassalagem so dois elementos

    SITUAO DE APRENDIzAgEM 1 O FEUDALISMO EM SUAS RELAES SOCIAIS,

    ECONMICAS, POLTICAS E RELIgIOSAS

    Sondagem e sensibilizao

    muito importante que voc busque e va-lorize, por meio de questes muito simples, os conhecimentos prvios que os alunos tm so-bre o tema.

    As perguntas e respostas devem ser refern-cia de motivao para suscitar a curiosidade dos alunos. Assim, eles podem elaborar e apli-car conceitos de vrias reas do conhecimento para a compreenso de processos histricos.

    Como eles j estudaram a crise do Imp-rio Romano na 5a srie/6o ano, possvel que identifiquem as migraes dos povos brba-

    ros e a crise do Imprio Romano do Ocidente como um dos fatores responsveis pela forma-o do Feudalismo. Os alunos devem expor aqui suas representaes sobre o conceito de Feudalismo, sendo provvel que eles o asso-ciem s representaes relacionadas a filmes de cavaleiros, princesas e bruxas. Pode ser tambm que o associem a trevas, ou a outras caractersticas negativas.

    Professor, estimule os alunos a formularem hipteses com base nas seguintes questes e ajude-os, se necessrio, a formular uma defini-o preliminar dos conceitos.

    contedos e temas: organizao espacial do feudo, senhorio, Feudalismo, sistema de suserania e vassa-lagem, reserva senhorial, manso, sistema de trs campos, servos, corveia, estamento e terras comunais.

    competncias e habilidades: autonomia na busca de informaes; utilizao de argumentos histricos e sistematizao de conceitos e informaes.

    Sugesto de estratgias: aulas expositivas, estudo de documentos e textos, pesquisa em grupo, coleta e sistematizao de informaes e apresentao e exposio de painel.

    Sugesto de recursos: enciclopdias, livros de apoio didtico, paradidticos e dicionrios, mdias ele-trnicas, papel-carto, cartolina, papel kraft ou kanson, lpis grafite, lpis de cor e canetinhas coloridas.

    Sugesto de avaliao: apreenso dos conceitos e contedos, processo de trabalho e produto final.

    fundamentais para entender o Feudalismo e a sociedade que se organizou na Europa Ociden-tal entre os sculos IX e XIV, que se desenvolveu a partir das estruturas do mundo romano e ger-mnico, desde o processo das migraes brba-ras e do fim do Imprio Romano do Ocidente.

    SituAES dE AprEndizAGEm

    HISTORIA_CP_6s_Vol1_2014.indd 7 31/10/13 14:25

  • 81. O que podemos imaginar a respeito de um perodo histrico que tem o nome de Ida-de Mdia?

    2. Vocs j ouviram o termo feudo? Sabem o que significa?

    3. Quem eram os habitantes dos feudos?4. Como vocs imaginam que era a vida das

    pessoas na Idade Mdia?5. O que mais vocs sabem ou imaginam fa-

    zer parte da Idade Mdia?

    1a etapa

    A primeira proposta proporcionar aos alu-nos o entendimento inicial da estrutura da socie-dade feudal com base na definio dos conceitos que auxiliam na caracterizao do perodo.

    O texto a seguir est reproduzido no Caderno do Aluno, na seo Leitura e anlise de texto. Solicite-lhes a leitura

    e, em seguida, pea que respondam as questes:

    1. Quais so os significados das palavras a se-guir, presentes no texto? Para realizar essa tarefa, alm do texto, voc pode tambm pesquisar em seu livro didtico ou na biblio-teca, considerando que o significado das palavras est relacionado ao contexto hist-rico que estamos estudando. Feudo: Era a unidade de produo do Feudalismo, tam-bm poderia ser um cargo ou ttulo de nobreza, uma rea

    de terra, o direito de cobrar pedgio ou taxas pelo uso do

    lagar ou do moinho. Era o tipo predominante de organi-

    zao econmico-social durante a Idade Mdia, tambm

    chamado senhorio ou domnio.

    Benefcio: No direito feudal, concesso de terras, por par-te de um suserano, como recompensa ou troca de algumas

    obrigaes do vassalo.

    Vassalo: Nobre que recebia o feudo e se obrigava a prestar auxlio militar a seu suserano.

    Outorga: Concesso, permisso.

    2. Escreva um pequeno texto apresentando o papel das relaes de suserania e vassala-gem no feudalismo.

    O Feudalismo e os laos de suserania e vassalagem

    A expresso feudalismo ou sistema feudal, para caracterizar a estrutura socio-econmica da Europa medieval, tem como ponto de partida a designao da principal unidade econmica do perodo, o feudo: grande propriedade rural, base da organiza-o econmico-social durante a Idade Mdia, tambm chamado senhorio ou domnio. Essa unidade de produo, predominantemente agrcola, tambm poderia ser um cargo ou t-tulo de nobreza, uma rea de terra, o direito de cobrar pedgio ou taxas pelo uso do lagar ou do moinho. Dessa forma, o feudo pode ser compreendido tambm como um benefcio concedido atravs da outorga, isto , uma per-misso pelo qual o nobre, ao receber o feudo, se obrigava a prestar auxlio militar a seu su-serano, passando a ser vassalo.

    As relaes de suserania e vassalagem davam estabilidade sociedade feudal. O contrato feudo-vasslico era estabelecido por uma relao pautada na igualdade e na reciprocidade, institudo em trs atos: ho-menagem, fidelidade e investidura, todos carregados de simbolismo. A submisso e dependncia do vassalo ao senhor feudal era representada pelo ato do vassalo de se ajoe-lhar; a lealdade era simulada no juramento sobre a Bblia. E, por fim, a investidura se-lava a concesso do feudo. Desse modo, am-bos estavam ligados por lealdades e subordi-naes, compromissos e dependncia.

    Elaborado especialmente para o So Paulo faz escola.

    Os senhores feudais detinham poder sobre homens e sobre

    terras, e para isso era necessrio ter poder sobre o trabalho

    das pessoas, para acumular riquezas. Nas cerimnias de re-

    laes de suserania e vassalagem, o vassalo nobre que se

    encomendava a outro nobre, ao qual devia fidelidade e obe-

    dincia por toda a vida recebia em troca proteo, habita-

    o e alimentao. No caso da vassalagem, os benefcios que

    as lutas pelo poder asseguravam explicavam e justificavam a

    dependncia entre o suserano e o vassalo.

    HISTORIA_CP_6s_Vol1_2014.indd 8 31/10/13 14:25

  • 9Histria 6 srie/7 ano Volume 1

    Figura 1 Michael Wolgemut e Wilhelm Pleydenwurff, Magdeburg [cidade medieval fortificada], 1493, xilogravura. In: SCHEDEL, Hartmann. Liber Chronicarum [Crnicas de Nuremberg]. Nuremberg: Anton Koberger, 1493. p. 179 verso.

    P

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    Im

    ages

    A expresso Idade Mdia (Medium Aevum, em latim) foi utilizada inicialmente para dizer que, entre o Imprio Romano e a Idade Moderna, houve um perodo intermedirio. Nos scu-los IV e V, diversos povos germnicos, chamados de brbaros pelos romanos, conquistaram a maior parte da Europa Ocidental e chegaram at a capital do Imprio Romano do Ocidente, Roma, em 476, depondo o imperador Rmulo Augstulo. Esse fato assinala a queda do Imp-rio Romano do Ocidente e marca o incio da Idade Mdia, uma longa etapa da histria da hu-manidade, ou mais precisamente da Europa, entre os sculos V e XV, quando, em 1453, ocorreu a queda de Constantinopla, com a invaso dos turcos otomanos.

    Elaborado especialmente para o So Paulo faz escola.

    A atividade Organizando uma li-nha do tempo, inserida no Cader-no do Aluno, acompanhada

    pelo texto a seguir, que compe a seo Lei-tura e anlise de texto. Solicite aos alunos

    que circulem as datas e sculos que aparecem no texto e, em seguida, preencham a tabela do Caderno do Aluno, relacionando o scu-lo, a data e os acontecimentos citados no do-cumento.

    Segundo Jacques Le goff, em sua obra Para um novo conceito de Idade Mdia: tempo, trabalho e cultura no Ocidente (1997), a Ida-de Mdia foi um perodo de grandes impul-sos criadores intercalados de crises. Na Idade Mdia, por exemplo, foram criados o moinho, o livro a universidade, sem contar o desen-volvimento das cidades. Alm disso, impor-tante lembrar aos alunos que a periodizao da Histria um artifcio, pois, diante da im-possibilidade de abranger todo o passado da humanidade, uma das solues encontradas pelos historiadores a diviso em perodos, para fins de estudo.

    Outra atividade importante para estimular nos alunos a reflexo a leitura e interpretao de imagens.

    A partir da gravura reproduzida a seguir, presente na seo Leitura e anlise de ima-gem do Caderno do Aluno, solicite que eles apontem e registrem no caderno os trs ele-mentos de uma cidade medieval que podem ser observados, qual a importncia das torres e, tendo em vista os elementos identificados, que ttulo poderia ser atribudo imagem.

    Em seguida, proponha a atividade existente no Caderno do Aluno, na seo Leitura e anlise de tex-

    to, e com o auxlio do livro didtico ou pes-quisa na biblioteca ou em sites respondam as questes inseridas no Caderno.

    HISTORIA_CP_6s_Vol1_2014.indd 9 31/10/13 14:25

  • 10

    Professor, aps explicar as particula-ridades do perodo feudal, certifi-que-se de que os alunos com-

    preenderam, solicitando que respondam as ques-tes a seguir disponveis na seo Lio de casa, no Caderno do Aluno.

