RIO DE JANEIRO

Ano 3 | edição 140

3 a 6 de dezembro de 2015 distribuição gratuita

Cultura | pág. 11

Cidades | pág. 5

Cidades | pág. 4

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Ameaçado de cassação, Cunha aceita impeachment contra Dilma Rousseff

Festival de Circo no RioEspetáculos gratuitos serão apresentados até domingo (6)

Chacina em Costa BarrosFamiliares dos cinco jovens fuzilados pela PM lutam por justiça

Sábado é dia de sambar

no tremTrem do Samba

organiza shows e garante animação

no trajeto da Central para Oswaldo Cruz

Pablo Vergara/Brasil de FatoSt

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Wilson Dias / Agência Brasil

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), autorizou nesta quarta-feira (2) o pedido de abertura de processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Acusado de quebra de decoro parlamentar, Cunha pode perder mandato em Conselho de Ética da Câmara. Brasil | pág. 3

Marcelo Camargo / Agência Brasil

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Tomaz Silva / Abr

Ceia da indignação

Profissionais da educa-ção de São Gonçalo, o se-gundo maior município do estado, realizarão nes-ta quinta-feira (3), às 16h, a ceia da indignação em frente à Prefeitura. Eles protestam contra a preca-rização do ensino públi-co que vive a cidade, com problemas na merenda escolar, na estrutura físi-ca das escolas e nas con-dições de trabalho para os profissionais.

SINDICALpor Claudia Santiago

Clarice Castro / GERJ

Manoel Marques / Divulgação

Rio inicia campanha sobre HIV e DST

As unidades municipais de saúde do Rio de Janeiro es-tão realizando ações de pre-venção e oferta de testes pa-ra detecção de HIV e sífilis, na quarta edição da “Cam-panha Carioca de Prevenção – Teste, trate, viva melhor”. O objetivo é a conscientiza-ção sobre as doenças sexual-mente transmissíveis.

A campanha consiste em duas etapas: reforço das tes-tagens em todo o município e distribuição de materiais

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) reali-zará entre os dias 7 e 9 des-te mês a VII edição da Fei-ra Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes. A atividade acontecerá no largo da Carioca e venderá alimentos agroecológicos.

A Polícia Militar (PM) do Rio mandou mal mais uma vez. Na noite do últi-mo sábado (28), cinco jo-vens foram fuzilados quan-do saíam de carro do Com-plexo da Pedreira, na zona norte. Os pais dos jovens vão entrar com ação con-tra o estado.

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DESATRE Ativistas ambientais protestaram no Rio para denunciar os acontecimentos em Mariana (MG), onde uma barragem da empresa Samarco rompeu e transformou o Rio Doce num mar de lama, prejudicando ribeirinhos e devastando o meio ambiente.

Quinta-feira, 3 de dezembro, Rio de Janeiro, Brasil

º C | F26Chuva

PREVISÃO DO TEMPO

FRASE DA SEMANA

Disse em entrevista o ator Lázaro Ramos, criticando o momento vivido pelo país e estimulando a população a se envolver mais no processo político brasileiro.

“O que está acontecendo, hoje, é a expressão da velha política que construiu nosso país”

Rogé

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Denúncia na OIT

Em reunião da direção nacional, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) decidiu que irá denunciar à Organização Internacio-nal do Trabalho (OIT) o crime ambiental praticado pela Samarco, pertencen-te à Vale e à BHP Billiton, com o rompimento da bar-ragem em Mariana (MG).

dos do boletim epidemiológi-co do Ministério da Saúde, re-presentam o segmento popu-lacional mais infectado pelo vírus HIV há dez anos. (ABr)

informativos e preservativos em diversos pontos da cidade durante os dias de carnaval. O foco da campanha serão os jovens que, segundo da-

2 | Geral Rio de Janeiro, 3 a 6 de dezembro de 2015

Lula Marques

EXPEDIENTE

Desde 1º de maio de 2013

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora com edições regionais em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. O Brasil de Fato RJ circula todas as segundas e quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

CONSELHO EDITORIAL:Alexania Rossato,Antonio Neiva (in memoriam), Joaquín Piñero, Kleybson Andra-de, Mario Augusto Jakobskind, Nicolle Berti, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam)

EDIÇÃO:Vivian Virissimo (MTb 13.344)

SUB-EDIÇÃO:André Vieira e Fania Rodrigues

REPORTAGEM:Bruno Porpetta e Pedro Rafael Vilela

REVISÃO: Sheila Jacob

COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago

FOTÓGRAFO: Stefano Figalo

ESTAGIÁRIO: Victor Ohana

ADMINISTRAÇÃO: Carla Guindani

DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade

DIAGRAMAÇÃO: Juliana Braga Leonardo Daher

TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares

(21) 4062 7105redacaorj@brasildefato.com.br

O presidente da Câma-ra dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), autorizou nesta quarta-feira (2) o pe-dido de abertura de proces-so de impeachment da presi-denta Dilma Rousseff. A peti-ção, protocolada pelos advo-gados Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaína Pas-choal, é apoiada pelo PSDB.

A decisão de Cunha aconte-ce no mesmo dia em que de-putados do PT anunciaram que votarão contra ele no Con-selho de Ética da Câmara, on-de é acusado de quebra do de-coro parlamentar por omitir contas milionárias na Suíça.

O pedido de impeachment contra Dilma aceito por Cunha tem seus argumentos base-ados em problemas de respon-sabilidade fiscal, nas chama-das “pedaladas fiscais”. Ou se-ja, manobras usadas pelo go-verno para maquiar gastos além dos limites legais no ano de 2014 e de 2015.

PRONUNCIAMENTOEm pronunciamento, a pre-sidenta Dilma Rousseff dis-se que recebeu a notícia com indignação. Ela lembrou que seu mandato é exercido com base em escolha democrática feita pelo povo.

“Não paira contra mim ne-nhuma suspeita de desvio de

Cunha ataca democracia e abre impeachment contra presidenta DilmaEm pronunciamento, a presidenta Dilma Rousseff disse que recebeu a notícia com indignação

Redaçãodo Rio de Janeiro (RJ)

dinheiro público. Não possuo conta no exterior. Nunca coa-gi e nem tentei coagir institui-ções em busca de satisfazer os meus interesses”, afirmou.

A fala da presidenta fez alusão à investigação contra Cunha no Supremo Tribunal Federal e no Ministério Público suíço sobre a

parlamentar no Conselho de Ética. “Eu jamais aceitaria ou concordaria com quaisquer ti-pos de barganha, muito me-nos aquelas que atentam con-tra o livre funcionamento das instituições democráticas do meu País”, afirmou.

