bataille la estructura psicológica del fascismo

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  • 8/16/2019 Bataille La Estructura Psicológica Del Fascismo

    1/23

    G e o r g e s B a t a i l l e

    136

    LA ES TRUCTURA P S I COLÓGI CA DEL F AS CI S MO

    Luego de haber afirmado que en última instancia la infraes-

    tructura de una sociedad determina o condiciona la superestruc-

    tura, el marxismo no emprendió ningún esclarecimiento general

    de las modalidades propias de la formación de la sociedad religio-

    sa y política. Se admitió iguah7ie?ite la posibilidad de reacciones

    de la superestructura, pero tampoco entonces se pasó de la afirma-

    ción al análisis científico. A propósito del fascismo, este artícido

    plantea un intento d e representación rigurosa (si no completa) de

    la superestructura social y d e sus relaciones con la infraestructura

    económica. Sin em bargo, se trata sólo de un fiagmento que perte-

    nece a un conjunto relativamente importante, lo cual explica un

    gran núme ro de lagunas, particularmente la ausencia de toda

    consideración acer ca delmétodo

    a

    ; incluso ue

      necesario

      renunciar

    aquí a ofiecer la justificación general de un punto de vista nuevo

    y limitarse a la exposición de los hechos. En c ambio, la simple

    exposición de la estructura del ascismo exigió como introducción

    una descripción de conjunto de la estructura social.

    61

      E v i d e n t e m e n t e , es e l p r i n c i p a l d e f e c t o d e e s t a e x p o s i c i ó n , q u e n o d e j a r á d e

    s o r p r e n d e r o a c a s o d i s g u s t a r a la s p e r s o n a s q u e 1 10 e s t é n f a m i l i a r i z a d a s c o n

    l a s o c i o l o g í a f r a n c e s a , c o n l a f i lo s of ía a l e m a n a m o d e r n a ( f e n o m e n o l o g í a ) , y

    c o n e l p s i c o a n á l i s i s . C a b e i n s i s t i r s i n e m b a r g o e n e l h e c h o d e a j í í W j

    d e s c r i p c i o n e s s i g u i e n t e s s e r e f i e r e n a   estados vividos  y q u e el m é t o ^ d j j s V Í o -

    l ó g i c o a d o p t a d o p r o h i b e r e c u r r i r a c u a l q u i e r a b s t r a c c i ó n .

    1 3 7

  • 8/16/2019 Bataille La Estructura Psicológica Del Fascismo

    2/23

    Ge o r g e s Ba t a i l l e

    No hace falta decir que el análisis de la superestructura su-

    pone el desarrollo previo del análisis de la infraestructura, estu-

    diada por el m arxismo.

    I . L A P A R T E H O M O G É N E A D E L A S O C I E D A D

    La descripción psicológica de la sociedad debe com enzar p or la

    parte más accesible para el conocimiento -en apariencia, la parte

    fun dam enta l-cu yo rasgo s ignif ica t ivo es la homogeneidad

    64

      c omo

    tendencia. H omogmeidads\gm

    l

    nc z  en este caso conmensu rabilidad

    de los elemen tos y conciencia de dicha conm ensurab ilidad (las re-

    laciones humanas pueden mantenerse por una reducción a reglas

    fijas basadas en la conciencia d e la identidad posible de personas y

    de situaciones definidas; en principio, queda excluida toda violen-

    cia del curso d e la existencia

     así

     entendida).

    La base de la  homogeneidad  soc ia l es la pro du cció n

    65

    . La

    soc ie da d  homogénea es  la soc iedad prod uct iv a , es dec ir , la so-

    c iedad út i l . Todo e lemento inút i l resul ta exc luido, no de la

    soc iedad tota l , s ino de su par te   homogénea,  en la que cada

    elemento debe ser út i l para otro s in que la ac t ividad  homogé-

    " L o s t é r m i n o s   homogéneo, heterogéneo  y sus der ivados se subrayan s i empre

    que se toman en un sent ido par t i cular dent ro de es t a expos ic ión.

    3

      Las forma s más acabadas y más expl í c i t as de la  homogeneidad  social son las

    c ienc ias y l as t écnicas . Las l eyes fundadas por l as c i enc ias es t ablecen re l a -

    c i o n e s d e i d e n t i d a d e n t r e l o s d if e r e n t e s e l e m e n t o s d e u n m u n d o e l a b o r a d o

    y mensurable . En cuanto a l as t écnicas , que s i rven de t r ans ic ión ent re l a

    producción y l as c i enc ias , se debe inc luso a l a homogeneidad de los pro-

    ductos y de los medios que , en l as c iv i l i zac iones poco desar rol l adas , se

    opongan a l as prác t i cas de l a r e l ig ión y l a magia (véase Huber t y Mauss ,

    Esbozo de una teoría general de la magia,

      en

      Année sociologique,

      Vi l , 1 9 0 2 -

    1903, p . 15) .

    138

    La estructura psicológica del fascism o

    ne a  pueda a lcanzar nunca la forma de la ac t ividad  válida en sí

    misma.  U na a c t iv ida d ú t i l s i e mpre t i e ne una  medida común

    con otra ac t ividad út i l , pero no con una ac t ividad para sí.

    L a m e d i d a c o m ú n , f u n d a m e n t o d e l a  homogeneidad  so -

    c ia l y de la ac t ividad que de e l la depende , es e l dinero, va le

    dec ir , una equiva lencia mensurable de los dife rentes resul ta -

    dos de la ac t ividad prod uct iva . El dinero s irve para med ir cua l-

    qu ie r t r a ba jo y c onvie r t e a l hombre e n una func ión de los

    prod uc to s c ua nt i f i c a b le s . Ca da ho mb re , s e gún e l ju i c io de la

    soc ie da d  homogénea,  va le po r lo que pro duce , es dec ir, de ja de

    ser una existencia para  sí: no e s má s que una fu nc ión , ub ic a da

    den tro de l ímites mensu rables , de la prod ucció n colec t iva (que

    c ons t i tuye u na e x i s t e nc ia para algo distinto de sí).

    Pe ro el ind iv idu o  homogéneo  no e x i s te ve rda d e ra me n te e n

    func ión de sus p roduc tos pe r s ona le s s ino e n l a p roduc c ión

    a r t e sa na l , c ua ndo los me dios de produc c ión son r e l a t iva me n-

    te poco cos tosos y pueden ser pose ídos por e l a r tesano. En la

    c ivi l izac ión industr ia l , e l productor se dis t ingue de l poseedor

    de los me dio s de pro duc c ión y é st e ú l t imo s e a propia de los

    produc tos . En c ons e c ue nc ia , é s t e e s qu ie n e x i s t e e n func ión

    de los productos en la soc iedad moderna; é l es quien funda la

    homogeneidad  soc ia l , y no e l pro du cto r .

    Así, en el actual estado de cosas la parte homogénea de la socie-

    dad es tá formada por los hom bres qu e poseen los medios de pro-

    ducción o e l dinero destinado a su  mantenimiento y a su compra. Es

    dentro de la

     clase

     llamada capitalista o burguesa, precisamente en el

    sec tor med io de es ta c lase, don de se e fec túa fund ame nta lm ente la

    reducción tendencia del carácter hu m ano a una entidad abstracta e

    intercambiable,

     reflejo

     dé las cosas homogéneas poseídas.

    Esa reducció n lu ego se ext iende en la medid a dé lo .pos ible

    a las c lases genera lmente l lamadas medias , que aprovechan

    139

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    G e o r g e s B a t a i l l e

    porciones apreciables del benef icio . Pero el proletar iado obre-

    r o s i gue s i endo en g r an pa r t e i r r educ t i b l e . La pos i c ión que

    ocupa r espec to de l a ac t i v idad hom ogénea es dob l e : é s t a l o

    exc luye , no en cuan to a l t r aba jo s i no en cuan to a l benef i c io .

    Com o agen t es de l a p r oducc ión , l o s ob r e r os i ng r esan en l o s

    m ar cos de l a o r gan i zac ión soc i a l , pe r o l a r educc ión hom ogé-

    nea no afecta en pr incipio sino a su act ividad asalar iada; son

    integrados en la homogeneidad  psicológica en cuanto a su com-

    por t am ien to p r o f es iona l , no en gener a l com o hom br es . F ue-

    ra de la fábr ica, e incluso fuera de sus operaciones técnicas,

    con r e l ac ión a una pe r sona homogénea  (pat rón, burócrata , e tc .)

    un ob r e r o es un ex t r año , un hom br e de o t r a na tu r a l eza , de

    una na tu r a l eza no r educ ida , no som et ida .

    I I . E L E S T A D O

    E n e l p e r í o d o c o n t e m p o r á n e o , l a homogeneidad  social está

    unid a a la clase burgue sa po r vínculos esenciales: así , se conf i r -

    m a l a com pr ens ión m ar x i s t a cuando e l Es t ado se conc ibe a l

    se r v i c io de l a hom ogene idad am enazada .

    En p r inc ip io , l a hom ogeneidad  social es una form a preca-

    r ia , a merced de la violencia e incluso de cualquier disensión

    in t e r na . S e f o r m a espon táneam en te den t r o de l j uego de l a

    o r gan i zac ión p r oduc t iva , pe r o debe se r pe r m a nen tem en te p r o -

    t eg ida de l o s d ive r sos e l em en tos i nes t ab l es que no se benef i -

    c i an de l a p r oducc ión , o que c r een ob t ene r poco , o que s im -

    p l em en te no pueden sopor t a r l o s f r enos que l a   homogeneidad

    im po ne a la agi tac ión. En esas co nd iciones, la salvagua rda d e

    la homogeneidad  se l og r a r á r ecu r r i endo a e l em en tos im per a t i -

    141 139

    La estructura psicológica del ascism o

    vos capaces de aniq ui lar o de red ucir a un a regla a las di feren-

    tes fuerzas desordenadas.

    El Estado no es en sí mismo uno de esos elementos imperati-

    vos, se diferencia de los reyes, de los jefes militares o nacionales,

    pero es el resultado de las modifica ciones  sufridas por una parte de

    la sociedad homogénea en contacto con esos elementos. Esa parte

    const i tuye una form ación intermedia entre

     las

     clases h omogé neas

    y

     las

     instancias soberanas de las cuales debe to ma r su carácter obli-

    gatorio, aunque no ejercen su soberanía sino por su intermedio.

    Sólo en relación con estas últimas instancias será posible considerar

    de qué manera el carácter obligatorio es transferido a una forma-

    ción que no constituye sin embargo una existencia válida en sí

    m i sm a (heterogénea) , sino que es simplemente una actividad cuya

    utilidad respecto de otra parte sigue siendo ev idente.

    P r ác t i cam en te , l a f unc ión de l Es t ado cons i s t e en un dob le

    juego de au to r idad y adap t ac ión . La r educc ión de l a s d ive r -

    gencias por compensación en la práct ica par lamentar ia indica

    toda la complej idad posible de la act ividad interna de adapta-

    ción necesar ia para la

     hom ogeneidad.

