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Bovinocultura leiteira Recife, agosto de 2010 Boletim Setorial d0

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Boletim do agronegócio divulgado pelo SEBRAE em agosto de 2010.

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Page 1: Boletim Bovinocultura Leiteira SEBRAE

Bovinocultura leiteira

Recife, agosto de 2010

Boletim Setorial d0

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Bovinocultura leiteira

Recife, agosto de 2010

Boletim Setorial d0

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Entidade civil sem fins lucrativos, constituída como serviço autônomo e criada pela Lei 8.029, de 13 de abril de 1990, mantida e administrada pela iniciativa privada, através de seu Conselho Deliberativo.

Conselho Deliberativo - PernambucoBanco do Brasil – BBBanco do Nordeste do Brasil – BNBCaixa Econômica Federal – CEFFederação da Agricultura do Estado de Pernambuco – FaepeFederação das Associações Comerciais e Empresariais de Pernambuco – FacepFederação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco – FecomércioFederação das Indústrias do Estado de Pernambuco – FiepeInstituto Euvaldo Lodi – IEL/PEServiço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SebraeSecretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco – SDEServiço Nacional de Aprendizagem Comercial do Estado de Pernambuco – Senac/PEServiço Nacional de Aprendizagem Industrial do Estado de Pernambuco – Senai/PEServiço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado de Pernambuco – Senar/PESociedade Auxiliadora da Agricultura do Estado de PernambucoUniversidade de Pernambuco – UPE

Presidente do Conselho Deliberativo EstadualRicardo Essinger

Diretor-superintendenteNilo Simões

Diretora técnicaRoberta Correia

Diretor administrativo-financeiroGilson Monteiro

Supervisão editorialUnidade de Comunicação e Imprensa – SebraeJanete Lopes (gerente) Comissão de Editoração Sebrae 2010Ana Cláudia Dias Angela MikiCarla AlmeidaEduardo MacielJussara LeiteJanete Lopes Roberta AmaralRoberta CorreiaSilvana NóbregaTereza Nelma Alves

Boletim Setorial do Agronegócio – Bovinocultura leiteiraEquipe Técnica responsávelAlexandre Alves (gerente da Unidade de Agronegócios do Sebrae em Pernambuco)Carmem Marinho (trainee)Vitor Abreu (trainee)Karina M. Barros (estagiária)

Projeto gráfico e diagramaçãoZ.diZain Comunicação | www.zdizain.com.br

RevisãoBetânia Jerônimo

Page 5: Boletim Bovinocultura Leiteira SEBRAE

ApresentaçãoO Boletim Setorial do Agronegócio apresenta, nesta edição, os principais dados rela-

cionados com o setor produtivo leiteiro, nos cenários mundial e nacional, detalhando

ainda o desenvolvimento da atividade na Região Nordeste e, em especial, no Estado de

Pernambuco.

A importância da atividade leiteira estadual é demonstrada em números atualizados,

onde podemos verificar a evolução da atividade nos recentes levantamentos.

Levando em conta a existência de importantes projetos do Sebrae associados à bovino-

cultura leiteira, o boletim ganha mais importância, podendo servir de base para ações de

apoio voltadas para esta atividade pecuária.

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Page 7: Boletim Bovinocultura Leiteira SEBRAE

Sumário7 A produção mundial de leite

9 A produção leiteira no Brasil

11 A Região Nordeste na produção de leite

12 Os principais Estados produtores do Brasil

13 Os principais Estados produtores do Nordeste

15 Os principais municípios produtores

17 Caracterização do consumo de leite e derivados no Nordeste

20 Detalhando a produção e o consumo de leite e derivados em Pernambuco

25 O cenário pernambucano

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Boletim Setorial do Agronegócio | Bovinocultura leiteiraRecife, agosto de 2010

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A produção mundial de leite A produção mundial de leite, em 2008, chegou a mais de 578 bilhões de litros, segundo

a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). De acordo com

a organização, os Estados Unidos lideram o ranking de países produtores (Tabela 1) com

mais de 86 bilhões de litros produzidos, seguindo-se a Índia com uma produção de 44

bilhões. O Brasil aparece como o sexto maior produtor, com mais de 27 bilhões de litros.

Segundo estimativas da Fapri – Food and Agricultural Policy Research Institute, em 2009,

deve haver um aumento de consumo per capita de leite e derivados nos próximos anos.

