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O barroco português (1580-1756). Inédito. Monica Rector University of North Carolina, Chapel Hill 1. Síntese crítica: período literário Por barroco, entende-se todas as manifestações literárias (literatura, música, pintura, escultura e arquitetura) do final do século XVI até meados do século XVIII,em Portugal. Este período também é denominado de Seiscentismo. Inicia-se com a unificação da Península Ibérica e termina em 1856 com a fundação da Arcádia Lusitana. A palavra “barroco” tem uma etimologia ambigüa. Inicialmente significava um tipo de pérola de superfície irregular – a pérola barroca, mas também, segundo a filosofia escolástica, era um esquema mnemônico que facilitava a memorização de silogismos nos quais a premissa menor era sempre particular e negativa, portanto, a conclusão era negativa. Como exemplo citamos: Todos os poetas escrevem poemas de amor. Aquele poeta não escreveu um poema de amor. Logo, ele não é poeta. O Barroco é um período literário no qual os escritores procuram conciliar o espírito medieval de base teocêntrica e

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Histori do barroco

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Page 1: Barroco Portugues

O barroco português (1580-1756). Inédito.

Monica Rector

University of North Carolina, Chapel Hill

1. Síntese crítica: período literário

Por barroco, entende-se todas as manifestações literárias (literatura, música, pintura,

escultura e arquitetura) do final do século XVI até meados do século XVIII,em Portugal.

Este período também é denominado de Seiscentismo. Inicia-se com a unificação da

Península Ibérica e termina em 1856 com a fundação da Arcádia Lusitana.

A palavra “barroco” tem uma etimologia ambigüa. Inicialmente significava um tipo

de pérola de superfície irregular – a pérola barroca, mas também, segundo a filosofia

escolástica, era um esquema mnemônico que facilitava a memorização de silogismos nos

quais a premissa menor era sempre particular e negativa, portanto, a conclusão era

negativa. Como exemplo citamos: Todos os poetas escrevem poemas de amor. Aquele

poeta não escreveu um poema de amor. Logo, ele não é poeta.

O Barroco é um período literário no qual os escritores procuram conciliar o espírito

medieval de base teocêntrica e o espírito clássico, renascentista, de essência pagã e

antropocêntrica. É uma tentativa de unificar a dualidade humana, o homem dividido entre

o apelo do corpo e a necessidade da alma, pondo em crise o conhecimento da realidade.

O conhecimento pode ser obtido de duas formas: 1. pelo conhecimento dos objetos

através da descrição, o que vem a ser o gongorismo, ou seja, o cultismo de Luís de

Góngora, usando uma linguagem artifical, rebuscada e culta, ou 2. pelo uso de conceitos

e do raciocínio lógico para alcançar o conhecimento do objeto, utilizando a inteligência e

a razão, isto é, o conceptismo de Lope de Quevedo.

Portanto, a literatura se estrutura na base de tese e antítese, do positivo e do negativo,

numa tentativa de conciliar os ideais medievais e o racionalismo renascentista. O homem

do século XVII procura conciliar a Idade Média e o Renascimento, o céu e a terra, o

profano e o divino, o espírito e a matéria, o misticismo e o materialismo. Este é o

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paradoxo da vida, num mundo material precário, onde tudo é passageiro e ilusório, resta

ao homem procurar o que são as verdades eternas.

2. Contexto sócio-histórico

O início do século XVI foi glorioso para Portugal com os descobrimentos, passando a

um período negro com dependência da Espanha. Historicamente esta época inicia-se com

a crise ocasionada pela desaparecimento de D. Sebastião (1554-1578) na batalha de

Alcácer-Quibir, na África em 1578. Cria-se o mito do sebastianimso, ou seja, a lenda de

que D. Sebastião voltaria para transformar Portugal no Quinto Império. A seguir em

1589, D. Filipe II da Espanha unifica a Península Ibérica e incorpora Portugal ao seus

domínios. Portugal permanece sob o domínio espanhol de 1580 a 1640). Mas, em 1640,

ocorre a Guerra da Restauração e o país recupera sua autonomia. O Duque de Bragança é

aclamado D. João IV. Com o falecimento de D. João IV (1656), Afonso VI toma a coroa.

Em 1668, finalmente com o Tratado de Lisboa, a Espanha reconhece a independência de

Portugal, agora sob a regência de D. Pedro. Nesta época, o medo impera com o tribunal

da Santa Inquisição, que impõe seus preceitos e dogmas. A Companhia de Jesus se

fortalece com a Contra-Reforma e os jesuítas passam o ter o monopólio do ensino, assim

como a censura eclesiática em suas mãos.

