caderno_de_ensino_04

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    UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

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    CadernosUniversidade do Vale do Itajaí

    Pró-Reitoria de Ensino 

    Cadernos

       d  e    E

      n  s   i  n  o

       d  e    E

      n  s   i  n  o

    Universidade do Vale do Itajaí

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    P ed  

    a go gi    co

    Projeto

     

    Cássia FerriRegina Célia Linhares Hostins

    Coordenação

    Elisabeth Juchem Machado LealSimone Ghisi FeuerschutteElaboração

    Josiane da Silva DelvanLuciano Dalla GiacomassaColaboração

    Elisabeth Juchem Machado LealRevisão e atualização

    Hildo Rocha NetoNilton CórdovaFotografia

    José Roberto Azevedo Júnior Capa

    Camila Morgana LourençoProjeto Gráfico

    Charlles Giovany FaquetiFábio Zella de Souza

    José Roberto Azevedo Júnior Isadora MolleriEditoração Eletrônica

    FICHA CATALOGRÁFICA

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    UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

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    Universidade do Vale do Itajaí

    Pró-Reitoria de Ensino 

    ELABORAÇÃO DE  TRABALHOS

    ACADÊMICO-CIENTÍFICOS

    Cadernos

       d  e    E

      n  s   i  n  o

    ITAJAÍ - SC

     Junho/2011

    Ano 2 - nº 4

    Universidade do Vale do Itajaí

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    Em junho de 2011 o texto deste documento foi atualizado paraincorporação das alterações referentes à apresentação de trabalhosacadêmicos contidas na terceira edição da NBR 14.724, de abril de2011, bem como daquelas decorrentes do Acordo Ortográfico daLíngua Portuguesa, de1990.

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    SUMÁRIO

    APRESENTAÇÃO .............................................................................................. 09

    PARTE 1 - Elaboração de trabalhos acadêmico-científicos ...................................11

    1 INTRODUÇÃO .........................................................................................13

    2 FICHAMENTO .........................................................................................152.1 Conceito .......................................................................................................... 152.2 Os propósitos do fichamento.............................................................................16

    2.3 Procedimentos ..................................................................................................172.3.1 Ficha bibliográfica ............................................................................................172.3.2 Ficha de leitura ................................................................................................182.4 Avaliação ........................................................................................................ 20

    3 RESENHA CRÍTICA .................................................................................213.1 Conceito ......................................................................................................... 213.2 Propósitos ....................................................................................................... 213.3 Procedimentos ..................................................................................................22

    3.4 A apresentação da resenha ...............................................................................233.5 Avaliação ........................................................................................................ 24

    4 PAPER, POSITION PAPER OU POSICIONAMENTO PESSOAL ......................254.1 Conceito .......................................................................................................... 254.2 Propósitos ........................................................................................................ 254.3 Procedimentos ..................................................................................................264.4 Avaliação ........................................................................................................ 26

    5 ARTIGO CIENTÍFICO ................................................................................27

    5.1 Conceito .......................................................................................................... 275.2 Propósitos ........................................................................................................ 275.3 Procedimentos quanto à elaboração ..................................................................285.4 Procedimentos quanto à forma de apresentação .................................................295.4.1 Elementos pré-textuais ......................................................................................305.4.2 Elementos textuais ............................................................................................305.4.3 Elementos pós-textuais ......................................................................................305.4.4 Indicativos dos tópicos (seções) do artigo científico..............................................315.5 Avaliação ........................................................................................................ 31

    6 RELATÓRIO ............................................................................................336.1 Conceito ......................................................................................................... 336.2 Propósitos ........................................................................................................ 346.3 Tipos de relatórios ............................................................................................ 346.4 Procedimentos .................................................................................................356.5 Avaliação ........................................................................................................ 37

     7 MEMORIAL .................................................................................... ...... 39

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    7.1 Conceito .........................................................................................................39

    7.2 Propósitos ....................................................................................................... 397.3 Procedimentos ................................................................................ 407.4 Avaliação ....................................................................................................... 41

    PARTE 2 - Orientações e normas para apresentação de trabalhos acadêmico-científicos .431 CITAÇÕES ............................................................................................. 451.1 Regras gerais para citação ............................................................................... 451.2 Tipos de citação .............................................................................................. 461.2.1 Citação direta, textual ou literal ........................................................................ 46

    1.2.2 Citação indireta: paráfrase e condensação ........................................................471.2.3 Citação da citação .......................................................................................... 481.3 Alterações na citação....................................................................................... 501.4 Normas complementares para citação .............................................................. 521.5 Considerações finais sobre as normas de citação .............................................. 53

    2 RESUMOS DE TRABALHOS ACADÊMICO-CIENTÍFICOS ............................. 552.1 Exemplos de resumos ....................................................................................... 56

    3 ELABORAÇÃO DE REFERÊNCIAS ............................................................ 573.1 Localização das referências .............................................................................. 573.2 Aspectos gráficos das referências ...................................................................... 583.3 Regras gerais para elaboração de referências .................................................... 593.3.1 Regras quanto à autoria ................................................................................... 593.3.2 Regras quanto ao título e subtítulo ....................................................................613.3.3 Regras quanto à edição e editora ..................................................................... 623.3.4 Regras quanto ao local .................................................................................... 633.3.5 Regras quanto à data ......................................................................................64

    3.3.6 Regra quanto à paginação ............................................................................... 643.4 Modelos de elaboração de referências ............................................................. 653.4.1 Monografias ................................................................................................... 653.4.1.1 Monografias consideradas no todo ...................................................................653.4.1.2 Monografias no todo em meio eletrônico ..........................................................673.4.1.3 Partes de monografia ....................................................................................... 673.4.1.4 Parte de monografia em meio eletrônico ........................................................... 683.4.2 Publicações periódicas ..................................................................................... 683.4.2.1 Publicação periódica como um todo ................................................................. 69

    3.4.2.2 Partes de publicações périódicas ..................................................................... 693.4.2.3 Artigo e/ou matéria de publicações periódicas .................................................. 703.4.2.4 Artigo e/ou matéria de revista, boletim, dentre outros, em meio eletrônico...........703.4.2.5 Artigo e/ou matéria de jornal ...........................................................................713.4.2.6 Artigo e/ou matéria de jornal em meio eletrônico .............................................. 713.4.3 Publicações em eventos ................................................................................... 723.4.3.1 Eventos como um todo .................................................................................... 723.4.3.2 Eventos como um todo em meio eletrônico ....................................................... 72

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    3.4.3.3 Trabalho apresentado em evento ..................................................................... 73

    3.4.3.4 Trabalho apresentado em evento em meio eletrônico ......................................... 733.4.4 Documentos jurídicos....................................................................................... 743.4.4.1 Legislação ...................................................................................................... 743.4.4.2 Jurisprudência ................................................................................................. 743.4.4.3 Doutrina .........................................................................................................753.4.4.4 Documento jurídico em meio eletrônico ............................................................ 753.4.5 Patente ........................................................................................................... 753.4.6 Documento cartográfico .................................................................................. 763.4.6.1 Documento cartográfico em meio eletrônico...................................................... 76

    3.4.7 Documento iconográfico .................................................................................. 773.4.7.1 Documento iconográfico em meio eletrônico ..................................................... 773.4.8 Imagem em movimento ................................................................................... 783.4.9 Documento sonoro .......................................................................................... 783.4.10 Documento tridimensional ................................................................................793.4.11 Documento de acesso exclusivo em meio eletrônico ........................................... 793.4.12 Bula de remédio .............................................................................................. 803.4.13 Séries e coleções ............................................................................................. 803.4.14 Notas ............................................................................................................. 80

    4 ESTRUTURA DE TRABALHOS ACADÊMICO-CIENTÍFICOS .......................... 814.1 Elementos pré-textuais ..................................................................................... 814.2 Elementos textuais ........................................................................................... 844.3 Elementos pós-textuais ..................................................................................... 85

    5 APRESENTAÇÃO GRÁFICA DE TRABALHOS ACADÊMICO-CIENTÍFICOS ..... 875.1 Formato .......................................................................................................... 875.2 Margens e espacejamento................................................................................ 87

    5.3 Paginação....................................................................................................... 885.4 Títulos e indicativos numéricos .......................................................................... 885.5 Parágrafo ........................................................................................................ 895.6 Ilustrações.......................................................................................................895.7 Tabelas ........................................................................................................... 905.8 Equações e fórmulas ........................................................................................ 91

    REFERÊNCIAS .................................................................................................92

    APÊNDICES .....................................................................................................95

     Apêndice A - Capa de trabalhos acadêmico-científicos .................................................. 96

     Apêndice B - Folha de rosto de trabalhos acadêmico-científicos ......................................98

     Apêndice C - Folha de aprovação de trabalhos acadêmico-científicos ...........................100

     Apêndice D - Exemplo de sumário .............................................................................102

     Apêndice E - Modelo de página de abertura (artigo científico) ......................................103

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    APRESENTAÇÃO

    Este número 4 dos Cadernos de Ensino,dedicado à elaboração de trabalhosacadêmico-científicos teve sua primeiraedição impressa em 2003, com uma tiragemde 1.500 exemplares. Foi utilizado de início

    por formadores no Programa de FormaçãoDocentes do Ensino Superior e distribuído aosdocentes da Univali participantes das oficinas.Posteriormente, sua versão digital, cujaatualização incorporou as orientações da entãonova edição da NBR 6022 sobre a apresentaçãode artigos científicos, foi colocada à disposiçãoda comunidade acadêmica, na página daBiblioteca Comunitária e na intranet, no linkDownloads/ Manuais.

