boletim informativo - freguesia aveiras de baixo - 1 - 2014

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Boletim nº 1 da Freguesia de Aveiras de Baixo

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A Coudelaria Henrique Abecassis situada na freguesiade Aveiras de Baixo tem cimentado a sua vocação noque respeita à criação do cavalo lusitano, com muitos in-teressados a deslocarem-se do estrangeiro para apre-ciarem aquele tipo de exemplar em Aveiras de Baixo.Tiago Abecassis responsável da coudelaria refere queos cavalos são criados tendo em vista as modalidadesde ensino e de dressage, que estão inseridas na verten-te de turismo equestre da Quinta do Pilar. A coudelariatambém colabora com a Câmara de Azambuja em cur-sos de formação profissional para tratadores e desbas-tadores. Outra das atividades prende-se com aulas deiniciação.90 por cento dos frequentadores desta unidade de turis-mo equestre são oriundos de outros países. “Trazemoscerca de 100 a 150 pessoas por ano que passam emmédia cerca de uma semana connosco”. “O programainclui estágios em ensino, com aulas individuais, e ex-cursões a cavalo pela região”. “Quase todas as semanastemos quem nos visite para ver os nossos cavalos, masnão significa que os comprem, pois vendemos entrequatro a oito cavalos por ano”. Tiago Abecassis lamenta que a oferta a nível da restau-ração na região fique aquém dos critérios por si deseja-dos, tendo em linha de conta também o tipo de clientesda coudelaria. “Não tenho muitas alternativas face aosparâmetros de qualidade dos meus clientes”. “No nossoconcelho não há nem alojamento nem restaurantescompatíveis com a minha oferta”, diz. Quando propõe aos clientes a sua oferta tenta incluirtambém “ a autenticidade e o contacto com o mundo ru-ral” como cartões de visita do concelho de Azambuja efreguesia de Aveiras de Baixo. “Levo os clientes a algunsrestaurantes típicos e a quintas como a de Vale de For-nos com prova de vinhos, que apreciam bastante”.Quanto a projetos para o futuro deseja apostar aindamais na internacionalização do cavalo lusitano, principal-mente na parte da competição. Nos últimos anos, a cou-delaria tem fornecido bons exemplares.

A Associação Cultural e Recreativa de Virtudes encon-tra-se há muito enraizada na vida da localidade. A co-letividade tem como ponto alto a feira medieval, que

vai decorrer dias 13 e 14 de setembro.Rui Lopes, o presidente da associação, salienta que,no ano passado, houve uma mudança significativa no

que toca à organização do certame. Houve, nomeada-mente, uma outra aposta nos cenários e na recriaçãohistórica, o que trouxe à festa um outro “sabor”.Rui Lopes salienta que a aposta da associação na re-criação histórica, nomeadamente, em termos cenográ-ficos, tem sido uma mais-valia, algo que considera im-portante continuar a promover, pois isso fará toda a di-ferença em termos turísticos, e até em termos finan-ceiros. “Foi das festas que mais gosto nos deu, não sópor se ter aprofundado a vertente medieval, mas tam-bém porque deu mais lucro”. O orçamento para a edi-ção deste ano ronda os dois mil euros, “um valor muitobaixo quando se compara este evento a outros domesmo tipo realizados na região”. Lopes destaca, igualmente, a mais-valia do Conventode Virtudes, que agora já recuperado “tem outra apre-sentação”. “Já fazemos lá algumas atividades que an-tes não eram possíveis” salientando que a recupera-ção tem sido benéfica para a localidade.Para além da Feira Medieval, e das caminhadas, a as-sociação aposta igualmente numa secção de ginásti-ca. Algo que tem tido alguma procura por parte da po-pulação.Por outro lado, a Associação Cultural e Recreativa deVirtudes, possui um espaço onde durante as festasrealiza algumas refeições. O local que em tempos foiconstruído de forma provisória está agora com outrascondições, depois de ter sido arrasado pelo mau tem-po. Rui Lopes lembra que foram os próprios membrosda coletividade que ajudaram na obra, algo que valeua pena, até porque o espaço tem agora uma cozinhagrande, e uma sala com uma capacidade significativapara acolher refeições de grupo e festas.