    1. Pesquise em seu livro didtico como ocor-riam as concesses de terras no Feudalismo?No sculo VII, as concesses de terra, no hereditrias, rece-

    beram o nome de precrias. Mais tarde, no sculo XI, pas-

    saram a chamar-se benefcios as terras cedidas a ttulo de

    posse, inicialmente como forma de remunerao por servi-

    os prestados e, posteriormente, como forma de se aumen-

    tar o nmero de vassalos. Essa concesso criava obrigaes

    recprocas entre os nobres que doavam as terras, os susera-

    nos, e os vassalos, nobres que recebiam as terras. O feudo era

    concedido em troca de obrigaes, como a corveia, a talha,

    a mo-morta e a banalidade.

    2. Os senhores feudais tinham o direito de co-brar uma srie de taxas dos servos e cam-poneses, em especial, a corveia, a talha, a banalidade e a mo-morta. Escreva no es-pao a seguir uma definio para cada um desses impostos. Corveia: o senhor feudal podia cobrar a corveia pela con-

    dio de ser senhor da terra. A corveia consistia em reparar

    muralhas, limpar chamins e fossas, construir pontes e estra-

    das, limpar canais, enviar mensagens e executar servios de

    transportes.

    Talha: imposto cobrado sobre a produo obtida no trabalho

    dos camponeses e servos no manso servil. Os servos deviam

    entregar uma quantidade fixa, determinada por seu senhor,

    da colheita, de aves, ovos, mel e pequenos animais, de peas

    tecidas em l e linho e de produtos fabricados em madeira.

    Banalidade: era um imposto cobrado pela utilizao do for-

    no, do lagar, do moinho, do celeiro e de outros equipamentos

    pertencentes ao senhor feudal. As banalidades podiam ser agru-

    padas em quatro tipos: as taxas pagas ao proprietrio pelo uso

    de diferentes equipamentos, os impostos pagos pela circulao

    de mercadorias em estradas, as taxas de viagens e as multas ju-

    dicirias.

    Mo-morta: taxa cobrada sobre a herana da famlia.

    3. No desenho da pirmide social, identifique a posio dos trs estamentos da sociedade feudal, destacando o clero, a nobreza e os trabalhadores, como tambm suas respec-tivas funes. Clero: membros da Igreja. O papa, autoridade mxima da

    Igreja Catlica, seguido pelos cardeais, bispos e padres. Fun-

    o: orar.

    Nobreza: possuam ttulos de nobreza hereditrios. O rei era

    o representante mximo e, em seguida, havia os duques, os

    condes, os marqueses, os bares etc. e os cavaleiros. Funo:

    guerrear.

    Trabalhadores: camponeses, em sua maioria servos da gle-

    ba (componentes presos terra), e viles (componentes li-

    vres). Trabalhavam nas terras do senhor feudal.

    Caso considere interessante aprofundar o tema, sugerimos ainda a questo a seguir:

    A origem das palavras feudo e feudalismo

    A palavra feudal, que vem de fief, feodum, de origem germnica ou celta, designa o direito de desfrutar qualquer bem, geralmente terra, mas que podia ser tambm o direito de cobrar uma taxa de pedgio para passar em uma ponte ou pelo uso de um moinho ou lagar, ou ainda um ttulo ou cargo que desse algum privi-lgio. O feudo no era uma propriedade como conhecemos nos dias de hoje, mas pode ser considerado uma forma de pos-se sobre alguns bens reais. Tudo o que se relacionava a ele passou a ser chamado de Feudalismo. A palavra feudalismo sig-nifica um conjunto de caractersticas eco-nmicas, culturais, filosficas, artsticas, religiosas, entre outras, ligadas ao feudo.

    No se sabe o tamanho mdio dos feu-dos, mas alguns documentos apresentam medidas de 120 a 150 hectares1, unidade de medida agrria correspondente a cem ares.

    Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente

    para o So Paulo faz escola.

    1 1 hectare = 10 000 m2

    HISTORIA_CP_6s_Vol1_2014.indd 10 31/10/13 14:25

  • 11

    Histria 6 srie/7 ano Volume 1

    4. Como ocorria a cobrana de taxas nos feu-dos? Havia ainda a corveia sobre a cobrana de produtos e gne-

    ros. Por exemplo, os servos deviam entregar ao senhor feudal

    cerca de 10% da colheita e uma quantidade fixa, determinada

    por seu senhor, de aves, ovos, mel, pequenos animais e peas

    tecidas de l e linho e produtos fabricados de madeira.

    2a etapa

    A segunda proposta deste Caderno tra-balhar com a representao de um feudo por meio da montagem de um painel ilustrado, que ser enriquecido com suas aulas exposi-tivas, leituras de documentos, um roteiro de pesquisa sobre o tema e outras experincias adquiridas ao longo de suas atividades em sala de aula.

    A montagem do painel ilustrado, apresen-tando o cotidiano da sociedade feudal, tem por objetivo encaminhar as reflexes dos alunos para que eles percebam as permanncias e rup-turas na dinmica do processo histrico e para que compreendam algumas etapas do longo processo de formao do Feudalismo.

    Confirme se cada uma das etapas foi compreendida por todos. Se possvel, para envolver os alunos na atividade, divida com eles algumas decises a respeito da elabo-rao do painel ilustrado, como os temas, o cronograma e o critrio para a formao dos grupos.

    Organize a diviso dos grupos segundo o critrio mais conveniente no momento. Mos-tre que o painel ilustrado tem como objetivo apresentar representaes do Feudalismo fei-tas em desenhos, com legendas explicativas sobre os temas trabalhados.

    Voc poder incentivar a pesquisa em diferentes fontes de informaes. Propo-nha, inicialmente, que os alunos faam um levantamento dos termos relacionados

    Idade Mdia e os registrem em uma lista no caderno. Assim os conhecimentos prvios sobre o tema podem ser discutidos em clas-se e as dvidas passam a ser questes para pesquisa em livros especializados, no mate-rial didtico e na biblioteca da escola ou da comunidade.

    muito importante orientar os alunos para que eles dividam as atividades entre os componentes do grupo, considerando que a pesquisa e a organizao das tarefas so de responsabilidade de todos os participantes. Um dos princpios bsicos para o trabalho em equipe que todos podemos oferecer algo aos outros. Esse princpio, alm de potencia-lizar a aprendizagem cooperativa e estimular a colaborao no grupo, ir desenvolver nos alunos a afirmao e a confiana nas pr-prias habilidades.

    Lembre aos alunos que, durante a monta-gem do painel, eles devem se preocupar com a qualidade dos desenhos, mostrando os detalhes das partes que compem um feudo e preparan-do um texto para a apresentao na classe.

    Vale ainda ressaltar a importncia de ofe-recer situaes por meio das quais os alunos possam dar suas opinies, envolvendo-se de forma participativa, respeitosa e crtica. Nesta etapa, importante que voc obser-ve a capacidade dos alunos de transitar da linguagem da Histria para a linguagem artstica, reconhecendo diferentes tipos de discurso e sabendo us-los de acordo com o contexto.

    O domnio de linguagens muito impor-tante para tornar o aluno um leitor compe-tente do mundo, atribuindo significado a algo neste caso, informaes de textos e imagens sobre o Feudalismo.

    Dominar linguagens implica trabalhar com seus contedos nas dimenses de conjec-

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    Figuras 2 e 3 Calendrio de horas: o primeiro quadro retrata a semeadura, e o segundo a colheita, Irmos Limbourg, As mui ricas horas do Duque de Berry, c. 1413-1489, guache sobre pergaminho. Museu Cond, Chantilly, Frana.

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    turas, proposies e smbolos. Ler e interpre-tar, apropriar-se do texto, estabelecer relaes entre suas partes e trat-las como elementos de um mesmo sistema isso o que se espera do aluno.

    Logo a seguir voc encontra alguns subs-dios relacionados ao roteiro de pesquisa pro-posto aos alunos. Considere que as legendas

    elaboradas por eles sero simplificadas, afi-nal estamos tratando de alunos de 6a srie/7o ano. Ajude-os a privilegiar as informaes principais entre aquelas pesquisadas e que se referem ao item proposto, como tam-bm a expandir as ideias quando necessrio. Lembre-os de que as perguntas tm como objetivo orientar a pesquisa e algumas delas encontram-se no Caderno do Aluno.

    Professor, as duas ilustraes anterio-res tambm esto dispostas no Caderno do Aluno. Utilize-as como exemplo para que

    os alunos observem os elementos que com-pem a sociedade feudal. Ajude-os a perce-ber que a primeira imagem do calendrio de

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    Histria 6 srie/7 ano Volume 1

    As partes do feudo

    Por volta dos sculos IX e X, os feudos estavam divididos em trs partes: o manso se-nhorial, que correspondia parte das terras de uso do senhor feudal; o manso servil, cor-respondente s terras arrendadas pelos camponeses e servos; e uma terceira parte, as terras comunais, que eram tanto dos senhores feudais quanto dos servos e camponeses.

    manso

    Nome dado diviso das villas os mansi que eram entregues aos camponeses pelo pos-suidor da terra a ttulo de posse. O mansus variava de tamanho, dependendo da regio ou da condio de quem os recebia. Em geral, era calculado um tamanho necessrio para abastecer as necessidades de uma famlia.

