c. introduÇÃo e objetivos · (valentová et al., 2001). o chá feito a partir das folhas, as...
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C. Introdução e objetivos 3
C. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS 1. INTRODUÇÃO GERAL .............................................................................................................3
1.1. Família Asteraceae ................................................................................................................5 1.2. Lactonas sesquiterpênicas (LSTs).........................................................................................6 1.3. Tricomas glandulares ..........................................................................................................16
2. OBJETIVOS...............................................................................................................................18 3. BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................19 1. INTRODUÇÃO GERAL
Este trabalho envolve três temas que serão apresentados em diferentes capítulos. Estes
temas compreendem: i) o estudo fitoquímico de uma planta medicinal da família Asteraceae;
ii) o desenvolvimento de um método analítico com validação das análises empregadas; iii) o
estudo de atividades biológicas relativas ao processo inflamatório.
O estudo fitoquímico foi realizado com a planta Smallanthus sonchifolius (Poepp. &
Endl.) H. Robinson, tribo Heliantheae, uma erva perene endêmica na região Andina. A planta
é popularmente conhecida como yacón e é cultivada por causa de suas raízes tuberosas que
são reserva de inulina, um polímero de frutose. O yacón vem conquistando o mercado
internacional (Zardini, 1991), sendo cultivado na Itália, França, Alemanha, EUA, República
Tcheca, Rússia, Japão e Brasil (Valentová et al., 2001). A batata do yacón, nome referente às
suas raízes tuberosas, é comercializada na Europa em feiras livres como alimento funcional e
suplemento alimentar, especialmente para idosos, diabéticos e mulheres no climatério
(Valentová et al., 2001). O chá feito a partir das folhas, as quais também são comercializadas
em algumas farmácias, é usado como agente antiglicêmico. Estudos comprovaram que o
extrato aquoso das folhas aumenta a concentração de insulina em ratos normais e diabéticos
(Aybar et al., 2001). Além disso, o extrato aquoso também reduz a produção de glicose em
hepatócitos através das vias de gliconeogênese e de glicogenólise (Valentová et al., 2003),
além de atuar de forma similar à insulina (Valentová et al., 2004). Os principais metabólitos
secundários presentes nas folhas de yacón são as lactonas sesquiterpênicas (LSTs), as quais já
vem sendo investigadas quanto à atividade antidiabética (Inoue et al., 1995). E em razão do
crescente uso deste vegetal, não apenas por sua atividade antiglicêmica, o intuito aqui foi
isolar os principais metabólitos em quantidades suficientes para avaliação de outras atividades
biológicas, como por exemplo, aquelas relacionadas ao processo inflamatório e à
citotoxicidade.
Na área da química analítica, foi desenvolvido um método baseado em cromatografia
líquida de alta eficiência (CLAE) acoplada ao detetor de raios de diodo (DAD) para a
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detecção e quantificação da LST de maior concentração nos extratos glandulares de folhas de
S. sonchifolius. Esta substância, denominada enidrina, também apresenta atividades
biológicas. Enquanto a maioria dos métodos para a quantificação de LSTs foi desenvolvida
para extratos preparados a partir do material vegetal pulverizado, a proposta deste trabalho foi
quantificar esta LST em diversos extratos de lavagem foliar, assim como nos tricomas
glandulares. Desta forma, o método pode ser utilizado como um procedimento para o controle
de qualidade químico de yacón e de seus preparados. A técnica de microamostragem de
tricomas glandulares, inicialmente desenvolvida como ferramenta para estudos
quimiotaxonômicos e investigações fitoquímicas de espécies da tribo Heliantheae (Spring,
1991), serviu como base para o desenvolvimento do método aqui apresentado. Esta técnica já
havia sido implementada e vem sendo utilizada em nosso laboratório há alguns anos (Da
Costa et al., 2001; Schorr et al., 2002).