    Em 2006, a versão digital da Elaboração deTrabalhos Acadêmico-científicos foi revisadae atualizada em decorrência da segundaedição da NBR 14.724, publicada em dezembrode 2005. A terceira edição desta norma,publicada em abril de 2011, provocou nova

    revisão e atualização do nº 4 dos Cadernos deEnsino, que ora colocamos à disposição dacomunidade acadêmica.

    O documento oferece, especialmenteaos acadêmicos que recém ingressam nauniversidade, as orientações indispensáveis aotipo de trabalho acadêmico mais básico, comoé o caso dos fichamentos ou relatórios de

    leitura, detalhando, por assim dizer, o “caminhodas pedras”, ou seja, os passos necessários parasua elaboração.

    Oferece também aos acadêmicos dos demaisperíodos, assim como aos acadêmicosde cursos de pós-graduação, orientaçõesdetalhadas a respeito dos diversos tipos de

    trabalhos acadêmico-científicos que serão,progressivamente, solicitados por seusprofessores, nas diversas disciplinas: a resenhacrítica, o paper , o artigo científico, o relatório(relacionado a diversas atividades práticas), o

    memorial.O exercício de leitura e produção escrita, quegradativamente avança para níveis de maiorcomplexidade, possibilita ao universitário odomínio progressivo de praticas indispensáveisà atividade científica: a busca, o registro e aapropriação do conhecimento acumulado etido como válido para seus próprios fins de

    produção de conhecimento.Para os docentes, são apresentadas sugestõespara a avaliação desses diferentes tiposde produções acadêmicas de seus alunos,as quais, de fato, também podem ser deutilidade para o acadêmico que tem por hábitoexaminar criticamente suas produções, antesde submetê-las à avaliação de seu professor.

    Completam o documento as normas paraelaboração de resumos, referências, citações,estrutura e apresentação de trabalhosacadêmico-científicos.

     

    Profª Cássia Ferri

      Pró-Reitora de Ensino

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    Parte 1

    Elaboração de trabalhos acadêmico-científicos

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     A ênfase que vem sendo colocada nasatividades de pesquisa articuladas ao ensinoe à extensão, com vistas à elevação do nívelde qualidade dos cursos superiores, requerque as atividades referentes à investigação,

    sistematização e socialização do conhecimentodeixem de ter no professor seu principalprotagonista e passem a ser compartilhadaspor professores e alunos.

    Por outro lado, um dos desafios que hojese colocam para a universidade consiste naformação de um profissional capaz de pensare agir num contexto de alta complexidade –decorrente da natureza dos problemas comos quais nos defrontamos – valendo-se paratanto da capacidade de analisar criticamente arealidade à luz de conhecimentos teóricos e deatuar com competência de modo autônomoe consequente. Ao lado desse fato, deve-se considerar que a busca, a apropriação eo uso do conhecimento técnico-científico

    são atividades permanentes na carreirado profissional de nível superior, dada anecessidade de atualização em face aosrápidos avanços da ciência.

    Para tanto parece ser indispensável que osacadêmicos se exercitem, desde os primeirosdias de sua trajetória acadêmica, no uso deum instrumental teórico-metodológico que

    lhes possibilite o progressivo domínio daspráticas do trabalho intelectual, de modo ase tornarem não apenas consumidores comotambém produtores de conhecimento. Demo(1996, p.28-29) diz ser fundamental que osacadêmicos:

    1 INTRODUÇÃO

    [...] escrevam, redijam, coloquem nopapel o que querem dizer e fazer,sobretudo alcancem a capacidade deformular. Formular, elaborar são termosessenciais da formação do sujeito, porquesignificam propriamente a competência,

    à medida que se supera a recepçãopassiva do conhecimento, passando aparticipar como sujeito capaz de propore contrapor[...] Aprende a duvidar, aperguntar, a querer saber sempre maise melhor. A partir daí, surge o desafio daelaboração própria, pela qual o sujeitoque desperta começa a ganhar forma,expressão, contorno, perfil. Deixa-se paratrás a condição de objeto.

    Esse processo contribui decisivamentepara a formação de profissionais cujo perfilcompreende as competências necessáriasà busca do conhecimento, à sua adequadautilização para a solução dos problemas e àelaboração de novos conhecimentos.

     A formação universitária, em todas as áreasdo conhecimento, se faz, portanto, mediante

    a progressiva iniciação do aluno às práticasdo trabalho intelectual, atividade central navida acadêmica. Essa iniciação compreendea aquisição gradativa de um conjunto decompetências, de complexidade e sofisticaçãocrescentes, assim identificadas:

    - competências referentes ao trato dainformação:

    - ler e compreender textos teóricos, acompetência de maior importância e suascompetências subsidiárias: identificaras fontes bibliográficas mais relevantesda área; buscar e adquirir a informaçãonecessária para a realização de trabalhos;registrar a informação e as respectivas fontes

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    bibliográficas, documentais ou outras (fazer

    resumos, fichamentos, referências);- competências cognitivas:

    -referentes ao raciocínio: identi f icarproposições, estabelecer relações, inferir,demonstrar (ou provar) por argumentação;

    - ligadas à formação de conceitos: fazerdistinções e conexões, explicar, definir;

    - referentes à capacidade de interpretação:perceber implicações, extrair significados,interpretar criticamente, parafrasear;

    - referentes às práticas de investigação:formular questões e hipóteses, observar, auto-corrigir-se (ou reformular o anteriormenteformulado);

    - competências necessárias à capacidade deelaboração própria:

    - analisar e apreciar criticamente textosteóricos;

    - apresentar e discutir temas;

    - redigir: progredir do exercício inicial sob a

    forma de resumo, até chegar à elaboraçãode texto próprio (resenhas, papers, artigos,projetos de pesquisa); subsidiariamente,dominar as praxes de citação e de referência,bem como de apresentação de trabalhosacadêmico-científicos.

    Esse conjunto de competências, no entanto,somente será desenvolvido pelos acadêmicos

    se estes tiverem oportunidades efetivas deexercitá-las de modo gradativo, sistemáticoe intensivo. E compete ao professor – a todosos professores e não apenas aos professoresresponsáveis pelas disciplinas de LínguaPortuguesa, ou de Metodologia Científica – acriação dessas oportunidades em todas asdisciplinas.

    O texto ora apresentado pretende oferecer,

    tanto a professores como a acadêmicos,orientações básicas para a elaboraçãode trabalhos acadêmico-científicos. Sãomuitos os tipos de trabalhos acadêmico-científicos que poderiam ser incluídos emum documento como este. No entanto,optou-se pelo fichamento, resenha crítica,

     paper  , artigo científico, relatório e memorial,por se considerar que são os tipos de uso

    mais frequente nas várias disciplinas doscursos de graduação. Dessa forma, projeto erelatório de pesquisa, dissertação de mestradoe tese de doutorado, ou mesmo o ensaio,embora também sejam trabalhos acadêmico-científicos, não são aqui tratados.

     A primeira parte do documento trata dos tiposacima mencionados de trabalhos acadêmico-

    científicos: seu conceito e propósitos, osprocedimentos para sua elaboração eorganização e sugestões para sua avaliação.

    Na segunda parte são apresentadas orientaçõespara elaboração e uso de citações, de resumosde artigos e de referências, bem como normasrelativas à estrutura e apresentação gráfica detrabalhos acadêmico-científicos.

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    2.1 Conceito

     2 FICHAMENTO

    O fichamento é uma técnica de trabalhointelectual que consiste no registro sintético edocumentado das ideias s e/ou informaçõesmais relevantes (para o leitor) de uma obracientífica, filosófica, literária ou mesmo deuma matéria jornalística. Como o fichamentoconsiste no resultado do trabalho de leitura,alguns autores, a exemplo de Nunes (1997),preferem substituir esse nome pela expressão

    “relatório de leitura”.

    Fichar um texto significa sintetizá-lo, oque requer a leitura atenta do texto, suacompreensão, a identificação das ideiasprincipais e seu registro escrito de modoconciso, coerente e objetivo. Pode-se dizerque esse registro escrito – o fichamento – éum novo texto, cujo autor é o “fichador”,seja ele aluno ou professor. A prática dofichamento representa, assim, um importantemeio para exercitar a escrita, essencial paraa elaboração de resenhas,  papers,  artigos,monografias de conclusão de curso, etc.

     A importância do fichamento para a assimilaçãoe produção do conhecimento é dada pela

    necessidade que tanto o estudante, como odocente e o pesquisador têm de manipularuma considerável quantidade de materialbibliográfico, cuja informação teórica oufactual mais significativa deve ser não apenasassimilada, como também registrada edocumentada, para utilização posterior emsuas produções escritas, sejam elas de iniciação

    à redação científica (tais como os primeirostrabalhos escritos que o estudante é solicitadoa produzir); de textos para aulas, palestras ouconferências, no caso do professor; ou, então,de elaboração da monografia de conclusãode curso do graduando, da dissertação demestrado ou do relatório de pesquisa dopesquisador.

     A principal utilidade da técnica de fichamento,portanto, é otimizar a leitura, seja na pesquisacientífica – como enfatiza Pasold (1999) –,seja na aprendizagem dos conteúdos dasdiversas disciplinas que integram o currículoacadêmico, na Universidade.

