boletim da adunirio n. 13

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Boletim n o 13 | 14 de abril de 2015 Boletim da ADUNIRIO Seção Sindical do ADUNIRIO Jornada Nacional de Lutas Candidatos a reitor respondem perguntas da Adunirio Caminhos bloqueados na Unirio (2ª edição) pág 3 pág 5, 6 e 7 pág 4 As mobilizações e paralisações realizadas pelos professores das universidades ao redor do Brasil garantiram que a negociação com o governo aconteça ainda em abril. Na Unirio, os docentes repintaram os muros do CCH.

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Page 1: Boletim da Adunirio n. 13

Boletim no 13 | 14 de abril de 2015

Boletim daADUNIRIO

Seção Sindical do

ADUNIRIOJornada Nacional de Lutas

Candidatos a reitor respondem perguntas da

Adunirio

Caminhos bloqueados na Unirio (2ª edição)

pág 3

pág 5, 6 e 7pág 4

As mobilizações e paralisações realizadas pelos professores das universidades ao redor do Brasil garantiram que a negociação com o governo aconteça ainda em abril. Na Unirio, os docentes repintaram os muros do CCH.

Page 2: Boletim da Adunirio n. 13

DIRETORIA: Presidente: Viviane B. Narvaes | Vice-Presidente: Camila M. Moraes | Secretário Geral: Carla Sartor| 1º Secretário: Bruno Oliveira | 2º Secretário: Leonardo Villela de Castro | 1º Tesoureiro: Rodrigo Castelo | 2º Tesoureiro: Rafaela de Souza Ribeiro CONSELHO FISCAL Titulares: Willian G. Soares, Dayse Martins Hora, Enedina Soares | Suplentes: Íris Abdallah Cerqueira CONSELHO DE REPRESENTANTES: Alexandre Magno Carvalho, Clarisse T. Gurgel, Elisabeth Orletti, Jadir Anunciação de Brito, Janaína Bilate Martins, Natália Ribeiro Fiche, Pedro Rocha de Oliveira, Rafael Forte Soares e Renato Almeida de Andrade ADMINISTRATIVO: Claudinea Gonçalves COMUNICAÇÃO: Bruno Marinoni

Boletim no 13 | 14 de abril de 2015

ADUNIRIO

Índice

Em defesa da democratização da Uniriopágina 2

Jornada Nacional de Lutas conquista antecipação de negociação com o governo

página 3

Caminhos bloqueados da Unirio - IIpágina 4

Eleições Reitoria da Unirio 2015-2019página 5, 6 e 7

Luta contra terceirizações terá ato unificado no dia 15 de abril

página 8

Andes-SN realiza 7º Conad extraordinário em maio

página 8

Greve dos professores em São Paulo completa primeiro mês

página 8

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Na Grécia Antiga, a democracia nasceu a partir de uma base escravista, produtora de brutais desigualdades sociais. Somente os homens, brancos, livres, gregos, letrados e proprietários de terras podiam participar dos debates na Ágora e exercer seus direitos políticos de votar e ser votado. A política, construção da pólis – da boa sociedade – era, portanto, exercida por poucos, muito poucos. Mulheres, escravos, pobres, analfabetos eram excluídos da vida pública. Aos subalternos, que consistiam na imensa maioria, cabia a resistência.Hoje, após séculos de muitas lutas, a sociedade mudou em relação ao escravismo, mas a democracia ainda convive com desigualdades econômicas enormes, o que impede a efetiva democratização das relações políticas e culturais. O poder se encontra concentrado e centralizado nas mãos de poucos, que se mostram crescentemente menos dispostos a implementar medidas democráticas nos espaços de trabalho, debates e tomadas de decisão. A universidade pública brasileira não está de fora desta monopolização do poder, operacionalizada por pequenos grupos da burocracia que ficam anos a fio ocupando cargos e se afastam dos problemas cotidianos vivenciados pelos trabalhadores nos seus postos de trabalho. A concentração e centralização dos poderes econômicos e políticos são evidentes na Unirio mas, contraditoriamente, convivem com espaços de representação. A existência de Conselhos, Câmaras e eleições é condição necessária, mas não suficiente para garantir uma democracia universitária viva, pulsante, utópica, capaz de formular e confrontar projetos de universidade antagônicos entre si, e não meramente uma discussão formal sobre quem vai gerir a escassez e o caos administrativo no qual estamos mergulhados há anos e que se

