caderno especial - hidra de igoassu

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    P R I M A V E R A D E 2 0 0 1

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    PESQUISAELABORAO DAS ATIVIDADES PEDAGGICAS:

    Marlcia Santos de SouzaAntnio Augusto BrazNielson Rosa Bezerra

    Claudinei Moraes da SilvaREVISO DE TEXTOPROJETO GRFICO/

    MIOLO E CAPA:Risonete Martiniano de Nogueira

    Duque de Caxias RJOutono de 2012

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    A BAIXADA FLUMINENSE NA SALA DE AULA

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    ...aos professores das escolaspblicas que participaram doscursos de Histria da Baixada

    Fluminense, promovidos pelaAssociao de Professores -Pesquisadores de Histria/

    APPH - Clio, em parceria com

    os ncleos do SEPE Sindicatodos Profissionais de Educao...

    ...pelo desafio apresentadopara a produo e

    reproduo do CadernoEspecial - Hidra de Igoass -

    A Baixada Fluminense emSala de Aula.

    Agradecemos o carinho e o

    reconhecimento da importnciados estudos de Histria Local nosentido de afirmar visibilidadedas Histrias e Memrias dos

    homens e mulheres comuns da

    Baixada Fluminense.6

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    Ao professorAntnio Jorge Matos,

    que nos ensinou o ofcio de professorde Histria, atravs de sua prticadocente e de seu compromisso com aconstruo do conhecimento; e com aqualificao da escola pblica na

    Baixada Fluminense..

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    Os autores, com afeto................................................................................... 10

    Os sambaquis................................................................................................ 12

    Trabalho com msica.................................................................................... 16

    Pintura corporal: o corpo fala....................................................................... 21

    Os nativos jacutingas.................................................................................... 24

    Dicionrio com nomes tupis encontrados na Baixada Fluminense.............. 28

    Iconografia: o universo Tupinamb............................................................... 29

    Relatos de viajantes e jesutas acerca do Universo Tupinamb................... 33

    As crianas jacutingas brincam assim........................................................... 34

    Trabalhando com anncios de jornais.......................................................... 35

    Quem criou o homem e o mundo?

    Mito fundador dos kayaps..........................................................................38

    Quem criou o homem e o mundo?

    Mito fundador na viso dos nag africanos.................................................39

    Trabalhando com mscaras............................................................... 47

    Trabalhando com documentos........................................................... 50As igrejas, quantas histrias!............................................................. 53

    Freguesias fluminenses..................................................................... 61

    Mapa das freguesias fluminenses..................................................... 64

    Ordenamento de compromisso.......................................................... 67

    Trabalhando com assentos: .............................................................. Assento de batismos

    Assento de bitos de escravos

    Assento de matrimnios

    69

    Fazendo uma maquete ..................................................................... 77

    A fazenda So Bernardino ................................................................ 79

    Atividades comerciais dos Soares e Melo ........................................ 81

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    O caminho velho do ouro e os caminhos novos .................................... 82

    A fazenda Arcozelo ................................................................................. 84

    Caminhos que valem ouro: ...................................................................

    Porto Estrela

    O caminho do Proena

    86

    A primeira ferrovia ................................................................................. 91

    Os caminhos do caf .............................................................................. 97

    Trabalhando com textos .........................................................................10

    1

    Trabalhando com cdigo de postura ......................................................11

    1

    Trabalhando com Inventrio

    .................................................................................................................

    11

    5

    A Hidra de

    Iguass....................................................................................................

    11

    9

    Trabalhando com documentos do arquivo do Exrcito .........................12

    7

    Histria e Literatura ...............................................................................13

    6

    Trabalhando com mapas de Mag .........................................................13

    9

    Trabalhando com cartas de liberdade ...................................................14

    8

    Carta ao professor ................................................................................. 152

    Uma cano ............................................................................................15

    4

    9

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    Ao olharmos a cidade, nosdeparamos com paisagens de temposdiferentes que se misturam. Nas ruas, nomesde pessoas que desconhecemos, runas e

    construes que guardam memrias do velho,do ontem. Desejos de conhecer aparecem,incomodam e mobilizam. Desejos de superar oesquecimento, o silncio. Desejos de negar omonumento da ordem militarizada exposta napraa...

    Durante mais de dez anos,movidos pelo desejo de conhecer e

    compreender a Histria da BaixadaFluminense, escavamos os vestgios deixadosnos arquivos, nas bibliotecas, nos institutos depesquisa, nos peridicos, nas iconografias,nos relatos de memrias... aos poucos osentido foi sendo tecido na labuta de nossoofcio. Alis, o tecer parece ser infinito.

    Logo, estvamos partilhando e

    construindo coletivamente, em grupo. Nadialgica com outros pesquisadores,redefinimos o nosso caminho de investigao.No exerccio da troca pedaggica com outrosprofessores, elaboramos fazeres.

    O Caderno Especial da Hidra deIgoass fruto das nossas investigaes e douso do investigado em nosso fazerpedaggico. fruto do esforo de troca.

    As experincias relatadas devemser compreendidas como registros de nossasprticas e no como receitas. Elas foram feitasatravs de atividades para facilitar asistematizao.

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    Este Caderno Especial titulado ABaixada Fluminense em Sala de Aula frutotambm da solicitao da Associao deProfessores e Pesquisadores de Histria

    APPH/CLIO e do Centro de Memria eDocumentao da Histria da BaixadaFluminense/FEUDUC. As duas instituiesapontaram a importncia de favorecer o acessodos professores a um conjunto de documentosespecficos da Histria da Baixada Fluminense.Nesse sentido, optamos por oferecer o acesso

    atravs da edio do material que aquiapresentamos. O uso ou o esquecimento docaderno permitido, assim como a possibilidadede operar de forma diferenciada os documentosora apresentados.

    Neste primeiro Caderno Especial seprivilegiou o perodo da Histria da Baixada quedenominamos de passado agrrio. Esperamos

    direcionar o segundo caderno ao tempo maispresente. Desde j, portanto, solicitamos queenvie os registros das experincias do seu fazerpara que possamos ir compondo-o coletivamente.

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    H mais oumenos 5 mil anos

    antes do presente, aregio fluminense era lugar

    de sambaquieiros.Que tal aprendermos um pouco mais sobre

    sambaquise os primeiros habitantes do

    Rio de Janeiroe da BaixadaFluminense?

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    Para comear, indicamos o documentrio da Coleo Expedio: A pr-histriabrasileira. Para iniciar os seus estudos estamos contribuindo com uma

    reportagem do Caderno Cincia e Vida, do Jornal O GLOBO, de 28 de abril de2002. Sugerimos ainda uma visita ao Museu Nacional (Quinta da Boa Vista) paraum maior aprofundamento.

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    Universo IndgenaEstrias da Floresta(Milton Nascimento e Fernando Brant)

    A brisa acorda a brasa que dormia

    O rio aquece sua gua friaOnde a ona bebe, a serpente espiaA mata estranha o que traz o diaA lua vaia indo, nos deixa sem guiaSol no aparece e a coruja piaA gente se encolhe na manh vaziaJ no de volta, qual magiaQue desperta o medo que eu escondiaQual o mistrio, qual a maestriaQue para a orquestra em plena sinfoniaO sol de repente traz a luz tardiaE a alegria espalha em cantoriaOnde havia espanto s h ousadiaFoi s brincadeira de um curumim

    Benke (nome de um curumim do povoKampa)

    (Milton Nascimento e Marcio Borges)

    Beija-flor me chamou: olha

    Lua branca chegou na horaO beijo-mar me deu prova:

    Uma estrela bem nova

    Na luminria da mataFora que vem e renova

    Beija-flor de amor me levaComo vento levou a folha

    Minha me soberanaMinha floresta de jia

    Tu que ds brilho na sombraBrilhas tambm l na praia

    Beija-flor me mandou emboraTrabalhar abrir os olhosEstrela dgua me molha

    Tudo que ama e choraSome na curva do rio

    Tudo dentro e foraMinha floresta de jia

    Tem a guaTem a gua

    Tem aquela imensidoTem a sombra da floresta

    Tem a luz do corao Bem-querer!!!

    Disco: Txai

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    Oh, musa do meu fadoOh, minha me gentilTe deixo consternadoNo primeiro de abril

    Mas no s to ingrataNo esquece quem te amouE em tua densa mataSe perdeu e se encontrouAi esta terra ainda vai cumprir seu idealAinda vai tornar-se um imenso Portugal

    Sabe, no fundo eu sou um sentimentalTodos ns herdamos no sangue lusitanouma boa dosagem de lirismo (alm da sfilis, claro)Mesmo quando as minhas mos esto

    ocupadas em torturar, esganar, trucidarMeu corao fecha aos olhos esinceramente chora...

    Com avencas na caatingaAlecrins no carnaval

    Licores na moringaUm vinho tropicalE a linda mulataCom rendas de alentejoDe quem numa bravataArrebata um beijo

    Ai, esta terra ainda vai cumprir seu idealAinda vai tornar-se um imenso portugal 17

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    meu corao tem um sereno jeitoE as minhas mos o golpe duro e prestoDe tal maneira que, depois de feitoDesconcentrado, eu mesmo me contesto

    Se trago as mos distantes do meu peito

    que h distncia entre inteno e gestoE se o meu corao nas mos estreitoMe assombra a sbita impresso de incesto

    Quando me encontro no calor da lutaOstento a aguda empunhadura proa

    Mas o meu peito se desabotoaE se a sentena se anuncia brutaMais que depressa a mo cega executaPois que seno o corao perdoaGuitarras e sanfonasJasmins, coqueiros, fontes

    Sardinhas, mandiocaNum suave azulejoE o rio AmazonasQue corre trs-os-montesE numa pororocaDesgua no Tejo

    Ai esta terra ainda vai cumprir seu idealAinda vai tornar-se um imprio colonialAi esta terra ainda vai cumprir seu idealAinda vai tornar-se um imprio colonial

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    Casal de ndios com crianas tupinambsGravura de Jean de Lery (Biblioteca NacionalSeo de Iconografia).

    Estamos ChegandoCD: Missa dos Quilombos

    (Pedro Casaldaliga/ Pedro Terra / MiltonNascimento)

    Estamos chegando do fundo da terraEstamos chegando do ventre da noiteDa carne do aoite, ns somos.Viemos lembrar.