Os indicadores de crescimento anual para países do continente asiático são expressivos,

com destaque para China, Filipinas, Tailândia e Vietnã. Ainda segundo a instituição, paí-

ses do Leste Europeu também devem apresentar um elevado crescimento no consumo.

Na América do Sul, Argentina, Peru e Uruguai devem apresentar taxas relativamente

altas para os próximos anos. Para o Brasil, a taxa projetada de crescimento, segundo a

Fapri, é de 2,96%.

Fonte: FAO / *IBGE (Pesquisa Pecuária Municipal), 2008.

Posição País Produção anual (bilhões de litros)

1º Estados Unidos 86,18

2º Índia 44,1

3º China 35,85

4º Rússia 32,11

5º Alemanha 28,65

6º Brasil 27,75

7º França 24,51

8º Nova Zelândia 15,21

9º Reino Unido 13,71

10º Polônia 12,42

Tabela 1 – Dez maiores produtores de leite do mundo (2008)

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Boletim Setorial do Agronegócio | Bovinocultura leiteiraRecife, agosto de 2010

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Fonte: FAO/IBGE (Pesquisa Pecuária Municipal), 2008.

Outro aspecto que deve ser analisado ao abordar a produção mundial de leite é o tamanho

do rebanho dos países produtores. Através deste levantamento, é possível ter uma ideia

da produtividade de cada país. Como podemos ver na Tabela 2, os Estados Unidos, maior

produtor de leite do mundo, possuem apenas o quarto maior rebanho, uma “contradi-

ção” justificada pela alta produtividade do país (a maior entre os países pesquisados), que

atingiu o patamar de 9,34 toneladas por cabeça ao ano, em 2008, o que representa uma

média de 31 litros/vaca/dia, considerando um período de lactação de 300 dias por ano.

Tabela 2 – A produtividade nos rebanhos dos principais produtores mundiais de leite

PaísesProdução (t) Rebanho (cabeças) Produtividade

(t/cabeças)

2006 2007 2008 2006 2007 2008 2006 2007 2008

EUA 82.463.031 84.189.067 86.178.896 9.112.000 9.132.000 9.224.000 9,05 9,22 9,34

Índia 41.148.000 43.481.000 44.100.000 36.478.000 37.429.000 38.500.000 1,13 1,16 1,15

China 32.257.300 35.574.326 35.853.665 12.332.314 12.353.142 12.652.601 2,62 2,88 2,83

Rússia 31.186.154 31.914.914 32.117.427 9.292.143 9.114.535 9.221.000 3,36 3,50 3,48

Alemanha 27.995.000 28.402.772 28.656.256 4.081.200 4.071.199 4.217.711 6,86 6,98 6,79

Brasil* 26.185.564 26.944.064 27.752.000 20.942.812 21.122.273 21.198.000 1,25 1,28 1,31

França 24.194.707 24.373.700 24.516.320 3.877.817 3.845.820 3.880.000 6,24 6,34 6,32

Nova Zelândia 15.172.464 15.618.288 15.216.840 4.137.697 4.167.121 4.347.657 3,67 3,75 3,50

Reino Unido 14.316.000 14.023.000 13.719.000 1.979.000 1.954.000 1.909.000 7,23 7,18 7,19

Polônia 11.982.393 12.096.005 12.425.300 2.774.920 2.727.000 2.733.130 4,32 4,44 4,55

SUBTOTAL 306.900.613 316.617.136 320.535.704 105.007.903 105.916.135 107.883.099 2,92 2,99 2,97

TOTAL 558.826.485 571.403.456 578.450.488 242.546.072 244.937.607 246.861.764 2,30 2,33 2,34

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Boletim Setorial do Agronegócio | Bovinocultura leiteiraRecife, agosto de 2010

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A produção leiteira no BrasilO Brasil vem apresentando um constante crescimento na produção de leite. Só em 2008,

a produção nacional apresentou um crescimento de 5,5%, quando comparada com 2007.

Com um rebanho leiteiro de 21.599.910 animais (segundo maior rebanho leiteiro mun-

dial), o país produziu, em 2008, 27.579.383 litros de leite, sendo que ainda temos, nos

índices de produtividade, indicadores muito desfavoráveis: em média, uma vaca brasilei-

ra produz por dia pouco mais de quatro litros de leite, cerca de 7,5 vezes menos do que

nos Estados Unidos, ou apenas o equivalente a 20% do que uma vaca francesa produz.