      Pero con tra las fuerzas

    inasimilables, e l Estado opta por la autor idad est r icta .

    Según el Estado sea democrát ico o despót ico, la tendencia

    que l o dom in e se rá la adap t ac ión o la au to r idad . E n l a dem o-

    cracia , e l Estado extrae la mayor par te de su fuerza de la ho-

    m ogene idad espon tánea que no hace m ás que f i j a r y cons t i -

    tu i r como una regla. El pr incipio de su soberanía  —la  n a c i ó n -

    que le pro por cio na a la vez su f inalidad y su fuerza, se ve

    en tonces d i sm inu ido deb idc f a que l o s i nd iv iduos a i s l ados se

    consideran cada vez más como f ines con respecto al Estado,

    que exist i r ía para ellos en luga r de exist i r para la nación.  Y en

    ese caso la vida personal se dist ingue de la existencia  homogé-

    ne a  en t an to va lo r que se o f r ece com o incom par ab l e .

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    Ge o r g e s Ba t a i l l e

    I I I . D I S O C I A C I O N E S , C R Í T IC A S D E LA H O M O G E N E I D A D S O C IA L

    Y D E L E S T A D O

    Aun en c ircunstancias dif íc i les , e l Es tado a lcanza a mante-

    ner en la impot encia a las fuerzas  heterogéneas  que sólo ceden

    a nte su c oe rc ión . Pe ro pue de suc umbi r por una d i soc ia c ión

    interna de la parte de la sociedad de la cual es la forma coerci-

    tiva.

    D e m a n e r a f u n d a m e n t a l , la homogeneidad  soc ia l depende

    de l a homoge ne ida d ( e n e l s e n t ido ge ne ra l de l t é rmino) de l

    s i s t e ma produc t ivo . Ca da c ont r a d ic c ión que surge de l de sa -

    rrol lo, de la vida eco nó mi ca pro voc a así un a d isoc iac ión

    tende ncia de la exis tenc ia soc ial homogénea.  La tendenc ia a la

    disoc iac ión se expresa de la manera más comple ja en todos

    los planos y en todos los sent idos . Pero no a lcanza formas

    agudas y pe l igrosas s ino en la medida en que .una par te apre-

    c iable de la masa de individuos  homogéneos  ja de tener inte -

    rés en la conservac ión de la forma de  homogeneidad  exis tente

    (no porque s e a  homogénea, s ino a l contrar io, porque es tá a

    punto de perder su carác ter propio) . Esa f racc ión de la soc ie-

    da d s e a soc ia e n tonc e s e s pontá ne a me nte c on l a s fue rz a s

    heterogéneas   ya c onfo rma da s y se c onfu nd e c on e l l as .

    D e m od o que l a s c i r c uns ta nc ia s e c onómic a s a c túa n d i r e c-

    t a m e n t e s o b r e lo s e l e m e n t o s h o m o g é n e o s a l o s q u e

    desintegran. Pero esa des integrac ión sólo representa la forma

    negat iva de la e fervescencia soc ia l : los e lementos disoc iados

    no a c túa n a n te s de ha be r suf r ido una a l t e r a c ión c onsuma da

    qu e carac ter iza a la form a posi t iva de esa e fervescencia . A par-

    t i r de l m om e n to e n que s e une n a la s fo rma c ione s   heterogéneas

    ya exis tentes (en es tado difuso u organizado) , toman de e l las

    1 4 2

    La estructura psicológica del fascism o

    un carác ter nuevo, e l genera l carác ter pos i t ivo de la

      heteroge-

    neidad.  A de má s , l a  heterogeneidad  soc ia l no exis te en es tado

    informe y a la -der iva , t iende por e l contrar io de manera cons-

    tante a una es truc tura es tablec ida y  cuando algunos elementos

    sociales pasan a la parte  he te rogé ne a ,  su acción se halla todavía

    condicionada por la

     e s t ruc tura a c tua l

      de esa parte.

    A sí , e l modo de so luc ión de c ont r a d ic c ione s e c onómic a s

    a guda s de pe nde de l e s t a d io h i s tó r i c o y a l mismo t i e mpo de

    las leyes generales del sector social  heterogéneo  en el que la

    efervescencia adquiere su forma posi t iva ; depende en par t icu-

    lar de las relaciones establecidas entre las diversas formaciones

    de ese sec tor en e l momento en que la soc iedad   homogénea  se

    ha l la ma te r i a lm e nte d i soc ia da .

    El es tudio de la  hoynogeneidad  y de sus condic iones de

    exis tenc ia con du ce as í al es tudio esencia l de la  heterogeneidad.

    Con s t i tuye a de m á s su pr ime ra pa r t e de b ido a que la de te rm i -

    na c ión pr ima r ia de l a  heterogeneidad  d e f i n i d a c o m o n o  ho -

    mogénea  supone e l c onoc imie n to de l a homogeneidad  qu e la

    d e l im i t a p o r e x cl u si ó n. . . - ' . - . •

    I V . L A E X I S T E N C I A S O C I A L H E T E R O G É N E A

    Toda la pro blem ática de la ps icología soc ia l radica prec isa-

    me nte e n l a ne c e s ida d de or i e n ta r p r in c ipa lm e nte e l a ná l is i s

    hac ia una forma que no sólo es dif íc i l de es tudiar , s ino cuya

    misma e x i s t e nc ia a ún no ha s ido ob je to de una de f in ic ión

    posi t iva .

    E l m i s m o t é r m i n o d e  heterogéneo  indica que se t ra ta de

    e lemento s impo sibles de as imilar, y esa impo sibi l idad q ue a tañe

    139

  • 8/16/2019 Bataille La Estructura Psicológica Del Fascismo

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    G e o r g e s B a t a i l l e

    bás i cam en te a la a s im i l ac ión soc ia l a t añe a l m i s m o t i em p o a

    la asimilación cient í f ica. Ambas clases de asimilaciones po-

    seen una sola est ructura: la ciencia t iene por objeto fundar la

    homogeneidad   de l o s f enóm enos ; en c i e rt o m od o es una de

    l as f unc ione s em inen t es de la  homogeneidad.  Así , los elem en-

    to s

      heterogéneos

      que son excluidos por esta úl t ima se hal lan

    igua lm en te exc lu idos de l cam po de l a a t enc ión c i en t í fi ca : po r

    su m i sm o p r inc ip io , l a c i enc i a no puede conocer e l em en tos

    heterogéneos  como tales. Obl igada a constatar la existencia de

    hecho s i r reduct ibles —de una naturaleza tan inc om pat ib le con

    su hom ogene idad com o lo s c r im ina l es na tos , po r e j em plo ,

    con e l o r den soc i a l - se ve privada de toda satisfacción funcio-

    na l

      ( exp lo t ada de la m i sm a m a ner a que un ob r e r o en una

    fábr ica capi tal ista , u t i l izada sin tener par t icipación en las ga-

    nanc i as ) . La c i enc i a , en e f ec to , no es una en t i dad abs t r ac t a :

    puede r educ i r se s i em pr e a un con jun to de hom br es que v ive

    las aspiraciones inherentes al proceso cient í f ico.

    En esas cond ic iones , l o s e l em en tos  heterogéneos,  a l m enos

    en cuan to t a l e s , se ha l l an som et idos a una censu r a de hecho :

    cada vez que pod r í an se r ob j e to de una obse r vac ión m etód i -

    ca , f a lt a la sa t i s facc ión f unc io na l y s i n de t e r m inad a c i r cuns-

    tancia exc epcio nal —la inter fe renci a de una sat isfac ción cuy o

    or igen es t o t a lm en te d i s t i n to - no pueden m an tener se den t r o

    de l cam po de a t enc ión .

    La exc lus ión de l o s e l em e n tos  heterogéneos  de l ám bi to  ho -

    o

    mogéneo

      de l a conc i enc i a r ecuer da as í de m aner a f o r m al l a

    de los elementos descr i tos (por el psicoanál isis) como  incons-

    cientes,  que la censura excluye del yo consciente. Las di f icul-

    tades que obstacul izan la revelación de las formas  inconscien-

    tes   de l a ex i s t enc i a son de l m i s m o o r den que aque l l a s qu e

    o b s t a c u l i z a n e l c o n o c i m i e n t o d e l a s f o r m a s   heterogéneas.

    144

    La estructura psicológica del fascism o

    C om o se ve r á a con t inuac ión , a lgunos r a sgos son com u nes a

    esos dos t i pos de f o r m as y apa r en t em en te l o inconsciente  debe

    cons ide r a r se com o uno de l o s a spec tos de l o  heterogéneo, sin

    que sea posible apor tar precisiones inmediatas sobre este pun-

    to . S i se admite esta concepción, dado lo que se conoce sobre

    la represión, resul ta mucho más fáci l comprender que las in-

    cu r s iones ocas iona l es a l dom in io  heterogéneo  aún no hayan

    s ido l o su f i c i en t em en te coo r d inadas com o pa r a desem bocar

    siquiera en la simple revelación de su existencia posi t iva y cla-

    r am en te sepa r ada .

    Tiene una impor tancia secundar ia indicar ahora que, a f in

    de sor tear las di f icul tades qu e acaba n de considerarse, es nece-

    sar io plantear los lími tes de las tendencias inherentes a la cien-

    c i a y cons t i t u i r un conoc im ien to de l a  diferencia no explica-

    ble,  que supone el acceso inmediato de la in tel igencia a una

    m ate r i a p r ev i a a la r educc ión i n t e l ec tua l . P r ov i so r i am en te ,

    basta con exponer los hechos de acuerdo con su naturaleza y ,

    con m i r as a de f in i r e l t é r m ino  heterogéneo,  int roducir las si -

    guientes consideraciones:

    I

    o

    ) As í com o  maná  y  tabú  designan en sociología de las

    r e l i g iones f o r m as r e s t r i ng idas con ap l i cac iones pa r t i cu l a -

    r es de una f o r m a m ás gener a l - l o  sagrado— pued e co ns i -

    de r a r se una f o r m a r es t r i ng ida con r e l ac ión a l o  heterogé-

    neo.

    Maná  designa un a fuerza mister ios a e impe rsona l de la

    que d i s pone n a lgunos i n d iv iduo s com o lo s r eyes y lo s he -

    chiceros.  Tabú  indica la prohibición social de contacto que

    se aplica por ej emp lo a los cadáveres o a las mujere s du ran-

    te el per íod o m enstrua l . Esos aspectos de la vida heterogénea

    son fáci les de def ini r en vi r tud de los hechos precisos y

    139

  • 8/16/2019 Bataille La Estructura Psicológica Del Fascismo

    6/23

    G e o r g e s B a t a i l l e

    l imi ta dos a los que s e re f i e re n . En c a mbio , un a c om pre n -

    s ión explíc i ta de lo

     sagrado

    , cuyo dominio de apl icac ión es

    r e la t iva me nte va s to , o f r e c e c ons ide ra b le s d i f i c u l t a de s .