agravou profundamente com o Reuni.A Unirio deve ser um lugar no qual floresça abertamente o debate, o espírito crítico e a confrontação, e não uma ilha apropriada por alguns. Deve ser um espaço, um tempo e uma condição que primam pela ampliação do caráter público, pela contestação das injustiças, das denúncias do recorrente corte no orçamento e do boicote ao ensino público, lugar de desvelar a realidade para melhor enfrentá-la, lugar de tornar claro os formalismos que nos controlam e sobretudo, os desafios, dentre eles o de lutar pela transformação de uma sociedade que reproduz explorações e opressões ininterruptamente.É preciso repetir em demasia: o respeito pelo posicionamento do outro pela dinâmica que nos faz refletir, rever e ou referendar nossas próprias convicções tem se tornado letra morta nos espaços públicos e supostamente participativos. A universidade necessita ultrapassar seus próprios muros. Todavia, a triste constatação e a vivência de que o autoritarismo, as arbitrariedades e a privatização do espaço público imperam nesta universidade nos desalenta, mas também torna mais claro o que temos que enfrentar: a insensata reprodução de condutas antidemocráticas.A lucidez, a vivacidade e o ímpeto de sair em defesa de todo e qualquer ser humano e a construção coletiva são aprendizados e combustíveis para a vida toda, mesmo que tenhamos que reinventá-la a cada minuto. É nosso dever enquanto educadores estimular a verbalização e a publicização de tudo aquilo que não se compreende, provocar a discussão, pedir esclarecimentos do que não é claro e transparente, principalmente numa universidade pública.Quem ganha com os procedimentos de reduzir, tornar superficial e desnecessário o debate? Poucos, muito poucos.

Em defesa da democratização da Unirio

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Os professores da Adunirio realizaram de 7 a 9 de abril diversas ações de mobilização e encerraram com uma paralisação das atividades letivas na Unirio. O feito foi promovido no contexto da Jornada Nacional de Lutas dos Servidores Federais, realizado em universidades por todo o país, coordenado nacionalmente pelo Andes-SN e ratificado pela última Assembleia de Professores da Adunirio.Na Unirio, os professores panfletaram a pauta de reivindicações do movimento docente e fizeram novas pinturas na entrada do Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCH) da instituição, tematizando a guerra em andamento contra a juventude pobre e negra da periferia das cidades brasileiras. Ao final da programação, foi erguida uma tenda

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na qual os docentes debateram a situação atual da universidade, a democracia universitária, as condições de trabalho, os cortes de verba na educação e outros temas.Com ações por todo país e com uma caravana em Brasília, o movimento de servidores conseguiu antecipar a reunião de negociação com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). O governo, até aquele momento, se recusava a negociar com o movimento antes de maio. Ao fim da Jornada, os Servidores Públicos Federais saíram com um encontro marcado com o ministro no dia 23 de abril, data prevista também para um dia nacional de lutas nos estados.Com a pauta de reivindicações locais, os professores da Unirio exigem o

Jornada Nacional de Lutas conquista antecipação de negociação com o governo

Entrada do estacionamento do CCH exibe novas pinturas

estabelecimento de uma política de saúde do trabalhador para os docentes e técnico-administrativos da Unirio, a revisão dos contratos de terceirização que hoje representam uma das maiores despesas no orçamento da universidade e o estabelecimento de uma comissão paritária com os Três Segmentos para definição da utilização dos espaços do Bandejão. Além disso, reivindicam a criação de uma prefeitura dos campi que oriente as administrações dos prédios e das áreas comuns conforme as necessidades da comunidade, a retomada dos debates em conjunto sobre Estatuto e Regimento realizando uma estatuinte para tanto; e outros pontos que você pode conferir no nosso endereço eletrônico: www.adunirio.org.br.