    Estamos chegando da morte dos maresEstamos chegando dos turvos poresHerdeiros do banzo, ns somos.Viemos chorarEstamos chegando do cho da oficinaEstamos chegando do som e das formasDa arte negada, ns somos.Viemos criar

    Estamos chegando do fundo do medoEstamos chegando as surdas correntesUm longo lamento, ns somos.Viemos louvarA D Estamos chegando dos ricos fogesEstamos chegando dos ricos foges

    Estamos chegando dos pobres bordisDa carne vendida, ns somos.Viemos amarEstamos chegando das velhas senzalas.Estamos chegando das novas favelasDas margens do mundo, ns somosViemos danar

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    Estamos chegando dos trens dos subrbios

    Estamos chegando dos loucos pingentesComo vida entre os dentes, chegamos.Viemos cantarEstamos chegando dos grandes estdiosEstamos chegando da escola de sambaSambando a revolta chegamos.Viemos gingarA D

    Estamos chegando do ventre das minasEstamos chegando dos tristes mocambosDos gritos calados ns somos.Viemos cobrarEstamos chegando da cruz dos engenhosEstamos sangrando a cruz do batismoMarcados a ferro ns fomos.Viemos gritarEstamos chegando do alto dos morrosEstamos chegando da lei da BaixadaDas covas sem nomes, chegamos.Viemos clamarEstamos chegando do cho dos quilombosEstamos chegando do som dos tamboresDos novos Palmares, s somos.

    Viemos Lutar

    4. Escravido e Dizimao IndgenaRuas da cidadeCD: Clube da Esquina(L Borges / Marcio Borges)

    Guaicurus, Caets, GoiatatazesTupinambs, AimorsTodos no choGuajajaras, Tamoios, TapuiasTodos Timbiras, TupisTodos no cho

    A parede das ruasNo se desenvolveuOs abismos que se rolou

    Horizonte perdido no meio da mataCresceu o arraial, o arraialPassa bonde, passa boiadaPassa trator, avioRuas e reisGuajajaras, Tamoios, TapuiasTupinamb, AimorsTodos no cho

    A cidade plantou no coraoTantos homens de quem morreuHorizonte perdido no meio da mataCresceu o arraial, o arraial

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    Todas as sociedades humanas possuem

    padres de cobrir, enfeitar e exibir o corpo.

    Padres que, se soubermos interpretar,transmitem informaes significativas sobre osindivduos e a sociedade: seus conceitos debeleza, das relaes sociais, do universosimblico, do relacionamento interpessoal. Ocorpo o primeiro alvo da socializao dequalquer coletividade, da porque podemosencar-lo como meio para comunicar regras emodos que so definidos culturalmente.

    A vestimenta possui seus equivalentessimblicos, ou seja, a pintura corporal, osadornos, as tatuagens. Ns nos acostumamos moda como parte da natureza humana e nudezcomo a ausncia de roupas, esquecendo-nos deque em sociedades como as indgenas, osindivduos, embora no utilizem vestimentas,possuem um cdigo corporal prprio e este,

    alm de conter uma tica, informa sobre aposio social de cada pessoa dentro do grupo.

    A relao com o grupo, o corte de cabelo,o uso de certas cores os europeus usam opreto como sinal de luto enquanto que oschineses preferem o branco a presena ouausncia de artefatos corporais so traosfundamentais que expressam distintas vises de

    mundo.

    Os Suy, por exemplo, que vivem no AltoXingu, utilizam discos de madeira nos lbios e nasorelhas. Este costume pode parecer estranho eat excntrico, no entanto, estes ndiosconsideram que este trao, juntamente com o

    estilo peculiar de cantarem os distingue dosgrupos vizinhos. Deste modo, uma sociedaderevela muito de si prpria atravs de certascaractersticas que elege para identificar-se emrelao s demais.

    Em nossa sociedade, a transformao docorpo envolve desde roupas, adornos variados ecosmticos, at as prticas da ginstica

    modeladora e da cirurgia plstica. Os padresestticos que nos guiam e nos servem dereferncia, podem nos parecer naturais mas so,na verdade, parte do repertrio simblico queempresta sentido ao corpo e comunica nossacondio social. So, portanto, elementosculturais de grande importncia para apreservao e exibio da nossa identidade: o

    corpo tem sua prpria linguagem e a comunica.Os critrios de avaliao definidos em cadasociedade esto associados a valores quejustificam estas escolhas. As sociedadesindustrializadas, como a que vivemos, toma atecnologia como referencial para o grau dedesenvolvimento. A partir dessa viso, classificaoutras sociedades, como as indgenas, deprimitivas, atrasadas e at mesmo pr-histricas. No entanto, se mudarmos o critrio,elegendo a capacidade de integrar o indivduo aogrupo, o grau de conhecimento do meio ambiente,ou ainda, a capacidade de harmonizar aexplorao dos recursos naturais snecessidades sociais, veremos que a avaliaoser outra. No difcil concluir que necessriorelativizar parmetros que parecem ser, primeira

    vista, universais e absolutos.

    Leia o texto e discuta-o.Divida a turma em grupos e fornea a cada um destes duas folhas de papel quarentaquilos.

    Pea aos grupos para coloc-las de forma vertical de modo que seja possvel a um alunodeitar-se sobre o papel. Com um piloto o grupo deve contornar o corpo do colega deitado.Cabe ao grupo discutir o que gostaria de representar no corpo nu, desenhando as formasde fala da atualidade. Leve em considerao as formas de fala do corpo em nossos

    grupos de pertencimento

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    1. Em grupos, organize uma pesquisa em torno das diferentes formas de fala do corpo.

    2. Cada grupo poder investigar em revistas e em fotografias as diferentes falas.3. Considere as pinturas corporais, as roupagens e os adornos.4. Na sala de aula, as imagens pesquisadas devem ser socializadas e expostas no mural ou,ainda, emendadas de forma a compor um tapete. Ser interessante se o grupo sugerir umnome para o tapete.

    A pintura corporal nas sociedades indgenas no uma especializao: todos

    aprendem a pintar desde crianas, pois esta habilidade um elemento culturalmente

    transmitido. Entre ns, a pintura tambm usada em ocasies especficas e por pessoas

    especficas. O usual que somente as mulheres usem maquilagem e que os homens aapliquem quando travestidos e em ocasies festivas, como no carnaval. Observamos que,

    embora a pintura facial tenha importncia e seja um elemento de identificao em nossa

    sociedade, j que auxilia a classificar as pessoas indicando sua posio social, classe, idade,

    etc; sua funo cultural bem mais significativa para os povos indgenas.

    Por que os ornamentos corporais so to difundidos e variveis em todo o mundo?

    Os adornos e o simbolismo associados ao corpo no so aleatrios nem devem ser

    dissociados do conjunto dos valores culturais uma vez que, atravs deles, compreendemos

    aspectos essenciais para a vida em sociedade.

    Por exemplo, para os Xavantes, povo que vive no Estado de Mato Grosso, a pintura

    vermelha dos meninos smbolo do seu poder gerador. Esta cor est associada a b (urucum)

    e ao sol (bd), sendo a favorita por suas caractersticas benficas e criativas. Quando os

    homens desejam ter filhos, pintam de urucum os batoques que suamnos lbulos da orelha.

    Fonte: Dirio Oficial do Municpio do Rio de Janeiro.Suplemento Especial do dia 12 de Abril de 1988.Convnio com o Museu do ndioFUNAI e SME/RJ.

    OBS: As pinturas podem ser feitas com tintas guache oulpis de cera.22

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    Os Tupinambs habitavam as terras que atualmente chamamos de BaixadaFluminense. Eles chamavam essas terras de Trairaponga e seu principal rio era o Iguau, nopassado, escrito das seguintes formas: aguassu, igoass e iguass. Nessas terras de muitasguas, os Tupinambs que eram hbeis navegadores, caavam, pescavam, plantavam,colhiam, cantavam, rezavam...

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    Os nativosjacutingas eram hbeisnavegadores, faziamsuas embarcaescom cascas compridasde igaras, eram

    caadores,pescadores,agricultores e seenfeitavam com penasde aves, inclusive compenas das jacutingas.

    Muitos nativos fugiram para as serras e para o interior. Outros foramescravizados. Nos assentos de bito e de matrimnio da Freguesia do Pilar e dePiedade de Iguass encontramos, ainda no Sc. XVIII, a presena de ndios naregio.

    Aos vinte dias do Ms de maro de mil setecentos e sessenta e quatro

    anos, nesta freguesia de Nossa Senhora da Piedade do Iguass, faleceu Mariada Penha, ndia, mulher que foi de Gernimo escravo de Dona Igncia Barreta, e

    quando me chamaram para a confisso, no caminho me deram a notcia de que

    tinha falecido, foi por mim encomendada e sepultada em uma cova da Irmandade

    do Rosrio de que fiz este assento. Vigrio Joo Furtado Salvador de

    Mendona.

    Fonte: Livro de bitos da Freguesia de Piedade de Igoass , 1764.

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    Leia este relato:

    Em 1503, na Expedio comandada por Gonalo Coelho,

    acompanhada pelo navegador Amrico Vespcio, foram levados para

    Portugal quarenta escravos ndios, na maioria mulheres. Consta ainda

    que essas mulheres foram seqestradas da tribo que habitava s

    margens do Rio Meriti, mais precisamente da tribo dos ndios Jacutingas.

    Fonte: Relatrio do Marqus do Lavradio ao Vice-Rei de Vasconcelos, em 1779.

    Construa FALAS que poderiam expressar o sentimento das nativas quandoestavam sendo capturadas e enviadas para Portugal.

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    25

    Imaginem como deveriam ser essas terras antes da chegada dos europeus: MataAtlntica, rios largos, fartos, ondulados e muitos bichos como paca, tatu, cutia, etc.

    Proponha que investiguem acerca da Mata Atlntica e discutam com

    os colegas as informaes obtidas.

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    Aose deslocar de uma rvore para a outra, a jacutinga pode se fazer notarpelo rudo forte produzido por suas asas. O som vem das penas de vo,

    chamadas primrias, que apresentam um estreitamento nas pontas...No incio de reproduo - que vai de agosto a novembro, podendo seestender at fevereiro -, o som emitido pelas asas da jacutinga torna-se maisintenso, pois o animal costuma se deslocar com maior freqncia do que ohabitual. Tal rudo conhecido pelos caadores como riscar de asas ourasgar e difcil de ser ouvido porque ocorre quase sempre no escuro, aoanoitecer ou durante a madrugada.

    Outra caracterstica da jacutinga o de construir seus ninhos comgravetos, sem qualquer forrao, e acomod-los na forquilhas de rvoresgrandes ou sobre rochas. A jacutinga bota de dois a trs ovos grandes medindo cerca de 7,2 centmetros de cumprimento por 5,1 de larguraque sototalmente brancos e apresentam cascas um pouco rugosa. Os pesquisadoresacham provvel que macho e fmea se revezem para choc-los. Emaproximadamente 28 dias nascem os filhotes, j aptos a se moverem livrementee hbeis para subir com facilidade.

    1. Entre os rios Meriti e Iguau havia uma aldeiaTupinamb chamada Jacutinga.Havia muitas jacutingaspor aqui, logo, o nosso lugar poderia ser chamado o lug rd s s s c nt dor s. Leia os textos abaixo para sabermais sobre a jacutinga e os nossos nativos.

    Fonte: Jorge Bruno Nacinovic, dosetor de Ornitologia do Museu

    Nacional/UFRJ in: Cincia Hoje dasCrianas, Ano 14/ Nmero 111,

    maro de 2001.