Para dar continuidade aos estudos das atividades biológicas das LSTs (Garcia-Piñeres,
2003; Lindenmeyer et al., 2004; Rüngeler et al., 1999; Siedle et al., 2003), foram avaliados
diferentes aspectos envolvidos no processo inflamatório. As LSTs exercem sua ação
antiinflamatória in vitro por meio da inibição do fator de transcrição NF-κB (Castro et al.,
2000; Lyss et al., 1998; Schorr et al., 2002). Esta proteína serve como um regulador central da
resposta imune e inflamatória. O mecanismo de ação das substâncias inibidoras do NF-κB
pode ser em parte esclarecido ao avaliar o efeito destas substâncias ativas na expressão gênica
dependente de NF-κB. Para isso, uma das técnicas disponíveis avalia a expressão gênica de
uma enzima exógena e facilmente detectável, como a luciferase, que consiste de um reporter
gen assay. A outra técnica é para o estudo da síntese de uma citocina endógena, neste caso da
interleucina-8 (IL-8) (Lindenmeyer, 2004).
Os neutrófilos constituem outro componente importante na resposta inflamatória e
imune (Burg e Pillinger, 2001), os quais liberam enzimas como a elastase, a qual facilita a
migração de células para os sítios inflamatórios (Witko-Sarsat et al., 2000). Porém, o excesso
de elastase provoca várias doenças, como artrite reumatóide e doenças pulmonares (Witko-
Sarsat et al., 2000). Na busca por inibidores da secreção enzimática, otimizou-se um método
(Johansson et al., 2002) para o uso de microplacas de 96 poços. Também foram realizados
estudos com o objetivo de compreender e evitar a estimulação basal dos neutrófilos, que
ocorre mesmo na ausência de qualquer adição de estímulo.
Uma vez que os efeitos de várias LSTs sobre a ativação do NF-κB (Lyss et al., 1999;
Schorr et al., 2002), sobre a ativação gênica para a produção de luciferase e de IL-8
(Lindenmeyer, 2004), bem como suas ações na liberação de elastase já haviam sido
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investigados (Siedle et al., 2003), resolveu-se empregar estes métodos para análise de LSTs
ainda não estudadas anteriormente. Além disto, também foram avaliados dois produtos
fitoterápicos, o gel de Arnica montana e o extrato seco de Harpagophytum procumbens.
Finalmente, também se decidiu iniciar o estudo com alcalóides.
O gel de Arnica montana (Asteraceae) é um produto de uso tópico para tratamento de
processos inflamatórios (Klaas et al., 2002), sendo as LSTs os seus principais princípios
ativos. Harpagophytum procumbens (Pedaliaceae), mais conhecida por “garra-do-diabo”, é
uma planta sul africana também empregada por suas propriedades antiflogísticas. Os
alcalóides avaliados são metabólitos secundários isolados de Isatis tinctoria L. (Brassicaceae),
importante na produção do corante índigo blue e na medicina tradicional, também em função
das suas propriedades antiinflamatórias.
1.1. Família Asteraceae
Esta família de plantas superiores é apresentada com mais detalhes a seguir, uma vez
que as LSTs aqui investigadas foram todas isoladas de seus representantes e que duas de suas
espécies (Smallanthus sonchifolius e Arnica montana) são objeto de estudo nos capítulos
subseqüentes.
A família Asteraceae ou Compositae é uma das maiores das angiospermas, possuindo
1.535 gêneros e aproximadamente 23.000 espécies, arranjadas em 4 subfamílias e 17 tribos
(Bremer, 1994). Como representantes importantes da família pode-se citar o girassol,
Helianthus annus, de grande importância agrícola e econômica; a camomila, Matricaria
chamomilla, empregada como antiespasmódico; a equinácea, Echinacea angustifolia ou E.
purpurea, muito utilizadas na Europa e EUA por suas atividades imunoestimulantes; a arnica,
Arnica montana, como antiinflamatório; o yacón, Smallanthus sonchifolius (Zardini, 1991),
usado na medicina popular como antidiabético; a Neurolaena (Passreiter et al., 1995) e a
Tithonia (Rüngeler et al., 1998), entre outras, todas elas com diversas atividades biológicas.