    D u rkh e im s e topó c o n l a impos ib i l ida d d e dar l e una de f i -

    nic ión c ient íf ica posi t iva : se l imitó a carac ter izar negat iva-

    m e n t e el m u n d o s a g r a d o c o m o a b s o l u t a m e n t e h e t e r o g é -

    ne o r e spe c to de l mundo profa no

    6 6

    . No obstante , es pos i-

    ble admit ir que lo sagrado  se conoce posi t ivamente , por lo

    menos de manera implíc i ta (pues la pa labra , presente en

    todas las lenguas , es de uso común y e l uso supone una

    s ign i f i c a c ión pe rc ib ida por e l c on jun to de los hombre s ) .

    Ta l c onoc i mie n to impl íc i to de un va lor que s e a t r ibuye a l

    á mbi to he te rogé ne o pe rmi te in fundi r l e a su de sc r ipc ión

    un carác ter vago, pero posi t ivo. Aun qu e es posible a f i rm ar

    que e l mundo he te rogé ne o e s t á c ons t i tu ido , e n una pa r t e

    imp or ta n te , por e l m un do s a gra do y que r e a c cione s a ná lo-

    gas a las que provocan las cosas sagradas revelan cosas

    heterogéneas   que no s on e s t r i c t a me nte c ons ide ra da s c om o

    sagradas. Esas reacciones consisten en qu e la cosa heterogénea

    se supone cargada de una fuerza desconocida y pe l igrosa

    (semejante a l maná  po l ine sio) y que unk de te rmina da pro-

    h ib ic ión s oc ia l de c onta c to  {tabú)  l a s e pa ra de l mundo

    homogéneo  o vu lga r (que c or r e sponde a l mundo profa no

    de la oposic ión es tr ic tamente re l igiosa) .

    ' Formas elementales de la vida religiosa

    , 191 2, p. 53. Al .final de su análi sis,

    D u r k h e i m t e r m i n ó i d e n t i f i c a n d o l o

      sagrado con

      lo

     social,

      pe ro e sa iden t i f i -

    . rac i ón re qu ie re la in trodu cc ió n de una h ipó te sis y , cua lqu ie ra que sea su

    a l c a n c e , n o p o se e e l v a l o r d e u n a d e f i n i c i ó n i n m e d i a t a m e n t e s i g n i f i c a t i v a

    ( r e p r e se n t a p o r o t r a p a r t e l a t e n d e n c i a d e l a c i e n c i a q u e p l a n t e a u n a

    r e p r e se n t a c i ó n

      homogénea

      a fin de soslayar la pres encia ev ide nte de ele-

    m e n t o s e se n c i a l m e n t e

      heterogéneos).

    146

    La estructura psicológica del fascismo

    2

    o

    ) Fuera de lo sagrado en sent ido es tr ic to, que const i tuye

    e l dom inio c om ún de la re l ig ión o de l a ma gia , e l mu nd o

    heterogéneo   c ompre nde e l c on jun to de los r e su l t a dos de l

    gas to  improductivo

    67

      ( las mis ma s cosas sagradas for ma n

    par te de ese conjunto) . Vale dec ir : todo aquel lo que la so-

    c iedad

      homogénea

      r e c ha z a c omo de se c ho o c omo va lor

    supe r ior t r a s c e nde nte . Son los p roduc tos e xc re tor ios de l

    c ue rpo huma no y a lgunos ma te r i a l e s a ná logos (ba sura s ,

    gusan os , e tc . ) ; las par tes de l cuerp o, las person as , las pa la-

    bras o los ac tos que t ienen un va lor e rót ico sugest ivo; los

    diversos procesos inconsc ientes como los sueños y las neu-

    ros is ; los numerosos e lementos o formas soc ia les que la

    pa r t e  ho7nogénea  no pue de a s imi la r : l a s muc he dumbre s ,

    las clases guerreras, aristocráticas y miserables, los diferen-

    t e s t ipos de ind iv iduos v io le n tos o que por lo me nos v io-

    lan la norma ( locos , agi tadores , poe tas , e tc . ) .

    3

    o

    ) L o s e l e m e n t o s  heterogéneos  p r o v o c a n r e a c c i o n e s

    afec t ivas de inten s ida d var iable según las personas y es po-

    s ible suponer que e l obje to de toda reacc ión afec t iva es

    n e c e s a r i a m e n t e  heterogéneo  (s i no en genera l , por lo me-

    nos con re lac ión a l suje to ) . Unas veces hay a tracc ión , otras

    ve c es re pul s ión , y todo ob je to de r e pul s ión e n d e te rmin a -

    das c ircunstancias pu ede conv er t i rse en obje to de a tracc ión

    o viceversa.

    4

    o

    ) La  violencia,  la  desmesura,  el delirio,  la  locura  carac te-

    r i z a n e n gra dos d ive r sos a los e l e me ntos he te rogé ne os :

    a c t i v o s c o m o p e r s o n a s o c o m o m u l t i t u d e s , q u e b r a n t a n

    7

      Aq u í Ba ta i l le se rem ite a su a r t ícu lo

      La noción de gasto, ut supra

      en esta

    ed ic ión (T .) .

    147

  • 8/16/2019 Bataille La Estructura Psicológica Del Fascismo

    7/23

    G e o r g e s B a t a i l l e

    las leyes de la hom ogeneidad  social . Esta caracte r íst ica no

    se ap l i ca adecuadam en te a l o s ob j e to s i ne r t e s , s i n em bar -

    go es to s ú l t im os p r esen t an c i e r t a con f o r m idad con l o s

    sen t im ien tos ex t r em os ( es pos ib l e hab l a r de l a na tu r a l eza

    v i o l e n t a y d e s m e s u r a d a d e u n c a d á v e r e n d e s c o m p o s i -

    c ión ) .

    5

    o

    ) La r ea l i dad de l o s e l em en tos  heterogéneos  no es de la

    m i s m a í n d o l e q u e l a d e l o s e l e m e n t o s   homogéneos.  L a

    r e a l i d a d  homogénea  se p r ese n t a con e l a spec to abs t r ac to

    y n e u t r o d e l o s o b j e t o s e s t r i c t a m e n t e d e f i n i d o s e i d e n -

    t i f i cados ( bás i cam en te e s l a r ea l i dad espec í f i ca de l o s

    ob j e to s só l i dos) . La r ea l i dad  heterogénea  es la de la fue r -

    z a o e l c h o q u e . S e p r e s e n t a c o m o u n a c a r g a , c o m o u n

    v a l o r , q u e p a s a d e u n o b j e t o a o t r o d e m a n e r a m á s o

    m e no s a r b i t r a r i a , cas i co m o si e l ca m b io no t uv i e r a l u -

    ga r en e l m undo de l o s ob j e to s s i no t an só lo en l o s

    ju i c io s de l su j e to . Es to no s ign i f i ca s i n em bar go que l o s

    h e c h o s o b s e r v a d o s d e b a n c o n s i d e r a r s e s u b j e t i v o s : l a ac -

    c ión de l o s ob j e to s de l a ac t i v idad e r ó t i ca ev iden t em en-

    t e s e f u n d a e n s u n a t u r a l e z a o b j e t i v a . N o o b s t a n t e , d e

    m a n e r a d e s c o n c e r t a n t e , e l s u j e t o t i e n e la p o s i b i l i d a d d e

    d e s p l a z a r e l v a l o r e x c i t a n t e d e u n e l e m e n t o a o t r o a n á -

    logo o ce r cano

    6 8

    . En l a r ea l i dad he t e r ogénea , l o s s ím bo-

    los ca r gados de va lo r a f ec t i vo t i enen as í l a m i sm a im -

    p o r t a n c i a q u e l o s e l e m e n t o s f u n d a m e n t a l e s y l a p a r t e

    p u e d e t e n e r e l m i s m o v a l o r q u e e l t o d o . E s f á c i l c o m -

    p r o b a r q u e , m i e n t r a s l a e s t r u c t u r a d e l c o n o c i m i e n t o d e

    u n a r e a l i d a d

      homogénea

      ser ía la de la cie nci a, la de u na

    ' . A l p a r e c e r , l o s d e s p l a z a m i e n t o s s e p r o d u c e n e n l a s m i s m a s c o n d i c i o n e s q u e

    l o s r e f le j o s c o n d i c i o n a d o s d e P a v l o v .

    149 139

    La estructura psicológica del ascism o

    r ea l i dad  heterogénea,  en t an to t a l , se encu en t r a en e l pen -

    s a m i e n t o m í s t i c o d e l o s p r i m i t i v o s y e n l as r e p r e s e n t a -

    c iones de l sueñ o : e s i dén t i c a a la e s t r uc tu r a de l o  incons-

    ciente^

    9

    .

    6

    o

    ) En r e sum en , r e spec to de l a v ida co r r i en t e ( co t i d i ana )

    la existencia  heterogénea  p u e d e s e r r e p r e s e n t a d a c o m o  to -

    talmente distinta, inconmensurable,  do t an do a e s t as pa l a -

    bras del valor positivo  que t ienen en la exper iencia  afectiva

    vivida.

    Ejemplos de elementos heterogéneos:

    Si ahora refer imos estas proposiciones a elementos reales,

    los agi tadores fascistas per tenecen sin duda a la existencia

    he t e r ogénea . Opues tos a l o s po l í t i cos dem ocr á t i cos , que en

    los di ferentes países represen tan la l laneza inhe rent e a la socie-

    d ad  homogénea,  Mu sso l in i o H i t l e r se m u es t r an de i nm e d ia -

    t o c o m o  totalmente distintos.  Cua l es qu i e r a qu e sean l o s sen t i -

    m ien tos que p r ovoque su ex i s t enc i a ac tua l en t an to agen t es

    po l í t i cos de l a t r ans f o r m ac ión , e s im pos ib l e no t ene r con -

    ciencia de la fuerza  que lo s s i t úa po r enc im a de l o s hom br es ,

    de los par t idos e incluso de las leyes: fuerza  que r om pe e l

    curso regular de las cosas, la hom oge nei dad apacible pero i r r i -

    t an t e e im po ten t e pa r a m an tener se a s í m i sm a ( e l hecho de

    que se rompa la legal idad no es sino el signo más evidente de

    l a na tu r a l eza t r a scenden te ,

      heterogénea

    , de la acción fascista) .

    Si se considera su origen en lugar de su acción externa, [2. uerza

    r

    ''

    J

      S o b r e e l p e n s a m i e n t o d f lo s p r i m i t i v o s , v éa s e L é v y - B r u h l ,  La mejjítjí^iícl

    primitiva; Cass i rer , Das mythische Denken;  s o b r e l o i n c o n s c i e n t e , bygjia.JQr.

    interpretación de los sueños.

