brilho do sol

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Ano 13 - N.º 37 Julho de 2012 APACI 2. Editorial 3. CEE • Verde sobre verde • Intercâmbio UAEM 4.CFP Passeio Anual CFP • Jogo de Futebol .... • Equipa de Futsal CFP • Espetáculo Solidário • Visita do Gil Vicente 8. CAO • Dia do Pai no CAO •Visita à Festa das Cruzes •Visita à Cerci em Guimarães • S.João no CAO • Dia do Livro • Dia da Mãe • CAO na RTP • A Volta ao Mundo no CAO 13. SAD • Direitos dos Idosos 14. SIP Como Crescer - Parte I 16. • Os papéis dos Pais... • Três anos que passaram... 18. LAR • Mini Férias dos Clientes 19. • Projeto Tampinhas 20. CEE • Cruzeiro Projeto Tampinhas CFP- Espetacúlos Solidários CFP -Passeio Anual CEE - Intercâmbio UAEM da Várzea LER - Mini Férias dos Clientes do Lar Residencial CAO -Dia do Pai

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Jornal da APACI

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Page 1: Brilho do Sol

Ano 13 - N.º 37 Julho de 2012APACI

2. • Editorial

3. CEE • Verde sobre verde

• Intercâmbio UAEM

4.CFP • Passeio Anual CFP

• Jogo de Futebol ....

• Equipa de Futsal CFP

• Espetáculo Solidário

• Visita do Gil Vicente

8. CAO • Dia do Pai no CAO

•Visita à Festa das Cruzes

•Visita à Cerci em Guimarães

• S.João no CAO

• Dia do Livro

• Dia da Mãe

• CAO na RTP

• A Volta ao Mundo no CAO

13. SAD • Direitos dos Idosos

14. SIP • Como Crescer - Parte I

16. • Os papéis dos Pais...

• Três anos que passaram...

18. LAR • Mini Férias dos Clientes

19. • Projeto Tampinhas

20. CEE • Cruzeiro

Projeto Tampinhas CFP- Espetacúlos Solidários

CFP -Passeio Anual

CEE - Intercâmbio UAEM da Várzea

LER - Mini Férias dos Clientes do Lar Residencial

CAO -Dia do Pai

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EU ACREDITO!Ainda que a noite persista e tolde o meu olharEu acredito na força da luz na gota de orvalho, a cintilar.Ainda que a terra se abra sedenta de vidaEu acredito na nascente crescendo destemida, ávida de mar.Ainda que o trigo no chão pareça sumirEu acredito na mão que lança a semente, promessa de vida a surgir.Ainda que os gritos me impeçam de escutarO riso, o silêncio, o vento a sussurrarEu acredito na melodia, no silêncio escondidaNa poesia em nós adormecida, que nos fará acordarE cantar harmonias novas em horizontes renovados,Novos hinos, outros fados,Que cantem apenas o amor, a alegria de viver e partilhar.Ainda que os punhos se cerrem e os braços pareçam caídosEu acredito nas mãos que se estendem,Dos que não se dão por vencidosE dão vida e cor às vidas dos mais frágeis e esquecidos.Eu acredito nos pés que se desprendem do chão e saem de siEu acredito em mim, em ti,Que podemos fazer a diferençaE banir a solidão.Eu acredito que podemos ser chão seguroe mudar a existênciade quem não vê o futuro, imerso na escuridão.Eu acredito na gota de água, na semente,No sorriso, no abraço, no gesto de bondade.Eu acredito na gente, luz no escuro da genteQue no silêncio pede um lar, mais dignidade.Eu acredito que tudo é possível se fizermos estrada,Lado a lado, rumo à igualdade.Eu acredito em mim e em ti,Que podemos ser moradada força da humanidade

(Olinda Ribeiro)

Também acreditas na força da Humanidade? Junta-te a nós de mãos dadas! Vamos transformara vida de muitos jovens com deficiência ajudando a construir o Lar Residencial e Centro de ActividadesOcupacionais em Tamel S. Veríssimo. Deixa o teu donativo através do NIB: 0036 0096 9910004991373do Montepio Geral.

O teu donativo fará a diferença! "Não penses apenas que podes, Acredita que podes mesmo"!