FIM DA CHANTAGEMNo Congresso Nacional, a pri-meira reação foi a de que a de-cisão põe fim a um processo de “chantagem” entre Cunha e Dilma. Um dos parlamenta-res mais antigos em exercício e fundador do PMDB, partido de Cunha, o deputado Jarbas Vas-concelos (PE), considerou que a postura do presidente da Câ-mara foi “uma decisão explícita de chantagem”. “Ele é um chan-tagista cínico. Não tem a me-nor condição de comandar um processo como esse”, disse.

Na mesma linha, o líder da Rede no Senado, Randolfe Ro-drigues (REDE-AP), disse que Cunha perdeu a legitimida-de para conduzir a ação. “Um processo contra a presiden-te da República não pode ser conduzido por alguém que é praticamente réu no Supremo Tribunal Federal”, disse.

MOVIMENTOSO líder do MST, João Pedro Stédile, disse que as entidades irão às ruas barrar a tentativa de passar por cima da demo-cracia. “Os movimentos popu-lares irão fazer suas avaliações. Nos próximos dias, nos articu-laremos para programarmos mobilizações e impediremos, nas ruas, qualquer tentativa de ferir nossa nascente demo-cracia. O povo brasileiro ele-geu a presidenta e mais 27 go-vernadores. E todos têm direi-to de concluírem seus man-datos constitucionais”.

Stédile afirmou ainda que Eduardo Cunha “não tem moral” para encaminhar pro-cesso de impeachment. “Se ele tivesse um pingo de digni-dade já teria renunciado pa-ra se defender no STF, onde é acusado, com fartas provas, de corrupção.”

RITOSão necessários os votos de 2/3 dos deputados em Plenário pa-ra autorizar o processo de im-peachment, que então seguirá para o Senado. O processo po-derá seguir até o próximo ano e inclui coleta de provas, interro-gação de testemunhas e vota-ção em plenário.

Cunha deverá ler em plená-rio o pedido de impeachment e sua decisão nesta quinta-feira (3), quando determina-rá a criação de comissão es-pecial para analisar a denún-cia e receber a defesa da pre-sidenta Dilma Rousseff. A co-missão será formada por 66 deputados titulares e igual número de suplentes a serem indicados pelos líderes parti-do. (ABr e Carta Capital)

Cunha deverá ler em plenário o pedido de impeachment nesta quinta-feira (3)

Um processo con-tra a presidente da República não pode ser condu-zido por alguém que é praticamen-te réu no Supremo Tribunal Federal

Randolfe Rodrigues, senador

ocultação de 5 milhões de dóla-res em contas secretas na Suíça.

Dilma relacionou a deci-são de Cunha a uma vingança política pelo fato de o PT ter anunciado, pela manhã, que votaria a favor da cassação do

Brasil | 3Rio de Janeiro, 3 a 6 de dezembro de 2015

André Vieirado Rio de Janeiro (RJ)

O governo do estado tem um projeto político que não privilegia a educação

Gabriel de Castro, estudante

As universidades estaduais do Rio de Janeiro irão come-çar 2016 com cortes de ver-bas. Enquanto isso, os pro-blemas de 2015 não estão re-solvidos. Desde a noite de se-gunda-feira (30), estudan-tes da Universidade Estadu-al do Rio de Janeiro (UERJ) ocupam o Campus Mara-canã para denunciar os atra-sos nos salários dos funcio-nários terceirizados e no pa-gamento de bolsas de estu-dantes cotistas e bolsistas. Enquanto isso, o governador Luiz Fernando Pezão (PM-DB) pretende destinar 39 mi-lhões de reais a mais em sub-sídios para a Supervia. Cortes para uns, ajuda para outros.

Estudante de ciências so-ciais e integrante do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Gabriel de Castro, de 21 anos, destaca que a ocupação foi convocada para pressionar o governo do estado a pagar os vencimentos em atraso. “O go-verno do estado tem um pro-jeto político que não privile-gia a educação, tanto que irá cortar verbas no próximo ano. Exigimos que paguem os sa-lários e bolsas atrasadas, mas queremos também que pa-rem com os cortes”, criticou o jovem, acrescentando que cerca de sete mil estudantes estão com as bolsas, de R$ 400, atrasadas.

Atraso que não é novida-de para os funcionários ter-

Enquanto educação sofre cortes, Supervia pode ganhar R$ 39 milhõesEstudantes da UERJ ocupam a universidade denunciando atrasos no pagamento de bolsas e salários

ceirizados da UERJ. Prefe-rindo não se identificar, um funcionário relatou ao Bra-sil de Fato que o salário re-ferente a outubro só caiu em sua conta no dia primeiro de dezembro, com quase um mês de atraso. “Desde o ano passado estamos recebendo com atraso. Nem sabemos quando vamos receber o sa-lário de novembro”, questio-nou o funcionário que, se-gundo ele, recebe cerca de R$ 850 líquido por mês.

CORTESComparado com 2015, o or-çamento das universidades estaduais e instituições, co-mo a Faetec e Cecierj, será menor. Pelo projeto do go-verno do estado enviado à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), as despesas com investimentos (aquisição de equipamentos, reforma ou construção de novas salas) serão 46,33% menores. Já as despesas com custeio (ma-nutenção básica) sofrerão uma diminuição de 27,76%. No caso específico da UERJ, o corte com as despesas de custeio, utilizado para pagar os profissionais de limpeza e segurança, será de 22,34%.

SUPERVIASe por um lado o governo de Pezão pretende retirar ver-bas com a justificativa da cri-se financeira que vive o esta-do, para outros setores o tra-tamento é diferente. Também enviado à Alerj, outro projeto do governador pretende des-tinar R$ 39 milhões em sub-sídios para a Supervia, sob a justificativa de que é uma ação necessária para evitar o aumento de R$ 0,30 no preço das passagens de trem, atual-

mente em R$ 3,30. Segundo a concessionária de trem, o va-lor é necessário para cobrir os custos com a energia elétrica.

Para a oposição do gover-no na Alerj, existe um privilé-gio para as empresas privadas. “O atendimento ao interesse das concessionárias de servi-ços públicos [como a Super-

educação”, denunciou o depu-tado estadual Flavio Serafine (PSOL). Ambos os projetos, de subsídio para a Supervia e de corte de verbas da educação, ainda serão votados pela Alerj.

ESTADO RESPONDEA Secretaria Estadual de Edu-cação informou que foi repas-sado às empresas contratan-tes dos terceirizados da UERJ R$ 8 milhões para o pagamen-to dos funcionários, mas que para o pagamento dos bolsis-

tas ainda não existe previsão. O secretário estadual de trans-portes, Carlos Osório, afirmou que o aumento de luz ocorri-do no país, desequilibrou as contas da Supervia, que tem a energia elétrica como o se-gundo elemento de produção mais custoso. Segundo ele, es-sa é a melhor alternativa para que os custos das passagens não sofressem o aumento de R$ 0,30, proposto como se-gunda opção pela Agetransp, agência que regula o setor.