Coudelaria Henrique Abecassisaposta no cavalo lusitano

Feira Medieval já éex-libris de Virtudes

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A Casa do Povo de Aveiras de Baixo é talvez das coleti-vidades mais antigas da freguesia.Situada na saída norte da localidade, a coletividade acabapor ser também o local onde muitos aproveitam para ad-quirir “uma água ou um bolo”, sobretudo durante os pe-ríodos da consulta no posto médico.António Cariano, presidente do conselho fiscal da coleti-vidade explica que o facto de na localidade existir atual-mente um único café, precisamente na outra ponta da vilae afastado do posto médico que fica colado à Casa doPovo, facilita de certa forma esse contato. O responsável

salienta que o objetivo não é fazer dinheiro com essa ati-vidade, já que o bar da casa do povo abre quando há con-sultas, mas sim prestar algum apoio à população.António Cariano vinca que a saúde financeira da coletivi-dade “está boa” e que para isso tem contribuído “a ade-quada gestão da casa aliada a alguns eventos que vãosendo feitos para angariar dinheiro para o dia-a-dia”.No salão da instituição têm sido realizados alguns bailes,projetados filmes, e até já por lá passou um concurso deanedotas que poderá voltar em breve, em conjunto comum rally paper.

O presidente do conselho fiscal vinca que a coletividadenão tem outras atividades, nem tão pouco secções, masa que possui “ já basta para estar de portas abertas sem-pre que é preciso, e sobretudo prestar algum tipo de apoioao nível cultural e lúdico à população de Aveiras de Bai-xo.”Ainda assim, António Cariano vinca que “as atividades re-nasceram nos últimos três anos com eventos avulsos,porque apenas a Câmara Municipal de Azambuja usa ha-bitualmente a nossa sala com o PAFT (Programa de Ati-vidade Física para todos)”.

Boa saúde financeira da Casa do Povo

Todavia, a coletividade é um exemplo de resistência, coma realização, por exemplo, no passado mês de Julho dasfestas anuais, que já não eram realizadas há 14 anos. A presidente do Centro Cultural e Recreativo Amendoei-rense, destaca que a coletividade tem mostrado vitalida-de, já que tem levado a cabo uma série de iniciativas, no-meadamente, a organização de excursões e outroseventos “ de forma a manter algum fundo de maneio coma associação aberta no seu dia-a-dia e manter tambémalguns benefícios para os sócios”.Lénia Amendoeira vinca entretanto que a coletividade

O Centro Cultural e Recreativo Amendoeirense vai levara cabo a três e quatro de Outubro mais uma edição do“Fim-de-semana das Vindimas”.Trata-se de um evento dedicado à população e que se-gundo Lénia Amendoeira, a presidente da coletividade,resume-se a dois dias em que a localidade se volta a en-cher de forasteiros.Lénia Amendoeira destaca que o dia três, sexta-feira,será dedicado aos mais jovens com a presença de umDJ, e no sábado haverá baile - “Tentamos ter aqui as vá-rias vertentes, para os seniores e para os juniores”.

que assinala quarenta anos de existência, conta aindacom um pequeno bar que também ele contribui para osbons resultados financeiros.A presidente reforça que atualmente a instituição “nãotem quaisquer dívidas”. “Temos um saldo e um balançopositivo. Mantemos um bom resultado financeiro e isso ébom”.A presidente destaca que o bar se encontra concessio-nado há vários anos e à mesma pessoa, pelo que tudocorre bem entre estas entidades, o que acaba por ser“uma mais-valia para a associação.”