  • 8/16/2019 Bataille La Estructura Psicológica Del Fascismo

    8/23

    G e o r g e s B a t a i l l e

    de u n agi tador es análoga a la que se ejerce en la hipnosis

    70

    . El

    f l u jo a f ec t i vo que l o une a sus pa r t i da r io s - que adqu ie r e l a

    f o r m a de una i den t i f i cac ión

    71

      moral con aquel a quien siguen

    (y viceversa) - está en func ión de la concie ncia co m ún de

    poderes y energías cada vez más

      violentos,

      cada vez más

      des-

    mesurados que

      se acumulan en la persona del jefe y se tornan

    en é l i nde f in id am e n te d i spon ib les . Aunq ue esa concen t r ac ión

    en una so l a pe r sona i n t e r v i ene com o un e l em e n to que d i s t i n -

    gue la formación fascista en el in ter ior mismo del ámbi to

    heterogéneo

    :

      por el hecho mismo de que la efervescencia afectiva

    desemboca en la unidad, const i tuye una instancia di r igida, en

    t a n t o

      autoridad, contra

      los hombres; esa*instancia es existen-

    ci a para sí  antes de ser útil y existencia para  / / d i s t i n t a de l a de

    una sub l evac ión i n f o r m e cuyo sen t i do para  « s ign i f i ca "pa r a

    los hombres sublevados". Esa  monarquía,  esa ausencia de toda

    d e m o c r a c i a , d e t o d a f r a t e r n i d a d e n e l e j e r c i c i o d e l p o d e r

    —f or m as que no ex i s t en ún i cam en te en I t a l i a o A lem an ia -

    indica que debe haber resignado forzosamente las necesidades

    naturales e inmed iatas de los hom bres en benef icio de un pr in -

    c ip io t r a scenden te que no pue de se r ob j e to de n inguna exp l i-

    cación exacta.

    De m odo com ple t am en te d i f e r en t e , t am b ién pueden des -

    cr ibi r se como heterogéneas las capas sociales más bajas, que

    despier tan generalm ente repulsión y en ningú n caso pued en ser

    asimiladas por el conjunto de los hombres. En la India, , esas

    clases miserables son consideradas

      intocables,

     es decir, se caracte-

    r izan por un a prohibic ión de contac to análoga a la que se apl ica

    711

      Sobre la s re lac iones a fec t ivas de los segu idores con e l ag i tador y sobre la

    ana log ía con la h ipnosis , véase F reud ,   Psicología de las masas y análisis del yo.

    71

      Véase \V. Roberrso n Sn i i th ,  Lectures on the religión of the Semitas,  F irst

    se r ie s,  The fundamental institutions,  E d i m b u r g o , 1 8 8 9 .

    150

    La estructura psicológica del ascism o

    a las cosas sagradas. Por cier to , la costumbre de los países de

    civi l ización avanzad a es menos r i tual y la cual idad de   intocable

    no se t ransmite obl igator iamente por herencia: en esos países,

    sin embargo, basta con exist i r como ser humano signado por la

    miser ia para crear entre uno y los ot ros -que se consideran la

    exp r es ión de l hom br e no r m al - un f o so p r ác t i cam en te i n f r an -

    queable. Las formas nauseabundas de la degradación provocan

    una sensac ión de a sco t an i n sopor t ab l e que es i nco r r ec to

    expresarlo o tan sólo aludir a ello. La desgracia material de los

    hom br es t i ene de m ane r a m uy no t ab l e consecuenc i as  desmesu-

    radas  en el orden psicológico de la desfiguración. Y en los casos

    d e h o m b r e s  dichosos  que no han su f r i do la r educc ión  homogé-

    ne a  (que contrapone a la miser ia una just i f icación legal) , s i

    obviam os las vergonzosas tentat ivas de fuga (de elusión) com o

    la pied ad c ar i tat iva, la violencia sin esperanza de las reacciones

    adqu ie r e i nm ed ia t a m en te l a f o r m a de desa f ío a l a r azón .

    V . E L D U A L IS M O F U N D A M E N T A L

    D E L M U N D O H E T E R O G É N E O

    Los dos ejemplos anter iores, tomados del ampl io dominio

    de la heterogeneidad y  no de l dom in io sag r ado p r op i am e n te d i -

    cho, mu est ran sin emba rgo los rasgos específ icos de este úl t imo.

    La congruencia se advier te fáci lmente en la f igura de los cond uc-

    tores, evidentem ente t ratados por sus par tidar ios com o personas

    sagradas. Resul ta mucho menos obvia en lo que concierne a las

    formas de la miser ia , que no son objeto de cul to alguno.

    Pero revelar que esas formas innobles son com pat ibles c on el

    carácter sagrado es precis ame nte el progreso decisivo realizado en

    139

  • 8/16/2019 Bataille La Estructura Psicológica Del Fascismo

    9/23

    G e o r g e s B a t a i l l e

    e l con oc im ien to de l dom in io de lo sag r ado y a l m i sm o t i em -

    po, de lo  heterogéneo.  La noción de la dual idad de las formas

    de lo sagrado es uno de los resul tados obtenidos por la antro-

    pología social : esas formas de ben dividi rse en dos clases opues-

    tas puras   e impuras   (en las rel ig iones pr imit ivas, a lgunas cosas

    im p ur as —la sang r e m e ns t r ua l , po r e j em plo— no son m en os

    sagradas que la naturaleza divina; la conciencia de esa dual i -

    dad f un dam en ta l ha pe r s i s ti do has ta una ¿poca r e l a t i vam en te

    r ec i en t e : en l a Edad Med ia , l a pa l ab r a  sacer  se em pleó pa r a

    des ignar una en f e r m edad ve r gonzosa

     —la sífilis—

     y  la significa-

    ción pr ofu nd a de ese uso todavía resul taba intel igible) . £1 tema

    de la miser ia sa grada —impura e in tocable— c onst i tu ye exacta-

    m en te e l po lo nega t i vo de una zona ca r ac t e r i zada po r l a opo -

    sición de dos formas extremas: en cier to sent ido, hay una iden-

    t idad de los contrar ios entre la glor ia y la degradación, ent re

    f o r m as e l evadas e im per a t i vas ( super io r es ) y f o r m as m i se r a -

    b l es (i n f e r i o r es ). La opos i c ión a t r av i esa e l con jun t o de l m un -

    d o  heterogéneo y  se añade a los rasgos ya determinados de la

    heterogeneidad como  u n e l e m e n t o f u n d a m e n t a l . ( E n e f e c to ,

    l a s f o r m as  heterogéneas  i nd i f e r enc i adas son r e l a t i vam en te e s -

    casas —al me no s en las sociedades evolucionadas— y el anál isis

    i n t e r no de l a e s t r uc tu r a soc ia l  heterogénea  se reduce casi to tal -

    m e n te a l a opos i c ión de l os dos con t r a r i o s . )

    V I . L A F O R M A I M P E R A TI V A

    D E L A E X I S T E N C I A H E T E R O G É N E A : L A SO B E R A N Í A

    La acción fascista ,  heterogénea,  pe r t enece a l co n ju n to de

    l as f o r m as super io r es . Ape l a a l o s sen t im ien tos t r ad i c iona l -

    152

    La estructura psicológica del fascism o

    m e n t e d e f i n i d o s c o m o  elevados y n obles y  tiende a constituir-

    l a au to r idad com o un p r inc ip io i ncond ic iona l , s i t uado po r

    encima de cualquier ju icio ut i l i tar io .

    Obv iam en te , e l em p leo de la s pa l ab r as superior, noble, ele-

    vado  no impl ica una adhesión. Esos cal i f icat ivos sólo desig-

    nan en este caso la per tenencia a una categor ía

      históricamente

    def in ida com o superior noble  o elevada: las concepciones nuevas

    o individuales no pueden considerarse sino en relación con las

    concepciones t radicionales de las cuales der ivan; por ot ra par -

    t e , son necesa r i am en te h íb r idas , s i n f ue r za , y no cabe duda

    que ser ía prefer ible renunc iar , en lo posible , a toda representa-

    ción de ese orden (¿cuáles son las razones confesables por las

    cuales un hombre quer r ía ser noble, s imi lar a un representan-

    te de la casta mil i tar medieval , y para nada innoble, es deci r ,

    de acuer do con e l j u i c io h i s t ó r i co , s im i l a r a un h om br e cuya

    miser ia mater ial habr ía al terado el carácter humano, lo habr ía

    vue l t o  totalmente distinto?)

    He cha es t a sa lvedad , debem os p r ec i sa r l a s i gn i f i cación de

    los valores super iores por medio de los cal i f icat ivos t radicio-

    nales.

    La  superioridad  ( sober an í a

    72

      im per a t i va ) des igna e l con -

    j u n t o d e l o s a s p e c t o s i m p a c t a n t e s — q u e d e t e r m i n a n

    af ec t i vam en te a t r acc ión o r epu l sión— pr op ios de l as d i f e r en -

    t e s s i t uac iones hum anas en l a s que es pos ib l e dom inar o i n -

    cluso opr imir a los semejantes, en razón de su edad, de su

    deb i l i dad f í si ca , de su e s t a tu to j u r í d i co o s im p lem e n te po r l a

    necesidad de ponerse bajo la di rección de Ano solo: a diversas

    c i r cuns t anc i as co r r esponden s i t uac iones de f in idas , e l pad r e

    respecto de sus hi jos, e l jefe mil i tar con relación al e jérci to y la

    72

      E l o r igen de la pa lab ra  soberano  e stá en e l ad je t ivo de l ba jo la t ín  superanew,

    que sign if ica  superior.

    139

  • 8/16/2019 Bataille La Estructura Psicológica Del Fascismo

    10/23

    G e o r g e s B a t a i l l e

    poblac ión c ivi l , e l amo ante e l esc lavo, e l rey respec to de sus

    subditos . A es tas s i tuac iones rea les se añaden s i tuac iones

    mitológicas cuya naturaleza exclusivamente ficticia facilita una

    condensac ión de los aspec tos que carac ter izan la super ior idad.

    E l s imple he c ho d om ina r a sus s e me ja n te s impl ic a l a  hete-

    rogeneidad   á

  • 8/16/2019 Bataille La Estructura Psicológica Del Fascismo

    11/23

    G e o r g e s B a t a i l l e

    servicio de la cual necesar iamente debe colocarse) , la opción

    no puede dejar de recaer en las fuerzas cuya práct ica mostró

    que en p r inc ip io ac tua ban en e l sen t i do m ás f avo r ab l e .

    La i ncapac idad de l a soc i edad  homogénea  para encontrar -

    en sí misma una razón de ser y de actuar la si túa dentro de la

    dependencia de las fuerzas imperat ivas, así como la host i l idad

    sádica de los soberanos contra la población miserable los aproxi-

    m a a cua lqu i e r f o r m ac ión que p r ocu r e m an tener a e s t a ú l t i -

    m a en l a op r es ión .