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    ESCRAVIDOVIOLNCIA

    MINERAOPOLUIOACULTURAO

    DESTRUIODOENAS

    QUEIMADAS DAS FLORESTAS

    TERRAPESCA

    TABADANACAAPAGNATUREZA

    ALDEIA

    M

    ORTE

    Organize com o seu grupo um MURAL com imagens e jogo depalavras acerca do que atualmente promove a vida e provoca amorte dos povos indgenas no Brasil.

    Faam uma MAQUETE da aldeia dos Jacutingas, nas margens do RioIguau. Leve em considerao as informaes abaixo acerca de uma

    aldeia Tupinamb.

    A aldeia Tupinamb era circular com grandes tabas,protegida por uma cerca de troncos e por fossoscontendo estrepes. Cada aldeia possua cerca de 350moradores distribudos entre 4 a 7 tabas, tambm

    chamadas de malocas. As tabas eram residnciascoletivas com aproximadamente 150 metros quadrados,cobertas de palhas at o cho. Possua duas portaslaterais e uma central. Em cada taba, havia cerca de 40a 50 Tupinambs com um ancio principal. Cada famliapossua 100 m2 no interior da maloca. Essas famliasestavam unidas pelos laos de linhagem, ou seja, de

    parentesco.

    Fonte: METRAUX, Alfred. A Religio dos Tupinambs.SP: Brasiliana, 1979

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    DICIONRIO com NOMES TUPIS encontrados na BAIXADA FLUMINENSE

    AMAPO cerco ou contorno da fronteira a pancada dgua,a chuva forte.ANHANGAparncia ou feio do diabo; apario do demnio; o que inerente ao diabo.ARARUAMAComedouro ou bebedouro dos papagaios.BAEPENDYQue se traduz limpo, a clareira, a aberta, marginal do Rio Grande.BANGUO antepassado escuro, a barreira negra, aluso ao servo.BAURUCestos de frutas.CABUUVespa grande, o marimbondo.CAPIVARIRio das capivaras, a pequena capivara.CARIOCAMestio descendente de branco, residncia do europeu.GUANABARASeio semelhante ao mar, o lagamar, o esturio amplo.GUAPIO comeo do vale, as cabeceiras, as nascentes.IGUAUgua ou rio, grande, amplo, grosso, volumoso.INHOMIRIMO caminho, a palinha, a ervazinha e o capim mido.IPANEMA - gua ruim, imprestvel, o rio sem peixe ou rio ruim para pesca.IPIRANGARio vermelho ou pardo, a gua rubra.IRAJCapaz de mel, a meleira.JACAREPAGUA baixa de lagoa dos jacars.JACUTINGAJacu branco, nome de uma rocha frivel, argilosa, servindo de jazida ao ouro entrea rocha de Itabirinto.MAG - Aquele que prediz, o orculo, o profeta.MANAGUO feixe de plumas pintadas, amontoada de penugem lanhados, o plumacho colorido.

    MANTIQUEIRALugar de muita gua.MARAPENDIO mar limpo.MARAPICUA ambira longa e chata, o cip comprido e achatado, vergulho chato, em forma delngua.MAUAquele que se eleva.MERITIA mosca de ferro, a vespa pungente; o que imite, lquido, gua pouca, lquido escasso,rio das moscas ou corruptela de Buritinome de uma grande palmeira.PAQUETAs pacas.

    PIRANEMAPeixe podre.SARACURUNASaracura preta.SARAPUCarapu (a enguia, peixe faca i=y (rio) = o das enguias ou do peixe faca).SURURio dos sururus ou mexilhes.TINGUAO bico ou nariz pontiagudo, o pico.XERMMilho picado, canjiquinha.

    Fontes1. SILVA, J. Romo. Denominaes Indgenas na Taponmia Carioca. Rio de Janeiro: Brasiliana, 1966.

    2. SAMPAIO, Teodoro. O Tupi na Geografia Nacional. So Paulo: Brasiliana, 1987.

    lugares, serras, rios, ruas...

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    Observe a iconografia abaixo e DIGA O QUE V acerca do UNIVERSO TUPINAMB.

    A iconografia de Rouen, 1551. uma gravura do livro Uma Festa Brasilieira a Deduo da Suntuosa Ordem (UneFte Brasiliensecestla Deduction du Dumptueux).

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    ICONOGR FIIGA O QUE V acerca do universo Tupinamb.Ana Cristina Guilhotti nos chama ateno para ler o no dito na iconografia eidentificar as distores apresentadas na tela acerca dos Tupinambs. O artistaolha o outro a partir de si mesmo, da cultura ocidental crist e daintencionalidade europia de colonizar o mundo novo. Com ajuda de Guilhotti

    tentaremos desconstruir a iconografia.

    A imagem produto da reunio de vrias cenas independentes. Cenas que porsua vez, se interpenetram, resultando agrupamentos fluidos.Na tela aparecem crianas brincando de roda, uma brincadeira tipicamenteeuropia.Um casal passeando onde o homem conduz a mulher, numa perspectiva

    patriarcal, tpico da lgica europia.Outros casais na rvore ou apoiados nela livremente relacionam-sesexualmente. Na viso colonizadora, no h civilidade e famlia. Nocompreende a lgica familiar das sociedades tribais no Brasil. para eles, associedades indgenas brasileiras vivem na barbrie e na poligamia, no temvergonha de seus pecados, ou seja, no possuem Deus. Caberia aocolonizador levar a monogamia e a f ao novo mundo.

    As vrias cenas de guerra tribais e destruio, simbolizadas pelos incndios,

    afirmam a viso europia de que o homem americano no possui lei e nem rei.

    A nica forma encontrada para solucionar os conflitos era a guerra. Caberia ao

    colonizador o papel de civilizar o mundo novo levando-lhe a lei e o rei.

    Na iconografia a paisagem desmatada demonstra o desconhecimento doartista acerca do ambiente Tupinamb, vendo-o a partir de sua experinciaurbana composta de um ambiente com pouca vegetao. possvel tambm observar o desconhecimento acerca da lgica daordenao de uma aldeia Tupinamb e do universo cultural que os constituem.

    Fonte: Revista da USP. Dossi Quinhentos Anos de Amrica. SP: USP, Revista Nmero 12, dezembro a fevereiro de1991/1992: 28-35.

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    Nas iconografias abaixo a centralidade est voltada para a antropofagia. Odestaque dado nas iconografias s cenas de antropofagia legitimaria ainterveno civilizadora do europeu. Os devoradores de homens deveriam sercombatidos e a catequese deveria preencher as almas vazias dos povosindgenas. Para aquecer esse debate, que tal assistir ao filme Comoera gostosoo meu francs.?

    Estas iconografias fazem parte do livro de Hans Standen, publicado naAlemanha, em 1557. O livro relata a experincia do alemo que passou novemeses e meio como prisioneiro dos Tupinambs.

    ICONOGR FI

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    A iconografia abaixo apresenta o olhar do alemoacerca da aldeia em que ele viveu como

    prisioneiro. Observe-a e descreva o universorepresentado.

    Como deveria ser a infncia indgena antes dachegada dos europeus no Brasil?

    Como deveria ser a vida da criana indgenaescravizada?

    Como era a vida da criana branca? E da criananegra e escrava?

    Investigue e discuta com os colegas e com o professorna sala de aula.

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    1. A partir dos dois relatos comente a relao existente entre ascrianas nativas e seus pais.

    2. Tizuka lanou um livro de Jogos Infantis O jogo, a criana e aeducao (Editora Vozes), em que relata suas pesquisas sobre a origemdas brincadeiras antigas no Brasil.

    Conhea algumas brincadeiras indgenas e experimente jogar...

    No do os Tupinambs a seus filhos nenhum castigo, nem os

    doutrinaram, nem os repreendem por coisa que faam...

    Gabriel Soares de Souza

    Fonte: FERNANDES, Florestan. A investigao etnolgica no Brasil. RJ: Vozes, 1975.

    Os pequenos so obedientssimos a seus pais e mes, e todos so muitoamveis e aprazveis. Tem muitos jogos a seu modo, que fazem com muito maisfesta do que os meninos portugueses. Nesses jogos arremedam vriospssaros, cobras e outros animais, etc. Os jogos so muito graciosos e

    desenfadatios, nem h entre eles desavena, nem queixumes, pelejas, nem seouve pulhas ou nomes ruins e desonestos.

    Padre Ferno Cardim

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    JOGO DO JAGUAR

    Forma-se uma fila, como no jogoanterior, com cada um segurandocom as mos o colega da frente,fazendo uma corrente. O jogadormaior representa o jaguar, queimitar o bicho apoiando-se nocho com as duas mos e uma

    das pernas, mantendo a outraperna esticada. Saltando egrunhindo, o jaguar vai de um ladoa outro da fila, enquanto osjogadores que esto na correntecantam kaik si m gle t pe-wal(este ojaguar),movendo-se deum lado apara o outro.Sorrateiramente, a criana queimita o jaguar tenta de um sgolpe agarrar o ltimo da fila. Osque so pegos passam arepresentar distintos animais,

    presas do jaguar, como o cervo, ojavali, o jabuti, a capivara, a paca,etc.

    JOGO DE GAVIO Todas ascrianas, meninos e meninas, formamuma grande fila, cada um agarrando ocorpo do colega da frente com as mos.A brincadeira pode comear com acriana mais alta do grupo representandoo gavio. Este se posta frente da fila e

    grita piu, a chamada do gavio que querdizer tenho fome. O primeiro jogador dafila estende a perna direita (e depois aesquerda) para frente e pergunta: Querisso?O gavio responde negativamente,repetindo a brincadeira com cada jogadorda fila, at chegar ultima criana. A esta

    o gavio diz sim e parte em suaperseguio, correndo para qualquer ladoda fila, contorcendo a corrente para aesquerda ou direita. Nesses momentos,os menores acabam caindo no cho,criando um grande alvoroo. Se o gaviono conseguir atingir o seu objetivo, volta

    a seu posto para fazer uma novatentativa. Quando conseguir pegar apresa, leva-a para um lugar escolhidocomo seu ninho, prosseguindo o jogo atque o ltimo da fila tenha sido pego.

    1. Organize na sala de aula uma exposio contendo pinturas, desenhos, objetos

    e registros de brincadeiras que o grupo j experienciou, assim como, a de seus pais.

    Fonte: Revista Nova Escola. Ano IX, Nmero 74,Abril de 1994.

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    Fugiu no dia 15 do corrente mez de

    maro, da D. Emerezidia, moradora na rua

    Nova do Livramento, 32, huma muleca, de

    nao caanje, idade de 10 annos, com

    sinais seguintes: vestida com hum vestido

    branco de chita, com marca B e huma

    coroa no peito, huma queimadura em uma

    fonte; quem dela souber, ou apanhar a

    poder conduzir a sua Snra. Que satisfar

    o seu incomodo.