Centro Cultural Amendoeirense organiza“Fim-de-semana das Vindimas”

A Associação de Casais da Lagoa é uma das associa-ções mais dinâmicas da freguesia de Aveiras de Baixo.A coletividade tem dado provas disso mesmo ao parti-cipar em atividades, não só lúdicas e recreativas,como também didáticas ao efetuar nas suas instala-ções cursos do programa Novas Oportunidades, agorasuspensos pelo Governo.Todavia a associação tem levado a cabo uma série deoutras iniciativas que incidem com mais regularidadeem provas de pesca no rio. Segundo José Brás San-tos, esta é mesmo a atividade com mais presença naAssociação Desportiva e Cultural de Casais da Lagoa.

A provar o seu dinamismo, a associação está agoraa passar por uma restruturação nas suas instalações.A coletividade há muito que deseja oferecer aos seusassociados melhores condições, e por isso já tem emcurso algumas obras, tendo em vista a sua remode-lação, e que contempla, nomeadamente, a sala dejogos, um dos locais mais frequentados da associa-ção.Contudo os tempos não são para aventuras e JoséBrás refere por isso que os trabalhos vão decorrendodentro das possibilidades dos associados, referindoque as obras acontecem graças aos fundos próprios

que a coletividade tem disponíveis. José Brás estáoptimista e por isso diz esperar que as obras estejamconcluídas até final do mês de setembro. Esta coletividade tem cerca de 200 sócios, mas pou-cos são os que se entregam de corpo e alma à vidada mesma. A participação em campeonatos de pescavai animando alguns sócios com a ida a barragens ealbufeiras, a expensas da coletividade, que tambémchegou a organizar marchas populares, festa de Car-naval, mas sempre com “mais gente de fora do quede Casais da Lagoa”. A associação também leva aefeito todos os anos a caminhada do Dia da Espiga.

Associação Casais da Lagoa melhora instalações

A motivaçãoQuando sentados numamesa de café, o CarlosValada me apresentou oprojeto e as suas ideiaspara as eleições de se-tembro de 2013, e meconvidou para a sua lista,fiquei a partir desse mo-mento identificado e com-pletamente empenhadoem fazer algo pela minhafreguesia. Posso adiantar,ainda, que nunca atéaquele dia tinha trocadouma palavra com o Car-los Valada, mas sendo o Carlos um filho da terra, deAveiras de Baixo, a sua forma de mostrar e explicar oque queria e idealizava para si e para os seus possíveisfregueses fez-me acreditar nela. E o que me fez acre-ditar no homem que tinha à minha frente foi sobretudoa sua paixão, a sua palavra, a forma de falar da sua ter-ra, palavra de quem quer o bem e o melhor para a suafreguesia.O cargo que ocupo já me fez crescer como homem,fez- me ver que nem sempre o que é o mais lógico e omelhor vence. Fez-me ver que as coisas não aconte-cem nem se resolvem com o desejo e urgência preten-didos para bem dos nossos fregueses. Deixo somenteum pedido aos fregueses de Aveiras de Baixo, assis-tam e intervenham nas Assembleia de Freguesia e atémesmo nas reuniões mensais da junta, porque saben-do o executivo dos problemas por quem com eles con-vive, a ação poderá ser mais rápida e certa. Só assimconseguiremos juntos construir uma Freguesia de Avei-ras de Baixo melhor para as nossas crianças e acimade tudo mais saudável e bonita para os nossos senio-res e visitantes.