EDITORIAL

Maria Eduarda Rego

Page 3: Brilho do Sol

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CENTRO DE ENSINO ESPECIAL

INTERCÂMBIO UAEM DA VÁRZEA

No dia 17 de Maio os alunos do Centro de Ensino Especial,no âmbito do projeto “Sentidos em Ação”, realizaram uma visitaà Fundação Serralves e participaram numa oficina intitulada“Verde sobre Verde”. Esta visita pretendia fomentar nos alunos o respeito pelanatureza, valorizando a experimentação através de atitudesde descoberta e estimular a criatividade, para além deproporcionar momentos de convívio interpessoal. Com a participação na oficina todos os alunos puderam apartir da pintura, impressão e colagem, criar diferentestonalidades e texturas, explorando a incidência da cor verdena natureza. Visitaram os jardins e a área exterior de um lugar comcaracterísticas singulares, vocacionado para experiências eaprendizagens múltiplas. Puderam ainda saborear o almoçona quinta pedagógica num ambiente de frescura, na qualobservaram a horta e alguns animais, identificando algunselementos da natureza conhecidos e elaborando questõessobre o que lhes era desconhecido. Com agrado todos puderam explorar e usufruir da frescurado verde envolvente que a Fundação Serralves proporciona,ficando a vontade de lá voltar.

Verde sobre verde

No âmbito do projeto “Sentidos em Ação”,que tem vindo a ser desenvolvido no Centro deEnsino Especial, foi realizado um intercâmbiocom a Unidade de Apoio Especializado paraalunos com Multideficiência na EB1da Várzeano passado dia 14 de Junho, tendo participadotodos os alunos do nosso centro. Para além da estimulação sensorial previstano referido projeto, idealizaram-se algunsintercâmbios com Escolas / Unidades e diferentessaídas ao exterior. Com estes intercâmbiospretendeu-se promover a socialização/interação,participar em atividades de carácter afetivo ecomunicativo com pares e adultos, explorardiferentes ambientes do seu quotidiano eestimular os sentidos de uma forma mais ativa. Fomos recebidos com muita alegria e

d ispon ib i l i dadepelos alunos eadultos da Unidade.Mostraram-nos asi n s t a l a ç õ e s eapresentaram-nosos a lunos quefrequentam a referida Unidade. Na sala deatividades realizamos um jogo em conjunto e deseguida ofereceram-nos um lanche. No final,pudemos explorar o espaço da sala e da escolaem geral, explorar materiais aí existentes econviver com os alunos da Unidade e com osrestantes alunos da EB1 no intervalo. Foi uma manhã diferente e divertida, ficandoem aberto outra marcação de intercâmbio parao início do próximo ano letivo.

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CENTRO DE ATIVIDADES OCUPACIONAIS

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Visita à Festa das Cruzes

A visita à nossa famosa festa das cruzes, já habitual pela sua importância para os clientes foi,

mais uma vez, realizada na manhã do dia 30 de Abril. Os clientes puderam apreciar os arcos das

diferentes freguesias, disfrutar de uma viagem no tradicional carrocel, assim como usufruir da beleza

dos tapetes de flores, sempre presentes, por esta altura, no templo do “Senhor da Cruz”. Tiveram

também, a oportunidade de visitar uma exposição de fotografia sobre o Gil Vicente Futebol Clube,

patente num espaço público do concelho, para este efeito.

Os pais têm muita importância na vida de

todos nós e, como não podia deixar de ser,

mais uma vez se comemorou o Dia do PAI,

a 20 de Março. Realizou-se um almoço

convívio entre os pais e clientes. Foi um dia

muito ansiado por estes, uma vez que os pais

puderam visitar, mais uma vez, um local de

especial importância para os seus filhos, onde

puderam conviver com os funcionários,

colegas, visitar as instalações e ver trabalhos

realizados por estes. Após o almoço, foram

tiradas as tradicionais fotografias entre pais

e filhos, para registar o momento para a

posterioridade. A adesão dos pais foi

significativa e cada cliente ofereceu uma

pequena lembrança ao seu pai: uma caneca

decorativa com biscoitos e chás. Posterior-

mente ao dia, realizou-se um cartaz com as

fotografias deste momento e afixou-se no

polivalente do CAO, para que os clientes

possam orgulhosamente mostrar os seus pais

queridos aos colegas.