    Havia dois tipos de manso: o ser vil e o senhorial. O detentor de um manso ser vil estava obrigado a prestar diversos servios, entre eles trabalhar nas pocas de plantio e colheita, prestar servio de transporte e corveia semanal. O manso senhorial correspondia a cerca da metade da terra cultivada e pertencia ao senhor feudal.

    terra comunal

    rea que pertencia reserva senhorial, mas podia ser utilizada pelos possuidores dos mansi. Nesse local, onde havia bosques, prados, charnecas e regies arenosas, os servos e camponeses levavam seus animais para pastar, colhiam frutos silvestres e cortavam madeira para utilizar nos fornos e nas construes, e os senhores, por sua vez, praticavam a caa. Das terras comunais, os servos retiravam seu sustento, alm dos recursos para cumprir as obriga-es feudais.

    castelo

    Era a residncia fortificada do senhor feudal e tem sua origem na palavra latina castellum, diminutivo de castrum, que significa acampamento fortificado. Era uma construo com fins defensivos, protegida com muralhas, torres e fossos. Havia uma porta principal que, em geral, se alcanava, na maior parte das vezes, por uma ponte levadia, protegida com portes gradeados de madeira e movimentada por roldanas e tornos.

    horas representa a colheita e a segunda, a semeadura. Desperte nos alunos o interes-se por esse tipo de registro e explique-lhes que as imagens fazem parte da obra As mui ricas horas de Duque de Berry. Durante o fim da Idade Mdia, essa obra foi um ins-trumento utilizado para medir o tempo do plantio e tambm como um brevirio para os leigos. Contudo, importante ressaltar como a nobreza da sociedade feudal se pro-jetava, na medida em que a obra retrata os

    elementos que compem o cotidiano da so-ciedade.

    Para o desenvolvimento do painel in-formativo, o texto a seguir, tambm inserido na seo Leitura e anlise de

    textos, oferece subsdios para que os alunos cons-truam as legendas nos desenhos ou nas imagens da reserva senhorial, do manso servil, das terras comunais, dos moinhos, dos celeiros, das oficinas artesanais, dos fornos, dos estbulos e do castelo.

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    Havia ainda um ptio central, em torno do qual se distribuam todas as dependncias do castelo, e, por ltimo, um ncleo principal, que, em caso de perigo, poderia ser defendido de forma independente. Uma das caractersticas dos castelos era o fato de possurem poucas janelas, substitudas por aberturas estreitas que proporcionavam um pouco de luminosidade e favoreciam a defesa. Inicialmente, os castelos eram construdos de madeira e murados por uma paliada. Somente a partir do sculo XI comearam a ser edificados e rodeados de pedra.

    moinho

    Engenho que se destinava moagem, especialmente de cereais, composto de duas ms, postas uma sobre a outra. A m uma pedra grande, circular, de pequena espessura, com a qual se trituram gros nos moinhos, girando-a sobre outra pedra. Os moinhos, na Idade Mdia, eram movidos pelo vento ou pela gua.

    Aldeia

    Povoao de pequena proporo, menor do que a villa, onde viviam os camponeses e ser-vos, cujas casas, em geral, se agrupavam em volta da capela.

    Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o So Paulo faz escola.

    as partes do feudo, que poder ser exposto na classe ou em um dos corredores da escola, orga-nizando uma faixa ou um cartaz em cartolina, papel kraft ou sulfite com o ttulo da exposio.

    Avaliao da Situao de Aprendizagem

    Ao avaliar as etapas da Situao de Apren-dizagem para a montagem do painel ilustrado sobre as partes do feudo, voc poder obser-var as informaes pesquisadas pelos alunos e avaliar o nvel de aprendizagem.

    Ao longo do processo de ensino-aprendi-zagem, proponha revises dos textos e dos termos pesquisados e oriente as etapas para que cada grupo possa selecionar os itens soli-citados para a montagem do painel, organizar o material, relacionar e interpretar dados.

    O momento da produo escrita muito importante para que cada aluno consiga se apropriar do estudo da origem e do significa-do dos termos Idade Mdia, Feudalismo e servido e para que possa identificar dife-

    3a e 4a etapas

    Nestas duas etapas os alunos devero or-ganizar a preparao do painel ilustrado so-bre o feudo, selecionando imagens e textos. muito importante que os alunos, toman-do por base a pesquisa do material sobre as partes do feudo, renam-se na classe para apresentar aos colegas dos grupos o material coletado e iniciar os registros, inicialmente sob a forma de rascunho.

    muito importante colocar legendas para os desenhos da reserva senhorial, do manso servil, das terras comunais, de bosques, moi-nhos, celeiros, oficinas artesanais, fornos, estbulos e castelos. Passe pelos grupos ou chame-os sua mesa para orient-los na pro-duo de textos e legendas, no uso dos espa-os da folha de papel, no registro dos nomes dos participantes, do professor e da disciplina, e ainda na grafia, na organizao do texto e no uso de margens, legendas e ttulos.

    Aps a avaliao do material, pode ser ini-ciada a montagem do painel ilustrado sobre

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    Histria 6 srie/7 ano Volume 1

    rentes formas de representaes e termos his-tricos. Para produzir um bom texto, preciso ler, reler e reescrever diferentes informaes sobre o assunto pesquisado, o que chamamos de reescrita. Para que o texto fique claro, obje-tivo, coeso e coerente, muito importante que outra pessoa o leia e sugira alteraes. Esse lei-tor pode ser um colega do grupo, de um outro grupo ou da prpria classe. Mostre aos alunos que uma boa estratgia pedir que os leitores do texto em processo de produo registrem suas dvidas sobre o que est escrito, para ve-rificar se o texto est compreensvel e claro.

    Ao final do processo de trabalho, como forma de avaliar os progressos conceituais da turma, convide-os a voltar aos registros realizados no momento da Sondagem e sen-sibilizao como forma de checar se houve mudanas e quais foram elas no que se refere aos conhecimentos sobre Idade Mdia. Esse pode ser um rico momento coletivo em que os alunos, alm de perceber o que apren-deram, podero fazer uma interessante com-parao entre as representaes inicialmente manifestas, muitas permeadas pelo imagin-rio miditico, e aquelas construdas pelo pro-cesso de pesquisa histrica.

    proposta de questes para avaliao

    As questes a seguir esto inclu-das na seo Voc aprendeu?, no Caderno do Aluno.

    1. Explique o funcionamento do sistema de trs campos utilizado nos feudos.No feudo, unidade de produo do Feudalismo, a partir do

    sculo XI iniciou-se a prtica da adubagem das terras com es-

    trume animal, o que levou necessidade de conciliar a cria-

    o de bois, vacas e cavalos com a lavoura. Assim, em muitos

    feudos, criou-se a necessidade de cultivar a terra dividindo-a

    em folhas, nome dado a uma das partes em que se dividia o

    campo a ser trabalhado pelo sistema de afolhamento. Nesse

    sistema de duas folhas, uma ficava em descanso e a outra era

    cultivada. O afolhamento estava ligado ao sistema de campo

    aberto e tinha como regra a ao comunitria, pois todos os

    possuidores de parcelas em uma folha praticavam o mesmo

    tipo de cultura.

    A necessidade de deixar uma parte dessas terras descan-

    sando para aumentar a produtividade deu origem ao siste-

    ma de trs campos ou de rotao de culturas: dividia-se a

    terra em trs partes (folhas) e a cada trs anos deixava-se

    uma parte em pousio, nome dado s terras no cultivadas

    por um perodo, com o objetivo de evitar seu esgotamen-

    to. Muitas vezes, nessa parte, colocava-se o gado para pas-

    tar, visando adubao da terra. Enquanto isso, nas duas

    outras, eram cultivados trigo, aveia, centeio e cevada.

    2. Segundo a frmula concebida pelo bis-po Adalbero, no comeo do sculo XI, a casa de Deus era formada por trs gru-pos: o dos que oravam, o dos que guer-reavam e o dos que trabalhavam.

    A sociedade qual ele faz referncia de-nominada de:

    a) urbana.

    b) estamental.

    c) rural.

    d) comercial.

    e) religiosa.O bispo Adalbero, de Laon, descreveu a sociedade tripartida,

    segundo uma hierarquia que durante o sculo XI acabaria por

    se impor, que se encontrava dividida em trs ordens: a dos

    que oravam, a dos que combatiam e a dos que trabalhavam.

    A sociedade feudal pode ser definida como estamental, na

    medida em que as categorias eram claramente definidas

    e no era comum a mobilidade social. As posies sociais

    eram definidas a partir do nascimento, perpetuando-se os pri-

    vilgios dos grupos especficos.

    3. A terra cedida a um nobre, cuja concesso implicava o estabelecimento de vassala-gem, recebia o nome de feudo, e o poder exercido pelo senhor sobre os que habita-vam suas terras recebia o nome de:

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    a) vila.

    b) gleba.

    c) manso.

    d) terras comunais.

    e) senhorio.A apropriao pelo grande proprietrio rural do direito

    de bando d direito ao senhorio, cuja caracterstica a

    usurpao de funes que antes eram pblicas. O senhor

    exerce poder sobre os que residem em suas terras, isto ,

    em seu feudo.

    4. A relao que mantinha os trabalhadores presos terra e subordinados a uma srie de obrigaes em servios e impostos esta-va baseada no(a):

    a) servido.

    b) colonato.

    c) feudalismo.

    d) campesinato.

    e) escravido.A servido a condio jurdica do campons que, por obri-

    gaes pessoais ou por dvidas, ficou impossibilitado de dei-

    xar a terra.

    proposta de Situao de recuperao

    Professor, como atividade de recuperao, voc pode solicitar aos alunos que retomem a atividade Organizando uma linha do tempo, presente no Caderno do Aluno, aprofundando o entendimento da periodizao ao solicitar a descrio do recorte temporal. Oriente-os a traar uma linha do tempo no caderno, demar-cando o perodo que oficialmente corresponde Idade Mdia; em seguida, oriente-os a assina-

    lar a Alta Idade Mdia e a Baixa Idade Mdia, apresentando suas principais caractersticas.