José GilPresidente da Assembleiade Freguesia de Aveiras de Baixo

Mudar na NossaFreguesiaÉ com enorme estima e orgulho que medirijo a vós, para fazer um balanço da-quele que foi um dos anos mais desa-fiantes enquanto membro da Junta deFreguesia de Aveiras de Baixo.Desde já, gostaria de agradecer às pes-soas que sempre acreditaram em mim eàquelas que não conhecendo o meu tra-balho, decidiram arriscar em mim e darum voto de confiança às minhas ideias eao projeto – Mudar na Nossa Freguesia.Espero ainda, conseguir provar a todasas outras pessoas que este ainda é, econtinuará a ser, um projeto de esperan-ça e renovação e que esta equipa con-seguirá trazer uma nova alma a estas al-deias da Freguesia e torná-las um melhor sítio para viver.Palavras como crise, gastos, contenção, são palavras que entram dia-riamente nas nossas casas e nos afetam a todos. Na nossa Junta deFreguesia também não é exceção. Toda a gestão de recursos finan-ceiros e humanos tem sido um verdadeiro desafio, no entanto, creioque ao longo destes quase nove anos que já vos acompanho nestamissão da “Nossa Terra”, temos conseguido gerir e aplicar todos osnossos recursos da forma mais sensata possível. Temos conseguidocom muito esforço e dedicação contrariar a palavra que se impõe dia-riamente - Crise.É certo que não nos encontramos numa posição de grande folga fi-nanceira, no entanto sabemos que o que temos, será certamente apli-cado em prol de uma Freguesia que nos agrade a todos. Não nos épossível concretizar todos os desejos e projetos num dia, num mêsou até mesmo num ano. No entanto acredito que com a entreajudada nossa equipa e de toda a população conseguiremos ultrapassarobstáculos e tornar esses projetos realidade. Nós acreditamos quesim.

Pedro GraçaTesoureiro do executivo da Juntade Freguesia de Aveiras de Baixo

Os NovosDesafiosNo dia vintee nove deSetembrode 2013abracei umnovo proje-to: Integraro Executivoda Junta deFreguesiade Aveirasde Baixo.Vivermosnum lugar epodermostornar-nos proeminentes na gestão domesmo é desafiante e enriquecedor.Ao longo deste mandato pude crescere perceber a importância que tem estaequipa jovem, coesa e dinâmica; estesignificado de verdadeira mudança!No entanto, estar com as pessoas econstruir algo para elas é o que maisme alicia.Criar projetos, dinamizar atividadespioneiras, estar ao lado das pessoas,construindo laços, resgatado sorrisostornou-se de facto parte de mim.Espero continuar com a mesma cora-gem e garra agradecendo às pessoaso voto de confiança e o estarem tãoamigavelmente ao meu lado.Continuarei empenhadamente a traba-lhar em prol de uma freguesia melhor!

Telma SantosSecretária do executivo da Juntade Freguesia de Aveiras de Baixo

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Esperava, em 2013, ser candidato a presidente dasua freguesia ou isso apanhou-o e surpresa?Não esperava. Recebi um convite do Dr. Jorge Lo-pes e do Senhor Manuel Couceiro devido à minhaparticipação na Assembleia de Freguesia. Em parte,o convite apanhou-me de surpresa porque o trabalhoque eu fiz nesses oito anos não teve como objectivoser candidato. Sempre entendi que estava a trabalhar pela minhaterra e não para mim. Ser candidato não era um ob-jectivo nem público nem privado.

E aceitou de imediato o convite? Também não [Risos]. Ao primeiro embate, respondi-lhes que não mas eles não desistiram. Aliás, quemos conhece sabe que não são pessoas de desistir epediram-me para repensar. Depois de ponderar osprós e contras, entendi que me deveria candidatar. Se achava que a freguesia precisava de gente nova,quer em idade quer em ideias e forma de trabalhar,então não poderia recusar o desafio.

Quando assumiu a candidatura, quais eram osseus sonhos para Aveiras de Baixo?Um autarca não se deve mover apenas pelos seussonhos. Deve tê-los, claro, mas primeiro deve estaratento aos sonhos das pessoas. E, na verdade, achoque os meus desejos não diferiam muito dos de qual-quer cidadão de Aveiras. Que a freguesia crescesse,estivesse mais limpa, mais bem administrada e coma sua história valorizada. Por outro lado, todos nós,e eu naturalmente, exigíamos um maior reconheci-mento por parte da Câmara Municipal à nossa fre-guesia.

