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CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA: LIMITES PARA UTILIZAÇÃO 1 Nathanielly Cristina Carvalho de Brito Santos; 2 Maria Rosely Batista da Silva; 3 Luciana Dantas Farias de Andrade; 4 Heloisy Alves de Medeiros; 5 Maria Benegelania Pinto; 6 Daniele de Souza Vieira. INTRODUÇÃO: A Caderneta de Saúde da Criança constitui um instrumento com capacidade para integrar informações imprescindíveis para o cuidado infantil. Portanto, é eixo referencial para pais e e profissionais de saúde envolvidos no cuidado integral à criança, em todos os níveis de atenção à saúde. OBJETIVO: Descrever aspectos que limitam a utilização da caderneta de saúde da criança na visão dos profissionais de enfermagem da Estratégia de Saúde da Família em um município do interior da Paraíba. METODOLOGIA: Pesquisa exploratória de abordagem qualitativa, realizada no período de fevereiro a março de 2015 nas Unidades de Saúde da Família de um município do interior da Paraíba. Participaram 16 profissionais de enfermagem, sendo oito enfermeiras e oito técnicas de enfermagem. Para coleta de dados, foi utilizado um roteiro semiestruturado para entrevista e o material empírico foi analisado por meio da técnica de análise de conteúdo. RESULTADOS: As participantes possuíam entre 26 e 46 anos de idade e, tempo de formação entre 10 meses e 20 anos. A análise do material empírico revelou que a ausência da caderneta de saúde da criança nas unidades, bem como a desvalorização desse instrumento por pais e cuidadores limita a sua utilização. A indisponibilidade dessa ferramenta para avaliação da criança pelos profissionais de enfermagem impossibilita o registro das ações de vigilância da saúde infantil, e, o mais preocupante é que os achados mostraram que, alguns profissionais utilizam a caderneta do menino para o acompanhamento do crescimento de uma menina ou o contrário. Essa atitude pode acarretar uma interpretação errônea em relação à curva de crescimento da criança, dificultando a identificação da sua real condição e as possíveis alterações, em tempo oportuno. Em relação à desvalorização, pode-se destacar a ausência do instrumento na consulta, justificada pela perda, extravio ou esquecimento, o que dificulta a continuidade das ações de saúde ofertadas pelos profissionais de enfermagem, a exemplo da puericultura. CONCLUSÃO: Percebe-se que a indisponibilidade da caderneta na unidade e a desvalorização pelos pais representam limitações para sua utilização, o que indica a necessidade de um olhar integral de órgãos ministeriais, gestores e profissionais de saúde no sentido de proporcionarem o acesso a esta ferramenta desde a maternidade. Ademais, que promovam capacitações para que os profissionais de saúde possam sensibilizar os pais acerca da importância de apresentar esse instrumento dialógico e educativo em todos os atendimentos de saúde da criança. CONTRIBUIÇÕES PARA A ENFERMAGEM: Estudo de relevância ímpar para o fortalecimento da práxis na enfermagem, devido à escassez de pesquisas científicas envolvendo a utilização da caderneta de saúde da criança pelos profissionais de enfermagem. Enfermagem, Saúde da Criança, Registro de Saúde Pessoal. ________________________ 1 Enfermeiro; Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal da Paraíba; Universidade Federal de Campina Grande, Campus Cuité-PB; Docente do Curso de Bacharelado em Enfermagm; [email protected]; 2 Enfermeiro; Universidade Federal de Campina Grande, Campus Cuité-PB; 3 Enfermeira; Doutora em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo; Universidade Federal de Campina Grande, Campus Cuité-PB; Docente do Curso de Bacharelado em Enfermagm; 4 Enfermeira; Doutoranda em Enfermagem pela Universidade Federal de Minas Gerais; Universidade Federal de Campina Grande, Campus Cuité-PB; Docente do Curso de Bacharelado em Enfermagm; 5 Enfermeira; Doutoranda em Enfermagem pela Universidade Federal de Minas Gerais; Universidade Federal de Campina Grande, Campus Cuité-PB; Docente do Curso de Bacharelado em Enfermagm; 6 Enfermeira; Mestranda em Enfermagem pela Universidade Federal da Paraíba; Universidade Federal da Paraíba;