    De estas modal idades de exclusión de la persona real se

    desprende una si tuación compleja: si e l rey es el objeto en ei

    cual  la sociedad  homogéne a halló  su razón de ser, e l  m a n t e n i -

    m ie n to de e sa r e l ac ión ex ige que és t e se com por t e de t a l m a-

    ne r a qu e l a soc i edad  homogénea  pueda ex i s t i r para él.  La exi-

    gencia atañe en pr imer lugar a la  heterogeneidad  f u n d a m e n t a l

    de l rey, ga r an t i zada po r num er osas p r oh ib i c ione s de con t ac to

    ( t abúes) , pe r o es im pos ib l e m an tener e sa  heterogeneidad  en

    estado l ibre. La  heterogeneidad  en n ingún caso pued e r ec ib ir

    su l ev desde el ex t e r io r , pe r o su m o v im i en to e spon tá neo pue-

    de ser f i jado, al menos como tendencia, de una vez por todas.

    Fue así que la pasión dest ruct iva (el sadismo) de la instancia

    im per a t i va en p r inc ip io se d i r i g ió exc lus ivam en te con t r a l a s

    sociedades extranjeras, contra las clases miserables o contra el

    con jun to de l o s e l em en tos ex t e r nos o i n t e r nos hos t i l e s a l a

    homogeneidad.

    El poder histór ico de la realeza es la forma resul tante de

    t a le s s i t uac iones . Se le a t r ibuye u n pape l de t e r m inan t e en

    cua n to a su f unc ión pos i t iva a l p r i nc ip io m i sm o de la un i f i ca -

    c ión , e f ec tuada r ea lm en te en un con jun to de i nd iv iduos cuya

    facul tad afect iva se or ienta hacia un objeto   heterogéneo  ún i co .

    La d i r ecc ión un ívoca t i ene po r s í m i sm a un va lo r cons t i t u t i -

    157 139

    La estructura psicológica del fascism o

    vo: presu pon e —por cierto , vagamente— el carácter im perat ivo

    de l ob j e to . La un ión , p r i nc ip io de l a   homogeneidad, no es

    m ás que un hecho t endenc i a l i ncapaz de ha l l a r en s í m i sm o

    un mot ivo para exigi r e imponer su existencia, y en la mayo-

    ría de los casos el recurso a una exigencia del exterior adquiere

    el valor de una necesidad pr imar ia . Y el

      deber ser

      pur o, el

    im per a t i vo m or a l , ex ige el ser para sí,  es deci r , e l mo do espe-

    cí f ico de la existencia  heterogénea.  Pero precisamente esa exis-

    tencia en sí misma escapa al pr incipio del deber ser y en nin-

    gún caso puede subor d ina r se a é l : accede i nm ed ia t am en te a l

    ser  ( en o t r o s t é r m inos , se p r oduce com o va lo r  qu e  es o que no

    es, nunca como valor  que debe ser ) . La  forma  compleja en la

    que se l lega a la resolución de esa incompat ibi l idad plantea el

    deber ser  de la existencia  homogénea  dentro de existencias

    heterogéneas.  Así la  heterogeneidad  im per a t i va no só lo r ep r e -

    sen t a una f o r m a d i f e r enc i ada r e spec to de l a  heterogeneidad

    d i f usa , sup one adem á s l a m od i f i cac ión es t r uc tu r a l de la s dos

    par t e s en con t ac to ,  homogénea  y  heterogénea.  Por un lado, la

    f o r m a c i ó n  homogénea  cercana a la instancia regia, e l Estado,

    toma de el la su carácter imperat ivo y parece acceder a la exis-

    tencia

      para sí

     r ea l i zando e l

     deber ser

     despo j ado y f r í o de l con -

    jun to - de l a soc i edad hom ogénea . P e r o en r ea l i dad e l Es t ado

    no es m ás que l a f o r m a abs t r ac t a , deg r adada , de l  deber ser

    v ivo y ex ig ido , en p l en i t ud , com o a t r acc ión a f ec t i va y com o

    instancia regia: no es más que la homogeneidad

      difusa

      conver -

    t i da en coe r c ión . P o r o t r o l ado , e l m odo de f o r m ac ión i n t e r -

    mediar ia que caracter iza al Estado invade por reacción la exis-

    tencia imperat iva; pero en el curso de esa int royección la for -

    ma propia de la  homogeneidad  se vuelv e, en este caso real-

    m en te , una ex i s t enc i a para  « n e g á n d o s e a s í m i s m a : se a b s or -

    be en la heterogeneidady  se dest ru ye en tan to es est r icta men te

  • 8/16/2019 Bataille La Estructura Psicológica Del Fascismo

    12/23

    Ge o r g e s Ba t a i l l e

    homogénea  de b id o a que , t r a ns fo rma d a e n ne ga c ión de l p r in -

    c i p io d e u t i li d a d , r e h u sa t o d a s u b o r d i n a c i ó n . P r o f u n d a m e n -

    te pe ne t r a do por l a  razón de Estado,  e l rey no se ident if ica s in

    e mba rgo c on é s t a ú l t ima : ma nt i e ne ín te gro e l c a r á c te r c on-

    t r a s t a do prop io de l a supre m a c ía d iv ina . Esc a pa al p r in c ip io

    e spe c í f i c o de l a homoge ne ida d , a l a c ompe nsa c ión de de re -

    chos y deberes que const i tuye la ley formal de l Estado: los

    de re c hos de l r e y s on inc ondic iona le s .

    Es cas i innecesar io mostrar aquí que la pos ibi l idad de esas

    forma c ione s a f e c t iva s ha oc a s iona do e l some t imie n to in f in i to

    que de gra da l a ma yor ía de l as fo rma s de v ida hum a na (mu c ho

    más que los abusos de fuerza , por otro lado reduct ibles en s í

    mism os, en ta nto la fuerza en juego es necesar iamente soc ia l , a

    formaciones impera t ivas) . Si ahora consideramos la soberanía

    en su form a tendencia l , ta l co mo h a s ido his tór icam ente vivida

    por los subditos responsables de su va lor a trac t ivo, pero inde-

    pendientemente de una rea l idad par t icular , su na tura leza se

    mue s t r a huma na me nte c omo la má s noble - e l e va da ha s ta l a

    majes tad—, pura en e l centro m ism o d e la orgía , fuera de l a lcan-

    c e de l as impe r f e c c ione s huma n a s . Cons t i tu ye l a z ona . forma l -

    me nte ex enta de intr igas inte resadas a la que se re fie re e l súbd ito

    op r im ido c om o a una sa t is facc ión vac ía pero pu ra (en es te sen-

    t ido, la const i tuc ión de la na tura leza regia por enc ima de una

    realidad in confes able recuerd a las ficciones q ue j ustifican la vida

    e terna) .  En tanto forma tendencia l , rea l iza e l

     ideal

      de la socie-

    d a d

      y

      de l curso de las cosas (en la mente de l súbdito, esa fun-

    c ión s e e xpre sa inge nua me nte :  si el rey supiera. . . ) . Al mismo

    tiemp o, es auto r ida d es tr ic ta . Por enc im a de la soc iedad  homo-

    génea  as í como por enc ima de la poblac ión miserable o de la

    je rarquía a r is tocrá t ica q ue de e lla em ana, la sobera nía exige de

    ma nera sa ngr ienta la repres ión de lo que le es adverso y en su

    159 139

    La estructura psicológica del ascism o

    fo rma e xpl íc i ta s e c onfun de c on los funda m e ntos he te rogé ne os

    de la ley: es al mismo tiempo la posibilidad y la exigencia de la

    unidad colectiva; es en la órbita regia donde se elaboran el Esta-

    do y sus func ione s de coerc ión y adaptac ión; es en benef ic io de

    la grandeza real que se desarrolla la reduc ción h om ogé nea, com o

    destrucc ión y como fundación a la vez .

    Como pr inc ip io pa ra l a a soc ia c ión de innume ra b le s e l e -

    me nto s , e l pode r r e a l s e de sa rro l l a e s pontá n e a me nte e n t a n to

    es fuerza impera t iva y des truc t iva contra cua lquier otra forma

    impera t iva que se le pudiera oponer y as í se manif ies ta , en

    gra do má ximo, l a t e nde nc ia funda me nta l y e l p r inc ip io de

    toda autor idad: la reducción a la unidad personal , la indivi-

    dual izac ión de l poder . Mie ntra s que la exis tenc ia miserable se

    produc e ne c e s a r i a me nte c omo mul t i tud y l a s oc ie da d homo-

    gé ne a c om o r e duc c ión a una me d ida c om ún, l a ins t a ncia im-

    pe ra t iva , el f un da m e n to de l a opre s ión , s e de sar ro l l a ne c e sa -

    r iamente en e l sent ido de un a reduc ción a la un ida d ba jo la

    form a de un s e r hu m a n o qu e n ie ga ha s ta la pos ib i l ida d de un

    se me ja n te , e n o t ros t é rminos , c omo una forma r a d ic a l de l a

    e xc lus ión que l a a v ide z im pon e .

    V I I . L A C O N C E N T R A C I Ó N T E N D E N C I A L

    Por c ie r to, la tendencia a la concentrac ión contradice apa-

    r e n te me n te l a c oe x i s t enc ia de d i s t in tos á mb i tos de l pode r : e l

    dominio de la soberanía rea l es dife rente de l poder ío mil i ta r ,

    y d i f i e r e t a mb ié n de l dom inio de la a u tor ida d r e l ig iosa s ^gf í f

    precisam ente la consta tación d e esa coexistencia ind uc^a^r es.tgr

    a tenc ión a l carác ter compuesto de l poder rea l , e i í<

  • 8/16/2019 Bataille La Estructura Psicológica Del Fascismo

    13/23

    Ge o r g e s Ba t a i l l e

    fác i l volver a ha l la r los e lementos const i tut ivos de los otros

    dos poderes mil i ta res y re l igiosos

    73

    .

    Se advier te as í que la soberanía rea l no debe examinarse

    c omo un e le me nto s imple c on or ige n a u tónomo, c omo e l

    e jé rc i to o la organ izac ión re l igiosa : es exac tam ente (y además

    únic a me nte ) l a c onc e nt r a c ión de e sos dos e l e me ntos fo rma -

    dos e n d i r e c c ione s d i f e r e n te s . El c ons ta n te r e surg im ie n to de

    los poderes mil i ta res y re l igiosos en es tado puro nunca modi-

    f icó e l pr inc ipio de su concentrac ión tendencia l ba jo la forma

    de una sola soberanía : aun e l rechazo formal de l c r is t ianismo

    —para emplear la te rminología s imbólica vulgar— no impidió

    que la cruz se arrastrara en los escalones del trono con el sable.