    1. Observe a condio da escrava.Pense acerca da queimadura, umadas marcas da violncia e maustratos recebidos.

    2. Observe tambm que era comum

    pagar uma certa indenizao paraquele que encontrasse o escravofugitivo. Essa prtica produziahomens que viviam da caa deescravos fugitivos.

    3. Leia o conto de Machado de AssisPaicontra Mee discuta-o, se for

    possvel.

    Quem quiser alugar huma rapariga parda

    para servir de portas a dentro, sabe cozer

    sofrivelmente, engomar lizo, ensaboa e

    sabe todo o servio; procure na rua da Valla

    na casa nmero 113.

    Vende-se hum muleque bom official decabuqueiro, de muito bom costumes e

    bastante reforado, quem o quiser comprar

    dirija-se com quem trata o seu preo.

    1. Identifique os trabalhos que

    crianas e adolescentesescravos realizavam.

    .

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    No dia 22 do corrente mez de maro dezapareceu hum muleque que

    ter 15 a 16 annos que tinha hido buscar agoa ao chafariz do lago do

    Pao que dizia ser de nome Bento e nao Moambique, ladino

    bastante, e olhos pequenos, e muito bem feito. A roupa que levava

    vestido era huma jaqueta de chita encarnada quaze s com o forro,

    camiza de algodo suja, e as mesmas calas tambm sujas, e velhas,

    cujo muleque vindo a poucos dias da Bahia na Sumaca Florinda, e por apoucos dias se ter comprado, e por se no ter papel de venda do

    vendedor, ainda se tinha pago a siza, julga-se que este ter hido para

    bordo de alguma embarcao para hir outra vez a Bahia; qualquer

    mestre que tenha deste conhecimento, ou pessoa avizada por este

    dirio, ou traga a Travessa da candella, 28, que l receber suas

    alviaras.

    Observe que:

    1. O escravo ladino era visto como o escravo esperto, comespecialidade, j o boal poderia ser definido como escravo simples,sem especializao. A sisa era um imposto que o proprietrio, ao

    comprar um escravo, deveria pagar ao estado. Eram constantes osesforos dos senhores no sentido de sonegar tal tributo.2. Observe que o escravo chegou ao rio de Janeiro atravs do trfico

    interprovincial, isto , atravs do trfico feito de uma provncia para aoutra. Observe que no sc. XIX, o nordeste estava sofrendo com acrise do acar enquanto o sudeste expandia-se com a produocafeeira. Portanto, torno-se muito comum o trfico interprovincial,principalmente com o fim do trfico externo, em 1850.

    a) Procure investigar a marcha do caf no sudeste, isto , oincio de seu plantio;

    b) Imagine os motivos que teriam levado omuleque fuga e;c) produza um pequeno texto sobre isso.

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    Sugestao parapesquisa:

    Del Priore, Mary (org.). A Histria daCriana no Brasil. So Paulo: Contexto,

    1998

    1. Discuta o anncio.

    Vende-se huma crioula, nascida na

    roa, parida de poucos dias, muitosadia, e sem molstias, com muitobom leite, e em abundncia, sabelavar, e engomar co perfeio,cozinha e coze sofrivelmente, quem aquizer procure na rua de S. Diogo,76, em casa de Marcos Thomas de

    Oliveira.

    1- A crioula estavaparida, isto , tinha tidofilho recentemente. Oque poderia teracontecido com o filhoda escrava?

    Fonte: Jornal do Comrcio, 3 de Agosto de 1850.

    Aluga-se uma preta para ama, com

    muito bom leite, de 40 dias e do

    primeiro parto, muito carinhosa

    para crianas, no tem vcio algum e

    muito sadia; e tambm se vende acria.

    Organize com a turma um mural acerca da situaoatual da infncia na Baixada Fluminense.

    Fonte: Dirio do Rio de Janeiro, 24 de maro do anno de 1824: 78, 79 e 80. Osanncios foram selecionados por ns. Eles podem ser encontrados no arquivo do

    Rio de Janeiro

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    Bom, voc j deve ter percebido uma srie de explicaes: Deus criou a terrae depois Ado. De Ado se fez a Eva... cada povo explica sua origem atravs dos

    mitos fundadores. Conhea o MITO FUNDADOR DOS KAYAPS.

    Os ndios moravam no cu (Koikwa).Um dia,dois meninos caando tatuperfuravam a camada celeste,chegando quase a cair na terra.

    Maravilhados com o mundo novo

    que vislumbraramatravs do buraco no cu,resolveram descer at l.

    Para isso,fizeram um longo cordo,

    unindo cips, fitas, laos e colaresde toda a aldeia.

    Por ele desceram e povoaram a Terra.Alguns ndios ficaram no cue transformaram-se em estrelas.

    UM BURACO NO CU

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    Vejamos, agora, o mito da criao do mundo na VISO DOSNAGS AFRICANOS

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    NAGS AFRICANOS.

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    O mit o em q uadrinh o foi retirado d a Revist a ODYA!/ISER44

    Leia o texto abaixo

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    O universo cultural africano est associado religiosamente natureza, corporalidade e oralidade. Corpo e magia caminham namesma direo. As danas, os trabalhos de corpo fazem parte docotidiano da frica tradicional.

    De acordo com A. Ampat B, todas as tradies africanaspostulam uma viso religiosa do mundo. Para os tradicionistas, a fala fora (Ach) porque cria um vaivm que gera movimento e ritmo, e,

    portanto, Vida e ao... A fala humana e anima, coloca em movimentoe suscita as foras estticas nas coisas. Mas, para que a fala produzaum efeito total, as palavras devem ser entoadas ritmicamente... Natradio africana, a fala, que tira do sagrado o seu poder criador eoperativo, encontra-se em relao direta com a conservao ou com aruptura da harmonia no homem e no mundo que o cerca... Por essemotivo, a maior parte das sociedades orais tradicionais considerava a

    mentira uma verdadeira lepra moral!Fica fcil compreender a importncia da oralidade no dia-a-dia do

    africano tradicionalista (frica do Sul).A memria viva do africano a grande biblioteca da Histria desse

    povo que no conhecia a escrita. Os tradicionalistas (Domas) so osgrandes detentores da palavra, principal agente ativo da vida humana edos espritos. Ele tem a responsabilidade com a verdade, um mestre,

    um homem completo. Ele o contador das Histrias do seu povo.O trabalho tambm est vinculado ao ritmo, religiosidade e

    natureza. No h dicotomia entre homens e esprito, entre a vida e otrabalho.

    1- Leia o texto abaixo:

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    Cada povo constri interpretaes acercada origem do mundo e do homem. Ao conhec-las nos aproximamos da compreenso daconcepo de mundo daquele povo. Procureoutros mitos de criao do mundo e do homeme discuta. Veja tambm a explicao construdapela cincia.

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    2- Distribua um pedao de papel para que cadamembro do grupo possa escrever a palavra que quer fazerdormir. Cada um dever ler a sua palavra. O grupo deverrepetir bem alto a palavra que deseja fazer adormecer. As

    palavras devero ser colocadas em uma vasilha de metal oude vidro para serem queimadas, ou amassadas. Em seguida

    todos podero escrever palavras adormecidas que desejamacordar para que sejam levadas pelo vento a todos oscantos do pas. Todos devero repetir cada palavra e col-las na sala de aula. No esquea, a palavra tem fora.

    3- Os tambores so ainda hoje, na frica, um valiosoinstrumento de comunicao inter-tribal. Nas sociedadesmodernas os tambores tambm so instrumentos decomunicao, de ritmo e vibrao. Procure uma msica emque os tambores sejam utilizados e organize uma dana

    para ser apresentada para a turma.

    4- Organize o seu grupo, pesquise e traga um mito ouuma lenda africana e uma indgena. O grupo deve contar omito ou a lenda oralmente e apresentar um painelcontendo um desenho que expresse o conto. No dia do conto

    todos devero sentar em crculo para contar histrias.5-Sugerimos ao grupo o FILME a Luz se fez.

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    1. JORNALEncher uma bola, espalhar cola quente sobre ela e cobrir de jornal. Repetir

    a operao de 3 a 4 vezes, deixar secar e a bola murchar. Pintar de branco edeixar secar. Trabalhar em cima dela (cortar, pintar e adornar).

    2. PAPEL MARCHEDissolva papel higinico em uma bacia com gua. Amasse at escorrer a

    gua formando um bolo. Coloque grude de farinha de trigo e vinagre paraconservar a massa. Coloque a massa em um saco de pano e d uma coa nele.

    Jogue o saco no cho vrias vezes. Imagine que o saco seja o baixo salrio, odesemprego, a fome... e d uma coa com vontade at formar uma massauniforme (no pode ficar mole). Deixe a massa descansar por 24 horas. No diaseguinte, se a massa obedecer ao seu comando pode modelar. Faa a cuia, useo estilete para cortar os olhos e a boca... Pinte e adorne.

    3. ISOPOR

    Distribua uma bola de isopor para dois alunos e corte-o ao meio. Desenhe amscara sobre a bola, corte com estilete. Pinte e adorne.

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    Coloque o contedo abaixo em fichas coloridas.d C l f h

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    Para o homem moderno, a mscara, plenamente

    aceita na aurora da sua Histria, perdeu o significado

    primrio autntico e, desaparecido como objeto realmenteconcreto, transformou-se em disfarce psicolgico... a raa

    negra parece ter sido a nica a aprende-la com

    plenitude, a ponto de fazer da mscara um instrumento

    vivo e sempre atual, cujos mltiplos usos abrangem toda a

    atividade do homem, do nascimento morte.

    Organize o grupo em uma roda. Coloque as fichas emuma cesta ou caixa para rodar enquanto a msica

    toca. Quando a msica parar, a pessoa que estivercom a caixa na mo dever ler o contedo da ficha einterpret-la juntamente com os dois colegas queestiverem ao seu lado.

    O uso da mscara representa uma real possibilidadede existir de outra maneira: de fato, ningum duvida do

    poder transfigurador da mscara.

    O africano considera a mscara todo o conjunto da

    indumentria, isto , tambm o traje de fibras vegetais ou

    tecidos que cobre o danarino, inclusive os acessrios que ele

    traz nas mos ou com que adorna seus membros. A mscara

    est quase sempre intimamente ligada a esse fundamental na

    vida do africano.

    Durante sculos, as esculturas e mscaras africanas

    sempre revelaram uma relao ntima com a natureza.Entalhadas em madeira ou feitas com cascas de rvores,

    as mscaras eram adornadas com dentes, chifres,

    sementes, conchas e pinturas com pigmentos naturais

    misturadas com leo vegetal.

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    A necessidade de sentir-se partcipe das foras que

    animam o mundo, de colaborar com elas e de explor-las para

    a sublimao de suas faculdades instintivas a base do uso e,

    por conseguinte, do culto a mscara: o homem se une energia

    extra-humana que enche o universo, pe-se em contato com as

    foras misteriosas que o regem e extrai da a capacidade de

    modificar a realidade humana, de faz-la evoluir em seu

    prprio benefcio.