O alto crescimento nos últimos anos explica-se pela necessidade de atender a uma de-

manda interna também crescente. Segundo estimativas da AGE/Mapa (Assessoria de

Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura), o ano 2009 deve contabilizar uma pro-

dução de 31 bilhões de litros e um consumo de 27,3 bilhões, como podemos visualizar na

Tabela 3.

Fonte: AGE/Mapa, 2010.

Produção Consumo Exportação

(bilhões de litros) (bilhões de litros) (bilhões de litros)

2009/10 31,12 27,33 1,10

2010/11 31,80 27,93 1,18

2011/12 32,46 28,52 1,27

2012/13 33,12 29,11 1,35

2013/14 33,78 29,71 1,44

2014/15 34,45 30,30 1,52

2015/16 35,11 30,90 1,60

2016/17 35,77 31,49 1,69

2017/18 36,43 32,08 1,77

2018/19 37,09 32,68 1,85

2019/20 37,75 33,27 1,94

Taxa anual 1,98 1,98 5,78

Tabela 3 – Estimativas de consumo per capita de leite e derivados

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Boletim Setorial do Agronegócio | Bovinocultura leiteiraRecife, agosto de 2010

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2006 2007 2008 Variação 2008/2007

Norte 1.699.468 1.676.568 1.665.097 -0,70%

Nordeste 3.198.039 3.338.638 3.459.205 3,61%

Centro-Oeste 3.721.881 3.808.478 4.055.144 6,50%

Sudeste 9.740.310 9.803.336 10.131.577 3,30%

Sul 7.038.521 7.510.245 8.268.360 10,10%

Fonte: AGE/Mapa, 2010.

Especificando os dados por região (Tabela 4), temos o Sudeste como maior produtor,

com mais de 10 bilhões de litros ou 36% da produção nacional, seguido pelo Sul, com oito

bilhões de litros produzidos ou 29% do total do país. Juntas, estas duas regiões respon-

dem por 65% da produção brasileira. O destaque para a Região Sul fica por conta do ele-

vado crescimento entre 2007 e 2008, com mais de 10% de aumento na produção, quase

o dobro da média nacional (5,5%).

Tabela 4 – Variação da produção de leite nas regiões (2006-2008)

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Boletim Setorial do Agronegócio | Bovinocultura leiteiraRecife, agosto de 2010

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A Região Nordeste na produção de leiteA participação da Região Nordeste em relação à produção nacional vem ganhando força

na última década, tendo sido a terceira região que mais cresceu em participação neste

período - cerca de 69%.

Atualmente o Nordeste brasileiro é responsável por 12% de todo o leite produzido no

país, o que pode ser conferido na Tabela 5.

Fonte: IBGE, 2008.

Brasil e regiões Produção de leite (litros)

Participação na produção

nacional

Taxa de crescimento da produção em dez anos

Brasil 27.579.383 45%

Norte 1.665.097 6% 74%

Nordeste 3.459.205 12% 69%

Sudeste 10.131.577 37% 19%

Sul 8.268.360 30% 79,50%

Centro-Oeste 4.055.144 15% 39%

Tabela 5 – Produção de leite no Brasil e por região geográfica

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Boletim Setorial do Agronegócio | Bovinocultura leiteiraRecife, agosto de 2010

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Os principais Estados produtores do BrasilDetalhando a produção nacional por Estado, é visível a superioridade de Minas Gerais,

em relação aos demais. Com um crescimento de 32% no período de 1999 a 2008, este Es-

tado é responsável por 25% da produção brasileira ou mais de 7 bilhões de litros de leite

produzidos. Ao compararmos com o segundo maior produtor - Rio Grande do Sul, com

3,3 bilhões de litros, esta superioridade fica mais evidente.

Fonte: IBGE/Pesquisa da Pecuária Municipal, 2008.