    Considerada his tór icamente , la rea l izac ión de esa concen-

    ' t rac ión pudo ser espontánea: e l je fe de l e jé rc i to logró hacerse

    c onsa gra r  rey por la fuerza o bien e l r ey c onsa gra do s e a due ñó

    del poder mil i ta r (en Japón, rec ientemente e l emperador hizo

    es to úl t imo, aunque es c ie r to que su propia inic ia t iva no jugó

    un papel de terminante) . Pero s iempre , aun en e l caso en que

    la realeza es  usurpada, la pos ib i l idad de la reu nió n de los po-

    de re s ha de p e nd ido de sus a f in ida de s funda m e nta le s y sobre

    todo de su c onc e nt r a c ión t e nde nc ia l .

    El análisis de los princ ipios que rigen estos hechos tien e evi-

    de n te me nte una impor ta nc ia c a p i t a l e n mome ntos e n que e l

    fascismo renueva su existencia histórica, reuniendo una vez más

    la auto r idad mil i ta r y re ligiosa para mater ia lizar la opres ión to-

    tal. (Al respecto, es posible afirmar —sin que implique cual-

    '

    J

      En  Psicología colectiva y análisis del yo,  Freud es tudió prec i samente l as dos

    funciones , mi l i t a r ( e j é rc i to) y re l ig iosa ( Ig les i a ) , en re l ac ión con l a forma

    impera t iva ( inconsc iente) de l a ps icología individual que denomina   ideal

    del yo  o  superyó.  Si nos remi t imos a l conjunto de l as r e l ac iones es t ablec idas

    en es t a expos ic ión, esa obra , publ i cada en a l emán en 1921, es una in t ro-

    ducción esencia l para l a comprens ión de l f asc i smo.

    161 139

    La estructura psicológica del fascism o

    quier otro juicio político— que toda realización ilimitada de las

    formas impera t ivas t iene e l sent ido de una negación de la hu-

    man idad en tanto va lor que depen de de l juego de sus oposic io-

    nes internas . ) C om o e l bon apar t ism o, e l fasc ismo (que s ignif i -

    c a e t imológic a me nte  reunión, concentración) no es más que u na

    reactivación agud izada de la instancia soberana latente, pero con

    un carác ter de a lguna maner a pur if icad o debido a que las mili -

    c ias que sus t i tuye n a l e jé rc i to en la const i tu c ión de l poder t ie-

    ne n in me dia ta me n te c om o obje to ese pode r .

    V I I I . E L E J É R C I T O Y L O S J E FE S M I L IT A R E S

    En principio — funcionalmente—

     el

     ejército existe en razón de la

    guerra y su estructura psicológica

     es

     enteram ente reductible al ejer-

    cicio de su fun ción . Así, su carácter imperativ o n o deriva directa-

    me nte de la imp ortancia social ligada a la tenencia del poder mate-

    rial de las armas: la organización intern a del ejército —la disciplina y

    la jerarquía— lo convierte en la socied ad no ble po r excelencia.

    E v i d e n t e m e n t e , la  nobleza  de las armas  supone e n pr ime r

    luga r una

      heterogeneidad

      intensa : la disc ipl ina o la je rarqu ía

    no son e n s í mism a s má s que form a s y no fun da m e nto s de l a

    heterogeneidad,   ún ic a me n te l a s a ngre de r r a m a da , l a ma sa c re ,

    la mu erte , es tán en la base de la na tura leza de las a rmas . P ero

    e l hor ro r a m bigu o de l a gue r r a no pose e má s que una   hetero-

    geneidad

    baja (en r igor , indifere nciada ) . La or ien tac ión e leva-

    da, la exaltación de las  armas  supone la unif icac ión afec t iva

    necesaria para su cohesión, es decir, para su valor eficaz.

    El carác ter a fec t ivo de esa unif icac ió n se man if ies ta en for-

    ma de adhesión de l soldado a l je fe de l e jé rc i to; implica que

  • 8/16/2019 Bataille La Estructura Psicológica Del Fascismo

    14/23

    G e o r g e s B a t a i l l e

    cada soldado considera la glor ia de és te úl t imo como su pro-

    pia glor ia . Por medio de ese proceso la repugnante carnicer ía

    se t ransform a radica lm ente en su co ntrar io, en glor ia , es dec ir,

    en a tracc ión pura e intensa . Básicamente , la glor ia de l je fe

    const i tuye una espec ie de polo afec t ivo que se opone a la na-

    tu ra le z a innoble de los so lda dos . A un inde pe ndie n te me nte

    de su horr ible t raba jo, los soldados per tenecen  en principio  a

    la par te infame de la poblac ión; despojado de sus uniformes ,

    s i cada hombre hubiera l levado sus ropas habi tua les , un e jé r-

    c i to profes ional de l s iglo XVIII habr ía tenido e l aspec to de

    una turba miserable . Pero la e l iminación de l rec lutamiento

    de las c lases miserables no a lcanzar ía a camb iar la es tr uc tu ra

    profunda de l e jé rc i to, es truc tura que seguir ía fundando la or-

    ganizac ión afec t iva sobre la infamia soc ia l de los soldados .

    Lo s seres humanos  inc orpora d os a un e jé r c ito no son má s que

    elementos negados , y negados con una espec ie de rabia (de

    sadismo) percept ible en e l tono de cada orden, negados en e l

    desf i le por e l uniforme y por la regular idad  geométrica  con

    que e je c u ta n movimie n tos a c ompa sa dos . En t a n to e s impe -

    ra t ivo, e l je fe es la encarnac ión de esa negación violenta . Su

    natura leza ínt ima, la na tura leza de su glor ia se const i tuye en

    un a c to impe ra t ivo que a nula a l in f a me popula c h o (que c om -

    pone e l e jé rc i to) como ta l (de la misma manera que anula la

    carnicer ía como ta l) .

    En ps icología soc ia l , esa negación impera t iva aparece en

    genera l como e l carác ter propio de la

      acción

    ; en otros té rmi-

    nos , toda  acción  soc ial que se a f irma necesar iam ente adqu iere

    la forma ps icológica unif icada de la  soberanía, y toda forma

    infe r io r , t oda ig nomin ia , s oc ia lme nte pa s iva por de f in ic ión ,

    . se t ran sfo rma en su co ntrar io por e l s imple hecho de l pasa je a

    la acc ión. Una matanza , en tanto resul tado iner te , es innoble ,

    163 139

    La estructura psicológica del ascism o

    pero el valor  heterogéneo  innoble as í es tablec ido, a l desplazar-

    se hac ia la acc ión soc ia l que lo ha de ter mi nad o, se vuelve n o-

    ble ( la acc ión de matar y la nobleza han s ido asoc iadas por

    lazos his tór icos i r reba t ibles) : bas ta con q ue la acción se a f irme

    e fe c t iva me nte c omo ta l , a suma l ib r e me nte e l c a r á c te r impe -

    ra t ivo que la const i tuye .

    Pre c i s a me nte e sa ope ra c ión - e l he c ho de a sumi r  con total

    libertad  e l carác ter impera t ivo de la acc ión- es lo propio de l

    j e f e . Se ha c e pos ib le e n tonc e s c o mp re nd e r de form a e xpl í c it a

    e l papel dese mp eñad o po r la unif icac ión ( la individual izac ión)

    en las modif icac iones es truc tura les que carac ter izan a la   hete-

    rogeneidad swp&ñox.  Me dia n te e l impul so impe ra t ivo - a pa r -

    tir de elementos informes y miserables— el ejército se organiza

    y re a li z a una form a in te r io rm e nte   homogénea, en vir tud de la

    negación de l carác ter desordenado de sus e lementos : la masa

    qu e const i tu ye e l e jé rc i to pasa de-una exis tenc ia desfa l lec iente

    y a búl i c a a un orde n ge omé t r i c o de pura do , de l e s t a do a mor -

    fo a la r igidez agres iva . Esa masa nega da , en rea l idad, ha de ja-

    do de ser el la mis ma p ara conv er t i rse a fec t iv ame nte en la cosa

    del je fe ("afec t ivamente" se re f ie re en es te caso a comporta-

    mie n tos ps ic o lóg ic os s imple s , c omo e l firmes  o el paso acom-

    pasado ) , com o si fuera un a par te de l je fe mis mo . Una tropa

    ante la orden de firmes  de a lgu na man era es abso rbid a en la

    exis tenc ia de la orden y resul ta as í absorb ida en la negación de

    s í misma. El  firmes  pue de s e r c ons ide ra do a na lóg ic a me nte

    c omo un movimie n to t róp ic o (una e spe c ie de ge o t rop i smo

    negativo) que e leva hac ia la forma regular (geométr icamente) ^

    de la soberanía impera t iva no solamente a l je fe , s ino a l con-

    jun to de los hom bre s que r e s pond e n a su ma ndo . A sí , l a in f a -

    mia implíc i ta de los soldados no ser ía más que una infamia

    de or igen que , ba jo e l uniforme, se t rasforma en su contrar io,

  • 8/16/2019 Bataille La Estructura Psicológica Del Fascismo

    15/23

    G e o r g e s B a t a i l l e

    en orden y en br i l lo . El modo de la  heterogeneidad  suf re ex-

    p l í c i t am en te un a a l t e r ac ión p r o f unda , y t e r m ina r ea l izando l a

    homogeneidad   i n t ensa s in que la  heterogeneidad  f u n d a m e n t a l

    dec r ezca . E l e j é r c i t o subs i s t e en m ed io de l a pob l ac ión con

    una m aner a de se r  totalmente distinta,  pero una manera de ser

    sober ana l i gada a l a dom inac ión , a l ca r ác t e r im per a t i vo y t a -

    jante del jefe , t ransfer ido a sus soldados.

    La or ientación predominante del ejérci to , desl igada de sus

    fundamentos afect ivos ( infamia y carnicer ía) , depende de la h e-

    tero gen eidad  o p u es t a d e l honor y el deber encarnados en la perso-

    na del jefe (cuando se t rata de un jefe no subordinado a una

    instancia real o a una idea, el deber se encarna en su persona del

    mis mo m od o qu e en la del rey) . El hono r y el deber , s imból ica-

    mente expresados por la geometr ía de los desf i les, son formas

    tenden ciales q ue sitúan la existencia militar por en cima de la exis-

    tencia  homogénea,  como imperat ivo y como razón de ser pura.

    Bajo su aspecto prop iam ente mil i tar, esas formas, que t ienen un

    alcance l imi tado a una d eterm inada esfera de acciones, son co m-

    pat ibles con cr ímenes extraordinar iamente turbios, pero bastan

    para af irma r el valor elevado del ejército y para convertir la do mi -

    nación interna que caracter iza su est ructura en uno de los ele-

    mentos fundamentales de la autor idad psicológica suprema ins-

    t i tu ida por en cima d e la sociedad c oaccionada.

    N o ob s t an t e , e l poder de l je f e m i l i t a r no t i ene com o r esu l-

    t ado i nm ed ia to s i no una hom o gene idad i n t e r na i ndepe nd ien t e

    de la  homogeneidad  social , mie ntras que el pod er real específ i -

    co sólo existe en relación con la sociedad

      homogénea.

