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Histori do barrocoTRANSCRIPT
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O barroco português (1580-1756). Inédito.
Monica Rector
University of North Carolina, Chapel Hill
1. Síntese crítica: período literário
Por barroco, entende-se todas as manifestações literárias (literatura, música, pintura,
escultura e arquitetura) do final do século XVI até meados do século XVIII,em Portugal.
Este período também é denominado de Seiscentismo. Inicia-se com a unificação da
Península Ibérica e termina em 1856 com a fundação da Arcádia Lusitana.
A palavra “barroco” tem uma etimologia ambigüa. Inicialmente significava um tipo
de pérola de superfície irregular – a pérola barroca, mas também, segundo a filosofia
escolástica, era um esquema mnemônico que facilitava a memorização de silogismos nos
quais a premissa menor era sempre particular e negativa, portanto, a conclusão era
negativa. Como exemplo citamos: Todos os poetas escrevem poemas de amor. Aquele
poeta não escreveu um poema de amor. Logo, ele não é poeta.
O Barroco é um período literário no qual os escritores procuram conciliar o espírito
medieval de base teocêntrica e o espírito clássico, renascentista, de essência pagã e
antropocêntrica. É uma tentativa de unificar a dualidade humana, o homem dividido entre
o apelo do corpo e a necessidade da alma, pondo em crise o conhecimento da realidade.
O conhecimento pode ser obtido de duas formas: 1. pelo conhecimento dos objetos
através da descrição, o que vem a ser o gongorismo, ou seja, o cultismo de Luís de
Góngora, usando uma linguagem artifical, rebuscada e culta, ou 2. pelo uso de conceitos
e do raciocínio lógico para alcançar o conhecimento do objeto, utilizando a inteligência e
a razão, isto é, o conceptismo de Lope de Quevedo.
Portanto, a literatura se estrutura na base de tese e antítese, do positivo e do negativo,
numa tentativa de conciliar os ideais medievais e o racionalismo renascentista. O homem
do século XVII procura conciliar a Idade Média e o Renascimento, o céu e a terra, o
profano e o divino, o espírito e a matéria, o misticismo e o materialismo. Este é o
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paradoxo da vida, num mundo material precário, onde tudo é passageiro e ilusório, resta
ao homem procurar o que são as verdades eternas.
2. Contexto sócio-histórico
O início do século XVI foi glorioso para Portugal com os descobrimentos, passando a
um período negro com dependência da Espanha. Historicamente esta época inicia-se com
a crise ocasionada pela desaparecimento de D. Sebastião (1554-1578) na batalha de
Alcácer-Quibir, na África em 1578. Cria-se o mito do sebastianimso, ou seja, a lenda de
que D. Sebastião voltaria para transformar Portugal no Quinto Império. A seguir em
1589, D. Filipe II da Espanha unifica a Península Ibérica e incorpora Portugal ao seus
domínios. Portugal permanece sob o domínio espanhol de 1580 a 1640). Mas, em 1640,
ocorre a Guerra da Restauração e o país recupera sua autonomia. O Duque de Bragança é
aclamado D. João IV. Com o falecimento de D. João IV (1656), Afonso VI toma a coroa.
Em 1668, finalmente com o Tratado de Lisboa, a Espanha reconhece a independência de
Portugal, agora sob a regência de D. Pedro. Nesta época, o medo impera com o tribunal
da Santa Inquisição, que impõe seus preceitos e dogmas. A Companhia de Jesus se
fortalece com a Contra-Reforma e os jesuítas passam o ter o monopólio do ensino, assim
como a censura eclesiática em suas mãos.
Em Portugal, os fatos que mudam a concepção do homem diante da vida são a
fundação da Companhia de Jesús, em 1540, as decisões do Concílio de Trento, de 1545 a
1563, e a Contra-Reforma. A Contra-Reforma faz uma tentativa de conciliar o homem
renascentista com a religiosidade medieval. O homem olha o céu, sem perder a
perspectiva das conquistas da terra. Nessa crise situa-se o homem do barroco.
3. Influências: origem e difusão
O Barroco recebe várias denominações, de acordo com o país e a influência sofrida:
Gongorismo (Espanha), com Luís de Góngora y Argote (1561-1627), Marinismo (Itália),
com Gianbattista Marini (1569-1625), Preciosismo (França), pelo culto à forma
rebuscada de Luís XIV, o Rei-Sol, Eufuísmo (Inglaterra), derivado de Euphues or The
Anatomy of Wit de John Lyly (1554-1606), estilo inglês da época da rainha Isabel
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(Euphues é personagem de romance de Lyly), Silesianismo (Alemanha), por causa dos
escritores da Silésia.