    A Alta Idade Mdia corresponde ao pero-do que se estende dos sculos V ao X, no qual, na Europa Ocidental, acentuaram-se as mi-graes dos chamados povos brbaros em reas do antigo Imprio Romano do Ocidente e intensificaram-se as atividades agrcolas, a fragmentao poltica e territorial e a diminui-o das atividades comerciais e urbanas.

    A Baixa Idade Mdia corresponde ao pe-rodo entre os sculos XI e XV, caracterizado pelo renascimento do comrcio e das cidades na Europa Ocidental, pelas Cruzadas e pela crise do Feudalismo.

    recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreenso do tema

    Livros

    DHAUCOURT, genevive. A vida na Idade Mdia. So Paulo: Martins Fontes, 1994. A autora aborda a Idade Mdia a partir de trs domnios essenciais da Histria: tempo, tra-balho e cultura.

    LE gOFF, Jacques. Para um novo conceito de Idade Mdia: tempo, trabalho e cultu-ra no Ocidente. Lisboa: Estampa, 1997. A obra do consagrado medievalista francs aborda o nascimento da Europa a partir da anlise de monumentos, de documentos e do cotidiano.

    PEDRERO-SNCHEz, Maria guadalupe. Histria da Idade Mdia: textos e testemu-nhas. So Paulo: Editora Unesp, 2000. Este livro utiliza diversos documentos e fontes pri-mrias da Idade Mdia.

    RIORDAN, James. Rei Artur. So Paulo: tica, 2005. (O Tesouro dos Clssicos). Livro

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    Histria 6 srie/7 ano Volume 1

    voltado ao pblico juvenil, traz uma narrativa da histria do rei Artur, que, para defender o seu reino, Camelote, e toda a Bretanha, passa por muitas batalhas entre fadas, bruxas e ou-tros seres mticos, acompanhado dos Cavalei-ros da Tvola Redonda.

    Filmes

    Os filmes a seguir podem ser utilizados para a preparao das aulas, mas importan-te que observe e se atenha classificao et-ria antes de indic-los aos alunos.

    Merlin e a espada (Merlin and the sword). Di-reo: Clive Donner, 1985. 180 min. Sem clas-sificao etria. A histria do rei Artur e dos Cavaleiros da Tvola Redonda contada pelo mago Merlin.

    O incrvel exrcito de Brancaleone (Larmata Brancaleone) Direo: Mario Monicelli, 1966.

    120 min. 14 anos. O filme uma stira aos costumes da cavalaria medieval. O desastrado Brancaleone um cavaleiro que lidera um pe-queno e esfarrapado exrcito em busca de um feudo na Europa.

    O nome da Rosa (The name of the rose). Direo: Jean-Jacques Annaud, 1986. 131 min. 14 anos. Em 1327, um monge francis-cano e um novio chegam a um mosteiro no Norte da Itlia. Uma srie de assassinatos misteriosos acontece no mosteiro. O monge comea a investig-los, mas no acredita, di-ferentemente dos demais, que as mortes se-jam obras do demnio. O gro-Inquisidor chega, decidido a torturar qualquer suspeito de heresia. Como no gosta do monge fran-ciscano, coloca-o como suspeito e trava-se uma luta ideolgica entre os dois, a qual re-trata as oposies entre as mentalidades me-dieval e renascentista, que iriam caracterizar os sculos seguintes.

    SITUAO DE APRENDIzAgEM 2AS CRUzADAS E OS CONTATOS ENTRE AS SOCIEDADES

    EUROPEIAS E ORIENTAIS

    Esta Situao de Aprendizagem, cujo foco temtico relaciona-se s Cruzadas, tem como proposta metodolgica a pesquisa orientada de conceitos e imagens relaciona-das ao tema, a leitura de textos e tambm a produo de um lbum de figurinhas. A palavra lbum, no sentido original empre-gado pelos romanos, era uma tabuinha onde se escrevia a lista de senadores ou de ocu-pantes de outra funo poltica. No senti-do proposto neste Caderno, o lbum um livro, e as figurinhas apresentam pequenas estampas coloridas, comercializadas em s-rie, para ser coladas nele, a fim de divertir os colecionadores.

    O tema Cruzadas, em geral, um dos fa-tos histricos mais conhecidos a respeito da Idade Mdia, em razo de sua divulgao na mdia, em jogos e ainda em matrias veicu-ladas em revistas e jornais, alm do cinema. Assim, a proposta de montagem de um l-bum de figurinhas justifica-se porque o tema comporta diversas possibilidades de pesqui-sa aliadas a atividades ldicas, importantes para o processo de ensino-aprendizagem nes-ta faixa etria.

    Professor, a imagem a seguir est pre-sente no Caderno do Aluno, no incio da Situao de Aprendizagem, acompanhada

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    de um texto explicativo com o contedo elementar sobre as Cruzadas. A partir da leitura do texto e da imagem, apresenta-

    mos uma questo que procura verificar o entendimento dos alunos sobre o assunto abordado.

    Figura 4 Representao de batalha das Cruzadas em vitral de uma igreja francesa.

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    contedos e temas: surgimento das Cruzadas, Conclio de Clermont, Terra Santa, peregrinaes, turcos e Imprio Bizantino.

    competncias e habilidades: compreender textos, interpretar dados e informaes contidas em docu-mentos histricos, relacionar essas informaes entre si; selecionar e organizar dados representados de diferentes formas, tomar decises e enfrentar situaes-problema.

    Sugesto de estratgias: aula expositiva, anlise de documentos e produo de lbum de figurinhas.

    Sugesto de recursos: canetinhas, lpis de cor e folhas de sulfite ou papel-jornal tamanho A4.

    Sugesto de avaliao: deve ser considerada a coleta do material de pesquisa, a seleo das imagens, a organizao dos temas para a montagem do lbum e as competncias atitudinais, como colaborao e solidariedade.

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    Histria 6 srie/7 ano Volume 1

    Sondagem e sensibilizao 1a etapa

    Na proposta da Situao de Aprendiza-gem, importante que voc busque e valorize os conhecimentos prvios que os alunos de-tm sobre o tema das Cruzadas.

    A seguir, apresentamos algumas perguntas que podem ser feitas aos alunos com a inten-o de estimular a expresso das representa-es que eles possuem sobre o tema que ser desenvolvido:

    f Vocs j ouviram a expresso guerra Santa?

    f Que motivaes geram esse tipo de conflito? f Vocs sabem citar exemplos de conflitos que receberam o nome de guerra Santa?

    f Na Idade Mdia ocorreu uma guerra Santa chamada Cruzadas. Vocs sabem como os homens lutavam naquela poca?

    Aps a Sondagem e sensibilizao, apre-sente as etapas da proposta, esclarecendo d-vidas que possam ocorrer. fundamental que todos os alunos tenham clareza a respeito do que ser realizado para que, ao final, o traba-lho possa apresentar resultados satisfatrios.

    As perguntas e respostas devem ser utiliza-das como motivadoras para iniciar a apresen-tao da proposta e despertar a curiosidade sobre o tema em estudo. Estimule tambm os alunos a elaborar perguntas, mostrando a importncia delas para compreender melhor o assunto pesquisado para a montagem do lbum.

    Ao apresentar a proposta para os alunos, oriente-os a fazer um levantamento de lbuns de times de futebol, dentre outros, para que verifiquem a estrutura do material e sua dia-gramao, elaborando um esboo a fim de que, na fase seguinte, possam iniciar a monta-gem do lbum das Cruzadas.

    Nesta etapa, os alunos desenvolvero operaes e processos sobre como levantar hipteses e verific-las, codificar esquemas, reproduzir, transformar e transpor conheci-mentos, conceituar, memorizar e reaplicar co-nhecimentos.

    Apresente o cronograma das atividades, estabelecendo o prazo para a coleta do ma-terial, data de entrega e o critrio para a or-ganizao dos grupos.

    2a etapa

    Considerando que os alunos j conhe-cem os contedos que sero tratados nesta Situao de Aprendizagem, como tambm a proposta metodolgica, seria interessan-te a conduo de uma aula expositiva que propiciasse a abordagem de alguns conhe-cimentos e conceitos fundamentais no co-letivo.

    Professor, o texto a seguir est in-serido, com a imagem do vitral, no Caderno do Aluno. Na sequncia

    h uma atividade que solicita ao aluno a iden-tificao dos trs elementos da representao de um cavaleiro que participava de uma Cru-zada.

    As Cruzadas foram expedies de carter religioso e militar, organizadas pelos cristos da Euro-pa Ocidental durante a Idade Mdia para reconquistar Jerusalm das mos dos muulmanos. Oito Cruzadas oficiais partiram da Europa Ocidental, entre os anos de 1096 e 1270.

    Em geral, a Cruzada era convocada e tinha sua data marcada por um papa, considerado pelos cristos a autoridade mxima da Igreja Catlica. O financiamento dos recursos materiais provinha

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    dos prprios participantes das Cruzadas, de impostos criados especialmente para esse fim, de senhores feudais, que recebiam donativos de seus vassalos, e de verbas da Igreja, provenientes de donativos e taxas pagas pelos fiis ou, ainda, de emprstimos feitos a mercadores ou ordens religiosas.

    O termo Cruzadas, como muitos outros utilizados na historiografia, no era conhecido no momento histrico para o qual o empregamos. A expresso Cruzadas s passou a ser utilizada em meados do sculo XIII. Os documentos medievais usam expresses como peregrinao, guerra Santa, expedio da cruz e passagem.