      La inte-

    g r ac ión de l poder m i l i t a r en un poder soc i a l supone pues un

    cam bio de e s t r uc tu r a : supone l a adqu i s i c ión de l a s m oda l ida -

    des p r op i a s de l pod er r ea l en r e í ac ión con l a adm in i s t r ac ió n

    del Estado, ta l como se descr ibieron a propósi to de ese poder .

    164

    La estructura psicológica del ascism o

    I X . E L P O D E R R E L I G I O S O

    De m aner a im p l í c i t a y vaga , se adm i t e que l a de t en t ac ión

    del poder mil i tar ha podido ser suf iciente para ejercer una

    dom inac ió n gener a l . S in em bar go , s i excep tuam os l a s co lon i -

    zaciones que ext ienden un poder ya fundado, es di f íci l hal lar

    e j em plos de dom inac iones du r ader as exc lus ivam en te m i l i t a -

    r e s . De hecho , l a f ue r za a r m ada s im p le , m a te r i a l , no puede

    f und ar poder a lguno : depen de en p r im er l uga r de la a t r acc ión

    intern a ejercida p or el jefe (el d inero es insuf iciente para crear

    un ejérci to) . Y cuando éste pretende ut i l izar la fuerza de que

    d i spone pa r a dom inar l a soc i edad , aún debe adqu i r i r l o s e l e-

    m en tos de una a t r acc ión ex t e r na ( una a t r acc ión  religiosa váli-

    da para la población entera) .

    Es cier to que estos úl t imos elementos a veces están a dis-

    posición de la fuerza, sin embargo la at racción mil i tar como

    or igen de l poder r ea l p r obab l em en te no t enga un va lo r p r i -

    mordial respecto de la at racción rel igiosa. En la medida en

    que es posible formular un juicio vál ido acerca de los per ío-

    dos humanos más remotos, se advier te con cier ta clar idad que

    la rel igión, y no el e jérci to , es la fue nte de la autor i dad social.

    Por ot ra par te , la in t roducción de la herencia signif ica gene-

    ralme nte el pred om inio del pod er de form a rel igiosa que p uede

    extraer su pr incipio de la sangre, mientras que el poder mil i -

    t a r depende en p r im er t é r m ino de l va lo r pe r sona l .

    Por desgracia resul ta di f íci l a t r ibuir una signif icación ex-

    pl íci ta a lo que ser ía prop iam ent e rel igioso en el l inaje o en los

    aspec tos reg ios . Acced em os e n tonces a m pl i a m en te a l a f o r m a

    abier ta e i l imi tada de la  heterogeneidad  i nd i f e r enc i ada , an tes

    que una or ientación todavía incier ta f i je uno de sus aspectos

    139

  • 8/16/2019 Bataille La Estructura Psicológica Del Fascismo

    16/23

    G e o r g e s B a t a i l l e

    com prensib les ( suscept ible de ser expl icitado) . Pero esa or ien-

    tación existe , aunque las modif icaciones est ructurales que in-

    t roduce abren paso de todos modos a una proyección l ibre de

    formas afect ivas generales, como la angust ia o la at racción

    sagrada. Por ot ra par te , m edia nte el contacto f isiológico en la

    herencia o mediante r i tos en las coronaciones, no se t rasmiten

    inm edia tam ente las modif icaciones est ructurales sino más bien

    u n a  heterogeneidad  f u n d a m e n t a l .

    La significación (implícita) del carácter regio puramente re-

    l ig ioso no puede captarse sino en la medida en que aparece su

    comunidad de or igen y de est ructura con la naturaleza divina.

    Si bien una exposición rápida no permite poner de manif iesto

    el conjunto de los movimientos afect ivos a los que debe remi-

    t i r se la fundación de autor idades mít icas (concluyendo en el

    úl t imo eslabón de una autor idad suprema f ict icia) , una simple

    aproximación posee en sí suf iciente valor signif icat ivo. A la

    com un ida d de es t r uc tu ra de am bas f o r m ac iones co r r esponden

    hechos inequívocos ( ident i f icaciones con el d ios, genealogías

    mít icas, cul to imper ial romano o sintoísta , teor ía cr ist iana del

    derecho d ivino) . El rey en general es considerado de una fo rma

    u otra como la emanación de la naturaleza divina, con toda la

    carga de ident idad que ar rast ra consigo el pr incipio de la ema-

    nación cuando se t rata de elementos heterogéneos.

    Las notables modif icaciones est ructurales que caracter izan

    la evolución de la representación de lo divino

      —a

      par t i r de la

    v io l enc i a l i b r e e i r r e sponsab l e - no hacen m ás que exp l i c i t a r

    aquel las que caracter izan la formación de la naturaleza regia.

    En ambos casos, la posición de la soberanía preside la al tera-

    ción de la est ructura  heterogénea.  En ambos casos, se asiste a

    una concen t r ac ión de a t r i bu tos y de f ue r zas ; pe r o en l o que

    •concierne a Dios, dado que las fuerzas que representa sólo

    166

    La estructura psicológica del fascism o

    están unidas en una existencia f ict icia ( sin la l imi tación que

    impone la necesidad de real izar ) , ha sido posible ar r ibar a for -

    m as m ás pe r f ec t as , a e squem as m ás pu r am en te l óg i cos .

    El Ser supre mo de los teólogos y de los f ilósofos representa

    la in t royección más profunda de la est ructura propia de la   ho -

    mogeneidad dzntm

      de la existen cia

      heterogénea:

     Dio s realiza así

    en su aspecto teológico la forma soberana por excelencia. No

    obs t an t e , una con t r apa r t i da de e sa pos ib i l i dad de acaba m ien to

    está implícita en el carácter ficticio de la existencia divina cuya

    na tu r a l eza  heterogénea,  que no posee el valor l imi tat ivo de la

    real idad, pue de ser soslayada en una co ncep ción f ilosóf ica ( re-

    ducida a una af i rmación formal no vivida nunca) . En el orden

    de la especulación intelectual libre, es posible reemplazar a Dios

    co mo existencia y pod er supr emo s por la idea, lo que en alguna

    medida impl ica, por cier to , la revelación de una  heterogeneidad

    relativa de la Idea (com o ocurre c uan do Hege l eleva la Idea por

    enc im a de l s im p le deber ser).

    X . E L F A S C I S M O C O M O F O R M A S O B E R A N A

    D E LA H E T E R O G E N E I D A D

    Esta ag i t ac ión de f an t asm as apa r e n t em en te an ac r ón i cos se

    juzgar ía sin dudas vana si ante nuest ros ojos el fascismo no

    hub iese r ecuper ado y r econs t i t u ido de un ex t r em o a l o t r o - a

    par t i r del vacío , por así deci r - e l proceso de fundación del po-

    der que acaba de describirse. Hasta nuestros días, no existía más

    que un so lo e j em plo h i s tó r i co de b r usca f o r m ac ión de un po -

    der to tal , a la vez mil i tar y rel igioso aunque

    real , que no se apoyara en nada anter iorment

    pnnciE

    : est feida, el

    139

  • 8/16/2019 Bataille La Estructura Psicológica Del Fascismo

    17/23

    G e o r g e s B a t a i l l e

    del Cal i fato islámico. El I slam, forma comparable al fascismo

    por su escasa r iqueza humana, ni siquiera apelaba a una pat r ia ,

    m ucho m enos a un Es t ado cons t i t u ido . P e r o hay que r econo-

    cer que el Estado existente no fu e para los movimientos fascis-

    tas  m ás que una conqu i s t a , l uego un m ed io o un m ar co

    74

    , y

    que la in tegración de la pat r ia no modif ica el esquema de sus

    formaciones. Al igual que el I slam naciente, e l fascismo repre-

    sen t a l a cons t i t uc ión de un poder he t e r ogéneo t o t a l que en -

    cuentra su or igen manif iesto en una efervescencia actual .

    El pode r fascista se caracter iza en pr ime r lugar por el he cho

    de que su f undac ión es a l m i sm o t i em po r e l i g io sa y m i l i t a r ,

    s i n que l o s e l em en tos hab i tua lm en te d i f e r enc i ados puedan

    separarse unos de ot ros: se presenta así desde su base como

    una concen t r ac ión consum ada .

    Por cier to , e l aspecto predominante es el mi l i tar . Las rela-

    c iones a f ec t i vas que asoc i an ( i den t i f i can ) e s t r echam en te a l

    conduc to r con e l m iem br o de l pa r t i do ( ya desc r i t a s ) son en

    pr incipio análogas a las que unen al jefe mil i tar con sus solda-

    dos . La pe r sona im per a t i va de l conduc to r t i ene e l sen t i do de

    ana negación del aspecto revolucionario fundamental de la

    e f e r vescenc i a d r enada po r é l : l a r evo luc ión , a f i r m ada com o

    f u n d a m e n t o , e s a l m i s m o t i e m p o f u n d a m e n t a l m e n t e n e g a d a

    por l a dom ina c ión i n t e r na e j e r c ida m i l i t a r m en te sob r e la s m i -

    l i c i a s . P e r o l a dom inac ión i n t e r na no es t á d i r ec t am en te su -

    bordinada a actos de guer ra reales o posibles; se plantea esen-

    c i a l m e n t e c o m o t é r m i n o m e d i o d e u n a d o m i n a c i ó n e x t e r n a

    sob r e l a soc i edad y e l Es t ado , com o t é r m ino m ed io de un

    va lo r im per a t i vo t o t a l . Qu eda n as í im p l i cadas s im u l t ánea m en-

    t e l a s cua l i dades p r op i as de am bas dom inac iones ( i n t e r na y

    74

      E l E s t a d o i t a l i a n o m o d e r n o , p o r o t r a p a r t e , es e n g r a n m e d i d a c r e a c i ó n d e l

    f a s c i s m o .

    169 139

    La estructura psicológica del ascism o

    externa, mi l i tar y rel igiosa) : cual idades que der ivan de la  ho -

    mogeneidad  i n t r oyec t ada , co m o deber , d i sc ip l i na y o r den

    m an ten idos , y cua l i dades que dependen de l a  heterogeneidad

    esencial , v iolencia imp erat iva y posició n de la persona del jefe

    como objeto t rascendente de la afect ividad colect iva. Pero el

    valor rel ig ioso del jefe es realmente el valor fund am enta l (cuan-

    do no formal) del fascismo, que otorga a la act ividad de los

    mil icianos su tonal idad afect iva propia, d ist in ta de la del sol -

    dado en general . El jefe como tal , de hecho, sólo es la emana-

    ción de un pr incipio que no es más que la existencia glor iosa

    de una pat r ia elevada al valor de una fuerza divina ( super ior a

    cua lqu i e r o t r a cons ide r ac ión im ag inab l e , que ex ige no so l a -

    mente la pasión, sino también el éxtasis de sus par t icipantes) .

    Encar nada en l a pe r sona de l j e f e ( en Alem an ia , e l t é r m ino

    pr op i am en te r e l i g io so de p r o f e t a ha s i do em pleado en oca -

    s iones) , la pa t r i a dese m pe ña as í el m i sm o pape l q ue Alá pa r a

    e l I s l am , enca r nado en l a pe r sona de Mahom a o de l Ca l i f a

    7

    '.