Professores montaram tenda para discutir situação da universidade brasileira

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No debate ocorrido no Instituto Biomédico da Unirio no dia 26 de março, um tema que surgiu insistentemente na caixa de perguntas direcionadas aos candidatos a reitor dizia respeito à antiga quadra que deu lugar a um estacionamento e a um depósito improvisado de equipamento, entulho e lixo que não possuem local próprio. No lugar, foi prometida a construção de uma quadra suspensa que até o momento não existe. A lage erguida, porém, serve de cobertura para os carros e materiais ali dispostos.Estudantes que frequentam o IB como Bernardo Rodrigues, do curso de medicina da Unirio, reclamam do reduzido espaço de convivência, socialização e de prática de esporte na universidade. Da mesma forma,

Vitória Relvas, que participa da Associação Atlética lembra que o espaço esportivo serve para a comunidade acadêmica estabelecer outros tipos de relação e diálogo com a sociedade. De acordo com o diretor do IB, Marcello Sampaio, a iniciativa de “suspender a quadra” é uma parte do projeto de expansão da universidade do Reuni embargada pelo então procurador da Unirio sob o argumento de que a dupla propriedade do terreno (compartilhada com o Instituto Hahnemanniano) impediria a obra. Obstruídos os trabalhos, o dinheiro teria retornado ao Tesouro Público. O diretor afirma que não há nenhuma informação sobre as possibilidades de se retomar a obra.

Caminhos bloqueados da Unirio - II

Coincidentemente, durante a visita da reportagem ao IB o elevador havia parado de funcionar por tempo indefinido, pois, de acordo com o diretor, a solução que a administração usa cotidianamente de resetar o mecanismo não serviria dessa vez. A empresa de manutenção teria afirmado que uma peça que eles não têm para repor estaria quebrada. Muitas pessoas precisam subir os sete andares do edifício de escada. Na mesmo período encontramos elevadores paralisados também no CCH e na Escola de Nutrição.

Como subir?

Elevadores parados no IB, CCH e Nutrição

Demanda por quadra esportiva revela redução de espaços de convivência

A inauguração do muito esperado Bandejão na Unirio, neste ano de 2015, evidenciou uma série de problemas na concepção de expansão da universidade brasileira promovida pelo Reuni (Reestruturação e Expansão das Universidades Federais). O espaço atualmente explorado por uma empresa contratada, oferece serviços caros demais para estudantes advindos de famílias de baixa-renda e trabalhadores com relações de trabalho precarizadas, como os terceirizados e bolsistas. A forma de utilização do espaço do Bandejão e seus horários de funcionamento também têm sido objeto de críticas por parte da comunidade acadêmica. Segundo o professor Miguel Vellinho, no antigo restaurante universitário, fechado em 2011, professores, estudantes e técnicos circulavam pelo local durante todo o horário de funcionamento da universidade. “Agora perdemos um espaço de convivência, onde nos reuniamos para conversar e estudar”, afirma.O estudante Luciano Gonçalves, do curso de Música, diz que os horários limitados das refeições são incompatíveis com a dinâmica de circulação das pessoas pela universidade.O DCE tem realizado uma série de atividades discutindo o assunto, sendo inclusive o tema da última calourada realizada.

Gestão privada do espaço do Bandejão limita sua utilização.

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Eleições Reitoriada Unirio 2015-2019Já chegou a reta final das eleições para reitor da Unirio, gestão 2015-2019. São duas as chapas que disputam o pleito, encabeçadas pelo atual reitor, Luiz Pedro San Gil Jutuca, e pelo vice-reitor, José da Costa Filho. A votação acontece nos dias 15, 16 e 17 de abril. Professores, estudantes e técnicos participam do processo, sendo que os votos de cada setor pesam na medida de um terço sobre o universo votante.O reitor eleito terá que lidar com um corte de R$ 7 bilhões no orçamento da educação brasileira em um quadro já precário de condições de trabalho, de intensificação

da exploração da força de trabalho (manifestado no produtivismo acadêmico e na ampliação do número de vagas e cursos sem o aumento proporcional do quadro de docentes e técnicos) e de pressão dos setores privatizantes na direção de soluções privadas para as crises institucionais.A substituição do ministro da educação Cid Gomes após ultimato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, pelo professor Renato Janine não indicou na prática nenhuma intenção de se modificar a cartilha de precarização e privatização da universidade brasileira imposta pelos

sucessivos governos neoliberais. A próxima gestão da reitoria terá que tomar posição em relação a reivindicação dos movimentos de educação por ampliação de direitos de um lado e a política que tem sido posta em marcha pelo governo Dilma de outro.Nesse contexto, a diretoria da Adunirio convidou os candidatos a responderem quatro perguntas que dizem respeito à pauta do movimento docente e que se encontram ao alcance da administração local. O convite foi gentilmente aceito e o leitor pode conferir as respostas nas próximas duas páginas desta publicação.

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1- Por que o senhor quer estar à frente da Reitoria da Unirio?