Stefano Figalo / Brasil de Fato

via] e das empreiteiras pare-ce que está acima do direito da sociedade de ser atendida pe-los serviços públicos, como a

Estudantes ocupam UERJ para denunciar cortes de verbas

Cidades | 5Rio de Janeiro, 3 a 6 de dezembro de 2015

André Vieirado Rio de Janeiro (RJ)

Oswaldo Cruz é o maior sítio de memórias de bens culturais e mate-riais da história da música brasileira”,

Marquinhos de Oswaldo Cruz, músico

Pegar um trem lotado da Central do Brasil com destino à zona norte não é nenhuma novidade. Porém, uma vez ao ano essa viagem se transfor-ma num encontro com um dos maiores patrimônios da cultura brasileira: a roda de samba. E não são rodas co-muns, são as melhores. No próximo sábado (5) será re-alizada a 20ª edição do Trem do Samba, projeto que faz parte da vida carioca e que deve reunir mais de 500 mil pessoas, segundo os orga-nizadores. O custo da pas-sagem será 1kg de alimento não perecível, que será doa-do a asilos e orfanatos.

Serão cinco trens que deixa-rão a Central rumo a Oswal-do Cruz. A primeira composi-ção sairá às 18h04, hora emble-mática que relembra a viagem que Paulo da Portela, fundador da azul e branco de Oswaldo Cruz, fazia todos os dias para voltar para casa. Até as 19h20, quando sai o último trem da festa, importantes figuras do samba irão animar os vagões, como as velhas guardas da Portela, Salgueiro, Mangueira, do Império e Vila Isabel, além de tradicionais rodas como o Beco do Rato, Bip Bip e Caci-que de Ramos.

O criador do espetáculo so-bre trilhos, Marquinhos de Oswaldo Cruz, lembra que o Trem surgiu a partir da ne-cessidade de criar espaços para que a música produzida em seu bairro tivesse outros

Trem do samba chega à 20a edição neste sábadoApresentações ocorrem na Central do Brasil e em Oswaldo Cruz

Marquinhos de Oswaldo Cruz é o criador do espetáculo sobre trilhos

A programação completa está no site: www.tremdosamba.com.br

meios de divulgação. “Que-ríamos chamar a atenção do bairro para a sua história. Em 1995 nós já tínhamos subi-do os morros cantando parti-do alto, mas em 1996 nós sa-ímos com a ideia de criar o Trem do Samba para come-morar o dia nacional do sam-ba, que é 2 de dezembro”.

O sambista destaca também que a atividade serve para pre-servar a cultura do bairro e re-novar a vida do ritmo. “É uma

forma de dar oxigênio à me-mória coletiva. Oswaldo Cruz é o maior sítio de memórias de bens culturais e materiais da história da música brasilei-ra. Fazer samba é difícil porque não existe peça de reposição a toda hora. Por mais que seja popular, não é uma coisa que se faça em larga escala”, acres-centa Marquinhos.

PALCOSAlém dos cinco trens, o pú-blico também pode sambar nos quatro palcos diferentes. Na Central do Brasil, onde es-tá montado o Palco Vó Maria, a programação terá início às 15h e contará com apresen-tações das velhas guardas de escolas de samba e ganhará o reforço de Osmar do Breque, Wilson Moreira, Nelson Sar-gento, Tantinho, dentre outros. A partir das 19h em Oswaldo Cruz, onde estão montados outros três palcos, as atrações vão desde apresentações de importantes escolas de sam-ba até shows do Grupo Ar-ruda, Thais Macedo e o cria-dor do evento, Marquinhos de Oswaldo Cruz, Casuarina e Banda Samba Social Clube.

Stefano Figalo / Brasil de Fato

Trem do Samba sai da Central em direção à Oswaldo Cruz

Tomaz Silva / Agência Brasil

Tomaz Silva / Agência Brasil

6 | Cidades Rio de Janeiro, 3 a 6 de dezembro de 2015

Sofrimento e indignação. Esse é o sentimento pela mor-te de cinco jovens, fuzilados com mais de 50 tiros pela Polí-cia Militar do governo de Luiz Fernando Pezão (PMDB). Se-gundo a PM, 111 tiros foram disparados em direção ao car-ro onde as vítimas estavam.

Em busca de justiça, duas das famílias dos jovens assas-sinados se reuniram com de-fensores públicos, na última terça-feira (1), onde falaram so-bre a dor e a indignação pela perda de seus entes queridos.

Rosiléia Castro, mãe de Wes-ley Castro Rodrigues (25 anos), fez um desabafo emocionado. “Meu único filho. Vocês não imaginam a dor que eu estou sentindo. Mas tenho que lu-tar. Vou usar as últimas for-ças para defender meu filho”, disse a mãe. Ela ainda garan-tiu que o filho não é trafican-te, para tentar evitar que algu-mas pessoas justifiquem o as-sassinato do jovem.

“Tudo o que espero é que se-ja feita justiça. Meu filho não merecia isso. Eu também não merecia ver meu filho da for-ma que vi. Não sei como nem quando vou conseguir supe-rar isso. Fico me perguntan-do, por que tanta violência?”, questionou a mãe da vítima.

Rafael Mota Gomes, primo de Wilton (20 anos), também esteve na Defensoria. “Nossa família está arrasada. As cin-co famílias estão todas arra-sadas. Isso foi uma brutali-dade, uma crueldade que fi-

Famílias dos cinco jovens buscam justiçaDefensoria Pública vai brigar por solução para caso de jovens executados pela PM em Costa Barros

Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

Enterro em Irajá no início da semana gerou revolta e comoção

zeram com os cinco meni-nos. Nós só queremos justiça e nossos direitos. Eles (os po-liciais) não podem ficar im-punes”, afirmou o familiar.

Já o pai de Wesley quer uma explicação do governador Pe-zão. “Gostaria de saber se o go-vernador vai receber a gente pa-ra dar uma explicação sobre es-se ato louco da polícia que ele botou na rua”, disse, indignado.

DEFENSORIAA Defensoria Pública informou que está pronta para atender e orientar todas as famílias. Três das famílias não comparece-ram na reunião com os defen-sores, devido ao luto e à situa-ção psicológica em que ainda se encontram.

O defensor geral classificou o caso como gravíssimo e dis-se que vai buscar um acordo extrajudicial com o Estado. “Vamos buscar negociações, dentro do que estabelece os tribunais, para ter a ampla re-paração para essas famílias. Se essas negociações avança-rem podem resultar em uma solução rápida, a exemplo do já ocorreu em casos passa-dos”, disse o defensor público-geral, André de Castro.

Processos como esse podem se arrastar na Justiça por mais de 10 anos, por isso, a Defenso-ria vai propor um acordo. “Bus-camos um entendimento com o Estado do Rio de Janeiro, pa-ra que sejam adotadas medi-das inclusive junto à corpora-ção da polícia militar para re-

ram brutalmente atacados por quatro policiais do 41º BPM (Irajá), no último sába-do (28), no Complexo da Pe-dreira, em Costa Barros, zo-na norte do Rio. Os PMs já estão presos.