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CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA: LIMITES PARA UTILIZAÇÃO

1 Nathanielly Cristina Carvalho de Brito Santos;

2 Maria Rosely Batista da Silva;

3 Luciana Dantas Farias de Andrade;

4 Heloisy Alves de Medeiros;

5 Maria Benegelania Pinto; 6 Daniele de Souza Vieira.

INTRODUÇÃO: A Caderneta de Saúde da Criança constitui um instrumento com capacidade para integrar informações imprescindíveis para o cuidado infantil. Portanto, é eixo referencial para pais e e profissionais de saúde envolvidos no cuidado integral à criança, em todos os níveis de atenção à saúde. OBJETIVO: Descrever aspectos que limitam a utilização da caderneta de saúde da criança na visão dos profissionais de enfermagem da Estratégia de Saúde da Família em um município do interior da Paraíba. METODOLOGIA: Pesquisa exploratória de abordagem qualitativa, realizada no período de fevereiro a março de 2015 nas Unidades de Saúde da Família de um município do interior da Paraíba. Participaram 16 profissionais de enfermagem, sendo oito enfermeiras e oito técnicas de enfermagem. Para coleta de dados, foi utilizado um roteiro semiestruturado para entrevista e o material empírico foi analisado por meio da técnica de análise de conteúdo. RESULTADOS: As participantes possuíam entre 26 e 46 anos de idade e, tempo de formação entre 10 meses e 20 anos. A análise do material empírico revelou que a ausência da caderneta de saúde da criança nas unidades, bem como a desvalorização desse instrumento por pais e cuidadores limita a sua utilização. A indisponibilidade dessa ferramenta para avaliação da criança pelos profissionais de enfermagem impossibilita o registro das ações de vigilância da saúde infantil, e, o mais preocupante é que os achados mostraram que, alguns profissionais utilizam a caderneta do menino para o acompanhamento do crescimento de uma menina ou o contrário. Essa atitude pode acarretar uma interpretação errônea em relação à curva de crescimento da criança, dificultando a identificação da sua real condição e as possíveis alterações, em tempo oportuno. Em relação à desvalorização, pode-se destacar a ausência do instrumento na consulta, justificada pela perda, extravio ou esquecimento, o que dificulta a continuidade das ações de saúde ofertadas pelos profissionais de enfermagem, a exemplo da puericultura. CONCLUSÃO: Percebe-se que a indisponibilidade da caderneta na unidade e a desvalorização pelos pais representam limitações para sua utilização, o que indica a necessidade de um olhar integral de órgãos ministeriais, gestores e profissionais de saúde no sentido de proporcionarem o acesso a esta ferramenta desde a maternidade. Ademais, que promovam capacitações para que os profissionais de saúde possam sensibilizar os pais acerca da importância de apresentar esse instrumento dialógico e educativo em todos os atendimentos de saúde da criança. CONTRIBUIÇÕES PARA A ENFERMAGEM: Estudo de relevância ímpar para o fortalecimento da práxis na enfermagem, devido à escassez de pesquisas científicas envolvendo a utilização da caderneta de saúde da criança pelos profissionais de enfermagem.

Enfermagem, Saúde da Criança, Registro de Saúde Pessoal. ________________________

1Enfermeiro; Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal da Paraíba; Universidade Federal de Campina Grande, Campus Cuité-PB; Docente do Curso de Bacharelado em Enfermagm; [email protected];

2 Enfermeiro; Universidade Federal de Campina Grande, Campus Cuité-PB; 3 Enfermeira; Doutora em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo; Universidade Federal de Campina Grande, Campus Cuité-PB; Docente do Curso de Bacharelado em Enfermagm;

4 Enfermeira; Doutoranda em Enfermagem pela Universidade Federal de Minas Gerais; Universidade Federal de Campina Grande, Campus Cuité-PB; Docente do Curso de Bacharelado em Enfermagm;

5 Enfermeira; Doutoranda em Enfermagem pela Universidade Federal de Minas Gerais; Universidade Federal de Campina Grande, Campus Cuité-PB; Docente do Curso de Bacharelado em Enfermagm;

6 Enfermeira; Mestranda em Enfermagem pela Universidade Federal da Paraíba; Universidade Federal da Paraíba;