Em Portugal, os fatos que mudam a concepção do homem diante da vida são a

fundação da Companhia de Jesús, em 1540, as decisões do Concílio de Trento, de 1545 a

1563, e a Contra-Reforma. A Contra-Reforma faz uma tentativa de conciliar o homem

renascentista com a religiosidade medieval. O homem olha o céu, sem perder a

perspectiva das conquistas da terra. Nessa crise situa-se o homem do barroco.

3. Influências: origem e difusão

O Barroco recebe várias denominações, de acordo com o país e a influência sofrida:

Gongorismo (Espanha), com Luís de Góngora y Argote (1561-1627), Marinismo (Itália),

com Gianbattista Marini (1569-1625), Preciosismo (França), pelo culto à forma

rebuscada de Luís XIV, o Rei-Sol, Eufuísmo (Inglaterra), derivado de Euphues or The

Anatomy of Wit de John Lyly (1554-1606), estilo inglês da época da rainha Isabel

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(Euphues é personagem de romance de Lyly), Silesianismo (Alemanha), por causa dos

escritores da Silésia.

Com referência à forma predomina, em Portugal, o uso do cultismo, influenciado por

Góngora. Trata-se de um cultismo excessivo, no qual os poetas trabalham as frases com

exagêro. Para o Barroco, ser simples é indício de pobreza. Por isso a fraseologia é

excêntrica. Cultismo é a maneira de escrever com metáforas, hipérboles, antíteses,

perífrases, inversões na ordem das palavras, trocadilhos. Por outro lado, há a influência

do conceptismo de Lope de Quevedo. É o uso de expressões sutis e de conceitos baseados

no silogismo, como já foi mencionado. Lança-se a premissa maior, seguida da

demonstração de que é verdadeira; segue-se a premissa menor, também com a mesma

preocupação em se provar sua veracidade, no final, a conclusão é extravagante ou

paradoxal. A literatura era valorizada pelo uso de frases ambígüas ou de figuras de

pensamento.

Há um outro movimento que também influencia a literatura: o Maneirismo. Este

termo foi desenvolvido no século XX e usado para várias manifestações de pintura e

arquitetura, sobretudo a italiana (1520-1600). Mas “maniera” já havia sido usado,

anteriomente, por Vassari (1550). Arquitetos, pintores e escultores italianos favoreciam

concepções intelectuais em lugar de percepções visuais diretas. Com o barroco, o

maneirismo passa a ser usado para o estilo de escrita como ornamento da linguagem,

usando uma sintaxe difícil, além de imagens e períodos muito trabalhados. Os nomes de

Antonio de Guevara e de John Lyly estão ligados ao maneirismo do século XVI.

O Barroco destaca-se pela ênfase posta na problemática inerente à efemeridade da

existência. O mundo é passageiro, tornando-se a fugacidade do tempo um tema

obsessivo. Este tempo irreversível provoca angústia, a qual, por sua vez, é responsável

pelos estados contraditórios da alma humana. Esta forma ambígüa de sentir cria heróis

que contrariam os códigos e as leis vigentes, ao mesmo tempo que os auxilia a superar o

tédio da vida. A vida é uma ilusão, e os disfarces são necessários para sobreviver. Há

uma tentativa de preencher este vazio com uma busca pelo que é permanente e eterno,

que só pode ser encontrado no Deus absoluto. Esta problemática está presente, de uma

forma ou de outra, quer como ficção ou prosa doutrinária, nos textos portugueses.

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4. Tópicos: temáticas predominantes

Como já mencionamos, o Barroco se expressa a partir de vários dualismos, sendo

os principais os binarismos: razão e emoção, medievalismo e renascimento, e

conceptismo e cultismo.

Os temas predominantes se relacionam com a transitoriedade da vida, havendo,

portanto, a preocupação constante com a morte, como na Idade Média. Isto leva a um

sentimento de religiosidade, mas também ao conflito entre profano e divino num

paradoxo, entre polos contrários, entre antíteses. Por um lado, há a preocupação de fazer

o homem trilhar os caminhos do espiritualismo, por outro, tentando encaixar-se nessa

vida efêmera, o homem desenvolve o gosto espetáculo trágico pelo grandioso, e

sangrento. Para tanto, os autores expressam-se com uma linguagem excessivamente

ornada, com metáforas, hipérboles, e alegorias.