    El fascismo aparece pues, ante todo, como concentración y

    por a s í dec i r com o conden sac ión de poder

    76

      ( signif icación in-

    dicada en  el sentido etimológico del  t é r m ino ) .  Debe además

    aceptarse esta significación general en varias direcciones. En lo

    al to se efectúa la reunió n c onsu ma da de las fuerzas imperat ivas,

    pero el proceso no deja ninguna fracción social inactiva. En opo-

    sición fundamental con el socialismo, el fascismo se caracteriza

    5

      Califa,  e n s e n t i d o e t i m o l ó g i c o , s i g n if i c a  lugarteniente  ( r e p r e s e n t a n t e ) ; e l

    t í t u l o e n t e r o e s l u g a r t e n i e n t e d e l e n v i a d o d e D i o s .

    '' C o n d e n s a c i ó n d e  superioridad,  e v i d e n t e m e n t e e n r e l a c i ó n c o n u n c o m p l e -

    j o d e i n f e r i o r i d a d l a t e n t e : u n c o m p l e j o s e m e j a n t e t i e n e r a í c e s i g u a l m e n t e

    p r o f u n d a s e n I t a l i a y e n A l e m a n i a ; p o r l o q u e , a u n c u a n d o e l f a s c i s m o s e

    d e s a r r o l l e p o s t e r i o r m e n t e e n r e g i o n e s q u e h a y a n a l c a n z a d o u n a  soberanía

    c o m p l e t a y l a c o n c i e n c i a d e d i c h a e s a s o b e r a n í a , n o e s c o n c e b i b l e q u e

    p u e d a s e r e l p r o d u c t o a u t ó c t o n o y e s p e c í f i c o d e e s o s p a í s e s .

  • 8/16/2019 Bataille La Estructura Psicológica Del Fascismo

    18/23

    Ge o r g e s Ba t a i l l e

    com o reu nión de c lases . N o p orqu e unas c lases consc ientes de

    su unidad hayan adher ido a l régimen, s ino porque e lementos

    expresivos de cada clase han estado representados en los movi-

    mie n tos de a dhe s ión profu ndos que de se mboc a ron e n l a toma

    del poder. En este caso, el tipo específico de la reunión fue

    tom ado adem ás de la a fec t ividad pro piam ente mil i ta r, es dec ir

    que los elementos representativos de las clases explotadas no

    han s ido comprendidos dentro de l conjunto de l proceso afec t i -

    vo s ino por la negación de su propia na tura leza (de l mismo

    modo, la na tura leza soc ia l de un rec luta es negada por medio

    de los unif orm es y los desfiles). Ese proceso q ue  trama  de aba jo

    hacia a rr iba las dife rentes formaciones soc iales debe com pren -

    derse como un proceso fundamenta l cuyo esquema se def ine

    necesar iamente en la formación misma de l je fe , que extrae su

    pr of un do va lor s ignif ica tivo de l hecho de haber vivido e l esta -

    do de ab and on o y de miser ia de l prole ta r iado. Pero al igua l que

    en el caso de la organ ización militar, el valor afectivo prop io de

    la exis tenc ia miserable no es más q ue desplazado y t ran sform a-

    do en su contrar io; y su a lcance desmesurad o le prop orc ion a a l

    je fe y a l conjunto de la formación e l tono de violencia s in e l

    cual no serían posibles los ejércitos y el fascismo.

    X I . E L E S T ADO FAS CI ST A

    Las estrechas relaciones del fascismo con las clases miserables

    dis t inguen pro fun dam ente a esa form ación de la soc iedad de la

    realeza clásica, caracterizada por una pérdida de contacto más o

    menos tajante entre la instancia soberana y las clases inferiores.

    Pero la reunión fascista, opuesta a la reun ión establecida en el rey

    170

    La estructura psicológica del ascism o

    (cuyas formas do min an a la soc iedad desde dem asiado arr iba) ,

    no es sólo una reunión de los poderes de diferentes orígenes y

    una reunión simbólica de clases: es además la reunión plasmada

    de los e lemento s heterogéneos con los e lementos homogéneos, d e

    la soberanía propia men te dicha con e l Es tado.

    En tanto reunión, por otra parte, el fascismo no se opone me-

    nos al Islam qu e a la mon arqu ía tradicional. En efecto, el Islam se

    ha creado al pie del cañón, en todos los sentidos, y por ello una

    forma como el Estado, que sólo puede ser un largo resultado his-

    tórico, no desempeñó papel alguno en su constitución inmediata;

    por  el contrario, el Estado existente sirvió desde un comienzo como

    marco para el conjunto del proceso fascista de ensamblajeorgáni-

    co. Este aspecto característico del fascismo le permitió a Mu ssolini

    escribir que "tod o está en el Estado", que "nada hu m an o ni espiri-

    tual existe ni afortiori  tiene valor fuera del Estado"

    77

    . Lo que no

    implica necesariam ente la conf usión del Estado c on la fuerea im-

    pera t iva que domina a la soc iedad en su conjunto. El mismo

    Mussolini, proclive a una suerte de divinización hegeliana del Esta-

    do, reconoce en té rminos voluntar iamen te oscuros un pr inc ipio

    de soberanía distinto que designa a la vez como   pueblo, nación y

    personalidadsuperi-or pero que d ebe ser identificado con la misma

    form ación fascista y con su jefe: pueb lo "al men os si el pueblo.. .

    significa la idea... qu e

     se

     encarna en el pueb lo com o voluntad de un

    pequeño número o incluso de uno solo.. . No se trata, escribe, ni

    de una raza, ni de una región geográfica determinada, sino de un

    grupo que se perpe túa his tór icamente , de un a mu lt i tud unif icada

    por una idea que es una voluntad de existencia y de poderío: es

    conciencia de

     sí

    personalidad"

    78

    . El términ o personalidad debe en-

    M u s s o l i n i ,  Enciclopedia italiana, a r t í culo  Fascismo-,  r rad . f r ancesa , Par í s ,

    1933, p. 23.

    7S

      Op.cit.,  p . 22 .

    139

  • 8/16/2019 Bataille La Estructura Psicológica Del Fascismo

    19/23

    G e o r g e s B a t a i l l e

    tenderse como  individualización,  proceso que desem boca en la

    persona misma de Mussol ini , y cuando añade "esa personal idad

    superior

     es

     nación en ta nto es Estado. N o es la nación la que crea el

    Estado. . ."

    79

    , hay que com prend er que: pr imero, sust ituyó el viejo

    principio d emo crático de la soberanía de la nación po r el principio

    de la soberan ía de la formac ión fascista individualizada; seg undo ,

    planteó las bases de una interpretación acabada de  la instancia sobe-

    rana y del Estado.

    La Alem an ia nac iona l - soc i a l i s t a - qu e no ado p tó com o lo

    h i zo o f i c i a lm en te I t a l i a ( ba jo e l pa t r onazgo de Gen t i l e ) e l

    hege l i an i sm o y l a t eo r í a de l Es t ado com o a lm a de l m u nd o -

    no resul tó afectada entonces por las di f icul tades teór icas der i -

    vadas de l a neces idad de enunc i a r o f i c i a lm en te un p r inc ip io

    de au to r idad : la i dea m í s t i ca de l a r aza se a f i r m ó inm e d ia t a -

    mente como el f in imperat ivo de la nueva sociedad fascista; a l

    mismo t iempo, se mostraba encarnada en la persona del Führer

    y los suyos. Aunque la concepción de la raza carece de una

    base ob j e t i va , no de j a de e s t a r f undada sub j e t i vam en te y l a

    necesida d de ma nte ne r el valor racial por encim a de cualquier

    ot ro alejó la posibi l idad de una teor ía que hiciera del Estado

    el pr incipio de todo valor . El ejemplo alemán muestra así que

    l a con f us ión es t ab l ec ida po r Musso l in i en t r e e l Es t ado y l a

    forma soberana del valor no es necesar ia para una teor ía del

    f a sc i sm o .

    El hech o de que Musso l in i no d i s t i ngu i e r a f o r m alm e n te la

    instancia  heterogénea,  cuya acc ión h i zo pene t r a r p r o f un dam en-

    t e en e l i n t e r i o r de l Es t ado , puede i gua lm en te i n t e r p r e t a r se

    t an to en e l sen t i do de una ap r op i ac ión abso lu t a de l Es t ado

    com o en e l sen t i do r ec íp r oco de una adap t ac ión de l a i n s t an -

    Op. cit.,  p. 23.

    172

    La estructura psicológica  el ascism o

    c i a sober ana a l as neces idades de un r ég im en de p r od ucc ión

    homogéneo.  En el desar rol lo de esos dos procesos recíprocos,

    f a sc i sm o y r azón de Es t ado pud ie r on pa r ece r i dén t i cos . No

    obstante, las formas de la vida conservan en r igor una oposi -

    c ión f undam en ta l cuando m an t i enen en l a pe r sona m i sm a

    de l de t en t ado r de l poder una r ad i ca l dua l i dad de p r inc ip ios :

    el presidente del consejo i ta l iano o el canci l ler alemán repre-

    sentan formas de act ividad dist in tas de la manera más tajante

    con respecto al Duce o al Führer . Cabe añadir que esos dos

    per sona j es no ob t i enen su poder f undam en ta l de su f unc ión

    of i c i a l den t r o de l Es t ado , com o lo s dem ás p r im er os m in i s -

    t ros, s ino de la existencia de un par t ido fascista y de su si tua-

    ción personal a la cabeza de ese par t ido. La evidencia de la

    f uen t e p r o f unda de l poder m an t i ene p r ec i sam en te , con l a

    dua l i dad de l a s f o r m as  heterogéneas  y  homogéneas,  la supre-

    m ac í a i ncond ic iona l de l a f o r m a  heterogénea  desde la pers-

    pect iva del pr incipio de la soberanía.

    X I I . L A S C O N D I C I O N E S F U N D A M E N T A L E S D E L F A S CI S M O

    Com o ya se ha i nd i cado , e l con jun to de l o s p r ocesos

    heterogéneos  a s í desc r i t o s no puede poner se en m ar cha s ino

    cuando l a homogeneidad  f un dam en ta l de l a soc i edad (e l apa -

    rato product ivo) está disociada por sus contradicciones inter -

    nas. Además, es posible t leci r que el desar rol lo de las fuerzas

    heterogéneas,  aunque en p r inc ip io se p r oduzca de l a m aner a

    m ás c i ega , adqu ie r e necesa r i am en te e l sen t i do de una so lu -

    c ión de l p r ob l em a p l an t eado po r l a s con t r ad i cc iones de l a

    homogeneidad.

      Las fuerzas

      heterogéneas

      desar rol ladas, luego

    139

  • 8/16/2019 Bataille La Estructura Psicológica