    De acordo com Henriques e Medeiros (1999,p.100), o fichamento objetiva: “a) identificar as

    obras consultadas; b) registrar o conteúdo dasobras; c) registrar as reflexões proporcionadaspelo material de leitura; d) organizar asinformações colhidas”.

     Assim sendo, os fichamentos ou relatóriosde leitura, além de possibilitar a organizaçãodos textos pesquisados e a seleção dosdados mais importantes desses textos,

    funcionam como método de aprendizageme memorização dos conteúdos, constituindo-se em instrumento básico para a redação detrabalhos científicos.

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    Seja como técnica auxiliar da pesquisabibliográfica, seja como técnica auxiliar deestudo de obras, artigos e textos teóricos, ofichamento será tanto mais eficiente quantomais claros forem para o estudante ou para opesquisador os propósitos desse trabalho.

    Dependendo dos seus propósitos, podem serconsiderados dois tipos de fichamento:

    a) o fichamento que é solicitado ao estudanteuniversitário como exercício acadêmico, como propósito de desenvolver as habilidadesexigidas para o estudo e assimilação de textos

    teóricos, ou assimilar o conteúdo ou partedo conteúdo de uma disciplina; nesse casoo fichamento consiste, em geral, no registrodocumentado do resumo do texto indicadopelo professor.

    b) o fichamento que é feito pelo estudante, pelodocente ou pelo pesquisador, no contexto deuma pesquisa ou de uma revisão bibliográfica,com o propósito de registrar sistematicamentee documentar as informações teóricas efactuais necessárias à elaboração do seutrabalho, que tanto pode ser uma resenha, umartigo, uma monografia, um seminário ou umrelatório de pesquisa.

    No primeiro caso – fichamento como exercícioacadêmico –, o simples propósito de resumiro texto é o propósito dominante. Assim,o critério organizador do fichamento serádado pela própria lógica do texto; nessecaso, o fichamento praticamente se identifica

    com o resumo; diferencia-se apenas na suaapresentação, que pode ser numa fichamanuscrita ou numa folha digitada, masque, em qualquer caso, deve apresentar osindispensáveis elementos de identificação,dos quais se falará mais adiante.

    No segundo caso – fichamento no contextoda pesquisa ou da revisão bibliográfica –, ofichamento está “a serviço” da pesquisa queo estudante, o docente ou o pesquisador sepropôs. Ora, como toda e qualquer pesquisaestá centrada num tema, a decisão sobre

    o que retirar de um texto ou de uma obrae registrar sob a forma de resumo ou decitação, terá como critério selecionador os“propósitos temáticos” dados pelo própriotema da pesquisa e suas ramificações. Sãoesses propósitos temáticos que orientamo “fichador” quando seleciona ideias,conceitos ou fatos que interessam resumir ouregistrar nos fichamentos que fará das obras

    selecionadas.Dessa forma, no primeiro tipo de fichamento(a) é o raciocínio, a argumentação do autor daobra ou do texto que “comanda” o trabalhode resumo do fichador. No segundo tipo (b),são os propósitos temáticos de quem estuda asobras consultadas que “comandam” a seleçãodas ideias, conceitos, elementos teóricos ou

    factuais que integrarão o resumo.

    2.2 Os propósitos do fichamento

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    São variados os tipos de fichas que podemser criados, dependendo das necessidadesde quem estuda ou pesquisa. Severino (2000,p. 35-45), Eco (1988, p. 87-112), Leite (1985, p.42-55) e Pasold (1999, p. 105-121) oferecem

    importantes orientações práticas sobrediferentes tipos de fichas e sua organização.

     As fichas, sejam elas de cartolina ou de papel A-4 (que substituíram as de cartolina pelasfacilidades oferecidas pelos micros), devemconter três elementos:

    - cabeçalho: no alto da ficha ou da folha, à

    direita, um título que indica o assunto ao quala ficha se refere; pode ser adotado o uso, apóso título geral, de um subtítulo;

    Exemplo de ficha bibliográfica

    2.3 Procedimentos

    - referência: o segundo elemento da ficha seráa referência completa da obra ou do texto aoqual a ficha se refere, elaborada de acordocom a NBR 6023:2002 da ABNT;

    - corpo da ficha, ou seja, o conteúdopropriamente dito, que variará conformeo tipo de fichamento que o estudante oupesquisador pretenda fazer.

    Embora muitos tipos de fichas possam serelaborados no contexto de uma pesquisa oude uma revisão bibliográfica, como já foi dito,apenas dois tipos de fichas serão a seguir

    apresentados, por serem considerados os maisessenciais.

    2.3.1 Ficha bibliográfica

    Destina-se a documentar a bibliografia relativaa um determinado assunto. O seu corpo pode

    ser constituído de poucas informações, como,por exemplo, breve indicação do conteúdoda obra ou de sua importância para algum

    aspecto do trabalho que o estudante ou opesquisador tem em andamento; é importante

    ainda que conste a localização da obra(biblioteca, arquivo público, etc.), para que aela se possa retornar caso haja necessidade.

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    a página da obra onde se localiza esse ouaquele conceito, ideia ou argumento, bemcomo distinguir as expressões ou palavrasdo autor da obra – isto é, as citações, quedeverão estar sempre entre aspas – dasexpressões ou palavras próprias do fichador.

    É importante salientar que a inclusão decitações no fichamento não significa queeste se confunda com um mero exercício de“recorte e colagem” de trechos da obra.

    Pode ficar a critério do professor, ao solicitar dosalunos um fichamento, a decisão de incluir, ounão, ao seu final, um comentário sobre o textofichado, que expresse a interpretação crítica

    do aluno sobre o conteúdo do texto. Nessecaso, deve o professor ter claro que, para fazera crítica de um texto – ainda mais quando setrata de um texto teórico – é necessário que oaluno já disponha de um certo repertório, semo que essa crítica não passará de mera opinião,juízo de valor destituído de fundamento.

    Para o estudante ou docente que faz

    um fichamento no contexto da pesquisabibliográfica, pode ser útil a inclusão no textodas novas ideias que foram surgindo durantea leitura, como sugere Huhne (1992, p. 64-65).

     A seguir se encontra um exemplo de ficha deleitura, contendo apenas resumo e citação (noexemplo, optou-se por colocar na margem

    esquerda da folha o número da páginacorrespondente ao trecho resumido paraidentificar sua localização na obra; no entanto,outras formas podem ser adotadas. Atenção:o exemplo ilustra uma “ficha” de leitura emfolha A-4).

    2.3.2 Ficha de leitura

    Esse tipo de ficha destina-se ao registrosintético do conteúdo (ou de parte doconteúdo) das obras lidas. Para sua elaboração,deverão ser seguidos os passos recomendadospor Severino (2000, p. 47-61) para a leiturae resumo de textos teóricos que o leitor

    encontrará sintetizados à página 23 destedocumento.

    O corpo da ficha consistirá no resumo daobra ou da parte da obra que interessa aofichador. Assim sendo, deverá apresentar ascaracterísticas de um resumo de qualidade,ou seja:

    – ser sucinto, seletivo e objetivo;

    – respeitar a ordem das ideias e fatosapresentados;

    – utilizar linguagem clara, objetiva eeconômica;

    – apresentar uma sequência corrente de frasesconcisas, diretas e interligadas.

    O corpo da ficha de leitura pode ser organizadode diferentes maneiras. Pode conter, porexemplo, apenas o resumo das ideias do autore nenhuma citação ou comentário pessoal dofichador, ou então pode apresentar o resumo, que sintetiza o conteúdo, e as citações, ou seja, transcrições mais significativas de

    trechos do conteúdo, sempre entre aspas ecom indicação da respectiva página, o quetornaria a ficha mais completa.

     A organização da ficha deve ser feita de talmodo que permita identificar posteriormente

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    Exemplo de ficha de leitura

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     As orientações para avaliação do fichamentoreferem-se ao primeiro tipo de fichamentomencionado no item 2.2, ou seja, aquele queé solicitado como exercício acadêmico.

     As seguintes perguntas poderão orientar oprofessor na avaliação do resumo:

    - O resumo é sucinto e objetivo?

    - As ideias principais do texto estão contidasno resumo?

    - O conteúdo do resumo mantém fidelidade

    ao texto? (ou há deturpação das ideias?)- O resumo respeita a ordem das ideias

    apresentadas pelo autor do texto?

    2.4 Avaliação

    - O resumo evidencia uma redação própria doaluno? (ou consiste apenas na justaposiçãode uma série de frases recortadas dotexto?)

    - A linguagem utilizada obedece a normaculta?

    - A interpretação crítica (no caso de ter sidosolicitada) é pertinente e fundamentada oujustificada?

    - A obra fichada ou resumida está corretamentereferenciada?

    - As normas técnicas de apresentação detrabalhos acadêmico-científicos foramobservadas?

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    ... 21

    3 RESENHA CRÍTICA

    3.1 Conceito

     A resenha crítica consiste na apresentaçãosucinta e apreciação crítica do conteúdo deuma obra, ou seja, compreende o resumoe o comentário de uma obra científica ouliterária.

     A resenha deve levar ao leitor informaçõesobjetivas sobre o assunto de que trata aobra, destacando a contribuição do autor:

    abordagem inovadora do tema ou problema,novos conhecimentos, novas teorias. Portanto,a resenha deve conter:

    3.2 Propósitos

     A resenha de obras científicas é, em geral, feita

    por cientistas que, além do conhecimentoespecializado do tema, têm condições deemitir um juízo crítico. Quando realizada comoum trabalho acadêmico, tem o propósito deexercitar a capacidade de compreensão e decrítica do estudante.