Além dos aspectos farmacológicos, ecológicos e comerciais, a química de Asteraceae
tem sido empregada na investigação de aspectos taxonômicos (Spring e Buschmann, 1994).
Até 1990, aproximadamente 7.000 constituintes haviam sido isolados de apenas 5.000
espécies da família (Bohlmann, 1990; Bohlmann e Zdero, 1990).
Em Asteraceae há a ocorrência de diferentes tipos de terpenóides, poliacetilenos,
flavonóides, cumarinas, benzofuranos, derivados de p-hidróxiacetofenonas e de
fenilpropanóides (Alvarenga et al., 2001; Bohlmann, 1990; Bohlmann e Zdero, 1990;
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Heywood et al., 1977). Os poliacetilenos formam um importante grupo, mas não aparecem
nas tribos Barnadesieae, Liabeae, Plucheeae, Gnaphalieae e Heliantheae (Alvarenga et al.,
2001).
As substâncias aromáticas mais abundantes são p-hidróxiacetofenonas preniladas. São
acumuladas especialmente nas tribos Eupatorieae, Heliantheae, Astereae, Gnaphalieae,
Calenduleae e Senecioneae, mas não são comuns em Inuleae e são raras em outras tribos
(Bohlmann, 1990; Bohlmann e Zdero, 1990).
Em muitas famílias vegetais, os aminoácidos são os precursores de todos os tipos de
alcalóides, além dos derivados de fenilpropanóides. Em Asteraceae, mais especificamente na
tribo Senecioneae, apenas a ornitina leva à biossíntese de alcalóides pirrolizidínicos, a única
classe encontrada na família, a qual também ocorre na tribo Eupatorieae (Anke et al., 2004).
A fenilalanina é precursora dos fenilpropanóides, que originam, por exemplo, as cumarinas e
os flavonóides, dentre várias outras classes. As cumarinas estão concentradas em algumas
tribos, como Eupatorieae, Astereae, Anthemideae, Lactuceae (Bohlmann, 1990; Bohlmann e
Zdero, 1990).
Dentre os diterpenóides, os do tipo caurano estão presentes em Heliantheae e são
menos comuns em Eupatorieae, Asteraceae e Inuleae. O tipo pimarano é mais freqüente em
Calenduleae, Heliantheae e Eupatorieae. Os labdanos caracterizam Eupatorieae e Astereae,
mas também estão presentes em Heliantheae e Inuleae. Os clerodanos são mais comuns em
Astereae e Eupatorieae (Bohlmann, 1990; Bohlmann e Zdero, 1990).
Entre os sesquiterpenóides, as LSTs são apresentadas com mais detalhes a seguir.
1.2. Lactonas sesquiterpênicas (LSTs)
As LSTs foram isoladas das famílias Asteraceae, Apiaceae, Burseraceae,
Magnoliaceae, Lauraceae e Hepaticae (Spring, 1989). Esta classe de micromoléculas é
considerada marcador químico da família Asteraceae, de onde a grande maioria de
substâncias com enorme variedade estrutural foi isolada (Seaman, 1982). A tabela A1
apresenta a distribuição das LSTs na família Asteraceae.