Segundo o delegado Rui Barbosa, titular da 39ª DP (Pavuna), responsável pela investigação, os quatro PMs

disseram que estavam nu-ma operação ordenada pe-lo capitão Daniel, coman-dante da 3ª Companhia do 41º BPM (Irajá), para evitar o roubo de um caminhão de cerveja da Ambev, que pas-saria pela região na noite de sábado. O delegado infor-mou que vai convocar dire-tores da Ambev para depor.

Meu único filho. Vocês não imaginam a dor que eu estou sentindo. Mas tenho que lutar

Rosiléia Castro, mãe de uma das vítimas

duzir a violência institucional.E claro, para que a família seja de-vidamente amparada e repara-da pelo gravíssimo prejuízo da perda dos seus entes queridos”, informou André de Castro.

EXPLICAÇÃO DOS PMsOs cinco jovens comemora-vam o primeiro salário de uma das vítimas quando fo-

Entre a dor e o sofrimento, familiares lutam por justiça

Fotos Pablo Vergara/Brasil de Fato

Cidades | 7Rio de Janeiro, 3 a 6 de dezembro de 2015

Mulheres votam pela primeira vez na Arábia Saudita

O governo da Arábia Sau-dita, controlado por um monarca e apoiado pe-los Estados Unidos, sempre proibiu o voto e a candida-tura de mulheres. A parti-cipação feminina nas elei-ções foi aprovada em 2011, mas só esse ano elas pode-rão exercer o direito.

Cerca de 865 mulheres es-tão entre os seis mil candi-datos às eleições locais, que serão realizadas no dia 12 de dezembro. Dois terços dos postos estão disponíveis aos candidatos. O outro terço será ocupado por pessoas indicadas pelo governo. Pe-la lei, pelo menos 20% dos membros do Parlamento do Reino deveriam ser mu-lheres. (OperaMundi)

EM FOCO

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Roberto Stuckert Filho

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BOLÍVIAOs presidentes Evo Morales (Bolívia) e Dilma Rousseff realizam encontro bilateral em Paris, onde participaram essa semana da Conferência Mundial do Clima.

Os maiores poluidores do mundo, Estados Unidos e Chi-na, se comprometem pela pri-meira vez em estabelecer me-tas para a redução das emis-sões de gases poluentes.

Durante a 21ª Conferência do Clima (COP21), na França, o presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que é preci-so assumir essa responsabili-dade. “Na qualidade de paí-ses mais emissores de carbo-no, determinamos que é nos-sa responsabilidade agir em favor do clima”, disse Obama,

EUA e China prometem combater aquecimento global

após uma reunião com o pre-sidente chinês, Xi Jinping.

Em seu discurso, a presi-denta Dilma Rousseff falou sobre o rompimento de bar-ragens de Mariana, em Minas Gerais. “A ação irresponsável de umas empresas provocou o maior desastre ambiental na história do Brasil”. Dilma também falou que vai traba-lhar para que haja uma pu-nição rigorosa. “Vamos pu-nir severamente os responsá-veis por essa tragédia”, desta-cou Dilma. (ABr)

Divulgação

O Conselho Nacional Eleito-ral (CNE) da Venezuela infor-mou essa semana que a infra-estrutura já está pronta para as eleições regionais, que serão re-alizadas no dia 6 de dezembro.

“100% dos materiais e das urnas eletrônicas já foram dis-tribuídos a todos os estados do país”, assegurou a presidente do CNE, Tibisay Lucena.

Apesar das tentativas de de-sestabilização por parte da

oposição, o CNE garante que as eleições serão realizadas com segurança. “Estamos pre-ocupados com os últimos fatos. Mas, o processo eleitoral nun-ca parou e agora temos ainda mais garantia”, afirmou Lucena.

Nessas eleições parlamenta-res, os venezuelanos deverão eleger 167 legisladores da As-sembleia Nacional. Já as elei-ções presidenciais serão reali-zadas só em 2018. (Telesur)

Venezuela se prepara para eleições regionais

Obama e Xi Jinping, presidente da China, anunciam acordo ambiental

Eleições são validadas por diferentes organismos internacionais

8 | Brasil Rio de Janeiro, 3 a 6 de dezembro de 2015

Expectativa de vida sobe para 75,2 anos

A expectativa de vida dos brasileiros aumentou para 75 anos e dois meses (75,2), em 2014, de acordo com o Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatís-tica (IBGE). A estimativa é três meses e 18 dias su-perior à do ano anterior, que era de 74,9.

Com grande vantagem sobre a segunda colocada, Santa Catarina foi a unidade da Federação com a maior expectativa de vida, de 78,4 anos. Os homens catarinen-ses passaram a ter expectati-va de vida de 75,1 anos, e as mulheres, 81,8 anos. O Dis-trito Federal, com 77,6 anos, e o Espírito Santo, com 77,5, ficaram em segundo e ter-ceiro lugar. A menor expec-tativa de vida é a dos mara-nhenses (70 anos). (ABr)

EM FOCO

Rovena Rosa / Agência Brasil

EBC Memória

O novo contingenciamento (bloqueio de verbas) do Orça-mento atingiu R$ 12,9 bilhões. Segundo o secretário execu-tivo do Ministério do Planeja-mento, Dyogo Oliveira, além de R$ 11,2 bilhões bloqueados do Poder Executivo, os Pode-res Legislativo, Judiciário e o Ministério Público terão que economizar R$ 1,7 bilhão.

Com o decreto publicado nesta semana, o volume con-tingenciado em 2015 subiu para R$ 92,4 bilhões. Essa é a terceira vez, no ano, que o go-verno anuncia corte de gastos discricionários (não obriga-tórios). Nas outras vezes, os cortes foram feitos em maio, quando houve o bloqueio de R$ 71,1 bilhões, e em julho, quando foram bloqueados mais R$ 8,6 bilhões.

Os cortes anunciados nes-ta segunda (30) foram distri-buídos da seguinte forma: R$ 11,2 bilhões para o Executi-

Bloqueio de verbas do governo soma R$ 12,7 bilhões

vo (R$ 10,7 bilhões em despe-sas dos órgãos públicos e R$ 500 milhões em emendas par-lamentares), R$ 137,4 milhões para a Câmara dos Deputados, R$ 36,1 milhões para o Sena-do, R$ 62,2 milhões para o Tri-bunal de Contas da União, R$ 34,1 milhões para o Supremo Tribunal Federal, R$ 46,6 mi-lhões para o Superior Tribunal de Justiça e R$ 343 milhões pa-ra a Justiça Federal.