     A resenha crítica tornou-se importante recursopara os pesquisadores e, de um modo geral,

    para as pessoas cuja atividade profissional oude estudo requer informações sobre a produçãocientífica, artística ou cultural em seu campode interesse, em decorrência, principalmente,da explosão de conhecimentos característicada sociedade contemporânea.

    – o resumo das ideias principais da obra;– uma apreciação crítica das informações

    apresentadas e da forma como foramexpostas e de sua avaliação;

    – uma justificativa da apreciação realizada.

    Mediante a leitura do resumo da obra e de

    sua avaliação, que a resenha possibilita, oprofissional ou o estudante pode decidir sobrea conveniência ou não de ler (ou adquirir) aobra.

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    contribuição dada? As ideias sãooriginais, criativas? A abordagem dosconhecimentos é inovadora?c) quanto ao estilo: é conciso, objetivo,claro, coerente, preciso? A linguagem é

    correta?d) quanto à forma: é lógica, sistematizada?Utiliza recursos explicativos (ilustrações,exemplos, gráficos, desenhos, figuras,etc.)?e)  a quem se destina a obra: grandepúblico, especialistas, estudantes?

    Nem sempre é possível ou necessário darresposta a todas as perguntas ou itensrelacionados acima, o que muitas vezesdepende da obra resenhada, bem como dafinalidade ou destino da resenha. Para finsde trabalhos acadêmicos, no entanto, sãoindispensáveis os seguintes tópicos:

    - a referência (aqui pode ser dispensado o item

    sobre preço da obra);- o resumo da obra;

    - as conclusões do autor;

    - seu quadro de referências;

    - a crítica do resenhista.

    Obs.: O resenhista poderá (ou não) dar umtítulo a sua resenha; se optar por intitular, otítulo deverá guardar estreita relação comalgum atributo ou ideia mais destacada daobra, segundo a percepção do resenhista.

     A elaboração de uma resenha crítica requera aquisição gradativa, pelo estudante,

    3.3 Procedimentos

     A resenha crítica deve abranger um conjuntodeterminado de informações, de modo acumprir sua finalidade. O roteiro a seguirbaseia-se no modelo apresentado por Lakatose Marconi (1991, p. 245-246):

    – Referência: autor(es); título; edição; local,editora e data de publicação; número depáginas; preço.

    – Credenciais do autor: informações geraissobre o autor e sua qualificação acadêmica,profissional ou especializada, títulos, cargosexercidos, obras publicadas.

    – Resumo da obra: resumo das ideiasprincipais, descrição breve do conteúdo doscapítulos ou partes da obra. (As perguntasseguintes são orientadoras: de que trata aobra? O que diz? Qual sua característicaprincipal? Requer conhecimentos préviospara entendê-la?).

    – Conclusão do autor: o autor apresenta (ounão) conclusões? Caso apresente, quais sãoelas? Onde se encontram (no final da obraou no final dos capítulos)?

    – Quadro de referências do autor: a quecorrente de pensamento o autor se filia?Que teoria ou modelo teórico apoia seuestudo?

    – Crítica do resenhista (apreciação):

    a) como se situa o autor da obra em relaçãoàs escolas ou correntes científicas oufilosóficas; em relação ao contexto social,econômico, político, histórico, etc.?

    b)   quanto ao mérito da obra: qual

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    ... 23

     A análise textual:etapa em que o estudantefaz uma leitura atenta, porém corrida, do textopara identificar seu plano geral; buscar dadossobre o autor, sobre o vocabulário (conceitos,termos fundamentais à compreensão do texto),os autores citados, marcar e esquematizar asideias relevantes.

     A análise temática: procura interrogar eidentificar do que fala o texto e qual o temade que se trata: como o autor problematizao tema? Que posição assume? Como expõepasso a passo seu pensamento, ou seja, comose processa seu raciocínio e argumentação?Qual é a ideia central? Quais as ideiassecundárias?

     A análise interpretativa: o estudanteprocura tomar uma posição a respeito dasideias enunciadas, explora sua fecundidadee mantém um diálogo com o autor. Procuraestabelecer uma aproximação, associação e/ou comparação com as ideias temáticas afinse com os autores que tenham desenvolvido amesma ou outra abordagem do tema.

     A análise crítica: o estudante formula

    um juízo crítico, avaliando o texto pela suacoerência interna, quer dizer, pela maneiracomo o autor desenvolve e aprofunda otema. Avalia também sua originalidade,alcance, validade e contribuição à discussãodo problema.

     As análises textual e temática servem debase para a elaboração do resumo, trabalho

    acadêmico distinto da resenha, o qual, noentanto, constitui uma etapa do trabalho deelaboração da resenha.

    Como trabalho acadêmico, a resenha deveapresentar a seguinte estrutura:

    - Folha de rosto: é a folha que apresentaos elementos essenciais à identificação dotrabalho. Deve ser elaborada segundo omodelo constante do Apêndice B.

    - Texto: a referência bibliográfica da obraresenhada deverá ser apresentada no iníciodo texto. A redação da resenha obedecerá, deum modo geral, a sequência dos elementosrelacionados no item 3.3 acima.

    Isso não significa que o texto deva,obrigatoriamente, subdividir-se medianteo uso de subtítulos de acordo com aqueleselementos; nas resenhas de boa qualidade,os dados sobre a obra, seu autor, o resumo doconteúdo, os aspectos teóricos, bem como aavaliação crítica do resenhista, aparecem, em

    geral, numa sequência adequada, compondoum texto harmonioso, sucinto e de fácilleitura.

    3.4 A apresentação da resenha

    de competências de leitura, análise einterpretação de textos científicos. As diretrizesmetodológicas que seguem, baseadas emSeverino (2000, p. 51-57), têm o propósitode organizar, sistematizar a abordagemde textos teóricos, com vistas a obter omelhor proveito de seu estudo, tanto comopreparo para a elaboração de resenhas,como de outros trabalhos acadêmicos.

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     As seguintes perguntas poderão orientar oprofessor na avaliação da resenha:

    - a resenha apresenta as ideias principais da

    obra?

    - Aponta as características mais relevantes daobra?

    - A apresentação das ideias principais ésucinta e objetiva?

    - As informações sobre o autor são suficientespara sua identificação?

    - As conclusões do autor são comentadas/discutidas?

    - O posicionamento (teórico, político,econômico, social) do autor é discutido?

    - A crítica do resenhista é pertinente e

    fundamentada ou justificada?

    - A linguagem utilizada na resenha respeita anorma culta?

    - A obra está corretamente referenciada?

    - As normas técnicas de apresentação

    de trabalhos acadêmico-científicos foramobservadas?

    - Referências:  caso o resenhista tenha sevalido de outras obras para fundamentara análise da obra resenhada, esse itemé obrigatório, devendo ser organizadosegundo a NBR 6023:2002.

    Sendo a resenha um trabalho acadêmicogeralmente pouco extenso e pouco ounada subdividido, o sumário é elementodispensável.

    Quanto à apresentação gráfica, devem serseguidas as orientações comuns aos demaistrabalhos acadêmicos.

    3.5 Avaliação

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    O  paper,  position paper  ou posicionamentopessoal é  um pequeno texto sobre temapré-determinado. Sua elaboração consiste nadiscussão, pelo autor, de resultados de estudosou pesquisas científicas, artigos especializadosou de informação geral, dentre outros tipos depublicações, fatos ou situações relacionados a

    4 P APER , POSITION  PAPER  OU POSICIONAMENTO PESSOAL 

    4.1 Conceito

    No contexto da formação acadêmica, o objetivodo  paper é estimular o aprofundamentode um determinado assunto, exercitando alinguagem científica na elaboração de umtexto. Esse tipo de trabalho também auxiliao desenvolvimento da capacidade crítico-analítica e da criatividade do aluno, poisrequer que este expresse sua interpretação ecompreensão do assunto apresentado.

    Em alguns casos, a elaboração doposicionamento pessoal gera outras produçõesacadêmicas, como os artigos científicos.

    O  paper   pode ser usado para consolidar

    conteúdos trabalhados nas unidades de uma

    4.2 Propósitos

    assuntos pertinentes a uma área de estudo. Naelaboração de um  paper , o autor desenvolveanálises e argumentações, com objetividadee clareza, podendo considerar, também,opiniões de especialistas.

    disciplina (atividade curricular); promover odebate em torno de um assunto, com base naanálise de pontos e contrapontos de diferentesautores ou obras estudadas pelos alunos. Além disso, pode ser articulado a outrasestratégias de ensino utilizadas na disciplina:

    após a realização de seminários, júri simulado,estudos de caso ou participação em palestras, oprofessor pode solicitar ao aluno a elaboraçãode um posicionamento pessoal como forma deavaliar a aprendizagem individual.

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    Para a elaboração do  paper   é precisoconsiderar critérios relacionados ao conteúdoe à forma, sistematizando-se determinadasetapas.

    Os aspectos a serem considerados quanto aoconteúdo abrangem:

    - Leitura: exploração e leitura de materiaisrelacionados ao tema, tais como: textos,ar t igos, regis tros ou anotações depalestras, filmes, etc., a partir dos quais serádesenvolvido o paper .