    O negro africano v na mscara no s um meio para

    fugir realidade cotidiana, mas sobretudo uma possibilidade

    de participar da multiplicidade da vida do universo, criandonovas realidades fora daquela meramente humana. Mascarado,

    ele poder ser tambm um homem-esprito, benfico ou

    maligno, homem-animal, homem-divindade.

    A mscara no desempenha apenas a funo metafsica.

    Ela tambm empregada com fins prticos, como fazer

    observar certas leis polticas, sociais ou higinicas, educar os

    jovens, superar discrdias, presidir os julgamentos, osfunerais, as cerimnias agrcolas, manter a ordem ou

    simplesmente divertir os habitantes da aldeia.

    Fonte: FONTES, Martins. As Mscaras africanas. So Paulo: Martins Fontes, 1992.

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    Documento 1

    ...por toda parte a vegetao to brilhante, vigorosa eluxuriante que no pode fazer uma idia quem jamais sahiuda Europa. A plancie estende-se por vrias lguas at o mar.Por ella serpenteia o Pilar, que desde o sop da serra, d anavegao a canoas, tornando-se muito til aos agricultorespara o transporte de suas mercadorias.

    Relato do botnico francs Saint Hilaire acerca de sua primeira viagem s Provncias doRio de Janeiro e de Minas Gerais em 1818.

    Para todos os trabalhos no campo, engenhos e outrosservios, aqueles religiosos contavam com o esforo de 48escravos, entre os quais 27 eram mulheres. Este nmero deescravos relacionado no documento de transmisso deabadia do Frei Francisco das Chagas para o Frei Rosendo doRosrio, em 1685, que entre outros bens da fazendainventariava: 113 cabeas de gado bovino, alm de 113

    cabeas de gado bovino, alm de outros animais de pasto eaves; 780 arrobas de acar e cinco pipas cheias deaguardente.

    1. Construa uma representao do lugar a partir do relato do viajante.

    Documento 2

    Fonte: NIGRA, 1943, V. 7, 270. Relato acerca da antiga fazenda de So Bento do Aguass

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    Documento 3

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    1. A lancha anunciada para a venda prpria para a navegao no Rio Igoass.Aponte os fatores que tornavam a lancha prpria para a Regio da BaixadaFluminense.

    2. Observe o mapa abaixo e pinte de azul o rio mencionado acima.

    Vende-se um lancha com fundo de praio, com convs e armada

    em hiate, prprio para navegar em rios, por demandar pouca gua. Estalancha muito prpria para a navegao do Igoass ou do Porto das

    Caixas, por sua armao e poro, e est pronta para navegar, por ter todos

    os seus pertences. Quem a quiser ver a tratar dirija-se das 7 horas at o

    meio dia, a Praia dos Mineiros, a falar com Manoel Pontes e Cmara ou a

    Rua do Carmo, 57.

    Fonte: Jornal do Comrcio, 14 de Novembro de 1839.

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    Imagem do casaro daFazenda So Bento no

    incio do sculo XX.

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    Imagem da capela So Francisco de Croar

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    Veja a composio das parquias e verifique

    se em seu bairro h alguma das Igrejascitadas, ou vestgios.

    Fique atento para a possibilidade de existir,ou novas Igrejas erguidas no mesmo lugardas citadas a seguir, ou a construo denovos prdios com o mesmo orago, isto , a

    mesma devoo.Relate para o grupo o resultado de suainvestigao e, se for possvel, organize uma

    visitao ao monumento.

    No esquea de registrar a visitao...(DO JEITO QUE FOR POSSVEL)

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    Freguesia; Matriz; Parquia Capelas Filiais

    N. Senhora do Pilar de Aguassu.1 CapelaN. Senhora das Neves1612.2 CapelaN. Senhora do Pilar1696.Prdio atual: 1717 em obras.

    N. Senhora do Rosrio (Saracuruna)1730

    N. Senhora Rita de CssiaXerm1765/1766

    Santo Antnio de Jacutinga1 CapelaJambu 16572 CapelaCalhamao (lugar noidentificado por Monsenhor Pizarro),prximo do rio Santo Antnio.

    3 Construo de um novo prdio no mesmolugar4 Transferncia para Maxambomba. Igrejaacabada de pedra e cal em 1785.

    N. Senhora dos Rosrios dos HomensPretos1600 (S. Bento);

    N. Senhora da Conceio do Pantanal1753 (atual Pantanal);

    N. Senhora da Conceio do Engenho

    da Cachoeira1731 (FazendaMaxambomba);

    N. Senhora Madre de Deus1767(Fazenda de Francisco DuarteFigueira);

    N. Senhora da Conceio do Sarapu(Sarapu);

    S. Joo Batista de Trairaponga1645 (Margens do rio Meriti, onde hoje estlocalizado a Igreja Santa Teresa do ParqueLafaiete)1660Nova construo;

    1718Transferncia do nome de Trairapongapara Meriti;Transferncia de Orago para o Arraial daPavuna.Restaurao da Igreja com um novo Orago,o de S. Terezinha do Menino Jesus.

    N. Senhora do Bom Sucesso (Engenhoda Covanca);

    N. Senhora da Conceio do Sarapu;

    N. Senhora da Conceio (Engenho doPorto); S. Matheus1637 (Atual Nilpolis);

    N. Senhora da Ajuda (Anterior a 1790).

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    Freguesia; Matriz; Parquia Capelas Filiais

    N. Senhora da Piedade do Igoass. Santo Antnio1742.

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    N. Senhora do Pilar de Magepe.

    1 CapelaN. Senhora da Piedade Velha_-1657.

    Santa AnaIriri1737;

    N. Senhora de NazarIriri1765/1766; Santo AleixoSanto Aleixo1743.

    N. S. da Guia de Pacobaiba1 CapelaDevoo a Santa Margarida (anterior a1647).Parquia e Freguesia Margarida de Pacobaiba _ 1683.2 CapelaN. Senhora da Guia de Pacobaba1722.

    N. Senhora dos Remdios 1740; So Francisco de Croar1745; So Loureno1760; Todas elas localizadas na atual Praia de Mau e So Francisco.

    Foram construdas em reas elevadas de frente para o mar.

    S. Nicolau do Sururu1 Capela _ N. Senhora de Copacabana - (anterior a1683).2 CapelaSo Nicolau de Sururu _ 1628

    N. Senhora da Conceio da Santa Virgem - 1718; So Francisco1616. No foi possvel encontrar vestgios da presena das capelas acima

    at o tempo presente.

    Fonte: ARAJO, Jos de Souza Azevedo Pizarro E. Memrias Histricas do Rio de Janeiro. vol.3.

    Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1945.

    N. Senhora da Conceio deMarapicu.1 Capela arrumou-se;

    2 Capela 1737Tornou-se matriz em 1759

    N. Senhora da Piedade de Anhummirim1677Capela distante 2/4 de lguas

    do Porto Estrela;1696Elevada a parquia1770Nova Cosntruo da FazendaFigueira.

    N. Senhora da Estrela1650; N. Senhora do Rosrio (Taquara); N. Senhora da Conceio1760; N. Senhora do Amor de Deus1749; N. Senhora da Lapa1763; SAntana(Stio de Cebola)1769; Senhor do Bom Jesus de Matozinhos (Stio do

    Sardoal)1773.

    g1 Capela1619

    2 Capela1688/16993 Capelade pedra e cal1759

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    Matriz da Freguesia de Piedade de IgoassMatriz da Freguesia de Santo Antnio do Jacutinga

    Acervo do CRPH-DC

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    Runas da Igreja Santa Rita de Cssia, filial daMatriz Pilar. Mantiqueira - Duque de Caxias

    Igreja Matriz de Guia de Pacobaba Mag.

    Igreja Santa Terezinha. Antiga matriz da

    Freguesia de So Joo Batista do

    Trairaponga. Duque de Caixas

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    Mag

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    IgrejaSoFrancisco,

    filialdeGuiadePacobaba

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    Igreja Nossa Senhora do Rosrio dos Homens de Cor, filial de SantoAntnio de Jacutinga, Fazenda So Bento. Duque de Caxias.

    Matriz da Freguesia de N. Senhora da Piedade de Ahum-mirin

    Azulejo fixado na lateral da Igreja de So Nicolau.

    Observe as imagens de colonizadores do Suru

    abenoados por So Nicolau no alto.

    Igreja matriz da Freguesia de So Nicolau. Suru - Mag

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    Freguesia Localizao Limites

    N. S. do Pilar1637

    Margens do Rio PilarNorteN. S. da Conceio doAlfaresLesteN. S. da Piedade deInhum-mirimSul e OesteN. S. da Piedadede Iguau

    S. J. Batista de Trairaponga,

    depois recebeu adenominao de S. J. deMeriti1644/1647

    Margens do Foz do Rio Meriti

    (Engenhos da Covanca,Pavuna, S. Matheus, Palmeirase Gericin)

    NorteS. Antnio de Jacutinga

    LesteBaia da GuanabaraSulIraj, Campo Grande (RJ).

    S. Antnio de Jacutinga1657

    Margens do Rio SantoAntnio, Sarapu e Meriti

    NorteCava, rumo a fazenda S.Bento at o Porto dos Saveiros ecom a Freguesia do PilarLesteBaia da Guanabara eFreguesia de MeritiOesteMarapicu

    N. S. da Piedade de Igoass1719 Margens do Rio Igoass

    LestePilarSul e OesteS. Antnio deJacutinga, Serra do Tingua,Serra do Mar

    N. S. da Piedade de Anhum-mirim1697/1698

    Margens do Rio Estrela

    NorteFreguesia de Paraba

    VelhaLesteFreguesia de SuruSulFreguesia de Guia dePocababaOesteFreguesia do Pilar

    N. S. da Conceio deMarapicu1759

    Margens do Rio S. AntnioFreguesia de S. Antnio deJacutinga, Rio GuanduLeste - At alm do Rio Douro

    Procure identificar em que freguesia as terras de seu bairro estavam inseridas.Para ajudar l vai o quadro das freguesias na Baixada Fluminense e o mapa das Freguesias

    Fluminenses.

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    Fonte: ARAJO, Jos de Souza Azevedo Pizarro E. Memrias Histricas do Rio de Janeiro. vol. 1, 2 e 3.Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1945.

    Freguesia Localizao Limites

    N. S. Guia de PacobaibaEm 1683 era Freguesia deSanta Margarida de Pacobabae em 1722, N. S. da Guia dePacobaiba.

    Margens da Praia de Mau

    Norte N. S. de Ahum-mirin

    pelo Rio BongaLeste So Nicolau do SururuSul Com o mar da cidadeOeste Ahum-mirin pelo rio domesmo nome.