Dia do Pai no CAO

Page 9: Brilho do Sol

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CENTRO DE ATIVIDADES OCUPACIONAIS

Visita à CERCI GUI em Guimarães

Grupo de Teatro da APACI – A Menina do Mar

“A saudade é a tristeza que fica em nós

quando as coisas de que gostamos se vão

embora”. Esta é a frase que simboliza a

nova produção do Grupo de Teatro da

APACI. Baseada no livro de Sophia de Mello

Breyner, “A Menina do Mar” fala da história

de amizade entre um rapaz da terra e uma

menina do mar. Os fortes laços que os unem

levam-nos a transpor todos os obstáculos

para ficarem juntos numa aventura cheia

de cor e fantasia levada agora à cena pelo

grupo de teatro da APACI em mais uma

produção protocolar que fará as delícias de

milhares de crianças das escolas do 1º ciclo

do nosso concelho. Segundo o encenador

Duarte Monteiro “esta produção demonstra

mais uma vez as enormes capacidades

deste grupo e a positiva influência que exerce sobre a comunidade realçando, não só a qualidade artística

das suas produções, mas também a missão da própria instituição”. Esta peça ficará em cena no auditório

da Biblioteca Municipal de Barcelos ao abrigo de um protocolo camarário e fará certamente as delícias

de todos os que por lá passarem.

No âmbito da semana aberta da CERCI GUI,

um grupo de clientes do CAO visitou a instituição,

em Guimarães, no dia 18 de Maio. O grupo foi

muito bem recebido pela coordenadora e pela

valência do CAO. Tiveram a oportunidade de

visitar as instalações, de assistir a algumas

atividades a decorrer, assim como de apreciar

alguns trabalhos executados pelos clientes.

Destaca-se a demonstração de Judo realizada

por um grupo da CERCI GUI. Claro que um

convite foi efectuado pela APACI, para que visitem

o nosso CAO. Após a visita, o grupo teve

oportunidade de realizar um almoço/ piquenique,

disfrutando da natureza, num parque de

Guimarães.

Page 10: Brilho do Sol

CENTRO DE ATIVIDADES OCUPACIONAIS

O dia do Livro foi comemorado

no CAO, como já é tradição.

Tivemos o privilégio de ter a

presença da jovem escritora

barcelense, Cristina Barbosa,

também colaboradora do jornal

Barcelos Popular, na manhã do

dia 2 de Maio. Apesar de muitos

dos nossos clientes não conse-

guirem ler, todos reconhecem a

importância e o simbolismo deste

objeto e da comemoração deste

dia. A jovem escritora conseguiu

enaltecer esses mesmos valores

e dinamizou uma atividade onde

os clientes puderam expressar,

através de desenhos ou de

escrita, o significado do livro. A

atividade teve o título de “O LIVRO É...”. Alguns clientes leram alguns poemas e textos escritos pela

escritora e no final da atividade, todos os trabalhos elaborados foram afixados num painel em

exposição. O nosso cliente Simão Lopes também mostrou, orgulhoso, à escritora, o seu livro infantil

editado no ano anterior.

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O S. João chegou ao CAO, ou melhor, a festa de S. João, comemorada na tarde do dia 22, com decoração

alusiva ao tema, muita música, bailarico e até marchas populares. A decoração da festa foi integralmente

realizada pelos clientes, executando uma corda de arraial, com materiais reciclados como palhinhas de

sumo e pedaços de garrafas de plástico. No final, os clientes puderam disfrutar de um lanche reforçado,

depois de muita dança e bailarico.

S. João no CAO

Dia do livro

Page 11: Brilho do Sol

Dia da mãe

CENTRO DE ATIVIDADES OCUPACIONAIS

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E como não podia deixar de ser, também o dia da Mãe, foi comemorado no CAO, no dia 8 Maio,

através de um almoço convívio com mães e clientes. A tradicional oferta dada por cada filho, foi

realizada após a habitual fotografia com mãe e filho. Como lembrança foi oferecido um sabonete de

cheiro com decoração em decoupage. Foi

realizado um painel alusivo à data, onde as

mães puderam expressar os seus senti-

mentos, relativos aos seus filhos, com mensa-

gens, desenhos e poemas. Posteriormente

ao dia, foi realizado um cartaz com as

fotografias deste momento e afixado no

polivalente do CAO, para que os clientes

pudessem orgulhosamente mostrar as suas

mães queridas aos colegas.

