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CACAUEIROS CULTIVO E MANEJO DE

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A proposta de uma nova agricultura para a região se assenta sobretrês temas estratégicos: adequação ambiental, grupos de referência,e sistemas agroflorestais (SAFs). Ao incentivar a formação deSAFs com espécies de valor comercial, a ADAFAX aponta possibilidadesconcretas de combinar geração de renda com diminuiçãodos problemas ambientais nessa região da Amazônia.Apresentação........................... 7Introdução................................ 9Características da planta.......... 11Área de plantio.............................. 121. Sistema cabruca.............................................................132. Preparo de área aberta.........................................................15Mudas....................................................... 18Formação das mudas...............................................................18Plantio das mudas...................................................................21Manejo do Cacaueiro..............................................................22Tratos culturais........................................................................22Controle de populações e doenças do cacaueiro.....................................................25Podridão-parda........................................................................25Mal-rosado..............................................................................26Vassoura-de-bruxa...................................................................27Mal-de-Verticillium.................................................................28Murcha-de-Ceratocystis...........................................................29Morte-descendente..................................................................30Outros fatores..........................................................................31Beneficiamento da produção................... 32Outras formas de beneficiamento............................................33Comercialização do cacau........................ 34Referências............................................... 35

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  • 1CaCaueirosCultivo e Manejo de

  • 2Cultivo e Manejo de

  • 3CaCaueirosCultivo e Manejo de

    So Flix do xingu/Pa - 2013

  • 4ASSOCIAO PARA O DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR DO ALTO XINGU - ADAFAX

    Joaquim Alves dos Santos Presidente

    Celma Gomes de Oliveira Coordenadora de projetos

    Equipe Tcnica Clarismar Pinto de Oliveira Pierre Andr Clavier Mrcio Marques Queiroz Raimundo Nonato de Santana Reinaldo Jos de Barcelos

    Endereo: TV Ozrio de Freitas, n 835 - So Flix do Xingu - PA Tel.: (94) 3435-4548

    Publicao organizada pela equipe tcnica da ADAFAX.

    Reviso conceitual: Alvori Cristo

    Edio: Tereza Moreira

    Projeto grfico e diagramao: Luiz Dar

  • 5Apresentao .......................... 7

    Introduo ............................... 9

    Caractersticas da planta ......... 11

    rea de plantio ............................. 121. Sistema cabruca ............................................................13

    2. Preparo de rea aberta ........................................................15

    Mudas ...................................................... 18Formao das mudas ..............................................................18

    Plantio das mudas ..................................................................21

    Manejo do Cacaueiro .............................................................22

    Tratos culturais .......................................................................22

    Controle de populaes e doenas do ca-caueiro..................................................... 25Podrido-parda .......................................................................25

    Mal-rosado .............................................................................26

    Vassoura-de-bruxa ..................................................................27

    Mal-de-Verticillium ................................................................28

    Murcha-de-Ceratocystis ..........................................................29

    Morte-descendente .................................................................30

    Outros fatores .........................................................................31

    Beneficiamento da produo .................. 32Outras formas de beneficiamento ...........................................33

    Comercializao do cacau ....................... 34

    Referncias .............................................. 35

  • 6

  • 7So Flix do Xingu situa-se em uma regio da Amaznia conhecida pelas altas taxas de desma-

    tamento e pela presena do maior rebanho bovino do Brasil, que chegou a dois milhes de cabeas em

    2012. A consolidao da agropecuria convencional na regio, principalmente com a criao de gado, excluiu

    da paisagem grande parte da floresta original, substituindo-a por pastagens.

    Esse modelo de desenvolvimento tem gerado perda significativa de biodiversidade e dos meios de vida das pessoas que sempre moraram na regio. Alm disso, reduz as possibilidades de diver-sificao da agricultura familiar e enfraquecem as alternativas de consumo, especialmente de alimentos, da populao local.

    A Associao para o Desenvolvimento da Agricultura Familiar do Alto Xingu (ADAFAX) coordena, com seus parceiros, uma estra-tgia regional de reduo do desmatamento e de fortalecimento da agricultura familiar em bases sustentveis. Tem como proposta dinamizar a atuao das famlias agricultoras, formular projetos e propiciar o debate sobre polticas pblicas para a regio, conso-lidando as organizaes locais vinculadas agricultura familiar.