Com referência à forma predomina, em Portugal, o uso do cultismo, influenciado por
Góngora. Trata-se de um cultismo excessivo, no qual os poetas trabalham as frases com
exagêro. Para o Barroco, ser simples é indício de pobreza. Por isso a fraseologia é
excêntrica. Cultismo é a maneira de escrever com metáforas, hipérboles, antíteses,
perífrases, inversões na ordem das palavras, trocadilhos. Por outro lado, há a influência
do conceptismo de Lope de Quevedo. É o uso de expressões sutis e de conceitos baseados
no silogismo, como já foi mencionado. Lança-se a premissa maior, seguida da
demonstração de que é verdadeira; segue-se a premissa menor, também com a mesma
preocupação em se provar sua veracidade, no final, a conclusão é extravagante ou
paradoxal. A literatura era valorizada pelo uso de frases ambígüas ou de figuras de
pensamento.
Há um outro movimento que também influencia a literatura: o Maneirismo. Este
termo foi desenvolvido no século XX e usado para várias manifestações de pintura e
arquitetura, sobretudo a italiana (1520-1600). Mas “maniera” já havia sido usado,
anteriomente, por Vassari (1550). Arquitetos, pintores e escultores italianos favoreciam
concepções intelectuais em lugar de percepções visuais diretas. Com o barroco, o
maneirismo passa a ser usado para o estilo de escrita como ornamento da linguagem,
usando uma sintaxe difícil, além de imagens e períodos muito trabalhados. Os nomes de
Antonio de Guevara e de John Lyly estão ligados ao maneirismo do século XVI.
O Barroco destaca-se pela ênfase posta na problemática inerente à efemeridade da
existência. O mundo é passageiro, tornando-se a fugacidade do tempo um tema
obsessivo. Este tempo irreversível provoca angústia, a qual, por sua vez, é responsável
pelos estados contraditórios da alma humana. Esta forma ambígüa de sentir cria heróis
que contrariam os códigos e as leis vigentes, ao mesmo tempo que os auxilia a superar o
tédio da vida. A vida é uma ilusão, e os disfarces são necessários para sobreviver. Há
uma tentativa de preencher este vazio com uma busca pelo que é permanente e eterno,
que só pode ser encontrado no Deus absoluto. Esta problemática está presente, de uma
forma ou de outra, quer como ficção ou prosa doutrinária, nos textos portugueses.
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4. Tópicos: temáticas predominantes
Como já mencionamos, o Barroco se expressa a partir de vários dualismos, sendo
os principais os binarismos: razão e emoção, medievalismo e renascimento, e
conceptismo e cultismo.
Os temas predominantes se relacionam com a transitoriedade da vida, havendo,
portanto, a preocupação constante com a morte, como na Idade Média. Isto leva a um
sentimento de religiosidade, mas também ao conflito entre profano e divino num
paradoxo, entre polos contrários, entre antíteses. Por um lado, há a preocupação de fazer
o homem trilhar os caminhos do espiritualismo, por outro, tentando encaixar-se nessa
vida efêmera, o homem desenvolve o gosto espetáculo trágico pelo grandioso, e
sangrento. Para tanto, os autores expressam-se com uma linguagem excessivamente
ornada, com metáforas, hipérboles, e alegorias.
5. Autores e obras
A prosa doutrinária
António Vieira (1608 – 1697)
António Vieira é o orador sagrado, e o mais consagrado do Barroco. Nasceu em
Portugal e faleceu no Brasil. Uns críticos o consideram português, outros brasileiros;
consta da bibliografia literária de ambos os países. No Brasil, impõe-se como defensor
dos índios. Foi preso pelos que defendiam a escravização do índio. Quando se refere ao
Brasil fala em “segundo nascimento” e “obrigações de pátria”. Sua vida está ligado ao
sacro e ao político, cujas valores freqüentemente se debatem entre um raciocínio realista
e outro religioso.
Sua obra se divide em Profecias: (3 obras): História do futuro, Esperanças de
Portugal e Clavis prophetarum; em Cartas: aproximadamente 500 sobre o relacionamento
Portugal e Holanda, sobre a Inquisição e os cristãos-novos, sobre a situação da Colonia.
São importantes documentos históricos. Escreveu uns 200 Sermões (1679-1748), em 15
volumes. Suas peças oratórias apresentam um estilo enérgico, nelas Vieira expõe,
demonstra, raciocina e prova. É o verdadeiro silogismo. Lança a premissa maior, e prova
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sua veracidade; trabalha com a menor, e chega insofismavelmente à conclusão, que é sua
tese. Mas a estrutura dos sermões é clássica. Há o tema (bíblico, que serve de base), o
intróito (exposição do plano), a invocação (geralmente a Nossa Senhora), a argumentação
(corpo ou desenvolvimento com exemplos da Bíblia), e a peroração (conclusão).