5. Autores e obras

A prosa doutrinária

António Vieira (1608 – 1697)

António Vieira é o orador sagrado, e o mais consagrado do Barroco. Nasceu em

Portugal e faleceu no Brasil. Uns críticos o consideram português, outros brasileiros;

consta da bibliografia literária de ambos os países. No Brasil, impõe-se como defensor

dos índios. Foi preso pelos que defendiam a escravização do índio. Quando se refere ao

Brasil fala em “segundo nascimento” e “obrigações de pátria”. Sua vida está ligado ao

sacro e ao político, cujas valores freqüentemente se debatem entre um raciocínio realista

e outro religioso.

Sua obra se divide em Profecias: (3 obras): História do futuro, Esperanças de

Portugal e Clavis prophetarum; em Cartas: aproximadamente 500 sobre o relacionamento

Portugal e Holanda, sobre a Inquisição e os cristãos-novos, sobre a situação da Colonia.

São importantes documentos históricos. Escreveu uns 200 Sermões (1679-1748), em 15

volumes. Suas peças oratórias apresentam um estilo enérgico, nelas Vieira expõe,

demonstra, raciocina e prova. É o verdadeiro silogismo. Lança a premissa maior, e prova

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sua veracidade; trabalha com a menor, e chega insofismavelmente à conclusão, que é sua

tese. Mas a estrutura dos sermões é clássica. Há o tema (bíblico, que serve de base), o

intróito (exposição do plano), a invocação (geralmente a Nossa Senhora), a argumentação

(corpo ou desenvolvimento com exemplos da Bíblia), e a peroração (conclusão).

Antonio Vieira veio ao Brasil aos 6 anos (1608-1697). Entra para a Companhia de

Jesus. Leciona Teologia. Volta a Portugal como conselheiro e embaixador de D. João IV.

Sofre pressão do Santo Ofício. Vai para as Missões Jesuíticas no Maranhão. Defende os

índios, mas é a favor de trazer os negros de Angola como escravos. É desterrado para o

Porto. É preso pela Inquisição por defender os judeus. É expulso da Companhia por ser

mais fiel ao rei. Depois da reclusão, vai a Roma onde torna-se um grande pregador. Volta

a Lisboa e depois ao Brasil.

Vieira era barroco, mas não gongórico, porque propugna uma dialética

conceptista e se insurge contra os excessos gongóricos. Nos sermões trabalha

estruturalmente levando em conta o estilo pregador, a preparação do ouvinte e a graça de

Deus.

Algumas das características de sua obra estão presentes no Sermão do mandato.

Nesse sermão, Vieira se preocupa com a transitoriedade da vida, valorizando o amor de

Cristo, que é eterno e fiel. O amor dos homens, tal qual o de Jacó, é enganoso. Só o amor

de Cristo é verdadeiro. Adepto ao conceptismo, Vieira tem a preocupação constante em

conceituar e definir: “Quantas coisas há no mundo muito amadas, que, se as conhecera

quem as ama, haviam de ser muito aborrecidas”; “Servis por quem servis, não servis por

quem cuidais”, “É que os homens não amam aquilo que cuidam que amam”. Além disso,

preocupa-se constantemente em querer convencer os homens a trilhar o caminho da

religiosidade: “Não assim o amor de Cristo, sábio em engano”.

Seu sermão mais conhecido é o Sermão da sexagésima (1655), dedicado à arte de

pregar; numa linguagem pontilhada de anáfora, trocadilhos, jogos de palavras, e de

conceitos, imagens e símbolos, ao lado de antíteses e paradoxos. Mas condena a oratória

sacra influenciada pelo cultismo ou pela afetação de linguagem, indiretamente criticando

os padres dominicanos, embora o conceptismo seja a tônica predominante.

Padre Antonio das Chagas (1631 – 1682)

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Antonio da Fonseca Soares, poeta, é nome laico de Frei Antonio das Chagas, o

pregador. O boêmio, conhecido como Capitão Bonina, converteu-se após ler as Obras

espirituais de Frei Luís de Granada. Suas obras principais são Cartas Espirituais... (1684),

escritas durante sua peregrinação por aldeias portuguesas, e a Segunda parte das Cartas

Espirituais (1687).

Padre Manuel Bernardes (1644-1710)

Oposto à Vieira, temos a prosa doutrinária do contemplativo e místico Manuel

Bernardes. Seu desejo era o de ensinar o homem a encontrar Deus, cultivando virtudes

morais. Tem uma extensa obra: Nova Floresta (5 vols. 1706, 1708, 1711, 1726, 1728),

Pão partido em pequeninos (1694), Luz e calor (1696), Exercícios espirituais (1707),

Semões e práticas (2 vols., 1711). Nova floresta é a obra mais conhecida. Sua linguagem

contém o essencial, deixando de lado o que lhe parece supérfluo. Portanto, distancia-se

do barroco. Os principais temas abordados são: a alma racional, a amizade, o amor

divino, os apetites humanos, a astúcia, a avareza. Estes pertencem à letra A, mas poderia-

se enumerar os outros, seguindo o restante do alfabeto.