Ranking Posição Produção (litros) Taxa de crescimento(1999 a 2008)

Estado 1999 2008 1999 2008

Minas Gerais 1º 1º 5.801.063.000 7.657.305.000 32%

Goiás 2º 3º 2.066.405.000 2.873.541.000 39%

Rio Grande do Sul 3º 2° 1.974.663.000 3.314.573.000 68%

São Paulo 4º 6º 1.913.499.000 1.579.742.000 -17%

Paraná 5º 4º 1.724.918.000 2.827.931.000 64%

Santa Catarina 6º 5º 906.540.000 2.125.856.000 134,50%

Bahia 7° 7º 672.394.000 952.414.000 42%

Rio de Janeiro 8º 13º 457.736.000 475.592.000 4%

Mato Grosso 9º 10º 411.391.000 656.558.000 59,50%

Mato Grosso do Sul 10º 12º 409.045.000 496.045.000 21%

Rondônia 11º 9º 408.750.000 723.108.000 77%

Pernambuco 15º 8º 266.172.000 725.786.000 173%

Tabela 6 – Ranking dos Estados da Federação na produção de leite e taxa de crescimento da atividade no período de 1999 a 2008

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Boletim Setorial do Agronegócio | Bovinocultura leiteiraRecife, agosto de 2010

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Os principais Estados produtores do NordesteAnalisando a Tabela 7, observamos o forte crescimento da produção leiteira no Estado

de Pernambuco, nos últimos dez anos, que registrou um incremento da ordem de 173%

em sua produção, tendo sido a maior taxa observada entre os Estados de maior impor-

tância na pecuária leiteria nacional. Esse avanço permitiu ao Estado se tornar o oitavo

maior produtor de leite do país, com mais de 725 milhões de litros produzidos em 2008.

Podemos ainda notar que a Bahia apresentou, no mesmo período, uma taxa de cres-

cimento de 42%, posicionando-se como o sétimo maior produtor do Brasil, alcançando

952 milhões de litros de leite produzidos. Na Tabela 7, temos o ranking dos Estados do

Nordeste.

Fonte: IBGE/Pesquisa da Pecuária Municipal, 2008.

Região 1999 2008 Posição em 2008 Variação

BA 672 952 1º 42%

PE 266 726 2º 173%

CE 325 425 3º 31%

MA 143 366 4º 156%

SE 122 260 5º 113%

AL 215 240 6º 12%

RN 129 219 7º 70%

PB 96 194 8º 102%

PI 73 78 9º 7%

Tabela 7 – Ranking dos Estados do Nordeste e variação entre 1999 e 2008 (produção em milhões de litros)

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Boletim Setorial do Agronegócio | Bovinocultura leiteiraRecife, agosto de 2010

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Fonte: IBGE, 2008.

Merecem destaque, na Região Nordeste, além da Bahia e de Pernambuco, os Estados do

Ceará, terceiro maior produtor da região, e do Maranhão, quarto colocado. Este último

apresenta a segunda maior taxa de crescimento do Nordeste: 156%. O Piauí apresentou

o menor percentual de crescimento na década analisada, aumentando em apenas 7% sua

produção.

Apesar da liderança regional, o Estado da Bahia apresentou uma pequena redução da

sua produção em 2008, quando comparada com a de 2007, enquanto Pernambuco apre-

sentou um crescimento de 9%.

Podemos perceber a evolução desses dois Estados, no período de 1999 a 2008, melhor

visualizada no Gráfico 1.

BASEALPEPBRNCEPIMA

Gráfico 1 – Evolução dos principais Estados produtores do Nordeste

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Boletim Setorial do Agronegócio | Bovinocultura leiteiraRecife, agosto de 2010

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Os principais municípios produtoresA análise da produção leiteira por município ratifica a supremacia do Estado de Mi-

nas Gerais. Dos 10 principais municípios produtores, seis estão situados em Minas

Gerais. O ranking dos 50 municípios pode ser conferido na Tabela 8.

Classificação Município Produção (litros)

1º Castro/PR 138.383.000

2º Patos de Minas/MG 109.696.000

3º Piracanjuba/GO 107.942.000

4º Ibiá/MG 103.370.000

5º Pompéu/MG 98.689.000

6º Patrocínio/MG 96.261.000

7º Coromandel/MG 93.008.000

8º Toledo/PR 91.754.000

9º Araxá/MG 88.744.000

10º Marechal Cândido Rondon/PR 87.876.000

11º Unaí/MG 82.000.000

12º Carambeí/PR 81.360.000

13º Morrinhos/GO 80.807.000

14º Perdizes/MG 77.637.000

15º Uberaba/MG 76.665.000

16º Itaíba/PE 75.884.000

17º Rio Verde/GO 75.600.000

18º Orizona/GO 73.000.000

19º Jaru/RO 72.691.000

20º Paracatu/MG 69.767.000

21º Bom Despacho/MG 64.158.000

22º Passos/MG 63.633.000

23º Jataí /GO 63.010.000

24º Buíque/PE 62.634.000

25º Prata/MG 61.970.000

Tabela 8 - Ranking dos 50 municípios de maior produção leiteira do país (produção anual)