Antonio Vieira veio ao Brasil aos 6 anos (1608-1697). Entra para a Companhia de
Jesus. Leciona Teologia. Volta a Portugal como conselheiro e embaixador de D. João IV.
Sofre pressão do Santo Ofício. Vai para as Missões Jesuíticas no Maranhão. Defende os
índios, mas é a favor de trazer os negros de Angola como escravos. É desterrado para o
Porto. É preso pela Inquisição por defender os judeus. É expulso da Companhia por ser
mais fiel ao rei. Depois da reclusão, vai a Roma onde torna-se um grande pregador. Volta
a Lisboa e depois ao Brasil.
Vieira era barroco, mas não gongórico, porque propugna uma dialética
conceptista e se insurge contra os excessos gongóricos. Nos sermões trabalha
estruturalmente levando em conta o estilo pregador, a preparação do ouvinte e a graça de
Deus.
Algumas das características de sua obra estão presentes no Sermão do mandato.
Nesse sermão, Vieira se preocupa com a transitoriedade da vida, valorizando o amor de
Cristo, que é eterno e fiel. O amor dos homens, tal qual o de Jacó, é enganoso. Só o amor
de Cristo é verdadeiro. Adepto ao conceptismo, Vieira tem a preocupação constante em
conceituar e definir: “Quantas coisas há no mundo muito amadas, que, se as conhecera
quem as ama, haviam de ser muito aborrecidas”; “Servis por quem servis, não servis por
quem cuidais”, “É que os homens não amam aquilo que cuidam que amam”. Além disso,
preocupa-se constantemente em querer convencer os homens a trilhar o caminho da
religiosidade: “Não assim o amor de Cristo, sábio em engano”.
Seu sermão mais conhecido é o Sermão da sexagésima (1655), dedicado à arte de
pregar; numa linguagem pontilhada de anáfora, trocadilhos, jogos de palavras, e de
conceitos, imagens e símbolos, ao lado de antíteses e paradoxos. Mas condena a oratória
sacra influenciada pelo cultismo ou pela afetação de linguagem, indiretamente criticando
os padres dominicanos, embora o conceptismo seja a tônica predominante.
Padre Antonio das Chagas (1631 – 1682)
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Antonio da Fonseca Soares, poeta, é nome laico de Frei Antonio das Chagas, o
pregador. O boêmio, conhecido como Capitão Bonina, converteu-se após ler as Obras
espirituais de Frei Luís de Granada. Suas obras principais são Cartas Espirituais... (1684),
escritas durante sua peregrinação por aldeias portuguesas, e a Segunda parte das Cartas
Espirituais (1687).
Padre Manuel Bernardes (1644-1710)
Oposto à Vieira, temos a prosa doutrinária do contemplativo e místico Manuel
Bernardes. Seu desejo era o de ensinar o homem a encontrar Deus, cultivando virtudes
morais. Tem uma extensa obra: Nova Floresta (5 vols. 1706, 1708, 1711, 1726, 1728),
Pão partido em pequeninos (1694), Luz e calor (1696), Exercícios espirituais (1707),
Semões e práticas (2 vols., 1711). Nova floresta é a obra mais conhecida. Sua linguagem
contém o essencial, deixando de lado o que lhe parece supérfluo. Portanto, distancia-se
do barroco. Os principais temas abordados são: a alma racional, a amizade, o amor
divino, os apetites humanos, a astúcia, a avareza. Estes pertencem à letra A, mas poderia-
se enumerar os outros, seguindo o restante do alfabeto.
Padre Francisco Mendonça (? – 1626)
Francisco da Costa ingressou na Companhia de Jesus , doutorou-se em Teologia e
foi um pedagogo jesuíta. É conhecido por seus Sermões (1632 e 1639) e por Viridarium
sacrae ac profanae eruditionis (1632).
D. Francisco Manuel de Melo (1608-1666)
Os autores anteriormente introduzidos escreveram prosa doutrinária religiosa. D.
Francisco Manuel de Melo escreveu poesia, Obras métricas (1665), mas sua obra mais
conhecida é Carta de guia de casados (1651), um manual do casamento, portanto, uma
prosa doutrinária social. Está escrito com graça e humor, por alguém que morreu
solteirão, usando sentenças repletas de uma filosofia superificial. A Carta de guia de
casados é antes uma “carta de comportamento da mulher”, um manual didático de
comportamento conforme o ponto-de-vista masculino. O autor desconfia, no entanto, do
ser humano em geral. Por isso, aconselha ao marido que se cuide de todos que cercam a
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ele e à mulher, do confessor ao empregado. Condena o padre, mas também a freira, que
nada tem a oferecer; condena o amigo solteiro, para quem fôr casado.