    A origem do termo Cruzada est ligada ao fato de que seus participantes tinham uma cruz bor-dada nas roupas, por se considerarem soldados de Cristo.

    Alm das roupas bordadas com a cruz, diversas relquias sagradas podiam ser utilizadas em uma campanha convocada para uma Cruzada: rplicas da lana utilizada pelos soldados romanos durante a crucificao de Cristo; o Santo Sudrio, manto que segundo a tradio crist teria servido de morta-lha a Jesus e teria poder de cura e proteo; o clice que teria sido usado na ltima Ceia; e a Arca da Aliana, que guardaria os dez mandamentos.

    Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o So Paulo faz escola.

    A seguir, voc encontra as sugestes de contedos, organizados na forma de pergun-tas e respostas. Selecione o que achar mais adequado, considerando o perfil da sua tur-ma. Essa aula permitir que os alunos partam para a situao de pesquisa com noes bsi-cas, o que, certamente, os auxiliar na seleo das informaes, possibilitando patamares de maior complexidade no que se refere ao mate-rial a ser selecionado.

    Professor, no Caderno do Aluno h a seo Lio de casa em que solicitada a pesquisa no dicion-

    rio do significado da palavra conclio, e outra questo solicitando que os alunos busquem no livro didtico informaes so-bre o Conclio de Clermont. Caso julgue ne-cessrio, oferea aos alunos a explicao a respeito do Conclio de Clermont.

    f Qual o significado da palavra conclio? A palavra conclio significa reunio de representantes ecle-

    sisticos, especialmente bispos. Era presidida ou sancionada

    pelo papa para deliberar sobre questes de f, costumes,

    doutrina ou disciplina eclesistica.

    f O que foi o Conclio de Clermont? O Conclio de Clermont, cidade da Frana, reunido entre

    18 e 28 de novembro de 1095, foi convocado pelo Papa Ur-

    bano II. Com a participao de cerca de 300 clrigos, foram

    discutidos diversos temas, entre os quais os decretos contra

    a investidura leiga e a venda de indulgncias. Em uma ses-

    so aberta no dia 27 de novembro, o Papa Urbano II fez um

    chamamento pblico para ajudar os cristos do Oriente e

    conquistar a Terra Santa, salientando as dificuldades dos

    peregrinos de visitarem Jerusalm e os obstculos criados

    pelos turcos para impedir que os infiis, no caso os cristos,

    entrassem em Jerusalm.

    O Papa Urbano II, excelente orador, conseguiu resposta

    imediata, pois prometia, em troca do atendimento de sua

    convocao, a remisso das penalidades temporais dos

    pecados. Cada membro da expedio usaria o sinal da

    cruz, como smbolo de sua dedicao, o qual deveria ser

    costurado em tecido vermelho no ombro de seu balan-

    drau, veste com capuz e mangas largas usada sem cinto.

    Caso algum membro desistisse ou no participasse, sofre-

    ria excomunho.

    f Quais eram as armas utilizadas durante as batalhas? As armas dos participantes das Cruzadas eram muito variadas,

    destacando-se:

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    Histria 6 srie/7 ano Volume 1

    Besta Arma com capacidade de perfurar armaduras e es-

    cudos de soldados e cavaleiros;

    Espada Arma de lmina comprida, pontiaguda, dotada

    de um ou dois gumes, e um pequeno cabo pelo qual em-

    punhada. Utilizadas pelos cavaleiros e guerreiros medievais,

    as espadas variavam muito de tamanho e forma, sendo mais

    utilizadas as espadas de duas mos;

    Adaga Espada curta e larga;

    Lana Arma constituda de uma longa haste que termina

    em uma pea pontiaguda de ferro, bronze ou osso, para ser

    arremessada ou empunhada.

    As armaduras utilizadas pelos cruzados eram feitas com os

    materiais mais resistentes e avanados da poca, como cou-

    ro reforado, placas e peles. O laudel era uma indument-

    ria militar, com acolchoamento prprio para neutralizar os

    golpes de espadas ou outros instrumentos cortantes.

    3a e 4a etapas

    A proposta que os alunos pesquisem so-bre os armamentos, a cidade de Jerusalm (a Terra Santa) e outras curiosidades sobre as Cruzadas e que organizem um lbum de figurinhas sobre esses temas. Num primeiro momento, auxilie-os na organizao de um roteiro de pesquisa, considerando o tema pro-posto: as Cruzadas, a cidade de Jerusalm e os armamentos utilizados e outros aspectos que devero ser pesquisados e que integram o tema.

    Pea que eles faam um levantamento dos lbuns de figurinhas que conhecem e leve um exemplar para a sala de aula para que seja analisado e discutido com os alunos de que forma ele foi organizado, qual a sua esttica, os tipos de letras e outros detalhes que considerem importantes na sua compo-sio. Essa anlise dever servir de refern-cia para que os grupos decidam como ser o lbum de figurinhas que vo produzir. Tam-bm ser preciso definir como as imagens ou os desenhos sero reproduzidos.

    Considerando as decises tomadas cole-tivamente, importante que os grupos ini-

    ciem a reproduo ou desenho das imagens, enumerao das pginas, margens e a finali-zao dos textos. Oriente os alunos a dobrar as folhas de papel ao meio, no formato de um lbum de figurinhas, com margens de um centmetro e meio. A primeira pgina ser a capa, que poder vir com o ttulo, um dese-nho relacionado ao tema do lbum e os da-dos do grupo.

    Sugira aos alunos de oito a dez figurinhas e motive-os para que todos contribuam com a pesquisa realizada e que os assuntos sejam diversificados; estejam atentos ao cronogra-ma de trabalho acordado, em especial data de entrega e aos cuidados com a finalizao do lbum, garantindo uma esttica capri-chada para o lbum: com pequenas legen-das sobre os aspectos que integram o tema, como smbolo das Cruzadas, armaduras, ar-mas, rotas das Cruzadas e seus participantes (nobres, mercenrios, arqueiros, peregrinos, sacerdotes, sarracenos, mercadores, prega-dores e templrios), Jerusalm, as principais Cruzadas etc. Solicite aos alunos que nume-rem as figurinhas e as pginas. Dentro das possibilidades do grupo, organize-os de ma-neira que cada um faa desenhos sobre um tema especfico (armaduras, armas, princi-pais Cruzadas), os quais podero ser foto-copiados, de forma que as imagens possam ser trocadas.

    Organize uma exposio do material em mesas ou carteiras de sala de aula, se poss-vel, cobertas com papel kraft ou jornal, em um dos corredores da escola.

    Avaliao da Situao de Aprendizagem

    O resultado da avaliao deve ser um diagnstico completo do processo de apren-dizagem e um estmulo aos alunos para que eles prprios possam analisar seu desempe-nho. A avaliao s passa a ter significado

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    se ela for capaz de proporcionar o aprimora-mento das atividades pedaggicas, tanto por parte do professor quanto do aluno, deven-do ser um momento de reflexo para ambos, podendo ser enriquecida com uma autoava-liao ao final da proposta, com os seguintes itens:

    1. Voc participou das atividades propostas para o trabalho em grupo?

    2. Como voc avalia a sua participao nas diferentes etapas do trabalho: pesquisa, coleta de materiais, produo de textos e desenhos?

    urbano ii (1095)

    Carssimos irmos, eu, Urbano, portando, pela misericrdia de Deus a tiara apostlica, e supre-mo pontfice de toda a terra, venho at vs, servidores de Deus, encarregado em desvendar-vos os ensinamentos divinos [...]. urgente socorrer aos nossos irmos do Oriente que esperam a ajuda to necessria e tantas vezes j prometida. Os turcos e os rabes atacaram-lhes, assim como muitos dentre vs ouviram os relatos, e invadiram as fronteiras da Romnia at aquele local do mar Mediterrneo chamado o Brao de So Jorge, aumentando mais e mais as suas conquistas nos territrios cristos, eles j os venceram sete vezes em batalhas, matando ou fazendo grande nmero de prisioneiros, destruindo as igrejas e devastando todo o pas sob o domnio cristo [...]. Por isso eu vos instruo e conjuro, no em meu nome, mas em nome do Senhor, vs os arautos de Cristo, a conclamar sem cessar os Francos de todas as classes, caminhantes e cavaleiros, pobres e ricos, apressei-vos em assis-tir os adoradores de Cristo, porque ainda h tempo, e expulsar para longe das regies onde impera a nossa f esta raa mpia dos devastadores. Falo queles que esto presentes e clamo aos ausentes, mas Cristo quem ordena. Quanto queles que partiro para esta guerra santa, se perderem a vida, seja durante a viagem por terra, seja atravessando os mares, seja combatendo os idlatras, todos os seus pecados sero perdoados imediatamente, eu o ordeno em virtude da autoridade da qual fui investido por Deus.

    Urbano II apud Foucher de Chartres. Histoire Les Croisades. Disponvel em: . Acesso em: 27 jun. 2013.

    Traduo Clia gambini.

    3. A diagramao dos espaos e a montagem do lbum de figurinhas pelo grupo foram satisfatrias?

    Organize um levantamento dos pontos relevantes para a montagem do lbum de fi-gurinhas e discuta com os seus alunos a im-portncia do trabalho em grupo.

    proposta de questes para avaliao

    As questes sugeridas a seguir en-contram-se na seo Voc apren-deu? no Caderno do Aluno.