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Cabe aqui registrar que entre os 50 municípios de maior produção leiteira do Brasil, três

são pernambucanos: Itaíba (16º colocado), Buíque (24º colocado) e Pedra (39º colocado),

sendo os dois primeiros classificados também como os maiores produtores da Região

Nordeste.

Fonte: IBGE, 2008 – Pesquisa da Pecuária Municipal. Elaborado por ALVES, 2010.

26º Luziânia/GO 61.200.000

27º Ouro Preto do Oeste/RO 60.592.000

28º Catalão/GO 59.880.000

29º Açailândia/MA 58.988.000

30º São Lourenço do Oeste/SC 58.250.000

31º Monte Alegre de Minas/MG 56.925.000

32º Mineiros/GO 56.650.000

33º Cascavel/PR 56.058.000

34º Marau/RS 52.709.000

35º Quirinópolis/GO 52.040.000

36º Leopoldina/MG 50.425.000

37º Lagoa Formosa/MG 50.221.000

38º Frutal/MG 50.197.000

39º Pedra/PE 49.275.000

40º Sacramento/MG 48.955.000

41º Uberlândia/MG 48.900.000

42º Carmo do Paranaíba/MG 48.314.000

43º Luz/MG 48.039.000

44º Ipameri/GO 48.000.000

45º Abaeté/MG 47.890.000

46º Curvelo/MG 47.718.000

47º Coronel Freitas/SC 46.800.000

48º Silvânia/GO 46.800.000

49º Palmitos/SC 46.786.000

50º Lagoa Grande/MG 46.195.000

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Boletim Setorial do Agronegócio | Bovinocultura leiteiraRecife, agosto de 2010

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Caracterização do consumo de leite e derivados no NordesteO mercado de leite e derivados no Nordeste tem apresentado expressivos números

quanto ao seu consumo. Basta observar os resultados apontados pela Pesquisa do Orça-

mento Familiar (POF), realizada pelo IBGE em 2008 e 2009, que revela a importância da

região no consumo desses produtos.

A partir dos dados compilados dessa pesquisa, foi possível dimensionar o volume de

dinheiro que as famílias do Nordeste destinam para a compra de produtos lácteos, prin-

cipalmente leite e queijo. Em 2008, por exemplo, foram mais de R$ 5 bilhões, o que cor-

responde a um gasto médio mensal da ordem de R$ 420 milhões.

Na distribuição por Estado, conforme o que se observa no Gráfico 2, temos a Bahia como

principal mercado consumidor, seguida de Pernambuco e Ceará, merecendo ainda des-

taque a situação observada no Estado da Paraíba que, embora esteja posicionado em

penúltimo lugar no ranking de produção de leite na região (Tabela 7), apresenta o quarto

mercado consumidor do Nordeste.

Fonte: IBGE/Pesquisa do Orçamento Familiar, 2008/2009.

R$ 15.516.438,00

R$ 16.154.992,56R$ 22.894.740,76

R$ 32.799.744,32

R$ 81.111.466,97

R$ 110.837.651,40

R$ 77.932.817,79

R$ 33.018.338,17

R$ 28.870.940,16

Gráfico 2 – Valor gasto por mês na compra de leite e derivados pelas famílias dos Esta-dos do Nordeste

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Boletim Setorial do Agronegócio | Bovinocultura leiteiraRecife, agosto de 2010

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Importante registrar que vem sendo constatado um aumento nesse consumo, ao com-

pararmos o valor gasto pelas famílias na compra de leite e derivados no período de 2003

a 2008, verificando-se um incremento da ordem de 54% (Gráfico 3).

Realizando uma análise mais detalhada, resolveu-se destacar o consumo específico de

dois importantes produtos do setor lácteo: o queijo e o leite de vaca. Tal levantamento

mostra o volume gasto na compra destes, tanto na realidade nacional quanto na Região

Nordeste, demonstrando que há uma maior taxa de crescimento do seu consumo na

Região Nordeste, em se comparando com a média nacional.