C. Introdução e objetivos 7
Tabela A1. Classificação das tribos de Asteraceae e distribuição de esqueletos de LSTs. Tribo Subfamília Gêneros Espécies LSTs Tipos de Esqueletos de LSTs
Barnadesieae Barnadesioideae 9 92 0 0 Mutiseae Cichorioideae 76 318 83 Ger Eud Gua Ele Cardueae Cichorioideae 83 2513 216 Ger Eud Gua Ele
Lactuceae Cichorioideae 98 2486 107 Ger Eud Gua Vernonieae Cichorioideae 98 1346 495 Ger Gua Ele Cad
Liabeae Cichorioideae 14 159 55 Ger Eud Gua Arctoteae Cichorioideae 16 139 24 Ger Eud Gua
Inuleae Asteroideae 38 480 392 Ger Eud Gua PGua Xan SPGua SEud Plucheeae Asteroideae 28 220 8 Eud
Gnaphalieae Asteroideae 181 1728 24 Ger Eud Gua Calenduleae Asteroideae 8 113 0 0
Astereae Asteroideae 174 2846 12 Eud Gua Ere Anthemideae Asteroideae 109 1737 818 Ger Eud Gua Ele PGua SPGua Cad Qin Chr Senecioneae Asteroideae 120 3247 96 Xan Bak Ere SEre FEre SFEre Pgua
Helenieae Asteroideae 110 835 374 Ger Eud Gua PGua SPGua NoPsi NHle NeHle Xan Heliantheae Asteroideae 189 2449 1297 Ger Eud Gua Ele Xan PGua Ere SEud SPGua Eupatorieae Asteroideae 170 2396 460 Ger Eud Gua Ele SGer PGua Tri Dis Xan SPGua
Total 3 1535 23104 4461
Ger: germacranolido; Eud: eudesmanolido; Gua: guaianolido; PGua: pseudoguaianolido; SPGua: secopseudoguaianolido; Xan: xantanolido; Ere: eremofilanolido; Ele: elemanolido; NeHle: neohelenanolido; Bak: bakkenolido; SEud: secoeudesmanolido; SEre: secoeremofilanolido; SGer: secogermacranolido; FEre: furanoeremofilanolido; NoHle: norhelenanolido; Cad: cadinanolido; SFEre: secofuranoeremofilanolido; NoPsi: norpsilotropin; Tri: trixikingolido; Chr: chrymoranolido; Dis: disyhamifolido; FEud: furanoeudesmanolido; RFEre: furanoeremofilanolido rearranjado; Bou: bourbonolido; Qin: qinghaosu.
As LSTs são produzidas a partir dos precursores pirofosfato de isopentenila (IPP) e
seu isômero pirofosfato de dimetilalila (DMAPP). Estas unidades de isopreno são produzidas
por meio de duas vias biossintéticas. A via do ácido mevalônico (MVA), que envolve
unidades de acetil coenzima A (acetil-CoA), e a via da triose/piruvato, que envolve piruvato e
gliceraldeído-3-fosfato, como mostra a figura A1 (Adam et al., 1998).
Na via do mevalonato, duas unidades de acetil-CoA sofrem condensação do tipo
Claisen, cujo produto sofre condensação aldólica com mais uma unidade de acetil-CoA,
formando o hidróximetilglutaril coenzima A (HMG-CoA). Este é então reduzido para formar
o MVA. O pirofosfato de MVA sofre descarboxilação originando o IPP, que pode isomerizar-
se a DMAPP (Adam et al., 1998).
Na via da triose/piruvato ocorre a condensação entre piruvato e gliceraldeído-3-
fosfato, seguido por redução e outras reações posteriores até a formação de IPP (Adam et al.,
1998).