    A ADAFAX nasceu da articulao de trs entidades do Alto Xingu: a Comisso Pastoral da Terra (CPT), a Cooperativa Alternativa dos Pequenos Produtores Rurais e Urbanos (CAPPRU) e a Casa Fami-liar Rural (CFR) de So Flix do Xingu. A base social da entidade composta por 1.000 famlias beneficirias diretas e 6.900 famlias beneficirias indiretas. A sua rea de abrangncia compreende os municpios de So Flix do Xingu, Ourilndia do Norte, Tucum e parte de Altamira (APA Triunfo do Xingu).

    A proposta de uma nova agricultura para a regio se assenta sobre trs temas estratgicos: adequao ambiental, grupos de refern-cia, e sistemas agroflorestais (SAFs). Ao incentivar a formao de SAFs com espcies de valor comercial, a ADAFAX aponta possibi-lidades concretas de combinar gerao de renda com diminuio dos problemas ambientais nessa regio da Amaznia.

  • 8Esta publicao tem por objetivo disponibilizar informaes tc-nicas sobre o cultivo e o manejo do cacaueiro, como forma de auxiliar os agricultores e agricultoras familiares da regio do Alto Xingu a melhorarem a produtividade de seus cultivos.

    As informaes apresentadas inspiram-se em experincias realiza-das desde 2006 no acompanhamento de grupos de referncia pela equipe tcnica da ADAFAX. Renem experincias desenvolvidas nos projetos Terra Verde (2006 a 2008), em parceria com Grou-pe de Recherche et dchanges Technologiques (GRET); Fronteiras Florestais (2009 a 2012), em parceria com o Instituto Internacional de Educao do Brasil (IEB), Pacto Amaznico, Instituto do Ho-mem e Meio Ambiente da Amaznia (IMAZON) e GRET; e Xingu Ambiente Sustentvel (2011 a 2012), em parceria com o IEB; alm das parcerias estabelecidas com a Comisso Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC) regional e com o Instituto de Manejo e Certificao Florestal e Agrcola (IMAFLORA).

    Boa leitura!

  • 9A cultura do cacau, introduzida no Alto Xingu nos anos 1990, tem se consolidado para a agri-

    cultura familiar como a principal alternativa pro-dutiva criao de gado. Instalada com o apoio de

    projetos oficiais, esta cultura adaptou-se facilmente s condies climticas e aos solos de terra roxa da regio.

    Desde o incio, o sistema de manejo incentivou a adoo de prticas de consrcio (sombreamento de cabruca), intercalando rvores entre os ps de cacau.

    Hoje o cacau faz parte dos sistemas de produo da agricultura familiar na regio do Alto Xingu e apresenta possibilidades con-cretas de produo, emprego, renda e sustentabilidade ambiental. Aproximadamente 25% dos agricultores familiares da regio con-seguem, graas a esta alternativa produtiva sustentvel, gerar ren-da igual ou superior da criao extensiva de gado, numa rea 10 vezes menor. Dentre os beneficirios indiretos da ADAFAX, cerca de 1.500 famlias produtoras j apostam nesta alternativa.

    Na regio existem reas de cultivo de cacau instaladas h cerca de 20 anos. Nelas, o sombreamento, a poda e o adensamento com rvores nativas da floresta geram produtos comerciais e resgatam o extrativismo, exercido h sculos pelas populaes locais. Trata--se de uma forma de respeitar conhecimentos tradicionais e, ao mesmo tempo, adotar tecnologias atuais, vinculando as prticas agrcolas aos ecossistemas da floresta.

    Essas caractersticas tornam o cultivo de cacau uma tima opo para recuperar reas degradadas e conseguir a adequao ambien-tal necessria aos requisitos do novo Cdigo Florestal, aprovado em 2012. Consorciado com outras espcies florestais nativas da Amaznia, em particular com plantas de sombreamento definiti-vo, a lavoura cacaueira pode ser considerada na recomposio de reas Preservao Permanente (APP) e de Reserva Legal.

    Cerca de 150 famlias vinculadas aos 11 grupos de referncia dos projetos da ADAFAX cultivam o cacau, com reas mdias de pro-duo de cerca de um alqueire, totalizando 150 alqueires ou cer-ca de 700 hectares. O cacau manejado sem uso intensivo de

  • 10

    adubos de alta solubilidade e calagem de solo. A produtividade mdia atual de 0,4 kg por p ou 400 kg por hectare, valor consi-derado baixo para a Amaznia. Existem unidades de produo na regio que obtm produtividade de at 2 kg por p de cacau, ou seja, cinco vezes mais do que entre esses pequenos produtores.

    Nesse sentido, as informaes a seguir pretendem cumprir o pa-pel de trazer novos elementos para que agricultores e agricultoras melhorem sua produo, agreguem valor ao cacau e atinjam me-lhores resultados de produo e de renda.