Padre Francisco Mendonça (? – 1626)

Francisco da Costa ingressou na Companhia de Jesus , doutorou-se em Teologia e

foi um pedagogo jesuíta. É conhecido por seus Sermões (1632 e 1639) e por Viridarium

sacrae ac profanae eruditionis (1632).

D. Francisco Manuel de Melo (1608-1666)

Os autores anteriormente introduzidos escreveram prosa doutrinária religiosa. D.

Francisco Manuel de Melo escreveu poesia, Obras métricas (1665), mas sua obra mais

conhecida é Carta de guia de casados (1651), um manual do casamento, portanto, uma

prosa doutrinária social. Está escrito com graça e humor, por alguém que morreu

solteirão, usando sentenças repletas de uma filosofia superificial. A Carta de guia de

casados é antes uma “carta de comportamento da mulher”, um manual didático de

comportamento conforme o ponto-de-vista masculino. O autor desconfia, no entanto, do

ser humano em geral. Por isso, aconselha ao marido que se cuide de todos que cercam a

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ele e à mulher, do confessor ao empregado. Condena o padre, mas também a freira, que

nada tem a oferecer; condena o amigo solteiro, para quem fôr casado.

Em forma epistolar, trata dos mais variados assuntos relacionados com a vida

conjugal: idade, situação social, compatibilidade de gênios, vantagens do casamento,

arrumação da casa, criadagem e relação com os senhores, além de visitas, festas, e

passeios. É uma obra escrita com humor e bom-senso, além de conter uma pitada de

ironia e sarcasmo.

Após enunciar uma série de máximas, ele conclui: “Se eu posso dar regras,

melhor regra será esta: Pode-se dizer à mulher o que a mulher pode remediar com suas

forças, ou com o conselho; o que não pode remediar, não convém que se lhe diga”.

Vê-se, portanto, que o tempo todo o autor dá conselhos, em forma de ordens a

serem cumpridas pela mulher, cabendo ao marido apenas cuidar-se para que nada lhe

aconteça, ou seja, ficar na defensiva. Francisco Manuel de Melo justifica-se, no entanto,

dizendo que seu objetivo é a “honra, vida, e salvação dos casados; porque com as forças

do vício se nos não rompa [a corda].” E como a corda sempre rompe do lado mais fraco e

este é o da mulher, o autor só quer protegê-la. Melo vê-se encalacrado em sua própria

escrita ao usar a imagem da corda, pois a corda simboliza na realidade o liame, a prisão

em que o homem, pela relação social proposta, se encontra. Ao prender a mulher, o

homem prende-se a si mesmo.

Apesar de toda sua filosofia e pragmatismo, D. Francisco Manuel de Melo não

chegou a experimentar sua teoria, porque morreu solteiro. Mas sua obra não deixa de ter

um valor de síntese didática da condição feminina e das relações afetivas, além de sua

reconhecida capacidade em explicitar regras até então implícitas no seio da vida social.

Cavaleiro de Oliveira (1702 – 1783)

Sua obra se encaixa na literatura barroca moralista. Entre suas obras citamos:

Memórias das viagens (1741), Reflexões de Félix Vieira Corvina dos Arcos (1751), e

outras, em francês, dando-nos uma quadro fidedigno da sociedade de Lisboa do século

XVIII.

Matias Aires (1705 – 1763)

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Escreveu Problema da arquitetura civil (1770 e Reflexões sobre a vaidade dos

homens (1752). Pessimista, a vaidade para ele é o mal que leva o homem a cometer

atrocidades.

Arte de furtar (1652)

É uma obra anônima, publicada em 1652. Critica o reinado de D. João IV. De

caráter satírico, expõe as mazelas da Corte, motivo pelo qual o autor preferiu ficar oculto.

A poesia

Francisco Rodrigues Lobo (1580 - 1621)

Francisco Rodrigues Lobo representa a ligação entre a poesia quinhentista, com

influência de Camões, e a poesia barroca. Sua poesia caracteriza-se pelo ritmo melódico e

por uma metrificação exemplar. Escreveu o Romanceiro, primeira e segunda parte dos

romances (1596), Églogas (1605), o poema épico O condestabre de Portugal (1610), no

qual trata da vida e feitos de Nuno Álvares Pereira.