O contingenciamento tam-bém atingiu R$ 9,98 milhões da Justiça Militar da União, R$ 267,5 milhões da Justiça Eleito-ral, R$ 268,8 milhões da Justiça do Trabalho, R$ 41,1 milhões da Justiça do Distrito Federal e Territórios, R$ 76,98 milhões do Conselho Nacional de Jus-tiça, R$ 27,1 milhões da De-fensoria Pública da União, R$ 381,8 milhões do Ministério Público da União e R$ 3,6 mi-lhões do Conselho Nacional do Ministério Público. (ABr)

Soma bloqueada pelo governo Dilma já totaliza R$92,4 bilhões

A Advocacia-Geral da União (AGU) ajuizou nesta semana uma ação civil pública contra a mineradora Samarco e suas controladoras, a Vale e a BHP, com pedido de indenização de pelo menos R$ 20 bilhões pelos danos sociais, ambien-tais e econômicos provoca-dos pelo rompimento da bar-ragem Fundão, em Mariana (MG), no dia 5 de novembro.

O rompimento liberou mais de 50 mil toneladas de lama com rejeitos de mineração, deixou pelo menos 13 mortos, devastou o distrito de Bento Rodrigues e atingiu o Rio Do-ce, chegando ao litoral do Es-pírito Santo.

União ajuíza ação de R$ 20 bi contra Samarco/Vale

A medida foi anunciada pe-la ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, após reunião no Palácio do Planalto com a presidenta Dilma Rousseff e os governadores de Minas Ge-rais, Fernando Pimentel, e do Espírito Santo, Paulo Hartung.

A ação pede que seja cria-do um fundo privado com R$ 2 bilhões e mais R$ 2 bi-lhões anuais, por 10 anos. Os recursos, pagos pelas empre-sas, serão utilizados na re-cuperação do meio ambien-te e na reparação dos danos socioeconômicos, de acordo com ações definidas pelos órgãos ambientais federal e estaduais. (ABr)

Rompimento de barragem devastou distrito de Bento Rodrigues

José Cruz / Agência Brasil

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REORGANIZAÇÃO Estudantes bloquearam, com cadeiras e cartazes, uma avenida em protesto contra a reorganização escolar proposta por Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo.

Brasil | 9Rio de Janeiro, 3 a 6 de dezembro de 2015

SEMPRE VI NOVELA | Joaquim VelaAGENDA DA SEMANA

O quê: Mostra de teatro apresenta espetáculos das escolas de formação de atores do Rio de Janeiro (CAL, Tablado, Nós do Morro, UNIRIO, etc.).Onde: Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Primeiro de Março, 66, Centro.Quando: De 3/12 a 13/12, às 19h.Quanto: 0800.

O quê: Campanha Teatro Para Todos conta com participação de 54 espetáculos a preços camaradas até o fim do ano. Onde: Estação do Metrô da Carioca – Rua Manuel de Carvalho, s/n, Centro.Quando: De segunda a sexta, de 8h às 20h. Até 20/12.Quanto: A partir de R$ 5.

O quê: Com 40 fotografias e cinco filmagens, mostra retrata desafios enfrentados pelos refugiados da Palestina.Onde: Centro Cultural Correios – Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro do Rio.Quando: De terça a domingo, de 12h às 19h.Quanto: 0800.

O quê: Exposição reúne esculturas de vários países da África trazidas ao Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz.Onde: Palácio dos Correios – Avenida Visconde do Rio Branco, 481, Niterói.Quando: De segunda a sábado, das 10h às 19h. Até 19 de dezembro.Quanto: 0800.

O Corpo na Arte Africana

Forma e Reforma

Uma longa jornada

Mostra Estudantil de Teatro

Teatro para Todos

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SUGESTÕES:agendarj@brasildefato.com.br

Mistérios do Antigo Egito

O quê: Exposição apresenta 150 peças arqueológicas pertencentes aos períodos do Antigo Egito e da Terra Santa.Onde: Carioca Shopping – Av. Vicente de Carvalho, 909, Vila da Penha. Quando: De segunda a sábado, de 10h às 22h. Domingo, das 11h às 22h. Quanto: R$ 16 (R$ 8 meia).

O quê: Como num jogo, a fotógrafa Celia Satil cria novas imagens a partir de suas repetições e do cuidado com cores e luzes.Onde: Centro Cultural Justiça Federal – Av. Rio Branco, 241, Centro. Quando: De terça a domingo, de 12h às 19h. Até 6/12.Quanto: 0800.

10 | Cultura

A indústria cultu-ral atua como um grande reprodutor de ideias, geralmente de um mesmo tipo

Divulgação /Rede Record

O clima entre a equipe da novela “Os Dez Manda-mentos”, da Rede Record, não poderia ser melhor. Até porque o sucesso da nove-la também se relaciona ao profissionalismo dos ato-res, equipes de direção, pro-dução e dramaturgia. Afi-nal, a novela é um produto, um dos tantos da indústria cultural. Essa indústria tem suas contradições: se por um lado pode atuar para a democratização da cultu-ra e da informação, por ou-tro atua como um grande reprodutor de ideias, geral-mente de um mesmo tipo.

Sem dúvida, a teledrama-turgia da Rede Record vem se aperfeiçoando há mui-to tempo. A emissora en-trega cerca de duas nove-las por ano, investiu em tec-nologia e corpo artístico, di-versificou os temas dos fo-lhetins (que vão desde a fic-ção científica sobre mutan-tes até a história bíblica de Moisés), ganhou experiên-cia e credibilidade.

Mas, todo esse brilhan-tismo industrial da emisso-ra tem também um outro lado. Este foi o ano de atua-ção mais conservadora do

Novela também é mercadoria

INTERESSESEu não estou desmerecen-do a qualidade técnica de “Os Dez Mandamentos”, nem o elemento histórico e pedagógico do texto bí-blico. Mas é preciso ficar atento que tanto na emis-sora que perdeu audiência, quanto na que ganhou, há interesses claros de dar voz a ideias, textos e ao que al-gumas pessoas querem ver. Estou falando de indústria televisa e do produto nove-la, que fique claro.

Congresso Nacional e, não só lá, mas das pessoas em geral, na minha família e na sua, aposto. E, com ele, bancadas e investidores in-teressados no conservado-rismo ampliam seus inte-resses em canais de divul-gação de suas ideologias.

Cena da abertura do Mar Vermelho teve grande repercussão

Rio de Janeiro, 3 a 6 de dezembro de 2015

O poder público deve promover ações de fomento à produção circense

Evento que vem sendo rea-lizado no Rio de Janeiro a ca-da dois anos desde 2012, o Festival Internacional de Cir-co ganha uma edição espe-cial em comemoração aos 450 anos da cidade. Até o próximo dia 6 de dezembro, serão mais de 90 espetáculos gratuitos de cerca de 30 companhias bra-sileiras e de outros países, so-mando um total de 300 artis-tas. As apresentações ocorrem em diferentes espaços, como arenas, lonas, teatros, esco-las e parques públicos, e em todas as áreas da cidade, in-cluindo 20 favelas.