    - Planejamento do  paper :  compreende aelaboração de um roteiro ou esquema com asprincipais ideias referentes a: a) apresentaçãodo assunto e propósitos do paper ; b) destaquedos pontos mais relevantes; c) discussão dospontos relevantes, levantando argumentos,exemplos ilustrativos e mencionando ideiascomuns ou contrárias de outros autores; d)síntese conclusiva, remetendo aos propósitos

    expressos na apresentação.

    Para avaliar um trabalho do tipo paper  pode-sebuscar respostas para questões como:

    - as principais ideias dos autores que serviramde base para o paper (quando for o caso)

    são apresentadas no texto?- O assunto/tema em discussão é analisado

    com profundidade?

    - As críticas e os argumentos apresentadossão fundamentados ou justificados de modoconsistente?

    4.3 Procedimentos

    Como todo trabalho acadêmico, pode(ou mesmo deve) conter citações diretas e/ou indiretas que sustentem os argumentosdo autor em relação ao tema em discussão. Além disso, o paper  deve apresentar em sua

    estrutura, de forma articulada, as etapas deintrodução, desenvolvimento e conclusão. Issosignifica que o texto é redigido sem divisõesem subtítulos, deixando-se claro, entretanto,o encadeamento entre as ideias iniciais, aanálise do assunto e as conclusões do seuautor. As referências utilizadas no trabalhodevem ser apresentadas separadamente, ao

    final do texto. A apresentação gráfica do  paper , comotodo trabalho acadêmico, segue os padrõesdescritos no tópico 5 da Parte II deste documentoreferente às normas de apresentação detrabalhos científicos e acadêmicos.

    4.4 Avaliação

    - A anál i se das ide ias é coerente/consistente?

    - As conclusões são apresentadas de formaclara e objetiva?

    - Há lógica na organização geral do texto?

    - A linguagem utilizada obedece a normaculta?

    - As normas técnicas de apresentação detrabalhos acadêmico-científicos sãorespeitadas?

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    O artigo científico consiste em um textoque apresenta, discute e divulga ideias,métodos e técnicas, processos e resultados depesquisa científica (bibliográfica, documental,experimental ou de campo). Por sua reduzidadimensão e conteúdo, difere de trabalhoscientíficos, como monografias, dissertaçõesou teses. Sua publicação em periódicosespecializados é uma forma de divulgação do

    conhecimento produzido no meio científico eacadêmico.

    5 ARTIGO CIENTÍFICO

    5.1 Conceito

    O artigo científico, ao apresentar de formacompleta, embora sucinta, os propósitos,os procedimentos de uma pesquisa, ametodologia empregada por seu autor e osresultados obtidos, possibilita ao leitor avaliara pesquisa realizada. Isso permite que outrospesquisadores, ou repitam a experiência– confirmando ou não seus resultados –, ounela se baseiem, ampliando as discussões e

    o conhecimento sobre o assunto e inspirandonovas pesquisas.

    5.2 Propósitos

    De um modo geral, o artigo é produzido paradivulgar resultados de pesquisas científicas.

    Entretanto, esse tipo de trabalho também podeser elaborado com os seguintes propósitos, deacordo com Marconi e Lakatos (2001, p. 88):

    - discutir aspectos de assuntos ainda poucoestudados ou não estudados (inovadores);

    - aprofundar discussões sobre assuntos jáestudados e que pressupõem o alcance de

    novos resultados;- estudar temáticas clássicas sob enfoques

    contemporâneos;

    - aprofundar ou dar continuidade à análisedos resultados de pesquisas, a partir denovos enfoques ou perspectivas;

    - resgatar ou refutar resultados controversosou que caracterizaram erros em processos de

    pesquisa, buscando a resolução satisfatóriaou a explicação à controvérsia gerada.

     Além desses objetivos, o artigo científ icopode abordar conceitos, ideias, teorias oumesmo hipóteses de forma a discuti-los oupormenorizar aspectos.

    No contexto da formação acadêmica, o artigo

    científico tende a ser usado como estratégia deensino para o desenvolvimento da capacidadede síntese das experiências de pesquisarealizadas pelo aluno. Ao produzir o artigo, oaluno inicia uma aproximação aos conceitose à linguagem científica que necessitarádesenvolver no momento da elaboração dotrabalho de conclusão de curso.

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    Em termos de procedimentos para a escritade um artigo científico, é necessário observaros propósitos do trabalho a ser elaborado(vide item 5.2). Todavia, independente de terpropósitos distintos, o artigo científico deveapresentar a estrutura básica que caracterizatodos os tipos de trabalhos científicos ouacadêmicos: introdução, desenvolvimento e

    conclusão.Quando o artigo se refere à comunicação deresultados de pesquisa, deve ser estruturadoda forma a seguir descrita.

     A introdução apresenta o assunto do artigo– tema da pesquisa – e seus objetivos, umasíntese da metodologia utilizada na pesquisa,

    a justificativa do trabalho e suas limitações.No desenvolvimento (corpo do artigo), sãoapresentados os dados do estudo, explicandoe avaliando os resultados, comparando-secom outros estudos já realizados. O textocontém a exposição e a explicação das ideias edo material pesquisado e pode ser subdivididoda seguinte forma: referenciais teóricos

    da pesquisa (apresentação de conceitossistematizados com base na literatura); aspectosmetodológicos (caracterização da pesquisa eda população, se for o caso, e descrição dosmétodos, materiais, técnicas e equipamentosutilizados); resultados (apresentação eavaliação dos dados encontrados, podendo-se utilizar tabelas e ilustrações); discussão e

     A elaboração de artigos estimula, ainda, aanálise e a crítica de conteúdos teóricos e de

    ideias de diferentes autores, contribuindo paraque o aluno aprenda a sintetizar conceitos,

    5.3 Procedimentos quanto à elaboração

    análise (confronto entre os resultados obtidosna pesquisa e o conteúdo abordado nosreferenciais teóricos).

    No tópico das considerações finais, quese constitui como dedução lógica doestudo, destacam-se os seus resultados,relacionando-os aos objetivos propostos naintrodução. Podem ser incluídas sugestões ourecomendações para outras pesquisas, porémde forma breve e sintética.

    Já no caso do artigo constituir-se como umaprodução ou comunicação escrita sobreideias, conceitos, teorias, fatos ou outrosestudos, é preciso que o autor:

    - reúna as informações e conhecimentosnecessários por meio de leituras (textos edocumentos), de fichamentos, registros deobservações ou evidências factuais;

    - sistematize um roteiro básico das ideias,iniciando com a apresentação geral doassunto e dos propósitos do artigo, seguidosda indicação das partes principais do temae suas subdivisões e, por fim, destacando osaspectos a serem enfatizados no trabalho.De acordo com Leal (2001, p.102), aelaboração deste plano é útil, em primeirolugar, para sistematizar a comunicação a serfeita, evitando que o autor se perca durantea elaboração. Por outro lado, tambémauxilia como recurso pedagógico para

    fazer comparações, formular críticas sobreum determinado tema à luz de pressupostos

    teóricos ou de evidências empíricas jásistematizadas.

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    O artigo científico deve ser redigido comobjetividade, precisão, coerência e estritaobservância das regras da norma culta.Devem ser evitadas as gírias, expressõescoloquiais e que contenham juízos de valorou adjetivos desnecessários. Também épreciso evitar explicações repetitivas ou

    supérfluas, ao mesmo tempo em que se devecuidar para que o texto não seja compactoem demasia, o que pode prejudicar a suacompreensão. A definição do título do artigodeve corresponder, de forma adequada, aoconteúdo desenvolvido.

    de forma lógica, conferindo “ao conjunto aindispensável unidade e homogeneidade.”

    (LEAL, 2001, p.106);

    - na conclusão, o autor apresenta uma síntesedas principais ideias trabalhadas no corpodo artigo, relacionando-as com os objetivospreviamente estabelecidos. Pode, também,mencionar eventuais implicações ou efeitosa partir do conteúdo apresentado, sugerindoa continuidade das discussões a respeito.

    5.4 Procedimentos quanto à forma deapresentação

     A apresentação do art igo cientí fico parapublicação científica impressa deve seguiras orientações da NBR 6022:2003. Casose trate de artigo a ser apresentado em

    eventos (congressos, seminários, etc.), convémobservar também os critérios e modelosestabelecidos por seus organizadores e/ou editores, pois, caso isso não aconteça,

    corre-se o risco de comprometer a aprovaçãodo artigo. A estrutura de artigos científicoscompreende elementos pré-textuais, textuaise pós-textuais.

    reflexão e organização lógica das ideias aserem abordadas;

    - ao apresentar o artigo – na introdução –, alémde descrever os objetivos e os fundamentosque orientam o trabalho, é conveniente queo autor contextualize o tema, destacandosua importância teórica ou prática, asexpectativas em relação a ele, bem comoos limites do artigo quanto à extensão e àprofundidade (LEAL, 2001, p.103). Ao final daintrodução deve apresentar, ainda, a formacomo o artigo está organizado;

    - no desenvolvimento do artigo, deve o autordividir o tema em discussão, para umamaior clareza e compreensão por parte doleitor. É preciso evitar, porém, o excesso desubdivisões, cujos títulos devem ser curtos

    e adequados aos aspectos mais relevantesdo conteúdo, motivando para a leitura. Valeressaltar que as divisões, subdivisões e títulosdo artigo não garantem a sua consistênciaou importância. É necessário que as referidaspartes e respectivas ideias estejam articuladas

    30

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     30...