    S. Nicolau do Sururu1647

    Margens do Rio Sururu,conhecido posteriormente comoSuru

    Norte Freguesia fundada sobrea Serra dos rgosLeste Freguesia N. S. deMagepeOeste Freguesia de N. S. deAhum-mirinSulFreguesia de Guia dePacobaba e Ahum-mirin

    N. S. da Piedade de Magepe1696 Margens do Rio Magepe,posteriormente chamado de Mag

    NorteFreguesia de Aguapi-

    mirin, Paquequer, Serra dosrgos e Ahum-mirinLesteVila de Santo Antnio deS e Freguesia de AguaperimOeste So NicolauSulCom o mar da cidade

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    Imagem da Vila de Mag (sem data). Foto cedida pelo Arquivo do Museu Imperial de Petrpolis.

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    das FREGUESIAS fluminenses

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    As Irmandades possuam umordenamento de compromisso organizadopor captulos. Os compromissos deveriam ser

    seguidos por todos os irmos da Irmandade.

    Compromisso da Irmandadedo Glorioso Arcanjo So Miguel eAlmas pertencente a Freguesia deN. Senhora do Pillar do Aguassuno ano de 1730.

    Cap. 1. A festa do Glorioso Arcanjo celebrada sempre no dia 29 de Setembro...

    Cap. 16. Ordenamos que na vspera doGlorioso Arcanjo S. Miguel todos os irmos de mesasero obrigados a deixarem seus afazeres na Igrejapara prepararem o que for necessrio para a festa...

    Cap. 5. Ordenamos que em todas assegundas-feiras do ano se mandar rezar umamissa por todos os irmos vivos e defuntos a qualassistiro quatro irmos com opas e cas acesas noaltar do no santo...

    Cap. 4. Ordenamos que mandem dizerseis missas pela alma de qualquer irmo ou irmque falecer, mas no pela mulher e filhos que noforem da Irmandade...

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    Cap. 3. Todo filho legtimo do irmo at aidade de doze anos que venha a falecer ter asepultura dada pela Irmandade, assim como ao irmo

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    sepu u a dada pe a a dade, ass co o ao o

    da Irmandade e a sua mulher. Porm, ter aIrmandade obrigao de somente acompanhar, osfilhos maiores de doze anos...

    Cap.8.Ordenamos que se alguma pessoaque quiser a Irmandade acompanhe o seu corpo sepultura com esquife dar de esmola quatro mil reis...e querendo sem esquife da Irmandade e semacompanhamento dar dois mil. Entende-se que sendosepultado nesta Freguesia e tendo na Igreja dosreligiosos Bentos o acompanhamento e esquife darseis mil reis...

    Cap. 6.Ordenamos que haja na Irmandadeum capelo que se obrigue a dize a missa nestacapela s segundas-feiras... o capelo ser obrigado aacompanhar a dita Irmandade em todas as procisses

    e enterros...Cap. 11. Ordenamos que haver nestaIrmandade trs livros: um que servir para entrada dosirmos, para o registro de seus deveres e fazeresanuais e, das esmolas; o segundo servir para oregistro de dvidas, despesas e quitaes; e o terceiropara alegaes da fbrica e termos, os quais ter oescrivo em seu poder.

    Cap. 13. Haver nesta Irmandade um juiz

    que ser obrigado a dar esmola nove mil reis, um

    escrivo que ser obrigado a dar de esmola dez mil

    reis e doze irmos da mesa que daro no mnimo

    dois mil quinhentos e quarenta reis. Haver

    tambm um procurador e um tesoureiro, os quais

    pelo trabalho que tem no ficaro obrigados a dar

    esmolas por este compromisso, mas se quiser por

    servio de Deus, bem das almas e aumento desta

    Irmandade, contribua com o que puder.

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    Imagens cedidas pelo arquivo da Arquidiocese de Petrpolis

    ASSENTO era a nomenclatura usada nopassado agrrio para se referir aos registros debatismo, casamento e bitos. Tais documentospodem nos revelar informaes importantes acercado tempo estudado. Estamos propondo atividadescom assentos das freguesias da BaixadaFluminense.

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    1. Assentos de BatismoLivro de Batizado de Escravos de 1782-1793Igreja Nossa Senhora do Pillar de Agoass

    Aos vinte e seis dias do ms de novembro de milsetecentos e noventa annos, nesta Freguesia de NossaSenhora do Pillar de Igoass, batizada pelos santos leos, peloReverendo Antnio Gonalves Grantana, a Bonifcia innocente,filha legtima de Incio e Maria, ambos de Nao Angola eescravos de Joaquim Manoel de Carvalho, foram padrinhos oBonifcio, cabra forro.

    Aos onze dias do ms de janeiro de mil setecentos enoventa e oito annos, nesta Freguesia de Nossa Senhora doPillar de Igoass, batizei e pus os leos santos a Manoelinnocente, filho legtimo de Miguel Congo e Felipa Criola,escravos de Anglica Rosa do Esprito Santo, viva. Forampadrinhos Manoel Pinto e Maria da Costa, pretos forros.

    Aos vinte e cinco dias do ms de fevereiro de milsetecentos e noventa e oito annos, nesta Freguesia de NossaSenhora do Pillar do Igoass, batizei e pus os santos leos aAntnia innocente, filha natural de Roza de Angola e escrava deJos de Souza Coelho, foram padrinhos Joo Benguela e suamulher Anglica tambm Benguela e escrava de Miguel.

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    Livro de Batismo de Escravos 1772

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    Igreja de Nossa senhora da Piedade do Aguassu

    Aos dezenove dias do ms de junho de mil e setecentos e setenta edois annos, nesta matriz de nossa Senhora de Piedade de Aguassu, batizei epus leos santos a Bonifcia innocente, filha natural de Anna crioula, escrava deGabriel da Silva, e declara o dito Gabriel da Silva que a dita Bonifcia por forra elibera de agora e, desde o batismo para nunca servir a pessoa alguma, e que o

    faz por amor de Deus, e que a dita mulatinha Bonifcia no reconhea maisoutro senhorio seno a Deus, de que fiz este assentamento que foram padrinhosAntnio Joseph da Fonseca, cazado e Maria Tereza, solteira, de que fiz esteassento.

    A partir dos assentos de batismo:1.Identifique em cada assento a nao de origem das mes dos

    batizados;

    2.Aponte a condio dos padrinhos de batismo dos assentos do Pillar;

    3.No caso de terceiro assento, os padrinhos so escravos de outros

    senhores, o que indica que no viviam na mesma fazenda dos pais do

    batizado. Aponte as possibilidades existentes no perodo de contato

    de escravos de diferentes propriedades.

    4.No assento de Piedade, o batismo passa a ser tambm um

    documento de alforria da batizada. Na sua avaliao que motivos

    poderiam levar o proprietrio a libertar Bonifcia?

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    2. Assento de bitos de Escravos

    Livro de bitosFreguezia de Nossa Senhora da Piedade do Aguass 1757

    Aos dezessete dias do ms de Abril de mil setecentos e cinqenta e seteannos, faleceu Jos Francisco do Vale, cazado com Incia Maria de Jesus e norecebeu Sacramento algum por falecer em lugar deserto, mordido por umacobra entre quatro ou cinco horas e foi sepultado na Igreja dos religiosos de SoBento, no Rio Aguassu e como h com feito testemunhas de que fiz esteassento. Vigrio Jacinto Jos de S Freyre.

    Livro de bitosFreguezia de Nossa Senhora da Piedade de Aguassu1761-1766

    Aos dois de maro de mil e setecentos e sessenta e um, nesta Fregueziade Nossa Senhora da Piedade de Aguassu, faleceu um anjinho por nome deAntnio, filho legtimo de Jos de Oliveira Soares e de sua mulher Francisca da

    Cruz, ndia, foi por mim encomendado e sepultado na varanda desta mesmamatriz pelo amor de Deus de que fiz este assento. Vigrio Joo FurtadoSalvador de Mendona.

    Aos quinze de novembro de mil e setecentos e sete annos, nesta Fregueziade Nossa Senhora da Piedade do Aguassu, faleceu Pedro, ndio casado comIgnez, preta escrava de Igncio Ozrio, com todos os Sacramentos, foi por mimencomendado pelo amor de Deus e sepultado no Adro desta Matriz de que fizeste assento. Vigrio Joo Furtado Salvador de Mendona.

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    A partir dos assentos de

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    bitos responda asquestes apresentadas: No primeiro assento voc pode identificar

    que o registro de bito de Jos Francisco doVale foi feito na matriz de Piedade deAgoass, apesar deste ter sido enterrado na

    Igreja do Rosrio, na fazenda dos Beneditinos.Na sua avaliao o que poderia justificar talsituao?

    Observe que o anjinho foi enterrado navaranda da Igreja, o que pode indicar que noera filho de famlia abastada, caso fosse, seriasepultado no interior da Igreja. Por outro lado,como era mestio e anjinho, pode ser enterradona varanda. Era comum o morto ser sepultadono interior das Igrejas ou nos seus arredores.Quanto maior fosse o prestgio e a fortunaacumulada, mais prximo do altar o morto eraenterrado, ficando assim, mais prximo de

    Deus e dos cultos religiosos e,conseqentemente dos cus. Para assegurar asua entrada para o cu, o proprietrio deixavaem seu testamento doaes para as

    Irmandades religiosas no intuito destasrealizarem o seu sepultamento eencomendao da sua alma.

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    Ainda deixava doaes para instituies de

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    caridade para que seus pecados fossemperdoados. Negros e pardos eram dificilmenteproprietrios, portanto, para assegurarem os seusprprios sepultamentos, uma rede de proteo e asociabilidade integravam-se as Irmandadesespecficas para pretos e pardos. Investigue

    acerca das Irmandades religiosas na colnia e nosculo XIX.

    Sugerimos a visitao da Igreja de Guia de

    Pacobaiba. L voc poder identificar umsepultamento na lateral da igreja, assim como, as

    marcas das ossadas ao redor dela.

    Pedro, o ndio, foi sepultado no adro destamatriz. Descubra o que vem a ser adro.

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    3. Assento de Matrimnio

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    Livro de Casamento de EscravosIgreja de Nossa Senhora de Piedade de Aguass 1770-1773

    Aos quatro dias do ms de julho de mil setecentos e setentae trs annos, nesta Matriz de Nossa Senhora da Piedade do Aguass,pelo meio dia, corrido os banhos sem impedimento e feitas as demaisdiligncias na forma do Sagrado Conclio Tridentino e Constituio desteBispado, em minha presena e das testemunhas abaixo assignados, serecebero em Matrimnio por palavras de presente Pedro Congo e IzabelBenguela, escravos de Francisco Correa, recebero as benes na formado ritual romano. Foram testemunhas presentes Manoel e Bartholomeu,escravos de Francisco Correa Barboza que assinaro com uma cruz, e

    para constar fiz este assento. Vigrio Amador dos Santos.Aos dezoito dias do ms de junho de mil e setenta annos,nesta Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade de Aguass, pela dezhoras do dia, pouco mais ou menos, em minha presena e na forma doSagrado Conclio Tridentino e Constituio deste Bispado, se receberoem Matrimnio Antnio Dias dos Santos, ndio, filho legtimo de Joodias do Esprito Santo e de Victria Ribeira, j defuntos, natural e

    batizado na Freguesia de So Vicente da Villa de Santos, com Maria,escrava de Domingos de Arajo Dornelles, ambos desta Freguezia, porum despacho de sua Excelncia Reverendssima. Corridos os banhos sdesta Freguesia e dispensados, o dito contraente se compromete aacompanhar a dita sua mulher para onde quer que seus senhores alevarem, foram testemunhas presentes Domingos da Silva Brando eFrancisco de Mattos, pardo forro, ambos moradores nesta Freguezia e

    cazados nela e no recebero as bnos por no lhes pertencerem, deque fiz este assento que as ditas testemunhas tambm comigoassinaro. Vigrio Amador dos Santos.