C. Introdução e objetivos 8
O
O
HO
O
OP
OH
O
HO
OHOHHO
HO
IPPOPP
OPO
OH
OH
-CO2
NADPH
OH
OPP-Citidina
OH
HO
OH
OPP-Citidina
OH
PO
-CO2, -H2O
H
Acetil-CoA
Acetil-CoA
NADP
ATP
SCoA
O
OPP
OHO
O
H
SCoA
OOH
O
HO
SCoA
OO
OH
OHO
HO
OPPIPP
MVA
MVA-PP
acetil-CoA
acetoacetil-CoA
HMG-CoA
*
* *
*
*
*
* *
*
* *
*
*
*
*
*
*
*
*
1-desóxi-xilulose-5-P
piruvatogliceraldeído-3-P
*
*
[1-13C]-glicose
+
*
*
*
4-(citidina-5'-difosfato)-2-C-metil-eritritol
*
*
2-fosfo-4-(citidina-5'-difosfato)-2-C-metil-eritritol
Figura A1. Biossíntese de pirofosfato de isopentenila (IPP) por meio das vias do ácido mevalônico (MVA)
e da triose/piruvato. A glicose inicial foi marcada com 13C, assinalado por * (Adam et al., 1998). HMG-CoA: hidróximetilglutaril coenzima A; Acetil-CoA: acetil coenzima A; NADPH: fosfato de dinucleotídeo
nicotinamida adenina reduzido; ATP: trifosfato de adenosina.
C. Introdução e objetivos 9
A figura A2 mostra que a condensação tipo “cabeça-cauda” de duas unidades de
isopreno (IPP e DMAPP), desencadeada por um ataque nucleofílico do par de elétrons do IPP
ao −CH2OPP do DMAPP, formando o pirofosfato de geranila (GPP). A posterior adição de
mais uma unidade de IPP ao GPP forma o pirofosfato de farnesila (FPP), que após ciclização
via ataque nucleofílico intramolecular origina o germacreno A (ciclodecadieno), o precursor
de todas as LSTs (Bouwmeester et al., 2002; DeKraker et al., 1998; DeKraker et al., 2002).
Figura A2. Biossíntese do (+) − germacreno A por meio de condensação de unidades de isopreno. IPP: pirofosfato de isopentenila; DMAPP: pirofosfato de dimetilalila.
DMAPP
IPP
H
HR
OPP
H
PPO
OPP
HS
HR
IPP
OPP
HS
-OPP
Mg2+
OPP
DMAPP
OPP
+ IPP-OPPδ+
δ−
geranil-PP (GPP)
(E-E)-farnesil-PP (FPP) (+)-germacreno A
(+)-germacreno Asintase
GPP sintase FPP sintase
C. Introdução e objetivos 10
Uma oxidação regioespecífica e a incorporação de um grupo hidroxila direcionam a
lactonização. A lactonização pode ocorrer em C6 ou C8 e formar as cis- ou trans-lactonas. A
ligação entre C7 e C11 é sempre orientada β. Por isso, se a lactonização ocorrer em α no C6
ou no C8, a γ-lactona formada é denominada trans. A figura A3 mostra a formação do anel
trans-lactônico nos carbonos C6 e C8.
Figura A3. Lactonização para formação de 6α,12 e 8α,12-germacrolidos. De acordo com os passos biossintéticos, que implicam em estágios evolutivos ou
biogenéticos, as LSTs foram classificadas quanto à especialização de esqueleto. Os
[O]
1211
13
OOH
6
1211
13
OCoASOH
[O]
1211
138
OCoAS
OH
-H2O -H2O
O
O
O
[O]
O
6α,12-germacrolido 8α,12-germacrolido
(+)-germacreno A (+)-germacreno A - ácido carboxílico
6
8
C. Introdução e objetivos 11
precursores são considerados menos especializados do que seus derivados, os quais por sua
vez necessitam de mais passos reacionais para serem formados, ou seja, são biogeneticamente
mais complexos (Emerenciano et al., 1986; Seaman, 1982) como mostra a figura A4.
O
O
O
O
O
O
O
O
OPP
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
germacrolido
heliangolido
melampolido
germacradienolido
(E-E)-farnesyl-PP
elemanolido
eudesmanolido
guaianolido
dysihamifolido
secogermacranolido
trichosalviolido
germacreno A
I II
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
III IV
secoeudesmanolido
eremofilanolido
chrymoranolido
pseudoguaianolido
bourbonolido
xantanolido
norpsilotropin
secopseudoguaianolido
secopseudoguaianolido
neohelenanolido
norhelenanolido
Figura A4. Níveis de especialização de esqueletos de LST, I é menos especializado que IV (Seaman, 1982).