Vejamos seu poema “Fermoso Tejo”: Fermoso Tejo meu, quão diferente/ Te vejo

e vi, me ves agora e viste:/ Turvo te vejo a ti, tu a mim triste,/Claro te vi eu já, tu a mim

contente. O autor mostra como a comparação e a personificação são figuras essenciais na

elaboração do discurso poético. Tristeza e alegria são os dois polos em que se debatem as

vidas do eu poético e do Tejo (personificado). A mensagem poética se constrói mediante

paralelismos e constrastes, características da poesia barroca. O tema da mudança está

presente no poema.. As mudanças referidas ao Tejo sugerem mudanças referentes ao eu

poético. A efemeridade da vida está à inevitável passagem do tempo.

O bucolismo, influenciado por Sannazzaro (1458-1530) se faz presente na trilogia

Primavera (1601), O pastor peregrino (1608) e Desenganado (1614). Trata das andanças

do pastor peregrino Lereno e de suas desaventuras amorosas.

Outros poetas

Poetas de importância secundária são Gabriel Pereira de Castro (1571 – 1632)

com Ulisséia ou Lisboa edificada (1636), Vasco Mouzinho de Quevedo (?) com Afonso

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africano (1611), Francisco de Sá de Meneses ( – 1634) com Málaca conquistada (1634),

Antonio de Sousa de Macedo (1606 – 1682) com Ulissipo (1640).

A fênix renascida e Postilhão de Apolo

Trata-se de duas antologias muito importantes. A fênix renascida é uma espécie

de cancioneiro em cinco volumes, compilado por Matias Pereira da Silva, publicados em

1716, 1717, 1718, 1721 e 1728, com poesia cultistas e conceptistas, bem representativas

da época barroca. Já Postilhão de Apolo (Ecos I e II, ou seja, Postilhão de Apolo: Ecos

que a Fama dá – Postilhão de Apolo montado no Pégaso, girando o Universo para

divulgar ao orbe literário as peregrinas flores da Poesia Portuguesa em que vistosamente

se esmaltam os Jardins das Musas do Parnaso) foi publicado em dois volumes,em 1761,

por José Maregelo de Osan, anagrama de José Ângelo de Moraes.

Historiografia

Na historiografia, ter-se-ia que consultar várias gerações de sacerdotes, que

produziam e reproduziam obras no Mosteiro de Alcobaça, como Frei Bernardo de Brito

(1568-1617), Frei Antonio Brandão (1601-1680), Fre Rafael de Jesus (1614?- 1693) e

Frei Manuel dos Santos (1672-1748).

Frei Luís de Sousa (1555 - 1632)

Manuel de Sousa Coutinho, nome de batismo, prestou serviços a Filipe II em

Espanha, regressa a Portugal e casa-se, em 1583, com D. Madalena de Vilhena, viúva de

D. João de Portugal, desaparecido na batalha de Alcácer-Quibir juntamente com D.

Sebastião. Anos mais tarde, conta a lenda que um peregrino vem a Lisboa para dizer a D.

Manuel que o primeiro marido de D. Madalena ainda está vivo em Jerusalém. A morte da

filha do casal faz com que ambos tomem o hábito, ele toma o nome pelo qual é

conhecido. De fato, Manuel e Madalena ingressaram na vida religosa em 1613, ele no

convento de São Domingos de Benfica como nome de Frei Luís de Sousa; ela no

convento domicano de Sacramento, com o nome de Sóror Madalena das Chagas. Estes

fatos inspiram Almeida Garrett a compor a obra Frei Luís de Sousa. Entre as principais

obras de Sousa estão Vida de Frei Bartolomeu dos Mártires (1619), História de São

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Domingos particular do reino e conquistas de Portugal (1623-1662 e 1678) e Anais de D.

João III (1844). Trabalhou com o conceito de história como sinônimo de verdade. Seus

textos são poemas em prosa. A crítica, que lhe é feita, é a monotonia dos mesmos.

Epistolografia

Quanto à epistolografia do Barroco temos a carta viva, em prosa, para informar

acerca da vida pessoal ou alheia e fazer comentários a respeito da vida diária. Vê-se a

influência de Madame de Sevigné, com suas Lettres, escritas a partir de 1671. O

destinatário é o público em geral, isto é, uma audiência fictícia.

Sóror Mariana Alcoforado (1640 - 1723)

Sóror Mariana Alcoforado nasceu e morreu em Beja, onde o Convento da

Conceição, do qual foi escrivã e vigária, guarda a janela de onde ela olhava o mundo.