    1. O Conclio de Clermont:

    No Conclio de Clermont, em 1095, quan-do o Papa Urbano II fez essa aclamao, a quem ele se dirigia e por qu?O papa Urbano II, ao fazer essa aclamao no Conclio de

    Clermont, em 1095, dirigia-se tanto aos pobres quanto aos

    ricos, para combater os turcos seljcidas que, segundo o

    cristianismo, ocupavam Jerusalm, a Terra Santa. Vale ob-

    servar que, basicamente, os camponeses, os servos e tam-

    bm os membros da nobreza empobrecida, e especialmen-

    te os filhos de nobres que no eram primognitos e no

    tinham direito herana paterna, foram os que participa-

    ram das Cruzadas.

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    Histria 6 srie/7 ano Volume 1

    2. As Cruzadas, em geral, eram expedies de carter religioso e militar, organizadas pe-los cristos e convocadas pela autoridade mxima da Igreja Catlica, que recebe a denominao de:

    a) bispo.

    b) abade.

    c) padre.

    d) jesuta.

    e) papa. A autoridade mxima da Igreja Catlica o papa e as demais

    alternativas denominam outros membros da hierarquia ecle-

    sistica a ele subordinados.

    3. O objetivo religioso das Cruzadas era re-conquistar a Terra Santa, por causa das dificuldades impostas aos peregrinos para visitar Jerusalm. Assinale, entre as alter-nativas seguintes, o grupo que foi convoca-do para participar das Cruzadas.

    a) Muulmanos.

    b) Cristos.

    c) Judeus.

    d) rabes.

    e) Turcos.O grupo convocado para participar das Cruzadas foi os cris-

    tos, que buscava tomar a Terra Santa dos muulmanos.

    4. Os participantes das Cruzadas tinham uma cruz bordada em suas roupas, pois consi-deravam-se:

    a) soldados de Cristo.

    b) um exrcito.

    c) soldados da esperana.

    d) soldados da paz.

    e) soldados da Salvao. Os participantes das Cruzadas bordavam a cruz em suas rou-

    pas, pois consideravam-se soldados de Cristo.

    As questes a seguir tambm podem ser propostas aos alunos para aprofundar ou ve-rificar a aprendizagem, de acordo com as ne-cessidades de cada turma.

    1. Qual a ligao do aumento populacional ocorrido na Baixa Idade Mdia com o mo-vimento das Cruzadas? As inovaes tcnicas ocorridas nesse pe rodo, como o uso

    da charrua, o sistema de rotao de culturas e o mtodo de

    atrelagem animal, promoveram, desde o sculo X, mudanas

    na alimentao, com maior consumo de leguminosas (ervi-

    lhas, feijo, gro-de-bico e lentilha), e isso foi um dos fatores

    responsveis pelo aumento populacional na Europa Oci-

    dental. A expanso demogrfica levou muitos camponeses a

    deixarem de ter rea mnima para a subsistncia, vivendo da

    caridade e de servios que eventualmente apareciam. Muitos

    desses cristos atenderam convocao do Papa Urbano II e

    partiram para combater os infiis.

    A participao dos filhos de famlias nobres que no eram

    primognitos tambm foi bastante significativa, pois pelos

    costumes de sucesso do Feudalismo, eles no recebiam o

    senhorio, passando a ver nas Cruzadas uma possibilidade de

    receberem feudos.

    2. Durante a preparao da Terceira Cruza-da (1189-1192), o papa autorizou vrios pregadores a percorrer a Europa Ociden-tal e estendeu a indulgncia para aqueles que, no podendo participar da Cruzada, financiassem a ida de outras pessoas. A palavra indulgncia, citada no texto, sig-nifica:

    a) salvao eterna.

    b) privilgios feudais.

    c) aumento do senhorio.

    d) perdo dos pecados.

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    e) contrato de vassalagem.A negociao de indulgncias, ou seja, do perdo, era uma

    prtica recorrente da Igreja Catlica. No sculo XVI, ela pro-

    vocou um importante cisma no interior da instituio, deno-

    minado Reforma Religiosa.

    3. Aps o discurso do Papa Urbano II em Clermont, milhares de peregrinos se dis-puseram a partir para Jerusalm, em abril de 1096. Eram, principalmente, pequenos cavaleiros, aventureiros, mendigos e mal-trapilhos, razo pela qual a Cruzada foi chamada de:

    a) Cruzada dos Bares.

    b) Cruzada das Crianas.

    c) Cruzada Popular.

    d) Cruzada de F.

    e) Cruzada de Jerusalm.A perspectiva da obteno do perdo dos pecados mo-

    bilizou pessoas de diferentes estamentos a participar das

    Cruzadas.

    4. Em 1212, um movimento liderado por um menino francs reuniu filhos de camponeses, na crena de que poderiam libertar Jerusalm. graas inocncia de seus participantes, muitos morreram no caminho, foram escravizados ou se-questrados. Essa Cruzada recebeu o nome de:

    a) Cruzada da Juventude.

    b) Cruzada dos Meninos.

    c) Cruzada das Crianas.

    d) Cruzada da Paz.

    e) Cruzada da Salvao.As Cruzadas foram conflitos violentos que no pouparam

    nem mesmo as crianas.

    propostas de Situaes de recuperao

    proposta 1

    Pea aos alunos que selecionem dez pala-vras-chave sobre as Cruzadas e as anotem em uma folha de monobloco, sulfite ou no pr-prio caderno. Em seguida, oriente-os para que escrevam a palavra CRUzADAS no sentido vertical. Pea que elaborem um diagrama, en-caixando as palavras selecionadas em diversas posies, contando o nmero de letras para deixar os espaos em branco.

    Para finalizar, oriente a troca, para que cada aluno possa solucionar o diagrama de palavras do colega.

    proposta 2

    Solicite aos alunos que organizem as pa-lavras selecionadas na atividade anterior em um boxe, preferencialmente com lpis de cores diferentes, e, em seguida, produzam um texto, com um ou dois pargrafos, sobre as Cruzadas.

    A produo de textos uma importante estratgia para favorecer o processo de recu-perao. No texto, podem ser explicados os principais temas trabalhados nas atividades. Alm disso, devem aparecer as palavras-chave relativas aos temas e suas relaes com as Cru-zadas. As capacidades de selecionar, organizar e relacionar termos referentes s Cruzadas tambm podero ser favorecidas na constru-o de uma argumentao consistente.

    recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreenso do tema

    Livros

    FRANCO JR., Hilrio. A Idade Mdia Nascimento do Ocidente. So Paulo: Bra-siliense, 1988. Livro que aborda o perodo

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    Histria 6 srie/7 ano Volume 1

    entre os sculos V e XV, conhecido por Idade das Trevas, Idade da F ou, com mais fre-quncia, Idade Mdia.

    _______. As Cruzadas. So Paulo: Brasiliense, 1981. (Primeiros Passos). Apresenta de forma concisa a histria das Cruzadas.

    Site

    Brasil Escola Cruzadas. Disponvel em: . Acesso em: 17 maio 2013. O

    site tem muitos contedos de todas as disci-plinas do currculo. No endereo indicado h um texto introdutrio sobre os objetivos das Cruzadas, sua definio e motivaes.

    Filme

    Cruzada (Kingdom of heaven). Direo: Ridley Scott. EUA, 2005. 144 min. 12 anos. O filme ambientado em 1186, durante a Segunda e a Terceira Cruzadas, e retrata a violncia dos conflitos e os embates religio-sos.

    SITUAO DE APRENDIzAgEM 3 O RENASCIMENTO COMERCIAL E URBANO

    Esta Situao de Aprendizagem focaliza os fatores que podem ser apontados como desencadeadores do Renascimento Comer-cial e Urbano, ocorrido na Baixa Idade Mdia. A pesquisa orientada e a leitura de textos so as metodologias escolhidas, assim como a produo de uma ficha informativa que contenha os principais contedos traba-lhados.

    O Feudalismo, em geral, apresentado como uma imagem de quase imobilidade, desprovida de comrcio, sendo cada regio produtora da quase totalidade dos bens de que necessitava.

    Assim, a Situao de Aprendizagem tem como proposta principal mostrar a relevncia do comrcio para o crescimento urbano do perodo.

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    Figura 5 Hendrick Van Steenwyck (o Elder), [Vista de um mercado local. Em cidade porturia, donas de casa compram alimentos e mercadorias nacionais.], c.1500-1603, leo sobre madeira. Coleo particular.

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    contedos e temas: Renascimento Urbano e Comercial, burgos, comrcio, mercadores, rotas de comr-cio, feiras medievais, corporaes de ofcio, arado e charrua.

    competncias e habilidades: compreender textos, interpretar dados e informaes contidos em docu-mentos histricos; relacionar informaes representadas de diferentes formas; construir argumentao consistente.

    Sugesto de estratgias: aulas expositivas, pesquisa, leitura de documentos, produo de textos e mon-tagem da ficha informativa.

    Sugesto de recursos: enciclopdias, livros de apoio didtico e dicionrios, mdias, montagem da ficha informativa, folha de monobloco, sulfite ou o prprio caderno.

    Sugesto de avaliao: enfatizar as etapas do processo de trabalho na avaliao dos conceitos e conte-dos aprendidos e do produto final.

    Sondagem e sensibilizao 1a etapa

    A primeira aula poder ser utilizada para son-dagem, sensibilizao, apresentao da proposta da atividade, seleo dos itens para a montagem da ficha informativa sobre o Renascimento Co-mercial e Urbano, destacando as corporaes de ofcio, os mercadores, as novas tcnicas agrcolas e a importncia das feiras medievais, incluindo, ao final, uma pequena concluso.