C. Introdução e objetivos 12
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
OHOH
O
O
OHO
O
O
OHO
O
[O]
[O]
+H2O
-H2O
furanoeliangolido
heliangolido
[O]
3
10
3
10
310
3
10
3
10
3
10
O germacrolido apresenta duas insaturações nas ligações 1(10) e 4(5), sendo
denominado 1(10),4-ciclodecadieno. Os isômeros referentes a estas duas insaturações é que
estabelecem os tipos de LST da classe dos germacranolidos. Assim, os quatro isômeros
trans,trans, cis,trans, trans,cis e cis,cis são denominados respectivamente germacrolido,
melampolido, heliangolido e o cis,cis-germacradienolido (Fig. A5).
Figura A5. Isômeros de germacranolido.
Na seqüência serão apresentados os tipos de LSTs representados neste trabalho.
O heliangolido, quando possui uma ligação éter entre C3 e C10 e um grupo cetona em
C1, passa a possuir um anel do tipo furano, sendo também chamado de furanoeliangolido
(Fig. A6).
Figura A6. Formação do furanoeliangolido a partir do heliangolido.
O
O
O
O
O
O
O
O
110
45
110
45
110
4 5
1 10
4 5
germacrolido (trans,trans) melampolido (cis,trans) heliangolido (trans,cis) germacradienolido (cis,cis)
C. Introdução e objetivos 13
O
O
O
O
O
R
O
H
X
O
O
O
O
OOH
R
eremantolidoO
O
O
O
furanoeliangolido
[O]
C8-esterificação
O
Ogermacrolido
Rearranjo de Cope
O
Oelemanolido
H
A partir do furanoeliangolido é formado o eremantolido (Fig. A7), originalmente
isolado de espécies de Eremanthus, tribo Vernonieae. Os eremantolidos caracterizam
especialmente a subtribo Lychnophorinae (Vichnewski et al., 1999). Uma vez que um de seus
representantes é objeto de estudo deste trabalho, na figura A7 é apresentada a proposta de
biossíntese para eremantolidos.
Figura A7. Formação do eremantolido a partir do furanoeliangolido.
Uma das substâncias estudadas é uma LST do tipo elemanolido. Os elemanolidos são
formados por rearranjo de Cope a partir de um germacrolido, como é proposto na figura A8.
Figura A8. Formação do elemanolido a partir do 6α,12-germacrolido.
C. Introdução e objetivos 14
Um aspecto importante na biogênese de LSTs é a ciclização de germacrolidos ou de
germacreno A para produzir esqueletos um pouco mais complexos. Os representantes mais
comuns são os guaianolidos e os eudesmanolidos, que ainda dão origem a vários outros tipos
de LSTs. Seguindo ainda o padrão de anéis de cinco e sete membros dos guaianolidos,
aparecem os pseudoguaianolidos, sendo os ambrosanolidos e os helenanolidos os mais
comuns. A figura A9 apresenta a biogênese dos helenanolidos, uma vez que um de seus
representantes mais conhecidos, a helenalina, é objeto de estudo deste trabalho. A proposta
para a biossíntese dos helenanolidos sugere que o processo inicia-se a partir de germacrolido
cis-lactonizado na posição 8. Há inicialmente a formação de guaianolido e após a epoxidação
no C4-C5 e posterior migração de uma metila de C4 para C5, forma-se o helenanolido.
Figura A9. Formação do helenanolido a partir da cis-lactona 8β,12-germacrolido.