Suas Cartas portuguesas ocupam um lugar destacado nos primórdios do que é

considerado a escrita feminina. Suas Lettres portugaises traduites en français foram

publicadas na França, em 1669, por Claude Barbin, tendo sido traduzidas por

Guilleragues. Somente em 1819 foram publicadas em português, com o título Cartas de

uma religiosa portuguesa. Estas cartas foram provavelmente escritas entre 1667 e 1668,

para o Conde Noël de Chamilly, companheiro de armas do irmão de Sóror Mariana,

Baltazar, que esteve aquartelado, em Portugal, durante as guerras da Restauração. O herói

das cartas é conhecido por três designações diferentes: Cavaleiro de Chamilly, Conde de

Saint-Leger e Marquês de Chamilly.

De 1678 a 1740, houve uma dúzia de reimpressões das Cartas. Desde a edição de

Barbin (1669), a polêmica tem sido contínua. Barbin, em seu prefácio a Lettres

Portugaises traduites en français, alega desconhecer o tradutor das cartas. Tampouco faz

referência à/o autor/a das cartas, o que vai de encontro à mentalidade da época,

interessada em desconhecer qualquer autoria feminina. No mesmo ano é publicada outra

edição, com o título Lettres d’amour d’une religieuse escrites au Chevalier de C. Officier

François en Portugal. Esta obra menciona o destinatário e tradutor: “O nome daquele a

quem foram escritas, é Monsieur Chevallier de Chamilly, e o nome daquele que fez a

tradução delas é Guilleragues”. Em 1810, Boissonade descobre a autoria das cartas: “La

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religieuse qui a écrit ces lettres se nommait Mariane Alcoforada, religieuse à Beja entre

l’Estrémadure et l’Andalousie”. F. C. Green crê que Sóror Mariana não seja a autora e dá

o crédito a Guilleragues, como autor e tradutor. Esta hipótese é confirmada, em 1962, por

F. Deloffre e J. Rougeot, sendo este o atual estado da questão da autoria das cartas.

São cinco cartas ao todo. Essas cartas têm um percurso, no qual o leitor não é

informado nem sobre os encontros de Mariana com o oficial, nem sobre o convento ou

qualquer outro dado referencial. O que nos é narrado é sua existência, agora feito escrita.

Inicialmente, o que se tem é uma paixão desenfreada, em que promessas de amor logo se

evanecem ante a indiferença do amado. As últimas cartas já colocam este ponto-de-vista

num segundo plano, e o que prevalece é a condição da mulher oprimida, da amante

rejeitada e da escritora; enfim, da “mulher” numa sociedade patriarcal. Na realidade, as

cinco cartas são um percurso de auto-reconhecimento. No início da trajetória há a paixão

ardente; no final, ela reconhece que o que importa não é o sentimento, mas a escrita como

processo catártico e de afirmação dela como mulher, amante e escritora.

Nenhum dos estudiosos, no entanto, tem dúvidas quanto ao fato de que realmente

existiu um romance entre a freira e o oficial francês, e que as cartas servem para mostrar

a situação da mulher portuguesa daquela época, vítima de uma sociedade preconceituosa,

que considerava o amor excessivo um produto da neurose, do narcisismo; enfim, de uma

mulher doente. O narcisismo, em Sóror Mariana, se explica como duplicação do “eu”

amoroso. As cartas foram sua forma de sobreviver e de lograr o prazer que o mundo lhe

negou. Trata-se de um êxtase epistolar, a única catarse que a religião católica e a

sociedade patriarcal lhe permitiam.

As cartas não estão assinadas nem datadas. Seu anonimato e atemporalidade as

tornam universais. Afinal, diz Sóror Mariana: “Que obrigação tenho eu de lhe dar conta

de todos os meus sentimentos?” (Carta 5). Ela tem satisfação a dar apenas a si mesma,

pois deve justificar a ausência do ser amado. Só a escrita pode preencher a ausência do

outro, o vazio expresso em signos que são a representação de seus pensamentos e de seus

sentimentos. As cartas são um mero pretexto para justificar sua existência. Ela existe

enquanto escrita.

Page 12: Barroco Portugues

A escrita das religiosas

Poucas mulheres se destacam no Barroco. As mulheres escritoras desta época

estão recolhidas nos conventos. Seu ato “religioso”, muitas vezes, era uma forma de se

contrapor às normas da sociedade vigente. O convento era o espaço de liberdade.