Page 12: Brilho do Sol

CENTRO DE ATIVIDADES OCUPACIONAIS

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CAO no programa da RTP Praça da Alegria

A Volta ao Mundo no CAO

O CAO desenvolveu, nos meses de Abril e Maio, uma atividade ligada ao tema dos continentes

e países, denominada “ A volta ao Mundo”. Iniciou a 2 de Abril e terminou a 18 de Maio. Esta atividade

teve como principais objetivos, dar a conhecer as diferentes culturas, os hábitos e costumes,

gastronomia, geografia dos países e as potencialidades dos mesmos.

Salientando algumas das atividades com maior impacto nos clientes, destacamos a realização

de um lanche no polivalente, com chá de Marrocos, num ambiente típico com música marroquina.

Evidenciamos também, a realização de um bolo tradicional turco, onde todos puderam provar uma

iguaria do país. Relativamente à Àfrica do Sul, realizou-se uma atividade com alguns clientes, onde

puderam confecionar biscoitos originários dos primeiros indígenas. Ao longo da atividade, foram

realizados diversos cartazes e documentos relativos a alguns continentes e países. No polivalente

do CAO, foi colocado um mapa permanente, onde os clientes iam colocando os diversos continentes

que iam explorando, assim como a respetiva bandeira. Livros e um globo foram expostos junto do

mapa, para poderem ser consultados por todos. A atividade foi trabalhada também, ao nível das

competências pessoais e sociais, sendo alguns temas mais aprofundados e explorados por alguns

clientes.

JUNTA DE FREGUESIA DE LIJÓ 

LIJÓ - BARCELOS

No âmbito da atividade de Competências

Pessoais e Sociais, um grupo de 15 clientes da

APACI, assistiu ao programa de entretenimento

do canal 1 da RTP, Praça da Alegria, na passada

manhã de 25 de Junho. Este programa foi

gravado nos estúdios da RTP, no Monte da

Virgem, em Vila Nova de Gaia. Todos puderam

perceber o funcionamento de um programa em

estúdio, assim como tirar fotografias com o

simpático apresentador. Foram oferecidos pelo

CAO e pela APACI, ao Jorge Gabriel, 3 livros,

(o do nosso cliente Simão Lopes, As aventuras

da Rita e o Tesouro do Castelo, o das Histórias

de Vida e também o dos Serviços da Instituição),

assim como peças realizadas no CAO, galos em

papel reciclado e telas alusivas ao galo de

Barcelos. A experiência foi assim uma mais-valia

para as vivências a recordar dos clientes e da

instituição.

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No ano internacional do envelhecimento ativo, o Serviçode Apoio Domiciliário relembra os direitos dos idosos.

Direitos dos Idosos - Princípios das NaçõesUnidas para o IdosoResolução 46/91 – Aprovada na Assembleia Geraldas Nações Unidas 16/12/1991

INDEPENDÊNCIA

1. Ter acesso à alimentação, à água, à habitação,ao vestuário, à saúde, a apoio familiar e comunitário.

2. Ter oportunidade de trabalhar ou ter acesso aoutras formas de geração de rendimentos.

3. Poder determinar em que momento se deveafastar do mercado de trabalho.

4. Ter acesso à educação permanente e aprogramas de qualificação e requalificaçãoprofissional.

5. Poder viver em ambientes seguros adaptáveisà sua preferência pessoal, que sejam passíveis demudanças.

6. Poder viver em sua casa pelo tempo que forviável.

PARTICIPAÇÃO

7. Permanecer integrado na sociedade, participarativamente na formulação e implementação depolíticas que afetam diretamente o seu bem-estare transmitir aos mais jovens conhecimentos ehabilidades.

8. Aproveitar as oportunidades para prestar serviçosà comunidade, trabalhando como voluntário, deacordo com seus interesses e capacidades.

9. Poder formar movimentos ou associações deidosos.

ASSISTÊNCIA

10. Beneficiar da assistência e proteção da famíliae da comunidade, de acordo com os seus valoresculturais.

11. Ter acesso à assistência médica para manterou o bem-estar físico, mental e emocional,prevenindo a incidência de doenças.