  • 11

    Nome popular: Cacau

    Nome cientfico: Theobroma cacao L.

    Sistema radicular: O cacaueiro possui uma

    raiz principal, chamada de pivotante ou espigo, que

    pode atingir entre um e dois metros de profundidade, dependendo da estrutura do terreno. H tambm as razes secundrias ou superficiais, das quais entre 70% e 90% se en-contram nos primeiros 30 cm de solo. Alm de fixarem o cacaueiro no cho, essas razes so as princi-pais responsveis pela nutrio mi-neral da planta.

    poca de florao: O cacaueiro floresce duas vezes ao ano, porm na regio do Alto Xingu isso ocorre com maior intensidade no perodo entre dezembro e abril.

    Maturao dos frutos: Os frutos do cacaueiro tambm maturam em duas pocas do ano, porm no Alto Xingu a principal colheita feita de abril a setembro.

    Frutos e amndoas de cacau.

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    Escolha da rea para plantio

    Deve-se levar em conta o relevo, a fertilidade e a profundidade dos solos na escolha do local onde

    ser feito o plantio do cacaueiro. O solo no pode apresentar impedimentos fsicos, como camada pedre-

    gosa e/ou piarra, conforme mostra a figura abaixo. Por isso, antes de plantar indispensvel verificar a profundidade

    do solo.

    O nvel de fertilidade natural tambm importante. O solo deve ter pH na faixa de 6,0 a 6,5. Para saber qual o pH do solo onde se pretende plantar, convm retirar amostras para anlise qumica, que podem ser encaminhadas CEPLAC ou a alguns laboratrios privados existentes em Marab/PA. Com essa anlise possvel determinar o tipo de fertilizante e se h necessidade de calagem do solo.

    Preparo da rea O preparo da rea para o plantio da lavoura cacaueira pode ser feito por dois mtodos, que variam em funo do nmero de plan-tas por hectare e tambm do tipo de sombreamento necessrio.

    1. Solo apresen-tando camadas pedregosas, que impedem o bom desenvolvimento das razes.

    2. Solo sem impe-dimentos fsicos, o que possibilita o bom desenvolvi-mento das razes.

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    1. Sistema de cabruca Este sistema comum nas primeiras regies de plantio comercial de cacau no Brasil, no estado da Bahia. Consiste em desmatar a vegetao mais fina de uma mata primria ou de uma mata secun-dria (capoeiro), deixando apenas as rvores mais grossas, que no podem ser cortadas com faco ou foice. O raleamento permite realizar o balizamento e a implantao das mudas de cacau.

    BalizamentoAs balizas servem para demarcar o local onde sero colocadas as mudas. H diversas vantagens em realizar o balizamento, que propicia: melhor aproveitamento da rea; desenvolvimento uni-forme das copas dos cacaueiros; mais facilidade na realizao do manejo e da colheita. Recomenda-se o espaamento de 3 m x 3 m, que equivale a 1.111 ps por hectare. Pode ser utilizado tambm o espaamento de 4 m x 3 m, com 833 ps por hectare.

    Manejo do sombreamento O sistema cabruca exige controle constante do sombreamento. O cacaueiro precisa de arborizao para proteo contra os raios solares. Quanto mais nova a planta, mais sombra precisa. Pouca

    Plantio de cacau em uma rea de capoeira, exemplo de sistema cabruca.

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    sombra permite a incidncia direta dos raios solares sobre as copas dos cacaueiros, levando a planta a acelerar o seu metabolismo e a necessitar de mais gua e nutrientes do solo. Alm disso, a flor do cacau esterilizada pela exposio contnua aos raios solares.

    medida que a planta cresce, necessita cada vez menos sombra. A partir de determinado ponto, sombreamento em excesso pre-judica a produo, pois possibilita maior umidade no ambiente, facilitando o aparecimento de doenas. preciso, ento, fazer o raleamento progressivo da sombra. Como regra geral, na fase de estabilidade da lavoura o ideal que o cacaueiro receba entre 60 e 70% de luminosidade.

    Dois meses depois do plantio definitivo ou quando as plantas j estiverem fixadas ao solo, faz-se um raleamento suave da vegeta-o ao redor, para permitir a chegada de mais luz s plantas.

    Por volta dos sete meses deve-se fazer o coroamento ao redor do cacaueiro. So eliminadas filas alternadas de bananeiras, deixan-do os resduos das plantas derrubadas no prprio local: assim se mantm a umidade, protege-se o solo e melhoram-se as suas qua-lidades fsicas.