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    A partir dos assentos de MATRIMNIO:Identifique a origem tnica dos casais que contraram matrimnio; l h d

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    Explique o porque as testemunhas do primeiro casamento teremassinado com uma cruz;No segundo assento, o casamento entre o ndio e a escrava foi

    permitido mediante a imposio do proprietrio da dita escrava aofuturo marido. Comente essa exigncia.Observao: Os banhos eram os proclamas de casamento. Eleseram fixados na localidade e proximidades de vivncia dos noivos.Qualquer pessoa, inclusive escrava, poderia denunciar oimpedimento.

    Rios da Regio:Bota, Pilar, Igoass, Meriti, Sarapu, Estrela, InhomirimSerra:TinguaSede da Vila de Iguau:CavaFreguesia Vizinha:PatyBairros Atuais:Amap, Araruama, Capivari, Imbari

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    Organize uma maquete da fazenda de So Bento deIguau. para ajud-lo nesta tarefa, segue a cpia da plantado perodo em que a fazenda foi transformada em Patronato

    So Bento. A planta foi feita por Amaury Leite de Oliveira.

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    O i t d f d d S B t d

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    Organize uma maquete da fazenda de So Bento deIguau. para ajud-lo nesta tarefa, segue a cpia da plantado perodo em que a fazenda foi transformada em Patronato

    So Bento. A planta foi feita por Amaury Leite de Oliveira.

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    Organize umaMaquete da fazenda

    de So Bernardino emIguau Velho.Aproveite o esquema

    da fazenda e areportagem do Jornalde Hoje datadode 29/ 09/ 1991.

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    Casaro da Fazenda So Bernardino. Fotografia de RembrandtAcervo do IPHANDepartamento de Identificao e Documentao. Arquivo Noronha Santos.

    Interior do casaro e senzala da Fazenda So Bernardino. Fotografia de RembrandtAcervo do IPHANDepartamento de Identificao e Documentao. Arquivo Noronha Santos.

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    Durante o sculo XIX, a Fazenda So Bernardinoem Vila de Cava, centro poltico da Vila de Iguau,tornou-se expresso do domnio das famlias Soares eMelo. Conhecer um pouco mais sobre elas pode nosajudar a compreender aspectos significativos dessaclasse dominante local.

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    Comendador Francisco Jos Soares: Presidente da Cmara de Iguau nos perodos de1837-40; de 1841-44; de 1853-56; de 1861-64 e; de 1869-72.

    Instalou uma firma comercial com Jacinto Manoel de Souza e Melo: grande lucratividadeexplorando diferentes ramos comerciais e de prestao de servios.

    Melo desligou-se dos negcios recolhendo-se no Stio Cachimbau.

    Cipriana Maria Soares, uma das filhas do Comendador Soares, casou-se com um sobrinhode Jacinto de Melo, Bernardino Jos de Souza, fundador da Fazenda So Bernardino.

    Bernardino tornou-se scio do sogro.

    Comendador Soares recolheu-se na Fazenda Morro Agudo e suas firmas foram entreguesaos filhos e a outro sobrinho de Jacinto Melo, tambm seu genro.

    Negcios em que os Soares e Melo estiveram frente na segunda metade do sculo XIX:1) Melo e Irmos e Melo e Souza - comrcio; 2) Soares e Melo porto e armazm dereceber carga, frete e comisso (embarcaes); 3) Soares e Melo padaria; 4) Soares eMeloarremate de barreira e venda de bilhetes para passageiros no transporte de JoaquimGonalves Bastos; 5) Moura, Filhos e Ciafrete, ensaque e exportao de caf; 6) Veiga eCiafrete, ensaque e exportao de caf.

    Em 1861, a firma Soares e Melo adquire terras, benfeitorias e escravos como pagamentode dvida do casal Jos Frutuoso Rangel e Antnia Maria Rangel.

    Bernardino compra as terras hipotecadas do Stio Bananal anexando as propriedades,compondo assim, a fazenda So Bernardino.

    Em 1862 iniciou o planejamento do casaro sendo concluda em 1875.

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    Observe nos mapas a seguir oCaminho Velho do Ouro e os CaminhosNovos. Os caminhos do ouro foram abertospara escoar o ouro de Minas Gerais para os

    portos do Rio de Janeiro. Com eles foramsurgindo povoamentos que funcionavamcomo pouso, isto , lugar de descanso e detrocas comerciais.

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    CAMINHO VELHO CAMINHO NOVO

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    Paty de Alferes

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    Um desses lugares foi Paty de Alferes onde famlias da Freguesia do Pilar,como a Werneck, foram ocupar a serra. Estudiosos do local afirmam que haviapor l nativos Coroados e quando a ocupao colonizadora se deu, eles foramescravizados e dizimados. Alguns fugiram ainda mais para o interior. Sugerimosa visita a Aldeia Arcozelo, uma das maiores fazendas da localidade. Atualmenteo prdio pertence ao Ministrio da Cultura e est aberta a visitao. Vejaalgumas imagens da aldeia no incio do sculo XXI.

    y

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    deAlferes

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    Patyd

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    Veja a descrio do trajeto feito para se chegar ao Porto

    Estrela e a Minas Gerais pelo Caminho doProena:

    Tomava se na Praia dos Mineiros no Rio de Janeiro

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    Tomava-se na Praia dos Mineiros, no Rio de Janeiro,

    passagem em uma falua s 11 horas da manh e aproava-se

    ao Porto Estrela, passando pelo Boqueiro, na ponta oriental

    da Ilha do Governador, atravs de grandes molhes de pedras

    e grandes quantidades de alos, e outras plantas aquticas

    que ali imergem suas razes na gua salgada. Do Porto

    Estrela, desembarcava-se em qualquer dos ancoradouros de

    Francisco Alves Machado Martinho e de Joviniano Varela, s

    5 horas da tarde, quando o tempo favorecia, a pernoitando-se em qualquer das casas desses que davam franca

    hospitalidade, ou em uma estalagem do lugar. No outro dia,

    seguia-se a cavalo ou de carro, fornecido pelo cidado Albino

    Jos de Sequeira Fragoso, pela estrada de Minas at

    Fragoso, importante passagem obrigatria de todo o

    comrcio dessa Provncia, que at hoje se acha abandonada.

    De Fragoso subia-se a serra velha de Estrela para chegar a

    Petrpolis com uma viagem de duas a cinco horas. Cada

    viagem custava 4$000, sendo 3$000 pelo aluguel do cavaloat o porto e 1$000 pelo transporte na falua at a Praia dos

    Mineiros. Se tomasse o carro do Sr. Albino de Fragoso at

    Estrela pagava-se ento, mais a quantia de $ 2000.

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    Kidder e Fletcher que aqui estiveram nessa pocadescreveram uma FALUA:

    Umaespcie de bote com velas latinas pesando 20

    40 t l d j d t

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    a 40 toneladas. manejada por um patro que cansa e

    torna exaustos os pobres remadores. Quando faz

    calmaria, os negros mais que seminus, lentamente

    movimentam seus longos remos, e esses so topesados que para obter um impulso so obrigados a

    trepar numa espcie de banco diante deles, e assim,

    levantando e deixando cair os remos, ao som de uma

    cantiga africana, formam um dos aspectos mais

    peculiares do Rio.

    Fonte: POND, Francisco de Paula e Azevedo. O PortoEstrela In: Revista do IHBG, Vol. V, Nmero 293. RJ:

    Imprensa Nacional, 1972

    O Porto Estrela tornou-se o principal escoadouro deouro e depois do caf mineiro. Era dessa forma aprincipal rea de pouso da colnia e posteriormentedo imprio.Defina:

    O que vem a ser escoadouro;

    Os trabalhos realizados pelos escravos durante acirculao de pessoas e de mercadorias e; As formas de acumulao possvel para os que fossem

    proprietrios em Estrela e nas mediaes do caminho.

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    Assista ao filme Imperador e o Rei e estabelea um debateacerca dele. Atente para o fato da obra apresentar o Baro como umhomem visionrio, audacioso, quase um heri.

    Procure pensar se o liberalismo representaria de fato a sociedadeidealizada, moderna. Moderna para quem?

    Quando o Baro de Mau construiu a primeira ferrovia brasileira, o PortoEstrela perdeu a sua importncia e a Estao de Guia de Pacobaiba (atualMau) tornou-se o ponto de chegada das embarcaes, agora a vapor, que

    vinham do Rio de Janeiro. Imagine que para construir a ferrovia, muitosescravos e trabalhadores livres perderam a vida com mordida de cobras,doenas contradas na mata, etc.

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    Estao e Porto de Guia em construo no sculo XIX. Acervo cedido peloCEMPEDOCH / BF / FEUDUC Porto de Guia em construo no sculo XIX. Acervo cedido pelo

    CEMPEDOCH / BF / FEUDUC

    Porto de Guia na era do vapor (Ps dcada de 40 do sculo XIX)Estao de Guia no tempo presente,

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    Observe que antes da construo da Estrada de Ferro Pedro II, para sechegar a Trs Rios e a Minas Gerais, era necessrio atravessar a Baa daGuanabara, pegar o trem do Baro de Mau e ainda seguir de mula, a cavalo ou

    de carro de boi, pela Estrada Unio Indstria. Com a Estrada Pedro II, o trajetoanterior foi perdendo terreno para a nova ferrovia.

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    Localize no mapa e assinale a Estrada do Comrcioe a Estrada de Ferro Rio Douro.F list d s i s

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    Faa uma lista dos rios que aparecem no mapa.

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    Observe que no mapa anterior est representado o Municpio de

    Nova Iguau antes de sua fragmentao e da criao dos novosMunicpios. No quadro abaixo, temos informaes da atualidade:

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    Municpio Data da Criao rea Atual em Km2 Hab. Por Km2

    Nova Iguau 1833 522.7 773.308

    Duque de Caxias 1943 464.6 770.865S. J. de Meriti 1947 34.8 449.229

    Nilpolis 1947 19.2 153.572

    Queimados 1990 77.8 121.688

    Belford Roxo 1990 79.8 433.120

    Japeri 1991 82.7 83.160

    Mesquita 1999 35.3 142.058

    Fonte: Censo de 2001 do IBGEe Jornal O DIA, 16 Abril de 2000.