Fonte: IBGE/Pesquisa do Orçamento Familiar, 2008/2009.

R$ 3.256.600.680,00

R$ 5.029.926.452,16

20082003

Gráfico 3 – Comportamento do consumo anual de leite e derivados das famílias do Nordeste (2003-2008)

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Fonte: IBGE/Pesquisa do Orçamento Familiar, 2008/2009.

Analisando os gráficos 4 e 5, temos uma descrição do que ocorreu no Brasil e no Nordes-

te entre 2003 e 2008, no que tange ao gasto com o consumo médio mensal de leite e

queijo, constando-se a seguinte situação:

• no Brasil, aumento de 32% no gasto com leite e de 68% com queijo;

• no Nordeste, elevação de 51% no gasto com leite e de 116% com queijo.

Fonte: IBGE/Pesquisa do Orçamento Familiar, 2008/2009.

R$ 612.021.785,18

20082003

R$ 233.936.955,16

R$ 808.854.289,96

R$ 393.152.907,20

LeiteQueijo

R$ 83.690.820,00

20082003

R$ 35.482.950,00

R$ 126.684.326,77

R$ 76.856.164,87

LeiteQueijo

Gráfico 4 - Valor médio mensal gasto pelas famílias do Brasil na compra de leite e queijo

Gráfico 5 - Valor médio mensal gasto pelas famílias do Nordeste na compra de leite e queijo

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Detalhando a produção e o consumo de leite e derivados em PernambucoA distribuição geográfica da produção leiteira pernambucana demonstra que o Agreste

continua sendo a principal mesorregião produtora (Gráfico 6), respondendo atualmente

por 73% da produção estadual, bem acima do Sertão pernambucano, segunda mesorre-

gião de maior produção.

Em relação às microrregiões, o destaque fica para o Vale do Ipanema, no Agreste per-

nambucano, maior produtor com mais de 237 milhões de litros de leite produzidos em

2008.

Gráfico 6 - Participação das mesorregiões de Pernambuco na produção total do Estado em 2008

Participação das mesorregiões

3%

3%

1%

20%

73%

Sertão pernambucano - PESão Francisco pernambucano - PEAgreste pernambucano - PEMata pernambucana - PEMetropolitana de Recife - PE

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Fonte: IBGE/Pesquisa da Pecuária Municipal, 2008.

Posição Microrregião Volume de Produção (l)

1º Vale do Ipanema/PE 237.289.000

2º Vale do Ipojuca/PE 130.068.000

3º Garanhuns/PE 104.308.000

4º Araripina/PE 71.138.000

5º Sertão do Moxotó/PE 36.206.000

6º Médio Capibaribe/PE 27.210.000

7º Pajeú/PE 25.555.000

8º Alto Capibaribe/PE 15.956.000

9º Mata Setentrional Pernambucana/PE 15.238.000

10º Brejo Pernambucano/PE 15.167.000

11º Salgueiro/PE 13.131.000

12º Petrolina/PE 11.299.000

13º Itaparica/PE 7.405.000

14º Mata Meridional Pernambucana/PE 6.677.000

15º Recife/PE 3.249.000

16º Vitória de Santo Antão/PE 2.849.000

17º Itamaracá /PE 1.766.000

18º Suape/PE 1.278.000

19º Fernando de Noronha/PE -

Tabela 9 – Ranking das microrregiões de Pernambuco na produção de leite (anual)

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O ranking dos municípios com as maiores produções de leite no período de 1999 a 2008

aponta para o município de Pedra o maior crescimento, com 576% de evolução. Destaca-

mos ainda os municípios de Buíque, Bodocó e Águas Belas, que ampliaram em mais de

cinco vezes a produção municipal de leite na última década.

No que se refere ao mercado consumidor de leite e derivados, conforme já mencionado

anteriormente, o Estado de Pernambuco é o segundo maior do Nordeste, movimentan-

do um volume financeiro da ordem de R$ 81 milhões por mês, o que totaliza anualmente

cerca de R$ 972 milhões, representando o valor dos gastos que as famílias pernambuca-

nas têm na aquisição de tais produtos.

Seguindo o detalhamento, apresentamos um ranking com os municípios de maior pro-

dução de leite do Estado de Pernambuco, bem como a evolução dos municípios entre

1999 e 2008.