    O cacaueiro j adulto e em plena produo precisa s do som-breamento definitivo, mas deve-se cuidar para que a sombra no fique rala demais. Isso deixar o cacaueiro mais sujeito ao ataque de pragas, alm de ter seu ritmo biolgico alterado, passando at a exigir adubao mais intensa.

    O manejo do sombreamento, alm da quantidade de luz disponi-bilizada para as plantas, tambm interfere na ventilao da lavou-ra, o que tem relao direta com o nvel de infestao de fungos causadores de doenas.

    O raleamento da sombra deve ser feito continuadamente, confor-me o envelhecimento da plantao, e gradualmente, para permi-tir a adaptao das copas de cacau s novas condies de luz e evitar perdas de produo significativas por quedas exageradas de madeira morta. Em caso de recuperao de lavoura, o raleamento da sombra considerado uma das trs prticas mais importantes (sombra, poda, adubao).

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    2. Preparo de rea aberta Este sistema consiste na implantao da lavoura cacaueira a par-tir de uma rea anteriormente aberta, seja para implantao de pastagem, seja para roa permanente. Trata-se, portanto, de uma estratgia de recuperao de rea degradada, em que o cultivo do cacau contribui com o reflorestamento. Neste mtodo, o sombre-amento do cacau, tanto o provisrio como o definitivo, deve ser planejado a partir de um solo nu ou contendo vegetao rasteira.

    BalizamentoRecomenda-se o espaamento de 3,0 x 3,0 metros, que equivale a 1.111 ps por hectare.

    Plantio dos sombreamentos Em reas sem mata, deve-se fazer o sombreamento de dois tipos: o provisrio e o definitivo.

    Importante:

    tanto o sombreamento provisrio quanto o definitivo devem ser feitos de 6 meses a 1 ano antes do plantio da lavoura cacaueira.Recomenda-se que nos primeiros estgios de desenvolvimento seja permitida a entrada de luz de 25 a 50%. medida que as plantas se desenvolvem, a quantidade de luz deve ser aumen-tada para 70%, o que deve ser feito por meio de desbastes das plantas que foram usadas como sombreamento.

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    Sombreamento provisrio Protege as plantas durante a fase de crescimento juvenil contra os efeitos do excesso de sol e dos ventos. Recomenda-se o plantio das seguintes espcies:

    Espcie Ciclo Caractersticas Espaamento prprio Espaamento com cacau

    Banana (variedades reco-mendadas: prata, nanica)

    3-4 anos Produz renda durante trs primeiros anos. Eliminar quando o cacau fechar a copa.

    6m x 3m sentido norte-sul

    1,5m x 3m

    Mamona 1 a 2 anos Produz renda se houver mercado local.

    3m x 3m 1,5 m

    Feijo-guandu 1 a 2 anos Cuidado com possvel perda de folha no vero (estiagem prolongada).

    1m x 1m 1m

    Mandioca 1 a 2 anos Produz renda durante 2 primeiros anos.

    1m x 1m 1m

    Milho 6 meses Implantar trs meses antes de colocar a muda de cacau no solo.Renda apenas no primeiro ano.

    0,5m x 0,5m

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    Sombreamento definitivoProporciona condies ambientais mais estveis. Recomenda-se a consorciao com espcies arbreas de copa alta, como mogno, cumar, freij, ip, andiroba, acap, cedro, angelim, jatob, tata-juba, eritrina, seringueira, entre outras (Foto 4). Isso permitir uma boa ventilao da lavoura.

    O espaamento varia de acordo com o tamanho das copas das r-vores, sendo utilizado comumente 18 x 18 metros, 21 x 21 metros ou 24 x 24 metros. O plantio das espcies de sombreamento defi-nitivo deve ser feito na mesma poca do plantio do sombreamento provisrio.

    Utilizao de teca como sombreamento definitivo na propriedade do sr. Amarildo, em Pontalina, na APA do Triunfo.

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    Formao de mudasA formao das mudas deve ser iniciada durante o plantio dos sombreamentos e, apresenta distintas

    fases:

    Construo do viveiro Tamanho: Um mtodo prtico para determinar o tama-

    nho do viveiro dividir o total de mudas por 30. Assim, se for necessrio preparar 3.000 mudas, divide-se 3000 por 30 = 100 m2, podendo ser uma rea de 20 m x 5 m.

    Localizao: O viveiro deve ficar prximo rea de plantio e tam-bm de uma fonte de gua, j que ser necessrio regar as mudas.