Em forma epistolar, trata dos mais variados assuntos relacionados com a vida
conjugal: idade, situação social, compatibilidade de gênios, vantagens do casamento,
arrumação da casa, criadagem e relação com os senhores, além de visitas, festas, e
passeios. É uma obra escrita com humor e bom-senso, além de conter uma pitada de
ironia e sarcasmo.
Após enunciar uma série de máximas, ele conclui: “Se eu posso dar regras,
melhor regra será esta: Pode-se dizer à mulher o que a mulher pode remediar com suas
forças, ou com o conselho; o que não pode remediar, não convém que se lhe diga”.
Vê-se, portanto, que o tempo todo o autor dá conselhos, em forma de ordens a
serem cumpridas pela mulher, cabendo ao marido apenas cuidar-se para que nada lhe
aconteça, ou seja, ficar na defensiva. Francisco Manuel de Melo justifica-se, no entanto,
dizendo que seu objetivo é a “honra, vida, e salvação dos casados; porque com as forças
do vício se nos não rompa [a corda].” E como a corda sempre rompe do lado mais fraco e
este é o da mulher, o autor só quer protegê-la. Melo vê-se encalacrado em sua própria
escrita ao usar a imagem da corda, pois a corda simboliza na realidade o liame, a prisão
em que o homem, pela relação social proposta, se encontra. Ao prender a mulher, o
homem prende-se a si mesmo.
Apesar de toda sua filosofia e pragmatismo, D. Francisco Manuel de Melo não
chegou a experimentar sua teoria, porque morreu solteiro. Mas sua obra não deixa de ter
um valor de síntese didática da condição feminina e das relações afetivas, além de sua
reconhecida capacidade em explicitar regras até então implícitas no seio da vida social.
Cavaleiro de Oliveira (1702 – 1783)
Sua obra se encaixa na literatura barroca moralista. Entre suas obras citamos:
Memórias das viagens (1741), Reflexões de Félix Vieira Corvina dos Arcos (1751), e
outras, em francês, dando-nos uma quadro fidedigno da sociedade de Lisboa do século
XVIII.
Matias Aires (1705 – 1763)
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Escreveu Problema da arquitetura civil (1770 e Reflexões sobre a vaidade dos
homens (1752). Pessimista, a vaidade para ele é o mal que leva o homem a cometer
atrocidades.
Arte de furtar (1652)
É uma obra anônima, publicada em 1652. Critica o reinado de D. João IV. De
caráter satírico, expõe as mazelas da Corte, motivo pelo qual o autor preferiu ficar oculto.
A poesia
Francisco Rodrigues Lobo (1580 - 1621)
Francisco Rodrigues Lobo representa a ligação entre a poesia quinhentista, com
influência de Camões, e a poesia barroca. Sua poesia caracteriza-se pelo ritmo melódico e
por uma metrificação exemplar. Escreveu o Romanceiro, primeira e segunda parte dos
romances (1596), Églogas (1605), o poema épico O condestabre de Portugal (1610), no
qual trata da vida e feitos de Nuno Álvares Pereira.
Vejamos seu poema “Fermoso Tejo”: Fermoso Tejo meu, quão diferente/ Te vejo
e vi, me ves agora e viste:/ Turvo te vejo a ti, tu a mim triste,/Claro te vi eu já, tu a mim
contente. O autor mostra como a comparação e a personificação são figuras essenciais na
elaboração do discurso poético. Tristeza e alegria são os dois polos em que se debatem as
vidas do eu poético e do Tejo (personificado). A mensagem poética se constrói mediante
paralelismos e constrastes, características da poesia barroca. O tema da mudança está
presente no poema.. As mudanças referidas ao Tejo sugerem mudanças referentes ao eu
poético. A efemeridade da vida está à inevitável passagem do tempo.
O bucolismo, influenciado por Sannazzaro (1458-1530) se faz presente na trilogia
Primavera (1601), O pastor peregrino (1608) e Desenganado (1614). Trata das andanças
do pastor peregrino Lereno e de suas desaventuras amorosas.
Outros poetas
Poetas de importância secundária são Gabriel Pereira de Castro (1571 – 1632)
com Ulisséia ou Lisboa edificada (1636), Vasco Mouzinho de Quevedo (?) com Afonso
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africano (1611), Francisco de Sá de Meneses ( – 1634) com Málaca conquistada (1634),
Antonio de Sousa de Macedo (1606 – 1682) com Ulissipo (1640).