Fonte: IBGE/Pesquisa da Pecuária Municipal, 2010.

MunicípioRanking Produção (l)

Variação1999 2008 1999 2008

Itaíba 1º 1º 14.256.000 75.884.000 432%

Sanharó 2º 11° 12.280.000 13.608.000 11%

Buíque 3º 2º 9.396.000 62.634.000 567%

Bom Conselho 4º 7º 9.234.000 23.608.000 156%

Pesqueira 5º 6º 8.010.000 25.920.000 224%

Pedra 6º 3º 7.290.000 49.275.000 576%

São Bento do Una 7º 5º 6.825.000 33.840.000 396%

Gravatá 8º 25º 5.750.000 5.942.000 3%

Cumaru 9º 28º 5.440.000 5.404.000 -1%

Bodocó 10º 4º 5.413.000 33.877.000 526%

Venturosa 11º 10º 5.346.000 13.841.000 159%

Águas Belas 39º 12º 2.065.000 12.369.000 499%

Tabela 10 – Ranking dos municípios pernambucanos de maior produção de leite (anual)

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Dentre os derivados lácteos, o queijo aparece em maior destaque nos gastos de con-

sumo entre os pernambucanos. Para se ter uma ideia dessa importância, o valor médio

mensal da despesa com a compra de queijos em Pernambuco é maior entre todos os

Estados do Nordeste, revelando que este produto está fortemente presente no hábito

alimentar da população do Estado.

Utilizando os dados da POF 2008/2009, foi possível perceber que em Pernambuco as

famílias gastam, somente com queijo, praticamente o somatório do consumo deste mes-

mo produto nos Estados da Bahia e do Ceará, maiores produtores de leite do Nordeste

– primeiro e terceiro, respectivamente.

São quase R$ 25 milhões gastos mensalmente com a compra de queijo pelos pernambu-

canos, o que corresponde a uma cifra anual próxima de R$ 300 milhões.

No Gráfico 7, visualizamos o gasto médio mensal das famílias nordestinas com a aquisi-

ção de queijo.

Fonte: IBGE/Pesquisa do Orçamento Familiar, 2008/2009.

R$ 24.589.637,17

R$ 16.583.979,42

R$ 10.527.075,06

R$ 9.114.610,08

R$ 6.492.357,20

R$ 2.862.194,06

R$ 2.651.488,00

R$ 2.138.588,16

R$ 1.876.048,56

Gráfico 7 - Valor médio mensal gasto pelas famílias dos Estados do Nordeste no consumo de queijo

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O leite é um produto alimentício também bastante consumido pela população pernam-

bucana, de acordo com a POF 2008/2009. Cerca de R$ 15 milhões são gastos mensalmen-

te pelas famílias para incluir o leite na lista de compras, o que resulta um valor aproxi-

mado de R$ 180 milhões por ano. O Gráfico 8 apresenta o consumo médio mensal das

famílias nordestinas na aquisição de leite de vaca.

Fonte: IBGE/Pesquisa do Orçamento Familiar, 2008/2009.

R$ 37.293.119,55

R$ 30.398.668,29

R$ 15.239.764,39

R$ 10.565.644,32

R$ 9.435.391,26

R$ 8.871.799,32

R$ 6.288.236,84

R$ 4.423.390,82

R$ 4.108.062,00

Gráfico 8 - Valor médio mensal gasto pelas famílias dos Estados do Nordeste no consumo de leite de vaca

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O cenário pernambucanoDe acordo com os dados apresentados, constata-se que a atividade leiteira em Pernam-

buco vem apresentando um significativo crescimento quanto ao volume de produção.

Em dez anos, Pernambuco desfrutou de um crescimento de 173% no quantitativo de leite

produzido, com destaque para a microrregião do Vale do Ipanema, confirmando a região

do Agreste como a principal bacia leiteira do Estado.

Segundo informações levantadas junto à Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária

de Pernambuco (Adagro), o Estado de Pernambuco possui 97 estabelecimentos com

Serviço de Inspeção Estadual (SIE) implantado. Em relação ao número de unidades com

o Serviço de Inspeção Federal (SIF), temos 13 agroindústrias registradas, de acordo com

o Ministério da Agricultura. Tais levantamentos foram realizados em julho de 2010.