    Altura: Sua altura deve ter em mdia 2,5 m e a cobertura pode ser feita com palha de palmeira, permitindo entrada de luz de 50%.

    Preparo das sementesAbertura das frutas: Quebram-se os frutos com faco, retirando a polpa onde se encontram as sementes.

    Quebra do fruto para retirada das sementes.

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    Retirada da polpa ou mucilagem: Em seguida, esfregam-se as se-mentes com p de serra seco para a retirada da mucilagem, ou seja, da polpa ao redor da amndoa.

    SemeaduraO solo, se possvel, pode ser misturado com adubo orgnico. Os sacos devem ser cheios at uns 3 cm da boca. Colocam-se as se-mentes no saco com a parte mais larga para baixo. Em seguida, o restante da sacola deve ser preenchido com p de serra bem curtido.

    A semeadura deve ser feita em poca que d condies para a muda ir para o campo com dois a seis meses de idade.

    Extrao da mucilagem em torno das sementes.

    Posio correta de colocao da semente de cacau no saco.

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    Disposio das mudas no viveiro.

    As sacolinhas devem ser dispostas em um espao de, no mximo, 1,20 m para facilitar os tratos culturais.

    Tratos Culturais no Viveiro

    Durante o perodo no viveiro, os tratos culturais das mudas con-sistem basicamente em retirada de plantas invasoras (mato), irriga-o, adubao, manejo de sombra e tratos fitossanitrios, ou seja, o combate s pragas e enfermidades. Isso deve acontecer at que as mudas estejam em condies de serem transplantadas para o local definitivo.

    Viveiro de mudas de cacau na propriedade do sr. Amarildo, em Pontali-na, na APA do Triunfo.

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    Plantio das mudas Aps a seleo das mudas mais vigorosas e sadias, o plantio dos cacaueiros deve ser feito em covas de 40 cm x 40 cm x 40 cm. Recomenda-se misturar na cova terra de mato com esterco curtido. O local, previamente balizado, deve estar limpo e sombreado.

    Recomenda-se que o plantio definitivo seja feito no incio do pe-rodo chuvoso, lembrando que se pode plantar com dois espaa-mentos:

    3 m x 3 m, ou seja, 1.111 mudas por hectare, ou 4 m x 3 m, com 833 mudas por hectare.

    A muda deve ser colocada na cova de modo que a parte superior do torro fique no mesmo nvel da superfcie do solo. Recomenda--se deixar at mesmo um montculo ao redor do caule e nunca uma depresso, tal como na figura abaixo.

  • 22

    Tratos culturais Esta etapa consiste na aplicao de tratos culturais no plantio definitivo, o que envolve:

    Controle das plantas invasoras Este controle tem como objetivo diminuir a competi-

    o por nutrientes, gua e luz. Deve ser feito at que a planta atinja o estgio bate-folha, ou seja, quando as copas

    dos cacaueiros comeam a se tocar, fechando-se. Na fase inicial, as plantas invasoras, ou o mato, podem ser controladas com os seguintes mtodos:

    Implantao e manejo de sombreamento provisrio, que re-duz o crescimento do mato devido pequena entrada de luz solar.

    Utilizao de cobertura morta, que alm de evitar invasoras tambm ajuda a conservar a umidade do solo, aumenta o teor de matria orgnica e fornece nutrientes ao cacaueiro.

    Roagem manual, que ajuda a controlar as sementes das plantas invasoras.

    Escoramento Os solos rasos, o excesso de frutos por planta e o tipo de formao da copa so alguns fatores que contribuem para o tombamento do cacaueiro. O escoramento uma prtica utilizada para manter o cacaueiro em sua posio normal.

    Poda e desbrota O p de cacau deve ser mantido a uma altura de 4 m a 4,5 m de altura, porque 80% a 90% dos frutos se encontram nessa faixa. Alm disso, essa altura facilita a colheita e tambm a identificao de doenas, como a vassoura-de-bruxa.

    As podas tm a finalidade de controlar a altura do cacaueiro, eli-minando as ramas chupadeiras (isto , aquelas ramas de cresci-mento vertical que deformam o desenho inicial das plantas) ou os chupes, ou seja, os brotos vegetativos de reproduo assexuada.

  • 23

    So feitos trs tipos de poda no cacaueiro:

    A poda de formao, que serve para dar forma e equilbrio planta e consiste na retirada de brotos e galhos indesejveis.

    A poda de manuteno, que d condies de produo planta, por meio de eliminao dos ramos doentes, secos, sombreados ou malformados. Essa poda uma operao mais drstica, realizada a cada dois ou trs anos. Alm disso, a madeira cortada mais grossa do que no caso da poda de formao.