    As migraes dos povos denominados brbaros pelos romanos ocasionaram obstculos ao comrcio. Mas, ainda que a produo fosse destinada quase exclusivamente para a subsis-tncia, pois os feudos eram autossuficientes e a economia, fechada e voltada para satisfazer s necessidades locais, o comrcio existiu em pequena escala e nunca deixou de existir. No feudo, produziam-se alimentos, velas, sabes, carroas, tecidos e roupas.

    Desde o sculo X, a Europa Ocidental passou por diversas mudanas, e o comrcio martimo, em especial na ligao entre o Mar do Norte e a Pennsula Itlica, permitia manter contato com o Oriente, o que possibilitou lucros para investimentos comerciais. Nas cidades, o comrcio terrestre aumentou com a formao de companhias (palavra que quer dizer partilha do po, ou seja, dividir os lucros proporcionais aos participantes, em geral, membros de uma mesma famlia que se associavam para aumentar a riqueza), resultando no aumento dos investimentos.

    Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o So Paulo faz escola.

    Professor, o texto a seguir est no incio da Situao de Apren-dizagem, na seo Leitura e an-

    lise do texto do Caderno do Aluno, trata-se de um texto explicativo sobre o Renasci-mento Comercial e Urbano, que aborda o comrcio na Europa, desde as origens da economia feudal at as mudanas ocorridas a partir do sculo X, especialmente o desen-volvimento do transporte martimo e a for-mao das companhias.

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    Histria 6 srie/7 ano Volume 1

    Assim, a utilizao da palavra renascimen-to para designar nascer de novo, a respeito do setor comercial, deve ser utilizada com mui-to cuidado, para no transmitir a ideia de imo-bilidade, em geral associada Idade Mdia.

    Faa um levantamento entre os alunos, perguntando que significado eles atribuem palavra renascimento. Inicialmente, registre na lousa os diferentes significados menciona-dos por eles. Em seguida, pergunte quais so os conhecimentos prvios que eles possuem a respeito da palavra urbano e sobre a ori-gem da palavra urbs, que em latim significa cidade. Essa atividade consta do Caderno do Aluno, onde, oportunamente, podero ser registradas as respostas. Ao final da Situao de Aprendizagem, retome o significado das palavras para verificar como a leitura de tex-tos, as aulas e a pesquisa foram importantes para que seus alunos conseguissem relacionar informaes a fim de compreender proces-sos histricos. Apresente a proposta da ficha informativa, esclarecendo a importncia do registro dos fatores que estimularam as ativi-dades mercantis, com dados sobre os fatores que podem ser considerados importantes para o Renascimento Comercial e Urbano, ocorri-do na Baixa Idade Mdia.

    Aps a Sondagem e sensibilizao, apresen-te as etapas da proposta, esclarecendo dvidas que possam ocorrer. fundamental que todos

    os alunos tenham clareza a respeito da propos-ta para que, ao final do trabalho, consigam es-tabelecer relaes entre Feudalismo, Cruzadas e Renascimento Urbano e Comercial.

    Ao apresentar a proposta aos alunos, muito importante deixar claro que os dados devem ser anotados em forma de itens, desta-cando-se os ttulos e pequenas explicaes so-bre cada um desses tpicos com base em uma breve sntese, tendo, ao final, a concluso.

    Pea aos alunos que elaborem um esboo da ficha informativa. Esse momento pode ser coletivo, com registros na lousa, para a mon-tagem do modelo da ficha informativa por to-dos os alunos.

    Nesta fase, os alunos desenvolvero ope-raes e processos, como levantar e verificar hipteses, codificar esquemas, reproduzir, transpor conhecimentos e conceituar, memo-rizar e reaplicar conhecimentos.

    Professor, na seo Lio de casa do Caderno do Aluno, h dois textos que oferecem subsdios para que o

    aluno compreenda as transformaes ocorri-das na sociedade medieval durante o perodo, motivadas pela mobilidade social que a vida nas cidades e o comrcio proporcionaram. Ve-rifique-os a seguir e solicite a leitura para que os alunos possam desenvolver as atividades.

    Atrados pela cidade

    A Europa Ocidental, na Idade Mdia, era composta de uma imensa populao rural, que vivia no campo, em aldeias. Esses camponeses prestavam servios aos senhores e no podiam locomover-se livremente. Viviam uma vida de privaes, cheia de agruras e poucas perspectivas.

    Quando as cidades comearam a se desenvolver, a partir do sculo XI, ainda que de forma lenta e gradual, elas passaram a oferecer muitas possibilidades para esses camponeses. Nas cidades, eles po-diam se dedicar a afazeres menos duros do que o trabalho agrcola. Os ofcios urbanos compreendiam uma infinidade de atividades que iam da alfaiataria carpintaria, passando pelo corte de cabelos. Para um campons, a perspectiva de tornar-se um arteso era uma atrao muitas vezes irresistvel.

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    No era fcil, nem permitido, se desligar da regio senhorial no campo. Alm disso, o recm--chegado cidade no sabia nenhum ofcio. Mas a fuga era sempre possvel. Em particular, nem todos os jovens tinham como trabalhar na terra e a ida para a cidade podia ser uma maneira de resolver o problema da falta de terras nas aldeias e nos feudos. Para facilitar a aprendizagem de um ofcio, havia as corporaes, que no s defendiam os interesses desses novos indivduos urbanos, mas funcionavam como uma espcie de escola para os novatos.

    Porm, no eram apenas os camponeses que aspiravam urbanidade, mas tambm os prprios se-nhores, em especial os filhos mais jovens, que no tinham direito herana paterna. Para esses jovens, a vida urbana era uma maneira de escapar da situao em que viviam e de conseguir trabalho. Nas cidades, podiam se dedicar aos negcios, que comeavam a florescer, ou podiam se voltar para os servios pblicos, que tambm retomavam flego.

    Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o So Paulo faz escola.

    A origem da palavra burgo

    As cidades, desde a Antiguidade, localizavam-se em pequenas elevaes, s margens de um rio. Isso permitia que o assentamento urbano fosse mais facilmente defendido por uma muralha. Os atacantes vinham de baixo, deviam subir ladeiras e acabavam se defrontando com uma muralha, da qual os mo-radores podiam arremessar todo tipo de coisas para impedir a tomada da cidade. Por isso, j os celtas e germanos chamavam suas cidades de elevaes: dunum, em celta, e burg, em germnico. Assim, Lugdunum, hoje Lyon, na Frana, era a elevao de Lug, e Teutoburgo, na atual Alemanha, eleva-o teuta ou alem. Portanto, os antigos romanos j conheciam a palavra burg, que acabou sofrendo mudanas para burgus.

    Na Alta Idade Mdia, o latim era a lngua escrita dominante e os documentos referiam-se s ci-dades com diversas palavras: algumas antigas e clssicas, como urbs e civitas, mas tambm burgus (principalmente para se referir quelas cidades das regies em que as populaes falavam lnguas de origem germnica).

    A partir do sculo XI, pouco a pouco, as lnguas locais foram sendo usadas na escrita. Elas eram as lnguas do povo por oposio lngua culta, o latim. Em ingls e alemo, burg passou a ser escrito para designar cidade, como Peterborough (burgo de Pedro) ou Estrasburgo (burgo da estrada). Nas regies de lngua romnica, passou-se a utilizar, nos documentos escritos, as palavras cidade, ciudad, cit e citt, todas elas derivadas do termo latino civitas.

    Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o So Paulo faz escola.

    Para ampliar e fixar o entendimento dos alunos, os textos so seguidos por atividade. O primeiro solicita que os alunos pesquisem o significado de alguns termos referentes ao perodo, como ofcios urbanos, alfaiataria, carpintaria, urbanidade e corporaes. No texto subsequente, outra atividade busca tra-balhar a capacidade de interpretao e sn-

    tese, apresentando a raiz da palavra burgo, elucidando que o termo j era utilizado por diferentes povos.

    2a e 3a etapas

    Para o desenvolvimento desta Situao de Aprendizagem ser importante que voc abor-

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    Histria 6 srie/7 ano Volume 1

    de com os alunos os contedos que aparecero descritos a seguir, na forma de questes. Con-vm selecionar, dentre aquelas descritas nas respostas, as informaes mais significativas em relao aos temas propostos nesta Situa-o, considerando a faixa etria dos alunos.

    Inicie a aula expositiva e escreva, na lousa, a sistematizao das in-formaes que devero compor a

    ficha informativa, apontando para cada as-sunto seus aspectos preliminares. No entanto, diga aos alunos que eles devero complemen-tar os dados por meio da pesquisa, sugerida no Caderno do Aluno, seo Pesquisa indivi-dual. Est inserido um exemplo de ficha infor-mativa sobre as mudanas das tcnicas agrcolas, que poder ajudar os alunos a for-mularem suas prprias fichas, sistematizando os contedos pertinentes ao tema.

    Ao orientar os alunos a complementarem as informaes por meio da pesquisa, conforme solicitao do Caderno do Aluno, voc pode-r solicitar que a realizem em sala de aula ou no acervo escolar, conforme seu critrio. Nessa idade, explorar o prprio livro didtico um importante exerccio, j que estimula a sua utili-zao como fonte de pesquisa. Diga aos alunos que devem buscar as informaes nos captulos que tratem sobre o Renascimento Comercial e Urbano. A seguir, h sugestes para as respos-tas dos alunos na confeco das fichas.

    f corporaes de ofcio: significado da ex-presso; os tipos e membros; as funes e exemplos de corporaes de ofcio.As corporaes de ofcio, ou guildas, como eram chamadas

    nos pases saxnicos, eram associaes profissionais. A partir

    do sculo X, passaram a ser, por excelncia, a organizao

    dos artfices e de pequenos mercadores.