    5.4.1 Elementos pré-textuais

    - Título e subtítulo (se houver) figuram napágina de abertura do artigo, diferenciadostipograficamente ou separados por doispontos e na língua do texto.

    - Nome do(s) autor(es) acompanhado(s) porbreve currículo qualificando-o(s) na áreade conhecimento do artigo. Segundo aNBR 6022:2003, o currículo, assim como osendereços postal e eletrônico, podem serdispostos em rodapé indicado por asteriscona página de abertura (vide modelo do Apêndice E), ou, então, após os elementos

    pós-textuais, onde também são colocadosos agradecimentos do(s) autor(es) (casosejam necessários) e a data de entrega dosoriginais.

    - Resumo na língua do texto, elaborado deacordo com a NBR 6028:2003 (seção 2 daParte II deste documento).

    - Palavras-chave na língua do texto, cujaapresentação também deve observar aNBR 6028:2003 (seção 2 da Parte II destedocumento).

    5.4.2 Elementos textuais

    Os elementos textuais compreendem aintrodução, o desenvolvimento e a conclusão,já detalhados na seção 5.3.

    5.4.3 Elementos pós-textuais

    - Título e subtítulo (se houver) em línguaestrangeira, diferenciados tipograficamenteou separados por dois pontos, precedendoo resumo em língua estrangeira.

    - Resumo em língua estrangeira (obrigatório):

    consiste na versão do resumo na línguado texto para idioma de divulgaçãointernacional (vide seção 2 da Parte II destedocumento).

    - Palavras-chave em língua estrangeira(obrigatório): consiste na versão das palavras-chave na língua do texto para a mesma

    língua do resumo em língua estrangeira(vide seção 2 da Parte II deste documento).

    - Nota(s) explicativa(s) (elemento opcional):caso existam, são apresentadas em relaçãoúnica e consecutiva e numeradas com

    algarismos arábicos.- Referências (obrigatório): elaboradas de

    acordo com a NBR 6023:2002 (vide seção 3da Parte II deste documento).

    - Glossário (opcional): deve ser organizado emordem alfabética.

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    - Apêndice(s) (opcional): texto ou documentoelaborado pelo autor, complementar ao seu

    trabalho. Os apêndices são identificados porletras maiúsculas consecutivas, seguidas detravessão e respectivo título (Ex.: APÊNDICE A - Questionário).

    - Anexo(s) (opcional): texto ou documentonão elaborado pelo autor do trabalho,

    que complementa, comprova ou ilustraseu conteúdo; são identificados por letrasmaiúsculas consecutivas, seguidas detravessão e respectivo título (Ex.: ANEXO B -Estrutura organizacional da Empresa Alfa).

    5.4.4 Indicativo dos tópicos (seções) doartigo científico

    Os títulos das partes ou seções que dividemo texto de um artigo científico devemser alinhados à esquerda, precedidos pornumeração progressiva, conforme a NBR6024:2003 (vide seção 5.4 da Parte II destedocumento).

    Observação: na Parte II deste documento, oleitor encontrará orientações sobre elaboração/emprego de citações (seção 1), siglas, equaçõese fórmulas, ilustrações e tabelas (seção 5).

    O artigo científico pode ser avaliado segundoinúmeros critérios, decorrentes dos objetivospropostos pelo professor. Normalmente, osartigos científicos são elaborados por alunosque se encontram em fase final do curso degraduação, muito embora nada impeça que

    o professor os solicite em etapas anteriores,adequando-o às possibilidades e recursos jádesenvolvidos por seus alunos.

    Para a avaliação de artigos científicos, então,podem ser descritos vários critérios (AMR1,1999; FEITOSA, 2001; SEVERINO, 2000); taiscomo:

    a) Quanto ao conteúdo:- clareza na apresentação dos objetivos,

    justificativa e importância do artigo;

    - identificação dos limites do artigo (definiçãodo foco do artigo e dos aspectos que nãoserão abordados);

    5.5 Avaliação

    1 AmericanManagement

    Review(periódicoamericano

    que apresentadiretrizesbásicas

    para revisãode artigoscientíficos).

    - clareza na especificação das unidades deanálise (como por exemplo: indivíduo,organização, sociedade);

    - demonstração de conhecimento suficientesobre o assunto;

    - referencial teórico claramente identificado,coerente e adequado aos propósitos doartigo;

    - ausência de dispersão ou de redundância dasinformações/conteúdos;

    - apresentação de suposições (hipóteses)sustentadas em teorias e crenças consideradas

    verdadeiras a partir do paradigma do qual seoriginam; as suposições devem ser claras ejustificadas;

    - coerência entre as informações e noencadeamento do raciocínio lógico;

    - ausência de saltos de raciocínio na passagem

    32

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     32...

    b) Quanto à forma:

    - atendimento aos objetivos propostos;

    - objetividade, precisão e coerência na escritado texto;

    - uso fiel das fontes mencionadas no artigo, coma correta relação com os fatos analisados;

    - uso/seleção de literatura pertinente àanálise;

    - linguagem acessível;

    - unidade e articulação do texto (encadeamentológico);

    - elementos de transição entre parágrafosadequados ao sentido e à lógica dosconteúdos;

    - afirmativas unívocas, sem duplo sentido;

    - coerência e padronização dos termostécnicos;

    - observância das regras da norma culta;

    - uso correto de citações devidamentereferenciadas;

    - adequação do título ao conteúdo;

    - resumo claro e informativo;

    - observância das normas de apresentação deum artigo.

    de um parágrafo para outro, ou de umconceito para outro;

    - elaboração de análise e síntese diantede conceitos teóricos semelhantes e/oudivergentes;

    - uso adequado de exemplos complementarespara clarificar o significado do texto;

    - demonstração de argumentos ou provas

    suficientes para apoiar as conclusões;- \a r t i c u lação en t r e suges tõe s ou

    recomendações e as discussões apresentadasno texto;

    - originalidade e inovação do assuntoabordado;

    - postura ética no trato do tema e

    desenvolvimento da análise (imparcialidadee equilíbrio).

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    Incluiu-se o relatório entre os tipos detrabalhos acadêmico-científicos por ser umamodalidade de trabalho escrito solicitada com

    alguma regularidade ao aluno de graduação,em diversas disciplinas, com vistas a umconjunto bastante variado de propósitospedagógicos, geralmente relacionadosa atividades práticas – visitas, viagens deestudo, experimentos ou testes de laboratório,observação de eventos, aplicação de umadeterminada técnica, realização de umaintervenção ou procedimento especializado,

    etc. – as quais, após terem sido desenvolvidas,são complementadas ou concluídas pelorelato de sua realização. Embora seja utilizadocom frequência, esse tipo de trabalhoacadêmico por vezes tem sua elaboração

    negligenciada, seja no seu conteúdo, na suaorganização ou apresentação, talvez porser considerado um trabalho “pequeno” ou

    “rápido”, de menor importância, ou mesmopor não serem muito difundidas orientaçõespara sua elaboração.

    O relatório de que se trata aqui é umamodalidade de trabalho escrito que não seconfunde com o relatório de pesquisa – essedestinado exclusivamente à comunicaçãodos resultados de uma pesquisa científica

    –, o qual, embora seja um dos principaistrabalhos acadêmico-científicos comumenterealizados na universidade, não é abordadoneste documento.

    6 RELATÓRIO

     A compreensão do que é um relatório podecomeçar pelo exame das definições queos léxicos oferecem. Em Michaelis (1998,p.1808) encontram-se as seguintes:

    1 Exposição, relação, ordinariamentepor escrito, sobre a sequência de umacontecimento qualquer. 2 Descriçãominuciosa e circunstanciada dos fatos

    ocorridos na gerência de administraçãopública ou de sociedade. 3 Exposição porescrito sobre as circunstâncias em queestá redigido um documento ou projeto,acompanhado dos argumentos quemilitam a favor ou contra a sua adoção.4 Parecer ou exposição de um voto ouapreciação. [...] 6 Qualquer exposiçãopormenorizada de circunstâncias, fatosou objetos [...]

    6.1 Conceito

    Relatório é, então, uma narração, descriçãoou exposição de um evento qualquer (algoque ocorreu e foi observado, algo que foirealizado), de uma prática ou de um conjuntode práticas, até mesmo de um objeto. Vale salientar o detalhamento como umacaracterística do relatório, pois os termosminuciosa e circunstanciada são usados paraqualificar a descrição, em pelo menos umadas definições.

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    Relatórios podem ter os mais diversospropósitos: descrever ampla variedade deatividades realizadas, tais como, observaçõesde campo, procedimentos técnicos, visitas,viagens, inspeções, verificações, medições,auditorias, avaliações, vistorias, etc.; informarsobre o andamento de um projeto, deuma obra ou sobre as atividades de uma

    administração; oferecer informações eanálises sobre empresas, mercados, produtosou tecnologias; sobre áreas promissoras domercado e tecnologias emergentes; exporconhecimentos aprofundados sobre umadeterminada instituição, ou ainda descreveratividades realizadas em laboratório, emcampo, etc. (MARCONI; LAKATOS, 1999;

    SEVERINO, 2000).

    6.3 Tipos de relatórios

    Flôres, Olímpio e Cancelier (1992, p.168-193) apresentam uma útil tipologia derelatório, cuja síntese, elaborada segundo os

    propósitos deste documento, apresenta-se aseguir. Inicialmente, as autoras classificam osrelatórios quanto à estrutura e à função.