A universidade se vê desafiada a rever seus paradigmas e a repensar suas ações! Temos fortalecido com nossos professores, estudantes e técnicos uma universidade que atenda à crescente demanda por uma educação comprometida com a inclusão e com a diversidade, por meio de práticas baseadas na ética e na transparência. Aspiramos uma universidade integrada, eficiente e sustentável, balizada por processos de acolhimento, permanência, normatização, internacionalização e racionalização administrativa. Na verdade, para nós, é mais uma oportunidade de fortalecer a UNIRIO como um espaço de excelência, investindo na sua atuação por meio da discussão democrática e do nosso compromisso inalienável com a produção do conhecimento e de promover a inclusão. 2- Os gastos com terceirização constam entre os maiores itens do orçamento da Unirio. Quais as propostas do senhor para combater a precarização do trabalho e garantir os direitos do (a) trabalhador (a)? A reestruturação do capital continua a produzir novos cenários nas relações de trabalho nas IFES. Uma pesada herança, um ônus para as Universidades! Diante desse fato, o técnico e/ou gestor público deverá construir e analisar indicadores para atender a cada uma das necessidades atuais. Demandas essas cada vez mais crescentes diante da atuação dos profissionais nos ambientes organizacionais das Decanias, das Escolas Institutos e Faculdades, nas unidades administrativas da Reitoria e nos seus órgãos suplementares. Para tanto, estamos convencidos que para segurança dos princípios legais é de fundamental importância

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o exercício do controle social de modo a garantir a efetividade do uso dos recursos orçamentários por quaisquer sistemas vigentes.

3- Uma Ação Civil Pública que garante a realização de concurso para a ocupação de cerca de 320 vagas de trabalho no HUGG resultou da luta dos três segmentos da Unirio. Quais as suas propostas para ampliar a democracia e as condições de trabalho no Hospital Universitário da Unirio?

A história do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG) relaciona-se à trajetória de grandes instituições que se tornaram patrimônios da Medicina brasileira. Na verdade, a coesão que caracteriza a relação entre a Escola de Medicina e o HUGG dá suporte a excelência internacionalmente reconhecida. O HUGG é o Hospital-Escola da UNIRIO. É necessário agir para alcançarmos a retomada de qualidade por meio do incentivo à pesquisa, ao ensino e à extensão, não só na Graduação, mas também na Pós-Graduação. É fundamental reestruturar as unidades organizacionais, dimensionar o atendimento prestado; acoplar o sistema de regulação à pesquisa e da Residência Médica a projetos de mestrado e doutorado, estabelecer convênios com outras instituições de saúde, investir na criação de um centro avançado de neurologia, aprimorar o biobanco de biópsias, sangue e urina, ampliar a presença dos Cursos de Enfermagem, de Nutrição, Biomedicina, Biologia e de demais cursos da Universidade, criar e reformar espaços de convivência acadêmica e divulgar mais as boas práticas e as pesquisas em curso. A discussão nacional sobre o destino dos hospitais universitários esteve polarizada em torno da adesão ou não à proposta governamental de criação de uma Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Respeitando a autonomia universitária e as decisões dos Conselhos Superiores, ouvindo a comunidade universitária, temos construído soluções diferentes da

EBSERH que vêm permitindo a retomada da situação para a gestão de pessoas, além da fundamental regularização dos contratos de fornecimento de suprimentos hospitalares. Juntos reunimos esforços e renascemos o espírito que animou sucessivas gerações de docentes, médicos, estudantes e técnicos, demonstrando a força que move o nosso HUGG.

4- Diante de uma expansão precária da Educação Superior Pública brasileira promovida nos últimos anos por programas como o Reuni e a Universidade Aberta do Brasil (UAB), cujos recursos foram insuficientes para garantir a qualidade da educação, como o senhor pretende lidar com uma política de ajuste de fiscal que visa cortar R$ 7 bi da Educação e agravar ainda mais esse quadro?

As IES públicas enfrentaram anos de insuficiente orçamentação e, não obstante, foram capazes de superar obstáculos e mantiveram sua qualidade acadêmica. Estamos convencidos que a autonomia e o financiamento em bases acordadas devem contribuir para recuperar o valor de seus docentes e técnico-administrativos, resgatando a Universidade Pública. Pelas discussões promovidas sobre a política de expansão pode-se pressupor que o Reuni, a UAB, os entes federativos e as IFES produziram, de fato, contradições, se não pela qualidade acadêmica, ao menos pelo compromisso social dos cursos implantados e pela sustentabilidade do sistema. Afirmamos nosso compromisso de agir seja por um necessário e criterioso estudo para estimar os recursos potencialmente disponíveis, seja por uma convincente ação planejadora com deliberação e aprovação dos seus Conselhos aliadas a iniciativas frequentes da Reitoria junto ao Governo Federal, aos representares do Rio de Janeiro no Congresso Nacional e às estruturas representativas de interlocução de modo a reagir diante dessa perspectiva para a educação superior brasileira.