A fênix renascida e Postilhão de Apolo
Trata-se de duas antologias muito importantes. A fênix renascida é uma espécie
de cancioneiro em cinco volumes, compilado por Matias Pereira da Silva, publicados em
1716, 1717, 1718, 1721 e 1728, com poesia cultistas e conceptistas, bem representativas
da época barroca. Já Postilhão de Apolo (Ecos I e II, ou seja, Postilhão de Apolo: Ecos
que a Fama dá – Postilhão de Apolo montado no Pégaso, girando o Universo para
divulgar ao orbe literário as peregrinas flores da Poesia Portuguesa em que vistosamente
se esmaltam os Jardins das Musas do Parnaso) foi publicado em dois volumes,em 1761,
por José Maregelo de Osan, anagrama de José Ângelo de Moraes.
Historiografia
Na historiografia, ter-se-ia que consultar várias gerações de sacerdotes, que
produziam e reproduziam obras no Mosteiro de Alcobaça, como Frei Bernardo de Brito
(1568-1617), Frei Antonio Brandão (1601-1680), Fre Rafael de Jesus (1614?- 1693) e
Frei Manuel dos Santos (1672-1748).
Frei Luís de Sousa (1555 - 1632)
Manuel de Sousa Coutinho, nome de batismo, prestou serviços a Filipe II em
Espanha, regressa a Portugal e casa-se, em 1583, com D. Madalena de Vilhena, viúva de
D. João de Portugal, desaparecido na batalha de Alcácer-Quibir juntamente com D.
Sebastião. Anos mais tarde, conta a lenda que um peregrino vem a Lisboa para dizer a D.
Manuel que o primeiro marido de D. Madalena ainda está vivo em Jerusalém. A morte da
filha do casal faz com que ambos tomem o hábito, ele toma o nome pelo qual é
conhecido. De fato, Manuel e Madalena ingressaram na vida religosa em 1613, ele no
convento de São Domingos de Benfica como nome de Frei Luís de Sousa; ela no
convento domicano de Sacramento, com o nome de Sóror Madalena das Chagas. Estes
fatos inspiram Almeida Garrett a compor a obra Frei Luís de Sousa. Entre as principais
obras de Sousa estão Vida de Frei Bartolomeu dos Mártires (1619), História de São
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Domingos particular do reino e conquistas de Portugal (1623-1662 e 1678) e Anais de D.
João III (1844). Trabalhou com o conceito de história como sinônimo de verdade. Seus
textos são poemas em prosa. A crítica, que lhe é feita, é a monotonia dos mesmos.
Epistolografia
Quanto à epistolografia do Barroco temos a carta viva, em prosa, para informar
acerca da vida pessoal ou alheia e fazer comentários a respeito da vida diária. Vê-se a
influência de Madame de Sevigné, com suas Lettres, escritas a partir de 1671. O
destinatário é o público em geral, isto é, uma audiência fictícia.
Sóror Mariana Alcoforado (1640 - 1723)
Sóror Mariana Alcoforado nasceu e morreu em Beja, onde o Convento da
Conceição, do qual foi escrivã e vigária, guarda a janela de onde ela olhava o mundo.
Suas Cartas portuguesas ocupam um lugar destacado nos primórdios do que é
considerado a escrita feminina. Suas Lettres portugaises traduites en français foram
publicadas na França, em 1669, por Claude Barbin, tendo sido traduzidas por
Guilleragues. Somente em 1819 foram publicadas em português, com o título Cartas de
uma religiosa portuguesa. Estas cartas foram provavelmente escritas entre 1667 e 1668,
para o Conde Noël de Chamilly, companheiro de armas do irmão de Sóror Mariana,
Baltazar, que esteve aquartelado, em Portugal, durante as guerras da Restauração. O herói
das cartas é conhecido por três designações diferentes: Cavaleiro de Chamilly, Conde de
Saint-Leger e Marquês de Chamilly.
De 1678 a 1740, houve uma dúzia de reimpressões das Cartas. Desde a edição de
Barbin (1669), a polêmica tem sido contínua. Barbin, em seu prefácio a Lettres
Portugaises traduites en français, alega desconhecer o tradutor das cartas. Tampouco faz
referência à/o autor/a das cartas, o que vai de encontro à mentalidade da época,
interessada em desconhecer qualquer autoria feminina. No mesmo ano é publicada outra
edição, com o título Lettres d’amour d’une religieuse escrites au Chevalier de C. Officier
François en Portugal. Esta obra menciona o destinatário e tradutor: “O nome daquele a
quem foram escritas, é Monsieur Chevallier de Chamilly, e o nome daquele que fez a
tradução delas é Guilleragues”. Em 1810, Boissonade descobre a autoria das cartas: “La
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religieuse qui a écrit ces lettres se nommait Mariane Alcoforada, religieuse à Beja entre
l’Estrémadure et l’Andalousie”. F. C. Green crê que Sóror Mariana não seja a autora e dá
o crédito a Guilleragues, como autor e tradutor. Esta hipótese é confirmada, em 1962, por
F. Deloffre e J. Rougeot, sendo este o atual estado da questão da autoria das cartas.
São cinco cartas ao todo. Essas cartas têm um percurso, no qual o leitor não é
informado nem sobre os encontros de Mariana com o oficial, nem sobre o convento ou
qualquer outro dado referencial. O que nos é narrado é sua existência, agora feito escrita.