    Quanto à estrutura (partes componentes),podem apresentar diferentes níveis deformalidade, desde o relatório formal –aquele que segue todas as normas de um

    trabalho técnico, tem forma de apresentaçãorigorosa, trata de assunto complexo e sedestina a grandes audiências, como, por

    exemplo, o relatório de uma Secretaria deEstado – até o relatório informal, que tratade um único assunto, têm poucas páginas(às vezes uma única) e uma apresentaçãobreve; entre esses dois extremos estariamos relatórios semi-informais, de algumaextensão (5 a 15 páginas ou pouco mais),que já requerem uma apresentação técnica,

    6.2 Propósitos

    O relatório é, por conseguinte, um documentoatravés do qual um profissional ou acadêmico

    faz o relato de sua própria atividade oudo grupo ao qual pertence. O objetivo écomunicar ao leitor a experiência acumuladapelo autor (ou pelo grupo) na realização dotrabalho e os resultados obtidos.

    Dessa forma, na elaboração de um relatório,qualquer que seja seu tipo, a preocupação

    maior deve estar voltada para a eficiência dacomunicação.

    Considerando o largo uso de relatórios nosdiversos campos de atividades profissionais, éimportante que o acadêmico aprenda, durantea sua formação, a elaborá-los, pois comoprofissional certamente será solicitado a fazê-lo, em diferentes situações. A esse respeito,Barrass (1986, p.20) aconselha: “Não bastatermos uma boa ideia ou executarmos um

    bom trabalho; é preciso também sermoscapazes de fazer com que outras pessoasentendam o que estamos fazendo, porque ofazemos e com que resultados”.

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    tratam de assunto de certa complexidade eapresentam conclusões ou recomendações

    fundamentadas em dados.

    Quanto à função, os relatórios podem serinformativos e analíticos.

    Os  relatórios informativos  transmiteminformações sem analisá-las ou fazerrecomendações; são pouco extensos e,portanto, informais ou semi-informais.

    Subdividem-se em:- relatório informativo de progresso: tratado andamento de uma atividade ou ação;pode ser periódico (mensal, semestral,anual) ou abranger um período de tempomaior, demarcado, por exemplo, pelo inícioe término de uma determinada ação ouprojeto;

    - relatório informativo de posição oude status: descreve ocorrências ou fatos

    relativos a um determinado momento, ouem data previamente estabelecida (ex.:relatório sobre a situação dos estoques deuma empresa);

    - relatório informativo narrativo:  faz oregistro de ocorrências ou eventos; nessamodalidade encontram-se os relatóriosde viagem, de visita e os relatóriosadministrativos.

    Os relatórios analíticos  são aqueles cujopropósito consiste em analisar fatos ouinformações e apresentar conclusões erecomendações como dedução da análiserealizada.

    6.4 Procedimentos

     A estrutura e a organização de um relatórioserão variáveis assim como são variáveis os

    tipos de relatórios, em decorrência de seusobjetivos e destinação.

     A elaboração de um relatório se inicia por umareflexão sobre sua finalidade; para isso sãoúteis três perguntas:

    - o que deve ser relatado? Da resposta a estapergunta resulta um roteiro ou esquema do

    conteúdo do relatório;- para quem deve ser relatado? Esta perguntapode ajudar a decidir quanto ao tipo derelatório (formal, informal ou semi-informal),nível de complexidade e aprofundamento doconteúdo, estilo da redação, etc.;

    - por que deve ser relatado? Esta perguntaauxilia a decidir se o relatório será informativo

    ou analítico e a esclarecer aspectos relativosà abordagem e tratamento das informaçõese/ou conclusões e recomendações a seremapresentadas.

     A seguir apresentam-se dois roteiros possíveispara o corpo do relatório, com a ressalva deque a estrutura dos relatórios formais (e, sefor o caso, dos semi-informais) obedecerá às

    orientações constantes do tópico 4 - Estruturade trabalhos acadêmico-científicos e suaapresentação gráfica obedecerá, seja qualfor o tipo de relatório, as normas contidas notópico 5 - Apresentação gráfica de trabalhosacadêmico-científicos, da Parte II destedocumento.

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    1º Roteiro

     A – Elementos pré-textuais (conforme tópico4 da Parte II)

    B – Elementos textuais:1 Dados de identificação

      - quando e onde: identificam o local e adata em que a atividade relatada foirealizada;

     - o quê: identifica a atividade realizada.2 Finalidade da atividade3 Descrição da atividade4 Conclusões/recomendações5 Assinatura do(s) autor(es)

    C – Elementos pós-textuais  Referências (caso existam)  Apêndices / Anexos

    Quando se tratar de um relatório de experiênciasrealizadas em laboratórios, construção/teste ou verificação de máquinas, aparelhosou sistemas, que pode ser caracterizadocomo um relatório do tipo informal ou semi-informal, sugere-se a estrutura a seguir. Nota-se que, conforme a extensão do relatório, oselementos pré-textuais poderão ser limitados

    ao mínimo indispensável: se o relatório tiver2 ou 3 páginas, basta a folha de rosto, sendoo sumário dispensável; com maior número depáginas, além da folha de rosto, deve conterum sumário. 2° Roteiro

    1 Dados de identificação2 Descrição do problema

    3 Aparelhagem ou equipamento4 Procedimento(s)5 Resultado dos testes6 Análise dos resultados7 ConclusõesReferências Apêndices / Anexos

    É importante lembrar que o roteiro dorelatório deve ser adaptado às necessidades

    da disciplina ou aos propósitos da atividaderealizada. Os roteiros aqui apresentadosacima são sugestões para que o professorpossa, a partir dessas ideias, criar o modelode relatório que melhor contemple asnecessidades de formação do seu aluno.

     A melhor maneira de relatar a sequência dedesenvolvimento de uma atividade é cuidar

    para que a exposição seja clara, o estilosimples, preciso e objetivo, marcado pelo usode termos técnicos adequados, pela correçãoda linguagem, pela ausência de períodoslongos, detalhes desnecessários, adjetivaçãoexcessiva.

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    - É escrito em um estilo simples e preciso?

    - O leitor encontra nele todas as informaçõese referências de que precisa para assegurar-se da boa condução da testagem ou daatividade realizada?

    - As regras de apresentação (citações, notase referências, etc.) são aplicadas de formametódica e homogênea?

    - As tabelas e figuras, se houver, sãoapresentadas de maneira uniforme, comseus títulos e legendas?

    6.5 Avaliação

    Para assegurar que nada tenha sido esquecidona versão final do relatório, Laville e Dionne(1999) sugerem a seguinte verificação, quetanto pode ser usada pelo acadêmico paraverificar se seu trabalho está bem feito, antesde entregá-lo ao professor, como pode ser

    um roteiro adequado para que este avalie osrelatórios elaborados por seus alunos.

    - O título do relatório diz explicitamente doque ele trata?

    - O plano do relatório permite conduzir o leitorpor meio de uma demonstração eficaz, e seusumário reflete isso?

    - O relatório se limita ao essencial, afastandoo supérfluo ou não-pertinente?

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     7 MEMORIAL 

     

    Para Severino (2000), o memorial é umaautobiografia em que se articulam os dados docurriculum vitae, configurando uma narrativahistórica e reflexiva sobre a trajetória acadêmico-profissional do autor. É elaborado com basenuma percepção qualitativa e significativa docaminho percorrido que caracteriza a históriado autor. Consiste, portanto, em um relatocircunstanciado, minucioso e analítico dasatividades profissionais desenvolvidas peloautor – no caso daqueles que se dedicam à

    vida acadêmica, o relato destaca os trabalhosde pesquisa, ensino e extensão realizados– bem como de sua vida profissional comoum todo e das perspectivas que percebe ouplaneja para a continuidade de seu trabalhono futuro.

    O memorial compreende a explicitaçãoda intencionalidade do autor, retratando asubjetividade, as motivações e as escolhasque o levaram a construir uma determinadahistória profissional. Parte de uma reflexãointrospectiva, portanto, e constitui um relatocrítico, de caráter avaliativo – autoavaliativo– um pouco confessional, o que não significadizer que de sua elaboração esteja ausentea necessária dose de objetividade, marcade todo trabalho acadêmico. Apresenta,

    ainda, as perspectivas futuras que o autor templanejado quanto ao seu percurso profissional– um plano de trabalho –, podendo esboçar,complementarmente, os resultados queespera alcançar.

     7.1 Conceito

     7.2 Propósitos

    Quando elaborado para fins de concursode ingresso ou de promoção na carreira,ou ainda para fins de concorrer a umapremiação, o memorial tem o propósito defornecer informações para o julgamentoqualitativo do candidato. Nesse sentido, podeser definido como um texto que relata eventosnotáveis da trajetória do autor, bem como

    realizações pessoais dignas de permaneceremna memória da sociedade ou da instituição aque pertence.

    O memorial tem sido uma exigência emdeterminados concursos para o magistériosuperior de diversas instituições universitárias,como também para o ingresso ou para o

    exame de qualificação de cursos de pós-graduação – notadamente os de doutorado– de muitas universidades.

     A decisão das Autoras deste documentode apresentar o memorial entre os tiposde trabalhos acadêmico-científicos foimotivada, principalmente, pelo desejo de

    oferecer orientações sobre sua elaboraçãoaos acadêmicos, os quais, uma vez formados,precisarão, conforme as circunstâncias,elaborar e apresentar o registro analítico desua formação e trajetória profissional, paraconcorrer a postos no mercado de trabalho,ou se habilitar a promoções na empresa ouinstituição a cujos quadros pertençam.