12. Ter acesso a meios apropriados de atençãoinstitucional que lhe proporcionem proteção,reabilitação, estimulação mental e desenvolvimentosocial, num ambiente humano e seguro.

13. Ter acesso a serviços sociais e jurídicos quelhe assegurem melhores níveis de autonomia,proteção e assistência

14. Desfrutar os direitos e liberdades fundamentais,quando residente em instituições que lheproporcionem os cuidados necessários,respeitando-o na sua dignidade, crença eintimidade. Deve desfrutar ainda do direito de tomardecisões quanto à assistência prestada pelainstituição e à qualidade da sua vida.

AUTO-REALIZAÇÃO

15. Aproveitar as oportunidades para o totaldesenvolvimento das suas potencialidades.

16. Ter acesso aos recursos educacionais, culturais,espirituais e de lazer da sociedade.

DIGNIDADE

17. Poder viver com dignidade e segurança, semser objeto de exploração e maus-tratos físicos e/oumentais.

18. Ser tratado com justiça, independentementeda idade, sexo, raça, etnia, deficiências, condiçõeseconómicas ou outros fatores.

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COMO SE CRESCE: O COMEÇO – Parte I

O começo da vida psíquica saudável de um

bebé que vai nascer parte do pressuposto de ter

sido desejado pelos pais. O mundo interno da

futura criança começa antes da própria conceção:

está assente nas experiências de vida afetiva de

quem o gerou e nas expetativas que ambos

projetam para o futuro filho. Nesse aspeto a vida

de uma criança é muito mais que a simples

conjugação de duas células. Uma criança será

sempre mais do que um conjunto de tecidos ou de

diferentes órgãos. Na versão feliz, uma criança

deve representar o culminar de um projeto

construído pela vivência da sexualidade saudável

de um casal.

Pensar a primeira infância é compreender a

importância que um bebé não existe sozinho, mas

é essencialmente parte de uma relação com quem

o rodeia. Quer isto dizer, que desde o nascimento,

os recém -nascidos vivem experiências subjetivas

muito fortes e experimentam uma gama de afetos

com base numa troca interativa, alternando estados

do seu próprio funcionamento físico e psíquico. É

o corpo que funciona como via preferencial de

comunicação com o que nos rodeia. Totalmente

dependente de quem dele cuida, até para sobreviver

fisicamente, o bebé expressa-se por um agir

corporizado, por exemplo, no choro ou no sorriso

(frequentemente a partir do primeiro mês), dando

mostras de sensações de prazer e ou desprazer,

bem-estar ou desagrado, entre outras. Assim cabe

aos pais estar suficientemente atentos e disponíveis

para receber, transformar e devolver o que o seu

filho lhes transmite. É um trabalho de descoberta

mútua, mas sabemos bem como rapidamente os

pais são capazes de ouvir um choro e compreender

por exemplo que ele é de fome e não de dor. Esta

capacidade de ler os afetos e as necessidades nos

outros é fundamental para toda a evolução futura

e no normal desenvolvimento é sentido como fonte

de agrado mútuo. É a mãe que embala e canta

quando alimenta. Ou é aquela que, mesmo muito

cansada a meio da noite, ou pedindo ao pai,

consegue ter a capacidade necessária para se

levantar e cuidar do seu filho. São assim os pais

que se dão a conhecer e dão a conhecer o mundo,

por isso se diz que são o espelho que, ao refletir

a imagem do bebé, lhe permite criar a imagem de

si própria. Os problemas podem surgir não por

falhas ocasionais mas por padrões de relação

sistematicamente marcados pela ausência ou pela

presença perturbadora.

Os grandes avanços do estudo da interação

entre pais e bebés aconteceram nos últimos 50

anos. Foi desde o trabalho de Spitz, que em 1946

observou a reação de bebés de meses que

subitamente eram separados das suas mães, que

não foi mais possível ignorar o facto de que estes

experimentam o amor e a perda das suas mães,

ou não são demasiado novos para poderem sentir

ou para se poderem lembrar.