As LSTs oxigenadas em C8 possuem, nesta posição, uma estereoquímica que
caracteriza algumas das tribos de Asteraceae. Vale lembrar que esta posição muitas vezes
encontra-se esterificada com ácidos de baixo peso molecular, como por exemplo, o angélico,
tíglico e metacrílico. Por exemplo, a grande maioria dos ésteres em C8 de LSTs das tribos
Heliantheae e Eupatorieae estão orientados na posição β, ao passo que os das tribos Cardueae
e Vernonieae estão orientados em α (Bohlmann, 1990; Bohlmann e Zdero, 1990).
6β,12-germacrolido H
[O]
O
HOH
1
5
O
O
O
O
O
O
H
O
OO
H
helenanolido(pseudoguaianolido)
trans-guaianolido
C. Introdução e objetivos 15
O
OS
H
R O
OH
S R
As LSTs possuem diversas atividades biológicas, como antimicrobiana, antitumoral,
antiinflamatória, atuam no sistema nervoso central, no sistema cardiovascular e são
alergênicas, dentre outras atividades (Picman, 1986; Rodriguez et al., 1976; Schmidt, 1999).
Formam a classe de metabólitos responsáveis pelas ações, por exemplo, da Arnica montana
(arnica), utilizada como antiinflamatório tópico no mundo todo. A atividade antiinflamatória
dá-se por modulação do processo de fosforilação oxidativa, agregação plaquetária e liberação
de histamina e serotonina, além da inibição do mediador central da inflamação, o NF-κB.
Todas essas atividades são atribuídas à presença de um grupamento carbonílico α,β-
insaturado. Esta sub-estrutura, ou farmacóforo, ocorre em γ-lactonas com grupo metilênico
exocíclico em α à carbonila, e também em sub-estruturas análogas presentes em alguns ésteres
conjugados presentes no C8, como o tiglato, angelato ou metacrilato. Esse tipo de sub-
estrutura presente no anel lactônico reage com grupos nucleofílicos, principalmente resíduos
de sulfidrila de cisteína no DNA, através da adição tipo Michael conforme figura abaixo
(Rüngeler et al., 1999).
Figura A10. Mecanismo da adição tipo Michael envolvendo a reação de um grupamento sulfidrila de um aminoácido em γ-lactonas com metileno exocíclico em α à carbonila.
C. Introdução e objetivos 16
1.3. Tricomas glandulares
Existem cerca de 300 tipos de tricomas no reino vegetal, porém em Asteraceae
existem, entre muitos outros, tricomas capitados, que formam um globo na ponta das células
apicais. Estes tricomas ditos glandulares são produtores e armazenadores de substâncias,
principalmente as LSTs. Os tricomas glandulares são formados em estágios iniciais do
desenvolvimento da folha, mas a biossíntese de LSTs só é iniciada após a irradiação de luz e,
uma vez formadas, a densidade de glândulas diminui com o início da expansão foliar (Spring,
1989; Spring, 1991). Estas estruturas não apenas acumulam e estocam substâncias, mas as
posicionam aparentemente como a primeira linha de defesa contra predadores na superfície da
planta. Normalmente as glândulas são facilmente rompidas ao toque, liberando seu conteúdo,
mas quando as folhas estão secas elas podem ser removidas inteiras, pois apenas a base do
tricoma se rompe. As glândulas podem ser amarelas ou brancas, embora todas transparentes (Fig.
A11). Aproximadamente 90 % dos táxons da subtribo Helianthinae, a maior da tribo Heliantheae,
possuem estas estruturas nos apêndices das anteras e 30 a 40 % não as possuem nas folhas e
estames. Dependendo da planta, possuem diâmetro de aproximadamente 20 a 80 µm (Spring,
1991).
apêndices da antera de flor superfície inferior de folha
Figura A11. Fotografias de tricomas glandulares nos apêndices das anteras de uma flor e na superfície inferior de uma folha. As duas primeiras fotografias foram feitas através de microscopia de varredura por O. Spring e a terceira pelo método convencional através de estereomicroscópio por K. Schorr. Os órgãos foram retirados
de espécies de Viguiera (Helianthinae, Heliantheae, Asteraceae).