Luiz Pedro San Gil Jutuca

Eleições Reitoria

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Eleições Reitoria

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1. Por que o senhor quer estar à frente da Reitoria da Unirio?

Para implantar uma gestão democrática, com base na transparência, na autonomia, na descentralização e na participação; buscando um modo novo de administrar as políticas do ensino, da pesquisa e da extensão, com base em uma concepção de formação na diversidade dos saberes, provenientes de experiências sociais e humanas diferenciadas. Mas também para valorizar o diálogo com respeito pelos sujeitos dos processos institucionais - os técnicos e administrativos, os docentes e os estudantes, objetivando garantir uma presença real e ativa da UNIRIO na vida política, social, cultural e científica. Pretendo estar à frente da reitoria para conduzir a universidade por caminhos que deixem claro para os seus sujeitos os critérios de distribuição de vagas docentes e de técnicos e administrativos; para possibilitar o processo de institucionalização completa da educação a distância, integrando-a definitivamente à estrutura dos nossos cursos presenciais; para liderar o processo de busca e conquista de novos espaços para suas esferas acadêmica e administrativa; para buscar por recursos que possibilitem estabelecer uma sólida política de assistência estudantil, a ser formulada com a ativa participação dos estudantes; para evitar salvacionismos pré-eleições, como se os mesmos tornassem inócuos os impactos dos anos de abandono que os antecederam, a citar, o ocorrido com o nosso HUGG. Enfim, são muitas as demandas que enfrentaremos com ética, compromisso e trabalho sério.

2. Os gastos com terceirização constam entre os maiores itens do orçamento da Unirio. Quais as propostas do senhor para combater a precarização do trabalho e

garantir os direitos do(a) trabalhador(a)?

Quanto menor o quadro de servidores técnicos e administrativos, maior a necessidade de terceirização. Lutaremos contra essa situação, buscando aumentar o quadro dos servidores. No que diz respeito à precarização das condições de trabalho, buscaremos superá-las, garantindo direitos e entendendo que atingem tanto os servidores quanto aqueles que atuam na UNIRIO como contratados de empresas fornecedoras de mão-de-obra. Isso tem a ver com infraestrutura e com as condições de nossos espaços físicos, que limitam as condições para todos. Queremos lutar por melhores condições de trabalho e estudo na instituição, pela radicalização da transparência no que tange aos contratos e sua fiscalização e pela requalificação da democracia dentro das relações de trabalho, por meio de processos colaborativos de elaboração de diagnósticos e políticas.

3. Uma Ação Civil Pública que garante a realização de concurso para a ocupação de cerca de 320 vagas de trabalho no HUGG resultou da luta dos três segmentos da Unirio. Quais as suas propostas para ampliar a democracia e as condições de trabalho no Hospital Universitário da Unirio?

Temos total reconhecimento e clareza quanto ao papel de vanguarda e liderança desempenhado pelas entidades de representação e pelos movimentos de luta, inclusive judicialmente, pela defesa do HUGG e para garantir a realização de concursos para servidores públicos no Hospital. Nosso Plano de Gestão expressa nossa intenção de elaborar - por métodos claros, democráticos e participativos - um planejamento estratégico e um plano

diretor que, partindo de diagnósticos claros e aprofundados, organizem uma visão de futuro para nosso Hospital, bem como metas e ações fundadas na compreensão da saúde e da educação como direitos de todos e dever do Estado.

4. Diante de uma expansão precária da Educação Superior Pública brasileira promovida nos últimos anos por programas como o Reuni e a Universidade Aberta do Brasil (UAB), cujos recursos foram insuficientes para garantir a qualidade da educação, como o senhor pretende lidar com uma política de ajuste de fiscal que visa cortar R$ 7 bi da Educação e agravar ainda mais esse quadro?