Essas eram as principais críticas que fazia à an-terior Junta?Precisamente. Notávamos falta de limpeza, e falta deiniciativa. A Junta estava afastada da população, enotava-se uma certa falta de firmeza nas relaçõescom a Câmara Municipal, no sentido de fazer sentirjunto do executivo municipal a necessidade de nãose esquecer de Aveiras. A anterior junta não era ativamas sim reativa: só se via depois dos problemasacontecerem.

Que experiência adquiriu nos dois mandatos naAssembleia de Freguesia, estando na “oposi-ção”?Melhorei a minha capacidade de debater, de serconstrutivo, de aprofundar um assunto antes de falardele, de trabalhar em conjunto para encontrar umasolução, de não deixar cair um problema no esque-cimento.Em oito anos na Assembleia de Freguesia lidei comdois presidentes diferentes. Com ambos aprendiimenso e apercebi-me das coisas boas e más. Tudoisso é útil: o bom serve-nos para sabermos fazer e omau serve de lição, para não copiarmos. Agradeço a ambos aquilo que com eles aprendi e otrabalho que cada um – à sua medida – fez em prolda freguesia.

Agora que os papéis estão invertidos, qual é oseu relacionamento com a “oposição”?Em primeiro lugar: é sempre muito mais fácil estar na“oposição”. Quem está no poder é que tem de dormircom os problemas e acordar com as soluções. Emtodo o caso, em Aveiras de Baixo as relações foramsempre pacíficas. O facto de sermos uma freguesia pequena faz comque todos se conheçam e tenham relações de proxi-

midade. Eu tento cultivar esse espírito e não tenhoqualquer problema em telefonar a um membro da As-sembleia de Freguesia a pedir uma opinião. Sei que estão aqui com o objectivo de ajudar, conhe-cem os problemas do país e das freguesias, com-preendem as nossas dificuldades em recrutar pes-soal para trabalhar e cumprem o seu papel de críticapolítica de forma saudável.

Em que estado encontrou as finanças da fregue-sia?Curiosamente, foi uma agradável surpresa. Em Avei-ras, durante quatro anos, ouvíamos dizer: “não se

faz porque não há dinheiro”, “não se compra porquenão há dinheiro”, “não se apoia porque não há di-nheiro”. Afinal, encontramos um saldo financeiro ra-zoável. Sinceramente, estava à espera de ter me-nos...

Significa que as coisas não se faziam por falta devontade?Não digo “falta de vontade” mas faltava proatividade,capacidade de iniciativa e ouvir as ideias dos outros.Não é porque a solução de um determinado assuntose situa na esfera da Câmara, que temos de ficar àespera que ele se resolva. Podemos dialogar, chegar

Carlos Valada, presidente da junta de Aveiras de Baixo

“O meu princípio é estarum passo à frente dos problemas”

“Um autarca não se deve mover apenas pelos seus sonhos.Deve tê-los, claro, mas primeiro deve estar atento aossonhos das pessoas.”

Eleito nas últimas eleições autárquicas, Carlos Valada, de 36 anos, é o presidente da Junta de Freguesia de Aveirasde Baixo. Sendo um filho da terra, conhece bem os problemas das populações e os assuntos locais. Autarca em Aveiras de Baixo desde 2005, o atual presidente só agora tem possibilidade de aplicar o seu programa,respeitando os compromissos eleitorais.A Coligação “Pelo Futuro da Nossa Terra”, que reúne o PSD, o CDS e muitos independentes, tem em Carlos Valada aoportunidade de mostrar que é possível fazer política e governar de forma diferente.

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5Entrevista

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a acordo, fazermos uma parte, dar o primeiro passo.Ficar eternamente à espera é que não.

Quais foram, então, as dificuldades que encon-

trou?