A época setecentista destaca-se sobretudo pelo teor didático-pedagógico. Sendo

uma época de desequilíbrio e excessos, certos escritores sentiram que tinham a missão de

educar e moralizar, por meio de ensinamentos rígidos e classificatórios. Não é necessário

dizer que estes escritores são homens; há, porém, uma carta em defesa dos direitos da

mulher, escrita por Gertrudes Margarida de Jesus. É a Primeira carta apologética em

favor, e defensa das mulheres, em que a autora reage ao elenco de defeitos femininos

listados por Frei Amador do Desengano, em Espelho crítico, no qual claramente se vêm

alguns defeitos das mulheres (1761).

Sóror Violante do Céu (1602 - 1693)

Sóror Violante do Céu é, segundo Saraiva e Lopes, “o nosso mais interessante

poeta conceptista”. Seu estilo é marcado pela dramaticidade lírica e pelo uso de metáforas

inusitadas. Faz os extremos se encontrarem: torna possível o impossível, encontra vida na

morte e alegria no sofrimento. Em outras palavras, cultiva o paralelismo das antíteses,

como o fazia Gôngora.

Apreciada por seus contemporâneos, foi chamada de Décima Musa e Fênix dos

Engenhos Lusitanos. Destaca-se pelas seguintes obras: Rimas (1646); Solilóquios para

antes e depois da comunhão (1668); Oitavas à Nossa Senhora da Conceição com aplauso

da victória de Montes Claros em 17 de junho de 1665 (1665); Meditações de Missa, e

preparações afectuosas de sua alma devota (1689) e Parnaso Lusitano de Divinos e

Humanos Versos (2 vols., 1733).

Ao lado do amor divino, ela canta outros amores: “Si escrevi, si canté de objeto

humano,/ Y no solo de vós, Divino objeto,/ En la publicidad de tal defeto/ Bien castigado

está mi error profano”.

Sóror Maria do Céu (1658 - 1753)

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Sóror Maria do Céu foi uma freira de muito talento. Escreveu autos e comédias

alegórico-morais e hagiografias, além de poesias em castelhano e português. Sua obra

Aves ilustradas em avisos para as religiosas servirem os ofícios dos seus mosteiros

(1734) nos relata uma forma e uma filosofia de vida para uso didático do convento. Sua

extensa obra compõe-se de: A Fênix aparecida na vida, morte, sepultura e milagre da

gloriosa Santa Catarina, com sua novena e peregrinação ao Sinai (1715); A Preciosa:

alegoria moral (Parte I, 1731); A Preciosa: obras de misericórdia em primorosos e

místicos diálogos expostos; elogios dos santos em vários cantos poéticos e históricos

(1733); Obras várias e admiráveis (1735); Triunfo do rosário, repartido em cinco autos do

mesmo muito devotos e divertidos (1740); Enganos do bosque, desenganos do rio (1741);

e Relação da vida e morte da serva de Deus, a venerável Madre Helena da Cruz, religiosa

do Convento da Esperança desta cidade de Lisboa, no ano de 1721.

Sua obra é dedicada à literatura; mas o é sobretudo em relação à pedagogia

conventual. Sua escrita ocupa-se da carência de “moralidade” na vida das religiosas, que

não cumprem suas obrigações. Estas obrigações eram de ordem interna, tais como a

humildade, a mortificação, a temperança, a renúncia aos prazeres mundanos, pelo

controle e renúncia voluntários. Os conselhos de Sóror Maria do Céu eram a favor do

trabalho, para a ascensão celestial, e do abandono das dádivas terrestres.

No conto d’ “O galo à porteira”, em Aves ilustradas, a autora desfila uma série de

“se(s)”, como uns tantos avisos sobre o que pode acontecer caso haja descuidos. Se

houver relaxamento, haverá a preocupação do mal-dizer alheio: “que dirão?”. A moral do

mosteiro deve ser resguardada acima de tudo e de todos: “o mosteiro é céu onde as

religiosas são estrelas, as estrelas não aparecem sem o véu da noite e por isso fugiram à

luz do dia”. Nem mesmo uma ordem superior, humana, deve ser levada em consideração

se o perigo for iminente. A moral está acima das hierarquias: “dizei à senhora abadessa

que a ordem é sua, mas que a porta é minha”).

Apesar de estar ligada ao amor divino, a autora ainda está presa à terra, como se

pode ver nesses versos: “Silencio, silencio, aves/ Callen vuestras vozes hoy/ Que duermo

para la vida/ Despierta para el amor./ Dexen-me domir,/ No me acuerden, no”.

Sóror Madalena da Glória (1672 - 17?)

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O mesmo tom poético pode ser visto em Sóror Madalena da Glória, em seus

Brados do desengano. Será disfarce de um amor terreno?

Mote

Tenho amor, sem ter amores.