    A desbrota que uma poda superficial para a retirada de brotos-ladres.

    Jovem realizando poda em cacaueiro.

    As podas devem ser realizadas de dentro para fora das plantas, eli-minando-se os ramos que se cruzam. No podem, no entanto, abrir brechas para a entrada de luz solar direta sobre o terreno, como forma de evitar o crescimento de plantas invasoras e de prejudicar a florao.

    Essa prtica exige muito cuidado. A poda feita em excesso e realizada sem critrio tcnico, retira ramos sadios, produtivos e expostos ao sol, podendo ocasionar:

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    Reduo de produtividade da planta.

    Crescimento de mato devido maior incidncia de luz no solo.

    Aumento das despesas com roagens, em consequncia do intenso crescimento de mato.

    Aumento da frequncia de novos lanamentos de brotos e ramos no cacaueiro, o que exige mais trabalho da planta.

    Em cacaueiros safreiros desejvel realizar a poda de ramos som-breados, malformados, de frutos secos e doentes.

    A desbrota e a limpeza, que o corte dos galhos secos e doentes, efetuado geralmente no fim da safra principal, so prticas que de-vem ser repetidas a cada ciclo. Com elas tambm se faz o contro-le fitossanitrio das rvores, favorecendo a frutificao do cacau. Boa parte do servio de desbrota efetuado durante as colheitas. A principal desbrota da lavoura realizada antes das chuvas, no perodo entre setembro e novembro.

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    Ferramentas utiliza-das em poda e des-brota de cacau: (A) serrote e (B) tesoura de poda.

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    As principais doenas do cacau encontradas na regio de So Flix do Xingu so:

    Podrido-parda,

    Mal-rosado

    Vassoura-de-bruxa

    Podrido-Parda Mesmo depois do apa-recimento da vassoura--de-bruxa, esta doena ainda apresenta poten-cialidade de assumir os mesmos nveis de im-portncia econmica, podendo comprometer de 20% a 30% da pro-duo anual. Seus sin-tomas podem ser vistos em aproximadamente 30 horas depois da in-feco. Aparecem pe-quenas manchas pretas na superfcie do fruto sob condies de alta umidade, evoluindo para a cor castanha, podendo cobrir rapida-mente todo o fruto.

    Pode ser confundida com o peco fisiolgico, que o murchamen-to precoce dos frutos, provocando sua queda antes de amadure-cer. Aps a infeco torna-se quase impossvel diferenci-lo da vassoura-de-bruxa. Porm a podrido-parda ataca o fruto de fora para dentro, enquanto a vassoura-de-bruxa ataca de dentro para

    Sintomas do ataque de podrido-parda.

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  • 26

    fora. O resultado que as amndoas se tornam petrificadas e im-prprias para o comrcio.

    Esta doena produz seus maiores surtos e perdas no perodo mais mido (dezembro a maro).

    Controle: As estratgias de controle da podrido se baseiam prin-cipalmente na adoo de medidas preventivas. possvel reduzir o sombreamento, realizar poda e fazer drenagem do solo visan-do tornar o ambiente desfavorvel doena. O uso de fungicidas protetores base de cobre, como a calda bordalesa, tambm recomendvel. Alm disso, o emprego de algumas prticas cultu-rais diminui a ocorrncia desta doena, como a remoo de frutos infectados, a realizao de colheitas frequentes e a eliminao de casqueiros, ou seja, das cascas de frutos que s vezes ficam no meio da lavoura aps retirada da polpa e das amndoas.

    Mal-Rosado

    Esta doena ainda pouca observada na regio cacaueira. Tam-bm causada por fungo (Erythricium salmonicolor), apresenta-se

    Planta com o sintoma do mal rosado.

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    como uma crosta, da cor branca rosada, que se fixa em ramos e galhos. Disseminada pelo vento, ocorre em reas mal sombreadas. Porm, no de difcil controle.

    Controle: Consiste em retirar seus esporos das partes infectadas e apli-car fungicida base de cobre, alm de realizar podas fitossanitrias.

    Vassoura-de-bruxa

    Sintomas da vassoura-de-bruxa em frutos adultos de duas reas severa-mente afetadas pelo fungo Crinipellis perniciosa.

    Esta uma das mais importantes e destrutivas doenas do cacauei-ro, chegando a causar perdas de at 90% da produo se no forem tomadas as medidas cabveis, como identificao, controle e poda.