Alguma falta de equipamento para trabalho externo.A freguesia estava bem equipada ao nível adminis-trativo e lúdico mas não para trabalho de rua. As via-turas estavam velhas, já investimos muito nessas re-parações, o que causa sempre algum transtorno.Por outro lado, sentimos uma enorme dificuldade emrecrutar pessoas para trabalhar na freguesia. O pró-prio Centro de Emprego reconhece esse problema,dizendo que é muito mais fácil colocar pessoas emAveiras de Cima, Azambuja ou Vila Nova da Rainha.

Esta é uma freguesia com muitos problemas so-

ciais?

Infelizmente temos alguns, embora não tantos comonoutros locais. O Centro Social tem feito um bom tra-balho de levantamento, acompanhamento e ajuda àsfamílias carenciadas. Os casos que por questões le-gais ficam fora do sistema são apoiados por nós epor entidades como a Cruz Vermelha, normalmenteos cabazes de alimentos no Natal e na Páscoa.O próprio Centro Social é apoiado pela Junta em si-tuações como a recolha de alimentos.Na Ação Social, outra iniciativa nossa é o apoio àsfamílias das crianças do 1º ciclo, dos escalões 1 e 2.Vamos ajudar onde a Câmara Municipal não compar-ticipa: mochilas e livros de exercícios.Para nós, a Educação não é um gasto mas sim uminvestimento. É por isso que para o próximo ano ain-da vamos tentar aumentar ainda mais esse apoio. Eé um apoio inédito no nosso concelho!

Acha que a Câmara de Azambuja faz pouco na

Área Social?

Pouco não faz, mas honestamente acho que poderiafazer mais, sobretudo na forma de trabalhar.Poderia, por exemplo, reunir os diversos Presidentesde Junta e organizar o tipo de apoios que em Aveirasde Baixo decidimos dar. As verbas nem são avulta-das e se todos juntos adquiríssemos material esco-lar, ganharíamos escala e o valor ainda baixavamais.No Cartaxo, as freguesias em conjunto adquirirammaterial de proteção civil que a Câmara não podiacomprar. Essas parcerias são benéficas. A maneiracomo se trabalha pode resultar de uma forma maiseficaz na maneira como se aproveitam os fundos dis-poníveis Tenho vindo a alertar para isso...

Dos compromissos eleitorais, quais estão já

cumpridos?

Estamos a colocar em funcionamento a ComissãoSocial de Freguesia, que era uma prioridade. Faltaagora que o Conselho Local de Ação Social tambémesteja em pleno.Estamos a melhorar o apoio às coletividades, no-meadamente, com a Festa das Virtudes e o apoio àAssociação dos Casais da Amendoeira.Em conjunto com a Casa do Povo vamos remodelaro Posto Médico de Aveiras de Baixo. É um investi-mento muito grande, talvez o maior desta freguesianos últimos anos.Por iniciativa de cidadãos, já tivemos um “arranjo” deespaço público e um outro que está a ser realizado:cidadãos das Virtudes e Casais da Lagoa dispuse-ram-se a trabalhar se a Junta fornecesse os meios.Não víamos a anterior Junta disponível para estasparceiras com a população.

Qual é o planeamento para 2015?

A construção do parque de máquinas e viaturas daJunta de Freguesia. Essa é uma das nossas priori-dades porque temos o equipamento todo espalhadopela freguesia. Queremos iniciar em 2015 o Orçamento Participati-vo, que nunca tivemos em Aveiras. Embora a verbaseja pequena, é uma forma de as pessoas participa-rem na vida da freguesia.Dentro da limpeza urbana, que é para nós um pontode honra, vamos continuar o arranjo de jardins e ar-ruamentos.