Quanto ao termo vinculação, ele foi introduzido

em 1958, por Bowlby, um médico inglês de

psiquiatria da infância, que teve um papel

preponderante na compreensão das ligações

emocionais entre pais e filhos. Pelo termo

vinculação, Bowlby entendia uma capacidade inata

dos recém-nascidos se ligarem aos adultos que

lhe estavam mais próximos, sobretudo os que dele

cuidavam no dia a dia. Hoje, todos os dados de

que dispomos, reforçam a ideia que um bom

desenvolvimento emocional da criança depende

da qualidade do vínculo, ficando reforçada a ideia

de que se a mãe ou os adultos mais próximos não

se ligarem ao bebé, não há vinculação mas

unilateralidade da relação.

A teoria da vinculação é útil para a compreensão

Page 15: Brilho do Sol

do Uganda. De regresso aos Estados Unidos,

desenvolveu uma situação experimental que, por

vezes, ainda hoje é utilizada, mesmo que

empiricamente. Trata-se do teste da situação

estranha, e nele se observam a reação de crianças

a partir do 1 ano quando, colocadas numa sala

com um observador, as mães se ausentam e, no

fim de algum tempo são convidadas a entrar, dando-

se então a possibilidade de um reencontro. A

maioria tenta seguir a mãe quando esta se afasta,

e na impossibilidade de abrir a porta, protestam,

zangam-se, choram, recusam o conforto do

observador. Quando a mãe regressa, as crianças

rapidamente as procuram, solicitam-lhes o colo, e

ao fim de pouco tempo, já tranquilas e seguras,

retomam o que estavam a fazer.

O mais importante é saber que esta capacidade

de vinculação pode ser indicadora da qualidade

de ligações emocionais futuras das crianças, e que

a maioria dos pais que têm filhos seguros, são eles

próprios adultos com padrões de vinculação

igualmente seguros. As crianças com vinculações

seguras estão naturalmente mais aptas a gostar

de ir à escola, aprender, brincar, receber e visitar

amigos, e um dia namorar e a terem a sua família

organizada.

Voltaremos a este assunto em futuras edições.

Até lá, boas leituras!!!!

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Elisabete Martins (Psicóloga)

futura da nossa capacidade de estabelecer relações

com boa qualidade afetiva com quem nos rodeia.

Bowlby começou os seus estudos com crianças

vítimas de múltiplas privações afetivas, e um dos

primeiros casos que retratou, em 1929, foi o de um

rapaz adolescente, filho ilegítimo de uma mãe que

não conhecera, expulso da escola por furtos. Esta

seria uma base para a ligação que fez entre privação

emocional e o desenvolvimento de uma

personalidade aparentemente incapaz de realizar

pontes afetivas adequadas, estáveis e gratificantes.

Foi já mais tarde, em 1952, que o trabalho do casal

Robertson reafirmou a importância destes factos.

Ao realizarem um filme, com respetivas anotações

teóricas, sobre uma criança de 2 anos internada

num hospital, puseram em evidência as reações

de Laura, à presença e, depois, ao afastamento

dos seus pais. Nessa época, os pais não eram

ainda autorizados a estarem com os seus filhos

nas enfermarias de pediatria, e seguiam um horário

que hoje seria semelhante ao de simples visitas.

Laura mostrava-se alegre, participativa, com apetite,

com capacidade de brincar, na presença dos pais.

Mas após a saída destes, ficava triste, tensa, inibida,

colaborando dificilmente com os enfermeiros. A

situação agravava-se com o passar dos dias.

Depois, já nos anos de 1970 e continuando os

trabalhos pioneiros de Bowlby, Mary Ainsworth

estudou o fenómeno da vinculação em crianças

Page 16: Brilho do Sol

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Os papéis dos pais e da família dos jovens comNecessidades Educativas Especiais

- Dificuldade em conseguir alguém que fique coma criança ou de uma colocação educacionaladequada. - As rotinas são complicadas e exigem aos paisfrequentemente uma dedicação contínua diurna enoturna (por exemplo: a alimentação de uma criançacom fenda palatina que pode levar uma hora, emseis momentos diferentes do dia). - Fadiga constante, falta de sono, pouco tempolivre para atividades recreativas ou de lazer comoutros membros da família. - Ciúmes ou sentimentos de rejeição por parte dosirmãos, que podem sentir que a criança com NEEtem toda a atenção e recursos da família. - Problemas conjugais que podem surgir dequestões financeiras, da fadiga, de divergênciasna forma como lidam com as NEE do seu filho, ouainda de sentimentos de rejeição que quer o homemquer a mulher podem vivenciar, por sentirem quea criança está a ter mais atenção do que elespróprios. (p. 161)