Esta terceira edição do fes-tival tem como tema “Eu Rio”, inspirado no sorriso e na ale-gria do carioca.

“Uma das coisas que não abrimos mão no festival é atender a cidade em sua tota-lidade, levando espetáculos de qualidade para todos os cantos do Rio”, destaca Vini-cius Daumas, diretor artísti-co do festival. Além de 11 es-colas públicas da rede muni-cipal e de dois ônibus-palcos itinerantes, que levam espe-táculos às favelas, passam a integrar o circuito nesta edi-ção quatro áreas públicas da cidade: a Praça Mauá, Praça Tiradentes, Cam-po de Santana e Quinta da Boa Vista.

“O festival está levan-do atrações para as pra-ças, que são o lugar do po-vo, democrático, para todas as faixas econômicas e sociais”, comemora Daumas. Segun-do ele, há hoje no Brasil uma demanda muito grande pela arte circense. O Circo Crescer & Viver, que também atua na formação profissional, recebe

Paulo Virgílioda Agência Brasil

Rio realiza Festival Internacional de CircoEvento tem mais de 90 espetáculos gratuitos e acontece até domingo (6)

jovens de 12 estados brasilei-ros e de quatro países.

“O que o poder público tem que fazer hoje é promover ações de fomento à produção circense. As artes do circo são as únicas que abrangem to-das as faixas etárias, mas se

comparadas com outras lin-guagens artísticas, foram as que receberam menos inves-timento no Brasil”, comenta o diretor artístico do festival.

A programação completa, os locais, horários e classifica-ção indicativa de cada espetá-culo estão disponíveis no site www.festivaldecirco.com.br

Fotos Divulgação

Evento apresenta mais de 90 espetáculos

Edição especial comemora 450

anos do Rio

Cultura | 11Rio de Janeiro, 3 a 6 de dezembro de 2015

Pabl

o Ve

rgar

a

Diante do que aconte-ceu na noite de sábado (28), quando policiais efetuaram 50 disparos contra um carro com cinco ocupantes e que ocasionou na execução dos mesmos, o Secretário de Se-gurança Pública, José Maria-no Beltrame, mandou mais uma de suas “pérolas”: “Es-se ato mostra a falta de cará-ter dos policiais”.

A constatação do secre-tário mostra o quanto que as autoridades públicas fa-zem para fugir da respon-sabilidade do resultado de suas ações.

Quando o Estado deci-diu armar a polícia com as mesmas armas que os cri-minosos, ele passou a ser responsável direto por isso.

Como secretário, Belta-me não só concordou com essa lógica, como também a impulsionou, comprando armas e munições de guer-ra para as forças policiais do Estado do Rio de Janeiro co-mo nunca antes.

EXTERMÍNIOEm boa parte das forças po-liciais existe a falta de ca-ráter, assim como em boa parte da sociedade de onde esses funcionários públicos surgem também.

Mas não pode ser ela (a falta de caráter) a exterminadora.

O extermínio, que muitos (até por falta também de ca-ráter) acham exagero, vira e mexe mostra a sua real força.

Os ocupantes do carro, me-tralhados pela polícia, foram assassinados por um monte de coisas que falta na socieda-de, mas é justamente o que es-tá sobrando que provoca isso.

Extermínio é falta de caráter?

Tá sobrando força bélica nas mãos de pessoas que es-tão com funções que exige vocação e preparo, coisa que a PM nem mesmo tem capa-cidade para saber no míni-mo o que é isto.

RACISMOOutras coisas que estão so-brando são: racismo, pre-conceito e discriminação.

Esses fizeram Roberto de Souza, Carlos Eduardo da Silva, Cleiton Corrêa de Sou-za, Wesley de Castro e Wil-ton Esteves Domingo Junior serem mortos por serem jo-vens e negros.

A FIM DE PAPO | Mc Leonardo

José Beltrame comprou armas e munições de guerra para as forças policiais do Estado do Rio como nunca antes

12 | Opinião

Talvez muita gente não sai-ba, mas os canais de rádio e televisão são um bem públi-co. Claro, existe um grupo que é dono de antenas, es-túdios e equipamentos. Mas a programação só chega às nossas casas porque o Con-gresso Nacional e a Presidên-cia da República autorizaram que tais empresas tenham a concessão do serviço, da mesma forma como aconte-ce com o transporte público.

Por isso mesmo, certas re-gras deveriam ser seguidas para se garantir a transparên-cia desse processo. Não é o que tem acontecido no Bra-sil. Os mesmos parlamenta-res que aprovam as conces-sões de canais de rádio e tevê são os que se beneficiam de-las. Apesar de ser proibida pe-la Constituição Federal, que em seu artigo 54 afirma que políticos eleitos não podem ser sócios de empresas con-cessionárias do serviço públi-co, a prática é comum.

CONCESSÕES CANCELADAS Mas o quadro pode come-çar a mudar. Recentemente, o Ministério Público Federal (MPF), provocado por entida-des da sociedade civil, pediu o cancelamento das conces-sões de 32 deputados federais e oito senadores. Também foi pedido que o Ministério das Comunicações se pronuncie sobre não cumprir sua obri-gação de fiscalizar o serviço.

O fato é inédito e pode ge-rar grande impacto. Ao se ter políticos como “donos” de ca-nais de rádio e tevê, a democra-cia fica ameaçada. Quem ga-

rante que as diferentes forças políticas terão o mesmo espa-ço? Ou que não se vai escon-der os “podres” de um candi-dato? Também fica difícil que rádio e tevê cumpram com sua responsabilidade social se as aprovações de concessões são feitas sem nenhum debate público. Afinal, que parlamen-tar vai querer rejeitar uma con-cessão e correr o risco de que o mesmo aconteça com ele?

COLLOR E AÉCIOA ação do MPF dá uma ideia do tamanho do problema: são denunciados parlamen-tares de 14 partidos e de 19 Estados. Do Rio de Janeiro, está na denúncia a deputa-da Soraya Alencar dos Santos (PMDB). Entre os senado-res, encontram-se, por exem-plo, o ex-presidente Fernan-do Collor (PTB-AL) e o can-

didato à presidência nas úl-timas eleições Aécio Neves (PSDB-MG). A lista completa pode ser conferida aqui: ht-tp://www.cartacapital.com.br/blogs/intervozes.

Certamente, a lista real de políticos “donos” da mídia é ainda maior. Mas esse impor-tante passo para o aprofunda-mento da nossa democracia já pode ser celebrado.