Inicialmente, o que se tem é uma paixão desenfreada, em que promessas de amor logo se
evanecem ante a indiferença do amado. As últimas cartas já colocam este ponto-de-vista
num segundo plano, e o que prevalece é a condição da mulher oprimida, da amante
rejeitada e da escritora; enfim, da “mulher” numa sociedade patriarcal. Na realidade, as
cinco cartas são um percurso de auto-reconhecimento. No início da trajetória há a paixão
ardente; no final, ela reconhece que o que importa não é o sentimento, mas a escrita como
processo catártico e de afirmação dela como mulher, amante e escritora.
Nenhum dos estudiosos, no entanto, tem dúvidas quanto ao fato de que realmente
existiu um romance entre a freira e o oficial francês, e que as cartas servem para mostrar
a situação da mulher portuguesa daquela época, vítima de uma sociedade preconceituosa,
que considerava o amor excessivo um produto da neurose, do narcisismo; enfim, de uma
mulher doente. O narcisismo, em Sóror Mariana, se explica como duplicação do “eu”
amoroso. As cartas foram sua forma de sobreviver e de lograr o prazer que o mundo lhe
negou. Trata-se de um êxtase epistolar, a única catarse que a religião católica e a
sociedade patriarcal lhe permitiam.
As cartas não estão assinadas nem datadas. Seu anonimato e atemporalidade as
tornam universais. Afinal, diz Sóror Mariana: “Que obrigação tenho eu de lhe dar conta
de todos os meus sentimentos?” (Carta 5). Ela tem satisfação a dar apenas a si mesma,
pois deve justificar a ausência do ser amado. Só a escrita pode preencher a ausência do
outro, o vazio expresso em signos que são a representação de seus pensamentos e de seus
sentimentos. As cartas são um mero pretexto para justificar sua existência. Ela existe
enquanto escrita.
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A escrita das religiosas
Poucas mulheres se destacam no Barroco. As mulheres escritoras desta época
estão recolhidas nos conventos. Seu ato “religioso”, muitas vezes, era uma forma de se
contrapor às normas da sociedade vigente. O convento era o espaço de liberdade.
A época setecentista destaca-se sobretudo pelo teor didático-pedagógico. Sendo
uma época de desequilíbrio e excessos, certos escritores sentiram que tinham a missão de
educar e moralizar, por meio de ensinamentos rígidos e classificatórios. Não é necessário
dizer que estes escritores são homens; há, porém, uma carta em defesa dos direitos da
mulher, escrita por Gertrudes Margarida de Jesus. É a Primeira carta apologética em
favor, e defensa das mulheres, em que a autora reage ao elenco de defeitos femininos
listados por Frei Amador do Desengano, em Espelho crítico, no qual claramente se vêm
alguns defeitos das mulheres (1761).
Sóror Violante do Céu (1602 - 1693)
Sóror Violante do Céu é, segundo Saraiva e Lopes, “o nosso mais interessante
poeta conceptista”. Seu estilo é marcado pela dramaticidade lírica e pelo uso de metáforas
inusitadas. Faz os extremos se encontrarem: torna possível o impossível, encontra vida na
morte e alegria no sofrimento. Em outras palavras, cultiva o paralelismo das antíteses,
como o fazia Gôngora.
Apreciada por seus contemporâneos, foi chamada de Décima Musa e Fênix dos
Engenhos Lusitanos. Destaca-se pelas seguintes obras: Rimas (1646); Solilóquios para
antes e depois da comunhão (1668); Oitavas à Nossa Senhora da Conceição com aplauso
da victória de Montes Claros em 17 de junho de 1665 (1665); Meditações de Missa, e
preparações afectuosas de sua alma devota (1689) e Parnaso Lusitano de Divinos e
Humanos Versos (2 vols., 1733).
Ao lado do amor divino, ela canta outros amores: “Si escrevi, si canté de objeto
humano,/ Y no solo de vós, Divino objeto,/ En la publicidad de tal defeto/ Bien castigado
está mi error profano”.