Queremos a colocação de uma caixa multibanco nasVirtudes. Vimos abertura para isso nas conversas ti-das com alguns bancos. Também nas Virtudes, tra-balharemos para que se melhore a rede de telemó-vel.Em conjunto com a Câmara, voltar a dar dinâmica aoCentro Ambiental de Aveiras de Baixo. É um projetobastante interessante e ao longo dos anos a ex-ve-readora Ana Maria Ferreira e o departamento deEducação da Câmara muito se empenharam nele.Também em parceria com a Câmara, reparar os par-ques infantis, nomeadamente, de Virtudes e Casaisda Lagoa, que estão em muito mau estado. E identi-ficar todas as habitações degradadas da freguesia,porque se constituem como estruturas de risco para

as pessoas.Na área social, queremos aumentar os nossosapoios à Educação e continuar a apoiar o Centro So-cial e Paroquial de Aveiras de Baixo, que está numasituação complicada.

Já agora, como é a relação com a Câmara Muni-

cipal? Teme ser prejudicado por não ser da “cor”

do Poder?

Como qualquer relação, tem altos e baixos. O Presi-dente da Câmara é uma pessoa de grande abertura,sempre de porta aberta e telefone disponível. Novice-presidente também se vê alguma abertura pararesolvermos algumas situações. É bom sinal.

Continua è

“Em oito anos na Assembleia de Freguesia lidei com doispresidentes diferentes. Com ambos aprendi imenso eapercebi-me das coisas boas e más.”

“Tiramos os idosos de casa para que tenham mais vida para além dos programas de televisão,para que se mexam, convivam, comuniquem, façam coisas diferentes. Há dias emocionei-menuma atividade porque assisti ao reencontro de duas pessoas muito amigas mas que nãose viam há anos, morando apenas a cinco quilómetros uma da outra.”

“O facto de sermos uma freguesia pequena faz com quetodos se conheçam e tenham relações de proximidade. Eutento cultivar esse espírito e não tenho qualquer problemaem telefonar a um membro da Assembleia de Freguesia apedir uma opinião.”

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Depois, infelizmente, temos outros dois vereadoresque ainda não percebemos bem o que estão a fazer.Por exemplo, o vereador com o pelouro da Culturaainda não disse o que pretende da Feira Medievaldas Virtudes. Nem a Junta nem a Associação dasVirtudes conhecem o projeto do vereador.O vereador para as freguesias ultrapassou todos osprazos para os acordos de execução com as Juntas.Os vereadores da oposição tiveram de intervir e oPresidente da Câmara foi obrigado a assumir elepróprio o processo porque em seis meses nada foifeito pelo vereador em causa.Quanto a ser prejudicado por ser de “cor” diferente,não posso negar que por vezes sinto que não sou ou-vido como devia. Nada de muito grave mas sinto-o. Aliás, os elementos do Poder por vezes nem ouvemos vereadores da “oposição”, como é que ouvirão umPresidente de Junta que ganhou pela primeira vezesta freguesia ao PS?Mas no geral o que sinto é uma grande falta de proa-tividade. A Câmara não percebe que os atuais presi-dentes de Junta têm uma forma de estar muito dife-rente e que estão aqui para trabalhar.

Ganhou estas eleições em nome da Coligação“Pelo Futuro da Nossa Terra” o que faz de si umfoco de atenções. Sente que as pessoas estão deolho no seu desempenho para saberem se no fu-turo podem contar com a Coligação?Isso é estar a pôr muita responsabilidade em cima, oque não é negativo, mas a verdade é que sinto queas pessoas estão atentas. Isso vê-se na reação daspessoas às nossas atividades e até nas publicaçõesno facebook.Pessoas de outras áreas politicas dão-nos os para-béns pelo nosso trabalho e começam a perceber queé possível dar ao concelho e às freguesias um rumodiferente dos últimos 20 anos. As pessoas querem ver respondida a pergunta “seráque a Coligação Pelo Futuro da Nossa Terra pode fa-zer mais do que o Partido Socialista está a fazer?” Épor isso que estão atentas.