É preciso atuar de maneira incisiva nas esferas competentes definidas no Plano Nacional de Educação 2014-2024. Portanto, estaremos ao lado dos atores que, ao longo do tempo, vêm lutando para garantir que a educação se torne prioridade nacional, acompanhando de perto a execução do PNE, em especial o investimento de 10% do PIB na educação. Consideramos imprescindível, também, a participação ativa no processo de criação de uma instância de negociação e cooperação em nosso estado, entre as instituições públicas de educação e as representações profissionais e estudantis. Na Unirio - afora a ampliação da nossa capacidade de representação junto ao MEC e outros ministérios e em fóruns nos quais temos assento como a ANDIFES -, consideramos que ameaças de corte orçamentário só podem ser enfrentadas com a retomada do acompanhamento do PDI, identificando, de forma coletiva e transparente, prioridades a partir da clara compreensão de quais serão seus impactos, tanto na quantidade como na qualidade de suas ações.

José da Costa Filho

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Boletim no 13| 14 de abril de 2015

Os trabalhadores brasileiros estão organizando sua resistência aos projetos de terceirização e de retirada dos direitos trabalhistas. No dia 15 de abril será realizado o Dia Nacional de Paralisações contra o Projeto de Lei (PL) 4330, que possibilita a terceirização de atividades-fim, e contra as Medidas Provisórias (MP) 664 e 665, que retiram direitos do seguro-desemprego e da pensão por morte.O Dia Nacional de atos, manifestações e Paralisações foi convocado na última quinta (9) na reunião ampliada do Fórum das entidades dos SPF, finalizando a Jornada Nacional de lutas ocorrida em Brasília. No mesmo dia, cinco centrais sindicais, entre elas a CSP-Conlutas decidiram realizar, também no dia 15

de abril, um dia de paralisação contra os três projetos que retiram direitos dos trabalhadores. As MPs 664 e 665 ainda não foram apreciadas pelo Congresso. Já o PL 4330 foi aprovado na Câmara na última quarta-feira (8), mas ainda é necessária a aprovação no Senado e, posteriormente, da presidente Dilma Rousseff.O ANDES-SN, por meio da circular 81/2015, orienta suas seções sindicais a realizarem esforços para se incorporarem neste dia de paralisação, a partir dos seus fóruns de decisão. A gravidade da conjuntura, com essas propostas que significam uma verdadeira reforma trabalhista, que passa por cima da Constituição e retira ainda mais direitos dos trabalhadores, é fundamental para

Luta contra terceirizações terá ato unificado no dia 15 de abril

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a consolidação da unidade entre os trabalhadores na luta cotidiana.Amauri Fragoso de Medeiros, tesoureiro e encarregado de relações sindicais do ANDES-SN, afirma que os trabalhadores têm que dar uma resposta aos ataques que estão sofrendo com os projetos vindos do Congresso e do Palácio do Planalto. “A conjuntura está muito difícil. O PL 4330 vai mexer com os direitos de todos os trabalhadores, é quase uma “escravidão” moderna para a classe trabalhadora”, ressalta o docente”. No Rio de Janeiro, serão realizadas inúmeras atividades ao longo do dia 15 e a partir das 16h os trabalhadores e trabalhadoras se reunirão na Candelária em um ato unificado. * Com informações do Andes-SN

Andes-SN realiza 7º Conad extraordinário em maioO Andes-SN promove nos dias 2 e 3 de maio, em Brasília-DF, o 7º Conad extraordinário. A realização do evento foi uma deliberação do 34º Congresso da entidade, que ocorreu em fevereiro deste ano. Em sua sétima edição, o Conad extraordinário terá como tema “Contribuições do ANDES-SN para o 2º Congresso da CSP-Conlutas”. O caderno de textos com as contribuições ao encontro já se enocontra disponível desde o dia 8 de abril. Devido ao curto prazo de tempo, o Andes-SN informou que não haverá caderno anexo nessa edição do evento.

A greve dos professores do estado de São Paulo completou um mês no dia 14 de abril e o governo Alkmin tem se negado a negociar. De acordo com docentes e representantes sindicais, há dez anos a categoria não tem reajuste real do salário. De acordo com o sindicato dos professores da rede estadual (Apeoesp), a última assembleia contou com a participação de 60 mil professores e decidiu pela continuação da greve. Uma comissão de professores tentou entregar ao governador um ofício com as reivindicações após a assembleia, mas o governador se negou a recebê-los.

Assembleia de professores em greve reúne dezenas de milhares em SP

Greve dos professores em São Paulo completa primeiro mês