Dos cerca de dois milhões de litros de leite produzidos diariamente em Pernambuco, 52%

são captados por laticínios devidamente registrados. De acordo com a Adagro, aproxi-

madamente 540 mil litros são adquiridos pelas unidades com SIE. Em relação às unidades

que possuem SIF, levantamentos realizados pelo Sebrae apontam um volume diário da

ordem de 500 mil litros.

É importante ainda observar que de todos os estabelecimentos agroindustriais registra-

dos junto à Adagro, 65% deles são constituídos por laticínios, o que demonstra a impor-

tância da atividade leiteira no agronegócio de Pernambuco.

A realidade da produção de leite no Estado apresenta, todavia, algumas características

importantes, que merecem especial atenção como, por exemplo, o grande volume de

leite que não é captado pelas indústrias formais - aproximadamente 960 mil litros por dia

ou 48% da produção anual do Estado.

Quando analisamos o perfil de consumo de leite e derivados por parte das famílias per-

nambucanas, nos deparamos com uma realidade que sinaliza um volume de compras em

maior escala por parte da faixa de população que possui renda de até R$ 2.490,00 por

mês, conforme dados do IBGE (POF 2008/2009).

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Fonte: IBGE/Pesquisa do Orçamento Familiar, 2008/2009.

Cabe aqui enfatizar uma particularidade no consumo de produtos lácteos por parte dos

pernambucanos: eles desembolsam na compra de queijo praticamente o dobro do valor

em relação ao que é destinado à aquisição de leite.

Analisando o perfil de consumo das diferentes classes econômicas, é possível observar

que o volume de recursos gastos pelas famílias na aquisição de leite de vaca sofre uma

variação muito menor quando comparado com a compra de queijo que, por sua vez, au-

menta significativamente à medida que a renda das famílias se eleva (Gráfico 10).

No caso do consumo de produtos lácteos pelas famílias pertencentes à faixa de renda

acima de R$ 6.225,00, pode estar ocorrendo simplesmente aumento no volume de com-

pra, ou mesmo aquisição de produtos derivados de leite de valor agregado mais eleva-

do. Na prática, isto significa um preço mais alto e, consequentemente, um aumento na

despesa mensal das famílias. Esta situação pode apontar a existência de demanda por

Essa constatação adquire ainda mais relevância ao observarmos que a referida classe

econômica é responsável por 63% do volume total de compra de leite e derivados no

Estado, como mostra o Gráfico 9.

Famílias com renda entre R$ 2.490,00

a R$ 6.225,00

Famílias com renda de até R$ 2.490,00

Famílias com renda acima

de R$ 6.225,00

63%

20% 17%

Gráfico 9 – Distribuição do gasto total na compra de leite e derivados em Pernambuco por faixa de renda familiar

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Fonte: IBGE/Pesquisa do Orçamento Familiar, 2008/2009.

produtos derivados de leite voltados para consumidores que estão dispostos a pagar

mais para ter um produto diferenciado.

Famílias com renda entre R$ 2.490,00

a R$ 6.225,00

Famílias com renda de até R$ 2.490,00

Famílias com renda acima

de R$ 6.225,00

Queijo

Leite de vaca

R$ 17,12

R$ 46,32

R$ 95,46

R$ 27,90R$ 16,62

R$ 15,44

Gráfico 10 – Gasto médio mensal das famílias no consumo de leite de vaca e queijo de acordo com a faixa de renda

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É válido reforçar os índices positivos de crescimento que a economia pernambucana vem

alcançando. Segundo a Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco,

o Estado apresentou, nos últimos 12 meses, um crescimento do PIB da ordem de 5,3%,

avanço este superior ao registrado pelo país, que teve uma evolução de 2,4%. Partindo

da premissa de manutenção do atual cenário, a tendência é haver uma melhoria nas

condições financeiras das classes econômicas que possuem menor renda, trazendo por

consequência perspectivas do aumento de consumo para os produtos lácteos.

O conjunto de dados levantados neste boletim aponta uma conjuntura favorável para

a atividade leiteira pernambucana nos próximos anos, sobretudo considerando os as-

pectos de produção e consumo, ambos em plena expansão, assim como o aporte de

investimentos privados em novas agroindústrias de grande e médio portes no Estado, e

o esforço de pequenos laticínios em estabelecer melhorias nos produtos para diferenciá-

los no mercado, através da diversificação da oferta, melhorando a qualidade e agregan-

do valor aos derivados do leite.

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