    O morador de uma cidade medieval, para exercer qualquer ati-

    vidade, tinha de se filiar a uma delas, caso contrrio seria expulso

    da cidade. Assim, tendeiros (fabricantes de tendas), bufarinheiros

    (vendedores ambulantes de mercadorias de pouco valor), tece-

    les, ourives, padeiros, pedreiros, escrives, cambistas e retalhis-

    tas associavam-se s suas respectivas corporaes, organizadas

    sempre com base em normas e regulamentos, especialmente

    religiosos, cujo objetivo era proteger os pequenos produtores,

    regulando a concorrncia entre eles, estabelecendo padres de

    qualidade para os produtos, organizando a compra de matrias-

    -primas em condies mais favorveis e at mesmo realizando

    publicidade daquilo que se produzia.

    Para entrar em uma corporao, havia uma srie de exign-

    cias e um longo processo de formao, exigindo-se que o

    interessado iniciasse suas atividades como aprendiz em uma

    oficina de um mestre no ofcio, devendo, ao final, demons-

    trar competncia na profisso escolhida.

    f Feiras medievais: definio da expresso; os principais locais em que se realizavam; em que poca do ano; quais produtos eram comercializados; quais eram as principais feiras medievais.As feiras reunies de vendedores ambulantes, peregrinos

    e camponeses em determinados locais, pocas e horrios

    eram organizadas nos centros urbanos, podendo ser anuais

    ou ocorrer por ocasio de festas religiosas.

    As famosas feiras medievais, como a de Champagne, realizavam-

    -se em uma praa, onde os mercadores colocavam venda

    produtos vindos de praticamente toda a Europa e de partes do

    Oriente. Os interessados, a partir das amostras, adquiriam os pro-

    dutos, que podiam ser entregues por encomenda ou retirados

    pelos compradores nos armazns em que ficavam estocados.

    Desde o incio da Idade Mdia, as autoridades ofereciam alo-

    jamentos, proteo e cunhavam moedas especialmente para as

    atividades comerciais realizadas nesses encontros.

    A terceira etapa pode ser destinada pes-quisa em grupo, formando parcerias colabora-tivas, pois pesquisar, para alunos da 6a srie/7o ano, pode ser uma atividade desafiadora.

    f Ficha informativa sobre o Renascimento Comercial e Urbano. Os burgos multiplicaram-se prximos das novas rotas de

    comrcio: encruzilhadas, margens dos rios e regies das

    feiras.

    O aumento da populao ocorrido a partir do sculo XI

    tomou impulso com as atividades artesanais urbanas.

    As Cruzadas estimularam o crescimento comercial e urba-

    no, pois possibilitaram o contato direto entre os mercadores

    HISTORIA_CP_6s_Vol1_2014.indd 29 31/10/13 14:26

  • 30

    europeus e os produtos orientais.

    O comrcio pelo Mediterrneo fortaleceu as atividades

    comerciais com o Oriente e possibilitou o aparecimento de

    novas cidades ligadas ao comrcio, como Gnova e Pisa, na

    atual Itlia, e Bremen e Lbeck, na atual Alemanha.

    As feiras reunies de vendedores ambulantes, peregrinos

    e camponeses em determinados locais, pocas e horrios

    eram organizadas nos centros urbanos, podendo ser anuais

    ou ocorrer por ocasio de festas religiosas.

    As rotas de comrcio, entre os sculos XIII e XIV, interliga-

    ram diversas cidades europeias, africanas e asiticas.

    O renascimento comercial e o urbano esto interligados

    por diversos fatores, com destaque para as Cruzadas, as feiras,

    o comrcio pelo Mediterrneo, entre outros.

    4a etapa

    Ao final, voc poder organizar uma roda com os alunos, para que os grupos apresen-tem o resultado das informaes registradas, destacando os pontos relevantes sobre o Re-nascimento Urbano e Comercial.

    Aproveite a socializao para estimular os alunos a complementarem os seus registros com base na participao dos colegas, alm de enfatizar a importncia do momento para ti-rar eventuais dvidas que ainda possam exis-tir sobre o tema.

    Professor, para o desenvolvimento das ativi-dades que trabalham com documentos histri-cos, necessrio que os alunos tenham clareza da importncia da utilizao do documento para o historiador. A seu critrio, apresente aos alunos as informaes contidas no texto a seguir:

    O aparecimento de um burgo novo: bru-ges (sculo Xiii)

    Para satisfazer os hbitos e as necessi-dades dos moradores do castelo, logo come-aram a afluir diante da porta, junto ponte do castelo, negociantes, e depois mercadores de artigos de valor, em seguida taberneiros, depois hospedeiros que se dedicaram a cons-truir casas e preparar alojamentos, para ofe-recer alimentao e albergue para aqueles que mantinham negcios com o prncipe durante suas frequentes estadias naquele local, e que

    O documento escrito foi definido tradicio-nalmente como um texto escrito disposio do historiador. Ele deve ser analisado em trs sentidos: quanto ao vocabulrio, que permite o estudo das palavras utilizadas, em particular de seu contexto de utilizao; quanto morfo-logia, que permite analisar o sentido exato das frases; e at mesmo quanto s classes sociais

    refletidas na linguagem (por exemplo, culta, vulgar, camponesa e urbana) e sintaxe, que permitem observar o uso articulado das frases e as diversas nuanas de sentido delas.

    Avaliao da Situao de Aprendizagem

    Ao avaliar as etapas da Situao de Aprendizagem para a elaborao da Ficha informativa sobre o Renascimento Comercial e Urbano, voc poder observar as informa-es pesquisadas e a organizao das ideias na ficha. Para isso, importante estimular a leitura atenta e a produo escrita cuidadosa, inclusive com a reviso do texto para corrigir eventuais problemas. Ao final do processo de trabalho, como forma de avaliar o progresso conceitual, estimule os alunos a reler as fi-chas e compartilhar com os colegas, de modo a observar diferentes modos de elaborao de uma ficha.

    proposta de questes para avaliao

    As atividades a seguir esto inclu-das na seo Voc aprendeu? no Ca-derno do Aluno.

    1. Trabalhando com documento.

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    Histria 6 srie/7 ano Volume 1

    buscavam o abrigo que no podiam encontrar no castelo. Eles diziam: Vamos ponte, e as habitaes tornaram-se ali to numerosas que logo se transformaram em uma grande cida-de, que conserva ainda na linguagem vulgar o nome de ponte, pois Brugghe significa ponte na lngua local.

    Jean Lelong. Apud L. A. Warckoenig. Histoire de la Flandre et de ses institutions civiles et politiques.

    Disponivel em: . Acesso em: 27 jun.

    2013. Traduo Clia gambini.

    a) A partir da leitura do documento, pes-quise o significado das palavras apre-sentadas.

    Castelo lugar fortificado, em geral, para defender uma re-

    gio territorial.

    Taberneiro proprietrio de taberna, que era o estabelecimento

    de venda, especialmente de vinhos, queijo e outros produtos.

    Mercador aquele que compra para revender, por atacado

    ou varejo.

    Hospedeiro que ou aquele que hospeda; acolhimento de

    pessoas com ou sem remunerao.

    b) Apresente argumentos, a partir do do-cumento, que comprovem ou no a se-guinte afirmativa: A cidade de Bruges foi planejada.

    A leitura do documento apresenta informaes importan-

    tes para a argumentao de que a cidade de Bruges no

    foi planejada, mas nasceu na entrada do castelo, onde se

    instalaram negociantes que no eram admitidos no interior

    da praa. Os mercadores precisavam de locais para arma-

    zenar seus produtos, para se hospedar e para se alimentar,

    pois no moravam no domnio senhorial. Em seguida, insta-

    laram-se no local os taberneiros e, depois, os hospedeiros.

    importante ressaltar que o documento nos mostra que a

    cidade, na atual Blgica, recebeu o nome de Bruges, que

    significa ponte.

    2. Qual o significado da palavra burgus? Originalmente, o termo burgus referia-se ao morador do

    burgo; com o tempo, passou a designar os habitantes da ci-

    dade, especialmente os comerciantes e mercadores.

    3. O chamado Renascimento Urbano, ocor-rido entre os sculos XI e XIII, atingiu uma pequena parte da sociedade da Ida-de Mdia. Mais de 80% da populao continuou a viver no campo, o que ca-racterizava essa sociedade como agrria feudal.

    Vrios fatores podem ser considerados res-ponsveis pelo crescimento das cidades. Assinale aquele que no pode ser conside-rado desencadeador do crescimento das ci-dades na Baixa Idade Mdia.

    a) O crescimento demogrfico.

    b) As feiras medievais.

    c) O aumento da circulao de moedas.

    d) As migraes brbaras.

    e) O sistema de rotao de culturas.Os fatores desencadeadores do crescimento demogrfico

    ocorrido na Baixa Idade Mdia esto relacionados ao Renas-

    cimento Urbano e Comercial.

    4. As feiras medievais eram realizadas uma ou duas vezes por ano, principalmente nas re-gies de contato entre o Mar Mediterrneo e o Mar do Norte. As mais famosas foram as de Champagne, especialmente a partir do sculo XII. A regio onde estava localizada a feira de Champagne corresponde atualmente a que pas europeu?

    a) Alemanha.

    b) Frana.

    c) Portugal.

    d) Holanda.

    e) Espanha.

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    O espao geogrfico onde era realizada a feira de Champagne

    localizava-se na atual Frana.

    5. Os mercadores europeus da Baixa Idade Mdia, em especial os italianos, para me-lhor organizar seus negcios, iniciaram uma srie de medidas para conseguir mais lucros e dar mais segurana s suas ativi-dades. Entre essas atividades no po