    Os principais sintomas da doena so caracterizados pelo super-brotamento dos lanamentos foliares, com proliferao na gema lateral e engrossamento dos tecidos infectados e em crescimento. Nas almofadas florais infectadas podem aparecer vassouras vege-tativas, alm de flores anormais. Os frutos produzidos em tais ca-sos so frequentemente com formas diferentes tipo: cenoura ou

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    morango. Em frutos adultos so observadas outras variaes como: amarelecimento precoce sem sintomas necrticos, ora deforma-dos ou no.

    Sua principal forma de disseminao pelo ar, embora as chuvas no deixam de exercer tambm um papel importante. A doena ataca as plantas em seus vrios estgios, desde o viveiro at a plan-ta adulta. No dispensando galhos e frutos at chegar ao domnio total da planta, o que leva reduo da produo, inviabilizando a lavoura.

    Controle: Hoje j so ofertadas pela CEPLAC sementes hbridas e plantas clonadas ou selecionadas que possuem resistncia a esse fungo. Porm, a forma de controle mais eficaz ainda consiste em podas peridicas, controle de sombreamento combinado com aplicaes de defensivos base de cobre. A vassoura-de-bruxa pode ser confundida com a podrido-parda por alguns produtores devido semelhana dos sintomas. Porm a diferenciao feita apalpando o fruto infectado, pois a podrido ataca o fruto de fora para dentro ao contrrio da vassoura, que ataca o fruto de dentro para fora.

    Murcha-de-Verticillium

    a doena conhecida como morte sbita do cacaueiro. Sua causa era originalmente atribuda ao solo e ao sombreamento. Sabe-se agora que a murcha causada por fungo, que se mostra resistente e que permanece no interior dos vasos da planta, permitindo sua sobrevivncia tanto nos restos da cultura quanto no solo.

    Plantas com sintomas do mal-de-verticillium.

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    Os sintomas se iniciam com a murcha e o amarelecimento das folhas no sentido vertical. Em seguida as folhas comeam a secar e se enrolam, continuando aderidas planta. Observa-se falta de sombreamento nos locais de maior ocorrncia desta doena.

    Controle: Medidas baseadas no bom senso so teis no manejo adequado da doena, visando eliminar a sua disseminao. Os restos da planta devem ser queimados. Uma adubao rica em potssio ajuda a aumentar a resistncia da planta a doenas vascu-lares. A recomposio do sombreamento tambm contribui para evitar e diminuir a sua ocorrncia.

    Murcha-de-Ceratocystis

    Tambm conhecida como mal-do-faco. Foi identificada pela primeira vez no Equador. No Brasil, surgiu em Rondnia e mais recentemente foi detectada no sul da Bahia e no Esprito Santo. Esta doena tambm causada por fungo (Ceratocystis fimbria-ta) e apresenta grande semelhana com a murcha-de-verticillium

    Planta com sintoma da murcha-de-ceratocystis.

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    devido aos seus sintomas, que so: murcha, amarelecimento e se-cagem dos galhos ou da planta inteira. As folhas pendem vertical-mente, enrolando, secando e permanecendo aderidas ao tronco por algumas semanas, mesmo aps sua morte. Sua disseminao se d por dois fatores: a atuao de um inseto chamado Xyleborus ssp. e por ferimentos deixados no ato da poda, desbrota e capina.

    Controle: Recomenda-se a desinfeco das ferramentas com hi-poclorito de sdio a 1% na execuo dos tratos culturais, alm do combate aos insetos causadores da doena.

    Morte-Descendente

    A doena recebe esse nome devido caracterstica do sintoma apresentado: os principais so a seca progressiva da planta, ini-ciando pelas extremidades dos galhos e progredindo no sentido descendente, at atingir o caule e as razes. Os galhos perdem a cor natural, ressecam, murcham, perdem as folhas, deixando a planta emponteirada e desfolhada, com aspecto debilitado. O re-

    Plantas com o sintoma da morte descendente.

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    sultado final a morte da planta.

    Controle: O controle bem-sucedido no Brasil tem sido feito com um conjunto de medidas: eliminao das partes atacadas a um palmo abaixo da infeco; queima dos restos da planta; combate aos focos de doena com fungicidas base de cobre. Recomenda--se a recomposio do sombreamento, o controle de pragas e o aumento da adubao, a fim de favorecer a recuperao das plan-tas debilitadas.

    Outros fatoresAlm das doenas citadas, existem outros fatores que incidem na lavoura cacaueira e podem causar perda de produtividade e, em consequncia, diminuio dos ganhos econmicos.