Sóror Maria do Céu (1658 - 1753)
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Sóror Maria do Céu foi uma freira de muito talento. Escreveu autos e comédias
alegórico-morais e hagiografias, além de poesias em castelhano e português. Sua obra
Aves ilustradas em avisos para as religiosas servirem os ofícios dos seus mosteiros
(1734) nos relata uma forma e uma filosofia de vida para uso didático do convento. Sua
extensa obra compõe-se de: A Fênix aparecida na vida, morte, sepultura e milagre da
gloriosa Santa Catarina, com sua novena e peregrinação ao Sinai (1715); A Preciosa:
alegoria moral (Parte I, 1731); A Preciosa: obras de misericórdia em primorosos e
místicos diálogos expostos; elogios dos santos em vários cantos poéticos e históricos
(1733); Obras várias e admiráveis (1735); Triunfo do rosário, repartido em cinco autos do
mesmo muito devotos e divertidos (1740); Enganos do bosque, desenganos do rio (1741);
e Relação da vida e morte da serva de Deus, a venerável Madre Helena da Cruz, religiosa
do Convento da Esperança desta cidade de Lisboa, no ano de 1721.
Sua obra é dedicada à literatura; mas o é sobretudo em relação à pedagogia
conventual. Sua escrita ocupa-se da carência de “moralidade” na vida das religiosas, que
não cumprem suas obrigações. Estas obrigações eram de ordem interna, tais como a
humildade, a mortificação, a temperança, a renúncia aos prazeres mundanos, pelo
controle e renúncia voluntários. Os conselhos de Sóror Maria do Céu eram a favor do
trabalho, para a ascensão celestial, e do abandono das dádivas terrestres.
No conto d’ “O galo à porteira”, em Aves ilustradas, a autora desfila uma série de
“se(s)”, como uns tantos avisos sobre o que pode acontecer caso haja descuidos. Se
houver relaxamento, haverá a preocupação do mal-dizer alheio: “que dirão?”. A moral do
mosteiro deve ser resguardada acima de tudo e de todos: “o mosteiro é céu onde as
religiosas são estrelas, as estrelas não aparecem sem o véu da noite e por isso fugiram à
luz do dia”. Nem mesmo uma ordem superior, humana, deve ser levada em consideração
se o perigo for iminente. A moral está acima das hierarquias: “dizei à senhora abadessa
que a ordem é sua, mas que a porta é minha”).
Apesar de estar ligada ao amor divino, a autora ainda está presa à terra, como se
pode ver nesses versos: “Silencio, silencio, aves/ Callen vuestras vozes hoy/ Que duermo
para la vida/ Despierta para el amor./ Dexen-me domir,/ No me acuerden, no”.
Sóror Madalena da Glória (1672 - 17?)
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O mesmo tom poético pode ser visto em Sóror Madalena da Glória, em seus
Brados do desengano. Será disfarce de um amor terreno?
Mote
Tenho amor, sem ter amores.
Glosa
Filis, pois perguntais/ Se tenho amores, direi,/ Que de vós me
namorei/ Por ter um amor não mais:/ Mas se ingrata duvidais/ Da minha fé
os primores/ Apurai vossos rigores, /Que o meu coração amante,/ Vos
responderá constante,/ Tenho amor, sem ter amores.
Companheira de convento de Sóror Maria do Céu, Madalena da Glória deixou,
como sua obra mais marcante Brados do desengano contra o profundo sono de
esquecimento em três histórias exemplares para melhor conhecer-se o pouco que duram
as vaidades do mundo e o poder das divinas inspirações (1736). Publicou outras obras das
quais só daremos o sintagma inicial dos títulos, porque os títulos costumavam ter a
extensão de um parágrafo: Astro brilhante em novo mundo (1733), Novena de Santa
Rosa de Santa Maria (1734), Orbe celeste, adornado de brilhantes estrelas (1742), Águia
real, fênix abrasado e pelicano amante (1744), e Reino de Babilônia ganhado pelas armas
do empório (1744).
Brados do desengano compõe-se de três histórias ou novelas exemplares que,
apesar de respeitarem o estilo do século XVII, têm por tônica e dominante as narrativas
populares; portanto, estão mais próximas dos autores do século XVIII. Em seus Brados
do desengano, a autora usa o pseudônimo de Leonarda Gil da Gama, natural da Serra de
Sintra. Esta obra fala-nos da brevidade do tempo, da vaidade do mundo terreno em
oposição à harmonia do mundo espiritual, da riqueza como índice de infelicidade e da
pureza do coração como caminho para a felicidade.