Mônica Mourão é jornalista e integrante

do Coletivo Intervozes

Ao se ter políticos como “donos” de canais de rádio e tevê, a democracia fica ameaçada

Mônica Mourão

Políticos podem perder canais de rádio e tevê

Comoção e revolta no enterro dos jovens fuzilados

Rio de Janeiro, 3 a 6 de dezembro de 2015

QueijadinhaBOA E BARATA

Div

ulga

ção

Ingredientes• 1 xícara de chá de

coco ralado

• 1 lata de leite condensado

• 1 colher de sopa de queijo parmesão ralado

• 2 gemas

Modo de preparo Em uma vasilha, misture todos

os ingredientes até formar uma massa homogênea. Depois pe-gue forminhas de papel e encaixe nas formas de alumínio. Despeje a massa aos poucos até um pouco mais da metade da forma para não derramar. Coloque em forno mé-dio a 180ºC até dourar.

Tempo de preparo30 minutos

Rendimento15 porções

Bom dia, Amiga da Saúde! A pela fica mais oleosa se lavamos o rosto toda hora? É melhor passar só água ou água com sabão?

Vilma Lúcia, 32 anos, professora.

Dúvidas sobre saúde? Encaminhe e-mail para redacaorj@brasildefato.com.br / amigadasaude@brasildefato.com.br

AMIGA DA SAÚDE

Cara Vilma, a pele do ros-to deve ser lavada somente duas vezes ao dia, pela ma-nhã e à noite. Se você lava toda hora, sobrecarrega as glândulas sebáceas, que irão trabalhar mais, dei-xando a pele oleosa. O ide-al é usar água e sabonete. Ele fará o trabalho de lim-peza, por isso não faz senti-do usar somente água. En-xágue bem para que não fi-que resíduo do sabão na pe-le. A temperatura da água deve ser fria ou gelada. A água quente agride a pele, retirando sua proteção na-

tural. Além disso, ela abre os poros, deixando o rosto ole-oso ao longo do dia e facili-tando o aparecimento de acne. Procure usar prote-tor solar todos os dias, pois, além dos raios solares dire-tos, as lâmpadas fluorescen-tes também danificam a pe-le, podendo causar câncer.

Sofia Barbosa Coren MG 159621-Enf

Variedades | 13Rio de Janeiro, 3 a 6 de dezembro de 2015

14 | Variedades

Os problemas afetivos não poderão ser resolvidos da mesma forma como o faz a nível profissional.

Se pretende mudar de vida, é hora de tomar decisões. Seja o mais autocrítico possível para decidir algo.

Fruto de alguma desilusão amorosa, tenderá a recolher-se para procurar respostas a todas as suas questões.

Um fim de semana no campo ou até mesmo numa praia mais deserta fará rejuvenescer a sua relação amorosa.

O bom astral em que se encontra faz com que a sua presença seja desejada por todos ao seu redor.

A paixão com que tende a envolver as suas atuações te leva a tentar realizar os seus sonhos. Persista.

Poderá colocar em questão a sua relação afetiva, devido a informações trazidas ao seu conhecimento.

A associação a alguém neste período poderá trazer-lhe benefícios imediatos e regalias financeiras.

A expectativa de uma maior progressão profissional e financeira poderá afastar a atenção do campo afetivo.

Qualquer que seja a sua forma de atuar daqui pra frente irá refletir-se fortemente no seu cotidiano.

Nestes dias tanto poderá sentir necessidade da proximidade da família como, pelo contrário, afastar-se mais.

A sua vida amorosa neste período vai se apresentar equilibrada, conferindo uma maior autoestima.

FASES DA LUA

Nova 11/12

Crescente19/12

Minguante Até 10/12

Cheia 25/12

Rio de Janeiro, 3 a 6 de dezembro de 2015

Muricy? Sampaoli? Como dizem os Racionais, a torcida do Flamengo vai escolher em qual mentira vai acreditar, mesmo sem saber se é ou não mentira

TOQUES CURTOS | Bruno Porpetta

Vetores opostosPaulo PInto

Lula

Mar

ques

No último final de sema-na aconteceu o evento-tes-te do circuito de canoagem slalom, em Deodoro, e a avaliação, no geral, é posi-tiva. A crítica mais contun-dente é a escassez de água, fundamental para o desli-ze das canoas, em um dos pontos do circuito.

No entanto, os obstácu-los móveis do circuito fo-ram bastante elogiados. Eles podem tornar o per-curso mais fácil ou mais difícil, de acordo com sua disposição. O evento-tes-te começou com um cir-cuito mais fácil e, confor-me o tempo foi passando, os obstáculos foram se movimentando e dificul-tando mais o trajeto.

BINÓCULO

A temporada do futebol brasileiro está chegando ao fim. Tal como todo fim de ano, é hora de rever o que foi feito de bom ou de ruim ao longo do ano, na expectativa de que se melhore no próximo.

A última rodada do Brasi-leirão definirá se o Vasco jo-gará na primeira ou na se-gunda divisão, se o Flumi-nense tem algo a ver com is-so ou não, o próximo treina-dor do Flamengo, tal como seu próximo presidente.

Em tempos eleitorais na Gávea, os candidatos a pre-sidente costumam querer aparecer mais que o próprio urubu, mascote do clube.

O mesmo Vasco, que pre-cisa vencer, além de uma combinação de resultados para se manter na primeira divisão, termina o ano in-victo contra o Flamengo.

O rubro-negro teve uma temporada lastimável. De-cepcionou em todas as com-petições que participou. E is-so é pior do que perder, pois a derrota faz parte do jogo. Quando se joga.

O festival de promessas para a galera por parte dos candidatos à presidência do clube é o final apoteóti-co para um ano deprimente.

Muricy? Sampaoli? Como

dizem os Racionais, a torci-da do Flamengo vai escolher em qual mentira vai acredi-tar, mesmo sem saber se é ou não mentira.

Enquanto isso, o Vasco jo-ga sua vida, esperando que o Fluminense jogue a dele também. Apesar das animo-sidades durante o ano, não é provável que o Flu faça cor-po mole. O que não se pode

O evento-teste do Cen-tro de Tênis construído pa-ra os Jogos Olímpicos do Rio 2016, no Parque Olímpi-co da Barra, acontecerá en-tre os dias 10 e 12 de dezem-bro e contará com a partici-pação dos dois melhores do ranking nacional.

Os tenistas Thomaz Belluc-ci e Rogério Dutra Silva fa-

Evento-teste do tênis terá os dois melhores do país

Thomaz Bellucci e Rogério Dutra Silva são os primeiros do ranking nacional

rão um jogo exibição na no-va arena, que contará em seu evento-teste com outros te-nistas que figuram entre os principais do país. Bruno So-ares, André Sá, Marcelo De-moliner e João Souza farão o jogo de duplas.