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    N h d f B i d f i ti id d t

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    Ano Nmero de ps de caf Escravos Localidade

    1835 5.400 33 Vila de Iguau

    1854 8.500 29 Mato Grosso

    1857 300 mil e 400 arrobas de caf 26 Fazenda Taquara

    1861 1.500

    1865 25.000 31 Faz. Retiro Saudoso (Vila de Iguau)

    1866 23.600, 250 arrobas colhidas Faz. Monte Belo

    1869 2.000 02 Stio em Marapicu

    Na marcha do caf, a Baixada foi atingida, como voc pode notar noquadro abaixo. Contudo, na medida em que o caf expandiu-se para o Vale doParaba, a qualidade e a produtividade do caf do planalto tornaram-sesuperiores, tornando invivel a expanso e a sobrevivncia da cafeicultura de

    nossa regio.

    Fonte: PEREIRA, Waldick. Cana, Caf e Laranja. RJ: FGV, 1977.

    Organize uma maquete de uma fazenda de caf e organize umlbum da turma contendo imagens de antigas fazendas. Sugerimos umavisitao Casa da Hera, localizada no centro da cidade de Vassouras.

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    Fazenda Retiro

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    Senzala etulhas

    Terreiro

    (lavar e secar o caf)

    Canal utilizadopara lavagem

    do caf

    CasaGrande

    Casa de

    colono

    Cafezal

    Capela

    Pasto

    98

    Fazenda

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    Transporte emlombo de burro em

    tropa numerosa ou

    nos carros de boi

    Porto onde comercializadoe armazenado

    o caf

    CasasComissrias de

    Caf

    1 bancos do

    caf

    Corretores

    Negociavam com as firmasexportadoras;

    Recebiam percentuais nas

    negociaes;

    Possuam tanto ou mais poder

    que o fazendeiro.

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    Fazenda Transporte

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    p

    Negociao

    Direta

    Os fazendeiros

    mais dinmicos

    estruturavam

    suas vias de

    negociao direta

    Armazns Gerais

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    Texto 1

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    Texto 1

    (...) pelas guas do Meriti, do Sarapu, doIguau, do Pilar, do Saracuruna, do Guapimirim, do

    Suru, do Mag, do Inhomirim, do Macac e doGuaxindiba que foram subindo os desbravadores. Aolongo de suas margens que se formam (sic!)alinhamento os engenhos e as fazendas(1).

    A ampla bacia hidrogrfica, apesar de constitudade rios com uma extenso pequena, facilitou apenetrao na regio serrana da Provncia, juntamentecom os antigos caminhos das minas. Luccock assinalouque, sendoem geral os artigos do comrcio de grandepeso e volume, eram eles transportados por via fluvial emartima,em sua maior parte, at o Rio de Janeiro, querecebia em seus mercados grandes quantidades deprodutos alimentcios e outros para serem exportados

    (2). Os transportes partiam dos ancoradourossituados no fundo da Baa de Guanabara, s margensdaqueles rios, os quais se tornaram verdadeirosentrepostos comercias, como os portos de Iguau,Estrela e Porto das Caixas. Iguau escoava a produocafeeira de Vassouras, Valena e Paraba do Sul, na

    primeira metade do sculo XIX, antes da construo deferrovias, porque o Rio Iguau, que desce da Serra, navegvel desde sua parquia at a Baa do Rio deJaneiro, oferece aos fazendeiros da vizinhana caminhocmodo para o transporte de sua produo cidade (...)(3).

    101

    O porto de Estrela possua uma posioprivilegiada s margens do rio Inhomirim,

    escoando a produo de Saracuruna, eonde (...) se descarregava os efeitosconduzidos do interior, para se embarcar,

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    ou se desembarcar os fardos de fazendaque ho de subir a Serra (...)(4).

    LAMEGO. O Homem e aGuanabara, p. 193.LUCCOCK, John. Notas sobre oRio de Janeiro e partes meridionaisdo Brasil, tomadas durante umaestrada de dez anos nesse pas, de1808 1818. So Paulo, Livr.

    Martins, 1942, p. 382/383.SAINT-HILAIRE, Auguste de.Segunda Viagem do Rio MinasGerais e a So Paulo, EDUSP, B.Horizonte, Livr. Itatiaia, 1974, p. 18.PIZARRO, Jos de SouzaAzevedo. Memrias Histricas do

    Rio de Janeiro. Vol. III, Rio deJaneiro, Imprensa Nacional, 1945,p. 2529.Fonte: MACHADO, Humberto F.Escravos, Senhores e caf. Rio deJaneiro: CROMOS, 1993, p. 25-26.

    Fonte: MACHADO, Humberto F.Escravos, Senhores e caf. Rio deJaneiro: CROMOS, 1993, p. 25-26.

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    2. Leia o texto 2 que retrataaspectos das disputas de terrasi t t i d di d h j

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    Texto 2

    Osprimeiros brancos que se estabeleceram nestas regiesforam pessoas de poucos recursos que almejavam a obteno deterras para desenvolverem sua agricultura de subsistncia. Aqueles

    que no a possuam podiam consegui-las, bastando apenas levantarumachoupana e desenvolver sua roas de milho que abasteciam astropas que se dirigiam s minas (1).

    Estas doaes eram feitas a pessoas que conheciam ostrmites e as formalidades para a sua obteno, alm de possuremrecursos para adquirirem os ttulos expedidos. A aquisio de terras

    assegurava status, pois a posse de grandes extenses territoriaisgarantia, acima de tudo, prestgio nesta sociedade aristocratizada. Assesmarias, como nicos ttulos de propriedade reconhecidos,custavam em despesa de expediente de 300 a 400 mil ris,importncia elevada para um simples posseiro, mas no tanto paraindivduos que j se dedicassem a uma atividade rentveleconomicamente (2).

    O regime de sesmarias propiciou a criao de um grupode privilegiados que mantinham a sua autoridade s custas dosgrandes latifndios, muitas vezes com grandes extenses de terrasabandonadas, prejudicando os interesses gerais da populao.

    existentes ainda nos dias de hoje.

    103

    (...) nada se equipara injustia e inpcia, graas s quais foi atagora feita distribuio de terras (...) era preciso que se distribusse

    gratuitamente, e por pequenos lotes, esta imensa extenso de terrasvizinhas capital, e que ainda estava por se conceder quando chegouo Rei. O que se fez? Ao contrrio, retalhou-se o solo pelo sistema desesmarias concesses que s se podiam obter depois de muitas

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    sesmarias, concesses que s se podiam obter depois de muitasformalidades e a propsito das quais necessrio pagar o ttuloexpedido (...)(3).

    Obtida a concesso, o recm-aquinhoado esbarrava com

    o posseiro ali domiciliado, o qual vivia com sua famlia natranqilidade de sua posse, no direito que adquiria por ter desbravadoparte da mata que escolhera. Este enganava-se redondamente, poisele era o intruso. O proprietrio da sesmaria j vinha acompanhado decapatazes e jagunos para intimida-lo, obrigando-o a sair das terrasque ele havia cultivado com seu suor...

    FORTE, Jos Matoso Maia. Memrias da FundaoVassouras. Rio de Janeiro. 1932, apud TAUNAY, Histriado Caf, vol. 2, T. II, p. 234.DEAN, Warren. Latifndios y Poltica agrria en el Brasildel siglo XIX, in FLORESCANO, Enrique (org.).Haciendas, latifndios y Plantaciones en Amrica Latina.

    Mxico. Edit. Siglo XIX, 1975, p. 414. Sobre as sesmariasver: LIMA, Ruy Alegre. Edies Sulina, 1959. PORTO, J.Costa. Estudo sobre o sistema sesmarial.SAINT-HILARE. Segunda Viagem, p. 23.

    Fonte: MACHADO, Humberto F. ob. cit, p. 29-30.

    104

    3. Estabelea um quadro comparativo descrevendo o contraste entre ascondies de vida dos escravos e dos proprietrios iguauanos a partir dotexto 3. Tente fazer a inverso. Imagine-se como um escravo da poca.Como voc descreveria os bares do caf?

    Texto 3

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    Fugiroquatro escravos da Freguesia de Marapicu, comos seguintes signaes: Serafim, de nao Cabinda, alto, gordo, queter 30 anos, he fulo, tem olhos grandes, toma muito tabaco e quando

    anda he meio coxo de huma perna pela (sic) ter quebrado ha muitotempo, e acha-se quase sem defeito, consta que se intitula forro, e hebastante barbado. Felisberto, de nao Cabinda, baixo, fulo, magro,ter 25 anos, he bem conhecido porque quando anda pisa com aspontas dos ps somente; ambos estes escravos ha dous anos fugiro;Albino, crioulo, idade 2 anos, alto, magro, olhos pequenos, bulo debarbas, muito retinto. Jos, de nao, alto, retinto, magro, com

    princpios de barba, ter 26 anos, toma muito tabaco; estes dousescravos fugiro h dous meses. Protesta-se com o rigor das leiscontra quem os accoutar, e quem os apreender e leva-los a vilaItaguahy a Carlos Dantas de S Freire, ter 40$ por cada hum...(1)

    OBaro-fazendeiro, quando passava pela cidade mais prximade Chapo do Chile de abas largas, de botas de montar fortes e altar,fazendo barulho com as pesadas esporar de prata, brandinho ochicote, era por todos cumprimentado. Todos punham-se ao seudispor, porque ele era a fonte da riqueza que espalhava os seus raiosdourados por todos os lados. Recebia essas homenagens comorgulho como si lhe fossem devidos e naturais. Sentia-se forte e era,nas suas extensas plantaes, senhor absoluto; quem chegava s

    imediaes das sua fazendas dependia dele. Na poca da colheitacorria-lhe ouro em abundncia. Era para ele que centenares deescravos trabalhavam com o suor do seu rosto e esse suortransformava-se lhe em ouro. O caf, o acar e o algodo obtinhamnesse tempo alto preo.(2).

    105

    Esto ligados Iguau, os seguintes brases: Duque de Caxias Marqus de Itanhaem Baro do Pilar Baro de Palmeiras Baro do Guandu Conde de Iguau Conde de Mesquita Marqus de Bonfim2 Baro de Mesquita Visconde de Aljezur Marqus de So Joo Marcos Vsconde de Gericin Conde deSarapu2 Visconde de Santo Amaro2 Baro de TinguaBarode Pati dos AlferesBaro de UbConde de Arganil.

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    Constitudo a nata da primitiva sociedade iguauana, nossosnobres e fazendeiros eram, por esta razo, convocados a todos osacontecimentos polticos e sociais do Municpio, deles participando

    ativamente, quer atravs de ajuda financeira, quer emprestando ainfluncia de seus nomes.Orgulhoso, por tradio ou pelo conceito adquirido, quase

    sempre sacrificavam-se par