Desta forma, as funções económicas, recreativas,domésticas, de saúde, de socialização, de afeto,identificação e educacionais /vocacionais da famíliasão afetadas com o surgimento de um filho comNEE (Turnbull & Turnbull, 1986, citados por Correia& Serrano, 2008). Na tentativa de se encontraralguns fatores que ajudam a reduzir os níveis destress das famílias, estudos citados por Hassal et

Numerosos estudos têm mostrado que os paisdas crianças com deficiência intelectual sãosuspeitáveis de apresentarem níveis mais elevadosde stress parental em comparação com os pais decrianças sem deficiência intelectual (Rodrigue etal., 1990, Dyson, 1993, Dyson, 1997, Roach et al.,1999, citados por Hassal, Rose, & McDonald, 2005). Neste sentido, Allen (1992) descreve váriasfontes de stress que podem ser vivenciadas pelasfamílias das crianças com NEE. - Tratamentos médicos excessivamente caros,dolorosos e que podem implicar risco de vida,cirurgia e hospitalizações que podem ocorrerrepetidas vezes e por períodos extensos. - Agravamento das despesas e complicaçõesfinanceiras, que decorrem da necessidade dealimentação especial ou de equipamentos. - Crises de desânimo ou de preocupação excessivadevido a incidentes recorrentes, tal como dificuldadede respirar ou convulsões graves da criança. - Problema de transporte, para encontrar alguémque tome conta dos outros filhos, e de dispensano emprego para poder acompanhar a criança àsconsultas ou tratamentos.

Page 17: Brilho do Sol

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Três anos que passaram tão rápido…! Na edição de abril de 2010 escrevi um artigo intitulado “De regresso à escola”. Passados trêsanos volto a escrever para dar continuidade a esse artigo pois terminei recentemente os meus estudosno curso EFA-técnico de ação educativa, com dupla certificação, na Escola Secundária Alcaides deFaria. Foram três anos que me enriqueceram muitíssimo, a variados níveis: saberes formais, técnicasda minha área de trabalho, competências interpessoais, entre outras. Portanto, sinto-me hoje maispreparada para enfrentar o presente e assumir uma atitude mais confiante face ao futuro, e orgulhosapor isso. Recomendo a todos os que, pelas vicissitudes da vida, como eu também não terminaram os seusestudos, que regressem à escola, porque nunca é tarde para nos valorizarmos e definirmos umdiferente rumo para nós próprios!

Andreia Gomes (Psicóloga)

Maria José Araújo (Auxiliar Pedagógica)

al. (2005) referem que a felicidade conjugal, o climasocial familiar (Friedrich et al., 1985) e as redessociais têm se assumido como fatores protetores(Frey et al., 1989; Kraus, 1993). Os apoios sociaisformais e informais podem diminuir o nível de stressnos pais (McGoldrick, 1988, citado por Hassal etal., 2005), verificando-se uma correlação positivaentre os apoios sociais e o funcionamento dasfamílias (Brotherson et al., 1988, citado por Hassalet al., (2005). O apoio social assume-se como umaimportante variável no alívio do stress da família,na melhoria das atitudes e responsabilidadeparentais e no aumento da satisfação da vidafamiliar (Bronfenbrenner, 1979, Marc, & MacDonald,1988, citados por Hayden & Goldman, 1996). Hassal et al. (2005) considera que apesar deos estudos mostrarem que os pais das criançascom deficiência intelectual, vivem mais situaçõesde stress é, também, reconhecido que os níveisde stress, que experienciam variam considera-velmente. Neste sentido, vários investigadores têmadotado a perspetiva de que as famílias de criançascom deficiência não devem ser genericamentecaraterizadas por altos níveis de patologia, umavez que grande parte das famílias são capazes deadotar várias estratégias, para se adaptarem comsucesso às exigências das crianças (Hodapp, 1995,Stoneman, 1996, citados por Hassal et al., 2005).Omodelo cognitivo de stress e coping (Lazarus &Folkman, 1984, citados por Hassal et al., 2005)