Glosa

Filis, pois perguntais/ Se tenho amores, direi,/ Que de vós me

namorei/ Por ter um amor não mais:/ Mas se ingrata duvidais/ Da minha fé

os primores/ Apurai vossos rigores, /Que o meu coração amante,/ Vos

responderá constante,/ Tenho amor, sem ter amores.

Companheira de convento de Sóror Maria do Céu, Madalena da Glória deixou,

como sua obra mais marcante Brados do desengano contra o profundo sono de

esquecimento em três histórias exemplares para melhor conhecer-se o pouco que duram

as vaidades do mundo e o poder das divinas inspirações (1736). Publicou outras obras das

quais só daremos o sintagma inicial dos títulos, porque os títulos costumavam ter a

extensão de um parágrafo: Astro brilhante em novo mundo (1733), Novena de Santa

Rosa de Santa Maria (1734), Orbe celeste, adornado de brilhantes estrelas (1742), Águia

real, fênix abrasado e pelicano amante (1744), e Reino de Babilônia ganhado pelas armas

do empório (1744).

Brados do desengano compõe-se de três histórias ou novelas exemplares que,

apesar de respeitarem o estilo do século XVII, têm por tônica e dominante as narrativas

populares; portanto, estão mais próximas dos autores do século XVIII. Em seus Brados

do desengano, a autora usa o pseudônimo de Leonarda Gil da Gama, natural da Serra de

Sintra. Esta obra fala-nos da brevidade do tempo, da vaidade do mundo terreno em

oposição à harmonia do mundo espiritual, da riqueza como índice de infelicidade e da

pureza do coração como caminho para a felicidade.

Outras escritoras

Além das três sórores mencionadas, há muitas outras escritoras nessa época:

Laura Maurícia, criptônimo de D. Leonor de Meneses, condessa de Serem e de Atouguia,

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autora de El desdeñado mas firme (1665); D. Beatriz da Silva e Sousa, autora de

comédias e livros ascéticos; Bernarda Ferreira de Lacerda, autora de Hespaña libertada

(1a. parte de 1618 e 2a. de 1673), das Soledades de Buçaco (1634) e de Cazador del

Cielo, Comédia de S.Eustachio; Maria de Mesquita Pimentel, da Ordem de S.Bento,

autora de Memorial da infância de Cristo e triunfo do Divino Amor (1639); D. Mariana

de Luna, autora de Ramalhete de flores: a felicidade deste Reino de Portugal em sua

milagrosa restauração por sua Majestade Dom João IV … (1642); Cecília do Espírito

Santo, da Ordem de S. Francisco, autora de Colloquios com Cristo crucificado, de hum

peccador arrependido (1688); D. Joana, Condessa de Ericeira, sob o criptônimo de

Apolinário de Almada, autora de Despertador del alma al sueño de vida (1645); Helena

da Silva, da Ordem de S. Bernardo, autora de La Pasión de Cristo nuestro Señor; Joana

Magdalena de Castro; Isabel de Castro e Andrade; D. Helena da Paz; Paula de Sá; e

Isabel Correa, autora de El Pastor Fido (1692).

Teatro

Antonio José da Silva (1705 - 1739)

O autor mais conhecido é Antonio José da Silva, chamado “o judeu”, nasceu no

Rio de Janeior e faleceu em Lisboa, queimado em praça pública pela Santa Inquisição.

Chama suas peças de óperas, pois eram acompanhadas de música e canto, e marionetes.

Escreveu A vida do grande D. Quixote de la Mancha e do Gordo Sancho Pança. Cômico

e espontâneo no diálogo, como em Guerras do Alecrim e Mangerona (1737), trata dos

ranchos, agrupando, em partidos, meninas frívolas e namoradeiras, cada uma tendo como

insígnia uma flor.

6. Bibliografia (Lista de autores e textos doutrinários)

Abdala Júnior, Benjamim e Maria Aparecida Paschoalin. 2a. ed. História social da

literatura portuguesa. São Paulo: Ática, 1985.

Alcoforado, Mariana. Cartas de amor. Trad. Marilene Felinto. Rio de Janeiro: Imago,

1992.

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Escritoras doutros tempos. Extratos das obras de Violante do Céu, Maria do Céu e

Madalena da Glória. Rev. e pref. de Mendes dos Remédios. Coimbra: França

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Gomes, Álvaro Cardoso. A literatura portuguesa em perspectiva. vol. 4. São Paulo: Atlas,

1994.

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Lima. Porto: Domingos Barreira, 1963.

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Violante do Ceo, Maria do Ceo e Madalena da Glória. Coimbra: Frana Amado,

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