O número 1 do mundo nas duplas, Marcelo Melo, será o grande desfalque do evento, que contará também com Teliana Pereira no jogo de Masters e Gabriela Cé, Ca-rolina Meligeni Alves e Ma-ria Clara Silva para os jogos femininos. (BP)

O ídolo do time de maior torci-da da NBA (National Basketball Association), Kobe Bryant, dos Los Angeles Lakers, anunciou

Adeus de Bryant repercute no mundo do esporteAla-armador dos Los Angeles Lakers anunciou sua aposentadoria no fim da temporada

em carta publicada no site The Player’s Tribune que deixará as quadras no final desta tempora-da, sua vigésima na carreira.

Astros do basquete como Pau Gasol, Scottie Pippen, Ri-ck Fox e J.R. Smith declararam, pelas redes sociais, sua admi-ração por Kobe. Até o astro da música pop Justin Timberlake também demonstrou seu cari-

Thomaz Bellucci é o tenista brasileiro melhor ranqueado na ATP

Beth Santos

nho pelo astro, que dispu-tou 1.268 partidas, marcan-do 32.310 pontos.

De acordo com a carta, Bry- ant abandona o esporte pois seu corpo “sabe que está na hora de dizer adeus”. Ele pas-sou boa parte da última tem-porada afastado por lesão e nesta apresenta números bastante modestos. (BP)

Pouca água e muita emoção

garantir é que o time vá com força máxima para cima do Figueirense, que costuma ser forte em casa.

Que o Vasco faça sua par-te. O que vier é lucro pa-ra quem já estava “rebaixa-do” desde o final do turno. Há de se reconhecer que o time lutou e jogou bastante para sair daquela situação.

O fim do ano pode colocar Eurico Miranda na Sibéria, onde o Flamengo está

Esportes | 15Rio de Janeiro, 3 a 6 de dezembro de 2015

16 | Esportes

Para Júlio César, salvação deve virar livro

No prejuízo, FIFA debate reforma nesta quinta

Palmeiras é campeão da Copa do Brasil

Brasileirão 201538a RODADA

Classificação Série A

Gilvan de Souza / Flamengo

Jayme de Almeida, preferido de Cacau Cotta, comanda treino no Ninho do Urubu

O Vasco está muito próximo do rebaixamen-to, mas há uma combi-nação necessária para li-vrar o time da queda: vitó-ria sobre o Coritiba e tro-peços de Avaí e Figuei-rense. Se isso acontecer, a história épica deve vi-rar um livro. Pelo menos para o lateral Júlio César.

Durante a coletiva do jo-gador, de forma bem-hu-morada, ele afirmou que a recuperação vascaína, se vitoriosa, deve ser colo-cada no papel. Júlio suge-riu até o nome de “Os so-breviventes” para o livro.

O Vasco enfrenta, no domingo (6), o Coritiba no estádio Couto Perei-ra, às 17h. Depois do fim do jogo, todos saberão o final dessa história. (BP)

Nesta quarta-feira (2), a reunião do Comitê Exe-cutivo da FIFA apresen-tou um balanço finan-ceiro negativo, com pre-juízo de 103 milhões de dólares, devido aos cus-tos da gestão da crise por que passa a entidade.

Já na quinta-feira (3), a reunião debaterá a refor-ma na entidade, tida co-mo prioridade para sua alta cúpula. A ideia é me-lhorar a imagem da FI-FA para recuperar os lu-cros. Mesmo algumas di-vergências não devem impedir sua aprovação.

A reunião serviu para apresentar o brasileiro Fer-nando Sarney como no-vo representante da Con-mebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) no Comitê Executivo. (BP) Zona de classificação para Libertadores

Zona de rebaixamento para Série B

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P J V SGCorinthians 80 37 24 40Atlético-MG 66 37 20 15Grêmio 65 37 19 18São Paulo 59 37 17 5Internacional 57 37 16 -1Sport 56 37 14 14Santos 55 37 15 14Cruzeiro 55 37 15 11Atlético-PR 51 37 14 -1Ponte Preta 51 37 13 2Palmeiras 50 37 14 8Flamengo 49 37 15 -7Fluminense 47 37 14 -8Chapecoense 47 37 12 -7Coritiba 43 37 11 -11Avaí 41 37 11 -22Figueirense 40 37 10 -15Vasco 40 37 10 -26Goiás 38 37 10 -9Joinville 31 37 7 -20

Dom. 06/12 17h

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“Guerra de treinadores” marca eleições no FlaChapa azul pode ter acertado com Muricy, enquanto a verde fala em Sampaoli

As eleições para a dire-toria do Flamengo, que co-mandará o clube no pró-ximo triênio, ocorrerão no dia 7 de dezembro. Será um dia após a última rodada de um Campeonato Brasilei-ro que o torcedor rubro-ne-gro quer esquecer, tal como o restante da temporada.

Sob esta pressão, os can-didatos à presidência do clube têm se posicionado, colocando que o futebol foi o calcanhar de Aquiles de uma gestão que se notabi-lizou pela responsabilidade financeira, reduzindo em cerca de R$ 200 milhões o tamanho da dívida do clube.

Porém, um elemento em especial se tornou o cen-tro do debate eleitoral no Fla: o nome do novo trei-nador que iniciará seus tra-balhos logo após o pleito.

A imprensa divulgou o acerto entre a atual direto-ria, comandada por Eduar-do Bandeira de Mello, que

Palmeiras e Santos se enfrentaram no antigo Palestra Itália pela gran-de final da Copa do Brasil. Com a vantagem santis-ta conseguida na semana passada, na Vila Belmiro, o Palmeiras tinha a obri-gação de partir para cima.

No primeiro tempo, am-

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

tenta a reeleição pela cha-pa azul, com o treinador Muricy Ramalho. Nenhu-ma das duas partes decla-rou publicamente o acerto.

A chapa verde, encabe-çada por Wallim Vascon-cellos, deu o troco e con-firmou o acerto com o trei-nador da seleção chilena, o argentino Jorge Sampao-li, que estaria prestes a dei-xar o comando da equipe campeã da Copa América.

No entanto, Sampaoli de-clarou à imprensa chilena que o acerto não existe e se-rá “impossível” treinar o Fla-mengo, em virtude do con-trato com a federação chile-na. Wallim se defende, mos-trando trocas de mensa-gens com valores, sem acei-te expresso pelo argentino.

Cacau Cotta, da cha-pa branca, deseja ter Jay-me de Almeida no co-mando do time em 2016.

bas as equipes tiveram per-das com lesões e não saíram do 0 a 0. Gabriel Jesus, do Palmeiras, e David Braz, do Santos, deixaram o campo.

O Palmeiras voltou me-lhor no segundo tempo e, conseguindo botar a bo-la no chão, abriu o placar com Dudu aos 11. O mes-

mo Dudu ampliou aos 39, em lance de bola pa-rada, que também resul-tou no gol do Santos, aos 41, com Ricardo Oliveira.

Nos pênaltis, o San-tos perdeu dois e o Pal-meiras só um, com Fer-nando Prass marcan-do o gol decisivo. (BP)

Rio de Janeiro, 03 a 06 de dezembro de 2015