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    No entanto, além de servir a tais finalidades,o memorial pode constituir uma valiosa

    produção acadêmica como trabalhoconclusivo de curso, pelo seu caráter reflexivo,

    Para a elaboração do memorial é precisoconsiderar as seguintes sugestões:

    - deve-se adotar a forma de um relatocronológico, analítico e crítico, situandoos fatos e acontecimentos no contextosociocultural mais amplo, caracterizando ahistória particular do autor;

    - recomenda-se que o memorial seja elaboradona primeira pessoa do singular, o quepermite ao autor enfatizar o mérito de suas

    realizações;- deve-se sintetizar a narrativa dos eventos

    menos marcantes e dar ênfase aos maissignificativos a critério do autor e à luz dasfinalidades do próprio memorial;

    - utilizam-se subdivisões com tópicos/títulospara marcar as etapas da trajetória percorrida,

    ou para destacar os aspectos ou fatos maissignificativos, estruturando dessa forma omemorial;

    - finaliza-se o memorial com a indicação dosrumos que o autor pretende assumir, deforma a evidenciar sua articulação com ahistória pré-relatada.

    Embora o memorial seja caracterizado comoum relato reflexivo e avaliativo de um caminhopercorrido pelo autor, tanto em sua formaçãocomo em sua profissão, é indispensável queesse relato contenha informações referentesa:

    analítico e autocrítico. É com vistas a atendera esse duplo propósito que as orientações a

    seguir foram elaboradas.

     7.3 Procedimentos

    É relevante na elaboração do memorialdeixar claro, particularmente quando estese destina a finalidades acadêmicas, emquais condições foram obtidos os títulos da

    formação acadêmica, as circunstâncias teóricase sociais que predominaram no momento daexecução do projeto de dissertação ou tese. Acaracterística crítica do memorial conduz seuautor à avaliação dos resultados obtidos em

    - formação, aperfeiçoamento e atualização:cursos, estágios de aperfeiçoamento,especialização e atualização, participaçãoem congressos, simpósios, seminários eoutros eventos;

    -ensino: desempenho didático, orientação demonografias, dissertações, teses e pesqui sasde iniciação científica;

    - atividades técnico-científicas, artístico-

    culturais e de prestação de serviçosespecializados: produção científica, técnica  ou artística, resultados de pesquisas, cursos

    e atividades de extensão, participaçãoem bancas examinadoras, prestação deconsultoria especializada;

    - atividades de administração: participaçãoem órgãos colegiados, comitês executivos,

    científicos ou tecnológicos no âmbito fede-ral, estadual, municipal ou privado, exe rcíciode funções de direção, coordenação e/ouassessoramento.

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     Além dos aspectos referentes ao conteúdoque já foram apontados, deve-se cuidar

    que o memorial tenha uma apresentaçãoesmerada, atraente, o que requer, quantoaos seus aspectos físicos, um projeto gráficode bom gosto, uma impressão cuidadosa,encadernação sóbria, etc. Por outro lado, omemorial pode se destacar, principalmente,pelo esmero na redação do texto, comoobserva França (1999, p.34):

     Alguns memoriais vão muito além dasimples apresentação das habilitaçõespessoais e profissionais do candidato,com textos tão ricamente elaborados queos transformam em verdadeiras obrasliterárias.

     Por fim, convém salientar que, apesar de suacrescente utilização, nota-se ainda uma certaconfusão entre memorial e curriculum vitae. Enquanto este consiste em um conjunto de

    informações sobre as habilitações do autor,apresentado de forma sequencial e semcomentários, o memorial é um relato datrajetória de uma pessoa, abrangendo suaformação e atuação profissional, apresentadode forma crítica.

    sua trajetória profissional e acadêmica, a partirda qual elabora um relato contextualizado,

    que reflita as condições e situações em quese desenrolou sua história profissional. Noentanto, o autor precisa se manter atentopara o tom do relato, lembrando que tantoa falsa modéstia como o excessivo elogiocomprometem a qualidade do memorial,que deve se destacar por uma auto-avaliaçãoequilibrada.

     A boa organização de um memorial é essencialpara o julgamento das atividades do autor,pois ele é a justificativa documental do seudesempenho profissional e acadêmico. Aavaliação deve ser feita em cada etapa dorelato, expressando as contribuições e perdasde cada momento, atribuindo diferentes pesosaos distintos eventos do passado. O autor

    precisa estar atento pararetratar, com maior segurança possível,com fidelidade e tranquilidade, a trajetóriareal que foi seguida (...). Relatada comautenticidade e criticamente assumida,nossa história de vida é nossa melhorreferência. (SEVERINO, 2000, p.176).

     7.4 Avaliação

     A seguir relaciona-se uma série de perguntasque poderão orientar o professor na avaliaçãodo memorial (caso este tenha sido solicitadoaos alunos como trabalho acadêmico), comotambém auxiliar o próprio autor do memorialna avaliação do seu relato.

    - O relato destaca os aspectos mais relevantesda trajetória do autor? A relevânciaatribuída a esses aspectos é justificada/fundamentada?

    - O conjunto das informações sobre o autor esua apreciação crítica oferecem elementos

    suficientes para a apreciação de suatrajetória?

    - O texto evidencia o equilíbrio entre oadequado destaque aos êxitos obtidos e amenção aos eventuais insucessos?

    - O autor descreve sua trajetória de modoaprofundado, contextualizando-a em relaçãoa aspectos teóricos, políticos, econômicos e/ou sociais?

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    - Apresenta adequadamente as perspectivasfuturas para sua atuação, relacionando-as

    com a trajetória pregressa?- O conteúdo evidencia uma reflexão criteriosa

    realizada pelo autor sobre sua trajetória?

    - A organização do texto obedece tantoa sequência cronológica dos eventoscomo o encadeamento lógico de fatos eargumentos?

    - Os elementos de transição entre parágrafossão adequados ao sentido e à lógica doconteúdo?

    - A redação do texto é precisa e coerente?

    - A linguagem utilizada respeita a normaculta?

    - A narrativa é feita na primeira pessoa dosingular?

    - As normas técnicas de apresentação detrabalhos acadêmico-científicos foramobservadas?

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    Parte 2

    Orientações e normas paraapresentação de trabalhos

    acadêmico-científicos

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    1 CITAÇÕES

    São as descrições ou menções (conteúdos ouinformações) contidas em um texto extraídasde uma outra fonte. São utilizadas parasustentar, teórica e empiricamente, o trabalhoapresentado. As citações podem ser diretas,indiretas ou citação de citação; sua elaboraçãodeve seguir as orientações da norma NBR10520:2002 – Informação e Documentação;Citações em Documentos; Apresentação, da ABNT.

    Pode-se afirmar que todo trabalho acadêmicoou técnico de caráter científico sempreapresenta citações.

    “De fato, é da própria natureza da pesquisasituar-se em relação a outras, inspirando-se nelas, nelas buscando apoio paraseus pontos de vista, nelas encontrandoilustrações, exemplos e modelos.” (LAVILLE;DIONNE, 1999, p. 259).

    Usam-se citações quando se transcrevem

    trechos de alguma obra ou se utilizaminformações já publicadas, com o propósitode esclarecer ou complementar as ideias

    que estão sendo expostas. Assim, as citaçõestanto podem ser usadas com o objetivode reforçar argumentos como para exporposições contrárias àquelas que estão sendodefendidas.

    Em trabalhos técnico-científicos exige-serigor na aplicação das praxes de citação,diferentemente de textos literários, nos quaisé permitida uma apresentação mais livre.

    Quanto à quantidade de citações a seremusadas em um trabalho, mesmo Umberto

    Eco (1988, p.121) considera difícil determinar“[...] se se deve citar com profusão ou comparcimônia. Depende do tipo de tese”. Emtodo o caso, observa que a citação não podeser uma “manifestação de preguiça” de quemestá elaborando uma dissertação ou uma tese,que deixa para os outros a apresentação deideias ou de informações.

     As informações sobre a obra mencionadapodem aparecer no corpo do texto ou em nota

    de rodapé (sistema numérico). Recomenda-seo uso no corpo do texto (sistema autor-data),deixando para o rodapé outras informações,tais como: esclarecimentos pontuais do texto,tradução de palavras estrangeiras, significadode expressões típicas, etc.

    Importante!  Qualquer que seja o sistemaadotado, deve ser seguido em todo o trabalho,

    fazendo-se a correlação com a lista dereferências (sistema autor-data) ou notas derodapé (sistema numérico).

    Para identificação de fonte da citaçãoapresenta-se o nome do autor, seguido peladata de publicação da obra e número dapágina.

    1.1 Regras gerais para citação

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    Obs. 1: de acordo com a NBR 10520:2002, aindicação da página é obrigatória para citaçãodireta.

    Obs. 2: no primeiro exemplo, a entrada – nocaso, o nome do autor – deve ser grafadocom letras maiúsculas; no segundo exemplo,o nome do autor faz parte da frase, sendografado com maiúscula e minúsculas (NBR10520:2002). Vale ressaltar, também, que o usodo ponto final após as citações deve atenderàs regras gramaticais.

    1.2 Tipos de citação

    1.2.1 Citação direta, textual ou literal

    ou

     As citações diretas longas (aquelas com maisde três linhas) devem constituir um parágrafoindependente, com recuo de 4cm da margemesquerda, fo