usado frequentemente na investigação sobre ostress parental e estratégias de coping das famíliascom crianças com deficiência, atribui elevadaimportância à avaliação que os indivíduos fazemdo elemento de stress, de tal modo que esta podeafetar ou não a sua adaptação à situação de stress. O reforço da capacidade que cada membro tempara lidar com o stress torna-se muito importante,uma vez que a forma como a família lida com ostress, influencia a evolução da vida da criança, ofuncionamento global da família e os sentimentosde satisfação e eficácia dos pais (Lipsky, 1985,Seligman, 1985, citados por Zeitlin, Williamson, &Rosenblatt, 1987).

Page 18: Brilho do Sol

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Mini férias dos clientes do Lar Residencial Os clientes do Lar Residencial da APACI gozaram de um período de descanso e lazerna Pousada da Juventude da Foz do Cávado, em Fão, Esposende. Esta atividade ocorreunos passados dias 4,5 e 6 de Junho. Este retiro na Pousada da Juventude permitiu aos clientes usufruírem de um espaçobastante agradável, tanto nas instalações da Pousada como da zona circundante, já quea mesma se encontra nas margens da foz do Cávado, sendo de uma beleza apelativa.

Ainda durante o período de permanência na Pousada foi realizado um piquenique noMonte de S. Lourenço, sendo também um espaço bastante reconfortante. Por momentostivemos a “visita”da chuva, mas não deu para atrapalhar a animação do grupo.

LAR RESIDENCIAL

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Associação de Pais e Amigos das CriançasInadaptadas

A APACI organizou uma campanha, a nível concelhio, de recolha de tampas de plástico. O objetivo

deste projeto consiste em realizar, a nível institucional, um levantamento de tecnologias de apoio que

os clientes possam necessitar. Esta Campanha tem como grandes objetivos:

• Sensibilizar a população para a problemática da deficiência;

• Incutir hábitos de reciclagem, tendo por objetivo a proteção do meio ambiente;

• Desenvolver o espírito da solidariedade;

• Colmatar algumas necessidades dos clientes da Instituição.

A Sara, aluna do CEE, foi a primeira cliente da APACI a beneficiar desta campanha. A Instituição e

a família angariaram tampinhas. Estas foram entregues à empresa Resulima (empresa de reciclagem)e,

em troca, foi possível adquirir uma cama articulada para a aluna.

Encontramo-nos, agora, a juntar tampas de plástico para a aquisição de uma nova cadeira de rodas

para o Daniel (aluno do CEE).

Instituições, escolas, cafés, têm-se demonstrado sensíveis a esta questão e têm colaborado imenso!

Toca a juntar tampinhas! Com isto protegemos o ambiente e ajudamos quem mais precisa!!

Page 20: Brilho do Sol

Associação de Pais e Amigos das Crianças Inadaptadas

No passado dia 30 de Junho de 2012 o Centro

de Ensino Especial realizou um convívio entre os

alunos, as suas famílias e os colaboradores.

Este convívio teve como objetivo proporcionar a

todos experiências únicas e enriquecedoras do seu

quotidiano, promovendo a sua inclusão social e

qualidade de vida.

Realizamos um cruzeiro de três horas no Rio

Douro no Porto onde, enquanto disfrutamos de um

almoço a bordo de um barco Rabelo, foi possível

contemplar a bela paisagem ribeirinha. Para além

disso, tivemos a oportunidade de conhecer a

diversidade ambiental desta região e envolver/educar

os alunos/pais para a importância da conservação

da natureza.

Enquanto contemplamos verdes paisagens pelo

mítico Rio Douro, foram-nos dadas a conhecer as 6

Pontes do Porto e toda a sua história:

· Ponte D. Luis I

· Ponte do Infante

· Ponte de S. João

. Ponte D. Maria Pia

· Ponte do Freixo

· Ponte da Arrábida

Depois de desembarcarmos, antes do regresso

a Barcelos, aproveitamos para respirar o ar puro do

famoso Parque da Cidade.

O Parque da Cidade é o maior parque urbano do

país, com uma superfície de 83 hectares de áreas

verdes naturalizadas que se estendem até ao Oceano

Atlântico, conferindo-lhe este facto, uma particulari-

dade rara a nível mundial.