C. Introdução e objetivos 17
Os constituintes químicos de glândulas de plantas coletadas e devidamente
armazenadas há 30 ou 40 anos atrás não apresentam sinais de degradação, o que se explica
por meio da hipótese da ação de antioxidantes, como por exemplo, dos flavonóides, também
presentes nas glândulas. Qualitativamente o conteúdo glandular é o mesmo para glândulas de
diferentes partes do vegetal, como folhas, caules e flores (Spring, 1991).
Por meio de uma técnica denominada “microamostragem de tricomas glandulares”
(Spring, 1989; Spring, 1991) é possível realizar análise rápida do conteúdo glandular sem
necessidade de isolamento dos metabólitos. A técnica consiste em coletar as glândulas
manualmente sob estereomicroscópico com auxílio de agulha ou pinça. Os tricomas secos
aderem facilmente à ponta da agulha permitindo seu carregamento até o solvente para
dissolução, como por exemplo, metanol ou acetonitrila. Em contato com o solvente a cutícula
glandular se rompe e o seu conteúdo extravasa. Esta solução pode então ser rapidamente
analisada por meio de CLAE, por exemplo. Os parâmetros cromatográficos obtidos para cada
pico do cromatograma, como tempos de retenção relativos a um padrão em diferentes
sistemas de fases móveis, absorção na região do UV e relação entre as intensidades de
absorção em dois comprimentos de onda, podem ser comparados a substâncias previamente
conhecidas para identificação imediata do pico (Da Costa et al., 2001).
A vantagem da localização de LSTs nos tricomas glandulares é que proporciona a
otimização dos estudos quimiotaxonômicos reduzindo custos, tempo de análise e consumo de
material (Spring, 1991; Spring e Buschmann, 1994). Esta técnica pode ser empregada em
escala preparativa, porém com algumas adaptações. Como a etapa de isolamento requer uma
quantidade maior de amostra, opta-se pela lavagem rápida da superfície do material vegetal
com solvente de polaridade intermediária, como por exemplo, o diclorometano, no intuito de
solubilizar um número grande de tricomas glandulares e evitar extração de outros materiais.
Outras formas de variação da técnica incluem análise por meio de CCDC, obtenção de
cromatogramas em outros comprimentos de onda na região do UV, uso de gradientes de fases
móveis e reações específicas, como a adição do tipo Michael com L-cisteína.
A microamostragem de tricomas glandulares permite a caracterização indireta das
LSTs, proporcionando determinação uniforme, rápida e eficiente de seu perfil químico. Por
esse motivo propõe-se aqui um modelo de método de controle de qualidade de plantas
baseado na análise de tricomas glandulares, o que reduz tempo e facilita o processo,
principalmente no que concerne ao preparo de amostra.
C. Introdução e objetivos 18
2. OBJETIVOS
Os objetivos deste trabalho resumem-se em:
1. isolamento e identificação estrutural de metabólitos secundários presentes em
tricomas glandulares, especialmente LSTs, de Smallanthus sonchifolius
(Asteraceae);
2. desenvolvimento de um método baseado no emprego dos tricomas glandulares
e validação das análises cromatográficas em CLAE, com vistas ao controle de
qualidade das folhas do material vegetal íntegro;
3. otimização de um método para a avaliação de mecanismos de ação relativos à
atividade antiinflamatória no que concerne à secreção de elastase por
neutrófilos;
4. aplicação de métodos adicionais para a avaliação de atividades biológicas de
LSTs isoladas de plantas da família Asteraceae, como S. sonchifolius, de dois
produtos fitoterápicos, como o gel de Arnica montana (Asteraceae) e o extrato
seco de Harpagophytum procumbens (Pedaliaceae), e de alcalóides isolados de
Isatis tinctoria (Brassicaceae).
C. Introdução e objetivos 19
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