Outras escritoras
Além das três sórores mencionadas, há muitas outras escritoras nessa época:
Laura Maurícia, criptônimo de D. Leonor de Meneses, condessa de Serem e de Atouguia,
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autora de El desdeñado mas firme (1665); D. Beatriz da Silva e Sousa, autora de
comédias e livros ascéticos; Bernarda Ferreira de Lacerda, autora de Hespaña libertada
(1a. parte de 1618 e 2a. de 1673), das Soledades de Buçaco (1634) e de Cazador del
Cielo, Comédia de S.Eustachio; Maria de Mesquita Pimentel, da Ordem de S.Bento,
autora de Memorial da infância de Cristo e triunfo do Divino Amor (1639); D. Mariana
de Luna, autora de Ramalhete de flores: a felicidade deste Reino de Portugal em sua
milagrosa restauração por sua Majestade Dom João IV … (1642); Cecília do Espírito
Santo, da Ordem de S. Francisco, autora de Colloquios com Cristo crucificado, de hum
peccador arrependido (1688); D. Joana, Condessa de Ericeira, sob o criptônimo de
Apolinário de Almada, autora de Despertador del alma al sueño de vida (1645); Helena
da Silva, da Ordem de S. Bernardo, autora de La Pasión de Cristo nuestro Señor; Joana
Magdalena de Castro; Isabel de Castro e Andrade; D. Helena da Paz; Paula de Sá; e
Isabel Correa, autora de El Pastor Fido (1692).
Teatro
Antonio José da Silva (1705 - 1739)
O autor mais conhecido é Antonio José da Silva, chamado “o judeu”, nasceu no
Rio de Janeior e faleceu em Lisboa, queimado em praça pública pela Santa Inquisição.
Chama suas peças de óperas, pois eram acompanhadas de música e canto, e marionetes.
Escreveu A vida do grande D. Quixote de la Mancha e do Gordo Sancho Pança. Cômico
e espontâneo no diálogo, como em Guerras do Alecrim e Mangerona (1737), trata dos
ranchos, agrupando, em partidos, meninas frívolas e namoradeiras, cada uma tendo como
insígnia uma flor.
6. Bibliografia (Lista de autores e textos doutrinários)
Abdala Júnior, Benjamim e Maria Aparecida Paschoalin. 2a. ed. História social da
literatura portuguesa. São Paulo: Ática, 1985.
Alcoforado, Mariana. Cartas de amor. Trad. Marilene Felinto. Rio de Janeiro: Imago,
1992.
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Arte de furtar. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1991.
Azevedo Filho, Leodegário A. de. Literatura portuguesa: história e emergência do novo.
Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro; Niterói: U Federal Fluminense EDUFF/
PROED, 1987.
Barros, Thereza Leitão de. Escritoras de Portugal, gênio feminino revelado na Literatura
Portuguesa. 2 vols. Lisboa: Tipografia de A. O. Artur, 1924.
Cantel, Raymond Cantel, Les sermons de Vieira. Paris: Ediciones Hispano-Americanas,
1969.
Cidade, Hernani. “O conceito de Barroco à luz da experiência portuguesa”. Colóquio
Letras 5/6, 1959.
Coelho, Jacinto do Prado. A originalidade da literatura portuguesa. Amadora: Instituto de
Cultura Portuguesa, 1977.
Escritoras doutros tempos. Extratos das obras de Violante do Céu, Maria do Céu e
Madalena da Glória. Rev. e pref. de Mendes dos Remédios. Coimbra: França
Amado, 1914.
Gomes, Álvaro Cardoso. A literatura portuguesa em perspectiva. vol. 4. São Paulo: Atlas,
1994.
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21 (1926):159-67.
Lucci, Eduardo Schwalbach. A mulher portugueza. Porto: Chardron, 1916.
Melo, Francisco Manuel de. Carta de guia dos casados. Pref. Fernando de Castro Pires de
Lima. Porto: Domingos Barreira, 1963.
Morujão, Isabel. Literatura monástica feminina portuguesa. Lisboa: U Católica
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Nicola, José de. Literatura portuguesa, da Idade Média a Fernando Pessoa. 6a. ed. São
Paulo: Editora Scipione, 1997.
Remédios, Joaquim Mendes dos. Escritoras doutros tempos; extratos das obras de
Violante do Ceo, Maria do Ceo e Madalena da Glória. Coimbra: Frana Amado,
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Saraiva, Antonio José e Oscar Lopes. História da literatura portuguesa. 9a.ed., Porto:
Porto Ed., 1976.
Sérgio, Antonio. “O problema da cultura em Portugal e o significado do seiscentimso na
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Silva, Vítor Manuel Aguiar. Maneirismo e barroco na poesia lírica portuguesa. Coimbra,
1971.
Silveira, Francisco Maciel, Lênia Márcia de M. Mongelli e Maria Helena Ribeiro da
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Paulo: Atlas, 1993.
Vieira, Antonio. Sermões. 3a. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1963.