    Formigas e cupins - Na maioria das vezes, estes so combatidos de forma orgnica ou at mesmo com inseticidas sistmicos.

    Roedores e macacos - Uma forma de limitar a invaso destes ani-mais de isolar a rea de cacau dos remanescentes de mata nati-va, criando uma rea aberta ao redor do plantio. Assim, esses ani-mais ficam desprotegidos em relao a cachorros ou aos donos da lavoura. Uma medida criada por agricultores e que mostrou certo grau de eficcia a aplicao de calda de pimenta nos frutos das rvores perifricas da lavoura.

    Erva de passarinho - Esses parasitas vegetais devem ser retirados do cacaueiro, j que roubam nutrientes da planta, tornando-a fra-ca e debilitada, podendo at mat-la por sufocamento.

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    O primeiro beneficiamento do cacau ocorre na propriedade do produtor. Colocamos aqui os ele-mentos bsicos, sendo que outros materiais dispo-nveis detalham a parte de beneficiamento da pro-

    duo, como as cartilhas produzidas pela CEPLAC e materiais do IMAFLORA.

    Colheita - O frutos devem ser colhidos maduros.

    Fermentao - As amndoas devem passar primeiro por um processo de fermentao, que fundamental para a formao

    dos aromas do cacau. A fermentao realizada logo aps a co-lheita num coxo de fermentao de madeira, onde so colocadas as amndoas com at 50% da sua polpa. A polpa restante pode ser utilizada de outras maneiras, como geleias, licores e outros subprodutos, inclusive polpa congelada. A fermentao dura em mdia cinco dias, levando as amndoas a uma temperatura de at 70C. Nesta etapa as amndoas devem ser remexidas duas vezes: depois de 48 horas e aps 72 horas.

    Cocho de fermentao coberto com folha de bananeira.

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    Secagem - Logo aps a fermentao, as amndoas passam pela secagem. Para garantir a qualidade do processo, esta deve ocorrer de preferncia em cima de uma estrutura elevada, de preferncia de madeira e bem ventilada. Isso evitar contaminao por ani-mais domsticos. Na regio do Alto Xingu, a secagem ocorrem num perodo do ano que pode ser chuvoso. O ideal realiz-la em uma barcaa, com cobertura mvel sobre trilhos, que permite cobrir rapidamente o cacau em caso de chuva, garantindo uma boa ventilao e evitando a ocorrncia de mofos.

    Outras formas de beneficiamento A partir das amndoas: transformao local em chocolate em ta-blete, chocolate em p, brigadeiros.

    A partir do mel de cacau: transformao em licor de cacau, ge-leias, xaropes.

    A partir da polpa de cacau: transformao em polpa congelada e geleias. Veja cartilhas da ADAFAX especficas sobe o assunto.

    Estrutura de madeira para secagem das amndoas.

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    A princpio, o cacau proveniente dos cultivos do Alto Xingu comprado no mercado local sobre a forma de amndoas fermentadas e secas. Cada comprador tem suas exigncias em relao qua-lidade mnima requerida quanto a fermentao e

    nvel de umidade. Porm, ainda no existe um siste-ma consolidado de diferenciao de preo em relao

    qualidade do produto entregue.

    O preo do cacau varia durante o ano, em perodos entre anos, sempre em funo da variao do dlar e da produo dos pases exportadores. A variao de preo, no entanto, no pode ser con-siderada um condicionante restritivo para a regio do Alto Xingu. Afinal, com base na mo de obra familiar e nas tcnicas de poda e sombreamento, os custos de produo so baixos.

    Desde o ano de 2011, o IMAFLORA e a CAPPRU esto desenvol-vendo uma experincia de certificao socioambiental de algumas propriedades da regio. A certificao deve garantir a produo de cacau de qualidade a partir de 2013, podendo elevar em 100% o preo do cacau convencional.

    Os principais compradores da regio:

    CAPPRU - Possui sede em So Flix do Xingu e filiais na Vila Tancre-do Neves e na Vila Taboca.

    COOPERTUC - Com sede em Tucum.

    Compradores privados diversos.

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    ALMEIDA, L. C.; BRITO, A. M. Manejo do cacaueiro silvestre em vrzea do Estado do Amazonas, Brasil. Re-vista Agrotrpica 15 (1): 47 52, 2003.

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    WOOD, G. A. R.; LASS, R. A. Cocoa. 4 ed. London: Longman, 1985.

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    Parceiros do Projeto Fronteiras Florestais

    Organizaes parceiras locais

    Apoio

    Realizao