caderno mazup do dia 17.08, ed 104

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O INFORMATIVO DO VALE 17 de agosto de 2012 www.mazup.com.br #104 Cássio Bonfandini Expressão barrada pela profissionalização

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Mais uma edição do caderno Mazup. A matéria da vez sobre tatuagens. A expressão barrada pela profissionalização. Confira!

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Page 1: Caderno Mazup do dia 17.08, ed 104

O INFORMATIVO DO VALE 17 de agosto de 2012

www.mazup.com.br

#104

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Expressão barrada pelaprofissionalização

Page 2: Caderno Mazup do dia 17.08, ed 104

17 de agosto de 20122 o de 2012

A tatuagem é um adereço que ultrapassou a hie-rarquia de uma corporação. Restritas a mari-nheiros e presidiários, passou para a pele de

artistas, e hoje, até mesmo profi ssionais liberais e do-nos de empresas as possuem. Eles, porém, as mantém de certa forma escondidas para não agredir o gosto da clientela. Usam roupas amplas, mas jamais se ne-gam a não vestir a pele com seus gostos e sensações. A tatuagem virou acessório mais valioso do que joia, porque mexe diretamente com o temperamento da pessoa. Personalidade não se compra.

Para os tatuados que incorporam realmente a arte no corpo, a tattoo é uma forma de inocular uma ideo-logia. Uma ideologia que fi ca escondida no expedien-te. Porque no local de trabalho é preciso colocar mãos à obra e seguir algumas normas. Mas fora isso, tatuar sempre foi um dos códigos mais utilizados pelo ser humano para a comunicação. Inclusive por aqueles que dependem da freguesia, seja ela de 8 ou 80 anos. É o caso do odontólogo Daniel Zart, que atende em seu consultório jovens e idosos. Mal sabem eles o que Zart esconde sob o jaleco. Arte. Arte na pele.

Uma a cada anoCom 37 anos, Zart tem 12 tatuagens no corpo. Fez a

primeira aos 24 e desde então, vem escolhendo uma por ano para marcar na pele. Como dentista e profi s-sional liberal, tem o cuidado de não deixá-las apa-rentes no trabalho. “Se eu quiser colocar um jaleco de manga curta, eu posso, porque elas não estão tatu-adas em zonas expostas. Há ainda pacientes que têm um conceito preconcebido.”

O que o corpo fala, a tatuagem exala pelos poros. Embaixo dos jalecos, há caveiras e muita personalidade. Tudo o que o seu dentista ou médico não ousa falar a você

A tatuagem fala o que a boca cala

Zart não segue a imagem do profi ssional con-vencional. Usa barba e brinco, é motociclista e defende a liberdade de expressão. Ele tem ta-tuagens nos braços e é um curioso pela historia da tattoo. “A tatuagem surgiu como símbolo da contracultura, da contestação.” E é em nome da liberdade e todo o espírito que a velha guarda tratou de forjar numa juventude de décadas pas-sadas que Zart começou a se tatuar. “As minhas tatuagens representam coisas que eu achei que eram importantes tatuar, não acredito em dese-nhos defi nitivos. A tatuagem é um retrato do que você vive no momento.” A sua pele é uma “colcha de retalhos” formada por caveira, arte japonesa, signo religioso, facas e carta. São signos e sen-timentos em forma de imagens, feitos por pro-fi ssionais que Zart procurou cuidadosamente ao longo dos 14 anos.

Se tivesse de ser funcionário em empresa for-mal, ele teria as mesmas tatuagens, com o mes-mo cuidado: não expor ao público. Zart conhece médicos e dentistas que pensam da mesma for-ma. Mas tem uma certa hesitação com a juventu-de que banaliza a tatuagem. “O jovem de hoje é pasteurizado, a tatuagem virou moda e não ide-ologia.”

Mario: 50 num só corpo

Com 29 anos e cerca de 50 tatuagens pelo cor-po, Mario Brito de Azambuja é o próprio cartão de visitas. Mario Tattoo tem tantas que não conse-gue contar. Ele sabe que não se encaixa no perfi l

de “funcionário padrão”. Se tivesse de procurar emprego, “não me aceitariam nem a pau”, diz, rindo. Com alargadores e caveiras, Mario tatua, em média, 70 pessoas por mês. E esse número só cresce. “As mulheres procuram mais do que os homens. E há muitas pessoas mais velhas tam-bém.” Ele reconhece que tatuagens exageradas atravancam a vida de quem procura emprego. Por isso, orienta seus clientes. “Você tem certeza de que quer assim?”

Devagar com o andor

A diretora do Senac Lajeado, Etiene Leandro Azambuja, diz que a “aparência” é um fator im-portante em processos seletivos, pois ela comu-nica algo e exerce alguma infl uência na nossa percepção sobre as pessoas. Por outro lado, as empresas estão mais fl exíveis em relação ao es-tilo pessoal dos colaboradores. Segundo ela, a tatuagem poderá ou não ter alguma infl uência dependendo da empresa, do ramo de atuação, da profi ssão. “Por exemplo, em uma empresa mais formal, ou de valores conservadores, será neces-sário usar roupas que escondam a tatuagem e se vestir de forma discreta, já em uma empresa de tecnologia da informática, mais voltada à inova-ção, talvez isso não faça diferença.” Para Etiene, a dica quando se é jovem é “buscar algo mais neutro ou mais discreto”. Ou seja, devagar com o andor que o santo é de barro. Calma. Não se apresse, pois a precipitação pode causar proble-mas.

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17 de agosto de 2012 317 de agosto de 2012

Texto: Andréia [email protected]

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Mario Tattoo possui cerca de 50 tatuagens em seu corpo

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17 de agosto de 20124

O Aplauso invadiu o recreio do Castelinho

Mais uma terça-feira doce para alguns estudan-tes. O Intervalo Aplauso, parceria do Mazup com a Vonpar Alimentos, desembarcou no Colégio Presi-dente Castelo Branco, o Castelinho, na manhã des-ta semana.

Entre as atrações, a distribuição do chocolate Aplauso, um deejay agitando tudo, muitas fotos para o mazup.com.br e a escolha da gata e do cara mais estudioso da escola, escolhido pelos colegas. A gata eleita é a Janaíne Ehrenbrink, e o cara que manda bem nos estudos é o Marcus Rocha (foto acima).

Parabéns, moçada!

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