Disse na campanha eleitoral que queria fazer deAveiras de Baixo uma freguesia modelo. Issoquer dizer o quê?Ser uma freguesia modelo quer dizer “ser diferente”. Dou o exemplo das atividades para idosos. Antiga-mente fazia-se aqui um passeio anual dedicado aosidosos e resumia-se a isso a atenção com a terceiraidade. Hoje temos permanentemente atividades paraidosos da freguesia: passeios, workshops, jogos. To-dos os meses há qualquer coisa de diferente a acon-tecer.Começámos com apenas 5 inscritos e em julho inter-rompemos para férias com uma iniciativa que já jun-tou 55 idosos da freguesia. Se tivéssemos baixadoos braços com a fraca adesão da primeira atividade,esta nunca se tornaria num sucesso. Queremos com isso salientar que os idosos são umafranja importante da nossa população, e não podemser lembrados apenas no dia do passeio anual. Tira-mos os idosos de casa para que tenham mais vidapara além dos programas de televisão, para que semexam, convivam, comuniquem, façam coisas dife-rentes. Há dias emocionei-me numa atividade porque assistiao reencontro de duas pessoas muito amigas mas

que não se viam há anos, morando apenas a cincoquilómetros uma da outra.É um exemplo do muito que se pode fazer, gastandoquase nada.Noutro aspeto, no qual procuramos marcar a diferen-ça prende-se com o apoio às coletividades: apoia-mos aquelas que de facto têm atividade. Quem nãotrabalha não pode ter o mesmo tratamento de quemse esforça.Somos diferentes na própria relação com as pessoas:estamos presentes nos eventos da freguesia não paradar boa imagem, mas porque gostamos de estar comas pessoas e de ouvir as suas opiniões.E fazemos também a diferença quando intercedemosjunto de entidades como a “Águas da Azambuja” na re-solução de problemas concretos das pessoas. Essas atitudes fazem-nos ser diferentes. Uma dife-rença em relação ao passado e com outras fregue-sias. Uma diferença para melhor.

Uma das pessoas mais entusiastas ao seu ladona campanha foi a sua filha. Ela tem consciênciadas responsabilidades que o pai assumiu em Ou-tubro passado?[Risos] Acho que ela não tem essa consciência maspercebe que me dedico muito às minhas responsa-bilidades. Há dias eu fui convidado para estar na fes-ta dos Casais da Amendoeira e a minha filha foi co-migo. Sem eu estar à espera, passaram-me a pala-vra e ela ficou a olhar para mim com os olhos muitoabertos. No fim disse-me que gostava muito de mime que tinha muito orgulho em mim.Isso significa que ela percebe que eu dou muito sig-nificado àquilo que faço.Para ser sincero, a minha filha está muito presentenas ideias que tenho para a freguesia, nomeada-mente para as crianças. O meu pensamento é este:“se esta ideia for boa para a minha filha, então seráboa para as crianças da freguesia”. Eu tenho de pen-sar como pai quando tomo algumas medidas. Se mecolocar no papel de pai, tenho mais consciência da-quilo que é benéfico para os filhos dos meus fregue-ses. Fazemos uso do mesmo princípio nas nossaspolíticas para os idosos: “será que os nossos paisvão gostar desta ideia?”

Há algum princípio que norteie a sua ação comoautarca?Como autarca, a minha missão é estar um passo àfrente dos problemas. Esse é o meu princípio!

“Em conjunto com a Casado Povo vamos remodelar oPosto Médico de Aveiras deBaixo. É um investimentomuito grande, talvez omaior desta freguesia nosúltimos anos.”

“O Presidente da Câmara é uma pessoa de grande abertura,(…) No vice-presidente também se vê alguma abertura pararesolvermos algumas situações. Depois, infelizmente, temosoutros dois vereadores que ainda não percebemos bem oque estão a fazer.”

“Pessoas de outras áreas politicas dão-nos os parabénspelo nosso trabalho e começam a perceber que é possíveldar ao concelho e às freguesias um rumo diferente dosúltimos 20 anos.”

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7Atividades da Junta Freguesia de Aveiras de Baixo

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